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@ Atividades de Língua Portuguesa - Marco civil da Internet TEXTO I Entenda as polêmicas sobre o Marco Civil da Internet Atualizado em 26 de março, 2014 - 09:27 (Brasília) 12:27 GMT A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira o projeto de lei do Marco Civil da Internet uma espécie de "constituição" que vai reger o uso da rede no Brasil. A questão vem sendo debatida no Brasil desde 2009, mas emperrou em alguns pontos, como o da neutralidade dos dados na internet, o armazenamento de dados no país e a questão da responsabilidade dos provedores sobre conteúdos produzidos por terceiros. O Marco Civil proíbe o acesso de terceiros a dados e correspondências ou comunicação pela rede. Ele também busca garantir a liberdade de expressão e a proteção da privacidade e dos dados pessoais. Um ponto-chave é a chamada neutralidade da rede, que evita a discriminação da informação, ou seja, os provedores não poderão dar prioridade a um determinado tipo de dado ao transmiti-lo aos clientes, bloqueando a possibilidade de censura. O projeto também pretende resguardar o direito de expressão dos internautas, ao prever que o conteúdo publicado só seja retirado após ordem judicial. Há exceções, como em casos de racismo, pedofilia ou violência. O projeto agora segue para o Senado e, em seguida, para a sanção presidencial. Confira abaixo perguntas e respostas sobre o Marco Civil da Internet e sua votação na Câmara. O que é o Marco Civil da Internet? O projeto de lei 21626/11 conhecido como Marco Civil da Internet é um projeto de lei que estabelece princípios e garantias do uso da rede no Brasil. Segundo o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), autor da proposta, a ideia é que o marco civil funcione como uma espécie de "Constituição" da internet, definindo direitos e deveres de usuários e provedores da web no Brasil. O marco civil proíbe o acesso de terceiros a dados e correspondências ou comunicação pela rede. Ele também busca garantir a liberdade de expressão e a proteção da privacidade e dos dados pessoais. Molon ressalta que o marco civil é "apenas um primeiro passo em direção a uma legislação sobre internet no país", mas que não encerra o assunto. "É uma espécie de lei guarda-chuva, uma lei maior debaixo da qual virão depois outras leis regulando ou determinando áreas específicas da internet, como o comércio eletrônico." Por que demorou tanto para ser votado? A questão já esteve perto de ser votada diversas vezes na Câmara, mas isso sempre acabou sendo adiado. Entre os pontos de discórdia que emperraram as discussões, há dois que se destacam. O primeiro diz respeito à questão da chamada neutralidade da rede, que veta a venda de pacotes que restrinjam o acesso à internet. O segundo ponto recai sobre a polêmica sobre o armazenamento de dados dos usuários no Brasil, ainda que a empresa seja estrangeira. O que é o artigo 20 e por que ele está dividindo a bancada?

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Page 1: Atividades de Língua Portuguesa - Marco civil da Internet · Atividades de Língua Portuguesa - Marco civil da Internet @ TEXTO I Entenda as polêmicas sobre o Marco Civil da Internet

@ Atividades de Língua Portuguesa - Marco civil da Internet

TEXTO I

Entenda as polêmicas sobre o Marco Civil da Internet

Atualizado em 26 de março, 2014 - 09:27 (Brasília) 12:27 GMT

A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira o projeto de lei do Marco Civil da Internet

– uma espécie de "constituição" que vai reger o uso da rede no Brasil.

A questão vem sendo debatida no Brasil desde 2009, mas emperrou em alguns pontos, como o da neutralidade dos dados na internet, o armazenamento de dados no país e a questão da responsabilidade dos provedores sobre conteúdos produzidos por terceiros.

O Marco Civil proíbe o acesso de terceiros a dados e correspondências ou comunicação pela rede. Ele também busca garantir a liberdade de expressão e a proteção da privacidade e dos dados pessoais.

Um ponto-chave é a chamada neutralidade da rede, que evita a discriminação da informação, ou seja, os provedores não poderão dar prioridade a um determinado tipo de dado ao transmiti-lo aos clientes, bloqueando a possibilidade de censura.

O projeto também pretende resguardar o direito de expressão dos internautas, ao prever que o conteúdo publicado só seja retirado após ordem judicial. Há exceções, como em casos de racismo, pedofilia ou violência.

O projeto agora segue para o Senado e, em seguida, para a sanção presidencial. Confira abaixo perguntas e respostas sobre o Marco Civil da Internet e sua votação na

Câmara.

O que é o Marco Civil da Internet? O projeto de lei 21626/11 – conhecido como Marco Civil da Internet – é um projeto de lei

que estabelece princípios e garantias do uso da rede no Brasil. Segundo o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), autor da proposta, a ideia é que o marco civil funcione como uma espécie de "Constituição" da internet, definindo direitos e deveres de usuários e provedores da web no Brasil. O marco civil proíbe o acesso de terceiros a dados e correspondências ou comunicação pela rede. Ele também busca garantir a liberdade de expressão e a proteção da privacidade e dos dados pessoais.

Molon ressalta que o marco civil é "apenas um primeiro passo em direção a uma legislação sobre internet no país", mas que não encerra o assunto. "É uma espécie de lei guarda-chuva, uma lei maior debaixo da qual virão depois outras leis regulando ou determinando áreas específicas da internet, como o comércio eletrônico." Por que demorou tanto para ser votado?

A questão já esteve perto de ser votada diversas vezes na Câmara, mas isso sempre

acabou sendo adiado. Entre os pontos de discórdia que emperraram as discussões, há dois que se destacam. O

primeiro diz respeito à questão da chamada neutralidade da rede, que veta a venda de pacotes que restrinjam o acesso à internet. O segundo ponto recai sobre a polêmica sobre o armazenamento de dados dos usuários no Brasil, ainda que a empresa seja estrangeira.

O que é o artigo 20 e por que ele está dividindo a bancada?

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Escândalo de espionagem fez Dilma pedir 'data centres' no Brasil, mas pedido não foi incluído

O artigo 20 acabou sendo uma espécie depièce de résistance dos opositores do Marco

Civil na Câmara. Ele trata da responsabilidade dos provedores de conexão sobre o conteúdo produzido por outros sites ou pessoas.

O projeto aprovado pelos deputados determina que os provedores só podem ser responsabilizados civilmente por danos decorrentes de conteúdo de terceiros depois de ser expedida uma ordem judicial específica.

Se for aprovado como está pelo Senado e pela presidente Dilma, os provedores não responderão por aquilo que seus internautas fizerem na rede. Isso só aconteceria se as empresas não acatarem uma ordem judicial.

Defensores do projeto dizem que esse artigo é crucial por garantir a liberdade de expressão aos usuários da internet, já que ele acaba com a chamada censura privada, em que as empresas privadas decidiam, elas mesmas, se determinado material deveria ficar online ou não.

Para líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), opositor ao artigo, somente com uma notificação do ofendido, a empresa já deva ser responsabilizada caso não retire o conteúdo.

Por que a neutralidade da rede gerou tanto debate?

O projeto aprovado na Câmara proíbe totalmente os provedores de internet de vender

planos que façam diferenciações no tráfego de dados ou que selecionem o conteúdo a ser acessado. Com a aprovação do Marco, ficou vetado, por exemplo, a venda de um pacote permitindo utilizar somente acesso a e-mails e sites de notícias.

O princípio é que as empresas não podem fazer distinções no tráfego de dados em suas redes por conteúdo, origem, destino ou serviço, tratando todo tipo de dado da mesma forma.

Algumas empresas de telecomunicação queriam poder vender pacotes de assinatura de internet, inclusive para celular, limitando o acesso a alguns sites, como redes sociais. Isso permitiria cobrar mais caro para que os celulares tenham acesso a mídias sociais.

Na redação final do projeto na Câmara, ficou determinado que, para regulamentar o tema, a Presidência deverá ouvir a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Comitê Gestor da Internet (CGI). A versão anterior dizia que isso poderia ser feito apenas com um decreto presidencial, sem consultas extras.

Por que houve polêmica sobre armazenamento de dados?

Segundo a proposta inicial de Molon, o Executivo poderia obrigar que operadoras de

internet e sites de grande porte - caso do Facebook ou Google - armazenem todo seu banco de dados no Brasil, ainda que a empresa fosse estrangeira e tivesse somente uma "filial" no país.

No entanto, entre os pontos retirados na versão final aprovada pela Câmara, está o fim da exigência dos chamados "data centres" no Brasil para armazenamento de dados

.

Os direitos dos usuários

Sigilo de comunicações (exceto em casos de investigação criminal)

Não suspensão da conexão (exceto por falta de pagamento)

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Manutenção da qualidade da conexão

Contratos claros com as operadoras de internet

Não fornecimento a terceiros sobre registros de conexão à internet

A presidente Dilma Rousseff incluiu no texto original esse ponto após o escândalo da espionagem da NSA (Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos).

A intenção do governo, bastante criticada, era a de impedir que os dados fossem estocados em servidores estrangeiros, como é hoje efetivamente, a fim de dificultar o acesso desses dados por serviços de inteligência.

Pelo projeto de lei, quais são os direitos dos usuários?

Os usuários de internet no Brasil têm direito a:

Inviolabilidade e sigilo de suas comunicações. Só ordens judiciais para fins de investigação criminal podem mudar isso;

Não suspensão de sua conexão, exceto em casos de não pagamento;

Manutenção da qualidade contratada da sua conexão;

Informações claras nos contratos de prestação de serviços de operadoras de internet, o que inclui detalhes sobre proteção de dados pessoais;

Não fornecimento a terceiros sobre registros de conexão à internet.

E quais são os deveres do provedor? Os provedores são obrigados a manterem os registros de conexão, sob sigilo, em

ambiente seguro por um ano. Esses dados só podem ser disponibilizados por ordem judicial. O Marco Civil estabelece que a guarda de registros seja feita de forma anônima. Ou seja,

os provedores poderão guardar o IP, nunca informações sobre o usuário.

Quem responde pelo conteúdo publicado na internet? Os usuários respondem pelo conteúdo que publicam. Os provedores de acesso (responsáveis por oferecer o serviço de conexão à internet aos

usuários) não podem ser responsabilizados por danos decorrentes de conteúdo gerado por usuários.

Já os provedores de conteúdo – no caso, quem administra os sites da internet – só serão responsabilizados caso não acatem no prazo correto decisões jurídicas específicas de retirar do ar conteúdos gerados pelos usuários.

O que o Marco Civil fala sobre os governos?

O Marco defende que os governos em todas as instâncias devem dar prioridade a

tecnologias, padrões e formatos abertos e livres; divulgar publicamente dados; desenvolver ações de capacitação para o uso da internet; e estabelecer mecanismos de governança transparente.

O projeto de lei também diz que o governo deve usar a internet para promover a educação e o fomento cultural.

Como surgiu o projeto de lei?

As discussões começaram a partir de um texto elaborado em 2009 pelo Comitê Gestor da

Internet no Brasil (CGI.br), uma entidade civil sem fins lucrativos formada pelo governo, acadêmicos, empresários e terceiro setor. O CGI.br coordena iniciativas de serviços de internet no país.

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O documento foi alvo de diversas consultas públicas entre outubro de 2009 e maio de 2010 e passou por sete audiências públicas em quatro das cinco regiões do Brasil (não houve consulta no Norte). Isso deu origem ao projeto 2126/11, conhecido como "Marco Civil da Internet".

O projeto de lei que cria o Marco Civil da Internet chegou ao Congresso Nacional em 2011 de maneira inédita. O projeto apresentado pelo Executivo foi feito de maneira colaborativa, após uma extensa consulta da sociedade civil por meio da própria internet.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/03/140219_marco_civil_internet_mm.shtml - Acesso em 28 mar. 2014.

1ª questão PRODUZA um pequeno parágrafo argumentativo no qual indique o gênero em que foi estruturado o texto em análise. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 2ª questão

A- INDIQUE a função de linguagem predominante no texto. FUNDAMENTE sua resposta.

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

B- RELACIONE essa função ao contexto enunciativo no qual o texto foi produzido e circulou. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3ª questão DESCREVA o público alvo a que se destina o texto em estudo. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

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4ª questão CONSIDERE os verbetes transcritos a seguir, a fim de avaliar a propriedade da expressão ―Marco Civil‖ para fazer referência ao projeto de lei 21626/11.

marco1

[De marca.] Substantivo masculino. 1.Sinal de demarcação, ordinariamente de pedra ou de granito oblongo, que se põe nos limites territoriais. [Cf. baliza (1).] 2.Coluna, pirâmide, cilindro, etc., de granito ou mármore, para assinalar um local ou acontecimento: o marco da fundação da cidade. 3.Qualquer acidente natural que se aproveita para sinal de demarcação. 4.Fig. Fronteira, limite:

os marcos do conhecimento. 5.A parte fixa das portas e janelas que guarnece o vão; caixão, portão. [Chamam-se ombreiras as partes verticais, e padieira a superior.] 6.Antiga unidade de medida de peso, equivalente a 8 onças [v. onça1 (1)], ou seja, 230g aproximadamente. Marco postal. 1. Lus. Caixa do correio (2). Marco quilométrico. 1. Pequeno poste ou estaca colocado à margem de uma estrada, e que indica a distância daí ao ponto inicial dessa estrada.

civil

[Do lat. civile.] Adjetivo de dois gêneros. 1.Cível (1). 2.Relativo às relações dos cidadãos entre si, reguladas por normas do Direito Civil. 3.Relativo ao cidadão considerado em suas circunstâncias particulares dentro da sociedade: comportamento civil; direitos e obrigações civis. 4.Que não tem caráter militar nem eclesiástico: direito civil;

casa civil. 5.Social, civilizado. 6.Cortês, polido: "Andei com eles [os tropeiros] frequentemente e achei-os sempre comunicativos e civis." (Afonso Arinos, Histórias e Paisagens, p. 109.) 7.Jur. Diz-se por oposição a criminal: processo civil; tribunal civil. ~ V. ângulo horário —, ano —, calendário —, casamento —, construção —, crepúsculo —, direito —, engenharia —, estado —, frutos civis, guarda —, guerra —, lista —, morte —, nome —, ordem —, paternidade —, sociedade —, tempo — e vida —. Substantivo masculino. 8.Indivíduo não militar; paisano.

9.Casamento civil. [Cf. cível.]

5ª questão RELEIA o subtítulo ―O que o Marco Civil fala sobre os governos‖ para:

A) INDICAR a tipologia textual a partir da qual esse fragmento é estruturado.

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

B) EXPLICAR por que se pode dizer que esse ―Marco‖ promove a democracia. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

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______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

6ª questão RELEIA o fragmento com atenção às relações de sentido que nele se estabelecem

―O projeto também pretende resguardar o direito de expressão dos internautas, ao prever que o conteúdo publicado só seja retirado após ordem judicial.‖

A) INDIQUEa relação de sentido existente entre a oração sublinhada e a que a antecede.

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

B) DESENVOLVA a oração sublinhada de modo que a relação de sentido existente entre ela e a anterior seja marcada pela conjunção adequada.

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 7ª questão EXPLIQUE a alteração que decorre da supressão da palavra em destaque no excerto que se segue.

―O projeto também pretende resguardar o direito de expressão dos internautas, ao prever que

o conteúdo publicado só seja retirado após ordem judicial.‖

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 8ª questão

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A) ATENHA-se à pontuação no excerto a seguir.

―O projeto de lei 21626/11 – conhecido como Marco Civil da Internet – é um projeto de lei que estabelece princípios e garantias do uso da rede no Brasil. Segundo o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), autor da proposta, a ideia é que o marco civil funcione como uma espécie de ‗Constituição‘ da internet, definindo direitos e deveres de usuários e provedores da web no Brasil.‖

JUSTIFIQUE o uso da vírgula que antecede a oração em destaque. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

B) Considere também o fragmento abaixo: ―Com a aprovação do Marco,1 ficou vetado,2 por exemplo,3 a venda de um pacote permitindo utilizar somente acesso a e-mails e sites de notícias.‖

- EXPLIQUE por que a oração em destaque, embora reduzida de gerúndio, como a analisada no item anterior, não foi separada por vírgula. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ - ANALISE se a vírgula de número1 foi usada em função da mesma regra que justifica as de número 3 e 4. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

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9ª questão RELEIA o fragmento a seguir e ANALISE se, no contexto em que se encontra, a conjunção adversativa tem valor de inclusão ou exclusão.

―O projeto aprovado na Câmara proíbe totalmente os provedores de internet de vender planos que façam diferenciações no tráfego de dados ou que selecionem o conteúdo a ser acessado.‖

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 10ª questão

A- AVALIE a adequação (ou não) do conetivo emoldurado, no contexto em que se encontra.

―Molon ressalta que o marco civil é ‗apenas um primeiro passo em direção a uma

legislação sobre internet no país‘, mas que não encerra o assunto.‖

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

B- ANALISE se o advérbio sublinhado pode ser considerado modalizador de subjetividade.

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

11ª questão RELEIA: ―Ele (O Marco Civil da Internet) também busca garantir a liberdade de expressão e a proteção da privacidade e dos dados pessoais.‖ INDIQUE como se dá essa garantia de -liberdade de expressão: ______________________________________________________________________________

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______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ - privacidade: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

12ª questão Atenha-se ao registro linguístico de que se vale o autor neste fragmento.

Os provedores de acesso (responsáveis por oferecer o serviço de conexão à internet aos

usuários) não podem ser responsabilizados por danos decorrentes de conteúdo gerado por

usuários. Já os provedores de conteúdo – no caso, quem administra os sites da internet – só

serão responsabilizados caso não acatem no prazo correto decisões jurídicas específicas de retirar do ar conteúdos gerados pelos usuários.

EXPLIQUE por que se pode afirmar que a palavra em destaque foi usada de modo

coloquial. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

TEXTO II

Câmara aprova Marco Civil da Internet MÁRCIO FALCÃO JULIA BORBA DE BRASÍLIA

25/03/2014 21h12 - Atualizado em 26/03/2014 às 00h35

Depois de dois anos e sete meses de embates, negociações e intensos lobbys, a Câmara

dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (25) o texto principal do Marco Civil da Internet. O texto agora segue para aprovação do Senado.

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A proposta é uma espécie de Constituição, estabelecendo princípios, garantias, direitos e deveres na rede.

Ao longo do dia, o governo e os líderes partidários intensificaram os debates e o projeto acabou sendo aprovado sem grandes embates no Plenário. A votação foi simbólica, o que significa que os votos dos deputados não são contabilizados. O PPS foi o único partido a orientar seus congressistas contra o texto durante a votação.

Todas as sugestões de mudanças foram retiradas pelos deputados. O Marco Civil da Internet tornou-se polêmico porque eram contrários os interesses do

Planalto, das empresas de telecomunicações, sites de internet, Polícia Federal e Ministério Público, além das entidades de defesa do consumidor.

Com tantas frentes envolvidas e longe de um consenso, a matéria chegou bloquear por cinco meses a votação de outras propostas na Câmara dos Deputados.

Nas últimas semanas, o governo cedeu em pontos prioritários e negociou cargos, liberação de recursos para obras apadrinhadas por congressistas no orçamento numa tentativa de esvaziar a rebelião de aliados na Câmara e avançar com a discussão da matéria, considerada vital para reforçar o discurso de Dilma Rousseff contra a espionagem.

Em abril, o Brasil sediará conferência internacional sobre governança na internet, e o governo quer apresentar a nova lei durante o evento. NEGOCIAÇÃO

A maior resistência ao texto foi puxada pelo PMDB que defendia mudanças nos termos da neutralidade da rede – jargão utilizado para que a velocidade de conexão contratada não pode variar de acordo com o site ou programa acessado pelo usuário.

Trata-se de uma medida popular para os usuários, mas contestada pelas empresas de telefonia, que gostariam de comercializar pacotes de acordo com o nível de consumo de cada usuário.

Com isso, as teles ficam obrigadas a manter o consumo livre. Assim, o usuário pode navegar por onde quiser no limite de seu pacote de dados contratados e da velocidade contratada.

O governo flexibilizou a regulamentação da medida para atender o PMDB e destravar a votação.

O Planalto aceitou ajustar as normas para regulamentação da neutralidade e estabeleceu que um decreto presidencial detalhará o conceito da neutralidade, sem inovar no conteúdo. Nos bastidores, a medida foi interpretada como uma saída honrosa para o PMDB.

A regulamentação será feita após consulta à Anatel e ao Comitê Gestar da Internet. Nesta terça, o PMDB chegou a retirar todas os pedidos de mudança que havia feito para o

texto, o que foi seguido pelas demais bancadas. Outra modificação patrocinada pelo governo para evitar uma derrota na Câmara foi a

retirada da exigência de nacionalização dos centros de armazenamento dos dados dos usuários. Essa era uma das medidas defendidas pela presidente Dilma Rousseff como forma de responder às notícias de espionagem dos EUA contra autoridades brasileiras. [...]

COLABOROU MARINA HAUBERT

Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/03/camara-aprova-marco-civil-da-internet.html. Acesso em 26 mar. 2014.

13ª questão RELEIA com atenção à pontuação.

A proposta é uma espécie de Constituição,1 estabelecendo princípios,2 garantias,3 direitos e deveres na rede.

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A- JUSTIFIQUE o uso da vírgula de número 1. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ B- EXPLIQUE se se pode inserir uma vírgula no lugar indicado pela seta, sem que as normas da gramática sejam subvertidas. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 14ª questão

―Nas últimas semanas, o governo cedeu em pontos prioritários e negociou cargos, liberação de recursos para obras apadrinhadas por congressistas no orçamento numa tentativa de esvaziar a rebelião de aliados na Câmara e avançar com a discussão da matéria, considerada vital para reforçar o discurso de Dilma Rousseff contra a espionagem. Em abril, o Brasil sediará conferência internacional sobre governança na internet, e o governo quer apresentar a nova lei durante o evento.‖

APRESENTE, em um período composto por fato/consequência, a ideia principal desse parágrafo. Atenção: o período deve ser composto por apenas 2 orações e a relação de sentido solicitada deve ser explicitada por uma conjunção. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

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15ª questão

―Trata-se de uma medida popular para os usuários, mas contestada pelas empresas de telefonia, que gostariam de comercializar pacotes de acordo com o nível de consumo de cada usuário.‖

A- CLASSIFIQUE a oração em destaque.

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

B- EXPLIQUE a alteração de sentido que decorrerá da supressão da segunda vírgula.

______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

TEXTO III Marco Civil garante a liberdade na internet e torna Brasil referência, dizem debatedores

O marco civil da internet (PLC 21/2014) garante a liberdade de acesso e de manifestação na web. A avaliação foi feita por debatedores que participaram de audiência pública promovida nesta quinta-feira (10) pelas comissões de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT); de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e de Constituição; e de Justiça e Cidadania (CCJ) para instruir o projeto.

Representantes do governo e da sociedade defenderam a aprovação do projeto como veio da Câmara dos Deputados. O texto define os direitos e deveres de usuários e provedores de serviços de conexão e aplicativos na internet.

A expectativa manifestada pelos debatedores é de que o Senado conclua sua análise antes da Conferência Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet, que acontecerá entre 23 e 24 de abril, em São Paulo, e que deverá reunir representantes de 150 países.

Segundo Márcio Lopes Freitas Filho, do Ministério da Justiça, além de ser resultado de contribuições da sociedade civil, o anteprojeto encaminhado pelo Executivo teve tempo de maturação na Câmara.

— Desde o começo, o marco civil se propôs a ser uma lei geral. Ele não pretende resolver todo e qualquer conflito e problema da internet. Nós sabemos que qualquer tentativa de fazer isso seria vã, que seria uma inocência de quem estivesse propondo tentar esgotar todas as relações que a internet permite – assinalou Freitas Filho.

O ineditismo do marco civil da internet também foi enfatizado durante a reunião. Para Leornado Palhares, vice-presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara e-Net), o projeto pode ser tornar uma das raras legislações do mundo no campo da internet que cria mecanismos de proteção do usuário, e não o contrário.

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— Chegamos a ter leis criminalizando condutas na internet antes de se ter direitos e prerrogativas estabelecidos. Nesse sentido, o marco civil estabelece um norte – destacou Palhares.

Pilares O artigo 9º do projeto, que protege a neutralidade de rede, ou seja, o tratamento isonômico

de quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, é visto por debatedores como um dos pilares do projeto. A regra determina tratamento igual para todos os conteúdos que trafegam na internet, impedindo a criação de pacotes de serviços como ocorre hoje com as TVs por assinatura.

Segundo Beatriz Barbosa, representante do coletivo Brasil de Comunicação Intervozes, sem esse artigo, as operadoras poderiam criar ―pedágios‖ ao cobrar, por exemplo, para acesso a e-mails, mas vetando a utilização de redes sociais ou a sites de compartilhamento de vídeos.

— É fundamental a garantia do artigo 9º da forma como está. [Se houver uma mudança] o risco é criar usuários de duas categorias. Havia uma clara oposição das operadoras a esse ponto – disse Beatriz Barbosa, representante do coletivo Brasil de Comunicação Intervozes.

Privacidade

Além da neutralidade de rede, outro pilar da proposta que foi enfatizado durante a audiência pública é a garantia do direito à privacidade dos usuários, especialmente à inviolabilidade e ao sigilo de suas comunicações pela internet. O texto determina que as empresas desenvolvam mecanismos para garantir, por exemplo, que os e-mails só serão lidos pelos emissores e pelos destinatários da mensagem, nos moldes do que já é previsto para as tradicionais cartas de papel. O projeto também assegura proteção a dados pessoais e registros de conexão e coloca na ilegalidade a cooperação das empresas de internet com departamentos de espionagem de Estado como a NSA, dos Estados Unidos.

Segundo Beatriz Barbosa, o ponto negativo está no artigo 15, pois obriga que empresas guardem por seis meses, para fins de investigação, todos os dados gerados na rede. Para ela, a legislação brasileira já permite o monitoramento de cidadãos que utilizam a internet para cometer crimes.

Já o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, avalia que a obrigatoriedade de os provedores de acesso à rede mundial de computadores zelarem pela guarda de dados dos usuários é fundamental para o trabalho da polícia.

— Sem essa guarda de dados, praticamente se inviabiliza a atuação da Polícia Federal – advertiu Marcos Leôncio.

O representante da ADPF defendeu a aprovação do texto em tramitação no Senado, por entender que alia liberdade e segurança no ambiente da internet.

— A determinação para que empresas internacionais que operam no Brasil, tais como Microsoft, Facebook, Yahoo e Google, fiquem obrigadas a cumprir a legislação brasileira e a se submeterem à jurisdição das autoridades brasileiras é um grande avanço que o marco civil da internet traz – acrescentou o presidente da ADPF.

Liberdade de expressão

O artigo 19, que delega à Justiça a decisão sobre a retirada de conteúdos também é visto como um dos principais pontos do marco civil. Atualmente, vários provedores tiram do ar textos, imagens e vídeos de páginas que hospedam a partir de simples notificações.

— Mesmo não estando em vigor, o marco civil já é citado em decisões judiciais. Ele já existe, já é uma realidade que se apresenta no foro internacional –observou o diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), Carlos Affonso Pereira.

Agência Senado

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Fonte: http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2014/04/10/marco-civil-garante-a-liberdade-na-internet-e-torna-brasil-referencia-dizem-debatedores Acesso em 09 abril 2014.

16ª questão EXPLIQUE o caráter político da aprovação do marco civil no contexto em que ele ocorre. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

17ª questão

Relacione o uso da palavra ―Mesmo‖ à repetição do advérbio de tempo ―já‖ para EXPLICITAR a

voz que se enuncia no fragmento a seguir.

―Mesmo não estando em vigor, o marco civil já é citado em decisões judiciais. Ele já

existe, já é uma realidade que se apresenta no foro internacional –observou o diretor do

Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), Carlos Affonso Pereira.‖

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18ª questão

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2013/09/03/interna_politica,385971/charge-do-correio-satiriza-espionagem-dos-eua-a-presidente-dilma.shtml - Acesso em 30 mar. 2014.

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RELACIONE a charge ao Marco Civilda Internet, considerando um dos pilares deste. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

TEXTO IV

Marco Civil: se você está comemorando, é porque não leu o texto aprovado

Publicado em 28/03/2014 às 16:20 por linhares

Houve uma mobilização tremenda na web acerca do Marco Civil, verdadeira comoção

internética para que todos apoiassem a aprovação do texto. Os partidos, de forma unânime, foram nessa onda. Ser contra esse texto – foi o que pareceu claro – seria como ser contra o país.

Bobagem. E vocês descobrirão a enrascada em que nos metemos. O lado ruim é ter de falar disso apenas DEPOIS do texto aprovado pela Câmara, mas a parte boa é que ainda passará pelo Senado. É preciso, desse modo, fazer pressão para que os senadores não entrem na conversa-mole.

Ou então, já que TODOS os partidos aprovaram, talvez para eles o Marco Civil seja um ótimo negócio. Ninguém estranhou que militância e parlamentares tivessem a mesma posição diante de um tema notadamente polêmico?

Mas vamos lá. E comecemos pela tão alardeada e comemorada ―neutralidade da rede‖, prevista no artigo nono e parágrafos:

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Art. 9º O responsável pela transmissão, comutação ou roteamento tem o dever de tratar de forma isonômica quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicação. § 1º A discriminação ou degradação do tráfego será regulamentada nos termos das atribuições privativas do Presidente da República previstas no inciso IV do art. 84 da Constituição Federal, para a fiel execução desta Lei, ouvidos o Comitê Gestor da Internet e a Agência Nacional de Telecomunicações, e somente poderá decorrer de: I – requisitos técnicos indispensáveis à prestação adequada dos serviços e aplicações; e II – priorização a serviços de emergência. § 2º Na hipótese de discriminação ou degradaçãodo tráfego prevista no § 1º, o responsável mencionado no caput deve: I – abster-se de causar dano aos usuários, na forma do art. 927 do Código Civil II – agir com proporcionalidade, transparência e isonomia; III – informar previamente de modo transparente, claro e suficientemente descritivo aos seus usuários sobre as práticas de gerenciamento e mitigação de tráfego adotadas, inclusive as relacionadas à segurança da rede; e IV– oferecer serviços em condições comerciais não discriminatórias e abster-se de praticar condutas anticoncorrenciais. § 3º Na provisão de conexão à Internet, onerosa ou gratuita, bem como na transmissão, comutação ou roteamento, é vedado bloquear, monitorar, filtrar ou analisar o conteúdo dos pacotes de dados, respeitado o disposto neste artigo. (em todas as transcrições do texto aprovado, os grifos são nossos)

Então não vai poder discriminar ou diminuir o tráfego? CLARO QUE VAI! Desde que isso seja avisado e pactuado pelas partes. O que, considerando todo nosso sistema jurídico, é algo não só legítimo como até mesmo óbvio (não seria cabível uma lei PROIBINDO duas partes de realizar um contrato dentro das regras constitucionais de negociação de serviços e preços).

Contratante e contratado, portanto, têm todo o direito de estabelecer as condições de sua relação. É plenamente razoável, especialmente em busca de ajustar preços e condições, que as partes discriminem algumas especificidades do serviço objeto do contrato.

Circulou pela web uma imagem pintando um quadro de terror caso o Marco Civil não fosse aprovado, pois, sem ele, as operadoras poderiam contratar planos específicos, inclusive indicando sites que teriam velocidades menores ou de acesso mediante pagamento extra (algo que até hoje nunca foi feito). Pois é justamente o texto aprovado pelo Marco Civil que REGULA e PERMITE isso. Sim, as operadoras podem, mediante contrato e seguindo os termos estabelecidos pelo artigo 9º e parágrafos, realizar essa discriminação nos serviços.

Ou a militância é excessivamente burra, ou não leu o texto aprovado ou tem a mais inescapável má-fé. Na prática, não mudou nada, pois o atual Código de Defesa do Consumidor já veda esse tipo de coisa (desde que não haja previsão em contrato).

Quanto ao mais, vale esclarecer: o CGI (Comitê Gestor de Internet) será ―ouvido‖, ou seja, terá função consultiva e não decisória (o que também é óbvio, mas a militância tenta passar ideias equivocadas acerca disso). Não haverá poder de veto nem nada do tipo. Na prática, trocam documentos de ―sugestão‖ e fim de papo.

E essa consulta será feita quando da regulamentação da lei pela Presidência da República, ocasião em que serão dispostos os termos de PERMISSÃO da discriminação e diminuição da velocidade (ou seja, a não-neutralidade da lei mediante contrato). As operadoras, portanto, incluirão cláusula ou parágrafo explicando como isso se dará e tudo será permitidíssimo.

Também não contaram isso a vocês, né? Pois agora segurem o PACOTAÇO que vem de carona com a ―neutralidade‖.

As barbaridades já começam no segundo artigo do projeto de lei:

Art. 2º A disciplina do uso da Internet no Brasil tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão, bem como:

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I – o reconhecimento da escala mundial da rede;

II – os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da cidadania m meios digitais; III – a pluralidade e a diversidade; IV – a abertura e a colaboração;

A tara esquerdista pelos ―direitos humanos‖ (não os reais, aqueles elencados na

Declaração Universal da ONU, mas os que embasam a luta ideológica da esquerda e que excluem, entre outras categorias de seres humanos, os reaças, policiais etc.), pelo ―exercício da cidadania‖ e pela ―finalidade social‖ parece coisa inocente, mera perfumaria para agradar os corações mais sensíveis. Ledo engano.

Como não há letra morta na lei, essas expressões são o ponto de partida para movimentos sociais, ONGs defensoras de gêneros, etnias, orientações sexuais e ―excluídos‖ em geral intentarem ações contra provedores, sites, blogs, perfis de redes sociais e qualquer outro gerador de conteúdo que, no entendimento desses grupos, não esteja usando a internet de acordo com tais diretrizes, agora expressas em lei. A internet, que deveria ser uma ferramenta para o pleno exercício da liberdade de expressão, quando é ―aprimorada‖ pelos progressistas mostra, já no início do seu ―marco civil‖, suas garras contra o que não seja o pensamento dominante.

Art. 10. A guarda e a disponibilização dos registros de conexão e de acesso a aplicações de Internet de que trata esta Lei, bem como de dados pessoais e do conteúdo de comunicações privadas, devem atender à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem das partes direta ou indiretamente envolvidas.

§ 1º O provedor responsável pela guarda somente será obrigado a disponibilizar os registros mencioados no caput, de forma autônoma ou associados a dados pessoais ou outras informações que possam contribuir para a identificação do usuário ou do terminal, mediante ordem judicial, na forma do disposto na Seção IV deste Capítulo, respeitado o disposto no artigo 7º. § 2º O conteúdo das comunicações privadas somente poderá ser disponibilizado mediante ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, respeitado o disposto nos incisos II e III do art. 7º. § 3º O disposto no caput não impede o acesso, pelas autoridades administrativas que

detenham competência legal para a sua requisição, aos dados cadastrais que informem qualificação pessoal, filiação e endereço, na forma da lei. Quem pode sentir segurança quanto à inviolabilidade de seus dados diante de uma expressão tão genérica quanto ―autoridades administrativas que detenham competência legal para sua requisição‖? Agora, imaginem essa ―autoridade administrativa‖, que porventura considere seu blog, site, perfil de twitter ou facebook contrário à ―finalidade social da rede‖. Esse cara aí, um progressista cheio de boas intenções provavelmente, pode solicitar SEM ORDEM JUDICIAL sua qualificação pessoal, filiação e endereço. Vejam como o Marco Civil avançou… direto na jugular da sua intimidade!

Art. 13. Na provisão de conexão à Internet, cabe ao administrador de sistema autônomo respectivo o dever de manter os registros de conexão, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de um ano, nos termos do regulamento. § 1º A responsabilidade pela manutenção dos registros de conexão não poderá ser transferida a terceiros.

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§ 2º A autoridade policial ou administrativa ou o Ministério Público poderá requerer cautelarmente que os registros de conexão sejam guardados por prazo superior ao previsto no caput. § 3º Na hipótese do § 2º, a autoridade requerente terá o prazo de sessenta dias, contados a partir do requerimento, para ingressar com o pedido de autorização judicial de acesso aos registros previstos no caput.

Não é da conta de ninguém quanto tempo você ficou conectado na internet, que horas você costuma acessar a rede, qual o IP utilizado, etc, etc… certo? Não era. Se antes o armazenamento desses dados dependia de uma autorização expressa e pessoal (aqueles termos e condições de uso que você escolheu não ler para acessar logo o site ou aplicativo), agora você não precisa mais se martirizar pela displicência. O Estado obrigará os provedores de sistemas a armazenar tudo, por um ano.

Com o Marco Civil, você não precisa mais ler e aceitar os termos de condições. O Estado já fez isso por você.

―Ah, mas é só armazenamento, ninguém vai acessar isso como bem entender e, ainda assim, é só por um ano‖, dirão os ―empreendedores esforçados‖, que tanto comemoraram a aprovação do Marco. Seria, não fosse a possibilidade de extensão desse prazo, mediante requisição de ―autoridade policial ou administrativa‖. Qual autoridade administrativa? Perguntará o incauto. Aquela definida por um decreto ou portaria do executivo, fique tranquilo.

Art 15. O provedor de aplicações de Internet constituído na forma de pessoa jurídica, que exerça essa atividade de forma organizada, profissionalmente e com fins econômicos, deverá manter os respectivos registros de acesso a aplicações de internet, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de seis meses, nos termos do regulamento. § 1º Ordem judicial poderá obrigar, por tempo certo, os provedores de aplicações de Internet que não estão sujeitos ao disposto no caput a guardarem registros de acesso a aplicações de Internet, desde que se tratem de registros relativos a fatos específicos em período determinado. § 2º A autoridade policial ou administrativa ou o Ministério Público poderão requerer cautelarmente a qualquer provedor de aplicações de Internet que os registros de acesso a aplicações de Internet sejam guardados, inclusive por prazo superior ao previsto no caput, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 13. § 3º Em qualquer hipótese, a disponibilização ao requerente, dos registros de que trata este artigo, deverá ser precedida de autorização judicial, conforme disposto na Seção IV deste Capítulo.

Os defensores mais extremados do marco civil, aqueles aferrados atavicamente à tutela

estatal, ou mesmo aqueles que já vislumbram boas oportunidades (afinal, para dar conta destas novas obrigações e demandas, tanto as empresas quanto o poder público terão que contratar empresas, serviços, consultorias especializadas, adquirir novos equipamentos, enfim, uma rede de interesses e negócios nada neutra), ainda podem ter a cara de pau de dizer: ―Ah, mas saber que horas eu acesso a internet ou quanto tempo eu fico conectado não me prejudica em nada‖. Então, o art. 15 veio para intervir e monitorar também o conteúdo de suas navegações, amigo internauta. Agora, todas as empresas provedoras de internet têm não só respaldo legal, mas a OBRIGAÇÃO de armazenar seu histórico de navegação por SEIS MESES. Pode apagar o histórico do seu navegador, abrir janela anônima, queridão, não vai adiantar. Seu provedor de internet não só estará guardando tudo (tudo bem, provavelmente ele já esteja fazendo isso hoje, graças ao ―termo e condições de uso‖ que você não leu mas concordou), como estará amparado em lei para fazer isso.

As ―autoridades policiais ou administrativas‖, por seu turno, podem pedir a prorrogação desse prazo de armazenamento por mais tempo, caso você não esteja usando a internet para respeitar os direitos humanos ou desenvolver sua personalidade. Tudo feito com muita neutralidade…

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Enfim A essa altura, muitos de vocês não devem estar nada felizes com o texto aprovado. Na verdade, quase ninguém está. Vocês foram enganados e todos nós, gostando ou não do novo ―Marco‖, poderemos estar sob a tutela dessa péssima lei – caso seja aprovada pelo Senado.

Os felizes, raros, são aqueles que terão um novo mercado profissional com as obrigações geradas. Deixa eu adivinhar… Foram justamente eles que disseram ser essa uma boa lei, né? Dava para imaginar. Para esses, o Marco Civil reservou um filé: recursos públicos. Vejam o que a Lei prevê como ―Atuação do Poder Público

Art. 22. As iniciativas públicas de fomento à cultura digital e de promoção da Internet como ferramenta social devem: I – promover a inclusão digital; II – buscar reduzir as desigualdades, sobretudo entre as diferentes regiões do País, no acesso às tecnologias da informação e comunicação e no seu uso; e III – fomentar a produção e circulação de conteúdo nacional. Art. 23. O Estado deve, periodicamente, formular e fomentar estudos, bem como fixar metas, estratégias, planos e cronogramas referentes ao uso e desenvolvimento da Internet no País.

Sabem o que significa ―promover a inclusão digital‖? Num país com as ideias no lugar seria fomentar a concorrência para diminuir preços e melhorar qualidade de serviços, viabilizar infraestrutura de transmissão de dados, dar segurança jurídica para investimentos de longo prazo.

No Brasil, a expressão significa: grupos de estudos, seminários, debates, simpósios, cartilhas, capacitações, tudo devidamente custeado com dinheiro público para ensinar o ―cidadão‖ a ser ―digitalmente incluído‖ (sempre respeitando os direitos humanos e desenvolvendo sua personalidade, não podemos esquecer).

Esses dois artigos são sob medida para financiar mais um braço de doutrinação cultural, com o nome fantasia de ―promoção da cidadania‖.

Enfim, LEIA o projeto de lei aprovado pela Câmara, tire suas próprias conclusões, não caia na conversa dessa militância que se diz em favor de ―direitos‖, especialmente quando TODOS os partidos da Câmara concordam com essas ―liberdades‖.

Lembremos todos de fazer pressão quando o projeto chegar ao Senado. Em caso de dúvidas, peça para o militante que o convenceu a apoiar o Marco Civil que explique os artigos comentados neste post. E espere sentado.

(FONTE: O Implicante)

Fonte: http://blog.jornalpequeno.com.br/linhares/2014/03/28/marco-civil-se-voce-esta-comemorando-e-porque-nao-leu-o-texto-aprovado/ - Acesso em 14 abril de 2014.

19ª questão CONSIDERE a crítica veiculada para RELACIONAR o texto à charge que o ilustra. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

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Proposta de redação

Com base na leitura dos textos que compõem esta atividade e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema REGULAÇÃO DA INTERNET NO BRASIL, apresentando experiência ou proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. INSTRUÇÕES: - o rascunho da redação deve ser feita no espaço apropriado; - o texto definitivo deve ser feito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas; - o texto com até 7 linhas será considerado insuficiente e receberá zero; - a redação que fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.