atividade - leitura - eu tenho um sonho - 50 anos

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UniSantos Filosofia/ História Metodologia da Pesquisa II Prof. Paulo Fernando Campbell Franco Aluna: Sandra Teresa Alves de Jesus – Licenciatura em Filosofia – 2 o Semestre Proposta para um roteiro de Leitura Texto: Discurso de Martin Luther King – “Eu tenho um sonho” – 50 Anos 1. Quem é o autor? Martin Luther King nasceu em 15/01/1929 em Atlanta, Geórgia, EUA. Aos 19 anos, concluiu o Bacharelado em Sociologia na Morehouse College, ocasião em optou por seguir a carreira de seu pai e seu avô materno, ambos pastores da Igreja Batista Ebenezer, graduando-se em Teologia em 1951. Educado desde criança pra não se sentir inferior aos brancos e para amá-los, apesar de vivenciar brutalidade policial contra os negros e a injustiça dos tribunais, durante seus estudos no Crozer Theological Seminary, King amadureceu sua visão cristã do mundo e decidiu atuar na luta pelos direitos civis dos negros. Em Boston conheceu Coretta Scott, com quem se casou em 1953, em Marion, Alabama, e posteriormente teve quatro filhos. Em setembro de 1954 assumiu posição de pastor na Dexter Avenue Baptist Church, e no ano seguinte recebeu o Ph.D em Teologia pela Boston University. O ano de 1955 foi decisivo para a vida posterior de Martin Luther King. No final daquele ano, Rosa Parks, uma ativista dos direitos civis dos negros se recusou a obedecer a segregação racial dentro dos ônibus de Montgomery. Então, os moradores negros da cidade resolveram lançar um boicote contra essa segregação e

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Page 1: Atividade - Leitura - Eu Tenho Um Sonho - 50 Anos

UniSantos Filosofia/ História

Metodologia da Pesquisa II

Prof. Paulo Fernando Campbell Franco

Aluna: Sandra Teresa Alves de Jesus – Licenciatura em Filosofia – 2o Semestre

Proposta para um roteiro de Leitura

Texto: Discurso de Martin Luther King – “Eu tenho um sonho” – 50 Anos

1. Quem é o autor?

Martin Luther King nasceu em 15/01/1929 em Atlanta, Geórgia, EUA. Aos 19 anos, concluiu o Bacharelado em Sociologia na Morehouse College, ocasião em optou por seguir a carreira de seu pai e seu avô materno, ambos pastores da Igreja Batista Ebenezer, graduando-se em Teologia em 1951. Educado desde criança pra não se sentir inferior aos brancos e para amá-los, apesar de vivenciar brutalidade policial contra os negros e a injustiça dos tribunais, durante seus estudos no Crozer Theological Seminary, King amadureceu sua visão cristã do mundo e decidiu atuar na luta pelos direitos civis dos negros. Em Boston conheceu Coretta Scott, com quem se casou em 1953, em Marion, Alabama, e posteriormente teve quatro filhos. Em setembro de 1954 assumiu posição de pastor na Dexter Avenue Baptist Church, e no ano seguinte recebeu o Ph.D em Teologia pela Boston University.O ano de 1955 foi decisivo para a vida posterior de Martin Luther King. No final daquele ano, Rosa Parks, uma ativista dos direitos civis dos negros se recusou a obedecer a segregação racial dentro dos ônibus de Montgomery. Então, os moradores negros da cidade resolveram lançar um boicote contra essa segregação e King foi escolhido como presidente da associação criada para conduzir o boicote. Durante o boicote, a casa de King foi atacada por bombas lançadas pelos defensores da "supremacia branca". Mesmo assim, o boicote durou 381 dias e foi um sucesso, já que a Corte Suprema declarou a inconstitucionalidade da lei de segregação racial dentro dos ônibus do Alabama. Além dessa vitória, o boicote transformou Martin Luther King em uma figura conhecida nacionalmente por causa de sua atuação e de seus discursos contra o racismo e a favor da não violência.

2. Apresente, de forma concisa, o assunto do texto como um todo.

Em 28/08/1963 King realizou com 250 mil pessoas, a grande marcha sobre Washington, quando proferiu no Lincoln Memorial, o discurso “Eu tenho um sonho”. Respaldado numa trajetória de 100 anos de história, King faz um apelo pela unidade racial entre brancos, negros e as lideranças pela luta contra a segregação racial não pacífica.

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3. Identifique as principais ideias, afirmações e argumentos expostos no texto. Descreva como se relacionam entre si.

King inicia o discurso proferido aos pés da estátua do presidente Lincoln, evocando a proclamação de Emancipação (lei elaborada em 22 de setembro de 1862 pelo então referido presidente dos EUA e que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1863 abolindo a escravidão em todo o território confederado ainda em Guerra Civil), que à época de sua ratificação libertou um número mínimo de escravos, já que a escravidão tornou-se ilegal somente através da aprovação da 13ª Emenda Constitucional, fato que se deu em 1865.

A Constituição dos EUA também é citada por King, que a compara com uma nota promissória da qual todo americano seria herdeiro, reportando-se à busca dos direitos civis inalienáveis (que já nascem com o homem): à vida, à liberdade, ao respeito à dignidade humana e à busca da felicidade.

O episódio em que o então presidente Kennedy envia tropas da polícia para garantir a entrada dos alunos negros em uma Universidade, também é evocado para lembrar ao movimento que a luta não deveria arrefecer, porém King também faz referência à divergência que havia entre ele e o líder negro Malcom X, cujo lema era 'por qualquer meio necessário', desconfiando da proposta de integração com os brancos, e conclama a todos, sob forte influência dos ideais defendidos pelo líder espiritual e pacifista indiano Mahatma Gandhi, à união dos que lutavam pela liberdade (brancos e negros): "Não tentemos saciar nossa sede de liberdade bebendo do cálice da amargura e do ódio." e "Não poderemos caminhar sozinhos.".

Em seguida, King faz clara referência à Bíblia (Livro de Amós - Cap. 5:24 - "O que eu quero ver é antes a justiça correndo como o poderoso caudal de um rio - como uma torrente abundante de boas obras."), e mais adiante cita os quatro estados mais radicais em termos de segregação racial.

Destaca, ainda, o início do segundo parágrafo da Declaração de Independência dos EUA, de 1776 ("Consideramos essas verdades manifestas: que todos os homens são criados iguais".), mesma citação do presidente Barack Obama em seu segundo discurso de posse, em 20 de janeiro de 2013.

Mai s adiante, faz nova referência à Bíblia (desta vez, ao livro de Isaías, 40:4 -"Todo o vale será exaltado, e todo o monte e todo o outeiro será abatido; e o que é torcido se endireitará, e o que é áspero se aplainará"), quando diz: "Tenho um sonho de que um dia cada vale será elevado, cada colina e montanha será nivelada, os lugares acidentados serão aplainados, os lugares tortos serão endireitados, a glória do Senhor será revelada e todos os seres a enxergarão juntos."

Os versos iniciais do hino patriótico "América", cuja letra foi escrita pelo reverendo Samuel Francis Smith em 1831 com base na melodia do Hino da Inglaterra, e que durante parte do século 19 foi informalmente usado como Hino Nacional americano, também são citados por King nos momentos finais de seu discurso: "Meu país, é de ti, doce terra da liberdade, é de ti que canto. Terra em

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que morreram meus pais, terra do orgulho do peregrino, que a liberdade ressoe de cada encosta de montanha".

Martin Luther King encerra seu memorável discurso citando alguns versos da canção "Free At Last" um "spiritual" (também chamado de Negro Spiritual - gênero musical cuja aparição se deu nos EUA, com canções inicialmente interpretadas por escravos negros, os quais utilizavam movimentos rítmicos do corpo e batiam palmas como acompanhamento da música) do século XIX que aparece na compilação "American Negro Songs and Spirituals", feita por John Wesley Work Jr em 1910, que teve uma gravação célebre, feita em 1963, na interpretação de Sam Cooke e The Soul Stirrers: "... livres, enfim! Livres, enfim! Louvado seja Deus Todo-Poderoso. Estamos livres, enfim!".

Evocando temas universais e igualitários, King proferiu um discurso comovente. A frase chave "Eu tenho um sonho", deu o tom de esperança ao movimento da luta contra a segregação racial, e pelos direitos civis. Apropriando-se de versos bíblicos ou de canções nacionalistas, ele confere ao discurso a possibilidade de ampla interpretação, conquistando a adesão da quase totalidade daqueles que o ouviram.

4. Qual a importância do tema para o autor?

Para King, a luta pela liberdade, os direitos civis e o fim da segregação racial representava a possibilidade de todos os negros e outras minorias de seu pais viverem numa sociedade igualitária e justa.

5. Qual a importância do texto para o leitor? O texto informa? Esclarece?

O texto nos remete ao panorama histórico social que culminou com a marcha sobre Washington. A riqueza de universos evocados pelo autor, convida o leitor a uma pesquisa profunda sobre o tema dos direitos civis e da liberdade, bem como da igualdade entre as minorias, na segunda metade do século XX.

6. Identifique a questão (ou questões) que o autor apresenta e como procura responde-la(s). Qual (ou quais) a (s) questão (ou questões) que o autor deixa “em aberto”?

Para King, após cem anos de abolição da escravatura, a América ainda não havia sido capaz de igualar os direitos civis de negros e brancos, apesar de algumas pequenas conquistas. Propõe que o movimento valorize o momento para fazer valer sua voz e conquistar os tão desejados direitos e a igualdade de condições entre brancos e negros.

King acreditava que todas as conquistas pelas quais lutava só seriam possíveis através de uma a luta pacífica e a união entre as diversas vertentes do movimento, porém não apresenta nenhuma proposta concreta à qual as lideranças mais radicais, como a de Malcom X, possam aderir.

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A intenção do discurso de King era de sensibilizar as pessoas para problemas sociais graves e urgentes, e conclamá-las a unirem-se para conquistar os direitos civis e a igualdade entre brancos e negros, mas sem definir nenhum plano de ação ou propostas concretas de como fazê-lo.

7. Apontar (exemplificando) os senões do autor: por informação insuficiente, por exposição insuficiente e ou por análise incompleta.

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8. Quando a leitura obrigatória for composta de mais de um texto, compara-las apontando, inclusive, no que são complementares ou conflitivos.

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