atividade circense

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AUTORES CRISTIANE CASSONI GONÇALVES SANTOS MARCELA CARVALHO DOURADO ATIVIDADE CIRCENSE AÇÕES PEDAGÓGICAS NA LICENCIATURA E NO BACHARELADO

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Page 1: ATIVIDADE CIRCENSE

AUTORES

CRISTIANE CASSONI GONÇALVES SANTOSMARCELA CARVALHO DOURADO

ATIVIDADECIRCENSEAÇÕES PEDAGÓGICAS NALICENCIATURA E NO BACHARELADO

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ATIVIDADE CIRCENSE

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Conselho Regional de Educação Física

da 4a Região – CREF4/SP

Conselheiros

Ailton Mendes da SilvaAntonio Lourival LourençoBruno Alessandro Alves GalatiClaudio Roberto de CastilhoErica Beatriz Lemes Pimentel VerderiHumberto Aparecido PanzettiJoão Francisco Rodrigues de GodoyJose MedalhaLuiz Carlos Carnevali JuniorLuiz Carlos Delphino de Azevedo JuniorMarcelo Vasques CasatiMarcio Rogerio da SilvaMarco Antonio OlivattoMargareth AnderáosMaria Conceição Aparecida ContiMário Augusto CharroMiguel de ArrudaNelson Leme da Silva JuniorPaulo Rogerio de Oliveira SabioniPedro Roberto Pereira de SouzaRialdo TavaresRodrigo Nuno Peiró CorreiaSaturno Aprigio de SouzaTadeu CorrêaValquíria Aparecida de Lima Vlademir FernandesWagner Oliveira do Espirito SantoWaldecir Paula Lima

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ATIVIDADE CIRCENSE

Cristiane Cassoni Gonçalves Santos

Marcela Carvalho Dourado

Ações Pedagógicas na Licenciatura e no Bacharelado

2019

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Agência Brasileira do ISBN - Bibliotecária Priscila Pena Machado CRB-7/6971

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Comissão Especial da Coleção Literária 20 anos

da Instalação do CREF4/SP

Responsáveis, junto a diretoria do CREF4/SP, pela avaliação, aprovação e revisão

técnica dos livros

Prof. Dr. Alexandre Janotta Drigo (Presidente)Profa. Ms. Érica Beatriz Lemes Pimentel VerderiProf. Dr. Miguel de Arruda

Editora

Malorgio Studio

Coordenação editorial

Paolo Malorgio

Capa

Felipe Malorgio

Revisão

Joice Chaves

Imagens de capa

Freepik.com

Projeto gráfico e diagramaçãoRodrigo Frazão

Copyright © 2019 CREF4/SPTodos os direitos reservados.Conselho Regional de Educação Física da 4a Região - São PauloRua Líbero Badaró, 377 - 3o Andar - Edifício Mercantil FinasaCentro - São Paulo/SP - CEP 01009-000Telefone: (11) [email protected]

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Sumário

Apresentação .............................................................................................................. 7Introdução ................................................................................................................... 9

Atividade circense em um breve histórico ........................................................... 11Atividade circense e o mercado de trabalho ........................................................ 13Atividade circense na licenciatura ......................................................................... 17Atividade circense no bacharelado ........................................................................ 21Ações pedagógicas circenses .................................................................................. 25Organização de apresentações, festivais circenses e show de variedades circenses ........................................................................................... 29Planejamento de aulas circenses ............................................................................ 31As atividades circenses e suas contribuições nos domínios cognitivo, motor, afetivo e social .............................................................................................. 35

Modalidades Circenses ........................................................................................... 37 Modalidade aérea ................................................................................................. 39 Tecido ................................................................................................................... 40 Trapézio ................................................................................................................ 42 Elástico ................................................................................................................. 43 Bambu .................................................................................................................. 44 Lira ....................................................................................................................... 44 Corda indiana ....................................................................................................... 45 Corda marinha ..................................................................................................... 45

Modalidade Acrobática ........................................................................................... 45 Acrobacias de solo ................................................................................................ 45 Báscula .................................................................................................................. 46

Modalidades de Manipulação ................................................................................ 49Modalidades de Equilíbrio ..................................................................................... 51

Monociclo ............................................................................................................. 51 Perna de pau ......................................................................................................... 52

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Noções básicas sobre segurança, cuidados com equipamentos e preparação corporal .............................................................................................. 55 Modalidade Aérea ................................................................................................ 55 Perna de pau ......................................................................................................... 56 Modalidade Acrobática ........................................................................................ 56

Modelos de aulas...................................................................................................... 59 Modelo de aula I ................................................................................................... 59 Modelo de aula II .................................................................................................. 61 Modelo de aula III ................................................................................................ 62 Modelo de aula IV ................................................................................................ 63 Modelo de aula V ................................................................................................. 64

Referências ................................................................................................................ 65

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Apresentação

Esta é a segunda coleção literária que o Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região - CREF4/SP lança, dessa vez para comemorar os 20 anos da sua instalação. O fato histórico de referência é a Resolução 011 de 28 de outubro de 1999, publicada pelo CONFEF, que fixou em seis, o número dos primeiros CREFs e, entre eles, o CREF4/SP, com sede na cidade de São Paulo e jurisdição em nosso Estado.

Nesse momento, remeto-me à luta que antecedeu essa conquista, e que se iniciou com a “batalha” pela regulamentação de nossa profissão, marcada pela apresentação do Projeto de Lei nº 4.559/84, mas que somente foi efetivada pela Lei 9.696/98, passados 14 anos do movimento inicial no Congresso Nacional. Logo após essa vitória histórica, a próxima contenda foi a de atender aos requisi-tos estabelecidos pelas normas do CONFEF para a abertura de nosso Conselho, que à época exigia o registro de 2 mil profissionais. Com muito orgulho me lem-bro da participação de minha cidade natal - Rio Claro - neste contexto, por meio do trabalho iniciado pelo Prof. José Maria de Camargo Barros, do Departamento de Educação Física da UNESP. Vários professores e egressos dos Cursos se mo-bilizaram para inscreverem-se e buscarem novas inscrições em nossa cidade, tarefa na qual me incluí, tendo número de registro 000200-G/SP.

Atualmente o CREF4/SP é o maior Conselho Regional em número de regis-trados, com uma sede que, além de bem estruturada, está bastante acessível aos Profissionais que se direcionam para a capital, estando próximo às estações de metrô São Bento e Anhangabaú. Também conta com a Seccional de Campinas bem aparelhada e atuante em prol da defesa da sociedade e atendimento aos Profissionais de Educação Física. Tudo isso demonstra que esses 20 anos foram de muito trabalho e empenho para a consolidação de nossa profissão, e assim destaco a força de todos os Conselheiros do passado e do presente e dos valo-rosos empregados que ajudaram a construir esta realidade.

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Por isso insistimos em comemorar, agora os 20 anos do CREF4-SP, ofere-cendo aos Profissionais de Educação Física, aos estudantes, às instituições de formação superior, bibliotecas e à sociedade uma nova Coleção Literária com-posta de 20 obras, uma para cada ano do aniversário. Buscamos permanecer “orientando o exercício profissional, agindo com excelência, justiça e ética”, uma das missões de nosso Conselho.

Enquanto Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região (CREF4/SP) apresento a Coleção Literária em Comemoração aos 20 Anos da

Instalação do CREF/SP, composta por livros que procuraram acolher as neces-sidades do campo profissional, atendendo o quesito de diversificação de con-textos e de autores, priorizando temas inéditos em relação ao que vem sendo produzido por este Conselho.

O faço na esperança de que os Profissionais de Educação Física leitores dessas obras demostrem o mesmo empenho e amor pela profissão que seus próprios autores dedicaram, oferecendo seu tempo e cedendo os direitos au-torais dessa edição, tanto em relação ao livro físico quanto à versão digital de forma voluntária. Com esse gesto entram em conformidade com os pioneiros do CREF4/SP que assim o fizeram, e de certa forma ainda fazem, afinal não é por acaso que nosso lema atual é: “Somos nós, fortalecendo a profissão!”

Parabéns para nós Profissionais de Educação Física do Estado de São Paulo.

Nelson Leme da Silva Junior Presidente do CREF4/SP

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Introdução

O principal objetivo deste livro é mostrar que a linguagem circense é uma opção para a prática de atividade física, que irá proporcionar aos praticantes não apenas benefícios fisiológicos e funcionais por meio dessa prática prazero-sa, mas também desenvolvimento de aspectos psicossociais como autonomia, confiança, aumento da autoestima e socialização.

Ao longo deste livro desenvolvido com alegria pelas autoras, esperamos que fique evidente a relevância da inserção de atividades circenses no âmbito da Educação Física a fim de ampliar os conteúdos da cultura corporal com uma perspectiva lúdica. A seguir, uma breve descrição da ideia pela qual o trabalho foi estruturado.

A ideia é que este trabalho seja um guia para que o educador possa aplicar esses conhecimentos da melhor forma possível aos seus alunos, a fim de explo-rar toda a riqueza das atividades circenses, de modo que possa até ressignificar conceitos e valores a partir dessa proposta de trabalho pedagógico, com uma gama imensa de possibilidades.

A aposta é que este livro seja um convite ao profissional para experimentar um novo meio de aprendizagem relacionado às expressões artísticas, deslocan-do-se do ponto de vista costumeiro e tradicional da Educação Física, a partir do suporte e referências deste material.

Primeiramente, remontaremos das raízes do circo até os dias de hoje em um breve histórico, a partir das principais etapas de sua história. De um modo geral, como afirma Mário Fernando Bolognesi em seu livro Palhaços: “O circo é a exposição do corpo humano em seus limites biológico e social. O espetáculo fundamenta-se na relação do homem com a natureza, expondo a dominação e a superação humanas. (...). [Nele], os artistas não apresentam ‘interioridades’: eles são puro corpo exteriorizado, sublime ou grotesco, que se realiza e se ex-tingue na dimensão mesma do seu gesto”.

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Em seguida, abordará a grande gama de possibilidades das Atividades

Circenses no Mercado de Trabalho da Educação Física, em destaque na Licenciatura e no Bacharelado.

No capítulo Ação Pedagógica Circense, detalhará como a prática do circo poderá ser desenvolvida em um processo pedagógico utilizado atualmente em algumas escolas e academias, mostrando que a atividade circense tem um cará-ter formativo de um cidadão consciente de seu papel social.

No capítulo Organização de Apresentações, Festivais Circenses e Show

de Variedades Circenses será destacada a importância desses festivais no am-biente em que foi desenvolvido o trabalho com os alunos, pois é no momen-to da apresentação ou festival que o aluno refletirá sobre todo o aprendiza-do do período, irá trabalhar seu lado motivacional, autoestima e todo aspecto socioafetivo em conjunto com os colegas, além de se expressar culturalmente diante dos expectadores, em especial, seus familiares e amigos.

Na sequência, trará a importância do planejamento nas aulas circenses, pois o ato de planejar faz parte da história do ser humano, e não seria diferente nas montagens de aulas de atividades circenses. É neste momento que serão mapeados os objetivos e como alcançá-los a partir dos conteúdos selecionados.

Veremos uma breve descrição de como as atividades circenses contribuem para a formação do indivíduo de forma integral, pois exercem influência sobre os domínios cognitivo, motor, afetivo e social.

Por fim, a parte técnica, em que serão apresentadas todas as modalidades circenses com auxílio de imagens didáticas e descrições de exercícios. Além de um manual com exemplo de cinco aulas, capaz de dar forma a todo o conteúdo discutido no decorrer deste livro, unindo o conhecimento teórico à execução prática dos gestos.

Respeitável público, sejam bem-vindos ao encantador mundo do circo! Boa leitura!

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Atividade circense

em um breve histórico

Desde a mais remota forma de vida humana na Terra, atividades físicas são praticadas por inúmeras razões e necessidades. Vamos visitar brevemente, a partir de agora, os aspectos mais relevantes da trajetória da Atividade Circense em um tempo em que o homem ainda era um frequentador assíduo de caver-nas, mundo afora.

A História registra o nascimento das artes circenses na China. Foram des-cobertas pinturas de 5.000 anos atrás, de acrobatas, equilibristas e contorcionis-tas. Suas práticas eram caracterizadas como uma forma de treinamento para guerreiros promovendo o ganho de agilidade, flexibilidade e força.

Observadores apontam pinturas de malabaristas e paradistas nas pirâmi-des do Egito. Os grandes desfiles faraônicos exibiam animais exóticos como símbolo de ousadia territorial alcançada, caracterizando os primeiros doma-dores. Na Índia os registros de contorcionismo e o salto são tão antigos quanto a música, o canto e as danças. Todos integravam os espetáculos sagrados. Já na Grécia as paradas de mão, o equilíbrio mão a mão, os números de força e o contorcionismo, tornaram-se modalidade olímpica.

No ano 70 a.C., já era possível assistir exibições de jogos incomuns que mais tarde foram classificados como jogos circenses, mas o primeiro uso da palavra Circo como jogo de diversão veio com o Circo Máximo de Roma. No ano de 40 a.C., foi construído o Coliseu, uma arena de espetáculos, marcando o poder do Império Romano, a política do “Pão e Circo” de Júlio César, que fornecia a população o divertimento e o alimento necessários para que não houvesse ato revolucionário.

No início do século XIX as práticas circenses passam a ser condenadas e os exercícios físicos são evidenciados. Nesse período, a ginástica fortalece laços com a educação, transformando-se em ordenativa, disciplinadora, metodoló-gica e sistemática, aprisionamento diversas formas de linguagens de práticas

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Atividade Circense

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corporais para moldar e adestrar o corpo, buscando, sobretudo certa ordem coletiva de gestos, tendo como principais defensores higienistas e pedagogos.

A instituição escolar, fortemente influenciada pela instituição médica, aprovou e implantou os exercícios ginásticos dentro de sua prática, visando utilidade, economia de energia, moral e higiene, educando efetivamente o cor-po para um bom cidadão, para a estética da retidão

Entretanto, segundo Ruiz (1987), os artistas circenses não buscavam uma economia de energia do movimento e sim ter no corpo o entretenimento, a espontaneidade, liberdade – que fora aprisionado pelas doutrinas – buscando renascer antigas formas, bem como o advento de novas, despertando, sobretu-do para as dissonâncias da sociedade naquela época.

A ausência de regras fixas mostrava outra forma de viver, uma forma que rompia com as ordens institucionais, seus modos de vida desapareciam com as linhas de fronteiras e sem a fixação de um lugar para viver. Ao contrário de objetivos higienistas, o circo objetivava encantar, despertar na plateia os risos, as gritarias e as mais diversas sensações de medo, suspense e alegria.

Apenas ao final do século XX ocorre à expansão das práticas circenses na sociedade brasileira. Segundo Torres (1998), o circo não escapou das mudanças tecnológicas globais. Com o surgimento de outras formas de entretenimento, desenvolvimento dos grandes centros urbanos, mudanças na organização e ad-ministração o circo deu campo a empresas, e surgem assim as escolas circenses.

Tal prática vem atraindo a atenção de profissionais que se dedicam as ati-vidades, cujas temáticas coincidem com o circo em alguns dos seus aspectos. A partir da expansão dessa prática na modernidade observa-se sua utilização no âmbito social, educacional, recreativo, além do lazer e da saúde.

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Atividade circense

e o mercado de trabalho

Atividadecircense

Atividadefísica ArtísticoCondicionamento

físico Educativo

Saúde ProfissionalPreparação física Formativa

Bem-estar Clas. circensesGeral Educar

Lazer Eventos, festasEspecífica Estimular

Superação Artista empreendedor

Para outras modalidades Preparar

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Atividade Circense

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A Atividade Circense possibilita o trabalho global do indivíduo no desen-volvimento das capacidades físicas e de superação e pode ser praticada como uma opção de atividade física independentemente da faixa etária, sexo e nível de habilidade.

Promove uma grande satisfação pessoal, proporcionando a aprendizagem e o bem-estar por meio de experiências que contribuem para a realização de movimentos e elementos específicos e diferenciados.

O profissional de educação física poderá ministrar aulas das diferentes mo-dalidades circenses em clubes, academias, administrar cursos ou oficinas avul-sas, até mesmo para alunos com necessidades especiais.

Sendo assim, vamos apresentar áreas de atuação, campos de trabalho e suas interfaces com a Atividade Circense.

Preparaçãofísica

Para outras modalidadesGeral Específica

O condicionamento físico geral e específico é parte integrante da Atividade Circense que se caracteriza pelas variadas possibilidades de movimentos e posicionamentos.

Como parte da preparação física para as diversas modalidades esportivas proporciona o domínio do corpo e o autocontrole, por meio do aperfeiçoamen-to do esquema e da consciência corporal.

A diversidade e variedade de movimentos e situações levam a orientação espaço-temporal e à educação do movimento em busca da harmonia no equilí-brio entre o máximo e o mínimo para a superação de limites.

Permite a aquisição de um bom potencial acerca das habilidades e capaci-dades físicas ampliando o repertório motor, possibilitando uma melhoria no condicionamento físico para a prática de diferentes modalidades esportivas.

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Atividade circense e o mercado de trabalho

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O circo é uma atividade de base formativa e educativa, que favorece uma diversidade de experiências motoras.

A proposta deve apresentar evoluções significativas em um espaço com aparelhos diversificados e específicos.

A Atividade Circense aplicada no contexto educacional deve proporcionar a obtenção de uma cultura corporal a partir de uma aprendizagem motivante.

Formativa

PrepararEstimular Educar

Saúde

SuperaçãoBem-estar Lazer

A Atividade Circense possibilita o trabalho global do indivíduo na pro-moção da saúde, no desenvolvimento das capacidades físicas, sendo assim pode ser adotado como medida de intervenção no combate ao sedentarismo, assim como na redução do risco de desenvolver doenças, incluindo diabetes, hipertensão, cardiopatias e principalmente obesidade nesta perspectiva tem-se a seguinte hipótese: a prática da Atividade Circense é uma opção de atividade física, capaz de proporcionar benefícios na fisiologia do tecido adiposo.

Artístico

EventosProfissional Empreendedor

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Atividade Circense

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O artista circense profissional tem possibilidade de trabalhar em compa-nhias de circo nacionais e internacionais, itinerantes ou não, em espetáculos de circo, teatro e dança, em eventos festas, ou mesmo abrir sua própria companhia entrando no mercado como artista empreendedor.

São capacitados para audições internacionais de grande porte como o Barnum & Bailey Ringling Brothers e Cirque du Soleil entre outras.

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Atividade circense

na licenciatura

A organização das primeiras sociedades da História tinha uma estrutura matriarcal, em que a mulher tinha uma forte correlação simbólica com a na-tureza e assim, detinha uma grande compreensão do mundo ao seu redor e já fazia parte dessas vidas o coletivismo e o sedentarismo. Esse último devido aos fenômenos femininos, como ciclo menstrual, geração de novas vidas e ainda a amamentação. Por causa disso, as mulheres eram tidas como uma espécie de deusas, como uma microrrepresentação da mãe natureza e com isso, as mulhe-res eram de compreensão misteriosa pelo sexo oposto.

Sendo assim, nesse tipo de organização social, a terra é de todos, as crian-ças são criadas comunitariamente, os fenômenos naturais ainda não são bem compreendidos e por isso, são saudados com fervor a cada ciclo anual, que eram marcados pelo término e início de cada colheita, nos solstícios de verão e inverno. Neste modelo de civilização, vemos claramente que não há neces-sidade de divisão de terras e muito menos de doutrinar o corpo, já que não existem classes sociais dominantes para terem necessidade da força física das classes escravas, e nem a necessidade de guerreiros para a defesa ou conquista de novos territórios.

Destaca-se nessas civilizações, a dança. Segundo Vitor Marinho de Oliveira, em seu livro O que é a educação física, “a dança primitiva podia ter carac-terísticas eminentemente lúdicas como também um caráter ritualístico, onde havia demonstrações de alegria pela caça e pesca feliz ou a dramatização de qualquer evento que merecesse destaque, como os nascimentos e os funerais. Além disso, os primeiros povos perceberam que o exercício corporal, produ-zindo uma excitação interior, podia levá-los a estados alterados de consciência. Acompanhadas por ruídos que tinham por fim exorcizar os maus espíritos, estas danças duravam horas ou mesmo dia, levando os seus praticantes a acre-ditar estarem entrando em contato com o poder dos deuses”.

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Atividade Circense

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Em dado momento, as mulheres começaram a passar por um processo de questionamentos sobre sua inferioridade pelos homens que as idolatravam.

Além disso, com o ser humano sedentário e o início das buscas por posse de novas terras, podemos imaginar o que acontecia quando os grupos nômades encontravam os grupos sedentários.

E por essas razões, os homens começaram a construir armas, dando início à Idade dos Metais, com o intuito de controle da natureza, onde podiam caçar e estocar seu alimento, e neste momento, passam a subjugar as mulheres, já que essas novas habilidades estão associadas à robustez física, e não mais à solida-riedade, à bondade e ao coletivismo.

Já que agora o homem se sente capaz de dominar a mãe natureza, porque continuaria idolatrando uma suposta “mera representação simbólica” dela, ou seja, a mulher? É nesse momento que as civilizações deixam de ser matriarcais e passam a valorizar o masculino. E isso vem se estender até os dias de hoje.

Então, os territórios passam a ter proprietários, surge a hereditariedade e os homens têm como objetivo principal concentrar e acumular poder. E final-mente, a necessidade de doutrinar corpos vira uma realidade.

Em um salto histórico, iremos para a Antiguidade Oriental e destacare-mos as práticas esportivas da Índia e do Egito, e principalmente da China, que tem a história mais antiga dos esportes, por isso foi a maior influenciadora na Educação Física do Extremo Oriente, uma vez que os habilidosos chineses nes-sa época já praticavam caça, lutas, natação, esgrima, hipismo e até um esporte chamado “tsu-chu”, que se assemelha ao nosso futebol.

Segundo Adriano José Rossetto, autor do livro Jogos educativos: estrutura

e organização da prática, “Os jogos e os esportes, como fenômenos sociais, podem ser entendidos como moderadores do comportamento humano, capa-zes de canalizar o impulso agressivo presente no desenvolvimento social do homem ao longo do tempo. (...). Esse processo foi fundamental para a huma-nidade desenvolver-se em torno de leis que pautassem o comportamento e a convivência, que atualmente conhecemos como direitos humanos”.

De um modo mais amplo, podemos dizer que os jogos são uma das princi-pais raízes da cultura humana. Eles estabelecem relações entre os homens das mais variadas formas, se manifestando como uma espécie de elemento forma-dor da humanidade. A partir do conceito semiótico do jogo – como a existência de regras pré-estabelecidas e a determinação do tempo que durará essa espé-cie de transição do corpo físico para uma segunda realidade, em que a vida cotidiana fica provisoriamente suspensa – podemos estabelecer um paralelo com peças teatrais, apresentações musicais ou espetáculos circenses, entre ou-tros. Por isso, podemos dizer que o circo e a Educação Física estão diretamente

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Atividade circense na literatura

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relacionados, já que ambos compõem diferentes tipos de jogos e com isso, fa-zem parte da formação social em qualquer sociedade.

“Nesse ambiente, [qualquer] equipe passa a ser entendida como um mi-crossistema social complexo e dinâmico (...)”, ressalta Adriano José Rossetto. É de suma importância que as regras do jogo sejam claras e sujeitas à discussão.

Já na Grécia Antiga, berço da cultura ocidental, ficam bem evidentes as práticas corporais, presentes tanto no vigor físico dos atletas olímpicos, com forte apelo artístico dando conotação espetacular e cultural, como nos corpos saudáveis e aptos para finalidades militares de conquistas de novos territórios. Até mesmo aqueles que não eram nenhum dos casos citados anteriormente ain-da se exercitavam nas tarefas da vida diária, fosse plantando, colhendo, arando terra ou cuidado de animais.

Partindo para o início do século XIX, aponta uma figura importante, o co-ronel espanhol Francisco Amoros era adepto da corrente pedagógica higie-nista, fortemente ligada à prática militar, que acabou sendo estendida para o ensino da Educação Física. Amoros criou um ginásio, o Real Instituto Militar Pestalozziano e formatou pedagogicamente atividades já conhecidas pelos cir-censes, como hipismo e esgrima.

Porém, toda a rigidez desse processo pedagógico doutrinador exclui a lu-dicidade dos movimentos e sua espontaneidade, elementos importantes no as-pecto artístico das mesmas modalidades praticadas pelas trupes de rua. Assim, são criadas as primeiras ginásticas a serem ensinadas nas escolas, com a finali-dade de produzir corpos saudáveis para servirem a jornadas diárias em fábri-cas na época do desenvolvimento urbano e industrial.

Essa visão mecanicista entre o homem e seu corpo perdurou por muito tempo. Quando o professor João Luiz da Costa Barros em seu artigo O conceito

da corporeidade na formação e atuação dos professores de Educação Física:

licenciados em Educação Física, explica que a visão que se tem sobre o corpo tem de “evidenciar o ser humano como unidade que trabalha o movimento corporal em sua totalidade, em função de dois momentos: o ser humano e o mundo. Assim, poderemos arriscar dizendo que o sentido da corporeidade po-derá levar o processo de ensino e aprendizagem a uma nova perspectiva de abordagem da ética e da dignidade humana na prática pedagógica dos profes-sores de Educação Física nas escolas (...)”.

Então, de forma bastante lenta, essa perspectiva começa a integrar o pen-samento contemporâneo naturalmente. Aproximadamente há duas décadas, fala-se em cultura corporal em busca do entendimento da corporeidade, que conforme Jocimar Daolio em seu livro Educação Física e o conceito de cultura, “o termo ‘cultura’ parece definitivamente fazer parte da educação física, fato

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impensável há duas décadas e que sugere, no mínimo, que as ciências humanas têm influenciado a área. (...). O corpo era somente visto como conjunto de ossos e músculos e não expressão da cultura; o esporte era apenas passatempo ou ati-vidade que visava ao rendimento atlético e não fenômeno político; a Educação Física era vista como área exclusivamente biológica e não como uma área que pode ser explicada pelas Ciências Humanas”.

Ainda sobre a mesma ideia, Marcos Garcia Neira e Ricardo Ricci Uvinha, no livro Cultura corporal: diálogos entre Educação Física e lazer, discutem a “cultura corporal como algo que não apenas constitui a cultura humana, mas é também constituído por ela”. O intuito desses autores e o nosso, é evitar ao máximo que a diferença histórica entre os distintos grupos sociais seja acentua-da, e muito pelo contrário, que o conceito de cultura da Educação Física seja utilizado para diminuir essas diferenças por meio de discussões relacionadas à valorização do patrimônio cultural próprio de cada comunidade. Para isso, é necessário que a escola se utilize de uma variação de produções culturais que permitam evidenciar os distintos contextos em que são produzidas, de forma a se relacionarem.

Portanto, por meio das práticas circenses tratadas neste livro, é possível contribuir justamente com os dois aspectos – biológico e social – e o mais impor-tante, a melhor relação entre eles, mostrando para o profissional de Educação a possibilidade de utilização das práticas circenses no mercado de trabalho, apresentando os principais campos de atuação, como clubes, academias, cur-sos, escolas, oficinas, ou mesmo para alunos com necessidades especiais.

Uma outra possibilidade é a própria profissionalização dentro do universo artístico, ou seja, no mercado de companhias circenses nacionais e internacio-nais, fixas ou itinerantes, como também, companhias de teatro, dança, e no ramo de promoção de festas e eventos, são muitas as possibilidades.

A prática circense é inclusiva, ou seja, ela atende às mais variadas faixas etárias e aos mais diferentes níveis de habilidades e aptidão física inerentes aos indivíduos. Além de promover bem-estar, satisfação pessoal e superação, ou seja, não contribui apenas com a saúde no aspecto físico, mas também no socioafetivo das pessoas.

Sendo assim, podemos dizer que é uma experiência de base formativa, aplicada ao contexto educacional provê um conhecimento relativo à cultura corporal de forma motivadora. E com essas duas matrizes – circo como ativi-dade formativa e como opção de lazer visando a saúde – vamos começar nosso desafio no mundo do ensino-aprendizagem.

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Atividade circense

no bacharelado

Para entrarmos melhor nesse assunto, vamos primeiramente definir o que é saúde e depois relacioná-la ao exercício físico, às opções de lazer e, claro, às atividades circenses, naturalmente inseridas nesse contexto. Quem nos dá o conceito é o professor norte-americano, doutor em saúde pública, David C. Nieman. Em seu livro Exercício e saúde: como se prevenir de doenças

usando o exercício como seu medicamento, ele se baseia nos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), para sentenciar que a saúde é definida como um estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual, e não somente a ausência de doenças ou enfermidades, como muitos imaginam. Por isso, nessa sessão, falaremos primeiramente da saúde vinculada à prática de exercícios, para depois entrarmos nas opções de lazer, capazes de estimular, na maioria dos casos, grande parte dos itens mencionados acima.

Para que a prática de exercícios ou mesmo de atividades cotidianas possam ser efetivadas sem fadiga atingindo seu principal objetivo, isto é, contribuindo para a saúde de cada indivíduo, há, segundo Nieman, uma condição de ener-gia e vitalidade denominada aptidão física. Ela não se relaciona apenas com a saúde e com um menor risco de doenças crônicas, mas também com o nível de habilidade de cada um para o desempenho de determinada atividade.

Enquanto a aptidão física ligada à habilidade inclui itens como agilidade, velocidade, potência, equilíbrio, coordenação e tempo de reação, a relacionada à saúde tem mais a ver com três outros grandes componentes, que veremos mais detalhadamente: a resistência cardiorrespiratória, a composição corpórea ideal, e a aptidão musculoesqueléticas que, por sua vez, faz-se presente nos subitens força muscular, resistência muscular e, claro, flexibilidade.

Vale citarmos que a aptidão física relacionada à habilidade apresenta pouca relação com a saúde e com a prevenção de doenças. Isto quer dizer, que apesar de alguns indivíduos poderem ter má coordenação e não gostarem de praticar

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Atividade Circense

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esportes, eles ainda podem ser fisicamente treinados e saudáveis se praticarem exercícios aeróbicos e musculoesqueléticos regularmente, o que, inclui, por exemplo, alguns tipos de ginástica e, por que não, as atividades circenses?

É preciso entender melhor a aptidão física relacionada à saúde, sempre lembrando de transpor para as práticas e técnicas do picadeiro, a aplicação do conhecimento proposto por Nieman para as atividades físicas de modo geral. O primeiro componente capaz de ser mensurado dentro desse contexto é a resistência cardiorrespiratória, também conhecida como aptidão aeróbica. Como o próprio nome indica, ela se refere à capacidade de ajustar-se e recuperar-se, que os sistemas circulatório e respiratório possuem mediante as reações físicas do organismo humano após atividades aeróbicas, sejam elas de intensidade moderada ou vigorosa, como explica o autor.

Segundo pesquisas, quanto mais baixo o nível de resistência cardiorrespi-ratória, maior se torna o risco de morte prematura de uma pessoa. Daí a estreita ligação que esse item possui com as questões de saúde, e a atenção especial que médicos e especialistas dão cada vez mais à prática de exercícios físicos. Segundo Nieman, quando grandes massas musculares do corpo são envolvi-das em uma atividade contínua e rítmica, os sistemas: circulatório e respirató-rio aumentam suas atividades para fornecer oxigênio suficiente para queimar combustível e fornecer energia para os músculos que estão trabalhando. Com o aumento da resistência cardiorrespiratória, aumenta-se também a possibi-lidade de uma vida mais saudável, afastando o risco de doença coronariana, derrame, vários tipos de câncer, diabetes, pressão alta, obesidade, osteoporose, depressão e ansiedade.

O segundo componente da aptidão física a ser tratado, ao relacioná-la à saúde, é o da composição corpórea. Ele relaciona a proporção de gordura de um indivíduo ao seu peso corporal magro, isto é, àquele constituído de mús-culos, ossos e água.

Nos últimos tempos, o interesse sobre a mensuração da composição corpo-ral teve um crescimento enorme, em grande parte devido à sua relação com a saúde e com o desempenho esportivo. Muitos especialistas da saúde creem que junto ao não-consumo de cigarros, a manutenção do peso corporal em níveis ideais é um dos principais objetivos para a manutenção da saúde e a prevenção de doenças.

Por fim, as aptidões musculoesqueléticas, subdividas em força e resistên-cia muscular, e flexibilidade corporal, completam o quadro de aptidões físicas relacionadas à saúde. São inúmeros os benefícios obtidos neste sentido, com exercícios de musculação, capazes não apenas de aumentar a força, a resis-tência e o volume dos músculos, mas também a densidade óssea, visando a

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Atividade circense no bacharelado

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diminuição do risco de doenças como a osteoporose, e a força do tecido conjun-tivo, para não falar, é claro, de questões como a autoestima.

Do mesmo modo, os exercícios estáticos de alongamento que visam a uma maior amplitude de movimentação articular, isso é, uma melhor flexibilidade, embora muito recomendados por médicos, possuem pouca comprovação es-pecializada de que proporcionam, efetivamente, benefícios à saúde humana. No entanto, a experiência clínica de inúmeros profissionais da área sugere que três sessões semanais de posições mantidas por 10 a 30 segundos em cada arti-culação principal do corpo, e repetidas de três a cinco vezes, seriam capazes de prevenir lesões, aumentar a resistência a dores, melhorar a postura, diminuir o estresse, ou ainda trazer alguma melhora no tratamento de problemas como a lombalgia.

Em resumo, uma boa aptidão física assegura que o coração e os pulmões e todos os principais grupos musculares se desenvolvam enquanto as arti-culações são mantidas flexíveis e a gordura corporal é mantida em um nível saudável.

Entretanto não só de exercícios físicos se faz um corpo saudável. Para a saú-de ser contemplada de modo total, o bem-estar mental, social e espiritual têm também de estar em dia. E nada melhor do que práticas de lazer para obtermos um resultado mais abrangente na busca de uma qualidade de vida melhor.

O sobrepeso e a obesidade têm aumentado drasticamente, afetando cada vez mais crianças e adolescentes. Na origem desta situação parece estar pa-drões de comportamento alimentar em que se destacam consumos cada vez maiores de alimentos calóricos. Por outro lado, os níveis de atividade física es-tão muito reduzidos, pois a modernização trouxe implicações no estilo de vida da população. Esta tendência provoca aumento de doenças traduzindo custos elevados, assim como enorme impacto econômico.

Em virtude desta problemática, torna-se importante a inclusão de políticas públicas que contemplem a oferta de programas de exercício físico regular, ten-do como objetivo prevenir e tratar a obesidade o sobrepeso infantil, de forma a contrariar o aumento da taxa de crescimento e de prevalência.

Nessa perspectiva, a Atividade Circense apresenta-se como uma proposta de intervenção interessante por incorporar o aspecto lúdico, além de atender a diferentes biótipos, personalidades e objetivos devido à grande variedade de modalidades.

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Ações pedagógicas

circenses

Uma aula de Atividade Circense é dividida em três partes: inicial, princi-pal e final. O momento inicial dura, aproximadamente dez minutos e apre-senta atividades de efeito local, visando um aquecimento específico a partir de exercícios de alongamento, objetivando o desenvolvimento da flexibilidade. Segundo Monteiro (2000), os exercícios de efeito local são caracterizados pela solicitação isolada de determinado segmento corporal. As capacidades físicas desenvolvidas, a partir da realização desses exercícios, são força, resistência muscular localizada e flexibilidade.

A parte principal dura aproximadamente trinta minutos; nela observamos atividades de efeito geral que se caracterizam pela mobilização de uma massa muscular maior do que 1/6 da musculatura esquelética total por longo período de tempo, com intensidade moderada. Para Pollock et al. (1998), as ativida-des de efeito geral promovem adaptações no sistema cardiorrespiratório e nos processos celulares oxidativos. Outra característica da parte principal de uma aula de Atividade Circense são os exercícios acíclicos, assim classificados pela grande variedade de movimentos. Neste momento da sessão é comum a utili-zação do método circuitado que segundo Monteiro (2000), tem a finalidade de desenvolver a resistência cardiorrespiratória, assim como a resistência muscu-lar localizada.

A última parte de uma aula de Atividade Circense dura aproximadamente vinte minutos e nela encontramos atividades de efeito geral, com exercícios acíclicos. Entretanto, nesse momento da sessão, o método mais utilizado é o in-tervalado variativo, com o predomínio do metabolismo anaeróbio, por alterar o volume ou a intensidade durante a realização dos exercícios, como no trampo-lim acrobático, nos aparelhos aéreos (trapézio, tecido, corda e lira) e nos apare-lhos de destrezas de manipulação e equilíbrio (perna de pau, bola de equilíbrio e diferentes malabares), desenvolvendo tanto os componentes de aptidão física

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Atividade Circense

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relacionados à saúde como os relacionados às habilidades esportivas: agilida-de, velocidade, potência, equilíbrio, coordenação e tempo de reação.

Em suma uma aula de Atividade Circense assume uma diversidade e va-riedade de movimentos e situações que podem levar a orientação espaço-tem-poral e à educação do movimento em busca da harmonia e do equilíbrio. Pode permitir a aquisição de um bom potencial acerca das habilidades e capacida-des físicas, ampliando o repertório motor, possibilitando uma melhoria no condicionamento físico para a prática de diferentes modalidades esportivas. Contudo é necessário ampliar o conhecimento do papel da Atividade Circense sobre os componentes da aptidão física.

Para a saúde ser contemplada de modo total, o bem-estar mental, so-cial e espiritual deve ser considerado, segundo a Organização Mundial de Saúde(OMS). Sob essa perspectiva, as Atividades Circenses podem represen-tar um papel importante de vivências de bem-estar, favorecendo uma opção de atividade física diversificada devido à variedade de modalidades, que po-dem promover experiências afetivas e significativas. Uma vez que tal proposta procura democratizar, humanizar e diversificar a prática da atividade física, buscando ampliá-la de uma visão apenas biológica, para um trabalho que in-corpore a dimensão cultural, além de destacar que a atividade física deve per-mitir e estimular a vivencia de diferentes práticas corporais advindas das mais diversas manifestações culturais e que os conhecimentos construídos devem possibilitar a análise crítica dos valores sociais, contribuindo para a formação de um cidadão crítico, conhecedor da sua realidade e contexto, que seja capaz de transformá-lo quando necessário.

Pois, segundo Gallardo (2005), as práticas esportivas não devem possibili-tar exclusivamente o desenvolvimento motor. Devem oportunizar aos alunos conhecerem e assimilarem tudo aquilo que foi, e é produzido pelo homem em meio ao seu desenvolvimento cultural e social.

Analisando os trabalhos de Soares (2005), Sant’Anna (1996), Carbinatto (2004), entre outros, observamos que o circo como a maioria das atividades artísticas, estimula o processo criativo e proporciona uma liberdade de expres-são. Além disto, a Atividade Circense pode despertar a postura crítica dos alu-nos resultando em questionamentos do próprio sistema.

Segundo Soares (2005), isso ocorre porque as manifestações da cultura cor-poral circense propiciam ao corpo experimentar uma rede de signos (liberdade, desafio, aventura) a partir da vivência das diversas sensações (medo, suspense, alegria e superação).

Para Carbinatto (2004) essas manifestações invertem a ordem andando com as mãos, lançando-se ao espaço, contorcendo-se e encaixando-se em cestos,

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Ações pedagógicas circenses

cospem fogo, vertem líquidos inesperados, gargalham. Contradizem, dessa forma, os conceitos de corpo acabado, perfeito, fechado, limpo e isolado.

A essência das modalidades circenses é ousar, encantar e trabalhar para trazer novas possibilidades de gestos, ações e práticas humanas. Há nelas algo de convulsivo que se expressa em outra lógica, estimulando um olhar, uma postura, um comportamento crítico (Sant’Anna,1996).

Ao conhecermos as diferentes modalidades, podemos observar a contribui-ção das Atividades Circenses para os domínios: cognitivo (concentração, racio-cínio, imaginação, percepção e memorização), motor (tônus muscular, postura e flexibilidade) e afetivo (coragem, autodomínio e autoconfiança).

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Organização de apresentações,

festivais circenses e show de

variedades circenses

Assim como todas as outras etapas do percurso trilhado pelo aluno, o es-petáculo de final de ano é parte fundamental do processo de crescimento, não devendo ser visto de maneira isolada, e sim como o produto final resultante do processo de desenvolvimento de todo um conteúdo.

A ideia é que a apresentação dê margem a discussões capazes de trazer aos alunos uma reflexão sobre o significado do show, bem como uma melhor com-preensão da linguagem circense, de sua relação com a plateia e a importância da noção de cooperação para a qualidade de um espetáculo.

É um momento em que o praticante tem a possibilidade de expressar o que foi previamente assimilado e escolhido pelo grupo. Essa possibilidade de pôr em prática esses conhecimentos, potencializa algo que se revela cada vez mais importante para qualquer ser humano, isso é, a crença em sua própria capaci-dade, podendo compartilhar suas conquistas com plateias até mais importan-tes que a do dia da apresentação: familiares, amigos e outras pessoas queridas de sua vida.

Os praticantes da Atividade Circense se empenham em sua especialidade e então a diversidade e a criatividade se transformam em um grande espetáculo, criado a partir de uma lição que transcende o palco, como noções de trabalho coletivo, e de imaginação, por exemplo.

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Planejamento

de aulas circenses

O ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de transformar sonhos em realidade objetiva é uma preocupação marcante de toda pessoa, desde que o mundo é mundo. Em nosso dia a dia, sempre estamos enfrentando situações que necessitam de planejamento, mas nem sempre as nossas atividades diárias são delineadas em etapas concretas de ação, uma vez que já pertencem ao contexto de nossa rotina. Entretanto, para a realização de atividades que não estão inseridas em nosso cotidiano, usamos os processos racionais para alcançar o que desejamos.

As ideias que envolvem o planejamento são amplamente discutidas atual-mente, mas um dos complicadores para o exercício da prática de planejar pare-ce ser a compreensão de conceitos e o uso adequado deles.

Objetivos

Fornecer uma diversidade de experiências motoras, cognitivas e afetivas, possibilitando o domínio do corpo em situações inabituais em diferentes altu-ras, velocidades e deslocamentos com maior amplitude e dinâmica

Estimular a criaação da imaginação. Proporcionar contato com as Atividades Circenses enquanto expressão ar-

tística e conteúdo histórico-cultural. Valorizar a comunicação não verbal e a expressão por diálogos corporais. Desenvolver a capacidade de apreciação e execução da atividade artística

de forma crítica. Preservar o patrimônio histórico cultural em vista do universo circense. Contemplar a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais da

Educação Física, que procura democratizar, humanizar e diversificar a prática

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pedagógica da educação física, buscando ampliá-la de uma visão apenas bioló-gica, para um trabalho que incorpore a dimensão cultural.

Propiciar realizações corporais amplas já que as possibilidades dos circen-ses encontram-se no corpo e sua corporeidade encontra-se viva e criativa. Para os circenses o corpo não é o limite das potencialidades humanas, mas, pelo contrário, é o seu ponto de partida.

Possibilitar um olhar para o corpo como passagem e não como limite, pois neste universo o corpo é protagonista, com todas as suas diversidades e virtudes.

Conviver com o universo da arte circense para conhecer o fazer artístico, como experiência poética, como desenvolvimento das potencialidades, como experiência de interação, como forma, como produção cultural.

Promover situações que favoreçam os alunos a reconhecerem a diversida-de, respeitando sem qualquer discriminação as modalidades circenses e, sobre-tudo, seus participantes.

Conteúdos

Modalidade aérea

Considera-se uma modalidade aérea qualquer prática circense em que o praticante utilize aparelhos específicos suspensos (por corda, cabo de aço, rol-dana fixa, faixas, entre outros) de modo que seus truques, figuras, quedas e movimentos em geral aconteçam sem contato direto ou duradouro com o solo.

As ações realizadas variarão de acordo com o formato e as possibilidades de cada aparelho da modalidade aérea.

Os aparelhos trabalhados nesta modalidade são: tecido, lira, trapézio, cor-da indiana, corda marinha, elástico.

Modalidade acrobática

As acrobacias são combinações de saltos, rotações (giros) e momentos de equilíbrio (estático e dinâmico).

Para executar movimentos no solo, o aluno desenvolverá um controle ab-soluto sobre o corpo, além da capacidade de se manter imóvel sobre o ponto de apoio. Deverão aprender a dosar o impulso para atingir o lugar que lhes é determinado.

Flexibilidade dos músculos e força física são atributos que serão exigidos nesta modalidade e prosseguirão até que o esforço desapareça de suas apresen-tações, dando lugar à graciosidade e precisão.

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Planejamento de aulas circenses

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As práticas desenvolvidas nesta modalidade serão: acrobacias de solo, pirâmides, minitrampolim, trampolim acrobático (cama elástica) e mesa de dandes.

Modalidade de equilíbrio e manipulação

Além de desenvolver o equilíbrio, a agilidade e o controle motor, e estimular positivamente a cinestesia (propriocepção) do praticante, a ativi-dade regular desta modalidade pode ser uma importante ferramenta para alcançar outros objetivos pedagógicos, como o desenvolvimento de algu-mas qualidades físicas (força, resistência, flexibilidade), habilidades moto-ras (coordenação, ritmo), afetivas (autoestima, capacidade de superação, confiança).

Em função da dificuldade inicial de seu domínio, é exigido de seu prati-cante principiante muita dedicação, força de vontade, paciência e sobretudo persistência.

Os aparelhos mais conhecidos desta modalidade são: pernas de pau, bola de equilíbrio, arame, monociclo e malabares (clave, bola, aro, laço, prato).

Repertório de esquetes circenses

Esquetes mesclam a Atividade Circense com o teatro e o folclore, em que a magia e o encantamento do circo são colocados em esquetes humorísticas e poéticas: o mundo dos heróis e anti-heróis; o lirismo, a poesia; a misteriosa terra do fantástico; a estética da alma humana.

A versatilidade para incorporar todas as áreas do picadeiro a seus números é uma característica inerente ao cômico, que deve ser capaz de se desdobrar nas mais diversas especialidades.

É inclusive a partir desse conhecimento adquirido tecnicamente no picadeiro, que os cômicos esquematizam a apresentação de seus esquetes, mesclando às atividades circenses, elementos do teatro e do folclore, resgatando assim um universo lírico, misterioso, encantado, poético e profundamente versátil. Para isso, é de extrema necessidade que fisicamente o artista disponha das mesmas capacidades para sua performance, que um acrobata ou um equilibrista.

Propostas de atividade

Abordar técnicas circenses, seu histórico e aparelhos, com atividades lúdi-cas e técnicas, da liberdade e da estimulação criativa e espontânea.

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Apresentar um grande número de aparelhos e materiais para atender a diferentes objetivos; personalidades e biótipos, possibilitando a ampliação da consciência corporal.

Vivenciar diferentes habilidades motoras como força, resistência muscular, agilidade, ritmo, flexibilidade, equilíbrio e domínio corporal através de movi-mentos acrobáticos realizados nos aparelhos e materiais específicos do circo.

Organizar o espaço das aulas dividido em estações de técnicas circenses com tempo determinado em cada estação, para que o aluno possa ter a vivência física e psicológica, específica de cada exercício ou aparelho.

Desenvolver preparação corporal e condicionamento físico aliados à técni-ca circense, utilizando jogos de improvisação e expressão corporal.

Formas de avaliação

Observe algumas características do processo avaliativo das aulas de circo.

• FUNCIONAL: em função dos objetivos pré-determinados. • SISTEMÁTICA: avaliação planejada pelo professor.• CONTÍNUA: acompanha o processo do início ao fim. • INTEGRAL: consideramos todos os aspectos dos alunos (cognitivo, mo-

tor, afetivo).

Os tipos de avaliação utilizados são a formativa, ocorrendo durante todo o processo, etapa por etapa, fornecendo feedback e motivação e a diagnóstica, verificando as dificuldades dos alunos e identificando as possíveis causas.

Utilizamos as técnicas avaliativas da observação e a inquirição: perguntan-do e interrogando para conseguir informações sobre as habilidades cognitivas, afetivas e motoras dos alunos.

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As atividades circenses e suas

contribuições nos domínios cognitivo,

motor, afetivo e social

Domínio cognitivo (mental)

• Entender, tomar consciência, conhecer-se, saber reconhecer as exigên-cias de situações diversificadas proporciona o senso de orientação do corpo no espaço em diferentes posicionamentos, levando o aluno a de-senvolver seu potencial quanto a atenção, planificação, concentração, raciocínio, imaginação, memorização e percepção.

• Resultando em consciência corporal, adaptação em diferentes espaços: horizontal, vertical e planos alto, baixo e inclinado.

• Busca do equilíbrio em situações não habituais (suspensões, apoios, po-sições invertidas, rotações).

• Coordenação motora (solicitação simultânea do trabalho de membros superiores e inferiores).

Trabalho na orientação da postura e correções.

Domínio motor (Executar as ações propostas)

• O controle e a coordenação em diversas posições visam proporcionar o senso de orientação espacial em diferentes posicionamentos

• Tônus muscular e postura.• Melhoria das capacidades físicas (flexibilidade muscular, mobilidade

articular, força estática, dinâmica, explosiva e potência).

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Domínio afetivo (controle das emoções)

A adaptação ao que não é familiar como as posições invertidas, rotações, apoios e suspensões, a vontade de ser bem-sucedido e enfrentar desafios que a mobilidade sugere propicia o desenvolvimento da:

• coragem e ousadia;• determinação;• autodomínio, autoconfiança;• espírito de luta, perseverança.

Plano social (relação aluno x aluno e aluno x professor)

As participações nas atividades que envolvem a divisão de tarefas e o rela-cionamento possibilitam a socialização levando o praticante a manifestar:

• responsabilidade;• iniciativa;• disciplina;• respeito;• cooperação;• auxílio mútuo;• espírito crítico.

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Modalidades Circenses

Para que as técnicas circenses sejam verdadeiramente úteis à Educação Física de modo geral, vamos conhecer melhor sua aplicabilidade, e um pouco do histórico de cada modalidade.

É importante esclarecer que não pretendemos encerrar nessas linhas, as possibilidades de discussão e apresentação das principais técnicas e ideias ne-cessárias para a compreensão dos exercícios, mas sim de fornecer um panora-ma desse vasto e complexo arsenal de conhecimentos.

É valido esclarecer ainda que as formas de classificação dessas modalidades são diversas e que, por sua vez, elas têm de ser frequentemente discutidas e revistas. Um exemplo pode ser a que se baseia nos diferentes tipos de ação motora que envolvem cada modalidade. Outra possibilidade tem por referência o tamanho dos materiais utilizados, e assim por diante. O preferível, nesse último caso, é que se usem os materiais de pequeno porte como malabares, ou mesmo as modalidades que dispensam a utilização de qualquer tipo de apetrecho, democratizando o acesso a esse conhecimento e valorizando seu potencial didático.

Com isso, conseguiremos dar um passo a mais nessa busca de ressignificar os conteúdos da nossa cultura corporal, via uma postura lúdica e motivadora, e desenvolvendo itens como autonomia, confiança e, claro, socialização, por meio de valores como respeito, iniciativa, responsabilidade e disciplina. Isso estimula a criação da imaginação, apura o olhar para conteúdos artísticos e de contexto histórico-cultural e valoriza um tipo de comunicação não verbal, isso é, os chamados diálogos corporais. Daí a imensa contribuição do circo para os domínios cognitivo (concentração, raciocínio, imaginação, percepção, me-morização), motor (tônus muscular, postura, flexibilidade) e afetivo (coragem, autodomínio, autoconfiança).

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Se considerarmos, ainda, que as evidências das pesquisas científicas apon-tam para o fato de a atividade física regular diminuir o risco de muitas doenças, fortalecendo a maioria dos sistemas e melhorando a saúde psíquica, não há como não reconhecer o circo como uma grande opção de atividade física, capaz de proporcionar todos esses benefícios.

Veja as Atividades Circenses classificando-as em modalidades aéreas, acro-báticas, manipulação e equilíbrio.

ModalidadesCircense

Equilíbrio ManipulaçãoAérea Acrobática

Modalidade Aérea: caracteriza-se pelos movimentos que proporcionam pouco ou nenhum contato do praticante com o solo. A prática dessa modali-dade pode ser extremamente eficiente no estímulo da consciência corporal, ex-plorando novas percepções de tempo e espaço. Os aparelhos mais conhecidos e utilizados nessa modalidade são bem representados pelo tecido, trapézio, lira, elástico e cordas.

Modalidade Acrobática: caracteriza-se pela execução isolada, ou pela com-binação de alguns movimentos como saltos, rotações (giros) ou então exercí-cios de equilíbrio, tanto estático quanto dinâmico. Os movimentos e aparelhos mais conhecidos nessa modalidade são as acrobacias de solo, acrobalance, pi-râmides, báscula, mesa de dandes e trampolim acrobático.

Modalidades de Equilíbrio e Manipulação: as destrezas, tanto de equilí-brio quanto de manipulação, são modalidades que trabalham, sobretudo, itens como tempo de reação, coordenação, agilidade, ritmo e equilíbrio, estático e di-nâmico. Alguns aparelhos bastante conhecidos nesta modalidade são o mono-ciclo, a perna de pau, o arame, a bola de equilíbrio e todos os malabares (bolas, aros, pratos, claves, laços, diabolô e swings).

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Modalidade Aérea

Todas as práticas que proporcionam pouco ou nenhum contato do ar-tista com o solo são extremamente eficientes no estímulo da consciência corporal, explorando novas percepções de tempo e espaço são as chamadas modalidades aéreas.

Os aparelhos mais conhecidos e utilizados nesse primeiro grupo são bem representados pelos tecidos e pelo trapézio, além da lira, do elástico e das cor-das. Vamos conhecer a história de alguns deles e entender como devem ser aplicados de modo a terem seus efeitos benéficos potencializados e, claro, bus-cando minimizar os prejuízos acarretados por eventuais acidentes.

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Tecido

Modalidade relativamente recente no universo circense, se comparada a outras como os malabares e o trapézio, o tecido parece ter se desenvolvido no ocidente a partir de 1920 nos típicos cabarés alemães que surgiam na época, quando alguns artistas se dependuravam nas cortinas desses luga-res, executando suas manobras. No oriente, no entanto, a prática de acroba-cias aéreas com tecidos data de bem mais tempo. Futuramente, já nos anos 1980, o tecido teria se aprimorado na França, com a pesquisa de materiais adequados, chegando ao Brasil há aproximadamente – e não muito mais do que isso – quinze anos.

No início da aprendizagem de sua técnica recomenda-se que o tecido seja fixado a poucos metros do chão, ainda que posteriormente a altura ideal deva variar entre 4 e 12 metros. Essa modalidade de grande efeito plástico, visual e estético, em que o praticante desenvolve sua expressão corporal por meio de técnicas como as chamadas chaves de sustentação, pode ser desempenha-da com objetivos diversos (recreativo, educacional e profissional) e em lugares idem, tais como academias, teatros, escolas, boates, clubes etc., propiciando contribuições às atividades motoras por meio de um tipo de ginástica lúdica e relaxante, e sendo de aprendizagem mais fácil que outros aparelhos aéreos, por se moldar melhor ao corpo e às necessidades do praticante.

Segundo especialistas, a prática dessa modalidade traria benefícios ainda para a circulação e para a respiração, isso sem citarmos as questões afeti-vas de autoestima e confiança também contempladas de maneira particular. Alguns tipos de tecido: tecido liso, tecido marinho, doble tecido, tecido ao voo e variações.

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Trapézio

A despeito das modalidades aéreas em geral, o trapézio fixo é uma das que também merece destaque. Essa prática pode ter surgido na China há milha-res de anos como técnica de fuga, era utilizado principalmente pelas mulheres que estavam aprisionadas por causa do regime político da época. Além disso, sabe-se que no Renascimento, os artistas mambembes já utilizavam aparelhos semelhantes ao trapézio.

Além disso, também são levadas em conta, especulações sobre a relação dos exercícios aéreos, dos quais o trapézio parece ser o mais antigo, com as técnicas de nós e amarrações de cordas dos marinheiros, sem, no entanto, haver condições de estabelecer com precisão quem foi de fato o principal res-ponsável pela invenção, nem como essas modalidades se inseriram no circo, tempos depois.

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O trapézio nada mais é que uma barra de ferro de aproximadamente 70 cm suspensa por duas cordas amarradas em suas extremidades de modo a pos-suírem uma abertura de angulação pouco maior que 90º em relação à barra, para dar maior estabilidade ao artista na execução de seu número. Daí o nome trapézio, pelo formado geométrico que a estrutura assume. A distância que a barra deve ter do chão, por sua vez, varia de 1,5 a 4 m.

Elástico

Nesse aparelho, o circense efetua movimentos de subida e descida ao mes-mo tempo em que mortais de todos os tipos (grupado, estendido, duplo, para frente, para trás) podem ser efetuados. O praticante se prende a um cinto onde os elásticos ficam amarrados. Sobe então em um trapézio onde sentado ou de pé, realiza as quedas.

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Bambu

É um ferro tubular, antigamente feito de bambu, daí sua denominação. O aparelho fica suspenso, fixado ao teto, e possui estruturas onde o pé dos cir-censes serão presos: as chamadas estafas. É um aparelho utilizado sempre por duas pessoas, o portô e o volante, que realizam movimentos sincronizados, além de pegadas, em que o portô segura o volante de maneiras variadas.

Lira

É um aparelho circular que nos últimos tempos também tem sido encon-trado em diferentes formatos, como estrelas, quadrados, luas e triângulos, para citar alguns. É preso a um giro (distorcedor), que, por sua vez, se fixa ao teto, possibilitando que o circense execute movimentos circulares e pendulares, de rotação e translação.

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Corda indiana

É uma corda de sisal, recoberta por um tecido, e que pode ser encontra-da em algodão para diminuir atritos e possíveis escoriações no praticante. Como a lira, também possui um distorcedor, e, como todos os aparelhos aéreos, é suspenso do chão e preso ao teto. Nela o circense prenderá uma estafa para enganchar a mão, o pé, ou mesmo o pescoço. Nessa estrutura, a pessoa é girada em torno de si mesma pela sua dupla, enquanto se exibe efetuando poses.

Corda marinha

É semelhante à corda indiana, sendo, no entanto, presa pelas duas pontas, que devem se distar 3 m entre si, aproximadamente. O aparelho possibilita que o circense execute truques em balanço, quedas e poses.

Modalidade Acrobática

É própria da modalidade acrobática, a execução isolada, ou mesmo a com-binação de alguns movimentos tais como saltos, rotações (giros) ou então exer-cícios de equilíbrio, tanto estático quanto dinâmico. Os aparelhos mais conheci-dos nessa modalidade são: acrobacias de solo, acrobalance, pirâmides, báscula, mesa de dandes e trampolim acrobático.

Acrobacias de solo

Com a necessidade que desde os primórdios da humanidade o homem sen-tiu de dominar a natureza e, para tanto, seu próprio corpo, houve ao longo dos tempos o aperfeiçoamento de alguns gestos não habituais, isso é, daqueles ges-tos que não fazem parte do repertório motor elementar do ser humano. Nasceu daí, a acrobacia, que hoje assume várias formas e sentidos, visando ao caráter espetacular do movimento.

Na Grécia e no Egito antigos, por exemplo, evidências arqueológicas como pinturas, gravuras em baixo relevo, acusam desde aquela época a prá-tica de atividades nitidamente semelhantes às que hoje denominamos de acrobáticas.

Provavelmente por conta desse caráter fantástico, ligado ao univer-so mágico, improvável e inacreditável do gesto que subverte sua função original e cotidiana, é que as modalidades acrobáticas deixaram de inte-grar apenas as artes marciais e algumas outras manifestações, para fazer da lona circense um dos seus principais abrigos. Inúmeras são, portanto,

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as especialidades desenvolvidas a partir dessa técnica, podendo ainda ser combinadas, dando origem a novos desafios. Dessa forma, a acrobacia ga-nhou destaque, sendo considerada como um dos pressupostos para o me-lhor desempenho de um artista em cena, ainda que não seja, evidentemente, o único fator determinante.

Talvez o aspecto mais atraente de todas as suas características, seja o da transgressão, inclusive - ou sobretudo – aquele referente às leis da física, em que os elementos de improviso e espontaneidade do movimento são suprimi-dos dando lugar ao gesto preciso, obtido por meio de treinamento rígido, com repetições incansáveis, e visando a estupefação dos sentidos.

Alguns tipos de acrobacias de solo: rolamento para frente, rolamento para trás, estrela, ponte para trás, ponte para frente e flic-flac.

Báscula

Outro tipo bastante interessante de acrobacia é a báscula, prancha feita ge-ralmente de madeira, mas que pode ser também de fibra sintética, lembrando a estrutura de uma gangorra. É chamada também de báscula russa, devido à sua tradição no país, à semelhança de outros como Bulgária, Romênia e Ucrânia, ainda que haja também ótimos artistas chineses e coreanos na prática desse modelo impressionante e perigoso de acrobacia.

No aparelho, a necessidade do equilíbrio e do sincronismo entre ambas as pessoas que saltam, realizando as acrobacias, é imensa. Sugere-se no início dos treinos, a ajuda de um acompanhante para cada saltador, até que eles já estejam mais seguros e adaptados. O início, com certeza, será mais crítico. Um dos saltadores deverá flexionar os joelhos ao empurrar a báscula para baixo no momento de arremessar o outro saltador para cima. Esse movimen-to aumenta a força, impulsionando o outro saltador para cima, além de evitar erros e acidentes.

A partir daí, o picador (acrobata que faz a força de impulso) e o volante ou ágil (aquele que realiza a acrobacia nas alturas) terão com o tempo, treino, domínio corporal e confiança suficientes (em si próprios e também no outro) para desempenharem a manobra com variações mais complexas, incluindo saltos para fora da báscula, ou mesmo os perigosos saltos mortais.

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Modalidades Circenses

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Báscula

Trampolim acrobático

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Atividade Circense

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Pirâmides

Acrobalance

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Modalidades Circenses

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Modalidades de Manipulação

Nesta modalidade fazem parte os exercícios com bolas, aros, pratos, cla-ves, laços, diabolô e swings. Ela envolve habilidades específicas de coordenação motora e, como as destrezas de equilíbrio, também trabalham com eficiência tempo de reação, ritmo e agilidade.

A arte do malabarismo possui uma relação indispensável com a habilidade do praticante pois requer treino para qualquer que seja o tipo de execução, além de um evidente pendor artístico, pois exige uma expressão corporal para que o desenho das bolinhas seja mantido no ar, dando forma a um fascinan-te resultado estético, que inclui também o jogo de lançamento e recepção en-volvendo mais de uma pessoa. No entanto, malabarismos podem também ser realizados com claves, aros, diabolô, laço, bastão, prato, dentre tantos outros.

Clave

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Atividade Circense

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Aro Bastão

Diabolô

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Modalidades Circenses

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Modalidades de Equilíbrio

As destrezas de equilíbrio trabalham, sobretudo, itens como tempo de reação, coordenação, agilidade, ritmo e, claro, equilíbrio, estático e dinâmico. Alguns apa-relhos bastante conhecidos nesta modalidade são o monociclo, a perna de pau, o arame e a bola de equilíbrio, dos quais veremos, a partir de agora, os dois primeiros.

Não se pode determinar com certeza, mas acredita-se que o monociclo te-nha se desenvolvido a partir do processo de evolução da bicicleta, sobretudo do modelo criado pelo inglês James Starley em 1866, cuja roda traseira, menor que a dianteira, frequentemente via-se suspensa do chão, devido à estrutura da geringonça, o que certamente logo deu a ideia de prescindir de uma das rodas, sem que o modelo tradicional sofresse com isso o prejuízo de ser esquecido.

Monociclo

Utilizar o monociclo requer um grande equilíbrio de seus praticantes, es-timulando assim as suas habilidades motoras com uma finalidade lúdica, vi-sando uma possibilidade de locomoção. No entanto, inúmeras são as possibi-lidades de utilização do monociclo, seja como opção de esportes radicais, em ambientes naturais ou centros urbanos, em disputas etc., sempre havendo para cada atividade um aparelho adequado.

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Atividade Circense

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Perna de pau

A perna de pau, por sua vez, é uma estrutura de madeira utilizada para aumentar a altura das pessoas, forjando criaturas gigantescas ou facilitan-do a obtenção de algum objetivo específico que dependa dessa característica. Originalmente, como relatam alguns autores, eram usadas para vencer obstácu-los naturais, como a travessia de riachos ou então uma melhor visualização dos rebanhos, dada a possibilidade de visão panorâmica que o aparelho proporciona.

A perna de pau possui um alto potencial recreativo, e faz parte da cultura circense há séculos, integrando a modalidade de mesmo nome. Em sua práti-ca, sobretudo no início do processo de aprendizagem, é importante que seja instituído um período de descanso, após 15 minutos aproximadamente sobre o aparelho. Desses intervalos depende a segurança do aluno e, claro, o seu su-cesso na evolução da modalidade.

Vale recorrer também à ajuda de um companheiro, seja à frente do apa-relho com as duas mãos dadas; com duas pessoas, uma em cada lateral, cada uma segurando uma das mãos do praticante; com apenas uma pessoa de um dos lados, revezando a mão; ou até mesmo com alguém ao lado ou em frente, mas sem dar as mãos.

Perna de pau Arame de equlíbrio

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Modalidades Circenses

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Bola de equlíbrio

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Noções básicas sobre segurança, cuidados

com equipamentos e preparação corporal

Modalidade Aérea

A verificação da instalação do aparelho, faixas, manilhas e cordas que os suspendem é muito importante. Na tradição circense, cada artista realiza a ma-nutenção, fixação e verificação do seu próprio equipamento. Nas aulas de circo essa responsabilidade é do professor.

Para todos os aparelhos aéreos o material deve ser de qualidade e, se pos-sível, certificado com capacidade para suportar cargas bem superiores a que os alunos impõem com o seu próprio corpo. Recomenda-se utilizar cadeirinhas, mosquetões, roldanas, cabos, chapeletas, entre outros, certificados por fabri-cantes reconhecidos.

A utilização de acessórios, como colchões e lonas de seguranças, garante a proteção em caso de quedas. Esses materiais são imprescindíveis para o treina-mento dos aparelhos aéreos.

No caso de um aprendiz é aconselhável que os aparelhos fiquem em uma altura baixa que poderá ser aumentada conforme a evolução do aluno.

Mesmo próximo do chão, recomenda-se nunca pular ou saltar do aparelho ao descer, pois a noção de profundidade e altura pode ser confundida e gerar um acidente a partir dessa falha na percepção espacial.

Alguns movimentos costumam causar hematomas e escoriações por con-ta do atrito e/ou choque do corpo com o aparelho. Nestes casos, o uso de roupas apropriadas que cubram as axilas, região abdominal e pernas ajudam a evitar essas lesões ocasionadas do contato brusco com o aparelho. O uso de calçados especiais (botinhas flexíveis de couro) e tornozeleiras aumentam o conforto e a segurança.

Não podemos esquecer que a correta preparação corporal (condiciona-mento específico) para a prática de cada aparelho aéreo é fundamental para

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Atividade Circense

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a segurança e para um desenvolvimento eficaz do processo de aprendiza-gem. A compensação postural e física, para excessos que alguns segmentos corporais recebem, deve ser tratada adequadamente, para evitar problemas a longo prazo.

Perna de pau

As primeiras experiências são as mais importantes de todo o processo de aprendizagem. Qualquer queda ou trauma (físico ou psicológico) provavel-mente terá repercussões importantes no futuro, podendo inclusive causar blo-queios ou medos que impeçam o desenvolvimento do aluno.

Na maioria das vezes, em função da dificuldade e da exigência na fase de iniciação, a ajuda dos companheiros passa a ser uma ferramenta importante desse processo, tanto para permitir aulas mais dinâmicas, mais segurança e companheirismo, como para garantir a regulação (correção) externa das ações motrizes e dos comportamentos executados.

Basicamente a ajuda na perna de pau pode ser com uma pessoa em fren-te e com as duas mãos dadas, com duas pessoas nas laterais, cada uma segurando uma das mãos com uma pessoa na lateral, com uma das mãos dadas, revezando o lado, com uma pessoa na lateral ou em frente, sem dar as mãos, somente acompanhando, com duas pessoas a uma distância de 2, 3 ou 4 metros, sem dar as mãos, para que o aprendiz caminhe entre uma ou outra pessoa lentamente.

Conforme as características do espaço, os alunos vão desenvolver as tarefas propostas pelo professor com maior ou menor eficiência e segurança. Além disso, alterando as características espaciais pode-se alcançar diferentes respos-tas motrizes. Recomenda-se para iniciantes espaços controlados com um plano horizontal sem irregularidades, uma sala, uma quadra poliesportiva, um pátio. Recomenda-se evitar espaços não controlados e instáveis como uma praça com bancos e jardim, campo de futebol de areia e barrancos.

Modalidade Acrobática

O praticante deve ter a capacidade de sair sozinho de situações perigosas, evitando quedas ou buscando posturas e movimentos menos perigosos ao cair. O portô precisa conhecer a técnica de execução dos exercícios para saber a me-lhor forma de segurar o volante com segurança.

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Noções básicas sobre segurança, cuidados com equipamentos e preparação corporal

Durante os treinos é necessário criar condições ideais de aterrissagem, evi-tando o impacto excessivo. Os alunos devem executar somente o que foi plane-jado e proposto pelo professor e sempre sob sua vigilância.

O professor precisa saber as qualidades físicas e psicológicas dos pratican-tes para prever a falta de coragem e de força de vontade, para compensar a falta de técnica e de evolução física.

Para garantir uma melhor segurança, é necessário que todo material que será utilizado na atividade seja previsto e organizado antes de iniciá-la. Devem ser consideradas todas as possibilidades de acidentes, procurando eliminá-los na medida do possível.

Também é necessário saber que, por mais cauteloso que seja um professor, sempre ocorrerão quedas e elas não significam necessariamente acidentes. Por isso, o aluno deverá aprender a suavizar as quedas com “exercícios de defesa”, como por exemplo, rolamentos em todas as direções, mergulhos, o “arredon-damento” da queda, o “grupamento” dos membros.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração para uma melhor se-gurança é a quantidade de alunos por turma. É aconselhável que a turma seja pequena, com no máximo oito alunos. Assim, o professor terá maior controle das atividades propostas.

Não podemos nos esquecer da disciplina, pois não há progresso sem con-fiança, não há confiança sem segurança e não há segurança sem disciplina.

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Modelos de aulas

Modelo de aula I

Parte inicial: aquecimentoÆ brincadeira SOL E LUA

Descrição: a turma é dividida em duas turmas, a critério do professor ou por eles mesmos. Sentam-se em duas fileiras, uma ao lado da outra. Uma é nomea-da sol e a outra Lua.Desenvolvimento: ao comando do professor, que será o nome de um dos dois grupos, o que for chamado devera fugir e o outro grupo tentará pegar (Ex: Se Sol for chamado, os alunos da equipe deverão fugir e o grupo Lua deverá pegá-los). Quem for pego, mudará de equipe. Ao Final, a equipe com maior número de pessoas vencerá.Variações: para dificultar a saída e caracterizar ainda mais essa atividade como aquecimento, o professor poderá pedir que os alunos fiquem em outras posi-ções, diferente de apenas sentados. Exemplo: Podem ficar em decúbito dorsal ou ventral e só levantar quando o professor der o comando.Tempo: aproximadamente 10 minutos.

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Atividade Circense

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Parte principal

Circuito Acrobático

Mesa de DandesÆ tecido ou cordaÆ colchãoMinitrampolim Æ colchão

Rolo acrobático

Plinto Æ colchãoDescrição:

• os alunos deverão balançar para cair em pé no colchão.• as passadas deverão ter diversos saltos. Exemplo: estendido, grupado,

afastado.• os alunos poderão fazer carrinho de mão, cambalhota, reversão a frente e

para trás e em os alunos deverão fazer reversão para trás.Tempo: 20 minutos.

Aéreos

Descrição: os alunos deverão ir para o aéreo de sua preferência e seguir o co-mando do professor que estiver coordenando o aparelho.Tempo: 25 minutos.

Parte final: volta a calma – alongamentoTempo: 5 minutos.

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Modelos de aulas

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Modelo de aula II

Parte inicial: aquecimentoÆ brincadeira RABINHO DO MACACO

Descrição: cada aluno receberá um rabinho (pode ser um pedaço de pano, uma fita, um pompom. O material que estiver disponível).Desenvolvimento: o objetivo é roubar o rabinho dos outros e não deixar que roubem o seu. Ao final, o último que ainda tiver com o rabinho é o vencedor. Ao longo da atividade, quem for perdendo o rabinho, vai saindo da brincadeira.Tempo: aproximadamente 10 minutos.

Parte principal

Exercícios de força

Estudos recentes têm comprovado que exercícios de força com orientação para crianças têm gerado benefícios não apenas no equilíbrio muscular, mas na coordenação motora e até mesmo no crescimento. Porém, para que sejam moti-vantes para esse público, é necessário que sejam apresentados de forma lúdica, utilizando do peso do próprio corpo ou do colega.Descrição: os exercícios deverão ser feitos em duplas. Alunos posicionados no fundo da sala deverão ir até o outro lado e voltar.Desenvolvimento:

• levar o colega de carrinho de mão;• levar o colega de caranguejo;• levar o colega de cavalinho;• levar o colega no colo;• segurar na cintura do colega, que deverá correr e o outro tenta impedir.

Tempo: 25 minutos.

Aéreos e acrobacias no Trampolim Acrobático

Descrição: os alunos deverão ir para o aéreo de sua preferência ou para o trampolim acrobático e seguir o comando do professor que estiver coorde-nando o aparelho.Tempo: 20 minutos.Parte final: volta a calmaÆ alongamentoTempo: 5 minutos

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Atividade Circense

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Modelo de aula III

Parte inicial: aquecimentoÆ brincadeira PEGA PEGA ESPELHO

Descrição: um aluno é nomeado o pegador, que deverá pegar os demais.Desenvolvimento: quando alguém é pego, deverá se manter imóvel em uma pose diferente ou fazendo uma careta. Para ser salvo, algum colega deverá ficar de frente para ele, imitando sua pose ou careta.Tempo: aproximadamente 10 minutos.

Parte principal

Circuito Acrobático

• Plinto Æ corda indiana Æ colchão• Cama elástica• Plinto• Mesa de dandes Æ minitrampolim Æ colchão

Desenvolvimento:

a) os alunos deverão balançar para cair em pé no colchão;b) farão saltos variados (grupado, afastado, senta-levanta, mortal etc.); c) os alunos deverão executar uma parada de cabeça;d) farão os saltos que forem executados na cama elástica.

Tempo: 25 minutos.

Aéreos e Acrobacias no Trampolim Acrobático

Descrição: os alunos deverão ir para o aéreo de sua preferência ou para o trampolim acrobático e seguir o comando do professor que estiver coorde-nando o aparelho.Tempo: 20 minutos.

Parte final: Volta a calmaÆ alongamentoTempo: 5 minutos.

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Modelos de aulas

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Modelo de aula IV

Parte inicial: aquecimento Æ brincadeira GALINHA E PINTINHOS

Descrição: os alunos serão divididos em dois grupos, a seu critério. Ficarão em duas filas, uma de frente para a outra. Todos segurarão na cintura do colega da frente. Os primeiros das duas filas serão as galinhas, os demais, os pintinhos. O último de cada fila será o Pintinho mais fraquinho de todos.Desenvolvimento: ao sinal do professor, a galinha de uma fila tentará pegar o último pintinho da outra fila. Quando alguém conseguir, trocam-se os papeis da fila que conseguiu.Tempo: aproximadamente 15 minutos.

Parte principal

Malabares

Descrição: os alunos serão divididos em duas filas.Desenvolvimento:

Bastão: os alunos deverão equilibrá-lo na palma da mão e andar até um ponto pré-determinado pelo professor e voltar, para entregar para o próximo da fila.Laço: girar o laço, andando até o final e voltar.Clave: apenas uma clave no início. Jogar, recuperar.Aros: trocar com o amigo da fila ao lado.

Atenção: os alunos estarão separados em duas filas, para que o tempo seja mais bem utilizado e não para que haja qualquer tipo de competição entre eles. Deverá ser enfatizada a valorização dos que fizerem com qualidade a execução dos movimentos, e não com rapidez.Após a aprendizagem de todos os aparelhos, os alunos poderão ficar livres para experimentar outros ou se aprimorar naquele com que se identificar mais. Tempo: 35 minutos

Parte final: volta a calmaÆ alongamentoTempo: 10 minutos.

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Atividade Circense

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Modelo de aula V

Parte Inicial: aquecimentoÆ brincadeira GATO E RATO

Descrição: os alunos serão dispostos pela sala ou quadra, espalhados com as pernas estendias e unidas. Dois serão nomeados Gato e Rato.Desenvolvimento: o Gato persegue o Rato para tentar pegá-lo. Se for pego, os papeis se invertem. Para que não seja pego, o Rato deverá pular por cima de um dos colegas e sentar ao seu lado, o colega que foi pulado assumirá o papel de Gato.Tempo: 10 minutos.

Parte principal

Circuito Acrobático

• “ponte” (2 planos elevados, ligados por um pedaço de madeira de 20 cm X 3 m, por exemplo. Ou banco sueco ao contrário);

• Rolo acrobático;• Rampa com colchão;• Colchão encostado na parede para escalada.

Desenvolvimento: a) os alunos deverão andar, com variações (frente, costas, engatinhando,

com equilíbrios no meio); b) farão cambalhotas, reversões;c) poderão executar rolamentos, estrela; d) deverão escalar o colchão.

Tempo: 20 Minutos

Aéreos e acrobacias no Trampolim Acrobático

Descrição: os alunos deverão ir para o aéreo de sua preferência ou para o tram-polim acrobático e seguir o comando do professor que estiver coordenando o aparelho.Tempo: 20 minutos.

Parte final: Volta a calmaÆ alongamentoTempo: 10 minutos.

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BOLOGNESI, Mário Fernando. Palhaços. 1 ed. São Paulo: Editora UNESP, 2003.

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Livros da Coleção Literária1. FragmentosHistóricosdaRegulamentaçãodaProfissãodeEducaçãoFísicaeda

Criação e Desenvolvimento do CREF4/SP

2. ODesportoParalímpicoBrasileiro,aEducaçãoFísicaeprofissão

3. Treinamento de força: saúde e performance humana

4. Faculdade Aberta para a Terceira Idade: educação para o envelhecimento e seus efeitos nos participantes

5. Gestão,ComplianceeMarketingnoesporte

6. Ginástica laboral e saúde do trabalhador Saúde,capacitaçãoeorientaçãoaoProfissionaldeEducaçãoFísica

7. ProjetoDesportodeBase(PDB):30AnosdeHistóriaeRealizações(1989/2019) UmbreverelatodeexperiênciadacidadedePiracicaba/SPeumaproposta metodológicaparaprogramasdeformaçãoelazerfísico-esportivo

8. EstratégiasdeRecuperaçãoeControledeCargadeTreinamento

9. Atividade Circense Açõespedagógicasnalicenciaturaenobacharelado

10. OsprimeirospassosemFisiologiadoExercício:Bioenergética,Cardiorrespiratórioegastoenergético

11. Eunãoestudeiparaisso:temasemergentesnoestágioemEducaçãoFísica

12. Métodoscontemporâneosparaelaboraçãodeprogramasdetreinamentodeesportes de alto rendimento

13. Dinâmicaslúdicasnoambientecorporativo:dateoriaàprática

14. Futebolprofissional:metodologiadeavaliaçãododesempenhomotor

15. Leis de incentivo ao asporte: novas perspectivas para o desporto brasileiro

16. MemóriasdeBoasPráticasnoEsporte:ProfissionaisdeEducaçãoFisicanocontexto do olimpismo

17. ParalelosentreainiciaçãocompetitivaprecoceeaformaçãodetécnicosdeJudô

18. HiitBodyWork:anovacalistenia

19. Recomendaçõesparapráticadeatividadefisicaereduçãodocomportamentosedentário

20. Orientaçõesparaavaliaçãoeprescriçãodeexercíciosfísicosdirecionadosàsaúde

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Este livro, composto com tipografia Palatino Linotype e diagramado pela Malorgio Studio, foi impresso em papel Offset 90g pela Teixeira Impressão Digital e Soluções Gráficas Ltda para o CREF4/SP, em Novembro de 2019.

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Conselheiros do CREF4/SP“Somos nós, fortalecendo a Profissão”

COLEÇÃO LITERÁRIA EM HOMENAGEMAOS 20 ANOS DA INSTALAÇÃO DO CREF4/SP

ISBN 978-85-94418-37-1

9 788594 418371 >

O Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região – CREF4/SP

foi instituído pela Resolução CONFEF nº 011/1999 e a designação e

posse de seus primeiros conselheiros, membros efetivos e suplentes,

pela Resolução CONFEF nº 017, de 29/10/1999, com jurisdição no

Estado do São Paulo e sede na sua capital. No dia 06 de dezembro

de 1999, em ato solene de sua instalação nas dependências do prédio

de administração do Ginásio do Ibirapuera, o CREF4/SP iniciou sua

história.

Passados 20 anos, com sede em local privilegiado e de fácil acesso aos

Profi ssionais de Educação Física do Estado, mudaram Conselheiros e

Diretorias, mas os objetivos deste Conselho permanecem os mesmos:

garantir à sociedade o direito de ser atendida com excelência por

Profi ssionais de Educação Física, habilitados pelo registro; normatizar,

fi scalizar e orientar o exercício da profi ssão, de acordo com o que

preconiza o Código de Ética Profi ssional.

Organizamos uma Coleção de 20 livros com o objetivo de proporcionar

atualização de conhecimentos do Profi ssional com leituras variadas

e de qualidade, tendo como proposta a orientação e o aumento do

acervo de obras destinadas à Educação Física.

Os livros que compõem esta coleção possuem temas diversifi cados,

abrangendo as áreas de: história, desporto paralímpico,

treinamento, gestão, atividades para terceira idade, ginástica laboral,

desenvolvimento de projetos, controle de carga, atividades circenses,

fi siologia do exercício, escola, esportes, ludicidade, legislação, relatos

de experiências, exercício e saúde, e combate ao sedentarismo.

Esperamos que a Coleção Literária, em Homenagem aos 20 anos da

Instalação do CREF4/SP, colabore com o fortalecimento de nossa

Profi ssão.