ativação da vitamina d

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  • 7/26/2019 Ativao Da Vitamina d

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    COMPREENSO DOS MECANISMOS DE ATIVAO DA VITAMINA D

    MORFOFUNCIONAL I FISIOLOGIA- PROF LUCIENE KATAH

    O ESTUDO DO SISTEMA ENDCRINO

    MED XI GAMA

    1. DEFINIO E ATRIBUIES (FUNES)

    O termo vitamina D engloba um grupo de molculas secosteroides derivadas do 7-deidrocolesterol (7-

    DHC) interligadas atravs de uma cascata de reaes fotolticas e enzimticas que acontecem em clulas de

    diferentes tecidos.

    vitamina D primariamente atribudo o papel de importante regulador da fisiologia osteomineral, em

    especial do metabolismo do clcio. Alm disso, est envolvida na homeostase de vrios outros processos

    celulares, entre eles a sntese de antibiticos naturais pelas clulas de defesa dos mamferos; modulao da

    autoimunidade e sntese de interleucinas inflamatrias; no controle da presso arterial; e, como participa da

    regulao dos processos de multiplicao e diferenciao celular, atribudo tambm a ela papel

    antioncognico. A dimenso do espectro de aes da vitamina D na fisiologia sistmica pode ser percebida a

    partir de estudos moleculares de microarranjos (microarrays) e anlise in silico, os quais mostram que a

    1,25(OH)2D tem mais de 900 genes-alvos potenciais, correspondendo a cerca de 3% do genoma humano.

    2. O METABOLISMO DA VITAMINA D

    2.1- Obteno

    Nos seres humanos, apenas 10% a 20% da vitamina D necessria adequada funo do organismo provm da

    dieta. As principais fontes dietticas so a vitamina D3 (colecalciferol, de origem animal, presente nos peixes gordurosos

    de gua fria e profunda, como atum e salmo) e a vitamina D2 (ergosterol, de origem vegetal, presente nos fungos

    comestveis). Os restantes 80% a 90% so sintetizados endogenamente.

    2.2- Ativao da vitamina D

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    2.3- Ativao da vitamina D obtida via alimentar

    O colecalciferol (forma inativa da vitamina D) pode ser obtido pela dieta, provindo de alimentos de origem

    animal, principalmente peixes gordurosos de gua fria e profunda, como o salmo e o atum. Uma outra fonte diettica

    de vitamina D o ergosterol (vitamina D2), proveniente de alimentos vegetais, em especial fungos. No organismo o

    colecalciferol e o ergosterol so transportados no sangue por uma glicoprotena, a protena ligadora da vitamina D (DBP,

    vitamin D binding protein).

    Ao alcanarem o fgado, as vitaminas D2 e D3 sofrem hidroxilao no carbono 25, mediada por uma enzima

    microssomal da superfamlia do citocromo P450 (CYP450) denominada CYP2R1, dando origem a 25-hidroxivitamina D ou

    calcidiol (25(OH)D3 e 25(OH)D2).

    A 25(OH)D, acoplada DBP, transportada a vrios tecidos cujas clulas contm a enzima 1--hidroxilase uma

    protena mitocondrial que promove hidroxilao no carbono 1 da 25(OH)D, formando a 1-,25-diidroxi-vitamina D

    [1,25(OH)2D ou calcitriol], que a molcula metabolicamente ativa. Esta protena expressa nas clulas dos tbulos

    renais proximais, onde a grande parte do calcitriol necessrio ao metabolismo sistmico sintetizado

    A DBP, junto com seus ligantes, apresenta uma alta taxa de recaptao pelas clulas dos tbulos proximais, o que

    evita perda urinria dos metablitos do grupo da vitamina D e concentra a 25(OH)D nos tbulos renais, onde sernecessrio para a converso em 1,25(OH)2D.

    2.4- Sntese Endgena de Vitamina D

    A etapa inicial no processo de sntese endgena das molculas do grupo vitamina D se inicia nas camadas

    profundas da epiderme (estratos espinhoso e basal),onde est armazenada a substncia precursora, o 7-deidrocolesterol

    (7-DHC), localizado na camada bilipdica das membranas celulares. Para que haja adequadas concentraes do 7-DHC,

    preciso que a 7-deidrocolesterol-redutase (DHCR7), enzima que converte o7-DHC em colesterol, apresente atividade

    adequada.

    Para que esse processo de ativao da vitamina D se inicie, preciso que o indivduo receba a luz solar direta,

    especificamente a radiao ultravioleta B (UVB) nos comprimentos de onda entre 290 e 315 nanmetros.

    A absoro do fton UVB pelo 7-DHC promove a quebra fotoltica da ligao entre os carbonos 9 e 10 do anel B

    do ciclo pentanoperidrofenantreno, formando uma molcula secosteroide, que caracterizada por apresentar um dos

    anis rompidos. Essa nova substncia,a pr-vitamina D3, termoinstvel e sofre uma reao de isomerizao induzida

    pelo calor, assumindo uma configurao espacial mais estvel, a vitamina D3 ou colecalciferol. A energia estrica dessa

    nova conformao tridimensional da molcula a faz ser secretada para o espao extracelular e ganhar a circulao

    sangunea.

    Nessa etapa, um aspecto fisiolgico importante o mecanismo endgeno de proteo contra uma sntese

    excessiva de colecalciferol e consequente intoxicao. Em situaes de exposio solar prolongada, a pr-vitamina D3,que tambm capaz de absorver ftons UVB, izomerizada a dois produtos fotolticos inertes:o lumisterol e o taquisterol

    Em seguida A 25(OH)D, acoplada DBP, transportada aos tecidos cujas clulas contm a enzima 1--hidroxilasepromovendo a hidroxilao no carbono 1 da 25(OH)D, formando a 1-,25-diidroxi-vitamina D ou calcitriol, que amolcula metabolicamente ativa

    2.5- Efeitos Metablicos da forma ativa da Vitamina D1na homeostase osteominaral

    Entre os principais rgos-alvo da 1,25(OH)2D esto o intestino e os rins, integrantes do sistema de controle do

    metabolismo osteomineral, sobretudo do clcio e fsforo.Nas clulas endoteliais do intestino, a 1,25(OH)2Destimula a

    absoro ativa de clcio no duodeno e absoropassiva no jejuno. A absoro ativa regulada peloestmulo expresso

    de protenas responsveis pela captao do clcio pelos entercitos (TRPV5 e TRPV6),de protenas envolvidas no

    transporte intracelular doclcio (calbindina) e dos canais de membrana ATP-dependentespara extruso do clcio para o

    1,25(OH)2D

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    fluido extracelular. No jejuno, esse hormnio estimula a expresso de paracelinas, protenas intercelulares que formam

    canaispor onde o clcio transferido passivamente por gradientede concentrao.

    Nos rins, a 1,25(OH)2D atua nos tbulos distais promovendo a reabsoro do clcio filtrado atravs da regulao

    da expresso de protenas transportadoras de clcio, TRPV5 e CaBP-9k. Ela regula ainda a expresso e sntese de FGF-23

    nos osteoblastos e ostecitos, o qual inibe a atividade da protena cotransportadora de sdio e fosfato tipo 2a (NaPi2a)

    nos tbulos proximais, regulando a fosfatemia e a fosfatria de modo a promover nveis de clcio e fsforo adequados

    para a mineralizao ssea.

    O mecanismo de ao da 1,25(OH)2D no controle da absoro intestinal de fosfato envolve uma complexa

    corregulao da expresso do FGF-23 e da protena cotransportadora de sdio e fosfato tipo 2b (NaPi2b) presente na

    membrana apical dos entercitos do duodeno e jejuno. A NaPi2b promove a absoro intestinal de fosfato e sua expresso

    pode ser estimulada pela 1,25(OH)2D ou inibida pelo FGF-23 (38). Ao mesmo tempo, a expresso do FGF-23 pode ser

    regulada por vias de sinalizao dependentes ou independentes da ativao do VDR.

    3. SNTESE DO PROCESSO

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    GUYTON, Arthur C.; HALL, John E., Tratado de Fisiologia Mdica.11ed. Unidade XIV, Cap. 79, p.983-985, Rio de Janeiro:

    Elsevier,2006

    CASTRO,Luiz Cludio Gonalves. O sistema endocrinolgico vitamina D,Arq Bras Endocrinol Metab. 55/8,2011.