atitute sustentável, vida , meio ambiente, economia

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revista sobre consumo sustentável, dicas de como ajudar a criar um mundo melhor

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Posigraf

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365 Ways To Go Greenwww.365waystogogreen.com

Editorial

Gustavo Ribeiro, editor da revista Atitude Sustentável

do caosA teoria

positivo

Ser sustentável não é uma tarefa das mais fáceis em ple-no século 21. Somos diariamente bombardeados, de todos os lados, por produtos e situações que nos fazem ignorar a importância de termos cuidado com nosso planeta e, prin-cipalmente, com as pessoas. Parafraseando o clássico filme dos anos 50, definitivamente o pecado mora ao lado. Mas o que fazer para deixar o pecado de lado e de fato buscar incansavelmente uma vida mais sustentável?

Existem aqueles que exageram um pouco, que vão ao extremo, e negam tudo e todos que não pensem da mesma forma que ele. E há também aqueles que simplesmente dão de ombros e insistem em dizer que não é problema deles. Proponho então ficar no meio do caminho ou em cima do muro, nem pra lá nem pra cá, pois o importante é ter cons-ciência de cada ato que tomamos no dia-a-dia e sabermos que uma atitude, boa ou ruim, tem reflexos sérios na vida das pessoas.

O que é fácil fazer, temos que fazê-lo todos os dias, sem exceção. O que é mais difícil, precisamos buscar fazê-lo o mais frequentemente possível. Se você acha que já faz o suficiente, ou mais que o suficiente, vou dar uma dica de um blog criado por Mike Lieberman, um amigo da natu-reza, que decidiu tomar uma atitude sustentável por dia, durante um ano. São 365 maneiras diferentes de aplicar a sustentabilidade no dia-a-dia, ou seja, sempre tem algu-ma coisa a mais que nós podemos fazer. Ele já está perto do dia 300 e já mostrou que é possível fazer tantas coisas diferentes, criativas e importantes. E tem de tudo, desde alimentação, passando pelo banheiro, pela cozinha, pelo transporte, roupas, água, e assim por diante. Não há limites para Mike Lieberman.

Não estou dizendo que temos que fazer o que ele está fazendo, mas podemos tirar boas ideias e inspirações. Isso

porque às vezes nem percebemos que coisas tão simples podem ser tão importantes quando são multiplicadas. É o princípio da teoria do caos sendo utilizada para o bem de todos. O objetivo da revista Atitude Sustentável é esse, de criar um caos positivo, em que cada vez mais pessoas tomem atitudes sustentáveis diariamente.

Nesta edição trazemos reportagens que afetam nosso cotidiano. Para começar, o cotidiano dos pais, que precisam conviver com a frequente birra de seus filhos que querem mais e mais. É aí que começa o consumo desenfreado, mas que pode ser evitado. E que tal ser voluntário? É uma ótima forma de aplicar a sustentabilidade e ainda ajudar as pes-soas. A matéria de capa traz um tema bastante atual, que é energia, e como podemos aproveitá-la de uma forma mais eficiente e, claro, mais barata.

Na sequência temos dicas do que fazer com aquela roupa que está jogada no fundo do armário. São muitas ideias e soluções inteligentes e criativas. E chegou a hora de deixar o carro na garagem e explorar a cidade de bicicleta. Além de mais sustentável, é muito mais saudável. Temos ainda uma matéria sobre a água da chuva, que pode ser reaproveitada para várias situações diárias. E em ano de eleições, é bom tomar cuidado e saber o que os candidatos estão pensan-do sobre o meio ambiente. Ou seja, tem muita informação prática para você.

Aproveito o espaço, também, para convidar todos a co-nhecer o novo espaço da Atitude Sustentável, agora na internet. É um braço da revista com corpo próprio, para que todos possam ter, todos os dias, um pouco mais sobre atitudes sustentáveis. São notícias, reportagens, blogs, ví-deos, rede social, tudo para ter um contato mais próximo com esse mundo e participar junto conosco na busca de um planeta melhor. Visite www.atitudesustentavel.com.br.

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Sumário

CartasConsumo Sustentável

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Parceiros

Atitudes Voluntários

Guia de produtos para uma vida sustentável

Saiba o que está sendo feito para ajudar o planeta

Voluntariado ajuda a criar um mundo com melhores condições

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34

Consumo infantil pode se tornar um problema na adolescência

Trocar as lâmpadas de sua casa pode signifi car uma economia de até 90% na conta de luz

Crianças

Matériade Capa

Revista ATITUDE SUSTENTÁVEL

Publicação trimestral - Ano 1 - Nº 3

Publisher | Emerson Zanon Granemann | [email protected] Editor e Jornalista Responsável | Gustavo Ribeiro DRT/PR 6787 | [email protected]ários | Carlos Santos | [email protected] | Gisele Eberspächer | [email protected] | Adriana Wendler | [email protected] | Emerson Tavares | [email protected] Administrativo | Eloísa Stoff el Eisfeld Rosa | fi [email protected] | Pedro Lago | [email protected] e assinatura | Kawana Gasparin | [email protected] | Pâmella Cristina Moraes Silva | [email protected] | Denise Maria Ismail Boz Oglou | [email protected]

Colaboradores | Carolina Gabardo Belo, Carolina Gomes, Jessica Krieger e Rafael Bruno (reportagens), Eduardo Manoel Araujo e Família Muller (artigos).

Projeto Gráfi co e Edição de Arte | O2 Design e Comunicação Editoração | Mariane EsberardIlustrações | Angélica Batista Apoio Designers | Liliana Carvalho, Bettina Pospissil, Clarice Fensterseifer

Instituto Arayara de Educação para a Sustentabilidade | Eduardo Manoel Araujo, Luciana Grandizoli e Paulo Henrique RathundeCTP, impressão e acabamento | Gráfi ca PosigrafDistribuída com exclusividade no Brasil pela | DINAP S/A Distribuidora Nacional de Publicações

ATITUDE SUSTENTÁVEL | ISSN 2175-8611É uma publicação trimestral da Editora Mundo Geo Ltda.Rua Doutor Nelson Lins d’Albuquerque, 110 Bom Retiro – Curitiba – Paraná – Brasil – 80520-430 Fone: (41) 3338-7789 – Fax: (41) 3338-7789 (Ramal 30) www.atitudesustentavel.com.br

Expediente

EDITORA

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Água52Aproveite a água da chuva para economizar ainda mais

Vestuário40Roupas usadas podem ser transformadas em outras peças do vestuário

46Conheça os benefícios de trocar o carro e o transporte público pela bicicleta

Mobilidade

Eleições58Sustentabilidade deve ser pauta nas eleições deste ano

ArtigoEduardo Manoel Araujo62

A microeconomia transformando a macroeconomia

ArtigoArtigo Família Muller

Socorro - SP

ArtigoEmerson Granemann63

Sustentabilidade na política, economia, educação e espiritualidade

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Filiada à:

Associação Nacional das Editoras de Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas

O material publicado nesta revista só poderá ser reproduzido com autorização expressa dos

autores e da Editora Mundo Geo Ltda. Todas as marcas citadas nesta publicação pertencem

aos respectivos fabricantes. O conteúdo dos anúncios veiculados é de responsabilidade dos

anunciantes. A editora não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados.

Diretor | Emerson Zanon Granemann | [email protected]

Editores | Ágatha Branco | [email protected]

| Eduardo Freitas Oliveira | [email protected]

Estagiários | Alexandre Scussel | [email protected]

| Viviane Prestes | [email protected]

Administração | Eloísa Stoff el Eisfeld Rosa | fi [email protected]

Comercial | Adriana Wendler | [email protected]

| Jarbas Raichert Neto | [email protected]

Gerente de TI | Guilherme Vinícius Vieira | [email protected]

Expediente Editora MundoGEO

selo carbono 0

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Cartas

Reutilização

Aceitando a provocação feita no editorial da edição nº 2, acabei refletindo um pouco a respeito da ideia de passar a revista adiante. Porém, também gostaria de tê-la comigo, pois tenho interesse na área da sustentabilidade. Sou administrador e professor universitário, procuro disseminar práticas sustentáveis e também criar uma consciência ecológica nos meus alunos. Mas também sou um pouco possessivo. Além de acreditar que a revista possa me auxiliar em época futura e, portanto, não gostaria de ficar sem ela. Assim, a forma que encontrei foi a de compartilhar a revista com as turmas que leciono. Para tanto, comprei uma pasta plástica para preservar a revista de um desgaste maior e, assim, colocá-la em circulação em sala de aula. Apesar de o uso de plástico ser questionável, acredito que o ganho com a disseminação das ideias publicadas na revista compensa o possível dano. A intenção é dar oportunidade aos alunos levarem a revista para casa para lerem e devolverem em outro dia para que outros possam lê-la também sem que a revista se deteriore muito.

Raulino Pedro Gonçalves

CAPA ED.02

Envie críticas, elogios, dúvidas e sugestões para [email protected]. Por uma questão de espa-ço, as mensagens poderão ser editadas.

Twitter

Outra forma de se comunicar com a revista Atitude Sustentável é através do Twitter. Lá você pode acompanhar as novidades da revista e do site, além de poder interagir com a redação.www.twitter.com/revistatitude

Na prática

Parabenizo vocês pela iniciativa da revista Atitude Sustentável. Tratamento diferenciado é bem o que

nosso país precisa, já que a maioria da população não é estimulada a se preocupar com questões

que efetivamente importam e impactam a vida de consumo e desperdício. É preciso labutar para as pessoas se interessarem e entenderem. Por isso,

linguagem e abordagem são tudo.

Beatriz Diniz

Venho mais uma vez parabenizá-los pela revista. Está fantástica! Cada vez fico mais feliz com

a iniciativa de vocês.

Tânia Leite

Amei a revista! É a minha cara! Finalmente alguém pensou como eu. Fiquei muito feliz em saber que,

assim como eu, existem pessoas preocupadas com o meio ambiente! Espero que a gente consiga “abrir a cabeça” de muitas pessoas. Amo a natureza e faço de tudo para preservá-la. Com certeza passarei para

frente a revista. Informação não se guarda!

Flávia Oliva

Gostaria de parabenizar a revista Atitude Sustentável, que aborda assuntos que hoje fazem parte de nosso

dia-a-dia. Se não o fazem, precisamos tornar a fazê-los, pois acredito que nossos fi lhos e netos devem crescer

com essa mentalidade numa tentativa desesperada de reduzirmos as emissões e tornar um mundo melhor.

O nome da revista foi muito feliz, pois para que façamos algo para mudar o que já existe, precisamos

de somente uma coisa: atitude. É com alegria e entusiasmo que lemos todos em casa a revista. Tenho

dois fi lhos, uma de três anos e outro de seis anos e meio, e traduzimos o que entendemos a eles para que

cresçam com uma nova atitude.

Carlos H. do Valle

Gostaria de parabenizá-los pela excelente revista. Acredito que é por meio da informação que iremos

mudar nossos hábitos e atitudes. Com pequenas e simples ações podemos ajudar a melhorar a

situação do meio ambiente.

Nice R. Martinovsky Muller

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Parceiros

Conheça os parceiros da revista Atitude Sustentável e fi que ainda mais conectado às novidades sobre sustentabilidade.

Parceiros

Ambiente Brasil

www.ambientebrasil.com.br

Apontador

www.apontador.com.br

Embalagem Sustentável

www.embalagemsustentavel.com.br

Meu Mundo Sustentável

www.meumundosustentavel.com

Portal da Sustentabilidade

www.sustentabilidade.org.br

Instituto Mais

www.institutomais.org

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Para mais informações, visite:

www.atitudesustentavel.com.br/parceiros

Painel Florestal

www.painelfl orestal.com.br

Reação Ambiental

www.reacaoambiental.com.brVivo Verde

www.vivoverde.com.br

Tv Ecorural.com

www.tvecorural.com

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AtitudesNOTAS

EMBALAGEM À BASE DE ÓLEO DE SOJA

A Mio, fabricante de navegadores GPS para carros, anunciou que, a partir deste ano, toda a tinta que a empresa utiliza nas embalagens dos produtos será substituída por óleo à base de soja. Além de ser ambientalmente favorável, a soja absorve CO2 da atmosfera e, durante a reciclagem, causa menos poluição no ar.Além disso, com o material, aumenta-se a quantidade de papel/papelão que pode ser reciclada e é produzido papel reciclado de melhor qualidade, isso porque as fi bras são menos danifi cadas.Desde 2007, a empresa taiwanesa já reduziu 41% o tamanho das embalagens dos produtos. Com isso, a Mio economiza aproximadamente seis voos anuais de ida em remessas para a Europa.

Desde abril deste ano, o tradicional petit suisse Danoninho circula uma edição limitada com o objetivo de incentivar a experiência e a educação ecológica de crianças.Cada bandeja da linha Danoninho para Plantar vem com um sachê com sementes e instruções para plantar no próprio potinho do produto após o consumo. Ao todo, são oito tipos diferentes de sementes, entre fl ores e hortaliças.Todas as embalagens vêm com um código exclusivo para criar uma árvore virtual na “Floresta do Dino” e contribuir com o refl orestamento da Mata Atlântica, por meio de uma parceria da Danone com o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ).Segundo a fabricante, a ideia é reforçar a experiência, o aprendizado e a interação com a natureza, que podem ser despertados pelo simples hábito lúdico de cultivar uma semente no potinho.

DANONINHO ECOLÓGICO

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Após 21 meses de pesquisa, duas mil ideias e mais de 40 protótipos, a Puma revelou o seu

novo sistema de embalagem, que substitui as caixas de papelão. Desenvolvido pelo designer

industrial Yves Béhar, o lançamento substituirá todas as caixas

presentes no varejo até o segundo semestre de 2011.A embalagem é composta por duas partes:

uma sacola feita com plástico de garrafas recicladas, que depois ganha utilidade no

cotidiano, e um cartão dobrável com encaixes, que acondiciona o calçados, sem necessidade

de cola ou aviamento.De acordo com a Puma, a embalagem batizada

de “Clever Little Bag” (Saquinho inteligente), diminui o uso de cerca de 29 milhões de

sacolas plásticas, reduz o uso de água e energia em 25%, emite 25% menos CO2 , e minimiza o

uso de papel em 75% e de papelão em 65%.

SAQUINHO INTELIGENTE

ÁRVORES NO MAPA

Que tal mapear todas as árvores de sua cidade e acrescentar diversas informações a respeito de cada uma

delas? Com certeza é uma tarefa difícil, mas que já vem sendo realizada em San Francisco, nos Estados Unidos.

O projeto, chamado Urban Forest Map, é uma ferramenta da web colaborativa que conta com a parceria

do governo local, de empresas, ONGs e pessoas interessadas em divulgar a importância

que as árvores têm no espaço urbano.O objetivo é catalogar as árvores e calcular seus

benefícios para a cidade: quantos litros de água da chuva elas ajudam a fi ltrar, quanto de poluentes

do ar estão capturando, quantos kilowatt/hora de energia ajudam a economizar e quantas

toneladas de carbono removem da atmosfera.O site www.urbanforestmap.org é aberto a qualquer

pessoa, que através de um registro, pode adicionar árvores e alterar informações já catalogadas.

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Ferrari é sinônimo de luxo e velocidade, mas por que não ecologia também? Pois é exatamente isso que a montadora italiana está fazendo. Durante o Salão Internacional do Automóvel, realizado na Suíça, a empresa apresentou o primeiro veículo híbrido da marca, o Ferrari Hy-Kers.Para torná-lo ecológico, é equipado com um motor elétrico que funciona em conjunto com um motor de combustão interna, movido à gasolina. Com isso, o Hy-Kers pode reduzir emissões de gases poluentes em até 35%.O modelo ainda possui um sistema de armazenamento de energia cinética, em que toda a energia produzida nos momentos de frenagem é transformada em eletricidade, sendo utilizada no motor do próprio veículo.Apesar de ainda ser um protótipo, a Ferrari acredita que o modelo pode chegar ao mercado em três anos.

FERRARI VERDE

AtitudesNOTAS

EVENTO PRÓ-SUSTENTABILIDADE

Empresas e especialistas do Brasil e de outros países se reúnem nos dias 27, 28 e 29 de julho na 3ª FIBoPS, uma grande vitrine pró-sustentabilidade da América Latina. Com um formato que privilegia a interatividade corporativa, o evento concentra a massa crítica da sustentabilidade nos seus aspectos gerenciais e tecnológicos no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.A grade técnica do evento lança nesta edição o I Congresso Internacional para o Intercâmbio de Boas Práticas de Sustentabilidade reunindo especialistas e empresas de vários países. Outra novidade são as salas interativas com atividades específi cas e abertas ao público visitante. No pátio de exposições, são montados stands de empresas com produtos, serviços, práticas ou ações para

mostrar e compartilhar com um público altamente especializado e formador de opinião.A visitação ao pátio e acesso a determinadas atividades das salas interativas e técnicas é gratuita. Universidades e escolas técnicas profi ssionalizantes podem agendar visitas e participar de atividades específi cas, e o credenciamento poderá ser feito no local ou pela internet no site: www.fi bops.com.br.

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A extração mineral pode causar inúmeros impactos ambientais e sociais, mas também pode ser minimizadaatravés do reaproveitamento. É o caso da prata, que pode ser extraída de chapas radiográfi cas edos reveladores, com uma excelente pureza. Além de evitar a extração da prata em mineradoras, ainda aproveita-se um material que é descartado muitas vezes aleatoriamente. A Ecoloja percebeu esse cenário e criou uma coleção de peças de prata. O pingente foi desenhado por Daniela Teixeira e produzido a partir de prata 925 envelhecida proveniente de extração de chapas de radiografi a. A peça tem 3,1 centímetros de altura e 2,5 centímetros de largura, com a imagem de um carcará, e vem com certifi cado de autenticidade e fl anela para limpeza.Parte da venda desse produto é revertida para projetos de conservação da fauna brasileira.

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ECO

RECUPERADA

CANECA

PRATA

A caneca foi elaborada manualmente pela Cerâmica Serra do Capivari do

Piauí e apresenta algumas fi guras rupestres exclusivas. O produto tem 9 centímetros

de altura e 4 centímetros de raio.Quando comprada diretamente no site Compre Sustentável, gera renda para a comunidade que fez a produção, assim como para entidades sem fi ns lucrativos. Durante a compra, as instituições

benefi ciadas podem ser escolhidas, no caso, Apae de São Paulo e a WWF-Brasil.

Consumo Sustentável

R$19,90

ONDE COMPRARwww.compresustentavel.com.br

LANÇAMENTOSD

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gaçã

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ONDE ENCONTRARwww.ecoloja.art.br

R$71,00

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LÁPIS

RECICLADO

“Acabar com o aquecimento global”. Esse é objetivo de um simples conjunto de lápis, o “Stop Global Warming!” Eles são produzidos

a partir de papel 100% reciclado e a embalagem é pintada com tinta à base de soja. Para lembrar do que se trata, a embalagem vem com a imagem de

pinguins, cada vez mais ameaçados.A ideia foi da empresa sul-coreana Gongjang,

que desenvolve e fabrica produtos com o mínimo de impacto ambiental possível. Isso

é feito através de cuidadosa e responsável seleção de materiais e métodos de produção.Cada conjunto vem com cinco unidades 5 HB

e a caixinha para guardar, e custa 9,50 dólares.

US$9,50

ONDE COMPRARwww.uponafold.com.au

US$19,25

ONDE ENCONTRARwww.ecotopia.co.uk

BOTÃO

ECOLÓGICO

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Os computadores e monitores são grandes vilões quando falamos em consumo de energia. Um monitor que fi ca ligado durante toda a noite chega a usar a mesma energia que uma impressora usa para imprimir 800 folhas. Por isso a importância de manter as máquinas desligadas ou em modo stand by.O Eco Button serve justamente para isso: lembrar o usuário de deixar o computador em modo stand by quando não está sendo utilizado. O dispositivo se liga à porta USB do computador e se ilumina para não deixar o dono sair de perto do equipamento sem desligar ou ativar modo de espera.Cada vez que o botão é apertado, o software grava quantas unidades de carbono e quanta energia foram economizadas.

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DE SOJA ORGÂNICA

BEBIDA

A Native, empresa especializada do setor de orgânicos, lançou o Green Soy, uma bebida à base de soja orgânica. O produto vem em duas versões, original e chocolate, é fonte de proteína e aminoácidos e é naturalmente isento de colesterol e lactose.A bebida segue rígidos princípios da produção orgânica, como a não utilização de transgênicos, defensivos agrícolas, fertilizantes ou qualquer outro tipo de insumo químico artifi cial. Além disso, o Green Soy é certifi cado pelo Instituto BioDinâmico (IBD).

ONDE ENCONTRARwww.nativealimentos.com.br

Consumo SustentávelLANÇAMENTOS

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SUSTENTÁVEL

BANHO

Tomar banho, todo mundo toma. Mas por que não tomar banho mais sustentável? Esse é o propósito do Eco Shower Slim,

um controlador de temperatura de chuveiro que garante economias superiores a 40% nas contas de água

e energia, segundo testes realizados pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei). O produto ainda prolonga a vida útil do chuveiro e da

resistência elétrica e oferece segurança contra choques elétricos, conforto e praticidade no ajuste da temperatura do banho. O equipamento

é facilmente instalado em qualquer chuveiro elétrico (110 ou 220 V).Como a energia é a potência demandada em um período de tempo,

o Eco Shower Slim também controla a energia elétrica consumida pelo chuveiro, permitindo o ajuste da temperatura da água.

R$105,00

ONDE COMPRARwww.ecoshower.com.br

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R$289,90

ONDE COMPRARwww.imaginarteonline.com.br

Os brinquedos são uma ótima forma de aprendizagem para as crianças, inclusive para aspectos sustentáveis. A empresa PlanToys tem produtos que usam exclusivamente madeira de seringueira cuja produção de látex se esgotou. Além disso, os brinquedos são pintados com tinta à base de água, e embalagens e catálogos usam papel reciclado e tinta a base de soja.Este conjunto, chamado de Road System Deluxe, ajuda as crianças a criarem sua própria cidade, com a oportunidade de aprenderem um pouco sobre como funciona um centro urbano. O brinquedo ensina ainda questões sobre elevação, direção e energia. O Road System Deluxe vem com pista completa com 28 peças, dois carros, dois postes de luz e quatro árvores. Entretanto, é possível comprar objetos separadamente. Por se tratar de um produto importado, o preço é um pouco salgado: 289,90 reais.

BRINCADEIRA

RECICLADA

A Corrupiola é uma empresa catarinense que fabrica artesanalmente pequenos cadernos, os chamados corrupios. A coleção Dos-à-dos tem

algumas especifi cidades e o modelo Fibra de Bananeira é o mais ecológico deles.

Os papéis que compõem as capas são 100% de fi bra de bananeira.

Na produção do papel, utiliza-se 70% de água e 30% de pasta da fi bra. No fi nal do processo,

a água é tratada e devolvida para a natureza sem nenhuma adição de ácidos.

O formato deste corrupio é de 14 centímetros de altura e 9 de largura.

R$33,00

ONDE COMPRARwww.corrupiola.com.br

CADERNO

DE BANANEIRA

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Voluntários

além da cidadaniaAçãoque vai

Trabalho voluntário nos ajuda a criar melhores condições para o mundo em que vivemos

*Questões utilizadas pelo Centro de Ação Voluntária de Curitiba na palestra informativa “O que é ser voluntário”

1. Em que você acredita?

2. Qual a sua causa?

3. O que você gosta de fazer?

E como o que você gosta de fazer pode ajudar o próximo?

4. O mundo precisa de quê? Comece a pensar pelo “seu

mundo”: seu condomínio, seu bairro, sua cidade...*

Antes de começar a ler esta matéria,

responda as questões abaixo:AnAnnntes

reresspon

Por Carolina Gabardo Belo

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Voluntários

Já pensou que com as suas respostas você pode encontrar uma oportunidade

de atuação voluntária? Não existe uma resposta para estas perguntas,

pois apenas você pode chegar a uma conclusão. Mas refl etindo sobre estas

questões fi ca mais fácil identifi car como e em que área você pode começar a

transformação por um mundo melhor e mais sustentável. Melhor para você e

para toda a sociedade.

Em qualquer área de atuação o trabalho voluntário é uma iniciativa que traz benefícios coletivos. Além da ajuda a instituições que realizam ações sociais, ele é considerado como uma ferramenta de educação para a cidadania. A partir da participação, o voluntário percebe inúmeras outras possi-bilidades de atuação em sua vida, criando assim um ciclo de boas ações que interferem diretamente na sustentabilidade. “O trabalho voluntário signifi ca sair de sua realidade e se co-locar no papel do outro, na realidade alheia”, explica a analista de projetos do Centro de Ação Voluntária de Curitiba, Alcione Andrade. O objetivo desta imersão é buscar a solução para os problemas sociais e contribuir para que esta solução seja alcançada junto com a comunidade atendida. “Não é apenas atuar no problema, é diagnosticar a causa e conseguir inova-ções”, afi rma. Para isso o voluntário pode usar suas próprias potencialidades. “É preciso ter prazer, além de querer fazer. É acreditar que está fazendo algo que vale a pena”.

O voluntariado, no entanto, vai além das responsabilida-des cidadãs que todos nós temos. Separar o lixo, respeitar as leis de trânsito, dar preferência a idosos, pagar os impos-tos corretamente ou participar de audiências públicas, por exemplo, não signifi ca atuar voluntariamente em uma causa. “As pessoas ainda não assimilaram isso: até onde é a minha responsabilidade e onde começa o trabalho voluntário”, afi r-ma Alcione. Ela ressalta que “para que o mundo melhore é preciso que as pessoas assumam mais do que a vida particular de cada um.”

A ação voluntária dos cidadãos pode transformar o mun-do. Além de potencializar a missão das organizações em que atua, o voluntário torna-se multiplicador das causas sociais para outros cidadãos e passa ainda a rever seu próprio com-portamento. Muitas vezes, ao se aproximar de uma instituição social, o voluntário conhece uma realidade completamente diferente da sua. Para a diretora executiva do Instituto Faça Parte, Maria Lucia Meirelles Reis, o trabalho voluntário tam-bém exerce uma função muito importante para a formação dos jovens. O instituto promove o voluntariado educativo entre eles, em parceria com as secretarias de educação. “Os jovens passam a se sentir agentes de transformação social e levam este aprendizado para sua vida adulta. Esta prática está formando uma geração de brasileiros responsáveis e com-prometidos em melhorar a sociedade e o mundo”, afi rma.

Depois de 20 anos à frente de projetos de criação de cooperativas agrícolas em todo o estado do Paraná, o en-genheiro agrônomo aposentado Silvio Galdino Carvalho Lima passou a se dedicar ao trabalho voluntário. Ele dire-cionou todos os seus conhecimentos para a formação de cooperativas em comunidades de baixa renda da Região Metropolitana de Curitiba. “Tenho gosto pela coisa e há 12 anos, depois de aposentado, comecei o trabalho voluntário”. Desde então, Lima teve contato com grupos interessados em montar uma cooperativa em diversas áreas, como a coleta de materiais recicláveis, panificação e costura. Aos 82 anos de idade ele segue firme com o trabalho voluntá-

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No ano que vem, centros de ação voluntária de todo o Brasil irão se reunir na campanha “O planeta é voluntário”. A mobilização parte do princípio de que o planeta nos dá todos os recursos, como a água e a terra, e não nos pede nada em troca. O objetivo é estimular as pessoas para que retribuam esta ação voluntária possibilitando, no mínimo, boas condições de vida em nosso planeta.

é voluntárioO planeta

“O TRABALHO VOLUNTÁRIO SIGNIFICA SAIR DE SUA

REALIDADE E SE COLOCAR NO PAPEL DO OUTRO, NA

REALIDADE ALHEIA”ALCIONE ANDRADE

rio. “Temos sempre que acompanhar, caminhar junto, sentir os problemas deles. É um trabalho difícil, demorado”, conta. Ele ressalta ainda que quando comparada a uma empresa, a coopera-tiva “é especial, ela pertence a todos que parti-cipam dela. São donos, não são empregados”.

Mesmo com o acompanhamento, muitos grupos não conseguem seguir com o projeto adiante, mas para ele isto não é razão para de-sistir da iniciativa. “Eles estão aprendendo, a pessoa já sai diferente, não é a mesma. É um ganho que vale a pena. É uma satisfação muito grande ver o interesse, a alegria e a vontade de progredir”, garante.

A distância não é problema!

Morando em São Paulo, Daniela Silva, 28, realiza trabalho voluntário para a ONG Volun-tários em Ação - que tem sede em Florianópolis - sem sair de casa. Tudo isso utilizando apenas a internet. Esta foi a maneira que ela encontrou para utilizar seus conhecimentos em prol do bem coletivo. “Eu buscava trabalhos cujo in-tento fosse contribuir de maneira efetiva para a sociedade. O que mais me chamou a atenção para esta prática foi a forma de como os traba-lhos poderiam ser realizados: sem sair de casa, ou seja, a qualquer hora e em qualquer lugar. Bastam 10, 15, 20 minutos do seu tempo”, conta.

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Voluntários

Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998

• O serviço comunitário é uma atividade não remunerada prestada a instituições sem fins lucrativos que tenham objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade.

• O trabalho voluntário não gera vínculo empregatício nem obrigação de natureza tra-balhista.

• É necessária a assinatura do termo de adesão para a realização do trabalho voluntário. O documento deve especificar a atividade e as condições a serem realizadas.

O que diz a

Lei do Voluntariado

Pedagoga, ela atua como pesquisadora e criadora de conteúdos para a organização sobre temas como protagonismo jovem, voluntariado, saúde

e meio ambiente, além da criação de projetos para editais de seleção. “Acre-dito que o primeiro passo para a contribuição está no acesso à informação e na disseminação do conhecimento e troca de saberes. As pesquisas e conteúdos que faço servem de respaldo a dezenas de organizações e profissionais que neces-sitam de novas ideias e soluções para implementarem seus projetos e inovarem sua prática diária.”

Assim como Daniela, cerca de 22 mil voluntários estão cadastrados no site da organização Voluntários Online, que mobiliza pessoas interessadas em participar

das instituições pela internet. Diferente do que pode parecer na primeira impres-são, o trabalho realizado pela rede também pode contribuir para a realidade das organizações sociais e, consequentemente, para toda a sociedade. “O voluntariado online é uma experiência muito rica. Muitas vagas são perfeitas para este tipo de trabalho, são vagas mais gerenciais e não operacionais, que as instituições muitas

vezes têm dificuldade de encontrar”, explica Vanessa Aguiar de Jesus, coordenadora de comunicação da organização.

A atuação online funciona perfeitamente e contribui para a profis-sionalização do Terceiro Setor, que passa da atuação assistencia-

lista para um trabalho mais estruturado. “Muitas organizações ainda não estão amadurecidas e precisam de um profissional

para ajudar que isso aconteça, para que a ONG cresça e se torne sustentável”. Desta forma, jornalistas, advogados, professores e diversos outros profissionais podem fazer a diferença com a produção de textos, pesquisas de conte-

údos, programação de sites, consultorias jurídicas e muito mais. Tudo isso em apenas um clique.

“O PRIMEIRO PASSO PARA A CONTRIBUIÇÃO ESTÁ NO

ACESSO À INFORMAÇÃO E NA DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO E TROCA

DE SABERES”DANIELA SILVA

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Dicas para realizar um bom trabalho voluntário

Não é preciso um perfil específico para realizar trabalho voluntário. Basta vontade de ajudar, dizem os profissionais da área. Mesmo assim, algumas dicas podem tornar seu trabalho voluntário ainda mais eficaz para você, para a organização em que pretende atuar e para a toda a sociedade:

• Antes de começar a busca por alguma instituição social, entre em contato com o centro de ação voluntária de sua cidade. Muitos realizam palestras sobre o trabalho voluntário e o relacionamento com as instituições.

• Procure alguma instituição que atue na causa com que você se identifica, onde realmente acredite que seu trabalho irá fazer a diferença.

• Conheça a instituição antes de se tornar voluntário. Às vezes você pode não se identificar com o ambiente.

• Comece com ações pontuais, assim você vai conhecendo suas capacidades e já percebe que qualquer ação traz bons resultados.

• Não deixe de assinar o Termo de Voluntariado, que determina quais serão os trabalhos que você irá realizar e em que horários.

• Cumpra com seus compromissos. Se você combinou que irá em determinado dia e horário, funcionários e pessoas atendidas pela instituição estarão esperando por você, pois precisam do seu trabalho.

• Ao desenvolver projetos durante o trabalho voluntário não centralize o funcionamento da ação apenas em você. O objetivo é que a comunidade se torne independente e sua função é ajudá-la a encontrar o caminho.

• Se você não tem tempo de se deslocar até alguma organização social, opte pelo volun-tariado online. Desta forma você utiliza seus conhecimentos para melhorar a atuação das instituições.

• Não esqueça de sua própria vida. O voluntário precisa estar bem para fazer o bem.

Fonte: Centro de Ação Voluntária de Curitiba

SAIBA MAIS

Centro de Ação Voluntária Instituto Faça Parte Voluntários Online

www.acaovoluntaria.org.br www.facaparte.org.br/ www.voluntariosonline.org.br

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line.org.g brbrbrbrbrbrbrbrrrrbrbrbbrrbrbrbbrbbrbrbbbrbbr

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Crianças

Qual é a geração de crianças que estamos formando?

Por Carolina Gomes

Você se esforça durante uma vida toda para separar di-reitinho o lixo, controlar o consumo de água e luz, comprar produtos orgânicos. Até que um belo dia descobre que vai ter um filho. Pode apostar. A chance de todo aquele engajamento voar pelos ares é enorme! Durante a gravidez e o crescimento da criança você vai ser bombardeado por ofertas de coisas que não precisa, mas que vão conseguir te convencer de que sua vida ou a vida do seu filho será melhor com elas. É aí que começa o problema.

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ALVO DA PUBLICIDADE DESDE CEDO, A CRIANÇA TENDE A

SER MAIS FIEL A MARCAS E AO

PRÓPRIO HÁBITO CONSUMISTA

Ninguém nasce consumista. E não dá para dizer que consumo é sempre algo negativo. O problema é quando isso vira um (mau) hábito e acaba tomando o lugar de outras coisas mais importantes. Ainda mais quando es-tamos falando de crianças. De acordo com Lais Fontenelle, coordenadora de educação e pesquisa do projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, o consumismo começa a se desenvolver sempre que um pai ou uma mãe – bem-intencionados, mas sem tempo para o diálogo – fazem a vontade dos filhos na compra de algo, mesmo julgando desnecessário. A criança pede, os pais se acham negli-gentes e lá vêm os presentinhos na expectativa de se redimirem pela falta de tempo.

A compensação material é quase sempre desastrosa porque se está dando dinheiro a uma criança que pede atenção e carinho. A culpa dos pais não desaparece e as crianças tornam-se consumi-doras sem limites e chantagistas. “Dizer ‘não’ é cuidar para que os filhos entendam o valor das coisas”, defende Lais. O administrador Pedro Zenti vem trabalhando desde cedo para que o filho Antonio, de cinco anos, aprenda a lidar com a frustração.”Ele precisa saber que em alguns momentos, mesmo que ele queira, não vai poder comprar. É assim quando vamos ao shopping. Antes de sair, faze-mos um ‘combinado’ sobre o que vamos comprar ou se vamos simplesmente assistir a um filme”, explica Pedro.

Sem neuroses, o administrador tenta passar para o filho que dinheiro tem sim sua importância na vida das pessoas, que é bom poder comprar uma coisa que queremos, mas que isso não pode ser o mais importante. Com organização, determinação e paciência, Pedro e Antonio compraram uma bicicleta e já completaram dois álbuns de figurinhas.

Tudo que vem fácil vai fácil. Não é por acaso que o consumismo está relacionado à ideia de devorar, des-truir. Passados dois dias, a criança já esqueceu aquele brinquedo, que se amontoa em casa e acaba indo para o lixo. Quanto mais se compra, mais lixo se produz. “Sabe-mos que cada vez que um brinquedo ou um enfeite para cabelo é produzido gera um impacto no meio ambiente. Indústrias consomem energia, emitem poluentes. Então tem que ser um exercício de reflexão constante na nossa vida”, conta Luciana Zenti, jornalista, tia do Antonio e mãe do Gabriel de sete meses e da Alice de sete anos.

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ALVO DA UBLICIDADE PU DESDE

CEDO, RIANÇAA C TENDE A

SER MAIS IELFI A MARCAS E AO

PRÓPRIO ÁBITO HÁ CONSUMISTA

ce consumista. E não dá para o é sempre algo negativo. O o isso vira um (mau) hábito

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crianças. De acordo com oordenadora de educaçãoojeto Criança e Consumo, a, o consumismo começa sempre que um pai ou uma

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ão desaparece e as crianças tornam-se consumi- e chantagistas. “Dizer ‘não’ é cuidar para que os

o valor das coisas”, defende Lais. O administrador rabalhando desde cedo para que o filho Antonio, renda a lidar com a frustração.”Ele precisa saber

momentos, mesmo que ele queira, não vai poderquando vamos ao shopping. Antes de sair, faze-

ado’ sobre o que vamos comprar ou se vamos sistir a um filme”, explica Pedro., o administrador tenta passar para o filho que sua importância na vida das pessoas, que é

rar uma coisa que queremos, mas que isso não mportante. Com organização, determinação

o e Antonio compraram uma bicicleta dois álbuns de figurinhas.

m fácil vai fácil. Não é por acaso que o relacionado à ideia de devorar, des-

ois dias, a criança já esqueceu aquelee amontoa em casa e acaba indo para o se compra, mais lixo se produz. “Sabe-que um brinquedo ou um enfeite para

do era um i acto no meio ambiente. do gera um impacto no meio ambienntão mem energia, emitem poluentes. Enossa xercício de reflexão constante na noo e mãe dona Zenti, jornalista, tia do Antonio

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“O QUE QUEREMOS PARA NOSSOS FILHOS É UM

MUNDO ONDE A ESSÊNCIA DAS COISAS

SEJA VALORIZADA”LUCIANA ZENTI

do exemploA importância

Crianças

Foto 1: Sabor da conquista: Antonio comprou a tão sonhada

bicicleta economizando o dinheiro da mesada .

E os pais têm encontrado nas escolas um grande auxílio nesse quesito. Não é difícil achar escolas que incentivam o trabalho com sucata, a carona solidária e uma vida menos consumista. A escola Palmares, em Curitiba, promove duas vezes por ano a chamada Feira da Troca. Nesse dia, professores, pais e alunos levam tudo o que não querem mais para que seja trocado. Não vale usar di-nheiro, só “papo”. Serve brinquedo, livro, roupa, eletrodoméstico. Usando a criatividade, o que não serve para um, serve para outro. “É uma atividade que permite uma refl exão sobre a difi culdade que temos para nos desprender de certos valores e objetos”, conta Yara Amaral, diretora da escola. “Não é uma tarefa fácil. Estamos remando contra a corrente e qualquer resultado positivo vale a pena”, diz ela.

Para Yara, é urgente trazer o foco da discussão para como as famílias estão lidando com isso. “Como é difícil ser modelo para nossos fi lhos, como caímos em contradição”, analisa ela. Lais concorda. “Crianças sentem necessidade de seguir exemplos. O problema é que o exemplo oferecido é o do consumo. Os pais têm que conduzir os fi lhos com palavras e exemplos. Não dá para oferecer duplo comando: dizer uma coisa e fazer outra”, defende. Lais diz que os pais querem criar superprofi ssionais, investindo em cursos e compras para os fi lhos, mas esquecem que todas as habilidades necessárias para um profi ssional de sucesso se desenvolvem nas brincadeiras.

Fotos 2 e 3: Não se mexe em time que está ganhando: Daniely diz

que as fraldas de pano superaram suas expectativas. O toque do

tecido: Gabriel tem quase dois anos e não troca mais a fralda de

pano pela descartável.

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a brincarReaprendendo

Mesmo sem ter o cartão de crédito em mãos, muitas crianças escolhem o que seus pais levam para casa:

Nesse caso, o investimento é subjetivo, como conta Claudia Serathiuk, mãe de dois fi lhos e proprietária da Bis-bilhoteca, uma livraria totalmente infanto-juvenil. “Tem que dar tempo, olhar, se envolver”, defende. Num espaço criado especialmente para isso dentro da livraria, pais passam a tarde contando histórias para os fi lhos. Mas, muitas vezes, os pais é quem precisam reaprender o exercício. É assim tam-bém nas atividades de brincadeiras cantadas da escola Palmares. “Essas cantigas são frutos de uma tradição oral, não há registro e precisamos manter isso vivo. Porém, com muita frequência, precisamos trazer os avós para participar da brincadei-ra e resgatar esse acervo porque a geração dos pais dos alunos já é uma geração que nasceu criada pela televisão”, conta Yara.

Lais explica que é difícil dizer que um brinquedo é ruim para uma criança porque quem confere o signifi cado ao brin-quedo é o brincar. Para as crianças menores são recomendados brinquedos de faz de conta, que estimulam a imaginação.

Para os maiores, po-dem ser jogos e brin-quedos que estimulem

a brincadeira em grupo. A pedagoga Alexandra Graf, mãe

do Caetano, de dois anos, aposta em panos de todas as cores, brinquedos de lã e tocos de madeira que colocam o fi lho em

contato com texturas e temperatu-ras diferentes. “Evito os de plástico e aqueles que só precisam apertar um botão”, conta.

A escolha do que vestir, do que comer, com o que brincar ou até mesmo a organização das festinhas de aniversário. Tudo isso faz parte de uma tentativa de criar seu fi lho de

uma forma mais sustentável. “O que queremos para nossos fi lhos é um mundo onde a essência das coisas seja valorizada. Queremos educá-los para perceber que eles serão sempre parte de um grupo e que respeito é a palavra-chave para a boa convivência”, fi naliza Luciana.

“CRIANÇAS SENTEM NECESSIDADE DE SEGUIR EXEMPLOS.

O PROBLEMA É QUE O EXEMPLO OFERECIDO É O DO CONSUMO”

LAIS FONTENELLE

Os pequenosgrandes consumidores

7 em cada 10 pais são influenciados pelos filhos de 3 a 11 anos na hora de

fazer as compras.

Carros, roupas, alimentos, eletrodo-mésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma criança.

4 horas 50 minutos e 11 segundos, esse é o tempo médio que a criança brasileira passa em frente à TV.

73% dos pais acreditam que deveria haver restrição à publicidade voltada às

crianças.

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30

Crianças

Depois de usar 11 mil fraldas des-cartáveis para criar suas duas fi lhas, a engenheira química Bettina Lauter-bach decidiu nadar contra a corrente. “Eu usava as fraldas descartáveis por simplesmente acreditar que estava fazendo o meu melhor. Mas algumas mães começaram a me questionar se não podíamos desenvolver uma fralda semelhante às que já eram encontra-das na Europa e nos Estados Unidos”, conta Bettina. Hoje, a fralda descar-tável é o terceiro item mais comum nos lixões. O material demora cerca de 450 anos para se desintegrar. Para os ambientalistas, o retorno das fraldas de pano não signifi ca uma volta ao passado, mas uma opção verde que merece uma chance.

Foi assim que nasceu em 2005 a Fralda Bonita. Passados cinco anos, al-gumas pessoas ainda torcem o nariz. Bettina conta que as maiores inimi-gas em seu negócio são as avós, que sempre tentam convencer as mães que entram na loja a sair dali imediatamen-te. A razão é clara: elas ainda têm na memória a pilha acumulada de fraldas no fi m do dia. “Mas deve-se levar em consideração que as fraldas estão dife-rentes e o acesso às máquinas de lavar também aumentou muito”, defende Bettina.

E as fraldas estão mudadas mesmo. Esqueça aquele triângulo preso com alfi nete ou fi ta-crepe. Em versão mais moderna, as fraldas estão charmosas, com fechos ajustáveis e recheios ab-

sorventes. A camada externa pode ser de algodão, plush, malha ou poliéster. Mesmo assim, o caminho ainda é lon-go. Danielly Lins, pernambucana que mora há quatro anos nos Estados Uni-dos, só foi perder o preconceito com relação às fraldas de pano quando se deparou com os dois fi lhos – que têm pouca diferença de idade – usando fraldas ao mesmo tempo. Manter as descartáveis fi caria caro demais.

E esse é justamente um dos pon-tos a favor das fraldas de pano. Por serem reutilizáveis, o investimento é maior no começo, mas no fi m das contas acaba sendo mais vantajoso. De acordo com Bettina, uma família gasta em média 3.575 reais em fral-das descartáveis. Quando se opta pelas de pano, o custo cai para 975 reais (65 fraldas).

A pedagoga Alexandra Graf também optou pe-las fraldas de pano. Ela diz que nem deu ouvi-dos aos comentários da família e amigos. “Já temos fama de alternativos. Quan-do começamos a separar o lixo reciclável tam-bém falaram a mesma coisa, hoje em dia todo mundo faz”, se diverte Alexandra.

descartáveis?

Adeus

fraldas

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HortPlante no jardimde sua casa ou dseu apartamento

LixoO que fazer com celulares e computadores velhos

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ComprasConfira produtosque vão mudar seushábitos diários

Saiba como ter a sua!

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VIDA ECONOMIA MEIO AMBIENTE CONSUMO CIDA

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Cidades inovadorasINFORME FIEP

Iniciativa do Sistema Fiep oferece ferramentas para que as cidades elevem a qualidade de vida com inovação e soluções sustentáveis

O debate sobre o caminho para o desenvolvimento econô-mico e social está entre os mais longos e intensos dos últimos 50 anos. É raro encontrar dois economistas, arquitetos, ou sociólogos que apresentem soluções iguais para melhorar a qualidade de vida das pessoas no longo prazo – pela simples razão de que não existe uma fórmula do sucesso. Apesar dessa difi culdade, o Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) trabalha desde 2004 em propostas que possam ajudar comunidades a construírem condições para se desenvolverem de maneira sustentável. As ferramentas criadas pelo Sistema Fiep estão sendo reunidas na iniciativa Cidades Inovadoras, que enfatiza trabalhos locais e o uso da inovação como ins-trumento de desenvolvimento, de preferência com ações participativas.

O presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, explica que o projeto Cidades Inovadoras é a evolução de uma série de estudos que apontavam os rumos que a indús-tria do Paraná deveria seguir nos próximos anos. Ao projetar o que o setor precisava para se desenvolver, especialistas e empresários chegaram à conclusão de que não adiantaria investir em novas ideias, produtos e sistemas produtivos mais sustentáveis se o ambiente ao redor não valorizasse essas questões. “Acreditamos que só a inovação massiva, em todos os níveis sociais, é capaz de melhorar nosso ambien-te, proporcionando mais e melhores negócios para nossas empresas. Nós, como empresários, estamos contribuindo para fomentar esse debate porque não é possível criar um ambiente amplamente inovador sem que haja participação efetiva da sociedade civil organizada, do poder público e dos cidadãos”, afi rma.

A iniciativa Cidades Inovadoras agrega diversas ferra-mentas de desenvolvimento, sendo que duas formam uma espécie de posto avançado de atuação em comunidades e cidades. A mais recente é o projeto Cidades 2030, que ofe-

rece um método para que municípios criem um plano de longo prazo a partir de um debate abrangente, que reúne representantes do poder público, de empresas, organizações não-governamentais e da academia. Curitiba foi o primeiro município a aplicar a metodologia e, em março deste ano, durante a Conferência Internacional das Cidades Inovadoras (CICI2010, organizada pelo Sistema Fiep), revelou um plano que lida com sete temas prioritários.

O outro projeto com atuação direta nas cidades é a Rede de Desenvolvimento Local, que tem um objetivo de curto prazo: reforçar, nas comunidades, o “capital social”, termo que se refere à capacidade de organização e aos laços das pessoas no local onde elas vivem. A Rede é conduzida por agentes que vão a um bairro, reúnem moradores para instalar um comitê e auxiliam no diagnóstico das prioridades para a região. A ideia é que os próprios moradores formulem uma agenda e articulem seu cumprimento. Além dessas ferra-mentas, estão ligados ao Cidades Inovadoras o Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), um banco de dados sobre desenvolvimento sustentável, e o Nós Podemos Paraná, que monitora o cumprimento dos Objetivos do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU).

Cidades 2030

Dentre todas as ferramentas do Cidades Inovadoras, o projeto Cidades 2030 é a que tem o papel mais estruturante. “Escolhemos a cidade como foco porque é onde as pessoas vivem e se relacionam, e onde é possível mobilizar a força dos atores com capacidade de mudar o próprio ambiente”, conta Marília de Souza, coordenadora dos Observatórios Sesi/Senai e que organiza o projeto. “O objetivo é estimular o debate entre as pessoas com o poder de transformar a cidade para que elas construam uma visão do que o município vai ser no futuro, sem deixar de lado a contribuição das comunidades.”

O plano Curitiba 2030 contou com a contribuição de mais de 200 pessoas. Começou com um grupo menor, com pouco mais de 30 atores estratégicos, que chegou aos temas prioritários para o município, e ganhou corpo com a contribuição de espe-cialistas reunidos em painéis específi cos. “Esse método permite uma troca muito intensa de ideias”, conta Alcione Andrade, analista do Centro de Ação Voluntária, que participou do painel sobre governança. Agora, a metodologia está sendo levada a outras cidades – em Londrina, já existe um grupo de trabalho para implantar o projeto, e em São José dos Pinhais e Cascavel houve os primeiros contatos para a apresentação da ideia.

construído por todosDesenvolvimento

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O documento fi nal do Curitiba 2030 traz 26 objetivos em sete áreas temáticas e 62 ações para que eles sejam atingidos. São propostas para melhorar a mobilidade urbana, a conectividade dos cidadãos, a transparência dos governos, o meio ambiente, entre outros. “O projeto tem a qualidade de reconhecer que as ações nas comunidades e nas cidades têm maior potencial transformador do que grandes planos globais”, afi rma o economista Christian Luiz da Silva, professor da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) e que participou do painel sobre governança. “É preciso levar em conta as particularidades culturais, econômicas e sociais de cada lugar para saber o que é uma prioridade real”, completa.

Outro efeito do debate é que ele viabiliza parcerias. Durante os encontros do Curitiba 2030, a UTFPR e a Agência de Desenvolvimento de Curitiba, por exemplo, começaram

a conversar sobre a criação de um boletim para acompanhar indicadores socioeconômicos da cidade – e a proposta está sendo levada adiante. Em um painel sobre inovação e trabalho, Rodrigo de Mello Brito, diretor da Aliança Empreendedora, uma organização voltada para o empreendedorismo inclusivo, fez contatos que estão viabilizando dois projetos. “É raro tantos setores diferentes sentarem para conversar. E o foco na inovação é importante porque ela pode ser inclusiva. Há tecnologias que mudam a vida de pequenos empreendedores”, diz.

O próximo passo para o Curitiba 2030 é acompanhar a aplicação das ações sugeridas. “O documento tem propostas muito úteis, que agora precisam ser transformadas em políticas públicas”, opina Maria Alexandra Cunha, professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e especialista em governo eletrônico. Segundo Marília de Souza, a partir de junho serão feitos novos painéis de especialistas para discutir a implementação das propostas do Curitiba 2030. É a oportunidade para aproximar a cidade do futuro ideal.

Veja quais são os sete temas prioritários tratados pelo Curitiba 2030:

Governança

O objetivo é ter um sistema de governança pública de classe mundial em um processo democrático consolidado.

Cidade em rede

Curitiba deve se tornar uma referência de lugar onde pessoas, empresas e governo estão organizados e conectados em rede.

Cidade do conhecimento

A meta é ser referência na educação de cidadãos produtores de conhecimento e criadores de uma sociedade empreendedora que busca soluções inovadoras.

Transporte e mobilidade

A ideia é que haja políticas públicas metropolitanas sustentáveis em prol da integração multimodal da Grande Curitiba.

Meio ambiente e biodiversidade

A cidade quer ser referência em biodiversidade e sinergia socioambiental fundamentada na cidadania.

Saúde e bem-estar

A meta é projetar Curitiba como referência em qualidade de vida.

Coexistência em uma cidade global

O objetivo é a cidade oferecer condições para estimular a alegria, o sucesso e a satisfação da população.

Linha Verde em Curitiba: mobilidade é um dos temas prioritários do plano de

desenvolvimento da cidade.

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Saiba mais:

www.cidadesinovadoras.org.br

Prioridades de

Curitiba

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Page 35: Atitute Sustentável, vida , meio ambiente, economia

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Substituição de lâmpadas tradicionais por fl uorescentes ou led pode representar economia de até 90% na conta de luz

Por Gustavo Ribeiro

Há mais de 130 anos, um senhor de nome Thomas Alva Edison, nascido em um vilarejo do estado norte-americano de Ohio, mudaria para sempre a vida das pessoas. Ele foi um verdadeiro gênio, que patenteou mais de mil invenções durante sua vida e que após muitas tentativas chegou ao encontro da lâmpada elétrica. Não foi ele o criador, mas foi o primeiro a fazê-la permanecer acesa por bastante tempo, naquela época, por monstruosas 40 horas. Era um filamento de algodão parcialmente carbonizado dentro de um bulbo de vidro com vácuo, que se aquecia com a passagem de corrente elétrica até ficar incandescente. Nascia então a primeira lâmpada incandescente.

Mal sabia Thomas Edison que sua experiência se tornaria um problema no início do século 21. Com a constante preocupação em relação ao meio ambiente, as lâmpadas in-candescentes se transformaram em vilãs, principalmente pelo alto índice de consumo de energia e pelos materiais que é produzida, muito danosos ao meio ambiente. Mas por que então as pessoas ainda usam essas lâmpadas?

“O principal motivo da escolha de uma lâmpada incandescente na hora da compra ainda é o baixo custo que esse produto tem, especialmente quando falamos em consumidores com baixo poder aquisitivo”, conta Cláudia Capello Antonelli, gerente de produto da Osram, fabricante especializada em iluminação. Além do custo imediato, há outros fatores que as pessoas levam em consideração antes de comprar: a qualidade e a tonalidade fornecidas. “Há ainda quem prefira a tonalidade de cor amarelada oferecida pelas incandescentes, que torna o ambiente mais aconchegante. Mas isso já pode ser contornado com as tecnologias disponíveis no mercado atualmente”, completa Cláudia.

A principal substituta para as lâmpadas incandescentes são as fluorescentes compactas. Em circulação desde a década de 1940, estas são mais eficientes e consomem muito menos energia. Mesmo com o custo mais alto na hora da compra, em média, economiza-se até 80% em relação às tradicionais incandescentes e apresenta durabilidade seis vezes maior. Com a simples troca de lâmpadas, a redução do consumo do brasileiro em horário de pico poderia chegar a 37%, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de pro-dutos de Iluminação (Abilumi). Apesar disso, há grande resistência por partes das pessoas. “Os consumidores têm sido relutantes em abandonar o uso de lâmpadas incandescentes ineficientes porque gostam da qualidade da luz que emitem”, diz Maria Arce, gerente de produtos led da GE Iluminação na América Latina.

de trocar asChegou a hora

lâmpadas

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Capa

Para onde vão as lâmpadas?

Se as fluorescentes compactas são mais eficientes e econômicas que as incandescentes, o problema do descarte é muito semelhante. No Brasil, são consumidas cerca de 100 milhões de lâmpadas fluorescentes por ano. Desse total, cerca de 94% são descartadas em aterros sanitários, sem nenhum tratamento. Isso contamina o solo e a água com metais pesados, principalmente o mercúrio.

A solução é melhorar o descarte e buscar locais ade-quados para isso. “No caso das lâmpadas, muitos itens podem ser aproveitados novamente depois de processos de reciclagem. Dessa maneira, o mais indicado é que as pessoas busquem orientação sobre pontos em que se pode fazer o descarte de forma responsável”, aconselha Cláudia.

Led: a nova geração

Se as lâmpadas fluorescentes são as substitutas naturais das incandescentes, ambas naturalmente serão sucedidas das lâmpadas de led. Estas têm como principais vantagens a longa durabilidade e elevada redução no consumo de energia, que pode chegar até 90%. Além disso, são mais ecológicas, já que não possuem metais pesados na com-posição.

Dependendo do modelo, a vida útil pode chegar até 25 mil horas de funcionamento. “Esse foco é capaz de iluminar a mesa do quarto do seu filho, do seu nascimento até a formatura do segundo grau”, brinca Maria, evidenciando a durabilidade das lâmpadas de led. E isso contribui indi-retamente com o planeta. Por proporcionar uma maior economia de energia, contribui com a preservação do meio ambiente e, além isso, como os led possuem uma grande vida útil, sua substituição é mais demorada, o que gera uma quantidade menor de resíduos a serem descartados.

Mesmo assim, é muito difícil encontrar pessoas que tenham lâmpadas led em casa. O principal motivo para isso é o investimento inicial, que assusta o consumidor acostumado com produtos mais baratos. É o caso da eco-designer Bernardete Brandão, que quer fazer a troca, mas ainda não conseguiu por causa do preço. “É realmente caro. Como tenho mais de 15 em casa, a ideia é trocar aos poucos, mas ainda não consegui colocar em prática. Falta dinheiro”, conta. Ela sabe que é importante para o meio ambiente e para a conta de luz, mas além do preço, é difícil encontrar. “Ainda não se compra em supermercados esse item. É uma boa dica”, sugere Bernardete.

“OS CONSUMIDORES TÊM SIDO RELUTANTES EM ABANDONAR

O USO DE LÂMPADAS INCANDESCENTES INEFICIENTES

PORQUE GOSTAM DA QUALIDADE DA LUZ QUE EMITEM”

MARIA ARCE

COM A SIMPLES TROCA DE LÂMPADAS, A REDUÇÃO DO

CONSUMO DO BRASILEIRO EM

HORÁRIO DE PICO PODERIA

CHEGAR A 37%

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A Associação Brasileira dos Importado-res de Produtos de Iluminação disponibi-liza uma calculadora que permite calcular a economia que pode ser obtida na conta de luz mensal com a troca de uma ou mais lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas.

www.abilumi.org.br

efi ciência energética

Calculadora de

38

Capa

Com o crescimento da demanda, é provável que o preço caia com o tempo. “Como qualquer outro produto com alta tecnologia agregada, as lâmpadas de led ainda têm um preço elevado, o que deve diminuir consideravelmente nos próximos anos”, acredita Cláudia. Aos poucos, a oferta de modelos deve se diversifi car e com isso crescer o consumo desses produtos. “Com a crescente procura do consumidor por produtos efi cientes, seu preço tende a cair e a oferta de modelos a diversifi car”, opina Ricardo Cricci, diretor comercial da Golden.

Não importa se é incandescente, fl uorescente ou led, o que deve ser feito é buscar hábitos que de fato economizem energia. “Muitas pessoas não sabem que o simples toque no in-terruptor para acender uma lâmpada está intimamente ligado à utilização de recursos naturais para a geração de eletricidade”, diz Cláudia. Para que cheguemos a esse nível de consciência, é preciso que haja uma mudança de hábito ligada à formação de opinião sobre o tema. Depois disso, é preciso fazer com que um número maior de pessoas opte por investir em produtos inteligentes, no caso, lâmpadas mais efi cientes.

Outro fator importante e fundamental é cuidar da lâmpa-da, para que sua vida útil seja mais longa, além de verifi car a necessidade de iluminação para cada ambiente. “Essa escolha é feita de acordo com a potência e o número de lâmpadas que serão utilizadas no ambiente. Vale ressaltar, ainda, que a variação da tensão de fornecimento de energia elétrica em nossas casas é um dos principais motivos que

leva à queima de uma lâmpada. Caso seja frequente a queima de lâmpadas, é indicado que a pessoa procure um especialista e faça a revisão do siste-ma elétrico”, sugere Cláudia.

Há ainda outro tipo de perda de energia que pouca gente conhece e que acontece quando um interruptor é mantido ligado apesar da lâmpada, no caso fl uorescente, estar queima-da. “Todas as lâmpadas fl uorescentes

têm um pequeno aparelho chamado reator, que não para de funcionar mesmo quando a lâmpada está queimada, acarretando um desperdício de 20 a 25%, pois a energia continua passando pela lâmpada. Mas se o interruptor es-tiver desligado, não há consumo”, revela Alexandre Cricci, presidente da Abilumi.

Conscientização é chave

“AS LÂMPADAS DE LED AINDA TÊM UM PREÇO ELEVADO,

QUE DEVE DIMINUIR CONSIDERAVELMENTE NOS

PRÓXIMOS ANOS”CLÁUDIA CAPELLO ANTONELLI

Não são só as lâmpadas que pesam na conta de luz. Outros fatores relacionados à iluminação podem e devem ser levados em conta para economizar energia.

• Pinte os ambientes com cores claras, prin-cipalmente o teto, já que reflete melhor a luz.

• Em áreas externas, use fotocélula para

acionar as lâmpadas. Assim, evita-se o acen-dimento quando a luz solar é suficiente.

• Use dimmers, que controlam a intensidade

de luz emitida pelas lâmpadas.

• Em áreas coletivas, no caso de prédios, use

interruptores temporizados (minuteiras) ou sensores de presença.

lâmpadasAlém das

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60W

6.480KW 1.944

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1.080KW

Fonte: Balmes Neves

Abaixo você confere um comparativo entre lâmpadas incandescentes, fluorescentes compactas e led. Para isso, supõe-se uma casa com 20 pontos de luz e uma utilização média de dez lâmpadas acesas durante seis horas diariamente. Em cinco anos, o balanço é o seguinte:

Os números falam por si. As fluores-centes compactas são mais caras, mas rapidamente se pagam com a econo-mia de energia elétrica. Além do mais, em um período de cinco anos, a casa comlâmpadas incandescentes vai pro-duzir 96 lâmpadas queimadas a mais.

* luminosidade equivalente à lâmpada de 60w. ** incluso em reatores eletrônicos.

Apesar de um investimento inicial com iluminação com fluorescente compactas de 700 reais e a de led ficar em 1.500 reais, ou seja, quase duas vezes mais, o custo final da conta de luz compensa, pois significa uma economia de 40%. Se compararmos com a lâmpada incandescente, a relação é mais vantajosa ainda. O led proporciona uma economia de 88%. Uma vantagem substancial em dinheiro e um ganho na ecologia significativa em cinco anos.

Investim

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inicia

l em

lâm

padas R$

Investi

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Gasto com

Energia

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lâmpadas

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Iluminação Tubular à led

LâmpadasIncandescentes

LâmpadasFluorescentes Compactas

Quanto a menos?

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Vestuário

reciclado

Muitoalém do

Sobras e resíduos têxteis que iriam para o lixo são utilizados na confecção de novos

produtos, que têm na exclusividade seu principal apelo junto aos consumidores

Por Jessica Krieger

Em tempos de desenvolvimento sustentável, os

chamados três Rs – reduzir, reutilizar e reciclar - come-

çaram a fazer parte do imaginário criativo de estilis-

tas e designers de todo o mundo. Já não basta criar

peças e acessórios com conceito diferenciado se

não houver preocupação com o meio ambiente.

Nos últimos anos, os criadores de moda perce-

beram que o processo de reutilização de maté-

rias-primas, tecidos e aviamentos de coleções

passadas poderiam ganhar releituras

interessantes e modernas: foram de-

senvolvidas, então, coleções recicla-

das, com o reuso de resíduos têxteis

e produtos que seriam descartados

na criação de peças exclusivas.

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A estilista Isabela Capeto utiliza na passarela tecidos reaproveitados de coleções passadas

“A TENDÊNCIA PARA CRIAR MENOS IMPACTO É ESSA:

REAPROVEITAR O QUE JÁ ESTÁ

FEITO, POIS JÁ EXISTE MUITO

TECIDO E ROUPA PRODUZIDA NO MUNDO”

ANA CÂNDIDA ZANESCO

O upcycling – termo utilizado para a reinserção de mate-riais que seriam jogados no lixo para criar novos produtos sem o processo de reciclagem – que transforma algo que está no fim de sua vida útil em artigos novos e com valor agregado é a palavra do momento no mundo fashion. Sacos de cimento viram carteiras e bolsas, como imaginou a equipe de desen-volvimento da Cavalera no início do ano; sacolas plásticas se transformam em peças rendadas exclusivas nas mãos da designer Laura Marsden; sobras de tecidos que marcaram a história da Prada ganharam formas de sapatilhas, bolsas e vestidos que dão vida nova ao material. Na coleção Verão 2010 exibida na edição da São Paulo Fashion Week, em janeiro deste ano, a estilista Isabela Capeto mostrou peças inspiradas no pintor Robert Rauschenberg, com looks que traziam tecidos e aviamentos reaproveitados de coleções passadas. “É inevitável ter sobra e tentarmos aproveitar ao máximo, sem atrapalhar o conceito da coleção. Os tecidos reutilizados podem virar forros das peças, serem tingidos, forrar botões, lenços, enfim, são várias as possibilidades. É uma forma de economizarmos e não desperdiçarmos materiais de qualidade. Tenho uma coleção infantil inteira que foi feita com tecidos de coleções passadas. Ficou lindo!”, conta Isabela.

A jornalista Ana Cândida Zanesco, presidente-fundadora do Instituto Ecotece (que desde 2005 trabalha o conceito “Vestir Consciente” e se dedica a promover a consciência e sustentabilidade através do vestir) acredita que o reaprovei-tamento na moda é um dos princípios mais ativos em termos ambientais porque otimiza recursos naturais já utilizados na produção de novas peças e também amortiza o impacto gera-do na cadeia produtiva. “O Re-design de coleções anteriores é uma ferramenta do design sustentável que possibilita o novo através do ‘renovar’. A tendência para criar menos impacto é essa: reaproveitar o que já está feito, pois já existe muito tecido e roupa produzida no mundo”, explica. “Tudo isso está inserido dentro do conceito do UpCycle”, completa.

Retalhos e meias órfãs

Em uma arrumação corriqueira da gaveta dos filhos, a estilista paulista erradicada em Paris, Márcia de Carvalho, ficou impressionada ao ver o grande número de meias que não tinham seus respectivos pares. A partir daí, surgiu a ideia de aproveitar estas meias solitárias na confecção de novas peças como vestidos, cachecol, echarpes, mantô, entre outros. Inicialmente, ela confeccionou um suéter; depois, percebeu que as possibilidades eram infinitas. Foi criado, então, em 2007 o projeto “Meias Órfãs” ou Chaussettes Orphelines, com o objetivo de promover os conceitos de inserção, recuperação, reutilização e transformação. “O foco está em dar novos usos para as meias que perderam sua função original. Criamos um produto original, valorizando o produto artesanal, o feito à mão e sua exclusividade”, conta Márcia, que mora na capital francesa há 20 anos e possui duas butiques na cidade, onde é conhecida por peças que agregam o patchwork, crochê e rendas.

A estilista explica que as meias órfãs são doadas e também coletadas através de campanhas, realizadas em parceria com a

e

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Márcia de Carvalho criou a “Meias Órfãs” com o

objetivo de dar nova vida a meias sem pares

Vestuário

Universidade Castelo Branco no Rio de Janeiro ou com a prefeitura do 18º distrito em Paris. O processo de transformação depende do resulta-do almejado: as meias podem ser recortadas em tiras ou inteiramente usadas. Márcia utiliza técnicas de costura como tricô, crochê e bordado para aplicar as construções realizadas com as meias, retalhos e outros resíduos têxteis. “Reaproveitando esta peça, diminuímos o volume de lixo. E isso é muito importante em tempos em que a sustentabilidade precisa ser pensada no processo de criação como um todo”, afirma. Márcia acredita tanto neste conceito que realiza uma Oficina de Trans-formação semanalmente em Paris. “Reutilizamos tudo na criação de novas peças: uma calça pode virar um vestido lindo, camisas ganham versões de saias diferenciadas. Basta usar a criatividade”, conta. O projeto também possui um cunho social, já que oferece cursos de costura em Paris para mulheres da comunidade excluídas do mercado de trabalho. No bairro Goutte d’Or, elas aprendem a confeccionar modelos utilizando as meias “perdidas”.

No ano passado, o “Meias Órfãs” fez parte do calendário oficial do Ano da França no Brasil: a primeira edição aconteceu no final de 2009 na cidade de Marechal Deodoro em Alagoas. “O local foi escolhido pela riqueza do artesanato local. A parceria com a cooperativa de mulheres rendeiras, que trabalham com a renda filé, trouxe como resultado peças lindíssimas que foram mostradas em um desfile que aconteceu em fevereiro deste ano em Paris”, diz Márcia.

Também apostando na reutilização de tecidos como forma de res-ponsabilidade social, a ONG paulistana Florescer, em parceria com a Prefeitura de São Paulo e o Programa Bolsa de Trabalho da STDS (Secre-taria de Desenvolvimento do Trabalho e Solidariedade), criou o projeto Recicla Jeans. Mulheres carentes da comunidade de Paraisópolis na capital paulista criam confecções e acessórios a partir da reciclagem de jeans e resíduos têxteis. As roupas do Recicla Jeans já participaram de feiras internacionais como a Feira SIMM em Madri na Espanha. “Este é um projeto ambicioso que democratiza a moda, colocando-a a serviço de uma comunidade carente de recursos mas cheia de criatividade”, afirma Lia Aguillar da ONG Florescer. O projeto tem como garota propaganda a atriz Karina Bacchi, filha de Nádia Bacchi, fundadora da entidade.

Beat

riz M

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“REUTILIZAMOS TUDO

NA CRIAÇÃO DE NOVAS PEÇAS. BASTA USAR A

CRIATIVIDADE” MÁRCIA DE CARVALHO

asso

n

Márcia de C

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novos consumidoresNovas peças,

De olho na indústria

No país, ainda não existem dados concretos sobre o reaproveitamento de materiais na confecção de peças, acessórios e até peças decorativas. Mas o movimento de criação de novos produtos a partir de resídu-os têxteis e matérias-primas ecologicamente corretas já chegaram à indústria. A Tavex Corporation, por exemplo, criou há alguns anos o Ecol Denim, onde retalhos do tecido eram transformados em fi os no-vamente. Reforçando sua política de negócios sustentáveis, a empresa desenvolveu uma evolução deste tecido, o Bio Denim, produzido com algodão reciclado e feito exclusivamente com fi bras e fi os reaproveitados do seu próprio processo industrial. O tecido jeans traz, ainda, o acaba-mento em Alsoft Amazontex desenvolvido a partir da manteiga de cupuaçu em substituição aos amaciantes sintéticos. Seu consumo ainda promove a responsabilidade social por meio do apoio ao crescimento de comunidade locais na Amazônia, benefi ciando 700 famílias com o projeto. “Acreditamos que o Bio Denim terá um resultado acima da média em termos de volu-me de vendas”, afirma Maria José Orione, gerente de marketing da Tavex para a América do Sul.

“AS PESSOAS ESTÃO

ENTENDENDO MELHOR

HOJE EM DIA QUE

REUTILIZAR NÃO SIGNIFICA

PERDER A QUALIDADE”

ISABELA CAPETO

Aos poucos, os consumidores brasileiros estão se acos-tumando com a ideia de encontrar produtos feitos a par-tir de resíduos que antes iam para o lixo. Segundo Ana Cândida, do Instituto Ecotece, aqui no país, o público para este tipo de produto ainda é restrito. “Geralmente são pessoas mais ativas nos movimen-tos ambientais e de geração de renda. Ainda existe muito preconceito, mui-tos acham que por ser reaproveitado precisa ser mais barato, pois a qualida-de é menor. Mas essa concepção está mudando aos poucos. Na Europa, por exemplo, o que é feito a partir do velho é bem mais aceito e este movimento

de aceitação transita por diversos grupos sociais e estilos de pessoas”, explica.

A estilista Isabela Capeto afirma que os consumidores da sua marca aprovaram o reaproveita-mento de matérias-primas de coleções passadas na confecção de novas peças. “Meu público se preocupa com ações ecologicamente corretas sim. Tivemos uma ótima aceitação quando lançamos ecobags e outras peças ecofriendly e nunca tivemos nenhuma reclamação pela utilização de matérias”, diz. “As

pessoas estão entendendo melhor hoje em dia que reuti-lizar não significa perder a qualidade”, completa Isabela.

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Vestuário

Vista orgânicos e tecidos com material reaproveitado Os tecidos orgânicos e os desenvolvidos com mate-riais reaproveitados chegaram para fi car. Na opção do orgânico é possível escolher desde o algodão até a seda, certifi que-se de que possui selo de autentica-ção. Os tecidos com materiais reaproveitados como o tecido PET são uma inteligente opção.

Encontre uma nova utilidade Reciclar não é somente reaproveitar. Seja criativo, inspire-se no mundo a sua volta e aproveite o que já existe para reinventar.

Investigue as origens Nesse boom de novos tecidos, desconfi e do mote ecológico. Como tudo na vida, o que aparentemen-te poderia ser a solução, pode ser um problema.

Escolha roupas éticas Muitas empresas, além de cuidarem da natureza, investem em sustentabilidade e responsabilidade social. Valorize e incentive esse tipo de ação. Pro-cure saber onde ficam as fábricas das empresas que você compra.

Não desperdice Não é porque aquele vestido não está na próxima tendência que ele merece ir para o lixo. Se for algo que de-jeito-nenhum-você-usará-novamente, venda, troque, doe.

Planeje antes de comprar Abandone as compras por impulso. Analise bem se aquela roupa ou acessório servem para você ou se é só uma vontade passageira.

Ame suas roupas Cuide-as com carinho. Se cair um botão ou tiver que ajustar um pouco, procure uma costureira e veja se há como reparar.

Evite lavagem a seco Máquinas de lavagem a seco usam tetrachloro-ethylene, uma substância cancerígena. Procure lavanderias que trabalhem com “wet cleaning” ou CO2 líquido.

Compre peças antigas ou usadas Use a criatividade e tenha um estilo próprio. Busque em bazares, feirinhas, brechós, troca de roupas en-tre amigas. Vale tudo. Se tiver roupas ‘herdadas’ que possam ser interessantes, aposte. Acessórios an-tigos sempre funcionam.

Lave bem Tenha cuidado para não desperdiçar energia. Junte bastante roupa antes de lavar, para economizar na água, luz e sabão. Procure usar a temperatura mais baixa possível. Opte por alternativas naturais na remoção de manchas nos tecidos e produtos que sejam livre de fosfato e biodegradáveis.

Fonte: Eco Trends & Tips

“verde”seu armáriodicas para deixar

10

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Mobilidade

Quando o assunto é mobilidade urbana, a bicicleta se transforma numa alternativa de transporte não

poluente que vem ganhando adeptos em todo país

modernoSímbolo

de trânsito

Por Jessica Krieger e Rafael Bruno

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Qualquer metrópole tem seus problemas, e o trânsito costuma estar entre

os principais. Ele é usado como desculpa para atrasos, culpado por doen-

ças e apontado até como um foco de violência urbana. Todo cidadão sabe

muito bem como tudo isso atrapalha a sua vida, mas poucos conseguem

se engajar em uma solução. Trocar o conforto do ar condicionado do carro

pelo selim da bicicleta, por exemplo, é uma medida considerada absurda

para muita gente, mas que começa a ganhar força. O que parece um “atraso

de vida”, na verdade pode se tornar o futuro da mobilidade urbana.

Não faltam exemplos nem motivos para isso. O con-sultor ambiental Eduardo Bernhardt, de 34 anos, apostou nessa ideia. Deixou o carro de lado e passou a realizar suas atividades cotidianas de bicicleta. A bike começou a ser usada como principal meio de transporte para este morador do Rio de Janeiro, que passou a ir à faculdade, trabalho e locais de lazer pedalando. Desde 2004, não possui mais carro. Eduardo e a esposa dizem transitar num raio de 15 quilômetros da casa onde moram na capital fl u-minense com tranquilidade. Pelo menos uma vez por ano, os dois realizam uma cicloviagem para conhecer lugares inusitados. “Cada dia descobrimos algo novo sobre nossa cidade e o deslocamento para qualquer lugar é uma forma de aliviar o estresse e não de alimentá-lo. Está quente? Vou mais devagar. Ladeira íngreme? Desço e empurro a bicicleta. Cansei? Paro onde quiser e descanso. Me perdi? Pergunto o caminho para qualquer um, sem medo e dou meia volta facilmente”, conta.

O cotidiano de Eduardo, um dos diretores da organiza-ção civil Transporte Ativo, é apenas um exemplo que ilustra uma alternativa de transporte que está sendo adotada nas cidades brasileiras como forma de transporte sustentável. Além da fácil aquisição e do baixo custo de manutenção, a bicicleta ganha cada vez mais espaço por diversos aspectos, entre eles a rapidez no deslocamento devido ao problema crescente do alto fl uxo de veículos. De acordo com o Depar-tamento Nacional de Trânsito (Denatran), de 2001 a 2009, o país ganhou mais de 24 milhões de carros, caminhões e motos – um aumento de 76%. No mundo todo, a frota de veículos registrada pela Organização Mundial da Indústria Automobilística em 2008 chega a um bilhão de unidades.

Segundo Nazareno Aff onso, um dos fundadores do Ruaviva (Instituto da Mobilidade Sustentável), o poder pú-blico investe desde a década de 50 na implantação de uma política para universalizar o uso e acesso aos automóveis como principal forma de transporte nas cidades. “Tivemos os subsídios para gasolina, fi nanciamentos, construção de viários utilizados majoritariamente pelos automóveis”, ex-plica. Como resultado, estima-se que até 85% da poluição

“PRECISAMOS INVESTIR NA OTIMIZAÇÃO DE TRÂNSITO PARA

A SEGURANÇA DO CICLISTA, OU SEJA, APOSTAR NA REDUÇÃO

DO LIMITE DA VELOCIDADE DOS VEÍCULOS”

EDUARDO BERNHARDT

urbana é oriunda dos meios de transporte motorizados com o agravo dos congestionamentos ocasionados pelo excesso de automóveis. São 28,1 milhões de toneladas de poluentes emitidos todos os anos, causando danos ao meio ambiente e, consequentemente, ao bem-estar das pessoas.

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Mobilidade

“DEPOIS QUE DESCOBRI OS BENEFÍCIOS DA BICICLETA,

SÓ USO O CARRO EM CASO DE EMERGÊNCIA”

LAURA SOBENES

na cidadePedalando

Os defensores do uso da bicicleta enumeram uma série de razões para estimular seu uso: além de economizar tempo e dinheiro, é um meio de transporte não poluente que ajuda na manutenção da saúde. O médico Juarez de Oliveira explica que por ser um exercício aeróbico, o ato de pedalar exercita os músculos, aumenta a resistência do sistema respiratórios e até previne doenças cardíacas. “Na prática do exercício, há também uma sensação de relaxamento e bem-estar, o que traz mais disposição para o dia-a-dia”, diz.

Mas não precisa ser um esportista para adotar a bicicleta como meio de transporte. “Não uso roupas de lycra ou tênis para pedalar no dia-a-dia. Pedalo com as roupas de trabalho mesmo. Gosto de utilizar a bike porque não polui o meio ambiente e não preciso gastar dinheiro com combustível. Existe também a questão da mobilidade, neste caso, porque não há trânsito quando se pedala. E convenhamos que o estresse do trânsito faz muito mal à saúde”, garante a fotógrafa Laura Sobenes, de 22 anos. No meio do ano passado, influenciada por uma colega de trabalho, ela começou a usar a bicicleta como principal meio de transporte. “Pedalo todos os dias da semana, especialmente da minha casa até o meu trabalho, cerca de 16 quilômetros. Uso a bicicleta também para o lazer. Além do ‘bikepolo’, que jogo com um grupo de amigos, costumo sair por aí de bicicleta com meu namorado. Tenho um carro desde os 18 anos. Usava bastante, para ir a todo lugar, mas depois que descobri os benefícios da bicicleta, só uso em caso de emergência”, diz.

Por isso, cresce cada vez mais os adeptos ao uso da bicicleta como principal meio de transporte, já que ela está no topo da lista de alternativas não poluentes para as grandes cidades. Seja para mini-percursos de até um quilômetro, ou para ir ao trabalho em até dez quilômetros de casa ou mesmo como transporte associado para levar uma pessoa ao transporte coletivo. O di-retor da Transporte Ativo, Eduardo Bernhardt, diz que no Rio de Janeiro, o número de viagens de bicicleta já se equipara ao de metrô e trem juntos. “Há um potencial de grande crescimento neste uso, baseado no histórico dos últimos anos e algumas pesquisas municipais que indicam o grande uso de automóveis por apenas uma pessoa e em trajetos muito curtos. É o panorama ideal para a bicicleta”, confirma.

Em cidades como Copenhague (Dinamarca), a rede de vias está conectada com faixas próprias para os ciclistas. Existe si-nalização especial, estacionamentos onde se pode guardar a bicicleta e até mesmo alugar uma. Em 2002, o número de bikes que circulavam pela cidade já ultrapassava o de veículos. Com isso, a cada ano, 90 mil toneladas de gás carbônico deixam de ser emitidas no ar. Já em Amsterdã (Holanda), o respeito aos ciclistas está presente em ações de incentivo ao uso de bici-cletas no trânsito e ainda na construção de pontes e viadutos exclusivos para elas.

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A maior cidade do país, São Paulo, também percebeu a importância de investir em políticas para in-centivar o uso da bicicleta. Há ciclofaixas para bicicletas que integram os principais parques da metrópole e que

são inteiramente fechadas para a circulação de bikes aos domingos, das 7 às 14 horas, com percurso sinalizado. O

projeto UseBike (conhecer mais na página 51), criado pelo Instituto Parada Vital com o apoio do Metrô de São Paulo e da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, desenvolveu 26 bicicletários e paraciclos (estacionamento de bicicletas) em vários pontos estratégicos da cidade, junto às estações de trem e metrô. “A utilização dos bicicletário em São Paulo têm sido significativa. De se-tembro de 2009 a maio de 2010, mais de 15 mil pessoas se cadastraram no UseBike. Neste mesmo período, foram realizados mais de 48 mil empréstimos de bicicletas”, explica Ismael Caetano, presidente do Instituto Parada Vital. “Estes índices mostram que estamos trabalhando em prol dos ciclistas, mas em questão de ciclovias, ainda estamos engatinhando. A capital paulista tem 17 mil quilômetros de vias e avenidas e só 34 quilômetros de ciclovias. Mais da

metade delas estão dentro dos parques”, complementa.Ismael pontua que existem dois perfis de pessoas que

utilizam bicicletas na cidade de São Paulo: cidadãos de bai-xa renda que veem o uso da bicicleta como uma forma de transporte mais econômica e aqueles que têm consciência da importância desta alternativa como forma de mobilidade não poluente. Pessoas como Laura e o jornalista Plínio Rodri-gues, de 30 anos, que resolveu fazer uma mudança radical no seu estilo de vida. “Há mais de um ano, comecei a comer mais frutas e verduras, diminui a quantidade de embalagens

plásticas adquiridas no supermercado e passei a controlar mais a quantidade de lixo que produzo. A bicicleta foi o carro chefe desta mudança, com o abandono completo do carro. Passei até a viajar de bicicleta, descobrindo um novo prazer que é o cicloturismo”, explica. Por causa da bicicleta, o jor-nalista mudou até de emprego: ago-ra, desenvolve um projeto que inclui

o cicloturismo e geração de conteúdo sobre o assunto. “Vou percorrer 21 municípios da região oeste de São Paulo de bicicleta para traçar rotas e apurar informações sobre estes locais”, conta.

“PASSEI ATÉ A VIAJAR DE BICICLETA, DESCOBRINDO

UM NOVO PRAZER QUE É O CICLOTURISMO”

PLÍNIO RODRIGUES

Plínio Rodrigues abandonou o carro e agora se locomove e viaja somente de bicicleta

De setembro de 2009 a maio de 2010, foram realizados mais de 48 mil empréstimos de bicicletas do projeto UseBike, em São Paulo

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Mobilidade

Eduardo Bernhardt ressalta que as prioridades para acelerar o crescimento do uso de bicicletas começam com a educação para o trânsito, voltada para motoristas, pedestres e ciclistas. “Também precisamos investir na otimização de trânsito para a segurança do ciclista, ou seja, apostar na redução do limite da velocidade dos veículos, principalmente em ruas locais”, afirma. Ele explica que o Rio de Janeiro possui mais de 100 quilômetros de ciclovias, mas que não foram pensadas para o transporte, e sim, para o lazer e esporte. Por isso, defen-de o investimento em ciclofaixas. “Desta forma, não prejudica a circulação dos motorizados, oferece mais segurança aos ciclistas e principalmente, coloca as bicicletas na via, dando início a uma relação de respeito mútuo, fundamental para que a bicicleta de fato faça parte do trânsito em qualquer rua da cidade”, relata.

O ciclista Plínio concorda: “uma boa alternativa é garantir meios para que o cidadão possa pedalar sua própria bicicleta com segurança. A conscientização dos motoristas de automóveis também é uma questão que precisa ser pensada. Eu mesmo já fui atropelado algumas vezes. Numa sociedade do automóvel, uma mudança nessas características de se relacionar com o espaço urbano é funda-mental para que haja maior utilização da bicicleta. Muita gente que conheço adoraria pedalar mais, mas não o faz por medo de sair nas ruas da cidade de bike”.

e segurançaEducação

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Projetos que dão certo

Ruaviva - Brasília - DF

Nazareno Affonso, do Ruaviva, conta que na cidade de Brasília existe um projeto que foca sua pesquisa e pro-posta naquelas pessoas que usam a bicicleta. “Concluiu-se que a maioria é de baixa renda e que fazem trajetos de mais de 30 quilômetros, principalmente na cidades satélites. A proposta é chegar a 400 quilômetros de vias para bicicleta – hoje são 40”, explica.

Zonas 30 - Rio de Janeiro - RJ

No Rio de Janeiro, uma parceria entre Estado e muni-cípio está construindo ciclovias e instalando ciclofaixas em vias pontuais da cidade, além de reduzir os limites de velocidade em ruas secundárias. “São as chamadas Zonas 30, onde o limite é de 30 quilômetros por hora. Bom para os ciclistas, bom para os pedestres. O projeto piloto desta iniciativa é em Copacabana, mas em breve, as ruas da Tijuca também farão parte do projeto”, conta Eduardo Bernhardt.

UseBike - São Paulo - SP

Para utilizar o UseBike em São Paulo é simples. Para estacionar a bicicleta basta comparecer a um dos locais portando qualquer documento com foto e o número do CPF para cadastro. No caso de empréstimos também é necessário um cartão de crédito Visa, Mastercard ou Amex com um limite disponível de 350 reais para pré-autorização. Quem não possui cartão de crédito pode comparecer à sede do Instituto Parada Vital (Alameda Barão de Limeira, 985, 5º andar, Campos Elíseos das 8h30 às 17h30) munido de RG, CPF, comprovante de residência (originais e uma cópia) e duas fotos 3x4 para confecção da carteirinha do UseBike, que dará acesso ao serviço.

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Água

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Você já pensou em aproveitar a água da chuva para lavar seu carro ou regar as plantas?

cai do céuRecurso que

Por Carolina Gabardo Belo

Todos os dias, às 6h30, a empresa onde o gerente de logística Ronaldo Gugelmin Pereira Jorge trabalha tem seu jardim irrigado. São mais de três mil metros quadrados de área, que consomem por mês cerca de 85 mil litros de água apenas para irrigação. Este sistema é automático, mas não é a principal novidade no local.

No fim do mês, os 85 mil litros de água utilizada para a irrigação dos jardins não pesam nas contas da empresa. Isso porque a água “cai do céu”. Isso mesmo, ela vem de graça! “Já projetamos esta nova sede da empre-sa para ter um sistema de aproveitamento de água da chuva”, conta. O telhado da construção, com oito mil metros quadrados de área, é espe-cialmente canalizado para receber a água da chuva, que é direcionada a cisternas para o armazenamento.

“O sistema é tão simples que nem lembramos mais que ele existe, funciona muito bem. Além disso, as pessoas gostam de saber que temos

este sistema na empresa e que aproveitamos os recursos; é muito sau-dável.” Na ponta do lápis, a economia que a empresa faz por mês com

o aproveitamento da água da chuva passa dos 300 reais, de acordo com as tarifas da concessionária local. Em apenas alguns meses este valor cobriu os investimentos feitos para a compra e instalação do

sistema, que no montante total da obra fez pouca diferença.A economia financeira, no entanto, é apenas um dos benefícios que

o aproveitamento da água da chuva traz. Com a utilização deste recurso que chega de graça, alcança-se uma série de efeitos positivos para o meio

ambiente. “Aproveitando-se ou não a chuva, armazená-la é indispensável para conter e, sobretudo, não piorar os efeitos da impermeabilização urbana”, ressalta Jack Sickermann, do Consórcio da Chuva 3P Technik / Acquasave, que trabalha com soluções para o manejo sustentável das águas pluviais. Armazenada nas cisternas, a água da chuva demora mais tempo para chegar ao sistema de drenagem, que fica sobrecarregado em ocasiões de temporais, por exemplo.

“É atitude sustentável básica utilizar o que ‘está à mão’ e a chuva é algo que cai sobre as nossas cabeças, daí é tão elementar como aquecer a água do banho com a força do sol. Isto sem falar dos imensos custos para tornar potável a água dos nossos rios poluídos e trazê-la de distâncias cada vez maiores. Imagine a energia necessária para acionar elevatórias, bombas etc”, complementa.

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cada pingoAproveitando

Água

Para o engenheiro civil Plinio Tomaz, o aproveitamento da água da chuva possibilita também melhor distribuição dos recursos hídricos, uma vez que a água disponibilizada pelas concessionárias não é desperdiçada e pode che-gar a comunidades que ainda sofrem com problemas de abastecimento. “Na descarga, as pessoas utilizam água da concessionária, que vem com flúor, mas o banheiro não tem dentes. Podemos usar a água da chuva e outras pessoas podem usar a água potável”, brinca.

Nos países da Europa, a utilização deste recurso já é comum, mas no Brasil estes sistemas ainda são aproveita-dos de forma discreta. De acordo com Jack, enquanto na Alemanha a média é de 100 mil instalações do sistema por ano, no Brasil o índice anual é de apenas cinco mil. Para Plínio, o aproveitamento da água da chuva é uma necessi-dade do mundo moderno. “Temos quatro paradigmas em relação a água: a água das superfícies (os rios e os lagos), a água subterrânea, o reuso de esgotos e a água da chuva. O mundo moderno tem que usar estes quatro paradigmas”, afirma. “Cada vez mais os municípios estão indo nesta direção. A arquitetura também irá se adequar ainda mais a estas necessidades”, complementa Jack. Quem utiliza este sistema passa a ter uma preocupação maior com o consumo dos recursos naturais e percebe que iniciativas como esta fazem a diferença.

“APROVEITANDO-SE OU

NÃO A CHUVA, ARMAZENÁ-

LA É INDISPENSÁVEL PARA

CONTER E, SOBRETUDO, NÃO PIORAR OS EFEITOS DA

IMPERMEABILIZAÇÃO URBANA”JACK SICKERMANN

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) determina por meio da norma NBT 15527, de 2007, que a água da chuva deve ser utilizada apenas para fins não potáveis. Desta forma, seu uso é permitido para irriga-ção de jardins, lavagem de pisos e carros, utilização em descargas sanitárias ou ainda para fins industriais, como resfriamento de equipamentos e máquinas, serviços de limpeza, reservatório contra incêndio, limpeza de carros e caminhões ou irrigação de áreas verdes.

Mesmo apresentando “boa balneabilidade”, este re-curso não atende as determinações da Portaria 518-2004 do Ministério da Saúde, pois pode ser contaminado pela poluição urbana. Plínio, que coordenou a Comissão de Estudo responsável pela elaboração da norma da ABNT, alerta também para a contaminação da água por um pro-tozoário que pode estar presente na água armazenada. No caso de lavagem da roupa com esta água, por exemplo, o contato com a boca causa a contaminação, que em casos mais graves pode resultar em morte. A norma determi-na ainda o escoamento inicial da água armazenada, para eliminar impurezas – como folhas e galhos - que possam estar presentes na água.

TODA A INSTALAÇÃO DO SISTEMA DEVE SER REALIZADA

POR PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS NA ÁREA

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Toda a instalação do sistema deve ser realizada por profi s-sionais especializados na área, que irão montar o projeto de acordo com o índice pluviométrico da região, com a capaci-dade de captação do telhado e com a fi nalidade para que a água será utilizada. Isto irá defi nir toda a estrutura do sistema, inclusive o tamanho da cisterna que irá armazenar a água. “A norma deu coragem para a instalação do sistema. Sem a norma era um perigo, pois eram feitas muitas coisas erradas, que trazem problemas para a vida das pessoas”, avalia Plínio.

Em casas já construídas, a adaptação para o sistema pode ser mais simples, sem causar muitos danos à estrutura. A op-ção é instalar a tubulação que liga a água da chuva à cisterna na parte externa da casa. “Quando houver a necessidade de uma reforma maior pode aproveitar e ins-talar o sistema completo. Se ainda assim o interessado ainda não tiver condições de instalar todo o sistema, existe a possi-bilidade de deixar a tubulação já pronta, para depois não interferir nas paredes”, recomenda Jack.

E se parar de chover? O sistema con-tinua funcionando normalmente duran-te períodos de estiagem até que toda a água armazenada seja utilizada. Quando o nível de água da chuva fi ca baixo, ela é substituída pela água da rede pública.

Fazendo as contas

Cerca de 50% da água utilizada nas casas é destinada para fi ns não potáveis. Com a utilização da água da chuva, a economia da água fornecida pelas concessionárias pode variar entre 30 e 50%. Em estabelecimentos comerciais e indústrias, a economia é ainda maior devido ao volume de água utilizado mensalmente.

Os especialistas afi rmam que a instalação de um sistema de aproveitamento da água da chuva é mais rentável para casas maiores, com mais de 200 metros quadrados de área

construída. Construções pequenas, com aproximadamente 50 metros quadrados, tendem a ter baixo consumo de água, o que em muitos casos é subsidiado pelas concessionárias. A taxa de subsídio vai até o consumo de dez metros cúbicos por mês.

O custo do sistema, previsto para casas com 150 a 300 metros quadrados, varia entre 5 e 7 mil reais. O valor inclui as calhas, tubos para captação, cisternas para armazenamento e tubulação para o direcionamento da água. O retorno do investimento, de acordo com os fabricantes, demora em média cerca de três anos nas residências e no máximo o mesmo período em indústrias e comércios. Na área de um metro quadrado, a captação de um milímetro de chuva cor-

responde a um litro de água.Para a empresária Hilda Cherobim,

a meta é chegar à redução de 50% no consumo de água. Ela instalou o sistema de aproveitamento de água da chuva durante a construção da casa e investiu 1,8% do valor total da obra para a es-trutura, o que não considera um valor elevado. Nos dois primeiros meses em que está morando na casa ela já sente a

diferença no consumo. A água da chuva é utilizada para a descarga nos vasos sanitários, irrigação do jardim, limpeza dos pisos e do carro.

A redução no consumo, no entanto, não foi o único ob-jetivo da instalação do sistema na casa de Hilda. “Fizemos isso pensando no futuro, em contribuir para a sustentabi-lidade. Temos que pensar também no outro lado”, afi rma. Ela conta que antes de utilizar a água da chuva sentia-se envergonhada por utilizar a água da rede pública. “Não tinha mais coragem de pegar na mangueira para lavar o carro e molhar as plantas. Agora estou tranquila”. Em casa, os fi lhos da empresária também gostaram do novo sistema. Além de contarem na escola as iniciativas sustentáveis que têm em casa, aproveitam a irrigação para regar as plantas do jardim.

O engenheiro Plinio Tomaz conta que o aproveitamento da água da chuva é feito desde a Antiguidade. Na região de Israel a pedra Mohabita, de 830 a.C., trazia determinações do rei Mesa sobre a construção de cisternas. A Fortaleza dos Templários, em Portugal, de 1160 d.C., já era abastecida com a água da chuva.

Sistema

Antiguidadeque vem desde a

O CUSTO DO SISTEMA, PREVISTO PARA CASAS COM 150 A 300 METROS

QUADRADOS, VARIA ENTRE 5 E 7 MIL REAIS

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Água

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Como funciona o

sistemaNão existem restrições em relação à região onde o sistema de aproveitamento da água da chuva será instalado. Construções em qualquer cidade podem contar com este recurso.

1. A água da chuva cai nas telhas e passa pela tubulação em direção à cisterna subterrânea

2. Antes de chegar à cisterna, ela passa por um filtro, que separa as impurezas e encaminha ao sistema pluvial, e um freio d’água, que impede a água de chegar com muita força e remexer resíduos acomodados no fundo da cisterna

3. Da cisterna, um sistema de boias faz com que a água mais limpa seja bombeada e passe pela tubulação que vai abastecer a descarga e torneiras para lavagem de carros, pisos ou irrigação de jardins

4. Caso a cisterna chegue ao seu limite, a água deve ser descartada para a rede pluvial. Um sifão ladrão impede que animais e outros resíduos cheguem até a cisterna por esta rede.

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Eleições

2010 pode ser a eleição da sustentabilidade

Eu prometo...Eu prometo...

Por Carolina Gomes

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Mais hospitais, mais presídios, mais casas. Esse é o mantra que

deve se repetir no horário eleitoral e nos debates com candidatos

às eleições deste ano. Afinal, saúde, segurança e habitação re-

presentam os grandes imãs de eleitores. Mas com os reflexos das

mudanças climáticas batendo cada vez mais à nossa porta, muito

provavelmente alguns candidatos vão querer surfar na onda da

sustentabilidade.

De acordo com Klaus Frey, doutor em Ciências Sociais e pós-doutor no Insti-tuto de Planejamento Urbano e Regional da Universidade de Berlim e professor de mestrado e doutorado de Gestão Urbana da PUCPR, existem duas dimensões importantes de problemas ambientais: uma ecologia do sujeito e uma ecologia do global. Durante muito tempo o poder público se concentrou nessa primeira dimensão, que se manifesta mais diretamente na vida das pessoas. É o caso de em-presas que poluem os cursos de água e o ar em sua volta, provocando problemas de saúde para a população. “Esse tipo de problema é de mais fácil percepção, os causadores de mais fácil identificação e as pessoas afetadas têm interesse próprio em se mobilizar e lutar contra tais ameaças”, explica Klaus. Nessas situações, o poder público costuma reagir com a criação de normas e de uma estrutura de fiscalização.

Essa abordagem, no entanto, tem se revelado insuficiente para enfrentar pro-blemas de caráter global, como as mudanças climáticas e a diminuição contínua da biodiversidade e da qualidade de vida em nossas cidades. “Nesses casos, as causas e as respectivas responsabilidades são difusas e compartilhadas entre um número infinitamente grande de agentes econômicos. Além disso, os efeitos se mostram somente em longo prazo, deixando o Estado sem mecanismos adequados de regulação”, lamenta Klaus. E, aos poucos, o que se percebe é que os problemas globais vêm se transformando em problemas de ecologia de sujeito. Foi o que aconteceu com as pessoas afetadas pelos eventos climáticos extremados no Rio de Janeiro e Santa Catarina. “Nessa tendência, tão cruel que parece, existe também uma chance de conscientização coletiva e de mudar de rumo”, completa.

É o que se espera. Pelo menos nos debates entre os candidatos à presidência provavelmente não haverá como fugir do tema. Os três principais concorrentes ao posto têm dentro de suas equipes nomes importantes da área. Essa é a análise do jornalista PhD em Políticas Sociais e Gestão pela London School of Economics, Olympio Barbanti Júnior, que hoje é um dos diretores da CDN Comunicação Cor-porativa, onde dá consultoria para grandes empresas nacionais e multinacionais ligando desenvolvimento, sustentabilidade e comunicação.

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Eleições

Marina Silva, do Partido Verde, tem dentro de seu grupo de trabalho

o ex-deputado federal Fábio Fel-dmann. Quando foi secretário estadual de Meio Ambiente em São Paulo, durante o governo Má-rio Covas, Feldmann implantou

o polêmico sistema de rodízio na capital. Para Olympio, a

ex-ministra deve focar seus discursos na conservação e criação de unidades de conservação e áreas pro-tegidas. “Ela dará grande ênfase na Amazônia e na

defesa de minorias sociais, como índios, seringueiros e

extrativistas”, analisa Olympio. Dentro do plano de governo da

candidata provavelmente aparecerão pontos sobre o zoneamento ecológi-co-econômico e os critérios de cons-

trução de infraestrutura em regiões de fronteira, como licenciamento ambiental

para grandes obras e abertura de estradas. O nome forte da sustentabilidade na equipe

de José Serra, do PSDB, é Xico Graziano, ex-secretário de Agricultura de Covas e atual secretário estadual de Meio Ambiente de São Paulo. Olympio acredita que o ex-gover-nador deve levar seus projetos nessa área para o ponto de vista urbano, da qualidade do ambiente construído. “Ele provavelmente falará de saneamento e saúde. Como ex-ministro da Saúde, Serra muito dificilmente largará essa bandeira”, aposta Olympio. A sustentabilidade no campo

pensando em garantir uma vantagem competitiva da área agrícola brasileira também deve entrar na pauta de Serra.

Já a ex-ministra Dilma Roussef, do Partido dos Trabalha-dores, deve capitalizar o tema da regularização fundiária na Amazônia. “Sem o direito de propriedade estabelecido, além de não se investir, não era possível punir também. O zoneamento ecológico-econômico da região começou em outros governos, mas teve grande impulso no último governo e Dilma provavelmente vai tentar tirar proveito disso”, analisa Olympio. O licenciamento ambiental mais ágil e conciliador de interesses também deve aparecer nos discursos da ex-ministra.

O jornalista e consultor Olympio Barbanti Junior diz que muitos projetos ligados à sustentabilidade ainda precisam ser “notados” pelos políticos. Infelizmente, não devem aparecer nas discussões da eleição deste ano:

- Gestão costeira – é preciso botar ordem, planejar e fiscalizar a ocupação do litoral- Consumo consciente- Esporte em defesa da sustentabilidade- Investimentos socialmente responsáveis

Projetos à espera de adoção

A bandeirade cada um

Para Klaus, a grande meta deve ser não só trazer a sus-tentabilidade para os debates políticos, mas também man-ter a cobrança durante os governos para que os projetos ambientalistas não apareçam de forma apenas paralela. Ele observa que no mundo todo se percebe frequentemente recuos quando interesses econômicos são colocados em questão. “A euforia em torno da exploração do petróleo na camada do pré-sal é emblemática dessa miopia polí-tica que nos faz assumir riscos econômicos e ambientais incalculáveis e, ao mesmo tempo, perder outras possíveis oportunidades de desenvolvimento mais sustentáveis que ainda precisam ser descobertas”, avalia.

Klaus diz que existem diferentes esforços interessantes, mas que em geral não geram os frutos esperados pela inexistência de uma visão integrada do problema da sus-tentabilidade. Ele cita o exemplo de projetos de municípios com a melhoria do transporte público que não adiantam de nada quando, ao mesmo tempo, se reduz o IPI para au-tomóveis, aumentando a frota e intensificando o colapso da mobilidade em nossas cidades.

visão integradaEm defesa de uma

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O que fica cada vez mais claro é que mudanças nesse qua-dro dependem de políticos comprometidos com uma ética coletiva, mas também e principalmente de uma nova consci-ência dos eleitores. O desafio passa pela educação nas escolas, no engajamento ativo dos cidadãos no local de trabalho, na comunidade e na própria casa. “A conscientização do eleitor é um caminho longo que exige que os diferentes agentes sociais se sensibilizem e façam um esforço coletivo, com participação ampla da população, nesta empreitada difícil”, defende Klaus. Em alguns países, onde a questão da sustentabilidade está mais madura, a responsabilidade das pessoas e das organi-zações já ganha o peso que merece. Como consequência, muitos políticos estão sustentando uma pauta mais focada na ética ambiental. “Mesmo assim, é difícil se imaginar hoje quais tendências vão prevalecer no futuro. Vai certamente também depender de quais problemas e catástrofes ambientais vão nos esperar nos tempos vindouros”, analisa Klaus.

Fala-se muito que o Brasil é uma jovem democracia. Mas, em matéria de tecnologia, saímos à frente de grande parte dos países. A França, por exemplo, só em 2002 começou os testes com voto eletrônico. A urna eletrônica brasileira foi usada pela primeira vez nas eleições municipais de 1996, nas cidades com mais de 200 mil eleitores, atingindo cerca de 33 milhões de eleitores. Dez anos depois, nas eleições de 2006, foram 126 milhões de eleitores, o que representou 100% do eleitorado votando nas urnas eletrônicas. O número de equipamentos utilizados foi quase seis vezes maior do que na eleição de 1996.

E a tecnologia trouxe a economia, tanto no transporte, no tempo quanto nos recursos utilizados. De acordo com estimativa do Tribunal Superior Eleitoral, 608 toneladas de papel são economizadas a cada eleição. Com a urna ele-trônica, cada eleitor leva em média um minuto para votar.

anda fazendo?E o que você

Agilidade que se reflete na apuração dos votos. Hoje quase 100% dos municípios sabem o resultado das eleições no mesmo dia. O fuso horário e a logística para coleta dos votos em alguns estados, especialmente na região Norte, ainda atrasam e encarecem um pouco o processo. Em alguns locais, os disquetes contendo as informações das urnas precisam ser transportados por helicóptero até a Justiça Eleitoral. Isso faz com que o custo das eleições, que é de 80 centavos por eleitor em São Paulo, chegue a 36 reais no Acre.

A implantação de um novo sistema operacional em 2008 trouxe ainda mais economia. No lugar do Windows, agora é usado o software livre Linux. Como o Linux é um programa livre, não é preciso pagar licença. Até 2018, a expectativa é de uma economia de até 15 milhões de reais. Mas o ob-jetivo principal, segundo o TSE, é dar mais transparência e confiabilidade ao processo eleitoral. A legislação eleitoral determina que todos os programas de informática usados nas eleições brasileiras sejam abertos à fiscalização por parte do Ministério Público Eleitoral, da Ordem dos Advogados do Brasil e dos partidos políticos.

E a segurança das urnas eletrônicas é justamente o ponto que tem recebido mais atenção do TSE. Foi do novo presi-dente do Tribunal, Ricardo Lewandowski, antes mesmo de tomar posse, a ideia de contratar hackers para testar a con-fiabilidade dos equipamentos. Durante três dias um grupo de invasores virtuais, com uma parafernália de computa-dores, entrou na rede de informática do TSE com o desafio de desvirtuar o sistema. No final do “ataque”, o resultado demonstrou que as urnas e os programas de transmissão de dados são seguros.

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EconomiaARTIGO

A linguagem que utilizamos hoje está repleta de termos macro-econômicos e temos a sensação de que não podemos decidir nada em nossas vidas sem consultar estes indicadores e tendências. Por serem questões muito globais e longe de nossa esfera de ação e decisão, nos sentimos impotentes individualmente e apenas reféns de um sistema caótico. Mas se nos desligamos um pouco deste mundo que nos apresentam e nos conectamos no mundo real onde a vida fl ui de verdade, começamos a constatar que a microeconomia e, num nível menor, cada um de nós tem um poder e um potencial que raramente estão colocados na mídia. Se na microeconomia de nossas comunidades começamos a valorizar mais nossa identidade, nossa cultura, nossos produtos, nossas potencialidades e nossa capacidade de ação, percebemos que em grande parte não somos reféns de um grande sistema, e que temos uma autonomia muito maior que imaginamos.

Vou citar um pequeno exemplo para ilustrar o que uma microe-conomia forte tem por detrás. Primeiro uma cena em que durante o horário de almoço observamos o que cada um pede para beber. Se pedimos um refrigerante em lata, estamos escolhendo mandar 80% do valor da compra para fora de nosso município e ainda vamos ter que dar um destino para a latinha vazia ou encontrar com ela muitas vezes por aí. Se por outro lado pedimos um suco da região, estamos escolhendo que, fora os impostos federais e estaduais, 100% da riqueza continue na comu-nidade e volte a circular. Também com isto escolhemos que o emprego seja gerado em nossa comunidade. Con-sequentemente contribuímos com o aumento de oportunidades em nossa comunidade. Como escolhemos um produto local também evita-mos os custos e a poluição decorrentes do transporte e da indus-trialização (produto, embalagens e divulgação). Como estamos consumindo um produto que está sendo consumido próximo do seu momento de produção, não temos produtos químicos e conservantes para garantir a sua durabilidade e sabor ao longo do tempo. Como este produto está mais próximo do seu estado natural, nossa saúde agradece.

Neste raciocínio temos alguns pontos interessantes de se observar:• produção próxima do momento de consumo evita gastos e

poluição com produção de coisas inúteis (embalagens, pro-dutos químicos, conservantes, propaganda ...);

• produção próxima do local de consumo evita custos

de transporte e armazenagem;• produção local incentiva a geração local de empregos e o desen-

volvimento da regiãoTudo isto só a partir deste pequeno exemplo de uma decisão

cotidiana simples. Se extrapolarmos esta atitude para tudo o que consumimos, pense nos efeitos de um comportamento comunitário coletivo sobre a sua micro-economia e desenvolvimento. Agora, viaje comigo e imagine várias comunidades se voltando para este raciocínio de consumo e veja o quanto o jargão macroeconômico fi cará afetado por tudo isto. É fácil ver que, como a moeda surgiu para viabilizar as trocas, a maximização da sua circulação local gera movimento econômico sem fi car refém de uma macroeconomia. Interagir na medida do necessário com o movimento global ma-croeconômico, mas a partir de uma sólida base microeconômica.

Mas, só falar em economia e em consumo seria simplifi car em muito as possibilidades que temos localmente. Vamos ampliar esse raciocínio microeconômico e incorporar algumas componentes fortes do desenvolvimento sustentável como: rever e reduzir ao mínimo as nossas necessidades de consumo, reutilizar ao máximo tudo o que temos, reciclar tudo o que for possível, simplifi car o

nosso modus vivendi e partir para um modelo de saúde preventivo e integral, criar uma forte economia intangível de desenvolvimento de nossas potencia-lidades humanas. Estas questões têm um efeito duplo que é o de reduzir as nossas demandas materiais e aumen-tar as nossas demandas por um de-senvolvimento integral (cultura, artes, tradições, pesquisa, ecossistema, bio e sócio-diversidade, desenvolvimento

das inteligências – física, mental, emocional e espiritual). Com isto teremos movimento econômico, empregos e desenvolvimento integral do ser humano com redução de tensões e degradação sócio-ambientais.

Agora pare um minuto e pense na força que todas essas ques-tões têm no direcionamento do desenvolvimento que queremos. A soma destas pequenas atitudes e escolhas em cada comunidade representa um redirecionamento do nosso modelo de desenvolvi-mento. É a microeconomia, com uma forte identidade, escolhas e atitudes se posicionando de forma mais independente e falando em alto e bom tom a qualidade do desenvolvimento que queremos para o nosso Brasil. Boa sorte e boas escolhas! Lembre-se que até na escolha do que você vai tomar daqui a pouco, você está defi nindo o destino do nosso país e o futuro das próximas gerações.

EDUARDO MANOEL ARAUJO

Presidente do Instituto Arayara de Educação para a Sustentabilidade

É FÁCIL DE VER QUE, COMO A

MOEDA SURGIU PARA VIABILIZAR AS TROCAS, A MAXIMIZAÇÃO DA SUA CIRCULAÇÃO LOCAL

GERA MOVIMENTO ECONÔMICO SEM FICAR REFÉM DE UMA

MACROECONOMIA

A microeconomia

a macroeconomiatransformando

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Cresce na sociedade o conhecimento e a aplicação do conceito de sustenta-bilidade no dia-a-dia. Bons hábitos logo estão sendo incorporados de forma até inconsciente pelas pessoas, como fechar a torneira, apagar luzes e reciclar o lixo.

Aproveitando este momento especial de transformação do planeta que as mudanças de atitudes estão provocando, vale a pena começar a perceber outras mudanças em andamento. Padrões novos ligados à educação, espiri-tualidade, política e economia começam a ser observados e transformados em novas posturas vitais para o futuro da humanidade, do país, da cidade ou mesmo da família,

Na política temos hoje uma visão mais crítica da sociedade em relação ao papel do Estado. As posturas dos três poderes hoje estão cada vez mais transparentes. E a população caminha para uma posição menos passiva e mais atuante na pressão por mudanças. Uma destas formas são as eleições que se aproximam, independente da implementação do projeto Ficha Limpa, a sociedade, com ajuda de uma mídia investigativa, vem identificando quais os candidatos que realmente possuem espírito público.

Na educação, a linha mestra está no bom convívio de pais e filhos no meio familiar. É neste ambiente que nasce e prospera um cidadão do mundo com capacidade de utilizar todos os recursos disponíveis para melhorar a Terra. À parte das mudanças comportamentais e estruturais da família, é nela que se desenvolvem e consolidam os valores morais e espirituais da sociedade. Para alcançar estes objetivos, as ações são simples como a qualidade de tempo com os filhos, a prática da observação, o incentivo ao desenvolvimento de potencialidades e a promoção de bons diálogos.

Nas questões que envolvem a economia, percebe-se que estamos passando do patamar de crescimento baseado no endividamento para o da prosperidade. Já se percebe os reflexos nas pessoas comuns com uma postura melhor para poupar, investir e empreender, gerando com isso recursos reais e não fictícios. No lado corporativo, a Economia Criativa incentivadora da criatividade e inova-ção permite um nova interpretação para os modelos de negócios e de gestão, tirando o foco da limitante competição predatória

E por fim a busca de uma maior significado para a vida como fator fun-damental na sustentabilidade. A espiritualidade nos ajuda a responder os questionamentos: quem sou?, de onde vim?, para onde vou?, e o que vim fazer aqui?. Ao nos percebermos como um corpo mortal com um alma ou espírito únicos e imortais podemos avaliar melhor nossas escolhas e com isso evoluir-mos junto com o planeta Terra. Decisões locais e globais feitas por homens e mulheres podem mudar o mundo. Podemos não perceber ou achar piegas, mas com certeza o crescimento da ideia de um mundo mais justo e fraterno vem inspirando muitas pessoas.

Caminhamos para um mundo melhor. Acredito que a sustentabilidade, por seu DNA transdisciplinar, é um dos vetores principais de mudanças que a humanidade já está fazendo. E que estes movimentos só estão sendo possíveis graças a uma maior reflexão da sociedade livre das amarras do preconceito, dos dogmas e das ideologias.

EMERSON ZANON GRANEMANN

Diretor e publisher da Editora MundoGEO

SustentabilidadeARTIGO

e espiritualidadena política, economia, educaçãoSustentabilidade

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TurismoARTIGO

SocorroTexto e Fotos: Família Muller

Entre os contornos da Serra da Mantiqueira, esta cidade privilegiada pela natureza faz parte do Circuito das Águas Paulista, possui excelen-tes fontes hidrominerais com águas radioativas e bicarbonadas, e abriga diversas cachoeiras, grutas e montanhas, que combinadas à sua his-tória representada nos casarões tombados pelo Patrimônio Nacional, faz da cidade um destino perfeito para viagem.

Preocupada com a preservação de sua rica natureza, So-corro tornou-se pioneira na criação de Parques de Aventura, que permitem aos visitantes praticar atividades e também o ecoturismo de forma organizada sem degradar o meio ambiente. Um dos mais completos e bem estruturados é o Parque dos Sonhos – Terra da Aventura. Lá, o visitante pode praticar mais de 12 atividades de aventura com diferentes graus de dificuldade, sempre acompanhados de guias e monitores especializados em cada modalidade.

SP

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Boiacross

O rio Cachoeirinha, que corta o parque, possui águas límpidas e corredeiras suaves, atributos perfeitos para a prática iniciante do boiacross, do acquaride ou da cano-agem. Para a prática segura destes esportes, é necessário estar de bermuda, ou calça e camiseta, além de calçado apropriado e capacete, que são fornecidos pelo parque. Antes da descida, os guias passam, em terra e no rio, as instruções de segurança apropriadas à atividade escolhi-da. O percurso tem por volta de um quilômetro de extensão, e é muito divertido descer o rio enfrentando as corredeiras, seja sentado a bordo de uma grande boia redonda, em cima de uma prancha inflável, no caso do acquaride, ou em um pequeno bote inflável para uma ou duas pessoas, caso da canoagem.

Tirolesas

A tirolesa é uma atividade de aventura que consiste em deslizar por cabos de aço suspensos, de um ponto a outro. São cinco no parque: a do Sonho, que é só para começar, possui 100 metros de extensão e dez metros de altura. Já a do Calafrio e do Arrepio têm 200 e 250 metros de exten-são e 35 e 50 metros de altura respectivamente. Estas são adequadas a iniciantes e crianças a partir dos cinco anos.

Mas as que sem dúvida causam maiores doses de adre-nalina são a do Berro e a do Pânico. A primeira com 500 metros de extensão e a 100 metros de altura, “voa” a uma velocidade média de 60 quilômetros por hora. É indicada para crianças a partir de 10 anos e adultos corajosos que não tenham medo de altura e velocidade! A segunda com um quilômetro de extensão (sim é isto mesmo: um quilômetro!) e a 160 metros de altura, apesar de maior, vai a uma veloci-dade média de 50 quilômetros por hora, e é a travessia mais rápida entre dois estados: a um de seus lados está a cidade de Bueno Brandão em Minas Gerais e a outro, na cidade de Socorro em São Paulo. Para esta atividade, é necessário que o peso do praticante seja superior a 40 quilos. Quem se arrisca nesta aventura, desfruta de uma sensação única de liberdade, além da oportunidade de avistar de cima, a grande Cachoeira dos Sonhos, que dá nome ao Parque.

Rapel na Pedra Grande

A Pedra Grande é um dos pontos mais altos do Parque dos Sonhos, de onde sai um rapel de 50 metros de altura, próprio para quem pretende iniciar na atividade. A descida começa por ganchos fincados na pedra até a ancoragem numa plataforma, onde o aventureiro é guiado até que comece a descer por volta de cinco metros no negativo, seguidos de outros 45 metros no positivo, onde o apoio dos pés é na própria Pedra Grande.

Escalada e arvorismo

O Parque dos Sonhos também oferece opções para esca-ladas que vão de cinco a 50 metros, todas em pedra e por três vias de diferentes níveis de dificuldade. Conta também com três circuitos de arvorismo: o primeiro possui 150 metros de extensão e é indicado para crianças, inclui uma tirolesa de 100 metros. Já o percurso de 500 metros possui níveis mais avançados de dificuldade, mas ainda é indicado para iniciantes, com duas tirolesas de 200 e 250 metros. O maior circuito, de 800 metros de extensão, tem nível avançado de dificuldade e inclui as três tirolesas anteriores.

Caminhadas

Para quem prefere aproveitar o dia caminhando, vá-rias trilhas espalham-se pelo parque. Você pode apenas caminhar por trilhas leves com pouco desnível para apre-ciar a natureza ou seguir numa caminhada mais puxada até o topo da Pedra Grande, um bom exercício. O cume da Pedra Grande proporciona vistas panorâmicas da Cachoeira dos Sonhos. O que não pode faltar nesta visita é o banho na cachoeira. Ela é grande, bela e refrescante. Num dia de sol, após as atividades de aventura, nada melhor do que entrar na cachoeira. Depois, é só deitar em uma das redes que rodeiam a pequena praia em vol-ta da cachoeira e relaxar ouvindo o barulho da água.

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As reportagens da Família Muller tem o patrocínio de:

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TurismoARTIGO

Rafting

A Próxima Aventura oferece dois tipos de raftings (a atividade na qual a bordo de um bote inflável desce-se as corredeiras do rio) em Socorro. O primeiro, denominado “mini rafting”, com um percurso de mais ou menos três quilômetros, é indicado para iniciantes e crianças, mas tudo de-pende do volume de água do rio do Peixe. No caso de estar com muito volume, deve-se evitar a desci-da com os pequenos. O ideal é seguir a instrução dos guias a este respeito. No rafting tradicional, o percurso chega a sete quilômetros e é para aqueles que gostam da adrenalina

Acessibilidade

Socorro foi contemplada pelo Ministério do Turismo como o principal Destino de Aventura Especial do Brasil. A cidade é tida como exemplo de acessibilidade investindo em instalações de semáforos sonoros para deficientes visuais, adap-tação de calçamentos, construção de banheiros e rampas para cadeirantes, demarcações de vagas de estacionamento para motoristas especiais. A rede hoteleira, tem investido também na acessibilidade. Portadores de deficiência também podem praticar ecoturismo e esportes de aventura em Socorro. O Campo dos Sonhos e o Parque dos Sonhos ofere-cem atividades adaptadas e preparadas para quem possui necessidades especiais.

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