atentado subversivo 01

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MANAUS-AM S u b v e r s i v o ATENTADO zine #1

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News & Politics


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MANAUS-AM

Subversivo

ATENTADO zine #1

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INTRO’’Atentado subversivo’’ surgiu da necessidade de

ter uma forma alternativa de comunicação e propagação de informação entre

anticapitalistas, anarquistas e simpatizates, pela relutância em legitimar qualquer meio de

comunicação da indústria jornalística capitalista que não representa nossas ideias e não tem compromisso com a verdade. A juventude

anarquista resiste, está viva e combativa, e grita com a voz, com poemas, com textos, com

fotos, com desenhos, grita contra toda e qualquer forma autoritária e fascista que nos limita, nos poda, castra nossa criatividade. E

aqui reunidos alguns destes gritos, um encontro de vozes rebeldes, de desobedientes,

questionadores, solidários, fraternos, uma forma de nos unir e fortalecer a luta, difundir a contra cultura e estimular a ação direta e autogestão! Esperamos contribuir para a construção de uma

cena forte e coerente! Boa leitura, subversivos!

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Acreditamos que a luta de classe é tão importante quanto a rompimento dos padrões de gênero e de opressão sobre o corpo das mulheres e dos homens. Defendemos o amor livre em todas as suas

formas, a liberdade sexual é um mecanismo político de enfrentamento contra valores de uma sociedade conservadora.

Acreditamos na Democracia Direta e Participativa, para tanto vemos como caminhos de organização política da população,

associações locais e especícas, bem como assembleias, fóruns constantes que possam dessa forma empoderar o sujeito a partir de

sua relação com sua própria realidade e de suas demandas. Acreditamos também na ação direta como estratégia de ação

política para dessa forma romper com as instituições do capital. Repudiamos as formas apresentadas pela falsa democracia

capitalista e burocrática desenvolvida no seio dos partidos políticos, não reconhecendo nestes o potencial de transformação da sociedade. Somente a população poderá se representar.

Defendemos assim, autodeterminação e autonomia política das organizações de trabalhadores, estudantes e movimentos sociais,

acreditamos no principio Federativo e na Livre Associação.

Acesse:

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Feminismo por uma perspectivaanarquista

Feminismo é a luta por igualdade e liberdade entre homens e mulheres, que mesmo após muitas conquistas, se faz presente e

necessária. Mas percebo que o que tem se difundido, é o feminismo burguês, o feminismo da classe média, que limita sua luta à de igualdade entre homens e mulheres dentro do sistema

capitalista, dentro desse sistema opressor que objetiva unicamente o lucro e se baseia na exploração e acúmulo de capital detido por

uma minoria, falta uma análise de classes. O movimento feminista é quem tem liderado as conquistas no processo de

emancipação da mulher, mas é impossível analisar a questão de gênero sem levar em conta o contexto social, a luta de classes, pois o sexismo se expressa de forma diferenciada por classe, assim como

a opressão de classe é diferenciada por sexo. Conquistar uma igualdade econômica com os homens dentro do sistema

capitalista, implicaria em uma permanente luta de classes. O sistema capitalista tem se adaptado facilmente às

mudanças no papel e status da mulher na sociedade, pois esse depende da exploração de classe e não do sexismo, e de acordo com seus interesses se torna exível a ponto de se apropriar do histórico machismo para maximizar seus lucros, a ditadura da

beleza veio muito bem a calhar, obrigado! Nele, a biologia feminina é um defeito, para o patrão, contratar uma mulher,

signica licença remunerada em algum momento, para esta dar a luz (a uma criança que é de inteira responsabilidade sua, claro), o

que para ele não é nada interessante e às torna muito mais vulneráveis economicamente que os homens, a falta de

investimento em creches públicas e integrais, afeta sempre muito mais às mulheres, e ainda mais à mulheres trabalhadoras, que

tem de abdicar de seus trabalhos para cuidar dos seus lhos, essas a quem o sistema da salários sucientes apenas para mantê-las vivas e com forças para continuar produzindo, até o m de sua vida útil. Ou seja, para o sistema, a mulher é um problema no

processo de produção.

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A opressão de gênero é perceptível dentro, até mesmo, dos movimentos sociais, no movimento sindical, no século XIX e XX, os homens em sindicatos culpabilizavam as trabalhadoras pela redução nos salários, alguns acreditavam que a solução estava na total exclusão da mulher no trabalho e elevação do salário dos homens para que sozinhos pudessem sustentar suas famílias. E hoje, ainda não existe uma verdadeira igualdade entre os sexos, devido uma relutância ou incapacidade de reconhecer que o problema existe, que em seu próprio meio, a predominância é masculina, em reuniões, mulheres tem suas falas interrompidas, suas opiniões ignoradas, nas decisões suas vozes são abafadas e se sentem ridicularizadas, o que faz com que muitas companheiras de luta acabem saindo de grupos, coletivos, enm, falta tornar as palavras de ordem, patchs em jaquetas e letras de músicas uma prática cotidiana.

O Anarquismo oferece a homens e mulheres a liberdade plena, diferente da falsa igualdade que se pode alcançar dentro

do sistema capitalista. O m do sexismo não levará necessariamente ao m do Capitalismo, e vice-versa, mas é

necessário para a coerência de ambas, que a revolução anarquista e feminista aconteçam simultaneamente. Reivindico o

Anarcofeminismo pois acredito que só abolindo o sistema capitalista e criando uma sociedade sem classes e abolindo a

hierarquia de poder que existe entre homens e mulheres viveremos livremente e juntos em igualdade.

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A cena anarquista tem adept@s de vários tipos, pessoas que

participam de alguma "tribo urbana", pessoas que são estudios@s

da anarquia, professor@s, enm, várias pessoas que interessam-se

pela destruição do Estado, patriarcal, machista, elitista, burguês e

opressor. Se fosse possível agrupar em determinada região tod@s @s

anarquistas ao redor do mundo uma revolução, tal qual a

espanhola, certamente seria feita. Anal temos uma força que

difere dos outr@s revolucionári@s, queremos não uma reforma do

capital ou um novo tipo de governo, queremos a destruição de todo

e qualquer tipo de governo, queremos autogestão, queremos acima

de tudo liberdade!

Porém, um problema que vem sendo enfrentado há tempos

na cena anarquista é o sectarismo, por sectarismo eu digo a

tentativa eliminar, boicotar e ans determinado grupo ou pessoa,

baseado em pré-conceitos que uma vez lhe foram passados como

certos e que deveriam ser sempre seguidos, ou não era digno de ser

considerad@ anarquista ou antifascista de "verdade". Esse tipo de

atitudes tem sido cometidas por muit@s, baseando-se apenas em

pré-conceitos e histórias perpetuadas por outras pessoas que

poderiam ser preconceituosas ou apenas ignorantes, e esse tipo de

atitude deve ser eliminada porquê de nada contribui na nossa luta,

pelo contrário apenas sectariza um movimento muito maior.

Pessoas deixam se levar por seus egos e ignoram outras que

poderiam muito bem ser quem iria te apoiar até o m que seria

capaz de morrer na luta a seu lado.

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Esse tipo de atitude sectária não leva a nada apenas a

desmobilização da luta, como diz José Oticica em seu livro Contra o

Sectarismo: "O verdadeiro anarquista, penso eu, aquele que se

libertou totalmente do preconceito sectarista, colabora em todos os

grupos, atua em qualquer tendência. Mais ainda, coopera com os

não-anarquistas onde quer que a ação deles incremente a

oposição revolucionária. Assim, é anticlerical com os anticlericais; é

democrático na defesa dos princípios liberais contra os

reacionários; está com os bolchevistas, sempre que estes

reivindiquem direitos, reforça a ala antimilitarista, ainda que os

antimilitaristas sejam burgueses; colabora com a escola moderna

racionalista, conquanto não seja senão reformista; anima os

teósofos na propaganda fraternista, os vegetarianos na extirpação

dos vícios, o próprio Estado Liberal na sua luta contra o

imperialismo vaticanista. Não proceder assim, seria connar-se ao

sectarismo e negar, nos atos, a doutrina anarquista,

essencialmente anti-sectária." A luta é todo dia não podemos nos

deixar levar por atitudes que possam desmobilizar a mesma, não

importando raça, cor, credo, classe, grupo, se você acredita que

podemos mudar esse mundo que vivemos hoje e quer lutar por isso

saiba que não está sozinho. Abra seus olhos, sua/seu maior

irmã/irmão de luta pode estar ao seu lado lutando também e você

o esteja ignorando por estar sendo orgulhoso ou preconceituoso

com o mesmo.

A nossa luta é todo dia, contra o fascismo, racismo, machismo e

homofobia. Somente a destruição do Estado será capaz de nos dar

liberdade a qual ansiamos e ela só será conquistada se nós tod@s

nos unirmos!

Saudações anarquistas/antifascistas, a luta segue, enquanto

houver vida haverá pelo que lutar.

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Resistencia Resistencia

Indigena Indigena

'' Índio não existe mais''. '' Índio que usa roupa não é mais índio''.

''Estão atrapalhando o progresso do país''.'' Índio só quer

direitos''.''Estes não são mais índios. São invasores de terras e

posseiros''. Poderíamos car o dia todo listando as diversas frases

que as pessoas criam ao discutirem sobre o tema INDIO. Paremos

para pensar um pouco. Dizemos que os índios que usam roupa,

internet, carro, etc não são mais índios. Bem, pelo visto, só o branco

tem o direito de usufruir de confortos e utilidades que a

modernidade trouxe. OS índios não, claro. Para poderem ser

chamados como tal, devem estar totalmente isolados, nus, em uma

oca feita de palha ou barro e afastados de qualquer outro elemento

que interra nos seus hábitos.

O descaso com esse grupo é tão grande que não

reconhecemos, em nenhum momento, que o preconceito que temos

com este grupo está enraizado, tanto por motivos históricos como

por econômicos e políticos atualmente. Na Amazônia a mão-de-

obra escrava predominante era a indígena (é preciso dizer

predominante, pois também existiam escravos negros aqui, segundo

relatos históricos, desde por volta do século XVIII). Na época da

borracha, quem realmente sabia coletar o látex da seringueira para

servir ao grande senhor de terra capitalista explorador e treinar os

trabalhadores vindos do nordeste, iludidos por uma mentira de vida

ganha na oresta, eram os indígenas. A cidade de Manaus é

batizada com um nome de uma etnia já extinta, a dos Manaós.

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Resistencia Resistencia

Indigena Indigena

. E depois, simplesmente dizemos que eles não existem! Os

descartamos de nossa vida, simplesmente, como se tivessem

desaparecido, em uma magia elaborada por feiticeiros interessados

apenas em seus próprios objetivos: o do capital, da exploração, do

lucro que os donos de cabeças de gado e de plantações de soja tanto

anseiam, por intermédio da negação de um universo cultural!

A mesma coisa que zeram os missionários no século XVI ao

querer impor à força outra religião, juntamente com pensamentos e

costumes totalmente diferentes do que estão habituados, gerando

conitos, violência e massacre. '' Ah, mas se ele está na cidade, não é

índio. É branco, que nem a gente''. Ser índio não é vestir um cocar,

ter os olhos puxados e usar tanga. É muito mais além. Tem haver

com um sentimento de pertencimento, de identidade. É sentir que

você é indígena. E que participa de um grupo detentor de uma

história, de uma economia, de uma religião, de uma moral, de uma

cultura própria e nalmente, de uma terra própria, que há centenas

de anos ocupavam. Contudo, pelo olhar do capitalismo, nada disso

existe. Nada deve ser reparado. As cotas para índios, por exemplo,

são motivo de críticas que, baseadas em um princípio de mérito,

remetem à injustica para aqueles que estudaram incansavelmente

em escolas particulares, em cursinhos caríssimos e que possuem

condições materiais e imateriais muito mais privilegiadas do que

outros grupos subjulgados por aqueles que possuem oncinhas a mais

. Quase não vemos indígenas nas universidades. A ciência hoje

ainda é, predominantemente, branca. O inacesso destes aos vários

setores da sociedade, como educação, assistência social e saúde é

notório. O Estado, atualmente, mantém uma política de não-

diálogo com os movimentos sociais indígenas.

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Resistencia Resistencia

Indigena Indigena

Atualmente, está acontecendo uma ocupação de cerca de 200 índios

se revezando na sede regional da FUNAI, na rua Maceió, no bairro

vieiralves. Os jornais e a televisão simplesmente não dão a mínima

para as reivindicações daquele grupo, e zeram tímidas e pobres

notícias. O objetivo deste levante é a saída do coordenador geral

Eduardo Deisídio?. O argumento é de que esta pessoa não está

cumprindo seu papel a frente da instituição, e que não conhece as

demandas dos índios. Querem diálogo, mas o governo não dá. Por

que? Porque o governo está do lado dos grandes empresários. Do

capitalismo. E não daqueles que são explorados por esse sistema que

massacra os indivíduos aé a última gota de suor. Este grupo que faz

acontecer este zine acredita que somente uma tomada de

consciência da realidade que vive e de uma organização de todos

aqueles que também sofrem com esta escravidão baseada no

dinheiro, no consumismo e na exploração dos menos favorecidos é

capaz de enfrentar e de mostrar alternativas de uma nova sociedade

que pode vir, onde índios, negros, mulheres, ou nenhum outro grupo

será mais discriminado e violentado!SOMOS TODOS INDÍGENAS!

SOMOS BARÉS, MUNDURUCUS, MURAS, KOKAMA E MAIS TODOS!

ESTAMOS DO LADO DE VOCÊS! VAMOS À LUTA! CONTRA A LÓGICA

DO CAPITAL! FORA RURALISTAS!

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RECEITAS !

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A questão da terra A ligação com a terra, para umas pessoas, pode ser mínimo, quase

nenhum. Para outros, representa uma vida de trabalho e suor! A

base de sua subsistência, uma memória de um povo, uma

autonomia, uma luta por sobrevivência. A terra é geradora de

identidades, de práticas de um grupo, de uma cultura. Imaginem

que possam existir povos que tem este tipo de ligação por séculos, e

que simplesmente, por uma série de interesses externos e

predatórios, vêem seu mundo desaparecer. Vêem cercas serem

construídas. Vêem grandes pastos de animais e plantações de soja.

Nada disso é para consumo próprio. Nada é para sustentar famílias

para terem o que comer, o que vestir. Tudo isso é apenas para

acumular, para enriquecer. E isso é utilizado para acumular mais,

para enriquecer. Os indivíduos se vêem em dois caminhos: esquecer

tudo o que construíram, tudo o que um dia acreditaram e serem

operários do grande capital para poderem ainda estar em ''vida''.

Ou morrer lutando por sua terra! Por seu direito! Enquanto ser

humano que não aceita as amarras que lhe são impostas! E que

sonha a voltar a ter sua terra, a plantar e a ter o seu mínimo de

sustento, sem tem que explorar outro indivíduo!

Hoje, estamos testemunhando o genocídio comandado pelo Estado:

Indígenas Guarani-Kaiowá anunciam sua morte coletiva, devido ao

governo brasileiro dar prioridade ao agronegócio e ignorar o direito

dos povos originários de estarem em suas terras. Lutaram, lutaram,

queriam diálogo, e nada. Restou-lhes a morte. Sem a terra, não há

vida. E tudo isso mandado pelas autoridades que dizem respeitar a

diversidade étnica e cultural. Sabemos que o capital não respeita

isso. Como este domina todas as instituições do governo, juntamente

com a bancada ruralista nos congressos e nas câmaras, esta também

não respeita tais povos.

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Não somente os indígenas, mas os trabalhadores do campo, os

campesinos. Aqueles que possui uma relação de trabalho direta com

a terra. Pequenos agricultores que passam despercebidos pela

maioria das pessoas, mas que é de extrema importância para o

fornecimento de alimentos para o país. Tudo baseado na agricultura

familiar. E que cada vez mais perdem suas terras para o

agronegócio, terminando por virar trabalhadores assalariados nas

grandes fazendas, ou migram para a cidade para tentar sobreviver

por meio de trabalho esgotante e exploratório nas indústrias.

O mito da vida boa na cidade já caiu por terra. A maioria não possui

o direito à cidade. Apenas poucos, os capitalistas ligados a grandes

corporações e à midia deturbadora de informação, e à pequeno-

burguesia classe média cega por princípios meritocráticos. Essas

formas de existência humana estão beirando à extinção, contudo

ainda resistem bravamente! Existem povos que estão ocupando

terras e não possuem os títulos, o que é alvo fácil para que os grandes

empresários, por meio de trâmites burocráticos em instituições do

Estado dominadas pela lógica burguesa, conseguem a titulação das

terras e desapropriam aqueles que vivem lá por décadas, alguns por

séculos. A Coalizão Anticapitalista e Anarquista de Manaus acredita

que somente com uma agricultura socialista, baseada no apoio

mútuo e no trabalhador como dono dos seus instrumentos de

trabalho que podemos chegar à emancipação humana! E no

reconhecimento destes povos explorados (índios, quilombolas,

campesinos) como detentores de direitos! A LUTA AINDA CONTINUA!

SOMOS TODOS NEGROS, ÍNDIOS, MULHERES E TRABALHADORES! RUMO À

EMANCIPAÇÃO HUMANA! CHEGA DE EXPLORAÇÃO! LUTEMOS POR UMA

SOCIEDADE AUTOGESTIONADA! SEM ESTADO! SEM CAPITAL! SEM POLÍCIA! A

LUTA TAMBÉM ESTÁ NO CAMPO! NÃO SUBESTIMEM O POVO!!