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ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR PRIMEIROS SOCORROS MODULO I

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Page 1: ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA MODULO I

ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR

PRIMEIROS SOCORROS

MODULO I

Salvador2007

Page 2: ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA MODULO I

SUMÁRIO

ASSUNTO PG

INTRODUÇÃO 02

CONCEITO 02

SINAIS VITAIS 03

PRIMEIRAS PROVIDENCIAS NO LOCAL DO ACIDENTE 05

PRINCIPAIS EPI 05

ABORDAGEM AO ACIDENTADO 05

AVALIAÇÃO INICIAL 06

PRIORIDADE ABSOLUTA 06

MANOBRA DE HEIMILICH 07

PARADA RESPIRATÓRIA 07

PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA 09

RESSUCITAÇÃO CARDIOPULMONAR 09

FERIMENTO 11

HEMPRRAGIA 12

ESTADO DE CHOQUE 13

DESMAIO 14

CONVULSÃO 15

QUEIMADURA 16

INDOXICAÇÃO 18

TRAUMATISMO 18

FRATURA DE COLUNA 20

TRAUMA DE CRÂNIO 21

TRANSPORTE/MOVIMENTAÇÃO DE ACIDENTADO 22

CHOQUE ELETRICO 23

AFOGAMENTO 24

ACIDENTE COM ANIMAIS PENÇONHENTOS 24

PARTO DE EMERGÊNCIA 27

HIGIENE E SAÚDE PÚBLICA 29

Page 3: ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA MODULO I

INTRODUÇÃO:

A prestação de socorros, além de um dever moral, é um dever legal, e a sua recusa constitui crime de omissão de socorro, previsto no código penal (Decreto lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940). Artigo 135. “Todo cidadão é obrigado a prestar auxílio a quem esteja necessitando, tendo três formas para fazê-lo: atender, auxiliar quem esteja atendendo ou solicitar auxílio. Exceções da lei (em relação a atender e/ou auxiliar): menores de 16 anos, maiores de 65, gestantes a partir do terceiro mês, deficientes visuais, mentais e físicos (incapacitados)”.

CONCEITOS:

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (Primeiros Socorros): É o tratamento imediato e provisório ministrado a uma vítima de trauma ou doença. Sua finalidade é manter as funções vitais e estabilizar a vítima. Geralmente prestado no local do acidente até a chegada de um médico ou o deslocamento por profissionais especializados ao hospital.

URGÊNCIA: Situação onde não há risco de morte.EMERGÊNCIA: Situação onde há risco de morte.SOCORRO BÁSICO: São os procedimentos não invasivos.SOCORRO AVANÇADO: São os procedimentos invasivos.SINAIS DE APOIO: São sinais encontrados no paciente que nos auxiliam na avaliação do quadro geral, mas que não devem ser analisados de forma exclusiva.

As convulsões Paralisia Perda de sensibilidade Níveis de consciência Diâmetro das pupilas

Dilatadas ou Midríase – falta de oxigenação no cérebro, choque, parada cardíaca, sangramento.Contraídas ou Miose – lesão no SNC e medicamentos ou drogas.

Cor da pele

Page 4: ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA MODULO I

SINTOMAS: São os indicativos relatados pela vítima.

SINAIS VITAIS

São evidências que devem ser encontradas no corpo humano e que indicam o grau de normalidade ou anormalidade do organismo. Formas de checagem: “VER / OUVIR / SENTIR”.

Respiração: movimentos de inspiração e expiração.o Uma vez que a respiração pare, o coração também parará de

bater pouco tempo depois.o Após quatro ou seis minutos começarão os danos

irreversíveis às células do cérebro.o Após dez minutos, as células do cérebro começam a morrer.

Freqüência Respiratória:

o Bebês (lactente) ..................... 25 a 50 mrpmo Crianças ................................. 15 a 30 mrpmo Adolescentes e adultos ........... 12 a 20 mrpm

Classificação da respiração (quanto ao ritmo):

o Eupnéia ............................... respiração normalo Dispnéia .............................. respiração difícilo Apnéia ................................. parada respiratóriao Bradpnéia ............................ respiração lentao Taquipnéia .......................... respiração rápida e superficialo Ortopnéia ............................ dificuldade em respirar deitado

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Pulso: distensão ou pulsação dos vasos sanguíneos, por uma onda de sangue, enviada pelo ventrículo esquerdo, cada vez que se contrai.

Obs.: quando os movimentos cardíacos forem suspensos, a pessoa ficará inconsciente e sua respiração estará ausente cerca de 30 segundos após...

Existem vários locais onde podemos perceber o pulso, porém os mais utilizados em

situação de emergência na criança e adulto: o CAROTÍDEO e no bebê o BRAQUIAL.

Freqüência cardíaca:o Recém-nascidos 85 a 205 bpmo Infantes 100 a 190 bpmo Crianças (2 a 10) 60 a 140 bpmo Adultos 60 a 100 bpm

Classifica o pulso em:

o Freqüência: normal, rápido ou lento.o Ritmo: regular ou irregular.

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Temperatura: quantidade de calor existente em um corpo.

o Hipotermia .... temperatura abaixo do valor normal (37ºC).o Hipertermia..... aumento brusco da temperatura corporal acima

da normal.

Pressão arterial: pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias.

o Pressão Sistólica ou pressão máxima: por volta de 90 a 130 milímetros de mercúrio (mmHg)

o Pressão Diastólica ou pressão mínima: por volta de 65 a 75 milímetros de mercúrio (mmHg)

o Pressão Média: é a média aritmética entre a sistólica e a diastólica. 120 X 80 mmHg

o Hipertensão: P.A. elevada (por volta ou acima de 150 X 10 mmHg.

o Hipotensão: P.A. baixa ( por volta ou abaixo de 80 X 50 mmHg.

PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS NO LOCAL DO ACIDENTE

1. Informar-se sobre a situação, qualificando-a para solicitar o atendimento adequado.2. Pedir ajuda: Corpo de Bombeiros 190/ SAMU 192, etc.3. Sinalizar e desviar o trânsito.4. Isolar o local da ocorrência, evitando acúmulo de curiosos.

6. Zelar pela segurança do socorrista e de outros.7. Relacionar testemunhas que presenciaram o acidente, ou estejam presentes no momento do atendimento. OBS.: A principal causa-morte pré-hospitalar é a falta de atendimento. A segunda é o

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socorro inadequado.

Principais EPI (Equipamentos de Proteção Individual) no APH

Luvas de procedimentos ou cirúrgicas; Máscara Facial; Óculos de Proteção.

Obs.: os EPI servem para evitar o contato direto com o sangue da vítima e uma possível contaminação por doenças, como: Hepatite – AIDS –Sífilis, HTLV, etc.

Abordagem ao acidentadoo Identifique-se: diga seu nome, que é socorrista, que está

treinado em primeiros socorros e pergunte se a vítima que ajuda.

o Use EPI.o Busque pelo nível de consciência.

ROTEIRO DE PRIORIDADE NO ATENDIMENTO AVALIAÇÃO INICIAL (Primária)

A. Abertura das vias aéreas com controle cervical.B. Boa Ventilação (verificar respiração). C. Controle Hemodinâmico (verificar pulso / controle das hemorragias).D. Déficit neurológico (siga o AVDN). A - alerta / V – reage a voz / D – reage a dor / N – não reageE. Exposição completa da vítima – observar partes do corpo

retirando/ cortando vestes, com o cuidado da redução de temperatura do paciente (hipotermia).

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OBSERVAÇÕES:

TODA VÍTIMA DE TRAUMA POSSUI LESÃO CERVICAL ATÉ PROVAR O CONTRÁRIO.

O COLAR CERVICAL NÃO DISPENSA A ESTABILIZAÇÃO MANUAL.

O ESTADO DE UMA VÍTIMA É INVERSAMENTE PROPORCIONAL AO NÚMERO DE INFORMAÇÕES OBTIDAS PELO SOCORRISTA.

NÃO SE ADMINISTRA NADA VIA ORAL PARA VÍTIMAS INCONSCIENTES.

PRIORIDADE ABSOLUTA (chamado de ABC da VIDA)

A – ABERTURA DAS VIAS AÉREAS COM CONTROLE CERVICAL B – BOA VENTILAÇÃO C – CIRCULAÇÃO E CONTROLE DAS HEMORRAGIAS

OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS

As manobras de Heimlich e a Tapotagem são muito usadas na remoção de objetos presos na traquéia tanto em adultos quanto em crianças.

Causas de Obstrução:As vias aéreas podem ser obstruídas por queda de língua e corpos estranhos (próteses / sangue / saliva / vômito, etc.)

MANOBRA DE HEIMLICH

Também conhecida como “compressões abdominais”. Destinada às obstrução causadas por corpos Estranhos sólidos. Em crianças e adultos é realizada no epigástrio. Em gestantes e obesos, essa manobra é realizada no tórax, sobre o esterno, sendo entre os seios na gestante e na linha mamilar com os dedos anular e médio nos lactentes.

Vítima consciente Vítima inconsciente

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Manobra de Heimlich em bebês

PARADA RESPIRATÓRIA (PR)

Conceito: Suspensão dos movimentos respiratórios.

Vários são os acidentes que provocam uma parada respiratória: asfixia, afogamento, intoxicação por medicamento e monóxido de carbono, sufocamento e choque elétrico. Se as funções respiratórias não forem restabelecidas dentro de 3 a 5 minutos, as atividades cerebrais cessarão totalmente ocasionando a morte.

Sinais ou sintomas: - Inconsciência- Cianose (cor azul arroxeada da pele e dos lábios)- Ausência de movimentos respiratórios.- Dilatação das pupilas.

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Procedimentos:o Mantenha a vítima deitada (decúbito dorsal) com cabeça e pescoço alinhados.o Verifique o nível de consciência.o Abrir e manter desobstruídas as vias aéreas.o Verifique a respiração (ver, ouvir e sentir).o Se não respirar, efetue duas ventilações (respiração artificial).o Havendo parada respiratória faça a ventilação na seguinte

seqüência:

NO ADULTO: 01 ventilação a cada 05 segundos. NA CRIANÇA: 01 ventilação a cada 04 segundos. NO BEBÊ: 01 ventilação a cada 03 segundos.

Respiração boca a boca:Adultos e crianças: pinçar o nariz da vítima com os dedos (polegar e indicador) e colocar a boca com firmeza sobre a boca da vítima. Enchendo o peito de ar e soprando para dentro da boca da vítima até notar que o peito está se expandindo. Em bebês: Coloque a boca sobre a boca e nariz do bebê e sopre suavemente apenas com o ar contido nas suas bochechas.

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR)

Conceito: É a parada súbita dos movimentos respiratórios e dos movimentos do coração.Sinais: - Inconsciência.

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- Ausência da respiração. - Ausência de pulso. - ausência de batimentos cardíacos. - cianose.

Procedimentos:o Verificar se a vítima está inconsciente.o Posicionar a vítima em decúbito dorsal e pedir ajuda.o Verificar “A” – observar presença de corpos estranhos, retirar

dentadura.o Verificar “B” – se não respira, fazer duas respirações.o Verificar “C” – se o pulso não estiver presente, iniciar RCP.

RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP)

OBS: quando os movimentos cardíacos forem suspensos, imediatamente ocorrerá parada da função pulmonar, ou seja, parada cardiorrespiratória. A Massagem Cardíaca Externa pode ser feita sobre a maca ou no chão (superfície rígida).

Constatada a parada cardiorrespiratória iniciar a RCP na seguinte forma:

Paciente Adulto (de 8 anos em diante): Posicionar duas mãos no ponto de compressão (osso esterno). 1 ou 2 executantes – preferencialmente com 1 (02 ventilações e 30 compressões torácicas)

Paciente criança (de 1 a 8 anos):

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Utilizar apenas uma mão. 1 executante: 02 ventilações e 30 compressões torácicas. 2 executantes: 02 ventilações e 15 compressões torácicas.

Paciente lactente (bebê): posicionar dois dedos abaixo da linha imaginária entre os mamilos. 1 executante: 02 ventilações e 15 compressões torácicas.

Observações: - Prosseguir a RCR, até chegar o suporte avançado.- A Associação Americana do Coração preconiza que a RCP seja realizada por apenas uma pessoa, até a exaustão, para somente então ser realizada a troca de executante, por motivo de sincronia! Exceção para os casos onde os executantes estejam acostumados a fazerem juntos.- Após 01 minuto verificar pulso e respiração.

Complicações na RCP:Podem ocorrer, mas não são indicativos obrigatórios de interrupção da RCP.

- Fraturas de Costelas - em princípio continuamos.- Fraturas de Esterno - torna-se contra-indicado.- Perfuração de Vísceras (coração/pulmões/aorta/diafragma/etc...) – depende de exames complementares para confirmação da lesão.

Contra-indicação na RCP:

São as situações que, quando encontradas, já são indicativos para a não realização para do procedimento de RCP, porém, em certos casos, a decisão ficará a critério do socorrista.

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- PCR por trauma de tórax - Surgimento de rigidez cadavérica - Vítima com doenças em estágio terminal. - Esmagamento total.

- Esmagamento total. - Carbonização.

FERIMENTOS

Definição: É uma agressão à integridade dos tecidos do corpo, permitindo um contato do interior do organismo com o meio externo ou não, causam dor, originam sangramento e são vulneráveis à infecção.

Tipos de ferimentos:o Feridas fechadas – contusõeso Feridas abertas – arranhões, cortes, perfurações, avulsões, amputações, ferimentos por esmagamento.

Procedimentos gerais em feridas abertas:

o Exponha a ferida. o Remova o material aderido superficialmente à ferida, não tente limpar a ferida.o Controle o sangramento.o Se possível previna a contaminação.o Mantenha o paciente deitado e aquecido.o Tranqüilize a vítimao Cuide do choque.o Não remova o curativo já colocado, coloque outro sobre ele.o Se há um objeto transfixado ou empalado, não remova.o Estabilize o objeto transfixado ou empalado com curativo

absorvente.o Se um objeto penetrou a bochecha e está obstruindo as vias aéreas,

retire-o na mesma direção pelo qual entrou.o Ferimento penetrante (projétil de arma de fogo): fazer curativo de três pontas; transportar a vítima sobre o lado lesionado para que haja a drenagem.o Se houver saída de vísceras não recolocar na cavidade abdominal, deve-se cobrir com um plástico ou

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curativo umedecido em soro fisiológico ou água limpa, não ofereça nada via oral.

AMPUTAÇÕES:Na maioria dos casos o sangramento podeser controlado por pressão direta aplicada firmemente com atadura/bandagem sobre o coto ou com curativo compressivo.Se possível coloque a parte amputada em um campo plástico e mantenha em lugar fresco.

HEMORRAGIA

Definição: - Perda aguda de sangue circulante. - Extravasamento de sangue pela ruptura de uma veia ou artéria.

Classificação:1 - Hemorragia Interna: o sangue perdido não é visível.

Podem ser divididas em exteriorizadas ou não exteriorizadas quando o sangue apresenta-se para o meio externo.

Internas Exteriorizadas:

o OTORROGIA: sangramento pelo conduto do ouvido. Não fazemos tamponamento. Se a vítima estiver consciente, posicionamos em decúbito dorsal. Se estiver inconsciente ou com suspeita de trauma na cervical, lateralizamos com a orelha que está sangrando para baixo.

o EPISTAXE – sangramento pelas narinas. Colocamos a pessoa na posição sentada, com o tronco inclinado e a cabeça posicionada para frente 45º. Podemos utilizar bolsa de gelo, porém sem fazer compressão, principalmente nos casos de traumas, oriente o paciente para não assoar o nariz e respirar pela boca. Se o sangramento persistir procure o serviço médico.

o HEMATÊMESE: sangramento originário do sistema digestório alto (esôfago, estômago e duodeno), que normalmente é expelido por vômito, juntamente com restos alimentares. Em vítimas

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conscientes, utilizamos saco de gelo sobre o epigástrio e, em casos de vômitos ou inconsciência, lateralizar a vítima.

2 - Hemorragia Externa: visíveis ao exame primário devem ser prontamente

controladas.

MÉTODOS DE CONTEÇÃO DE HEMORRAGIA EXTERNA(HEMOSTASIA)

o COMPRESSÃO DIRETA / TAPONAGEM – é o método mais utilizado e eficaz.

o ELEVAÇÃO DO SEGMENTO (membros) – usa-se a gravidade a nosso favor.

o COMPRESSÃO SOBRE PONTOS ARTERIAIS

Sinais:o Pulso rápido e fracoo Palidez da pele e mucosaso Sudoreseo Pele fria e pegajosa

Classificação das hemorragias quanto ao vaso lesionado:o Venosas: sangramento mais escuro, que sai escorrendo.o Arteriais: sangramento de cor viva (rutilante), que sai em jato.