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Pág. Rua Comandante Almiro, 211 - Centro - Feira de Santana-BA (75) 3221.7259 1 01. Um argumento, uma explicação pode ser feita e interpre- tada de diferentes maneiras. Saber organizar ideias é um mecanismo importante para escrever e falar. Leia o trecho a seguir e assinale a única alternativa em que se manteve a ideia original depois de ser reestruturado. “O Brasil deve conquistar algumas medalhas nas olimpí- adas, embora não haja investimentos suficientes, pois o esporte fica em segundo plano!” A) “O esporte fica em segundo plano no Brasil, embora não haja investimentos suficientes, pois deve conquis- tar algumas medalhas nas olimpíadas”. B) “O Brasil deve conquistar algumas medalhas, mas não há investimentos suficientes, já que o esporte fica em segundo plano”. C) “O esporte fica em segundo plano no Brasil, não há in- vestimentos suficientes, porém o país deve conquistar algumas medalhas nas olimpíadas”. D) “Já que não há investimentos suficientes, Brasil deve conquistar algumas medalhas nas olimpíadas, embora o esporte fique em segundo plano”. E) “Algumas medalhas nas olimpíadas, o Brasil deve con- quistar, mesmo que não haja investimentos suficientes, já que o esporte fica em segundo plano”. 02. Texto I Peixinho sem água, floresta sem mata É o planeta assim sem você Rios poluídos, indústria do inimigo É o planeta assim sem você http://mataatlantica-pangea.blogspot.com. br/2009/10/parodia-meio-am- biente_02.html Texto II Avião sem asa Fogueira sem brasa Sou eu assim, sem você Futebol sem bola Piu-Piu sem Frajola Sou eu assim, sem você (Claudinho e Buchecha) Os textos I e II apresentam intertextualidade, que, para Ju- lia Kristeva, é um conjunto de enunciados, tomados de ou- tros textos, que se cruzam e se relacionam. Dessa forma, pode-se dizer que o tipo de intertextualidade do texto I em relação ao texto II é A) paródia, pois a voz do texto II é retomada no texto I para transformar seu sentido, levando a uma reflexão crítica. B) paráfrase, porque apesar das mudanças das palavras no texto I, a ideia do texto II é confirmada pelo novo texto. C) citação, porque há transcrição de um trecho do texto II ao longo do texto I. D) epígrafe, pois o texto I recorre a trecho do texto II para introduzir o seu texto. E) alusão, porque faz referência, de modo implícito, ao texto II para servir de termo de comparação. 03. Leia a tirinha de “Calvin e Haroldo”, de Bill Watterson: A fala do garoto parece um plano inteligente, porém o autor não o cita para elogiá-lo, esse tipo de discurso é chamado de: A) Paradoxo. D) Gradação. B) Prosopopeia. E) Escárnio. C) Metalinguagem. 04. “Eu e meu irmão somos amigos”. “Tu e teu pai sois iguais”. A concordância na língua pede alguns cuidados. Dessa forma, indique a única alternativa coerente com o idioma padrão. A) As pessoas foram tomadas de uma alegria, esperança e emoção contagiantes na abertura dos jogos olímpicos. B) Encontrei ontem emocionados André e Beatriz. C) Quando vamos ao cinema, gostamos de comprar quen- tinhos churro e pipoca. D) A mulher e o homem olhavam alertas. E) Os alunos consideraram difíceis o simulado e a redação. 05. Levando-se em conta o emprego da crase e a regência no trecho “…não obedecia à minha mãe”, no último quadrinho da tirinha a seguir, é linguisticamente adequado afirmar que ela é Aluno(a): __________________________________________________________ Data: ___ /____/ 2019 Professor: Celso Silva Turma: Site Assunto: Linguagens

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GRAMÁTICA - PROF. CELSO SILVA

01. Um argumento, uma explicação pode ser feita e interpre-tada de diferentes maneiras. Saber organizar ideias é um mecanismo importante para escrever e falar. Leia o trecho a seguir e assinale a única alternativa em que se manteve a ideia original depois de ser reestruturado.“O Brasil deve conquistar algumas medalhas nas olimpí-adas, embora não haja investimentos suficientes, pois o esporte fica em segundo plano!” A) “O esporte fica em segundo plano no Brasil, embora

não haja investimentos suficientes, pois deve conquis-tar algumas medalhas nas olimpíadas”.

B) “O Brasil deve conquistar algumas medalhas, mas não há investimentos suficientes, já que o esporte fica em segundo plano”.

C) “O esporte fica em segundo plano no Brasil, não há in-vestimentos suficientes, porém o país deve conquistar algumas medalhas nas olimpíadas”.

D) “Já que não há investimentos suficientes, Brasil deve conquistar algumas medalhas nas olimpíadas, embora o esporte fique em segundo plano”.

E) “Algumas medalhas nas olimpíadas, o Brasil deve con-quistar, mesmo que não haja investimentos suficientes, já que o esporte fica em segundo plano”.

02. Texto IPeixinho sem água, floresta sem mataÉ o planeta assim sem vocêRios poluídos, indústria do inimigoÉ o planeta assim sem você

http://mataatlantica-pangea.blogspot.com. br/2009/10/parodia-meio-am-biente_02.html

Texto II Avião sem asaFogueira sem brasaSou eu assim, sem vocêFutebol sem bolaPiu-Piu sem FrajolaSou eu assim, sem você

(Claudinho e Buchecha)

Os textos I e II apresentam intertextualidade, que, para Ju-lia Kristeva, é um conjunto de enunciados, tomados de ou-tros textos, que se cruzam e se relacionam. Dessa forma, pode-se dizer que o tipo de intertextualidade do texto I em relação ao texto II é

A) paródia, pois a voz do texto II é retomada no texto I para transformar seu sentido, levando a uma reflexão crítica.

B) paráfrase, porque apesar das mudanças das palavras no texto I, a ideia do texto II é confirmada pelo novo texto.

C) citação, porque há transcrição de um trecho do texto II ao longo do texto I.

D) epígrafe, pois o texto I recorre a trecho do texto II para introduzir o seu texto.

E) alusão, porque faz referência, de modo implícito, ao texto II para servir de termo de comparação.

03. Leia a tirinha de “Calvin e Haroldo”, de Bill Watterson:

A fala do garoto parece um plano inteligente, porém o autor não o cita para elogiá-lo, esse tipo de discurso é chamado de:

A) Paradoxo. D) Gradação.B) Prosopopeia. E) Escárnio.C) Metalinguagem.

04. “Eu e meu irmão somos amigos”. “Tu e teu pai sois iguais”. A concordância na língua pede alguns cuidados. Dessa forma, indique a única alternativa coerente com o idioma padrão.

A) As pessoas foram tomadas de uma alegria, esperança e emoção contagiantes na abertura dos jogos olímpicos.

B) Encontrei ontem emocionados André e Beatriz.C) Quando vamos ao cinema, gostamos de comprar quen-

tinhos churro e pipoca. D) A mulher e o homem olhavam alertas. E) Os alunos consideraram difíceis o simulado e a redação.

05. Levando-se em conta o emprego da crase e a regência no trecho “…não obedecia à minha mãe”, no último quadrinho da tirinha a seguir, é linguisticamente adequado afirmar que ela é

Aluno(a): __________________________________________________________ Data: ___ /____/ 2019Professor: Celso Silva Turma: Site Assunto: Linguagens

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GRAMÁTICA - PROF. CELSO SILVA

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Não quero morrer pois quero ver como será que deve ser envelhecerEu quero é viver para ver qual é e dizer venha pra o que vai acontecer(...)Pois ser eternamente adolescente nada é mais *démo-dé com os ralos fios de cabelo sobre a[testa que não para de crescerNão sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprenderQue felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr.(...)

Arnaldo Antunes/Ortinho/Marcelo Jeneciwww.arnaldoantunes.com.br/new/sec_discografia_sel.php?id=679

*démodé = fora de moda.

Assinale a alternativa que apresenta uma inferência correta.

A) A expressão “vira a cara para o presente”, no ver-so 8, foi utilizada no sentido de encarar fixamente o presente.

B) O eu lírico destaca, nos versos de 2 a 4, apenas as perdas físicas que caracterizam a chegada da velhice.

C) Conservar os cabelos longos, quando já estão ralos devido à calvície, é uma atitude fora de moda.

D) No verso 1, é possível perceber uma alusão ao au-mento da expectativa de vida na modernidade, visto que a ideia de viver mais tornou – se comum.

E) Nos primeiros versos, há a ideia conotativa e sar-cástica sobre a terceira idade.

08. Hamlet observa a Horácio que há mais cousas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de Novembro de 1869, quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a di-ferença é que o fazia por outras palavras.— Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas, disse-me: “A senhora gosta de uma pessoa…” Confessei que sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas que não era verdade…

A Cartomante (Machado de Assis)

A intertextualidade é um recurso criativo utilizado na produção do texto. No conto, Machado de Assis dialoga com o clássico “Hamlet” de Shakespeare com o fito de:

A) Ironizar o culto ao cientificismo da sociedade burguesa.B) Reafirmar a crença no conhecimento científico para

explicar as situações da vida humana.C) Reconhecer a importância da espiritualidade na for-

mação da sociedade burguesa do século XIX.D) Discutir o conhecimento científico e o conhecimento

místico na sociedade burguesa do século XX. Re-conhecer a importância da espiritualidade na forma-ção da sociedade burguesa do século XIX.

E) Revelar a ambiguidade própria da obra machadiana em Hamlet de William Shakespeare.

09. Heráclito, Lulu Santos

Mais de 25 séculos após Heráclito de Éfeso dizer que

A) necessária, pois nela ocorre a fusão de preposição “a” com pronome demonstrativo “a” e está diante de palavra femini-na.

B) inadequada, uma vez que o verbo “obedecer” é transitivo direto e não admite preposição.

C) facultativa, pois, embora complete um verbo transitivo indi-reto, com preposição obrigatória, está diante de um prono-me possessivo feminino.

D) obrigatória, por conter a junção da preposição “a” com arti-go feminino “a” anteposta a um pronome.

E) incorreta, porque, independentemente do fato de ocorrer a fusão de preposição com artigo, nunca ocorre crase diante de pronomes.

06. A televisão

A televisãoMe deixou burroMuito burro demaisOh! Oh! Oh!Agora todas coisasQue eu pensoMe parecem iguaisOh! Oh! Oh!

O sorvete me deixou gripadoPelo resto da vidaE agora toda noiteQuando deitoÉ boa noite, querida.

Oh! Cride, fala pra mãeQue eu nunca li num livroQue o espirroFosse um vírus sem curaVê se me entendePelo menos uma vezCriatura!

A luz do sol me incomodaEntão deixaA cortina fechadaOh! Oh! Oh!É que a televisãoMe deixou burroMuito burro demaisE agora eu vivoDentro dessa jaulaJunto dos animais.

(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Belloto)Titãs. Televisão. Lp. Gravadora WEA, 1985.

As estrofes 1 e 5 do texto acima permitem afirmar que a inteli-gência do sujeito está, respectivamente, relacionada:

A) à violência e ao altruísmo.B) à liberdade e à emoção. C) à memória e à informação. D) à cognição e à leitura. E) à capacidade de distinguir e à liberdade.

07. ENVELHECER

A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecerA barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecerOs filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valerOs outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer

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“Não se toma banho duas vezes no mesmo rio”

Raul Seixas declarou:

Prefiro serEssa metamorfose ambulanteEu prefiro serEssa metamorfose ambulanteDo que ter aquela velha opiniãoFormada sobre tudo

(Metamorfose ambulante – Raul Seixas)

E Lulu Santos comparou a vida a uma onda:

Nada do que foi seráDe novo do jeito que já foi um diaTudo passaTudo sempre passaráA vida vem em ondasComo um marNum indo e vindo infinitoTudo que se vê não éIgual ao que a genteViu há um segundoTudo muda o tempo todoNo mundo

(Como Uma Onda – Lulu Santos / Nelson Motta)

A intertextualidade evidente entre o pensamento de Herá-clito e as letras das músicas de Raul Seixas e Lulu Santos se realiza por:

A) Paráfrase.B) Alusão.C) Pastiche.D) Citação.E) Paródia.

10. Leia estes textos.

Texto 1

(QUINO. O mundo da Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 3)

Texto 2

Sonho Impossível

SonharMais um sonho impossívelLutarQuando é fácil cederVencer o inimigo invencívelNegar quando a regra é venderSofrer a tortura implacávelRomper a incabível prisãoVoar num limite improvávelTocar o inacessível chãoÉ minha lei, é minha questãoVirar esse mundoCravar esse chãoNão me importa saberSe é terrível demaisQuantas guerras terei que vencerPor um pouco de pazE amanhã se esse chão que eu beijeiFor meu leito e perdãoVou saber que valeu delirarE morrer de paixãoE assim, seja lá como forVai ter fim a infinita afliçãoE o mundo vai ver uma florBrotar do impossível chão.

(J. Darione – M. Leigh – Versão de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, 1972.)

A tirinha e a canção apresentam uma reflexão sobre o fu-turo da humanidade. É correto concluir que os dois textos:

A) Afirmam que o homem é capaz de alcançar a paz.B) Concordam que o desarmamento é inatingível.C) Julgam que o sonho é um desafio invencível.D) Têm visões diferentes sobre um possível mundo me-

lhor.E) Transmitem uma mensagem de otimismo sobre a paz.

11. Leia estes poemas.

Texto 1

Autorretrato

Provinciano que nunca soubeEscolher bem uma gravata;Pernambucano a quem repugnaA faca do pernambucano;Poeta ruim que na arte da prosaEnvelheceu na infância da arte,E até mesmo escrevendo crônicasFicou cronista de província;Arquiteto falhado, músicoFalhado (engoliu um diaUm piano, mas o tecladoFicou de fora); sem família,Religião ou filosofia;Mal tendo a inquietação de espíritoQue vem do sobrenatural,E em matéria de profissãoUm tísico* profissional.

(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1983. p. 395.)

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Texto 2

Poema de sete facesQuando eu nasci, um anjo tortodesses que vivem na sombradisse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.As casas espiam os homensque correm atrás de mulheres.A tarde talvez fosse azul,não houvesse tantos desejos.(…)Meu Deus, por que me abandonastese sabias que eu não era Deusse sabias que eu era fraco.Mundo mundo vasto mundo,se eu me chamasse Raimundoseria uma rima, não seria uma solução.Mundo mundo vasto mundomais vasto é o meu coração.

(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 53.)

(*) tísico=tuberculoso

Esses poemas têm em comum o fato de:

A) Descreverem aspectos físicos e de saúde de ambos os autores.

B) Refletirem um sentimento derrotista. C) Terem a doença como tema.D) Narrarem a vida dos autores desde o nascimento.E) Defenderem crenças religiosas.

12. Leia o texto e examine a ilustração:

Óbito do autor

(….) Expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era sol-teiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos!Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia – peneirava – uma chuvinha miúda, triste e cons-tante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: – “Vós, que o conheces-tes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” (…)

(Adaptado. Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Ilustrado por Cândido Portinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil, 1943. p.1.)

Compare o texto de Machado de Assis com a ilustração de Portinari. É correto afirmar que a ilustração do pintor:

A) Apresenta detalhes ausentes na cena descrita no texto verbal.

B) Retrata fielmente a cena descrita por Machado de Assis.C) Distorce a cena descrita no romance.D) Expressa um sentimento inadequado à situação.E) Contraria o que descreve Machado de Assis.

13. A Dança e a Alma

A dança? Não é movimento,súbito gesto musicalÉ concentração, num momento,da humana graça natural.

No solo não, no éter pairamos,nele amaríamos ficar.A dança - não vento nos ramos:seiva, força, perene estar.

Um estar entre céu e chão,novo domínio conquistado,onde busque nossa paixãolibertar-se por todo lado...

Onde a alma possa descreversuas mais divinas parábolassem fugir à forma do ser,por sobre o mistério das fábulas.

(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.)

A definição de dança, em linguagem de dicionário, que mais se aproxima do que está expresso no poema é:A) A mais antiga das artes, servindo como elemento de

comunicação e afirmação do homem em todos os mo-mentos de sua existência.

B) A forma de expressão corporal que ultrapassa os limi-tes físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espírito.

C) A manifestação do ser humano, formada por uma sequ-ência de gestos, passos e movimentos desconcertados.

D) O conjunto organizado de movimentos do corpo, com ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos, emoções etc.

E) O movimento diretamente ligado ao psiquismo do in-divíduo e, por consequência, ao seu desenvolvimento intelectual e à sua cultura.

14. Observe o seguinte poema de Paulo Leminski, do livro Ca-prichos & Relaxos, reunido em toda poesia.

Sobre esse poema e a poética leminskiana em geral, ana-lise as seguintes proposições.

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A) Leminski é um poeta cujo projeto foi todo delineado de-tro da estética do Concretismo e da poesia tradicional.

B) Ligado originalmente ao PARNASIANISMO, Leminski não deixou de explorar o poema em suas potencialida-des gráfico-espaciais.

C) Representante da Geração destruidora, Paulo Le-minski também se aventurou pela poesia visual, como esse poema o demonstra.

D) Ao contrário da maioria dos poetas da Poesia Marginal que vigorou nos anos 1970 e 1980, Leminski renegou o Concretismo, servindo-se eventualmente de seus re-cursos na elaboração de seus poemas.

E) Leminski soube explorar a dimensão visual em seus poemas.

15. O assassino era o escriba

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito ine-xistente.Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida.Regular como um paradigma da 1ª conjunção.Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeitoassindético de nos torturar com um aposto.Casou com uma regência.Foi infeliz.Era possessivo como um pronome.E ela era bitransitiva.Tentou ir para os EUA.Não deu.Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,conectivos e agentes da passiva o tempo todo.Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.Paulo Leminski

Sobre o texto de Paulo Leminski, é lícito afirmar:

A) A terminologia sintática e morfológica, que em um pri-meiro momento é motivo de estranhamento, concede o efeito de erro no poema.

B) O eu lírico demonstra por meio da composição de texto pessoal e confessional o seu desconhecimento grama-tical.

C) Nos primeiros sete versos, o eu lírico apresenta seu professor, que, por meio de suas ações e funções, é caracterizado como uma pessoa agradável.

D) Em todos os versos, o leitor toma consciência de todos os fracassos que compuseram a vida do professor.

E) O texto é estruturado em forma de narrativa policial, mas em função de sua organização, é considerado um poema.

GABARITO:

01. E 02. A 03. E 04. A 05. C

06. E 07. D08. A 09. A 10. D 11. B 12. A 13. B 14. E 15. E