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ATA DA 70ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE 1 ATA DA 70ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO 1 CONSELHO ESTADUAL DO MEIO 2 AMBIENTE, REALIZADA NO DIA 18 DE 3 DEZEMBRO DE 2007, ÀS 14H30MIN, NO 4 AUDITÓRIO DA SECRETARIA 5 ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, 6 PRESIDIDA PELO SR. RASCA 7 RODRIGUES E SECRETARIADA PELO 8 SR. PAULO ROBERTO CASTELLA 9 SECRETÁRIO EXECUTIVO. 10 11 O Sr. Paulo Roberto Castella:- Gostaríamos de iniciar a 70ª Reunião Ordinária do 12 Conselho Estadual do Meio Ambiente pedindo primeiro desculpas pelo Secretário Rasca 13 Rodrigues que teve compromisso com o governador, não agendado, e pede desculpas e assim 14 que ele puder estará retornando à casa para terminar a nossa reunião. Primeiro assunto de 15 pauta e gostaria de verificar com os senhores, que seria a aprovação da Ata da reunião 16 anterior. Considerando que a Ata da reunião anterior só foi encaminhada, ontem, no final de 17 tarde, gostaria de consultar aos Conselheiros se poderíamos retirar de pauta e deixar essa 18 aprovação para a próxima reunião Ordinária do Conselho, se concordarem permaneçam como 19 estão, caso contrário que se manifestem. Está retirada de pauta, fica para aprovação para a 20 próxima reunião do Conselho, agendada para a segunda quinzena de fevereiro de 2008. 21 O próximo assunto de pauta será apresentação do Sr. Prefeito de Capanema do projeto 22 Doce Iguassu que foi discutido aquela moção de apoio na reunião passada, em que os 23 Conselheiros solicitaram uma apresentação formal da prefeitura de Capanema, pelo prefeito e 24 também pela ECOPARANÁ e não está presente Promotoria de Meio Ambiente, mas será 25 encaminhado à Promotoria de Meio Ambiente cópia do DVD desta apresentação e caso 26 coloque ao final da apresentação a proposta de moção de apoio, vai ser também encaminhado 27 à Promotoria Pública – Dr. Saint Clair. 28 Convidamos o Sr. Prefeito de Capanema – Milton Kafer para iniciar a apresentação do 29 Projeto Doce Iguassu e da proposta da readequação ambiental das propriedades. 30 O Sr. Milton Kafer (Prefeito de Capanema):- Boa tarde a todos, quero cumprimentar o 31 Paulo Roberto Castella que é o Secretário do Conselho Estadual do Meio Ambiente, também 32 os demais membros, agradecer a oportunidade de estarmos aqui no dia de hoje, defendendo 33 um projeto que nós começamos a trabalhar tão logo assumimos a prefeitura, a administração 34 de Capanema. Não sei se os senhores ou as senhoras sabem, mas Capanema é um município 35 de 18 mil habitantes, faz divisa com a Argentina e com o Parque Nacional do Iguaçu. Somos 36 pautados lá na agricultura familiar, Minifúndio. Tivemos um grande problema com relação ao 37 meio ambiente que acho que a grande maioria das pessoas do Estado do Paraná e o Brasil 38 sabem, que foi o fechamento da Estrada do Colono, tivemos vários e vários problemas e 39 enfrentamentos bastantes problemas, na verdade, até com Polícia Federal que nós resolvemos 40 mudar o tom. Ao invés de enfrentamento procuramos o diálogo, a conversa para que a gente 41 possa, dessa forma, avançar no sentido da gente se preocupar com a nossa população, com a 42 questão social, mas, também, com a preservação do meio ambiente. Então nós implantamos 43 no nosso município, tão logo assumimos, uma extensão da Escola Parque junto com o Parque 44 Nacional do Iguaçu. Melhoramos e desenvolvemos bastante a distribuição de mudas para que 45 fosse feita a recomposição da mata ciliar e trabalhamos, então, a parte social que é o 46 aproveitamento dos pontos turísticos. Para isso conversamos bastante com o pessoal do 47 IBAMA, com o pessoal da ECOPARANÁ, IAP, na região. Depois estivemos aqui em 48 Curitiba, também, com a Promotoria Pública da região, aqui em Curitiba. Tivemos reuniões 49 com o Saint-Claire e viemos, hoje, apresentar aquilo que é possível neste momento 50 encaminhar para que a gente tenha a oportunidade de, além de fazer a recuperação do meio 51

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ATA DA 70ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

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ATA DA 70ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO 1 CONSELHO ESTADUAL DO MEIO 2 AMBIENTE, REALIZADA NO DIA 18 DE 3 DEZEMBRO DE 2007, ÀS 14H30MIN, NO 4 AUDITÓRIO DA SECRETARIA 5 ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, 6 PRESIDIDA PELO SR. RASCA 7 RODRIGUES E SECRETARIADA PELO 8 SR. PAULO ROBERTO CASTELLA 9 SECRETÁRIO EXECUTIVO. 10

11 O Sr. Paulo Roberto Castella:- Gostaríamos de iniciar a 70ª Reunião Ordinária do 12

Conselho Estadual do Meio Ambiente pedindo primeiro desculpas pelo Secretário Rasca 13 Rodrigues que teve compromisso com o governador, não agendado, e pede desculpas e assim 14 que ele puder estará retornando à casa para terminar a nossa reunião. Primeiro assunto de 15 pauta e gostaria de verificar com os senhores, que seria a aprovação da Ata da reunião 16 anterior. Considerando que a Ata da reunião anterior só foi encaminhada, ontem, no final de 17 tarde, gostaria de consultar aos Conselheiros se poderíamos retirar de pauta e deixar essa 18 aprovação para a próxima reunião Ordinária do Conselho, se concordarem permaneçam como 19 estão, caso contrário que se manifestem. Está retirada de pauta, fica para aprovação para a 20 próxima reunião do Conselho, agendada para a segunda quinzena de fevereiro de 2008. 21

O próximo assunto de pauta será apresentação do Sr. Prefeito de Capanema do projeto 22 Doce Iguassu que foi discutido aquela moção de apoio na reunião passada, em que os 23 Conselheiros solicitaram uma apresentação formal da prefeitura de Capanema, pelo prefeito e 24 também pela ECOPARANÁ e não está presente Promotoria de Meio Ambiente, mas será 25 encaminhado à Promotoria de Meio Ambiente cópia do DVD desta apresentação e caso 26 coloque ao final da apresentação a proposta de moção de apoio, vai ser também encaminhado 27 à Promotoria Pública – Dr. Saint Clair. 28

Convidamos o Sr. Prefeito de Capanema – Milton Kafer para iniciar a apresentação do 29 Projeto Doce Iguassu e da proposta da readequação ambiental das propriedades. 30

O Sr. Milton Kafer (Prefeito de Capanema):- Boa tarde a todos, quero cumprimentar o 31 Paulo Roberto Castella que é o Secretário do Conselho Estadual do Meio Ambiente, também 32 os demais membros, agradecer a oportunidade de estarmos aqui no dia de hoje, defendendo 33 um projeto que nós começamos a trabalhar tão logo assumimos a prefeitura, a administração 34 de Capanema. Não sei se os senhores ou as senhoras sabem, mas Capanema é um município 35 de 18 mil habitantes, faz divisa com a Argentina e com o Parque Nacional do Iguaçu. Somos 36 pautados lá na agricultura familiar, Minifúndio. Tivemos um grande problema com relação ao 37 meio ambiente que acho que a grande maioria das pessoas do Estado do Paraná e o Brasil 38 sabem, que foi o fechamento da Estrada do Colono, tivemos vários e vários problemas e 39 enfrentamentos bastantes problemas, na verdade, até com Polícia Federal que nós resolvemos 40 mudar o tom. Ao invés de enfrentamento procuramos o diálogo, a conversa para que a gente 41 possa, dessa forma, avançar no sentido da gente se preocupar com a nossa população, com a 42 questão social, mas, também, com a preservação do meio ambiente. Então nós implantamos 43 no nosso município, tão logo assumimos, uma extensão da Escola Parque junto com o Parque 44 Nacional do Iguaçu. Melhoramos e desenvolvemos bastante a distribuição de mudas para que 45 fosse feita a recomposição da mata ciliar e trabalhamos, então, a parte social que é o 46 aproveitamento dos pontos turísticos. Para isso conversamos bastante com o pessoal do 47 IBAMA, com o pessoal da ECOPARANÁ, IAP, na região. Depois estivemos aqui em 48 Curitiba, também, com a Promotoria Pública da região, aqui em Curitiba. Tivemos reuniões 49 com o Saint-Claire e viemos, hoje, apresentar aquilo que é possível neste momento 50 encaminhar para que a gente tenha a oportunidade de, além de fazer a recuperação do meio 51

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ambiente, mas, também, de um modo sustentável e conseguirmos manter as nossas famílias 52 nas suas propriedades. 53

Vou pedir para a Cláudia que é a Diretora de Turismo do nosso município para que ela 54 faça a apresentação. Está aqui, conosco, o Secretário Municipal de Indústria e Comércio e 55 Turismo – o Luiz, e o Guilherme Neto que é o Presidente da Associação Doce Iguassu. 56 Procuramos também fazer com que não fosse um trabalho somente de uma administração. Por 57 isso que procuramos criar essa Associação para que os próprios proprietários tivessem um 58 engajamento e uma continuidade de trabalho, que todos sabem que os cargos públicos eles 59 passam, mas a gente precisa pensar na continuidade do trabalho. 60

Obrigado pela oportunidade e a gente espera que o voto seja favorável, por que quem 61 vai ganhar com isso? Além das pessoas que moram em nosso município e na nossa região, 62 mas, também, o meio ambiente. Esse é o nosso propósito para que a gente possa avançar. 63 Obrigado. 64

A Sra. Cláudia (Diretora de Turismo de Capanema):- Boa tarde a todos. O Castella 65 entrou em contato conosco e nos colocou alguns questionamentos que vocês fizeram na 66 última reunião de aprovação. Então a questão aqui: quem são os atores envolvidos e as ações 67 de cada um para a implantação da proposta. Temos os parceiros que um deles é o Parque 68 Nacional do Iguaçu, hoje, Instituto Chico Mendes que trabalhou a questão da implantação – 69 implantar, desenvolver e fomentar o turismo sustentável no entorno do Parque. Certo. Uma 70 das ações é essa questão da proposta ambiental. Porque hoje temos vários balneários, a gente 71 trabalha com propriedades ribeirinhas ao Rio Iguaçu. Outro parceiro forte é a ECOPARANÁ, 72 que depois vai estar aqui explanando as ações, que também está dentro de fomentar a criação 73 do roteiro, desenvolver o turismo e a divulgação do nosso roteiro Doce Iguassu. 74

Doce Iguassu. Doce porque a gente tem o melado, a produção da cana-de-açúcar, a 75 produção de melado, do açúcar mascavo e Iguassu por causa do Rio Iguaçu, do Parque 76 Nacional do Iguaçu. Outro parceiro da Associação que está desenvolvendo aí é a 77 administração municipal nós e Emater, apoiando em todas as ações, em todas as fases e 78 também com a infra-estrutura: máquinas, técnicos, viveiros de mudas com o Programa Mata 79 Ciliar, cursos, sinalização, etc. outros parceiros então que a gente buscou foi SEMA e IAP. 80 Aqui, num primeiro momento, buscamos SEMA e IAP regional – Francisco Beltrão. Numa 81 reunião eles colocaram que fugia do controle deles, que não era questão para eles resolverem 82 e sim para trazer para o Estado, para o Conselho. Então por isso que hoje estamos aqui. 83

Outra é a Promotoria do Meio Ambiente como foi falado, a questão de 84 acompanhamento do e que esteve na última reunião e depois vamos colocar a cópia da última 85 reunião que tivemos com o Rasca, com o Saint-Clair, com a ECOPARANÁ, Parque Nacional 86 e Prefeitura. E a Associação Doce Iguassu que é a executora e que está colocando na prática 87 todo o trabalho de turismo sustentável. Outro questionamento é a questão do papel da 88 ECOPARANÁ, e aí chamo a Kátia, porque nada melhor do que a técnica da ECOPARANÁ 89 para estar falando um pouco do trabalho das ações da Eco. 90

A Sra. Kátia Pimentel Koti (ECOPARANÁ):- Boa-tarde. Vou falar sobre o papel da 91 Eco junto o Roteiro Doce Iguassu de Capanema. No Plano de Manejo do Parque Nacional do 92 Iguaçu consta como uma das ações o desenvolvimento sustentável entorno do parque. É uma 93 proposta de trabalharmos o turismo como ferramenta para conciliar o desenvolvimento 94 econômico social aliada à preservação ambiental indo ao encontro das falsas políticas 95 públicas para o entorno das unidades de conservação. 96

O IBAMA e a ECOPARANÁ há algum tempo, uns quatro anos, negociaram um 97 programa que tinha objetivo o desenvolvimento do entorno do Parque Nacional do Iguaçu que 98 se chama “Programa do Turismo Sustentável do entorno do Parque Nacional do Iguaçu”. São 99 doze municípios que fazem parte desse entorno, Capanema e Serranópolis do Iguaçu são os 100 municípios que mais nos deram retorno e se colocaram dispostos a desenvolver o turismo. 101 Então o roteiro do Iguaçu está dentro de um programa da ECOPARANÁ que finalizou no 102

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começo de 2006 e que estamos buscando junto ao IBAMA o estabelecimento de um novo tipo 103 de parceria, a princípio estaríamos dando apoio ao município de Capanema e Serranópolis que 104 são mais desenvolvidos em relação ao turismo. 105

A ECOPARANÁ é vinculada com a Secretaria de Estado de Turismo, somos 106 constituídos com a modalidade de serviço social autônomo, possui um contrato de gestão com 107 o Estado do Paraná através da Secretaria de Turismo e nossa área dentro do turismo no Estado 108 é a questão de desenvolvimento do destino turístico, que entra a parte de roteirização, apoio 109 aos empreendedores, de organização da atividade para que ela seja formatada para venda, para 110 comercialização. Dentro do nosso papel no Estado, entramos com o Programa do Entorno do 111 Parque Nacional do Iguaçu para desenvolver o turismo. O Roteiro Doce do Iguassu é na 112 realidade um dos resultados do Programa, aqui trouxe uma revista que sintetiza todo o 113 trabalho que é desenvolvido, falamos do roteiro, também tem a última ata que a Claudia 114 acabou de citar e um folder do Roteiro do Doce do Iguassu de Capanema. Vou deixar com o 115 Castella para distribuição. 116

A Sra. Cláudia:- Outro questionamento foi o custo de implementação, financiadores e 117 cronograma da proposta. Vimos que este questionamento seria para um segundo plano, um 118 segundo trabalho. Estamos esperando essa resposta do Conselho para esta proposta, daí irmos 119 a segunda etapa que é o custo de implantação, os financiadores e o cronograma, quanto tempo 120 vamos levar o que vamos fazer. Mas até então já tivemos vários custos, vários investimentos 121 que fizemos no município que é a extensão da Escola Parque que é no Parque Nacional do 122 Iguaçu, melhoria das estradas rurais e também o viveiro de muda que temos a parceria do 123 Programa Mata Ciliar, distribuindo muitas mudas no município. 124

Em que fase se encontra a proposta? Todas as propriedades hoje que estão no roteiro, 125 que são 35 propriedades, todas já estão com o mapeamento da propriedade para dar entrada 126 no SISLEG. Não demos entrada ainda porque estamos esperando essa proposta da equação. 127 Porque se fossemos entrar hoje a lei é clara, teríamos que cumprir as metragens que está na lei 128 hoje. Então todos estão com o mapeamento esperando essa proposta para ver qual 129 encaminhamento vamos dar, sendo ribeirinhas ou não do Rio Iguaçu. Estão reflorestando e 130 conservando o que tem, que isso já é um grande ganho, não estão mais retirando das suas 131 propriedades. E hoje como já estamos com o roteiro implantado, já estamos comercializando, 132 já estamos recebendo visitas técnicas e turistas, já estamos usando a mata ciliar para o 133 turismo, que são os balneários e depois vou mostrar para vocês. 134

Então esse é o nosso Roteiro de Turismo Rural Doce Iguassu, temos: a administração 135 municipal, Parque Nacional do Iguaçu, Instituto Chico Mendes, ECOPARANÁ, IBAMA, 136 Associação Doce Iguassu com o apoio da Emater e do IAP. Aqui são os trabalhos realizados, 137 começaram em 2004 que é este Plano de manejo que a ECOPARANÁ fez com oficinas e 138 planejamento participativo. Já tivemos mais algumas propriedades que entraram no roteiro, 139 estão mapeadas, visita técnica tanto da ECOPARANÁ como do Parque Nacional do Iguaçu, a 140 própria prefeitura para levantar, quais os potenciais, o poderia estar melhorando. Hoje esta 141 propriedade, está no exemplo que vocês ganharam, já está toda reflorestada, as arvores já 142 estão altas. A gente procura dar apoio às propriedades que têm interesse no roteiro. Captação 143 de cursos e treinamento para o grupo, para a associação; realização de caravanas técnicas em 144 busca de novos exemplos; realização de reuniões periódicas para trabalhar tanto o turismo 145 quanto a questão ambiental, pois estamos no entorno do parque e é uma grande preocupação 146 nossa. Algumas ações da administração: criação da Secretaria de Indústria e Comercio do 147 Turismo, Departamento de Turismo e Departamento de Meio Ambiente. Estou trabalhando no 148 Departamento de Turismo e temos uma engenheira florestal acompanhando toda a questão do 149 Programa de Mata Ciliar e toda a questão das 208 propriedades. E também a extensão da 150 Escola Parque; Planejamento Turístico, através da ECOPARANÁ, do Parque Nacional do 151 Iguaçu, temos todo um planejamento e vamos dar continuidade; continuidade e fortalecimento 152 dos trabalhos existentes – procuramos não inventar nada e sim continuar um trabalho 153

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começado em 2004, com a outra gestão; investimentos da prefeitura, ECOPARANÁ e 154 Parque; criação do roteiro; sinalização, cursos de formação e qualificação para os 155 empreendedores, divulgação, melhoria das estradas rurais e apoio com horas/maquinas; 156 também a criação de uma marca coletiva que é natural do campo – uma marca para fortalecer 157 a questão social do município; temos também forte, criamos a Associação de Turismo Doce 158 Iguassu, como o prefeito falou, para continuar, ter um trabalho continuado. Porque se muda 159 governo, muda prefeito e acaba, ninguém quer criar o filho dos outros. Estamos com um 160 Conselho Municipal de Turismo e Meio Ambiente ativo, tudo passa pelo Conselho. 161 Capanema, hoje, é um município modelo na Região Sudoeste de turismo, estão vindo 162 caravanas do Sudoeste, estamos na regionalização do turismo e nós estamos na frente. 163 Capanema também é referência nacional da produção orgânica. Temos uma parceria com a 164 Suissa – uma empresa que faz a comercialização, temos uma fábrica de lecitina – soja 165 orgânica e também uma parceria com a França na questão da produção de leite. As 166 agroindústrias estão tendo oportunidades de negócio, cobrando as visitas técnicas, e o turismo 167 hoje, em Capanema, turismo sustentável já está gerando renda e está proporcionando emprego 168 para muita gente já. Estamos conseguindo desenvolver essa questão. 169

Criação então da logomarca, do roteiro onde queríamos mostrar o Parque Nacional, a 170 curva do Rio Iguaçu. Para quem conhece Capanema tem a curva acabando com uma gota de 171 melado. Certo! Aí está mostrando o Rio Iguaçu e o doce do melado. Aqui um pouco da 172 organização das propriedades – o antes e o depois. A gente procura sempre, a mania do 173 produtor rural, hoje, é estar pintando as árvores, fazendo aquelas meias nas árvores e estamos 174 conseguindo conscientizar que não é legal fazer isso e o povo consegue fazer a coisa bacana. 175

Sinalização turística especial. A sinalização a gente procurou fazer, como somos 176 fronteira com a Argentina, né, temos o marco da fronteira, então a sinalização foi feita no 177 formato do marco e com pedra retirada da lavoura. Temos plantação de pedra lá, então a 178 matéria-prima foi toda retirada de graça, praticamente, e essa sinalização especial foi uma 179 parceria com a ECOPARANÁ, prefeitura e ECOPARANÁ. 180

Implantação da sinalização rodoviária. Elaboração e confecção de folders que vocês 181 receberam aí. Conscientização nas comunidades. Hoje estamos indo – a Secretaria com a 182 Associação em todas as comunidades conscientizar tanto para o turismo como para o meio 183 ambiente. Como o prefeito falou é uma briga de foice, é uma briga constante por causa da 184 Estrada do Colono e a população está mais conscientizada e está conseguindo ter um retorno 185 com o turismo. E agora vou mostrar um pouquinho do que a gente tem de turismo: 186

- Alambique Matraga; cachaça orgânica bidestilada; Cantinho das Orquídeas – um 187 orquidário; o artesanato local; Magarancho onde temos um museu que é no formato de um 188 rancho; temos uma capela e uma réplica do caminho de Cristo – é uma chácara. As 189 agroindústrias derivadas de panificação; aqui derivados da cana-de-açúcar que é a produção 190 de melado e açúcar mascavo; a Casa Familiar Rural que é um projeto, uma escola rural, do 191 campo que trabalha a pedagogia da alternância. Fazemos visitação para mostrar a realidade. 192

- Produção orgânica de bromélia comestível, que é abacaxi. 193 - Balneário que esses são os nossos problemas e por isso estamos aqui levantando a 194

questão. Balneário Araucária, aqui Parque Nacional – o Rio Iguaçu; Balneário Martini e hoje 195 vocês podem ver que fala-se "Ah, por que não tem mata ciliar?" Temos um grande problema 196 lá que é a questão que quando chove demais as barragens abrem as comportas e leva o que 197 tiver. Esse é um dos grandes problemas, hoje, que estamos enfrentando para reflorestamento. 198 Já está totalmente diferente, aqui já está toda arborizada. 199

- Produção orgânica, aqui ele mostra um pouquinho da produção: apicultura, uva e 200 passeio de carro de boi. 201

- Construímos um mirante para estar vendo a questão do Parque Nacional, uma curva 202 bem bacana, e quem nos ajudou nisso foi o Parque Nacional. Mandou os técnicos de lá para 203 fazer o guarda-corpo. 204

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- Balneário Peretti – aqui quando dá enchente a água vai ao topo das árvores aqui. 205 - Fazenda Sinuelo – é uma Fazenda hotel; Camping Urutau que, recentemente, 206

tivemos agora uma licença do Parque Nacional, do Instituto Chico Mendes, para estar 207 trabalhando a questão do passeio de barco. Esses passeios de barco faz dois meses que 208 estamos aí trabalhando. Aqui é o Salto Faraday onde acontece o rafting. E aqui temos cinco 209 ilhas em Capanema que também estão no Plano de Manejo do Parque, que está previsto para 210 trabalhar o turismo, fazer camping. Aqui é a entrada do Rio Floriano, a foz; uma cachoeira 211 dentro do Parque. 212

É isso que a gente tinha para mostrar. Fica aberto para perguntas. 213 O Sr. Paulo Roberto Castella:- Antes de passar aos questionamentos, gostaria de 214

registrar a presença da Prefeita Municipal de Campina Grande do Sul – Anelice Cristiane Dal 215 Pra. Então, lembrando, que continua a proposta de se aprovar a moção de apoio ao projeto de 216 readequação ambiental das propriedades do município de Capanema. Depois dos 217 questionamentos espero que possamos votar essa moção, com alterações ou não de acordo 218 com o que a Secretaria Executiva e o próprio Secretário Rasca possam encaminhar. Está 219 aberta a palavra aos senhores Conselheiros. Com a palavra a Conselheira Laura. 220

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Nós, aqui, representamos o 221 movimento ambiental, conheço bem a região e estive lá na Audiência Pública na luta contra a 222 abertura da Estrada do Colono e fico até contente em ver que há uma mudança de postura. 223 Isso é positivo, é evolução e é também, talvez, amadurecimento das questões ambientais. 224 Estive em agosto ali na região, fui a Capanema, fui ao Porto Lupion, inclusive conversei com 225 algumas pessoas, moradores, alguns já têm a compreensão que é preciso mudar, outras acham 226 que não, que tem produzir, que usam agrotóxico, que o importante é produzirem. 227

Então a mudança cultural, a mudança de comportamento é um processo que não se 228 consegue de um dia para o outro, tem que começar fazendo alguma coisa e também vejo que 229 as pessoas preservam ou destrói se elas vêem acumulação de capital, o lucro em si. Ou para 230 preservar ou para destruir tem que ter o lucro, é claro que se for um lucro preservando é muito 231 melhor que um lucro destruindo. Agora, a questão que nos colocam, e é bastante sério, que é 232 de se flexibilizar a lei, porque na verdade o que se pede é isso, flexibilizar a lei ou não. A 233 iniciativa ao projeto acho ótimo, acho que tem que continuar e ser apoiado, agora quero ouvir 234 mais dos outros Conselheiros para amadurecermos a posição. Cabe a nós flexibilizar ou não. 235 Queremos apoiar sim o projeto, porque a iniciativa é boa, mas queremos ver resultados. Você 236 mostrou alguma coisinha que dá para termos uma noção, mas o certo é se ver lá, 237 concretamente. Os moradores, os ribeirinhas mesmo, a própria questão da enchente, enchente 238 dá algumas vezes por ano, mas o problema maior não é a enchente. A enchente ocorre 239 também porque o rio está assoreado, porque falta mata ciliar, a própria questão 240 desenvolvimento mudanças climáticas que vão intensificar o regime de chuva e de seca. 241 Queria ouvir primeiro mais alguns colegas para me posicionar, só estou provocando a 242 discussão. 243

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- O projeto não fala em flexibilização da lei, 244 não é esse o objetivo aqui, o projeto está muito bem claro. É uma questão de uma outra visão 245 dentro desse processo de recuperação e de não querer flexibilizar, mas que se faça uma 246 readequação ambiental, justa, correta, dentro desse ponto de vista social, dentro das 247 propriedades tem o seu papel de agregação, de um fator social forte. 248

A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Recebemos junto com essa 249 documentação uma Ata, só queria fazer algumas perguntas a respeito da Ata. Ela diz que 250 houve a presença de várias autoridades e que o Dr. Saint Clair estaria argüindo sobre a 251 necessidade de recuperação de mata ciliar com cem metros de largura e áreas urbanas 30 252 metros. Aí diz que o Dr. Ivan que representa o PARNA IGUAÇU, Parque Nacional do 253 Iguaçu, fala em 30 metros e fala aqui também que o Secretário Rasca levaria essa proposta ao 254 Conselho e determinaria que um técnico do IAP acompanhasse o processo e que montasse um 255

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tema de compromisso de ajustamento de conduta para ser apresentado ao Conselho. Como 256 não recebemos esse termo, queria saber se isso já foi feito, se não foi em que pé está, porque 257 para darmos um parecer acredito que tenhamos que passar por essas documentações. 258

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Só queria esclarecer que quando 259 você cita ali “Parque Nacional do Iguaçu, Instituto Chico Mendes”, na verdade o Instituto 260 Chico Mendes é o órgão que está derivando do IBAMA. Então Parque Nacional do Iguaçu 261 está dentro do Instituto Chico Mendes. Ele não é a mesma coisa, ele é uma parte, uma unidade 262 de conservação dentro do Instituto Chico Mendes. 263

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Só esclarecendo, Conselheira Vânia, que 264 esta proposta do Parque de se fazer todo o acompanhamento, vejo isso claro que nesta moção 265 de apoio devem ser colocadas as condicionantes para o Parque: fica condicionado ao próprio 266 termo de ajuste e conduta aquilo que se determinar em uma moção, ou alguma coisa que o 267 Conselho possa estar encaminhando uma moção de apoio, uma moção de recomendação para 268 um ajuste de conduta do TAC. Poderíamos estar encaminhando para isso e não postergando 269 uma decisão para ano que vem. Poderíamos conduzir das duas formas, propor uma moção de 270 recomendação para o TAC. Conselheira Laís. 271

A Sra. Laís Bacilla (IFAS):- Prefeito, parabéns por sua iniciativa! Nem sempre fazer a 272 coisa certa é fácil, mas queria dizer que quem colocou todas essas ponderações e convidando-273 os fui eu. Tenho uma experiência em fazer projetos, são quase 12 anos, preocupou-me muito a 274 participação dos atores sociais. O senhor está aqui, mas mais dois, três anos pode não estar 275 mais e a sociedade necessita da continuidade desse projeto, portanto, tem que ficar 276 evidenciada a participação dos agricultores. É a eles o processo mais difícil. 277

Questionei algumas coisas, desculpe, cheguei um pouquinho atrasada, mas me 278 preocupa viveiros florestais das espécies da região. Eu mesmo acompanhei um viveiro de 279 Itaipu, muitas espécies já desapareceram na região por conta de barragens e outras coisas. Se 280 existe um inventário de fauna, flora na região? Espécies já migraram por conta de barragens, 281 de alagamentos, se essas espécies ainda estão lá em Capanema, se podemos repovoá-los, 282 trazer esses animais. Conheço um município em Santa Catarina que tem gente que atravessa 283 quase mil quilômetros para ver um puma, porque é a única região que tem o puma. Então o 284 turista vai onde muitas vezes tem uma espécie interessante turisticamente. Vi que o seu 285 município atende o ecoturismo, está corretíssimo. É o que realmente vai atrair divisas e 286 riquezas para o município. Acho que o senhor está certo. Vi que existem muitas nascentes, foi 287 visto aqui, preocupa-me, acho que essa é a principal causa, acho que Itaipu tem um papel 288 muito importante nisso porque essas águas devem abastecer certamente a bacia, então faria 289 uma sugestão de um Parque Municipal. Hoje estou numa linha de parques municipais. E falei 290 muito na questão da Reserva Legal aqui, se as áreas foram degradadas, se foram desmatadas 291 antes de 1992 os agricultores podem receber os créditos de carbono. Então me preocupa 292 também porque eles têm algum retorno financeiro, porque sei o quanto às vezes é difícil até 293 manter, ter uma resistência em andar com esses projetos. 294

No mais, minha opinião é que aprovemos já, Castella. Acho que o ambiental não pode 295 esperar. Todo esse cenário, venho acompanhando mudanças climáticas há cinco anos, e acho 296 que essa é minha última participação dentro do Conselho, acho que ano que vem não estou 297 mais. Tem uma outra pessoa que vai me substituir e vou apresentar no final, que a gente sabe 298 e vai mudar muito essa mesma bacia. Pode ser que esse cenário não seja mais o mesmo daqui 299 a dois anos. Mas acho que todas as iniciativas são louváveis e temos que apoiar. A minha 300 opinião, perante minhas colegas e me desculpem as costas, é que a gente faça a aprovação 301 imediata do que está sendo proposto: aprovar a moção. Obrigada! 302

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Gostaria de consultar quem mais dos 303 Conselheiros gostaria de se manifestar. 304

O Sr. Roberto Gava (FIEP):- Vê-la recordar que na reunião anterior em que foi 305 proposta a vinda da prefeitura aqui, saí de imediato em aprovação dessa moção, embora ela 306

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nos induza a contrariar a Lei – que é um drama terrível. O trabalho de vocês é excelente, 307 parabéns, deverá servir para todo o Paraná e, quem sabe, desculpem a pretensão mas para 308 todo o Brasil. É uma lição de mudança de postura, de ajustamento, de conduta 309 verdadeiramente frente às necessidades ambientais que temos. 310

Tenho certo de que este Conselho extrapole as suas abrangências e aprove uma não 311 observância da Lei. O Código Florestal art. 2º é muito claro, e, na verdade, não sei direito 312 como deveremos aprovar uma moção desse tipo. Porque o trabalho é excelente, mas, penso 313 que temos que discutir melhor esse assunto – Castella, para não incorrermos num passo em 314 falso. No momento é esta minha posição. 315

O Sr. Adriano Reisemberg (SEAB):- Creio que este Conselho não tem o poder de 316 desobrigar ninguém de cumprir a Lei. O trabalho, sem dúvida, é louvável. Temos a maioria 317 das propriedades do Paraná, hoje, que estão à margem da legislação: tanto no que se refere à 318 mata ciliar; quanto a questão da reserva legal. Acho que a moção que este Conselho pode e 319 deve aprovar é uma moção de apoio ao projeto que busca uma adequação com a legislação. 320 Sabemos que no Paraná existem prazos a serem cumpridos, a cada ano que passa acho que 321 estamos numa situação pior, porque as ações são mínimas e estamos chegando perto do prazo 322 final de cobrar o que prevê a legislação. Então acho que a moção é nesse sentido: apoiar o 323 projeto observadas as normas legais, para que isso que se está fazendo em Capanema 324 aproxime cada vez mais, dentro desse lapso de tempo que existe, ao que a Lei prevê na 325 questão da mata ciliar. 326

O Sr. Aristeu (FETAEP):- Boa tarde a todos. Também queria dizer que estamos 327 dando uma oportunidade ao município, à administração, às parcerias e aos agricultores, 328 estamos dando uma oportunidade de mostrarem aquilo que são capazes de fazer ou que não 329 são capazes de fazer. Acho, também, que não seja uma posição assim definitiva, para sempre, 330 o tempo vai dizer se esse é um projeto que irá dar certo ou errado. Como Conselheiro nosso 331 apoio seria no sentido de que implemente o projeto e às instâncias maiores é que decidem o 332 que irão fazer. Como representante da agricultura familiar não poderia, de maneira nenhuma, 333 negar o apoio a uma iniciativa assim que pode prosperar pelo Brasil e no Paraná. Muito 334 obrigado, sou a favor de que aprove a moção e depois o resto vê como faz. 335

O Sr. Victor Hugo Ribeiro Burko (IAP):- Parece que a moção não trata de 336 descumprimento da legislação. Ela propõe a este Conselho que preste mais atenção, vamos 337 dizer assim, nessa questão e essa discussão seja acompanhada mais de perto por este 338 Conselho, exatamente para que se perceba onde estão as dificuldades operacionais, onde estão 339 as dificuldades legais e que ações poderemos desenvolver conjuntamente, como Estado, para 340 que possamos quem sabe utilizar esta boa-vontade do município, como um elemento de 341 quebra de paradigma como a criação de uma nova visão sobre a questão ambiental. 342

Parece-me que a aprovação, pelo menos no que se refere ao IAP, a aprovação 343 dessa moção não prejudica em nada, não interfere na interpretação legal. Ao contrário, se o 344 Conselho aprovar esta moção estará demonstrando ao IAP o seu maior interesse no 345 acompanhamento desse processo para que, numa situação futura, possamos estar aqui 346 novamente no Conselho discutindo um eventual TAC, uma eventual alteração de legislação a 347 quem de direito: à Câmara Federal, à Assembléia Legislativa do Paraná com os impedimentos 348 que a legislação ou que as questões práticas podem nos colocar. Do ponto de vista do IAP a 349 aprovação dessa moção só é um posicionamento do Conselho no sentido de acompanharmos 350 mais de perto essa questão. Então a nós nos parece favorável a aprovação já que, juntos, 351 estaremos conhecendo uma nova forma de se tratar o meio ambiente ligado à questão 352 econômica e social. Obrigado. 353

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Claro que o projeto é uma 354 iniciativa ótima, não temos dúvida disso. Nos preocupa muito que a gente consiga abrir 355 precedente para a flexibilização da Lei a já não é cumprida, ainda mais flexibilizando menos 356 ainda será cumprida. Essa é uma preocupação. O que queríamos propor, estamos tentando 357

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chegar num consenso, né, resolve: "Manifestar apoio na implementação do projeto... 358 recomendando aos governos Federal e Estadual esforços para sua realização". Não perdendo a 359 perspectiva da aplicação da legislação vigente e condicionado à apresentação do termo de 360 compromisso e ajuste de conduta. Complementaria assim. 361

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Conselheiro Gava. 362 O Sr. Roberto Gava (FIEP):- Abro mão do meu espaço. 363 O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Conselheira Ana Cláudia Graff. 364 A Sra. Ana Cláudia Bento Graff (PGE):- Boa-tarde a todos. Não participei da outra 365

reunião, então estou tomando conhecimento desse assunto agora, mas li a proposta de moção 366 e concordo, acho que todas as manifestações estão concluindo para a necessidade de 367 observância das normas ambientais, especialmente quanto à recuperação das áreas de 368 preservação permanente e minutei uma proposta, na linha elaborada pela Laura: “O Conselho 369 resolve manifestar apoio na implementação do projeto..., recomendando aos Governos 370 Federal e Estadual esforços para a sua realização, além da celebração e o cumprimento de 371 TAC’s relativos à recuperação das APP’s existentes no município”. Até agora não entendi por 372 que flexibilizar, o que me pareceu foi um esforço para a recuperação das matas ciliares. Pelo 373 que entendi esses balneários, essas áreas, são sujeitas à recuperação. 374

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Pelo que entendi na reunião 375 passada, é que deixaríamos de exigir os 200 metros da mata ciliar para exigir 50. 376

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Passo ao Prefeito de Capanema para 377 esclarecer esse assunto. 378

O Sr. Milton Kafer (Prefeito de Capanema):- Só para contribuir. Na verdade lá temos 379 propriedades que dão 80 metros. Não temos como forçar agricultor fazer mata ciliar de 200 380 metros. O governo brasileiro deu um título de propriedade na barranca do rio com 80 metros. 381 Então estamos propondo, num primeiro momento, a avaliação de cada propriedade, quem 382 puder fazer cinqüenta faz cinqüenta, quem puder fazer cem faz cem. E inclusive queria pedir 383 ao Presidente do IAP que coloque à disposição alguém da região que possa acompanhar para 384 fazer essas visitas, porque queremos realmente fazer a recuperação, queremos melhorar 385 naquilo que é possível, mas também precisamos dar viabilidade sócio-econômico para esses 386 agricultores, caso contrário alguém teria que indenizá-lo para que ela saia dali e a natureza 387 recomponha. Essa é uma grande preocupação, nossa realidade é essa, temos propriedade com 388 80 metros com título registrado em cartório, então como vamos exigir que se faça 200? Essa é 389 a dificuldade que temos em nosso município. 390

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Prefeito, só mais uma sugestão, a 391 propriedade que não fizer nada fica excluída do roteiro, é uma questão de selos. Tem que ter 392 algumas condicionantes que valorize quem faz. 393

O Sr. Milton Kafer (Prefeito de Capanema):- É isso que estamos buscando e 394 automaticamente, os que não estão com essa boa vontade, a parte da fiscalização, da 395 legislação, continua normal. Acredito que o Conselho seja o órgão que possa dar este apoio 396 para que inclusive auxiliemos os agricultores para ele perceber a necessidade da recuperação, 397 e se um fizer o outro vai perceber que aquilo é vantagem, é bom, e ele também vai fazer, e 398 que isso seja incentivado através de palestra. 399

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Para podermos fazer o encaminhamento 400 passo a palavra à Ana Cláudia para fazer a finalização, antes, porém, esclarecer à Laura que 401 são 35 agricultores que aderiram ao programa e quando você adere você se compromete. E 402 dentro do projeto ficou claro que a prefeitura vai buscar adesão de outros proprietários. Essa é 403 uma condicionante básica do projeto apresentado aqui. Sem essa recuperação o produtor não 404 entra, não assina e não está dentro do programa. É uma condicionante que o próprio prefeito 405 colocou. Ana Cláudia, e aí partimos para a finalização, para a votação, para aprovação ou 406 sugestão de inclusão de algum item. 407

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A Sra. Ana Cláudia Bento Graff (PGE):- Minha manifestação é que esse apoio, essa 408 proposta de moção de apoio ao projeto não implica na ratificação dos termos da TAC que 409 vierem a ser firmados. Ou seja, o Conselho não precisa se preocupar em estar legitimando um 410 TAC que eventualmente, esse é um problema que quem vai enfrentar vai ser o IAP, o 411 Ministério Público, os municípios e os proprietários atingidos. Não estamos dando uma carta 412 branca para nenhum deles, nem para o Ministério Público, nem ao IAP, nem aos proprietários 413 quanto ao conteúdo do TAC. Estamos manifestando um apoio, uma implementação do projeto 414 e pedindo a celebração de um TAC. Agora o conteúdo deste TAC é um segundo momento. 415 Não estamos ratificando, até porque não temos conhecimento, porque ele não foi elaborado 416 ainda. 417

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Poderia até apresentar aqui. 418 A Sra. Ana Cláudia Bento Graff (PGE):- Não sei se é o caso de apresentar aqui, 419

porque não é atribuição do Conselho. Seria interessante o teor vir a título de ciência do 420 Conselho, mas não estamos deliberando sobre o conteúdo de TAC. Isso é importante ficar 421 claro para os Conselheiros. Estamos pedindo para que ele seja realizado e objetivo maior do 422 TAC é a recuperação das áreas de preservação permanente. Meu apoio está condicionado a 423 isso. 424

O Sr. Roberto Gava (FIEP):- Desviando um pouquinho da essência da nossa 425 discussão, esse projeto é tão magnífico que queria propor que os nossos representantes 426 levassem este caso ao conhecimento do CONAMA para que irradie para o Brasil inteiro. Por 427 mais que falte algum esclarecimento, mas a essência do projeto é magnífica e fica esta 428 proposta. 429

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Laura, para finalizarmos, seja breve, porque 430 nossa pauta é extensa e acredito que esta questão já foi bem esclarecida. E a questão se é 431 atribuição do Conselho ou não, vamos discutir dentro de uma Comissão, que ficou para o ano 432 que vem, justamente essa preocupação de deliberarmos encima desses termos de conduta essa 433 nova proposição de atribuições, de competências do Conselho, está muito claro que o 434 Conselho tem que ter essas atribuições. Hoje, infelizmente, no Decreto de 2001, não nos dá 435 essa prerrogativa de realizarmos isso aqui. Acho que poderíamos estar recomendando que o 436 TAC seja pelo menos enviado ao Conselho para que tomemos ciência e possamos até 437 recomendar alguma outra ação não prevista ou readequação de uma ação proposta no TAC. 438 Então acho que a aprovação dessa moção, com a condicionante e acrescido mais esse item 439 discutido agora, poderíamos sim encaminhar. 440

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Castela, na Ata que eles mesmos 441 trouxeram, na última linha diz assim: “Para terminar, O Sr. Rasca, Secretário de Meio 442 Ambiente, levará a proposta ao Conselho Estadual de Meio Ambiente e ainda determinou que 443 um técnico do IAP seja disponibilizado para acompanhar o processo e montar o Termo de 444 Compromisso e Ajustamento de Conduta para também ser apresentado ao Conselho”. Então, 445 o Secretário, Presidente do Conselho, comprometeu-se em trazer o TAC ao Conselho para ser 446 apreciado pelo Conselho. 447

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Conselheira Vânia. 448 A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Só uma questão de ordem. Tem 449

duas propostas na Mesa, tem que se optar por uma delas e por em votação. 450 O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Exato, são contraditórias. Só gostaria de 451

receber por escrito e pedir para que possamos conciliar as duas. Enquanto que ele faz os 452 esclarecimentos a gente concilia as duas. E depois da intervenção dele a gente coloque em 453 votação a moção de apoio. 454

O Sr. Guilherme (Presidente Associação de Turismo do Doce Iguassu):- Boa tarde a 455 todos. Sou proprietário e Presidente da Associação de Turismo Doce Iguaçu. Só para efeito de 456 esclarecimento: os novos proprietários que querem fazer parte do roteiro de turismo, não são 457 aceitos na Associação sem antes um acompanhamento do Departamento de Meio Ambiente 458

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da Prefeitura, do IBAMA – Parque Nacional do Iguaçu e é isso que foi solicitado para o Sr. 459 Rasca, através do IAP, para que designasse um funcionário do IAP para que acompanhasse 460 esse levantamento da propriedade e fosse feito um esboço e a solicitação que estamos 461 querendo, essa moção de apoio de vocês, é para que aconteça um reforço para que saia esse 462 ajuste de conduta. Boa-vontade a gente tem! Agora, não posso chegar num funcionário do 463 IAP de Beltrão que ele não vai fazer sem o Ministério Público. Se tivermos o reforço de vocês 464 dizendo assim:- Acho interessante. Porque cada propriedade vai ser um termo de ajuste de 465 conduta. Não tem como você fazer um termo de ajuste de conduta para todos. São 208 466 propriedades. Com certeza o Ministério Público não vai cometer algum abuso e muito menos 467 o IAP também. Obrigado. 468

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Obrigado Guilherme. Chegamos num termo 469 comum em que a moção ficaria, para não ter duas, com o seguinte texto e para que não haja 470 conflito e vote um texto único. 471

O Sr. Luiz Eduardo M. Halila (SEDU):- Apenas para aproveitar o tempo. Um 472 esclarecimento do prefeito: por que sendo esse belíssimo projeto numa região do Parque 473 Iguaçu com cedilha, por que Iguassu é com dois esses? 474

A Sra. Cláudia (Diretora do Departamento de Turismo/Capanema):- Teve um debate 475 até para o nome de Foz do Iguaçu. O nome Iguaçu vem do tupi e é escrito com dois esses; 476 outro motivo é que os internautas europeus e como a gente tem a Guebana que é uma grande 477 parceira nossa, estamos fazendo parceria para trazer o turista da Europa, não existe cedilha. 478 Então optamos pelo iguassu com dois esses. 479

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Vamos fazer a leitura final da proposta de 480 moção que ficaria: "Resolve", depois de todas as considerações, resolve: "Manifestar apoio na 481 implementação do projeto da proposta de adequação ambiental das propriedades que 482 margeiam o Rio Iguaçu e recomendando aos governos Federal e Estadual esforços para a sua 483 realização, não se perdendo a perspectiva da aplicação da legislação vigente, inclusive pela 484 celebração de um cumprimento do TAC – Termo de Ajustamento de Conduta, relativos à 485 recuperação das APP's existentes no município". 486

Vamos votar por este texto que foi escrito com as duas propostas. Quem for a favor 487 permaneça como está; quem for contrário se manifeste: APROVADO por unanimidade. 488

Gostaria de agradecer ao prefeito de Capanema e a toda a sua equipe, em nome da 489 própria Secretaria Estadual do Meio Ambiente, do Conselho do Meio Ambiente, em nome do 490 Secretário Rasca Rodrigues, nossos cumprimentos pela proposta, pelo projeto e pela equipe 491 que compareceu aqui. 492

O Sr. Milton Kafer (Pref. Capanema):- Quero agradecer e parabenizar ao Conselho 493 pela decisão que acredito que irá contribuir para que se tenha uma sociedade cada vez mais 494 justa. Vamos nos retirar, então, porque são 570 km. Muito obrigado, boa tarde e um bom 495 Natal para todos nós. 496

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Prefeito só queria deixar o convite 497 para que daqui um ano vocês voltem aqui e nos contem o resultando do projeto. 498

A Sra. Cláudia:- Deixo o convite, aqui, para que se pudessem fazer uma caravana e 499 conhecer a nossa realidade, estamos de braços abertos esperando vocês. Obrigada. 500

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- O próximo item de pauta é com o Sr. Vitor 501 Hugo Burko, do Diretor Presidente do IAP, passo a palavra a ele. 502

O Sr. Victor Hugo Ribeiro Burko (IAP):- A Serra da Esperança sob todos os pontos 503 de vista é uma área em qualquer análise que se faça, é uma das áreas prioritárias no Estado do 504 Paraná para conservação. Por uma série de razões: pela fragilidade do solo, pelo grande 505 conjunto de nascentes – lá estão as bacias iniciais do Rio Piquiri, do Rio Ivaí e também boa 506 parte das nascentes do Rio Iguaçu já que lá nasce o Rio Jordão. Existe uma APA com mais de 507 280 mil hectares, no entanto até hoje não foi implementada uma política ambiental mais 508 efetiva na região. Essa Serra tem sido, ao passar dos anos, objeto de constantes agressões 509

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ambientais, especialmente por duas razões: no início para reflorestamento. Mais 510 modernamente as agressões que temos percebido na Serra da Esperança são, especialmente, 511 por invasões, são invasores de área não reconhecidos pelo MST, inclusive. São invasores sem 512 bandeira, vamos dizer assim, que têm atacado as matas lá para vender a madeira boa e fazer 513 carvão da lenha e que com uma dificuldade muito grande de fiscalização, porque essas 514 pessoas se locomovem. Não são assentados do MST que se localizam. Vão, atacam a mata e 515 mudam de lugar. Eu próprio tive a oportunidade durante este ano de, em duas oportunidades, 516 realizar batidas junto com a Força Verde e a dificuldade de pegar esse pessoal é muito grande. 517 Até porque a gente fez um sobrevôo e percebe o que está acontecendo lá embaixo, eles vêem 518 o avião e desaparecem no meio da mata. 519

Este ano, inclusive, eu próprio visualizei algumas agressões na Serra da Esperança 520 realizadas, como estas, que foram objeto da denúncia na reunião passada. Tanto a Força 521 Verde quanto o IAP têm tomado todas as medidas no sentido de poder controlar isto e não 522 temos conseguido eficácia em função da condição destas pessoas. Este ano mesmo, acho que 523 no mês de maio, foi desbaratada uma quadrilha que utilizava estes invasores e que fazia sair 524 de lá pinheiro e imbuias. Foram cortadas as veias de saídas dessa madeira. Entretanto não 525 conseguimos zerar totalmente a saída do carvão, porque o carvão sai. O carvão e a madeira de 526 lenha têm muito mais consumidores espalhados pelo Estado e pelo país. Então é muito mais 527 difícil o controle. Do pinheiro e da imbuia conseguimos evitar, diria que quase zeramos a 528 saída dessas madeiras da Serra da Esperança, porque é sabido para onde. São poucas 529 madeireiras no Estado ou fora do Estado que ainda utilizam essa madeira. Então colocando 530 fiscalização nos pontos intermediários conseguimos segurar. 531

Esse é o lado ruim da história: nós ainda não conseguimos debelar completamente 532 com os ataques ambientais na Serra da Esperança. Mas existem pontos positivos que têm 533 colocados. O IAP vem trabalhando já há dois ou três meses experimentalmente com um 534 programa de controle florestal via satélite. Teremos imagens a cada dois meses, as imagens 535 são sobrepostas e o próprio sistema nos avisa das áreas onde houver mudança na textura 536 florestal. 537

Então hoje não há nenhuma possibilidade de na Serra da Esperança ou em qualquer 538 local do Estado do Paraná de alguém realizar um desmate e conseguir passar ileso. Não 539 adianta mais esconder árvore, embaixo da terra, não adianta mais queimar de desaparecer com 540 os restos florestais, porque se existia uma floresta em um determinado momento e essa 541 floresta desapareceu, como floresta não evapora, as pessoas tiraram a floresta e o IAP irá 542 responsabilizá-los. Esse processo está em fase experimental ainda, mas já no começo do ano 543 iremos fazer a capacitação dos nossos técnicos para que o Estado do Paraná inteiro seja 544 monitorado via satélite. E naturalmente isso vai começar pela Serra da Esperança, como foco 545 principal, vale lembrar que esse programa permitirá, na seqüência, também a fiscalização de 546 áreas minerarias, da qualidade das águas via sensor, que já estamos discutindo no IAP, 547 implantação de sensores em alguns pontos dos nossos corpos hídricos para que possamos ter, 548 via satélite, o monitoramento. E também em relação à questão florestal, o IAP já está em fase 549 de aquisição de dois equipamentos de ultra-som que vão possibilitar a identificação do carvão 550 e do cavaco de qual espécie pertence. Está muito próximo o fim, no Estado do Paraná, da 551 ilegalidade das explorações florestais. Quando tivermos com esse programa definitivamente 552 implantado, com esses equipamentos adequados e creio que no máximo em julho do ano que 553 vem já estaremos prontos para isso, podemos afirmar com segurança que quem cortar 554 qualquer árvore no Estado do Paraná, ao arrepio da legislação, será responsabilizados, 555 teremos mecanismos para isso. 556

Também sobre a Serra da Esperança, aproveitando que o Conselho é o órgão mais 557 democrático da questão ambiental, adiantando uma informação, existe dentro do IAP junto 558 com a SEMA um estudo bastante avançado no sentido de se propor na Serra da Esperança um 559 mosaico ambiental com o estímulo, com a formação de RPPN’s, de reservas legais privadas, 560

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reservas legais públicas, coletivas e individuais. E também já estamos negociando com 561 algumas entidades o recebimento pelo Estado do Paraná de alguns milhares de hectares na 562 Serra da Esperança para que tenhamos lá também uma área de parque, porque aquele espaço 563 tem uma importância que merece. Então a perspectiva para a Serra da Esperança, embora 564 tenhamos ainda algumas ações isoladas de crime ambientais sendo cometidos lá, a perspectiva 565 para a Serra da Esperança para os próximos anos é muito positiva e, com certeza absoluta, 566 dentro de muito pouco tempo poderemos aqui estar discutindo não as ações que agrediram o 567 meio ambiente na Serra da Esperança, mas as ações realizadas por um conjunto de entidades, 568 ONG’s, IAP, SEMA, SUDERHSA no sentido da preservação da Serra da Esperança, e com a 569 preservação desta serra a preservação das bacias do Ivai, do Piquiri e do Jordão e com a 570 preservação de toda a biodiversidade que implica este belíssimo espaço que fica no coração 571 do Estado do Paraná. 572

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Obrigado, Vitor Hugo. Abro a palavra aos 573 Conselheiros, lembrando a brevidade e objetividade nas palavras. Conselheira Vânia. 574

A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Moro em Prudentópolis e desde 575 1998 a gente trabalha na questão ambiental. Já tivemos um trabalho muito bom, uma parceria 576 muito boa com o IAP em 2001 e 2002 quando a gente conseguiu estabelecer entre o dia da 577 autuação criminal e o dia da audiência do processo de crime ambiental quinze dias. Por que se 578 não autuar fortemente, porque a multa você entra com recurso, vai para o IAP, demora um 579 ano, dois, três, quatro, cinco e o crime ambiental prescreveu. Se não fecharmos essas duas 580 vertentes não se consegue resolver nada. Nesses dois anos, três anos de estudo das primeiras 581 infrações ambientais tinha-se trinta infrações ambientais e três processos criminais. 582 Conseguimos chegar a ter digamos de noventa infrações oitenta estarem com processos 583 criminais, porque se não pegar criminalmente não se tem como coibir. 584

Gostaria que continuássemos com uma parceria, porque não é o que tenho conseguido, 585 tanto que temos mandado muitas denúncias, infelizmente somos tido na cidade como um 586 órgão de denúncia, mas fico feliz que as pessoas confiem em nosso trabalho, então elas ligam. 587 Estamos recebendo imagens de satélite em mapa com GPS no ponto onde tem a infração. 588 Queria saber se realmente foi conseguido localizar ou não, acho impossível de não localizar. 589 Esses mecanismos que você falou são excelentes, mas ainda estão longe da nossa realidade, 590 vai demorar um ano talvez para conseguirmos chegar lá. Até lá temos todos os dias em 591 Prudentópolis caminhões com imbuia, pinheiro, etc., etc., etc. Precisamos realmente de 592 providências. Estivemos em 2003, quando fazia parte do Conselho, na área do Curi. Você já 593 foi prefeito em Guarapuava, começou um belíssimo trabalho lá no Rio das Pedras e hoje 594 aquilo está indo para o espaço, exatamente porque tem quadrilhas que se utilizam do nome do 595 MST e que se você passar a noite lá você tem lá caminhões com palanque de imbuía e que 596 estão sendo tiradas. A questão da Serra da Esperança é muito séria e não só a serra mas toda 597 Prudentópolis. Então gostaria realmente que o IAP se preocupasse não apenas em trabalhar na 598 questão da fiscalização, mas de contar com a sociedade para ajudá-lo, e, sobretudo, voltar a 599 celebrar essas parcerias: Ministério Público, Poder Judiciário, entidades e não tratar as ONG’s 600 como contrárias, que é como tenho sido tratada, sou um estorvo. Nossa intenção é contribuir, 601 contribuir para que possamos resolver, entendemos até os problemas dos produtores. Temos 602 produtores em Faxinal que têm um alqueire que fica do lado do rio e o que ele vai fazer? 603 Sabemos que tem os dois lados da moeda, mas é, sobretudo, importante fazer com que 604 seguremos um pouco de mata que temos. A gente não tem mais nada, temos o mínimo e esse 605 mínimo está indo embora e de uma maneira muito irresponsável e muitas vezes sabendo que 606 há intervenção política para liberação de madeira, de pinheiro e coisas assim. Esta semana 607 recebi a notícia, ainda me faltam informações, ma já recebi a notícia que fulano vai cortar 608 pinheiro. E como? Com liberação! Isso nos preocupa e gostaríamos que isso não acontecesse. 609

O Sr. Victor Hugo Ribeiro Burko (IAP):- Se acontecer este tipo de irregularidade 610 gostaria de ser informado inclusive pessoalmente. Na verdade essa questão de segurança da 611

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parte ambiental é como questão de segurança em outras áreas, a gente nunca consegue vencer, 612 podemos tentar controlar ao máximo e estamos tentando modernizar para diminuir a ação dos 613 bandidos, mas seria um sonho imaginar que vamos acabar com eles. Onde tem interesse 614 econômico as quadrilhas sempre vão continuar agindo. Uma notícia boa que tenho também, e 615 tenho que concordar com você, Vânia, que a demora nas decisões e nas próprias multas, o 616 IAP tem sido um elemento facilitador desse processo de destruição da natureza, é que estamos 617 em fase final também de análise pela PGE e pela própria Procuradoria Jurídica do IAP e 618 depois será submetida à SEMA, um novo manual de fiscalização com uma nova sistemática 619 de atribuição de multas onde se pretende baixar o prazo de definição da multa e autuação para 620 60 dias. Ou seja: uma vez autuado definitivamente já com a situação do ponto de vista do 621 IAP, resolvido, a partir daí em 60 dias já serão encaminhados os processos que, se for o caso, 622 serão encaminhados para a área criminal, possibilitando a criminalização dessas pessoas antes 623 que haja prescrição. Porque, lamentavelmente, hoje, é isso que acontece. 624 Acho que estamos no caminho certo, temos que continuar discutindo. Não vejo as 625 ONG's como um atrapalho, pelo contrário. Tenho realizado sempre um chamamento no 626 sentido de estarmos próximos, discutindo as coisas do ponto de vista técnico e objetivo dentro 627 de uma realidade – desarmados de opiniões, de antipatias ou de simpatias pessoais. Só 628 construiremos alguma coisa tendo em vista um objetivo comum, não os objetivos individuais 629 dessa ou daquela pessoa; desse ou daquele grupo. Na verdade o IAP é como qualquer outra 630 entidade. Precisa avançar bastante como qualquer outra entidade pública ou privada. Mas 631 temos realizado e tenho que ressaltar o esforços dos funcionários do IAP, tenho que ressaltar 632 o esforço da SEMA, a parceria que temos realizado, o espaço que tem se encontrado dentro da 633 SEMA para essas discussões. Tenho certeza, absoluta, que vamos caminhar muito e 634 rapidamente. Não acho que um prazo de seis meses seja muito – as agressões na Serra da 635 Esperança datam de algumas décadas, se conseguirmos dentro de um ano ou dentro de dois 636 anos, no máximo, e eu gostaria de ver esse problema resolvido em seis meses. Acho que 637 estará. Mas se demorasse uns dois anos para ter uma melhor solução ainda seria pequeno o 638 prazo, porque estaríamos caminhando para uma solução pior, se não estivéssemos 639 vislumbrando nenhuma oportunidade de que esta situação fosse resolvida. Aí teríamos um 640 grande motivo de preocupação. 641 A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Na realidade um procedimento bem 642 simples que você pode fazer e que tem uma eficiência muito grande. Primeiro: no caso 643 quando a gente trabalhava com aquela parceria. O pessoal da Florestal ia até o Fórum da 644 Comarca, já pegavam a data para o dia em que houver a autuação. Eles vão autuar, não sabem 645 quem, mas já tem uma data para quando vai ser a audiência: 15 dias, 20 dias. O juiz marca e 646 aí vai lá, faz a autuação, volta e já deixa a intimação. Quer dizer, você mata dois coelhos 647 numa cajadada só e, ao mesmo tempo, você gera um transtorno. Porque se a pessoa tem um 648 processo criminal, na primeira vez ela tem uma legislação que permite que seja feita uma 649 transação penal. Na segunda vez ela paga multa; na terceira vez ela tem um processo criminal 650 e aí é um inquérito policial que tem que correr, ela já passa a ser não mais primário. Tudo isso 651 garante com que as pessoas tenham um resultado mais rápido e aí a sociedade começa a se 652 intimidar. 653 O Sr. Victor Hugo Burko (IAP):- Parece que você leu a nossa proposta. Isso é um 654 bom sinal de que estamos todos entrosados com um objetivo comum. Porque a proposta que 655 estamos discutindo do novo Manual de Fiscalização é exatamente nesse sentido, no sentido de 656 todos esses passos que você colocou aí. 657 A Sra. Laura Jesus de M. e Costa (CEDEA):- Vou falar, agora, como Presidente do 658 SindSeab, porque no nosso jornalzinho de outubro, distribui na reunião passada, fizemos uma 659 reunião em Guarapuava no dia 28 de agosto com a nossa base do meio ambiente e agricultura: 660 Suderhsa, Fundepar. E havia uma denúncia da própria base e a intenção do INCRA de 661 destinar uma área para reforma agrária, para assentamento. Inclusive está escrito 662

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aqui:denunciada a possibilidade de ser feito pelo INCRA um assentamento de trabalhadores 663 rurais em uma área de mata nativa na Serra da Esperança, cujo terreno resultou de um repasse 664 realizado pela Receita Federal que o adquiriu como forma de pagamento de impostos 665 atrasados. São sete mil alqueires de mata ciliar da Fazenda de Elias Cury; há também o 666 problema dos carvoeiros, de caçadores e a ausência de guarda parque na Estação Ecológica 667 Rio dos Touros. 668 O SINDSEAB desencadeia uma proposta em defesa da Serra da Esperança, pois ali se 669 encontram as nascentes dos rios Jordão e Ivaí. Apresentamos no Encontro Estadual do 670 SINDSEAB, no dia 19 de outubro, a proposta de desenvolver essa campanha em defesa da 671 Serra da Esperança. Na reunião passada comentei, aqui, na reunião do Conselho, e o 672 Secretário Rasca diz que dá todo apoio para desenvolver essa campanha. 673 O que não está esclarecido, ainda, e inclusive até perguntei na reunião do Conselho do 674 ITCG e não foi esclarecido, é o que significa esse assentamento do INCRA na Serra da 675 Esperança? Qual é esse assentamento? A Fazenda Cury, realmente, vai ser destinada para 676 assentamento ou não? Porque queremos lutar contra o assentamento ali, por quê? Porque um 677 assentamento, ali, vai afetar profundamente as nascentes dos rios Jordão, Ivaí e outros 678 também ali. Além da ausência de fiscalização, não tem guarda parque, não tem a fiscalização, 679 por quê? O que está faltando: recursos humanos? Tem que contratar? A Força Verde não dá 680 conta? São alguns esclarecimentos que precisam ser feitos e se o INCRA vai fazer isso, 681 pretende fazer isso – o Conselho Nacional de Recursos Hídricos que nós integramos, também, 682 ou mesmo pelo Conama, a gente vai ver a forma de que isso não se realize. Nossa campanha é 683 em defesa da Serra da Esperança contra qualquer processo de destruição ali. 684 O Sr. Victor Hugo Burko (IAP):- Eu, enquanto prefeito, tive a oportunidade de ser, 685 talvez, a primeira autoridade de levantar contra essa possibilidade. O que acontece lá é que as 686 indústrias Cury, em situação financeira deplorável, viram na venda das suas terras – boa parte 687 delas com conflitos agrários, inclusive, sem documentação, viram a oportunidade de pagarem 688 alguns de seus débitos e fazerem algum recurso com isso. Então, passaram a oferecer ao 689 INCRA as suas áreas. A prefeitura de Guarapuava se levantou, tivemos o apoio de várias 690 ONG's, de várias entidades, mas, lamentavelmente, naquela época o INCRA criou a 691 expectativa de que fosse possível, ali, se montar um assentamento. E isto tudo é que tem 692 gerado esse problema e as pessoas foram para lá. Hoje a posição do INCRA é que não sai 693 mais o assentamento ali, mas as pessoas ficaram lá e estão fazendo isto: tiram a madeira de 694 um lugar, mudam para outro. Não têm residência fixa, moram em cabanas ou embaixo do 695 mato e por isso a dificuldade da gente ter um efetivo controle. 696 Mas, hoje, o INCRA está junto com o IAP. Já tivemos várias reuniões. O INCRA tem 697 cerca de 4500 hectares de terras arrecadadas pela União e estaria passando isso para o 698 INCRA, no sentido de se fazer assentamento, e o INCRA já demonstrou boa-vontade de 699 trabalhar junto conosco. A idéia que se tem, hoje, é que iremos avaliar primeiro que tem que 700 localizar esta área que o INCRA recebeu do Cury, porque até agora não está localizada. A 701 área foi adjudicada em leilão, mas não localizou esta área. Não se sabe dentro da área do Cury 702 onde estariam esses 4 mil e tantos hectares. A primeira coisa que tem que se fazer é isto, aí 703 vamos ter que contar com o ITCG. Num segundo momento vamos interpretar se dentro dessa 704 área é possível. O Cury tem áreas de bordaduras na Serra da Esperança, eventualmente, nestas 705 áreas, seriam possíveis alguns assentamentos com direcionamento já um pouco diferente dos 706 que têm sido feitos. Assentamentos, por exemplo, que explorem o manejo de bracatinga, têm 707 uma agressão à natureza, mínima. Pode-se discutir nas bordaduras da Serra da Esperança 708 alguma coisa nesse sentido. Mas, enfim, não tem nada fechado e o INCRA tem demonstrado 709 boa-vontade no sentido de que a gente possa discutir isso, conjuntamente, para que a Serra da 710 Esperança seja preservada e nós, conjuntamente, encontremos uma solução para aquela 711 população que se encontra lá colocada. 712

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Por favor, Conselheiro Roberto Gava. 713

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O Sr. Roberto Gava (FIEP):- Quero propor a este Conselho a aprovação de uma 714 moção que depois apresento a redação para aprovação nominal, uma moção deste Conselho 715 ao INCRA manifestando a contrariedade total desse Conselho contra assentamentos na Serra 716 da Esperança, porque estou de nariz vermelho, tipo palhaço. Fui parte daquela missão que foi 717 lá, voltamos, dissemos que éramos contra o assento e ele aconteceu. Portanto, com o nariz 718 vermelho, proponho a aprovação desta moção que depois, para não consumir tempo, 719 apresento para aprovação final. 720

E mais um detalhe, essa questão de carvoejamento da floresta nativa leva 721 obrigatoriamente a recordar um lema, dentre tantos que a FIEP tem utilizado, no Paraná 722 existem duas formas de se obter madeira: destruindo floresta ou plantando árvores, temos que 723 escolher o que nós queremos. Obrigado. 724

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Conselheira Laura. Vamos ser breve para 725 que possamos passar para o próximo item de pauta, considerando nosso tempo. 726

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Tudo bem, Castella. Só acho que 727 temos que ter tranqüilidade para esclarecer tudo, se não tiver tudo esclarecido não adianta 728 avançar. Queria saber, acho que ainda não está bem claro, o que existe de concreto para 729 amanhã, para o mês que vem, com o INCRA? Existe alguma coisa: “Amanhã vamos fazer 730 isso, daqui um ano isso, daqui seis meses isso?” Já tem alguma formulação concreta. 731

O Sr. Victor Hugo Ribeiro Burko (IAP):- O IAP já fez um estudo, tem um pré-732 projeto de um plano piloto de um Parque na Serra da Esperança, o INCRA já se comprometeu 733 verbalmente conosco que dentro deste parque retirará todas as pessoas que se encontrem 734 dentro dessa área limite, que é a área mais importante do ponto de vista ambiental, não foi 735 definida por nós, é um conjunto de histórico, de estudos que têm sido feito com o passar dos 736 anos, mas não existe nenhum compromisso efetivo, escrito, do INCRA de não continuar esse 737 tipo de ações na Serra da Esperança. Por isso acho absolutamente própria a moção que o 738 Conselheiro Gava propôs, porque isso vem respaldar ainda mais o IAP no sentido de 739 podermos discutir com o INCRA em termos ambientais, e não só em termos sociais, e poder 740 chegar ao final a uma solução que atenda aos interesses do INCRA, quem sabe, mas que 741 principalmente atenda os interesses de toda a sociedade paranaense, já que a Serra da 742 Esperança é um dos pontos principais. O Piquiri também começa na ponta da Serra da 743 Esperança, são três bacias então. A reserva indígena das Marrecas está na ponta da Serra da 744 Esperança já com um maciço interessante e tem alguns outros maciços isolados, e dentro 745 deste projeto que está se iniciando, com certeza absoluta, dentro de muito pouco tempo, 746 Laura, teremos milhares de hectares na Serra da Esperança sem conflito social, com a 747 harmonia de toda a sociedade, com todo mundo puxando a carroça para o mesmo lado e 748 teremos áreas de verdadeira preservação na Serra da Esperança. 749

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Obrigado. Essa conversa da Serra da 750 Esperança poderemos retornar e dentro daquela denúncia encaminhada pela Vânia, é um 751 trabalho minucioso que o IAP tem que fazer, poderíamos estar retornando, Vitor, na próxima 752 reunião com alguma coisa. 753

O Sr. Victor Hugo Ribeiro Burko (IAP):- Ano que vem voltaremos para apresentar o 754 projeto. 755

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Ótimo. Então fica esclarecido que na 756 próxima reunião em fevereiro possamos ter uma idéia do projeto que o IAP pretende 757 encaminhar ao INCRA. 758

Passamos para o próximo item de pauta: Apresentação do Relatório da Comissão 759 Especial de Licenciamento Ambiental referente às Resoluções 61 e 62. A coordenadora dos 760 trabalhos pediu desculpa pela não apresentação, porque só houve duas reuniões da Comissão 761 e não foi avançado, conforme tinha sido previsto durante a elaboração desta pauta. Então, 762 gostaria de retirar de pauta esta apresentação pelo não avanço adequado da proposta das novas 763 normas de licenciamento. 764

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A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Quem é a coordenadora? 765 O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Sônia Machado, do Instituto Ambiental do 766

Paraná, coordenadora e relatora também. Não avançou adequadamente as propostas, então 767 não adiantaria estar aqui apresentando um início de uma discussão, considerando tem muito 768 mais do que isso. Já foram duas reuniões e espero que já no início do próximo ano tenha mais 769 algumas reuniões agendadas. 770

O próximo item de pauta é a escolha dos três delegados para apresentar o Conselho 771 Estadual do Meio Ambiente na Conferência Estadual do Meio Ambiente. O Decreto nº. 1.526, 772 do dia 12 de outubro de 2007, que prevê a constituição dos representantes na Conferência 773 Estadual. São três vagas como membros natos, representando o Conselho na Conferência. 774 Conselheira Laura. 775

A Sra. Laura de Jesus Moura e Costa (CEDEA):- Participo da Comissão 776 Organizadora da Conferência e a Rosana também, quando discutimos a indicação de três 777 nomes era um representando o Poder Público, um representando o setor empresarial e um 778 representando a sociedade civil. Essa era nossa proposta inicial. E aí, já avançando nesta 779 indicação, eu e a Rosana já somos delegada, não sei se a Vânia é delegada. 780

A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Não e não quero ser. 781 A Sra. Laura de Jesus Moura e Costa (CEDEA):- Então teríamos a indicação da 782

Renata ser uma das delegadas, mas deixamos para discussão. 783 O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Temos o representante do IFAS, Ricardo 784

Johansen, que poderia estar falando pelo IFAS. Só para apresentar a vocês, ele estará 785 representando o IFAS na ausência da Laís, estará substituindo a Laís a partir de hoje, dentro 786 do Conselho. Conselheira Laura, a indicação ficou para a Renata do IEPR. 787

Então teríamos dois membros do Conselho, uma das ONG’s com a apresentação da 788 Renata, dentro da sociedade civil organizada também um representante e teríamos que 789 apresentar dentro do setor governamental um representante dentro da Conferência. Com a 790 palavra o Roberto Gava. 791 O Sr. Roberto Gava (FIEP):- Tentando colaborar com esse mix de indicados, embora 792 ele esteja ausente, mas indico o Luiz Anselmo Tourinho como setor produtivo. 793 O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Para podermos avançar, já passo a palavra à 794 Rosana da SOS Bicho, mas, acho que seria interessante dentro da governamental, termos a 795 Secretaria de Educação, considerando que a Conselheira Kátia nos trouxe até um Ofício sobre 796 a questão da Conferência Infanto-Juvenil. Acho que seria interessante até que a Conselheira 797 se manifestasse e colocar a própria companheira de representar as governamentais no 798 processo. 799 A Sra. Kátia (SEED):- Já temos uma cadeira, fazemos parte também a Comissão de 800 Organização, então, já estamos representados com uma vaga de delegado. 801 A Sra. Rosana Vicente Gnipper (SOS Bicho):- Conforme regulamento da 802 Conferência Estadual, os delegados não terão direito a voto e de serem votados na escolha de 803 delegação do Estado do Paraná para a III Conferência Nacional. Na verdade, o delegado nato 804 tem direito à participação na Conferência. Ele poderia ser retirado para a delegação da 805 Conferência Nacional se tivesse saído delegado nas diversas regionais onde ele teria 806 participado. Só para não dar problema lá na hora. 807 O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Agradeço o esclarecimento e como a 808 Secretaria da Educação já tem uma cadeira assegurada, estou esperando da manifestação do 809 setor governamental, a indicação aqui dentro da Conferência. Pela não manifestação vamos 810 discutir com o Presidente do Conselho, Rasca Rodrigues, se vocês me permitirem e nós, 811 dentro do conselho, consensuados com o Governo Estadual, vamos apresentar um nome e 812 passar a vocês quem fará representação do Conselho. 813

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O Sr. Ulisses (SUDERHSA):- Precisa ver aqueles que já foram escolhidos pelo setor. 814 É necessário se reunirem e eliminar aqueles que já foram escolhidos, que já vão. Para ter 815 liberdade de escolha. 816 O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- A Secretaria da Agricultura parece que já 817 tem acerto. Depois vamos repassar do setor governamental. Para que possamos deliberar aqui, 818 ficou: a Renata pelas ONG's e pela sociedade civil organizada o Tourinho da FAEP. E a 819 representação governamental, na maior brevidade possível, estaremos comunicando. 820 O próximo item de pauta vou convidar o Sr. Paulo Sidnei Ferraz, ele vai fazer uma 821 abordagem relativa à BR-101, trecho Paraná, não do ponto de vista ambiental, mas de um 822 outro ponto de vista, de uma reflexão do setor modal de transportes do Brasil. Como que a Br 823 101 se insere nisso, nesse aspecto modal brasileiro. 824 O Sr. Paulo Sidnei Ferraz (Sindicato dos Engenheiros do Paraná):- Boa tarde a todos 825 e aproveito para me apresentar: meu nome é Paulo Sidnei Carrero Ferraz – sou Engº Civil e 826 administrador de empresa, tenho um trabalho de mais de 20 anos dedicados à engenharia, 827 principalmente na área de transporte. Especializei-me em ferrovias, mas, estudo a matriz de 828 transporte desde que me formei. Colaboro com várias entidades de classe, sou Diretor do 829 Sindicato dos Engenheiros como já foi falado pelo Castella; já fui conselheiro do CREA, já 830 participei do Instituto de Engenharia e da Associação Brasileira de Engenheiros Civis e 831 também estou membro do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico que tem, aqui, a minha 832 colega Ana. 833 E o vim fazer aqui? Mostra a questão da BR-101 com uma visão da obra em si. Não 834 tenho carteirinha de ambientalista, mas, também, me preocupa essas questões. Tenho me 835 preocupado com o Conselho da APA de Guaraqueçaba, em apoio técnico, e estou conhecendo 836 um pouquinho dessa área. 837 O Sr. Luiz Eduardo M. Halila (SEDU):- Para ganharmos um pouquinho de tempo, 838 peço um aparte à sua palestra que ainda não iniciou, para dar andamento à moção que propus 839 anteriormente. Enquanto a máquina aquece a gente vai tocando esse assunto. Estamos sem o 840 Presidente, mas a Dra. Ana Graf assume a presidência da reunião momentaneamente. 841 Podemos discutir esse assunto? 842 A moção estaria nos seguintes termos: "Moção do Conselho Estadual do Meio 843 Ambiente – o Plenário do CEMA considerando sua posição antiga contrária a assentamentos 844 sociais dentro dos limites da APA da Serra da Esperança, aprova a presente moção que deverá 845 ser protocolada junto ao INCRA, informando definitivamente, a desaprovação deste Conselho 846 a novos assentamentos sociais nessa área de proteção ambiental criada pelo Decreto tal, de 847 tanto", 70ª Reunião Ordinária do CEMA realizada em 18 de dezembro de 2007. 848 A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Acho que faltou incluir, aí, Luiz, o 849 que a gente exige do INCRA. Porque só desaprovar assentamento é pouco. O que a gente 850 exige do INCRA. Acho que tinha que exigir o respeito à delimitação total da APPA, o 851 respeito total a toda delimitação da área da APA. Alguma coisa neste sentido. 852

A Sra. Ana Cláudia Bento Graf (PGE):- Vocês não estão se referindo a um 853 assentamento específico. Estão desaprovando todos? 854

O Sr. Roberto Gava (FIEP):- Os novos. 855 A Sra. Ana Cláudia Bento Graf (PGE):- Os anteriores tem licença ambiental? 856 A Sra.Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Pelo que conheço alguns 857

assentamentos já estão devidamente documentados para as pessoas, já não são mais 858 acampamentos, são assentamentos com o título dado pelo INCRA para as pessoas. Não sei 859 dizer quais. Poderíamos solicitar ao INCRA que nos dissesse qual o número de assentamentos 860 e acampamentos existentes na Serra da Esperança, que não engloba só aquela região que citei, 861 ai envolve Guarapuava e Prudentópolis, mas toda a Serra, e o INCRA discriminando tudo isso 862 e novos assentamentos repudiamos que eles aconteçam. 863

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A Sra. Ana Cláudia Bento Graf (PGE):- Acho que fica mais preciso se 864 desaprovarmos novos assentamentos, porque não temos clareza quanto à ilegalidade dos 865 anteriores. Em princípio não é proibido em APA, ou seja, se ele cumprir todas as exigências 866 legais. Então acho temerário fazermos uma afirmação tão categórica se não sabemos, caso a 867 caso, qual a situação desses já existentes. Não me oponho em desaprovar futuros 868 assentamentos, mas vejo que poderia ter uma redação um pouquinho mais genérica ou 869 solicitar esclarecimento para daí, quem sabe, fazer uma moção mais forte, talvez uma 870 resolução, alguma coisa mais forte. 871

A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Pode ser, mas com dados. A título 872 de sugestão, poderíamos solicitar à Secretaria do Conselho que fizesse um ofício ao INCRA 873 solicitando informações de todos os acampamentos e assentamentos existentes dentro da APA 874 da Serra da Esperança e a situação legal de cada um. Já demos em 2003 um parecer contrário 875 àquele caso específico da APA da Serra da Esperança na Bacia do Rio das Pedras, que é esse 876 do Elias J. Cury que a Laura citou aqui. Em 2003 foi feita uma Comissão, foi feita uma visita, 877 e um parecer técnico, foi chamado o INCRA e já foi desaprovado. 878

A Sra. Ana Cláudia Bento Graf (PGE):- E ele foi instalado? 879 A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Não, mas pessoas estão lá. Então, 880

uma moção para novos assentamentos, mas, de qualquer modo, chamaria o INCRA para saber 881 quantos assentamentos têm, em que condições legais estão, quantas pessoas são e aí as 882 pretensões futuras, porque eles têm pretensões ali. 883

O Sr. Roberto Gava (FIEP):- São duas alternativas, uma é a moção e a outra, acho 884 bem plausível a proposta da Vânia, em pedir informações ao INCRA, mas que já receba a 885 contrariedade do CEMA a novos assentamentos. 886

A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- E o Conselheiro da IFAS lembrou 887 que a moção seria desde a primeira manifestação do Conselho, em 2003. “Reiteramos a 888 manifestação já feita em 2003 e nos colocamos contrários desde 2003!” temos que colocar 889 que reiteramos. 890

O Sr. Roberto Gava (FIEP):- Tem um detalhe, não lembro se o Conselho, 891 principalmente a Secretaria do Conselho, deu conhecimento ao INCRA da nossa 892 contrariedade na época. Teria que rever os Anais. 893

A Sra. Ana Cláudia Bento Graf (PGE):- Proponho que vocês minutem rapidamente 894 uma proposta enquanto o Conselheiro Ulisses faz uso da palavra. 895

O Sr. Ulisses José Lucas (SUDERHSA):- Acho importante deixar clara a limitação 896 desses já existentes, que eles forneçam as áreas que são deles para que não possam alcançar 897 mais áreas. Futuramente, numa proibição de novos, esses velhos podem querer alcançar mais 898 áreas, então tem que existir uma limitação de área desses antigos, pedir a área de cada um. 899

O Sr. Roberto Gava (FIEP):- Poderia acrescentar a contrariedade contra novos e 900 expansão dos atuais já existentes. 901

O Sr. Ulisses José Lucas (SUDERHSA):- Exatamente, porque pode haver uma 902 expansão. 903

O Sr. Roberto Gava (FIEP):- Enquanto damos uma nova redação, acredito podermos 904 fechar o aparte que o Dr. Paulo muito bem nos concedeu. 905

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Conselheiro Ricardo Johansen. 906 O Sr. Ricardo Johansen (IFAS):- Gostaria de sugerir à Plenária a aprovação da 907

moção e na seqüência fazer uma consulta ao INCRA, àquilo que ele se referiu, reiterando a 908 manifestação de 2003. Com a consulta e reiterando que, a partir de 2003, não faça mais nada 909 posterior, porque o Conselho, aprovando essa moção, já define como vamos fazer essa moção 910 para que chegue ao conhecimento do INCRA e já surta os resultados esperados. Então vamos 911 ter que fazer algumas consultas para que ela faça parte integrante da moção para ser 912 encaminhada ao INCRA. 913

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Conselheira Laura. 914

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A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- É bem rapidinho. Só queria 915 reafirmar duas questões: uma questão é a moção - acredito que todos são de acordo, 916 manifestando nossa posição contrária a qualquer ampliação de assentamentos existentes ali, a 917 outra questão é encaminhar um ofício ao INCRA, pela Secretaria do Conselho, pedindo que 918 venha aqui na próxima reunião, trazendo mapeadas as áreas que já estão ocupadas e as 919 pretensões ali para definirmos ou exigirmos restrições na ocupação ali. São duas questões. 920

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Obrigado. Espero, então, ao final da 921 reunião, o texto da moção para que definamos isso e possamos encaminhar, a partir de 922 amanhã, ao INCRA. A Conselheira Vânia tem a maior boa vontade em fazer o texto do ofício 923 e já agradecemo-la. Com a palavra Paulo Sidney. 924

O Sr. Paulo Sidney Carneiro Ferraz (SENGE):- Esse é o traçado que foi apresentado 925 pelo DNIT do trecho rodoviário da BR-101 no Paraná. Esse é o traçado que foi lançado como 926 obra prioritária do DNIT no nosso Estado. Participei de uma reunião em que o Secretário 927 Nacional de Política de Transporte do Ministério esteve aqui no Estado e lá o DNIT foi claro: 928 nossa obra prioritária seria essa rodovia. E a questão que coloco é a seguinte: essa rodovia é 929 uma solução ou trará problemas para o Estado? Olha, numa grossa visão a gente pode 930 perceber o argumento inicial foi que essa rodovia iria fazer uma ligação entre os portos. Uma 931 rodovia para ligar os portos. Então podemos ver aqui, o colorido não ficou muito bom, o 932 traçado da BR-101 é essa linha mais escura, essa linha mais escura é o traçado projetado, mais 933 o trecho atual da Br 116. Então, qualquer percurso de caminhão faria aquela linha. Aí 934 pergunto: para ligar portos? Acho que nós devemos procurar, primeiramente, a linha reta. E a 935 linha reta é por mar! Estaríamos economizando muita distância, isso numa grossa visão. 936 Agora vamos analisar o problema tecnicamente. 937 Uma análise racional: essa solução é lógica? Nós vimos ali que, a princípio, não! 938 Existe estudo de demanda? Quem disse que tem carga do Porto de Paranaguá para o Porto de 939 Santos; do Porto de Paranaguá para o Porto de São Francisco. Até agora ninguém apresentou 940 um estudo de demanda e qualquer obra tem que partir de um estudo de demanda. Essa obra de 941 infra-estrutura é prioritária para o Estado? O Estado tem demandas de mais de 50 anos para 942 infra-estrutura que não têm sido atendidas. Vamos construir essa obra, cuja prioridade só o 943 DNIT apresenta. Estamos falando de obra, a princípio divulgada por 800 milhões, mas que 944 sabemos nós sabemos com os 25% em cima, pode chegar a um bilhão. E que resultados são 945 esses que valeria à pena essa obra de um bilhão? Aí que quinta pergunta: a quem interessa 946 essa obra? 947 Coloquei as perguntas para refletirmos com os dados que vou apresentar. Vamos partir 948 da questão da matriz de transporte brasileira. Segundo a ANTT, 61% da carga é movimentada 949 por caminhões, em nossas rodovias. Mas esse número não é confiável. É um número da 950 ANTT e como outras agências, não podemos confiar nesses números. Vamos mais à frente. 951 Recentemente numa palestra do Instituto de Engenharia, o Engenheiro Paulo Viacava que foi 952 presidente da Valec, é um especialista, mostrou que, na realidade, temos 70% das cargas 953 movimentadas por caminhões. Por quê? Porque temos, aí, cargas cativas de ferrovia porque é 954 o único meio de transporte para o minério. Então é carga cativa. Isso aí interfere na matriz de 955 transporte. Se considerarmos tudo que está rodando de carga neste país, 70% estão em 956 rodovias; 12% em ferrovias. O que precisamos evoluir nos próximos dez anos? Para o país 957 continuar a crescer precisamos mudar essa matriz. O mínimo que se pode esperar é que a 958 gente reduza 29% da carga nas rodovias; acrescente 12% na ferrovia – isso dobraria o 959 volume; e na cabotagem e na questão marítima e geral e na questão da aquovia precisaríamos 960 triplicar acrescentando mais 11%. E aí teríamos uma matriz equilibrada para atender a 961 demanda do desenvolvimento do país. 962 Agora, o que tem a ver a matriz do transporte com o Conselho? A matriz do transporte 963 está ligada diretamente à matriz energética. O que definirmos da política de transporte vamos 964 interferir e aí estamos falando na redução da queima de combustíveis fósseis. Isso depois liga 965

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aqui: à questão de transporte. Então vamos ver, aqui, o que importa esse consumo de diesel 966 pelo volume de transporte realizado. Na verdade, 76% do consumo de óleo diesel é gerado 967 pela área de transporte. Vocês vêem o peso que tem a queima de óleo diesel! E desses 76% 968 temos, aí, chegamos a 92% em cima das rodovias. Será que essa política de abrir estradas é 969 uma política correta? 970 Vamos analisar o benefício que tem cada modal de transportes em relação ao que se 971 consome de energia para fazer o mesmo trabalho. Para se transportar uma tonelada a um 972 quilômetro, a relação é essa, vejam: o transporte rodoviário consome 14 vezes mais energia 973 para transportar a mesma carga que a ferrovia. Em relação da rodovia com cabotagem e 974 hidroviário, isso é reduzido para 5 vezes. Então, rodovia seria um péssimo negócio quando a 975 gente fala em queima de energia para movimentar cargas. 976 Esse é um quadro comparativo que ilustra as diferenças entre a rodovia, a ferrovia e a 977 aquavia num modelo de operador, na questão da energia consumida por litro e por distância; e 978 a questão do que se gasta com as dificuldades na questão de manutenção. Por exemplo: na 979 aquavia a manutenção é pequena, é muito baixa. Já na ferrovia por ter o leito de aço, os trilhos 980 têm uma durabilidade maior e na questão da rodovia temos uma manutenção constante por 981 causa do tipo de pavimentação. Temos aqui os outros dados, quem quiser copiar, a questão do 982 tamanho do operador, o caminhão levaria 25 toneladas, enquanto um trem levaria 2800 e o 983 transporte marítimo 5 mil. E a questão do custo de implantação, o custo de uma ferrovia você 984 tem que investir 30% mais do que na implantação de uma rodovia. É um custo maior, mas o 985 retorno para o país e para a matriz de transporte indubitavelmente é considerável. 986

Esses são os veículos que estão rodando nas nossas estradas. A gente pensa naquele 987 caminhãozinho de 25 toneladas, hoje os caminhões têm nove eixos superando 60 toneladas e 988 brevemente estarão chegando a 70 toneladas. Esse é um outro problema. Recentemente 989 participei de uma vistoria do CREA e estamos vendo a destruição de todas as nossas rodovias, 990 porque a tonelagem desses veículos supera os cálculos das obras-de-arte das pontes e da 991 própria pavimentação. Então está havendo uma destruição, vamos chegar a um ponto em que 992 vamos ter que reconstruir as rodovias no país ou revertemos esse crescimento do tamanho do 993 nosso caminhão. O que acontece? Se formos nessa política de mais estrada e mais caminhões, 994 estamos caminhando para gastar mais recursos com manutenção de rodovias, para mais 995 acidentes, estamos contribuindo para mais despesas médicas com as vítimas, mais perda na 996 produção por causa dos acidentes, mais poluição ambiental e sonora e mais despesa com 997 produção de diesel. 998

Qual o quadro aqui no Paraná? Fiz o levantamento, quando pesquisei a questão da fila 999 de Paranaguá, a fila para o Porto de Paranaguá não é problema que se resolva ampliando os 1000 pátios de estacionamento em Paranaguá, senão, daqui a dez anos, Paranaguá será um imenso 1001 pátio de caminhões. Onde está o problema? De 1983 a 1994, antes da privatização, a 1002 movimentação do porto de dava 51% por rodovia e 35% por ferrovia. Nos últimos cinco anos 1003 que pesquisei, essa média passou para 67% por rodovia e caiu para 30% a ferrovia. A 1004 diferença do crescimento da rodovia se deu também porque carga que era transportada por 1005 duto migrou para caminhão. Então temos o absurdo de cada ano termos mais caminhões na 1006 estrada. E aí, se a cada ano abrirmos um pátio para mil caminhões, vamos verificar que a fila 1007 vai continuar crescendo. 1008

Esse é um estudo contratado pelo CODESUL, feito com base em 1999 e foi 1009 apresentado pela Secretaria do Transporte do Estado. Esse estudo dizia que das principais 1010 cargas do Estado, 76% rodavam nas estradas e 18% apenas nas ferrovias. Qual era a 1011 expectativa para o Paraná crescer? E isso seria tomado para as políticas de investimento de 1012 Governo. A matriz indicava que a rodovia teria que cair de 76% para 40% a 46%, e a ferrovia 1013 deveria crescer de 18 para 48%. Vocês acham que isso está acontecendo? Eu mostrei no 1014 quadro anterior que não, estamos indo contra os estudos e a própria lógica. Aí fiquei 1015 pensando, se tivermos incentivando o transporte rodoviário vamos continuar com o problema. 1016

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Constatamos na vistoria do CREA uma série de deficiência que está relatada. Temos 1017 problemas em nossa rodovia de sinalização, de sobrecarga, deficiência na manutenção, na 1018 fiscalização e temos as más condições dos motoristas. Recentemente foi publicado um estudo 1019 que 30% dos motoristas em acidentes estão boletados. Esse conjunto de coisas leva a criação 1020 de corredores da morte. Já temos bastante corredores da morte, quem tem casa nas praias do 1021 Paraná deve estar muito satisfeito com a BR-101, porque a rodovia Alexandra/Matinhos será 1022 mais um corredores, porque receberá todas aqueles caminhões de nove eixos. Uma rodovia 1023 que não foi projetada para esse tráfego de caminhões acabará sendo adaptada. Vamos ter um 1024 convívio, quem usa sabe que já é complicado, agora com caminhões de nove eixos imaginem 1025 o que vão acontecer. 1026

Para encerrar, pensei o seguinte: vocês da área ambiental estão acostumados a viver 1027 com a questão dos tombamentos, então almejamos proteger a mata, através de tombamento de 1028 área de preservação, eu também faço parte de um grupo que tenta tombar patrimônio histórico 1029 - a Ana Cláudia sabe disso, a gente luta para fazermos tombamentos. Agora, essa obra vai 1030 trazer tombamentos, relacionei ali que tombamentos serão esses. Vamos tombar árvores, 1031 vamos tombar pessoas e animais. E fiquei pensando nessas três palavras, o que formaria essa 1032 palavra, e quero fazer uma provocação com vocês, estamos diante de uma “APA”. Então 1033 minha provocação é dizer que essa obra é o motivo de uma luta em defesa em conjunta, seja 1034 da questão ambiental seja da questão técnica. E mais do que uma simples questão econômica, 1035 construir ou não essa rodovia, acho que temos que discutir uma questão que é a questão do 1036 futuro que queremos. E essa questão do futuro está ligada à matriz energética que fomos 1037 trabalhar. A matriz energética depende da matriz de transporte. Esse é o alerta que faço em 1038 relação a uma visão técnica sobre a rodovia BR-101. Estou a disposição. 1039

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Gostaríamos de agradecer ao Dr. Paulo 1040 Sidney e abrimos a palavra ao Srs. Conselheiros. 1041

O Sr. Ricardo Johansen (IFAS):- Queria parabenizá-lo pelo estudo, a apresentação 1042 foi excelente, mas, a meu ver, ficou faltando uma pergunta daquelas cinco perguntas que o 1043 senhor deixou no ar: A quem interessa? 1044 O Sr. Paulo Sidnei Ferraz (SENGE):- Olha, lamentavelmente, a gente vê que as 1045 políticas de desenvolvimento são pressionadas por alguns segmentos. E, lamentavelmente, 1046 vemos que nem sempre as obras priorizadas são as obras de interesse público. Recentemente 1047 tivemos embates com relação a um projeto de ferrovia – a variante Guarapuava/Ipiranga, que 1048 afetava diretamente a área das cachoeiras de Prudentópolis. E lutamos e hoje de manhã soube 1049 que o Governo Federal resolveu mudar a posição e deixar de defender aquela obra e que já 1050 teria adotado a proposta de um corredor independente para a Ferroeste, passando por uma área 1051 bem distante das cachoeiras. Foi uma vitória. Por isso que acredito nessa mobilização. A 1052 questão a própria rodovia projetada para atender a Ponta do Félix, em que havia um embate 1053 ambientalista contra o interesse do Porto em ter aquele acesso, quando numa discussão foi 1054 colocado: Mas, espera aí, existe um acesso ferroviário, por que não usar o acesso ferroviário 1055 que a ALL não está usando? E graças a uma intervenção do Ministério Público de Paranaguá 1056 houve uma decisão judicial obrigando a ALL retomar o tráfego de trens para Antonina. O que 1057 tem postergado a necessidade dessa obra. E ainda a capacidade da ferrovia, ali, não foi 1058 esgotada. Porque como é uma decisão judicial só se cumpre o mínimo necessário. Mas a 1059 capacidade ainda é grande e vai poder ser ampliado esse acesso cargas por ferrovia naquela 1060 região e não traria nenhum dano ambiental porque a ferrovia já está implantada ali, não tem 1061 problema. 1062 Mas, aí, voltando à questão das obras, acho que não podemos ceder ao lobby das 1063 grandes construtoras que estão loucas por obras. Essa é uma obra que foi tirada da cartola e, 1064 aparentemente, o interesse é das construtoras. 1065 A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Em 2001/2002, se não me engano, 1066 teve toda uma discussão, audiência pública sobre os traçados do trajeto do Porto de Antonina 1067

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a Paranaguá. Existiam 4 rotas apresentadas e toda uma discussão. Recentemente até participei 1068 de algumas reuniões no CREA que discutia a questão da utilização do Porto, da ação do Porto 1069 de Paranaguá como de Antonina. Então existe, aí, uma perspectiva de ampliação de mercado, 1070 de movimentação dos portos numa competitividade com Santa Catarina. E própria pretensão 1071 do Matarazzo de abrir o terminal deles. Isso tentando entrar numa discussão do Mercosul, do 1072 mercado internacional de ampliação da exportação. Acho que precisa aprofundar essa 1073 discussão dentro de um enfoque do desenvolvimento regional do Litoral. Nós sempre nos 1074 posicionamos contra a abertura da BR-101 isso de anos, já vem da década de 80 que a gente 1075 vem contra a abertura desta estrada e ainda hoje nos posicionamos contrários. Mas, acho que 1076 essa retomada pelo DNIT está dentro de uma discussão de ampliação de mercado, de 1077 Mercosul e de otimização dos portos. Pergunto: nós precisamos realmente ampliar o Porto de 1078 Paranaguá? Precisamos ampliar o Porto de Antonina? Para quê? Para atender ao mercado 1079 internacional para enriquecer quem? Acho que é por aí a discussão e isso coloquei no CREA 1080 na reunião que teve. Porque sempre se cria uma perspectiva de modelo de desenvolvimento 1081 visando interesses internacionais e não interesses nacionais. Foi discutido se a Ponta do Félix 1082 fica só para importação de congelados ou se amplia a exportação para outros ou se cria um 1083 terminal turístico. Porque otimizando para o terminal turístico, ecoturístico o impacto é 1084 menor. 1085 Acho que tem toda uma discussão que vai mais fundo na ferida. A proposta que a 1086 Rafael trouxe na reunião passada era tirar uma moção contra a BR-101, não lembro mais se 1087 era isso? Um posicionamento sobre a BR né! Acho que tem que aprofundar essa discussão. 1088 Nós não podemos aceitar um modelo de desenvolvimento que destrua o restinho que a gente 1089 tem da nossa Serra do Mar, da nossa biodiversidade ou dos mangues. Inclusive tinha uma 1090 idéia que foi levantada e até teve gente dizendo que era viável: de fazer um elevado de 1091 concreto e fazer tipo de uma rodovia aérea, passando por cima do mangue para causar um 1092 impacto menor. Têm uns colegas de Antonia que têm bastante aprofundado essa discussão, 1093 acho que poderíamos convidá-lo para aprofundar e reafirmamos o nosso posicionamento 1094 contra uma obra que destrua. Não podemos aceitar isso. Como também a própria ampliação 1095 da Av. Paraná em Guaratuba, a questão o COLIT tem discutido algumas coisas, aquele Centro 1096 Cívico em Pontal do Paraná que somos contra também. As ameaças de agressões cada vez 1097 maiores são permanentes. Acho que precisa haver um coletivo que garanta sustentabilidade. 1098

O Sr. Paulo Sidnei Ferraz (SENGE):- Só queria fazer um comentário com relação à 1099 questão do desenvolvimento. O que ouvi falar é o seguinte sobre a BR-101: é que os portos 1100 precisam ter esse relacionamento com outros portos para facilitar a operação e com isso os 1101 portos do Paraná poderiam crescer. Não vi nenhum estudo e temo que com essa ligação até o 1102 Porto de Antonina seja fechado. Por quê? Com a facilidade que se terá de circular os 1103 caminhões entre Paranaguá e Santos, um navio de grande porte vai descarregar em Santos e 1104 vai mandar os containers para o pátio de Antonina que vai ser muito mais viável que o custo 1105 de um navio. Então vamos fechar o Porto de Antonina, Paranaguá pode sofrer, a Ponta do 1106 Félix pode sofrer. Precisa que alguém faça uma avaliação maior se isso vai trazer 1107 desenvolvimento mesmo. 1108

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Passo a palavra ao Conselheiro Roberto 1109 Gava. 1110

O Sr. Roberto Gava (FIEP):- A FEPAM tem colocado no final do seu 1111 posicionamento que é contra ao desenvolvimento a qualquer custo, eu também sou. A questão 1112 que está sendo tratada aqui é com forte ênfase pela página ambiental, por enquanto não 1113 apareceu nenhuma justificativa econômica e técnica que justifique, em principio, essa 1114 aberração, essa agressão ambiental. O Conselho Estadual de Meio Ambiente tem que se focar 1115 basicamente na questão ambiental. Se houver justificativas sociais, econômicas, aí vamos 1116 ouvir e refazer nossa posição, mas por enquanto nada disso existe e acho interessante 1117

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buscarmos o contraditório, ouvir aqueles que estão interessados nesta rodovia para buscarmos 1118 então um julgamento mais equilibrado possível. 1119

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Conselheira Vânia. 1120 A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Gostaria de saber se o DNIT foi 1121

convidado e não veio, não apresentou resposta. 1122 O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Ele foi convidado não oficialmente. Enviou 1123

uma apresentação. 1124 A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Ficou deliberado na reunião passado 1125

que faríamos um ofício. 1126 O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Foi deliberado e na própria minuta que 1127

vocês receberam está como deliberado. O DNIT, logo depois da reunião, tinha se 1128 comunicado, enviando ao Secretário Rasca essa apresentação. Então convidamos 1129 informalmente o DNIT que acabou não trazendo e não dando uma resposta concreta, faltou 1130 realmente fazer um ofício do convite. Está aqui o pedido e a deliberação do Secretário Rasca 1131 em convidar o DNIT. Já que foi informal o convite ao DNIT, vamos formalizar o pedido. 1132 Conselheiro Adriano. 1133

O Sr. Adriano Rosemberg (SEAB):- Paulo, parabéns pela sua apresentação, já ouvi 1134 você discorrer sobre este assunto no Senge por isso sugeri que você viesse apresentar ao 1135 Conselho. E quando se fala em reconvidar o DNIT, queria perguntar, até para você esclarecer 1136 para quem ainda não tinha ciência desse assunto, o DNIT tem algum estudo mais adiantado 1137 sobre isso ou apenas estão dando asas a boatos que essa obra vai ser construída? E se você 1138 tem conhecimento se esse estudo considera as alternativas para o aumento da capacidade do 1139 transporte que seria a cabotagem e o próprio incremento nas rodovias. 1140

O Sr. Paulo Sidney Carneiro Ferraz (SENGE):- É uma decisão de o DNIT colocar 1141 numa pauta nacional do Plano Nacional de Logística de Transporte essa ordem. Não sei se 1142 eles concluíram os estudos de viabilidade da obra em si, mas foi definido como o carro-chefe 1143 do DNIT. Outra questão, o DNIT não faz estudo alternativo, ele faz o estudo da rodovia, é 1144 isso que está focado. Não existe um estudo amplo dizendo qual seria o benefício do transporte 1145 marítimo, uma alternativa ferroviária não. Está sendo colocada a obra como se fosse uma 1146 coisa já definida dentro do Plano nacional de Logística. 1147

O Sr. Adriano Rosemberg (SEAB):- Parece-me, Paulo, que se quiséssemos tomar 1148 uma medida não pode demorar muito, porque essas coisas acostumam acontecer na calada da 1149 noite, decisões prontas. Então esse convite ao DNIT tem que ser realmente formalizado para 1150 que o Conselho não isoladamente, o Conselho junto com o CREA, com outras entidades, 1151 procurar fazer um manifesto bastante contundente sobre isso. 1152

O Sr. Paulo Sidney Carneiro Ferraz (Senge):- Parece-me inclusive que as condições 1153 que estão sendo feitas para obras dentro do PAC favorecem o lançamento e a contratação dela 1154 e depois se discute as questões ambientais, as questões técnicas. Esse é o processo que está 1155 sendo implementado dentro da visão do PAC. 1156

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Passo a palavra ao Rafael Gava, a pedido 1157 regimental da Conselheira Renata. 1158

O Sr. Rafael Gava (FEPAM):- Oficialmente boa-tarde a todos. Rafael Gava Diretor 1159 Ambiental da Federação Paranaense de Montanhismo. Primeiro quero agradecer ao Conselho 1160 por ter convidado o engenheiro Paulo Sidney para abordar a visão econômico-ambiental 1161 porque hoje tudo anda junto, não podemos esquecer de nenhum detalhe. E se formos falar do 1162 aspecto econômico, o Conselho de Economia diz que a economia, a ciência da administração 1163 e recursos escassos para a produção de bens que a comunidade precisa. Hoje um dos recursos 1164 mais escassos que temos no Brasil é a biodiversidade, é a mata atlântica, são os manguezais. 1165 Até economicamente nesse aspecto é inviável, se formos aprovar o conceito puro da 1166 economia. 1167

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Como a Conselheira Vânia comentou, já havia uma deliberação da reunião passada 1168 para a convocação do DNIT. Isso se mostra urgente, e aqui quem diz é a Federação 1169 Paranaense de Montanhismo que tem se esforçado, são pessoas voluntários que estão 1170 dedicando o seu tempo, são paranaenses, brasileiros, querendo discutir não simplesmente, 1171 abre aspas, o papo do “eco-chatismo” e sim um conceito de Brasil. Não podemos esquecer 1172 que temos um esqueleto dentro do armário que se chama ramal ferroviário São José dos 1173 Pinhais a Paranaguá. É uma obra semi-acabada que está praticamente se enterrando na nossa 1174 Serra e aqui do primeiro Planalto, ou seja, desperdício puro de dinheiro público. Então esse é 1175 assunto de brasileiros, temos que discutir essa questão também. 1176

Se formos abordar a necessidade de ampliação de portos, de ferrovias, isso não é 1177 questão de atender o mercado externo ou não, é uma questão de logística, é questão de 1178 economia, de diminuir custo/Brasil, aumentar o número de empregos racionalmente. Haverá 1179 sempre o argumento que quanto mais trem houver menos caminhoneiros haverá e 1180 consequentemente menos empregos haverão. Só que temos que analisar a abordagem macro, 1181 ou seja, se diminuirmos o custo Brasil haverá mais empregos no nosso país. 1182

E gostaria que qualquer um dos Conselheiros me apresentasse hoje em dia um 1183 caminhoneiro autônomo contente com sua profissão no aspecto econômico. Isso não é de 1184 desconhecimento de ninguém, todos chegam a trabalhar 20, 23h por dia para carregar o que 1185 consumismo, nossas roupas, nossos móveis, etc. Então, agradeço mais uma vez e tem mais 1186 um item: com respeito à celeridade que temos que ter, a FEPAM já enviou correspondência a 1187 praticamente todas as autoridades do Estado do Paraná solicitando seu posicionamento sobre 1188 essa questão. A correspondência enviada ao Governador do Estado foi encaminhada à Casa 1189 Civil, a Casa Civil em caminhou à Secretaria Estadual de Transportes; a Secretaria Estadual 1190 de Transportes devolveu à Casa Civil e a Casa Civil enviou para a FEPAM a seguinte 1191 resposta sobre o nosso pedido de posicionamento do Estado e a resposta foi: "Por favor, 1192 consultem o DNIT". 1193

Então, isto é urgente. Gostaria, mais uma vez, que este Conselho se posicionasse se é a 1194 favor ou contra. Está terminando o tempo de pedirmos opiniões. O DNIT se foi formalmente 1195 convidado, eu, como brasileiro, a mim não interessa. Ele está perdendo sua oportunidade de 1196 estar aqui. E este Conselho precisa se posicionar assim como as autoridades do Estado. Muito 1197 obrigado. 1198

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Com a palavra a Conselheira Renata Garrett 1199 Padilha. 1200

A Sra. Renata Garrett Padilha (IEPR):- Faço minhas também as palavras do Rafael 1201 e queria deixar uma coisa registrada, por que foi informal se foi deliberado para ser formal? 1202 Essa era a minha pergunta e queria que ficasse bem registrado e bem claro. 1203

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Correto. Conselheiro Ricardo. 1204 O Sr. Ricardo Jansen (IFAS):- Usando os mesmos argumentos do Conselheiro 1205

Roberto Gava, que este Conselho tem que analisar pelo aspecto ambiental e acho que em cima 1206 disso é que devemos nos pautar. Existe algum estudo de impacto ambiental? Mesmo essas 1207 obras de grande porte que provocam um grande dano para ser construída. Porque para fazer 1208 uma omelete temos que quebrar os ovos. Mas, se faz necessário um estudo de impacto 1209 ambiental. Porque qualquer estrada que vai cortar uma área como aquela, vamos considerar 1210 que a rodovia seja importante economicamente para o país, mas a localização dela, o percurso 1211 onde ele está sendo apresentado é que deveria ser feito esse estudo para dizer o impacto que 1212 ela pode ou não provocar e se vai provocar algum impacto. Qual o dano que vai causa? O que 1213 ela pode afetar? Era isso. 1214

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Essa resposta fico devendo à Renata quando 1215 ela questiona por quê? Não tendo mais questionamentos sobre essa apresentação acho que 1216 podemos passar a uma proposição realmente de moção ou não ou vamos ouvir, em fevereiro 1217

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de 2008, o DNIT, já com uma proposta de moção pronta e discutida na segunda quinzena de 1218 fevereiro. 1219

A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Teria uma sugestão levando em 1220 conta a apresentação, que realmente o PAC primeiro faz e depois pergunta. Vejo que não 1221 basta chamar o DNIT, porque o DNIT é um órgão que está submetido a outros órgãos maiores 1222 que eles que é o Ministério dos Transportes, na realidade é a Casa Civil que é a responsável 1223 pelo PAC. Então nosso negócio não é com o DNIT. Nosso negócio tem que ser com o DNIT, 1224 com o Ministério dos Transportes e com a Casa Civil. Se tivermos que fazer oposição vamos 1225 ter que nos articular e nos opor junto à questão mais grave que é o PAC, essa é uma das obras 1226 aqui para o Paraná, e temos que trabalhar mais rápido do que a gente imagina. 1227

Não creio que dê para deixar para fevereiro isso! E se for fazer alguma coisa sugiro 1228 que seja encaminhado ao DNIT, ao Ministério dos Transportes e à Casa Civil da Presidência 1229 da República, formalmente, dizendo que somos contra isso porque aí temos um documento e 1230 a discussão passa para outro nível. Não pode esquecer de fazer. 1231

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Com a palavra a Conselheira Ana Cláudia. 1232 A Sra. Ana Cláudia Bento Graf (PGE):- Concordo quanto à importância do 1233

Conselho se manifestar quanto ao conteúdo, quanto à realização mesmo dessas obras 1234 independentemente da Secretaria de Transportes ter se omitido. Só que acho que deveríamos 1235 aproveitar todas essas informações que o Paulo nos trouxe para fazer uma moção 1236 considerando os aspectos técnicos e precisos. Não uma mera moção de desaprovação à 1237 rodovia, simplesmente. Para não parecer um "ecochatismo", ou seja, que seja uma moção 1238 fundamentada em considerações, o professor Bigarella também tem falado muito sobre essa 1239 questão. Então se pudéssemos reunir num documento todas as considerações de ordem 1240 ambiental, de ordem logística, de ordem econômica. Fazer uma moção bem fundamentada e 1241 daí nós submeteríamos à votação e daí divulgar para os demais órgãos. Porque o 1242 licenciamento dessa obra vai ser federal. Tudo bem que o IBAMA precisa da anuência do 1243 IAP. Mas, o poder do Estado numa obra desse porte é muito pequeno. Então é importante o 1244 Conselho de manifestar, de pronto, não esperar o licenciamento ambiental. Só sugiro que seja 1245 uma moção bem fundamentada, bem elaborada para fundamentar todas as contribuições que 1246 temos recebido. Obrigada. 1247

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Se vocês estiverem de acordo com esse 1248 encaminhamento de fazer essa moção bem pautada, que a gente possa encaminhar ao DNIT, 1249 ao Ministério dos Transportes, Secretaria dos Transportes, à Casa Civil da Presidência da 1250 República. Poderíamos, aqui, acordar um responsável por estar buscando a construção dessa 1251 moção, certo, e que essa moção teria que ser aprovada na próxima reunião do Conselho. 1252 Apesar de estar aprovada a questão de moção agora e, se for assim o caso, a questão da 1253 própria redação que todos teriam que acordar. Correto? Ficaria regimentalmente frágil se a 1254 gente não apresentasse isso numa próxima reunião e que tivesse isso aprovado pelo Conselho 1255 Pleno. 1256

De imediato deixaríamos um responsável pela construção desses considerandos e 1257 gostaria que alguém se apresentasse, ficasse responsável pelo acolhimento dessas informações 1258 e construção. 1259

O Sr. Ricardo Johansen (IFAS):- Acredito que todos os membros ou a grande 1260 maioria dos membros deve ter e-mail. A Secretaria poderia ficar incumbida de fazer um 1261 "boneco" preliminar, distribuir isso num período de cinco dias e mais dois dias para que todos 1262 os membros, dentro desse prazo de dez dias, façam suas considerações. Findado o prazo a 1263 Secretaria estaria praticamente autorizada em função das considerações dos membros do 1264 Conselho e passaria a moção para frente. 1265

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Queria discordar um pouquinho 1266 do encaminhamento, com todo o respeito aos colegas. Acho que junto com o Rafael e o 1267 Engenheiro Paulo poderíamos sentar, pegar também a contribuição que eu acho que a 1268

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ADEMADAM tem, para elaborar uma proposta e soltaríamos pela internet. Quem quiser 1269 melhorar, tirar, pôr põe, não sei se o Rafael concorda. 1270

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- É ótimo o encaminhamento que a Laura 1271 propõe, mas novamente coloco a questão regimental. A redação final, apesar de estar 1272 consensada que é necessária uma moção, é necessário a apreciação do Conselho Pleno na 1273 próxima reunião ordinária. Conselheira Vânia. 1274

A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Ia sugerir que eles pudessem fazer a 1275 minuta e aprovaríamos hoje, mas disseram que não têm condições de fazer isso agora. 1276

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Do jeito que foi proposto, em ter 1277 considerações embasadas tecnicamente, mais lúcidas, acho que é conveniente sim termos um 1278 tempo maior. 1279

A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Concordo com você, com quem fica 1280 responsável e estabelecer um prazo para discussão. 1281

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Discutimos via internet e pelo jeito a 1282 Conselheira Renata gostaria de se manifestar, já querendo assumir a posição de líder desta 1283 posição. 1284

A Sra. Renata Garrett Padilha (IEPR):- Então concordo e assumo este compromisso. 1285 Só preciso saber dos prazos. 1286

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- A partir de sexta-feira é dia 21, pegamos 1287 quinze dias de festas, é horrível tanta festa assim, mas é bom também para descansarmos. 1288 Poderíamos até o dia 20 de janeiro estar com uma redação concluída e imediatamente 1289 repassarmos aos demais Conselheiros, porque temos dez dias de antecedência para a 1290 convocação da reunião ordinária e emitirmos os documentos. Então 20 de janeiro seria um 1291 prazo factível, porque a previsão para a próxima reunião ordinária é para a segunda quinzena 1292 de fevereiro. Acordado isso, passamos para o próximo item de pauta que são assuntos gerais. 1293 Temos dois pedidos, um da Conselheira Kátia, da Secretaria da Educação, que gostaria de dar 1294 um breve comunicado, e depois passamos para a Conselheira Vânia que gostaria de fazer uma 1295 muito breve apresentação, para que possamos encerrar. Passo á Conselheira Kátia. 1296

A Sra. Kátia Mara de Jesus (SEED):- A partir do ano que vem, início de fevereiro, 1297 estaremos oficializando a abertura da III Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente. 1298 São discussões que estarão nas nossas escolas de 5ª à 8ª série, cujo tema principal é 1299 “Mudanças ambientais globais”. Teremos quatro temas oriundos desse grande tema que serão 1300 água/diversificação, biodiversidade/desmatamento, poderes energéticos e resíduos sólidos. As 1301 nossas escolas estarão participando em fases locais, então todas as escolas que aderirem ao 1302 processo da III Conferência realizarão uma conferência na escola, onde os alunos de 5ª a 8ª 1303 série estarão apresentando propostas, relatando projetos onde trabalharam sobre um desses 1304 temas e as propostas de soluções que as escolas estão apresentando para esse tema, pode ser 1305 problema na escola ou na comunidade local. Depois se elege um delegado em cada escola 1306 participante e teremos a fase em nossos núcleos. Temos 32 núcleos regionais da educação no 1307 Paraná. Em cada um desses nossos núcleos teremos uma Conferência Regional de Meio 1308 Ambiente, posteriormente teremos a Conferência Estadual de Meio Ambiente que será em 1309 Faxinal do Céu, o nosso centro de capacitação, onde elegeremos 24 delegados, alunos de 5ª a 1310 8ª, ou seja, entre onze e quatorze anos, para estar representando o Paraná em Brasília no mês 1311 de novembro. 1312

Então gostaríamos de apresentar ao Conselho e também de pedir apoio às instituições 1313 aqui presentes, principalmente porque sabemos que a realidade das nossas escolas no sentido 1314 de que, ao realizarem esses projetos, vão buscar apoio seja de material, material científico ou 1315 mesmo financeiro junto a algumas empresas, e que essas escolas, aos lhes procurarem, 1316 principalmente IAP, SUDERHSA - eles sempre procuram sobre os temas águas, 1317 biodiversidade, que essas instituições possam estar auxiliando os nossos alunos no 1318 desenvolvimento desses trabalhos. Era isso. 1319

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O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Muito obrigado, Conselheira Kátia. 1320 Conselheira Vânia. 1321

A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- O ING, como todos sabem, é uma 1322 ONG, embora todo mundo diga que ING é Instituto Não-Governamental, mas trabalhamos 1323 desde 1998 com a missão de promover e contribuir com o desenvolvimento dos seres 1324 humanos com ênfase na agricultura biodinâmica e na melhor conservação da natureza. Nossas 1325 estratégias são: desenvolvimento pessoal, agricultura e turismo sustentável e intervenção em 1326 políticas públicas, que fazemos participando ou tentando participar dos Conselhos. 1327

Gostaríamos de apresentar aqui um projeto, que é um projeto-piloto, foi feito com o 1328 apoio do HSBC Solidariedade, que é a introdução de biodigestores numa comunidade de 1329 Faxinal, no território do Centro-Sul do Paraná. Encaminhamos o projeto, este folder que 1330 vocês estão recebendo, para o Banco Mundial na época e não foi aprovado, não foi apoiado, 1331 mas depois encaminhamos ao HSBC e conseguimos fazer. São instalações de unidades de 1332 biodigestores como instrumento de saneamento básico, como uma forma alternativa de 1333 energia e de geração de renda, através de adubos orgânicos, que são utilizados pelas famílias 1334 de Faxinal. Mostrando essa tecnologia de Toledo. Trouxemos essa tecnologia de Toledo, a 1335 gente sempre tem que valorizar os jovens e trouxemos, aqui, o Pedro. Esse trabalho do 1336 biodigestor, a invenção, esse trabalho todo teve o apoio de vários professores, mas foi esse 1337 menino aqui que fez a montagem da estrutura do biodigestor. 1338

Primeiro tivemos reuniões com a comunidade que como vocês podem imaginar, falar 1339 num biodigestor numa comunidade de Faxinal é a mesma coisa que falar grego. Aí 1340 capacitamos as pessoas. O projeto previa um diagnóstico socioeconômico, um diagnóstico 1341 ambiental; o georeferenciamento dessa área e a implantação dos biodigestores. Próximo. 1342 Então construímos uma estrutura que não está determinado o tamanho aqui, é de 10/9, ou seja, 1343 uma estrutura para alojar os animais. Os animais no Faxinal para quem não conhece, durante 1344 o dia eles ficam soltos e à tarde, 4 e meia da tarde mais ou menos eles vão para suas casas. 1345 Ninguém chama, eles vão sozinhos, não têm marca e aí alojam-se junto às casas dos seus 1346 respectivos donos. Então fizemos um alojamento para os animais para poder coletar o esterco. 1347

Próximo. Tivemos o biodigestor instalado, ele está gerando biogás, está beneficiando 1348 os membros do Conselho. Foi criado um Conselho que é uma instituição que representa 1349 Faxinal e eles estão utilizando o triturador de cereais que é tocado com o gás do biodigestor. 1350 Além disso, a propriedade que nós escolhemos era uma propriedade que não tinha instalação 1351 elétrica. E hoje eles têm energia elétrica de 12 volts, na propriedade, através do biodigestor 1352 que está instalado na propriedade. 1353

Gastamos 5555 reais para a instalação do biodigestor; 2555 reais para instalar o 1354 triturador de cereais; 750 reais para instalar energia na casa; 5344 reais para instalar a água 1355 que pode servir para a comunidade toda. Construção da estrutura física foram 4172 reais. 1356 Aqui é a propriedade do agricultor, então foi feita essa estrutura aqui que é justamente onde 1357 ele aloja seus animais ao final da tarde. O Pedro pode explicar como funciona o biodigestor. 1358

O Sr. Pedro (ING):- Sou o Pedro o responsável técnico pelo biodigestor. São duas 1359 unidades digestoras de 4 mil litros cada uma. A grande que é feita a coleta dos dejetos, vêm 1360 para o biodigestor e são totalmente cheios de dejetos para fermentação. A metade dele é 1361 dentro do solo e a outra metade fora, para dar sustentação e também pegar os raios solares 1362 para melhor fermentação. Então ele passa por esses biodigestores e, posteriormente, o 1363 biofertilizante cai numa caixa que é distribuída para a lavoura o biofertilizante e esse é o 1364 reservatório do biogás. Então ele produz em média, por dia, uns 7 metros cúbicos de biogás. 1365 O biogás é usado num triturador de milho e ao mesmo tempo que ele tritura o milho ele está 1366 alimentando uma bateria de 150 amperes que faz a iluminação da propriedade. 1367

A Sra. Vânia Mara Moreira dos Santos (ING):- Aqui são as fotos que foi instalada. 1368 Existe um olho d'água e a comunidade teve que fazer isso, registre-se, sozinha! Não teve nem 1369 o apoio do Poder Público Municipal. Tanto que eles fizeram isso trabalhando em sistema de 1370

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mutirão, sistema que é utilizado nos faxinais. Aqui eles já estavam esperando para ouvir se a 1371 água estava chegando. Foi instalado esse triturador que está beneficiando todos os membros 1372 que participam do Conselho. Isso aqui gerou uma união entre a comunidade além de melhorar 1373 a auto-estima deles. A partir deste projeto conseguimos um outro trabalho junto com a 1374 Secretaria de Trabalho e Promoção do Emprego aqui no Paraná, que é a horta comunitária. E 1375 já conseguimos um outro projeto no Ministério do Meio Ambiente de ecoturismo também no 1376 Faxinal de Barra Bonita. Melhorou a qualidade de vida deles. Aqui vocês podem ver a alegria 1377 do agricultor a hora que começou a funcionar o triturador. O produto pronto. 1378

Fizemos um diagnóstico ambiental rápido, em três parcelas de 144 metros quadrados e 1379 identificamos 35 espécies, inclusive predominância de gabiroba, imbuia e também pinheiros 1380 foram encontrados. Também aves, predominância de canários, roedores, pacas, inclusive 1381 jaguatirica. Fizemos um georeferenciamento do Faxinal, aqui quando eles começaram o 1382 trabalho. Uma pessoa da comunidade e o nosso técnico. Inclusive fizemos um estudo porque 1383 o Faxinal está delimitado aqui. As áreas em amarelo são as cercas, e esse faxinal é 1384 praticamente delimitado todo pelo rio. E essas linhas mais escuras são as estradas. 1385

O que quisemos mostrar aqui, no Conselho, é que temos de discutir a questão da 1386 matriz energética. E essa discussão passa por ações simples e pequenas, que é levar para as 1387 pessoas que é possível fazer como a gente fez esse trabalho aqui. Eles estão tendo luz na sua 1388 casa, o gás, o biogás está servindo para triturar o milho e já serve para toda a comunidade e 1389 com isso a gente consegue melhorar um pouco a relação dos faxinais com o seu próprio meio, 1390 das pessoas que moram lá. 1391

Era isso, obrigada pela atenção. Fica o telefone e o endereço do ING aqui e qualquer 1392 dia vocês poderiam visitar o nosso Faxinal que vai estar no projeto de Ecoturismo/ Ministério 1393 do Meio Ambiente com Barra Bonita e tem uma foto no material que vocês receberam. Esse 1394 salto é o Salto São João que fica no Faxinal de Barra Bonita. E lá vocês irão fazer um turismo 1395 voltado à energia renovável e conhecer outras alternativas que temos apresentado lá. 1396 Obrigada. 1397

O Sr. Paulo Roberto Castela (CEMA):- Agradeço à Conselheira Vânia pela 1398 brevidade e temos um último item de assuntos gerais que é a questão da indústria de fumo 1399 propondo sua instalação ao lado da Floresta Nacional de Irati. A nossa proposição é que se 1400 faça uma apresentação de 5 minutos e a questão da discussão que tínhamos proposto, é que 1401 fiquemos com essa apresentação, envie aos Conselheiros e a discussão dos encaminhamentos 1402 disso fique para fevereiro do próximo ano, durante a reunião, em que os Conselheiros poderão 1403 avaliar esse problema da indústria do fumo em Irati do lado da Floresta Nacional de Irati. 1404

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- o Engenheiro Florestal Trajano é 1405 de Irati e veio a convite nosso apresentar essa discussão. Estive em Irati sábado, fui conhecer 1406 o problema e são dois graves problemas, depois o Trajano aprofundará um pouquinho mais. O 1407 primeiro é que a prefeitura negociou uma área com a J. Malucelli, cedendo uma área próxima 1408 ao Colégio Agrícola para construir um centro de treinamento de futebol e recebeu uma outra 1409 área do lado da Floresta Nacional de Irati e já passou imediatamente para uma indústria de 1410 fumo para construir ali um barracão para manufatura, processamento do fumo. Só que essa 1411 área hoje é usada para agricultura, não é uma grande área, é uma área que circunda entre a BR 1412 e a floresta. E ali causaria já um impacto, todo o impacto que a indústria do fumo causa, e 1413 quando na verdade o próprio Ministério de Meio Ambiente fica estimulando a substituição da 1414 indústria do fumo por outras indústrias mais alimentícias do que a do fumo. E ao lado, do 1415 outro lado da floresta, usaria uma área do IAPAR para fazer um aeródromo, só que é uma área 1416 em declive e que vai afetar profundamente a bacia do Rio das Antas, pega afluentes ali, o 1417 corregozinho, e afeta a bacia. 1418

É um assunto que precisamos aprofundar mais, também porque a Câmara Municipal 1419 de Irati aprovou agora, recentemente, há menos de um mês, um projeto de lei permitindo essa 1420 permuta e aí acredito que o Conselho deveria tomar um posicionamento em defesa da floresta 1421

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ou do próprio manejo da floresta e da bacia do Rio das Antas. São duas questões: a Floresta 1422 Nacional de Irati e a bacia do Rio das Antas, que são os mais impactados. Agora, também se 1423 questiona: Irati precisa dessa indústria de fumo? Por que implantar mais esse barracão da 1424 indústria de fumo lá? São as linhas para onde seguem o desenvolvimento. Qual o lucro e 1425 prejuízo que isso traz ao município? Seria isso. Vou passar ao colega Trajano para expor o 1426 problema. 1427

O Sr. Roberto Gava (FIEP):- A respeito desse assunto, colega Laura, declaro 1428 desconhecer a capacidade poluidora de uma indústria fumageira, sou radicalmente contra a 1429 poluição do fumante, agora da indústria do cigarro, não posso concordar e nem discordar de 1430 você. Agora, ela vai gerar um produto altamente poluidor, longe dali, na boca de quem está 1431 fumando. De modo que temos que repensar. E o fato de uma indústria se instalar hoje, tenho 1432 trabalhado com uma equipe do CEMA e um grupo grande de pessoas que trata do 1433 licenciamento ambiental. Acho impossível o IAP concordar com a instalação de uma 1434 indústria, seja qual for, que venha a poluir de qualquer maneira o meio ambiente. 1435

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Não tem licença ainda. 1436 O Sr. Roberto Gava (FIEP):- Então é clandestina. Obrigado. 1437 O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Para concluir, vamos passar um clip 1438

solicitado pela Conselheira Laura, de vinte e oito segundos. 1439 O Sr. Trajano Grassi (Engenheiro Florestal):- A área que vai ser projetada é junto à 1440

PR-153, trecho Irati e Imbituva e fica a dois quilômetros e poucos do trevo da BR-277, que 1441 passa de Irati e Foz do Iguaçu. Ali é um remanescente de araucária da família Bandeirais que 1442 venderam uma parte S. M. Malucelli. O Sérgio Malucelli é Presidente do Iraty Sport Club e 1443 tinha até aprovado no IAP um projeto de centro de treinamento com algumas restrições. Era 1444 uma atividade que não haveria impacto para o meio ambiente, seria mínimo. Se tivesse 1445 alguma coisa poderia até ser compensado na Floresta Nacional de Irati, o trecho que vai para 1446 Imbituva. À direita aqui é a área, são 17 hectares e esta área de araucária ainda está com um 1447 plano de manejo florestal, foi feito um plano de manejo no final da década de 80. O Sérgio 1448 Malucelli, depois de ter aprovado esse projeto no IAP, acabou, através do prefeito de Irati, 1449 chegando a um acordo em permutar a área do Colégio Florestal, na cabeceira do Rio das 1450 Antas, mas já na área rural, junto ao Colégio Florestal. O Colégio Florestal fazia 1451 aproximadamente trinta anos que fazia uso daquela área com reflorestamento, com prática de 1452 motoserra, como se planta, e a prefeitura chegou a um acordo e permutou essa área, deu uma 1453 área menor para o Sérgio Malucelli – acredito que quando passar pelo IAP vai ser inviável 1454 instalar o centro de treinamento que a imprensa fala, porque falam que vai ser o segundo, 1455 terceiro maior centro de treinamento no Brasil, não sei se é para fazer impacto. Então 1456 conseguiu essa área. E de imediato a prefeitura, na Câmara, conseguiu que de 20 vereadores 1457 dezoito votassem favoráveis, não houve direito a vista ao processo na segunda votação para 1458 essa Premium Tabacos do Brasil. É uma multinacional que, segundo propaganda dela, vai 1459 gerar em torno de 35 empregos e que tem orçamento igual à prefeitura de Irati, algo como 1460 quarenta e poucos milhões. Então uma empresa dessa teria condições de se instalar em um 1461 outro ponto. O problema é que está entorno da Floresta Nacional, acho que não tinha tomado 1462 providências, mas foi comunicada e agora estão tomando as devidas providências para que a 1463 empresa encaminhe o pedido de licenciamento junto ao IBAMA. O IBAMA poderá 1464 apresentar restrições que deverá até vetar esse empreendimento, e ao mesmo tempo em que se 1465 promove - essa reunião começou aproximadamente 15h, mas às 14h30min já tinha uma boa 1466 parte do pessoal aqui, mas uma verificação anterior do aeroclube de Irati que era dentro do 1467 quadro do IBAMA, já tinha se expandido, mas sempre está crescendo aos poucos, o aeroporto 1468 de Irati ficou dentro do quadro do IBAMA, daí a prefeitura pegou aquela área e conseguiu 1469 com o aeroclube autorização para ceder para a indústria, inclusive a Siemens foi conseguida 1470 instalação acho que foi no ano de 2001, por aí, foi instalado a Siemens que depois falaram, 1471 daqui a pouco demite mil pessoas. Esse aeroclube foi um problema, a Secretaria de 1472

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Transportes assumiu essa idéia e chegou a um acordo com a administração municipal de Irati 1473 que poderia ser instalado na área do Iapar e a Diretoria do Iapar se manifestou contrária. É 1474 uma área de aproximadamente 300 hectares e 50 anos de pesquisa que começou com trigo, 1475 depois soja, tem o arroz irrigado. Se essa empresa for instalada lá praticamente inviabiliza 1476 50% dessa área, porque não é só a pista de 1500 metros não, porque tem todo um entorno e 1477 tem restrição porque está tudo cercado de floresta e tem um outro detalhe, já finalizando, está 1478 entorno da Estação Ecológica de Pinheiros. Se a Floresta Nacional está a um quilômetro e 1479 meio, por aí, da estação ecológica está a 500 metros e cercado de floresta. Então o terreno é 1480 inclinado e cheio de curvas. Então não vai dá que é um terreno todo inclinado. Se quiser 1481 acessar pelo Google vocês irão ver que vão ter de fazer um corte de terra gigantesco, tirar 1482 milhares de metros cúbicos de terra para fazer uma pista. Isso sou contrário e acredito que, se 1483 for o caso, o Ministério Público de Irati pode ser acionado. Acredito que o Conselho Estadual 1484 acolhendo essas duas questões. Agradeço a atenção. 1485

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Como deliberação dessa apresentação, o que 1486 podemos propor é que a Secretaria Executiva do Conselho pode solicitar à prefeitura de Irati 1487 informações dos projetos e a gente apresentar na próxima reunião e termos alguma coisa 1488 consistente para discutirmos o que encaminhar e como encaminhar. Se vocês estiverem de 1489 acordo. Ótimo. 1490

A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Acho que convidaria a prefeitura 1491 de Irati para apresentar os projetos e o IAP para apresentar a situação dos licenciamentos. 1492

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Sim, poderíamos encaminhar desse jeito. 1493 Agora, quanto ao IAP na questão do licenciamento, enquanto não houver uma solicitação 1494 formal dos interessados no empreendimento, fica muito difícil solicitar ao IAP um 1495 posicionamento de uma coisa que ele ainda não recebeu. Podemos solicitar ao IAP 1496 informações a respeito do empreendimento e se ele recebeu ou não e em que fase se encontra 1497 o licenciamento. Podemos encaminhar, formalmente, ao IAP, uma solicitação de informação 1498 se recebeu ou não o pedido de licenciamento nessa área. 1499

A Sra. Vânia Mara M. dos Santos (ING):- Como envolve o Colégio Florestal acho 1500 que também seria prudente mandar um ofício para que eles façam suas manifestações. 1501

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Correto. A atividade da fumageira é 1502 indústria, ela vai fazer a produção de cigarro. 1503

O Sr. Ricardo Johansen (IFAS):- Então ela vai fazer a produção de cigarro! No caso, 1504 acho que tem de chamar até a empresa. Existe uma legislação que até 2010 o Brasil não 1505 participará mais da produção de fumo. 1506

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- O Brasil ratificou a convenção de 1507 erradicação do fumo. Acho que seria bem lembrada essa proposta. Então fica deliberado que a 1508 emissão de ofício à prefeitura pedindo informação e que ele apresente na próxima reunião, 1509 também, essas razões e depois para o IAP. Vamos ver o caso da questão da indústria. 1510

O Sr. Ricardo Johansen (IFAS): Se for apenas um entreposto de recebimento de 1511 fumo seco para fazer o enfardamento e remessa para a indústria lá no Sul, não tem problema 1512 nenhum. Não gera efluente líquido, não vai gerar resíduo sólido nada. 1513

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Acho que a partir do licenciamento do 1514 pedido de instalação, a gente já pode ter idéia se é uma indústria, se é um entreposto e em que 1515 nível isso está sendo pensado pela indústria. Para podermos encerrar a discussão tem a moção 1516 que ficou de ser escrita e a minuta de ofício a ser encaminhado para o INCRA. A minuta de 1517 moção vou pedir para a Vânia fazer a leitura e podermos encerrar a partir daí esta reunião. 1518

A Sra. Vânia Mara M. dos Santos (ING):- "Ao Plenário do CEMA reiterando a 1519 posição manifestada em 2003, contrária aos assentamentos sociais dentro dos limites da Serra 1520 da Esperança, aprova a moção que deverá ser protocolada junto ao INCRA informando, 1521 definitivamente, a posição contrária deste Conselho a novos assentamentos de reforma agrária 1522 ou a ampliação dos já existentes nessa área de proteção ambiental criada pelo Decreto (tem 1523

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ATA DA 70ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

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que constar o número do Decreto). 70ª Reunião do CEMA realizada em 18 de dezembro de 1524 2007". 1525

O Sr Paulo Roberto Castella (CEMA):- Agradeço. Com a palavra a Conselheira Ana 1526 Cláudia. 1527

A Sra. Ana Cláudia Bento Graf (PGE):- Só uma consideração: no início quando 1528 reitera a manifestação do Conselho, falar na "Serra da Esperança", não seria melhor falar na 1529 área de proteção ambiental da Serra? 1530

O Sr. Paulo Roberto Castella:- Obrigado. 1531 A Sra. Laura Jesus de Moura e Costa (CEDEA):- Só queria deixar registrado, 1532

também, que gostaria de receber por e-mail essa moção para divulgarmos nas redes de 1533 internet que a gente tem e, inclusive, se possível publicar no jornal do SINDSEAB. 1534

O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Serão remetidas todas as moções aqui 1535 apresentadas, inclusive o ofício a ser encaminhado a INCRA também vai estar 1536 disponibilizado aos senhores conselheiros, a partir de quinta-feira vai estar na caixa postal de 1537 vocês. A moção já foi aprovada – por bom senso e consenso já tinha sido aprovada 1538 Conselheiro Roberto Gava e se você estiver de acordo encaminhamos assim e emitiremos a 1539 resolução a partir de amanhã, encaminhando ao INCRA ainda esta semana. 1540

O Sr. Roberto Gava (FIEP):- Totalmente de acordo. Obrigado. 1541 O Sr. Paulo Roberto Castella (CEMA):- Aos senhores conselheiros que, bravamente, 1542

resistiram por todo esse tempo, em nome do Secretário Rasca, em nome da Secretaria 1543 Executiva agradecemos a todos e tenham um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo. 1544

Muito obrigado. 1545