astenia dérmica cutânea
TRANSCRIPT
ASTENIA DÉRMICA CUTÂNEA
Bruno Sperandio Netto
Driéle Lutzke
Yara Ferraço Suave
Astenia cutânea, dermatosparaxia, síndrome da fragilidade cutânea ou
também denominada síndrome de Ehlers-Danlos em humanos, é um grupo de
distúrbios hereditários em que alterações na síntese de colágeno ou na formação de
fibras resultam em perda da elasticidade e fragilidade da pele. É uma doença
relativamente rara em cães, gatos, bovinos, ovinos, e em coelhos.
Esse distúrbio raro engloba diversos defeitos variáveis e hereditários do
colágeno dérmico, que causam aumento na extensibilidade e diminuição da força
tênsil da pele, e hiperextensibilidade das articulações, pois afetam a formação das
fibras colágenas.
Estes defeitos podem resultar da síntese deficiente de cadeias do colágeno
α2 (I) ou colágeno tipo III, mutações na estrutura helicoidal do colágeno tipo III,
conversão normal do pró-colágeno tipo I a colágeno ou várias anormalidades
enzimáticas.
Assim, a síndrome da displasia colagenosa pode apresentar-se de duas
formas: a recessiva, que são defeitos enzimáticos específicos para síntese do
colágeno, onde o colágeno acometido forma faixas torcidas, em comparação com as
fibras normais que tem aspectos cilíndricos, dispostos em arranjos paralelos
uniformes; enquanto que as síndromes dominantes apresentam um colágeno
estruturalmente anormal, devido às mutações das proteínas estruturais, onde as
fibras estão desorganizadas com muitas fibrilas maiores do que o normal.
A astenia cutânea em cães, gatos e martas é um distúrbio herdado como
traço autossômico dominante, enquanto que em bovinos e ovinos, trata-se de um
distúrbio autossômico recessivo.
Clinicamente, a pele apresenta extrema fragilidade e uma distensão cutânea
exagerada, e/ou pele fina. A pele adere-se frouxamente aos tecidos adjacentes,
estando num quadro de hiperextensibilidade onde a pele pode ser estirada a longas
distâncias do corpo e pendura-se em dobras, especialmente nos membros e na
região ventral do pescoço, após o estiramento ela tende a retornar a sua posição
normal. O mínimo traumatismo pode ocasionar grandes lacerações que cicatrizam,
com pouco ou nenhum sangramento. A cicatrização é rápida, mas escaras brancas,
finas e irregulares são características desfigurantes, altamente visíveis.
Simultaneamente pode ocorrer alargamento do nariz, higroma, frouxidão articular,
alterações corneanas, luxação do cristalino e/ou catarata.
Ao microscópio, a epiderme e o colágeno dérmico podem ter um aspecto
normal, ou em alguns casos pode ocorrer variabilidade no diâmetro dos feixes de
colágeno dérmico. Em geral, há necessidade de uma análise por microscopia
eletrônica ou bioquímica do colágeno, para que o diagnostico seja confirmado. Ultra-
estruturalmente, as fibrilas de colágeno estão inadequadamente condicionadas, e
não formam as fibras cilíndricas ordenadas e uniformes que caracterizam o colágeno
normal. Em geral, o colágeno persiste na forma de fitas achatadas e torcidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Silvia Franco et al. Astenia Cutânea em Gato (Relato de caso). Disponível em: <http://www.revistas.ufg.br/index.php/vet/article/viewFile/4248/3739%E2%80%9Ctarget=%E2%80%9D_blank%E2%80%9D>. Acesso em 09 mai 2012.
JONES, Thomas Carlyle; HUNT, Ronald Duncan; KING, Norval W. Patologia Veterinária. 1 ed. Barueri: Editora Manole Ltda, 2000. pg. 864-865.
MIRANDA, Tânia Vieira. Trabalho de Conclusão de Curso de Medicina Veterinária – Astenia Cutânea. pg 31-33. Disponível em: <http://www.upis.br/pesquisas/pdf/veterinaria/T%E2nia%20Vieira%20Miranda.pdf>. Acesso em 09 mai 2012.