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ANO XXVII - 2016 - 4ª SEMANA DE AGOSTO DE 2016 BOLETIM INFORMARE Nº 34/2016 ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS DEPENDENTES DO SEGURADO - ATUALIZAÇÃO – IN INSS/PRES nº 85/2016 - ASPECTOS PREVIDENCIÁRIOS .......................Pág. 861 ASSUNTOS TRABALHISTAS ASSUNTOS TRABALHISTAS ASSUNTOS TRABALHISTAS ASSUNTOS TRABALHISTAS RESCISÃO FRAUDULENTA - RECONTRATAÇÃO DE EMPREGADO - ASPECTOS TRABALHISTAS ..............................................Pág. 871 RESCISÃO INDIRETA POR INICIATIVA DO EMPREGADO - ASPECTOS TRABALHISTAS ...............................................................Pág. 881

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ANO XXVII - 2016 - 4ª SEMANA DE AGOSTO DE 2016

BOLETIM INFORMARE Nº 34/2016

ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOSASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOSASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOSASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS DEPENDENTES DO SEGURADO - ATUALIZAÇÃO – IN INSS/PRES nº 85/2016 - ASPECTOS PREVIDENCIÁRIOS ....................... Pág. 861

ASSUNTOS TRABALHISTASASSUNTOS TRABALHISTASASSUNTOS TRABALHISTASASSUNTOS TRABALHISTAS

RESCISÃO FRAUDULENTA - RECONTRATAÇÃO DE EMPREGADO - ASPECTOS TRABALHISTAS .............................................. Pág. 871

RESCISÃO INDIRETA POR INICIATIVA DO EMPREGADO - ASPECTOS TRABALHISTAS ............................................................... Pág. 881

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ASSUNTOS ASSUNTOS ASSUNTOS ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOSPREVIDENCIÁRIOSPREVIDENCIÁRIOSPREVIDENCIÁRIOS

DEPENDENTES DO SEGURADO Atualização – IN INSS/PRES nº 85/2016

Aspectos Previdenciários

Sumário 1. Introdução 2. Dependentes Do Segurado 2.1 - Dependentes De Uma Mesma Classe 2.2 - Dependência Econômica 2.3 – Dependente Que Tenha Deficiência Intelectual Ou Mental 2.4 - Companheira Ou Companheiro 2.5 - Cônjuge Ou O Companheiro Do Sexo Masculino 2.6 - Companheiro Ou Companheira Do Mesmo Sexo 2.7 - Filhos De Qualquer Condição 2.8 - Equiparam-Se Aos Filhos 2.9 - Filho Ou O Irmão Inválido Maior De Vinte E Um Anos 2.9.1 – O Filho Ou Irmão Maior De 21 (Vinte E Um) Anos, Que Tenha Deficiência Intelectual Ou Mental 2.10 – Emancipação 3. Comprovação Do Vínculo E Da Dependência Econômica 4. Inscrição E Da Comprovação Da Condição De Dependente 5. Não Filiado 6. Perda Da Qualidade De Dependente 6.1 - Menor Sob Guarda 7. Direitos Dos Dependentes 7.1 - Pensão Por Morte Ou Auxílio-Reclusão 7.2 – Serviço Social 7.3 – Habilitação E A Reabilitação Profissional 1. INTRODUÇÃO A Instrução Normativa INSS/PRES n° 77, de 21.01.2015, atualizada pela IN INSS/PRES nº 85, de 18.02.2016, o Decreto n° 3.048/1999 e a Lei n° 8.213/1991 definem quem são dependentes do segurado, em relação a Previdência Social e também os direitos adquiridos. Nesta matéria será abordada sobre quem são considerados dependentes pela Previdência Social e os direitos de benefícios previdenciários, conforme as Legislações vigentes, com atualização dada pela IN INSS/PRES nº 85/2016. 2. DEPENDENTES DO SEGURADO São beneficiários do RGPS - Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: (Artigo 121 da IN INSS/PRES nº 77/2015 e artigo 16 do Decreto nº 3.048/1999) a) o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; b) os pais; ou. c) o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente. Todo e qualquer cidadão que, em relação ao segurado do INSS se enquadre em um dos dois critérios básicos de dependência (econômica ou condição familiar), será considerado “dependente” e poderá ser inscrito para fins de recebimento de benefícios ou pagamento de resíduos (Extraído do site da Previdência Social - http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/informacoes-gerais/dependentes/). “Classificação (As informações abaixo forma extraídas do site da Previdência Social - http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/informacoes-gerais/dependentes/). A legislação em vigor enumera os dependentes de segurado do INSS em ordem de prioridade conforme as 3 classes abaixo:

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a) o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; b) os pais; c) o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente”. 2.1 - Dependentes De Uma Mesma Classe Os dependentes de uma mesma classe concorrem entre si em igualdade de condições, sendo que a comprovação da dependência, respeitada a sequência das classes, exclui definitivamente o direito dos dependentes das classes seguintes (§ 1º, do artigo 121, da IN INSS/PRES n° 77/2015). 2.2 - Dependência Econômica Segue abaixo os §§ 2º e 3º do artigo 121 da IN INSS/PRES nº 77/2015: A dependência econômica das pessoas de que trata a alínea “a” do item “2” desta matéria, é presumida e a das demais deve ser comprovada. A dependência econômica pode ser parcial ou total, devendo, no entanto, ser permanente. 2.3 – Dependente Que Tenha Deficiência Intelectual Ou Mental O dependente que tenha deficiência intelectual ou mental na forma das alíneas “a” a “b” do item “2” desta matéria, deverá comprovar a incapacidade absoluta (total) ou relativa (parcial) por meio de termo de curatela ou cópia da sentença de interdição, para fato gerador ocorrido a partir de 1º de setembro de 2011, data da publicação da Lei nº 12.470, de 31 de agosto de 2011, dispensado o encaminhamento à perícia médica (§ 4º, do artigo 121 da IN INSS/PRES nº 77/2015). No caso do parágrafo acima, não sendo possível identificar no documento judicial a data do início da deficiência intelectual ou mental, poderá o interessado ser encaminhado à perícia-médica para fixação da DII, para fins de verificar o cumprimento ao disposto no inciso III do art. 131 (§ 5º, do artigo 121 da IN INSS/PRES nº 77/2015). “Inciso III do art. 131 - para o filho, a pessoa a ele equiparada, ou o irmão, de qualquer condição, ao completarem 21 (vinte e um) anos de idade, exceto se tiverem deficiência intelectual ou mental que os tornem absoluta ou relativamente incapazes, assim declarados judicialmente, ou inválidos, desde que a invalidez ou a deficiência intelectual ou mental tenha ocorrido antes: a) de completarem 21 (vinte e um) anos de idade; b) do casamento; c) do início do exercício de emprego público efetivo; d) da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou e) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos”. 2.4 - Companheira Ou Companheiro Considera-se por companheira ou companheiro a pessoa que mantém união estável com o segurado ou a segurada, sendo esta configurada na convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida com intenção de constituição de família, observando que não constituirá união estável a relação entre: (Artigo 122 da IN INSS/PRES nº 77/2015) a) os ascendentes com os descendentes seja o parentesco natural ou civil; b) os afins em linha reta;

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c) o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; d) os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; e) o adotado com o filho do adotante; f) as pessoas casadas; e g) o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Segue abaixo, os §§ 1º ao 3º do artigo 122, da IN INSS/PRES nº 77/2015: “§ 1º Não se aplica a incidência do inciso VI (alínea “f”, acima) do caput no caso de a pessoa casada se achar separada de fato, judicial ou extra-judicialmente. (Parágrafo renumerado pela IN INSS/PRES nº 85, de 18/02/2016). § 2º Não é possível o reconhecimento da união estável, bem como dos efeitos previdenciários correspondentes, quando um ou ambos os pretensos companheiros forem menores de dezesseis anos.(Incluído pela IN INSS/PRES nº 85, de 18/02/2016) § 3º Em se tratando de companheiro (a) maior de dezesseis e menor de dezoito anos, dada a incapacidade relativa, o reconhecimento da união estável está condicionado à apresentação de declaração expressa dos pais ou representantes legais, atestando que conheciam e autorizavam a convivência marital do menor. (Incluído pela IN INSS/PRES nº 85, de 18/02/2016) 2.5 - Cônjuge Ou O Companheiro Do Sexo Masculino O cônjuge ou o companheiro do sexo masculino passou a integrar o rol de dependentes para óbitos ocorridos a partir de 5 de abril de 1991, conforme o disposto no art. 145 da Lei nº 8.213, de 1991, revogado pela MP nº 2.187-13, de 24 de agosto de 2001 (Artigo 129 da IN INSS/PRES nº 77/2015). 2.6 - Companheiro Ou Companheira Do Mesmo Sexo De acordo com a Portaria MPS nº 513, de 9 de dezembro de 2010, publicada no DOU, de 10 de dezembro de 2010, o companheiro ou a companheira do mesmo sexo de segurado inscrito no RGPS integra o rol dos dependentes e, desde que comprovada a união estável, concorre, para fins de pensão por morte e de auxílio-reclusão, com os dependentes preferenciais de que trata o inciso I do art. 16 da Lei nº 8.213, de 1991, para óbito ou reclusão ocorridos a partir de 5 de abril de 1991, conforme o disposto no art. 145 do mesmo diploma legal, revogado pela MP nº 2.187-13, de 24 de agosto de 2001 (Artigo 130 da IN INSS/PRES nº 77/2015). “Portaria MPS n° 513/2010, at. 1º. Estabelecer que, no âmbito do Regime Geral da Previdência Social – RGPS, os dispositivos da Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, que tratam de dependentes para fins previdenciários devem ser interpretados de forma a abranger a união estável entre pessoas do mesmo sexo”. 2.7 - Filhos De Qualquer Condição Filhos de qualquer condição são aqueles havidos ou não da relação de casamento, ou adotados, que possuem os mesmos direitos e qualificações dos demais, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação, nos termos do § 6º do art. 227 da Constituição Federal (Artigo 123 da IN INSS/PRES nº 77/2015). “§ 6º. Art. 227. CF/88 - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”. Os nascidos dentro dos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal por morte são considerados filhos concebidos na constância do casamento, conforme inciso II do art. 1.597 do Código Civil (Artigo 124 da IN INSS/PRES nº 77/2015) “Art. 1.597, do Código Civil. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: ... II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento”.

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2.8 - Equiparam-Se Aos Filhos Equiparam-se aos filhos, mediante comprovação da dependência econômica, o enteado e o menor que esteja sob a tutela do segurado, desde que este tutelado não possua bens aptos a garantir-lhe o sustento e a educação (Artigo 125 da IN INSS/PRES nº 77/2015). Para caracterizar o vínculo deverá ser apresentada a certidão judicial de tutela do menor e, em se tratando de enteado, a certidão de nascimento do dependente e a certidão de casamento do segurado ou provas da união estável entre o(a) segurado( a) e o(a) genitor(a) do enteado (Parágrafo único, do artigo 125 da IN INSS/PRES nº 77/2015). “§ 13. Art. 22. Decreto nº 3.048/1999. No caso de equiparado a filho, a inscrição será feita mediante a comprovação da equiparação por documento escrito do segurado falecido manifestando essa intenção, da dependência econômica e da declaração de que não tenha sido emancipado. (Incluído pelo Decreto nº 4.079, de 2002)”. 2.9 - Filho Ou O Irmão Inválido Maior De Vinte E Um Anos O filho ou o irmão inválido maior de 21 (vinte e um) anos, observado o subitem “2.9.1” abaixo, somente, figurará como dependente do segurado se restar comprovado em exame médico-pericial, cumulativamente, que: (Artigo 126 da IN INSS/PRES nº 77/2015) a) a incapacidade para o trabalho é total e permanente, ou seja, com diagnóstico de invalidez; b) a invalidez é anterior a eventual ocorrência de uma das hipóteses do inciso III do art. 131 ou à data em que completou 21 (vinte e um) anos; e c) a invalidez manteve-se de forma ininterrupta até o preenchimento de todos os requisitos de elegibilidade ao benefício. 2.9.1 – O Filho Ou Irmão Maior De 21 (Vinte E Um) Anos, Que Tenha Deficiência Intelectual Ou Mental O filho ou irmão maior de 21 (vinte e um) anos, que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, será considerado dependente do segurado desde que o termo de curatela ou cópia da sentença de interdição seja anterior à eventual ocorrência da emancipação ou à data em que completou 21 (vinte e um) anos e que mantenha-se inalterada até o preenchimento de todos os requisitos necessários para o reconhecimento do direito (Artigo 127 da IN INSS/PRES nº 77/2015). Aplica-se o disposto acima para óbito ou reclusão ocorridos a partir de 1º de setembro de 2011, data da publicação da Lei nº 12.470, de 31 de agosto de 2011 (Parágrafo único, do artigo 127 da IN INSS/PRES n° 77/2015). 2.10 – Emancipação Conforme o artigo 128 da IN INSS/PRES nº 77/2015, a emancipação ocorrerá na forma do parágrafo único do art. 5º do Código Civil Brasileiro (ver abaixo): a) pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independente de homologação judicial ou por sentença de juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; b) pelo casamento; c) pelo exercício de emprego público efetivo; d) pela colação de grau em ensino de curso superior; e e) pelo estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. Segue abaixo os §§ 1º e 2º do artigo 128 da IN INSS/PRES nº 77/2015: A união estável do filho ou do irmão entre os dezesseis e antes dos dezoito anos de idade não constitui causa de emancipação.

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É assegurada a qualidade de dependente perante a Previdência Social do filho e irmão inválido maior de 21 (vinte e um) anos, que se emanciparem em decorrência, unicamente, de colação de grau científico em curso de ensino superior, assim como para o menor de 21 (vinte e um) anos, durante o período de serviço militar, obrigatório ou voluntário. No ato de inscrição, o dependente menor de 21 (vinte e um) anos deverá apresentar declaração de não emancipação (§10, artigo 22 do Decreto nº 3.048/1999). “Art. 5º. Código Civil Brasileiro. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria”. 3. COMPROVAÇÃO DO VÍNCULO E DA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA Para fins de comprovação da união estável e da dependência econômica, conforme o caso, devem ser apresentados, no mínimo, três dos seguintes documentos: (Artigo 135 da IN INSS/PRES nº 77/2015) a) certidão de nascimento de filho havido em comum; b) certidão de casamento religioso; c) declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente; d) disposições testamentárias; e) declaração especial feita perante tabelião; f) prova de mesmo domicílio; g) prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil; h) procuração ou fiança reciprocamente outorgada; i) conta bancária conjunta; j) registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente do segurado; k) anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados; l) apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária; m) ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável; n) escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente; o) declaração de não emancipação do dependente menor de 21 (vinte e um) anos; ou p) quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.

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Segue abaixo os §§ 1º a 4º da IN INSS/PRES nº 77/2015: Os três documentos a serem apresentados na forma acima, podem ser do mesmo tipo ou diferentes, desde que demonstrem a existência de vínculo ou dependência econômica, conforme o caso, entre o segurado e o dependente. Caso o dependente possua apenas um ou dois dos documentos enumerados no caput, deverá ser oportunizado o processamento de Justificação Administrativa - JA. O acordo judicial de alimentos não será suficiente para a comprovação da união estável para efeito de pensão por morte, vez que não prova, por si só, a existência anterior de união estável nos moldes estabelecidos pelo art. 1.723 do Código Civil. A sentença judicial proferida em ação declaratória de união estável não constitui prova plena para fins de comprovação de união estável, podendo ser aceita como uma das três provas exigidas acima, ainda que a decisão judicial seja posterior ao fato gerador. “Art. 133. IN INSS/PRES nº 77/2015. A pessoa cuja designação como dependente do segurado tenha sido feita até 28 de abril de 1995, véspera da publicação da Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995, fará jus à pensão por morte ou ao auxílio-reclusão, se o fato gerador do benefício, o óbito ou a prisão, ocorreu até aquela data, desde que comprovadas as condições exigidas pela legislação vigente”. 4. INSCRIÇÃO E DA COMPROVAÇÃO DA CONDIÇÃO DE DEPENDENTE A partir de 10 de janeiro de 2002, data da publicação do Decreto nº 4.079, de 9 de janeiro de 2002, a inscrição de dependente será promovida quando do requerimento do benefício a que tiver direito, mediante a apresentação dos seguintes documentos: (Artigo 134 da IN INSS/PRES nº 77/2015 e artigo 22 do Decreto nº 3.048/199) “I - para os dependentes preferenciais: a) cônjuge e filhos: certidões de casamento e de nascimento; b) companheira ou companheiro, inclusive do mesmo sexo: certidão de casamento com averbação da separação judicial ou divórcio, quando um dos companheiros ou ambos já tiverem sido casados, ou de óbito, se for o caso, observando-se o § 2º deste artigo; e c) equiparado a filho: certidão judicial de tutela e, em se tratando de enteado, certidão de casamento do segurado e de nascimento do dependente, observado o disposto no art.126; II - pais: certidão de nascimento do segurado; e III - irmão: certidão de nascimento”. Segue abaixo os §§ 1º a 8º do artigo 134 da IN INSS/PRES nº 77/2015: Para a inscrição dos maiores de dezesseis anos é necessária a apresentação de pelo menos um dos documentos oficiais de identificação com foto. Para os dependentes mencionados na alínea "b", inciso I (acima), deverá ser comprovada a união estável e, para os mencionados nos incisos II e III (acima), a dependência econômica. O equiparado a filho deverá comprovar a dependência econômica e apresentar declaração de que não é emancipado, além de declaração escrita do segurado falecido manifestando a intenção de equiparação, no caso de pensão por morte. Os pais ou irmãos, além dos documentos constantes no caput, deverão apresentar declaração firmada perante o INSS de inexistência de dependentes preferenciais. O dependente maior de 16 (dezesseis) e menor que 18 (dezoito) anos de idade deverá apresentar declaração de não emancipação e, se maior de 18 (dezoito) anos, de não ter incorrido em nenhuma das situações previstas nas alíneas do inciso III do art. 131 (ver abaixo). No caso de dependente inválido será realizado exame médico-pericial a cargo do INSS para comprovação da invalidez.

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Somente será exigida a certidão judicial de adoção quando esta for anterior a 14 de julho de 1990, data da vigência da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. O fato superveniente à concessão de benefício que importe em exclusão ou inclusão de dependente deve ser comunicado ao INSS, com a apresentação das provas que demonstrem a situação alegada. “Inciso III do art. 131 - para o filho, a pessoa a ele equiparada, ou o irmão, de qualquer condição, ao completarem 21 (vinte e um) anos de idade, exceto se tiverem deficiência intelectual ou mental que os tornem absoluta ou relativamente incapazes, assim declarados judicialmente, ou inválidos, desde que a invalidez ou a deficiência intelectual ou mental tenha ocorrido antes: a) de completarem 21 (vinte e um) anos de idade; b) do casamento; c) do início do exercício de emprego público efetivo; d) da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou e) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos”. “§ 9º, Art. 22 do Decreto nº 3.048/1999 No caso de dependente inválido, para fins de inscrição e concessão de benefício, a invalidez será comprovada mediante exame médico-pericial a cargo do Instituto Nacional do Seguro Social”. 5. NÃO FILIADO O não filiado é todo aquele que não possui forma de filiação definida no art. 3º (ver abaixo), mas se relaciona com a Previdência Social (Artigo 136 da IN INSS/PRES nº 77/2015). Segue abaixo, os §§ 1º e 2º, do artigo 136 da IN INSS/PRES nº 77/2015: A inscrição do não filiado será efetuada por meio da Central de Atendimento 135 ou nas APS. (Nova redação dada pela IN INSS/PRES nº 85, de 18/02/2016) Não será observada idade mínima para o cadastramento do não filiado, exceto do representante legal e do procurador. “Art. 3º. IN INSS/PRES nº 77/2015. Filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas que contribuem para a Previdência Social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações. § 1º A filiação à Previdência Social decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada para os segurados obrigatórios e da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição sem atraso para o segurado facultativo. § 2º Filiado é aquele que se relaciona com a Previdência Social na qualidade de segurado obrigatório ou facultativo, mediante contribuição. § 3º O segurado que exercer mais de uma atividade remunerada é filiado obrigatório ao RGPS em relação a todas essas atividades. § 4º Permanece filiado ao RGPS o aposentado que exercer atividade abrangida por este regime. § 5º Não gera filiação obrigatória ao RGPS o exercício de atividade prestada de forma gratuita ou voluntária”. 6. PERDA DA QUALIDADE DE DEPENDENTE A perda da qualidade de dependente ocorrerá: (Artigo 131 da IN INSS/PRES nº 77/2015 e artigo 17 do Decreto nº 3.048/1999)

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a) para o cônjuge pela separação judicial ou o divórcio, desde que não receba pensão alimentícia, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado; b) para a companheira ou o companheiro, inclusive do mesmo sexo, pela cessação da união estável com o segurado ou segurada, desde que não receba pensão alimentícia; c) para o filho, a pessoa a ele equiparada, ou o irmão, de qualquer condição, ao completarem 21 (vinte e um) anos de idade, exceto se tiverem deficiência intelectual ou mental que os tornem absoluta ou relativamente incapazes, assim declarados judicialmente, ou inválidos, desde que a invalidez ou a deficiência intelectual ou mental tenha ocorrido antes: c.1) de completarem 21 (vinte e um) anos de idade; c.2) do casamento; c.3) do início do exercício de emprego público efetivo; c.4) da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou c.5) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; d) pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais biológicos, observando que a adoção produz efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença que a concede, conforme inciso IV do art. 114 do RPS (ver abaixo); e e) para os dependentes em geral: e.1) pela cessação da invalidez; ou e.2) pelo falecimento. Segue abaixo os §§ 1º a 3º do artigo 131 da IN INSS/PRES nº 77/2015: Não se aplica o disposto na alínea “d” acima, quando o cônjuge ou companheiro adota o filho do outro. Aplica-se a perda da qualidade aos dependentes maiores de dezoito e menores de 21 (vinte e um) anos, que incorrerem em uma das situações previstas nas alíneas "c.2", "c.3" e "c.4" da alínea “c” acima. Aplica-se o disposto no acima, ao dependente que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente. “Art. 114. Decreto n° 3.048/1999. O pagamento da cota individual da pensão por morte cessa: IV - pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais biológicos”. e) para os dependentes em geral: e.1) pela cessação da invalidez; ou e.2) pelo falecimento. Segue abaixo, informações extraídas do site da Previdência Social (http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/informacoes-gerais/dependentes/): “Perda da condição de Dependente: Todos aqueles que foram listados nas classes de dependentes poderão perder esta condição devido a alguns fatores. A perda poderá se dar da seguinte maneira:

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Para o cônjuge - pela separação judicial ou o divórcio, desde que não receba pensão alimentícia; - pela anulação do casamento; - pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado. Para a companheira ou o companheiro - inclusive do mesmo sexo, pela cessação da união estável com o segurado ou segurada, desde que não receba pensão alimentícia. Para o filho, a pessoa a ele equiparada, ou o irmão, de qualquer condição - ao completarem 21 (vinte e um) anos de idade, exceto se tiverem deficiência intelectual ou mental que os tornem absoluta ou relativamente incapazes, assim declarados judicialmente, ou inválidos, desde que a invalidez ou a deficiência intelectual ou mental tenha ocorrido antes: - de completarem 21 (vinte e um) anos de idade; - do casamento; - do início do exercício de emprego público efetivo; - da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou - da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos. Pela adoção - para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais biológicos, observando que a adoção produz efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença que a concede. No entanto, esta regra não será aplicada quando o cônjuge ou companheiro adota o filho do outro; Para os dependentes em geral - pela cessação da invalidez; ou - pelo falecimento”. 6.1 - Menor Sob Guarda A partir de 14 de outubro de 1996, data da publicação da MP nº 1.523, de 11 de outubro de 1996, reeditada e convertida na Lei nº 9.528, de 1997, o menor sob guarda deixa de integrar a relação de dependentes para os fins previstos no RGPS, inclusive aquele já inscrito, salvo se o óbito do segurado ocorreu em data anterior (Artigo 132 da IN INSS/PRES nº 77/2015). 7. DIREITOS DOS DEPENDENTES Os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social classificam-se como segurados e dependentes (Artigo 10, da Lei n° 8.213/1991). “Art. 24. do Decreto nº 3.048/1999. Os pais ou irmãos deverão, para fins de concessão de benefícios, comprovar a inexistência de dependentes preferenciais, mediante declaração firmada perante o Instituto Nacional do Seguro Social”. Os dependentes têm direito à pensão por morte, auxílio-reclusão, reabilitação profissional e ao serviço social, conforme citado no artigo 18 abaixo. “Art. 18. Lei n° 8.213/1991. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:

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II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão; III - quanto ao segurado e dependente: a) pecúlios; (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995) b) serviço social; c) reabilitação profissional”. “A Previdência Social garante os mesmos direitos de dependentes ao companheiro (a) homossexual de segurado (a) previdenciário. E com isso deverão obedecer todas as exigência legais quando for requerer os benefícios, como no caso de pensão por morte e auxílio-reclusão”. 7.1 - Pensão Por Morte Ou Auxílio-Reclusão A pessoa cuja designação como dependente do segurado tenha sido feita até 28 de abril de 1995, véspera da publicação da Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995, fará jus à pensão por morte ou ao auxílio-reclusão, se o fato gerador do benefício, o óbito ou a prisão, ocorreu até aquela data, desde que comprovadas as condições exigidas pela legislação vigente (Artigo 133 da IN INSS/PRES nº 77/2015). 7.2 – Serviço Social Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos beneficiários seus direitos sociais e os meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução dos problemas que emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto no âmbito interno da instituição como na dinâmica da sociedade (Artigo 88, da Lei n° 8.213/1991). Segue abaixo os §§ 1º a 4º, do artigo 88, da Lei n° 8.213/1991: Será dada prioridade aos segurados em benefício por incapacidade temporária e atenção especial aos aposentados e pensionistas. Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários serão utilizadas intervenção técnica, assistência de natureza jurídica, ajuda material, recursos sociais, intercâmbio com empresas e pesquisa social, inclusive mediante celebração de convênios, acordos ou contratos. O Serviço Social terá como diretriz a participação do beneficiário na implementação e no fortalecimento da política previdenciária, em articulação com as associações e entidades de classe. O Serviço Social, considerando a universalização da Previdência Social, prestará assessoramento técnico aos Estados e Municípios na elaboração e implantação de suas propostas de trabalho. “Art. 409, §§ 5º e 6º da IN INSS/PRES nº 77/2015: ... § 5º Para assegurar o efetivo atendimento aos beneficiários poderão ser utilizados mecanismos de intervenção técnica, ajuda material, articulação com a rede socioassistencial, intercâmbio com empresas, iinstituições públicas e entidades da sociedade civil, inclusive, mediante celebração de convênios, acordos ou termos de cooperação técnica, conforme regulamentos do INSS. § 6º O Serviço Social terá como diretriz a participação do beneficiário na implementação e fortalecimento da Seguridade Social, especialmente no que tange à política previdenciária e da assistência social, e com as outras áreas do INSS, entidades governamentais e organizações da sociedade civil”. 7.3 – Habilitação E A Reabilitação Profissional

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A Habilitação e Reabilitação Profissional visa proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios indicados para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem (Artigo 398 da IN INSS/PRES nº 77/2015). Poderão ser encaminhados para o Programa de Reabilitação Profissional, o dependente do segurado (Inciso V, do artigo 399 da IN INSS/PRES nº 77/2015). Conforme o artigo 90, da Lei n° 8.213/1991, a habilitação e a reabilitação é devida em caráter obrigatório aos segurados, inclusive aposentados e, na medida das possibilidades do órgão da Previdência Social, aos seus dependentes. “Art. 89 Lei nº 8.213/1991. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive”. Fundamentos legais: Citados no texto e site da Previdência Social.

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RESCISÃO FRAUDULENTA - RECONTRATAÇÃO DE EMPREGADO Aspectos Trabalhistas

Sumário 1. Introdução 2. Readmissão Ou Recontratação 3. Rescisão Fraudulenta – Caracterização 3.1 - Após Rescisão Sem Justa Causa 3.2 - Pedido De Demissão 3.3 - Salário Inferior 3.4 - Matriz/Filial/Grupo Econômico 4. Unicidade De Contrato De Trabalho 5. Situações A Serem Evitadas 5.1 – Contrato De Experiência 6. Procedimentos Na Recontratação 6.1 – Novo Contrato De Trabalho 7. Computado Como Tempo De Serviço 8. Caracterizada A Fraude 8.1 – FGTS 8.2 - Seguro-Desemprego – Implicações 9. Fiscalização 10. Penalidade/Multa 11. Portaria MTB Nº 384/1992 1. INTRODUÇÃO A Consolidação das Leis do Trabalho, como também a Constituição federal trata sobre os direitos trabalhistas e as relações de trabalho. E a Legislação Trabalhista não impede que o empregado que tenha prestado serviços na empresa venha a ser recontratado. Porém, o empregador deverá observar e obedecer alguns critérios, pois certos procedimentos podem caracterizar ato de fraudar as normas legais. A Portaria nº 384, de 19.06.1992, do Ministro do Trabalho e da Administração, visa editar regras e conceitos objetivando reduzir a prática de dispensas fictícias, ou seja, os chamados acordos, seguidas de recontratação ou permanência do empregado em serviço sem registro, com a intenção de facilitar o levantamento dos depósitos da conta vinculada do trabalhador, o FGTS, e recebimento do Seguro-Desemprego. Nesta matéria será tratada sobre os aspectos de uma rescisão fraudulenta, com seus aspectos trabalhistas e a recontratação de empregado que poderá caracterizar fraude. 2. READMISSÃO OU RECONTRATAÇÃO

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Não existe legislação que impede a recontratação do empregado que tenha prestado serviços na empresa, mas o empregador deverá observar e obedecer alguns critérios, pois certos procedimentos podem caracterizar ato de fraudar as normas legais. “A readmissão de empregado demitido é possível, porém, ressalta-se, que o empregador terá mais facilidade para provar a boa intenção acatando o período mínimo de 90 (noventa) dias entre a demissão (quando houver liberação FGTS e seguro-desemprego) e recontratação do mesmo empregado” (artigo 2° da Portaria n° 384, de 19.06.1992 do MTE). Quando ocorrer dispensa por justa causa ou mesmo o pedido de demissão, não tem o prazo dos 90 (noventa) dias, conforme a Portaria MTE 384/1992, para a recontratação do empregado. Observação: Matéria sobre o assunto, verificar o Boletim INFORMARE nº 22/2016 “READMISSÃO OU RECONTRATAÇÃO DE EMPREGADOS Considerações”, em assuntos trabalhistas. Jurisprudência: RECONTRATAÇÃO DE EMPREGADO EM CURTO PERÍODO APÓS SUA DISPENSA - POSSIBILIDADE. A recontratação de empregado não encontra óbice na legislação trabalhista, desde que não implique, comprovadamente, ofensa a direitos do trabalhador ou tenha sido realizada de forma simulada, com o fim exclusivo de permitir ao trabalhador promover o saque dos depósitos de FGTS (Portaria 384 do MTE, de 19.06.1992) (Processo: RO 2603509 00739-2008-052-03-00-0 – Relator(a): .Jose Miguel de Campos – Publicação: 18.11.2009). 3. RESCISÃO FRAUDULENTA – CARACTERIZAÇÃO Considera-se fraudulenta a rescisão do contrato de trabalho, sem justa causa, ou seja, por parte do empregador, quando o empregado permanece em serviço ou é readmitido no período de 90 (noventa) dias (artigo 2° da Portaria n° 384/1992), contado da data da rescisão contratual, ou mesmo readmitir com novo contrato entre as partes, reduzindo o salário do empregado, ou excluindo alguma vantagem prevista no contrato anterior, entre outras situações. Poderá também ocorrer por parte do Ministério do Trabalho, o levantamento pela fiscalização, envolvendo a possibilidade de fraude ao Seguro-Desemprego, pois este benefício está diretamente ligado à demissão sem justa causa. Considera-se fraudulenta a rescisão do contrato de trabalho, quando: a) a rescisão for sem justa causa e o empregado permanece em serviço ou é readmitido no período de 90 (noventa) dias (artigo 2° da Portaria n° 384/1992), contado da data da rescisão contratual; b) readmitir com novo contrato entre as partes, reduzindo o salário do empregado; ou c) excluir alguma vantagem prevista no contrato anterior, entre outras situações. E conforme o artigo 3º da Portaria nº 384, de 19 de junho de 1992, do MTE constatada a prática da rescisão fraudulenta, o agente da inspeção do trabalho levantará todos os casos de rescisão ocorridos nos últimos 24 (vinte e quatro) meses para verificar se a hipótese pode ser apenada em conformidade com o art. 1º desta Portaria (ver abaixo). Também o parágrafo único, do artigo 3º da Portaria acima, dispõe que o levantamento a que se refere, envolverá também a possibilidade de ocorrência de fraude ao seguro-desemprego, hipótese em que será concomitantemente aplicada a sanção prevista no art. 25 da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990. “Art. 1º da Portaria nº 384/1992. A inspeção do trabalho dará tratamento prioritário, entre os atributos de rotina, à constatação de casos simulados de rescisão do contrato de trabalho sem justa causa, seguida de recontratação do mesmo trabalhador ou de sua permanência na empresa sem a formalização do vínculo, presumindo, em tais casos, conduta fraudulenta do empregador para fins de aplicação dos §§ 2º e 3º, do art. 23, da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990”. Ressalta-se que de acordo com o artigo 9° da CLT serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir, ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na Consolidação das Leis do Trabalho.

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“O legislador determina que pretendendo o empregador readmitir um trabalhador, deverá estar atento para que não fique caracterizada a prática de rescisão fraudulenta e também para que não seja considerada a unicidade dos contratos”. Importante: Constatada a prática da rescisão fraudulenta, conforme a Portaria nº 384, de 19.06.1992 do Ministério do Trabalho e Emprego, artigo 3° e parágrafo único, o agente da inspeção do trabalho levantará todos os casos de rescisão ocorridos nos últimos 24 (vinte e quatro) meses para verificar se a hipótese pode ser apenada em conformidade com o art. 1° desta Portaria. E o levantamento a que se refere este artigo envolverá também a possibilidade de ocorrência de fraude ao seguro-desemprego, hipótese em que será concomitantemente aplicada a sanção prevista no art. 25 da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990. Observação: Também verificar o Boletim INFORMARE nº 22/2016 “READMISSÃO OU RECONTRATAÇÃO DE EMPREGADOS Considerações”, em assuntos trabalhistas. Jurisprudências: RESILIÇÃO CONTRATUAL. FRAUDULENTA. NULIDADE DECLARADA. UNICIDADE CONTRATUAL RECONHECIDA. MANUTENÇÃO. Os atos patronais consistentes na dispensa do empregado e na sua imediata recontratação em curtíssimo espaço temporal sem, contudo, ocorrer efetiva interrupção na prestação de serviços por este em prol do mesmo empregador, são nulos de pleno direito, a teor do disposto no artigo 9º da CLT, implicando, conseqüentemente, no reconhecimento da unicidade do vínculo empregatício. (Processo: RO 171201000923000 MT 00171.2010.009.23.00-0 - Relator(a): DESEMBARGADOR EDSON BUENO - Julgamento: 22.03.2011) RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO FRAUDULENTA. RECEBIMENTO INDEVIDO DE SEGURO-DESEMPREGO E SAQUE DO FGTS. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. ESTADO DE NECESSIDADE. MULTA. VALOR UNITÁRIO. REDUÇÃO. Comprovadas materialidade e autoria delitivas na forma de rescisão simulada de contrato laboral, realizada entre patrão e funcionário, que acarretou a retirada indevida de seguro-desemprego e saque do FGTS. O eventual reconhecimento das excludentes da ilicitude ou da culpabilidade devem ser precedidas de prova material carreada aos autos. Redução do valor unitário do dia-multa, em virtude da situação econômica declarada pelo apelante por ocasião de seu interrogatório (TRF4 - Apelação Criminal: ACR 958 RS 2006.71.15.000958-1- Julgamento: 21.07.2010 Órgão Julgador: Oitava Turma) 3.1 - Após Rescisão Sem Justa Causa O empregador que demite sem justa causa um empregado, ele pode desejar em um futuro próximo recontratá-lo por necessidade de serviço, reestruturação administrativa ou outros motivos. Porém, existem empregadores que tem o hábito de rescindir contrato de trabalho para logo após readmitir com novo contrato, onde reduz o salário do empregado, ou mesmo exclui algumas vantagens que o empregado tinha no contrato anterior, então, deverá ter cuidado. De acordo com o artigo 9º da CLT serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir, ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na Consolidação das Leis do Trabalho. Quando a rescisão for sem justa causa e o empregado permanecer em serviço ou for readmitido no período de 90 (noventa) dias, será considerada rescisão fraudulenta, para fins do FGTS (artigo 2° da Portaria n° 384/1992). E conforme o artigo 3º da Portaria nº 384, de 19 de junho de 1992, do MTE constatada a prática da rescisão fraudulenta, o agente da inspeção do trabalho levantará todos os casos de rescisão ocorridos nos últimos 24 (vinte e quatro) meses para verificar se a hipótese pode ser apenada em conformidade com o art. 1º desta Portaria. Também o parágrafo único, do artigo acima, o levantamento a que se refere envolverá também a possibilidade de ocorrência de fraude ao seguro-desemprego, hipótese em que será concomitantemente aplicada a sanção prevista no art. 25 da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990. Ressalta-se, que, se a rescisão for seguida de readmissão e houver a realização da liberação de saque de FGTS e também o pagamento de seguro-desemprego, ainda que a empresa tenha pago todas as verbas indenizatórias, o procedimento poderá ser considerado ilegal. 3.2 - Pedido De Demissão Os legisladores não têm entendido que no pedido de demissão e logo após ocorrer uma recontratação não caracteriza uma rescisão fraudulenta, pois a decisão foi tomada pelo empregado e, conforme o tipo de rescisão, ele não tem o direito ao saque do FGTS e nem ao recebimento do seguro-desemprego.

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“O entendimento é o de que este dispositivo se aplica apenas nos casos da dispensa arbitrária ou sem justa causa, pois se o motivo do desligamento for o pedido de demissão, não estaria havendo fraude ao FGTS, tendo em vista que neste caso não haveria o saque”. 3.3 - Salário Inferior No caso da recontratação do empregado, é risco ele receber salário inferior ao que recebia quando foi desligado da empresa, salvo se a carga horária vier a ser menor que a anteriormente praticada, ou seja, respeitando a redução do salário na mesma proporção da redução de horário (artigo 7° da CF/88). “Artigo 7°, inciso VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo”. O empregador também terá que ficar atento, pois se ficar comprovado que a readmissão foi realizada apenas com a finalidade de reduzir o salário do empregado, a rescisão será nula, conforme dispõe o artigo 9º da CLT: “Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir, ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação”. Jurisprudência: SALÁRIO. CONTRATAÇÃO DE VALOR INFERIOR EM RELAÇÃO AO PRIMEIRO CONTRATO. POSSIBILIDADE. A proibição do art. 7º, inciso VI, da CF, e do art. 468 da CLT é restrita ao período em que o contrato está em vigor, não se aplicando nas recontratações do empregado. (Processo: AI 2153200103502003 SP 02153-2001-035-02-00-3 – Relator(a): Luiz Edgar Ferraz De Oliveira – Julgamento: 28.04.2005) 3.4 - Matriz/Filial/Grupo Econômico A Legislação Trabalhista, no artigo 2º, § 2º, da CLT, considera como grupo econômico “sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas”. O empregado que trabalha para uma empresa do mesmo grupo econômico, presta serviços para todo o grupo, então, havendo a necessidade do mesmo laborar em uma das empresas, não existe obrigação de rescindir o contrato de trabalho, apenas a transferência entre as empresas, desde que haja anuência dos empregados e que este fato não lhes acarrete qualquer prejuízo, conforme dispõe o artigo 468 da CLT. E esta transferência deverá ser anotada na CTPS do empregado, na página de Anotações Gerais, nas fichas ou livros de registros de empregados e informações enviadas pelo CAGED, RAIS, GEFIP/SEFIP. Ao ser transferido para a outra empresa, o empregado mantém os mesmos níveis de salário e de benefício que recebia anteriormente, pois, afinal, não houve ruptura ou abertura do contrato de trabalho, mas simples transferência para outra empresa do grupo. As empresas pertencentes ao grupo econômico, portanto, configuram um único empregador em face dos contratos de trabalhos celebrados. Jurisprudências: DISPENSA E READMISSÃO EM CURTO PRAZO EM EMPRESA DE MESMO GRUPO ECONÔMICO. RESCISÃO SIMULADA. FRAUDE. Se o reclamante é dispensado e readmitido em curto prazo no mesmo grupo econômico, é imperativa a decretação da unicidade contratual, prevalecendo a data da admissão do primeiro contrato de trabalho como termo inicial e a data de término do segundo como termo final. Apelo patronal a que se nega provimento, no aspecto. (Processo: RO 00124157420155010571 RJ – Julgamento: 28.06.2016) UNICIDADE CONTRATUAL. RECONTRATAÇÃO. Ocorrida a demissão do empregado em um dia pela “matriz”, e a recontratação no outro dia pela “filial”, tratando-se da mesma empresa, e sem alteração substancial na atividade, impõe-se a declaração da unicidade contratual, para todos os efeitos legais. TRT-PR-04440-2008-322-09-00-4-ACO-05646-2010 - 4A. TURMA. Relator: LUIZ EDUARDO GUNTHER. Publicado no DJPR em 26.02.2010. Observações: Verificar também o item “4” desta matéria “Unicidade de contrato de trabalho”.

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Matéria completa sobre Grupo Econômico, verificar no Boletim INFORMARE nº 09/2014, em assuntos trabalhistas. 4. UNICIDADE DE CONTRATO DE TRABALHO “Unicidade de contrato de trabalho ou continuidade do contrato de trabalho, entende-se como o reconhecimento de um único contrato de trabalho, em casos em que o espaço temporal entre a demissão e a readmissão, pela mesma empresa é pequeno”. E conforme o artigo 9º da CLT serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir, ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. Jurisprudências: UNICIDADE CONTRATUAL. INEXISTÊNCIA. Hipótese em que os interregnos de tempo entre os sucessivos contratos de trabalho do reclamante com a reclamada são superiores ao prazo previsto no art. 452 da CLT, que é de 6 meses. Além disso, a peculiaridade fática da reclamada, em que o aumento das atividades ocorre de forma sazonal, por tratar-se de cooperativa agrícola, permite concluir não ter ela, com as sucessivas contratações e resilições do contrato de trabalho, utilizado de subterfúgios para fraudar a legislação trabalhista, mas sim ter agido de acordo com sua real necessidade de trabalho. Mantém-se a sentença que indefere o pedido de unicidade contratual. Recurso desprovido, no aspecto. (...) (Processo: RO 6239820105040221 RS 0000623-98.2010.5.04.0221 – Relator (a): ANGELA ROSI ALMEIDA CHAPPER - Julgamento: 10.05.2012) RESILIÇÃO CONTRATUAL. FRAUDULENTA. NULIDADE DECLARADA. UNICIDADE CONTRATUAL RECONHECIDA. MANUTENÇÃO. Os atos patronais consistentes na dispensa do empregado e na sua imediata recontratação em curtíssimo espaço temporal sem, contudo, ocorrer efetiva interrupção na prestação de serviços por este em prol do mesmo empregador, são nulos de pleno direito, a teor do disposto no artigo 9º da CLT, implicando, conseqüentemente, no reconhecimento da unicidade do vínculo empregatício. (Processo: RO 171201000923000 MT 00171.2010.009.23.00-0 – Relator(a): Desembargador Edson Bueno – Julgamento: 22.03.2011) UNICIDADE CONTRATUAL. RECONTRATAÇÃO. Ocorrida a demissão do empregado em um dia pela “matriz”, e a recontratação no outro dia pela “filial”, tratando-se da mesma empresa, e sem alteração substancial na atividade, impõe-se a declaração da unicidade contratual, para todos os efeitos legais.(TRT-PR-04440-2008-322-09-00-4-ACO-05646-2010 - 4A. TURMA. Relator: LUIZ EDUARDO GUNTHER. Publicado no DJPR em 26.02.2010) UNICIDADE CONTRATUAL. SUCESSIVOS CONTRATOS DE SAFRA. APLICAÇÃO DO ARTIGO 453 DA CLT. FRAUDE. O mero pagamento da indenização prevista no art. 453 da CLT, a cada contratação do demandante, não exclui a unicidade contratual, pois a aplicação da parte final deste artigo pressupõe a legalidade dos contratos por prazo determinado firmados sucessivamente. Ou seja, o pagamento da indenização do art. 453 da CLT não gera presunção absoluta de validade dos contratos firmados, não se operando a excludente quando há prova de fraude nas rescisões. No caso dos autos, a ação trabalhista foi ajuizada dentro do biênio prescricional a que se refere o art. 7º, XXIX, da Constituição da República. Incidência da Súmula n.º 156 do TST. Recurso de que se conhece e a que se nega provimento. ... (RR-92300-47.2003.5.15.0029 de 8ª Turma, 30 de Junho de 2010) UNICIDADE CONTRATUAL. CARACTERIZAÇÃO. Sucessivas contratações e rescisões com intervalos não superiores a um mês, para trabalho em atividade fim da empresa, previsível e planejável, caracterizam um único contrato para todo o período. Incidência do art. 9º da CLT. Agravo de Instrumento a que se nega provimento (Processo: AIRR 473402820025180006 47340-28.2002.5.18.0006 – Relator(a): Vantuil Abdala – Julgamento: 08.10.2008) 5. SITUAÇÕES A SEREM EVITADAS O empregador deverá evitar algumas situações na recontratação de empregado, tais como: a) recontratação do empregado que antecedeu a um contrato determinado, dentro do prazo de 6 (seis) meses (artigo 452 da CLT); “Art. 452 da CLT - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos”.

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b) recontratação do empregado para ganhar salário inferior ao que recebia quando foi desligado da empresa, salvo se a carga horária vier a ser menor que a anteriormente praticada, respeitada a redução do salário na mesma proporção da redução de horário (artigo 7° da CF/88). “Artigo 7°, inciso VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo”. Pois caso seja comprovado fraude na rescisão, esta será nula, conforme estabelece que o artigo 9º da CLT: “Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir, ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação”. Observação: Também verificar o Boletim INFORMARE nº 22/2016 “READMISSÃO OU RECONTRATAÇÃO DE EMPREGADOS Considerações”, em assuntos trabalhistas. 5.1 – Contrato De Experiência Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada (Artigo 443, § 1º, da CLT). O Contrato de Experiência tem como objetivo verificar as condições, referentes ao conhecimento do empregado, como a execução da função a qual foi contratado e assim a sua adaptação ao local de trabalho, a responsabilidade, o zelo, assiduidade, dedicação, relacionamento com superiores, com os colegas e outras obrigações que se lhe são devidas (Artigo 443 da CLT, § 2º, alínea “c”, da CLT). O contrato de experiência tem também por finalidade dar condições de mútuo conhecimento às partes, quer no tocante ao desempenho funcional do empregado, quer na adaptação, integração e nas condições de trabalho, aspectos esses analisados durante o prazo inicial da relação de emprego mantida entre empregado e empregador. E durante a vigência do contrato de experiência, o empregado estará também analisando e as condições que lhe são oferecidas pelo empregador serão adequadas ao seu interesse profissional e pessoal. Importante: “No caso de um empregado que já foi contratado em regime de experiência pela empresa, o qual ele já prestou seus serviços sob a forma de um contrato temporário, é vedado que o empregador, para a mesma função, exija um novo contrato de experiência, pois, o empregador já conhece o trabalho desempenhado pelo empregado”. Observação: Sobre o assunto, verificar o Boletim INFORMARE nº 26/2014 “CONTRATO DE EXPERIÊNCIA Considerações Gerais”, em assuntos trabalhistas. 6. PROCEDIMENTOS NA RECONTRATAÇÃO No caso dos empregados recontratados, os registros admissionais seguem os mesmos procedimentos da Legislação, tais como: a) contrato de trabalho; b) o contrato será registrado na CTPS do empregado; c) a empresa fará um novo registro e abrirá nova Ficha ou nova folha no livro Registro de Empregados; d) os demais procedimentos para a admissão seguirão seu curso normal, como qualquer outro registro, por exemplo, realização do exame admissional. Vale ressaltar que na recontratação do empregado em casos fraudulentos, serão computados no tempo de serviço, para todos os efeitos trabalhistas, os períodos anteriormente trabalhados, inclusive sem formalização de contrato de trabalho, ou seja, computando-se o período em que o empregado esteve prestando serviços ou à disposição da empresa sem registro em CTPS. Observação: Verificar também o item “4” desta matéria, que trata sobre a unicidade contratual. 6.1 – Novo Contrato De Trabalho

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Conforme o artigo 452 da CLT considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. O artigo citado acima tem por objetivo desestimular a aplicação de vários contratos por prazo determinado, ou seja, continuamente pela empresa, tendo como finalidade prejudicar os direitos trabalhistas. Referente às férias o artigo 133 da CLT estabelece que: “Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subseqüentes à sua saída; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)”. Observação: Verificar também o item “4” desta matéria, que trata sobre a unicidade contratual. 7. COMPUTADO COMO TEMPO DE SERVIÇO O tempo de serviço do empregado quando readmitido será computado por períodos, ainda que não contínuos, em que tiver trabalhado anteriormente na empresa, salvo em se tratando o que estabelece o artigo 453 da CLT. “CLT, Art. 453 - No tempo de serviço o empregado, quando readmitido, serão computados os períodos, ainda que não contínuos, em que tiver trabalhado anteriormente na empresa, salvo se houver sido despedido por falta grave, recebido indenização legal ou se aposentado espontaneamente”. O artigo 453 da CLT estabelece que não serão computados os períodos anteriores de vínculo empregatício nos casos de: a) rescisão por justa causa, conforme o artigo 482 da CLT; b) recebimento de indenizações legais, em se tratando de rescisão não-fraudulenta; c) aposentadoria espontânea, em que não se extingue o contrato de trabalho, só sendo rescindido se o empregado pedir demissão, ou for demitido, hipóteses em que receberia as indenizações legais, como, por exemplo, o FGTS. “SÚMULA N° 138 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO) READMISSÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Em caso de readmissão, conta-se a favor do empregado o período de serviço anterior, encerrado com a saída espontânea (ex-Prejulgado nº 9)”. 8. CARACTERIZADA A FRAUDE 8.1 – FGTS A Portaria nº 384, de 19.06.1992, DOU de 22.06.1992, do Ministério do Trabalho e da Administração, proíbe a prática de dispensas sem justa causa e seguidas de recontratação dentro do prazo de 90 (noventa) dias ou de permanência do empregado em serviço sem o contrato de trabalho devido. De acordo com a Portaria, a recontratação poderá caracterizar-se fraudulenta, em decorrência do fracionamento do vínculo empregatício e diminuição de recursos do FGTS, que, consequentemente, afeta na diminuição de aplicação de recursos financeiros na construção de habitações populares, obras de saneamento urbano e infraestrutura. Extraído da jurisprudência abaixo: “Comprovada a fraude perpetrada pelas partes em rescindir o contrato de trabalho para fins de levantamento dos depósitos do FGTS, os valores percebidos pelo seguro-desemprego devem ser devolvidos ao FAT e a multa do FGTS deve ser descontada dos créditos trabalhistas devidos ao autor”. Jurisprudências: RECONTRATAÇÃO DE EMPREGADO EM CURTO PERÍODO APÓS SUA DISPENSA - POSSIBILIDADE. A recontratação de empregado não encontra óbice na legislação trabalhista, desde que não implique, comprovadamente, ofensa a direitos do trabalhador ou tenha sido realizada de forma simulada, com o fim exclusivo de permitir ao trabalhador promover o saque dos depósitos de FGTS (Portaria 384 do MTE, de

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19.06.1992). (Processo: RO 2603509 00739-2008-052-03-00-0 – Relator(a): Jose Miguel de Campos – Publicação: 18.11.2009) RESCISÃO CONTRATUAL FRAUDULENTA. DEVOLUÇÃO DOS VALORES DO SEGURO-DESEMPREGO AO FAT. Comprovada a fraude perpetrada pelas partes em rescindir o contrato de trabalho para fins de levantamento dos depósitos do FGTS, os valores percebidos pelo seguro-desemprego devem ser devolvidos ao FAT e a multa do FGTS deve ser descontada dos créditos trabalhistas devidos ao autor. (Processo: RO 01463200801812007 SC 01463-2008-018-12-00-7 – Relator(a): Viviane Colucci – Publicação: 09.06.2009) JUSTIÇA DO TRABALHO NEGA PEDIDO DE DANO MORAL A TRABALHADORA QUE REALIZOU ACORDO FRAUDULENTO. A Segunda Turma do TRT10ª Região negou pedido de indenização de danos morais a uma ex-empregada da Patrimonial Serviços Especializados Ltda. Segundo a trabalhadora, ela teria sido obrigada a devolver o valor referente à multa de 40% sobre rescisão contratual com a empresa, após ser demitida sem justa causa. Mas a Turma constatou que a rescisão na verdade foi solicitada pela própria empregada, que propôs à empresa um acordo fraudulento. Segundo testemunha, a empregada solicitou o desligamento para realizar uma viagem pessoal. E propôs à empresa que fosse mandada embora com o objetivo de sacar o valor de seu FGTS, que seria usado para viabilizar a viagem. A empresa concordou com a proposta, desde que a empregada devolvesse a multa de 40% sobre a rescisão - que seria paga pela empresa em decorrência da dispensa sem justa causa. De comum acordo, foi concretizada a demissão. Para o juiz Gilberto Augusto Leitão Martins, relator do processo, a conduta da empresa de receber o valor referente à multa rescisória foi grave e seria motivo para gerar indenização por dano moral. No entanto, como o ato foi concretizado a partir de pedido da empregada, o magistrado entende que não cabe dano moral - uma vez que ela não sofreu qualquer coação - como alegou no pedido - tampouco passou por situação capaz de lhe gerar sofrimento ou abalo moral. Processo nº 00819-2008-018-10-00-6-RO. 8.2 - Seguro-Desemprego – Implicações A fiscalização quando constatar a rescisão fraudulenta, ou seja, constatada dispensas fictícias, com o intuito de movimentação dos depósitos da conta vinculada do FGTS, fará apuração sobre a existência do seguro-desemprego e, se também constatar recebimento indevido, será aplicada a sanção à empresa, conforme prevê a Lei nº 7.998, de 1990, em seu artigo 25. “Art. 25. O empregador que infringir os dispositivos desta Lei estará sujeito a multas de 400 (quatrocentos) a 40.000 (quarenta mil) UFIR, segundo a natureza da infração, sua extensão e intenção do infrator, a serem aplicadas em dobro, no caso de reincidência, oposição à fiscalização ou desacato à autoridade. § 1º Serão competentes para impor as penalidades as Delegacias Regionais do Trabalho, nos termos do Título VII da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). § 2º Além das penalidades administrativas já referidas, os responsáveis por meios fraudulentos na habilitação ou na percepção do seguro-desemprego serão punidos civil e criminalmente, nos termos desta Lei”. Observação: Com a extinção da UFIR e como até o momento não houve manifestação do MTE a respeito, deve-se utilizar a última UFIR oficial divulgada - R$ 1.0641. Conforme a “Portaria nº 384, de 19 de junho de 1992, artigo 3º, do MTE Constatada a prática da rescisão fraudulenta, o agente da inspeção do trabalho levantará todos os casos de rescisão ocorridos nos últimos vinte e quatro meses para verificar se a hipótese pode ser apenada em conformidade com o art. 1º desta Portaria. Parágrafo único - O levantamento a que se refere este artigo envolverá também a possibilidade de ocorrência de fraude ao seguro-desemprego, hipótese em que será concomitantemente aplicada a sanção prevista no art. 25 da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990". Extraído da jurisprudência abaixo: “Comprovada a fraude perpetrada pelas partes em rescindir o contrato de trabalho para fins de levantamento dos depósitos do FGTS, os valores percebidos pelo seguro-desemprego devem ser devolvidos ao FAT e a multa do FGTS deve ser descontada dos créditos trabalhistas devidos ao autor”. Jurisprudências: FRAUDE NA RESCISÃO CONTRATUAL E A CONTINUIDADE DA PRESTAÇÃO LABORAL CONCOMITANTE COM O RECEBIMENTO DO BENEFÍCIO RELATIVO AO SEGURO-DESEMPREGO... A Lei nº 7.998/90 determina que cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego a fiscalização do cumprimento do Programa do seguro-desemprego, sendo que a imposição de penalidades compete à Superintendência Regional do Trabalho, bem como, os responsáveis por meios fraudulentos na habilitação ou na percepção do seguro-desemprego serão

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punidos civil e criminalmente. Constatada a fraude na rescisão contratual e a continuidade da prestação laboral concomitante com o recebimento do benefício relativo ao seguro-desemprego, devem as autoridades competentes ser informadas acerca da ilegalidade havida. Nega-se provimento no particular. Recursos aos quais se nega provimento. (Processo: RO 1009201100423009 MT 01009.2011.004.23.00-9 - Relator(a): DESEMBARGADORA MARIA BERENICE - Julgamento: 18.07.2012 RESCISÃO CONTRATUAL FRAUDULENTA. DEVOLUÇÃO DOS VALORES DO SEGURO-DESEMPREGO AO FAT. Comprovada a fraude perpetrada pelas partes em rescindir o contrato de trabalho para fins de levantamento dos depósitos do FGTS, os valores percebidos pelo seguro-desemprego devem ser devolvidos ao FAT e a multa do FGTS deve ser descontada dos créditos trabalhistas devidos ao autor. (Processo: RO 01463200801812007 SC 01463-2008-018-12-00-7 – Relator(a): Viviane Colucci – Publicação: 09.06.2009) 9. FISCALIZAÇÃO A inspeção do trabalho dará prioridade à constatação de simulação de rescisão contratual, por iniciativa do empregador sem justa causa, seguida de recontratação ou permanência do empregado em serviço sem registro. Ressalta-se, que constatada a prática da rescisão fraudulenta, a fiscalização do trabalho levantará todos os casos de rescisões ocorridos nos últimos 24 (vinte e quatro) meses. Conforme a Portaria nº 384, de 19.06.1992, do Ministério do Trabalho, artigos 1º e 3º, após a constatação, por parte da fiscalização do trabalho, das fraudes, serão aplicadas sanções administrativas. “Art. 1º - A inspeção do trabalho dará tratamento prioritário, entre os atributos de rotina, a constatação de casos simulados de rescisão do contrato de trabalho sem justa causa, seguida de recontratação do mesmo trabalhador ou de sua permanência na empresa sem a formalização do vínculo, presumindo, em tais casos, conduta fraudulenta do empregador para fins de aplicação dos §§ 2º e 3º, do art. 23, da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. Art. 3º - Constatada a prática da rescisão fraudulenta, o agente da inspeção do trabalho levantará todos os casos de rescisão ocorridos nos últimos vinte e quatro meses para verificar se a hipótese pode ser apenada em conformidade com o art. 1º desta Portaria. Parágrafo único - O levantamento a que se refere este artigo envolverá também a possibilidade de ocorrência de fraude ao seguro-desemprego, hipótese em que será concomitantemente aplicada a sanção prevista no art. 25 da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990". 10. PENALIDADE/MULTA As sanções administrativas em relação ao FGTS são: TABELA DE MULTAS POR INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO TRABALHISTA – FGTS

INFRAÇÃO Dispositivo Infringido

Base Legal da Multa

Quantidade de UFIR Observações

Mínimo Máximo

FGTS: Falta de depósito Lei nº 8.036/90, art. 23, I

Lei nº 8.036/90, art. 23, § 2º, "b"

10,0000 100,0000 por empregado, dobrado na reincidência

FGTS: Omitir informações sobre conta vinculada

Lei nº 8.036/90, art. 23, II

Lei nº 8.036/90 art. 23, § 2º, "a"

2,0000 5,0000 por empregado, dobrado na reinciência

FGTS: Apresentar informações com erro ou

omissões

Lei nº 8.036/90, art. 23, III

Lei nº 8.036/90 art. 23, § 2º, "a"

2,0000 5,0000 por empregado, dobrado na reincidência

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FGTS: Deixar de computar parcela da remuneração

Lei nº 8.036/90, art. 23, IV

Lei nº 8.036/90 art. 23, § 2º, "b"

10,0000 100,0000 por empregado, dobrado na reincidência

FGTS: Deixar de efetuar os depósitos após a notificação

Lei nº 8.036/90, art. 23, V

Lei nº 8.036/90 art. 23, § 2º, "b"

10,0000 100,0000 por empregado, dobrado na reincidência

Nos casos de fraude, simulação, artifício, resistência, desacato ou embaraço a fiscalização, assim como na reincidência, a multa especificada acima será duplicada, sem prejuízo das demais cominações legais. Segue abaixo as multas por infração à legislação trabalhista, referente ao seguro desemprego: As sanções administrativas em relação ao Seguro-Desemprego são de 400,00 (quatrocentas) a 40.000 (quarenta mil) UFIR, segundo a natureza da infração, sua extensão e a intenção do infrator, a serem aplicadas em dobro, no caso de reincidência, oposição à fiscalização ou desacato à autoridade, além das penalidades civil e criminal (Lei nº 7.998, de 1990, artigo 25). Observação: Cada UFIR equivale a R$ 1,0641. 11. PORTARIA MTB Nº 384/1992 Segue abaixo a Portaria na íntegra: “PORTARIA MTB Nº 384, de 19.06.1992 (DOU de 22.06.1992) O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E DA ADMINISTRAÇÃO, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal, e pelo art. 6º, inciso IV, alínea “a”, e, CONSIDERANDO a necessidade de orientar a fiscalização do trabalho no sentido de coibir a prática de dispensas fictícias, seguidas de recontratação, com o único propósito de facilitar o levantamento dos depósitos da conta vinculada do trabalhador no FGTS; CONSIDERANDO que tal procedimento caracteriza-se como fraudulento, não só em razão do fracionamento do vínculo de emprego, mas também em decorrência da diminuição de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o que determina correspondente redução de importâncias a serem aplicadas na construção de habitações populares, obras de saneamento urbano e infraestrutura, resolve: Art. 1º - A inspeção do trabalho dará tratamento prioritário, entre os atributos de rotina, à constatação de casos simulados de rescisão do contrato de trabalho sem justa causa, seguida de recontratação do mesmo trabalhador ou de sua permanência na empresa sem a formalização do vínculo, presumindo, em tais casos, conduta fraudulenta do empregador para fins de aplicação dos §§ 2º e 3º, do art. 23, da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. Art. 2º - Considera-se fraudulenta a rescisão seguida de recontratação ou de permanência do trabalhador em serviço quando ocorrida dentro dos 90 (noventa) dias subsequentes à data em que formalmente a rescisão se operou. Art. 3º - Constatada a prática da rescisão fraudulenta, o agente da inspeção do trabalho levantará todos os casos de rescisão ocorridos nos últimos 24 (vinte e quatro) meses para verificar se a hipótese pode ser apenada em conformidade com o art. 1º desta Portaria. Parágrafo único - O levantamento a que se refere este artigo envolverá também a possibilidade de ocorrência de fraude ao seguro-desemprego, hipótese em que será concomitantemente aplicada a sanção prevista no art. 25 da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990. Art. 4º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. João Mellão Neto” Fundamentos Legais: Os citados no texto.

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RESCISÃO INDIRETA POR INICIATIVA DO EMPREGADO

Aspectos Trabalhistas

Sumário 1. Introdução 2. Contrato De Trabalho 3. Falta Grave Do Empregador 4. Rescisão Indireta 4.1 - Motivos Que Ensejam A Rescisão Indireta 4.1.1 - Artigo 483 Da CLT 4.1.2 - Atraso No Pagamento Do Salário, Das Férias E Depósito Do FGTS 4.1.3 - Ocorrência De Assédio Moral 4.1.3.1 - Indenizações Por Assédio Moral 4.1.4 – Jurisprudências 5. Rescisão Indireta Em Favor Do Empregado Menor De Idade 6. Solicitação Pela Rescisão Indireta 6.1 - Direitos Do Empregado - Parcelas Rescisórias 7. Culpa Recíproca - Empregado E Empregador 1. INTRODUÇÃO A Consolidação das Leis do Trabalho, como também a Constituição federal trata sobre os direitos trabalhistas e as relações de trabalho. O contrato de trabalho pode ser rescindido por iniciativa do empregador ou do empregado, por ato praticado por qualquer uma das partes que justifique a rescisão contratual, sendo: sem justa causa, por justa causa, a pedido do empregado ou rescisão indireta. Na Legislação Trabalhista existem várias formas de rescisão de contrato, tendo cada uma suas características, como também seus procedimentos, direitos e deveres, tanto da parte do empregador como do empregado. O artigo 483 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) estabelece ao empregado o direito de contestar judicialmente a rescisão indireta, ou mesmo indenizações, solicitando, assim, o término do contrato de trabalho e o pagamento das verbas rescisórias, quando o empregador não cumprir com seus deveres e existindo o reconhecimento destas irregularidades. A rescisão de contrato constitui o cancelamento do respectivo contrato por alguma razão especial. E nesta matéria será tratada sobre a rescisão indireta por iniciativa do empregado, conforme dispõe o artigo 483 da CLT. 2. CONTRATO DE TRABALHO O artigo 442 da CLT conceitua o contrato individual de trabalho como o acordo, tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego, em que as partes, empregado e empregador, estabelecerão critérios, nos modelos da Legislação Trabalhista vigente, tais como a função, a duração da jornada de trabalho, os dias da semana referentes à prestação dos serviços, o valor da remuneração e também a forma de pagamento, entre outros. “O contrato de trabalho cria uma relação obrigacional que foge da autonomia da vontade dos envolvidos, devido à existência de leis e instrumentos coletivos que impõem determinadas regras as partes”. E o artigo 443 da CLT estabelece que o contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbal ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. “Art. 444, da CLT - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes”. No contrato de trabalho o empregado sempre é pessoa física, o serviço prestado não é eventual, o empregado é subordinado ao empregador e o empregador pode ser pessoa física ou jurídica. As cláusulas contratuais visam firmar entre empregador e empregado as obrigações e deveres entre as partes, não devendo ferir, principalmente, os direitos assegurados na Constituição Federal, na CLT ou nas normas coletivas de trabalho.

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3. FALTA GRAVE DO EMPREGADOR Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços (Artigo 2º da CLT). O empregador tem o poder de mando sobre o empregado, porém esta autoridade não lhe dá o direito para tratar este com excessivo rigor, falta de educação ou com discriminação. O empregador também pode praticar atos que, pela sua natureza, levem o empregado, a considerar rescindido seu contrato por justa causa do empregador; é a chamada rescisão indireta do contrato de trabalho. O reconhecimento da rescisão indireta necessita de uma declaração judicial, fazendo jus o empregado ao recebimento de todas as verbas rescisórias, como se demitido sem justa causa. Conforme determina o artigo 483, § 1º, da CLT, o empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do serviço. Em todas as situações citadas nos subitens “4.1 ao 4.1.3”, desta matéria, o empregado poderá ajuizar reclamação trabalhista visando o reconhecimento judicial da justa causa para o empregador. Jurisprudências: FALTA GRAVE DO EMPREGADOR. RESCISÃO INDIRETA. A falta grave do empregador, apta a autorizar a rescisão contratual indireta, nos termos previstos no art. 483 da CLT, deve ser de tal monta que impeça a continuidade da prestação dos serviços. (Processo: RO 00113031520145010051 RJ – Relator(a): Dalva Amelia De Oliveira Munoz Correia – Julgamento: 18.08.2015) FALTA GRAVE DO EMPREGADOR. RESCISÃO INDIRETA. A rescisão indireta corresponde à falta grave do empregador que torne insustentável a continuidade da relação de emprego. (Processo: RO 00002638720145020025 SP 00002638720145020025 A28 – Relator(a): Álvaro Alves Nôga – Julgamento: 02.07.2015) FALTA GRAVE DO EMPREGADOR. RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. IRREGULARIDADE NO RECOLHIMENTO DO FGTS. Firmou-se o entendimento, no âmbito desta Corte, de que o atraso no pagamento e a ausência de regularidade no recolhimento do FGTS por parte do empregador constitui motivo suficiente para dar ensejo à rescisão indireta, nos termos do art. 483, d, da CLT. Recurso de Revista parcialmente conhecido e provido. (Processo: RR 12746020135090133 – Relator(a): Maria de Assis Calsing – Julgamento: 25.02.2015) FALTA GRAVE DO EMPREGADOR. CONFIGURAÇÃO. RESCISÃO INDIRETA. A exigência de prestação de atividade laborativa em dias destinados ao descanso, além da inobservância do intervalo interjornadas configuram falta patronal grave o suficiente para dar azo à rescisão indireta. Apelo patronal improvido. (Processo: RO 00013550820125010055 RJ – Relator(a): Marcelo Antero de Carvalho – Julgamento: 13.11.2013) 4. RESCISÃO INDIRETA Considera-se despedida indireta a falta grave praticada pelo empregador em relação ao empregado que lhe preste serviço, e é caracterizada pelo não cumprimento da Legislação ou das condições contratuais acordadas entre as partes. A despedida indireta ou rescisão indireta é assim denominada porque a empresa ou o empregador não demite o empregado, mas age de modo a tornar impossível ou intolerável a continuação da prestação de serviços. “A rescisão indireta do contrato de trabalho é uma modalidade de demissão na qual o empregado pode, por motivo de falta grave ou de descumprimento de suas obrigações por parte do empregador, solicitar”. Extraído da jurisprudência do subitem “4.1.4” desta matéria: “A rescisão indireta do contrato de trabalho é a modalidade de cessação do contrato de trabalho por decisão do empregado em razão da justa causa praticada pelo empregador (Art. 483 da CLT)”. 4.1 - Motivos Que Ensejam A Rescisão Indireta O descumprimento das prestações contratuais é quando o empregador não cumpre com as obrigações regidas no contrato de trabalho.

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Por exemplo, o empregado com salário menor é obrigado a cumprir tarefas ou funções de outros, de salários maiores, demitidas sem substituição. A jurisprudência vem entendendo que isso gera prejuízos ao empregado, o que afronta o artigo 468 da CLT: “Art. 468 da CLT- Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízo ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança”. a) o atraso no pagamento dos salários dos empregados; b) a falta de antecipação do pagamento das férias; c) o não recolhimento do FGTS; d) tratamento discriminatório do empregador com o empregado, restringindo, de forma injustificada e com rigor excessivo; e) depreciação moral nos empregados, permitindo ambiente de trabalho hostil, em que o empregado é exposto a situações vexatórias; f) ocorrência de assédio moral e sexual; g) desempenhar obrigações incompatíveis com a continuação do serviço; h) entre outros verificados pela justiça do trabalho. 4.1.1 - Artigo 483 Da CLT Conforme o artigo 483 da CLT, o empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrário aos bons costumes, ou alheios ao contrato; b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. Nas hipóteses das letras “d” e “g”, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo. Importante: A jurisprudência tem entendido que não apenas nas hipóteses elencadas nas letras “d” e “g” do artigo 483 da CLT terá o empregado faculdade de permanecer ou não no trabalho, devendo cada caso concreto ser analisado isoladamente: a) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; b) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. 4.1.2 - Atraso No Pagamento Do Salário, Das Férias E Depósito Do FGTS

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A Constituição Federal estabelece em seu artigo 7º, inciso VI, que é vedada a redução salarial por parte do empregador, salvo se pactuado em acordo ou convenção coletiva de trabalho. Assim, se o empregado trabalha por peça, tarefa ou comissão e o empregador as reduz unilateralmente, seja na quantidade ou no percentual, de forma que afete sensivelmente a remuneração, estará cometendo falta grave. Conforme o artigo 459 e § 1° e da CLT, o pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne às comissões, percentagens e gratificações. E quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subseqüente ao vencido. O artigo 145 da CLT determina, que o pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período. O empregador é obrigado a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8% (oito por cento) e 2% (dois por cento) referente ao aprendiz, da remuneração paga ou devida no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas as parcelas de que tratam os artigos 457 e 458 da CLT e também da gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965, conforme dispõe o artigo 27 do Decreto nº 99.684/1990. Constituem infrações à Lei nº 8.036, de 1990 (Artigo 47 do Decreto nº 99.684/1990): a) não depositar mensalmente a parcela referente ao FGTS; b) omitir informações sobre a conta vinculada do trabalhador; c) apresentar informações ao Cadastro Nacional do Trabalhador, dos trabalhadores beneficiários, com erros ou omissões; d) deixar de computar, para efeito de cálculo dos depósitos do FGTS, parcela componente da remuneração; e) deixar de efetuar os depósitos com os acréscimos legais, após notificado pela fiscalização. Segue abaixo entendimentos da justiça do trabalho, conforme as Súmulas n° 13 e 381: “SÚMULA Nº 13 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO) MORA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003: O só pagamento dos salários atrasados em audiência não ilide a mora capaz de determinar a rescisão do contrato de trabalho”. “SÚMULA Nº 381 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO) CORREÇÃO MONETÁRIA. SALÁRIO. ART. 459 DA CLT (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 124 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005: O pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido não está sujeito à correção monetária. Se essa data limite for ultrapassada, incidirá o índice da correção monetária do mês subseqüente ao da prestação dos serviços, a partir do dia 1º. (ex-OJ nº 124 da SBDI-1 - inserida em 20.04.1998)”. 4.1.3 - Ocorrência De Assédio Moral O poder diretivo do empregador a seu empregado, não poderá violar a Constituição Federal, a qual assegura a honra, a dignidade, o respeito à cidadania, à imagem e ao patrimônio moral de todo indivíduo, determinando indenização por danos morais (CF/1988, artigos 1º, 3º e 5º). E de acordo com o artigo 444 da CLT, estabelece que as relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. Durante o contrato de trabalho, as relações interpessoais criadas entre empregadores e empregados muitas vezes impossibilitam a harmonia no ambiente de trabalho. Assim, algumas condutas dos empregadores podem gerar dano à personalidade, à dignidade e à honra do empregado, o que no Direito Trabalhista se dá o nome de assédio moral. Nas relações de trabalho, conviver com tal situação torna a execução das obrigações contratadas tormentosa, configurando ambiente desfavorável ao pleno desenvolvimento das atividades a que se propõe o empregado.

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De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, assédio moral é toda e qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, escritos, comportamento, atitude, etc.) que, intencional e frequentemente, fira a dignidade e a integridade física ou psíquica de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho. “Na relação do trabalho, tanto o empregado quanto o empregador não poderão se ofender fisicamente um ao outro, ainda que fora do ambiente da empresa, salvo se for em legítima defesa. Se o empregado sofre uma agressão física e para se defender acaba agredindo o empregador, ainda assim poderá pleitear a despedida indireta pela falta grave cometida pelo empregador, salvo se a agressão praticada pelo empregado em sua defesa seja desproporcional à agressão sofrida, ou seja, não poderá o empregado que levou um soco no rosto se defender com o disparo de arma de fogo.” “Toda e qualquer conduta abusiva manifestando-se, sobretudo por comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possa trazer dano à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, pôr em perigo seu emprego ou degradar o ambiente de trabalho (HIRYGOYEN, 2001, apud AGUIAR, 2006, p.27)”. “ASSÉDIO E DANO MORAL. RIGOR EXCESSIVO. REPETIÇÃO. TRATAMENTO INADEQUADO. ESGOTAMENTO MORAL. REPARAÇÃO DEVIDA. RESCISÃO INDIRETA. CONFIGURAÇÃO. Se a prova oral demonstrou que a empregadora, através de seus prepostos, tratava a demandante com rigor excessivo, repetidas vezes, de forma agressiva, atacando-lhe, em certas oportunidades, sem justificativas plausíveis, faz jus a obreira à respectiva reparação desses prejuízos morais, além de lhe ser garantido o direito de rescindir o contrato, de forma indireta, na forma do art.483, b, da CLT. Rejeita-se. (Processo: RO 1636007120095010054 RJ – Relator(a): Enoque Ribeiro dos Santos)”. Observação: Matéria completa sobre Assédio Moral, verificar Boletim INFORMARE nº 51/2014, em assuntos trabalhistas. 4.1.3.1 - Indenizações Por Assédio Moral O contrato de trabalho revela mais que uma necessidade da sociedade de regulamentar uma relação de trabalho, ele visa resguardar os valores e princípios constitucionais, transcende a forma de meio de materialização de uma relação jurídica, por onde se exterioriza a vontade das partes, para o nível de protetor de direitos fundamentais. Devem-se respeitar as cláusulas contidas no contrato de trabalho, não somente por ele estabelecer uma relação jurídica, com garantias e obrigações estritamente ligadas ao ramo do Direito Trabalhista, mas também para área da saúde, como a psiquiatria, psicologia e medicina do trabalho, que buscam garantir o bem-estar do indivíduo. Caracterizado o dano e configurado o assédio moral, tem-se legalmente gerada a obrigação de reparação do dano pelo cometimento de ato ilícito e “O ato ilícito é praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direito subjetivo individual. Causa dano patrimonial ou moral a outrem, criando o dever de repará-lo (CC, art. 927)” (DINIZ, 2004, p.196)”. “INDENIZAÇÃO POR ASSÉDIO MORAL. Faz jus o reclamante à indenização por assédio moral quando demonstrado que era submetido a agressões verbais. (Processo: RO 00102149120135010244 RJ – Relator(a): Tania Da Silva Garcia)”. Observações importantes: Muitas vezes o empregador é representado por seus prepostos (Gerentes, Supervisores, Diretores, Presidentes e etc.) e o ato praticado por estes aos empregados, na relação do contrato de trabalho e sendo enquadrado em um dos motivos previstos no artigo 483 da CLT, pode acarretar a despedida indireta. O empregador deverá ter cuidado ao penalizar o empregado de forma desproporcional a uma falta leve cometida pelo empregado, como por exemplo, aplicar uma suspensão por um único e primeiro ato de atraso ao trabalho. 4.1.4 – Jurisprudências RESCISÃO INDIRETA. A comprovada falta de depósitos relativos ao FGTS enseja a rescisão indireta do contrato de trabalho, pela incidência do art. 483 da CLT. Recurso provido. (...) (Processo: RO 4873020115040201 RS 0000487-30.2011.5.04.0201 - Relator(a): Angela Rosi Almeida Chapper - Julgamento: 23.08.2012) RESCISÃO INDIRETA. FALTA GRAVE DO EMPREGADOR CONFIGURADA. A rescisão indireta do contrato de trabalho é a modalidade de cessação do contrato de trabalho por decisão do empregado em razão da justa causa praticada pelo empregador (art. 483 da CLT). Para sua configuração, mister que a falta cometida pelo empregador

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seja de tal gravidade que abale ou torne impossível a continuidade do contrato, o que restou provado nos autos, eis que as faltas cometidas pela ré, ao reiteradamente atrasar o pagamento de salários e, ainda, ao deixar de efetuar o recolhimento de parcelas de FGTS por longo período contratual implicam descumprimento de obrigações legais e contratuais suficientemente graves para justificar a rescisão indireta do contrato de trabalho da autora. Ademais, as práticas adotadas pela ré, as quais afrontaram a dignidade do empregado já seria motivo suficiente para justificar o rompimento contratual por culpa da empregadora. (Processo: RO 00636201102503002 0000636-96.2011.5.03.0025 – Relator(a): Convocado Antonio G. de Vasconcelos – Publicação: 09.12.2011) RESCISÃO INDIRETA. Hipótese em que a conduta adotada pela reclamada, ao adimplir com atraso os salários de seus empregados, repetidamente, caracteriza o grave descumprimento de suas obrigações contratuais, autorizando a rescisão contratual por iniciativa da autora. Provimento negado. (TRT23. 5a Turma. Relator o Exmo. Juiz João Batista de Matos Danda - Convocado. Processo n. 0010100- 54.2009.5.04.0004 RO. Publicação em 28.10.11) RESCISÃO INDIRETA: O pedido de rescisão indireta deve ser apreciado de forma criteriosa, sob pena do órgão jurisdicional ser conivente com pretensão infundada da parte que deseja rescindir o contrato por iniciativa própria, com o recebimento de verbas salariais inerentes a rescisão "sem justa Causa", razão pela qual deve ser observado os termos do artigo 483 da CLT. (TRT/SP - 00275200937102000 - RO - Ac. 8ªT 20090832536 - Rel. Lilian Lygia Ortega Mazzeu - DOE 13.10.2009) RESCISÃO INDIRETA - A anotação da CTPS com data incorreta, a falta de depósitos do FGTS por mais de 10 meses e o atraso salarial, autorizam a rescisão indireta do contrato pelo empregado na forma do art. 483 da CLT. (TRT/SP - 02141200743102001 - RS - Ac. 11ªT 20090760918 - Rel. Jomar Luz de Vassimon Freitas - DOE 22.09.2009) 5. RESCISÃO INDIRETA EM FAVOR DO EMPREGADO MENOR DE IDADE Quando o empregador não cumprir com as medidas possíveis e recomendadas pela autoridade competente, para que o menor seja alterado na função, caso exerça atividade prejudicial à saúde, prevê também uma hipótese de rescisão indireta do contrato de trabalho, conforme artigo 407 da CLT: “Art. 407 da CLT- Verificado pela autoridade competente que o trabalho executado pelo menor é prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento físico ou a sua moralidade, poderá ela obrigá-lo a abandonar o serviço, devendo a respectiva empresa, quando for o caso, proporcionar ao menor todas as facilidades para mudar de funções. Parágrafo único - Quando a empresa não tomar as medidas possíveis e recomendadas pela autoridade competente para que o menor mude de função, configurar-se-á a rescisão do contrato de trabalho, na forma do art. 483”. Observação: Matéria completa sobre o trabalho do menor, verificar Boletim INFORMARE n° 14/2014, em assuntos trabalhistas. 6. SOLICITAÇÃO PELA RESCISÃO INDIRETA Para caracterizar a rescisão indireta do contrato de trabalho, o empregado deverá mover uma ação trabalhista, de natureza declaratória, em que o poder judiciário declarará a rescisão indireta do contrato de trabalho por culpa do empregador, em decorrência de conduta grave do empregador, onde, o empregador irá ser notificado dos motivos, pois caso contrário, possibilitará ao empregador considerar a sua ausência o trabalho, como abandono de emprego. E haverá a obrigação do empregador de efetuar o pagamento dos direitos que cabem ao trabalhador. “Poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até o final da decisão do processo, mas somente nas hipóteses das letras “d” e “g” do artigo 483 da CLT, sendo que, nos demais casos, deverão retirar-se da empresa, sob pena de não ser reconhecida sua reclamação. Ainda que a legislação preveja as hipóteses acima ao empregado, este poderá optar por aguardar o julgamento sem manter o vínculo empregatício, correndo o risco de perder a procedência da reclamação e, concomitantemente, perder também o emprego por abandono”. “Art. 483 da CLT. O empregado poderá considerar rescindindo o contrato e pleitear a devida indenização quando: ... d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

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... g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários”. Vale ressaltar, que o empregado que pleitear a despedida indireta necessariamente terá que provar o ato grave e faltoso do empregador, seja por meio de provas documentais ou testemunhais. Uma vez comprovado, terá o direito a todas as verbas rescisórias como se fosse demitido sem justa causa. 6.1 - Direitos Do Empregado - Parcelas Rescisórias Em uma rescisão indireta os direitos trabalhistas são semelhantes à demissão sem justa causa, tendo o empregador de pagar as verbas rescisórias, tais como o aviso prévio indenizado, as repercussões nas férias, o décimo terceiro salário, a indenização de 40% (quarenta por cento) sobre o FGTS e ainda liberação das guias relativas ao seguro-desemprego. “Evidenciados os eventos que determinam a rescisão indireta, o empregado terá direito ao recebimento do saldo existente no FGTS, ao eventual seguro desemprego e as demais verbas correlatas a demissão sem justa causa”, conforme se segue abaixo. Os direitos do empregado, referentes às verbas rescisórias na ocasião de rescisão indireta são determinas pelo juiz do trabalho, após a conclusão da reclamatória trabalhista, que poderão ser: a) saldo de salário, inclusive horas-extras e outros adicionais; b) aviso prévio (Inciso XXI do art. 7º da Constituição Federal de 1988; art. 481 e § 4º do art. 487 da CLT; art. 11 da Instrução Normativa SRT nº 15/2010); c) salário-família (Lei nº 8.213, de julho de 1991, arts. 65 ao 68); d) o pagamento do 13º salário corresponderá a 1/12 da remuneração devida no mês da rescisão por mês de serviço. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como um mês integral (Lei nº 4.090, de 13.07.1962; Instrução Normativa SRT nº 15/2010); e) férias proporcionais, férias vencidas, acrescidas de 1/3 (Artigos 130, 146 e 147 da CLT; Instrução Normativa SRT nº 15/2010; Enunciado da Súmula do TST nº 328); f) direito a sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) acrescido da multa de 40% (quarenta por cento) paga pelo empregador sobre o valor do FGTS. Será exigido comprovante de recolhimento, na conta vinculada do trabalhador, dos depósitos do FGTS correspondentes ao mês da rescisão, e ao mês imediatamente anterior à rescisão, que não houver sido recolhido, e 40% (quarenta por cento) do total dos depósitos relativos à vigência do contrato, acrescidos de atualização monetária e juros (Art. 18 e inciso I do art. 20 da Lei nº 8.036, de 11.05.1990). Caso o empregador não efetue o referido depósito na conta vinculada, a homologação será feita com ressalva, relatando-se o fato no Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT). g) poderá também requerer o seguro-desemprego, devendo-se ressaltar que o objetivo do benefício do seguro-desemprego é prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa, incluindo, neste caso, a rescisão indireta.

RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

Direitos do Empregado

Causa do Afastamento

Saldo Sal.

Aviso Prévio

13º Sal.

Férias Vencidas

Férias Proporc.

Adic. Férias

FGTS mês ant.

FGTS rescisão

Multa FGTS

Indeniz. Adic.

Indeniz. art. 479

CLT

Sal. Família

Rescisão Por Dispensa

Indireta (Menos de 1 Ano)

SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM (4)

SIM (4)

SIM (4)

SIM (2)

NÃO SIM

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TRABALHO E PREVIDÊNCIA – AGOSTO – 34/2016 888

Rescisão Por Dispensa

Indireta (Mais de 1 Ano)

SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM (4)

SIM (4)

SIM (4)

SIM (2)

NÃO SIM

Observações: ... 2) A indenização adicional de um salário será devida no caso de término do aviso prévio, indenizado ou não, ou término antecipado do contrato de experiência, quando for o caso, nos 30 (trinta) dias que antecedem a data-base da categoria. ... 4) O FGTS e a multa de 40% (quarenta por cento), quando for devida, devem ser depositados na conta vinculada junto à CEF; a empresa recolherá também a contribuição social de 10% (dez por cento), totalizando 50% (cinqüenta por cento). 7. CULPA RECÍPROCA - EMPREGADO E EMPREGADOR A culpa recíproca ocorre quando ambos, empregado e empregador cometem falta grave simultaneamente, ou seja, ao mesmo tempo ocorrem faltas que constituem justa causa para a rescisão do contrato. E, dessa forma, como a culpa é aplicada parcialmente a duas partes, o ônus da rescisão também se divide entre os contratantes. O artigo 484 da CLT e a Lei n° 8.036, de 11 de maio de 1990, artigo 18, § 2° estabelecem que havendo a culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade, sendo, neste caso, ao invés da multa de 40% (quarenta por cento) do FGTS, o empregado terá direito apenas a 20% (vinte por cento). “Art. 484 da CLT - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade”. “Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, artigo 18, § 2º. Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte) por cento”. “SÚMULA Nº 14 DO TST (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO). CULPA RECÍPROCA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003: Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais”. Observações importantes: É necessário que haja uma análise do caso, a fim de verificar em que circunstâncias circunscrevem quais os procedimentos a serem tomados, para caracterizar-se justa causa como ato faltoso ou infração grave, praticada pelo empregador. No caso de se tratar de empregado estável, com garantia de emprego, poderá optar pelo ajuizamento de ação trabalhista visando à condenação do empregador à reposição do contrato. Ressaltamos que para justificar a rescisão do contrato é necessário provar a justa causa, contidas nos artigos 483, 482 e 484 da CLT, ou seja, de cada caso. Jurisprudências: CULPA RECÍPROCA. A má conduta da reclamante no local de trabalho justifica a culpa recíproca considerada pelo MM. Juízo de primeiro grau para a dispensa, acarretando a limitação das parcelas rescisórias ao percentual de 50%. Sentença que se mantém. (Processo: RO 00114365920145010018 RJ – Julgamento: 08.12.2015) CULPA RECÍPROCA. Constatada a culpa recíproca da empregada e do empregador, as verbas rescisórias são devidas pela metade, nos termos do art. 484 da CLT e do entendimento entendimento consagrado pela Súmula nº 14 do C. TST. Recurso parcialmente provido. (Processo: RO 3703120115010069 RJ – Relator(a): Marcos Palácio – Julgamento: 18.02.2013) Fundamentos Legais: Os citados no texto.