apostila sobre benefícios previdenciários

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CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Câmara de Pesquisa e Desenvolvimento Profissional Home Page : www.crc.org.br E-mail : [email protected] PREVIDÊNCIA SOCIAL - BENEFÍCIOS André da Silva e Souza Aarão [email protected] [email protected] [email protected] Rio de Janeiro Atualização: 29/08/2008

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Page 1: Apostila sobre Benefícios Previdenciários

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Câmara de Pesquisa e Desenvolvimento Profissional Home Page : www.crc.org.br E-mail : [email protected]

PREVIDÊNCIA SOCIAL - BENEFÍCIOS

André da Silva e Souza Aarão

[email protected] [email protected]

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Rio de Janeiro Atualização: 29/08/2008

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Previdência Social É um sistema de proteção social que assegura o sustento do trabalhador e de sua família, quando ele não pode trabalhar por causa de doença, acidente, gravidez, prisão, morte ou velhice. A Previdência Social mantém dez benefícios diferentes: • Auxílio-doença • Aposentadoria por Invalidez • Auxílio-acidente • Aposentadoria por Idade • Aposentadoria por Tempo de Contribuição • Aposentadoria Especial • Salário-maternidade • Salário-família • Pensão por Morte • Auxílio-reclusão Os benefícios são usufruídos não apenas pelos filiados à Previdência Social como também por seus dependentes, direta ou indiretamente. Apresentaremos alguns conceitos e regras importantes para a compreensão de todos os benefícios, antes de apresentar as características destes. 1. OS SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SÃO, SEGUNDO ART 9º DECRETO 3.048 Empregado Nesta categoria estão: trabalhadores com carteira assinada, trabalhadores temporários, diretores-empregados, quem tem mandato eletivo, quem presta serviço a órgãos públicos, como ministros e secretários e cargos em comissão em geral, quem trabalha em empresas nacionais instaladas no exterior, multinacionais que funcionam no Brasil, organismos internacionais e missões diplomáticas instaladas no país. Não estão nesta categoria os empregados vinculados a regimes próprios, como os servidores públicos.

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Empregado doméstico Trabalhador que presta serviço na casa de outra pessoa ou família, desde que essa atividade não tenha fins lucrativos para o empregador. São empregados domésticos: governanta, enfermeiro, jardineiro, motorista, caseiro, doméstica e outros. Trabalhador avulso Trabalhador que presta serviço a várias empresas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores de mão-de-obra. Nesta categoria estão os trabalhadores em portos: estivador, carregador, amarrador de embarcação, quem faz limpeza e conservação de embarcações e vigia. Na indústria de extração de sal e no ensacamento de cacau e café também há trabalhador avulso. Contribuinte individual Nesta categoria estão as pessoas que trabalham por conta própria (autônomos) e os trabalhadores que prestam serviços de natureza eventual a empresas, sem vínculo empregatício. São considerados contribuintes individuais, entre outros, os sacerdotes, os diretores que recebem remuneração decorrente de atividade em empresa urbana ou rural, os síndicos remunerados, os motoristas de táxi, as diaristas, os pintores, os associados de cooperativas de trabalho e outros. Segurado especial São os trabalhadores rurais que produzem em regime de economia familiar, sem utilização de mão de obra assalariada. Estão incluídos nesta categoria cônjuges, companheiros e filhos maiores de 16 anos que trabalham com a família em atividade rural. Também são considerados segurados especiais o pescador artesanal e o índio que exerce atividade rural e seus familiares. Segurado facultativo Nesta categoria estão todas as pessoas com mais de 16 anos que não têm renda própria, mas decidem contribuir para a Previdência Social. Por exemplo: donas-de-casa, estudantes, síndicos de condomínio não-remunerados, desempregados, presidiários não-remunerados e estudantes bolsistas.

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Da Contribuição dos Segurados Contribuinte Individual e Facultativo Alterações da Lei 6.042 de 12/02/2007 – (redução do percentual de contribuição previdenciária) -Memo Circular 08/INSS/DIRBEN de 14/02/2007, Art. 199-A partir da competência em que o segurado fizer a opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, é de onze por cento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, a alíquota de contribuição: I -do segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado; II -do segurado facultativo – é facultada a contribuição de 11% sobre o salário mínimo, caso a contribuição seja superior ao salário mínimo, o percentual será de 20%. III -especificamente quanto às contribuições relativas à sua participação na sociedade, do sócio de sociedade empresária que tenha tido receita bruta anual, no ano-calendário anterior, de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais). § 1o O segurado que tenha contribuído na forma do caput e pretenda contar o tempo de contribuição correspondente, para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou de contagem recíproca do tempo de contribuição, deverá complementar a contribuição mensal mediante o recolhimento de mais nove por cento, acrescido de juros § 2o A contribuição complementar a que se refere o § 1o será exigida a qualquer tempo, sob pena do indeferimento ou cancelamento do benefício." O segurado que contribui com 11% sobre o salário mínimo, terá direito à: • Aposentadoria por Idade • Auxílio-doença • Salário maternidade • Pensão por porte • Auxílio reclusão • Aposentadoria por Invalidez O segurado não terá direito:

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• De computar esse período de contribuição de 11% para fins de requerimento de aposentadoria por tempo de contribuição (espécie 42) • De computar esse período de contribuição para fins de contagem recíproca (Certidão de Tempo de Contribuição-CTC) Observe o § 1º do art 199 do Decreto 6.042 • OS DEPENDENTES DO SEGURADO CONSIDERADOS BENEFICIÁRIOS DO RGPS SÃO, CONFORME ART 16 DO RPS, SEGUNDO O ART 22 DA IN 20 DE 11/10/2007 Todas aquelas pessoas que dele dependem economicamente. São classificados em três grupos distintos: o cônjuge, o(a)companheiro(a) e os filhos formam um conjunto; os pais, outro e por fim, os irmãos. • Cônjuge, companheiro(a) e filhos menores de 21 anos, não-emancipados ou inválidos; • Pais; • Irmãos menores de 21 anos, não-emancipados ou inválidos. Filhos e irmãos para serem considerados dependentes, devem ter menos de 21 anos de idade, não podem ser emancipados ou serem inválidos. OBS: Enteados ou menores de 21 anos que estejam sob tutela do segurado possuem os mesmos direitos dos filhos, desde que não possuam bens para garantir seu sustento e sua educação. A dependência econômica de cônjuges, companheiros e filhos é presumida. Nos demais casos deve ser comprovada por documentos, como declaração do Imposto de Renda onde conste o beneficiário como dependente, plano de saúde,etc...

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Para ser considerado companheiro(a) é preciso comprovar união estável com segurado(a). A Ação Civil Pública n.º 2000.71.00.009347-0 determina que companheiro(a) homossexual de segurado(a) terá direito a pensão por morte e auxílio-reclusão. A comprovação da dependência econômica não é mais necessária a partir da IN 15 de 15/03/2007. Havendo dependentes de uma classe, exclui-se do direito os integrantes das classes seguintes. CARÊNCIA (art. 26 Decreto 3048) BENEFÍCIO CARÊNCIA Salário-maternidade (*) sem carência para as empregadas, empregadas domésticas e trabalhadoras avulsas -10 contribuições mensais (contribuintes individual e facultativo) -10 meses de efetivo exercício de atividade rural, mesmo de forma descontínua, para a segurada especial. Auxílio-doença 12 contribuições mensais Aposentadoria por invalidez 12 contribuições mensais A carência, para fins previdenciários, nada mais é do que o tempo mínimo exigido para se garantir o recebimento da aposentadoria ou de outros benefícios a que têm direito os segurados. A carência varia de acordo com o benefício solicitado:

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Aposentadoria por idade - 180 contribuições Aposentadoria especial - 180 contribuições Aposentadoria por tempo de contribuição - 180 contribuições Auxílio-acidente - sem carência Salário-família - sem carência Pensão por morte - sem carência Auxílio-reclusão - sem carência OBSERVAÇÃO -A carência do salário-maternidade, para as seguradas contribuinte individual e facultativa, é de dez contribuições mensais, ainda que os recolhimentos a serem considerados tenham sido vertidos em categorias diferenciadas e desde que não tenha havido perda da qualidade de segurado. -Em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzida em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto tiver sido antecipado; -Para o salário-maternidade nas categorias que exijam carência, havendo perda da qualidade de segurada, as contribuições anteriores a essa perda somente serão computadas para efeito de carência depois que a segurada contar, a partir da nova filiação ao RGPS, com, no mínimo, três contribuições, observada a legislação vigente na data do evento. A carência para o segurado empregado e o trabalhador avulso, é contada a partir da data da filiação ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ou sejam da assinatura da CTPS. O segurado empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo têm a carência contada a partir da primeira contribuição paga sem atraso.

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No caso do facultativo não é permitido recolhimento de contribuição anterior à data de inscrição nem com atraso superior a seis meses. Para a contagem de carência considera-se também, o período de contribuição dos segurados filiados a outros regimes próprios de previdência. Neste caso deverá ser apresentado uma Certidão de Tempo de Serviço nos Moldes da Lei 6226, para fins de compensação financeira entre os regimes. (veja item -Contagem Recíproca de Tempo de Contribuição) 2. QUALIDADE DE SEGURADO X FILIAÇÃO AO RGPS É o vínculo que se estabelece entre as pessoas que contribuem para a Previdência Social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações. A filiação obrigatória decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada abrangida pelo RGPS. A facultativa, da formalização da inscrição por ato voluntário e pagamento da primeira contribuição paga em dia. 3. MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO X PERÍODO DE GRAÇA (Decreto 3048) Art.13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente decontribuições: 5.1 -sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; 5.2 -até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; 5.3 -até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; 5.4 -até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso;

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5.5 -até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; e 5.6-até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. O prazo 5.2 será prorrogado para até vinte e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais de 120(cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. OBS: O período de graça será acrescido de mais 12(doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego(através do registro no SINE-Sistema Nacional de Emprego), dentro do período de graça. 4. BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS: Auxílio-doença (Art.71/80 Decreto 3048) Benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, e a Previdência Social paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho. No caso do contribuinte individual (empresário, profissionais liberais, trabalhadores por conta própria, entre outros), a Previdência paga todo o período da doença ou do acidente (desde que o trabalhador tenha requerido o benefício) Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem de contribuir para a Previdência Social por, no mínimo, 12 meses. Para concessão de auxílio-doença é necessária a comprovação da incapacidade em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador de doença ou lesão invocada como causa para a concessão do benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

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Será devido auxílio-doença, independentemente de carência, aos segurados obrigatório e facultativo, quando sofrerem acidente de qualquer natureza. Independe de carência a concessão do benefício para o trabalhador acometido de tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, doença de Paget (osteíte deformante) em estágio avançado, síndrome da deficiência imunológica adquirida (Aids) ou contaminado por radiação (comprovada em laudo médico). O auxílio-doença será devido: I-a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade para o segurado empregado, exceto o doméstico; II -a contar da data do início da incapacidade, para os demais segurados; ou III -a contar da data de entrada do requerimento, quando requerido após o trigésimo dia do afastamento da atividade, para todos os segurados. Art.73. O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o mesmo estiver exercendo. Art.74. Q uando o segurado que exercer mais de uma atividade se incapacitar definitivamente para uma delas, deverá o auxílio-doença ser mantido indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades.

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Art.75. Durante os primeiros quinze dias consecutivos de afastamento daatividade por motivo de doença, incumbe à empresa pagar aosegurado empregado o seu salário. O auxílio-doença cessa pela recuperação da capacidade para o trabalho, pela transformação em aposentadoria por invalidez ou Auxílio-acidente de qualquer natureza, neste caso se resultar seqüela que implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. O valor do benefício corresponde a 91% do salário de benefício. www.previdencia.gov.br • Aposentadoria por invalidez (Art. 43/50 do Decreto 3048) Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.

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Quem recebe aposentadoria por invalidez tem que passar por perícia médica de dois em dois anos, se não o benefício é suspenso. A aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade e volta ao trabalho. Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem que contribuir para a Previdência Social por no mínimo 12 meses, no caso de doença. A carência, porém é dispensada nos casos da incapacidade ter sido provocada por acidentes de qualquer natureza ou doenças previstas em lei. O valor do benefício é de 100% do salário de beneficio, com acréscimo de 25% caso necessite de assistência permanente de outra pessoa. Obs.: Benefício decorrente de Auxílio-doença Previdenciário ou Acidentário Auxílio-acidente (Art. 104 do Decreto 3048) O auxílio-acidente é um benefício oferecido como indenização ao segurado empregado, trabalhador avulso, segurado especial e ao médico residente, que sofrem lesões ou que apresentem seqüelas de acidente de qualquer natureza (auxílio-acidente previdenciário) ou acidentes do trabalho (auxílio-acidente). O empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não recebem o benefício. Como se trata de benefício indenizatório, pode ser acumulado com outros pagos pela Previdência Social, salvo a aposentadoria. Quando há concessão da aposentadoria, o valor do auxílio-acidente será computado como salário-de-contribuição para efeito de cálculo do salário-de-benefício. Ao contrário dos outros benefícios, para o auxílio-acidente não se exige período de carência. O valor do benefício corresponde a 50% do salário de benefício que deu origem ao Auxílio-doença corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente. Obs.: Benefício decorrente de Auxílio-doença Previdenciário ou Acidentário

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Aposentadoria por Idade (Art. 51/55 do Decreto 3048) A aposentadoria por idade é um benefício que substituirá a renda do trabalhador que alcança idade avançada. Todos os segurados urbanos e rurais têm direito ao benefício. Os homens passam a ter direito ao benefício aos 65 anos e as mulheres aos 60 anos. De idade. Essa regra vale apara os segurados urbanos. No caso de segurados rurais, o limite de idade é reduzido em 5 anos, 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres. Para fins de aposentadoria por idade do trabalhador rural, não será considerada a perda da qualidade de segurado nos intervalos entre as atividades rurícolas, devendo, entretanto, estar o segurado exercendo a atividade rural na data de entrada do requerimento ou na data em que implementou todas as condições exigidas para o benefício. Observações: Para solicitar o benefício, os trabalhadores urbanos inscritos a partir de 25 de julho de 1991 precisam comprovar 180 contribuições mensais. Os rurais têm de provar, com documentos, 180 meses de trabalho no campo. Para os inscritos antes desta data, a carência é a constante da tabela progressiva. De acordo com a Instrução Normativa/INSS/DC nº 20 de 11/10/2007, o trabalhador rural (empregado, contribuinte individual ou segurado especial), enquadrado como segurado obrigatório do RGPS, pode requerer aposentadoria por idade, no valor de um salário-mínimo, até 25 de julho de 2006 (prazo prorrogado para 25/07/2008), desde que comprove o efetivo exercício da atividade rural, ainda que de forma descontínua, em número de meses igual à carência exigida. • O trabalhador não precisa se desligar da atividade para requerer a aposentadoria. • A aposentadoria por idade é considerada irreversível e irrenunciável, a partir do momento em que o segurado recebe o primeiro pagamento. Quando manifestar interesse em desistir do benefício, este será cancelado. Caso esteja em manutenção, sem recebimento, será cessado. O segurado deverá formalizar, por escrito, seu pedido, não cabendo reabertura ou reativação.

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Os filiados até 24 de julho de 1991 devem seguir a tabela abaixo: ANO DE IMPLEMENTAÇÃO CONDIÇÕES DAS MESES DE CONTRIBUIÇÃO EXIGIDOS 1998 102 meses 1999 108 meses 2000 114 meses 2001 120 meses 2002 126 meses 2003 132 meses 2004 138 meses 2005 144 meses 2006 150 meses 2007 156 meses 2008 162 meses 2009 168 meses 2010 174 meses 2011 180 meses Atenção Segundo a Lei 10.666, de 8 de maio de 2003, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão de aposentadoria por idade, desde que o trabalhador tenha cumprido o tempo mínimo de contribuição exigido. Nesse caso, o valor do benefício será de um salário mínimo, se não houver contribuições depois de julho de 1994.

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Aposentadoria por Tempo de Contribuição (Art.56/63 Decreto 3048) A aposentadoria por tempo de contribuição é um benefício de prestação continuada devido ao segurado que completar um período mínimo de contribuição ao sistema previdenciário. Pode ser integral ou proporcional. Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a trabalhadora mulher, 30 anos. Para requerer a aposentadoria proporcional, o trabalhador tem que combinar dois requisitos: tempo de contribuição e a idade mínima. Os homens podem requerer aposentadoria proporcional aos 53 anos de idade e 30 anos de contribuição (mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998, data da EC 20, para completar 30 anos de contribuição). As mulheres têm direito à proporcional aos 48 anos de idade e 25 de contribuição mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16/12/98 para completar 25 anos de contribuição). A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, conforme estabelece a Lei n.º 10.666, de 8 de maio de 2003. O trabalhador terá, no entanto, que cumprir um prazo mínimo de contribuição à Previdência Social. Os inscritos a partir de 25 de julho de 1991 devem ter, pelo menos, 180 contribuições mensais. Os filiados antes dessa data têm de seguir a tabela progressiva. A aposentadoria por tempo de contribuição é irreversível e irrenunciável: a partir do primeiro pagamento, o segurado não pode desistir do benefício. O trabalhador não precisa sair do emprego para requerer a aposentadoria.

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Aposentadoria Especial (Art.64/70 do Decreto 3048) Algumas categorias de trabalhadores têm o período de contribuição reduzido, ou seja, têm direito à aposentadoria especial. Esta é concedida aos segurados empregados, exceto o doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual (este somente em caso de cooperado-trabalho em produção) que tenham trabalhado em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física durante 15, 20 ou 25 anos, de acordo com o nível de exposição a agentes nocivos (químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes) Considera-se atividade especial: • Descanso conforme legislação trabalhista • Férias • Benefícios acidentários • Salário maternidade Para a comprovação da atividade especial desenvolvida até 31/12/2003 deverá ser apresentado os formulários SB-40, DISES-BE 5235, DSS-8030 e DIRBEN 8030, conforme a época, além do LTCAT -Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCA), expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, para as atividades desenvolvidas a partir de 28/04/1995 A partir de 01/01/2004 -A comprovação será feita em formulário do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), preenchido pela empresa com base em Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCA), expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. Caso o formulário emitido em época própria, no período anterior a 2003 tenha sido extraviado, o segurado deverá apresentar o PPP. A empresa é obrigada a fornecer cópia autêntica do PPP ao trabalhador em caso de demissão.

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Para ter direito ao benefício, o trabalhador inscrito a partir de 25 de julho de 1991 deverá comprovar no mínimo 180 contribuições mensais. Os inscritos até essa data devem seguir a tabela progressiva. A perda da qualidade de segurado não será considerada para concessão de aposentadoria especial, segundo a lei 10.666/03. 17 O valor da aposentadoria especial é de 100% do salário de benefício. A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum dar-se-á de acordo: Tempo a Converter Multiplicadores Mulher Homem (para 30) (para 35) de 15 anos 2,00 2,33 de 20 anos 1,50 1,75 de 25 anos 1,20 1,40 Número de Identificação do Trabalhador – NIT (PIS/PASEP); Documento de identificação (Carteira de Identidade e/ou Carteira deTrabalho e Previdência Social);Cadastro de Pessoa Física -CPF;Carteira de Trabalho e Previdência Social ou outro documento que comprove o exercício de atividade e/ou tempo de contribuição para períodos anteriores a julho de 1994;Laudo Técnico Pericial para todos os períodos de atividade exercida emcondições especiais a contar de 28/04/1995, exceto para o ruído, quedeverá ser apresentado, inclusive, para períodos anteriores a28/04/1995.

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Salário-maternidade (Art.93/103 Decreto 3048) O Salário-maternidade é devido à segurada gestante por 120 dias, 28 dias antes e 91 dias após o parto. Mesmo em caso de parto antecipado, a segurada tem direito ao Salário-maternidade por 120 dias. O benefício foi estendido também para as mães adotivas. O Salário-maternidade é concedido à segurada que adotar uma criança ou ganhar a guarda judicial para fins de adoção: • se a criança tiver até um ano de idade, o Salário-maternidade será de 120 dias; • se tiver de um ano a quatro anos de idade, o Salário-maternidade será de 60 dias; • se tiver de quatro anos a oito anos de idade, o Salário-maternidade será de 30 dias Têm direito ao benefício todas as seguradas do INSS, inclusive as contribuintes individuais e as facultativas. Será devido o Salário-maternidade à segurada especial, desde que comprove o exercício de atividade rural nos últimos dez meses imediatamente anteriores ao requerimento do benefício, mesmo que de forma descontínua. Em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante atestado médico, a segurada terá direito ao Salário-maternidade correspondente a duas semanas. O Salário-maternidade para a segurada empregada consiste numa renda mensal igual à sua remuneração integral e será pago pela empresa, não é vinculado ao teto. O Salário-maternidade para a empregada doméstica, ao último salário de contribuição, ficando sujeito ao teto.

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Havendo necessidade por doença da mãe ou da criança, comprovados por atestado médico e confirmados por perícia-médica do INSS, o período de repouso poderá ser prorrogado por duas semanas ao final dos 120 dias de licença. Há diferença no tempo de carência exigido para as diferentes categorias de trabalhadoras: • Para as empregadas, empregadas domésticas e trabalhadoras avulsas, a concessão do benefício independe de carência, basta ter a qualidade de segurada. • Para as inscritas como contribuinte individual e facultativa, a carência é de 10 (dez) contribuições mensais. • Para a segurada especial somente deverá ser comprovado o efetivo exercício em atividade rural, ainda que de forma descontínua, nos 10 (dez) meses anteriores ao início do benefício. O período de benefício conta como tempo de contribuição para aposentadoria. Salário-família (Art. 81/92 Decreto 3048) Benefício pago aos trabalhadores e aposentados de baixa renda, com salário mensal de até R$ 654,61(seiscentos e cinqüenta e quatro reais e sessenta e um centavos), para auxiliar no sustento dos filhos de até 14 anos incompletos ou inválidos. (Observação: São equiparados aos filhos, os enteados e os tutelados que não possuem bens suficientes para o próprio sustento). De acordo com a Portaria 77 de 12/03/2008, o salário família será de R$ 24,23 (vinte e quatro reais e vinte e três centavos) por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 472,43(quatrocentos e setenta e dois reais e quarenta e três centavos). Para o segurado com remuneração mensal superior a R$ 472,44 e igual ou inferior a R$ 710,88, o valor do Salário-família por filho de até 14 anos incompletos ou inválidos, será de R$ 17,07(dezessete reais e sete centavos)

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Têm direito ao Salário-família os trabalhadores empregados e os avulsos. Os empregados domésticos, contribuintes individuais, segurados especiais e facultativos não recebem Salário-família. Para a concessão do Salário-família, a Previdência Social não exige tempo mínimo de contribuição, entretanto este benefício está condicionado a apresentação anual de atestado de vacinação para as crianças menores de 07 anos e da freqüência escolar para as maiores de (07) sete e menores de 14 anos. Atenção: O benefício será encerrado quando o (a) filho (a) completar 14 anos. 7. BENEFICIOS PARA DEPENDENTES: A Previdência Social paga benefícios aos dependentes no caso de morte ou reclusão do segurado. PENSÃO POR MORTE (Art. 105/115 Decreto 3048) A pensão por morte é paga aos dependentes quando o segurado falecer. Caso a morte se dê em razão de acidente de trabalho, é concedida a pensão por morte acidentária. O mesmo ocorre caso o segurado já receba aposentadoria por invalidez acidentária. Nos demais caso é concedido a pensão por morte previdenciária. Não há carência para a pensão por morte, basta que se comprove a qualidade de segurado. A pensão tem o mesmo valor da aposentadoria do segurado falecido ou da aposentadoria por invalidez a que teria direito na data do óbito. Caso exista mais de um dependente com direito à pensão, o valor é repartido em partes iguais entre eles. Se o óbito ocorrer após a perda da qualidade de segurado, os dependentes terão direito a pensão desde que o trabalhador tenha cumprido, até o dia da morte, os requisitos para obtenção de aposentadoria, concedida pela Previdência Social.

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OBSERVAÇÕES: • De acordo com a Instrução Normativa/INSS/DC n.º 20 de 11/10/2007, o irmão ou o filho maior inválido fará jus à pensão, desde que a invalidez concluída mediante exame médico pericial seja anterior à data do óbito do segurado, e o requerente não tenha se emancipado até a data da invalidez. • Para os relativamente incapazes ocorre prescrição de acordo com o disposto no art. 3º e inciso I do art. 198 do Código Civil, a contar da data em que tenham completado dezesseis anos de idade e, para efeito de recebimento de parcelas de pensão por morte desde o óbito do instituidor, o requerimento do benefício deve ser protocolado até trinta dias após ser atingida a idade mencionada, independentemente da data em que tenha ocorrido o óbito. • Ou ainda que seja comprovada a incapacidade permanente ou temporária dentro do período de graça (tempo em que o trabalhador pode ficar sem contribuir e, mesmo assim, não perder a qualidade de segurado). A comprovação deve ser por parecer da perícia médica da Previdência Social, com base em atestados ou relatórios médicos, exames complementares, prontuários ou documentos equivalentes. • O benefício deixa de ser pago quando o pensionista morre, quando se emancipa ou completa 21 anos (no caso de filhos ou irmãos do segurado) ou quando acaba a invalidez (no caso de pensionista inválido). • A pensão poderá ser concedida por morte presumida nos casos de desaparecimento do segurado em catástrofe, acidente ou desastre. Serão aceitos como prova do desaparecimento: Boletim de Ocorrência da Polícia, documento confirmando a presença do segurado no local do desastre, noticiário dos meios de comunicação e outros. Nesses casos, quem recebe a pensão por morte terá de apresentar, de seis em seis meses, documento sobre o andamento do processo de desaparecimento até que seja emitida a certidão de óbito. Do segurado(a): Número de Identificação do Trabalhador – NIT (PIS/PASEP) ou número de inscrição do ContribuinteIndividual/Doméstico/Facultativo/Trabalhador Rural, se possuir; Documento de Identificação (Carteira de Identidade e/ou Carteira de Trabalho e Previdência Social);

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Comprovante com o número do benefício (cartão magnético, recibobancário, etc..) (**); Certidão de Óbito; Cadastro de pessoa Física -CPF, se tiver. Para requerer o benefício, apresentar também documentos dodependente:Número de identificação do trabalhador – NIT (PIS/PASEP) ou número de inscrição do Contribuinte Individual/Doméstico/Facultativo/Trabalhador Rural, se possuir;Certidão de Casamento Civil do(a) segurado(a) com o pai ou mãe domenor, quando enteado; Certidão de Tutela expedida pelo juiz competente em que conste osegurado como tutor e o dependente como tutelado; Certidão de NascimentoDocumento de Identificação, a partir de 16 anos de idade, caso seja orequerente; Cadastro de Pessoa Física -CPF, a partir de 16 anos de idade, caso seja o requerente; Comprovante de invalidez atestada através de exame médico-pericial a cargo do INSS, para os maiores de 21 (vinte e um) anos de idade; AUXÍLIO-RECLUSÃO (Art. 116/119 Decreto 3048) Será devido ao conjunto de dependentes do segurado, durante todo o período da detenção ou reclusão do segurado. Os dependentes do segurado que for preso por qualquer motivo têm direito a receber o auxílio-reclusão durante todo o período da reclusão. O benefício será pago se o trabalhador não estiver recebendo salário da empresa, Auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço. Não há tempo mínimo de contribuição para que a família do segurado tenha direito ao benefício, mas o trabalhador precisa ter qualidade de segurado. A partir de 1º de março de 2008, o benefício de auxílio-reclusão será devido aos dependentes do segurado cujo salário-de-contribuição mensal seja de, no máximo R$ 710,08 (setecentos e dez reais e oito centavos), independente da quantidade de contratos.

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Se o segurado, embora mantendo essa qualidade, não estiver em atividade no mês da reclusão, ou nos meses anteriores, será considerado como remuneração o seu último salário-de-contribuição. Após a concessão do benefício, os dependentes devem apresentar à Previdência Social, de três em três meses, atestado de que o trabalhador continua preso, emitido por autoridade competente. Esse documento pode ser a certidão de prisão preventiva, a certidão da sentença condenatória ou o atestado de recolhimento do segurado à prisão. Para os segurados com idade entre 16 e 18 anos, serão exigidos o despacho de internação e o atestado de efetivo recolhimento a órgão subordinado ao Juizado da Infância e da Juventude. O auxílio reclusão deixará de ser pago: • com a morte do segurado e, nesse caso, o auxílio-reclusão será convertido em pensão por morte; • em caso de fuga, liberdade condicional, transferência para prisão albergue ou extinção da pena; • quando o dependente completar 21 anos ou for emancipado; • com o fim da invalidez ou morte do dependente Do segurado(a): Número de Identificação do Trabalhador – NIT (PIS/PASEP); Documento que comprove o efetivo recolhimento à prisão, que deveráser renovado a cada trimestre;Declaração do último empregador onde conste o valor do último salário- de-contribuição, tomado no seu valor mensal; Documento de Identificação (Carteira de Identidade e/ou Carteira deTrabalho e Previdência Social);Cadastro de Pessoa Física -CPF;Formulários: Procuração (se for o caso), acompanhada de documento de identificação e CPF do procurador.Para requerer o benefício, apresentar também a relação dos documentosdo dependente: Esposo(a):

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Número de Identificação do Trabalhador – NIT (PIS/PASEP) ou númerode inscrição do Contribuinte Individual/Doméstico/Facultativo/Trabalhador Rural, se possuir; Certidão de Casamento Civil Certidão de sentença que assegure direito à pensão alimentícia, se divorciado (a) ou separado (a) judicialmente;Documento de Identificação; Cadastro de Pessoa Física – CPF; Filhos: Certidão de Nascimento; Comprovante de invalidez atestado através de exame médico-pericial a cargo do INSS, para os maiores de 21 (vinte e um) anos de idade; Documento de Identificação, caso seja o requerente; Cadastro de Pessoa Física, caso seja o requerente; Declaração do requerente na qual conste que o dependente menor de 21 (vinte e um) anos de idade não é emancipado 8. CÁLCULO DA RENDA MENSAL (Art. 35/39 decreto 3048) A renda mensal do benefício é o valor final a ser pago pela Previdência Social. É resultado de diversas etapas de cálculo que estão descritas nos subitens abaixo. No entanto, há algumas exceções como o Salário-família cuja prestação é um valor fixo e os benefícios do segurado especial, onde a renda mensal do benefício será sempre de um salário mínimo. • SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO: O salário de benefício é o valor básico utilizado para definir a renda mensal dos benefícios, inclusive daqueles regidos por normas especiais. As únicas exceções são o Salário-família, o Salário-maternidade e os benefícios dos segurados especiais. Até 26/11/1999 (Lei 9876) o cálculo do salário de benefício resumia-se a uma simples média aritmética dos 36 últimos salários de contribuição, onde apenas os 12 últimos salários eram corrigidos monetariamente. A lei 9876/99 mudou as regras e aumentou o tempo de período básico de cálculo. A regra dos 36 meses foi extinta, utilizando-se apenas quando for direito adquirido. Agora o salário-de-benefício corresponde à média dos 80% dos maiores salários-de-contribuição do segurado (corrigidos)

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monetariamente), contados sempre a partir de julho/1994 até o mês anterior ao desligamento do trabalho ou da data de entrada do requerimento (para os contribuintes individuais). Nos casos de Aposentadoria por Tempo de Contribuição e Aposentadoria por Idade, deve-se ainda, multiplicar a média pelo fator previdenciário para obter o valor do salário-de-benefício. • FATOR PREVIDENCIÁRIO: O fator previdenciário foi criado para tornar o sistema mais justo e equiparar a contribuição do segurado ao valor do benefício a ser pago, levando em conta o período que ele irá usufruir a aposentadoria. Sua principal função é evitar distorções como as que existiam no modelo anterior. O fator previdenciário leva em conta quatro variáveis básicas: alíquota de contribuição, a idade do segurado, o tempo que ele contribuiu à Previdência Social e a sua expectativa de sobrevida. Esta corresponde ao tempo estimado de vida do segurado no momento em que ele se aposenta. O fator serve para cálculo somente das Aposentadorias por Idade e por Tempo de Contribuição. No primeiro caso, a incidência é opcional, sendo obrigatória apenas nas aposentadorias por tempo de contribuição. O Cálculo do Fator Previdenciário: O fator previdenciário é definido pela seguinte fórmula: Ao destrinchar a fórmula acima, temos: f = fator previdenciário; Tc = tempo de contribuição do segurado; a= alíquota de contribuição do segurado, fixada em 0,31; 25 26

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Es = expectativa de sobrevida do segurado na data da aposentadoria; Id. idade do segurado na data da aposentadoria; Na primeira parte do fator previdenciário, o tempo de contribuição (Tc) é multiplicado pela alíquota (a) e dividido pelo período médio em que o segurado irá receber o seu benefício (Es). Dessa forma, é equalizado1 o período de contribuição de cada segurado, com o tempo médio de recebimento do benefício (expectativa de sobrevida) Na segunda parte do fator, é pago um prêmio para os segurados que permanecerem em atividade, o que pode ser associado a uma taxa de juros. Ou seja, quem sair mais cedo do regime da Previdência Social receberá remuneração menor, uma vez que o “prêmio” cresce com a permanência em atividade. Além de ser extremamente justo remunerar o segurado que permanecer menos tempo com valor de benefício inferior àquele que contribuir por mais tempo, o cálculo permite que o “caixa da Previdência” fique melhor equilibrado, pois o segurado que sair mais cedo – provocando um desembolso antecipado no sistema – receberá um benefício menor. Com a modificação no cálculo, os segurados recebem o benefício de acordo com o valor e o tempo de suas contribuições. Dessa forma, passam a ter incentivos para permanecer em atividade mesmo depois de atingidas as condições para a aposentadoria. 9 – RECIPROCIDADE X AVERBAÇÃO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO O Brasil possui mais de um regime de Previdência Social. Cada regime funciona nas três esferas de governo: União, Estados e Municípios. Durante a vida laboral dos trabalhadores, uma parte significativa poderá contribuir ou pertencer a mais de um deles. Para evitar problemas na aposentadoria, a lei prevê a contagem de tempo de contribuição prestado na iniciativa privada, rural e urbana e 27

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do tempo de contribuição nos regimes próprios de Previdência Social da Administração Pública. A contagem recíproca também permite que seja feita compensação financeira entre os regimes das contribuições recolhidas pelo segurado para diferentes institutos de Previdência Social, que deverá ser feita mediante certidão fornecida pelo setor competente da União, dos Estados e dos Municípios, ou pelo INSS, dependendo do caso. A Certidão de Tempo de Contribuição (CTC) deverá trazer todas as informações relativas ao servidor/trabalhador e a seu passado, constando o tempo líquido efetivamente trabalhado. Recurso O prazo para requerer recurso contra Indeferimento de um pedido de benefício é de, no máximo, 30 (trinta dias) após a ciência da decisão. • 1ª Instância - Nas APS. • 2º Instância – Protocolado na APS, encaminhado à JRPS(Juntas de Recurso); • 3º e última instância administrativa – CAJ (Câmaras deJulgamento – DF)

Revisão • É o ato de rever a concessão do benefício, caso o segurado se sinta insatisfeito e protocole o requerimento. • Poderão ser revistas as mensalidades mediante a apresentação de novos elementos; o tempo de serviço com apresentação de documentos não apresentados anteriormente. Decadência e Prescrição

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• É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato concessório do benefício. • Prescreve em cinco anos, a contar da data que deveria ter sido paga toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência, salvo o direito do menor e dos incapazes. Retroação de DIC - Data do Início da Contribuição X Reconhecimento de exercício de atividade • Para retroagir a Data de Início da Contribuição, é necessário que exista a comprovação da atividade. • A comprovação será mediante a apresentação de documentos que levem a convicção deste exercício. • Ex: Advogado (petições, recibos de pagamentos contemporâneos ao período que deseja comprovar) • Doméstico – Documentos em que tenha “declarado” o exercício desta atividade. • O reconhecimento da atividade e conseqüentemente a retroação de DIC somente será válido para fins de cômputo do tempo de serviço e não para carência, que somente é contada a partir da primeira contribuição paga em dia. DRSCI Declaração de Regularidade de Situação de Contribuinte Individual • Certifica a regularidade quanto ao cadastro e o recolhimento previdenciário previsto na alínea "C" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8212, de 24 de julho de 1991. • A DRS-CI é expedida somente para o contribuinte da categoria "contribuinte individual". Será emitida quando houver;

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• registro de recolhimento ou remuneração de, no mínimo, oito competências nos últimos 12 (doze) meses, se inscrito há doze meses ou mais; • registro de recolhimento ou remuneração de, no mínimo, dois terços das competências do período, arredondando-se, para maior, a fração igual ou superior a cinco décimos, desprezando-se a inferior, se inscrito a menos de doze meses; • Informação de inexistência de recolhimentos, se inscritorecentemente, mas desde que não vencido o prazo pararecolhimento de sua primeira contribuição; • Informação de exercício concomitante de atividade como segurado empregado e que, nesta condição, receba remuneração igual ou superior ao limite máximo do salário de contribuição há pelo menos oito competências nos últimos doze meses. Ano: 2008 Legislação utilizada: Lei 8.213 de 25/07/1991 EC 20 de 16/12/1998 Decreto 3.048 de 06/05/1999 Lei 10.666 de 08/05/2003 Instrução Normativa n.º 20 de 11/10/2007 Decreto 6.042 de 12/02/2007 OI 174/07 Por:

André da Silva e Souza Aarão [email protected]

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