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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA ASSOCIATIVISMO RURAL: UMA ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA BARRA DA ESPINGARDA EM CAICÓ/RN. FÁBIO BATISTA DE SOUZA CAICÓ RN 15/12/2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

ASSOCIATIVISMO RURAL: UMA ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA BARRA DA ESPINGARDA EM

CAICÓ/RN.

FÁBIO BATISTA DE SOUZA

CAICÓ – RN 15/12/2016

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Fábio Batista de Souza

ASSOCIATIVISMO RURAL: UMA ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA BARRA DA ESPINGARDA EM

CAICÓ/RN

Monografia de conclusão de curso apresentada ao Departamento de Geografia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Geografia. Orientadora: Profª. Mª. Isabel Cristina Santos

Caicó – RN 15/12/2016

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN

Souza, Fabio Batista de.

Associativismo Rural: uma análise da Associação Comunitária

Barra da Espingarda em Caicó/RN / Fabio Batista de Souza. -

Caicó: UFRN, 2016.

73f.: il.

Orientador: Ma. Isabel Cristina dos Santos.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ensino Superior do Seridó.

Departamento de Geografia.

Curso de Geografia.

Monografia - Bacharelado em Geografia.

1. Associativismo Rural. 2. Barra da Espingarda. 3.

Desenvolvimento. I. Santos, Isabel Cristina dos. II. Título.

RN/UF/BS-CAICÓ CDU 316.334.55(813.2)

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Fábio Batista de Souza

ASSOCIATIVISMO RURAL:

UMA ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA BARRA DA ESPINGARDA EM CAICÓ/RN

Monografia de conclusão de curso apresentada ao Departamento de Geografia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Geografia e aprovada pela seguinte banca examinadora:

_________________________________________________________

Profª. Mª. Isabel Cristina dos Santos – Orientadora Universidade Federal do Rio Grande Norte – CERES

_________________________________________________________

Profª. Drª. Sandra Kelly de Araújo – Examinadora Universidade Federal do Rio Grande do Norte – CERES

_________________________________________________________

Profe. Me. Djanni Martinho dos Santos Sobrinho – Examinador Universidade Federal do Rio Grande do Norte – CERES

Caicó – RN 15/12/2016

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Dedico a Deus, por ser extremamente paciente e piedoso. A minha família, por me ajudar nos momentos difíceis.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me proporcionado força nessa caminhada

acadêmica e iluminado a minha vida. A minha família, em especial aos meus pais

Francisco Batista de Souza Neto, Margarida Alves de Souza, meus irmãos Fabiano

Batista de Souza, Fabricio Batista de Souza e minha madrinha Kika Rezadeira por

ter cuidado espiritualmente da minha vida. Ao meu amigo Humberto Salustiano da

Cruz “Bebeto” por toda ajuda concedida a minha pessoa. Ao meu grande amigo e

protetor Seu João das Almas por tudo que tem feito na minha vida. A casa de

Oração Nossa Senhora de Fátima e Jesus Misericórdia Divina e ao grupo de oração

por toda ajuda prestada. Aos meus queridos avós Maria Benigna de Medeiros e

Avelino José da Silva pelo amor e consideração a minha pessoa. Aos meus amigos

e companheiros do grupo de estudo Fundão Nerd, Halyson Almeida de Oliveira,

Solange Alves Canuto, Damiana Samara da Silva Santos Gislayne Kilze de

Medeiros Brito Gomes e Tyciane Azevedo Nascimento pela amizade sincera e

companheirismo durante o curso. A minha professora, orientada Msc Isabel Cristina

dos Santos por ter aceitado me orientar para a realização deste trabalho. A Paloma

Maiara de Souza a quem estimo toda minha gratidão, pela ajuda na realização da

pesquisa. A minha professora e amiga Dra Alzira Gabriela Silva Pause pelos

ensinamentos e conselhos que contribuíram para meu crescimento acadêmico. A

Diana Wanderley Mariz (Educadora Social do SEAPAC) pela colaboração, atenção e

gentileza que me foi direcionada durante a realização da pesquisa. A Ana Aline

Morais pela ajuda na obtenção dos dados necessários para a realização da

pesquisa. E a Damião Santos de Medeiros Coordenador do Programa de

Convivência com o Semiárido (SEAPAC) pela a entrevista concedida. E finalmente,

agradeço a todos os associados da Associação Comunitária da Barra da Espingarda

pela colaboração para a realização desse trabalho.

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“Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso e trabalhar em conjunto é a vitória.” Henry Ford

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RESUMO

O foco deste trabalho foi analisar a atuação da Associação Comunitária da Barra da

Espingarda, zona rural do município de Caicó/RN. Para obter os dados foi realizada

uma visita In locu, que buscou analisar, através de dados obtidos em entrevistas e

questionário aplicados com os agricultores familiares e pessoas que ajudam

promover o associativismo rural na Barra da Espingarda. Para a compreensão do

objeto de estudo foi levantado um referencial teórico pautado nas discussões dos

conceitos de associativismo rural, desenvolvimento, desenvolvimento como

liberdade, desenvolvimento local, globalização e território, foi então possível

constatar que atuação Associação Comunitária da Barra da Espingarda deu-se pela

organização dos sócios e concretizados através de projetos e ações que

possibilitaram a construção de infraestrutura que fortaleceu a vida em comunidade

levando a conquista de seus direitos sociais, sendo promotor do desenvolvimento

local. Mostrando a importância do desenvolvimento do tema.

PALAVRAS-CHAVE: Associativismo Rural, Barra da Espingarda, Desenvolvimento.

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ABSTRACT

The focus of this work was to analyze the performance of the Community Association

of Barra da Espingarda, rural area of the municipality of Caicó/RN. To obtain the data

an in locu visit was carried out, which sought to analyze, through data obtained in

interviews and questionnaire applied with the family farmers and people who help to

promote the rural associativism in Barra da Espingarda. In order to understand the

object of study, a theoretical framework based on the concepts of rural associatism,

development, development as freedom, local development, globalization and territory

was raised, it was then possible to contact the community association of Barra da

Espingarda. Organization of the partners and made concrete through projects and

actions that enabled the construction of an infrastructure that strengthened life in

common, leading to the conquest of their social rights, promoting local development.

Showing the importance of developing the theme.

KEYWORDS: Associations Rural, Barra da Espingarda, Development.

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LISTA DE GRÁFICOS

1: Dificuldades Enfrentadas pela Associação ........................................................... 50

2: Avaliação da Situação da Associação de Acordo com os Sócios ......................... 51

3: Relacionamento entre Presidente e os Associados .............................................. 52

4: Qual o nível de contribuição que associação traz ao pequeno produtor rural ....... 53

5: Sobre o que significa associação para os sócios .................................................. 54

6: Motivos dos sócios a participar da associação ..................................................... 55

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LISTA DE MAPAS

1: Mapa da área central da Comunidade Barra da Espingarda. ...............................................17

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LISTA DE TABELA

1: Sexo, Idade, Estado Civil e Escolaridade. ................ Erro! Indicador não definido.

2: Quanto tempo está na associação, Qual a sua Ocupação, Qual o nível de contribuição da associação para a melhoria da sua qualidade de vida ................ Erro! Indicador não definido.

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LISTA DE SIGLAS

BIRD - Banco Mundial

CMMAD – Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

EMATER - Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural

FUNASA - Fundação Nacional de Saúde

MEB – Movimento de Educação de Base

P1MC - Programa Um Milhão de Cisterna

PAPP - Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural

PGPAF – Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar

PNUD – Programa das nações Unidas para o Desenvolvimento

PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

SEAPAC – Serviços de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários

SETHAS - Secretaria de Estado do Trabalho, Habitação e da Assistência Social

STTR - Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Caicó/RN

UNO – Organização das Nações Unidas

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14

2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ..................................................... 16

3. HISTÓRICO DO ASSOCIATIVISMO .................................................................... 19

3.1 Conceito: Associativismo ................................................................................. 22

3.2 Breve Histórico Modernização da Agricultura Brasileira .................................. 25

3.3 Globalização e Agricultura ............................................................................... 28

3.4 Agricultura Familiar .......................................................................................... 29

4. BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO .................................................. 33

4.1 Desenvolvimento Como Liberdade .................................................................. 36

4.2 Desenvolvimento Local .................................................................................... 38

4.3 Território e Território Rural ............................................................................... 40

5. ANÁLISE DA ATUAÇÃO A ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DA BARRA DA

ESPINGARDA EM CAICÓ/RN NA ATUALIDADE....................................................43

5.1 Pesquisa Realizada Com Os Associados e Uma Entrevista Realizada Com a

Presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de

Caicó/RN. ............................................................................................................... 44

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 60

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 62

APENDICE A - APLICADO COM OS SÓCIOS DA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA

DA BARRA DA ESPINGARDA – CAICÓ/RN ........................................................... 66

APÊNDICE B ............................................................................................................ 69

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1. INTRODUÇÃO

O associativismo rural é realizado desde os primórdios da sociedade mesmo

sendo de forma indireta, quando as tribos se organizavam para construir, produzir e

se proteger de outras tribos rivais, assim foi evoluindo o pensamento acerca do

mesmo e sua importância para a sobrevivência da sociedade rural possibilitando o

desenvolvimento dos que o praticava.

No Brasil teve sua Ascensão por volta dos anos 1980 a partir de uma crise

econômica que se instaurou no país, onde os agricultores rurais como única saída

de sobreviver aos problemas ocasionados tanto pela crise econômica quanto a

modernização da agricultura sobre efeito do sistema capitalista impulsionado pela

globalização, assim se organizaram através das associações rurais em busca de

desenvolvimento.

Na comunidade Barra da Espingarda zona rural de Caicó/RN o associativismo

rural surgiu a partir de meados 1993 através da união dos agricultores familiares

como forma de se desenvolver e sanar os problemas existentes no território

comunidade.

Nesse contexto, o interesse pela investigação sobre o associativismo rural e

atuação da associação comunitária da Barra da Espingarda em Caicó/RN na

atualidade identificando o desenvolvimento do território da comunidade acerca

dessa contribuição promovida pela organização dos agricultores familiares.

Tendo como objetivo geral do estudo compreender a atuação da Associação

Comunitária da Barra da Espingarda em Caicó/RN, considerando a contribuição

dessa atuação para o desenvolvimento do território da referida comunidade,

objetivos específico apresentar os principais resultados da atuação da associação

na última década e definir o papel da associação comunitária no território de

Caicó/RN.

Quanto à realização deste estudo foram adotados procedimentos

metodológicos que em um primeiro momento foi realizado uma revisão da pesquisa

bibliográfica fundamentada em livros, artigos, monografias, dissertações e teses que

permitiram as reflexões sobre a temática. Após essa etapa foi realizada a pesquisa

in loco para aplicar o questionário contendo questões abertas e fechadas, na

comunidade no período de 19/11/2016 e a realização de entrevistas não

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estruturadas com a Presidenta dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de

Caicó/RN e Damião Santos de Medeiros Coordenador do Programa de Convivência

com o Semiárido (SEAPAC).

Com intuito de compreender os dados obtidos no questionário foi realizada a

tabulação dos dados em forma de tabelas e gráficos no software Excel 2010 para

uma melhor compreensão das análises das informações adquiridas dos

associados/entrevistados.

Com o objetivo de demarcar a área estudada foi feito o uso software ArcGis®

que é de propriedade da ESRI® (Environmental Systems Research Institute). Os

shapes encontrados dos mapas foram encontrados no site do IBGE. Já a imagem de

satélite foi obtida através do Google Earth Pro que em seguida foi georreferenciada

por meio do SIG e em cima desta imagem elaborou-se o shape demarcando a área

de estudo.

Para uma melhor compreensão do trabalho necessitou-se a divisão do

trabalho em seis capítulos e subcapítulos para além da compreensão manter a

organização do referido trabalho. O segundo capitulo é composto por uma breve

caracterização da Área de Estudo, onde abordou-se os principais aspectos

históricos da área estudada contendo os elementos naturais que compõe o

município e a localidade estudada.

No terceiro capitulo apresenta-se o histórico, conceito e suas características

do associativismo rural, além do entendimento do processo de modernização da

agricultura, procurou-se entender e conceituar a globalização, agricultura familiar. No

quarto capítulo desenvolvimento e território que dão suporte para a construção do

trabalho. E no último capítulo em seguida análise do associativismo rural e atuação

da Associação Comunitária Barra da Espingarda onde será mostrado os resultados

da pesquisa.

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2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Neste capitulo será abordado um sucinto relato sobre a caracterização da

área em estudo, assim num primeiro momento abordaremos a localização

geográfica da área em pesquisa, em um segundo momento será abordado os

elementos naturais que predominam e por último um breve histórico da Associação

comunitária da Barra da Espingarda.

O município de Caicó/RN situa-se na mesorregião Central Potiguar e na

microrregião Seridó Ocidental, limitando-se com os municípios de Jucurutu, Florânia,

São João do Sabugi, Ouro Branco, Jardim do Seridó, São José do Seridó, Cruzeta,

Timbaúba dos Batistas, São Fernando e Serra Negra do Norte e com o Estado da

Paraíba.

A comunidade Barra da espingarda está situada na zona rural no município

de Caicó/RN (Mapa 1), a mesma “situa-se nas coordenadas geográficas 6° 32’ 59”

de latitude Sul e 37° 0’ 43” de longitude Oeste” de acordo com Souza (2015). A

comunidade conta atualmente com uma população de 262 habitantes de acordo

com as informações de Lenilda Julia dos Santos Agente de saúde da comunidade, o

que nos chama atenção que em 2015 em sua pesquisa Souza (2015) estimou a

população da comunidade Barra da Espingarda em 260 habitantes, nota-se que

houve um aumento de dois habitantes de 2015 a 2016.

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Mapa 1: Mapa da área central da Comunidade Barra da Espingarda. Fonte: IBGE/Autor.

Em relação às características naturais do município de Caicó/RN a

comunidade Barra da Espingarda possui características semelhantes do município.

Referente ao clima é Semiárido quente e seco com estação chuvosa se atrasando

para o outono, ao mesmo tempo propiciando um déficit hídrico anual, destacando a

irregularidade pluviométrica se caracterizando como uma marca importante da

climatologia, além de proporcionar níveis muito altos de insolação, apesentando um

elevado índice de evapotranspiração e ventos fracos.

A geologia é composta predominantemente pelo embasamento cristalino, com

seus solos pertencentes à categoria dos Bruno Não- Cálcicos, caracterizados pela

escassa profundidade e vulnerabilidade à erosão segundo GOVERNO DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO NORTE – IICA (2000). Possuindo uma formação vegetal que

“é a Caatinga Subdesértica do Seridó (caatinga hiperxerófila arbóreo-arbustiva),

considerada a vegetação mais seca do Estado, com arbustos e árvores baixas, ralas

e xerofitismo acentuado” como afirma Souza (2015).

A hidrografia do município está localizada na Bacia Hidrográfica do Rio

Piranhas-Açu, que conta com três rios importantes que são os rios Seridó, Sabugi e

Barra Nova. A comunidade Barra da Espingarda é cortada pelo curso do rio Barra

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Nova que desemboca no Açude Itans, que também conta com outro curso d’água

importante é o Riacho da espingarda.

A associação comunitária da Barra da Espingarda teve sua fundação no dia

23 de novembro de 1993, onde se reuniram pessoas com o propósito de compor

uma associação dos moradores da comunidade rural, sob forma de sociedade civil

sem fins lucrativos. Nesse mesmo dia houve uma assembleia geral para a leitura e

discussão do estatuto social onde foi lido artigo por artigo até se concretizar sua

aprovação, logo em seguida aconteceu à eleição apara escolha de seus primeiros

membros da diretoria e do conselho fiscal.

Tendo como o primeiro presidente da associação Ivaldo Dias de Medeiros,

vice-presidente Manoel Galvão Gomes, tesoureiro Luiz Gonzaga de Araújo,

secretária Ana Maria dos Santos e segunda secretária Terezinha Aureliana de

Freitas para membros efetivos do conselho fiscal foram nomeados: Ailton Cicero de

Assis, Benedito Firmino de Freitas e Célio Medeiros.

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3. HISTÓRICO DO ASSOCIATIVISMO

O associativismo surgiu nos primórdios da humanidade quando o homem

sentiu a necessidade de viver em grupos pela sobrevivência, para caçar, pescar,

colher frutos, outros alimentos e para defender o grupo. Observa-se que é da

natureza dos seres humanos a vida em grupo e o trabalho em cooperação, haja

vista que ao longo da história da humanidade, o ser humano evoluiu da vida

individual para o convívio com outras pessoas e em grupo.

Assim no decorrer da história, começaram a surgir às tribos, onde as pessoas

perceberam que unidas, facilitava o trabalho em cooperação, poderiam assim obter

resultados positivos, já que as atividades eram realizadas com maior facilidade.

Com a convivência a comunicação se expandiu, facilitando a realização de

tarefas como se alimentar, se proteger do frio e dos ataques de animais selvagens.

Assim as pessoas aprenderam a caçar com armas feitas de pedras, bem como a

dominar o fogo e a cozinhar.

Há aproximadamente dez mil anos antes de Cristo, na região do Oriente Médio, esses pequenos grupos começaram a recolher sementes silvestres para o plantio. Da consequente organização do trabalho para cultivar a terra surgiu à agricultura, que acelerou sobremaneira o desenvolvimento das sociedades. (BRASIL, 2008, p.7).

Essa força associativa entre os homens evidencia cada vez mais

transformadora: primeiramente, construíram casas com materiais simples, como por

exemplo, casas de barro e varas, essas mesmas deram lugar a lugarejos e, logo

mais, cidades.

Com isso em menos de 2000 anos a sociedade se expandiu, e multiplicou-se

pelo mundo, atravessando os oceanos se adaptando os mais diversos ambientes,

habitando terras, conquistando espaços e delimitando fronteiras e cada vez mais

sentindo a necessidade da cooperação para uma melhor convivência em sociedade.

O associativismo no Brasil vem se constituindo a partir de modelos latino-

americanos desde a época colonial quando notamos sua relação a situações

religiosas ou raciais instituídas com os nativos e os colonizadores.

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No Brasil o associativismo rural foi intensificado, sobretudo a partir dos anos

1980 em virtude da crise econômica que se acarretou dentre outros mais

organizações no meio rural possibilitando se contrapuser a realidade desfavorável, a

partir dessa forma de organização que o espaço rural passou a ser mais estruturado.

Também pela comercialização, problemas que ganharam espaço à medida que se

verificava que a luta pelo acesso à terra ou permanência na terra não resolvia

definitivamente a situação precária de grande parte dos agricultores no país.

O avanço tecnológico desenvolve contradições, pois embora surja na

perspectiva de beneficiar o ser humano que o cria, dificulta o próprio convívio do

homem com seus semelhantes e destes com a natureza. Nesse contexto, torna-se

necessário buscar alternativas para direcionar a questão, sendo cada vez mais

urgente realizar articulações na sociedade, visando uma maior harmonia entre a

sociedade e a natureza, privilegiando o ser humano dentro de um processo de

desenvolvimento.

Atualmente o associativismo rural surgiu como forma de organização pelos

agricultores que encontraram uma forma de se contrapor a sociedade capitalista,

através de projetos alternativos, tecnologias ambientais e de políticas de convivência

na sociedade local em relação ao mercado capitalista.

Para DEMO (2001, p. 30):

O associativismo representa o direito dos direitos, porque é ele que funda a

proposta da organização em torwno do bem comum, como é a constituição

para qualquer país: nela surge a nação, organizada em torno de uma carta

de intenções, que definem direitos e deveres de todos. Associar-se significa

potencializar a competência humana democrática, realizando a regra da

maioria que deveria prevalecer.

Assim, o homem é obrigado a se organizar mais para enfrentar as condições

precárias de trabalho e a dificuldade financeira que assola o homem do campo

devido à concorrência desleal com o mercado capitalista. Nos tempos atuais, na era

do conhecimento, é preciso que se busque o desenvolvimento, tanto econômico

quanto social, através de grupos estruturados e preparados.

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O associativismo no Estado do Rio Grande do Norte surgiu a partir das ações

da Igreja Católica que defendia os direitos dos agricultores, preocupada com a

realidade do campo, onde engajou o Movimento de Educação de Base (MEB), que

teve objetivo de desenvolver a educação no campo através da programação de

rádio.

Segundo MEDEIROS (2006, p.15):

A Igreja Católica, preocupada com a situação dos trabalhadores rurais, passou a ter uma ação mais sistematizada de apoio aos trabalhadores, originando-se daí o Movimento de Educação de Base (MEB), que foi institucionalizado pelo Governo Federal em 1961, com o objetivo de desenvolver uma experiência de educação a distância através das ondas do rádio. A Igreja Católica do Rio grande do Norte, a que se deve o pioneirismo do MEB, também já havia desenvolvido ações no campo do cooperativismo desde o final da década de 1920, quando se engajou na criação e no apoio ao que ficou conhecido como “Movimento Cooperativista”. Posteriormente, no final da década de 1940, engajou-se em um amplo movimento de ação social, denominado “Movimento de Natal”, de onde surgiu o Serviço de Assistência rural (SAR) com o objetivo de ampliar as atividades educacionais junto ao setor rural, incentivando o cooperativismo e estimulando a difusão do Movimento Sindical de Trabalhadores Rurais (MSTR).

Assim a Igreja deu início a essa atividade no Rio Grande do Norte contando

depois com o movimento sindical para a consolidação das organizações

comunitárias, promovendo atividades e incentivando o associativismo rural e

construindo novos cenários de ações de movimentos organizacionais.

Na região do Seridó do Rio Grande do Norte o associativismo rural

acompanhou ou foi partícipe com maior ou menor intensidade das manifestações

associativas do contexto histórico do país e do Estado do Rio Grande do Norte. Isso

implica dizer que sua situação pode ser descrita como um associativismo rico, cheio

de conquista e também de problemas, e apenas parte integrante de uma longa

trajetória.

A partir da ajuda da Igreja Católica incentivando a organização das

comunidades, deu-se a busca do empoderamento econômico e social dos

moradores. Foi à busca desse empoderamento que levou a Igreja a impulsionar os

movimentos sociais a se organizarem para a conquista de seus direitos.

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Originalmente o termo se refere ao reconhecimento e promoção do conjunto de direitos humanos (civis, políticos, econômicos, culturais, etc.) de uma comunidade. Neste sentido o empoderamento dos pobres e das comunidades viria a ocorrer pela conquista plena dos direitos de cidadania, do conhecimento e do reconhecimento do seu local, da sua região, dos seus limites e das suas potencialidades. Ou seja, da capacidade de um ator, individual ou coletivo, usar seus recursos econômicos, sociais, políticos, culturais e ambientais para atuar com responsabilidade no espaço público na defesa de seus direitos e no exercício dos seus deveres, influenciando as ações do Estado na distribuição dos serviços e recursos públicos. (EL-DEIR, 2013. p. 91).

Por isso, foi se desenvolvendo uma ação assistencialista devido às

necessidades emergentes do povo pobre e abandonado pelas políticas

governamentais, unindo esforços para formar uma base social de desenvolvimento

comunitário através de seus movimentos e serviços.

3.1 Conceito: Associativismo

O termo associativismo é pouco apresentado, por isso sua conceituação é

pouco publicada tornando-se até repetitiva devido à falta de publicação acadêmica

do tema. É afirmado por muitos autores a dificuldade de dissertar sobre

associativismo, visto que o mesmo que ao longo da história vem sendo abordado

com sentidos iguais.

O associativismo pode ser entendido como uma possibilidade que um grupo

de pessoas forme para buscar melhorias em bem comum. De acordo com o Sebrae

(2006) “o associativismo é uma organização sem fins lucrativos, uma maneira de

organização permanente e democrática pelo qual um grupo de indivíduos ou

entidades procura realizar determinadas necessidades” como sendo as finalidades

econômicas, sociais, filantrópicas, científicas, políticas ou culturais.

O associativismo contribui para uma discussão formada por diversos aspectos

e ideias, sendo assim, baseado no diálogo entre o grupo como um todo. O mesmo

que se estabelecem e garantem um processo democrático, tem como objetivo

principal o interesse do grupo visando o seu crescimento, atingindo assim seus

objetivos e, consequentemente, impulsionando suas atividades.

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Segundo Alencar (1960), “associativismo refere-se a atividade humana

desenvolvida em um grupo social, que é constituído por uma coletividade de

indivíduos ligados entre si por uma rede ou sistema de relações sociais,”

especificamente em relação as associações de pequenos agricultores.

A organização dos pequenos agricultores em associações quer sejam de

produção, comercialização ou de serviços, entre outras, constitui-se em uma das

formas mais viáveis de sustentação das pequenas unidades de produção, pois

possibilita aos produtores ir além da sobrevivência e passa a pensar no modo de

produção.

O associativismo representa uma importante opção estratégica, capaz de

transformar ou modificar a realidade, ou como um instrumento que proporciona aos

diferentes atores sociais meios para se adaptarem a essa realidade vivenciada pelos

agricultores.

Já o associativismo no meio rural segundo Brasil (2016), se “constitui em

alternativa necessária de viabilização das atividades econômicas, possibilitando aos

trabalhadores e pequenos proprietários um caminho efetivo para participar do

mercado em melhores condições de concorrência”. Nota-se que em ambos os

conceitos trabalham a ideia de trabalhar uma concorrência mais equilibrada contra o

mercado capitalista, assim travando uma luta mais igualitária entre os pequenos

agricultores com o mercado capitalista.

No contexto rural é compreendido, como um objeto que serve de apoio para

os pequenos produtores rurais lutarem por seus direitos socioeconômicos,

proporcionando da luta contra o capital financeiro de maneira organizada. “o

associativismo rural pode ser entendido, como um instrumento de luta dos pequenos

produtores, proporcionando a permanência na terra, elevação do nível de renda e de

participação como cidadãos.” (PEDROSO; JÚNIOR, 2008).

O mesmo constitui-se em exigência histórica para melhorar a qualidade da

existência humana, ou seja, para melhorar as condições de vida do homem em

determinado local, pois faz com que a troca de experiências vivenciadas e a

convivência entre as pessoas se constituam em oportunidade de crescimento e

desenvolvimento para o território ocupado.

Para Dalfovo et al. (2010), o associativismo rural surgiu para “integrar

pessoas, com a finalidade de melhorar as condições de vida e os direitos dos

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cidadãos, propondo soluções para fortalecimento dos projetos” tendo a finalidade de

que os associados se vejam como sujeitos coletivos ativos.

Desta maneira, as estratégias associativas estarão unidas com uma

suposta ordenação social de mercado, pois se apresentam aos produtores rurais

com o instrumento estratégico importante para o fortalecimento econômico e social.

Assim “o sistema associativo compreende, fundamentalmente, os modos de

regulamentação das relações entre pessoas para o efeito de atuarem conjugada

mente no esforço reprodutivo e na reprodução biológica do grupo” (RIBEIRO, 1978).

O associativismo rural representa uma reação a um estado de coisas, e

continua crescendo por vários motivos, tais como: aumento do desemprego no

campo-cidade, com isso alterando os cenários da economia, surgindo à necessidade

das pessoas se organizarem para terem mais força pra enfrentar o mercado,

propiciando um ambiente de trabalho menos competitivo e mais solidário.

A relevância está exatamente no fato do associativismo trazer uma nova

ideia de organização, a ideia de uma grande família trabalhando em prol de todos os

membros. “As pessoas que organizam, determinam os fins a serem alcançados pela

entidade e agregam esforços para que tais objetivos sejam alcançados, permitindo

assim, a construção de condições maiores e melhores” (DAYANA, 2012).

As associações adotam os princípios de uma doutrina nomeada

associativismo e que expressa à crença de que juntos, podendo encontrar soluções

viáveis para os conflitos que a vida em sociedade apresenta. Sendo capaz de

transformar ou modificar a realidade, ou como um instrumento que proporciona aos

diferentes atores sociais meios para se adaptarem a essa realidade cotidianamente

vivida pelos agricultores.

Para Moraes e Curado (2004), as associações comunitárias rurais são

sociedades formais criadas com objetivo de integrar esforços e ações dos

agricultores e seus familiares em benefício da melhoria do processo produtivo e da

própria comunidade a qual pertencem. O princípio da participação social é

determinante no processo de conquistas materiais. Neste aspecto, interessa que a

comunidade tenha condições de usufruir os bens e serviços e materiais

conquistados pela organização.

Através das associações rurais o associativismo passa ser entendido como

mecanismo de minimização de empecilhos ao crescimento das atividades agrícolas.

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Ao possibilitarem crescimento da renda e, por imediata, uma série de efeitos diretos

ou indiretamente, em diversas atividades, ambos podem contribuir com a

dinamização do sistema econômico, fenômeno essencial ao desenvolvimento.

Essa pratica persiste, mesmo com a presença de entraves, consiste num

imediato caminho a ser percorrido pelos agricultores, em especial aqueles de prática

familiar, tendo em vista que, além de nortear para melhores condições econômicas e

sociais, tende a materializar o resultado alcançado através dessa união,

aproximando-os de uma concorrência produtiva.

Nessa perspectiva, o associativismo é mecanismo essencial para o

fortalecimento da coletividade, que promovem a inserção econômica dos pequenos

produtores no mercado e, assim, permitindo que a agricultura familiar possa se

desenvolver e principalmente satisfazer as necessidades econômicas, sociais e

humanas realizadas em grupo, visto que a fixação dos agricultores no campo

permitindo o maior dos benefícios do mundo rural

3.2 Breve Histórico Modernização da Agricultura Brasileira

Na discussão de uma agricultura moderna brasileira, pode-se mencionar que

antes os homens pescavam e caçavam, mas algumas civilizações antigas já sentiam

a necessidade de plantar, mesmo que de forma rudimentar, atualmente temos o

plantio e o trabalho agrícola, que leva alimento para mesa da sociedade, “esse

modo, faz com que o homem, mesmo utilizando ferramentas arcaicas para adquirir

produto com a colheita, ele pode aperfeiçoar as técnicas de cultivo, preparo e

colheita agrícola”. (ALMEIDA, 2010).

A modernização da agricultura a nível mundial que se desenvolveu através da

Revolução Verde, transformou as relações sociais fazendo com que os pequenos

agricultores rurais sofrerem uma intensa exclusão social ajustada no surgimento dos

novos insumos, na mecanização das lavouras substituindo a mão de obra, levando a

produtividade discrepante entre pequenas unidades familiares e os grandes

latifundiários.

O processo de modernização da agricultura no Brasil tem origem no ano de

1950 com as importações de meios de produção mais avançados. No entanto, é só

na década de 1960 que esse processo vai se dar concretamente, com a implantação

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no país de um setor industrial voltado para a produção de equipamentos e insumos

para a agricultura.

É importante, mencionar que com o surgimento de novas técnicas agrícolas,

observa-se o desenvolvimento da agricultura moderna, ao afirmar que modernas

técnicas superam a rudimentar através de um processo com meios de inovações

tecnológicas em base do avanço do conhecimento técnico cientifico, levando por sua

vez á agricultura de insumos e equipamentos modernos.

A agricultura moderna considera impulsionar o desenvolvimento das áreas

rurais, proporcionando condições para que se possa alcançar a cidadania no meio

rural sem a necessidade de haver migrações para as cidades, haja vista que essa

capacidade de combinar atividades agrícolas com outras não agrícolas assim tem

proporcionado uma produtividade mais expressiva para a agricultura familiar.

Bem como se pensa em consequência da onda modernizadora na agricultura,

percebe-se que as transformações da agricultura possuem duas vertentes:

agricultura na forma de concentração de terras nas mãos de poucos realizando suas

produções para o agronegócio e a agricultura de subsistência, que possui poucos

recursos e poucas terras. A modernização no meio rural alterou a estrutura agrária,

onde pequenos produtores rurais que não conseguiram se adaptar às novas

técnicas de produção no campo.

O avanço da modernização agrícola brasileira foi atrelado a várias alterações

estruturais e sociais no campo, sobressaindo, como as mais importantes, a

aceleração do êxodo rural1, o aumento na concentração da distribuição da posse da

terra (pois as mudanças ocorreram apenas no processo produtivo no campo,

aumentando os níveis de produção e não influenciou em nada a mudança da

estrutura fundiária que continuou a mesma, assinalar-se assim, como uma

modernização conservadora e excludente priorizando uma minoria empresas e

grandes latifundiários) e da renda, havendo uma modificação no perfil da força de

trabalho agrícola.

Tendo em vista que os pequenos agricultores não atingiram produtividade

suficiente para competir com grandes empresas agrícolas e se endividaram com

1 Segundo Evangelista e Carvalho (2001), êxodo rural é “uma aceleração da migração rural-urbana, podendo caracterizar um processo de expulsão, quando há conflito em torno da posse da terra (estrutura fundiária muito concentrada) e catástrofes climáticas como secas e enchentes.

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empréstimos bancários solicitados para a mecanização das atividades, tendo como

única forma de pagamento a venda da propriedade para outros produtores.

Esse processo de modernização provoca intensa diferenciação entre as

regiões e exclusão de grupos sociais. É um fenômeno que não contribui para

encurtar a distância existente entre o grande e o pequeno produtor no país, mas

pelo contrário, contribui para aumentá-la. A exclusão dos produtores menos

favorecidos ocorre principalmente porque com a modernização, a agricultura se

torna mais cara, pois à medida que a mesma se industrializa vai substituindo os

insumos que eram produzidos na própria propriedade por outros produzidos por

outros setores não agrícolas.

Essa modernização na agricultura foi possível devido A Revolução Verde,

modelo que foi baseado no uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos na

agricultura, é um fato corrente no meio rural e está presente na vida de muitos

produtores rurais em diversas áreas do mundo.

A Revolução Verde foi instituída no Mundo na década de 1950, com uma participação intensiva do Estado através de políticas públicas, seja como agente patrocinador, seja como produtor de tecnologias. Com isto, essa Revolução passa, a partir de então, a impor transformações no campo, provocando, com sua modernização, um processo de mudanças na divisão técnica e social do trabalho. (ALBANO, 2001, p.42).

A mesma é fruto de esforços dos Estados Unidos da América e da

Organização das Nações Unidas (UNO) com o intuito inicial de impedir o

crescimento dos movimentos socialistas pelo, mas logo foi intitulado como uma

proposta de desenvolvimento para mundo em busca de uma rápida produção de

alimentos.

Haja vista que, pretendia-se passar de uma agricultura tradicional, totalmente

dependente da natureza e exercida por meio de técnicas arcaicas (baixo custo),

dando espaço para uma agricultura mecanizada (alto custo) priorizando resultados

em curto prazo com elevado nível de produção. Com isso havia uma expectativa de

resultados com nível de rapidez, mas a instalação desse procedimento foi se

acentuando de maneira lenta devido à estrutura do país.

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3.3 Globalização e Agricultura

Tanto a modernização da agricultura como a Revolução Verde são ideologias

da globalização, processo de integração da informação, técnica, economia e política

deixando a sociedade em conexão em tempo real, com isso dando a perceber que

todos usufruem dos mesmos serviços e informação.

Segundo BAUMAN (1999, p.67),

[...] o significado mais profundo transmitido pela ideia da globalização é o do caráter indeterminado, indisciplinado e de autopropulsão dos assuntos mundiais; a ausência de um centro, de um painel de controle, de uma

comissão diretora, de um gabinete administrativo.

O mesmo autor ainda expressa que a globalização será a nova desordem

mundial devido a uma sequência de ações, que parte da falta de definição dos

rumos a serem tomados e quem está no controle. Assim leva a um entendimento

que, falta um centro que junte os interesses da sociedade iniciando um processo de

desordem da economia e das relações sociais.

Giddens (1991), em sua caracterização a respeito da globalização afirma que

a mesma da ênfase essencialmente a um processo de alongamento, na medida em

que as modalidades de conexão entre diferentes regiões e contextos sociais se

estenderam através da superfície da Terra como um todo. “A globalização pode

assim ser definida como a intensificação das relações sociais em escala mundial,

que ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são

modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de distância e vice-versa”.

O desenvolvimento dessa globalização chegou à agricultura causando sérios

problemas aos pequenos produtores, os mesmos não estavam preparados

estruturalmente e muito menos financeiramente para receber os impactos dessa

globalização no campo.

Como de fato aconteceu os produtores saíram perdendo já que não tinham

forças para competir junto as grandes empresas agrícolas e os grandes

latifundiários. Com o avanço da modernização da agricultura e o pacote de

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incentivos à agricultura, impulsionados pela a Revolução Verde os pequenos

agricultores foram excluídos pela globalização da agricultura.

3.4 Agricultura Familiar

Do ponto de vista mundial em relação à agricultura é complicado, pois, devido

o aumento da população continuamente, exige-se uma crescente produção de

alimentos e a agricultura familiar atrelada ao associativismo rural, além de contribuir

às necessidades de trabalho e renda de uma parcela significativa da população

humana com habilidade e cultura, com a luta no campo, surge como uma das

alternativas para a solução do problema da produção de alimentos e fixação do

homem no campo, evitando o êxodo rural.

No Brasil a agricultura familiar surgiu no início da apropriação de terras da

nova colônia pelos portugueses, no século XVI, onde existia uma população nativa

que vivia da caça, da pesca, extrativismo vegetal, do artesanato e de práticas

agrícolas sem nenhum tipo de tecnologia. Os indígenas não trabalham na agricultura

da produção para a comercialização, mas sim na agricultura de exploração e

subsistência.

As trocas foram estabelecidas a partir do contato com os colonizadores, onde

aconteciam inicialmente pelo pouco excedente indígena existente, com a crescente

necessidade de viver foi completada através da escravidão e do trabalho dos

indígenas, sob o comando dos colonizadores portugueses.

No período escravagista a população negra (mão-de-obra proveniente da

África) foi empregada nos canaviais do litoral nordestino, na extração do ouro no

litoral e, principalmente, no interior, além das extensas lavouras de cafezais em São

Paulo. Assim os negros conseguiram a ter acesso à terra foram através da compra,

quando foram libertos, doações recebidas dos antigos senhores ou o mais comum,

as ocupações em áreas mais afastadas e em terras públicas (quilombos).

Eram comunidades formadas por escravos fugidos que se organizavam em regiões geralmente afastadas, e a base da agricultura era familiar. Cultivavam a terra com o plantio do milho, mandioca, feijão e batata, e assim garantiam a alimentação, sendo o excedente trocado entre os vizinhos, numa espécie de escambo. Além da agricultura, exerciam atividades como a fundição de metais, a caça, a pesca, criação de galinhas,

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fábricas de cestos, chapéus, abanos de palha, potes e vasilhas utilitárias de cerâmica. (FERNANDES, 2013, p.17).

A organização das terras foi organizada economicamente pelos portugueses,

esse processo de colonização teve um modo explorador. Estes tinham sua

economia voltada para o comércio, tendo em vista que sua população era pequena

para colonizar o território brasileiro. Coube a Coroa Portuguesa limitar legalmente o

acesso a terra. O processo de divisão das terras, entre doze capitães donatários sob

forma de sesmarias, “foi um processo promovido em favor de fidalgos e marcou a

concentração da propriedade da terra nas mãos de pequenos grupos de famílias.

Isso significou a exclusão da maioria da população ao acesso à terra”

(FERNANDES, 2013).

Logo após o Brasil passou pela modernização da agricultura acompanhada

da Revolução Verde que impulsionou o modelo de mecanização, a utilização de

insumos químicos, credito rural, e extensão rural propondo a aumentar a

produtividade da agricultura brasileira. Devido a essa modernização o pequeno

produtor familiar foi sendo excluído pouco a pouco. Os agricultores familiares

passaram a enfrentar fatores sociais como, a ficarem sem emprego, sem moradia e

então os agricultores começaram a abandonar área rural (êxodo rural), passando a

ocupar a áreas mais periféricas da zona urbana.

Como todo fator social, o êxodo rural ocasionou consequências para

agricultura e economia brasileira, que devido ao fluxo gerado pela população rumo a

cidade, a mesma não pode estar preparada para tal movimento e com isso não

dispondo de vagas de emprego necessários para ocupar essa população migrante.

Logo mais esses não acabam tendo boas condições de vida nos centros urbanos,

com isso são direcionados a trabalhar no mercado informal e para a zona periférica

dos grandes centros urbanos sem nenhum acesso aos serviços públicos de saúde,

educação e lazer.

Tudo isso fruto do capitalismo no campo, onde o produtor acaba sendo

prejudicado pela falta de recurso em função do crescimento das grandes

propriedades rurais mecanizadas e o encolhimento das pequenas, que não tem o

mesmo acesso ao incentivo de credito e novas tecnologias. Assim os produtores

familiares acabam saindo do campo em busca de melhores condições de vida.

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O termo agricultura familiar gera a preocupação de vários autores em

desenvolver sua definição científica que de fato possa haver compreensão de sua

diversidade política, cultural e social.

A agricultura familiar pode ser definida como o conjunto das unidades

produtivas agropecuárias com exploração em regime de economia familiar,

compreendendo aquelas atividades realizadas em pequenas e médias propriedades,

com mão de obra da própria família.

De acordo com Hecht (2000, p. 51),

A agricultura familiar caracteriza uma forma de organização da produção em que os critérios utilizados para orientar as decisões relativas à exploração não são vistos unicamente pelo ângulo da produção/rentabilidade econômica, mas considera também as necessidades objetivas da família. Ao contrário do modelo patronal, no qual há completa separação entre gestão e trabalho, no modelo familiar estes fatores estão intimamente relacionados.

A agricultura familiar corresponde a uma unidade de produção agrícola onde

propriedade e trabalhos estão intimamente ligados à família, ou seja, os

empreendimentos familiares têm duas características principais: administração e

trabalho familiar. A mesma segundo Schneider (2003), se constituir em um “conceito

de grande importância para os movimentos sociais, para o governo e as respectivas

políticas públicas e para os cientistas sociais que estudam a reforma agraria no

Brasil”.

Para Wanderlei (2000), os agricultores familiares “são hoje percebidos como

portadores de uma forma de agricultura, diferente e alternativa à agricultura

latifundiária e patronal dominante no país”. Ainda que a agricultura familiar antes era

vista apenas como sendo a agricultura dos pobres, sendo entendidos como aqueles

produtores de baixa renda dos pequenos produtores. No entanto esse tipo de

concepção tem mudado em relação da importância que essa categoria tem proposto

para a produção de alimentos.

Ainda no Brasil, a grande maioria dos produtores familiares é de pequenos

proprietários. Diante desse fato, a produção agrícola familiar tem sido bastante

prejudicada no decorrer do tempo. No entanto, ao longo do processo histórico, o

estado sempre se voltou para beneficiar aos grandes produtores, desde a

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distribuição de terras, concedendo a formação dos grandes latifúndios no período

colonial até a distribuição de subsídios e incentivos em geral a que só os grandes

proprietários têm acesso.

Nos anos de 1990 a agricultura familiar passou um grande avanço através do

programa do governo federal em favor da mesma. Com isso o Programa de Garantia

de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF), apresentava seu principal objetivo que

era garantir uma sequência da agricultura familiar na produção, dando uma

segurança ao pequeno produtor caso ocorra alguma perda na sua produção através

de alguma eventualidade natural ou social.

Outro avanço foi a criação do Programa Nacional de Fortalecimento da

Agricultura Familiar, criado pelo decreto N° 1946 programa que delimitou o público

alvo enquadrado como agricultor familiar, atendendo as necessidades dos

agricultores na produção através dos incentivos financeiros proporcionados pelo

estado para o fortalecimento da agricultura familiar brasileira.

Os agricultores familiares da comunidade Barra da Espingarda município de

Caicó/RN buscam por meio do associativismo rural o fortalecimento das condições

de vida, do aumento da produção e a permanência do campo através de

financiamentos e projetos garantindo seu pleno direito de cidadania no campo.

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4. BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO

Ao longo da história, o uso do termo desenvolvimento passou por diversas

interpretações e conceituações entre os estudiosos de todo mundo. Provocando

nossa sociedade um discurso político mobilizando uma perspectiva de futuro as

sociedades. Assim suas origens mais remotas a noção de desenvolvimento tem sido

edificada a partir das ações políticas que visam uma evolução dos fatos, ações e

projetos futuros.

Diante isso desenvolver-se expressa a ideia de evoluir algo em processo de

transformação, algo inacabado ou atrasado em relação à sociedade em determinado

momento. As visões postas sobre desenvolvimento havia a tendência de um teor de

imaginação, já que a fala era a respeito de um processo histórico de progresso, por

sua vez é desencadeado através de objetivos políticos, culturais, e social. “A relação

do desenvolvimento oferecia outra ordem às realidades sociais, partindo do contexto

mais simples e tradicional, alvos destas ações, até alcançar ordenamentos sociais

mais complexos e modernos” (GIDDENS, 1991).

A noção de desenvolvimento adequado pelo projeto norte americano de

expansão da modernidade capitalista, tornou-se principal objetivos de muitas

empresas estatais e organizações internacionais no período pós-guerra, no meio do

século XX. No setor das intervenções sociais é necessário planejar o

desenvolvimento, que se baseiam em políticas públicas, programas e projetos

pautados para dar sentido aos processos de cunho social de mudança.

Os sentidos desta mudança variam à mercê dos interesses políticos mobilizados em cada contexto histórico, mas foram caracterizados principalmente pela intenção política de expansão da economia e da ideologia industrial capitalista. Os programas estatais surgidos no pós-guerra caracterizavam-se pela desconsideração de quaisquer demandas, necessidades ou especificidades das populações locais. (ROQUE, 2009, p.16).

Nessa perspectiva o planejamento do desenvolvimento tinha objetivo de

controlar o caminho da mudança que a sociedade menos desenvolvida deveria

seguir e superar a de sociedades mais desenvolvidas economicamente. A partir

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dessa visão, tendo um controle para que assim todos tenham acesso ao

desenvolvimento de forma igualitária, tornando uma civilização mais desenvolvida

através dos tempos.

Com as mesmas oportunidades de desenvolvimento, os indivíduos podem

transformar seu próprio caminho e ajudar outros mais necessitados. Diante esse fato

toma-se forma a questão do desenvolvimento através de programas e projetos.

“Existe, de fato, uma sólida base racional para reconhecermos o papel positivo da

condição de agente livre e sustentável e até mesmo o papel positivo da impaciência

construtiva” (SEN, 2000).

O termo desenvolvimento passou a ser confundido por outros conceitos,

sendo principalmente com o conceito de crescimento econômico, de certa forma

impedindo o entendimento do que realmente é desenvolvimento. Já que o conceito

em debate estava sem formação e entendimento pelos teóricos e pela sociedade.

Nos últimos 50 anos o termo desenvolvimento passou por uma crescente

evolução, a cerca que, foi comparado com o conceito de crescimento. Havendo uma

consideração maior e mais ampla do desenvolvimento em relação à economia,

dando uma ideia de um desenvolvimento mais social. Segundo Veiga (2003), “mais

importante enfatizar que durante os anos de 1950 não se fez qualquer distinção

entre as noções de desenvolvimento e de crescimento econômico”

A partir do ano citado acima, que foi sendo desconstruindo pouco a pouco a

diferença das ideias de crescimento econômico e desenvolvimento. Foi-se criando

um consenso que havia diferenças nas denominações. Dando espaço segundo

Veiga (2003), para debates duvidosos que mostram surtos periféricos do

crescimento econômico intensivo criando apenas focos de prosperidade, cercados

de miséria por todos os lados.

E a clara distinção entre as noções de desenvolvimento e de crescimento econômico só se legitimou, de fato, a partir de 1990, quando o PNUD publicou o primeiro Relatório do Desenvolvimento Humano. Por pior que seja o índice por ele lançado o IDH - nada pode ser mais didático quando é necessário explicar que crescimento só engendra desenvolvimento se seus frutos prolongarem a vida e melhorarem o nível educacional das populações desfavorecidas (pelo menos). (VEIGA, 2003, p. 1).

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Isso implica que só há desenvolvimento se houver bons resultados do

crescimento econômico sobre a sociedade através dos níveis de satisfação de

melhores condições de vida, econômica de acordo com Relatório do

Desenvolvimento Humano, pelo Programa das nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD).

As discussões a respeito do desenvolvimento não cessaram, ao contrário

houve continuidade a partir de estudos realizados pela Organização das Nações

Unidas sobre as mudanças climáticas, como uma resposta para a sociedade diante

a crise econômica e ambiental pela qual o mundo passava a partir da segunda

metade do século XX. Com isso foi apresentado o termo ecodesenvolvimento2 que

foi oficialmente declarado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio

Ambiente Humano, realizada em 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia, passando a

ser conhecida de Conferencia Estocolmo.

Porém com o passar dos anos o termo citado não vigorou sendo substituído

pelo termo desenvolvimento sustentável 3apresentado no Relatório Brundtland, esse

documento foi exposto no ano de 1987 sendo reconhecido por todo mundo. No caso

do Brasil ficou conhecido como Nosso Futuro Comum 4na Comissão Mundial para o

Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), também chamada de Rio-92 onde

expos o conceito de desenvolvimento sustentável.

O conceito de desenvolvimento sustentável foi firmado na Agenda 21, documento desenvolvido na Conferência “Rio 92”, e incorporado em outras agendas mundiais de desenvolvimento e de direitos humanos, mas o conceito ainda está em construção segundo a maioria dos autores que escrevem sobre o tema, como por exemplo, Carla Canepa (2007), José Eli da Veiga (2005) e Henri Ascelard (1999). (BARBOSA, 2008, p. 3).

Embora o conceito seja questionado, pois não da certeza sobre as questões

futuras a respeito da sociedade, economia e meio ambiente, conseguiu a atenção do

mundo para as necessidades de desenvolvimento sem maiores danos ao meio

ambiente.

2 Para maior aprofundamento sobre o termo Ecodesenvolvimento consulte Oliveira; Monteiro (2015) 3 Para se aprofundar acerca do tema desenvolvimento sustentável consultar Barbosa (2008). 4 Para Barbosa (2008), o documento Nosso Futuro Comum definiu o desenvolvimento sustentável como aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades.

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4.1 Desenvolvimento Como Liberdade

As discussões em torno do Consenso de Washington contribuíram à

construção de novas visões ao desenvolvimento socioeconômico. Em especial,

destacam-se as ideias que compõem o Paradigma do Desenvolvimento Humano,

proposta discutida regularmente pela ONU por meio dos documentos anuais Human

Development Report, publicado pela primeira vez em 1990 (PNUD; SEBRAE 2016).

Atrelado a ideia de desenvolvimento socioeconômico está a ideia de como,

embora o crescimento ser considerado um elemento essencial do desenvolvimento,

aliás deveria ser pensado como um conceito mais abrangente, a ser analisado pelas

reais mudanças a efeito de qualidade de vida experimentadas a nível dos indivíduos

e grupos.

As informações que compõem o modelo do Desenvolvimento Humano

acrescentam outras ideias fundamentais que, associadas em uma visão, constituem-

se num enfoque mais abrangente ao desenvolvimento. Dentre estas ideias,

destacam-se os conceitos de desenvolvimento sustentável, difundidos logo após a

Conferência das Nações Unidas para o Meio-ambiente e Desenvolvimento, sediada

no Rio de Janeiro, em 1992 (PNUD; SEBRAE, 2016), mas que teve suas origens em

discussões muito antes a este evento.

As ideias acerca do desenvolvimento sustentável assinalam mudanças em

relação às abordagens tradicionais ao desenvolvimento. De fato, estas mesmas

abordagens não colocavam ênfase à proteção dos recursos necessários à

sobrevivência das próximas gerações, mas sim eram centradas na busca do

crescimento econômico, estas abordagens assumiam um caráter de forma implícita,

a degradação ambiental como um produto indesejado, mas indispensável, do

desenvolvimento.

Para Roque (2009), O Paradigma do Desenvolvimento Humano apoia-se, em

grande extensão, nas concepções propostas por Amartya Sen – prêmio Nobel em

economia em 1998 – em desenvolvimento como Liberdade. O autor Sen (2000), em

sua obra fez uma crítica extremamente pertinente ao entendimento convencional do

desenvolvimento, já que o mesmo era visto como uma questão econômica, onde

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foram feitos vários questionamentos às abordagens corretas que dominavam a

economia do desenvolvimento.

Diante o exposto o desenvolvimento pode ser entendido com um processo de

expansão das liberdades pessoais que as pessoas possam desfrutar ou das

capacidades do ser humano tem. Diante desse fato a liberdade é entendida de uma

maneira mais abrangente. Assim Sen (2000), acrescenta que o entendimento de

liberdade está associado ao processo de se relacionar de maneira livre na política,

na economia, na segurança e na vida social de uma maneira geral.

Sob essa visão Sen (2000), destaca a importância da liberdade humana para

a concretização do desenvolvimento seguro onde garanta a liberdade dos direitos

civis. A privatização dessa liberdade acarreta o surgimento de processos

inadequados que impediam a realização de novas oportunidades que pudessem

garantir um desenvolvimento humano. “A justificação das liberdades e direitos

estabelecida por essa ligação causal é adicional ao papel diretamente constitutivo

dessas liberdades no desenvolvimento” (SEN, 2000).

As liberdades não são apenas os fins primordiais do desenvolvimento, mas também os meios principais. Além de reconhecer, fundamentalmente, a importância avaliatória da liberdade, precisamos entender a notável relação empírica que vincula, umas às outras, liberdades diferentes. Liberdades políticas (na forma de liberdade de expressão e eleições livres) ajudam a promover a segurança econômica. Oportunidades sociais (na forma de serviços de educação e saúde) facilitam a participação econômica. Facilidades econômicas (na forma de oportunidades de participação no comercio e na produção) podem ajudar a gerar a abundancia individual, além de recursos públicos para os serviços sociais. Liberdades de diferentes tipos podem fortalecer umas às outras. (SEN, 2000, p. 25-26).

Um elemento importante do processo do desenvolvimento como liberdade é

evitar o processo de desigualdade, a pobreza e a fome, pois isso envolve o aumento

da segurança e da proteção da humanidade gerando um sentimento de viver bem.

Com isso tendo a oportunidade de realizar seus objetivos de vida.

O desenvolvimento consiste na eliminação da liberdade que limita as

escolhas e as oportunidades das pessoas obterem uma condição melhor, um bem

estar, de realizar o seu potencial, obtendo um enriquecimento pessoal através da

sua capacidade como ser humano oferecida pela liberdade de agir.

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A noção de desenvolvimento vai muito além do aumento do nível de renda e

de condições materiais. É importante compreender que a renda é uma variável

relevante para impulsionar o desenvolvimento, à medida que o crescimento seja

acompanhado por melhoria da qualidade de vida da população. De acordo com Sen

(2010): “é sem dúvida é inadequado adotar como nosso objetivo básico apenas a

maximização da renda ou da riqueza, que é como observou Aristóteles, “meramente

e em proveito de alguma outra coisa”.

Sen (2000), reconhece que o crescimento pode influenciar o

desenvolvimento, mas não se pode limitar o desenvolvimento a crescimento

econômico. O autor cita a possibilidade de mudanças sociais promotoras de

desenvolvimento sem que estas estejam relacionadas ao crescimento. Assim como

a economia pode crescer sem que resulte em mudanças na qualidade de vida.

4.2 Desenvolvimento Local

O ser humano é a figura principal do desenvolvimento, o mesmo quem deve

procurar iniciativas que possam levar a melhorar as condições de sua vida. Portanto

é necessário conseguir as soluções e o progresso social, com isso projetar o

desenvolvimento local, de modo que só pode ocorrer a partir da necessidade de

sustentação e manutenção da vida do ser humano e ao meio que está inserido.

Nessa concepção está evidente, que a preocupação da sociedade está em

torno das condições de vida das comunidades, em um mundo mais humano. Dando

ênfase ao desenvolvimento sustentável que está inserido nas coisas que as pessoas

podem fazer, e nas realizações que as definem ser, e não o que não podem ter.

O desenvolvimento local, então surgiu a parti da ideia de desenvolvimento

sustentável, onde se trabalha com os mesmos princípios da sustentabilidade,

baseados na mobilização da sociedade para evidenciar a economia local e melhorar

a vida da população, sem destruir o meio ambiente.

A temática do desenvolvimento local está relacionada com a afirmação de

uma identidade territorial. O desenvolvimento local é o resultado do esforço de

identificar, reconhecer e valorizar os princípios locais; de aproveitar e desenvolver as

potencialidades, as vocações ao crescimento, as oportunidades, as vantagens

comparativas e competitivas de cada território.

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O desenvolvimento local está associado, normalmente, a iniciativas inovadoras e mobilizadora da coletividade, articulando as potencialidades locais nas condições dada pelo contexto. [...] Mesmo quando decisões externas – tenham um papel decisivo na reestruturação socioeconômica do município ou localidade, o desenvolvimento local requer sempre alguma forma de mobilização e iniciativas dos atores locais em torno de um projeto coletivo. (BUARQUE, 1999, p. 10).

Devido a essas afirmações entende-se que o desenvolvimento local tem suas

dimensões social, ambiental, cultural, político e humano possibilitando uma interação

maior da sociedade visando se desenvolver seu território ou localidade.

O conceito de desenvolvimento local vem sendo formado num ambiente

voltado ao fenômeno da exclusão social sendo considerado importante meio de

combater a pobreza. Nesse sentido, o desenvolvimento local pretende ser capaz de

incluir e ser sustentável, na perspectiva de se garantir como alternativa aos modelos

dominantes, que se revelaram concentradores de riqueza e devastadores do meio

ambiente.

O desenvolvimento é produzido pelas pessoas. Esse. Resulta das relações

humanas, do desejo, da vontade, das escolhas que as pessoas podem fazer para

alcançar uma melhor qualidade de vida. O desenvolvimento depende da adesão das

pessoas, da decisão das pessoas de assumirem a condição de atores sociais.

Desenvolvimento local, na visão de Buarque (2002), é um “processo

endógeno registrado em pequenas unidades territoriais e agrupamentos humanos

com a capacidade de promoção e dinamismo econômico, buscando a qualidade de

vida”. Assim é mostrado através do agrupamento pode buscar o empoderamento

econômico, onde a associação comunitária da Barra da Espingarda em Caicó/RN

por meio do desenvolvimento local.

As experiências em diversos territórios no Brasil e no mundo corroboram que

essas conquistas não ocorrem em curto prazo. Elas são construídas no campo de

um amplo processo de melhoria na relação da qualidade de vida de um território por

seus habitantes. Promover o desenvolvimento local significa efetuar ações em

territórios que permitam uma participação ativa de seus cidadãos, dessa forma

através dos resultados alçados acerca das ações implementadas resulta em um

fortalecimento da sociedade civil e o empoderamento de todos os cidadãos.

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4.3 Território e Território Rural

O termo território é utilizado por diversas esferas da sociedade, com a

finalidade de um entendimento desse conceito por vários estudiosos. O processo de

construção do território é iniciado pela vivencia dos grupos e disputa pela ocupação

do espaço, que contribui para uma melhor convivência da sociedade e sua

capacidade competirem pela produção dos recursos que garanta sua sobrevivência.

No caso, “o meio rural continua sendo identificado a uma pequena aglomeração,

com uma sociabilidade correspondente e onde predominam as paisagens naturais”

(WANDERLEY, 2000).

A constituição do território provém do espaço geográfico5, pois seu formato é

moldado segundo as técnicas aplicadas, sendo estas, em sua amplitude e distinção,

informações que distinguem os territórios dos espaços. “O território é configurado

pelas técnicas, pelos meios de produção, pelos objetos e coisas, pelo conjunto

territorial e pela dialética do próprio espaço, chegando à intencionalidade humana”

(SANTOS, 2006).

Com os grandes esforços da sociedade promoveram uma dinâmica fruto das

articulações sociais que resultarão em características particulares, configurando o

espaço, assim permitindo ao território adotar especialidades particulares, “conforme

ocorrem os movimentos da sociedade em seus múltiplos aspectos: sociais,

econômicos, políticos, culturais e outros” (SANTOS,1998).

Com referência as ações das pessoas em relação ao território, que constroem

com as suas atividades produtivas, culturais e sociais, Milton Santos nos apresenta

uma reflexão sobre um significado do território que serve também como síntese das

múltiplas visões que o caracterizam.

O território não é apenas o resultado da superposição de um conjunto de sistemas naturais e um conjunto de sistemas de coisas criadas pelo homem. O território é o chão e mais a população, isto é, uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é a base do trabalho, da residência, das trocas materiais e espirituais e da vida,

5 Segundo Santos (1978), espaço geográfico é compreendido como um conjunto de formas representativas de relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por relações que estão acontecendo e manifestam-se através de processos e funções

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sobre os quais ela influi. Quando se fala em território deve-se, pois, desde logo, entender que se está falando em território usado, utilizado por uma dada população. (SANTOS, 1998, p.11).

O conceito de território tem sido objeto de discussão sobre suas distintas

abordagens e visões, passando a observar os métodos das relações vivenciadas

pelos atores sociais, sejam indivíduos, grupos, instituições públicas ou privadas nos

espaços ocupados.

Recentemente o tema acerca do território chegou às políticas públicas por

intermédio das políticas do desenvolvimento rural 6 , complementando medidas

pensadas, sobretudo do desenvolvimento rural, onde se supõem uma grande

interdependência entre a natureza e o ser humano. Com o surgimento dos enfoques

sistêmicos e multidisciplinares em meados dos anos de 1990 fez vir à tona novas

abordagens: “distritos industriais, polos de competitividade, territórios de produtos de

identidade, etc.” (GUIMARÃES, 2013). Logo mais nesta mesma década, diversas

instituições internacionais passam a recomendar a adoção da abordagem territorial,

“com a perspectiva de aprimorar a governança pública e dinamizar as economias

locais” (BONAL & MALUF, 2007).

Uma nova visão a respeito do conceito contemporâneo de território emergiu

levando em consideração a forma como o poder entre os atores socais agem em

algum espaço. Dando a entender que as formas adotadas pelo processo, que

despontam características próprias relacionadas ao território, mas sendo a

identidade que predomina é aquela que exerce uma soberania de poder. O território

emerge da ocupação do espaço, pela sua transformação e pelo ordenamento

orientado pela configuração de poder dentro dos seus limites (RAFFESTIN, 1993).

Para Raffestin (1993) o território é uma produção do espaço, essa produção

abrange basicamente as relações de poder. Devido a isso, para que se tiver um

entendimento acerca do território é necessário considerar um ponto essencial, sem a

qual não se define o território, que é o poder exercido por pessoas, grupos e

instituições no rumo da sua produção.

6 Segundo Conterato (2008), Desenvolvimento rural “poderia ser interpretado como um movimento ininterrupto, alimentado pela construção e consolidação de práticas agrícolas e não-agrícolas que levam em consideração os atributos e recursos existentes na família e na unidade de produção e sua complementariedade quando do estabelecimento de relações de troca com o ambiente social e econômico seja via mercado de produtos e serviços ou mercado de trabalho”.

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Quanto à admissão do rural ao território, isto exigiu uma análise da base de

critérios de ruralidade propostos nos estudos realizados por Veiga (2000), que

sugeria critérios baseados na densidade demográfica e na população total.

Devido ao conceito de território ter ingressado na abordagem rural passou a

ser entendido com um espaço delimitado, onde os contornos são divididos por certo

grau de homogeneidade e de integração no tocante, aos aspectos físicos e as

atividades econômicas e aspectos sociais da população local.

Já Abramovay (2003), enfatiza que, no meio rural, o entendimento sobre território

adquire uma dupla importância: a primeira que sugere uma reflexão sobre desenvolvimento

de uma forma mais ampla, incluindo um conjunto variado de protagonistas e procurando

superar um diagnóstico estritamente setorial. Uma diversificação nas economias rurais é

consequentemente o resultado mais importante do desenvolvimento em áreas menos

povoadas. Assim em segundo lugar o entendimento acerca do território no meio rural chama

atenção para que o processo de desenvolvimento estiver sujeito à forma de se relacionar

comunidade local.

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5. ANÁLISE DA ATUAÇÃO A ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DA BARRA DA ESPINGARDA EM CAICÓ/RN NA ATUALIDADE

Nesta fase, surgiu a necessidade de ouvir Coordenador do Programa de

Convivência com o Semiárido Damião Santos de Medeiros que trabalha no Serviços

de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (SEAPAC) para conseguir

informações sobre a importância do associativismo rural e a contribuição para o

desenvolvimento do território. Na primeira parte da entrevista o mesmo iniciou sua

fala tratando da importância que as associações rurais têm para contribuir com a

sociedade.

A organização das pessoas é importante porque fortalece a vida em comunidade, essa vida em comunidade onde cada indivíduo só pensa em si e não no coletivo, ela fragiliza as pessoas e fragilizam as conquistas sociais por isso nós que trabalhamos em organizações sociais apostamos na organização para estimular o processo de organização comunitário e para fortalecer a vida em comunidade (Damião Santos de Medeiros, pesquisa de campo em 21/11/2016).

O início da entrevista levou em consideração a importância da vida em

sociedade para o fortalecimento da comunidade promovendo a qualidade de vida

das pessoas que se organizam, assim enaltecendo a vida em coletividade para

enfrentar as adversidades do cotidiano. Continuando com a conversa a respeito

desse fortalecimento das comunidades, Damião afirma que o associativismo rural

em Caicó/RN:

[...] servi como um instrumento de luta para que as pessoas conquistem seus direitos sociais, direitos à saúde, habitação e a segurança, que possa ser uma barreira que quebrante os preconceitos das pessoas com outras pessoas e assegurar a educação ao cidadão para que essas pessoas fortalecidas em vivencia comunitária, para que elas possam ter a visão do desenvolvimento endógeno a partir da realidade da comunidade respeitando os valores sociais e individual de cada pessoa.(Damião Santos de Medeiros, pesquisa de campo em 21/11/2016).

Nota-se que através das associações as pessoas buscam seus direitos que

por muitas vezes são negados ou até mesmo são impossibilitados devido ao sistema

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financeiro que vivemos que acaba sendo excludente por isso a sociedade passa a

se unir para garantir o desenvolvimento em coletividade.

Entende-se que a pratica do associativismo rural em Caicó/RN fortaleceu os

laços de amizades e solidariedade de quebrar os tabus e realizar debates em

diversos temas da comunidade e também da sociedade importante para conquistar

políticas públicas fortalecendo a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do campo

sem contar com a grande contribuição para o desenvolvimento do território.

Finalizando a sua fala, Damião destaca a contribuição das associações rurais

para o desenvolvimento do território.

Sim com certeza através dos projetos muitas associações promoveram uma vida melhor qualidade de vida aos seus associados, a partir da sua luta do seu fortalecimento e de suas ideias serem concretizadas através dos projetos, essas vivencias e ideias postas em práticas pelos projetos financiados pelos órgãos públicos (Damião Santos de Medeiros, pesquisa de campo em 21/11/2016).

A união das pessoas passa ser um forte instrumento de luta para conseguir

benefícios que visem o bem comum através de projetos que tem em vista

proporcionarem melhores condições de vida ao homem do campo, visando o

desenvolvimento em coletividade das comunidades.

5.1 Pesquisa Realizada Com Os Associados e Uma Entrevista Realizada Com a

Presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de

Caicó/RN.

Nesta etapa final da pesquisa, onde foi realizada a aplicação de um

questionário (Apêndice A) no dia 19/11/2016 contendo 15 questões fechadas e

abertas, com o proposito obter resultados acerca da atuação da associação

comunitária da Barra da Espingarda em Caicó/RN. Associação comunitária conta

com 79 sócios na atualidade e foi realizada uma amostragem de 20% dos sócios ou

16 do total de sócios.

A entrevista feita com Ana Aline Morais presidenta do STTR foi muito

importante para o esclarecimento sobre a importância do associativismo rural para o

desenvolvimento local e do território, como a associação comunitária Barra da

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Espingarda cria estratégias para manter e atrair mais sócios durantes as

adversidade do cotidiano, qual o diferencial da associação em relação às outras

associações do município e por último a importância dos projetos para garantir a

sobrevivência e a sustentabilidade do homem do campo.

Para compreendermos melhor a atuação da associação comunitária da Barra

da Espingarda na atualidade, assim para facilitar essa compreensão levaremos em

consideração alguns questionamentos a respeito do: sexo, idade, estado civil e

escolaridade dos associados.

TABELA 1 – Respostas dos Questionamentos Sobre: Sexo, Idade, Estado Civil e Escolaridade – 2016.

COMUNIDADE BARRA DA ESPINGARDA – CAICÓ/RN QUANTIDADE

MULHERES 8

HOMENS 8

MENOS DE 20 ANOS -

DE 20 ATÉ 30 ANOS -

DE 30 ATÉ 40 ANOS 2

DE 40 ATÉ 50 ANOS 6

DE 50 ATÉ 60 ANOS 7

MAIS DE 60 ANOS 1

CASADO (A) 12

SOLTEIRO (A) 4

DIVORCIADO (A) -

VIÚVO (A) -

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COMUNIDADE BARRA DA ESPINGARDA – CAICÓ/RN QUANTIDADE

ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO 8

ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 1

ENSINO MÉDIO INCOMPLETO 3

ENSINO MÉDIO COMPLETO 2

ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO -

ENSINO SUPERIOR COMPLETO -

SEM ESCOLARIDADE 2

Com relação ao sexo, os membros da associação se constituem por homens

e mulheres na tabela acima, de acordo com a tabela 1, 50% dos entrevistados são

do sexo feminino, 50% do sexo masculino. Mostrando assim que os que associação

está representada por ambos os sexos levando em consideração o interesse de

ambos os sexo busca frequentar associação.

No tocante a idade, percebe-se na faixa etária de 20 anos e de 21 até 30, isso

mostra a falta de participação de pessoas mais jovens nas discussões das melhorias

para a própria comunidade, mas também tem o fator que explica esse fenômeno é

que associação é composta geralmente pelos chefes de famílias. Já na faixa de 30

até 40 anos conta com (12,5%) sócios, de 40 a 50 anos contou com (37,5%) sócios

e na faixa etária de 50 a 60 anos foram identificados (43,75%) sócios, e na faixa de

mais de 60 anos foi identificado (6,25%) sócio.

Com relação ao estado civil dos associados, percebe que 75% dos sócios são

casados e 25% são solteiros, e nenhum sócio foi identificado divorciado (a) e viúvo

(a). Com isso pode-se notar que a associação é formada na maioria por

representantes de famílias.

No questionamento realizado sobre a escolaridade dos sócios. O resultado

apontado foi que (50%) dos associados tem o Ensino Fundamental Incompleto,

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(18,75%) possui o Ensino Médio Incompleto, (12,50%), tem o Ensino Médio

Completo, já (12,50%) dos sócios aparece sem Escolaridade, ou seja, analfabeto,

(6,25%) possui Ensino Fundamental Completo. Nenhum dos sócios apontou na

tabela com Ensino Superior Incompleto ou Ensino Superior Completo.

Os dados permitem inferir que associação é composta por sócios com uma

escolaridade de nível de ensino baixo, mas isso não implica em dizer que esse fato

seja o empecilho para o desenvolvimento da comunidade e sim torna um fator

responsável para que os mesmos busquem se aprimorar cada vez mais.

A tabela 2 mostra os dados em relação ao tempo que está na associação,

ocupação dos sócios e por último no que diz respeito ao nível de contribuição da

associação para a melhoria de vida dos associados. Busca-se entender o tempo que

os mesmos estão sócios e sua qual sua função no dia a dia na comunidade e assim

o quão a associação comunitária da Barra da Espingarda de Caicó/RN contribui para

a qualidade de vida dos associados.

TABELA 2 – Respostas aos questionamentos: Quanto tempo está na associação, Qual a sua Ocupação, Qual o nível de contribuição da associação

para a melhoria da sua qualidade de vida.

COMUNIDADE BARRA DA ESPINGARDA – CAICÓ/RN QUANTIDADE

MENOS DE 3 ANOS 2

DURANTE 3 ANOS -

DURANTE DE 4 ANOS -

DURANTE 5 ANOS 1

MAIS DE 5 ANOS 13

AGRICULTOR (A) 12

APOSENTADO 3

TERCEIRIZADO 1

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COMUNIDADE BARRA DA ESPINGARDA – CAICÓ/RN QUANTIDADE

CONTRIBUI MUITO 14

CONTRIBUI RAZOAVELMENTE 1

CONTRIBUI POUCO -

NÃO CONTRIBUI 1

Os resultados obtidos por meio do questionário mostra quanto tempo de

participação na associação, (12,50%) dos associados estão na associação a menos

de 3 anos, durante 3 e 4 anos não contabilizou nenhum sócio. Foi observado

(6,25%) com 5 anos de associado e por último (81,25%) dos sócios estão a mais de

5 anos. Pode-se observar que a maior parte dos entrevistados estão associados, há

muito tempo, dentre esses entrevistados teve a participação de sócios fundadores.

Ana Aline Morais presidenta do STTR destaca em sua fala sobre a estratégia da

associação para conseguir manter os sócios já existentes e atrair mais pessoas.

A comunidade passou por um período muito difícil pela falta de projetos e

de recursos, o que chamou atenção é que a associação em vez de se

acabar se fortaleceu ainda mais aumentando a quantidade de sócios. O

presidente criou estratégias para as reuniões, onde a mesma conta com a

participação de todos os sócios, onde foram criadas várias estratégias para

atrair os sócios nas reuniões mensais como sorteios de brindes e

divulgação, assim sendo criada toda uma situação na reunião mensal

contando com a participação dos sócios em massa garantindo a

permanência dos mesmos e buscando cada vez novas pessoas que

queiram se associar para se juntar a todos pela luta da comunidade. (Ana

Aline Morais, pesquisa de campo em 21/11/2016).

Diante do exposto nota-se que mesmo enfrentando problemas econômicos e

pela falta de projetos a entidade em parceria com STTR, idealizaram estratégias

como sorteios de brindes e também busca por palestrantes para assegurar os

antigos sócios e ainda conseguir aumentar mais seu quadro de participantes, assim

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fortalecendo mais para enfrentarem juntos os problemas existentes e que ainda

estão por vim.

Brindes esses que são comprados na própria comunidade como bolo, queijo, bolacha de leite é tudo muito simples mais está dando certo, tudo isso acompanhado de forma direta pelo sindicato, já que sou sócia da associação já repasso todas as informações para todos, também contamos com palestrantes em dia da reunião. Não podemos resumir as reuniões só em projetos e pagamento das mensalidades, se formos fundar uma só pensando em projetos e questão financeira as coisas não prosseguem. Temos que discutir outros assuntos (Ana Aline Morais, pesquisa de campo em 21/11/2016).

No tocante a ocupação dos associados (75%) são agricultores, (18,75%) são

aposentados, mas alguns relatam que ainda trabalha como agricultor para

complementar a renda da família, (6,25) trabalha como terceirizado em uma firma.

Os dados acima mostram que os sócios em sua maioria vivem da agricultura familiar

e apenas um buscou outra profissão diferente da agricultura.

No que diz respeito à contribuição da associação para a melhoria da

qualidade de vida dos seus sócios verifica-se que para (87,50%) a entidade contribui

muito para a sua qualidade de vida, e (6,25%) acha que a mesma contribui

razoavelmente e (6,25%) respondeu que não contribui em nada. O que chamou

atenção foi que apenas um sócio respondeu que associação não contribuiu em nada

para a sua qualidade, não se sabe o motivo pelo qual o sócio respondeu, já que vai

a contraponto as outras respostas.

Com referência as possíveis dificuldades enfrentadas pela associação na

atualidade o gráfico 1 de que maneira a mesma possa buscar o desenvolvimento

para seus associados.

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Gráfico 1: Dificuldades Enfrentadas pela Associação. Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

Sobre as dificuldades enfrentadas pela associação, 8 (50%) dos entrevistados

expressaram que a maior dificuldade da mesma é a falta de apoio recebida por parte

do poder público, e 6 (37,50%) relatam que maior dificuldade é falta de estrutura

como por exemplo: falta de equipamentos agrícolas e computadores para equipar a

sede da associação para assim haver cursos voltados para capacitação, já 1

(6,25%) que nenhuma das possíveis dificuldades listadas acima responde a

pergunta por isso escolheu a opção “outros” mas também não citou quais seriam

essas dificuldades e por último 1 (6,25%) dos participantes acha que tudo está bem.

As associações que conseguiram, apesar das dificuldades, juntar um grupo

de pequenos produtores rurais para, de forma coletiva, discutir os problemas

enfrentados no cotidiano, proporem alternativas e encaminhar exigir, ainda, quando

possível, desenvolver outras atividades – como a organização de cursos técnicos,

palestras etc., tendo êxito, devem tal feito à iniciativa de alguma organização no

meio rural. Isso porque, “embora o nível de filiação de produtores seja relativamente

expressivo, a participação efetiva nessas organizações tende a ser reduzida”, como

observa Demo (2001), (ver gráfico 2).

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Gráfico 2: Avaliação da Situação da Associação de Acordo com os Sócios. Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

Quanto à avaliação da situação da associação de acordo com os sócios o

gráfico acima mostra que (62,50%) avalia a atual situação como “Ótima”, (31,25%)

dos entrevistados responderam que a situação está “Boa,” e (6, 25%) acha que está

“Regular.” Para entendermos melhor esse resultado um dos entrevistados relatou

um fato importante sobre a situação da associação Comunitária Barra da Espingarda

em Caicó/RN.

A situação da associação está tão ótima que quando tem algum sócio ou parente do sócio doente e não tem o dinheiro para comprar o remédio ou para fazer exames, é só ir à associação e pedir um empréstimo não é muito dinheiro mais é uma grande ajuda. Moço não existe associação como essa que tenta ajudar seus associados como pode. (Fala de um dos entrevistados da pesquisa de campo 19/112016).

Para os sócios esse resultado é fruto de um esforço de todos, onde os

interesses individuais não se sobrepõe aos interesses coletivos. (Ver gráfico 3).

0

2

4

6

8

10

12

Ótima Boa Regular Ruim Outros Péssima

AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE ACORDO COM OS SÓCIOS

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Gráfico 3: Relacionamento entre Presidente e os Associados. Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

No que diz respeito ao relacionamento entre presidente e os associados no

gráfico 3 apresenta que (68,75%) dos sócios consideram “Ótima” a relação com o

presidente, (25%) responderam que considera “Boa” a relação já (6,25%) pretendeu

a não responder esse questionamento. Leitão; Fortunato e Freitas (2006) afirma que

a importância dada aos relacionamentos parte do pressuposto de que as

necessidades e interesses das organizações são as necessidades e interesses dos

indivíduos de forma coletiva.

O relacionamento é de fundamental importância na associação, com isso se

cria um ambiente harmonioso entre todos, passando haver uma valorização do

respeito com o outro no espaço de convivência. O resultado citado acima implica

que os sócios mantem uma ótima relação com Antônio Almeida Neto presidente da

associação comunitária Barra da Espingarda em Caicó/RN.

Sobre o questionamento realizado em relação à importância da sua

participação enquanto sócio na entidade foi aplicado em forma de pergunta aberta,

deixando assim os participantes livres para descreverem acerca de sua importância

para a mesma. A seguir serão expostas algumas respostas já que alguns não

souberam opinar sobre o que foi proposto.

R:7 a importância a minha participação na associação é que questiono sempre

sobre alguns problemas enfrentados no dia a dia, R: colaboro com as decisões a

serem tomadas para se conseguir melhorar nossa comunidade, R: se eu não

7 R – Significa a resposta dada pelos entrevistados.

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Ótima Boa Regular Ruim Outros Péssima

RELACIONAMENTO ENTRE PRESIDENTE E OS ASSOCIADOS

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participar de forma ativa na associação não estarei lutando por nossos interesses, R:

participo sempre das reuniões e questiono por melhorias através de projetos e

cursos de capacitação, R: já contribui muito com associação sendo tesoureiro onde

sempre procurei participar de toda as reuniões, e sempre fiz cobranças para

associação obter mais projetos, R: Eu sempre falo muito nas reuniões e pago

sempre a mensalidade e faço cobranças a associação para poder ela falar com os

órgãos competentes para assim resolver os problemas da comunidade.

O resultado apontado na questão sobre importância da participação dos

sócios mostrou-se respostas muito idênticas, sendo voltadas na participação ativa

das reuniões e cobrança por novos projetos. Apenas (37,50%) souberam responder

ao questionamento proposto e (62,50) não souberam responder quanto a

importância da sua participação na associação. (Ver gráfico 4).

Gráfico 4: Qual o nível de contribuição que associação traz ao pequeno produtor rural. Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

Com base nos dados acima observa-se que (93,75%) dos sócios acham que

associação “Contribui muito” para o pequeno produtor rural e (6,25%) declarou que

“Contribui razoavelmente” com isso percebe-se que a entidade é um fator importante

para o desenvolvimento do pequeno agricultor rural, mostra a importância da

entidade na contribuição das conquistas sociais, para a sua valorização pessoal.

A questão do desenvolvimento das comunidades, por que assim a questão do associativismo fortalece muito aquela comunidade, é diferente uma comunidade que tem uma associação que é um órgão que representa

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Contribui muito Contribuirazoavelmente

Contribui pouco Não contribui

CONTRIBUIÇÃO DA ASSOCIAÇÃO AO PEQUENO PRODUTOR RURAL

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aquela comunidade, tudo é uma ponte levantamento de demanda dos problemas, segue para o sindicato e o mesmo encaminha para cada instituição responsável. A aquela comunidade que não existe associação não à organização nela, por que quando se chega a qualquer lugar hoje é perguntando se tem uma associação, porque é diferente vir reivindicar em nome do coletivo para o ministério público ou outros órgãos do que vir isoladamente, na verdade nem recebido é, logo é pedido um documento em nome da associação para poder resolver algo assim se vier resolver questões em benefício próprio não tem andamento em processo algum. (Ana Aline Morais, pesquisa de campo em 21/11/2016).

A presidenta do STTR Ana Aline Morais faz uma ressalva à contribuição da

associação, apontando que a comunidade que não for representada por uma

associação torna a vida de seus moradores mais difícil, já que não vai haver

ninguém que os represente. (Ver gráfico 5).

Gráfico 5: Sobre o que significa associação para os sócios. Fonte: Elaborado pelo autor

(2016).

Analisando o gráfico acima nota-se que (62,50%) dos entrevistados sabem o

que significa o termo associação onde cada participante expressou o significado de

forma diferente e com as próprias palavras, mas tendo o mesmo significado, e

(37,50%) relataram que não tem conhecimento sobre o que significa. Sobre isso

seguem as respostas dos entrevistados.

R: Associação é um órgão que cuida do interesse de todos, R: É um conjunto

de pessoas que buscam melhorias para todos envolvidos, R: Um grupo formado

para enfrentar os problemas da comunidade, R: Um grupo de pessoas se juntam

para buscar melhores condições de vida, R: Um grupo de pessoas que se associam

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Sim Não

SÓCIOS QUE SABEM O SIGNIFICADO DE ASSOCIAÇÃO

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para melhorar as situações, R: Um órgão que serve para ajudar seus sócios, R: Um

órgão que serve para ajudar os agricultores com projetos.

R: Um grupo que busca ajudar a melhor de vida através de projetos, R: São

pessoas que se juntam para trazer melhorias para sua comunidade, buscando

sempre melhorar relação entre todos. R: São um grupo que tentam melhorar as

condições de vida através da união de todos. É muito importante que os sócios

saibam o significado do termo associação para que haja o entendimento da vida em

coletividade e pela conquista das lutas engajadas em prol do bem coletivo. (Ver

gráfico 6).

Gráfico 6: Motivos dos sócios a participar da associação. Fonte: Elaborado pelo autor

(2016).

Ao analisarmos o gráfico 6 identificou-se que (50%) dos sócios disseram que

se associaram “Porque gosta de ajudar na contribuição para o desenvolvimentos da

comunidade, e (43,75%) falaram que se associaram “para melhorar a qualidade de

vida” já (6,25%) dos participantes se associaram por “Outros” motivos. A importância

desse questionamento mostrou que o principal motivo foi desenvolver a comunidade

através da associação que apresenta um pensamento coletivo e não só por motivos

individuais.

O último questionamento realizado aos entrevistados foi sobre qual (ais) o (s)

projeto (s) que mais contribuiu para o desenvolvimento da comunidade, onde (43,

75%) dos entrevistados optaram como o melhor projeto: foi da Adutora (2012)

(Apêndice B) que é executado através do Governo do Estado, para a melhoria e

0123456789

Porque é umamaneira de geração

de renda.

Porque gosto deajudar na contribuição

para odesenvolvimento da

comunidade

Para Melhorar aqualidade vida

Outros

MOTIVOS DOS SÓCIOS A PARTICIPAR DA ASSOCIAÇÃO

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adaptação do sistema de abastecimento de água da comunidade Barra da

Espingarda contando também com o financiamento do Banco Mundial (BIRD).

E (31,25%) sócios responderam que o melhor projeto realizado foi o

das Cisternas, para o consumo humano através do Programa Um Milhão de

Cisterna (P1MC) (Apêndice B) em parceria com a Secretaria de Estado do Trabalho,

Habitação e da Assistência Social (SETHAS), Ministério do desenvolvimento Social

e Combate a Fome, Governo do Estado, SEAPAC, em parceria com a associação

Comunitária Barra da Espingarda em Caicó/RN.

Outro projeto mencionado pelos entrevistados foi o projeto abastecimento de

água (1998), onde 3 (18,75%) destacaram sua importância para a comunidade.

Implementado através da SETHAS, Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural

(PAPP) – RN, BIRD, Governo do Estado em parceria com Associação Comunitária.

Foram construídas 6 caixas de água com capacidade de 10.000 litros, poço e um

dessalinizador facilitando a vida dos moradores nos períodos de seca.

A água que abastece as cisternas vem tudo do poço da associação tornando a comunidade sustentável e contando com um dessalinizador que é para questão de água de beber, já que os carros pipas não tem de onde retirar água, a comunidade é autossustentável em questão d’água devido ao dessalinizador transformando o território de Caicó e desenvolvendo a comunidade. (Ana Aline Morais, pesquisa de campo em 21/11/2016).

Para a presidenta do STTR esse projeto é de suma importância para a

permanência do homem no campo, contado que a falta d’água é o principal

problema para o agricultor, mas depois dos projetos da associação a comunidade

passou a ser mais independente nessa questão da água, pois antes necessitava de

ajuda de carros pipas para abastecer a comunidade. A mesma ainda afirmou que

atuação da associação contribuiu para o desenvolvimento do território.

Para (6,25%) dos associados optou como os melhores projetos que

desenvolveu a comunidade foram os projetos de Ovinocultura (2001) onde cada

família recebia 6 ovelhas da raça Santa Inês, esse contou com parcerias da

SETHAS, PAPP, Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) e

associação (Apêndice B). E Bovinocultura (2005) aonde cada família recebia uma

vaca e pagava apenas 50 reais, esse projeto tinha como parceiros a SETHAS,

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Estado, Banco mundial e associação, assim foi posto em prática em contrapartida

com associação, tendo como objetivo melhorar a alimentação das famílias, a renda

familiar e combater a pobreza rural e reduzir o êxodo rural.

Outros projetos contribuíram para o desenvolvimento da comunidade Barra da

Espingarda, não foram apenas os quatro projetos acima citados que através da

associação contribuiu para a melhoria dessas pessoas. A seguir serão mencionados

os outros projetos realizados a partir da união e das reivindicações por melhorias

para a comunidade.

Com objetivo de melhorar ainda mais o abastecimento d’água da comunidade

um novo projeto foi executado, assim 65 cisternas em barra de concreto armada foi

construída (Apêndice B) com apoio do governo federal, da Fundação Nacional de

Saúde (FUNASA), ministério da saúde e parceria com a associação no ano de 2014.

Em 2011 foi solicitado pela associação um projeto de Tanque de resfriamento

de leite (Apêndice B) em parceria com a EMATER, o credito a fundo perdido e a

associação entrava com a contrapartida. Vale salientar que a estrutura foi

construída, mas os equipamentos não foram comprados.

No ano de 1994 foi aprovado o projeto da Passagem molhada da comunidade

Barra da Espingarda que teve sua conclusão em 1996, tendo como parceiros

Governo do Estado do Rio Grande do Norte, SETHAS, PAPP, BIRD, Prefeitura

Municipal de Caicó/RN e a associação. Tendo como objetivo de melhorar o trafego

de pessoas e veículos, para facilitar o escoamento da produção dos pequenos

agricultores rurais ao acesso a cidade.

Lista-se também o projeto do RN Sustentável da Segunda Água que ainda

está em processo de aprovação, o mesmo contará com parcerias do Governo

Federal, EMATER e associação. Esse projeto visa o melhoramento do

abastecimento d’água, cada família vai receber uma caixa de mil litros e um kit de

reuso de água para produção agrícola.

Se não existisse o associativismo rural como forma de organização na

comunidade era muito diferente, na medida em que os agricultores familiares se

organizaram em forma de associativismo rural a comunidade passou a caminhar

rumo ao desenvolvimento. Mostrando que a melhor forma de enfrentar as

dificuldades do campo, podendo significar um acesso maior a bens e serviços aos

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associados a partir de projetos, políticas voltadas para o meio rural por meio de suas

lutas.

A comunidade antes da associação não tinha praticamente nada segundo

informações da Presidenta do STTR de Caicó, o posto de saúde existia, mas em

péssimo estado de uso sendo através da associação conseguimos melhorias para o

mesmo. Havia uma escola muito pequena também conseguiram aumentá-la com

ajuda da associação, a capela não existia, com a luta dos associados em conjunto

com a igreja Católica construíram uma capela e por último depois de várias

reinvindicações a mesma conseguiu a construção de uma quadra poliesportiva junto

com a Prefeitura Municipal de Caicó.

A associação tem um papel importante com o território de Caicó, pois a

mesma contribui para essa comunidade de forma que possa manter seus moradores

e evitando o êxodo rural. Através da organização promovida pela associação os

agricultores conseguem conviver mesmo com as dificuldades acarretadas pelos

fatores climáticos e sociais. Mesmo enfrentando um longo período de estiagem a

população local não precisou sair da zona rural com destino a cidade, pois a

comunidade vem sendo estruturada para não só enfrentarem os problemas e sim

conseguir produzir para manter as famílias em seu local de moradia.

No território de Caicó possui 37 associações rurais sendo que das 37 apenas

27 são ativas na questão de projetos, reuniões, pagamentos e na quantidade de

sócios. A associação comunitária da Barra da espingarda se destacou entre as

demais devido à organização e aos projetos que concorre com outras entidades e

em maior número de associados.

Assim na última década vem alcançando resultados positivos, pois com as

adversidades climáticas, sociais e políticas no município aconteceu que a

associação recebeu vários projetos que desenvolveu o território da comunidade.

Promovendo meios de melhorar a infraestrutura capaz de fortalecer o processo de

formação coletivo, capacitação de atividades culturais e desportivas pautados na

conscientização dos seus direitos e deveres.

A comunidade passa a ter um papel importante no território de Caicó/RN

como uma comunidade organizada, que além de conseguir manter sua população

ainda atraiu novos moradores tudo isso dar-se pela organização promovida pelos

agricultores familiares sob forma de sociedade civil. Criando meios de desenvolver a

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comunidade Barra da Espingarda através de projetos promovendo a infraestrutura

instalada na comunidade que facilita o dia a dia de seus moradores.

Associação Consegue cursos de capacitação visando o aperfeiçoamento

das técnicas usadas pelos seus participantes em suas atividades para a geração de

renda em diversas áreas em parceria com STTR de Caicó/RN buscando sempre o

aprimoramento de seus associados, ainda solicita a prefeitura por melhorias nas

estradas e na comunidade em geral.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O associativismo rural surgiu na região do Seridó do Rio Grande do Norte

com ajuda da Igreja católica, com a finalidade de incentivar os agricultores rurais a

se organizarem através dos movimentos sociais buscando o empoderamento

econômico e social proporcionando o desenvolvimento pessoal, comunitário e

territorial.

No município de Caicó existe 37 associações rurais onde 27 associações

estão funcionando sob critérios de participação dos sócios, lutas por projetos,

pagamentos das mensalidades. A associação Comunitária da Barra da Espingarda

destacou-se por sua atuação e organização e contribuição para a comunidade e

com território de Caicó/RN.

O trabalho buscou alcançar como objetivo de estudo compreender a atuação

da Associação Comunitária da Barra da Espingarda, considerando a contribuição

dessa atuação para o desenvolvimento do território da referida comunidade,

apresentar os principais resultados da atuação da associação na última década e

definir o papel da associação comunitária no território de Caicó/RN. Para alcançar

esses objetivos utilizamos uma amostragem de 20% dos sócios de 79 sócios onde

16 foram participes da pesquisa.

No que diz respeito aos resultados da pesquisa, o território da comunidade

passou pelo um processo de desenvolvimento devido atuação da associação

comunitária da Barra da Espingarda através de suas lutas pelo melhoramento da

qualidade de vida dos sócios. Associação contribui com 93,75% para a melhoria da

vida deles, essa contribuição é através de bens e prestações de serviços.

Os principais resultados da associação na última década foram os projetos na

comunidade onde viabilizou o crescimento dos seus associados e da comunidade.

Tornando uma comunidade fortalecida devido aos meios que possibilitaram o

empoderamento social, havendo uma união cada vez mais forte em busca do

fortalecimento e desenvolvimento da comunidade.

Contudo através dos resultados obtidos pela implementação dos projetos a

comunidade vem resistindo as adversidades climáticas e sociais conseguindo então

a permanência dos agricultores familiares no campo e ainda os capacitando para

melhorar suas técnicas de produção contribuindo para melhorar a qualidade de vida.

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Onde 50% dos sócios afirmaram estar na associação com o real motivo de que

gosta de ajudar na contribuição para o desenvolvimento da comunidade mostrando

que associação é um instrumento de luta coletivo.

O papel da associação comunitária da Barra da Espingarda no território de

Caicó/RN é importante que mostrando-se a necessidade de se organizar e pensar

de forma coletiva para o crescimento de todos, reivindicando por melhorias e

buscando parcerias para a concretização das mesmas para a comunidade e para o

município de Caicó/RN.

De uma forma geral a atuação da associação na comunidade Barra da

espingarda trouxe grandes contribuições para o desenvolvimento da mesma,

contribuição essa que só foi possível devido à participação ativa dos sócios em

conjunto com os parceiros que os ajudam. O estudo realizado sobre associativismo

rural: a atuação da Associação Comunitária da Barra da Espingarda em Caicó/RN

na atualidade busca ressaltar a importância do associativismo rural para o

desenvolvimento dos agricultores familiares através dos esforços em grupo e

ressaltar a importância desse tema para novos trabalhos acadêmicos, já que a nível

de estado tem poucas publicações a respeito do tema.

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APENDICE A - APLICADO COM OS SÓCIOS DA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DA BARRA DA ESPINGARDA – CAICÓ/RN

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

CERES, Campus Caicó Rua Evaristo de Medeiros, s/n – Penedo – Caicó - RN

PESQUISA PARA TRABALHO MONOGRÁFICO Discente: Fábio Batista de Souza

Orientadora: Prof. MSC. Isabel Cristina dos Santos

1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Idade: ( ) Menos de 20 anos ( ) De 20 até 30 anos ( ) De 30 até 40 ( ) De 40 até 50 ( ) De 50 até 60 ( ) Mais de 60 anos 3. Estado civil: ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Divorciado ( ) Viúvo 4. Grau de escolaridade: ( ) Ensino primário incompleto ( ) Ensino primário completo.

( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo.

( ) Ensino superior. ( ) Sem escolaridade

( ) Ensino superior incompleto.

5. Quanto tempo está na associação? ( ) Menos de 3 anos ( ) Durante 3 anos ( ) Durante 4 ano

( ) Durante 5 anos ( ) Mais de 5 anos.

6. Qual a sua ocupação?

__________________________________.

7. Qual o nível de contribuição da associação para a melhoria da sua qualidade de vida? ( ) Contribui muito ( ) Contribui razoavelmente ( ) Contribui pouco

( ) Não contribui

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8. Em sua opinião, quais as dificuldades que a associação enfrenta?

( ) Desistência dos Associados

( ) Divulgação

( ) Falta de estrutura

( ) Falta de uma Sede Própria

( ) Falta de apoio

( ) Outros_________________________________________________

9. Como você avalia a atual situação da associação? ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Péssima 10. Como é o relacionamento entre a Presidente e os associados? ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Péssima 11. Qual a importância da sua participação na associação? ___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________.

12. Qual o nível de contribuição que a associação traz ao pequeno produtor rural? ( ) Contribui muito ( ) Contribui razoavelmente ( ) Contribui pouco

( ) Não contribui

13. Você sabe o que significa associação? ( ) Sim, significa:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

________________________________________________.

( ) Não

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14. Por que você participa dessa associação? ( ) Porque é uma maneira de gerar renda. ( ) Porque gosto ajudar na contribuição para o desenvolvimento da comunidade.

( ) Melhor qualidade de vida.

( ) outros___________________________________________________.

15. Qual (ais) o (s) projeto (s) que mais contribuiu para o desenvolvimento da

comunidade?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

_______________________________________________.

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APÊNDICE B

Programa 1 Milhão de Cisternas – Secretaria De Estado de Trabalho, Habitação

e da Assistência Social (SETHAS)

Ovinocultura – SETHAS, PAPP, e EMATER

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Associação Comunitária da Barra da Espingarda e EMATER

SETHAS, BIRD e Associação

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A esquerda a adutora: Governo do Estado, Associação e BIRD e a direita:

SETHAS, PAPP, BIRD, Governo do Estado e Associação

/ FUNASA, Ministério da Saúde e Associação

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SETHAS, PAPP, BIRD, Governo do Estado e Associação