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  • Fevereiro | 20132

    www.advocef.org.br – Discagem gratuita 0800.601.3020

    ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

    DIRETORIA EXECUTIVA 2012-2014Presidente: Carlos Alberto Regueira de Castro e Silva (Recife)Vice-Presidente: Álvaro Sérgio Weiler Junior (Porto Alegre)Primeiro Secretário: Lenymara Carvalho (Brasília)Segundo Secretário: Lya Rachel Basseto Vieira (Campinas)Primeiro Tesoureiro: Estanislau Luciano de Oliveira (Brasília)Segundo Tesoureiro: Daniele Cristina Alaniz Macedo (São Paulo)Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional: Júlio Vitor Greve (Brasília)Diretor de Comunicação, Relacionamento Interno e Eventos: Roberto Maia (Porto Alegre)Diretor de Honorários Advocatícios: Dione Lima da Silva (Porto Alegre)Diretor de Negociação Coletiva: Marcelo Dutra Victor (Belo Horizonte)Diretor de Prerrogativas: Maria Rosa de Carvalho Leite Neta (Fortaleza)Diretor Jurídico: Magdiel Jeus Gomes Araújo (João Pessoa)Diretor Social: Isabella Gomes Machado (Brasília)REPRESENTANTES REGIONAISElisia Sousa Xavier (Dijur/Suaju)|Meire Aparecida de Amorim (Dijur/Suten)|Paula GironMargalho (Aracaju)|Rodrigo Trassi de Araújo (Bauru)|José de Anchieta Bandeira Moreira Filho(Belém)|Leandro Clementoni da Cunha (Belo Horizonte)|Marta Bufáiçal Rosa (Brasília)|LyaRachel Bassetto Vieira (Campinas)|Alfredo de Souza Briltes (Campo Grande)|Renato LuizOttoni Guedes (Cascavel)|Sandro Martinho Tiegs (Cuiabá)|Manoel Diniz Paz Neto(Curitiba)|Edson Maciel Monteiro (Florianópolis)|Karla Karam Medina (Fortaleza)|Ivan SérgioVaz Porto (Goiania)|Magdiel Jeus Gomes Araújo (João Pessoa)|Rodrigo Trezza Borges (Juizde Fora)|Altair Rodrigues de Paula (Londrina)|Dioclécio Cavalcante de Melo Neto (Maceió)|KátiaRegina Souza Nascimento (Manaus)|José Irajá de Almeida (Maringá)|Francisco FredericoFelipe Marrocos (Natal)|Daniel Burkle Ward (Niterói)|Leonardo da Silva Greff (NovoHamburgo)|Cassia Daniela da Silveira (Passo Fundo)|José Carlos de Castro(Piracicaba)|Pablo Drum (Porto Alegre)|Augusto Cruz Souza (Porto Velho)|Aldo Lins eSilva Pires (Recife)|Sandro Endrigo de Azevedo Chiaroti (Ribeirão Preto)|Luiz FernandoPadilha (Rio de Fevereiro)|Linéia Ferreira Costa (Salvador)|Conrado de Figueiredo N. Borba(Santa Maria)|Leandro Biondi (São José dos Campos)|Antonio Carlos Origa Junior (São Josédo Rio Preto)|Marcelo de Mattos Pereira Moreira (São Luís)|Camila Modena Basseto Ribeiro(São Paulo)|Rômulo dos Santos Lima (Teresina)|Felipe Lima de Paula (Uberaba)|AquilinoNovaes Rodrigues (Uberlândia)|Angelo Ricardo Alves da Rocha (Vitória)|Aldir Gomes Selles(Volta Redonda).CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos: Davi Duarte (Porto Alegre), Anna Claudia Vasconcellos (Florianópolis),Patrícia Raquel Caires Jost Guadanhim (Londrina), Fernando da Silva Abs da Cruz (PortoAlegre), Luciano Caixeta Amâncio (Brasília), Renato Luiz Harmi Hino (Curitiba) e HenriqueChagas (Presidente Prudente).Membros suplentes: Antônio Xavier de Moraes Primo (Recife), Justiniano Dias da Silva Junior(Recife) e Elton Nobre de Oliveira (Rio de Fevereiro).CONSELHO FISCALMembros efetivos: Edson Pereira da Silva (Brasília), Jayme de Azevedo Lima (Curitiba) eAdonias Melo de Cordeiro (Fortaleza).Membros suplentes: Sandro Endrigo Chiarotti (Ribeirão Preto) e Melissa Santos PinheiroVassoler Silva (Porto Velho).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Bloco Q, Lote 3, Sala 1410 | Edifício João Carlos Saad | Brasília/DFCEP 70070-120 | Fone (61) 3224-3020 | E-mail: [email protected] da ADVOCEF: Gerente administrativa e financeira: Ana Niedja Mendes Nunes |Assistente financeira: Kelly Carvalho | Assistente administrativa: Valquíria Dias deOliveira Lisboa | Recepcionista: Roane Gomes Máximo

    Expe

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    Edito

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    Conselho Editorial: Álvaro Weiler Junior, Carlos Castro, Daniele Macedo, Dione Lima da Silva,Estanislau Luciano de Oliveira, Isabella Gomes Machado, Júlio Greve, Lenymara Carvalho, LyaRachel Basseto Vieira, Marcelo Dutra Victor, Maria Rosa de Carvalho Leite Neta, Magdiel JeusGomes Araújo e Roberto Maia|Jornalista responsável: Mário Goulart Duarte (Reg. Prof. 4662)- E-mail: [email protected].|Projeto gráfico: Eduardo Furasté|Editoração eletrônica:José Roberto Vazquez Elmo|Capa e contracapa: Eduardo Furasté|Ilustrações: Ronaldo Selistre|Tiragem: 1.100 exemplares|Impressão: Athalaia Gráfica e Editora|Periodicidade: Mensal.A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e a insti-tuições de ensino e jurídicas.

    A versão eletrônica desta publicação está disponível no site da ADVOCEF.Para acesso e leitura exclusivamente naquele formato basta fazer a opção,

    na área restrita do portal. Pense na sustentabilidade do Planeta.

    As opiniões publicadas são de responsabilidade de seus autores,não refletindo necessariamente o pensamento da ADVOCEF.

    Passado o Carnaval, diz a crença popular queo Brasil volta a funcionar, os brasileiros reassumemsuas rotinas e tudo retoma seu lugar no universo.

    As páginas desta edição ilustram de algumaforma esse período de passagem, contemplandotemas amenos, outros nem tanto e, excepcional-mente, uma tragédia em Santa Maria (RS).

    A nova seção Minha Terra, criada com a cola-boração habitual de nossos leitores, inicia a retra-tar as odes e encantos do nosso país, expostospor advogados da CAIXA.

    Ao longo das próximas edições, desenhar-se-á um colorido mosaico a compor, ponto a ponto, omapa das paragens que nos acolhem e pelas quaisnos apaixonamos, cada um de nós a seu modo.

    O processo judicial eletrônico é tema perma-nente da nossa pauta, dada sua atualidade e osnaturais e crescentes debates em torno de suaforma de implantação pelos diversos segmentosdo Poder Judiciário.

    O XIX Congresso da ADVOCEF, a ocorrer emmaio na aprazível Florianópolis, também inicia pre-sença a partir desta edição, por força da antecipa-da e cuidadosa preparação em curso.

    A nova gestão do Conselho Federal da OAB eas expectativas da Advocacia e dos advogados daCAIXA para os próximos três anos são pontos deanálise e notícia de relevo.

    Como a mostrar que o universo se multiplicaem cada recanto, notícias sérias de repercussãomundial têm destaque sob os olhos de nossosassociados.

    Assim também as crônicas que, de tãobairristas, acabam muitas vezes por assumir acondição de universais, a seu especial modo.

    Doutrina e jurisprudência jurídica atual pos-suem espaço garantido na edição, revelando a facesempre vigilante e dinâmica da advocacia.

    Do todo ao único, do individual ao universal,tudo e todos se integram frente ao que a vida nosoferta. E a vida é composta por múltiplas eintrincadas facetas e suas repercussões sobre aspessoas, compondo intermináveis tramas e notí-cias, amenas e sérias, mas acima de tudo reais.

    Diretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEF

    Amenas esérias

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    OAB vê problemas na implantação "açodada" do PJe em todo o país

    As dificuldades do processo

    Uma pesquisa feita pela OABindica que 66% da advocacia brasi-leira ainda não se sente preparadapara o PJe (processo judicial eletrô-nico). O resultado da consulta, en-tregue ao Conselho Nacional deJustiça em 29 de janeiro, mostraque as principais dificuldades en-contradas pelos advogados emtodo o país são a diversidade desistemas, os defeitos verificadosdurante sua utilização e a falta detreinamento.

    A OAB está preocupada com aforma "precipitada" com que os tri-bunais implantam o processo eletrônico,obrigando os advogados a aderir sem le-var em conta as deficiências do sistema."Algumas regiões do país sequer possu-em banda larga", reclama o presidenteMarcus Vinicius Furtado Coêlho.

    Logo ao assumir, em 1º de fevereiro,o presidente nacional da OAB disse que aaplicação do PJe está excluindo colegasda profissão. "Não podemos transformaruma bela iniciativa em algo que se im-planta de forma açodada, mais parecen-do criação de biografias de presidentesde tribunais." Mas prometeu que a OABfará a sua parte, criando núcleos de in-

    clusão digital em cada Seccional do país,entre outras providências.

    Em defesa do processo eletrônico, dizo presidente do Tribunal Superior do Tra-balho, João Oreste Dalazen, que sua utili-zação "importa uma necessária mudan-ça de cultura, e o uso obrigatório do siste-ma diminui o tempo de implementaçãointegral do cenário de mudança".

    Saudades do bom papelO advogado Roberto Antonio Sonego,

    da Rejur Cascavel/PR, não espera gran-des dificuldades no Jurídico da CAIXA.Defensor do PJe, ele acredita que a expe-

    Como apreciador das ferramentastecnológicas para melhoria do nosso cotidia-no, considero a implantação do PJe fundamen-tal para a padronização dos procedimentosoperacionais de ajuizamento eprocessamento das ações judiciais, eis que,de fato, reduz substancialmente os recursoshumanos e materiais empregados até entãona forma tradicional utilizada.

    Além da economia apontada, resulta emceleridade e transparência dos atos e deci-sões judiciais, tanto para o próprio Poder Judi-ciário como para as partes e seus procurado-res, que de forma online e diária podem acom-panhar o andamento dos seus processos.

    No entanto, não se pode esquecer que o PJe é apenasum instrumento e não um fim em si mesmo, e, assim como o

    riência dos colegas mais antigos e odomínio tecnológico, característicadas novas gerações, irão superar anatural resistência que ocorre nes-ses momentos.

    Na internet, um advogado dizque o conhecimento do processoeletrônico virá com a prática. "Seninguém se dispuser a utilizá-lo, nin-guém saberá usá-lo", argumenta.Lembra também que advogadosque mais rapidamente se adapta-rem ao processo eletrônico terãovantagem competitiva em relaçãoaos que ficarem no passado, "lem-

    brando-se do velho e bom papel...".O projeto PJe foi iniciado no Conse-

    lho Nacional de Justiça em setembro de2009, quando retomou os trabalhos rea-lizados com os cinco tribunais regionaisfederais e com o Conselho da JustiçaFederal (CJF). O objetivo principal é per-mitir a prática e o acompanhamento deatos processuais pelos magistrados, ad-vogados, servidores e demais participan-tes da relação processual diretamente nosistema. Já é utilizado em 37 tribunais eseções judiciárias e está em fase de ho-mologação ou de testes em 11 tribunais,no CNJ e no Conselho da Justiça Federal.

    O PJe é fundamentalRoberto Antonio Sonego, advogado da CAIXA em Cascavel/PRRoberto Antonio Sonego, advogado da CAIXA em Cascavel/PRRoberto Antonio Sonego, advogado da CAIXA em Cascavel/PRRoberto Antonio Sonego, advogado da CAIXA em Cascavel/PRRoberto Antonio Sonego, advogado da CAIXA em Cascavel/PR

    processo tradicional em papel, tem o mesmoobjetivo, tal seja a obtenção da prestaçãojurisdicional do Estado.

    Assim, não haverá grandes dificuldadesdentro do Jurídico da CAIXA, pois a experiên-cia dos colegas com mais tempo de casa, ali-ada ao domínio tecnológico das novas gera-ções de colegas advogados e empregados quenos assessoram, irá superar a natural resis-tência que ocorre momentaneamente com aimplantação dos novos sistemas.

    Além disso, por se tratar de um sistemaunificado para todos os tribunais, contribuirápara a rápida familiarização e compreensãodo funcionamento do próprio software e dos

    seus recursos disponíveis, resultando em expressiva econo-mia e produtividade já nos primeiros meses de utilização.

    |||||Advogados querem mais treinamento para o PJe

    |||||Roberto Sonego: economia e produtividade

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    CNJ

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    A nova OrdemAssociados da ADVOCEF comentam a eleição para o Conselho Federal da OAB

    "Neste momento, desfaz-se opalanque eleitoral", declarou o ad-vogado Marcus Vinicius FurtadoCoêlho, eleito em 31 de janeiropara presidir o Conselho Federalda Ordem dos Advogados do Bra-sil até 1º/02/2016. "Conclamo atodos os advogados do Brasil, atodos os conselheiros federaispara unirmos esforços em prol daConstituição e da permanenteconstrução desta entidade histó-rica", discursou na posse, em 1ºde fevereiro. Ele teve quatro ve-zes mais votos que seu adversá-rio, Alberto de Paula Machado.

    Marcus Vinicius nasceu noMaranhão, mas construiu a vida e a car-reira profissional no Piauí. Através daSeccional piauiense, foi eleito por cincomandatos consecutivos para o ConselhoFederal.

    O vice-presidente eleito, ClaudioPacheco Prates Lamachia, foi conselhei-ro da OAB e, de 2007 a 2012, presiden-te da Seccional do Rio Grande do Sul.

    Toda a atenção para a Ordem, quedeve ficar à disposição da sociedade eda advocacia nacional, destacou o presi-dente eleito. "Pois a defesa é tão impor-tante quanto a acusação. É isso que osadvogados do Brasil precisam que a OABdiga à sociedade brasileira."

    No discurso, defendeu uma relaçãoem alto nível com o Congresso Nacio-nal, visando vitórias importantes. Porexemplo: honorários da advocacia tra-balhista e da advocacia pública, inclu-são da advocacia no Simples Nacional,férias dos advogados, manutenção dasconquistas relacionadas aos honorári-os advocatícios no novo Código de Pro-cesso Civil, manutenção do Exame deOrdem e, principalmente, acriminalização da violação às prerroga-tivas profissionais dos advogados.

    Advocacia deempresas públicas

    Aqui aparece a luta pela regulamen-tação da advocacia de empresas públi-cas, observa a advogada Élida Franklin,do Jurídico Teresina. Ela aponta a

    implementação da carreira de Procura-dor de Empresa Pública Federal, "tão al-mejada por todos nós, advogados da CAI-XA". E informa que Marcus anuncia a cons-tituição de comissões programáticas noConselho Federal para analisar questõescorrelatas e propor soluções.

    "Tendo em vista a abertura e solidari-edade à causa do advogado que Marcussempre demonstrou, buscaremos proxi-midade, para sustentação e engrandeci-mento das nossas batalhas. E espera-mos encontrar, no novo presidente doConselho, um colaborador e parceiro, demodo que some forças à nossa catego-ria, para continuar avançando nas con-quistas e melhorias de condições para oexercício da advocacia pública e, em es-pecial, para as causas abraçadas pelaADVOCEF."

    O vice-presidente da ADVOCEF, Álva-ro Weiler, saúda a eleição dos novos diri-gentes, especialmente a do vice-presi-dente, Claudio Lamachia."É um parceiro daADVOCEF, tendo proferidobrilhante palestra no Con-gresso de Gramado/RS,em maio de 2010."

    Lamachia é, além detudo, um "tocador de obrase de serviços", acrescentao advogado Davi Duarte,presidente do ConselhoDeliberativo da ADVOCEF."Íntegro, amigo e muito tra-balhador. Com ele na Vice-Presidência do Conselho

    Federal certamente teremos mui-tas realizações. A Ordem dará umsalto de qualidade e, com isso, ga-nharemos todos, profissionais daadvocacia e a sociedade em geral."

    Álvaro Weiler ficou satisfeito ou-vindo as palavras do presidenteMarcus Vinicius. "Ele ressaltou a im-portância do advogado como pro-tagonista das grandes causas repu-blicanas, prometeu que a gestão2013/2016 será compartilhada eparticipativa, em prol da advocaciae da defesa das nossas prerrogati-vas, bem como conclamou todos a

    experimentar a riqueza dos debates deideias livres, onde possam expressarsuas opiniões sem qualquer tipo de amar-ra ou objeção."

    Manter o relacionamentoO diretor de Articulação e Relaciona-

    mento Institucional da ADVOCEF, Júlio Gre-ve, nota que o excelente relacionamentoque a Associação mantinha com o Con-selho Federal se dava em especial napessoa do seu presidente, Ophir Caval-cante. "Significa dizer que teremos queretomar nossas articulações junto aonovo presidente, Dr. Marcus Vinicius, paraque tenhamos, junto a ele, o tratamentoexcepcional que mantínhamos com agestão anterior."

    Júlio Greve salienta que já existe umótimo relacionamento com o novo vice-presidente, Claudio Lamachia, desde queele exercia a Presidência da OAB/RS.

    O presidente da ADVOCEF, CarlosCastro, comenta que aentidade nunca tomoupartido nas eleições parao Conselho Federal daOAB. "O que se viu foi umou outro associado pres-tando o seu apoio pesso-al a uma das chapas." Eleagradece o apoio que aADVOCEF sempre rece-beu do ex-vice-presidentedo Conselho, Alberto dePaula Machado, e ressal-ta a relação pessoal quetem com o atual vice-pre-

    |||||Marcus Vinicius: unir esforços pela Constituição

    |||||Carlos Castro: a parceria e oapoio da ADVOCEF

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    | Administração

    Novo diretor jurídicoMagdiel Jeus Gomes Araújo assume a Diretoria Jurídica da ADVOCEF

    Opinião formada Confira algumas afirmações do

    novo presidente da OAB nacional,Marcus Vinicius Furta-do Coêlho.

    "Temos queentender que averdade é algoem construção eque desse diálogolegítimo devem partici-par, neste plenário e duran-te esta gestão, todos os presidentesde Seccionais e conselheiros federais."

    "Aprendi com o Colégio de presiden-tes da OAB que punir o advogado porseus clientes é discurso autoritário e in-compatível com nossos princípios. É ne-gar o direito de defesa que todo cida-dão deve ter, é cercear a liberdade doexercício profissional e, enfim, negar o

    direito à existência de uma advocaciaindependente."

    "Aprendi com a riqueza dosensinamentos de Raimundo

    Faoro, mas, nas citações,fico com Gonçalves Dias,para quem a vida é luta,luta renhida, que aos fra-cos abate, mas aos for-tes só cumpre exaltar."

    "Temos o mesmo tí-tulo, que é o principal de todos:

    somos advogados. É muito belo poder afir-mar a todos vocês: somos e permanece-remos iguais."

    "E o presidente, saibam vocês, prefe-re não ter aquela velha opinião formadasobre tudo para ter o equilíbrio necessárioe a abertura indispensável para ouvir eacolher."

    sidente, Claudio Lamachia. "Ele sempreesteve do nosso lado, em especial nosnossos grandes embates, em que foinecessária a busca do apoio da OAB oudas associações coirmãs."

    O presidente da ADVOCEF conta quetem, também, um excelente relacionamen-to com o atual presidente Marcus Vinicius,que teve o apoio da bancada do seu Esta-do (Pernambuco), de cuja equipe fez partena gestão passada.

    "Em nome da Associação Nacional dosAdvogados da Caixa Econômica Federal,no próximo dia 12 de março, na posse daatual Diretoria do nosso Conselho Federal,estarei ratificando a parceria hoje existen-te e levando o nosso apoio, desejando su-cesso aos atuais dirigentes, na certeza deque a nossa entidade maior estará sendobem representada no próximo triênio", afir-mou o presidente da ADVOCEF.

    O advogado Magdiel JeusGomes Araújo é o novo diretorjurídico da ADVOCEF, substitu-indo Pedro Jorge Santana Pe-reira, que renunciou para assu-mir uma Coordenadoria no Ju-rídico Maceió. A substituição foiaprovada, em votação unâni-me, pelo Conselho Deliberativoem 16 de janeiro.

    Representante da ADVOCEFem João Pessoa, Magdiel decla-ra que ficou lisonjeado com oconvite do presidente Carlos Castro.

    "Primeiro, pela oportunidade de fazerparte de uma equipe que vem desempe-nhando um trabalho excelente, mas tam-bém pela chance de contribuir com o for-talecimento de nossa Associação, em umdos cargos que reputo de grande impor-tância e responsabilidade."

    O advogado diz que se sente à vonta-de para o desafio, pois deseja contribuircom trabalho e novas ideias em benefíciode uma categoria cada vez maisfortalecida. Já busca informações sobre asituação dos processos de interesse daADVOCEF e atua na condução e elabora-ção das peças. Ele considera importantedar um tratamento especial a cada umadessas ações.

    "Usando como paralelo osfeitos relevantes da CAIXA e aadvocacia privada, lembra-mos que nos seus acervossempre existem aqueles pro-cessos merecedores de umaatenção, digamos, 'mais espe-cial', que além de um acom-panhamento diferenciado, de-vido às suas peculiaridades,também exigem uma atuaçãodireta e rebuscada do profis-sional."

    Magdiel vai trabalhar desse modo, fa-zendo um acompanhamento direto aolado de cada advogado responsável peloprocesso, participando, dentro do possí-vel, de todas as decisões im-portantes.

    Também considera funda-mental, na função, receber su-gestões dos colegas a respei-to das questões que são, qua-se sempre, polêmicas. Essaajuda já vem ocorrendo des-de o início dos trabalhos, re-conhece.

    Seu objetivo é mostrar,com a colaboração dos cole-gas e advogados contratados,um bom resultado à frente da

    Diretoria Jurídica da ADVOCEF, dando asua contribuição para a evolução da ca-tegoria.

    O novo coordenador jurídicoO hoje coordenador do Jurídico

    Maceió Pedro Jorge Santana Pereira(transferido do Jurir Recife) pediu desli-gamento da Diretoria Jurídica daADVOCEF por entender que as atribui-ções do cargo são incompatíveis com oexercício de função gerencial da CAIXA.

    "Gostaria de registrar minha imensahonra em ter integrado tão atuante Dire-toria Executiva da ADVOCEF, com agrade-cimento especial ao presidente CarlosCastro pela confiança e fraterna convi-

    vência, além dos momentosdifíceis e de embates, semprepor ele conduzidos commaestria."

    Pedro Jorge diz que estábastante motivado com os de-safios da nova função, que lhepermite "observar a CAIXA sobum enfoque bem aprofundado".

    Deixa uma mensagem aonovo diretor: "Defender comavidez, e ao mesmo tempocom bastante serenidade, osinteresses dos associados".

    |||||Magdiel: acompanhamentodireto dos processos

    |||||Pedro Jorge: pelosinteresses dos associados

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    O Direito americanoLivro busca lições sobre ações coletivas nos Estados Unidos

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    O advogado Andre Vasconcelos Ro-que espera que seu segundo estudo pu-blicado, "Class Actions - Ações Coleti-vas nos Estados Unidos: o que pode-mos aprender com eles?", lançado pelaEditora Juspodivm, seja útil aos advo-gados da CAIXA, especialmente aque-les que lidam no foro com ações civispúblicas e ações populares. "Apresen-to um panorama sobre o sistema ame-ricano de tutela coletiva e, a partir daí,minha reflexão sobre nossos méritos,deficiências e projetos de reformalegislativa na matéria."

    Doutorando e mestre em Direito Pro-cessual pela UERJ, Andre é professorde Direito Processual Civil e membro doInstituto Brasileiro de Direito Processu-al (IBDP) e do Comitê Brasileiro de Arbi-tragem (CBAr). Integra a equipe do Por-tal Atualidades do Direito, parceira daADVOCEF em convênio firmado recen-temente. É o autor deste mês no encarteJuris Tantum, com texto originariamen-te publicado no Portal. Segundo o advo-gado Luiz Dellore (advogado da CAIXA e

    ta, o artigo "trata de uma importantequestão processual de uma maneiraleve e até bem-humorada".

    Na obra, versão comercial de suadissertação de mestrado, Andre Roquepropõe ao leitor um retorno às origensda tutela coletiva brasileira, para umareflexão mais aprofundada sobre o mo-mento. Ele diz, no Portal, que "a crisenumérica do Poder Judiciário torna im-prescindível a busca por novosparadigmas. Caso aprovado, o novo Có-digo de Processo Civil, por si só, nãoserá capaz de assegurar a duração ra-zoável dos processos, sem que se pro-mova uma política de aprimoramentoda prestação jurisdicional, que inclui -entre outras medidas - o adequado de-senvolvimento das ações coletivas".

    Em tempos de novo CPCNo volume, Andre convida o leitor a

    iniciar essa exploração pelas ações co-letivas nos Estados Unidos, desde suasorigens, passando pelos institutos fun-damentais e principais aspectos

    |||||Obra de Andre Roque: o sistema americanode tutela coletiva

    Um convênio firmado pela ADVOCEFem dezembro de 2012 propicia que to-dos os advogados da CAIXA acessemo conteúdo exclusivo para assinantesdo Porta l Atual idades do Dire i to(www.atualidadesdodireito.com.br). Àdisposição dos interessados há notíciasjurídicas, textos, vídeos, palestras e co-mentários à jurisprudência dos tribunaissuperiores, dentre outros meios de difu-são de conhecimento. E há, também, apossibilidade de participar com a ediçãode um blog.

    "A ideia é usar a internet como nossa aliada na neces-sária atualização profissional, mediante material de quali-dade, produzido por autores de todo o Brasil", explica o pro-fessor e advogado da CAIXA Luiz Dellore, atualmente asses-sor do ministro Antonio Carlos Ferreira no Superior Tribunalde Justiça. O advogado, que representou o Portal na assina-tura do convênio, salienta que muitos professores possuemblogs no Atualidades - como o próprio Dellore -, em que co-mentam os mais diversos assuntos do mundo jurídico.

    Parceiros e blogueiros

    Advogados professoresMas o objetivo do convênio é uma re-

    lação de parceria, não uma via de mãoúnica, chama a atenção Dellore. "Ou seja,também se espera a colaboração dos ad-vogados da CAIXA. Um dos coordenadoresdo Atualidades, Prof. Luiz Flávio Gomes,deixou claro que gostaria de contar comalguns dos profissionais da área jurídica daCAIXA como blogueiros, levando a experi-ência pessoal e profissional para essa co-munidade virtual."

    Dellore sugere aos colegas que não só acompanhem o Atu-alidades, mas que também façam parte dele. Os interessadosdevem entrar em contato com [email protected],pedindo informações para iniciar seu blog.

    "Este é o momento para que os advogados da CAIXA que sededicam à área acadêmica (e há diversos professores, nós sa-bemos) - ou que escrevem sobre temas jurídicos - passem afigurar no rol de comentaristas de um Portal com milhares deacessos por dia."

    |||||Luiz Dellore: a internet naatualização profissional

    professor, também presente no Atuali-dades), que o apresentou a esta Revis-

  • Fevereiro | 2013 7

    | Luto

    A tristeza de Santa MariaOs advogados e demais empregados da CAIXA em San-

    ta Maria/RS poderiam estar na boate Kiss, no domingo,28 de janeiro de 2013, quando um incêndio matou maisde 230 jovens. Ao surgir a notícia, havia uma preocupa-ção com os estagiários, da faixa etária que frequentava olugar. Depois se soube que um estagiário e um emprega-do de Gravataí (RS) faleceram no local.

    De um jeito ou de outro, todos estavam lá: os demaismoradores da cidade, do Estado, do país, do mundo. Umatragédia coletiva, com essa intensidade e alcance.

    A ADVOCEF se solidariza com a dor dos sobreviven-tes, parentes e amigos das vítimas. O sentimento estánas palavras dos advogados Conrado Borba (represen-tante da Associação) e Vívian Pereira, lotados no Jurídicoda cidade.

    procedimentais. O objetivo é discutir oatual estágio da tutela coletiva no Bra-sil e resgatar o seu papel. "Em temposde novo CPC, que aposta na força dajurisprudência para a resolução de de-mandas repetitivas, talvez possamosencontrar uma melhor alternativa."

    No prefácio, o advogado FredieDidier Jr., professor da Faculdade deDireito da Universidade Federal da

    Bahia (graduação, mestrado e douto-rado), diz que Andre Roque é um des-ses talentos que costumam aparecerde tempos em tempos na Universida-de do Estado do Rio de Janeiro, que éum dos celeiros da produção doutriná-ria brasileira sobre o assunto. E queseu livro se junta ao rol das mais im-portantes obras brasileiras sobre o pro-cesso coletivo.

    Além do rigor e da minúcia com queAndre trata os temas, Diddier ressalta a le-veza do texto. "Fala-se que o engenheiro éaquele que constrói a solução para a reali-zação de um projeto, para o atingimentode uma meta. Este livro de Andre é obra derefinada engenharia jurídica."

    O livro pode ser adquirido diretamen-te da Editora Juspodivm (www.editorajuspodivm.com.br).

    No rosto de cada umVívian Daniele Corrêa PereiraVívian Daniele Corrêa PereiraVívian Daniele Corrêa PereiraVívian Daniele Corrêa PereiraVívian Daniele Corrêa Pereira

    "Dizer que Santa Maria está de luto não é força deexpressão.

    Quem anda pelas ruas da cidade sente e vê o climade tristeza no rosto de cada um.

    A cidade, acostumada a tantas faixas dos 'bixos'nessa época do ano, agora está repleta de faixas ne-gras para lembrar a tragédia. Todos querem saber o por-quê de tantos jovens mortos em uma noite que deveriaser apenas de diversão.

    Não há um cidadão que não conheça alguém quese foi ou uma família que perdeu um ente querido.

    Mas, em meio a tanta tristeza, sobressai a solidari-edade. Muitas histórias de heróis que perderam suasvidas salvando as de outros. Muitos dispostos a ajudarcom doações ou simplesmente com gestos de carinho.A união da cidade em que a maioria está só de passa-gem."

    Um silêncio pesadoConrado de Figueiredo Neves BorbaConrado de Figueiredo Neves BorbaConrado de Figueiredo Neves BorbaConrado de Figueiredo Neves BorbaConrado de Figueiredo Neves Borba

    "Sobre o incêndio na boate Kiss, cabe dizer que todos nósfomos tomados de surpresa no domingo de manhã, com a magni-tude da tragédia. Os integrantes da Rejur Santa Maria/RS logoprocuraram notícias dos demais colegas por telefone e pelas re-des sociais. Havia maior preocupação quanto aos estagiários, queeram frequentadores do local.

    Com o passar das horas, descobriu-se que todos estavam asalvo. Contudo, uma antiga estagiária e um funcionário da agênciaGravataí/RS haviam falecido.

    Ainda abalada, a população deu início a uma grandemobilização para disseminar informações sobre como e onde aju-dar. E a ajuda veio de todos os cantos, intensa.

    Nos dias seguintes ao incêndio, o luto tomou a cidade. Nasruas vazias, o silêncio 'pesado' foi quebrado apenas pelas mar-chas clamando por justiça.

    Cabe, por fim, aguardar a responsabilização dos culpados elamentar a exploração política e jornalística da tragédia."

  • Fevereiro | 20138

    Notícias da Revista de DireitoPu

    blic

    ação

    “O perecimento dos saldos (e cor-“O perecimento dos saldos (e cor-“O perecimento dos saldos (e cor-“O perecimento dos saldos (e cor-“O perecimento dos saldos (e cor-respondentes direitos) dos depósi-respondentes direitos) dos depósi-respondentes direitos) dos depósi-respondentes direitos) dos depósi-respondentes direitos) dos depósi-tos populares efetuados no séculotos populares efetuados no séculotos populares efetuados no séculotos populares efetuados no séculotos populares efetuados no séculopassado”passado”passado”passado”passado”, por Marcos Vinícius de AndradeAyres, advogado da CAIXA em Minas Ge-rais.

    O artigo trata dos “depósitos popula-res” regulados pelo Decreto 24.427/34,que, afirma o autor, já pereceram de fatoe direito. O perecimento de fato ocorreuporque os valores não percebiam corre-ção monetária. O perecimento de direito,pela perda ou prescrição dos pretensosdireitos.

    “A penhora de bem imóvA penhora de bem imóvA penhora de bem imóvA penhora de bem imóvA penhora de bem imóvel alienadoel alienadoel alienadoel alienadoel alienadofiduciariamente”fiduciariamente”fiduciariamente”fiduciariamente”fiduciariamente”, por Daniel BarbosaLima Faria Corrêa de Souza, advogado daCAIXA no Rio Grande do Sul.

    O autor observa os institutos da alie-nação fiduciária em garantia de bem imó-vel (apontando natureza jurídica, sujeitose casos de extinção) e da penhora de di-reitos. Seu objetivo é demonstrar a possi-

    “O princípio da igualdade e as limi-“O princípio da igualdade e as limi-“O princípio da igualdade e as limi-“O princípio da igualdade e as limi-“O princípio da igualdade e as limi-tações ao ingresso no Simples Na-tações ao ingresso no Simples Na-tações ao ingresso no Simples Na-tações ao ingresso no Simples Na-tações ao ingresso no Simples Na-cional”cional”cional”cional”cional”, por Débora Couto Cançado San-tos, advogada da CAIXA em Minas Gerais.

    Apesar da intenção do legislador, desimplificar e desonerar as empresas ins-taladas nos estratos mais baixos defaturamento, podem ser observadas naLei Complementar no 123/2006, que ins-tituiu o Simples Nacional, discriminaçõesaleatórias e injustificadas. A autora iden-tifica inconstitucionalidades existentes nalei.

    “O novo marco legal nacional da re-“O novo marco legal nacional da re-“O novo marco legal nacional da re-“O novo marco legal nacional da re-“O novo marco legal nacional da re-gularização fundiária: possibilida-gularização fundiária: possibilida-gularização fundiária: possibilida-gularização fundiária: possibilida-gularização fundiária: possibilida-des e limitações da atuação do Po-des e limitações da atuação do Po-des e limitações da atuação do Po-des e limitações da atuação do Po-des e limitações da atuação do Po-der Público”der Público”der Público”der Público”der Público”, por Pedro Araújo, coorde-nador da equipe de regularizaçãofundiária do Programa Mananciais da Se-cretaria de Habitação do Município de SãoPaulo, e Solange Gonçalves Dias, profes-sora da Faculdade de Direito da Universi-dade São Judas Tadeu.

    O artigo apresenta a regularizaçãofundiária sob a perspectiva do novo mar-co legal, surgido com a edição da Lei Fe-deral nº 11.977/2009. Oferece uma vi-são estrutural do processo, analisando aspossibilidades e limitações a que se su-jeitam os poderes públicos no Brasil dian-te do novo marco legal.

    “““““Análise da viabilidade de cláusulaAnálise da viabilidade de cláusulaAnálise da viabilidade de cláusulaAnálise da viabilidade de cláusulaAnálise da viabilidade de cláusulacoletiva autônoma no que tange aocoletiva autônoma no que tange aocoletiva autônoma no que tange aocoletiva autônoma no que tange aocoletiva autônoma no que tange aoestabelecimento de culpa recípro-estabelecimento de culpa recípro-estabelecimento de culpa recípro-estabelecimento de culpa recípro-estabelecimento de culpa recípro-ca e indenização de 20% como hi-ca e indenização de 20% como hi-ca e indenização de 20% como hi-ca e indenização de 20% como hi-ca e indenização de 20% como hi-pótese de saque do FGTS”pótese de saque do FGTS”pótese de saque do FGTS”pótese de saque do FGTS”pótese de saque do FGTS”, por Mar-cos Ulhoa Dani, ex-advogado da CAIXA,atualmente juiz no TRT da 3ª Região.

    Avalia uma nova situação apresenta-da ao Judiciário trabalhista, a viabilidadede saque do FGTS, através de culpa recí-proca encetada mediante convenção co-letiva autônoma, com negociação de 20%

    O 16º volume da Revista de Direito da ADVOCEF será lançado em maio de 2013, durante a realização do XIX Congresso dosadvogados da CAIXA, em Florianópolis. Os interessados em participar da edição já estão entregando seus artigos. O prazo pararecebimento termina no dia 18 de março de 2013.

    Em dezembro de 2012, em Brasília, o 15º número da Revista foi apresentado aos participantes na festa de comemoração dos20 anos da ADVOCEF. Veja a seguir informações sobre os ensaios e autores que participam da edição.

    “Efetividade, tempo e isonomia dos“Efetividade, tempo e isonomia dos“Efetividade, tempo e isonomia dos“Efetividade, tempo e isonomia dos“Efetividade, tempo e isonomia dosdireitos no contexto processualdireitos no contexto processualdireitos no contexto processualdireitos no contexto processualdireitos no contexto processualconstitucional”constitucional”constitucional”constitucional”constitucional”, por Gryecos Attom Va-lente Loureiro, advogado da CAIXA no Riode Janeiro, e Camille Ferreira Missick Gui-marães, professora no Rio de Janeiro.

    Aborda os direitos fundamentais es-tabelecidos na Constituição, apontan-do as causas pelas quais não são exer-cidos por todos os seus destinatários.Analisa o impacto causado pelo tempode duração do processo judicial, a ne-cessidade de existência de sistemas deassistência judiciária gratuita e algunsdos meios processuais existentes noDireito brasileiro, com vista ao alcanceda efetividade.|||||Gryecos Loureiro: os direitos fundamentais

    O volume nº 15 saiu em dezembro de 2012; em maio deste ano será lançado o nº 16

    bilidade de compatibilização do institu-to da alienação fiduciária de bem imó-vel com a penhora.

  • Fevereiro | 2013 9

    da multa e não pagamento do avisoprévio.

    “O princípio da justiça formal na“O princípio da justiça formal na“O princípio da justiça formal na“O princípio da justiça formal na“O princípio da justiça formal najustificação das decisões jurídi-justificação das decisões jurídi-justificação das decisões jurídi-justificação das decisões jurídi-justificação das decisões jurídi-cas: considerações acerca da for-cas: considerações acerca da for-cas: considerações acerca da for-cas: considerações acerca da for-cas: considerações acerca da for-mação e aplicação dos prece-mação e aplicação dos prece-mação e aplicação dos prece-mação e aplicação dos prece-mação e aplicação dos prece-dentes jurisprudenciais sob adentes jurisprudenciais sob adentes jurisprudenciais sob adentes jurisprudenciais sob adentes jurisprudenciais sob aforma de direito sumular”forma de direito sumular”forma de direito sumular”forma de direito sumular”forma de direito sumular”, porPedro Jorge Santana Pereira, advoga-do da CAIXA em Maceió.

    Estuda o princípio da justiça for-mal como um instrumento de controlede consistência das decisões jurídicas,visto que possibilita reconhecer e criti-car erros na justificação do julgado, demodo a contribuir com a segurança ju-rídica.

    “Embargos de declaração no pro-“Embargos de declaração no pro-“Embargos de declaração no pro-“Embargos de declaração no pro-“Embargos de declaração no pro-cesso do trabalho. Objeto. Efeitocesso do trabalho. Objeto. Efeitocesso do trabalho. Objeto. Efeitocesso do trabalho. Objeto. Efeitocesso do trabalho. Objeto. EfeitoModificativo. Necessidade do con-Modificativo. Necessidade do con-Modificativo. Necessidade do con-Modificativo. Necessidade do con-Modificativo. Necessidade do con-traditório”traditório”traditório”traditório”traditório”, por João Pedro Silvestrin,ex-advogado da CAIXA, hojedesembargador do Trabalho do TRT da4a Região.

    Alerta sobre a importância dos em-bargos de declaração, considerados in-dispensáveis para saneamento dos pro-nunciamentos jurisdicionais, estimulan-do a sua valorização, pelo empregoconsciente e adequado. Destaca a ob-servância do contraditório como requi-sito indispensável à validação da deci-são que os examina.

    |||||João Pedro Silvestrin: os embargosde declaração

    Os integrantes do JurídicoFlorianópolis já trabalham inten-samente no preparo do XIX Con-gresso da ADVOCEF, que acon-tecerá na capital catarinenseem maio de 2013. A ComissãoOrganizadora é formada pelosadvogados Anna Claudia deVasconcellos (ex-vice-presiden-te e atual conselheira deli-berativa da ADVOCEF), EdsonMaciel Monteiro (represen-tante do Jurídico), Joyce He-lena de Oliveira Scolari, Ra-quel Aparecida da Si lva, RauberSchlickmann Michels e Vanessa KarlaMiranda.

    Enquanto são planejadas pautas eatrações, já está definida a logomarcado evento, destacada na ilustração des-ta matéria. Importante elemento de iden-tificação do Congresso com seus partici-pantes, a logomarca é explicada no tex-to a seguir, de autoria da Comissão.

    A Ilha da Magia"Florianópolis, uma das mais belas

    capitais do país, atrai anualmente mi-

    | Encontro

    O Congresso de FlorianópolisEvento dos advogados da CAIXA será realizado em maio

    lhares de pessoas em busca das suaspraias, gastronomia típica e dos seuspontos turísticos.

    Em 2013, a chamada "Ilha da Ma-gia" sediará o XIX Congresso da ADVOCEF.

    Para identificar o evento foramutilizados elementos representativosda expressão cultural e histórica daregião: o "Boi de Mamão" e a ponteHercílio Luz.

    O "Boi de Mamão" é uma herançada colonização açoriana, um misto deteatro e dança em que personagenscom vestes coloridas (entre eles o Boi

    de Mamão, a Bernunçae a Maricota) retratamde forma cômica a mor-te e a ressurreição doboi.

    Atualmente essarepresentação artísticapermanece nos princi-pais eventos culturaisda ilha como uma dasmarcas mais fiéis donosso folclore.

    A ponte Hercílio Luzé o cartão postal da ci-

    dade, obra clássica e internacional,tombada como patrimônio histórico eartístico. Seu idealizador, o governa-dor Hercílio Luz, decidiu construir aponte para, além de interligar a ilhaao continente, consolidar a cidadecomo capital de Santa Catarina.

    As cores escolhidas para retratara marca do evento têm o objetivo deunir a identificação do local, represen-tada pelos personagens folclóricos,com a da própria ADVOCEF, ilustradapela ponte pintada da cor azul-mari-nho."

  • Fevereiro | 201310

    Vale

    a p

    ena

    sabe

    r

    Decisão contrária"TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. CAIXAECONÔMICA FEDERAL - CEF. TAXA DE LICENÇA PARAFUNCIONAMENTO E FISCALIZAÇÃO, TAXA DE LICENÇA DEPUBLICIDADE, TAXA DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS.COBRANÇA PELA MUNICIPALIDADE. POSSIBILIDADE. TAXA DEEMISSÃO DE CADASTRAMENTO. DESCABIMENTO. 1. Acompetência para instituição de taxas pelo exercício do poderde polícia vem determinada no art. 145, II, 1ª parte daConstituição Federal e nos artigos 77 e 80 do Código TributárioNacional. 2. A fiscalização de localização, instalação efuncionamento de estabelecimento se faz necessária parafiscalizar o uso e ocupação do solo urbano, bem como a higiene,saúde, segurança, ordem ou tranquilidade públicas, a que sesubmete qualquer pessoa física ou jurídica, em razão dalocalização, instalação e funcionamento de quaisquer atividadesno Município. 3. A jurisprudência do E. Supremo Tribunal Federaltem se orientado no sentido da constitucionalidade da cobrançada taxa de licença para localização e funcionamento, nojulgamento por meio do regime de repercussão geral (art. 543-B, § 2º do CPC) do RE 588.322/RO, Rel. Ministro Gilmar Mendes,j. 16.06.2010, DJe-164 publ. 03.09.2010. 3. A fiscalização deanúncios se faz necessária para preservar a qualidade do meioambiente nas cidades, bem como averiguar o cumprimento dalegislação disciplinadora da exploração ou utilização, porqualquer meio ou processo, de anúncios nas vias e nos

    logradouros públicos, ou em locais deles visíveis ou, ainda, emoutros locais de acesso ao público. Constitucionalidade da taxade licença de publicidade reconhecida pelo STF (2ª Turma, AgRgno AI 581503/MG, Rel. Min. Eros Grau, j. 13.06.2006, DJ04.08.2006). 4. A validade da cobrança da Taxa de Prevençãocontra Incêndios deve ser reconhecida, pois destina-se aremunerar serviço prestado uti singuli, atendendo, assim, aosrequisitos de especificidade e divisibilidade previstos no art. 145,II, da Constituição da República. Precedente: STF, 1ª Turma, AI677891 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandovski, j. 17.03.2009, DJe-071 div. 16.04.2009, publ. 17.04.2009. 5. Indevida a cobrançada chamada Taxa de Expediente, vez que se destina a remuneraros custos de atividade a ser executada pela própria Administraçãoe, portanto, não guarda qualquer relação com o conceito de taxatal como delineado no art. 145, II da CF e arts. 77 a 80 do CTN.Precedente: TRF3, Turma Suplementar da Segunda Seção, AC n.º09017879619954036110, Rel. Juiz Convocado Silva Neto, j.13.09.2007, DJU 20.09.2007. 6. Ante a sucumbência mínimada apelada (art. 21, parágrafo único, CPC), fixo os honoráriosadvocatícios devidos pela apelante em 10% (dez por cento) sobreo valor atualizado da causa, conforme autorizado pelo art. 20, §4º do Código de Processo Civil e a teor da jurisprudência desta E.Turma. 7. Apelação parcialmente provida."(TRF 3, AC 0903999-22.1997.4.03.6110, Sexta Turma, Rel.Des. Consuelo Yoshida, DJe 29/nov/2012.)

    RápidasSFH. Contrato de gaveta. Impossibilidade de

    opô-lo ao credor. TRF 2"O adquirente de imóvel hipotecado em garantia de financia-mento, nos moldes do SFH, que firmou contrato de gavetacom o mutuário original, sem a intervenção da CEF, não podeanular execução extrajudicial levada a cabo contra os verda-deiros devedores. O contrato de gaveta envolve verdadeiraassunção de débito, é inviável opô-lo ao credor, sem o seuassentimento, e mais ainda depois de finda a execuçãoextrajudicial." (TRF 2, AC 2011.51.01.013735-6, Sexta Tur-ma, Rel. Des. Guilherme Couto, DJe 26/dez/2012.)

    PAR. Notificação recebida por terceiro nãoinviabiliza ação. TRF

    "O contrato de arrendamento residencial autoriza, em casode inadimplemento, a propositura da correspondente açãode reintegração de posse. Para que se configure o esbulhopossessório é imprescindível a notificação do devedor, naforma da Lei nº 10.188/01. Mas é precipitado o indeferimentoda inicial apenas por ter a notificação, enviada ao endereçodo contrato, sido recebida por terceiro. Há fundamento, emtese, apto à caracterização do esbulho possessório, a seranalisado com a prova e no curso do feito, pois a notificaçãocom AR foi enviada, e ao local do contrato, sendo certo que atransferência do imóvel, também em tese e nesse segmen-to, é apta a caracterizar o esbulho." (TRF 2, AC2012.51.01.007838-1, Sexta Turma, Rel. Des. GuilhermeCouto, DJe 26/dez/2012.)

    Recolhimento de taxa judicial. Local. TRF 3"1. A exigência da cobrança de taxas judiciais encontra-segenericamente prevista no art. 24, IV, da CF e também noart. 19 do CPC. No âmbito da União a Lei nº 9.289/96, emseu art. 2º, aponta que na Justiça Federal as custas de-vem ser recolhidas junto à Caixa Econômica Federal, sen-do permitida a arrecadação em outra instituição oficialsomente nos casos em que no local não houver uma agên-cia da CEF. 2. A resolução nº 411/2010 do Conselho deAdministração deste Tribunal prevê expressamente o re-colhimento na CEF. 3. Se a impetrante arrecadou as taxasem instituição bancária não autorizada, correta a senten-ça que considerou a inexistência de recolhimento." (TRF3, AMS 0001234-45.2011.4.03.6100, Sexta Turma, Rel.Des. Consuelo Yoshida, DJe 29/nov/2012.)

    Título judicial. Execução. Interpretaçãorestritiva. STJ

    1. A execução deve seguir o previsto no título executivo. 2. Ainterpretação do título executivo deve ser restritiva, exatamen-te como a análise do pedido (CPC, art. 293). 3. Se a decisãoproferida no processo de conhecimento fixa um valor certo de-vido pela paralisação das atividades da segurada, descabe in-terpretar o título de modo a se multiplicar esse valor pelo núme-ro de dias sem atividades da empresa. Obediência à coisajulgada." (STJ, REsp 1.052.781 PA, Quarta Turma, Rel. Min. Anto-nio Carlos Ferreira, DJe 04/fev/2013.)

  • Fevereiro | 2013

    | Vale a pena saber

    11

    Elaboração

    Jefferson Douglas Soares e Giuliano D'Andrea.Sugestões e comentários dos colegas podem ser encaminhadospara os endereços:[email protected] e [email protected].

    Poderes Instrutórios do Juiz no Processo Civil -Fundamentos, Interpretação e Dinâmica.

    Autor: Daniel Penteado de Castro. Editora: Saraiva. Ano 2013.Páginas: 384.A obra versa sobre questão central do processo civil, os poderesinstrutórios do juiz. Merece destaque o conteúdo relativo àssituações processuais práticas em que o poder instrutório se farápresente, como o julgamento antecipado da lide, preclusãoprobatória, conversão do julgamento em diligência,indisponibilidade das partes arcarem com os custos das provas emedidas de constrangimento do réu.

    Leitura

    "RECURSO ESPECIAL. REPETITIVO. RITO DO ARTIGO 543-C DO CPC.AÇÃO DE COBRANÇA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CADERNETADE POUPANÇA. CAIXA ECONÔMICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS- MINAS CAIXA. AUTARQUIA ESTADUAL. SUCESSÃO PELO ESTADODE MINAS GERAIS. COMPETÊNCIA DA SEGUNDA SEÇÃO. RELAÇÃOCONTRATUAL DE DIREITO PRIVADO. PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA. NÃOINCIDÊNCIA DO DECRETO Nº 20.910/32. 1. A Segunda Seção écompetente para julgar os feitos oriundos de ações de cobrançaem que se busca o pagamento da diferença de correção monetáriade saldo de caderneta de poupança por se tratar de relaçãocontratual de direito privado. 2. Para efeitos do art. 543-C do CPC:o prazo prescricional da ação individual de cobrança relativa aexpurgos inflacionários incidentes sobre saldo de caderneta depoupança proposta contra o Estado de Minas Gerais, sucessor daMINAS CAIXA, é vintenário, não se aplicando à espécie o Decretonº 20.910/32 que disciplina a prescrição contra a FazendaPública. 3. Aplicação ao caso concreto: recurso especial nãoprovido." (STJ, REsp 1.103.769 MG, Segunda Seção, Rel. Min.Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 18/dez/2012.)

    "AGRAVO. DECISÃO MONOCRÁTICA. APELAÇÃO CÍVEL.RESPONSABILIDADE CIVIL. SAQUE INDEVIDO EM CONTA POUPANÇA.ASSINATURA QUESTIONÁVEL. TITULARIDADE. RESSARCIMENTO DOPREJUÍZO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. O instituto do danomoral deve ser utilizado para compensar situações intensas e comcerta durabilidade que provoquem danos ao lesado, não podendoser confundido com situações de mero dissabor, corriqueiras nosentrechoques do cotidiano." (TRF 4ª Região, AC 5019240-04.2011.404.7000, Terceira Turma, Relatora p/ Acórdão Des.Federal Maria Lúcia Luz Leiria, D.E. 03-10-2012.) O autor não logrouêxito em comprovar a ocorrência de qualquer abalo de ordem moralsubjetiva a ele eventualmente causado, ou mesmo ofensa a algumdos atributos de sua personalidade (honra, imagem, integridadefísica, por exemplo), situações que justificariam a indenização pordanos morais. Não restou comprovado que o demandante tenhadeixado de realizar algum negócio, em virtude da retirada de valores,ainda que indevidamente, de sua conta-poupança. A falta decomprovação de situações de constrangimento ou humilhação nãopermite afirmar que o demandante tenha efetivamente sofridoforte abalo subjetivo em razão do ocorrido. Em decorrência, o pedidode indenização por danos morais não merece prosperar. Decisãomantida." (TRF 4, 5001006-75.2010.404.7107, Terceira Turma,Rel. Des. Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, DJe 24/jan/2013.)

    "RECURSO ESPECIAL - PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÃO PROVISÓRIADE MULTA COMINATÓRIA IMPOSTA EM SEDE DE ANTECIPAÇÃO DETUTELA - CARÁTER HÍBRIDO MATERIAL/PROCESSUAL DASASTREINTES - POSSIBILIDADE DE INICIAR-SE A EXECUÇÃOPRECÁRIA (ART. 475-O DO CPC) APENAS A PARTIR DA PROLAÇÃODE SENTENÇA CONFIRMATÓRIA DA MEDIDA LIMINAR, DESDE QUERECEBIDO O RESPECTIVO RECURSO DE APELAÇÃO SOMENTE NOEFEITO DEVOLUTIVO - INTELIGÊNCIA DO ART. 520, VII, DO CPC -CASO EM QUE A TUTELA ANTECIPATÓRIA RESTOU REVOGADAQUANDO DA PROLAÇÃO DA SENTENÇA DEFINITIVA, TORNANDO-SE SEM EFEITO - ACOLHIMENTO DA IMPUGNAÇÃO E EXTINÇÃO DAEXECUÇÃO QUE SE IMPÕE - RECURSO PROVIDO. 1. A multapecuniária, arbitrada judicialmente para forçar o réu aocumprimento de medida liminar antecipatória (art. 273 e 461,§§ 3º e 4º, CPC) detém caráter híbrido, englobando aspectos dedireito material e processual, pertencendo o valor decorrente desua incidência ao titular do bem da vida postulado em juízo. Suaexigibilidade, por isso, encontra-se vinculada ao reconhecimento

    Jurisprudênciada existência do direito material vindicado na demanda. Nessesentido: REsp n.º 1.006.473/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPESALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO BUZZI, QUARTATURMA, julgado em 08/05/2012, DJe 19/06/2012. 2. Em vistadas peculiaridades do instituto, notadamente seu carátercreditório a reclamar medidas expropriatórias para o respectivoadimplemento (penhora, avaliação, hasta pública), a execuçãodas astreintes segue regime a ser compatibilizado com suanatureza, diferenciando-se daquele pertinente às demaismodalidades de outorga da tutela antecipada, de ordemmandamental e executivo lato sensu (art. 273, §3º, do CPC).Nesse contexto, a forma de o autor de ação individual exigir asatisfação do crédito oriundo da multa diária, previamente aotrânsito em julgado, corresponde ao instrumento jurídico-processual da execução provisória (art. 475-O do CPC), comonormalmente se dá em relação a qualquer direito creditórioreclamado em juízo. 3. Do mesmo modo que não é admissível aexecução da multa diária com base em mera decisãointerlocutória, baseada em cognição sumária e precária pornatureza, também não se pode condicionar sua exigibilidade aotrânsito em julgado da sentença. Os dispositivos legais quecontemplam essa última exigência regulam ações de cunhocoletivo, motivo pelo qual não são aplicáveis às demandas emque se postulam direitos individuais. As astreintes serão exigíveise, portanto, passíveis de execução provisória, quando a liminarque as fixou for confirmada em sentença ou acórdão de naturezadefinitiva (art. 269 do CPC), desde que o respectivo recursodeduzido contra a decisão não seja recebido no efeito suspensivo.A pena incidirá, não obstante, desde a data da fixação em decisãointerlocutória. 4. No caso concreto, a liminar concedida em sedede tutela antecipada quedou revogada ao fim do processo, face àprolação de sentença que julgou improcedente o pedido, tornandosem efeito as astreintes exigidas na ação. Impositiva, nessequadro, a extinção da execução provisória. 5. Recurso especialprovido." (STJ, REsp 1.347.726 RS, Quarta Turma, Rel. Min. MarcoBuzzi, DJe 04/fev/2013.)

  • Fevereiro | 201312

    Cen

    a ju

    rídi

    ca

    |||||Fernando Lyra

    Fernando Lyra1. Morreu no Instituto do Coração, em SãoPaulo, em 14 de fevereiro, o ex-ministro da

    Justiça Fernando Lyra. Foi o primeiro titular dapasta na era da redemocratização do país,

    escolhido por Tancredo Neves. Foi quem conduziuo fim da censura e a liberdade de imprensa,

    lembra o presidente da ADVOCEF, Carlos Castro."Teve uma trajetória política brilhante e combateu

    com muita coragem a ditadura." Estavahospitalizado para tratar problemas cardíacos e

    uma infecção urinária. Tinha 74 anos.

    2. Fernando Lyra foi deputado estadual efederal sete vezes por Pernambuco, tendoexercido diversos cargos na mesa daCâmara. "Seu livro de memória eurecomendo, pois é parte da nossa históriacontada por quem viu e ajudou aescrever", diz seu conterrâneo CarlosCastro. "Perde Pernambuco e o Brasil umhomem público sério, combativo ecorajoso, como poucos na história destanação, orgulho do nosso Estado."

    O processo andaOs trâmites para a aprovação da NES 2012 dos profissionais da CAIXA nos Ministériosda Fazenda e Planejamento avançam, apesar da época de férias. A Fazenda já emitiu,inclusive, parecer favorável, estando o processo agora no Planejamento. Asinformações foram repassadas pelo presidente da ADVOCEF, Carlos Castro, e pelodiretor de Negociação Coletiva, Marcelo Dutra Victor.

    O processo anda 2Link no site do Ministério do Planejamento informava que, em 14 de janeiro, o processo

    já estava no Dest. Compreendendo a importância do tempo para a tramitação, osdirigentes da ADVOCEF reafirmam suas expectativas positivas para a aprovação do

    Acordo, assinado com a CAIXA em 27/07/2012.

    Isentos do pontoLiminar em mandado de

    segurança concedida pela 2ªVara Cível da comarca de Laguna(SC) determina que a Prefeituralocal não exija controle de ponto

    dos seus procuradores. Para o juizPaulo da Silva Filho, "o controle

    de horário dos procuradorescompromete o exercício das

    atribuições que lhes sãoconferidas em lei, entre elas

    representar o município em juízoou fora dele". A decisão se baseia

    no fato de o trabalho dosprocuradores não se restringir aorecinto das repartições, pois eles

    se deslocam para realizaraudiências ou representar a

    administração em outros locais.(Proc. nº 04013000407-3.

    Fonte: Espaço Vital, cominformações do TJ-SC.)

    Nos tempos do EntrudoO texto "Crônica de Carnaval", de Machadode Assis, publicado nesta edição, forneceboas informações para um estudo sobre oEntrudo, que antecedeu o Carnaval noBrasil. Descreve o escritor: "Eram tinasd'água, postas na rua ou nos corredores,dentro das quais metiam à força um cidadãotodo - chapéu, dignidade e botas. Eramseringas de lata; eram limões de cera.Davam-se batalhas porfiadas de casa acasa, entre a rua e as janelas, não contandoas bacias d'água despejadas a traição. Maisde uma tuberculose caminhou em três diaso espaço de três meses".

    |||||O entrudo na Rua do Ouvidor, Rio de Janeiro,em 1884, por Ângelo Agostini

    Punições na AGUEm 2012, houve quatro

    demissões e nove suspensõesde advogados da Advocacia-

    Geral da União. No ano, foramabertos 16 processos

    administrativos disciplinares esindicâncias. Após as

    denúncias da Operação PortoSeguro - venda de parecerestécnicos para favorecimento

    de entidades privadas -, a AGUcriou regras para o

    atendimento de demandas deoutros órgãos públicos.

    Palhaço e deputadoEntre ser palhaço e deputado, a primeira opçãoagrada mais ao parlamentar Francisco EveraldoOliveira Silva, do PR/SP. Tiririca, como é conhecido, jádecidiu que no final de 2015 irá se desfiliar do partidoe voltar aos shows, que, além do mais, lhe rendemmais dinheiro. Na campanha prometeu que, eleito,iria descobrir o que faz um deputado. "Não dá parafazer muita coisa", descobriu.Fo

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  • Fevereiro | 2013

    | Cena jurídica

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    Honorários no RSO vice-presidente da ADVOCEF, Álvaro Weiler, e ogerente do Jurídico Porto Alegre, Marcos Kafruni,visitaram em janeiro a Seccional da OAB no Rio

    Grande do Sul para tratar da interferência doMinistério Público Federal de Santa Cruz do Sul emquestões de honorários envolvendo advogados daCAIXA. Álvaro explica que a intervenção da Ordem é

    necessária para defender as prerrogativas dosprofissionais. Ressaltando que os honorários

    possuem caráter alimentar, o presidente da OAB/RS, Marcelo Bertoluci, disse que a entidade levará

    o assunto para apreciação urgente da CDAP(Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas).

    |||||Marcos Kafruni e Álvaro Weiler, com Marcelo Bertoluci

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    Correção da PoupançaNo principal julgamento de 2013, o STF irá avaliar se os índices decorreção nos planos Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2 foramcorretamente aplicados aos clientes da Poupança. Se concluir quehouve expurgos indevidos, os bancos públicos e privados terão defazer correções, que somam um valor estimado, no ano passado, emR$ 105 bilhões.

    Correção da Poupança 2O julgamento terá repercussão direta em todo o Judiciário, que

    aguarda a orientação do STF para saber como julgar pedidos depoupadores relativos aos planos editados nos governos Sarney (1985

    a 90) e Collor (1990 a 92). De acordo com declaração do ministroMarco Aurélio, há tribunais alugando galpões para acomodar o

    acúmulo de processos. (Fonte: Valor Econômico.)

    Como os romanosOrigens (remotas) da Lei da Ficha Limpa, de acordo com a ministra do STF e presidente do

    TSE, Cármen Lúcia: "Em Roma, na Antiguidade, quem quisesse representar o povo tinha quese apresentar em praça pública trajando apenas uma

    veste, espécie de tanga, deixando à mostra a maiorparte do corpo. E essa veste era branca, cândida. Ele

    tinha que deixar à mostra o máximo do corpo parademonstrar que ele tinha condições físicas de exercer a

    representação, e a veste era branca com um símbolode que ele tinha condições morais, que não havia

    manchas. A veste passou a se chamar cândida. Daívem a palavra candidato." (Fonte: Consultor Jurídico.) |||||Ministra Cármen Lúcia

    QI no FacebookEmpresas usam o Facebook

    para buscar futurosempregados. Examinando seu

    perfil, especialistas definem emquestão de minutos o tipo de

    pessoa, seus valores,temperamento, predileções. Umestudo mostrou que a avaliação

    do perfil no Facebook é maisprecisa que muitos testes de

    personalidade e QI.(Fonte: Hiperciencia.com)

    |||||Anthony Hopkins, como Hannibal

    Profissionais psicopatas1. Matéria de Talita Abrantes na

    revista Exame informa que osexecutivos e os advogados lideram

    a lista de pessoas com maischances de ter traços psicopatas.

    Ressalta que 3,9% dos profissionaisque ocupam um cargo em nível

    executivo apresentam traços deum serial killer, conforme

    descobriu o psicólogo Paul Babiak.Na sociedade como um todo,

    pessoas com estas tendênciasrepresentam 1%.

    2. Nesse time aparecem os advogados,vendedores, cirurgiões, jornalistas, policiais e atémembros do clero. De acordo com a matéria,"pessoas com traços psicopatas tendem a serinsensíveis, narcisistas, antissociais, impulsivas,detentoras de um charme superficial, senso degrandiosidade e zero sentimento de empatia ouremorso". Por outro lado, a combinação destesfatores torna empresas e carreiras "que mantêmum ritmo de trabalho rápido, têm equipesenxutas e vivem sob constante mudança muitoatrativas para pessoas com esses traços", naspalavras do psicólogo Paul Babiak.

    A política no STFSeis dos 11 integrantes do novo comando do Senado respondem a

    inquéritos ou ações penais no Supremo, informa na revista ConsultorJurídico o jornalista e professor Carlos Costa. "Na Câmara a situação

    segue parelha: três novos membros da direção também sãoinvestigados na Corte. A vida política no próximo biênio promete

    muitos desdobramentos no STF."

  • | Minha terra

    Fevereiro | 201314

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    Convidada a escrever sobre o seu Estado natal, a advogada piauienseÉlida Franklin não se fez de rogada, juntou gente e espalhou a ideia daseção Minha Terra, espaço destinado na ADVOCEF em Revista para cadaadvogado louvar o seu chão. O primeiro texto é do advogado paraenseWilson Malcher.

    Wilson, por coincidência, não planejou sua participação. Movido porum nativismo espontâneo, seu texto chegou à redação na hora certa, sim-plesmente.

    Vários outros advogados espalhados pelo país foram contatados porÉlida e já elaboram seus pareceres, técnicos e apaixonados, com as devi-das provas da grandeza de suas terras. Quem acompanhar, lerá.

    Confira na próxima página o depoimento de Élida Franklin, com suas im-pressões (juntadas às de vários advogados comprometidos com a causa) so-bre a seção Minha Terra. Nas duas páginas seguintes, leia o texto de estreia.

    Canto ao torrão natal

    |||||Meu Brasil Brasileiro, óleo sobre tela de Manezinho Araújo

    Livro sobre a AASPO escritorIgnácio deLoyolaBrandão éautor de livrosobre a AASP(AssociaçãodosAdvogadosde SãoPaulo), queserá lançado

    em setembro, para comemorar os 70anos da entidade, completados em30 de janeiro. No lançamento,estarão escritores nacionais eestrangeiros, reunidos no 1º FestivalLiterário Internacional de São Paulo. AAASP tem 92 mil associados e é asegunda maior entidade de advocaciade adesão voluntária do mundo.

    |||||Ignácio de Loyola Brandão

    |||||Ministro Francisco Falcão

    Eventos patrocinados1. Uma votação que acontecia no Conselho

    Nacional de Justiça, em 5 de fevereiro, foi adiadapor um pedido de vistas apresentado pelos

    conselheiros Carlos Alberto Reis de Paula, NeyFreitas e Emmanoel Campelo. A proposta votada

    era do corregedor nacional de Justiça, ministroFrancisco Falcão, para disciplinar a participação de

    magistrados e seus familiares em eventospatrocinados por empresas privadas.

    2. "Magistrados devem se portar de forma a darexemplo à sociedade. Magistrado não pode recebercarro, cortesias de cruzeiros, transatlântico,passagem de avião. Isso é uma vergonha, umaimoralidade. Eles devem viver com seu salário epatrocinar do seu próprio bolso o custo de suasviagens, suas despesas pessoais e de seusfamiliares", afirmou o conselheiro corregedor, após asessão, conforme a Agência CNJ de Notícias.

    Advocacia Pública FederalOs oito mil advogados públicos federaisexistentes no país podem contar com a

    Comissão da Advocacia Pública Federal,lançada pela Seccional da OAB no Distrito

    Federal. Uma equipe de quinze membros dascarreiras da advocacia pública que englobam

    a Procuradoria Federal, a Procuradoria doBanco Central, a Procuradoria da Fazenda

    Pública e a Advocacia da União cuidará dosassuntos específicos dos profissionais, como a defesa dos honorários e das

    prerrogativas. As reuniões do grupo acontecem na primeira terça-feira de cada mês,às 18h, abertas aos interessados.

    Nova jurisprudênciaA aula inaugural da Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo, emfevereiro, trata dos reflexos da Ação Penal 470, o mensalão. Uma abordagem técnica,conforme conceituou ao Valor o diretor, procurador de Justiça Mário Luiz Sarrubbo. Issopara que os promotores e a comunidade jurídica possam discutir até que ponto a novajurisprudência do STF pode se assentar - ou se ela decorre de um julgamento político. Amaior novidade é o uso da teoria do domínio do fato, cuja aplicação pelo país, segundo

    Sarrubbo, dependerá de hábito. "O Supremo abriu uma porta."

    |||||Sede da OAB no Distrito Federal

  • Fevereiro | 2013 15

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    "Minha terra tem palmeiras, ondecanta o sabiá" - clássicos versos de Gon-çalves Dias, que demonstram que, hámuito, o Brasil e suas belezas são canta-dos e admirados. Aliás, não é raro encon-trar na literatura peças que enaltecem o"meu Brasil brasileiro, meu mulatoinzoneiro... Terra boa e gostosa, da more-na sestrosa de olhar indiscreto", comodefiniu Ary Barroso.

    Pensando na beleza exuberante des-ta nossa terra morena, como chamouVicente Paiva, com seus rios, seus cam-pos, a noite serena, as cascatas e as bor-boletas que enfeitam as matas, somoslevados a ponderar que essa mesma be-leza se espalha pelos mais longínquosrincões do país, assu-mindo matizes varia-dos, dada a vasta exten-são deste nosso florãoda América.

    Oportuno citar Joséde Alencar, em "O Gaú-cho": "Cada região daterra tem uma almasua, raio criador que lheimprime o cunho da ori-ginalidade. A naturezainfiltra em todos os se-res que ela gera e nutreaquela seiva própria; eforma assim uma famí-lia na grande sociedadeuniversal".

    Por um momento,nos vêm à memória osmilitantes da Coluna Prestes,movimento político que percorreu gran-de parte do território brasileiro, visitandoregiões singulares, de sul a norte, desco-brindo um Brasil que só quem ama podever. E vemos na mente tremular o"auriverde pendão da minha terra, que abrisa do Brasil beija e balança, estandar-te que a luz do sol encerra", nos versosde Castro Alves.

    Nesse mesmo embalo, começamosa refletir também sobre a beleza de seupovo, de sua cultura, de suas conquistas.E nos vem a ideia de conhecer um poucomais, de saber peculiaridades e detalhesespeciais que só um amante da terrapode revelar, porque, como já disseExupéry, "só se vê bem com o coração".

    Daí, a vontade de saber como nos-sos colegas de profissão veem o Brasil,oportunizando a descoberta de segredos

    Onde canta o sabiáÉlida Franklin (*)escondidos em cada palmo deste chão.Consultamos alguns colegas e constata-

    mos, como já era esperado, que o Brasile seus segredos merecem ser revelados.

    Um disse: "Minas Gerais, um verda-deiro estado de espírito!". Outro, que é arepública do pão de queijo, do povo sim-ples, amigo das montanhas, cachoeirase vales. Mas que isso não é o mais impor-tante, não; a receptividade e simpatia desua gente: isso é que é "bão"!

    De Santa Catarina, nos falaram deConcórdia, terra de gente empreendedo-ra. Também disseram de Florianópolis,com um trecho da música "Rancho deAmor à Ilha", que é "um pedacinho de ter-ra perdido no mar... Um pedacinho de ter-ra, beleza sem par!"

    E Curitiba, que só tem duas estações:o inverno e a estação rodoferroviária! E queé uma cidade tão boa, mas tão boa, quenela até o inverno vem passar o verão.

    Disseram do Rio, "de sambas e batu-cadas, de malandros e mulatas", maisque uma Cidade Maravilhosa, o purgató-rio da beleza e do caos.

    Do Espírito Santo, exaltação à culiná-ria: "Moqueca é capixaba! O resto épeixada".

    A adorável "Paraíba masculina, muiémacho sim, sinhô", como disse Gonzaga,abriga o ponto mais oriental das Améri-cas.

    Em Pernambuco, berço do frevo e domaracatu, "quero sentir a embriaguez dofrevo, que entra na cabeça, depois tomao corpo e acaba no pé".

    O Ceará de José de Alencar: "Verdesmares bravios de minha terra natal, ondecanta a jandaia nas frondes da carnaúba;verdes mares, que brilhais como líquidaesmeralda aos raios do sol nascente,perlongando as alvas praiasensombradas de coqueiros".

    Do Piauí, berço das Américas, terrada preciosa opala, alguém bradou que láestá o delta do Rio Parnaíba, o único emmar aberto das Américas, comparávelapenas ao delta do Rio Nilo.

    E por falar em rio, chega de Porto Ve-lho notícia do Madeira: "Ah, Rio Madei-ra... Quem bebe de suas águas, ainda quevá embora, sempre volta!"

    São tantos os misté-rios deste país e tanto háa se falar. Falemos, então!

    Sejamos um poucoPero Vaz de Caminha!Dediquemo-nos a descre-ver o nosso chão, numatentativa de levar aos de-mais colegas umpouquinho do que é cadapedacinho desse nossolugar. Deixemos saltar dopeito os rompantes deamor pela nossa terra, as-sim como as suas afli-ções, as carências, asconquistas, a história, ageografia, a culinária, asua gente.

    A proposta é trazerum pouco de Brasil a cada

    edição da nossa revista, nas palavras dospróprios afiliados da ADVOCEF, numa ten-tativa de dar publicidade a tudo que setem de bom na nossa terrinha, divulgan-do e levando conhecimento aos nossoscolegas.

    Então, como conclamou Silas de Oli-veira, "vejam, esta maravilha de cenárioé um episódio relicário, que o artista, numsonho genial, escolheu para este carna-val". Os artistas seremos nós, advogadosda CAIXA, e a ADVOCEF em Revista, "comopassarela, será a tela do Brasil em formade aquarela".

    Façamos!

    (*) Advogada da CAIXA(*) Advogada da CAIXA(*) Advogada da CAIXA(*) Advogada da CAIXA(*) Advogada da CAIXAem Tem Tem Tem Tem Teresina.eresina.eresina.eresina.eresina.

  • Fevereiro | 2013 16

    Que tal visitar Belém do Pará?Há algumas semanas, um amigo me

    disse que iria a Belém e queria dicas, dotipo: o que fazer na cidade? O que deveriaconhecer? E, principalmente, o que comer?O que não poderia deixar de experimen-tar? Afinal, a culinária paraense é famosa!

    Esse mesmo amigo, ao retornar, fez oseguinte comentário: gostei, mas sabe doque a tua terra está precisando? De divul-gação!

    É verdade que saí de Belém há muitosanos, mas, como todo bom paraense, vol-to sempre. Desta vez, motivado pelo co-mentário e pela emoção de estar na“terrinha”, resolvi dar a minha contribuiçãopara a divulgação das coisas do Pará. As-sim, alguns brasileiros poderão conhecerum pouco da cultura amazônica, da cultu-ra brasileira do norte do país.

    A cidade de Belém, fundada em 1616,é banhada pela Baía do Guajará, a porta deentrada dos portugueses que queriam ocu-par o Grão-Pará. Naquela época, a regiãoera palco de disputa entre portugueses,espanhóis, ingleses, franceses e holande-ses. Esses últimos acabaram por ocuparas regiões mais ao norte, as Guianas.

    Para começar, aconselharia o turista achegar a Belém durante o dia e, já da jane-la do avião, admirar um tapete da nature-za: a Floresta Amazônica entrecortada porrios e igarapés. É um espetáculo!

    Claro, se puder fazer coincidir, a suges-tão é estar em Belém no segundo domingode outubro. O visitante vai presenciar e sen-tir uma emoção sem igual. São dois milhõesde pessoas nas ruas de Belém, reunidaspara homenagear a “Rainha da Amazônia”,Nossa Senhora de Nazaré, a padroeira dosparaenses. Costumamos dizer que o Círiode Nazaré, uma procissão de fé, sem pre-

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    Wilson Malcher (*)cedentes, é o Natal dos paraenses. É quan-do as famílias locais e paraenses residen-tes em todas as partes do mundo se reú-nem para a confraternização, o chamado“almoço do Círio”.

    Se não for possível, tudo bem. Tentecomeçar, então, com um passeio fluvialpasseio fluvialpasseio fluvialpasseio fluvialpasseio fluvialnas águas barrentas e salobras da Baía doGuajará, a bordo do TTTTTribo dos Kribo dos Kribo dos Kribo dos Kribo dos Kaaaaayyyyyapósapósapósapósapós,uma embarcação típica da região, para co-nhecer a orla, os rios e os igarapés que cir-cundam a cidade de Belém; acompanha-do de autêntica música paraense e de showfolclórico. O Pará tem um rico repertório decanções amazônicas e de danças folclóri-cas, por muitos conhecido, como ocarimbócarimbócarimbócarimbócarimbó (música e dança típica da regiãonorte já difundida pelo resto do país, princi-palmente pelo cantor Beto Barbosa).

    O terminal de passageiros está locali-zado na Estação das DocasEstação das DocasEstação das DocasEstação das DocasEstação das Docas, um com-plexo turístico e cultural inaugurado no ano2000, na área do antigo porto de Belém,que enche de orgulho o paraense. Congre-ga vários bares, restaurantes, lojas de pro-dutos regionais, cinema e teatro, em 32mil metros quadrados, divididos em trêsarmazéns.

    A Estação das Docas deve ser aprecia-da com muita calma. Aconselho o visitantea sentar-se e curtir a brisa que sopra daBaía do Guajará, saboreando um deliciososorvete de frutas regionais – outra riquezaparaense. Não tenho receio de dizer: omelhor sorvete do mundo, muito mais sa-boroso do que o sorvete italiano. São maisde 60 sabores. O meu preferido: o paraense(uma mistura de açaí e farinha de tapioca).

    A visita a Belém é uma profusão desons, cores, sabores e cheiros. Portanto, umpasseio pelo Mercado do Ver-o-PesoMercado do Ver-o-PesoMercado do Ver-o-PesoMercado do Ver-o-PesoMercado do Ver-o-Peso é

    obrigatório. Inaugurado em 1901, foi trazi-do da Europa seguindo a tendência france-sa de art nouveau da belle époque, comtoda a sua estrutura em ferro. Na verdade,o Mercado de Ferro faz parte de um com-plexo arquitetônico e paisagístico, tomba-do pelo Patrimônio Artístico e Cultural, queconta ainda com o Mercado de Carne, aPraça do Relógio, a Feira do Açaí e a Praçado Pescador.

    Na feira do Ver-o-Pesofeira do Ver-o-Pesofeira do Ver-o-Pesofeira do Ver-o-Pesofeira do Ver-o-Peso, a maior fei-ra livre do Brasil, o turista vai encontrar asmandingas, as encantarias e os remédiospara todos os males, as garrafadas com osnomes mais inusitados: comigo ninguémpode, chama dinheiro, levanta marido, pegamarido... As mandingueiras, já mostradasao Brasil pelos programas globais, tipo AnaMaria Braga e Faustão, misturam ervas,perfumes e pedaços de animais (o boto,por exemplo), criando “poções mágicas”,por isso chamadas de bruxas da Amazô-nia.

    Hoje em dia, as grandes atrações turís-ticas de Belém estão voltadas para o rio.Outro ponto de visitação é o ComplexoComplexoComplexoComplexoComplexoTTTTTurístico Furístico Furístico Furístico Furístico Feliz Leliz Leliz Leliz Leliz Lusitâniausitâniausitâniausitâniausitânia, no bairro daCidade Velha, que abriga o Forte do Pre-Forte do Pre-Forte do Pre-Forte do Pre-Forte do Pre-sépiosépiosépiosépiosépio – na verdade, Forte do CasteloForte do CasteloForte do CasteloForte do CasteloForte do Castelodo Senhor Santo Cristo do Presépiodo Senhor Santo Cristo do Presépiodo Senhor Santo Cristo do Presépiodo Senhor Santo Cristo do Presépiodo Senhor Santo Cristo do Presépiode Belém –de Belém –de Belém –de Belém –de Belém – construído no início do sécu-lo XVII, destinado à proteção da cidade e,hoje, um dos pontos turísticos mais procu-rados da cidade de Belém, que abriga ain-da o Museu do EncontroMuseu do EncontroMuseu do EncontroMuseu do EncontroMuseu do Encontro, que conta umpouco do início da colonização portuguesana região amazônica, além de expor obje-tos de cerâmica tapajônica e marajoara.

    O Complexo conta ainda com a CasaCasaCasaCasaCasadas Onze Janelasdas Onze Janelasdas Onze Janelasdas Onze Janelasdas Onze Janelas, um prédio projetado

    |||||Wilson Malcher: sempre de volta à "terrinha"

    |||||Estação das Docas, um dos orgulhos do paraense

  • Fevereiro | 2013 17

    pelo arquiteto italiano Antonio Landi, noséculo XVIII, contendo uma sala de ex-posição de arte contemporânea e um barao ar livre com vista para a baía doGuajará, além de um restauranteclimatizado, de excelente gastronomia.

    Outra atração do local é o MuseuMuseuMuseuMuseuMuseude Arte Sacra do Paráde Arte Sacra do Paráde Arte Sacra do Paráde Arte Sacra do Paráde Arte Sacra do Pará, instalado emum antigo convento, considerado o com-plexo jesuíta mais importante do Brasile restaurado recentemente para rece-ber o museu, que também funcionacomo espaço cênico-musical para espe-táculos teatrais e recitais.

    Faz parte do mesmo Complexo Tu-rístico a Catedral da Sé, uma construçãode 1748, também do arquiteto italianoAntonio Landi, uma igreja suntuosa, com28 candelabros ingleses de bronze e dezaltares com belíssimos quadros e um ór-gão francês do século XIX.

    Outro local de visitação obrigatóriaé o Museu Emílio GoeldiMuseu Emílio GoeldiMuseu Emílio GoeldiMuseu Emílio GoeldiMuseu Emílio Goeldi, centro dereferência internacional e a mais antigainstituição de pesquisa na região ama-zônica, com um bonito parquezoobotânico, exposição de produtos in-dígenas e o maior acervo de cerâmicamarajoara, considerada a mais antigacerâmica do Brasil. Se houver umtempinho, aconselho a ir visitar o distri-to de Icoaraci, que concentra um grandenúmero de artesões que se dedicam apreservar e divulgar a arte marajoara.

    Não deixe de visitar também oMangal das GarçasMangal das GarçasMangal das GarçasMangal das GarçasMangal das Garças, um parque eco-

    lógico, localizado em pleno centro histó-rico de Belém, às margens do rio Guamá,uma área de 40.000 m², com um Vivei-ro de Pássaros, um Orquidário e umBorboletário, apontado como um dosmaiores do país, e um dos melhores res-taurantes da cidade.

    Vamos falar da culinária paraense?Rica, deliciosa, variada, exótica... Muitasas qualidades. Com sua influência indíge-na e portuguesa, tem chamado a atençãodos apreciadores da boa comida.

    Atualmente, um chef paraense temfeito muito sucesso no meio, sendo elei-to, inclusive, personalidade do ano pelarevista Isto É. Falo de Thiago Castanho,proprietário do Restaurante RemansoRestaurante RemansoRestaurante RemansoRestaurante RemansoRestaurante Remanso

    do Bosquedo Bosquedo Bosquedo Bosquedo Bosque, que, utilizando dosmesmos ingredientes regionais,deu um toque de sofisticação àculinária paraense.

    Mas, vamos nos concentrarnos pratos tradicionais. Aprendia fazer o famoso “Pato noPato noPato noPato noPato noTTTTTucupiucupiucupiucupiucupi”, o prato mais famoso daculinária paraense. Tenho convi-dado os amigos gaúchos para di-vidirem essa delícia comigo. Pos-so lhes assegurar: sucesso abso-luto! Todos apreciam e pedemmais.

    Ainda não ousei preparar umaManiçobaManiçobaManiçobaManiçobaManiçoba, e explico a razão: a prepara-ção demora cerca de uma semana, poisa maniva (folha da mandioca), principalingrediente do prato, precisa ser cozidapor pelo menos sete dias. A Maniçoba éuma espécie de feijoada, pois se acres-centam praticamente os mesmos ingre-dientes (charque, bucho, paio, costelas,orelha e pé de porco).

    O TTTTTacacáacacáacacáacacáacacá, uma deliciosa iguariaamazônica, servida quente e preparadacom o chamado tucupi (suco da mandio-ca), a goma da tapioca, o camarão seco eo jambu (o chamado agrião-do-Pará, ten-do como uma das principais característi-cas a capacidade de tremelicar os lábiosde quem o ingere), é vendido em muitasesquinas de Belém, por “tacacazeiras” fa-mosas. O “Tacacá da Maria”, por exem-plo, na Avenida Nazaré, em frente aoColégio Nazaré, está lá há 48 anos, ouseja, já é uma tradição!

    E os peixespeixespeixespeixespeixes? São peixes que rara-mente encontramos em outros locais dopaís: filhote, pescada amarela,filhote, pescada amarela,filhote, pescada amarela,filhote, pescada amarela,filhote, pescada amarela,tucunaré, tambaqui, pirarucutucunaré, tambaqui, pirarucutucunaré, tambaqui, pirarucutucunaré, tambaqui, pirarucutucunaré, tambaqui, pirarucu... Esteúltimo, considerado o bacalhau da Ama-zônia, é um dos maiores peixes de águadoce do mundo e que, em breve, comoproduto de exportação, ganhará um selointernacional desenvolvido pelo InstitutoNacional de Metrologia, Qualidade eTecnologia (Inmetro).

    E os sucos, os sorvetes, os doces defrutas regionaisfrutas regionaisfrutas regionaisfrutas regionaisfrutas regionais? O açaíaçaíaçaíaçaíaçaí, o cupuaçucupuaçucupuaçucupuaçucupuaçu,o bacuribacuribacuribacuribacuri, a graviolagraviolagraviolagraviolagraviola, o uxiuxiuxiuxiuxi... Para... Nãoconsigo escrever, pensar, e não sentir umavontade maluca de comer e me fartar...

    Mas, bom, bom mesmo, é o povopovopovopovopovoparaenseparaenseparaenseparaenseparaense! Esse povo de fala mansa, desorriso fácil, de calor humano sem tama-nho... Esse povo... Vocês precisam conhe-cer! Venham, venham e divirtam-se!

    (*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXAem Porto Alegre.em Porto Alegre.em Porto Alegre.em Porto Alegre.em Porto Alegre.

    |||||Complexo Feliz Lusitânia, um dos pontos mais procurados

    |||||Mercado do Ver-o-Peso, de visita obrigatória

    |||||O passeio de barco é recomendado

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  • Fevereiro | 201318

    Faleci ontem, pelas sete horas damanhã. Já se entende que foi sonho; mastão perfeita a sensação da morte, a des-pegar-me da vida tão ao vivo o caminhodo céu, que posso dizer haver tido umantegosto da bem-aventurança.

    Ia subindo, ouvia já os coros de anjos,quando a própria figura do Senhor me apa-receu em pleno infinito. Tinha uma ânforanas mãos, onde espremera algumas dúzi-as de nuvens grossas, e inclinava-a sobreesta cidade, sem esperar procissões quelhe pedissem chuva. A sabedoria divinamostrava conhecer bem o que convinhaao Rio de Janeiro; ela dizia en-quanto ia entornando aânfora:

    - Esta gente vai sair trêsdias à rua com o furor que traztoda a restauração. Convida-da a divertir-se no inverno, pre-feriu o verão não por ser me-lhor, mas por ser a própria qua-dra antiga, a do costume, a docalendário, a da tradição, a deRoma, a de Veneza, a de Pa-ris. Com temperatura alta, po-dem vir transtornos de saúde,- algum aparecimento de fe-bre, que os seus vizinhos cha-mem logo amarela, não lhe po-dendo chamar pior... Sim,chovamos sobre o Rio de Ja-neiro.

    Alegrei-me com isto,posto já não pertencesse àterra. Os meus patrícios iam ter um bomcarnaval - velha festa, que está a fazerquarenta anos, se já os não fez. Nasceuum pouco por decreto, para dar cabo doentrudo, costume velho, datado da colô-nia e vindo da metrópole. Não pensemos rapazes de vinte e dois anos que oentrudo era alguma coisa semelhante àstentativas de ressurreição, empreendi-das com bisnagas. Eram tinas d'água,postas na rua ou nos corredores, dentrodas quais metiam à força um cidadãotodo - chapéu, dignidade e botas. Eramseringas de lata; eram limões de cera.Davam-se batalhas porfiadas de casa acasa, entre a rua e as janelas, não con-tando as bacias d'água despejadas a trai-ção. Mais de uma tuberculose caminhouem três dias o espaço de três meses.

    Crônica de CarnavalMachado de Assis (*)

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    Quando menos, nasciam as consti-pações e bronquites, ronquidões e tos-ses, e era a vez dos boticários, porque,naqueles tempos infantes e rudes, os far-macêuticos ainda eram boticários.

    Cheguei a lembrar-me, apesar de ircaminho do céu, dos episódios de amorque vinham com o entrudo. O limão decera, que de longe podia escalavrar umolho, tinha um ofício mais próximo e intei-ramente secreto. Servia a molhar o peitodas moças; era esmigalhado nele pelamão do próprio namorado, maciamente,amorosamente, interminavelmente...

    Um dia veio, não Malesherbes, mas ocarnaval, e deu à arte da loucura uma novafeição. A alta roda acudiu de pronto; orga-nizaram-se sociedades, cujos nomes egestos ainda esta semana foram lembra-dos por um colaborador da Gazeta. Toda afina flor da capital entrou na dança. Os per-sonagens históricos e os vestuários pito-rescos, um doge, um mosqueteiro, CarlosV, tudo ressurgia às mãos dos alfaiates,diante de figurinos, à força de dinheiro.Pegou o custo das sociedades, as que mor-riam eram substituídas, com vária sorte,mas igual animação.

    Naturalmente, o sufrágio universal,que penetra em todas as instituições des-te século, alargou as proporções do car-naval, e as sociedades multiplicaram-se,com os homens. O gosto carnavalesco

    invadiu todos os espíritos, todos os bol-sos, todas as ruas. Evohé! Bacchus estroi! dizia um coro de não sei que peça doAlcazar Lírico, - outra instituição velha,mas velha e morta. Ficou o coro, com estasimples emenda: Evohé! Momus est roi!

    Não obstante as festas da terra, iaeu subindo, subindo, até que cheguei àporta do céu, onde S. Pedro parecia aguar-dar-me, cheio de riso.

    - Guardaste para ti tesouros no céuou na terra? perguntou-me.

    Se crer em tesouros es-condidos na terra é o mesmoque escondê-los, confesso omeu pecado, porque acreditonos que estão no morro doCastelo, como nos cento ecinquenta contos fortes do ho-mem que está preso emValhadolide. São fortes; segun-do o meu criado JoséRodrigues, quer dizer que sãotrezentos contos. Creio neles.Em vida fui amigo de dinheiro,mas havia de trazer mistério.As grandes riquezas deixadasno Castelo pelos jesuítas fo-ram uma das minhas crençasda meninice e da mocidade;morri com ela, e agora mes-mo ainda a tenho. Perdi saú-de, ilusões, amigos e até di-nheiro, mas a crença nos te-

    souros do Castelo não a perdi. Imaginei achegada da ordem que expulsava os jesuí-tas. Os padres do colégio não tinham tem-po nem me os de levar as riquezas consigo;depressa, depressa, ao subterrâneo, ve-nham os ricos cálices de prata, os cofres debrilhantes, safiras, corais, as dobras e osdobrões, os vastos sacos cheios de moe-da, cem, duzentos, quinhentos sacos. Puxa,puxa este Santo Inácio de ouro maciço, comolhos de brilhantes, dentes de pérolas, tocaa esconder, a guardar, a fechar...

    - Para, interrompeu-me São Paulo; fa-las como se estivesses a representar al-guma coisa. A imaginação dos homens éperversa. Os homens sonham facilmen-te com dinheiro. Os tesouros que valemsão os que se guardam no céu, onde aferrugem os não come.

    |||||Dia de entrudo. Aquarela de Jean-Baptiste Debret, de 1823.

  • Fevereiro | 2013 19

    Charrete de verãoArcinélio Caldas (*)Nos idos de 1960, o charme de boa

    parte da garotada nas férias de verão era opasseio de charrete pela restinga deGrussaí, aprazível praia são-joanense,onde usufruímos da verde água domar, similar ao caldo de cana de açú-car espremido na moenda doBetinho e bebido à sombra dascasuarinas.

    Tio Dozinho, irmão da minhaavó Santinha, pai de Tia Arinda eOnair, avô de