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1 Boletim ABCP Centro-Norte – mar/abr 2019 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIÊNCIA POLÍTICA REGIONAL CENTRO-NORTE Boletim Regional Caras/os associadas/os, Esse é o último boletim da gestão 2017-2019 da regional Centro-Norte da ABCP. Apresentamos um editorial sobre o cenário preocupante da nossa área de atuação frente aos ataques do governo federal, um balanço da nossa gestão, o anúncio do resultado do 1º Prêmio Tuíra da regional Centro-Norte, a divulgação de editais de concurso público e pós-doutorado em instituições do Centro-Norte, chamadas para eventos e inscrições de trabalhos e notícias da regional. Finalizamos o boletim com a tradicional seção de entrevista, nesse número com a profa. Cynthia Mara Miranda (Universidade Federal do Tocantins UFT). Agradecemos pelo apoio e pela colaboração nesses dois anos! Saudações cordiais, Danusa Marques diretora regional Francisco Mata Machado Tavares vice-diretor regional João Paulo Saraiva Leão Viana secretário executivo regional

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1 Boletim ABCP Centro-Norte – mar/abr 2019

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIÊNCIA POLÍTICA

REGIONAL CENTRO-NORTE

Boletim Regional

Caras/os associadas/os,

Esse é o último boletim da gestão 2017-2019 da regional Centro-Norte da ABCP.

Apresentamos um editorial sobre o cenário preocupante da nossa área de

atuação frente aos ataques do governo federal, um balanço da nossa gestão, o

anúncio do resultado do 1º Prêmio Tuíra da regional Centro-Norte, a divulgação

de editais de concurso público e pós-doutorado em instituições do Centro-Norte,

chamadas para eventos e inscrições de trabalhos e notícias da regional.

Finalizamos o boletim com a tradicional seção de entrevista, nesse número com

a profa. Cynthia Mara Miranda (Universidade Federal do Tocantins – UFT).

Agradecemos pelo apoio e pela colaboração nesses dois anos!

Saudações cordiais,

Danusa Marques – diretora regional

Francisco Mata Machado Tavares – vice-diretor regional

João Paulo Saraiva Leão Viana – secretário executivo regional

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1. Editorial: Em defesa das humanidades, em defesa da humanidade

Esta é a edição derradeira do Boletim da ABCP Centro-Norte sob a gestão cujo

mandato encerra-se neste mês de maio de 2019. Não há palavras para que esta

equipe expresse a sua gratidão a todas/os as/os pesquisadoras/es que nos

apoiaram, bem como à diretoria nacional da nossa associação, na gestão

passada e na atual. Neste boletim, publicamos um texto com o breve balanço

desta gestão regional que, acaso tenha consigo algum êxito ou realização, só o

fez porque contou com a participação, o interesse e a cumplicidade de uma vasta

gama de pares. Agradecemos, sinceramente, a todas/os.

Seria desejável, neste momento, apresentarmos um editorial em que os avanços

e descobertas da ciência política em nosso país e em nossa regional pudessem

ser festejados e enunciados como prenúncios de pesquisas e achados futuros

ainda mais promissores. A nossa vontade indicaria um texto de celebração, a

mencionar o quanto o nosso campo acadêmico tem produzido saberes em temas

como comportamento, opinião pública, participação, gênero, instituições,

relações internacionais, desigualdades, qualidade da democracia, políticas

públicas, fundamentos e críticas teóricas etc. Infelizmente, contudo, diante do

contexto em que nos inserimos, em meio ao qual uma elevada autoridade

desqualifica o saber humanístico e ameaça subtrair os respectivos recursos, não

nos resta outra conduta, senão a volta aos fundamentos da nossa atividade, com

vistas à defesa da razão em face do obscurantismo.

A espécie humana é obcecada em conhecer e em transformar o seu meio e a si.

A mesma humanidade que estuda os corpos celestes na astrofísica, as formas

de vida unicelulares na biologia ou as interações entre partículas na química é

aquela que procura entender as suas próprias relações em sociedade. As

ciências humanas são preciosas, com efeito, não apenas porque criam políticas

públicas ou produzem critérios de avaliação das atividades governamentais (o

que fazem com primor), mas porque situam-se exatamente no campo que

particulariza o ser humano: a capacidade de autoconsciência e de autorreflexão.

Nós, humanos/as, somos livres precisamente porque podemos entender-nos e,

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assim, pensarmos formas de associação e de vida diferentes daquelas que

parecem pré-determinadas. Entre a atividade complexa de um formigueiro –

onde tudo parece tecnicamente eficiente – e o mais simples grupo humano, a

distinção recai sobre a capacidade deste de entender-se e de alterar seus papéis

e formas de interação social. Ou seja: a diferença é o saber humanístico. Este é

o valor humano máximo, que nos traz da antiguidade clássica à modernidade,

sem esmorecer nem mesmo na Idade Média, quando Santo Agostinho já

bradava “conhece-te a ti mesmo”.

O ataque às humanidades, portanto, é uma violência à razão, sem par nem

mesmo no mundo medieval e só ocorrente nos mais cruéis regimes de terror. É

um vilipêndio à liberdade de estudar-nos e de compreendermo-nos em nossas

relações culturais, econômicas e institucionais. É o último refúgio de quem

pretende dominar por meio de pura coerção, sem amparo em argumentos,

dados, razões ou métodos.

De fato, é o saber humanístico que ensina, por exemplo, que ambientes sociais

com maior diversidade de gênero, raça, origem e orientação sexual são os mais

prósperos e harmônicos. São as humanidades que atestam a inexistência de

correlação positiva entre desregulação do porte ou posse de armas e a redução

da violência ou da criminalidade. É o estudo sério e metódico da ciência política

que demonstra como os espaços democráticos abertos à sociedade civil (a

exemplo de conferências e conselhos), produzem uma administração pública

mais transparente e eficiente. É a filosofia política que guarda um vasto e firme

conhecimento, gestado ao longo de milênios, a explicar que a troca da liberdade

pela segurança e a redução dos/as opositores/as à condição de inimigos/as que

devem ser banidos/as nunca encerram-se em seus primeiros gestos e,

usualmente, abrem as portas da história para a guerra, a penúria e a

desesperança. Os/as colegas da sociologia do trabalho provam, com rigor

empírico e riqueza de dados, que a redução de direitos dos trabalhadores não

acarreta, na maioria dos casos, aumento de emprego. São, enfim, os estudos

comparados, metodologicamente sólidos e consistentes, que atestam o modo

como, em geral, nações democráticas e desenvolvidas investem nas ciências

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humanas em proporção significativamente maior do que países ditatoriais e não

desenvolvidos.

De fato, o saber humanístico é indispensável à nossa espécie e é um dos

elementos que nos faz livres e autoconscientes. A ideia de que disciplinas como

sociologia, filosofia e ciência política não possuem utilidade prática só faz

sentido, portanto, para quem entende que pessoas são úteis em sentido não

muito diferente daquele em que robôs, sistemas computacionais ou animais de

carga o seriam. É esta percepção restrita de utilidade, aliás, que a ciência

humana evidencia em sua irracionalidade. É por isso que a defesa de todas as

ciências contra o obscurantismo reúne, indiscriminadamente, uma gama de

ideários e visões de mundo que segue desde o pensamento medieval ao

liberalismo contemporâneo, desde a antiguidade clássica às compreensões

epistêmicas mais recentes. Trata-se, afinal, de uma opção pela humanidade,

contra quem quer-nos apenas como coisas ou objetos a serviço da dominação

coerciva e irracional.

2. Um balanço da gestão

É com grande satisfação, e já com saudades, que encerramos nossa gestão à

frente da primeira diretoria da Regional Centro-Norte da Associação Brasileira

de Ciência Política, biênio 2017-2019. Nesses dois anos, ainda que diante de

um quadro de escassos recursos para o desenvolvimento da ciência no Brasil,

iniciamos um relevante processo de aproximação dos profissionais da Ciência

Política no Centro-Oeste e Norte do país. Isso somente foi possível com o apoio

e a ajuda dos/as colegas da diretoria nacional da ABCP, além da colaboração

de nossos/as associados/as.

Nesse período, importantes conquistas foram alcançadas. A realização do

primeiro evento acadêmico da regional, o Diálogos Regionais, no Instituto de

Ciência Política da Universidade de Brasília (IPOL/UnB), em setembro de 2017,

com o apoio da Diretoria Nacional da ABCP e da Itaipu Energia, foi fundamental

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para reunir e aproximar, pela primeira vez, pesquisadores/as de nossas regiões.

O evento contou com dois dias de mesas-redondas e dois minicursos, com

ampla participação de público. Na ocasião, realizamos também a primeira

plenária dos associados do Centro-Norte, quando tivemos a possibilidade de

discutir demandas regionais.

Ainda no mesmo mês de setembro de 2017, lançamos a primeira edição de

nosso boletim bimestral, publicado initerruptamente desde aquele momento.

Acreditamos que este boletim é um importante informativo sobre os principais

acontecimentos da Ciência Política nos estados que compõem a região, que traz

também a cada edição uma entrevista com um/a pesquisador/a associado/a da

regional. Seu objetivo é atender a uma demanda fundamental levantada em

nossa primeira plenária: que passemos a conhecer o trabalho de nossos/as

colegas de regional, para fomentar parcerias, redes e colaborações.

Na mesma época, representamos a Diretoria Nacional da ABCP durante a

entrega à Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados do manifesto dos

cientistas políticos brasileiros contra a proposta do “distritão”, que então parecia

ressurgir como uma proposta de reforma eleitoral.

Posteriormente, em outubro de 2017, durante a Assembleia da ABCP no 41°

Encontro da ANPOCS, em Caxambu-MG, foi aprovada a proposta apresentada

pela diretoria regional de criação de um quarto cargo para a diretoria Centro-

Norte, respeitada a paridade regional entre Norte e Centro-Oeste, assim como a

paridade de gênero nos cargos, o que era uma importante reivindicação dos/as

colegas de nossa regional, que a única a englobar duas regiões do País. No final

daquele ano, novamente com o apoio da Diretoria Nacional, contribuímos na

seleção de duas bolsas para estudantes de pós-graduação participarem da

IPSA-USP Summer School, realizada em fevereiro de 2018, na Universidade de

São Paulo. A regional também organizou a seleção de uma bolsa para a IPSA-

USP Summer School de 2019, indicando um estudante de pós-graduação da

Centro-Norte.

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No ano de 2018, buscamos uma maior participação no debate público nacional,

manifestando apoio a diversas causas da sociedade brasileira, sempre em

defesa da democracia, da educação superior, da pesquisa científica e dos

direitos das minorias. No mês de agosto, durante o 11º Encontro da ABCP,

organizamos a mesa da regional Centro-Norte no fórum das regionais, sob o

tema “A agenda ambiental e a exploração de recursos naturais no Brasil –

conflitos políticos do Centro-Norte”, que reuniu pesquisadoras de diversas

instituições da Amazônia e do Centro-Oeste.

Em 2019, lançamos o Prêmio Tuíra de melhor artigo publicado por um/a

pesquisador/a da regional nos últimos dois anos. Acreditamos que essa é uma

forma de incentivar e reconhecer a produção científica de nossos/as

associados/as, assim como as temáticas de pesquisa relacionadas às questões

locais que nos interpelam. O resultado do 1º Prêmio Tuíra foi nossa última ação

da gestão, cujo resultado está publicado na terceira seção deste boletim.

Para nos aproximarmos e facilitar nossa comunicação, criamos um fórum online

da regional Centro-Norte no facebook, que pode ser acessado aqui. Sabemos

das limitações da plataforma, mas entendemos que essa é uma maneira de

trocarmos informações sobre eventos, iniciativas, concursos, publicações e

discutir ações conjuntas que incentivem nossa colaboração regional.

Ainda em 2019, apresentamos duas demandas muito importantes, que facilitam

e impulsionam nossa presença nos eventos acadêmicos: na preparação do 12º

Encontro ABCP (2020), indicamos a necessidade de incluir no edital a

diversidade regional para a composição das atividades do evento, inclusive

mesas e fóruns. Além disso, conseguimos que a ANPOCS atendesse à nossa

demanda de estender aos/às pesquisadores/as do Centro-Oeste, exceto Distrito

Federal, o desconto de 15% no pagamento da inscrição para o 43º Encontro

Anual (2019) que havia sido garantido somente a pesquisadores/as das regiões

Norte e Nordeste.

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Coordenamos também a apresentação da proposta de uma nova Área Temática

para a ABCP, “Crime transnacional, drogas e fronteiras”, proposta pelo Prof.

Marcelo da Silveira Campos (UFGD) e pela Profa. Manuela Trindade Viana

(PUC-RJ), para avaliação da Diretoria Nacional, considerando que essa área de

pesquisa tem relação fundamental com questões que tocam aos estados das

regiões Centro-Oeste e Norte, impactando a produção científica da regional,

além de ser interdisciplinar e promover um encontro articulado entre a Ciência

Política e as Relações Internacionais. Essa proposta está sendo construída em

diálogo regional e busca ser avaliada coletivamente ainda na próxima

assembleia da associação.

Por fim, cumprimos o compromisso firmado com os colegas ainda durante a

campanha de não nos candidatarmos à reeleição, a fim de privilegiar a

alternância de instituições e lideranças regionais. Agradecemos a todos os/as

associados/as da regional Centro-Norte, assim como os membros das duas

últimas gestões da diretoria nacional da ABCP, por todo o apoio nesse período.

Foi uma honra e um privilégio colaborar com o desenvolvimento e a expansão

da Ciência Política nas regiões Centro-Oeste e Norte. Certamente, há ainda

muito para ser feito. Nesse sentido, desejamos sucesso à nova diretoria regional

e nos colocamos à disposição para auxiliar no que for preciso.

Muito obrigado/a a todas/os!

3. Premiação: 1º Prêmio Tuíra de melhor artigo da regional Centro-

Norte da ABCP

Nesta primeira edição do Prêmio Tuíra de melhor artigo da ABCP Centro-Norte

tivemos a inscrição de seis artigos de filiados/as da regional. Todos os artigos

inscritos foram submetidos à comissão julgadora, composta por associadas das

demais regionais ABCP, cuja avaliação seguiu os quatro critérios de julgamento

indicados na cláusula 6ª do edital do 1º Prêmio Tuíra. Compuseram a comissão

julgadora as professoras Simone Diniz (Regional Sudeste), Monique Menezes

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(Regional Nordeste) e Luciana Ballestrin (Regional Sul), que realizaram os

trabalhos de avaliação durante o mês de abril de 2019, a quem agradecemos

profundamente pela colaboração.

Computadas as notas atribuídas pelas avaliadoras e calculada a média das três

avaliações, chegou-se à premiação do artigo "Capacidades estatais para

políticas de infraestrutura no Brasil contemporâneo", de Alexandre de Ávila

Gomide e Ana Karine Pereira (Revista de Administração Pública, 52(5):935-

955, set. - out. 2018) como melhor artigo científico do biênio 2017-18 da regional

Centro-Norte. Conforme termo de anuência submetido pelos autores, a autora

premiada Ana Karine Pereira receberá o auxílio financeiro indicado na Cláusula

5ª do edital do Prêmio Tuíra.

Agradecemos a todos/as os/as autores/as que submeteram artigos para o 1º

Prêmio Tuíra e parabenizamos Ana Karine Pereira (UFG) e Alexandre de Ávila

Gomide (IPEA)!

O artigo premiado pode ser acessado em

http://www.scielo.br/pdf/rap/v52n5/1982-3134-rap-52-05-935.pdf.

4. Editais de concurso público em IES da regional Centro-Norte

Universidade de Brasília

Instituto de Relações Internacionais – IREL/UnB

Estão abertas, até 7 de junho de 2019, as inscrições para dois concursos

públicos docentes para o cargo de Professor Adjunto – regime de Dedicação

Exclusiva (1 vaga, cada concurso), no Instituto de Relações Internacionais da

UnB.

Para o concurso para a área de conhecimento “Relações Internacionais”, o

requisito básico é Doutorado em Relações Internacionais, Ciência Política,

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História, Filosofia ou Ciências Sociais. O edital pode ser acessado em

http://concursos.unb.br/images/phocadownload/docentes/efetivos/2019/109_20

19/SEI_UnB_-_3798086_-_Edital109.pdf.

Para o concurso para a área de conhecimento “Relações Internacionais e Direito

Internacional Público”, o requisito básico é Doutorado em Relações

Internacionais, Direito, Ciência Política, História ou Ciências Sociais. O edital

pode ser acessado em

http://concursos.unb.br/images/phocadownload/docentes/efetivos/2019/106_20

19/SEI_UnB_-_3796563_-_Edital106.pdf.

5. Edital de Pós-Doutorado em IES da regional Centro-Norte

Programa de Pós-Graduação em Fronteiras e Direitos Humanos

Universidade Federal de Grandes Dourados - UFGD

O Programa de Pós-Graduação em Fronteiras e Direitos Humanos da Faculdade

de Direito e Relações Internacionais da Universidade Federal de Grandes

Dourados lançou edital, para a abertura de inscrições visando a seleção de 2

(dois/duas) candidatos/as para seu Programa de Pós-doutorado, sem bolsa, na

área de concentração “Fronteiras e Direitos Humanos”. O edital pode ser

acessado aqui.

As inscrições vão de 30 de julho a 30 de agosto de 2019.

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6. Eventos

Ciclo de Palestras e Seminários do IPOL/UnB

Brasília, UnB, maio a junho

O Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade de Brasília

– PPGCP/UnB convida a todos/as para seu ciclo de palestras e seminários de

2019. Neste semestre, já passaram pelo ciclo de palestras do PPGCP/UnB

Mariana Caminotti, (Universidad Nacional de San Martín – Argentina), Andreza

Aruska de Souza Santos (LAC, University of Oxford), Cesar Zucco (Fundação

Getúlio Vargas – RJ), Anna Petherick (Blavatnik School of Government,

University of Oxford), Pedro Floriano Ribeiro (Universidade Federal de São

Carlos – UFSCar), além do Seminário da AT Participação Política da Associação

Brasileira de Ciência Política.

Os demais eventos programados são:

13 de maio (18h, Auditório do IPOL/IREL) – Fabrício Pereira da Silva

(Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO): “América Latina

em seu labirinto: democracia e autoritarismo no século XXI”.

20 de maio (18h, Auditório do IPOL/IREL) – Rosangela Schulz (Universidade

Federal de Pelotas – UFPel): “Reflexões sobre o papel do ativismo feminista nas

democracias contemporâneas”.

6 de junho (16h, Auditório do IPOL/IREL) – Noam Lupu (LAPOP/Vanderbilt

University), George Avelino (Cepesp/Fundação Getúlio Vargas - SP), Lycia Lima

(Clear/Fundação Getúlio Vargas - SP) e Lara Mesquita (Cepesp/Fundação

Getúlio Vargas - SP): “As vozes do Brasil – A opinião pública brasileira e seu

lugar no barômetro das Américas - LAPOP”.

Mais informações sobre os eventos agendados na página do IPOL no facebook.

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8º Congresso da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação

e Política (Compolítica)

Brasília, UnB, 16 e 17 de maio

A oitava edição do Compolítica, de 15 a 17 de maio de 2019, terá como tema

"Política e Comunicação Pós-Eleições no Brasil". Diante do cenário pós-eleitoral

de 2018, qual Brasil surge das urnas? Serão debatidos evento por pesquisadores

e pesquisadoras de todo o país os impactos do novo contexto político e o papel

de novos e velhos atores nos rumos da democracia brasileira, as novas agendas

de pesquisa na área de Comunicação e Política, entre outros temas relevantes.

As inscrições estão abertas no site do evento.

IV Simpósio de Gênero e Sexualidade (Sigesex)

Campo Grande, UFMS, 22 a 24 de maio

O IV Simpósio de Gênero e Sexualidade (Sigesex) traz como tema do evento

"Gêneros, sexualidades e conservadorismos: a política dos corpos, os sujeitos e

a disputa pela hegemonia dos sentidos culturais”.

O evento é realizado pelos grupos de pesquisa da Universidade Federal do Mato

Grosso do Sul (UFMS): Laboratório de Estudos da Violência, Gênero e

Sexualidade (LEVS) e pelo Núcleo de Estudos de Gênero (NEG).

Além disso, conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq), da Cátedra UNESCO/UFGD "Diversidade

cultural, gênero e fronteiras" e do GT de Gênero da Associação Nacional de

História (seção MS).

Para mais informações, acesse o site do evento.

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6º Fórum Brasileiro de Pós-Graduação em Ciência Política (FBCP) e I

Jornada de Graduação em Ciência Política da UFPA

Belém, UFPA, 9 a 12 de julho

O Fórum Brasileiro de Pós-Graduação em Ciência Política (FBCP) é um evento

nacional que reúne a cada dois anos pós-graduandos/as, pesquisadores/as e

docentes para o compartilhamento de experiências de pesquisa na área da

Ciência Política. Em julho de 2019 será realizada sua 6° edição na cidade de

Belém, sendo a Universidade Federal do Pará (UFPA), através do Programa de

Pós-Graduação em Ciência Política, a instituição-sede do evento. As inscrições

para o 6º FBCP podem ser realizadas aqui. Mais informações podem ser

acessadas na página do FBCP no facebook.

A I Jornada de Graduação em Ciência Política da UFPA: Caminhos e desafios

da Ciência Política na Região Norte, ocorrerá simultaneamente ao 6º FBCP,

entre 9 e 12 de julho de 2019 na UFPA, garantindo o acesso de estudantes de

graduação paraenses a este importante espaço de debates acadêmicos. A

Jornada tem como público-alvo os/as estudantes de graduação em Ciências

Sociais, assim como graduandos/as de áreas afins que se interessem pelo tema.

7. Chamadas de inscrição de trabalhos

X Jornada de Pesquisa e Extensão do Cefor/Câmara dos Deputados

Até 31 de maio

O Programa de Pós-Graduação do Centro de Formação, Treinamento e

Aperfeiçoamento (Cefor) da Câmara dos Deputados realizará, nos dias 16 e 17

de setembro de 2019, a X Jornada de Pesquisa e Extensão com o tema

“Legislativo Digital: desafios para potencializar a Democracia”. Nesta edição, o

Cefor conta com a parceria da Diretoria de Inovação e Tecnologia da Informação

(Ditec) da Câmara dos Deputados.

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13 Boletim ABCP Centro-Norte – mar/abr 2019

Trazida para o contexto Legislativo, no qual se insere a Câmara dos Deputados,

a expansão do digital, enquanto fenômeno e ao mesmo tempo tendência atual,

impacta os mais diversos aspectos da sociedade. Dentre eles, está o contexto

da representação política intrinsecamente relacionado ao exercício da

democracia. Como toda transição tem uma dinâmica própria, muitos são os

desafios a serem enfrentados. Esse é o eixo de discussão da X Jornada de

Pesquisa e Extensão do Programa de Pós-Graduação da Câmara dos

Deputados, realizada sob o tema “Legislativo Digital: desafios para os novos

caminhos da Democracia”.

Nessa perspectiva, serão discutidas contribuições sobre o impacto do Digital no

Poder Legislativo, em suas diversas abordagens: Direito Digital, Parlamento

Aberto, otimização do espaço-tempo (videoconferência, plataformas de

participação à distância); Gestão Pública Legislativa; Estrutura e Funcionamento

da Casa Legislativa, Relações Interpessoais e Interinstitucionais, Atividades

Profissionais no Parlamento.

A X Jornada é uma oportunidade de divulgação de trabalhos de pesquisadores

brasileiros, no âmbito acadêmico e político-institucional, que tratam da temática

principal do evento e de outras temáticas relacionadas às linhas de pesquisa do

Mestrado Profissional em Poder Legislativo da Câmara dos Deputados: “Gestão

Pública no Poder Legislativo”, "Processos Políticos do Poder Legislativo" e

"Política Institucional do Poder Legislativo".

Mais informações sobre a inscrição de trabalhos pode ser acessada em

https://soac.camara.gov.br/index.php/Jornada/X/schedConf/cfp.

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8. Notícias da regional

“A interação Estado e sociedade nas políticas públicas: Desafios da

agenda de pesquisa sobre participação e democracia no Brasil”

Aconteceu, entre os dias 25 e 26 de abril de 2019, na Universidade de Brasília,

o seminário “A interação Estado e sociedade nas políticas públicas: desafios da

agenda de pesquisa sobre participação e democracia no Brasil”, promovido pela

Área Temática de Participação Política da ABCP, coordenada pelas professoras

Luciana Tatagiba (Unicamp) e Debora Rezende de Almeida (UnB). A AT de

Participação Política existe desde 2012 e se consolidou como espaço de

interlocução e apresentação de pesquisas na área, cujo desenvolvimento como

campo de estudo nas Ciências Sociais vem se ampliando desde a década de

1990, com a emergência de variados espaços participativos pós-

redemocratização. O 11º Encontro da ABCP, em 2018, mostrou a diversificação

da agenda de pesquisa, considerando tanto a proliferação de atores, espaços e

oportunidades participativas, quanto a transformação no contexto e atores

políticos que, já naquela época, se revelavam refratários à participação. A

mudança na coalizão governamental e as recentes medidas de ataque à

participação, como o Decreto nº 9759 de 11 de abril de 2019, que extingue vários

conselhos e colegiados da administração federal, reforçam a necessidade de se

repensar tanto os pressupostos de pesquisa quanto as abordagens

metodológicas da área. Tendo em vista esta inspiração, o seminário contou com

quatro mesas redondas, distribuídas entre diferentes temáticas: participação

institucional, movimentos sociais e políticas públicas, novos repertórios e formas

de participação e ativismo digital. O evento reuniu 26 pesquisadores/as de

diferentes instituições e regiões do país e contou com a participação ampla da

comunidade acadêmica e também externa à universidade. O objetivo da área

temática é que este evento se consolide como um espaço de reflexão entre os

Encontros bianuais da ABCP.

Durante o evento foi também noticiado que a rede de pesquisadores em torno

do tema da participação lançou a Campanha “O Brasil precisa de Conselho”,

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com divulgação de vídeos e uma página no Facebook

(https://www.facebook.com/obrasilprecisadeconselho/). O objetivo dos vídeos é

mostrar como os conselhos de políticas são importantes complementos à

representação eleitoral, ao combate à corrupção, à formulação de políticas

públicas e à democracia. A rede de pesquisadores/as lançará ainda nos

próximos dias um website sobre Participação e Democracia que pretende reunir

redes de pesquisa afins ao tema de diferentes universidades, regiões e núcleos

de pesquisas do país.

9. Entrevista: Prof. Cynthia Mara Miranda (Universidade Federal do

Tocantins)

Cynthia Mara Miranda é graduada em Comunicação Social pela Universidade

Federal do Tocantins (UFT) e tem mestrado e doutorado em Ciências Sociais

pela Universidade de Brasília (UnB). Atualmente é professora adjunta IV da

Universidade Federal do Tocantins, atuando no curso de Jornalismo e no

Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Sociedade. É também

Presidenta do Conselho Editorial da Editora da Universidade Federal do

Tocantins desde maio de 2018. Atua como pesquisadora do Observatório de

Pesquisas Aplicadas ao Jornalismo e ao Ensino (OPAJE) e do Núcleo de

Estudos das Diferenças de Gênero (NEDIG) e é membro fundadora da Réseau

de Recherche sur les Genres et les Territoires (REGENT) – Canadá, assim como

participa da Red Americana de Periodistas con Visión de Género, criada em julho

de 2016 em Buenos Aires. Integrou a equipe de pesquisadores colaboradores

do projeto de pesquisa intitulado “As Instituições Políticas Subnacionais: Um

Estudo Comparativo dos Estados Brasileiros”, coordenado por George Avelino

(Cepesp/FGV-SP) e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado

de São Paulo (FAPESP), sendo responsável pelo desenvolvimento da pesquisa

no estado do Tocantins. Suas pesquisas se concentram nas seguintes áreas de

estudo: representação da imagem da mulher na mídia, mídia e política,

movimentos sociais, desenvolvimento regional na perspectiva de gênero,

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políticas públicas de comunicação, igualdade e de juventude. Atualmente, está

iniciando um estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em

Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

ABCP Centro-Norte: Olá, prof.a. Cynthia Mara Miranda! A sua trajetória

acadêmica é fundamentalmente interdisciplinar e hoje sua atuação

institucional se dá na área de comunicação, no curso de graduação em

Comunicação Social e no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e

Sociedade da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Seu trabalho

sempre esteve na fronteira entre comunicação, gênero e política? Como

você vêm definindo sua agenda de pesquisa? Conte-nos, por favor, sobre

sua trajetória.

Cynthia Mara Miranda: Desde a minha graduação em Comunicação Social na

Universidade Federal do Tocantins (UFT) tenho realizado minhas pesquisas na

área dos estudos de gênero. Na graduação, concentrei minhas reflexões nos

estudos de gênero e sua interface com a comunicação, depois no mestrado e

doutorado em Ciências Sociais na Universidade de Brasília (UnB) me debrucei

sobre as questões de gênero nas políticas públicas. Na graduação, me integrei

ao Núcleo de Estudos das Diferenças de Gênero (Nedig/UFT) e foi a partir da

minha atuação no núcleo que novos campos de pesquisa foram se abrindo e

pude participar de eventos da área que somaram muito para a minha formação.

Hoje a minha agenda de pesquisa se volta para a comunicação: tenho

desenvolvido pesquisas na área da comunicação na perspectiva de gênero com

uma análise da cobertura jornalística do feminicídio na Amazônia. Atualmente,

atuo no curso de graduação em Jornalismo e no Programa de Pós-Graduação

em Comunicação e Sociedade na Universidade Federal do Tocantins orientando

trabalhos nessa área de pesquisa.

ABCP Centro-Norte: 2. Você é docente da Universidade Federal do

Tocantins (UFT) e uma das poucas associadas da ABCP no estado. Como

é sua atuação como professora e pesquisadora no Tocantins? Como você

traz as questões políticas locais para a sua agenda de pesquisa?

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Cynthia Mara Miranda: A UFT é uma universidade relativamente nova, assim

muitas possibilidades vêm sendo abertas. Além da minha atuação como

professora e pesquisadora, hoje estou à frente do Conselho Editorial da Editora

da UFT, o que tem sido uma experiencia muito rica. As questões locais estão na

minha agenda de pesquisa e a mais recente delas, que será o foco de estudo do

meu estágio de pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em

Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é a análise da

cobertura jornalística do feminicídio na Amazônia. Esse é um tema que trata

diretamente da minha realidade local e que me possibilita ampliar o olhar a partir

da Amazônia. A região possui taxas de feminicídio alarmantes e é preciso

compreender a forma como os meios de comunicação estão reportando esses

crimes.

ABCP Centro-Norte: 3. A regional Centro-Norte da ABCP tem um difícil

objetivo de integrar pesquisadoras e pesquisadores de onze unidades da

federação distintas. Como você vê esse desafio em relação ao círculo de

pesquisadores/as do Tocantins? Quais são as principais redes nas quais

circulam cientistas sociais e cientistas políticos/as do estado?

Cynthia Mara Miranda: O desafio é tornar a ABCP mais conhecida no estado.

Talvez, numa primeira avaliação, o fato de não termos um curso de Ciência

Política explique o baixo número de filiados e filiadas; mas agora temos na UFT

o curso de Relações Internacionais, que apresenta um amplo diálogo com a

Ciência Política, e assim há uma possibilidade de agregar mais pesquisadores e

pesquisadoras no estado. A UFT tem um curso de graduação em Ciências

Sociais e os/as pesquisadores/as circulam prioritariamente em redes como a

Associação Brasileira de Antropologia (ABA), a Sociedade Brasileira de

Sociologia (SBS) e a Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências

Sociais (ANPOCS).

ABCP Centro-Norte: 4. O Brasil vive, dadas as decisões de cortes

orçamentários por parte do governo federal e do clima de ameaça à

liberdade de cátedra e pensamento, muitos obstáculos para o

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fortalecimento de um campo de pesquisa em ciências humanas autônomo

e sólido. Como você avalia esse cenário?

Cynthia Mara Miranda: É um momento difícil, um momento em que

pesquisadores e pesquisadoras precisam ser a resistência e nesse caminho de

ser a resistência é preciso vencer muitos percalços, como a intolerância e as

ameaças de censura ao trabalho dos docentes e das docentes nas

universidades. A educação é o caminho para a conscientização e temos um

trabalho importante pela frente para evitar retrocessos.

ABCP Centro-Norte: Suas pesquisas sobre os fenômenos sociais e

políticos se desenvolvem sob uma perspectiva crítica feminista. Em sua

avaliação, como essa abordagem teórica impacta a produção do

conhecimento?

Cynthia Mara Miranda: Tem uma frase da Maria Betânia Ávila [doutora em

Sociologia, coordenadora-geral e pesquisadora do SOS Corpo – Instituto

Feminista para a Democracia] que explica que o feminismo é uma consciência

crítica e uma prática política. Concordo com esse pensamento: não é possível

dissociar a minha consciência crítica da minha prática política. Sem dúvida a

perspectiva crítica feminista impacta na produção do conhecimento, porque nos

permite ver com uma lente mais ampliada a forma como a desigualdade entre

os gêneros é construída no campo das ciências e para além dele. Não dá para

discutir as questões de gênero em sala de aula e fechar os olhos para as

situações de machismo e violência que as mulheres sofrem em todos espaços,

inclusive nas universidades. A produção do conhecimento deve servir para

provocar reflexões e também mudanças sociais, e nesse sentido a perspectiva

crítica feminista é fundamental.

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ABCP Centro-Norte: Agradecemos pela entrevista! Desejamos sucesso e

esperamos construir um diálogo cada vez mais próximo das

pesquisadoras e pesquisadores do Tocantins.

GOSTARIA DE CONVERSAR CONOSCO? DIVULGAR ALGUMA ATIVIDADE QUE ESTÁ SENDO

ORGANIZADA EM SUA INSTITUIÇÃO? PROGRAMAÇÃO DE SEMINÁRIOS, LANÇAMENTO DE LIVROS E

REVISTAS, CHAMADA PARA PUBLICAÇÕES, EDITAIS DE SELEÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PROCESSO

SELETIVO PARA BOLSAS, CHAMADA DE TRABALHOS PARA EVENTOS, PROJETOS DE PESQUISA OU

OUTRAS ATIVIDADES DE PESQUISADORES/AS DA REGIONAL? MANDE UMA MENSAGEM PARA A

GENTE!

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