associaÇÃo flor de maracujÁ gera renda familiar para mulheres no sertÃo baiano

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ASSOCIAÇÃO FLOR DE MARACUJÁ GERA RENDA FAMILIAR PARA MULHERES NO SERTÃO BAIANO Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº1128 Agosto/2013 Serrolândia O papel da mulher no desenvolvimento social e econômico da sociedade é importante e busca fortalecer sua participação na renda familiar, sua independência financeira, seu valor profissional e pessoal. Assim, são organizadas diferentes formas e ações coletivas, como: grupos informais, associações e cooperativas, visando conquistar seu espaço e ampliar os processos produtivos e de comercializações. Essas são características que exemplificam a Associação Comunitária Empreendedora Flor de Maracujá, encontrada na comunidade do Maracujá no município de Serrolândia, no Território Piemonte da Diamantina, na Bahia. A Associação foi articulada por um grupo de mulheres, que produzem peças artesanais de bordado e alimentos, como bolos, além de fornecer frutas e legumes para as creches e escolas da cidade. A história da Associação Flor de Maracujá iniciou-se em 1992, com a determinação das mulheres: Celina Oliveira, Eliana Araújo, Jucilene Moreira, Márcia Silva, Maria Silva, Marizete Sampaio, Rozailma Sousa, Valdelice Moreira e Valdete Sampaio, que se uniram por uma mesma causa: a conquista da renda própria. Depois de muita luta para conseguir apoio e reconhecimento, registraram a Associação em junho de 2005. As mulheres passaram a ser valorizadas a partir da comercialização de suas artes e culinárias. Segundo dona Celine, uma das integrante e articuladora no processo de montar a Associação, cada uma das mulheres já trabalhava em casa individualmente, sem perspectiva de comercializar o que produziam, então lhe veio à ideia de se unir e trabalhar juntas. “ Havia muita gente desempregada no povoado naquele período e como já trabalhávamos em casa chamei as meninas. Vamos trabalhar juntas e procurar um lugar para a gente vender nossas coisas? Desse dia em diante as encomendas não paravam de chegar, todos gostavam do nosso trabalho. Então resolvemos procurar o SEBRAE de Jacobina para nos orientar. Firmamos parceria com eles e Produção de Bolos Artesanato/Bordado

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ASSOCIAÇÃO FLOR DE MARACUJÁ GERA RENDA FAMILIAR PARA MULHERES NO SERTÃO BAIANO Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1128

Agosto/2013

Serrolândia

O papel da mulher no desenvolvimento social e econômico da sociedade é importante e busca fortalecer sua participação na renda familiar, sua independência financeira, seu valor profissional e pessoal. Assim, são organizadas diferentes formas e ações coletivas, como: grupos informais,

associações e cooperativas, visando conquistar seu espaço e ampliar os processos produtivos e de comercializações.

Essas são características que exemplificam a Associação Comunitária Empreendedora Flor de Maracujá, encontrada na comunidade do Maracujá no município de Serrolândia, no Território Piemonte da Diamantina, na Bahia. A Associação foi articulada por um grupo de mulheres, que produzem peças artesanais de bordado e alimentos, como bolos, além de fornecer frutas e legumes para as creches e escolas da cidade.

A história da Associação Flor de Maracujá iniciou-se em 1992, com a determinação das mulheres: Celina Oliveira, Eliana Araújo, Jucilene Moreira, Márcia Silva, Maria Silva, Marizete Sampaio, Rozailma Sousa, Valdelice Moreira e

Valdete Sampaio, que se uniram por uma mesma causa: a conquista da renda própria. Depois de muita luta para conseguir apoio e reconhecimento, registraram a Associação em junho de 2005. As mulheres passaram a ser valorizadas a partir da comercialização de suas artes e culinárias.

Segundo dona Celine, uma das integrante e articuladora no processo de montar a Associação, cada uma das mulheres já trabalhava em casa indiv idualmente, sem perspect iva de comercializar o que produziam, então lhe veio à ideia de se unir e trabalhar juntas. “ Havia muita gente desempregada no povoado naquele período e como já trabalhávamos em casa chamei as meninas. Vamos trabalhar juntas e procurar um lugar para a gente vender nossas coisas? Desse dia em diante as encomendas não paravam de chegar, todos gostavam do nosso trabalho. Então resolvemos procurar o SEBRAE de Jacobina para nos orientar. Firmamos parceria com eles e

Produção de Bolos

Artesanato/Bordado

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

RealizaçãoApoio

conseguimos vários cursos de capacitação sobre c o m o t r a b a l h a r e m a s s o c i a ç ã o , a comercialização, culinária da mandioca crua, e muitos outros”, afirma dona Celina.

Um dos pontos positivo e notável nesse grupo, é a busca constaste por estratégias que mantenham suas receitas saudáveis, a exemplo da produção culinária de bolos que são feitos para alimentação escolar do município, por intermédio do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE). Os bolos são assados em forno a vapor de lenha, diminuindo custo e enriquecendo a saúde de crianças e jovens estudantes da cidade de Serrolândia. Muito mais que proporcionar renda e reconhecimento de seus trabalhos, como diz dona Valdete “a Associação nos permite conquistas diárias. O ganho pessoal e o crescimento profissional de cada dia, nos enriquece em sabedorias para deixar para nossos filhos e também para a comunidade”.

“TEMOS AGORA NOVOS SONHOS DE

CONQUISTAS PARA NOSSA ASSOCIAÇÃO”

A caminhada agora está voltada para a construção da sede própria, aumentar a produção e a comercialização, podendo assim trazer mais mulheres para trabalhar na Associação Flor de Maracujá, além de projetos que desenvolva mais a comunidade, “nossa associação é diferenciada, trabalhamos com muita transparência, por isso conseguimos apoio e projetos para crescermos”, relata dona Celina. Mulher do campo, que demostra alegria quando fala da agricultura familiar, da criação de pequenos animais e de futuramente poder produzir de forma agroecológia na sua terra, é representada nesse grupo, por dona Juceline, que está sendo atendida pelo Programa Uma

Terra e Duas Águas (P1+2,) executado pela Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte, (COFASPI). Dona Juceline conquistou a cisterna-enxurrada. “Já sonho em levar a produção agroecológica, retiradas dos canteiros produtivos para casa e também para comercialização e culinária da Associação Flor de Maracujá, para termos maior garantia de uma alimentação saudável”, afirma dona Juceline.

Espaço da futura sede da Associação

Forno a lenha para assar os bolos