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COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO
EXTERNA SOBRE A
SITUAÇÃO JURÍDICO-POLÍTICA
DA LEI KANDIR
CRE LEI KANDIR
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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO 003
2. ANTECEDENTES HISTÓRICOS 004
3. TRABALHOS DESENVOLVIDOS 015
4. ESTIMATIVAS DAS PERDAS 018
5. A DECISÃO DO STF 019
6. A POSIÇÃO DO SENADO DA REPÚBLICA 022
7. O RELATÓRIO DA CME LEI KANDIR 025
8. RECOMENDAÇÕES DA CRE LEI KANDIR 029
ANEXOS 035
9. RELATÓRIO CME LEI KANDIR
10. NOTA TÉCNICA FIERGS/CIERGS
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1. APRESENTAÇÃO
Através do Requerimento nº 02/2017 – Proc. nº 20374.01.00/17-0,
este Parlamentar requereu, com amparo no art. 89 e seguintes do RIAL, que
a Mesa do Poder Legislativo estadual constituísse Comissão de
Representação Externa – CRE - para tratar da situação jurídico política da
Lei Kandir.
Tal temário tem um status tão alto de prioridade no Estado do Rio
Grande do Sul, que veio por merecer aprovação unânime do Plenário na data
de 14/11/2017, o que, por de todo evidente, sinaliza não existir qualquer voz
parlamentar em contrário à ações que venham ao encontro da
sustentabilidade orçamentário-financeira do Estado do Rio Grande do Sul,
vez que se trata de autêntica alternativa para viabilizar recursos para a
execução de políticas públicas nas áreas de saúde, educação e segurança.
Nos termos regimentais, fui escolhido Coordenador dos
trabalhos desta Comissão, a qual contou com a indicação de mais 4
Parlamentares, considerando que uma CRE é composta por até 5 membros.
Desta forma a CRE LEI KANDIR tem a seguinte composição:
COORDENADOR: Dep. Frederico Antunes
MEMBROS: Dep. Luis A. Lara,
Dep. Gilmar Sossela,
Dep. Vilmar Zanchin e
Dep. Tarcísio Zimerman.
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2. ANTECEDENTES HISTÓRICOS
2.1 Quinta-feira, 10 de agosto de 2017 - Frederico Antunes solicita
à senadores audiência pública para debater Lei Kandir
“A situação financeira do Rio Grande do Sul exige um esforço
conjunto na busca de soluções, sob pena de colapso total das finanças do
Estado”. A manifestação foi feita no dia 10/8 pelo deputado Frederico
Antunes, durante conversa com os senadores gaúchos Ana Amélia Lemos
(PP) e Lasier Martins (PSD). Frederico Antunes deverá presidiar a Comissão
da Assembleia Legislativa que acompanhará os trabalhos da Comissão Mista
Especial do Congresso Nacional sobre a Lei Kandir.
O objetivo da comissão criada em Brasília é oferecer propostas
sobre a alteração da atual legislação no que se refere à compensação da União
ao Estados, Distrito Federal e municípios, por conta da perda de receita
decorrente de desoneração do ICMS. O grupo de trabalho de parlamentares
federais acertou a realização de audiências públicas em Mato Grosso, Pará,
Minas Gerais e Goiás.
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Frederico Antunes reivindicou, junto aos senadores do RS, a
realização de audiência pública no Estado. Ana Amélia e Lasier Martins se
comprometeram em viabilizar a reivindicação. "Trata-se de um assunto de
extrema relevância. Não é possível que o Rio Grande seja punido por ser um
bom exportador, resultando na geração de tributos e empregos, sem a
contrapartida prevista em lei. As perdas são enormes e a situação exige
participação ativa de todos os segmentos para equilibrar as finanças gaúchas",
acrescentou o parlamentar.
2.2 Quarta-feira, 27 de setembro de 2017- Frederico participa de
audiência que trata de perdas da Lei Kandir
O deputado Frederico Antunes (PP), representou a Assembleia
Legislativa no dia 27/9, em audiência no Senado Federal onde o governador
José Ivo Sartori apresentou dados do Rio Grande do Sul referente à perdas da
Lei Kandir. Para Frederico, trata-se de mais um capítulo importante na
história que objetiva desfazer a injustiça que sofrem Estados com vocação
exportadora, como é o caso do Rio Grande do Sul.
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Segundo cálculos da Procuradoria-Geral do Estado, as perdas
gaúchas alcançam R$ 46 bilhões, dinheiro não recebido que certamente
influenciou no agravamento da crise financeira que assola o Rio Grande”,
afirmou.
O parlamentar revelou, ainda que uma audiência pública para tratar
do assunto será realizada dia 16 de outubro na Assembleia Legislativa.
A audiência para o debate da Lei Kandir contará com a presença,
entre outras personalidades dos ex-governadores Germano Rigotto, Tarso
Genro e Yeda Crusius, do governador José Ivo Sartori, do secretário da
Fazenda, Giovani Feltes, e do procurador-geral do Estado, Eusébio Ruschel.
2.3 Segunda-feira, 16 de outubro de 2017- Frederico representa
ALRS no debate público sobre as perdas da Lei Kandir
A Assembleia Legislativa reuniu no dia 16/10 - segunda-feira,
dezenas de autoridades políticas em nível Estadual e Federal, para debater as
perdas do Rio Grande do Sul com relação às desonerações decorrentes da Lei
Kandir. A audiência pública foi promovida pela Comissão Especial Mista do
Congresso Nacional sobre o tema. O objetivo foi reunir propostas e
apresentar encaminhamentos para integrarem o relatório final da Comissão,
que será apresentado no final de novembro.
Comandada pelo Senador Lasier Martins e com a presença do
relator da Comissão Mista, Senador Wellington Fagundes, o vice presidente
da Assembleia Legislativa, Frederico Antunes, também compôs a mesa
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dos debates da Audiência Pública, pois ele é o proponente da Comissão
Externa da ALRS, para acompanhar o tema da Lei Kandir. A proposta de
Frederico Antunes, de formação da Comissão de Representação Externa, já
foi aprovada pela Mesa Diretora do Parlamento gaúcho e agora segue para a
votação em plenário.
A Lei Kandir de autoria do ex-Deputado Antônio Kandir, em vigor
desde 13 de Setembro de 1996, isenta do tributo do ICMS os produtos de
origem primária e semi-elaborados destinados às exportações. Porém, foi
aprovado em 2003 a Emenda Constitucional número 42, prevendo que o
Congresso fizesse a regulamentação da lei com o intuito dos Estados
exportadores não perderem receita.
Conforme aventado na reunião as perdas acumuladas do Rio
Grande do Sul já somam R$ 50 bilhões desde então. Com o agravamento da
crise econômica e fiscal das unidades da Federação, aumentou a necessidade
dos Estados exportadores receberam a compensações desse recursos que
nunca chegaram.
Por conta disso, o Pará e mais 14 Estados, incluindo o RS, entraram
com Ação, alegando a omissão do Congresso Nacional pela falta de
regulamentação. Em novembro de 2016, o STF decidiu por unanimidade que
o Congresso vote as regras para as compensações num prazo de doze meses.
Do contrário, o Tribunal de Contas da União fará os cálculos para os
ressarcimentos. O prazo encerrar-se-ía em 7 de dezembro de 2017.
O Deputado Frederico Antunes, saudou a união das autoridades em
torno desde importante tema. "Num estado onde tudo é polarizado, tudo é
grenalizado, estamos aqui unidos nesta luta que impacta não só nas finanças
do Estado, mas também nos cofres dos municípios. Pelo menos 25% desta
conta sobra para os municípios, que é o que lhes cabe da fatia do bolo do
ICMS, o principal tributo estadual. Ao reduzir a arrecadação, está se
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enfraquecendo a capacidade de manutenção dos serviços públicos de
qualidade ao cidadão", afirmou.
Frederico destacou ainda que o Congresso Nacional precisa
acordar para essa questão da regulamentação e não passar a responsabilidade
para o TCU resolver: "O exercício que está sendo exigido do Parlamento
gaúcho está pesado demais. O imediatismo e o pragmatismo que estão nos
impondo na busca de soluções para o problemas atuais do Rio Grande do Sul,
precisa também do apoio e do enfrentamento do Governo Federal", disse.
O Deputado Frederico Antunes sugeriu também que os gaúchos
promovam um levante pró-regulamentação da Lei Kandir, tendo o apoio e a
liderança da Assembleia Legislativa.
O ex-governador do RS, Germano Rigotto, que como Deputado
Federal foi o relator da Lei Kandir, fez duas considerações: que o Congresso
defina regras claras para incluir no orçamento os valores dos ressarcimentos
daqui pra frente e também encontre uma forma de recuperar as perdas do
passado. Talvez, com a redução do estoque da dívida. Essa tese do encontro
de contas, também foi defendida pelo presidente da AFISVEC, e
representante da FEBRAFITE, Abel Henrique Ferreira. Ele sugeriu que o
Auxílio Financeiro para o Fomento das Exportações (FEX), passe a ser
impositivo e não dependa mais da ação do governo da ocasião. Atualmente,
o coeficiente para a partilha do FEX é estabelecido por medida provisória.
Ainda sobre a dívida do Rio Grande do Sul com a União, o
Secretário da Fazenda Giovani Feltes, afirmou que a nossa dívida líquida
é de R$ 55,7 bilhões. E as perdas com a Lei Kandir acumulam-se em
torno de R$ 50 bilhões. Só este ano, o repasse que deveria ser em torno de 3
bilhões, será de pouco mais de 300 mil, confirmando o índice de apenas 10%
do que é devido pela União aos Estados.
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Com relação ao chamado encontro de contas, entre débito e crédito,
o Secretário Feltes não acredita que seja possível recuperar o passado. "Esse
discurso pode dar voto, mas não resolve". Porém, Feltes sugeriu que seja
negociado com o Governo Federal o pagamento da dívida do Estado com
precatórios, por exemplo. No RS, a dívida de precatórios e RPVs chegam a
R$ 13 bilhões.
O Procurador Geral do Estado, Euzébio Ruschel, concordou com o
Deputado Frederico Antunes que estamos todos juntos nessa batalha. E
acredita que agora a vitória será por via política e não mais pelo caminho
judicial.
Também participaram da audiência pública, o vice-Governador
José Paulo Cairoli; o Secretário Chefe da Casa Civil, Fabio Branco; o
Secretário Adjunto da Fazenda, Luiz Antônio Bins; o Procurador Geral de
Justiça Fabiano Dallazen; o ex-Governador e ex-Senador Pedro Simon, os
Deputados Estaduais João Fischer, Tiago Simon, Adão Villaverde, Tarcisio
Zimmermann, Jeferson Fernandes, Luiz Fernando Mainardi, Gilmar Sossela,
Zilá Breintenbach e Stela Farias. E os Deputados Federais Pompeo de Matos,
Henrique Fontana, Elvino Bohn Gass e Maria do Rosário.
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O ex-governador Tarso Genro também foi convidado para a
audiência pública da Comissão Mista do Congresso Nacional, mas declinou
do convite.
2.4 Quarta-feira, 18 de outubro de 2017- Chefes de Poderes debatem
a adesão ao regime de recuperação fiscal e sobre a indenização da
lei Kandir.
O Deputado Frederico Antunes, juntamente com Deputados
Estaduais de várias bancadas, participou na manhã do dia 18/10 - quarta-
feira, da reunião com o chefes dos poderes Legislativo e Judiciário, além da
Defensoria Pública, para debaterem as questões relativas à adesão ao Regime
de Recuperação Fiscal (RRF) e as exigências feitas pela União para que o Rio
Grande do Sul possa aderir ao plano.
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O Presidente do TJRS, Desembargador Luiz Felipe Silveira Difini,
saudou a iniciativa do Parlamento de acolher as contribuições dos poderes e
afirmou que esse tema merece ser alvo de um amplo debate com a sociedade
gaúcha, pois a forma de adesão ao RRF vai impactar na vida dos cidadãos
pelos próximos 20 anos. Ele destacou que a exigência da União para que o
Estado desista das ações judiciais que discutem a dívida, é flagrantemente
inconstitucional, pois a lei garante o acesso de todos ao judiciário.
O Deputado Frederico Antunes, vice presidente da Assembleia
Legislativa, saudou a iniciativa do parlamento e afirmou que essa não é
apenas uma questão de governo e sim de Estado, para que o Rio Grande do
Sul possa negociar as melhores condições possíveis, onde ganha relevo a
questão das perdas com a Lei Kandir.
"O debate sobre as compensações decorrentes das perdas de ICMS
impostas pela Lei Kandir, também se cruza com a discussão sobre adesão ao
Regime de Recuperação Fiscal. Esta semana a Comissão Mista do Congresso
que trata do tema, esteve aqui na Assembleia e concluímos que o RS tem a
receber das compensações, quase o mesmo valor que tem a pagar da dívida",
disse.
Frederico Antunes irá coordenar uma Comissão Externa da
Assembleia Legislativa para acompanhar o debate sobre a Lei Kandir no
Congresso Nacional.
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2.5 Quarta-feira, 8 de novembro de 2017- Deputado Frederico:
pede reunião na ALRS para tratar da Lei Kandir.
O vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Frederico
Antunes, entregou no dia 8/11, em Brasília, ofício ao coordenador da bancada
federal gaúcha, deputado Giovani Cherini, solicitando a realização de reunião
dos parlamentares federais no Parlamento gaúcho.
O objetivo, segundo Antunes, é debater detalhes da Lei Kandir,
onde o Estado é credor de R$ 50 bilhões. "Em nome da Assembleia
Legislativa entregamos o pedido com a certeza da sensibilidade de nossos
deputados federais diante de assunto de tamanha importância. A reunião na
Assembleia é fundamental para assegurar os direitos do Rio Grande do Sul
neste tema", afirmou.
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2.6 Sexta-feira, 24 de novembro de 2017- Deputado Frederico:
lidera comissão que buscará ressarcimento por perdas da Lei
Kandir
A Assembleia Legislativa instalou oficialmente no dia 20/11 -
segunda-feira, em solenidade no gabinete da presidência, uma Comissão de
Representação Externa que buscará defender os interesses gaúchos e elevar a
pressão política junto ao Congresso Nacional nas discussões sobre a
compensação defendida pelos estados em relação às perdas a partir da Lei
Kandir (Lei Complementar 87/96).
O trabalho será liderado pelo deputado Frederico Antunes (PP).
Fazem parte também do Grupo de Trabalho, os deputados Tarcisio
Zimmerman (PT), Vilmar Zanchin (PMDB), Gilmar Sossella (PDT) e Luis
Augusto Lara (PTB). A criação desta Comissão, foi aprovada por
unanimidade (49 votos), durante sessão plenária realizada na última terça-
feira (14/11).
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Atualmente, o tema é pauta de uma Comissão Mista em Brasília.
Conforme Frederico, o relatório do deputado federal Wellington Fagundes
(PR-MT) não leva em conta o substancial passivo acumulado pelo Estado
desde a formulação da legislação. “O texto trouxe uma compensação muito
aquém da desejada pelos gaúchos. Além disso, os recursos seriam
provenientes de um fundo de exportação com base no setor de mineração, o
que desagrada a estados fortes neste segmento”, disse, lembrando que 16
Estados exportadores pleiteiam uma negociação mais favorável.
A Comissão deverá trabalhar em conjunto com a Secretaria da
Fazenda, com a Procuradoria-Geral do Estado e em contato direto com
senadores e a bancada federal gaúcha. O objetivo, segundo Frederico, é
construir um rol de sugestões a ser incluído nas discussões da Comissão Mista
em Brasília – uma vez que o prazo final para a regulamentação da lei é agosto
de 2018. “Não queremos cometer equívocos numéricos. Precisamos, isso sim,
é definir de quanto o Estado não pode abrir mão”, ressaltou.
O presidente da Assembleia, Edegar Pretto, afirmou que a
Assembleia dará todo o apoio necessário para a Comissão. Segundo ele, a
atual a dívida do Estado com a União, da forma como está, é impagável.
“Vamos fazer de tudo para juntarmos as forças políticas do Rio Grande e
cobrarmos essa conta”, disse, destacando que o assunto precisa ser mais
“popularizado” no Congresso Nacional. Pretto adiantou, ainda, que já entrou
em contato com a União Nacional dos Legislativos e Legisladores Estaduais
(Unale) para que os 16 estados exportadores reúnam-se e estabelecem um
cronograma conjunto de atividades com o objetivo de que as reivindicações
comuns tenham um eco político mais contundente na capital federal.
Participaram também da solenidade, o Procurador Geral do RS,
Euzébio Ruschel - representando o governador José Ivo Sartori; o Chefe da
Casa Civil, Fábio Branco; o subprocurador Geral de Justiça Cezar Luis
Faccioli; o Defensor Público Geral do RS, Antonio Flavio de Oliveira; o
secretário substituto da Fazenda, Luiz Antônio Bins; o deputado Federal,
Elvino Bohn Gás e o deputado estadual Gilmar Sossela.
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3. TRABALHOS DESENVOLVIDOS
3.1 REUNIÕES DE TRABALHO
3.1.1 Quarta-feira, 6 de dezembro de 2017 - BRASÍLIA - LEI
KANDIR
O presidente da Comissão de Representação Externa da
Assembleia Legislativa que trata sobre as questões Técnico-Jurídica da Lei
Kandir, deputado Frederico Antunes participou nesta quarta-feira (06), em
Brasilia, de reunião com os senadores Lasier Martins, Flecha Ribeiro e
Antonio Anastasia, todos eles integrantes da Comissão Mista do Congresso
Nacional que trata sobre o Ressarcimento das Perdas da Lei Kandir aos
Estados Exportadores.
Os senadores afirmaram que a soma total dos débitos da Lei Kandir
com os Estados superam o valor de R$ 500 bilhões, cerca de 1/4 do PIB
Nacional, sendo que no RS esse valor supera os R$ 55 bilhões.
Estiveram presentes também as reuniões, os deputados estaduais
Ciro Simoni e Edu Oliveira.
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3.1.2 Quinta-feira, 14 de dezembro de 2017 - BRASÍLIA - LEI
KANDIR
O presidente da Comissão de Representação Externa da
Assembleia Legislativa que trata sobre as questões Técnico-Jurídica da Lei
Kandir, deputado Frederico Antunes participou, em Brasilia, de reunião com
o Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), João Augusto Nardes.
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Na pauta o acórdão do STF que definiu o prazo para 31 de
agosto de 2018 para que o Congresso Nacional regulamente a questão do
passivo do Governo Federal junto aos Estados Exportadores.
3.1.3 Segunda-feira, 18 de dezembro de 2017 - AUDIÊNCIA
PÚBLICA
O presidente da Comissão de Representação Externa da
Assembleia Legislativa para debater as questões jurídicos-políticas da Lei
Kandir, deputado estadual Frederico Antunes (PP) promoveu na segunda-
feira – 18/12, às 10h, na Sala Mauricio Cardoso - 4º andar da Assembleia
Legislativa, o o último debate que integra o trabalho desta Comissão, que se
propôs elucidar os itens com relação aos ressarcimentos que o Rio Grande do
Sul tem a receber do Governo Federal. Segundo levantamento do Governo
do RS, em 20 anos de vigência da lei, o Estado acumulou perdas de R$ 50
bilhões, relativos às desonerações de ICMS de produtos primários. Esse valor
equivale a quase o total da dívida do RS com a União, que chega a R$ 56
bilhões.
A Lei Kandir foi um dos principais temas trabalhados pelo
deputado Frederico Antunes neste ano, não só na mobilização das autoridades
estaduais pelo ressarcimento das perdas, como também na articulação política
com deputados federais, senadores e ministros, em Brasília. Frederico
acompanhou também Comissão Mista da Câmara e do Senado que tratou esse
tema, e comandou uma audiência pública dessa comissão, realizada em
outubro, na Assembleia Legislativa.
Compareceram no debate desta segunda-feira o Secretário
Chefe da Casa Civil, Fabio Branco, o Procurador Geral do Estado, Euzébio
Ruschel, e os Deputados Estaduais que integram a CRE.
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4. ESTIMATIVAS DAS PERDAS
Em relação as perdas efetivas que o Estado do Rio Grande do Sul
sofreu ao longo das últimas décadas de desoneração tributária do ICMS
incidente sobre as exportações, mister que se esclareça que vários estudos
foram efetivados e muito se tem debatido a respeito.
No entanto, esta CRE LEI KANDIR tem o dever de trabalhar com
números fidedignos, para o que mister buscar a avaliação técnica financeira
da Secretaria de Fazenda do RS, órgão que nos termos dos incisos XVIII
e XXII do art. 37 da Constituição Federal é integrado pelos membros das
carreiras de Administração Fazendária e Administração Tributária,
responsáveis últimos pela regularidade dos cálculos pertinentes a apropriação
do mencionado saldo credor junto ao Tesouro Nacional.
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5. A DECISÃO DO STF
Em decisão de 30 de novembro de 2016 o Supremo Tribunal
Federal (STF) julgou procedente Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão (ADO) nº 25, a qual fixou prazo de doze meses para que o
Congresso Nacional editasse lei complementar regulamentando os repasses
de recursos da União para os entes subnacionais, em decorrência da
desoneração do ICMS que originalmente lhes seria devido.
Na mencionada decisão da Corte Suprema, caso não viesse a ser
editada norma própria regulando a matéria até o final do prazo fixado, caberia
ao Tribunal de Contas da União (TCU) estipular as regras do repasse e
calcular as cotas das partes interessadas.
De salientar que a ADO nº 25 foi ajuizada pelo Estado do Pará,
com a participação de outros quinze estados, a saber: Bahia, Distrito Federal,
Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio
de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e
Sergipe, além do nosso, o Rio Grande do Sul.
Por unanimidade, o Plenário da Suprema Corte acompanhou
o Ministro-Relator Gilmar Mendes e reconheceu a existência de uma situação
de inconstitucionalidade por omissão, pois, mesmo após quase treze anos, o
Congresso Nacional não cumpriu a determinação contida no art. 91 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), introduzida pela
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Emenda Constitucional nº 42, de 2003, de que fosse editada lei
complementar com os critérios, os prazos e as condições em que se dariam
os repasses de recursos compensatórios aos entes subnacionais (16 Estados).
No julgamento, o Ministro Celso de Mello observou que a
existência de uma deturpação no sistema de repartição de receitas
compromete a saúde das relações federativas, vez que as competências
constitucionais e/ou atribuições dos entes federados subnacionais ficam
esvaziadas pela falta de condições materiais necessárias para que sejam
exercidas.
O Acórdão publicado em 18 de agosto último, foi exarado nos
seguintes termos:
O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto
do Relator, julgou procedente a ação para declarar a
mora do Congresso Nacional quanto à edição da Lei
Complementar prevista no art. 91 do ADCT, fixando
o prazo de 12 meses para que seja sanada a omissão,
vencido, no ponto, o Ministro Marco Aurélio. Na
hipótese de transcorrer in albis o mencionado prazo,
o Tribunal, por maioria, deliberou que caberá ao
Tribunal de Contas da União: a) fixar o valor do
montante total a ser transferido aos Estadosmembros
e ao DF, considerando os critérios dispostos no art.
91 do ADCT para fixação do montante a ser
transferido anualmente, a saber, as exportações para
o exterior de produtos primários e semielaborados, a
relação entre as exportações e as importações, os
créditos decorrentes de aquisições destinadas ao
ativo permanente e a efetiva manutenção e
aproveitamento do crédito do imposto a que se refere
o art. 155, § 2°, X, a, do texto constitucional; b)
calcular o valor das quotas a que cada um deles fará
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jus, considerando os entendimentos entre os
Estados-membros e o Distrito Federal realizados no
âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária
– CONFAZ; e que se comunique ao Tribunal de
Contas da União, ao Ministério da Fazenda, para os
fins do disposto no§ 4° do art. 91 do ADCT, e ao
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e
Gestão, para adoção dos procedimentos
orçamentários necessários para o cumprimento da
presente decisão, notadamente no que se refere
à oportuna inclusão dos montantes definidos
pelo TCU na proposta de lei orçamentária anual da União, vencidos os Ministros Marco Aurélio, Teori
Zavascki e Carmen Lúcia (Presidente), que, no
ponto, não acompanharam o Relator. Plenário,
30.11.2016.
É inegável que estados e municípios obtiveram uma vitória
importante junto ao STF, vez que o voto do Ministro Gilmar Mendes
endossou integralmente uma demanda histórica dos governos estaduais.
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6. A POSIÇÃO DO SENADO DA REPÚBLICA
Na forma do disposto no art. 403 e seguintes do Regimento Interno
do Senado Federal (RISF), e com fundamento no art. 131 e seguintes c/c os
arts. 142 e 143, todos do Regimento Comum, o Relator da CME LEI
KANDIR formulou questão de ordem dirigida ao Presidente do Senado
Federal contemplando, em essência, dúvida sobre o prazo ad quem para
edição da normativa exigida na ADO 25.
Veja-se que a Comissão Mista do Congresso Nacional tem o
propósito de analisar os projetos de lei de alteração da Lei Complementar nº
87, de 13 de setembro de 1996 (a chamada Lei Kandir).
A Lei Kandir disciplinou, até o exercício financeiro de 2003, a
regra inscrita no art. 91 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
(ADCT) da Constituição Federal (CF), que determina que lei complementar
estabeleça os critérios, prazos e condições em que a União deve promover
repasses aos Estados e Distrito Federal para compensá-los pela isenção de
cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
sobre bens exportados.
A partir do exercício financeiro de 2004, de acordo com as
modificações trazidas pela Lei Complementar nº 115, de 26 de dezembro de
2000, a definição do montante a ser repassado aos Estados e Distrito Federal
ficou a cargo da Lei Orçamentária Anual da União. Essa situação, além de
constituir um ponto de grande insegurança jurídica, gera uma constante
tensão entre os governos estaduais e o Poder Executivo Federal.
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Como vimos anteriormente, o problema foi levado ao Supremo
Tribunal Federal (STF) em sede da Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão (ADO) nº 25, e a Corte determinou que o Congresso Nacional supra
a lacuna legislativa e edite, no prazo de 12 meses, lei complementar para
normatizar os repasses que a União deve efetuar para compensar os Estados
pela perda da arrecadação tributária sobre a exportação de produtos e
serviços.
De acordo com a decisão do STF, caso a mora legislativa persista
até o fim do prazo, a competência para fixar o valor do montante total a ser
transferido aos Estados bem como para calcular o valor das quotas a que cada
um deles fará jus será conferida ao Tribunal de Contas da União (TCU).
São diversos os marcos temporais que podem ser adotados como
data inicial do prazo em questão, a depender da valoração atribuída a cada
um deles no contexto da decisão do STF na ADO nº 25.
1) Uma hipótese tem como marco inicial da contagem do
prazo a data da publicação da ata de julgamento no
Diário da Justiça, 14.12.2016, ocasião em que se dá o
primeiro ato oficial destinado a conferir publicidade à
decisão (Parecer n.º 679/2017 – Núcleo de
Assessoramento e Estudos Técnicos – Advocacia
Senado Federal).
2) Outra hipótese é a data de publicação do Acórdão
(18.08.2017, no caso em tela), em que os votos de cada
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Ministro são consolidados para materializar a decisão
do Tribunal, também pode, em tese, ser empregada
como início do prazo. É de se notar que a data de
publicação do Acórdão configura, nos termos legais, o
início da fluência dos prazos para interposição de
recursos à decisão judicial.
3) Por fim, também é possível firmar como guia inicial
para contagem do prazo em referência a data em que se
deu o trânsito em julgado da decisão, visto que é a
partir desse momento que se pode tomar a sentença
judicial como definitiva, insuscetível de alteração. No
caso específico abordado, o trânsito em julgado se deu
em 26.08.2017 (anexo Nota Informativa n.º 2.965, de
2017 da Consultoria Legislativa do Senado Federal).
O Presidente do Senado Federal, havendo solicitado o exame da
Consultoria daquela Casa Legislativa houve por bem chancelar o
entendimento exarado na Nota Informativa nº 2.965, de 2017, entendendo
que o termo inicial do prazo de 12 meses, conferido pelo STF, deve ser
contado a partir do trânsito em julgado do acórdão, no caso, conforme
certidão nos autos, ocorrido no dia 26/08/2017.
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7. O RELATÓRIO DA CME LEI KANDIR
A CME LEI KANDIR ao final dos seus trabalhos houve por bem
efetuar proposição que prevê que os repasses pela não incidência do ICMS
sobre as exportações de produtos primários e semielaborados e sobre os
créditos decorrentes de aquisições destinadas ao ativo permanente, bem
como pelos auxílios financeiros para fomento das exportações, contidos em
leis editadas anualmente, sejam substituídos por uma regra estável, inscrita
em norma própria, que preveja a entrega de R$ 9 bilhões, em valores de 1º
de julho de 2017, aos entes subnacionais em doze parcelas mensais, na
proporção de 75% para os estados e 25% para os respectivos municípios.
Do total de R$ 9 bilhões, metade será rateada segundo coeficientes
fixos. Esses coeficientes foram obtidos calculando-se a média aritmética dos
rateios fixados pela Lei Complementar nº 115, de 2002, que alterou a redação
da Lei Kandir, e pela Medida Provisória nº 749, de 2016, que tratou do FEX
daquele exercício. Trata-se de assegurar que nenhum ente receberá, nos
próximos exercícios, cotas menores do que as recebidas no ano passado.
A outra metade será rateada segundo coeficientes variáveis. Eles
serão apurados anualmente pelo TCU, com o apoio do Ministério da
Indústria, Comércio Exterior e Serviços, tendo como base a performance
exportadora de cada ente nos cinco anos anteriores ao da elaboração de cada
peça orçamentária. Optou-se por esse indicador por ser de apuração
incontroversa, evitando disputas metodológicas demoradas.
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O art. 17 da LRF requer seja demonstrada a origem dos recursos
para o custeio de qualquer criação ou aumento de despesas de caráter
continuado. Para isso, o projeto propõe o seguinte:
a revogação dos repasses previstos na Lei Kandir como
contrapartida pela não incidência do ICMS nas
exportações de produtos primários e semielaborados,
no valor de R$ 1,95 bilhão, incluindo a parcela devida
ao Fundeb;
b não renovação do auxílio financeiro aos estados, ao
Distrito Federal e aos municípios para o fomento das
exportações, no valor de R$ 1,95 bilhão; e
c fixação de alíquota mínima de 9% para o Imposto
sobre as Exportações (IE) incidente sobre recursos
minerais, resguardados os ditames do Mercado
Comum do Sul (Mercosul) sobre o comércio exterior
dos países-membros.
As duas primeiras dotações representam simples realocação de
recursos públicos. Já acerca da última, frisamos que não se trata de
vinculação de receita de imposto a despesa específica, o que é vedado pelo
inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. Busca-se apenas prover os
recursos necessários para fazer frente à nova obrigação.
Conforme o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), as
exportações de recursos minerais em 2016 alcançaram US$ 21,6 bilhões.16
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fl 27
Dada uma taxa de câmbio de US$ 1 para R$ 3,244,17 esse valor equivale a
R$ 70,1 bilhões.
A incidência do IE, com uma alíquota igual a 9% sobre o preço
normal do produto, proporcionaria uma receita de R$ 6,3 bilhões. Somando-
se as três, temos montante um pouco superior aos R$ 9 bilhões requeridos
pela presente proposição. Como as alíquotas incidentes sobre essas
exportações podem não ser nulas, ainda que sejam mínimas, convém que haja
uma margem de segurança.
Cabe ainda notar que, conforme o art. 153, inciso II, da
Constituição Federal, o IE é de competência exclusiva da União, tendo como
fato gerador a saída de produto nacional ou nacionalizado do território
nacional. Ademais, segundo o § 2º do art. 150 da Lei Maior, o IE não se
sujeita aos princípios da anualidade e da noventena. Dessa forma, as suas
alíquotas podem ser alteradas a qualquer momento.
Em respeito ao decidido pelo STF, é importante que o novo repasse
represente um alívio efetivo para as finanças públicas estaduais, com um
aumento da disponibilidade financeira de todos os entes beneficiados. Como
contrapartida, a União contará com um incremento nas receitas advindas da
incidência do IE sobre recursos minerais exportados.
Convém ainda frisar que a proposição pretende oferecer uma
solução para o crescente problema de supervinculação dos orçamentos dos
entes subnacionais, que tanto tem prejudicado a gestão fiscal responsável,
como preconizado pela LRF.
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Neste termos é proposto que os repasses feitos ao amparo do art.
91 do ADCT não sejam incluídos no cômputo da receita corrente líquida
(RCL). Os novos aportes poderão, dessa forma, ser alocados com mais
eficiência. Da mesma forma, restringe-se o seu uso às despesas de capital e
ao pagamento de créditos fiscais do ICMS referentes às exportações de
produtos primários e semielaborados e às aquisições destinadas ao ativo
permanente.
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8. RECOMENDAÇÕES DA CRE LEI KANDIR
Para fins de encaminhar as conclusões as atividades da presente
Comissão de Representação Externa relembro – para correta visualização do
escopo dos trabalhos aqui desenvolvidos, que o tratamento fiscal das
exportações brasileiras segue a prática mundial e tem como norte a
desoneração dos tributos indiretos sobre as exportações.
Nestes termos, nossa Carta Política Federal objetivou um rol de
garantias em prol das exportações brasileiras, abarcando várias desonerações
fiscais, notadamente em sede de tributação de produtos industrializados (IPI
- art. 153, §3º, III), de circulação de mercdorias e serviços (ICMS - art. 155,
§2º, X, “a”) e ainda nas incidências de Contribuições Sociais e de
Intervenção no Domínio Econômico (PIS / COFINS - art. 149, §2º, I), a
saber:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
(...)
IV - produtos industrializados;
(...)
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
(...)
III - não incidirá sobre produtos industrializados
destinados ao exterior.
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Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal
instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
(...)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
(...)
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
(...)
X - não incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o
exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no
exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do
montante do imposto cobrado nas operações e prestações
anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir
contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, como instrumento de sua atuação nas
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e
150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º,
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. §
2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio
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econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de
exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33,
de 2001)
A partir da Lei Complementar 87/1996 – LEI KANDIR (artigo
3º), a exportação de produtos primários e semi elaborados tiveram igual
desoneração fiscal.
Art. 3º O imposto não incide sobre:
(....)
II - operações e prestações que destinem ao exterior
mercadorias, inclusive produtos primários e produtos
industrializados semi-elaborados, ou serviços;
No caso das não incidências tributárias constitucionais, além da
vedação fiscal sobre o faturamento das operações, permitiu-se que o
exportador mantenha o direito ao crédito gerado pela incidência desses
tributos sobre a aquisição dos insumos empregados nos produtos exportados,
o que assegura que os valores correspondentes a esses tributos não devam
estar insertos no preço final do produto exportado, aumentando sua
competititividade nos mercados internacionais.
Em linguagem leiga, todas estas providências se dirigem a
efetivação da máxima de que “NÃO SE EXPORTA TRIBUTOS”!
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Feito este rápido resumo no qual foi impossível esgotar a
complexidade legislativa e doutrinária da tributação das exportações, vimos
que em sede de Congresso Nacional foi instaurada a CME Lei Kandir – a
qual teve seus trabalhos originado de decisão de 30 de novembro de 2016 do
Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou procedente Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) nº 25, a qual fixou prazo de doze
meses para que o Congresso Nacional editasse lei complementar
regulamentando os repasses de recursos da União para os entes subnacionais,
em decorrência da desoneração do ICMS, sob pena de que ao final do prazo
fixado, caberia ao Tribunal de Contas da União (TCU) estipular as regras do
repasse e calcular as cotas das partes interessadas.
Como vimos, o Presidente do Senado Federal adotou a Nota
Informativa nº 2.965, de 2017 da Consultoria Legislativa da casa Parlamentar
Republicana, entendendo que a mora devida em face da decisão do egrégio
STF terá seu termo inicial à contar de 26/08/2018, estabelecendo que até esta
última data poderá ser editada norma referente a regulamentação exigida
pelos 16 (dezesseis) Estados brasileiros.
Frente a ineficácia dos trabalhos parlamentares efetivados até
este momento, o qual restaram incapazes de convencimento junto ao Tesouro
Nacional, Receita Federal e Ministério da Fazenda, acabaram por surgir
iniciativas legislativas tendentes a revogação das modificações introduzidas
pela Lei Kandir, de forma a que voltem a incidir tributação sobre a
exportação de produtos primários e produtos industrializados semi-
elaborados.
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Ao sentir desta Comissão, tal iniciativa, a par de carrear recursos
junto aos cofres do Tesouro estadual, acarretaria o aumento do preço final
das comodities exportadas – em face da agregação do custo tributário do
ICMS – vindo a repercutir na competitividade das exportações do RS em
mercados globalizados, nos quais centavos de dólar (em cada unidade
cotada) acabam por decidir o país de importação, podendo assim acarretar
redução substancial nas operações comerciais destinadas ao comércio
exterior, com consequente redução do nível da atividade econômica.
Com este cenário já bastante debatido, e contando com a
participação de várias entidades e instituições gaúchas, esta Comissão, em
Sessão realizada no dia 18 de dezembro de 2017, veio por estabelecer ao
mínimo 3 importantes e vitais encaminhamentos, que estão por merecer o
apoio de toda a sociedade gaúcha, a saber:
1) Fixar a data de 05/03/2018 – 2af – como data para
que a bancada de Deputados Federais se reúna na
Presidência deste Parlamento gaúcho, para fins de
esclarecimento e unificação das estratégias políticas
capazes de ensejar a aprovação de texto normativo
federal que contemple os interesses do Estado do
Rio Grande do Sul;
2) Estabeler como prioridade à futura gestão da
UNALE a condução de pleito para realização de
reunião plenária da entidade, a se realizar no mês de
maio de 2018, em Brasília/DF, onde a entidade
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venha congregar todos os Deputados Estaduais – de
todas as agremiações políticas - para
convencimento supra-partidário junto ao Governo
Federal quanto à urgente necessidade de edição
desta medida, liberando os Senadores e Deputados
Federais para que votem texto de lei permitindo
compensar dívidas passadas e aumentar o
adimplemento mensal de recursos orçamentários
federais aos 16 Estados credores da União;
3) Requerer que os Senadores dos 16 Estados não
dêem curso à Proposição Legislativa do Senador
Flexa Ribeiro tendente a extinção da Lei Kandir,
vez que isto acabaria por aumentar o custo final de
todo e qualquer produto agrícola em face da
incidência do gravame tributário do ICMS,
reduzindo as condições de competitividade dos
produtos nacionais direcionados à exportação,
podendo com isto ensejar a debacle da atividade
econômica no âmbito de cada um dos respectivos
Estados, e notadamente em território gaúcho.
Palácio Farroupilha, 19 de dezembro de 2017.
Dep. Frederico Antunes
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ANEXOS