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Assédio Moral: o poder perverso Aula 4 2012

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Page 1: Assédio Moral: o poder perverso Aula 4 2012. Referências Bibliográficas BARRETO, M.S Uma jornada de humilhações Diss. Mestrado em Psic.Soc, PUC/2000 FREITAS,

Assédio Moral: o poder perverso

Aula 4

2012

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Referências Bibliográficas

BARRETO, M.S “Uma jornada de humilhações” Diss. Mestrado em Psic.Soc, PUC/2000

FREITAS, M.E “Assédio moral e assédio sexual – faces do poder perverso nas organizações”, RAE abr/jun-2001

FREITAS, M.E. Cultura Organizacional,FGV,2002HIRIGOYEN, M-F, Harcèlement Moral, 2000HIRIGOYEN, M-F, Malaise dans le travail, 2001REVISTA REBONDIR, jun/2000

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Meus Pressupostos:

• As organizações são fascinantes objetos de estudo e vida

• O trabalho é uma grande fonte de identidade

• As organizações não são clubes de anjos

• O ambiente de trabalho é responsabilidade de todos e pode sempre ser melhorado

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Meus Pressupostos (cont)

• QVT: resultado (bom ou ruim) de um conjunto de fatores presentes no ambiente de trabalho; aspectos objetivos e subjetivos favorecidos ou não pela organização; é sempre mais discurso que prática, esquece o indivíduo na sua inteireza e o impacto que o aspecto profissional tem na sua vida.

• Empresas: têm atitudes invasivas no privado e “esquecem” das contrapartidas

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Pressupostos (cont)

• A ausência de ocorrências como assédio moral não significa necessariamente que a QVT é boa, mas já é um sinal significativo. As ocorrências, por seu lado, demonstram que o ambiente é pobre e podre, mas passíveis de ser melhorado por ação organizacional.

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1.Assédio Moral – uma definição

• Toda conduta abusiva, repetitiva, que se manisfeta através de comportamentos, palavras, gestos, alusões, que podem causar danos à personalidade, à dignidade e à integridade física ou psíquica de uma pessoa, colocando em risco o seu emprego e degradando o clima de trabalho

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2.Situações em que pode ocorrer:

• A) ENTRE COLEGAS:

- Negar as diferenças no grupo (mulheres, negros, homossexuais, outras etnias…)

- Inveja de atributos do outro (beleza, competência, títulos, contatos sociais…)

- Inimizades grupais

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Situações (cont.)

• B) SUPERIOR AGREDIDO POR SUBORDINADO

- Executivos expatriados – rejeição de membros do grupo

- Colega promovido e não aceito por pares

- Fusões/Aquisições: duplicidade de cargos

- Subordinado tem acessos privilegiados

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Situações (cont.)

• C) SUBORDINADO AGREDIDO PELO SUPERIOR

- casos mais freqüentes – relações autoritárias

- Abusos de poder; transferência de erros; gritos e desqualificação pública sobre a pessoa (voce nao presta mesmo para nada)

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3. Como se dá a agressão

• Nega a comunicação direta

• Desqualifica

• Desacredita

• Isolamento

• Vexar – constranger

• Empurrar o outro para a falta

• Assédio sexual

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4. Condições organizacionais favoráveis ao surgimento

• Cultura e clima organizacional permissivos• Supervalorização da autoridade hierárquica• Duplicidade de cargos e funções em processos de

fusões e aquisições• Reengenharias/ reestruturações• Entrada de profissionais mais qualificados que a

gerência do setor • Estágios mal definidos

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5. Traços do assediador

• Não se trata de um problema psiquiátrico• É intencional – cálculo frio e perverso• Inveja – perversão narcísica – prazer em

rebaixar o outro• Tende a repetir o comportamento em outras

esferas sociais• Recusa a alteridade/diferença• Sente-se engradecido em provocar medo

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6. Traços do assediado

• De início não percebe, depois pensa que é coincidência

• Duvida da ocorrência

• Culpa-se pela ocorrência

• Não confronta, não reage, nem compartilha

• Fica acuado, com medo e confuso

• Fica desatento, acuado e erra para confirmar

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7. Alguns comportamentos hostis

• A) atentados contra as condições de trabalho:- retira a autonomia; não passa informações

úteis ao trabalho; contesta sistematicamente a sua opinião; retira seus acessos a instrumentos de trabalho; tarefas sempre novas e fragmentadas; tarefas inferiores, pede e joga fora; tarefas acima da sua competência e aponta os erros

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Alguns comportamentos hostis

• B) Isolamento e recusa d comunicação

- interrompe o outro sem cessar; superiores não cumprimeta nem dirige a palavra; só comunica por escrito; não faz contato visual; ignora a presença e dirige-se apenas aos demais; proibe os colegas de lhe falar; impede-o de falar com os outros; recusa qualquer tentativa de uma conversa aberta

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Alguns comportamentos hostis

• C) Atentados à dignidade:

- formas desdenhosas para desprezar; gestos de desdém: suspiros, olhares, sacudir ombros; desacredita perante os colegas, superiores e subordinados; espalha rumores; atribui-lhe problemas psicológicos; faz piadas ou imita seu jeito físico; critica sua vida privada; ri de suas origens, crenças; usa injúrias ou obscenidades.

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Alguns comportamentos hostis

• D)Violência verbal, física ou sexual

- ameaça violência física; bate porta na cara; berra e desqualifica; rasga o trabalho que pediu prá ser feito;invade a vida privada com telefonemas; segue-o na rua; bate no seu carro; assedia sexualmente; desconsidera quaisquer problema de saúde que esteja sendo causado.

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8.Frequência por tipo (francesa)

• Atentados por condições de trabalho: 53%

• Isolamento e recusa comunicação: 58%

• Atentados á dignidade: 58%

• Violência verbal/física: 31%

• Fonte: Hirigoyen, 2001, p.90

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9. Frequência por categoria

• Executivos superiores: 35%

• Nível médio e supervisão: 27%

• Nível administrativo: 27%

• Trabalhadores/operários: 32%

• Empresas: 30%

• Serviço Público: 29 (% suicídio maior)

• Fonte: REBONDIR, 2000

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10. Estudo brasileiro-marcas da humilhação. Margarida Barreto

- Tempo de sorrir e tempo de chorar

- As rupturas com o trabalho

- Suportar a doença para evitar o desemprego

- A humilhação imperdoável: a relaçao médico-paciente

- A humilhação inesperada: sindicato

- Uma sociedade autoritária (vizinhança)

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11. Responsabilidades organizacionais

• Assumir a possibilidade de ocorrência

• Não fugir do problema: “vistas grossas”

• Dar resposta exemplar – o tempo não resolve e tende a repetir-se com outros

• Assegurar o direito de todos ao respeito

• Abrir a discussão preventiva e sinalizar claramente a não tolerância: valor cultural

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12. Possíveis defesas individuais

• Constatada a repetição, reaja de forma equilibrada

• Evite o contato sem testemunhas• Em reuniões não fique acuado, peça

esclarecimentos sobre o assunto que está sendo desqulificado: no que não concorda? Por que considera irrelevante?pode fazer a sua crítica de forma objetiva?

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Possiveis defesas (cont)

• Não se isole dos colegas; construa alianças

• Não esconda esses problemas de seus familiares, seu analista e amigos

• Anote a sequência de fatos objetivos condições de trabalho/procure o superior

• Não se cale, não se culpe, não se encolha

• Se necessário, grave as conversas

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13. Lembretes finais

• É um círculo vicioso: humilha – tem prazer – fica mais forte para continuar

• A vítima se sente em contato com o MAL• O revide: tentar fazer da vítima a ré (“tá ficando

doida? Não disse que era louca?”)• O silêncio dos colegas e superiores é entendido

pelo assediador como aplausos• Nenhum ser humano merece esta experiência