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/ Boletim Informativo Produzindo ciência, gerando desenvolvimento Nº 12 Nov /2016 Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da UFRGS Av. Bento Gonçalves, 7712 – CEP 91540-000 – Porto Alegre, RS, Brasil http://ufrgs.br/agronomia/joomla/index. php/ensino/pos-graduacao/pg-em-ciencia-do-solo /ppgcienciadosoloufrgs [email protected] Aspectos importantes a serem considerados no uso de composto orgânico na adubação Fabrício Balerini 1 , Carlos A. Bissani² & Sérgio F. Schwarz³ 1 Engenheiro Agrônomo, Mestre em Ciência do Solo pelo PPGCS/UFRGS. 2 Professor do Departamento de Solos/UFRGS. 3 Professor do Departamento de Horticultura e Silvicultura/UFRGS. A utilização de composto orgânico oriundo de resíduos agroindustriais tem sido uma alternati- va viável como fonte de nutrientes e condicio- nador de solo para sistemas de produção, espe- cialmente quando se busca a sustentabilidade. Entretanto, é importante conhecer as caracterís- ticas químicas destes resíduos, pois a presença de componentes indesejáveis, como os elemen- tos-traço (ETs) – cobre (Cu) e cromo (Cr), por exemplo – ou até mesmo o potencial acidifi- cante/alcalinizante do material, pode ocasionar o desequilíbrio das características químicas do solo e a contaminação do solo e da água quan- do utilizados de forma excessiva e continuada. Além disso, a dinâmica dos ETs no solo é bas- tante complexa e influenciada por vários outros atributos, como teores de matéria orgânica (MO) e de argila e valor de pH do solo. Neste contexto, realizou-se este estudo vi- sando determinar os valores de pH, os teores de MO e os teores semitotais (EPA3050b) de Cu e Cr no perfil de um Argissolo Vermelho Distró- fico espessarênico localizado sob área de produ- ção de frutas orgânicas. O solo analisado foi co- letado em 2012 em experimento implantado em 2007 no município de Montenegro/RS, em um pomar de tangerineiras, manejado no sistema de produção orgânica. Utilizaram-se como refe- rência (“valores naturais”) os atributos determi- nados em amostras de solo sob área nativa ad- jacente ao experimento. Além disso, as coletas no pomar foram realizadas em duas áreas: 1) no tratamento testemunha (AV), onde foi reali- zada adubação verde com cultivo de aveia-pre- ta+ervilhaca (inverno) e feijão miúdo (verão) nas entrelinhas das tangerineiras e no qual, na- tes de 2007, ocorriam aplicações bienais de 30 m³/ha de composto orgânico; e 2) no trata- mento T200+0, com aplicação a cada dois anos de 200 m³/ha de composto orgânico produzido com resíduos de agroindústrias (Figura 1). Maiores teores de MO foram verificados nas camadas superficiais do tratamento com com- posto (T200+0, Figura 2A) em relação aos demais tratamentos, resultado das altas doses de composto orgânico aplicadas na superfície (sem incorporação) desta área no período de 2008 a 2011. Os maiores valores de pH tam- bém foram verificados no tratamento com composto (Figura 2B) devido ao alto poder Figura 1 – Acúmulo superficial do composto orgâ- nico no solo nas áreas que recebiam 200 m³/ha deste material a cada dois anos. de neutralização que esses materiais comu- mente possuem, de modo que em apenas quatro anos de aplicação adicionou-se o e- quivalente a, aproximadamente, 35 t/ha de calcário. Essa quantidade é muito superior à quantidade necessária, sobretudo em so- los de textura arenosa como o da área ex- perimental. Isto acarreta em um aumen- to excessivo do pH, que certamente im- plicará na menor disponibilidade de mi- cronutrientes, prejudicando a nutrição das plantas – tangerineiras, neste caso. Além disso, mesmo passados cinco anos da última aplicação do composto, os va- lores de pH do tratamento testemunha (AV) continuam superiores ao pH da área nativa devido ao prolongado efeito resi- dual do composto que foi aplicado ante- riormente. Maiores teores de Cu também foram

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Boletim InformativoProduzindo ciência, gerando desenvolvimento

Nº 12

Nov/2016

Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da UFRGS

Av. Bento Gonçalves, 7712 – CEP 91540-000 – Porto Alegre, RS, Brasil http://ufrgs.br/agronomia/joomla/index.php/ensino/pos-graduacao/pg-em-ciencia-do-solo

/ppgcienciadosoloufrgs

[email protected]

Aspectos importantes a serem considerados no uso

de composto orgânico na adubaçãoFabrício Balerini1, Carlos A. Bissani² & Sérgio F. Schwarz³

1 Engenheiro Agrônomo, Mestre em Ciência do Solo pelo PPGCS/UFRGS. 2 Professor do Departamento de

Solos/UFRGS. 3 Professor do Departamento de Horticultura e Silvicultura/UFRGS.

A utilização de composto orgânico oriundo deresíduos agroindustriais tem sido uma alternati-va viável como fonte de nutrientes e condicio-nador de solo para sistemas de produção, espe-cialmente quando se busca a sustentabilidade.Entretanto, é importante conhecer as caracterís-ticas químicas destes resíduos, pois a presençade componentes indesejáveis, como os elemen-tos-traço (ETs) – cobre (Cu) e cromo (Cr), porexemplo – ou até mesmo o potencial acidifi-cante/alcalinizante do material, pode ocasionaro desequilíbrio das características químicas dosolo e a contaminação do solo e da água quan-do utilizados de forma excessiva e continuada.Além disso, a dinâmica dos ETs no solo é bas-tante complexa e influenciada por vários outrosatributos, como teores de matéria orgânica(MO) e de argila e valor de pH do solo.

Neste contexto, realizou-se este estudo vi-sando determinar os valores de pH, os teoresde MO e os teores semitotais (EPA3050b) de Cue Cr no perfil de um Argissolo Vermelho Distró-fico espessarênico localizado sob área de produ-ção de frutas orgânicas. O solo analisado foi co-letado em 2012 em experimento implantado em2007 no município de Montenegro/RS, em umpomar de tangerineiras, manejado no sistemade produção orgânica. Utilizaram-se como refe-rência (“valores naturais”) os atributos determi-nados em amostras de solo sob área nativa ad-jacente ao experimento. Além disso, as coletasno pomar foram realizadas em duas áreas: 1)no tratamento testemunha (AV), onde foi reali-zada adubação verde com cultivo de aveia-pre-ta+ervilhaca (inverno) e feijão miúdo (verão)nas entrelinhas das tangerineiras e no qual, na-tes de 2007, ocorriam aplicações bienais de 30m³/ha de composto orgânico; e 2) no trata-mento T200+0, com aplicação a cada dois anosde 200 m³/ha de composto orgânico produzido

com resíduos de agroindústrias (Figura 1).Maiores teores de MO foram verificados nas

camadas superficiais do tratamento com com-posto (T200+0, Figura 2A) em relação aosdemais tratamentos, resultado das altas dosesde composto orgânico aplicadas na superfície(sem incorporação) desta área no período de2008 a 2011. Os maiores valores de pH tam-bém foram verificados no tratamento comcomposto (Figura 2B) devido ao alto poder

Figura 1 – Acúmulo superficial do composto orgâ-nico no solo nas áreas que recebiam 200 m³/hadeste material a cada dois anos.

de neutralização que esses materiais comu-mente possuem, de modo que em apenasquatro anos de aplicação adicionou-se o e-quivalente a, aproximadamente, 35 t/ha decalcário. Essa quantidade é muito superiorà quantidade necessária, sobretudo em so-los de textura arenosa como o da área ex-perimental. Isto acarreta em um aumen-to excessivo do pH, que certamente im-plicará na menor disponibilidade de mi-cronutrientes, prejudicando a nutriçãodas plantas – tangerineiras, neste caso.Além disso, mesmo passados cinco anosda última aplicação do composto, os va-lores de pH do tratamento testemunha(AV) continuam superiores ao pH da áreanativa devido ao prolongado efeito resi-dual do composto que foi aplicado ante-riormente.

Maiores teores de Cu também foram

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1Pág. 2Boletim Informativo do PPGCS da UFRGS – Nº 12 – Novembro/2016

verificados após a aplicação do composto(T200+0, Figura 2C), visto que em qua-tro anos de adubação foram adicionados 7kg/ha de Cu via composto. Outra impor-tante fonte de Cu é a calda bordalesa, queé muito utilizada na produção orgânicadevido à ação fungicida. No entanto, o au-mento excessivo do Cu no solo deve serobservado com cuidado, pois pode causarmalefícios inclusive para a saúde humana.Nota-se que tanto no tratamento comcomposto quanto no AV os maiores teoresforam determinados no topo do perfil dosolo por causa da alta afinidade do Cu coma MO do solo.

Por fim, com relação aos teores do ou-tro ET analisado (Cr), o incremento obser-vado nas camadas intermediárias do perfildo solo do tratamento AV é resultante dosmenores valores de pH e da decomposiçãoda MO que era responsável por complexar

e imobilizar os metais na camada superfi-cial (Figura 2D). Com isso, nota-se a im-portância da MO na retenção dos ETs, es-pecialmente em solos arenosos, de modoque esta lixiviação de Cr também poderáocorrer no solo do T200+0 caso ocorra adecomposição da MO da camada superfi-cial. O incremento padrão nos teores de Crobservado nas camadas mais profundas detodos os tratamentos é considerado nor-mal para Argissolos devido à presença dehorizonte diagnóstico com incremento na-tural do teor de argila, contribuindo para amaior adsorção de Cr. Portanto, para quese possa usufruir de todos os benefíciosproporcionados pela adubação orgânica,faz-se necessário adequar as doses a se-rem aplicadas com base nas característicasquímicas do resíduo a ser utilizado e dosolo a ser adubado.

Figura 2 - O uso de composto orgânico na adubação é uma prática viável e sustentável, desdeque as doses a serem aplicadas sejam compatíveis com as características químicas do resíduoe do solo a ser adubado, a fim de se prevenir a contaminação dos recursos naturais.

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Pág. 3Boletim Informativo do PPGCS da UFRGS – Nº 12 – Novembro/2016

Adubação nitrogenada na cultura do milho:

implicações da cultura de cobertura antecessoraGabriela de Holanda Nichel

Graduanda em Agronomia da UFRGS, Bolsista de Iniciação Científica do Departamento de Solos.

A adubação nitrogenada de milho no RioGrande do Sul, em Santa Catarina e tambémno Centro-Sul do Paraná depende basica-mente de três fatores: teor de matéria orgâ-nica do solo (MO), expectativa de produtivi-dade e cultura antecessora (Tabela 1). AMO é responsável por cerca de 95% do nitro-gênio (N) do solo e fornece este nutriente deacordo com a taxa de mineralização, a qualdepende muito das características do mate-rial (relação C:N), das condições climáticasda região (regime de chuvas e temperatura),e do tipo de solo (argiloso ou arenoso) e suacapacidade de complexar a mesma. A expec-tativa de produtividade depende muito da es-colha do híbrido, da tecnificação do produtor,e principalmente da ausência de estiagensdurante a safra. Portanto, estes dois primei-ros fatores são variáveis conforme a região,porém pouco manipuláveis quanto a questãode manejo em curto prazo, sendo assim, aescolha da cultura antecessora o fator quemais afeta o manejo da adubação nitrogena-da para a cultura do milho.

A cultura antecessora tem efeito na dispo-nibilidade do N para o milho porque a de-composição da sua palhada afeta diretamen-te a dinâmica de mineralização e imobilizaçãodesse nutriente. A biomassa microbiana é a-fetada por essa deposição de material orgâ-nico ao solo, portanto a população cresce eacelera metabolismo utilizando da energia

(N) para incorporar todo esse carbono, sendoassim, em um primeiro momento o N é imo-bilizado. Materiais com relações C:N altas(gramíneas) e baixas (leguminosas) devemser manejados de maneira diferente,sabendo que o tempo e a quantidade de N li-berado pelos microrganismos é diferente atéas relações imobilização-mineralização se e-quilibrarem, e garantindo assim, a adequadadisponibilidade de N para a cultura do milho.

De maneira geral, resíduos de legumino-sas que contém baixa relação C:N (exemplo:ervilhaca) favorecem o processo de minerali-zação e, portanto, possibilitam uma diminui-ção expressiva nas doses de N a serem apli-cadas via adubo. Outro ponto, é que essesresíduos mais facilmente decomponíveis de-vem ser dessecados mais próximo do mo-mento de semeadura do milho, devido à mo-bilidade do nitrogênio, e para garantir queseja disponibilizado no momento que hácapacidade de absorção. Já materiais maisrecalcitrantes, ou com maiores relação C:N(exemplo: aveia preta), devem ser desse-cados com antecedência à semeadura domilho (pelo menos 30 dias), garantindo que oN do material esteja disponível à cultura, eevitando que N adicionado via adubo mineralno momento da semeadura, seja imobilizadopela biomassa para realizar a decomposiçãodo resíduo.

As maiores implicações deste diferente

Tabela 1 - Dose de N indicada para a cultura do milho sob plantio direto no Centro-Sul do Paraná

Pré-cultura e teor de matériaorgânica do solo

Expectativa de rendimento de grãos (t/ha)

6 - 8 8,1 - 10 10,1 - 12 12,1 - 14

Gramíneas< 4 % 100 150 220 3004 - 6 % 60 110 180 260> 6 % < 40 70 140 220

Consórcio (gramínea+leguminosa) ou nabo forrageiro< 4 % 60 110 180 2604 - 6 % < 40 60 130 210> 6 % < 40 < 40 90 180

Leguminosas< 4 % < 40 60 130 2104 - 6 % < 40 < 40 80 160> 6 % < 40 < 40 < 40 130

Teor de matéria orgânica referente à camada de 0-10 cm. <40 kg/ha referente à dose de N a ser aplicada por ocasião da semeadura do mi-lho. Aplicar uma dose de 20 kg/ha de N menor do que a indicada em situações em que a pré-cultura gramínea apresentar baixa produção debiomassa (<2 t/ha). Em situações em que o milho suceder consórcio ou nabo forrageiro e leguminosa solteira, com baixa produção de bio-massa, aplicar, respectivamente, doses de N de 20 e 40 kg/ha maiores do que as indicadas.

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manejo de culturas de cobertura antece-dentes ao milho, são na dose de N (Tabela1), porém é passível de discussão o efeitode momento e distribuição da adubaçãonitrogenada. O parcelamento do N em co-bertura é alvo de debate, pois sabe-se daalta demanda nos momentos de desenvolvi-mento inicial da planta (garantia de estandede plantas), diferenciação do pendão (V5/6)e diferenciação da espiga (V12), porém nãoestão definidas dosagens percentuais daadubação total em cada um destes estádios

para maior eficiência de uso do nutriente.Considerando a diferença na dinâmica do

N com diferentes resíduos adicionados aosolo, seria recomendado que a dose de Nde base ou da primeira aplicação em cober-tura fosse menor quando o milho é ante-cedido de leguminosa. Já quando antecedi-do de gramínea, a dose do N na basepoderia ser mais alta, e provavelmente osmomentos das adubações de coberturaseriam diferentes.

Uso da água, atributos químicos da solução do solo e

rendimentos de arroz afetados pelo manejo da irrigaçãoJosé Bernardo Moraes Borin1 & Ibanor Anghinoni2

1Engº. Agrônomo, Mestre em Ciência do Solo e atual doutorando do PPGCS/UFRGS.2 Professor do Departamento de Solos da UFRGS.

Apenas 1/3 da área das terras baixasdo Rio Grande do Sul é cultivado com ar-roz irrigado devido principalmente à dispo-nibilidade limitada de água. A grandequantidade de água utilizada na irrigação éum dos principais fatores a atentar-se nabusca da sustentabilidade ambiental na la-voura de arroz irrigado. A supressão da ir-rigação vem sendo difundida por ser umaalternativa de redução da água utilizadacom manutenção das produtividades doarroz irrigado. Essa prática consiste de ci-clos de inundação e cessa a entrada da á-gua visando a otimização do uso da águae do nitrogênio. Ainda assim, a dinâmica ea disponibilidade dos atributos químicos dasolução do solo são afetadas.

Nesse contexto, um experimento con-duzido a campo na Estação Experimentaldo IRGA, em Cachoeirinha/RS, no anoagrícola de 2012/13, teve como objetivoavaliar as características eletroquímicas, a

disponibilidade de nutrientes na solução dosolo, a resposta da planta e a eficiência douso da água em diferentes sistemas deirrigação utilizados no cultivo do arroz irri-gado. Para a intermitência foram testadasuma (V6-V8) e duas (V6-V8 e V8-V10) su-pressões de irrigação no estágio vegetati-vo comparado à irrigação contínua. Nos ci-clos de supressão, ao drenar o solo, o pHdiminui e a dinâmica dos nutrientes (amô-nio, cálcio e magnésio) é alterada, dimi-nuindo sua disponibilidade para as plantas.Porém, ao restabelecer a lâmina de águanão há diferença dos atributos eletroquími-cos e químicos da solução do solo em re-lação à permanência da água. Com relaçãoà planta, não há resposta às supressões dairrigação no desenvolvimento e no acúmu-lo de nutrientes, com médias de produti-vidade de grãos de 9,9 t/ha e de matériaseca da parte aérea de 13,4 t/ha.

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200

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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90Ág

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ação

(m

3h

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)

Dias após o alagamento

Irrigação contínua

1 Supressão (V6-V8)

2 Supressões (V6-V8 e V8-V10)

Figura 1 - A quantidade de água para reinundar o solo após as supressões é de 8 a 10 vezes

superior à necessária para manter a lâmina diária.

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Apesar da supressão da irrigação ter sidopor 13 e 19 dias, a quantidade de água utili-zada é semelhante à irrigação contínua, emmédia de 9094 m3 ha-1. Isso porque a quan-tidade de água para reinundar o solo após assupressões é de 8 a 10 vezes superior à ne-cessária para manter a lâmina diária (Figura1). Isto faz com que sejam utilizados gran-des volumes totais de água também nos tra-tamentos com supressão da irrigação, equi-parando-se à irrigação contínua. O menor vo-lume de água utilizado na irrigação contínuaestá relacionado também à distribuição plu-viométrica do ano, a qual depende menos da

irrigação em anos chuvosos, como os do fe-nômeno “La Niña”. Assim, a eficiência de usoda água foi, em média, 1,1 kg de grãos dearroz por m3 de água para todos os sistemasde irrigação.

Os dados obtidos nesse experimento de-monstram que, embora as intermitências te-nham modificado a dinâmica e disponibili-dade de nutrientes na solução do solo em a-nos com uniformidade de precipitações, o re-sultado produtivo do arroz não é afetado.Apesar disso, a quantidade de água utilizadaé a mesma para todos os manejos de irri-gação.

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