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ASPECTOS ECOLÓGICOS DA TRIPANOSSOMOSE AMERICANA II — Distribuição e dispersão local de triatomíneos em ecótopos naturais e artificiais (1) Oswaldo Paulo FORATTINI (2) Octávio Alves FERREIRA (3) Eduardo Olavo da ROCHA E SILVA(3) Ernesto Xavier RABELLO (2) Jair L. Ferreira dos SANTOS (2) FORATTINI, O. P. et al. — Aspectos ecológicos da tripanossomose americana. II — Distribuição e dispersão local de triatomíneos em ecótopos naturais e arti- ficiais. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 5 :163-91, 1971. RESUMO — São apresentados os resultados de investigação destinada a es- tabelecer o quadro de distribuição de Triatoma sordida e Rhodnius neglectus em áreas com ecótopos naturais e artificiais. Essa distribuição revelou-se do tipo agrupado ou contagiante, dirigida uniformemente para casas e anexos por parte do primeiro, e para palmeiras por parte do segundo. Em áreas de vege- tação mais densa, do tipo cerrado, a densidade é praticamente nula ou muito baixa, admitindo-se que isso deva correr por conta da competição. As modi- ficações introduzidas pelo homem tendem a anular êsse fator, além de, as suas habitações, se transformarem em ecótopos que atraem a população de T. sordida. Êsse fato, aliado à eliminação local do T. infestans, parece explicar a tendên- cia invasiva daquele triatomíneo. Evidenciou-se também a persistência da in- fecção pelo Trypanosoma cruzi em triatomíneos e vertebrados domiciliados, o que representa potencial para o incremento da transmissão. UNITERMOS Tripanossomose americana*; Triatoma sordida*; Rhodnius neglectus*; Ecologia médica (distribuição e dispersão); Triatoma infestans; Trypanosoma cruzi; Doença de Chagas (transmissão); Triatomíneos (invasão domiciliar); Valência ecológica; Ecótopos naturais e artificiais. Recebido para publicação em 29-6-1971. (1) Trabalho realizado com o auxílio do U.S. Army Research Office for South America (Con- vênios DAHC 19-69-G-0013 e DAHC 19-70-G-0021). (2) Do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP — Av. Dr. Ar- naldo, 715 — São Paulo, SP, Brasil. (3) Da Diretoria de Combate a Vetores da Superintendência do Saneamento Ambiental (SU- SAM) do Estado de São Paulo. — Rua Tamandaré, 649 — São Paulo, SP, Brasil. INTRODUÇÃO Os conhecimentos atualmente disponí- veis sobre os hábitos de Triatominae, res- sentem-se geralmente da falta de elemen- tos que permitam idéia mais detalhada do comportamento dessas populações. O assunto reveste-se de apreciável in- teresse, face à possibilidade de algumas espécies tenderem a se adaptar ao ambien- te artificial do homem. Entre elas desta- ca-se, em nosso meio, o Triatoma sordida,

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Page 1: ASPECTOS ECOLÓGICOS DA TRIPANOSSOMOSE …Distribuição e dispersão local de triatomíneos em ecótopos naturais e arti-ficiais. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 5:163-91, 1971. RESUMO

ASPECTOS ECOLÓGICOS DA TRIPANOSSOMOSE AMERICANA

II — Distribuição e dispersão local de triatomíneos em ecótoposnaturais e artificiais (1)

Oswaldo Paulo FORATTINI (2)Octávio Alves FERREIRA (3)Eduardo Olavo da ROCHA E SILVA (3)Ernesto Xavier RABELLO (2)Jair L. Ferreira dos SANTOS (2)

FORATTINI, O. P. et al. — Aspectos ecológicos da tripanossomose americana. II —Distribuição e dispersão local de triatomíneos em ecótopos naturais e arti-ficiais. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 5:163-91, 1971.

RESUMO — São apresentados os resultados de investigação destinada a es-tabelecer o quadro de distribuição de Triatoma sordida e Rhodnius neglectusem áreas com ecótopos naturais e artificiais. Essa distribuição revelou-se dotipo agrupado ou contagiante, dirigida uniformemente para casas e anexos porparte do primeiro, e para palmeiras por parte do segundo. Em áreas de vege-tação mais densa, do tipo cerrado, a densidade é praticamente nula ou muitobaixa, admitindo-se que isso deva correr por conta da competição. As modi-ficações introduzidas pelo homem tendem a anular êsse fator, além de, as suashabitações, se transformarem em ecótopos que atraem a população de T. sordida.Êsse fato, aliado à eliminação local do T. infestans, parece explicar a tendên-cia invasiva daquele triatomíneo. Evidenciou-se também a persistência da in-fecção pelo Trypanosoma cruzi em triatomíneos e vertebrados domiciliados, oque representa potencial para o incremento da transmissão.

UNITERMOS — Tripanossomose americana*; Triatoma sordida*; Rhodniusneglectus*; Ecologia médica (distribuição e dispersão); Triatoma infestans;Trypanosoma cruzi; Doença de Chagas (transmissão); Triatomíneos (invasãodomiciliar); Valência ecológica; Ecótopos naturais e artificiais.

Recebido para publicação em 29-6-1971.(1) Trabalho realizado com o auxílio do U.S. Army Research Office for South America (Con-

vênios DAHC 19-69-G-0013 e DAHC 19-70-G-0021).(2) Do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP — Av. Dr. Ar-

naldo, 715 — São Paulo, SP, Brasil.(3) Da Diretoria de Combate a Vetores da Superintendência do Saneamento Ambiental (SU-

SAM) do Estado de São Paulo. — Rua Tamandaré, 649 — São Paulo, SP, Brasil.

I N T R O D U Ç Ã O

Os conhecimentos atualmente disponí-veis sobre os hábitos de Triatominae, res-sentem-se geralmente da falta de elemen-tos que permitam idéia mais detalhadado comportamento dessas populações.

O assunto reveste-se de apreciável in-teresse, face à possibilidade de algumasespécies tenderem a se adaptar ao ambien-te artificial do homem. Entre elas desta-ca-se, em nosso meio, o Triatoma sordida,

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o qual tem sido objeto de várias observa-ções, mas cuja importância epidemioló-gica parece estar crescendo na época atual.Analisando a evolução da campanha anti-triatomínica no Estado de São Paulo,Brasil, levada a efeito pelo então Serviçode Erradicação da Malária e Profilaxia daDoença de Chagas (SEMPDC) pode-seobservar a sensível queda populacional doTriatoma infestans nos domicílios. O mes-mo porém não se pôde obter com aqueletriatomíneo, o qual juntamente com oPanstrongylus megistus, não tem respon-dido de maneira satisfatória aos métodosde controle empregados (ROCHA E SILVAet al.,2 1969).

Embora sem acentuadas modificaçõesnos seus índices de infecção, tem-se verifi-cado a aproximação, cada vez maior, des-ses hemípteros, às moradias. No caso par-ticular do T. sordida, o rendimento emnúmeros globais, das capturas levadas aefeito nesses ambientes pelo supracitadoServiço, tem mostrado sensível aumento(Figura 1). É verdade que tais informa-ções podem estar sujeitas a várias inter-pretações, como sejam, intensificação daspesquisas, melhor treinamento do pessoal

empregado e adoção de técnicas mais apu-radas. Seja como fôr, trata-se de fenômenoque está chamando a atenção e requer quea importância epidemiológica, das assimchamadas espécies semidomésticas, seja de-vidamente esclarecida.

O fato de o Triatoma sordida ser con-siderado como inseto em vias de adapta-ção às habitações humanas, deve-se à cir-cunstância de ter sido encontrado, comfreqüência, em ecótopos silvestres (BAR-RETTO 1, 1966). Surge, pois, o problemade saber se as formas, silvestre e domici-liada, são ou não monotípicas. Em outraspalavras, se se trata de populações diferen-tes ou de uma só que, partindo do am-biente extradomiciliar, tende a invadiras casas e aí se colonizar. Na realidade,tudo leva a crer que, no caso particulardeste "barbeiro", a segunda hipótese seriaa mais aceitável, o que significaria em en-cará-lo como espécie eminentemente eurí-topa.

Com o objetivo de esclarecer essas ques-tões, propusemo-nos a realizar série deobservações sobre a distribuição e meca-nismos de dispersão de triatomíneos sil-vestres. Tais informações, a nosso ver,seriam de capital importância pois elaspossibilitariam descrever condições popu-lacionais desses insetos. Com efeito, asmudanças posteriormente observadas noquadro da dispersão, revelariam as possí-veis alterações do tamanho populacional,sugerindo a existência de fenômenos como,competição, poder invasivo, fatores demortalidade, e outros.

Apresentamos os primeiros resultadosobtidos, na tentativa do estabelecimentode um quadro básico de distribuição aser posteriormente utilizado no estudo dadispersão.

REGIÃO ESTUDADA

A área utilizada para estas observaçõescorresponde à localidade conhecida comoBairro João Pedro, no município de Guaí-ra, situado na região Norte do Estado deSão Paulo (Figura 2). Encontra-se, apro-

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ximadamente, a 20°18' de latitude sul e48°18' de longitude oeste, distando cercade 15 km da sede e 39 km da vizinha ci-dade de Barretos.

A região caracteriza-se por apresentarrelevo ondulado, cortado por vários cur-sos de água pertencentes ao sistema hidro-gráfico do Rio Grande. Situa-se entre osvales dos rios Pardo e Sapucaí Mirim,afluentes daquele. A altitude média localvaria ao redor de 500 m acima do níveldo mar. A vegetação é predominantemen-te constituída por cerrados e conjuntos ar-bustivos resultantes da alteração da primi-tiva cobertura florestal. A atividade agrí-cola local inclui o cultivo de cereais e dealgodão, mas grande parte da área é uti-lizada para pastagens. Nestas, observa-sea presença de árvores e palmeiras isoladassendo freqüente, entre as primeiras, espé-cimens sêcos, erectos ou derrubados.

O Bairro João Pedro é bem representa-tivo da paisagem regional. Pode-se obser-var a parte aberta, formada por terrenosaproveitados para a agricultura e pasta-gens, ao lado da vegetação do tipo cerrado.Os primeiros ocupam a maior área, mas nãosão totalmente aproveitados estando, emboa parte, mal conservados. De qualquermaneira, neles predomina a vegetação ras-teira e arbustiva, entremeada de númeroapreciável de palmeiras e árvores, váriasdelas mortas, verificando-se a presença dosrestos, secos, ainda erectos ou derruba-dos (Figuras 3, 4, 5, 6).

Quanto ao cerrado, é formado por con-junto de vegetação mais ou menos espes-sa onde também predominam arbustos mas,na qual participam em maior número osindivíduos arbóreos de porte médio (Figu-ras 7 e 8). O terreno é atravessado pordois cursos de água denominados Córre-gos do Coelho e João Pedro, ambos afluen-tes do rio Pardo. Todo o bairro incluicerca de 50 edifícios que são utilizadospara moradia da população local. No le-vantamento levado a efeito em julho de1968 pelo SEMPDC, contou-se o total de52 dessas habitações, sendo 36 de barro,

12 de tijolos revestidos, 2 de tijolos nãorevestidos e 2 de madeira ou outro mate-rial. Vê-se pois, que predominam as cons-truções de barro, construídas principal-mente com a utilização de troncos parti-dos de palmeiras e de cobertura, freqüen-temente feita por telhas de cerâmica (Fi-guras 4, 9 e 10). Como regra geral, o es-tado dessas casas é precário, o que astransforma em bons abrigos para triato-míneos. Do mesmo modo, existe númeroconsiderável de anexos para armazena-mento de produtos agrícolas e abrigo deanimais domésticos. No supracitado censoforam assinaladas 140 dessas construções,cujas condições são semelhantes às dasque servem para os homens, sendo porémmais freqüentes as coberturas de palha(Figura 11). As atividades dos habitan-tes são as inerentes à pequena lavoura eao pastoreio.

MATERIAL E MÉTODOS

Com a finalidade de proceder ao le-vantamento dos focos de triatomíneos, fo-ram escolhidas seis áreas, sendo três naparte aberta e três na parte corresponden-te ao cerrado.

Em cada uma das primeiras procedeu-seà escolha de uma casa para centro da área,a partir da qual, delimitaram-se cincofaixas concêntricas, até o raio máximo de600 m. Dessa maneira, os limites distaisde cada uma dessas unidades, corresponde-ram ao seguinte:

As três áreas abertas, cada uma com oconjunto dessas cinco unidades, foram de-signadas pela sigla A. Quanto às corres-pondentes ao cerrado, rotuladas com a

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sigla C, procedeu-se à escolha de três,quadrangulares, de 100 m de lado, totali-zando pois, 10.000 m2 cada uma, e loca-lizadas dentro dessa vegetação. O mapada Figura 12 fornece idéia da situação detodas.

A pesquisa compreendeu o exame e le-vantamento de todos os possíveis ecóto-pos. No período de junho de 1969 a mar-ço de 1970, nas unidades das áreas A, fo-ram pesquisados todas as casas e respecti-vos anexos representados por galinheiros,chiqueiros, paiós, montes de lenha, madei-ra, telhas e tijolos, e outros. Quanto aosbiótopos naturais mereceram atenção, pal-meiras, árvores secas em pé, ninhos deanimais, troncos sêcos derrubados, e tam-bém, apesar de artificiais, todos os mou-rões de cêrca delimitando os vários recin-tos e pastagens. Em todos os casos, oexame foi feito de maneira a levar aodesbastamento manual dos ecótopos. As-sim é que, procedeu-se à derrubada daspalmeiras para rebuscar a copa, à reti-rada de casca sêca das árvores e mourões,e à remoção de toceiras e terra para pora descoberto os possíveis ninhos de ani-mais. No caso de cercas próximas às re-sidências, dos anexos e das próprias habi-tações, êsse procedimento foi levado atéonde êle não comprometesse a conserva-ção das construções. Quando ocorria essapossibilidade, lançava-se mão do uso desubstância insetífuga, representado pelapiriza. Quanto às áreas C, o desbaste foiempregado de arrastão, em tôda a super-fície delimitada (Figuras 13, 14, 15, 16,17 e 18).

Em relação à presença do Trypanosomacruzi na região, procurou-se avaliá-la atra-vés do exame dos triatomíneos coletados eda realização do xenodiagnóstico nos ver-tebrados domésticos e domiciliados. En-tre os primeiros foram escolhidos os cãese gatos e, no que concerne aos segundos,a atenção foi focalizada em roedores en-contrados no domicílio e anexos. Comorotina, todos os resultados positivos foramsubmetidos à comprovação mediante ino-culação em camundongos.

R E S U L T A D O S

Áreas abertas (A) — Nas várias uni-dades, das áreas A1, A2 e A3, foram evi-denciados como principais focos triatomí-nicos, os ecótopos naturais representadospor palmeiras "macauba" (Acrocomia scle-rocarpa) e "bacurí" (Scheelea phalerata),e por árvores secas, tanto erectas comoderrubadas (Figuras 19, 20, 21 e 22).Além disso, foi constatada a presença des-ses insetos em mourões de cerca, mesmoà apreciável distância das habitações.Quanto aos ecótopos artificiais, tanto ashabitações humanas como as dependên-cias revelaram a presença de triatomíneos.

A área A1 teve, como centro, a casaque, no reconhecimento geográfico pre-viamente feito pelo SEMPDC, recebeu onúmero 21C. Dentro dela foram engloba-das as de número 1, 2, 3, 4, 16, 20, 22,23 e 24A. Da mesma forma, as áreas A2e A3, corresponderam às casas 26C e 33,respectivamente, englobando os edifícios17, 26 e 26G para a primeira, e de 27 a32 para a segunda. Algumas das cercasexaminadas localizavam-se nos arredoresdos domicílios, motivo pelo qual, foramconsideradas como participando dos ane-xos. A mesma atitude foi adotada paraecótopos rotulados como "outros", queestivessem em situação idêntica. Os re-sultados dos exames para Triatoma sor-dida e Rhodnius negtectus acham-se re-presentados nas Figuras 23, 24 e 25.Pode-se observar a positividade obtida nascoletas globais desses insetos, com aspec-tos da distribuição que sugerem maior va-lência ecológica para o primeiro do quepara o segundo. As Tabelas 1, 2 e 3 re-sumem os resultados quantitativos obtidosnas três áreas.

A distribuição observada ensejou a opor-tunidade de medir o tipo de dispersão, ouseja, se ao acaso, se uniforme ou regulare se agrupada ou contagiante. Para tantofoi utilizado o índice de dispersão de Mo-risita (apud SOUTHWOOD3, 1966), segun-do a seguinte fórmula:

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onde:

a = número de unidades

n i = número de exemplares na i-ésimaunidade

N = número total de exemplares

As propriedades de I [] são tais que, oseu valor é igual à unidade quando os in-divíduos são distribuídos ao acaso, menordo que 1,0 quando a distribuição é unifor-me, e maior do que 1,0 quando é agru-pada.

Claro está que, para a aplicação práticadeste índice, torna-se necessário que asunidades amostrais tenham o mesmo nú-mero de ecótopos. Contudo, deve-se con-siderar que a densidade de insetos nessesfocos varia necessariamente. Por conse-guinte, se ao em vez do estabelecimentodas faixas concêntricas, tivesse sido obe-decido o critério supracitado, os resulta-dos poderiam sofrer as conseqüências davariabilidade, de acordo com a divisãoadotada. Com o objetivo de evitar taispossíveis influências sobre os resultados,optou-se pela padronização do número debiótopos por unidade. Isso foi feito porém,sem pretender exatamente o mesmo signi-ficado que se emprega para coeficientesem demografia. Em outras palavras, pro-curou-se estimar quantos triatomíneos ha-veria em cada unidade, no caso de quetodas elas tivessem o mesmo número deecótopos. Essa quantidade hipotética deespécimens de Triatoma sordida e Rhodniusneglectus foi estabelecida tomando comopadrão um dos números inteiros mais pró-ximo da média desses focos por unidadeou, essa mesma, no caso de haver sensí-vel afastamento dos dois valores. Com essabase e, a partir da densidade triatomí-neos/ecótopos, obteve-se o "número padro-

nizado" desses insetos para cada unidade.De posse desse valor, calculou-se o ín-dice I []. Como, em virtude da padroniza-ção, foram obtidos alguns números fra-cionários de hemípteros, procedeu-se tam-bém ao arredondamento desses valores,obtendo-se em conseqüência, o que se de-nominou índice arredondado Ir. As Ta-belas de 4 a 9 apresentam esses dadospara as várias unidades das três áreas,Al, A2 e A3 e relativos às duas espéciesde triatomíneos.

Como resultado, todos os índices apre-sentaram valor maior do que 1,0 indican-do, pois, distribuição do tipo agrupadaou contagiante. Na Tabela 10, são apre-sentados esses valores, indicando tambémas unidades "preferidas" pelos triatomí-neos, ou sejam, as duas, por ordem de-crescente, que mostraram maior númeropadronizado desses insetos. Em cada umadelas são revelados os ecótopos preferidos,constituídos por casas e anexos para oT. sordida e por palmeiras para o R. ne-glectus.

Ainda nestas áreas abertas, convém re-gistrar alguns encontros, os quais, por seucaráter esporádico, não foram descritosnos parágrafos anteriores. Trata-se doachado de Triatoma infestans, represen-tado por 5 ninfas e 2 adultos em troncoseco de palmeira macaúba, dentro da uni-dade 5 da área A3. Assinalou-se, tam-bém, a presença de 4 ninfas de Psammo-lestes tertius em copa de palmeira, da mes-ma espécie, dentro da unidade 4 da áreaAl, onde estavam presentes também re-presentantes de R. neglectus.

Areas do cerrado (C) — Com os resul-tados obtidos na investigação das áreasabertas (A), procedeu-se à pesquisa navegetação do cerrado. Realizada em su-perfícies de 10.000 m 2, a atenção foi foca-lizada sobre possíveis focos representadospor árvores secas, palmeiras, ninhos emárvores e locas de animais no solo, alémde alguns mourões de cêrca. Foram assimpesquisados os seguintes ecótopos:

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Os resultados foram muito pobres e li-mitados a apenas dois. Um deles represen-tado por uma ninfa de Triatama sordida,encontrada em árvore seca da área C1.

O outro constituído também por exemplarde ninfa, da mesma espécie, coletado naárea C3, em ninho de ave Anumbiusannumbi, vulgarmente conhecido como"João Gravêto" e situado a altura equi-valente a cerca de 35 m a 40 m acima dosolo. Tais achados, òbviamente não per-mitiram maiores cálculos sobre o possí-vel aspecto de distribuição nessas áreas.

Presença do Trypanosoma cruzi — Emrelação ao exame dos triatomíneos coleta-dos, foram encontrados 206 exemplarespositivos, distribuídos da seguinte ma-neira:

Quanto aos xenodiagnósticos, levados aefeito em vertebrados domésticos e domi-ciliados, os resultados foram os seguintes:

Deve-se assinalar que, para efeito des-ta pesquisa, consideramos como domicilia-dos, mesmo exemplares de vertebrados su-

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postamente silvestres, mas capturados noambiente dos domicílios humanos e anexos.

C O M E N T Á R I O S

Os resultados apresentados permitem oconhecimento de quadro satisfatório a res-peito da distribuição local de Triatomasordida e Rhodnius neglectus. Esses triato-míneos possuem a capacidade de habitarecótopos em áreas abertas (A), ou seja,aquelas que resultaram da ação modifica-dora do homem sobre o ambiente natu-ral. A escassez com que se apresentaramnas áreas de cerrado (C) levam à suposi-ção de que, nesse ambiente, a sobrevivên-cia da população deva ser problemática.E isso, pelo menos em relação ao primeirodaqueles triatomíneos, uma vez que o se-gundo nem siquer foi alí encontrado. Du-rante as investigações nessas áreas C, foiobtido apreciável número de reduvídeospredadores. Isso faz supor que a popula-ção triatomínica existente sofreria as con-seqüências, entre possíveis outras, dessepredatismo, resultando daí a sua baixadensidade.

Por outro lado, as modificações ambien-tais levadas a efeito pelo homem resul-taram, como foi dito, nas áreas A. Nestasforam conservados ecótopos viáveis, repre-sentados principalmente, pelas árvores se-cas e palmeiras. Além da construção deoutros, artificiais, constituídos pelas casase anexos. Assim sendo, as possíveis popu-lações competidoras, por não se teremadaptado, deixaram de existir, redundan-do no aumento da densidade de triatomí-neos.

A aplicação do índice de Morisita indi-cou que a distribuição desses insetos é alí,do tipo agrupado, também chamado con-tagiante. Isso significa que os indivíduos

ocorrem de maneira bem mais irregulardo que na distribuição ao acaso. O menorvalor observado foi de 1,88 para Rhodniusneglectus em A2, e o maior foi de 3,44,também para o mesmo hemíptero em A1.Embora a padronização possa ter intro-duzido algum vício nessas medidas, é for-çoso admitir que os valores apresentados naTabela 10 são de tal ordem, a não deixardúvidas quanto à predileção dos dois tria-tomíneos por determinadas unidades. E,assim sendo, é de se salientar que tais pre-ferências foram acentuadamente unifor-mes. A julgar pelos dados obtidos, não hácomo negar a escolha, por parte de T.sordida, das casas e anexos, e das palmei-ras por parte de R. neglectus. A quaseestrita presença deste último nesses ecó-topos, leva-nos a admitir sua pequena va-lência ecológica, contrastando com a bemmais ampla que deve ser atribuída ao pri-meiro.

O histórico da região, representada peloBairro João Pedro, assinala a presença doTriatoma infestans. Os dados apresenta-dos a seguir, levantados através das ins-pecções do SEMPDC em casas e anexos,mostram o número de exemplares triatomí-nicos coletados em anos anteriores.

As atuais investigações, realizadas entre1969 e 1970, confirmaram a ausência da-quele "barbeiro" das casas e anexos, ten-do sido encontrado apenas em um focoextradomiciliar representado por um tron-co sêco de palmeira. Por outro lado, reve-laram o acentuado incremento do T. sor-dida, cujas capturas em casas e anexoschegaram a apresentar valores considerá-veis, como pode ser apreciado pelas Tabe-las 1, 2 e 3. Tudo leva à suposição de quea ausência do T. infestans, em virtude dossucessivos expurgos realizados, deixou nichoecológico vago, a ser ocupado por substituto

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que, neste caso, seria o T. sordida. Evidente-mente, não podemos julgar do poder com-petitivo e do grau de competição entre asduas populações. No entanto, êsse últimotriatomíneo parece ser dotado de quali-dades suficientes para ser bem sucedidona luta pela sobrevivência. Com efeito, oencontro de ninfas isoladas em ecótoposcomo, mourões de cerca e debaixo de cas-cas de árvores sêcas, constitui fato queleva a várias suposições. Uma delas, semdúvida, seria a de grande resistência aojejum, uma vez que em tais situações, aprobabilidade de obter repasto sangüíneoencontra-se muito reduzida. E, com efeito,observações em andamento em nosso labo-ratório, estão mostrando resistências que,até o momento, chegam a mais de 190 diassem alimentação ( JUAREZ, 1971 (1)). Ora,isso explicaria tais achados em focos natu-rais e, por outro lado, a inegável atraçãoque deva exercer o ambiente humano, re-presentado pelas casas e anexos, com suamaior facilidade para o exercício da he-matofagia. Daí, pois, a tendência invasivado Triatoma sordida em relação a taisambientes.

Quanto ao Rhodnius neglectus, o aspectoé um tanto diferente. Limitando-se a ha-bitar a copa de palmeiras, ali encontra ali-mento com maior facilidade, uma vez que,via de regra, tais ecótopos são utilizadospara abrigo de aves e mamíferos silvestres.É de se admitir pois, que tenha menor ten-dência para invadir ecótopos artificiais,embora o faça, desde que as condições deproximidade sejam favoráveis. É o quedemonstra o achado desse triatomíneo, em-bora esporádico, em alguns anexos.

Finalmente, não se pode deixar de assi-nalar a permanência do Trypanosomacruzi no ambiente humano. E não apenasem triatomíneos, mas também infectandovertebrados que foram representados, nocaso particular desta pesquisa, por umexemplar de Rattus norvegicus. Tal en-contro encerra o significado da persis-tência da transmissão e da probabilidade

da re-instalação da infecção nos animaisdomésticos e mesmo nos habitantes hu-manos.

C O N C L U S Õ E S

Face aos resultados obtidos, pode-se con-cluir:

1 — O ambiente extradomiciliar repre-sentado pela vegetação densa do cer-rado, não é favorável ao aumento po-pulacional de Triatoma sordida eRhodnius neglectus. Provavelmente,devido à competição que sôbre elasexercem outras populações, princi-palmente as de predadores.

2 — As modificações desses ambientes emáreas abertas, enseja a diminuição ouo desaparecimento dessa competição.Em conseqüência, as duas espéciestriatomínicas encontram, nos ecóto-pos remanescentes, oportunidade pa-ra aumento populacional.

3 — A população de Triatoma sordidamostra-se ubiquista, ou seja, dotadade valência ecológica apreciável quelhe permite habitar variedade deecótopos.

4 — Certos ecótopos, comumente habita-dos pelo Triatoma sordida, não ofe-recem oportunidades freqüentes pa-ra alimentação. É o caso dos tron-cos de árvores secas e dos mourõesde cerca distanciados das habita-ções. Em vista disso, o estabeleci-mento de casas e anexos, pelo homem,representa fonte de atração para es-sas populações triatomínicas.

5 — Por sua vez, a limitação de Rhodniusneglectus em ecótopos representadospelas copas de palmeiras, tem suaexplicação na maior facilidade queos triatomíneos ali encontram parasugar sangue. E isso porque taisbiótopos oferecem bom abrigo paravertebrados, principalmente aves,roedores e marsupiais.

(1) JUAREZ, E. — Comunicação pessoal, 1971.

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6 — A distribuição observada ensejou amedida da dispersão através do ín-dice de Morosita. Corroborando asduas conclusões imediatamente an-teriores, essa distribuição revelou-seagrupada para ambos hemípteros,sendo em relação às casas e anexospara T. sordida e às palmeiras paraR. neglectus.

7 — A eliminação da população domici-liada de T. infestans pode resultarna vaga de um nicho ecológico, aser ocupado por outra que, nestecaso, parece estar sendo a de T.sordida.

8 — Nestas investigações pôde-se regis-trar a persistência da infecção deanimais domiciliados pelo Trypano-soma cruzi. A permanência do pro-tozoário no ambiente humano tornalícita a suposição de possível resta-belecimento, ou mesmo incremento,da transmissão.

A G R A D E C I M E T O

Ao Dr. Cory T. de Carvalho, a cujocargo esteve a identificação dos espécimensde mamíferos capturados.

FORATTINI O. P. et al. — [Ecological aspectsof South American tripanosomiasis. II —Local distribution and dispersion of tria-tomids in natural and artificial ecotopes].Rev. Saúde públ., S. Paulo, 5:163-91, 1971.

SUMMARY — A local distribution patternof Triatoma sordida and Rhodnius neglectusis described after an intensive investigationon natural and artificial ecotopes. The workwas carried in a region at north of theState of São Paulo, Brazil. Measures ofdispersion pattern were made by the Mo-risita's indices showing contagious distri-butions to both bugs. The T. sordida popu-lation was clumped at houses and surround-ing dwellings, while R. neglectus presentedthe same aspect but relater to palm trees.The first bug showed ubiquity patter in-cluding palms, dry trees and fences. Theselast two situations are not favourable for

obtaining blood meals, who are much moreeasy obtained at human dwellings. By otherside, the investigations at areas with moredense vegetation like bush, resulted in veryfew T. sordida and none R. neglectus, pro-bably owing of other populations competi-tion as predators reduvids bugs, found therewith great density. So it seems logic removethat competition and triatomids remains freeto increase in the residual ecotopes. Fromthese, T. sordida is atracted to houses wherethe bugs may will found more availableblood meals, and so the distribution patternbecomes contagious at these places charac-terizing the invasive aspect at these places.Beside this, the elimination of the earlyTriatoma infestans populations from dwell-ings by insecticide spraying (BHC), be-comes vacant an ecological niche thatseems, in this case, to be occupied by T.sordida. On the contrary, R. neglectus,specialized at palm trees, may found easilyblood meals represented by birds andmammals nests and so, the contagious dis-tribution is restricted at these ecotopeswith little or even no tendence to invadehouses. The persistence of Trypanosomacruzi in the area was detected both bytriatomids naturally infected found indwellings and by positive xenodiagnosisobtained in Rattus norvegicus capturedthere. So, the possibility of increase oflocal transmission rate is emphasized.

UNITERMS — Trypanosomiasis, SouthAmerican*; Triatoma sordida*; Rhodniusneglectus*; Triatoma infestans; Trypano-soma cruzi; Medical Ecology; (distributionand dispersion); Chagas Disease (trans-mission) ; triatomids (house infestation);Ecological valence; Ecotopes (natural andartificial).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BARRETTO, M. P. — Aspectos da epide-miologia da tripanossomose americana, in-fecção com focos naturais, com especialreferência à região nordeste do Estado deSão Paulo. Ribeirão Preto. 1966. (Tese —Faculdade de Farmácia e Odontologia).

2. ROCHA E SILVA, E. O. da et al. — Sus-pensão do rociado no combate ao Triato-ma infestans em áreas do Estado de SãoPaulo, Brasil. Rev. Saúde públ., S. Paulo,3:173-81, 1969.

3. SOUTHWOOD, T. R. E. — Ecologicalmethods. London, Methuen, 1966.

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