a doença de chagas e a distribuição espacial de triatomíneos no norte de minas gerais

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A doença de Chagas e a distribuição espacial de triatomíneos no norte de Minas Gerais Samuel do Carmo Lima AGB-Uberlândia Universidade Federal de Uberlândia [email protected] Raul Borges Guimarães AGB Presidente Prudente Unesp Presidente Prudente [email protected] Paulo Henrique Batista Universidade Federal de Uberlândia [email protected] Resumo O objetivo deste trabalho foi estudar a doença de Chagas e a distribuição espacial dos triatomíneos nos municípios da macrorregião de saúde do norte de Minas Gerais, sob a ótica da Geografia Médica e da Saúde, buscando identificar áreas que apresentam risco de transmissão vetorial da doença. Por meio de trabalho de campo realizado nos municípios de Pirapora, Montes Claros e Januária foi possível, junto às Gerências Regionais de Saúde (GRS’s), obter dados consolidados relativos às ações do PCDCh. Neste trabalho analisaram- se os índices de dispersão e infestação triatomínica nos municípios, bem como o índice de localidades investigadas em cada município da macrorregional. Em entrevistas não estruturadas, com agentes públicos envolvidos no planejamento e desenvolvimento da política local e regional do PCDCh, pudemos investigar a percepção e a análise que fazem das ações empreendidas para o controle da transmissão vetorial da doença de Chagas. Os dados foram tabulados, utilizando-se o aplicativo Excel, e espacializados por meio do software, de domínio público, tabwin , disponibilizado pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS), subordinado ao Ministério da Saúde. Assim se estruturou metodologicamente este trabalho. O trabalho de campo percorreu os municípios de Pirapora, Montes Claros e Januária, em razão de sediarem as GRS’s e, em Buritizeiro e Varzelândia, em função das notificações dos casos agudos da doença de Chagas. Visitou-se também a reserva indígena dos Xacriabás, município de São João das Missões, porque reiteradas vezes foi mencionada por funcionários da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) como sendo um foco importante de triatomíneos e de doentes de Chagas. Palavras-chave: Triatomíneos; doença de Chagas; Geografia Médica e da Saúde. XV Encontro Nacional de Geógrafos “O espaço não pára. Por uma AGB em movimento” 20 a 26 julho de 2008 / São Paulo - SP

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Page 1: A doença de Chagas e a distribuição espacial de triatomíneos no norte de Minas Gerais

A doença de Chagas e a distribuição espacial de triatomíneos no norte de Minas Gerais

Samuel do Carmo LimaAGB-Uberlândia

Universidade Federal de Uberlâ[email protected]

Raul Borges GuimarãesAGB Presidente Prudente

Unesp Presidente [email protected]

Paulo Henrique BatistaUniversidade Federal de Uberlândia

[email protected]

O objetivo deste trabalho foi estudar a doença de Chagas e a distribuição espacial dos

triatomíneos nos municípios da macrorregião de saúde do norte de Minas Gerais, sob a ótica

da Geografia Médica e da Saúde, buscando identificar áreas que apresentam risco de

transmissão vetorial da doença. Por meio de trabalho de campo realizado nos municípios de

Pirapora, Montes Claros e Januária foi possível, junto às Gerências Regionais de Saúde

(GRS’s), obter dados consolidados relativos às ações do PCDCh. Neste trabalho analisaram-

se os índices de dispersão e infestação triatomínica nos municípios, bem como o índice de

localidades investigadas em cada município da macrorregional. Em entrevistas não

estruturadas, com agentes públicos envolvidos no planejamento e desenvolvimento da política

local e regional do PCDCh, pudemos investigar a percepção e a análise que fazem das ações

empreendidas para o controle da transmissão vetorial da doença de Chagas. Os dados foram

tabulados, utilizando-se o aplicativo Excel, e espacializados por meio do software, de domínio

público, tabwin, disponibilizado pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS),

subordinado ao Ministério da Saúde. Assim se estruturou metodologicamente este trabalho.

O trabalho de campo percorreu os municípios de Pirapora, Montes Claros e Januária, em

razão de sediarem as GRS’s e, em Buritizeiro e Varzelândia, em função das notificações dos

casos agudos da doença de Chagas. Visitou-se também a reserva indígena dos Xacriabás,

município de São João das Missões, porque reiteradas vezes foi mencionada por funcionários

da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) como sendo um foco importante de triatomíneos

e de doentes de Chagas.

Palavras-chave: Triatomíneos; doença de Chagas; Geografia Médica e da Saúde.

XV Encontro Nacional de Geógrafos“O espaço não pára. Por uma AGB em movimento”

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1. Introdução

Descoberta há quase um século em Lassance, Minas Gerais, por Carlos Chagas,

a Tripanossomíase americana, ou doença de Chagas (DCh), é uma patologia que ataca a

população do continente americano, haja vista a distribuição geográfica de seus vetores,

que estende-se do sul dos Estados Unidos ao sul da Argentina (LIMA, 2007; MACÊDO

& MARÇAL JR., 2004; VINHAES & DIAS, 2000; MONCAYO et al, 2000).

A transmissão primária da patologia ocorre por meio de insetos hematófagos

estritos, vetores do Tripanossoma cruzi, agente causador da doença. Estes insetos

pertencem à família Triatominae (Hemiptera: Reduviidae), denominados triatomíneos

ou, popularmente, como barbeiros, chupões ou procotós. De modo secundário, é

transmitida através de transfusão sangüínea e de transplante de órgãos contaminados,

congenitamente, em acidentes laboratoriais e via ingestão de alimentos contaminados

(LENT apud LIMA, 2007, MONCAYO et al, 2000).

A doença apresenta dois estágios. A fase aguda, compreendendo o estágio

inicial, que pode não apresentar sintomas, e a fase crônica, que se manifesta por meio de

graves acometimentos cardíacos, ao sistema digestivo ou ao sistema nervoso (MS,

2005).

A transmissão vetorial da doença de Chagas está, em grande medida, relacionada

tanto à iniqüidade social a que estão submetidas milhares de pessoas no continente

americano, principalmente nas zonas rurais, quanto à pressão sobre os ecossistemas,

advindas do processo de antropização dos espaços, que abala o equilíbrio existente

(DIAS, 2007; LIMA, 2007).

Residências precárias em suas condições físicas e de higiene, onde galinheiros,

pocilgas, amontoados de madeira estão juntos ou muito próximos às casas são

condições favoráveis à adaptação do barbeiro ao ambiente peri e intradomiciliar. Soma-

se a estes elementos favoráveis, a presença de remanescentes de vegetação natural

próximo às casas. A perturbação ou destruição dos ecótopos naturais dos triatomíneos

pode provocar, por exemplo, a interrupção da cadeia alimentar natural existente. Em

busca de condições adequadas de sobrevivência, os barbeiros migram para as

proximidades ou mesmo para o ambiente interno das habitações humanas,

representando um fato importante do ponto de vista epidemiológico (MS, 2005; DIAS,

2007; MENDES & LIMA, 2007; SCHOFIELD apud SILVEIRA, 2002).

O Programa de Controle da Doença de Chagas (PCDCh), desde os anos de 1950,

já contava com as bases operacionais, logísticas e estratégicas necessárias ao combate

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dos triatomíneos, mas, somente a partir de 1975 é que as ações são efetivadas em

âmbito nacional. A descontinuidade temporal e espacial são marcas das ações do

PCDCh no decorrer destas mais de duas décadas, em função do desinteresse político

em subsidiar o programa com os recursos necessários (DIAS, 2006).

Reestruturado e contando com o reforço da comunidade científica, que a partir

da segunda metade da década de 1970 passa novamente a ter acesso aos dados da

Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM), o PCDCh promoveu

ações que priorizaram o combate aos triatomíneos domiciliados, alcançando para o

Brasil, no ano de 2006, a certificação de zona livre de transmissão pelo Triatoma

infestans, por parte da Organização Panamericana de Saúde (Opas). O T. infestans é

uma espécie alóctone, estritamente domiciliada em nosso país (DIAS, 2006).

Igualmente importante para a redução dos níveis de transmissão vetorial da

doença, foi a migração campo-cidade que ocorrera no Brasil a partir de meados do

século XX (DIAS, 2007; MS, 2005). Um expressivo fluxo populacional em direção aos

espaços urbanos implicou em uma diminuição na oferta de alimento aos barbeiros, pois

tanto o homem quanto os animais domésticos estavam presentes no rol das fontes de

repasto destes insetos. Concomitantemente houve a conversão de grandes áreas de

vegetação natural em campos de cultivo, onde a produção baseada na utilização pesada

de maquinário e defensivos agrícolas contribui para tal (MENDES, 2008; DIAS, 2007;

MS, 2005).

O combate ao T. infestans proporcionou a redução das transmissões vetoriais no

país. Entretanto, é preciso continuar a vigilância já que na fauna brasileira existem

espécies de triatomíneos capazes de perpetuar a transmissão da doença, por exemplo, o

Triatoma sordida, o Pantrogylus megistus, o Triatoma pseudomaculata, o Rhodnius

neglectus, o Panstrongylus geniculatus e o Panstrongylus diasi. Por desenvolverem-se e

reproduzirem-se no ambiente silvestre, têm maior potencial de reinfestação das

habitações humanas tornando o controle mais difícil e oneroso (MORENO &

BARACHO, 2000; FERREIRA & SILVA, 2006; DIAS, 1986; FORATTINI, 1980).

Localizada em uma área endêmica para a transmissão vetorial da doença

(Forattini, 1980), a região norte de Minas Gerais congrega elementos propícios e que

justificam o alto grau de risco de transmissão vetorial da doença que apresenta. É a

segunda região com pior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) do

estado e um dos mais baixos do país (PNUD et al, 2003). Do total de 109 municípios

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mineiros classificados no IDH-M médio-baixo1, 44 fazem parte da região norte, em

outras palavras, 28,3%, ou ainda, 422.968 habitantes nesta condição (IBGE & FJP apud

SCAVAZZA, 2003). Em 2000, a população rural foi estimada em 529.510 habitantes,

cerca de 35,5% do total de habitantes da região. A região norte é também onde se há

grande número de chagásicos (DATASUS, 2008), ou seja, de reservatórios do

protozoário T. cruzi.

O objetivo deste trabalho é estudar a doença de Chagas e a distribuição espacial

dos triatomíneos nos municípios da macrorregião de saúde do norte do estado de Minas

Gerais, sob a ótica da Geografia Médica e da Saúde, buscando identificar a(s) área(s)

em que se apresenta o maior risco de transmissão vetorial da doença.

2. Metodologia

Por meio de trabalho de campo realizado nos municípios de Pirapora, Montes

Claros e Januária foi possível, junto às Gerências Regionais de Saúde (GRS’s), obter

dados2 consolidados relativos às ações do PCDCh. Neste trabalho analisaram-se os

índices de dispersão e infestação triatomínica nos municípios, bem como o índice de

localidades investigadas em cada município da macrorregional. Em entrevistas não

estruturadas, com agentes públicos envolvidos no planejamento e desenvolvimento da

política local e regional do PCDCh, pudemos investigar a percepção e a análise que

fazem das ações empreendidas para o controle da transmissão vetorial da doença de

Chagas. Os dados foram tabulados, utilizando-se o aplicativo Excel, e espacializados

por meio do software, de domínio público, tabwin, disponibilizado pelo Departamento

de Informática do SUS (DATASUS), subordinado ao Ministério da Saúde. Assim se

estruturou metodologicamente este trabalho.

O trabalho de campo percorreu os municípios de Pirapora, Montes Claros e

Januária, em razão de sediarem as GRS’s e, em Buritizeiro e Varzelândia, em função

das notificações dos casos agudos da doença de Chagas entre os anos de 2001 e 2006,

um e dez casos, respectivamente (MS/SVS; SINAM, 2008). Visitou-se também a

1 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) possui caráter universal e é calculado a partir dos indicadores relacionados às condições de educação, renda e longevidade. O IDH é a média aritmética dos valores encontrados para cada um destes três elementos, de modo a resultar num valor entre 0,0 e 1,0. Na escala municipal o IDH é denominado IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) (BATELLA & DINIZ, 2006:370). Neste trabalho consideraremos os intervalos: até 0,499, IDH-M baixo; de 0,500 a 0,649, IDH-M médio baixo; de 0,650 a 0,799, IDH-M médio alto e acima de 0,800, IDH-M alto, conforme Scavazza (2003).2 De antemão, salientamos que, embora os dados sejam oriundos de órgão oficial, há subnotificações. Entretanto, entendemos que sua análise seja relevante na medida em que se ampara não somente nos dados numéricos, mas, também, em relatos das experiências de sujeitos envolvidos diretamente na produção e organização dos dados e no desenvolvimento das ações do PCDCh.

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reserva indígena dos Xacriabás3, município de São João das Missões, porque reiteradas

vezes foi mencionada por funcionários da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA)

como sendo um foco importante de triatomíneos e de doentes de Chagas.

A macrorregião de saúde do norte do estado de Minas Gerais (Fig. 1) é formada

por oitenta e seis municípios (SESMG, 2008), sob a coordenação de três GRS’s com

sedes em Pirapora, Montes Claros e Januária. A GRS Montes Claros está à frente da

maior parte, 53 municípios, enquanto Pirapora coordena 7 e Januária 26 municípios.

Fig. 1: Localização dos Municípios visitados e da Macrorregião de Saúde Norte de Minas Gerais – BrasilFontes: MS/FUNASA - PCDCH / Base cartográfica IBGEElaborado por BATISTA, P.H.

Em seu quadro de funcionários as GRS’s contam com agentes da FUNASA. Em

virtude da larga experiência no PCDCh, não menos de duas décadas de serviços prestados,

treinam e/ou coordenam equipes de agentes municipais para as ações do PCDCh.

Organizam ainda os dados sobre as atividades de combate e controle aos triatomíneos e

alimentam o Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação (SINAM).

3 Na reserva indígena dos Xacriabás entrevistamos o cacique da tribo que nos relatou, sem precisar o número, haver chagásicos na aldeia e a ocorrência de falecimento de homens jovens, com menos de quarenta anos de idade, em razão da doença. Demais investigações serão realizadas a respeito da transmissão vetorial da doença na aldeia.

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3. Triatomíneos e transmissão vetorial

No período de 2001 a 2006 foram notificados 2317 casos agudos de doença de Chagas,

confirmados pelo Ministério da Saúde, nos anos de 2001 a 2006 (MS/SVS; SINAM,

2008). De acordo com o Ministério da Saúde, “o conhecimento do caso clínico é um

evento raro no período patogênico inicial. Quando conhecido um caso agudo, muitos

outros terão ocorrido” (MS, 2005).

Em contra posição à esta informação, em 2006 o país recebeu certificação da

OPAS de área livre de doença de Chagas por T. infestans. Provavelmente, se ainda há

transmissão vetorial, esses números estão superestimados, ainda que haja transmissão

por outro vetor.

O Ministério da Saúde (2005) considera que em áreas endêmicas, onde

ocorreram ou ainda ocorre a transmissão vetorial da doença, mesmo que isoladamente, é

preciso que a vigilância entomológica seja o centro das ações. Ressalta que a vigilância

entomológica é essencial, pois a história natural da doença demonstra ser a domiciliação

dos vetores uma condição essencial à transmissão vetorial.

De acordo com o MS (2005) o risco da transmissão vetorial no país, hoje,

depende, entre outros:

“da persistência de focos residuais de T. infestans [...]; da existência de grande número de espécies comprovadamente autóctones ou potencialmente vetoras, mesmo que em alguns casos as populações domiciliadas tenham sido grandemente reduzidas (Panstrongylus megistus, Triatoma brasiliensis, Triatoma pseudomaculata); [e], da emergência de “novas” espécies (Triatoma rubrovaria, Panstrongylus lutzi)” (ibid).

Com o intuito de estabelecer padrões para o discernimento do grau de risco de

transmissão vetorial em uma dada região ou localidade, o MS propõe ainda uma série de

variáveis, cada variável com um peso que vai de zero a cinco. As variáveis dizem

respeito a três indicadores fundamentais: morbidade, entomologia e ambiente. Quanto à

morbidade, os casos agudos autóctones, tanto conhecidos por demanda espontânea

quanto por busca ativa, possuem o maior peso, 5 e 4, respectivamente. Os casos

crônicos têm peso 1. Espécies de triatomíneos alóctones são consideradas de alto risco,

com peso 5; as espécies autóctones tem peso variável de acordo com a capacidade

vetorial, com variação de 1 a 3. Índices de dispersão e infestação possuem pesos

variados. Para o índice de dispersão, o índice é considerado alto quando maior que 50%

e, neste caso, tem peso 3; médio, quando de 20% a 50%, peso 2; e baixo quando menor

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que 20%, peso 1. Já o índice de infestação é considerado alto quando maior que 30%,

peso 3; médio quando de 10% a 30%, peso 2, e baixo quando menor que 10%, peso 1.

Em relação aos aspectos ambientais, caso o intra e/ou o peridomicílio proporcionarem

condições à infestação/reinfestação domiciliar possui peso 3 (ibid).

Vistos desta maneira, os dados coletados junto às GRS’s indicam que, para o ano

de 2007, em relação ao índice de dispersão (fig. 2 e anexo 1), dos oitenta e seis

municípios da macrorregional, doze apresentam nível considerado baixo (10,4%), Sete

municípios apresentam índice médio (6,1%) e sessenta e quatro municípios, nível de

dispersão considerado alto (87,5%). Dentre estes, cinco possuem índice de 100%: São

João do Pacuí, Catuti, Porteirinha, Ponto Chique e Varzelândia, onde há notificados 10

casos agudos da doença, no período de 2001 a 2006. Outros vinte e sete municípios têm

índices superiores a 80% (MS, 2007).

Fig. 2: Índice de Dispersão Triatomínica na Macrorregião de Saúde Norte de Minas Gerais - BrasilFontes: MS/FUNASA - PCDCH / Base cartográfica IBGEElaborado por BATISTA, P.H.

Os índices de infestação (fig. 3 e anexo 1) indicam baixos níveis em trinta e oito

municípios, nível médio em trinta e sete municípios e onze têm alto índice infestação. O

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município de Ponto Chique, também neste dado, apresenta índice igual a 100% (MS,

2007).

É importante ressaltar que três municípios informam tanto para o índice de

dispersão quanto para o de infestação índices iguais a 0%, são eles: Curral de Dentro,

Grão Mogol e Padre Carvalho. Já os municípios de Cristália, Juramento e Ninheira não

apresentam registros de dados (MS, 2007).

Fig. 3: Índice de Infestação Triatomínica na Macrorregião de Saúde Norte, Minas Gerais – Brasil.Fontes: MS/FUNASA - PCDCH / Base cartográfica IBGEElaborado por BATISTA, P.H.

Comparando-se estes índices com aqueles relacionados à pesquisa entomológica

(fig. 4 e anexo 1) realizada nos municípios pelo PCDCh (MS, 2007), percebe-se que,

em sentido contrário ao que nos mostram os dados referentes à dispersão dos

triatomíneos na região, há uma disparidade entre risco de transmissão vetorial da doença

e as ações preventivas. Em 50 municípios investigou-se, em 2007, menos de 50% das

localidades existentes em seu território e apenas 3 municípios realizaram pesquisa

entomológica em mais de 80% de localidades existentes sobre sua responsabilidade.

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Gestores e agentes do PCDCh entrevistados, tanto nas Secretarias Municipais de

Saúde quanto nas GRS, são unânimes em reconhecer que a transmissão vetorial da

doença de Chagas, no norte de Minas Gerais, é um problema que está subdmensionado,

uma vez que as informações registradas são inverossímeis quanto à real situação

entomológica na região. Os recursos financeiros efetivamente alocados no PCDCh não

possibilitam a cobertura de todo o território sob suas jurisdições. Desalojante para o uso

durante o trabalho de pesquisa entomológica, na captura de triatomíneos, e inseticida,

segundo eles, são disponibilizados em quantidade insuficiente, os veículos são precários

e falta combustível inclusive para o trabalho de campo dos agentes. A realização das

atividades de vigilância entomológica em locais distantes das sedes das GRS ou dos

municípios, afora os motivos já mencionados, por vezes não é realizado devido à não

remuneração dos agentes para o período em que estarão em serviço, no que se

convencionou chamar de diárias. Soma se a isso a priorização dada pelos gestores

municipais ao combate a outras endemias que permitem maior visibilidade midiática,

por exemplo, dengue, leishmaniose e tuberculose, face ao tempo de desenvolvimento da

patologia chagásica, que se dá em décadas.

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Fig. 4: Índice de Pesquisa Domiciliar, no âmbito da PCDCh, na Macrorregião de Saúde Norte de Minas Gerais - BrasilFontes: MS/FUNASA - PCDCH / Base cartográfica IBGEElaborado por BATISTA, P.H.

Outro elemento que dá força às afirmativas de subdimensionamento das

informações relativas à população triatomínea na região é o fato de o treinamento dos

agentes municipais para o PCDCh, realizado pelos agentes da FUNASA, geralmente se

perder, visto que suas contratações pelos municípios são de caráter temporário.

Outra unanimidade na fala dos agentes e gestores diz respeito à predominância

da espécie T. sordida na região. Os dados demonstram esta predominância. Em 100%

dos municípios encontrou-se esta espécie de triatomíneo e em número muito superior às

demais. Em trabalho de captura de triatomíneos, acompanhando um dos agentes da

FUNASA, no município de Januária, apenas no peridomicílio de uma residência da

zona rural coletou-se mais de uma centena de barbeiros, todos da espécie T. sordida.

Somente no ano de 2007 o custo com internações de pacientes com o mal de

Chagas, em todo o estado, foi de R$634.369,06, destes, R$56.306,25 destinaram-se à

macrorregional norte (DATASUS, 2008).

4. Considerações finais

As notificações de casos agudos de doença de Chagas em Minas Gerais, nos

últimos anos devem ser analisadas com reservas. Normalmente ocorrem

subnotificações, mas neste caso, certamente há uma “supernotificação”. Entretanto, não

é possível afirmar que não haja mais transmissão vetorial no Estado de Minas Gerais,

tendo em vista a presença grande número de triatomíneos domicialiados e os índices

entomológicos, que indicam que algumas áreas do Norte de Minas Gerais estão sob alto

risco de transmissão vetorial.

As ações de combate e controle dos triatomíneos são de fundamental

importância para garantir a interrupção da transmissão vetorial da doença de Chagas.

Para isso, serão necessárias medidas punitivas aos gestores municipais e aos municípios

que não cumprem a Programação Pactuada e Integrada - PPI para os programas de

controle da doença de Chagas, por exemplo, a perda da gestão plena do SUS.

5. Referências

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______. GERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE DE MONTES CLAROS. Atividade de pesquisa por município, 2007. Não publicado.

______. GERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE DE PIRAPORA. Atividade de pesquisa por município, 2007. Não publicado.

MONCAYO, A.; GUHL, F.; STEIN, C. Carga mundial de la enfermedad de chagas en 2000. Disponível em: <http://www.who.int/healthinfo/statistics/bod_chagas_es.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2007.

MORENO, E. C.; BARACHO, L. Vigilância epidemiológica no Programa de Controle da Doença de Chagas em Minas Gerais, Brasil (1984-1998). Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.16, p. 113-116, 2000. Suplemento 2. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csp/v16s2/3493.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2007.

PROGRAMA DAS NAÇÕE UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO - PNUD; INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS APLICADAS - IPEA; FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO - FJP. Atlas do Desenvolvimento Humano, 2003. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/atlas/>. Acesso em: 10 fev. 2008.

SCAVAZZA, J. L. Diferenças socioeconômicas das regiões de Minas Gerais. In: Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2003. (Banco de Conhecimento e Estudos Temáticos).

SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE DE MINA GERAIS - SESMG. Plano Diretor de Regionalização - PDR/MG, 2006. Disponível em: <http://www.saude.mg.gov.br/politicas_de_saude/plano-diretor-de-regionalizacao>. Acesso em: 10 jan. 2008.

SILVEIRA, A. C. O controle da doença de Chagas nos países do Cone Sul da América: história de uma iniciativa internacional 1991/2001. Organização PanAmericana de Saúde, p. 15-43, 2002. Disponível em: <http://www.paho.org/Spanish/AD/DPC/CD/dch-historia-incosur.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2007.

VINHAES, M. C.; DIAS, J. C. P. Doença de Chagas no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 16, p. 7-12, 2000. Suplemento 2. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csp/v16s2/3480.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2007.

ANEXO 1

Atividade de pesquisa entomológica por municípios em Minas Gerais -Brasil, 01/01/2007 a 31/12/2007

Localidades Unidades domiciliares

Município

Exi

sten

tes

Pes

quis

adas

Índi

ce d

e pe

squ

isa

(%)

Pos

itiv

as

Índi

ce d

e di

sper

são

(%)

Pes

quis

adas

Pos

itiv

as

Índi

ce d

ein

fest

ação

(%)

Berizal 26 12 46,2 3 25,0 325 5 1,5

Bocaiúva 213 72 33,8 35 48,6 1799 121 6,7Bonito de Minas 90 26 28,9 12 46,2 805 23 2,9

Botumirim 93 22 23,7 2 9,1 376 5 1,3Brasília de Minas 125 19 15,2 18 94,7 644 149 23,1

Buritizeiro 119 55 46,2 23 41,8 1652 66 4,0

XV Encontro Nacional de Geógrafos“O espaço não pára. Por uma AGB em movimento”

20 a 26 julho de 2008 / São Paulo - SP

Page 13: A doença de Chagas e a distribuição espacial de triatomíneos no norte de Minas Gerais

Campo Azul 31 22 71,0 19 86,4 418 85 20,3

Capitão Eneas 66 21 31,8 20 95,2 398 125 31,4

Catuti 23 12 52,2 12 100,0 656 179 27,3

Claro dos Poções 76 8 10,5 2 25,0 236 2 0,8

continua

continuação

MunicípioE

xist

ente

s

Pes

quis

adas

Índi

ce d

e pe

squ

isa

(%)

Pos

itiv

as

Índi

ce d

e di

sper

são

(%)

Pes

quis

adas

Pos

itiv

as

Índi

ce d

e in

fest

ação

(%

)

Cônego Marinho 59 25 42,4 17 68,0 791 86 10,9

Engenheiro Navarro 49 18 36,7 15 83,3 399 82 20,6

Coração de Jesus 197 61 31,0 43 70,5 1244 233 18,7

Cristalia

Curral de Dentro 30 22 73,3 0 0,0 292 0 0,0

Espinosa 133 49 36,8 48 98,0 2647 764 28,9

Francisco Dumont 54 10 18,5 2 20,0 172 3 1,7

Francisco Sá 208 45 21,6 30 66,7 1191 176 14,8

Fruta de Leite 67 7 10,4 3 42,9 79 6 7,6

Gameleiras 32 15 46,9 14 93,3 888 238 26,8

Glaucilândia 38 37 97,4 27 73,0 839 76 9,1

Grão Mogol 122 37 30,3 0 0,0 831 0 0,0

Guaraciama 37 13 35,1 11 84,6 417 48 11,5

Ibiai 57 7 12,3 6 85,7 98 22 22,4Ibiracatu 53 27 50,9 25 92,6 699 153 21,9

Icaraí de Minas 59 33 55,9 32 97,0 1125 327 29,1

Indaiabira 59 26 44,1 3 11,5 817 3 0,4

Itacambira 112 22 19,6 1 4,5 200 1 0,5Itacarambi 49 23 46,9 16 69,6 1041 73 7,0

Jaiba 85 22 25,9 15 68,2 788 166 21,1

Janauba 113 27 23,9 26 96,3 1636 223 13,6Januária 339 70 20,6 47 67,1 2141 234 10,9

Japonvar 70 37 52,9 35 94,6 1224 152 12,4

Jequitai 79 32 40,5 22 68,8 525 59 11,2

Joaquim Felicio 45 21 46,7 18 85,7 302 59 19,5

Josenópolis 32 12 37,5 3 25,0 281 5 1,8

JuramentoJuvenilia 41 3 7,3 2 66,7 73 36 49,3

Lagoa dos Patos 39 14 35,9 10 71,4 114 16 14,0

Lassance 67 26 38,8 14 53,8 750 30 4,0Lontra 48 32 66,7 29 90,6 680 122 17,9

Luislândia 41 13 31,7 12 92,3 444 63 14,2Mamonas 57 30 52,6 25 83,3 996 129 13,0Manga 96 48 50,0 38 79,2 1934 408 21,1

Matias Cardoso 61 36 59,0 23 63,9 1087 79 7,3

Mato Verde 60 26 43,3 25 96,2 909 339 37,3Mirabela 61 50 82,0 23 46,0 1070 57 5,3

Miravania 35 12 34,3 11 91,7 203 97 47,8

Montalvania 80 39 48,8 36 92,3 1022 334 32,7

Monte Azul 121 77 63,6 61 79,2 2424 684 28,2

XV Encontro Nacional de Geógrafos“O espaço não pára. Por uma AGB em movimento”

20 a 26 julho de 2008 / São Paulo - SP

Page 14: A doença de Chagas e a distribuição espacial de triatomíneos no norte de Minas Gerais

Montes Claros 531 142 26,7 87 61,3 4304 337 7,8

Montezuma 44 27 61,4 2 7,4 688 3 0,4

Ninheira

Nova Porteirinha 15 10 66,7 3 30,0 334 8 2,4

continua

continuação

Município

Exi

sten

tes

Pes

quis

adas

Índi

ce d

epe

squ

isa

(%)

Pos

itiv

as

Índi

ce d

e di

sper

são

(%)

Pes

quis

adas

Pos

itiv

as

Índi

ce d

e in

fest

ação

(%

)

Novorizonte 40 20 50,0 2 10,0 507 2 0,4

Olhos D'água 72 19 26,4 6 31,6 378 7 1,9

Padre Carvalho 37 26 70,3 0 0,0 553 0 0,0

Pai Pedro 34 20 58,8 18 90,0 826 226 27,4Patis 52 28 53,8 21 75,0 731 105 14,4

Pedras de Maria da Cruz 57 29 50,9 23 79,3 724 83 11,5

Pintópolis 56 23 41,1 17 73,9 733 95 13,0

Pirapora 34 15 44,1 13 86,7 950 64 6,7

Ponto Chic 27 25 92,6 25 100,0 501 107 21,4

Porteirinha 189 40 21,2 40 100,0 1854 983 53,0

Riacho dos Machados 94 13 13,8 6 46,2 194 23 11,9

Rio Pardo de Minas 181 90 49,7 6 6,7 2828 7 0,2

Rubelita 93 29 31,2 17 58,6 741 67 9,0

Salinas 229 69 30,1 49 71,0 1414 287 20,3

Santa Cruz de Salinas 42 15 35,7 10 66,7 502 24 4,8

Santo Antônio do Retiro 49 27 55,1 7 25,9 1053 10 0,9São Francisco 303 163 53,8 148 90,8 4648 1333 28,7

São João da Lagoa 55 28 50,9 5 17,9 718 7 1,0São João da Ponte 169 98 58,0 89 90,8 3220 1076 33,4

São João das Missões 62 35 56,5 33 94,3 953 331 34,7

São João do Pacui 31 20 64,5 20 100,0 447 139 31,1

São João do Paraiso 127 92 72,4 29 31,5 3781 63 1,7São Romão 58 15 25,9 3 20,0 129 12 9,3

Serranópolis de Minas 45 30 66,7 25 83,3 873 335 38,4

Taiobeiras 68 44 64,7 18 40,9 1125 67 6,0Ubai 71 33 46,5 31 93,9 954 259 27,1

Urucuia 70 13 18,6 4 30,8 265 11 4,2

Vargem Grande do Rio Pardo 22 8 36,4 1 12,5 540 1 0,2

Várzea da Palma 98 54 55,1 38 70,4 1626 216 13,3Varzelândia 110 55 50,0 51 92,7 1884 363 19,3

Verdelândia 55 2 3,6 2 100,0 81 9 11,1

Fonte: Ministério da Saúde - Fundação Nacional de Saúde - Programa de Controle da Doença de Chagas (PCDCh) Diretorias de ações em saúde de Pirapora, Montes Claros e Januária, 2007.

Elaborado por: BATISTA, P. H.

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