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ASPECTOS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO - FOLHA MIR-372 - ROSÁRIO OESTE – MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização de Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-VG-US-MT-035

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ASPECTOS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO - FOLHA MIR-372 - ROSÁRIO OESTE – MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização de Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-VG-US-MT-035

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PLANO DA OBRA

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

Parte 1: Consolidação de Dados Secundários

Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas

Parte 3: Integração Temática

Parte 4: Consolidação das Unidades

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Governo do Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral - SEPLAN Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

ASPECTOS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO FOLHA MIR-372 - ROSÁRIO OESTE – MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização de Informações Temáticas

NÍVEL COMPILATÓRIO

MARCO ANTONIO VILLARINHO GOMES MARIO VITAL DOS SANTOS

CUIABÁ

FEVEREIRO, 2001

CNEC – Engenharia S.A.

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GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO

Dante Martins de Oliveira

VICE-GOVERNADOR

José Rogério Salles

SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

Guilherme Frederico de Moura Müller

SUB SECRETÁRIO

João José de Amorim

GERENTE ESTADUAL DO PRODEAGRO

Mário Ney de Oliveira Teixeira

COORDENADORA DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Márcia Silva Pereira Rivera

MONITOR TÉCNICO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO

Wagner de Oliveira Filippetti

ADMINISTRADOR TÉCNICO DO PNUD

Arnaldo Alves Souza Neto

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EQUIPE TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E SUPERVISÃO DA SEPLAN

Coordenadora do Módulo Biótico/Uso do Solo LUZIA IVO DE ALMEIDA ARIMA (Geógrafa)

Coordenadora do Módulo Sócio-Econômico/ Jurídico-Institucional MARILDE BRITO LIMA (Economista)

Coordenadora do Módulo Cartografia/Geoprocessamento LIGIA CAMARGO MADRUGA (Engª Cartógrafa)

Supervisores de Tema

DALILA VARGAS OLIVARES SIFUENTE (Geógrafa) LIGIA CAMARGO MADRUGA (Enga. Cartógrafa) LUZIA IVO DE ALMEIDA ARIMA (Geógrafa) JOÃO BENEDITO PEREIRA LEITE SOBRINHO (Engo Agrônomo) MARIA APARECIDA CERCI DE PAIVA (Enga. Agrônoma)

Consultor PNUD para o Módulo Biótico/ Uso do Solo RICARDO RIBEIRO RODRIGUES (Biólogo/Botânico)

Consultor PNUD para o Módulo Sócio-Econômico/ Jurídico Institucional SÉRGIO ADÃO SIMIÃO (Engo. Agronômo)

Consultor PNUD para Geoprocessamento/ Banco de Dados EMÍLIO CARLOS BOCHÍLIA (Analista de Organização,

Sistemas e Métodos de Informações – OIM)

Supervisão do Banco de Dados GIOVANNI LEÃO ORMOND (Administrador de Banco de

Dados) VICENTE DIAS FILHO (Analista de Sistema)

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EQUIPE TÉCNICA DE EXECUÇÃO

CNEC - Engenharia S.A.

GERÊNCIA E COORDENAÇÃO

LUIZ MÁRIO TORTORELLO (Gerente do Projeto)

KALIL A. A. FARRAN (Coordenador Técnico)

MARCO A. V. GOMES (Coordenador Técnico do Meio Sócio-Econômico/Jurídico Institucional)

MÁRIO VITAL DOS SANTOS (Coordenador Técnico do Meio Físico-Biótico)

MARIA MADDALENA RÉ (Coordenadora de Uso e Ocupação do Solo)

EQUIPE TÉCNICA DE CAMPO

ADRIANA ROZZA (Engª Agrônoma)

FRANCISCO O. DE CARVALHO (Estagiário)

GÉZA ARBOCZ (Engº Agrônomo)

LAURA CRISTINA FEINDT URREJOLA (Geógrafa)

LUÍS CARLOS BERNACCI (Biólogo)

MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa)

MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa)

MARTA CAMARGO DE ASSIS (Bióloga)

MÔNICA TAKAKO SHIMABUKURO (Bióloga)

NATÁLIA M. IVANAUSKAS (Engª Agrônoma)

PAULA PINTO GUEDES (Bióloga)

RENATO GOLDENBERG (Engº Agrônomo)

RUBENS ANTÔNIO ALVES BARRETO (Engº Florestal)

SALVADOR RIBEIRO FILHO (Engº Florestal)

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EQUIPE TÉCNICA DE FOTOINTERPRETAÇÃO

LAURA CRISTINA FEINDT URREJOLA (Geógrafa)

MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa)

MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa)

PAULA PINTO GUEDES (Bióloga)

RUBENS ANTÔNIO ALVES BARRETO (Engº Florestal)

EQUIPE TÉCNICA DE GABINETE

DENISE TONELLO (Arquiteta)

EDUARDO CECONELO (Eng.º Civil)

FRANCISCO O. DE CARVALHO (Estagiário)

MADALENA LÓS (Bióloga)

MARCELO DE PAULA FERREIRA (Arquiteto)

MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa)

MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa)

PAULA PINTO GUEDES (Bióloga)

PENÉLOPE LOPES (Arquiteta)

VERA MÁRCIA ARRIGHI (Arquiteta)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 001

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS ESPECÍFICOS À FOLHA ROSÁRIO OESTE 003

2.1. DOCUMENTAÇÃO 003

2.2. INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS 003

2.3. TRABALHOS DE CAMPO 005

2.4. INTEGRAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS 007

3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO 007

3.1. FORMAÇÕES VEGETAIS 007

3.1.1. Formações Savânicas e Campestres 007

3.1.1.1. Sd - Savana Florestada (Cerradão) 007

3.1.1.2. Sa - Savana Arborizada (Cerrado) 008

3.1.1.3. Saf - Savana Arborizada com Floresta-de-Galeria 009

3.1.1.4. Sp - Savana Parque (Campo Cerrado) 009

3.1.1.5. Spf – Savana Parque com Floresta-de-Galeria 009

3.1.1.6. Sgi – Savana Gramíneo-Lenhosa (campos úmidos) 010

3.1.1.7. Sgr – Savana Gramíneo-Lenhosa 010

3.1.1.8. Sav / Spv – Formação de Savana Arborizada/Savana Parque associada a vertentes, com encraves de Formações Florestais em grotões de drenagem. 010

3.1.2. Formações Ripárias 011

3.1.2.1. Fj - Formação Justafluvial 011

3.1.2.2. Fa - Floresta Aluvial 012

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3.1.3. Formações Florestais 012

3.1.3.1. Fe - Floresta Estacional 012

3.1.4. Formações de Contatos 013

3.1.4.1. FeS - Contato Floresta Estacional / Savana 013

3.1.5. Formações Antrópicas 014

3.1.5.1. Fr - Floresta Remanescente 014

3.1.5.2. Fs - Formação Secundária 014

3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 014

3.2.1. Características da Ocupação 014

3.2.2. Usos Agropecuários 018

3.2.2.1. Ap – Uso Agropecuário em Pequenas Propriedades 018

3.2.2.2. Aga - Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Culturas Anuais 021

3.2.2.3. Agp – Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Pastagens 021

3.2.3. Aq - Áreas de Queimada 022

3.2.4. U - Usos Urbanos 022

3.2.5. Pu - Usos Peri-Urbanos 022

3.2.6. Ui - Uso Antrópico em Terras Indígenas 022

3.2.7. Ua - Uso Antrópico em Unidades de Conservação 023

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4. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO ASSOCIADAS ÀS FORMAÇÕES VEGETAIS E AO USO DO SOLO 023

4.1. FEIÇÃO DE PAISAGEM - CHAPADA E PLANALTO DOS PARECIS 027

4.2. FEIÇÃO DE PAISAGEM – PLANALTO DE TAPIRAPUÃ OCORRENDO NO CONTATO FLORESTA ESTACIONAL / SAVANA. 028

4.3. FEIÇÃO DE PAISAGEM - DEPRESSÃO DO ALTO PARAGUAI 029

4.4. FEIÇÃO DE PAISAGEM - PROVÍNCIA SERRANA 030

4.5. FEIÇÃO DE PAISAGEM – DEPRESSÃO CUIABANA 031

5. BIBLIOGRAFIA 033

ANEXOS

ANEXO I - RELAÇÃO DAS FICHAS DE CAMPO CAMPANHA DE FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

ANEXO II – RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM E FORMAÇÕES VEGETAIS

ANEXO III - ÁREA DAS FORMAÇÕES VEGETAIS E USO DO SOLO POR MUNICÍPIO

ANEXO IV - FOTOGRAFIAS

ANEXO V – FOLHA ROSÁRIO OESTE

A001 FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO– MIR 372

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LISTA DE QUADROS

001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS 004

002 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 3. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) 019

003 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 4. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) 019

004 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 11. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) 020

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LISTA DE FIGURAS

001 LOCALIZAÇÃO DA FOLHA ROSÁRIO OESTE NO ESTADO 002

002 LOCALIZAÇÃO DAS CAMPANHAS DE CAMPO 006

003 DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E ELEMENTOS DE INFRA-ESTRUTURA 016

004 PRINCIPAIS FEIÇÕES DE PAISAGEM 026

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1. INTRODUÇÃO

A presente Memória Técnica refere-se aos trabalhos de mapeamento das Formações Vegetais/Uso e Ocupação do Solo executados na Folha Rosário Oeste – MIR-372 (SD.21-Z-A) compreendida no Estado de Mato Grosso. A Folha mapeada situa-se na porção centro-sul do Estado, entre os paralelos 14o00’ e 15o00’ de latitude sul e os meridianos 55o30’e 57o00’ de longitude oeste de Greenwich (Figura 001).

A Folha MIR-372 abrange parte do divisor de águas entre a Bacia Amazônica, drenada pelo Rio Arinos, e a Bacia Platina, drenada pelos rios Paraguai e Cuiabá, divisor este que corresponde ao conjunto serrano que cruza diagonalmente o território. A norte do complexo de serras, a área é compreendida no Planalto e Chapada dos Parecis; a sul e sudeste, nas depressões Cuiabana e do Alto Paraguai.

A Folha MIR-372 compreende parcial ou totalmente os municípios de Rosário Oeste, Acorizal, Alto Paraguai, Arenápolis, Chapada dos Guimarães, Denise, Diamantino, Nobres, Nortelândia, Nova Brasilândia, Nova Marilândia, Nova Mutum, Santo Afonso, Barra do Bugres e pequena parcela de Tangará da Serra. É cruzada por importantes eixos viários de ligação norte-sul e leste-oeste no contexto regional do Estado.

É região de ocupação antiga, ligada as atividades de mineração e de pecuária, ressaltando-se as atividades agrícolas tecnificadas (produção de grãos) desenvolvidas mais recentemente na Chapada dos Parecis. A infra-estrutura viária é desenvolvida, sendo presentes inúmeros núcleos urbanos.

Estão compreendidas neste território a Terra Indígena Estação Pareci e parte das Terras Indígenas Umutina e Santana. A porção leste do território está parcialmente incluída no Distrito Agro-Ecológico de Praia Rica e na Área de Proteção Ambiental Cabeceiras do Rio Cuiabá.

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050 100 200 300 km

ESCALA : gráfica

Figura 001

Fonte: CNEC Engenharia, 2000

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSOE ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃOD O Z O N E A M E N T O S Ó C I O - E C O N Ô M I C O - E C O L Ó G I C O

Localização da Folha Mir 372 no Estado

63°00'

63°00'

61°30'

61°30'

60°00'

60°00'

58°30'

58°30'

57°00'

57°00'

55°30'

55°30'

54°

54°00'

52°30'

52°30'

51°00'

51°00'

7°7°

8°8°

9°9°

10°10°

11°11°

12°12°

13°13°

14°14°

15°15°

16°16°

17°17°

18°

19°

18°

19°

49°30'

49°30'

SC 20 XA

SC 20 XC

SC 20 ZA SC 20 ZB SC 21 YA SC 21 YB SC 21 ZA SC 21 ZB SC 22 YA SC 22 YB

SC 20 ZD SC 21 YC SC 21 YD SC 21 ZC SC 21 ZD SC 22 YC SC 22 YD

SD 20 XB SD 21 VB SD 21 XA SD 21 XB SD 22 VA SD 22 VB SD 22 XA

SD 20 XD SD 21 VC SD 21 VD SD 21 XC SD 21 XD SD 22 VC SD 22 VD SD 22 XC

SD 20 ZB SD 21 YA SD 21 YB SD 21 ZA SD 21 ZB SD 22 YA SD 22 YB SD 22 ZA

SD 20 ZD SD 21 YC SD 21 YD SD 21 ZC SD 21 ZD SD 22 YC

SE 20 XB SE 21 VA SE 21 VB SE 21 XA SE 21 XB SE 22 VA SE 22 VB

SE 21 XD

SE 22 YA

SC 20 XD SC 21 VC

SC 20 XB SC 21 VA

SC 21 VD SC 21 XC SC 21 XD SC 22 VC SC 22 VD SC 22 XC

246245244

270

295 296

316

336

353

369

385

401 402 403

417 418 419 420

433

404 405 406 407

386 387 388

NN 00 NN

000

389 390 391

370 371 372 373 374 376

354 355 356 357 358 359 360

337 338 339 340 341 342 343

317 318 319 320 321 322 323

297 298 299 300 301 302 303

271 272 273 274 275 276 277 278

SC 22 ZA

SC 22 ZC

SD 21 VA

SE 22 VC

SD 22 YD

SE 21 VD SE 21 XC

247

SC 21 VB

220

SB 21 YD

375

CONVENÇÕES ADOTADAS

Código da Base Cartográfica

Localização da Folha no Estado

Código MIR

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2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS ESPECÍFICOS À FOLHA ROSÁRIO OESTE

A metodologia geral que norteou os trabalhos de mapeamento das Formações Vegetais/Uso e Ocupação do Solo, na escala 1:250.000, encontra-se detalhada no Relatório DSEE-VG/US-RT-001 “Uso e Ocupação do Solo e Formações Vegetais - Aspectos Gerais: Procedimentos Metodológicos e Atividades Realizadas, onde são tratados os aspectos gerais do trabalho, tais como: dados secundários utilizados; procedimentos metodológicos seguidos no decorrer dos trabalhos; critérios de interpretação utilizados na identificação dos padrões das imagens; procedimentos específicos às diversas campanhas de campo; correlação de dados secundários e relativos a outros setores de estudo relacionados ao tema.

2.1. DOCUMENTAÇÃO

Os trabalhos de cunho regional utilizados, que abrangem a Folha Rosário Oeste, referem-se a:

− Projeto RADAMBRASIL Folha SD.21 Cuiabá, escala 1:1.000.000, 1982.

− Na delimitação dos padrões de uso e ocupação e das formações vegetais, abrangendo totalmente a área da Folha, foram utilizadas as imagens de satélite LANDSAT TM5 226/70 (13/08/94) e 227/70 (08/11/94), composição colorida, bandas 3, 4 e 5; para definição de padrões duvidosos (nuvens, queimadas) foi também consultado o mosaico de RADAR SD.21ZA (Projeto RADAMBRASIL), todos na escala 1:250.000.

− Devido a defasagem temporal entre as imagens interpretadas (1994) e o estágio atual dos trabalhos, foi consultada a Folha Rosário Oeste do Trabalho – Mapa da Dinâmica de Desmatamento do Estado de Mato Grosso (1999, 1:250.000), elaborado pela FEMA – Fundação Estadual do Meio Ambiente. Na Folha Temática foram demarcadas as áreas desmatadas entre esta data e 1997 (imagem mais recente interpretada pela FEMA).

2.2. INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS

A interpretação das imagens de satélite seguiu aos procedimentos gerais explicitados no Relatório DSEE-VG/US-RT-001. De maneira geral, os processos de mapeamento foram realizados a partir de extensivos levantamentos florísticos e fitofisionômicos da vegetação e verificações do uso do solo em campo, aliados a fotointerpretação analógica de imagens de satélite Landsat TM 5.

Após a conclusão dos trabalhos comparou-se os resultados obtidos ao mapeamento realizado pelo Projeto RADAMBRASIL, verificando-se que, de modo geral, as principais alterações em relação a este são advindas da escala mais aproximada dos trabalhos e da redução do estado de conservação da vegetação, dada pela intensificação dos processos de antropização ocorridos na região nos últimos anos.

A principal alteração refere-se a áreas consideradas como Contato Savana / Floresta Estacional (RADAM) no Planalto e Chapada dos Parecis que foram, neste mapeamento,

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consideradas Savana Florestada com pequena participação (oeste) do Contato Floresta Estacional / Savana, remanescente entre áreas de uso.

Foram mapeados 15 padrões relativos às formações vegetais e 3 padrões característicos de áreas antropizadas. Estes padrões foram, em situações específicas, correlacionados constituindo legenda composta. A legenda definida pelos padrões das imagens, corroborada pelas informações de campo é apresentada no Quadro 001, a seguir. QUADRO 001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS

LEGENDA PADRÃO DA IMAGEM OBSERVAÇÕES FORMAÇÕES VEGETAIS

Sd – Savana Florestada Tons de verde médio a rugoso. Ocorre de forma expressiva na porção norte, em relevo de interflúvios muito amplos a amplos; localmente, a leste e oeste, em relevo dissecado.

Sa - Savana Arborizada Saf – Savana Arborizada com Floresta de Galeria

Tons de verde claro a marrom claro, com textura rugosa; quando presentes formações ciliares, alinhamentos verde escuro ao longo das drenagens.

Ocorre em toda a Folha MIR-372, como formação vegetal predominante.

Sp – Savana Parque Spf – Savana Parque com Floresta de Galeria

Tons de marrom claro a rosa claro; alinhamentos verde escuro ao longo das drenagens.

Presente no topo tabular da Serra Santa Rita, na porção centro/leste e a sudeste, também em topos planos de relevo dissecado.

Sgi – Savana Gramíneo-Lenhosa (campos úmidos)

Tons de verde escuro com textura lisa. Ocorrência associada a Floresta de Galeria.

Sgr – Savana Gramíneo-Lenhosa (Campos com Afloramentos Rochosos)

Tons de bege a rosa claro rugoso. Ocorre a leste da Folha MIR-372.

Sav / Spv– Formação de Savana Arborizada / Savana Parque associada a vertentes, com encraves de formações florestais em grotões de drenagem.

Tons de marrom escuro mosqueados de verde claro muito rugoso.

Ocorrem nas encostas dos relevos dissecados.

Fj – Formação Justafluvial Tons de verde escuro. Ocorre ao longo de algumas drenagens. Fa – Floresta Aluvial Tons de verde escuro. Ocorre nas principais planícies fluviais. Fe – Floresta Estacional Tons de verde escuro mosqueados de preto. Ocorre a sudoeste do encarte. FeS – Contato Floresta Estacional / Savana

Tons de verde escuro a médio com manchas marrons a rosa.

Ocorre nas meias encostas e sopé das serras, com maior expressão na porção oeste da Folha MIR-372.

Fr – Floresta Remanescente Tons de verde escuro. Ocorrência entre áreas de ocupação, a noroeste.

Fs – Formação Secundária Tons de verde claro, textura lisa. Ocorrência expressiva, na região de Nortelândia.

USOS DO SOLO Ap – Uso Agropecuário em pequenas propriedades

Padrão recortado em tons que variam de rosa claro, marrom claro a esverdeado, a verde médio.

Ocorrência expressiva na porção centro-oeste (região de Arenápolis e Diamantino).

Aga – Uso Agropecuário em médias e grandes propriedades com predomínio de Culturas Anuais

Tons de rosa a lilás claro, mosqueado de verde escuro. Culturas de cana apresentam tons de verde claro a rosa claro, geométrico.

Ocorre na porção centro-norte e oeste da Folha MIR-372, na Chapada dos Parecis e bacia do Alto Paraguai.

Agp – Uso Agropecuário em médias e grandes propriedades com predomínio de Pastagens

Tons de rosa escuro mosqueado de verde claro e verde escuro.

Ocorrência esparsa em toda a Folha MIR-372.

Aq – Área de Queimada Tons de marrom a preto. Manchas disseminadas por toda a Folha MIR-372.

M – Extrativismo Mineral Tons de branco a rosa claro mosqueados seguindo as drenagens.

Presentes nas porções centro/oeste e leste da Folha.

U – Usos Urbanos Tons de rosa claro com alinhamentos esbranquiçados.

Diamantino e Alto Paraguai no centro da Folha MIR-372; Nortelândia, Arenápolis a oeste.; Nobres, Rosário Oeste no centro-sul.

Pu – Usos Peri-Urbanos Tons de cinza. Ocorre próximo aos núcleos urbanos. Ui – Uso Antrópico em Terra Indígena

Tom de rosa, textura lisa. Ocorre nas Chapada dos Parecis.

Ua – Uso Antrópico em Unidades de Conservação

Tom rosa com formas geométricas regulares. Ocorre na APA Cabeceira do Rio Cuiaba.

FONTE: CNEC, 1997.

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Na ocorrência de formações savânicas, diferentes tipologias encontram-se associadas em manchas não mapeáveis na escala do trabalho, tendo sido agrupadas em legendas compostas, onde o primeiro componente é dominante. Áreas de ocupação também aparecem entremeadas por remanescentes de formações florestais e savânicas ainda em áreas naturais, ocorrem áreas de uso com dimensões não mapeáveis na escala de trabalho

2.3. TRABALHOS DE CAMPO

A Folha Rosário Oeste foi coberta pelas seguintes Campanhas de Campo, cujos roteiros são esquematizados na Figura 002:

− 02 campanhas relativas ao levantamento dos padrões de uso e das formações vegetais, realizadas nos meses de maio (parte do Roteiro 5) e maio-junho (parte do Roteiro 9) de 1997. Foram relevados os padrões de uso e das formações vegetais ao longo dos percursos, tendo sido amostrados, para definição dos padrões, 47 pontos, apresentados no Anexo I e locados na Folha Temática (Pontos 01 a 47). A porção leste da Folha MIR-372 teve cobertura de campo deficitária.

− 02 campanhas relativas à vegetação: a expedição Diamantino – Nobres, realizada no período de 16 a 26/05/97 e a Expedição Nova Brasilândia - Planalto da Serra, realizada no período de 05 a 13/10/97, quando foi realizada coleta de material botânico nos pontos 01 a 25 (expedição Diamantino-Nobres) e nos pontos 26 a 29 (expedição Nova Brasilândia - Planalto da Serra).

− A Pesquisa Sócio-Econômica-Agronômica realizou entrevistas que possibilitaram a qualificação das atividades e do perfil do produtor.

Os pontos de coleta e amostragem, espacializados na Folha Temática, são descritos nos relatórios técnicos consolidados, específicos aos temas.

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V.1

V.2

V.3V.4

V.5

V.6V.7

V.8

V.9

V.10

V.11

V.12

V.13V.14

V.15 V.16V.17V.18

V.19

V.20

V.21V.22V.23

V.24

V.25

V.26V.27

V.28V.29

NovaMarilândia

NortelândiaArená-polis

SantoAfonso

Denise

Barra doBugres

CapãoVerde

Lavouras

Nobres

AltoParaguai

Diamantino

RosárioOeste

Coqueiral

14 00'o

57 00'o 56 00'o 55 30'o

15 00'o

ESCALA : 1:1.500.000

Figura 002

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSOE ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃOD O Z O N E A M E N T O S Ó C I O - E C O N Ô M I C O - E C O L Ó G I C O

Campanhas de CampoFolha Rosário Oeste - SD. 21-Z-AMir 372

Uso do Solo / Vegetação:

Roteiro 5

Roteiro 9

Vegetação:

V.1 a V.29

CAMPANHAS DE CAMPO

CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS

Limite Municipal

Limite Estadual

Sede Municipal

Distrito e/ou Localidade

Viário Principal

Hidrografia/Lago

Unidade de Conservação

Área Indígena

Fonte: CNEC Engenharia, 2000

010 20 40 60 km

MIR 372

Rio

VÁgua

erde

MT

010

BR 364

BR

163

R

io Novo

Porto dosGaúchos

M

T 240

Rio Cuiabá

Rio Manso

Ri oo

sdo Caval sMt 244

MT

010

MT

160

Rio

Paraguai

MT

343

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2.4. INTEGRAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS

Como descrito na Metodologia Geral (Relatório DSEE-VG/US-RT-001), na interpretação preliminar e no acompanhamento das campanhas de campo foram utilizados dados de outros setores de estudo relacionados ao tema em tela, notadamente no que diz respeito aos aspectos de solos, formas do relevo, padrões da ocupação, presença de equipamentos de infra-estrutura.

Após as campanhas de campo e a revisão do mapeamento preliminar dos padrões de uso e das formações vegetais, foi realizado trabalho de sistematização das informações de outros temas, necessárias à compreensão dos processos de ocupação e à descrição das formações vegetais presentes na região. Os dados primários utilizados para o processo de correlação referem-se essencialmente às observações de campo; aos levantamentos florísticos, fitossociológicos e faunísticos; aos resultados da pesquisa Sócio-Econômica-Agronômica; aos relatórios temáticos de Geologia, Geomorfologia e Solos específicos à Folha MIR-372. A correlação dos dados permitiu a definição da legenda dos padrões que constam da Folha Formações Vegetais/Uso e Ocupação do Solo – MIR-372.

3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO

3.1. FORMAÇÕES VEGETAIS

3.1.1. Formações Savânicas e Campestres

3.1.1.1. Sd - Savana Florestada (Cerradão)

É a expressão florestal das formações savânicas, que se desenvolve sobre solos profundos e de média fertilidade, freqüentemente podzólicos e latossolos. As árvores que constituem o dossel possuem troncos geralmente grossos, com espesso ritidoma porém sem a marcante tortuosidade geralmente observada nas savanas. A estratificação é simples e o componente arbóreo é perenifólio, atingindo altura em torno de 15m, podendo chegar a 18m. Não há um estrato arbustivo nítido e o estrato graminoso esparso é entremeado de espécies lenhosas de pequeno porte. Tem composição florística diversificada, contendo espécies das expressões mais abertas das savanas, que assumem hábito arbóreo, e da Floresta Estacional, raramente presentes em outras formações savânicas. Epífitas são raras. É também denominada “Cerradão” ou “Savana Arbórea Densa”.

São características do estrato superior espécies como: sucupira-branca (Pterodon pubescens), sucupira-preta (Bowdichia virgilioides), jatobá (Hymenaea courbaril), tingui (Magonia pubescens), pau-terra (Qualea sp), pau-santo (Kielmeyera coriacea), pau-de-sobre (Emmotum nitens), jacarandás (Machaerium sp e Dalbergia sp).

Esta formação ocorre em extensas áreas a norte e nordeste. Também ocorre em meio à Savana Arborizada, conforme evidenciado em estudos de campo. Próximo a Marzagão, em área com predomínio de Savanas Arborizadas, verifica-se Savana Florestada com dossel muito alto, em torno de 20m, com sinais de corte seletivo.

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Outra área amostrada corresponde à porção oeste, no município de Alto Paraguai. Nesta localidade, esta formação ocorre em contato com área alagável, tendo-se observado várias espécies do gênero Bauhinia, popularmente denominadas pata-de-vaca, dedaleira (Lafoensia pacari), jacarandá (Machaerium sp), Peixotoa sp, louro (Cordia sp), fedegoso (Senna sp), saca-rolha (Helicteres pentandra), Melochia sp, Calliandra sp, além de herbáceas e subarbustivas como Galactia sp, de vistosas flores vermelhas, trevo, (Oxalis sp), erva-cravo (Hyptis sp) e a urticante Cnidoscolus sp

3.1.1.2. Sa - Savana Arborizada (Cerrado)

Corresponde à formação savânica propriamente dita, caracterizando-se pelo aspecto xeromorfo do componente arbustivo-arbóreo e pelo expressivo estrato herbáceo, onde predominam gramíneas cespitosas (que formam touceiras). Variações fisionômicas e estruturais, decorrentes de características pedológicas diferenciadas e de perturbações antropogênicas expressam-se pela distribuição espacial irregular de indivíduos, ora com adensamento do estrato arbustivo-arbóreo, ora com predomínio do componente herbáceo. A altura varia entre 2 e 7m. Apresenta, como característica marcante, estrato arbóreo composto de exemplares de troncos e galhos retorcidos, casca espessa e folhas grandes, muitas vezes coriáceas.

Constitui uma formação vegetal relativamente aberta, geralmente manejada com fogo, podendo representar feições alteradas de Savanas Florestadas, submetidas a pressões antrópicas.

É denominada em sentido amplo de “Cerrado”. Ocorre sobre vários tipos de solos, mais freqüentemente em latossolos álicos, mas também em solos podzólicos, concrecionários e Areias Quartzosas.

É a formação savânica que predomina na Folha MIR-372, presente de forma expressiva a leste, sudeste e na região centro/sudoeste.

Entre Diamantino e Nobres as seguintes espécies são encontradas em formações que se desenvolvem sobre solo pedregoso e terreno íngreme: colher-de-vaqueiro (Salvertia convallariaeodora), pau-terra (Qualea sp), além de saca-rolha (Helicteres sp), pau-santo (Kielmeyera coriacea), lixinha (Davilla sp), lobeira (Solanum lycocarpum), gritadeira (Palicourea rigida), bromeliáceas rupestres do gênero Dychia e diversas espécies de gramíneas. Em alguns sítios há ainda o predomínio de lixeira (Curatella americana), jatobá (Hymenaea sp), às vezes faveira (Dimorphandra mollis) e tucum (Bactris sp). Em Savana Arborizada situada próximo ao Córrego Pirapitanga, ainda no município de Diamantino, verifica-se o predomínio aparente de imbiruçu (Eriotheca sp), marmelo (Alibertia edulis), pau-terra (Qualea grandiflora), sucupira (Pterodon emarginatus), onde vegetam ainda a carobinha-de-cerrado (Jacaranda rufa), de vistosas flores roxas e espécimes escandentes da família Malpighiacea, do gênero Banisteriopsis.

Esta formação, em solo arenoso, apresenta mais comumente espécies como a mandioqueira (Didymopanax sp), cambará (Vochysia sp), camboatá (Matayba sp) e, no estrato herbáceo, a bromeliácea Ananas ananassoides, entre ciperáceas tipo capim-estrela (Rhynchospora sp) e gramíneas.

Já em sítios com afloramento rochoso predominam pequenos arbustos e ervas, com formação semelhante a campo rupestre, mas com flora correspondente à das savanas, destacando-se copaíba (Copaifera sp), pequizeiro (Caryocar brasiliensis), pimenteira (Xylopia aromatica), entre outras. Embora pouco comum, cabe ressaltar a presença de cactáceas do gênero Cereus. Este tipo de formação foi observada na crista da Serra da Caixa Furada.

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Na crista da Serra da Bocaina, também sobre afloramentos rochosos, destacam-se cambará (Vochysia sp), pau-terra (Qualea sp), colher-de-vaqueiro (Salvertia convallariaeodora), folha-de-castanha (Ouratea sp), araticum (Annona coriacea), verificando-se, portanto, grande variação na composição florística e na estrutura desta formação que se desenvolve em diversos tipos de substrato.

3.1.1.3. Saf - Savana Arborizada com Floresta de Galeria

Esse padrão é constituído pela fisionomia da Savana Arborizada associada a Formações Ripárias. Porém, devido às pequenas extensões, não é possível sua individualização através de mapeamento, na escala do trabalho.

Estas Formações Ripárias formam faixas ao longo das margens dos rios e córregos onde ocorrem espécies como: ingás (Inga sp), figueiras (Ficus sp), pinha-do-brejo (Talauma ovata), pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata). Ao lado destas essências tipicamente ripárias, ocorrem ainda elementos estacionais, uma vez que estas formações não estão submetidas ao estresse hídrico verificado no ambiente savânico. Por constituírem faixas contínuas que se destacam na paisagem de formações abertas, recebem a denominação de Florestas de Galeria ou Florestas Ciliares.

Presente na maior parte da Folha MIR-372.

3.1.1.4. Sp - Savana Parque (Campo Cerrado)

Nesta formação, prevalece o componente herbáceo e arbustivo, com indivíduos arbóreos presentes de forma esparsa, compondo uma das expressões campestres das savanas, denominada também “Campo Cerrado”. É encontrada sob diversas condições, desde planícies de inundação até topos ou encostas pedregosas, podendo ter origem natural, decorrente das condições do substrato, ou ser resultante de ação antrópica, pelo manejo anual de queimadas para uso agropecuário.

Embora prevaleçam gramíneas no estrato herbáceo, são também freqüentes espécies de compostas e de leguminosas sendo, portanto, a composição florística bastante diversificada. Já os componentes arbustivos e arborescentes (altura entre 1 a 2 metros) constituídos de plantas características da Savana Arborizada, são pobres em espécies. Alguns dos representantes lenhosos são: cajuzinho (Anacardium humile), araticum (Annona coriacea), faveira (Dimorphandra mollis), marmelo (Alibertia sp), lobeira (Solanum lycocarpum), colher-de-vaqueiro (Salvertia convallariaeodora).

Formação pouco freqüente na Folha MIR-372, tendo-se verificado sua ocorrência no topo da Serra Santa Rita e entre as Serras do Morro Selado e Azul, a leste da Folha. Está presente ainda, associada a Savanas Arborizadas nesta porção da Folha.

3.1.1.5. Spf – Savana Parque com Floresta-de-Galeria

Esse padrão representa áreas de Savanas Parque onde Formações Ripárias estão presentes porém, devido às pequenas extensões, não é possível sua individualização através de mapeamento, realizado na escala do trabalho.

Estas Formações Ripárias formam faixas ao longo das margens dos rios e córregos onde ocorrem espécies como: ingás (Inga sp), figueiras (Ficus sp), pinha-do-brejo (Talauma ovata), pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata). Ao lado destas essências tipicamente ripárias, ocorrem ainda elementos estacionais junto as regiões marginais menos atingidas pela presença de água. Por constituírem faixas contínuas que se destacam na paisagem de formações abertas, recebem a denominação de Florestas de Galeria ou Florestas Ciliares.

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De modo geral, esta formação ocorre associada a Florestas de Galeria.

3.1.1.6. Sgi – Savana Gramíneo-Lenhosa(campos úmidos)

Corresponde à vegetação presente em áreas deprimidas, sobre solos hidromórficos, onde o lençol freático aflora ou é muito superficial, geralmente em localidades caracterizadas por nascentes, lagoas, corixos e riachos. Caracteriza-se pela presença de flora hidrófila, isto é, que se desenvolve em ambientes úmidos. Também denominada de “Campos Úmidos”.

Desenvolve-se também sobre afloramentos rochosos ou solos muito rasos, freqüentemente com camada de laterita superficial, podendo-se encontrar campos úmidos onde a rocha é superficial, em topos de morros testemunhos e em alguns platôs em torno de buritizais e Florestas de Galeria.

No período chuvoso, estes campos permanecem encharcados, impedindo o crescimento de vegetação arbóreo-arbustiva. Assim, a vegetação apresenta apenas estrato herbáceo, sendo as espécies encontradas extremamente seletivas. São muito freqüentes as ciperáceas, gramíneas, além de outras herbáceas como cruz-de-malta (Ludwigia sp), Xyris sp, jalapa (Mandevilla sp), bem como minúsculas plantas “carnívoras” do gênero Utricularia.

Localmente podem apresentar relevo constituído de pequenas elevações que favorecem a presença de arbustos e arvoretas. Neste caso, recebem a denominação de “Campos de Monchões” ou “Campos de Murunduns”.

3.1.1.7. Sgr – Savana Gramíneo-Lenhosa

São os “campos em afloramentos rochosos”, áreas recobertas por formações campestres de Savana sobre afloramentos em solos litólicos. Apresentam freqüentemente coloração avermelhada no imageamento em virtude da reflectância dos solos.

Nas base de rochas, onde existe acúmulo de solo, algumas pequenas árvores se desenvolvem como vinhático (Plathymenia reticulata), perdiz (Simarouba versicolor), guatambu-do-cerrado (Aspidosperma macrocarpon), entre outras. Entre as rochas predominam arbustos e subarbustos, como canela-de-ema (Vellozia sp), Microlicia sp, murici (Byrsonima sp), fruta-de-pomba (Erythroxylum sp), Mimosa sp, uma espécies de palmeira acaule do gênero Syagrus.

Bromeliáceas de pequeno porte vegetam entre as rochas e outras espécies herbáceas ocorrem em pequenas extensões, onde encontram condições para se estabelecer. Por ocasião das chuvas, podem se formar pequenos campos úmidos decorrentes do lento escoamento das águas. Neste locais é comum a ocorrência de Xyris sp, peninha (Chamaecrista sp), ciperáceas, compostas, malváceas, entre outras.

Ocorre a leste da Folha MIR-372 nas vertentes da Serra Azul, associada a Savanas e Matas de Grotão.

3.1.1.8. Sav / Spv – Formação de Savana Arborizada / Savana Parque Associada a Vertentes, com Encraves de Formações Florestais em Grotões de drenagem.

Ocorrem em vertentes íngremes, às vezes com afloramentos rochosos. A Savana Parque geralmente predomina na porção superior. Na meia encosta, a formação dominante é Savana Arborizada com diversos níveis de biomassa. Em locais mais encaixados da vertente –“grotões”, em associação a pequenos cursos d’água, a menor a exposição ao sol e a elevada umidade favorecem o desenvolvimento de florestas fisionomicamente semelhantes às Estacionais, denominadas “Matas de Grotões”. Estas ocorrem em pequenas áreas

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descontínuas, formando mosaico, não sendo possível seu mapeamento como unidades fisionomicas distintas, nessa escala de trabalho.

Entre as espécies observadas nas “Matas de Grotão” associadas às escarpas de planalto estão: gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), tapiriri (Tapirira guianensis), ipê (Tabebuia sp), guatambú (Aspidosperma sp), canela (Ocotea sp), figueira (Ficus sp), Clusia sp, pindaíba (Xilopia sp), entre outras.

Presente de maneira expressiva na Folha MIR-372, nas encostas das serras que constituem a Província Serrana, onde as formações florestais que se desenvolvem nas vertentes mais protegidas e mais úmidas, alternam-se com savanas, que caracterizam as vertentes mais expostas.

3.1.2. Formações Ripárias

3.1.2.1. Fj - Formação Justafluvial

Compreende diversas formas de vegetação associadas a cursos d’água, que recebem distintas denominações, de acordo com suas peculiaridades, reflexo das condições do substrato onde se desenvolvem: “Veredas”, “Matas de Brejo”, “Floresta de Galeria” ou “Floresta Ciliar”.

Em domínio de Savanas, estas formações começam, em geral, em pequenos brejos ou nascedouros de ribeirões, sob a forma de alamedas de buritis (Mauritia flexuosa), formando “Veredas”. Ao longo dos cursos d’água, as veredas vão progressivamente adquirindo outras espécies de árvores, dentre as quais citam-se ingá (Inga uruguensis), copaíba (Copaifera langsdorffii), tapiriri (Tapirira guianensis), congonha (Ilex sp), mulungu (Erythrina aff. mulungu), encorpando e passando a constituir faixas que margeiam as linhas de drenagem. Adquirem caráter peculiar, por se destacar na paisagem caracterizada por formações abertas e xeromorfas, e recebem a denominação de “Floresta de Galeria” ou “Floresta Ciliar”. Por vezes, passam gradualmente a ocupar as “rampas” do interflúvio, em uma transição para as formações adjacentes. Quando estas florestas se fundem no interflúvio, considera-se o fim da área nuclear do Domínio das Savanas.

Em sítios com impedimentos de drenagem formam-se matas paludosas denominadas “Matas de Brejo”, onde predominam espécies hidrófilas, como olandi (Calophyllum brasiliensis) e leiteiro (Sapium sp), pindaíba (Xylopia emarginata) e buritirama (Maurtiella armata).

Quando em domínio florestal, as Formações Justafluviais apresentam-se bem desenvolvidas , com estrutura semelhante à das florestas com as quais se associam, sendo de difícil discriminação no mapeamento. Possuem composição florística particular, sendo encontradas, além de essências da flora do interflúvio, as seguintes espécies arbóreas: cambará (Vochysia cf. divergens), anani (Symphonia globulifera), jequitibá-vermelho (Cariniana rubra), novateiros (Triplaris sp), olandi (Calophyllum brasiliense), leiteiro (Sapium sp) e sangra-d’água (Croton cf. urucurana) entre outras. No domínio da Floresta Ombrófila ou em regiões de contato desta, é característica a presença de sororoca (Phenakospermum guianense), como dominante no subosque.

Presente em associação com savanas, em praticamente toda a região abrangida pela Folha MIR-372, porém em dimensões não mapeáveis e, portanto, associada à legenda das formações dominantes, conforme assinalado anteriormente. Ocorrências expressivas destas formações são observadas ao longo dos Rios Claro, dos Bugres, Pari e Cuiabá e em diversos córregos.

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3.1.2.2. Fa - Floresta Aluvial

Ocorre seletivamente em solos aluviais, em planícies de inundação sazonal dos rios. Apresenta elementos botânicos estacionais e ombrófilos, predominando estes ou aqueles, de acordo com o domínio em que se insere. Sua composição florística, contudo, é relativamente distinta e menos diversa em relação às formações florestais de interflúvios, devido às restrições decorrentes do substrato periodicamente encharcado. Verificam-se espécies seletivas higrófilas, dentre as quais destacam-se: ingás (Inga sp), jenipapo (Genipa americana), olandi (Calophyllum brasiliensis), e leiteiro (Sapium sp). As palmeiras são boas indicadoras do tipo e das condições hídricas do solo, uma vez que maripá (Attalea maripa), bacuri (Attalea phalerata) e bacaba (Oenocarpus sp) dominam nas planícies aluviais. Em grotas e outros sítios de maior umidade ocorrem ainda paxiúbas (Iriartea sp) e palmiteiro (Euterpe precatoria). O baixo potencial madeireiro, a impossibilidade de exploração agrícola e a ausência de fogo, colocam este tipo de vegetação, de modo geral, em situação privilegiada em relação à sua preservação.

Presente ao longo de cursos d’água de forma esparsa na Folha MIR-372, às vezes em pequenas extensões não mapeáveis, como por exemplo, próximo a Marzagão, onde coletas florísticas evidenciaram, entre outras espécies, açoita-cavalo (Luehea candicans), pata-de-vaca (Bauhinia sp), leiteiro (Sebastiania sp), saca-rolha (Helicteres sp), Siparuna sp, espinheira (Sorocea sp), Cochlospermum sp, entre outras.

3.1.3. Formações Florestais

3.1.3.1. Floresta Estacional

Formação pluriestratificada, apresentando dossel de 25-30m de altura, com emergentes. Tem ocorrência associada à estacionalidade climática e a solos geralmente mais férteis do que aqueles observados sob as savanas. A maior relação com a estacionalidade ocorre na região centro/sul do Estado, onde o período seco varia entre 3 a 5 meses (maio a agosto). Na região norte esta formação está relacionada aos relevos mais dissecados onde ocorrem afloramentos rochosos e portanto solos mais rasos com menor disponibilidade de água. Apresenta grande complexidade estrutural e elevada biomassa, constituindo comunidades bastante diversas. Lianas e epífitas são freqüentes. São características, entre outras, as seguintes espécies: cedro (Cedrela fissilis), guatambu e peroba (Aspidosperma sp), cabreúva (Myroxylon peruiferum), paineira (Chorisia speciosa), mamica (Zanthoxylum riedelianum) e pau-jangada (Apeiba tibourbou).

Esta floresta é denominada semidecidual ou decidual dependendo da densidade menor (até 50%, geralmente em torno de 20%) ou maior (acima de 50%) de espécies decíduas, respectivamente. Dentre as árvores que perdem total ou parcialmente as folhas no período desfavorável destacam-se: ipês (Tabebuia roseo-alba, T. serratifolia, T. impetiginosa), guatambus e perobas (Aspidosperma sp), embiruçus (Pseudobombax longiflorum e P. tomentosum), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), angicos (Anadenanthera macrocarpa e A falcata), e aroeira-preta (Myracrodruon urundeuva).

Há também ocorrência de palmeiras como inajá (Attalea maripa), bocaiuva (Acrocomia sclerocarpa) e babaçu (Orbignia speciosa), esta última muito favorecida com as queimadas.

Embora as Florestas Estacionais da região apresentem perturbações de origem antrópica, espécies de valor comercial como peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron), cedro (Cedrela fissilis), garapa (Apuleia leiocarpa), ocorrem como emergentes, com altura acima de 25m. O dossel é contínuo, alcançando 18m, constituído de paineira (Chorisia. speciosa),

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guatambu (Aspidosperma cylindrocarpum), cerejeira (Amburana cearensis), monjoleiro (Acacia polyphylla), pau-jangada (Apeiba tibourbou), entre outras.

Abaixo do estrato superior encontra-se outro, com árvores e arvoretas entre 4m e 8m de altura. Além de exemplares juvenis de espécies dos estratos superiores, ocorrem limoeiro-do-mato (Siparuna guianensis), Metrodorea cf. flavida, tucum (Bactris sp), lagarteiro (Casearia sylvestris), cortiça (Dugetia cf. furfuracea), entre outras.

Estudos fitossociológicos realizados em Floresta Estacional apontam densidade de 660 indivíduos por hectare e altura máxima de 28m, sendo mais importantes as seguintes espécies: guatambu (A. cylindrocarpum) e uma espécie não identificada, ambas com elevado número de indivíduos de grande porte, e garapa (Apeiba leiocarpa), mandioqueira (Didymopanax morototoni) e jatobá (Hymenaea courbaril), que ocorrem com freqüência relativamente baixa, porém com exemplares de grande porte. A diversidade encontrada foi considerada elevada para florestas tropicais.

3.1.4. Formações de Contatos

3.1.4.1. FeS - Contato Floresta Estacional / Savana

Corresponde a uma formação de transição, onde os tipos de vegetação se alternam em padrão de mosaico, mantendo sua identidade. A transição ocorre principalmente entre a Floresta Estacional e a Savana Florestada. Podem ser citadas as seguintes espécies características: mandiocão (Didymopanax morototoni), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), maricá (Physocalymma scaberrimum), cumaru (Dipteryx sp), tarumaí (Rhamnidium elaeocarpus).

Fisionomicamente apresenta-se como uma formação mais aberta que a Floresta Estacional, com menor quantidade de epífitas e lianas e com estratificação menos complexa. O dossel apresenta distintos graus de deciduidade, dependendo das espécies prevalecentes.

Presente no Planalto de Tapirapuã, em grande parte substituído por pastagens.

Na região próxima a Diamantino estas formações de transição são caracterizadas, especialmente nas bordas, por canudeiro (Mabea fistulifera), limoeiro-do-mato (Siparuna cf. guianensis), papagaio (Aegiphila sp), copaíba (Copaifera langsdorfii), pimenteira (Xylopia aromatica), mandioqueira (Didymopanax sp), benjoeiro (Styrax sp), Miconia sp, entre outras.

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3.1.5. Formações Antropizadas

3.1.5.1. Fr - Floresta Remanescente

Ocorre em áreas intensamente ocupadas, onde Florestas Remanescentes estão presentes, porém com sinais de perturbações, notadamente relacionadas com a retirada seletiva de madeira. Apesar de manter elementos da floresta primária, apresentam-se com composição florística empobrecida e estrutura alterada, com redução da altura dossel, que se apresenta descontínuo e irregular. Nesta matas, espécies de valor madeireiro tornaram-se escassas.

Presente a oeste da Folha MIR-372 em fragmentos junto a áreas de uso antrópico e savanas.

3.1.5.2. Fs - Formação Secundária

Remanescente de floresta que, devido às perturbações causadas por retirada seletiva de madeiras, abertura de clareira e efeitos de borda, não apresenta características originais de estrutura, tendo altura menor, dossel irregular e raras emergentes. A composição florística é empobrecida em relação à floresta original, prevalecendo espécies secundárias e de baixo valor econômico. Geralmente apresenta pequenas extensões e encontra-se em áreas antropizadas.

Enquanto nas florestas preservadas, as lianas tem uma ocorrência discreta, nas Formações Secundárias as perturbações favorecem seu estabelecimento nas bordas, clareiras e interior, formando cortinas e colunas sobre as árvores. Entre as lianas mais comuns encontram-se representantes das famílias Bignoniaceae, Malpighiaceae, Sapindaceae, Mimosaceae, Caesalpiniaceae, Curcubitaceae, Vitaceae, Dioscoriaceae, Apocynaceae e Convolvulaceae, entre outras.

Esta formação ocorre em pequenas áreas esparsas a oeste da Folha MIR-372, sendo mais expressiva a norte.

3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

3.2.1. Aspectos Gerais: Ocupação e Estruturação do Território

A Folha MIR-372 abrange, total ou parcialmente, território dos municípios de Nobres, Rosário Oeste, Alto Paraguai, Nortelândia, Arenápolis, Diamantino, Denise, Chapada dos Guimarães, Nova Marilândia, Nova Mutum, Barra do Bugres; sendo que os municípios de Nova Brasilândia, Acorizal, Santo Afonso e Tangará da Serra têm pequena parcela de seu território compreendida nesta Folha (Figura 003).

As sedes municipais presentes correspondem a Nobres, Rosário Oeste, Diamantino, Nortelândia, Arenápolis, Alto Paraguai. Ocorrem ainda os distritos Arruda e Marzagão (município de Rosário Oeste); Lavouras (Alto Paraguai); Praia Rica (Chapada dos Guimarães).

A Folha MIR-372 é cruzada, no sentido norte-sul, pela rodovia BR-163, asfaltada, que liga a região a Cuiabá (MIR-388) e que interliga-se a norte às regiões centro-norte do Estado e ao Estado do Pará (Santarém). Lindeiras à rodovia situam-se as cidades de Rosário Oeste e Nobres.

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A este importante eixo viário conectam-se rodovias que dão acesso a zonas de ocupação nas porções ocidentais e orientais do território. A oeste, a BR-364 percorre a cimeira da Chapada dos Parecis, propiciando acesso a zonas de uso agrícola; a esta rodovia interligam-se a MT-343 e MT-240 que propiciam acesso a Arenápolis, Diamantino e Santo Afonso (MIR-371); a MT-409 acessa Alto Paraguai e segue em direção sudoeste, conectando-se à MT-160; esta rodovia, orientada sul-norte, liga Bauxi (MIR-388) a Arenápolis e Nova Marilândia, demandando a Chapada dos Parecis, conectando-se à BR-364.

A MT-010 também conecta-se à BR-364, acessando áreas de uso a norte e São José do Rio Claro (MIR-356). Arenápolis é ainda interligada a Denise (MIR-371) pela rodovia MT-343, asfaltada. Em Rosário Oeste, a MT-406 também conecta-se à BR-163, demandando Bauxi.

Na região leste a rodovia MT-010 conecta-se à BR-163 em Rosário Oeste e segue para sul, interligando-se a Acorizal e a Cuiabá (MIR-388); a MT-241 conecta-se à BR-163 em Nobres, orientada para leste; acessa o distrito Marzagão e propicia ligação com Planalto da Serra e Nova Brasilândia (MIR-373); a MT-240, orientada para nordeste, acessa a localidade Rio Novo, cruza a Terra Indígena Santana e conecta-se à MT-140 (MIR-373).

Na extremidade leste da Folha MIR-372, a MT-351, de traçado aproximadamente N-S, interliga Cuiabá à MT-240, conectada às rodovias MT-244 e MT-241, esta em correspondência ao distrito Marzagão.

As diferentes características do ambiente físico e fatores locacionais, principalmente decorrentes do importante eixo de ligação viária constituído pela rodovia BR-163, condicionaram diferentes situações de ocupação, com predomínio da pecuária extensiva de corte, em pastagens naturais e plantadas, estas formadas após a derrubada e queima dos cerrados.

A porção oeste do território caracteriza-se pela presença da agricultura de grãos e cana, em lavouras modernas, com grande utilização de insumos e mecanização, associada às áreas aplanadas da Chapada dos Parecis e de setores da Depressão do Alto Paraguai.

São também presentes bolsões de pequenas propriedades, na porção centro-oeste da Folha MIR-372 (região de Arenápolis e Nortelândia), em parte associadas a projetos de assentamento.

Destacam-se ainda atividades de extrativismo mineral, que foram fator importante no processo de ocupação deste território.

A região é polarizada por Cuiabá e Várzea Grande (MIR-388), relativamente próximas à área e de fácil acessibilidade pelo eixo da BR-163. O desenvolvimento condicionado pela expansão agrícola na Chapada e Planalto dos Parecis propiciou a expansão de alguns núcleos urbanos de apoio a estas atividades; por outro lado, o declínio das atividades de extrativismo mineral, nesta última década, determinou a decadência de núcleos urbanos tradicionais.

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NovaMarilândia

NortelândiaArená-polis

SantoAfonso

Denise

Barra doBugres

CapãoVerde

Lavouras

Nobres

AltoParaguai

Diamantino

RosárioOeste

Coqueiral

14 00'o

57 00'o 56 00'o 55 30'o

15 00'o

CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS

Limite Municipal

Limite Estadual

Sede Municipal

Distrito e/ou Localidade

Viário Principal

Hidrografia/Lago

Unidade de Conservação

Terra Indígena

MUNICÍPIOS

01. Nortelândia02. Arenápolis03. Diamantino04. Nobres05. Alto Paraguai06. Rosário Oeste07. Nova Mutum08. Chapada dos Guimarães09. Denise10. Nova Marilândia11. Nova Brasilândia12. Santo Afonso13. Barra do Bugres14. Acorizal

TERRAS INDÍGENAS

. Estação Rondon01

. Umutina02

. Santana03

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

. Distrito Agro-Ecológico Praia Rica01

. APA da Chapada dos Guimarães02

ESCALA : 1:1.500.000

Figura 003

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSOE ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃOD O Z O N E A M E N T O S Ó C I O - E C O N Ô M I C O - E C O L Ó G I C O

Divisão Político-Administrativa e Elementos de Infra EstruturaFolha Rosário Oeste - SD. 21-Z-AMir 372

Fonte: CNEC Engenharia, 2000

05

07

07

08

09

10

11

12

13

14

06

01

02

03

04

0303

0202

0202

01

01

010 20 40 60 km

MIR 372

Rio

VÁgua

erde

MT

010

BR 364

BR

163

R

io Novo

Porto dosGaúchos

M

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Rio Cuiabá

Rio Manso

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sdo Caval sMt 244

MT

010

MT

160

Rio

Paraguai

MT

343

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A cidade de Nobres, lindeira à BR-163, caracteriza-se pela presença e diversificação de equipamentos de apoio e serviço. O município não tem expressão nas atividades agropecuárias, distinguindo-se sua economia na extração e beneficiamento mineral, destacando-se a produção de cimento e de calcário dolomítico para fins agrícolas.

Diamantino, assentada lindeira à principal ligação entre a BR-163 e a Chapada dos Parecis, tem sua estrutura produtiva baseada na agricultura moderna de grãos, associada à pecuária, esta conduzida com manejos diferenciados; sua economia está também vinculada às atividades minerárias. É centro urbano de polarização regional, razoavelmente equipado quanto às funções comerciais e de serviço, ressaltando-se a presença de infra-estruturas de apoio às atividades agro-industriais.

Nortelândia é município que foi desmembrado de Diamantino em 1953. O início do povoado ocorreu em 1937, pelas atividades de garimpo. A pecuária extensiva é a principal atividade econômica, após o declínio da mineração. Duas fazendas ocupam cerca de 65% da área do município predominando, no restante, pequenas e médias propriedades. Arenápolis é praticamente conurbada a Nortelândia, separada desta pelo Rio Santana; é município criado em 1953, desmembrado de Barra do Bugres. Também apresenta equipamentos urbanos que a tornam centro de apoio regional.

Nova Marilândia, emancipada em 1991, situa-se próxima a estes dois núcleos urbanos e constitui centro de apoio local; Rosário Oeste (1861) assentada lindeira à BR-163, tem funções urbanas de atendimento regional.

Alto Paraguai surgiu como apoio às atividades mineradoras; criado município em 1953 encontra-se hoje decadente após o esgotamentos destes recursos, pois as condições pedológicas do município limitam os usos agropecuários.

No território, são presentes as glebas de assentamento do INCRA Rio Manso e Forquilha do Rio Manso (município de Rosário Oeste); Bojuí (Diamantino); parte da Gleba Quilombo (Chapada dos Guimarães), Capão Verde e Tira Sentido (Alto Paraguai); Coqueiral/Quebó e Serragem (Nobres); Cabeça de Boi e Dos Orlandos (Nortelândia).

A alta potencialidade de calcário dolomítico para utilização na agropecuária, como corretivo do solo e na construção civil está relacionada à Formação Araras, nas serras do Tira Sentido, Vira Saia, do Tombador, da Caixa Furada, da Cancela e Morro Selado. A cidade de Nobres centraliza as atividades de beneficiamento deste material.

As áreas legalmente protegidas delimitadas na Folha MIR-372 correspondem a: Terra Indígena Estação Pareci, lindeira à BR-364, na extremidade noroeste da Folha; parte das Terras Indígenas Santana e Umutina, respectivamente nas extremidades nordeste e sudoeste; extremidade setentrional das Áreas de Proteção Ambiental Chapada dos Guimarães e do Rio Cuiabá e do Distrito Agro-Ecológico de Praia Rica.

A Terra Indígena Estação Pareci tem superfície de 3.674 ha, com uma população de 42 pessoas do povo Pareci. Assenta lindeira à rodovia BR-364, no município de Diamantino; no imageamento, a área é parcialmente ocupada por áreas agrícolas, em ambiente de savana, com presença de Formações Justafluviais bastante expressivas.

A Terra Indígena Santana tem superfície total de 35.068 ha, compreendida no Município de Nobres, habitada por uma população de 183 pessoas do povo Bakairi. Delimitada pelo Rio Novo (bacia do Arinos), apresenta predomínio de Savana Florestada. É cruzada pela MT-240, sendo que a localidade Rio Novo situa-se lindeira à rodovia, limítrofe à terra indígena.

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A Terra Indígena Umutina tem superfície total de 27.646 ha, no município de Barra do Bugres; tem uma população de 280 pessoas de diferentes povos – Pareci, Umutina, Nambikwara, Kayabi Terena e Irantxe. O trecho presente na Folha MIR-372 situa-se em ambiente de Contato entre a Floresta Estacional e a Savana, às margens do Rio Paraguai, ladeado por áreas de uso agrícola (cana).

O Distrito Agro-Ecológico de Praia Rica e a Área de Proteção Ambiental do Rio Cuiabá constituem um contínuo de áreas protegidas na extremidade centro-norte da Folha MIR-372, nos municípios de Nobres, Nova Mutum e Nova Brasilândia. Estas áreas protegidas ocupam relevos serranos (Serras de Cuiabá, do Morro Selado, Santa Rita, Azul), em ambientes onde predominam formações de Savana Parque e Arborizada. São presentes, nestas áreas, usos agropecuários descontínuos e, localmente, atividades de mineração.

Pequena parcela da Área de Proteção Ambiental Chapada dos Guimarães é também compreendida na extremidade meridional da Folha MIR-372.

3.2.2. Usos Agropecuários

A descrição dos padrões de uso ocorrentes neste território está baseada no mapeamento resultante da interpretação das imagens de satélite, e dos resultados dos levantamentos efetuados através das campanhas de campo; sua caracterização é, ainda, baseada na Pesquisa Sócio-Econômica Agronômica, realizada junto aos estabelecimentos rurais do Estado. Os resultados desta pesquisa referem-se aos sistemas de produção agropecuária característicos de 13 Regiões Homogêneas, delimitadas com base em critérios explicitados no Relatório Técnico DSEE-VG/US-RT–002.

Do conjunto de sistemas de produção agropecuária detectados em cada uma destas Regiões Homogêneas, foram correlacionados, nesta caracterização, os sistemas predominantes quanto à expressão em termos de área ocupada pelas atividades agropecuárias e quanto à expressão representada pelo número de estabelecimentos pesquisados.

O território da Folha MIR-372 insere-se em três Regiões Homogêneas: AHP 4, correspondendo à maior parte do território; AHP 3 na porção norte e centro-norte da Folha, nos municípios de Diamantino e Nova Mutum; AHP 11 a sudoeste, no município de Denise. Estas regiões são mais abrangentes que o território mapeado, o que faz com que os dados selecionados pressuponham um grau de generalização, apenas parcialmente corrigido pelas observações das campanhas de campo e pela interpretação da imagem de satélite.

3.2.2.1. Ap - Uso Agropecuário em Pequenas Propriedades

Padrão de mapeamento caracterizado pelo predomínio da pecuária e secundariamente pela agricultura (mandioca, feijão, milho, arroz, café, banana). Esta tipologia de uso ocorre numa extensa mancha contínua na porção centro-oeste da Folha, no entorno de Nortelândia, Nova Marilândia e de forma menos significativa, na região de Rosário Oeste.

Esta tipologia de ocupação caracteriza-se por um conjunto diversificado de sistemas de produção (Quadro 003), onde predominam estabelecimentos com pecuária de média tecnologia, associada a produtores familiares e empresariais de pequeno porte econômico; são também presentes estabelecimentos com manejos de baixa tecnologia, associados ao produtor familiar de pequeno porte econômico.

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QUADRO 002 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 3. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%)

Padrão de Uso Principais Sistemas de Produção *¹ Participação em

Número (%) *² Participação em

Área (%) *² Ap Pecuária de média tecnologia

Produtor familiar de pequeno porte econômico • --

Agricultura de alta tecnologia Produtor familiar de pequeno porte econômico

• --

Aga Agricultura de alta tecnologia Produtor empresarial de muito grande porte econômico

• • • • • • •

Agricultura de alta tecnologia Produtor familiar de muito grande porte econômico

• •

Agricultura de alta tecnologia Produtor familiar de grande porte econômico

• • • • •

Agricultura de alta tecnologia Produtor empresarial/familiar de muito grande porte econômico

• •

Agp Pecuária de média tecnologia Produtor empresarial de grande porte econômico

-- •

FONTE: CNEC, 1997. (*¹) A metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEE-VG-US-RT-002). (*²)intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir

QUADRO 003 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 4. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%)

Padrão de Uso Principais Sistemas de Produção *¹

Participação em Número

(%) *²

Participação em Área (%) *²

Ap Pecuária de média tecnologia Produtor familiar de pequeno porte econômico

• • •

Pecuária de tecnologia rudimentar Produtor empresarial de pequeno porte econômico

• •

Pecuária de média tecnologia Produtor empresarial de pequeno porte econômico

• •

Pecuária de baixa tecnologia Produtor empresarial de pequeno porte econômico

• --

Pecuária de baixa tecnologia Produtor familiar de pequeno porte econômico

• • --

Agricultura de baixa tecnologia Produtor familiar de pequeno porte econômico

• --

Agricultura de média tecnologia Produtor familiar de pequeno porte econômico

• --

Agp Pecuária de média tecnologia Produtor empresarial de médio porte econômico

• • • •

Pecuária de média tecnologia Produtor empresarial de grande porte econômico

-- • • •

Pecuária de baixa tecnologia Produtor empresarial de grande porte econômico

-- • •

FONTE: CNEC, 1997. (*¹) A metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEE-VG-US-RT-002). (*²)intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir

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QUADRO 004 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 11. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%)

Padrão de Uso Principais Sistemas de Produção *¹ Participação em

Número (%)*² Participação em

Área (%)*² Ap Pecuária de média tecnologia

Produtor empresarial de pequeno porte econômico • • • •

Pecuária de baixa tecnologia Produtor familiar de pequeno porte econômico

• • • --

Pecuária de média tecnologia Produtor familiar de pequeno porte econômico

• • --

Aga Agricultura de alta tecnologia Produtor empresarial de muito grande porte econômico

• • •

Agp Pecuária de média tecnologia Produtor empresarial de médio porte econômico

• • • • • • •

Pecuária de média tecnologia Produtor empresarial de grande porte econômico

-- • • •

Pecuária de média tecnologia Produtor familiar de médio porte econômico

-- •

(*¹) A metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEE-VG-US-RT-002). (*²)intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir Percentual, em número, do sistema de produção no total dos estabelecimentos pesquisados:

Percentual, em área, do sistema de produção em relação ao total de área dos estabelecimentos pesquisados:

-- menor que 5% -- menor que 5% • de 5% a 10% • de 5% a 10%

• • de 10,1 a 15% • • de 10,1 a 15% • • • de 15,1 a 20% • • • de 15,1 a 20%

• • • • maior que 20% • • • • maior que 20% FONTE: CNEC, 1997.

As principais características dos sistemas de produção predominantes na Folha MIR-372, obtidas na Pesquisa Sócio-Econômica-Agronômica e constantes dos Quadros 002, 003 e 004, são:

− Nos estabelecimentos de pecuária com manejo rudimentar, há utilização das pastagens naturais, com pequena aplicação de capital e baixo padrão zootécnico do rebanho;

− A pecuária, quando de baixa tecnologia, caracteriza-se pela utilização de pastagens naturais ou plantadas, com rebanhos de baixo padrão zootécnico. O manejo incorpora pequena aplicação de capital, podendo haver melhorias quanto ao uso de insumos e preparação das terras;

− Na agricultura de baixa tecnologia, a atividade é marcada pela força de tração manual, eventualmente complementada pela tração animal. Há uma baixa utilização de insumos, denotada pela qualidade das sementes e pelo nível de utilização de fertilizantes químicos e de calcário, com pequena aplicação de capital no manejo, melhoramento e conservação das terras e lavouras;

− Quando de média tecnologia, a atividade pecuária é marcada pela presença de pastagens plantadas, sendo que as atividades, de forma geral, incorporam o uso de insumos e melhor padrão zootécnico do rebanho. Caracteriza-se pela média aplicação de capital nas técnicas de manejo, melhoramento e conservação das terras e pastagens;

− A agricultura de alta tecnologia é realizada com práticas que refletem um alto nível tecnológico, marcado pela força de tração mecânica. Caracteriza-se pela alta aplicação de capital nas técnicas de manejo, melhoramento e conservação

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do solo e das lavouras, com um alto uso de insumos, denotado pela qualidade das sementes e pelo nível de utilização de fertilizantes químicos e de calcário. A gestão destes empreendimentos é de caráter empresarial, com a atividade produtiva realizada por empregados permanentes contratados, eventualmente complementadas por empregados temporários;

− Nas gestões onde o caráter é familiar, a maior parte da força de trabalho é fornecida pelos familiares do produtor, eventualmente complementada por empregados permanentes ou temporários. Nos sistemas onde a gestão é empresarial, a maior parte da força de trabalho é contratada, constituída por empregados permanentes, eventualmente complementada por empregados temporários;

− Em todos os sistemas associados a estas categorias de uso, os estabelecimentos de pequeno rendimento econômico têm receitas anuais médias inferiores a R$ 15.000,00. Nos estabelecimentos de porte econômico médio, a receita anual situa-se entre R$ 15.000,00 e 60.000,00; entre R$ 60.000,00 e 300.000,00 nos de grande porte econômico; é superior a R$ 300.000,00 nos de muito grande porte econômico (valores de dezembro de 1996).

3.2.2.2. Aga - Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Culturas Anuais

Padrão com presença expressiva na Chapada dos Parecis (Aga 3 e Aga 4), e no quadrante sudoeste da Folha MIR-372 (Aga 11), com diferentes características de manejo e produção. Nas Regiões Homogêneas AHP 3 e AHP 4, caracteriza-se pelo predomínio da agricultura mecanizada (soja, milho, girassol, algodão), correspondendo a diversos sistemas de produção, com estabelecimentos com agricultura de alta tecnologia associados a produtores empresariais e familiares de muito grande porte econômico (Quadro 002). Ocorre de forma extensiva, com uma grande alteração do território, nos municípios de Diamantino e Nova Mutum, Nortelândia e Nova Marilândia, com pequena expressão no município de Alto Paraguai. Não é padrão predominante de uso na Região Homogênea AHP 4, mas tem participação neste território, extensão desta tipologia de uso das Regiões Homogêneas AHP 3 e AHP 11.

Na Região Homogênea AHP 11, o uso agrícola é mais fragmentado, sendo presente a cultura da cana no município de Denise, estando associada (Quadro 004) ao produtor empresarial de muito grande porte.

3.2.2.3. Agp - Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Pastagens

Padrão de mapeamento caracterizado pelo predomínio de pastagens, sendo inexpressiva a participação de culturas; é padrão predominante no território mapeado, destacando-se a participação de grandes e médios estabelecimentos, com grande diversidade de manejos.

Na Região Homogênea AHP 4, que ocupa a maior parte do território mapeado, este padrão de uso tem expressão significativa, caracterizado por um conjunto diversificado de sistemas de produção (Quadro 003), onde predominam estabelecimentos com pecuária de média e baixa tecnologia, associados a produtores empresariais de médio e grande porte econômico. Na área mapeada, este padrão de uso é também associado a estabelecimentos rurais com baixo grau de exploração. A grande diversificação de manejos é decorrência da diversidade de ambientes presentes neste território, que abarca complexos serranos e as depressões Cuiabana e do Alto Paraguai. Esta ocupação ocorre de forma descontínua, em

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ambientes savânicos, permanecendo, entre as áreas de uso, extensos remanescentes destas formações campestres, geralmente pastejadas.

Na Região Homogênea AHP 3, este padrão de uso também corresponde a diversos sistemas de produção (Quadro 002); tem entretanto pequena participação no território mapeado, correspondendo a estabelecimentos de dimensões médias.

Na Região Homogênea AHP 11 (Quadro 004), corresponde a grandes e médias propriedades no município de Denise, no quadrante sudoeste da Folha, num padrão de ocupação extensiva.

3.2.3 Aq - Áreas Queimadas

Áreas de queimada de extensões variadas foram mapeadas nas regiões norte e noroeste da MIR-372. As queimadas são freqüentemente utilizadas no Estado de Mato Grosso para a abertura de áreas com vegetação natural (desmatamento) e como sistema de manejo de pastagens durante a estação seca.

3.2.4. M – Extrativismo Mineral

Encontra-se aqui delimitado o Distrito Diamantífero/Aurífero de Alto Paraguai, que engloba as cidades de Diamantino, Nortelândia, Arenápolis, Santo Afonso e Alto Paraguai, no quadrante noroeste da folha. Ocorrem diversos garimpos de diamante e ouro, espacialmente concentrados nas bacias hidrográficas dos Rios Santana e Diamantino, afluentes ao Rio Paraguai. Basaltos ocorrem na porção central deste Distrito Mineiro, representando importante fonte de brita para toda a região de Nortelândia, Arenápolis e Tangará da Serra.

3.2.5. U - Usos Urbanos

Os principais núcleos urbanos ocorrentes na Folha são formados pelas cidades de Alto Paraguai, Arenápolis, Diamantino, Nortelândia, Nova Marilândia e Rosário Oeste. Destes a sede urbana de Diamantino polariza a região e se caracteriza pela presença da maioria das funções urbanas com predominância de alguns setores, associado às densidades diferenciadas de equipamentos e estabelecimentos.

3.2.6. Pu – Peri-Urbano

Foram verificados usos peri-urbanos no entorno das cidades de Nortelândia e Arenópolis. Estes são formados por áreas pouco adensadas, apresentado grande número de vazios urbanos e presença significativa de vegetação ruderal.

3.2.7. Ui - Uso Antrópico em Terra Indígena

Manchas de desmatamento foram verificadas nas Terras Indígenas de Estação Pareci, demostrando que pressões de ocupação externas são exercidas sobre estes territórios na região.

3.2.8. Ua - Uso Antrópico em Unidade de Conservação

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Manchas de desmatamento foram diagnosticadas na região oeste da D.A E. de Praia Rica e encontram-se também de forma mais difusa, na A.P.A Cabeceira do Rio Cuiabá, sugerindo que pressões antrópicas se intensificam sobre estas áreas.

4. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO ASSOCIADAS ÀS FORMAÇÕES VEGETAIS E AO USO DO SOLO

A região situa-se em domínio de Clima Tropical Continental, alternadamente seco e úmido, com sensíveis variações locais, associadas às diferentes formas de relevo e a seu posicionamento em relação à circulação atmosférica.

A norte, no reverso da Chapada dos Parecis drenada pelo alto Rio Arinos, os totais anuais de chuva variam entre 1.800 – 1.900mm, com cinco meses de período seco (maio a setembro). A deficiência hídrica anual varia entre 250 - 300mm e o excedente é moderado (700 - 900mm), no período de outubro a abril.

A sul, nas depressões do Alto Paraguai e de Cuiabá, separadas pelas Formações Serranas, o “efeito descida” da coluna de ar provoca uma diminuição considerável nos totais de chuva. As superfícies rebaixadas e aplanadas originam uma condição de elevado aquecimento do solo e da camada de ar próxima da superfície. A sudoeste (Depressão do Alto Paraguai) as temperaturas médias anuais são da ordem de 24,4-25,0oC, com uma média anual de chuvas entre 1.600–1.800mm. A deficiência hídrica anual (falta de água na estação seca) é entre 200 - 300mm, com um excedente hídrico de pequeno a moderado (400 a 600mm).

Na Depressão Cuiabana, as regiões próximas das áreas serranas sofrem maior instabilidade, com totais anuais médios entre 1.400–1.600mm, ocorrendo um maior aquecimento e ressecamento em direção à calha do Rio Cuiabá. A incidência da seca é de 6 meses (maio a outubro,) de moderada a severa (300 a 350 mm). Os excedentes hídricos são reduzidos no contexto do Estado (200 - 400mm).

O território compreendido na Folha MIR-372 (Figura 004) insere-se em diferentes unidades geomorfológicas, que definem diferentes potencialidades de uso e formas de apropriação do espaço. A Província Serrana cruza diagonalmente a folha, constituindo parte do divisor entre as bacias Amazônica e Platina, divisor este que tem continuidade a oeste, nas escarpas da Chapada e Planalto dos Parecis. A porção norte da Folha abrange parte da Chapada dos Parecis; a sudoeste, encontra-se a extremidade setentrional da Depressão do Alto Paraguai e parte do Planalto de Tapirapuã; a sudeste, a Depressão Cuiabana é limitada, a sul, pela Chapada dos Guimarães.

A bacia amazônica é drenada pelo Rio Arinos e seus afluentes Rio Novo, Preto, Ribeirão Sumidouro e Córrego Três Lagoas. Na bacia platina, a porção oeste do território é drenada pelo Rio Paraguai e seus afluentes Pari, dos Bugres, Santana; a porção leste, pelo Rio Cuiabá e seu afluente Rio Manso.

De forma abrangente, a porção norte da Folha MIR-372 (bacia Amazônica) encontra-se sobre sedimentos das Formações Utiariti, Salto das Nuvens e da Superfície Peneplanizada Terciária, onde formaram-se Areias Quartzosas e Latossolo de textura média, areno-argilosa (arenitos Utiariti e Salto das Nuvens), enquanto sobre a Superfície Terciária formaram-se latossolos argilosos. Localmente, ocorrem solos orgânicos nas planícies fluviais e solos concrecionários, nas bordas das chapadas.

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A porção sul do território é litologicamente muito diversificada, fato que se reflete numa grande diversidade pedológica. A sudoeste (Depressão do Alto Paraguai) os sedimentos da Formação Pantanal condicionam a presença de latossolos de textura média; os basaltos da Formação Tapirapuã propiciaram a formação de Latossolos Roxos e Terras Roxas Estruturadas; as litologias da Formação Diamantino originaram cambissolos; o Grupo Cuiabá, solos concrecionários associados a cambissolos. As diversas litologias da Província Serrana condicionam a presença de solos litólicos e de afloramentos rochosos.

Os latossolos são solos minerais profundos, bem drenados, com boas características físicas para aproveitamento agrícola, necessitando de correções quanto à baixa fertilidade natural. Latossolos Vermelho-Escuros estão associados a sedimentos areno-argilosos das Superfícies Peneplanizadas Terciárias, na Chapada dos Parecis, e os materiais de cobertura, sobre litologias do Grupo Cuiabá. Ocorrem associados a formações savânicas e a contatos destas com a Floresta Estacional. Latossolos Vermelho-Amarelos ocorrem, em manchas, na Chapada dos Parecis e dispersos na Província Serrana e na Depressão Cuiabana; têm expressividade na porção sudoeste da Folha MIR-372, relacionados a sedimentos da Formação Pantanal; ocorrem em relevo plano a suavemente ondulado, geralmente associados a formações savânicas. As ocorrências de textura argilosa são preferencialmente utilizadas em lavouras mecanizadas; nas ocorrências de textura média, predominam as pastagens plantadas.

Areias Quartzosas, álicas e distróficas têm ocorrência significativa na Chapada dos Parecis, no Planalto de Tapirapuã e na porção sudeste (Chapada dos Guimarães). Ocorrem em relevo suave ondulado, associadas a litologias areníticas. Apresentam fortes limitações ao aproveitamento agrícola, pela drenagem excessiva, que impede a retenção de umidade e nutrientes.

Terras Roxas eutróficas ocorrem, localmente, em relevos acidentados, associadas a formações florestais, geralmente com presença de cascalho e afloramentos rochosos, nas bordas do Planalto de Tapirapuã (norte de Arenápolis e Nortelândia). O relevo acidentado e a presença de seixos limitam seu aproveitamento agrícola, sendo aproveitadas, localmente, para pastagens plantadas.

Cambissolos têm razoável freqüência na Folha MIR-372, relacionados ao Grupo Cuiabá e à Formação Diamantino. São muitas vezes cascalhentos e pedregosos, associados a Formações Savânicas. Ocorrem como subdominantes, em várias unidades do mapeamento, associados a solos concrecionários, litólicos e outros. Quando não cascalhentos, são geralmente utilizados para pastagens plantadas.

Solos concrecionários têm expressão na Depressão Cuiabana, utilizados com restrições, em pastagens plantadas.

Localmente (região de Nobres) ocorrem solos podzólicos eutróficos, influenciados pela presença de calcários da Formação Araras; com caráter distróficos têm sua maior concentração na porção oeste (Planalto de Tapirapuã) e a sudoeste. Os eutróficos têm melhor potencialidade para o uso agrícola. Também associados a rochas calcárias e a ambientes florestais, ocorrem solos do tipo Brunizém Avermelhado (região de Nobres e próximo a Roda d’água); são solos férteis e com boas características físicas, ocorrendo em relevo ondulado, fator limitante ao seu pleno aproveitamento agrícola, sendo utilizados apenas para pastagens plantadas.

Nas planícies fluviais, solos orgânicos ocorrem, como dominantes, a norte e sudeste; solos do tipo Glei pouco Húmico predominam nas planícies do Rio Cuiabá (porção sul da Folha) e a sudeste; solos aluviais e Areias Quartzosas Hidromórficas também ocorrem, localmente, nestas situações.

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Solos litólicos são presentes nos relevos acidentados das formações serranas e bordas de platôs, geralmente associados a afloramentos rochosos, apresentando fortes restrições aos usos agropecuários.

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NovaMarilândia

NortelândiaArená-polis

SantoAfonso

Denise

Barra doBugres

CapãoVerde

Lavouras

Nobres

AltoParaguai

Diamantino

RosárioOeste

Coqueiral

14 00'o

57 00'o 56 00'o 55 30'o

15 00'o

Chapada e Planalto dos Parecis - Chapada (Cobertura Sedimentar de Plataforma)

Chapada e Planalto dos Parecis - Depressão (Cobertura Sedimentar de Plataforma)

Chapada e Planalto dos Guimarães - Casca (Borda Setentrional da Bacia do Paraná)

Província Serrana (Cinturão Orogênico Paraguai-Araguaia)

Planalto Arruda-Mutum (Cinturão Orogênico Paraguai-Araguaia)

Serra do Tapirapé (Cobertura Sedimentar de Plataforma)

Depressão do Alto Paraguai (Cinturão Orogênico Paraguai-Araguaia)

Depressão do Alto Paraguai (Sedimentos da Bacia do Paraguai)

Depressão Cuiabana (Cinturão Orogênico Paraguai-Araguaia)

Depressão Interplanáltica de Paranatinga (Cinturão Orogênico Paraguai-Araguaia)

Planície Fluvial (Sedimentos da Bacia do Paraguai)

Frente de Cuesta

Escarpa Estrutural

LEGENDA

ESCALA : 1:1.500.000

Figura 004

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICODO ESTADO DE MATO GROSSOE ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA SEGUNDA APROXIMAÇÃOD O Z O N E A M E N T O S Ó C I O - E C O N Ô M I C O - E C O L Ó G I C O

Principais Feições de PaisagemFolha Rosário Oeste - SD. 21-Z-AMir 372

Fonte: CNEC. Compartimentação Geomorfológica Preliminardo Estado de Mato Grosso, 1997

010 20 40 60 km

MIR 372

Rio

VÁgua

erde

MT

010

BR 364

BR

163

R

io Novo

Porto dosGaúchos

M

T 240

Rio Cuiabá

Rio Manso

Ri oo

sdo Caval sMt 244

MT

010

MT

160

Rio

Paraguai

MT

343

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As características diversificadas do meio físico e os processos de ocupação da região fazem com que possam ser distinguidas, neste território, cinco grandes feições de paisagem (Figura 004):

− A porção norte da Folha MIR-372, compreendida na vertente amazônica, topograficamente elevada, com formas tabulares amplas, correspondente à Chapada e Planalto dos Parecis;

− O Planalto de Tapirapuã, na vertente Platina, em níveis intermediários entre a Chapada dos Parecis e a Depressão do Alto Paraguai;

− O território aproximadamente correspondente à Depressão do Alto Paraguai, na porção sudoeste do território mapeado;

− O complexo serrano, engloba a Província Serrana e a extremidade oeste da Depressão de Paranatinga;

− As áreas deprimidas da Depressão Cuiabana e seus contatos com o Planalto Arruda e com a Chapada dos Guimarães, na porção centro-sudeste do território.

4.1. FEIÇÃO DE PAISAGEM - CHAPADA E PLANALTO DOS PARECIS

A Chapada dos Parecis, na porção ocidental da feição, é unidade topograficamente elevada, com altitudes entre 500-520m. Caracteriza-se como um extenso compartimento elaborado em litologias areníticas recobertas por sedimentos argilosos, com uma homogeneidade de formas tabulares amplas e fraca incisão da drenagem. Esta porção do território é drenada pelo Ribeirão Sumidouro, contribuinte da bacia do Rio Arinos. As bordas desta superfície, no divisor entre as bacias amazônica e platina, são marcadas por escarpas abruptas e anfiteatros erosivos, orientados para sul, com desníveis da ordem de 50-100 m, elaboradas pelos tributários da Bacia do Paraguai, cujas nascentes encontram-se no topo da chapada.

Os solos desenvolvidos nesta unidade diferenciam-se em função do embasamento Litológico. Na superfície conservada de cimeira desenvolveram-se Latossolos Vermelho-Escuros, com textura argilo-arenosa; nas áreas onde afloram arenitos, predominam Areias Quartzosas.

As condições topográficas e pedológicas da área condicionaram a ocupação extensiva por culturas anuais, em médias e grandes propriedades sobre os terrenos planos, que se prestam à mecanização. O cultivo predominante é a soja em rotação, na chamada “safrinha”, com milho, milheto, arroz e sorgo. A maioria das propriedades é de grandes dimensões, caracterizando-se pela utilização intensiva de técnicas modernas, insumos e agrotóxicos. Também ocorre o arrendamento de terras por médios proprietários para os grandes produtores de soja, quando é então reservada parte da propriedade para criação de gado leiteiro.

A cobertura vegetal original reflete diretamente a influência dos fatores climáticos, edáficos e morfológicos. Na cimeira, remanescente entre as áreas de uso e ainda expressiva na porção centro-norte e nordeste da feição, é de Savana Florestada e Arborizada, com Formações Justafluviais e matas aluviais ao longo das drenagens. Nos ressaltos topográficos, no limite com a Feição 4.2, ocorrem formações transicionais entre a Savana e a Floresta Estacional.

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O Planalto dos Parecis estende-se na porção centro-oriental desta feição; é área um pouco mais rebaixada em relação à chapada, caracterizando-se pela uniformidade do relevo, drenada pelo Rio Arinos e seus afluentes Novo, Preto e igarapé Grande; a extremidade nordeste corresponde ao divisor com a bacia do Rio Xingu. A cobertura vegetal é de Savana Arborizada, no contato com a chapada e no vale do igarapé Grande, predominando a Savana Florestada na maior parte do território.

Apesar de cruzada pela rodovia BR-163, a ocupação, neste trecho do Planalto, é restrita, predominando extensas áreas com formações naturais. Na extremidade nordeste da Folha MIR-372, são presentes áreas agrícolas (grãos), no limite meridional desta tipologia de uso que se estende mais a norte, na região de Nova Mutum e Lucas do Rio Verde (MIR-356). Usos agropecuários predominam a sul, no contato com a Província Serrana.

Nesta feição, as áreas desmatadas no período 94/97 (FEMA) são pouco expressivas na Chapada, visto o alto grau de comprometimento deste território. No Planalto ocorrem, localmente, áreas de desmatamento, expansão dos usos agropecuários existentes, em ambientes de Savana Florestada.

4.2. FEIÇÃO DE PAISAGEM – PLANALTO DE TAPIRAPUÃ

Na porção centro-oeste da Folha MIR-372, esta região corresponde a um nível intermediário entre a chapada e a Depressão do Alto Paraguai, posicionada altimetricamente em torno de 350–400 m. O contato com a chapada é marcado por escarpas erosivas, com desnível aproximado de 100 m. O contato com a depressão, a sul, corresponde à Serra de Tapirapuã, escarpa estrutural sustentada por rochas basálticas. A área é drenada pelo Rio Santana, que conforma uma pequena bacia hidrográfica tributária ao Rio Paraguai.

A diversidade litológica da área propiciou o desenvolvimento de diferentes tipos de solo, ocorrendo Latossolo Roxo Distrófico na margem esquerda do Rio Santana e podzólicos na margem direita. No alto curso deste rio, ocorrem Areias Quartzosas e, na região de Nortelândia, Cambissolos.

A grande alteração morfopedológica que ocorre na Chapada dos Parecis em direção à área do planalto reflete-se no tipo de uso das terras. Esta região caracteriza-se também pela elevada ocupação antrópica, onde a atividade predominante é a pecuária, entremeada por uma produção agrícola diversificada (abacaxi, algodão, arroz, mandioca, café, banana), num padrão de ocupação onde predominam pequenas e médias propriedades.

Nesta porção do território situam-se as cidades de Nova Marilândia, Arenápolis e Nortelândia, estas no limite do planalto com a Depressão do Alto Paraguai e parte do território de Diamantino. Neste município, a nordeste da cidade, situa-se o assentamento Bojuí, constituído por uma área comum com cultura da grãos e por lotes de 25 ha, em sua maior parte abandonados; são ainda presentes outras glebas de assentamento: Caeté, Dois Irmãos, Boa Esperança e Caju onde a prefeitura tenta implantar, para estes pequenos produtores, a suinocultura e a fruticultura.

No entorno de Arenápolis e Nova Marilândia, predominam médias propriedades com pastagem de braquiária em área de cerrado. Destacam-se algumas fazendas de grande porte, como a Fazenda Arrossensal, propriedade altamente capitalizada, com mineradora (diamante) e gado de corte e cria. Sobre o relevo dissecado e serrano localizado a sul da Chapada dos Parecis, predominam entretanto, pequenas propriedades que praticam pecuária extensiva nas pastagens naturais.

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O entorno destas cidades é caracterizado pela degradação gerada pelos garimpos, ao longo dos rios. De modo geral, entremeando tipologia de pequenas propriedades, são expressivas as áreas de garimpo, em sua maior parte abandonadas, permanecendo extensas zonas alteradas às margens do Rio Santana e seus afluentes.

A sudoeste de Arenápolis, em direção a Denise, também ocorrem áreas com processos erosivos. Esta região caracterizava-se, originalmente, pelo contato entre Savanas e Floresta Estacional, verificando-se a presença de buriti (Mauritia flexuosa), típico de Savanas, nas Formações Aluviais, e de babaçu (Orbygnia speciosa), comum em áreas de contato, observado em Formações Secundárias.

Verifica-se grande alteração das formações vegetais com presença de Formações Remanescentes e Secundárias. Destaca-se a presença de contatos da Floresta Estacional e Savanas na encosta da Chapada dos Parecis e de remanescentes de Formações Justafluviais entre as áreas de pastagem ou agricultura, nas cabeceiras e margens dos cursos d’água. Nos topos tabulares da Serra de Tapirapuã predomina a Savana Arborizada, geralmente utilizada como pasto natural.

Remanescentes de Savanas nas áreas de uso agropecuário sugerem a presença pretérita de formações savânicas, provavelmente nas vertentes mais expostas das encostas, entremeadas por Formações Ciliares, presentes nas vertentes mais protegidas, nas quais elementos estacionais constituem parte da flora. É provável também que manchas de Floresta Estacional ocorressem entre as formações savânicas nas localidades onde atualmente existem pastagens, visto a presença freqüente de babaçu (Orbygnia speciosa) e bacuri (Attalea phalerata), palmeiras relacionadas com a ocorrência de Florestas Estacionais.

Áreas desmatadas no período 94/97 são, na feição, de pequena expressão, ocorrendo no Contato Floresta Estacional / Savana.

4.3. FEIÇÃO DE PAISAGEM - DEPRESSÃO DO ALTO PARAGUAI

Corresponde, na Folha MIR-372, à extremidade setentrional da extensa área de drenagem do alto curso do Rio Paraguai e de seus afluentes. É uma superfície rebaixada, nivelada entre 180-300 m, com caimento de nordeste para sudoeste. Na Folha, a depressão constitui uma faixa delgada, delimitada a noroeste pelas escarpas da Serra de Tapirapuã, interpenetrando, a sudeste, as cristas da Província Serrana. Apresenta relevo dissecado em formas tabulares, com fraca incisão da rede de drenagem; nas proximidades de Diamantino, o relevo é pouco mais acidentado.

As cidades de Alto Paraguai e Diamantino assentam na extremidade nordeste da depressão, nas nascentes do Rio Paraguai. Estas cidades tiveram, até poucos anos, sua base econômica nas atividades de extrativismo mineral; com a exaustão das lavras, a economia sofreu forte declínio. Muitos dos antigos garimpeiros tornaram-se “sem terra” e estes municípios têm hoje graves problemas sociais e econômicos.

No entorno de Alto Paraguai, a pequena aptidão das terras para uso agrícola (cambissolos e solos litólicos), condiciona a falta de alternativas econômicas, após a decadência das atividades de mineração. A ocupação rural se caracteriza por poucos e pequenos produtores de gado de corte, que utilizam pastagens nativas em ambientes savânicos. A cidade apresenta sinais de estagnação, restando poucos estabelecimentos comerciais.

Em Diamantino, a localização da cidade em importante entroncamento viário potencializou a implantação de equipamentos de apoio às áreas agrícolas da chapada. Nas

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proximidades da cidade foram observados alguns garimpos recuperados, utilizados como pastagens.

Esta porção noroeste da unidade caracteriza-se pela presença de propriedades de gado leiteiro e eventualmente de corte, associadas a médias e, secundariamente, pequenas propriedades. Há pastagens plantadas (braquiária) e uso extensivo dos campos naturais.

A sul, no quadrante sudoeste da Folha MIR-372 (margem esquerda do Rio dos Bugres), predomina a atividade agrícola, sendo expressiva a cultura de cana-de-açúcar. A região é dominada pelos grupos Itamarati e Barrálcool (Denise, MIR-371), que produzem cana-de-açúcar em escala empresarial, com o emprego de mão de obra contratada e manejos tecnificados. Muitos dos canaviais cultivados por estes grupos estão em terras arrendadas por médios proprietários, que mantêm parte das fazendas para criação de gado de corte e de leite.

Destaca-se, na margem direita do Rio dos Bugres, ocupação extensiva por atividades de pecuária e culturas.

Na depressão como um todo, é significativa a alteração dos ambientes naturais. Nas áreas remanescentes, predominam as formações de Savana Arborizada (associadas à utilização das pastagens naturais), com ocorrência da Savana Florestada, principalmente em vales encaixados. Nas vertentes da serra de Tapirapuã e na extremidade sudoeste da Folha, ocorrem expressivas formações de Contato da Floresta Estacional/ Savana.

A norte e leste, as condições de relevo caracterizam a presença de sucessivas encostas, nos contatos com o Planalto dos Parecis e com a Província Serrana, entre as quais ocorrem trechos planos ou suave ondulados, configurando uma situação de platôs estreitos e alongados, delimitados por encostas onde permanecem remanescentes florestais e de Savanas Arborizadas, que permeiam áreas de pastagem.

Também nesta feição, os desmatamentos efetuados no período 94/97 (FEMA) são de pequenas proporções, em ambientes savânicos.

4.4. FEIÇÃO DE PAISAGEM - PROVÍNCIA SERRANA

Esta unidade geomorfológica compreende um conjunto de relevos fortemente dissecados pelos processos erosivos, com cristas e vertentes entalhadas pela rede de drenagem. Caracteriza-se como um amplo arco com concavidade voltada para sudeste, delimitando a sudoeste a depressão do Alto Paraguai e a leste as depressões Cuiabana e de Paranatinga. O trecho compreendido na Folha MIR-372 abarca a porção em que o conjunto de serras passa de uma orientação predominante sudoeste-nordeste, para uma orientação oeste-leste.

O segmento compreendido na porção sudoeste da Folha MIR-372, com orientação geral sul-nordeste, corresponde às Serras do Tombador, das Araras, do Tira Sentido, da Caixa Furada, da Cancela, Vira Saia, do Requeijão, da Vargem Grande. As bordas destas serras são dissecadas em cristas assimétricas, com topos retilíneos e vertentes entalhadas e fragmentadas por grotões. Na porção central da Folha, aproximadamente na altura da cidade de Nobres, o conjunto serrano deflete para leste, quando as dobras do relevo são mais abertas. Destacam-se as Serras do Cuiabá-Cuiabazinho e Santa Rita, entre o Planalto dos Parecis e a Depressão de Paranatinga; as Serras Azul e do Morro Selado, entre esta depressão e a Depressão Cuiabana.

Os solos desenvolvidos nesta unidade geomorfológica são predominantemente do tipo litólicos, associados aos arenitos que afloram nas áreas mais elevadas. Secundariamente

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ocorrem solos Podzólicos Vermelho-Amarelo eutróficos com concreções lateríticas e cambissolos, com cascalhos.

O complexo serrano é cruzado pela rodovia BR-163; a cidade de Nobres situa-se lindeira a esta rodovia, na extremidade leste da Serra do Tombador.

Predominam na área as formações savânicas, entremeadas por matas nos grotões de drenagem. Áreas de uso agropecuário estão presentes nesta matriz savânica, ocorrendo, de forma mais expressiva, nas vertentes setentrionais das serras da Caixa Furada e da Cancela e em ambas as margens do Rio Pari. Localmente ocorre Savana Florestada em calcário dolomítico, também denominada “mata de calcário”, onde são comuns ipê-roxo (Tabebuia cf. impetiginosa), angico (Piptadenia sp) e aroeira (Myracrodruon urundeuva). No município de Nobres observa-se, ainda, sobre solo calcáreo pedregoso, formações mais abertas entrecortadas, nos grotões, por formações ciliares.

Nos platôs entre as cristas, os campos naturais são utilizados para pastagem, sendo presentes pastagens plantadas em situações de relevo mais aplanado, principalmente na porção leste da feição. Nesta porção oriental, a Depressão de Paranatinga entremeia a Província Serrana, caracterizando-se como uma área topograficamente mais rebaixada, com formas tabulares e convexas fracamente entalhadas pela rede de drenagem, constituída por afluentes do alto curso do Rio Cuiabá.

A extremidade oriental desta feição é incluída na Área de Proteção do Rio Cuiabá. São presentes atividades de garimpo, nas serras do Cuiabá a leste e do Tira Sentido a oeste.

Áreas de desmatamentos ocorridos no período 94/97 (FEMA) são pouco expressivas, mais concentradas na porção sudoeste, nos vales da serra do Tombador, em ambiente savânico, podendo corresponder ao manejo, pelo fogo, das pastagens naturais.

4.5. FEIÇÃO DE PAISAGEM - DEPRESSÃO CUIABANA

Corresponde a uma área topograficamente rebaixada, em altitudes da ordem de 250-350 m, delimitada a norte e noroeste pela província serrana e a sudeste pela Chapada dos Guimarães e pelo Planalto Arruda-Martins. Caracteriza-se, nesta porção do território, como uma superfície com declividade de oeste para sudeste, drenada pelo Rio Cuiabá e seu afluente Rio Manso. A drenagem reflete a influência dos lineamenos estruturais do embasamento, evidentes nos cursos dos Rios Cuiabá e Manso, que apresentam inflexões abruptas de direção. Vale ressaltar a significativa planície fluvial ao longo do curso do Rio Cuiabá, a jusante de Nobres.

As cidades de Rosário Oeste e Nobres assentam lindeiras à rodovia BR-163, no contato desta feição com o complexo serrano e com a planície do Rio Cuiabá.

O uso das terras é caracterizado pelas propriedades de gado leiteiro e de corte, em pequenas a médias propriedades, com baixo grau de investimentos. As áreas de ocupação agrícola mais extensas ocorrem a sudeste de Nobres e Rosário Oeste, às margens do Rio Cuiabá. No restante da feição, as pastagens plantadas são esparsas, predominando a utilização dos campos naturais.

Na maior parte do território predominam as Savanas Arborizada e Parque, utilizadas em grande parte no uso pecuário, como pastagens naturais.

Na extremidade sudeste da feição, no contato com o Planalto Arruda Martins e com a Chapada dos Guimarães, o ressalto topográfico é marcado pela presença de matas de grotão

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nos ambientes savânicos das vertentes. Usos agropecuários entremeiam áreas de Savana Arborizada que se estendem nos topos da Chapada dos Guimarães, entremeados por formações ciliares.

Também nesta feição desmatamentos ocorridos no período 94/97 (FEMA) são de pequena extensão territorial, ocorrendo em ambientes savânicos, no limite de áreas de uso agropecuário.

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5. BIBLIOGRAFIA

BITTENCOURT, M. D. & PIVELLO, V. R., 1998. SIG e sensoriamento remoto orbital auxiliando o zoneamento ecológico. Investigaciones Geográficas, 36, 42p.

BRASIL – Dep.Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL, 1982 – Levantamento de Recursos Naturais. Folha Cuiabá (SD-21). Rio de Janeiro.

IBGE, 1992. Manual técnica da vegetação brasileira / Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. - Rio de Janeiro: 92p.

VELOSO, H.P., RANGEL-FILHO, A.L.R, LIMA, J.C.A. 1991. Classificação de vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE. Rio de Janeiro. 124 p. MATO GROSSO.

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ANEXOS

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ANEXO I - RELAÇÃO DAS FICHAS DE CAMPO CAMPANHA DE FORMAÇÕES VEGETAIS/USO DO SOLO

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MIR 372

Cor Tonalidade Textura

9 1509.263

8.435.603 plano LEd2 roxa / rosa clara lisa --- soja

9 2508.106

8.432.999suave

ondulado PVa3 verdeclara

azulada lisatransição savana /

estacional ---

9 3518.742

8.435.663 plano LEd2 roxa / rosa clara lisa --- milho

9 4524.755

8.435.542 plano LVda2 marrom escura lisa cerrado (alterado) ---

9 5531.470

8.437.561 plano LVda2 verde escura lisa floresta ciliar pequena vila

9 6539.150

8.434.432 plano LVda2 rosa clara lisa --- pastagem

9 7550.111

8.451.854 plano LEd2 roxa clara lisa --- soja / cana

9 8549.672

8.443.366 plano LEd2 roxa clara lisa ---milho, soja

cana

5 9549.207

8.437.728levemente ondulado

Latossolo Vermelhorosa média a escura lisa --- milho / milheto

9 10549.354

8.433.418 plano LEd2 roxa clara lisa --- soja

5 11559.220

8.431.481levemente ondulado

Latossolo VermelhoAmarelo arenoso rosa clara a média mosqueada --- cultura abandonada

9 12507.614

8.424.066 ondulado PVa3verde / marrom clara lisa

transição savana / estacional alterada

pasto(garimpo abandonado)

9 13506.232

8.421.246suave

ondulado PVa3verde / marrom clara lisa '---

pasto com erosão terraço (Faz. Sucuri)

9 14503.600

8.416.184 ondulado Pva3verde / marrom clara lisa ---

seringal(500 m²)

9 15504.000

8.411.056 ondulado AVa3verde / marrom

mosqueada / clara lisa --- pastagem

9 16545.470

8.428.204 plano LEd2 roxa clara lisa --- soja

9 17551.738

8.424.054 plano LEd2 roxa clara lisa --- soja

9 18555.726

8.419.766 plano LEd2 verdemosqueado

clara lisa '---limite / Fazenda Arroz

sem sal

9 19557.598

8.422.088 plano LEd2 --- --- --- --- cidade

9 20504.500

8.403.556 ondulado PVa3verde / marrom

mosqueada / clara lisa ---

pasto sujocana

9 2151.043

8.406.687 ondulado PVa3 verde / roxamosqueada /

clara lisa --- pasto

5 22513.554

8.396.286levemente ondulado

LatossoloVermelho Amarelo

verde médio / rosa médio média / média mosqueada

transição estacional / cerrado pastagem

9 23516.600

8.402.330 cidade --- branca --- geométrico --- cidade - Arenápolis

5 24519.789

8.402.275 acidentadoPodzol Verm.

Amarelo branca --- mosqueada --- garimpo

9 25520.354

8.402.276 cidade --- branca --- geométrico --- cidade - Nortelândia

9 26523.349

8.404.775 ondulado --- rosa / branca clara lisa ---garimpo

pastagem

9 27529.458

8.398.253suave

ondulado --- verde / rosamosqueado

clara lisafloresta estacional na

encosta pastagem

9 28533.477

8.396.205suave

ondulado --- verde / rosamosqueado

clara lisatransição savana /

estacional pastagem

9 29534.743

8.396.802suave

ondulado --- verde / rosamosqueado

clara lisacerrado / floresta estacional

na encosta pastagem

9 30543.073

8.406.764 ondulado --- rosa / verde clara lisa cerrado pastagem

5 31547.828

8.408.574suavemente

onduladoPodzol Verm.

Amarelo rosa média mosqueada campo cerrado pastagem

9 32548.590

8.396.592suave

ondulado --- verde / rosamosqueado

clara lisa cerrado alterado pastagem

9 33555.620

8.395.533 cidade ---verde / marrom --- --- ---

decadência, funçãode apoio a garimpo - Alto

Paraguai

9 34554.117

8.397.891suave

ondulado CA2verde / marrom

mosqueadoclara lisa cerrado garimpo

9 35553.187

8.399.948 plano CA2verde / marrom

mosqueadoclara / escura lisa cerrado pastagem

5 36554.792

8.400.471 acidentadoPodzol

Vermelho Amarelo verdeescura

acinzentada mosqueada cerradão pastagem

9 37556.417

8.401.944 plano CA2 verdeazuladoescura lisa floresta estacional grotão pastagem

5 38553.122

8.405.604suavemente

onduladoSolo Concrecionário

não discriminado verde média mosqueadasavana parque (campo

cerrado) ---

5 39558.028

8.407.258 acidentado

Podzol Verm. Amarelo

arenoso / pedregoso verdeescura

acinzentado mosqueada cerrado ---

9 40559.218

8.407.053 ondulado --- rosa clara lisa --- pastagem

9 41563.560

8.408.481 dissecado CA2 verdemosqueado

clara / escura lisacerrado / floresta estacional

grotão pastagem / garimpo

5 42568.617

8.409.970levemente ondulado

Latossolo Vermelho Amarelo rosa clara mosqueada --- pastagem

5 43575.054

8.405.401levemente ondulado

PodzolVermelho Amarelo rosa clara mosqueada --- pastagem

5 44579.979

8.383.989 acidentado Calcário verde média mosqueada cerrado campo / mata ciliar ---

10 45507.280

8.364.072suave

ondulado PVa verde escura rugosa floresta estacional aluvial ---

5 46569.634

8.367.208levemente ondulado Calcário Dolomítico verde

escura acinzentada rugosa

mata de calcário (cerradão calcáreo) pastagem

5 47551.840

8.344.605levemente ondulado

PodzolVermelho Amarelo rosa

média a esverdeada mosqueada --- pastagem

* SEPLAN - MT, Prodeagro. Mapa Exploratório de Solos. Escala 1:1.500.000

Roteiro Ponto US

Vegetação UsoPadrão de ImageamentoCoord. Solo * (1:1.500.000)Relevo

Á

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ANEXO II RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO

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ANEXO III – ÁREA DAS FORMAÇÕES VEGETAIS E USO DO SOLO POR MUNICÍPIO

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Página 1 de 3

MUNICÍPIO FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ÁREA (km²)

Agp 4 + Saf 0,00FeS 4,29Saf + Agp 4 3,48Sav 1,53Aga 4 + Fj 207,61Agp 4 158,98Agp 4 + Fj 77,70Agp 4 + Saf 63,29Ap 4 27,41Ap 4 + Fj 29,23Aq 1,23FeS 18,70Fj 58,34Fj + M 4,01Fr 18,19Fs 12,87M 5,82M + Sa + Ap 4 65,03Sa 26,23Sa + Sav 25,88Sa + Sd 51,98Sa + Sp 14,53Sa + Sp + Agp 4 64,29Sa + Sp + Ap 4 36,29Saf 289,51Saf + Agp 4 202,69Saf + Ap 4 23,99Sav 55,40Sav + Ap 4 20,99Sav + Fe 3,16Sav + Sa 57,76Sd 27,59Sd + Fj 43,61Sd + Sa 15,73Spv 5,27U 1,39Aga 4 9,88Aga 4 + Fj 173,73Agp 4 + Fj 29,16Ap 4 5,24Ap 4 + Fj 125,68Aq 0,00FeS 44,42FeS + Fs 4,48Fj 0,39Fr 7,67Fr + Fj 2,44Fs 11,44M 4,53Pu + M 2,32U 10,40Aga 11 13,41FeS 47,24Agp 4 76,37Agp 4 + Fj 122,67Agp 4 + Sav 20,18Agp 4 + Sp 0,93Aq 12,07FeS 35,95FeS + Agp 4 1,13Fj 11,38L 7,99Sa 2,51Sa + Agp 4 11,87Sa + Sav 22,46Sa + Sd 16,16Saf 16,51Saf + Agp 4 77,68Saf + Aq 22,48Saf + Sd 97,69Sav 100,48Sav + Agp 4 14,47Sav + Spv 25,74Sav + Spv + Agp 4 62,95Sd 2,59Sp 5,88Spf 9,46Spf + Saf + Agp 4 32,29Aga 11 35,71Aga 11 + Fj 332,60Aga 4 + Fj 0,00Agp 11 9,99Agp 11 + Aga 11 + Fj 260,49FeS 101,98FeS + Fs 6,84Fj 38,78Fr 0,34Sd 1,52Aga 3 702,68Aga 3 + Fj 161,20Aga 3 + Sa 28,02Aga 4 + Fj 0,00Agp 3 213,70

RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO - MIR 372

ACORIZAL

ALTO PARAGUAI

ARENAPOLIS

BARRA DO BUGRES

CHAPADA DOS GUIMARAES

DENISE

DIAMANTINO

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MUNICÍPIO FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ÁREA (km²)

RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO - MIR 372

Agp 3 + Fj 706,68Agp 3 + Sa 24,44Agp 4 0,00Agp 4 + Fj 0,00Ap 3 5,40Aq 10,27Aq + Fj 45,63Fa 49,37Fe 6,30FeS 44,39Fj 129,35Fr 1,73Fs 3,58Fs + Agp 3 1,04L 0,07M 1,01M + Sa + Ap 3 0,19Sa 63,54Sa + Agp 3 0,00Sa + Sav 0,13Saf 308,95Saf + Agp 3 218,10Saf + Aq 35,20Saf + Sd 86,29Saf + Sp + Agp 3 125,10Sd 83,80Sd + Fj 473,81Sd + Sa + Fj 262,56Sgi 1,73Sp 14,21U 4,22Agp 3 + Fj 0,00Agp 4 349,90Agp 4 + Aq 10,94Agp 4 + Fj 381,07Agp 4 + Sa 97,41Agp 4 + Saf 93,30Agp 4 + Sd 2,24Ap 4 1,77Aq 72,67FeS 63,82FeS + Agp 4 21,93Fj 33,14Fs + Agp 4 12,17L 2,66M 8,40Sa 71,12Sa + Agp 4 26,19Sa + Sav 13,47Sa + Sd 6,84Sa + Sgr 9,33Saf 36,14Saf + Agp 3 0,00Saf + Agp 4 151,40Saf + Aq 35,63Saf + Sd + Fj 228,20Saf + Sp + Agp 4 383,95Saf + Spf + Agp 4 264,69Sav 196,87Sav + Agp 4 18,98Sd 387,45Sd + M 4,61Sp 24,27Sp + Agp 4 0,28Sp + Sa 0,12Spf + Aq + Agp 4 149,52Spf + Sa 152,60Spf + Saf + Aq 11,05Spv 53,12U 4,53Aga 4 20,22Aga 4 + Fj 161,65Agp 4 64,34Agp 4 + Fj 160,56Ap 4 11,35Ap 4 + Fj 179,75Aq 42,60FeS 250,81Fj 17,74Fr 20,62Fr + Fj 33,57Fs 4,88Fs + Agp 4 222,21M 8,46M + Fj 3,60Sa 6,69Sa + Sav 28,23Saf 10,06Saf + Agp 4 30,60Saf + Sd 19,99Sav 3,69Sd 7,54

NOBRES

DIAMANTINO

NORTELANDIA

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MUNICÍPIO FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ÁREA (km²)

RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO - MIR 372

Sd + Fj 16,31U 1,83Agp 4 5,15Agp 4 + Fj 36,16FeS 9,34Sd 7,10Spf + Saf + Agp 4 77,45Aga 3 + Fj 33,39Ap 3 + Fj 180,11FeS 79,38Fj + M 0,58Fr + Fj 7,32L 0,08M 6,49Sa 3,69U 1,34Aga 3 119,53Aga 3 + Fj 4,40Agp 3 43,23Agp 3 + Fj 49,68Agp 3 + Sd 8,46Aq 3,46Fa 12,75Fe 3,79Fj 5,87Sa 0,63Sa + Agp 3 7,06Saf 0,06Saf + Sd 77,79Saf + Sp + Agp 3 0,31Sd 563,06Sd + Fj 302,07Agp 4 274,15Agp 4 + Fj 250,30Agp 4 + Sa 17,05Agp 4 + Saf 430,29Agp 4 + Sav 14,88Agp 4 + Sp 17,32Agp 4 + Sp + Saf 244,86Ap 4 19,81Aq 23,95Aq + Agp 4 24,53Aq + Saf 63,81FeS 162,38FeS + Agp 4 43,83FeS + Fj 4,08FeS + Sav 72,95Fj 105,69L 27,28Sa 102,48Sa + Agp 4 88,88Sa + Aq 3,24Sa + Sav 21,14Sa + Sd 13,50Saf 67,00Saf + Agp 4 126,74Saf + Aq 223,08Saf + Aq + Agp 4 1,87Saf + Sa + Agp 4 126,86Saf + Sp + Agp 4 37,86Saf + Spf + Agp 4 694,86Sav 35,65Sav + Agp 4 48,64Sav + Fe 4,74Sav + Spv 0,00Sd 5,45Sgr + Sav 48,12Sp + Agp 4 12,03Spf + Aq + Agp 4 2,59Spf + Saf + Agp 4 363,10Spv 11,25U 2,96Aga 4 32,35Ap 4 + Fj 15,30L 0,01M 1,24Aga 3 4,41FeS + Fs 1,09

FONTE: CNEC, 2001

NORTELANDIA

TANGARA DA SERRA

NOVA MARILANDIA

NOVA MUTUM

ROSARIO OESTE

SANTO AFONSO

NOVA BRASILANDIA

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RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO

VEGETAÇÃO

Expedição Diamantino – Nobres, realizada no período de 16 a 26/05/97. Coletas de material botânico nas seguintes localidades: V.01 - Coordenadas UTM 580.774, 8383.932. V.02 - Coordenadas UTM 580.780, 8385.776. V.03 - Coordenadas UTM 578.997, 8389.468. V.04 - Coordenadas UTM 575.406, 8389.468. V.05 - Coordenadas UTM 580.817, 8389.837. V.06 - Coordenadas UTM 539.568, 8433.804. V.07 - Coordenadas UTM 526.980, 8435.664. V.08 - Coordenadas UTM 508.990, 8426.640. V.09 - Coordenadas UTM 521.582, 8433.826. V.10 - Coordenadas UTM 587.988, 8393.125. V.11 - Coordenadas UTM 512.577, 8409.869. V.12 - Coordenadas UTM 544.874, 8384.024. V.13 - Coordenadas UTM 544.877, 8385.868. V.14 - Coordenadas UTM 544.887, 8391.398. V.15 - Coordenadas UTM 532.355, 8419.068. V.16 - Coordenadas UTM 559.309, 8415.332. V.17 - Coordenadas UTM 553.929, 8420.874. V.18 - Coordenadas UTM 553.933, 8422.717. V.19 - Coordenadas UTM 575.451, 8404.227. V.20 - Coordenadas UTM 569.967, 8371.061. V.21 - Coordenadas UTM 607.709, 8385.672. V.22 - Coordenadas UTM 582.582, 8387.613. V.23 - Coordenadas UTM 503.590, 8387.752. V.24 - Coordenadas UTM 505.384, 8382.222. V.25 - Coordenadas UTM 602.339, 8389.382. Expedição Nova Brasilândia/Planalto da Serra, realizada no período de 05 a 13/10/97. Coletas de material botânico nas seguintes localidades: V.26 - Coordenadas UTM 643.585, 8379.956. V.27 - Coordenadas UTM 647.376, 8376.247. V.28 - Coordenadas UTM 648.925, 8372.549. V.29 - Coordenadas UTM 648.925, 8372.549.

FONTE: CNEC, 1997.

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ANEXO IV - FOTOGRAFIAS

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ANEXO V – FOLHA ROSÁRIO OESTE