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Aspectos civis de seqüestro internacional de menores: Uma
abordagem multilateral
FADIR-UFRGS
Direito Internacional Privado II
Prof. Fábio Morosini
Introdução
• Origens
– Sociedade global
• O que significa o termo “aspectos civis do seqüestro internacional de menores”?
• Regulamentação nacional, regional, e multilateral
• A Convenção sobre Aspectos Civis do Seqüestro Internacional de Crianças está blindada de interferências políticas?
– O Caso Sean Goldman e o Caso J.L.K.K.
Plano de apresentação
• I. Fundamento da Convenção
• II. Âmbito da Convenção
• III. Autoridades Centrais
• IV. Retorno da Criança
• V. Conclusão
I. Fundamento da Convenção
• “Desejando proteger a criança, no plano internacional, dos efeitos prejudiciais resultantes de mudança de domicílio ou de retenção ilícitas e estabelecer procedimentos que garantam o retorno imediato da criança ao Estado de sua residência habitual, bem como assegurar a proteção do direito de visita;” (grifos nossos).
II. Âmbito da Convenção
• Quando a transferência ou a retenção de uma criança é considerada ilícita?– Quando haja violação a direito de guarda (exercido de
maneira efetiva) pela lei do Estado onde a criança tinha sua residência habitual imediatamente antes da sua transferência ou da sua retenção (Art. 3)
– 1º passo: Qualificação da residência habitual da criança pelo direito do foro; 2º passo: Prova do direito estrangeiro para averiguar a ocorrência ou não da ilicitude
• O que significa criança para os fins da Convenção?– Pessoas até dezesseis anos de idade (Art. 4)
III. Autoridades Centrais
• No Brasil, a AC é a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República;– Postulação em juízo > Advocacia Geral da União
• Compete às AC tomar as medidas para:– A) localizar uma criança transferida ou retida ilicitamente;– B) evitar novos danos à criança, ou prejuízos às partes interessadas,
através da adoção de medidas preventivas;– C) assegurar a entrega voluntária da criança ou facilitar uma solução
amigável;– D) proceder à troca de informações sobre a situação social da criança;– E) fornecer informações de caráter geral sobre a legislação de seu
Estado sobre a aplicação da Convenção;– F) iniciar abertura de processo judicial ou administrativo que vise o
retorno da criança, etc. ( Art. 7)
IV. Retorno da Criança
• Qual o prazo para postular o pedido de retorno da criança? - Art. 12– Decurso de tempo de menos de 1 ano entre a data da
transferência ou da retenção indevidas e a data do início do processo perante a autoridade judicial ou administrativa do Estado Contratante onde a criança se encontrar
– Expirado o período de 1 ano, deverá a autoridade ordenar o retorno da criança, salvo quando for provado que a criança já se encontra integrada no seu novo meio
– Autoridade judicial ou administrativa devem decidir em seis semanas a contar da data em que o pedido lhe foi apresentado (Art. 11)
IV. Retorno da Criança
• Quando o Estado requerido não é obrigado a ordenar o retorno da criança? – Art. 13– Quando houver prova de que a pessoa que tinha a
seu cuidado a criança:• não exercia efetivamente o direito de guarda à época
da transferência ou da retenção
• consentiu posteriormente com a transferência ou retenção;
– Risco grave de ordem física ou psíquica;
– Por opinião da criança.
IV. Retorno da Criança
• Exceção de Ordem Pública – Art. 17
– “O simples fato de que uma decisão relativa à guarda tenha sido tomada ou seja passível de reconhecimento no Estado requerido não poderá servir de base para justificar a recusa de fazer retornar a criança nos termos desta Convenção, mas as autoridades administrativas do Estado requerido poderão levar em consideração os motivos desta decisão na aplicação da presente Convenção.” (grifos nossos)
Bibliografia
• BRASIL. Decreto n. 3.413, de 14 de abril de 2000. Promulga a Convenção sobre Aspectos Civis do Seqüestro Internacional de Criança, concluída na cidade de Haia, em 25 de outubro de 1980;
• ARAUJO, Nadia de. Direito internacional privado: teoria e prática brasileira. 4.ed. atualizada e ampliada. Rio de Janeiro: Renovar, 2008, pp. 517-532;
• Poder Judiciário. Justiça Federal de Primeira Instância. Seção Judiciária de Pernambuco. 1ª Vara. Processo n. 2008.83.00.010942-2 – Ação Ordinária de Busca e Apreensão.