bombeiros civis voluntários

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CÂMARA DOS DEPUTADOS DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO NÚCLEO DE REDAÇÃO FINAL EM COMISSÕES TEXTO COM REDAÇÃO FINAL Versão para registro histórico Não passível de alteração COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA EVENTO: Seminário N°: 0864/13 DATA: 02/07/2013 INÍCIO: 14h38min TÉRMINO: 17h11min DURAÇÃO: 02h33min TEMPO DE GRAVAÇÃO: 02h33min PÁGINAS: 53 QUARTOS: 31 DEPOENTE/CONVIDADO - QUALIFICAÇÃO EDISON EDUARDO ROTHER - Presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários do Estado do Rio Grande do Sul — VOLUNTERSUL. FABRÍCIO DE OLIVEIRA COELHO- Presidente da Associação dos Bombeiros Civis Voluntários de Três Marias. MARCOS CAMPOLINA - Presidente do Instituto Anjos do Asfalto — Resgate Rodoviário. NEYFF SOUZA DA SILVA - Presidente da Associação de Bombeiros Civis do Nordeste. HUMBERTO GUIMARÃES - Presidente do Serviço Voluntário de Resgate — SEVOR. SUMÁRIO: Seminário Bombeiros Civis Voluntários. OBSERVAÇÕES Houve exibições de imagens. Houve intervenção fora do microfone. Inaudível.

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Page 1: Bombeiros Civis Voluntários

CÂMARA DOS DEPUTADOS

DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

NÚCLEO DE REDAÇÃO FINAL EM COMISSÕES

TEXTO COM REDAÇÃO FINAL

Versão para registro histórico

Não passível de alteração

COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA EVENTO: Seminário N°: 0864/13 DATA: 02/07/2013 INÍCIO: 14h38min TÉRMINO: 17h11min DURAÇÃO: 02h33min TEMPO DE GRAVAÇÃO: 02h33min PÁGINAS: 53 QUARTOS: 31

DEPOENTE/CONVIDADO - QUALIFICAÇÃO

EDISON EDUARDO ROTHER - Presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários do Estado do Rio Grande do Sul — VOLUNTERSUL. FABRÍCIO DE OLIVEIRA COELHO- Presidente da Associaç ão dos Bombeiros Civis Voluntários de Três Marias. MARCOS CAMPOLINA - Presidente do Instituto Anjos do Asfalto — Resgate Rodoviário. NEYFF SOUZA DA SILVA - Presidente da Associação de Bombeiros Civis do Nordeste. HUMBERTO GUIMARÃES - Presidente do Serviço Voluntár io de Resgate — SEVOR.

SUMÁRIO: Seminário Bombeiros Civis Voluntários.

OBSERVAÇÕES

Houve exibiç ões de imagens. Houve intervenção fora do microfone. Inaudível.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL Comissão de Legislação Participativa Número: 0864/13 02/07/2013

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O SR. PRESIDENTE (Deputado Lincoln Portela) - Boa tarde.

Agradeço a todos e a todas pela presença.

Declaro aberto o seminário que debaterá o tema Bombeiros Civis Voluntários,

promovido pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados,

em atendimento à Sugestão nº 67, de 2013, de autoria da Associação de Bombeiros

Civis Voluntários de Três Marias, Minas Gerais. Fui o Relator da matéria e

apresentei parecer favorável. Foi aprovada pelo Plenário desta Comissão.

Informo que esta reunião está sendo gravada e todo o conteúdo deste

seminário será disponibilizado em áudio e vídeo na página desta Comissão —

www.camara.leg.br/clp. Essa atividade também faz parte de um bate-papo virtual,

em tempo real, possibilitando aos cidadãos interagirem com os Deputados e demais

expositores por meio de perguntas ou considerações, também em tempo real.

Estará acessível pela página www.edemocracia.leg.br.

Neste momento, tenho a honra de convidar para compor a Mesa o Sr.

Fabrício de Oliveira Coelho, Presidente da Associação de Bombeiros Civis de Três

Marias, Minas Gerais (palmas); o Sr. Edison Eduardo Rother, Presidente da

Associação dos Bombeiros Voluntários do Estado do Rio Grande do Sul —

VOLUNTERSUL (palmas); o Sr. Marcos Campolina, Presidente do Instituto Anjos do

Asfalto Resgate Rodoviário (palmas); o Sr. Neyff Souza da Silva, Presidente da

Associação de Bombeiros Civis do Nordeste (palmas); e o Sr. Humberto Guimarães,

Presidente do Serviço Voluntário de Resgate — SEVOR. (Palmas.)

A minha saudação a todos os membros da Mesa.

Senhoras e senhores, a Câmara dos Deputados, esta Comissão de

Legislação Participativa em particular, dá as boas-vindas a todos e agradece a todos

pela honrosa presença no Seminário Bombeiros Civis Voluntários. Grifamos que é

responsabilidade de todos. Eis que vêm à baila os bombeiros voluntários. Muito

além da legitimação do dispositivo constitucional, o combustível que os move é o

amor ao próximo e a solidariedade àqueles que necessitam da mão amiga. Não

concorrem com órgãos oficiais; com sua eficácia, não poucas vezes os

complementam, auxiliando assim o Estado no cumprimento da sua missão de

proteção ao cidadão e ao patrimônio.

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São homens e mulheres que merecem nosso respeito e admiração. Atuam

voluntariamente na preservação e no combate a sinistros e na busca e salvamento.

São cidadãos como todos os demais, mas se fazem especiais pela sua dedicação

ao outro, pelos riscos que assumem para outras vidas salvar.

Diga-se que não há amadorismo, há cendrado grau de profissionalismo no

cumprimento de suas missões. Não se pode ser amador com a vida. No País, em

que apenas 14% dos Municípios são dotados do trabalho dos Corpos de Bombeiros,

e não poucas vezes sucateados e carentes de recursos, bem pode ser

compreendido o papel relevante que os bombeiros voluntários desempenham e

poderão ainda mais desempenhar no campo da segurança.

Tomo como exemplo a cidade de Joinville, em Santa Catarina: de cada três

bombeiros, dois são voluntários. Nos Estados Unidos, 9% dos quartéis são

compostos por bombeiros contratados, sendo a maior parte do efetivo formada por

voluntários.

Senhoras e senhores, caracterizada a importância desses anjos salvadores,

mais do que para falar, estamos aqui para ouvir o que os seus ilustres

representantes têm a dizer ao Brasil.

Antes de ouvirmos o primeiro expositor, eu gostaria de dar a palavra aos

Parlamentares, como é praxe nesta Comissão. Ressalto que participamos de muitas

Comissões — eu, por exemplo, teria de estar em três Comissões neste momento.

Sendo assim, o Parlamentar que quiser usar da palavra disporá de 5 minutos.

Consulto os nobres Deputados Leonardo Monteiro e Dr. Grilo e o meu amigo

Deputado Nilmário Miranda se desejam pronunciar-se.

Eu quero dizer que tenho um problema sério de hérnia de disco. São duas

hérnias. Quando eu tomo determinado medicamento, a boca seca, a memória não

corresponde — os senhores perceberam isso na reunião que tivemos de manhã.

Então, vou pedir-lhes que cooperem comigo, por favor, quando eu não estiver muito

bem. Mas eu preciso estar aqui, porque participei da formatura de 89 bombeiros

civis da cidade de Três Marias e estamos trabalhando juntos para que possamos ter

um Brasil melhor. As informações que eu tenho, inclusive do Rio Grande do Sul, são

as melhores possíveis.

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A palavra está aberta aos Deputados Leonardo Monteiro, Nilmário Miranda e

Dr. Grilo.

O SR. DEPUTADO LEONARDO MONTEIRO - Sr. Presidente, Srs.

Deputados, bombeiros civis aqui presentes, eu quero parabenizá-los pela realização

deste seminário.

Eu conheço algumas experiências de bombeiro civil. Conheço a exitosa

experiência de Caratinga. Em conformidade com o preâmbulo que V.Exa. leu,

também estou aqui para ouvir. Quero ouvir os representantes dos bombeiros de

várias regiões do Brasil que estão aqui presentes, até para conhecer melhor a forma

de trabalho dos bombeiros civis do nosso País, que estão representados neste

seminário.

Muito obrigado.

Que posamos ter um excelente seminário nesta tarde, Sr. Presidente!

O SR. PRESIDENTE (Deputado Lincoln Portela) - Obrigado, Deputado

Leonardo Monteiro. V.Exa. é atuante nesta Comissão, está sempre interessado nas

propostas de iniciativa popular.

Deputado Nilmário Miranda, V.Exa. sempre trabalhou com direitos humanos...

O SR. DEPUTADO NILMÁRIO MIRANDA - Eu trabalho.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Lincoln Portela) - Pois é, sempre trabalhou

com os bombeiros, e os bombeiros civis fazem um trabalho de direitos humanos

também.

Com a palavra o Deputado Nilmário Miranda.

O SR. DEPUTADO NILMÁRIO MIRANDA - Eu vim para ouvi-los.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Lincoln Portela) - Meu nome é Nilmário

Miranda! (Risos.) Eu me lembrei do Dr. Enéas.

Com a palavra o Deputado Dr. Grilo.

O SR. DEPUTADO DR. GRILO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, senhoras e

senhores, eu também vim participar deste importante seminário exatamente com o

objetivo de conhecer um pouco mais sobre esse importante trabalho dos bombeiros

voluntários. Nós que rodamos pelo interior de Minas Gerais, pelo interior do Brasil

podemos constatar que existe realmente uma deficiência muito grande do Estado

nessa parte e que esse trabalho que é feito pelos bombeiros civis voluntários é muito

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importante. Precisamos tomar medidas que os valorizem e os aperfeiçoem cada vez

mais. Refiro-me a treinamentos, cursos, melhor aparelhamento, dando-lhes

condições para que continuem realizando esse importante trabalho em todo o Brasil.

Nós queremos ouvi-los e conhecer um pouco mais suas experiências, bem

como acompanhar, posteriormente, os projetos de lei sobre o tema que tramitam na

Câmara dos Deputados, a fim de que sejam dadas melhores condições de trabalho

aos bombeiros civis voluntários.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Lincoln Portela) - Muito bem, Deputado Dr.

Grilo. V.Exa. também tem sido atuante e se mostrado muito preocupado com o que

acontece nas nossas Minas Gerais.

Com a palavra o Deputado Costa Ferreira, que também sempre está presente

nesta Comissão.

O SR. DEPUTADO COSTA FERREIRA - A nossa Comissão de Legislação

Participativa é uma porta aberta para as reivindicações sociais da nossa Pátria,

possibilita a entrada de grandes projetos originários da população brasileira. Nós

temos participado desta Comissão desde o seu início.

Parabenizamos os responsáveis pela realização deste seminário, que visa a

fortalecer essa instituição, que realmente tem sido benevolente e até desprendida.

Ontem mesmo se noticiou que 19 bombeiros americanos morreram queimados,

numa tentativa desesperada de salvar o patrimônio de alguém e muita gente que

estava cercada pelo fogo no local. Eu acredito que este seminário, que está sendo

promovido por esta Comissão, a Comissão de Legislação Participativa, trará a todos

nós muitos esclarecimentos e fará com que outros voluntários possam associar-se a

essa instituição, que tem prestado serviço digno de nota a toda a nossa Pátria,

principalmente àqueles que são surpreendidos por esse tipo de sinistro.

Eu parabenizo, então, o Deputado Lincoln Portela, que é uma referência, é

um companheiro que se tem destacado, como os demais que fazem parte desta

Comissão, demonstrando que estamos aqui aptos a receber todas as aspirações e,

dentro do possível, transformá-las em lei, para beneficiar toda a população

brasileira.

Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Deputado Lincoln Portela) - Obrigado, Deputado Costa

Ferreira.

Esta Mesa informa aos senhores as regras de condução dos trabalhos. Cada

expositor deverá limitar-se ao tema em debate e terá o prazo de 15 minutos, não

podendo ser aparteado — darei um aviso quando faltarem 5 minutos e, depois,

quando faltarem 2 minutos. Ao final de todas as exposições, iniciaremos os debates.

Passarei a palavra primeiramente aos Parlamentares inscritos e, em seguida, aos

demais participantes.

Tendo sido esclarecidas as regras, passemos, pois, às exposições. Neste

momento, teremos a honra de ouvir os membros da Mesa.

Concedo a palavra ao Sr. Edison Rother, Presidente da Associação dos

Bombeiros Voluntários do Estado do Rio Grande do Sul — VOLUNTERSUL. S.Sa.

dispõe de 15 minutos.

O SR. EDISON EDUARDO ROTHER - Senhoras e senhores, boa tarde.

Gostaria, primeiro, de saudar o Deputado Lincoln pela iniciativa e o Fabrício, que

incentivou a realização deste evento.

Quero aproveitar o Dia do Bombeiro e saudar todos os bombeiros aqui

presentes. Hoje se comemora nacionalmente o Dia do Bombeiro, independente de

tipificação, modelo. Todos estamos unidos por uma causa, que é salvar vidas e

patrimônios.

Vou fazer uma apresentação rápida. Meu nome é Edison Eduardo Rother.

Sou Presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários do Estado do Rio Grande

do Sul, a VOLUNTERSUL. Também sou Presidente do Conselho das Corporações

Voluntárias da Confederação Nacional de Bombeiros Voluntários do Brasil. Essa

confederação é uma entidade recente, que se está estruturando à medida que vai

avançando o trabalho de bombeiros voluntários no Brasil.

Atuo como bombeiro voluntário há 15 anos. Por 8 anos comandei o Corpo de

Bombeiros Voluntários de Nova Petrópolis. Atualmente trabalho como técnico de

segurança do trabalho, condutor do SAMU e, nos meus momentos vagos, bombeiro

voluntário.

(Segue-se exibição de imagens.)

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O SR. EDISON EDUARDO ROTHER - A VOLUNTERSUL é uma OSCIP, uma

associação que congrega as Associações de Bombeiros Voluntários do Estado do

Rio Grande do Sul.

A Organização de Bombeiros Americanos, também chamada de

Confederação Nacional dos Bombeiros Voluntários, é ligada à Organização de

Bombeiros Americanos Internacional, que os senhores podem conhecer um pouco

mais através do site bombeirosamericanos.org. É uma Confederação que congrega

todos os bombeiros da América, em que estamos inseridos, através da

VOLUNTERSUL e também da ABVESC — Associação dos Bombeiros Voluntários

do Estado de Santa Catarina, que está aqui, neste momento, representada pelo

nosso companheiro Dionei, de Santa Catarina.

Farei um breve histórico.

Em agosto de 1982, ocorreu o Primeiro Encontro Nacional de Bombeiros

Voluntários, em Canela, no Rio Grande do Sul. Daí foi criada a Liga Nacional de

Bombeiros Voluntários e, na época, também a LIGABOM — Liga Nacional dos

Corpos de Bombeiros Militares. Em 1984, a Liga passou a denominar-se Associação

Brasileira de Bombeiros Voluntários, com a criação da Regional do Rio Grande do

Sul. Em 1991, a Regional torna-se Federação Rio-Grandense de Bombeiros

Voluntários. E em 2003, em virtude do novo Código Civil, a gente passou, então, a

ser Associação dos Bombeiros Voluntários do Rio Grande do Sul. Mas desde a sua

criação, a gente a trata como VOLUNTERSUL.

Apresentarei algumas definições que existem hoje dos modelos de

bombeiros, ainda amadurecendo, um pouco confusas: bombeiro público militar ou

civil, pessoa pertencente a uma corporação de atendimento a emergências públicas;

bombeiro profissional civil, pessoa que presta serviço em uma planta ou evento, que

tem a sua regulamentação na Lei nº 11.901, de 2009 — um grande avanço para os

bombeiros civis no Brasil —; e bombeiro voluntário, pessoa pertencente a uma

organização não governamental, que presta serviços de atendimento a emergências

públicas. Somos, de certa forma, amparados pela Lei nº 9.608, de 1998, que é a Lei

do Voluntariado.

Os tipos de bombeiros de que se tem notícia no Brasil hoje é o bombeiro

militar; o bombeiro comunitário ou misto, que é uma junção do bombeiro militar com

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o civil e com o funcionário público, enfim, é a junção de vários bombeiros, sob a

coordenação dos bombeiros militares; bombeiros municipais; bombeiros civis; e

bombeiro voluntário — que represento e atuo.

Vou falar um pouco do bombeiro voluntário no Brasil, dessa entidade, dessa

pessoa também. O bombeiro voluntário no Brasil existe desde 1892, é a corporação

de Joinville — que talvez os senhores já tenham ouvido falar dela, foi a que

apareceu no Fantástico — , que é uma das mais antigas corporações da América

Latina e a primeira do Brasil desse gênero — ali há uma foto dela. É considerada a

capital catarinense do bombeiro voluntário. Uma informação, a título de curiosidade:

a maior plataforma elevatória do Sul do País está nessa corporação, atinge 54

metros. Nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ela é a única

corporação que tem esse tipo de equipamento.

No Rio Grande do Sul, a primeira corporação de bombeiros voluntários

ocorreu em 1977, em Nova Prata. Com relação aos bombeiros voluntários nos

países vizinhos, porque há bombeiro voluntário em todo o mundo, eu cito: o Chile,

100% voluntário; a Argentina, o único local em que não há bombeiro voluntário é

Montevidéu, as demais províncias, como eles chamam, são constituídas por

bombeiros voluntários; e também bombeiros voluntários no Paraguai.

Nossos objetivos como VOLUNTERSUL são orientar, apoiar, viabilizar,

promover, organizar, capacitar, fiscalizar, representar os bombeiros voluntários. A

gente procura dar o suporte não só para as associações, para os bombeiros

voluntários, mas também para os Municípios que não possuem e querem implantar

um sistema de bombeiro.

Aqui são as 35 corporações existentes e funcionando no Estado Rio Grande

do Sul atualmente. Nós temos um trabalho de implantação até o final do ano, de

tratativas com alguns Municípios que não têm o serviço de emergência, seja militar,

seja municipal, para poder implantar e elevar o número de pessoas e comunidades

servidas por bombeiros.

Aqui, algumas imagens das Associações de Bombeiros no Rio Grande do Sul,

com suas respectivas equipes, e uniformes.

Uma estatística para conhecimento do nosso trabalho: no ano de 2010,

19.117 atendimentos realizados pelas corporações; disso, 1.227 foram incêndios. No

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ano de 2012, 19.242 atendimentos; desses, 1.237 foram incêndios. Uma média de

13 incêndios por dia é atendida pelos bombeiros voluntários no Estado do Rio

Grande do Sul.

Aí tem algumas imagens do nosso sempre trabalho.

Ativamente, nesse momento, temos 876 bombeiros voluntários atuando,

atendendo a comunidade. Temos distribuído pelo Estado 126 veículos de todas as

formas, desde combate a incêndio, a carro de resgate, a carro de busca e

salvamento, do mais velhinho ao mais moderno.

Capacitação. Em nosso trabalho temos hoje três cursos padronizados pela

associação: Curso Inicial de Bombeiro Voluntário — Nível 1; Curso de Resgate

Veicular — Nível Operador; Curso de Resgate Veicular — Líder e Chefes de Equipe;

e Curso de Especialização Flashover — Comportamento Extremo do Fogo.

Nossos parceiros de capacitação são SEST/SENAT para Condução de

veículo de emergência. Nossos mergulhadores têm a certificação PADI. Estamos

buscando a ISO 10015, certificação pela ABNT para capacitação.

Nós temos uma parceria forte com os bombeiros do Chile, com resgate

veicular e breque. Temos também capacitação oriunda da Organização dos

Bombeiros Sul-Americanos Internacional, do Centro de Treinamento Internacional do

Life Support Brasil, a Tantad, que é o grupo internacional de flashover, de

instrutores, no qual nós temos uma equipe. E também temos uma parceria de

capacitação com os Bombeiros de Portugal, tanto os sapadores quanto os

voluntários.

Aqui vocês estão vendo nosso projeto bastante recente, o Centro de

Treinamento dos Bombeiros Voluntários do Rio Grande do Sul, que deverá ser

implantado nessa área de terra de 2 hectares, doado pelo Município de Passo do

Sobrado. Esse centro de treinamento vai ser construído com nosso parceiro, com

quem vimos trabalhando há 2 anos, a Fundação Maçônica Educacional, que tinha

um trabalho de defesa civil. Como nosso trabalho também é voltado aos Municípios,

estamos unindo forças para implantar nosso centro de treinamento ali.

Cidades atendidas. No total temos 35 Corpos de Bombeiros que atendem

municípios vizinhos, próximos. Atendemos 79 cidades e 802 mil habitantes. No ano

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de 2012, o orçamento dessas 35 corporações chegou em torno de 2 milhões e 800

mil — não chega a 3 milhões —, um valor per capita de R$3,52.

Aí está um mapa da distribuição das corporações voluntárias em nosso

Estado.

Temas atuais de nossa associação. No centro de capacitação, cuja imagem

mostrei antes, nós estamos criando um sistema web integrado de gerenciamento de

ocorrência. Depois de ser implantado, à medida que as corporações forem

executando seus atendimentos, qualquer um dos senhores vai poder acompanhá-los

em tempo real. É só entrar no site, e vai ver a estatística em tempo real do que nós

estamos fazendo a nível de Rio Grande do Sul. Estamos buscando, trabalhando,

participando em todos os momentos em que somos convidados e buscando apoio

para legislações nacional e estadual — e acho que esse momento está sendo muito

oportuno para isso. Nós temos um trabalho de compras comunitárias, onde unimos

as corporações que têm interesse em um equipamento. Com isso, buscamos muitas

vezes 25, 30 corporações interessadas em um equipamento, barganhando valores.

O nosso comitê técnico — aí na foto — está buscando executar algumas

padronizações em conjunto com o pessoal de Santa Catarina. Uma das coisas já

padronizadas, que está em processo de alteração, é o nosso uniforme. Todos os

bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul vão ter esse uniforme operacional

vermelho e esse fardamento que eu uso para momentos sociais.

Para vocês terem uma ideia, aqui, à minha direita, é o Curso de Capacitação

de Resgate Veicular Padronizado; e, à minha esquerda — parece uma norma da

ABNT, mas não é —, é uma norma do comitê técnico, para composição de

uniformes, um padrão que a gente adotou em parceria, em comunicação com Santa

Catarina.

Esse aí é um sistema de gestão que já existe no nosso site, onde nós — cada

associação, cada Corpo de Bombeiros Voluntários no Município —, no âmbito

estadual, lançamos nossas informações, monitorando-os constantemente, e temos

acesso às informações do Corpo de Bombeiros, do Bombeiro Voluntário, do material

que eles têm. Enfim, é um sistema hoje restrito de gerenciamento, que vai ser

agregado ao que falei antes, que é o Sistema de Atendimento à Emergência, que vai

ser informação pública.

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Nós temos um trabalho com a Rio Grande Energia, em que a comunidade

pode doar recurso financeiro através da conta de energia elétrica. Infelizmente, as

outras duas empresas de energia elétrica do Estado não abriram essa porta que

abriu a RGE. Isso está viabilizando mantermos e cada vez mais aplicarmos recursos

na nossa missão.

Algumas reivindicações no contexto geral. A gente precisa tratar sobre uma

legislação nacional de reconhecimento, de apoio técnico e financeiro para os

bombeiros tanto civil, como voluntário; mas, principalmente para o bombeiro

voluntário, porque não tem uma legislação específica de reconhecimento. Até se

tentou, se está trabalhando uma legislação em nível de SENASP, num grupo de

trabalho, mas a gente não sabe qual vai ser o avanço disso. Não é realmente uma

legislação, está se tratando sobre o assunto. Mas a gente vê a importância de se ter

uma legislação nacional que nos ampare, para que possamos desenvolver o nosso

trabalho.

Também uma legislação nacional de padronização mínima das atividades de

bombeiro, principalmente do bombeiro voluntário, para que a gente tenha um norte

nacional de como formatar essas corporações.

Destinação de veículos e equipamentos de órgãos federais, novos

principalmente. Todo o mundo quer operar com equipamento novo, mas podem ser

usados, podendo ser equipamentos da Defesa Civil Nacional, da SENASP. A gente

sabe que tem muito veículo que foi abandonado pelo poder público, espalhado pelo

Brasil inteiro, que pode muito bem servir aos nossos Corpos de Bombeiros

Voluntários.

Outra reivindicação é uma agência nacional de bombeiros que pudesse

regulamentar e discutir constantemente a atividade de bombeiro no Brasil.

Essas reivindicações praticamente estão inseridas dentro de um projeto,

chamado Brasil sem Chamas, que merece ser observado.

Passando um pouquinho sobre a situação dos bombeiros no Brasil, para

quem não conhece e quer conhecer a fundo, eu indico visitar o site do Ministério da

justiça, da SENASP e procurar o perfil profissiográfico. Ali tem um capítulo que fala

dos bombeiros e mostra a triste realidade de que apenas 7% dos Municípios do

Brasil têm bombeiros.

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Nossos contatos: redes sociais, sites.

Era o que tinha no momento a apresentar para a Comissão. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Lincoln Portela) - Agradeço ao Sr. Edison

Rother pela sua exposição.

Passo a palavra agora ao Sr. Fabrício de Oliveira Coelho, Presidente da

Associação dos Bombeiros Civis Voluntários de Três Marias, entidade autora da

sugestão que deu origem a este evento, para sua exposição. V.Sa. dispõe de até 15

minutos.

Quero também ressaltar a presença do Deputado Renato Molling conosco.

O SR. FABRÍCIO DE OLIVEIRA COELHO - Boa tarde a todos! Nessa

oportunidade, eu gostaria de cumprimentar o Deputado Lincoln Portela, Presidente

desta Comissão, e, por meio de sua pessoa, cumprimentar os demais componentes

da Comissão de Legislação Participativa; cumprimentar também os demais

Deputados de outras Comissões presentes; os Vereadores de Três Marias que

vieram: Maria helena, Irmã Alda, Denilson; o Vereador Eli Vaz, de João Pinheiro,

onde temos projetos sobre o bombeiro civil e o bombeiro voluntário; o Assessor

Jurídico da Associação de Bombeiros Civil de Três Marias, Dr. William Dornas, de

Belo Horizonte, que nos tem dado apoio; o Tenente Procácio, Presidente da

Associação dos Bombeiros Voluntários de Minas Gerais; e o Sr. Alex, Vice-

Presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários de Minas Gerais.

(Segue-se exibição de imagens.)

O SR. FABRÍCIO DE OLIVEIRA COELHO - A nossa apresentação será bem

rápida. Pedi ao Sr. Edison que fizesse a primeira apresentação, tendo em vista o

nosso trabalho e o nosso desejo de se criar Corpo de Bombeiros também em Três

Marias — localizada quase no centro de Minas Gerais, a 450 quilômetros de Brasília

—, considerando a necessidade do Município. Nós fomos ao Rio Grande do Sul,

gostamos da ideia e pensamos num projeto para instalá-lo em Três Marias. Com o

apoio da Associação de Bombeiros Voluntários de Minas Gerais, conseguimos fazer

com que esse projeto chegasse até Brasília.

A nossa apresentação focaliza as necessidades que temos hoje na região.

A Associação de Bombeiros Civis de Três Marias foi constituída tendo em

vista a preocupação que há no Estado de Minas Gerais, pois é um Estado da

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Federação que tem Municípios de grande extensão e vários Municípios com enorme

necessidade na área de socorro, na área de salvamento, na área de resgate. Sendo

uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizada na Região Sudeste, Minas

Gerais tem hoje 853 Municípios. E, na contagem, há 54 corporações de bombeiros

militares implantadas. Nos demais Municípios, vem sendo preenchida essa lacuna.

Muitas vezes, deixa-nos tristes saber que não há equipe eficiente por não

haver bombeiros — vimos hoje a referência ao Rio Grande do Sul. De alguma forma,

nós não os temos. Temos equipes de resgate em algumas regiões, mas não em

outras. Essas necessidades vêm sendo preenchidas.

Baseado nisso, digo que Três Marias está dentro desse contexto, a cidade de

Três Marias propriamente dita. A cidade hoje tem 32 mil habitantes. Temos uma

represa com 182 quilômetros de extensão de água, bem frequentada, bem visitada.

A cidade é cortada pelo Rio São Francisco, que automaticamente abastece a

represa. Temos ali também, dentro da nossa cidade, a BR-040, uma das rodovias

federais que liga a Capital do Brasil até o Estado do Rio de Janeiro, bem

movimentada, com trânsito intenso. Enfim, Três Marias está cercada por tudo isso.

Três Marias é considerada hoje uma cidade de terreno acidentado, devido aos

morros. Há construções próximas a rios e córregos. É uma cidade aparentemente

pequena, mas tem grandes necessidades nessa área de socorro e salvamento.

Estamos falando propriamente da cidade de Três Marias.

Em torno da bacia hidrográfica de 182 quilômetros, há mais ou menos 7

Municípios, que são abastecidos por essa bacia e correm o mesmo risco. Nenhum

desses Municípios possui corporações de bombeiros implantadas. E as ocorrências

e os acidentes cotidianamente estão acontecendo.

Recentemente, formamos 83 bombeiros civis em Três Marias, em curso que

durou três meses. Não temos ainda um grupamento fundado e constituído para

estrutura de resgate e salvamento. Temos projetos para isso. Esse grupo de resgate

e salvamento deverá ser formado por esses bombeiros que estão atuando conosco

como voluntários. Nós temos justamente o objetivo de prestar serviço de socorro,

urgência e emergência, cotidianamente recorrente na região. Para tanto, no dia 23

de janeiro de 2013, recentemente, fundamos a associação do Município, que tem o

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intuito de prestar esse serviço. Estamos estruturando o Município para prevenir os

acidentes que têm ocorrido.

Com a equipe, hoje, prestamos um plantão voluntário de doze horas. As

outras doze horas fica a cargo da minha pessoa — muitas vezes, o plantão fica a

cargo da pessoa que compõe a presidência ou a diretoria da associação. Durante o

dia, por doze horas, temos ali uma equipe de voluntários. São quatro bombeiros,

cotidianamente presentes, para prestar esse tipo de serviço, tendo em vista que o

bombeiro militar mais próximo de Três Marias está a 130 quilômetros, no Município

de Curvelo. Curvelo está na região central de Minas. É uma cidade bem localizada,

pois está no centro de Minas Gerais. Para se ter uma ideia, o bombeiro militar de

Curvelo possui uma corporação com 32 militares de prontidão, para atender a

Município de grande espaço territorial. E muitas vezes nos têm acionado para dar

suporte a eles, nas ocorrências próximas aos Municípios.

Essa imagem mostra os projetos que estamos fazendo nos Municípios. Uma

associação foi criada para fazer esse tipo de projeto, de trabalho.

A educação começa da criança: esse é o Projeto Bombeirinhos, um trabalho

com crianças nas escolas. Há também educação para jovens, o Bombeiro

Educando. Recentemente, conseguimos a Lei de Utilidade Pública, baseados nos

princípios que estamos trabalhando na conscientização em conjunto no Município.

Há outra questão que estamos trazendo ao Município: hoje, de alguma forma,

a Defesa Civil Nacional tem sido fomentada e até mesmo articulada, por meio de

projetos, para apoio ao Bombeiro, para que o Bombeiro trabalhe em conjunto com a

Defesa Civil. Num Município como três Marias, por exemplo, não existia Defesa Civil.

Nós procuramos, por meio do poder público, do Poder Legislativo do Município, criar

a Defesa Civil, constituí-la, para que o Bombeiro pudesse ter espaço de trabalho em

conjunto com a Defesa Civil. É o que está sendo formado.

Já foi abordada pelo Sr. Edison, e não vou repetir, a questão da profissão do

bombeiro civil.

A nossa preocupação, quando falamos de atendimento a urgência e

emergência, é justamente o tempo de resposta que deve ser dado em uma

ocorrência. Nos 50 anos de existência no Município de Três Marias, nós

dependíamos muito do Bombeiro Militar para nos deslocarmos até as ocorrências na

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região, o que poderia levar em torno de duas horas ou mais para se chegar ao local

do acidente — quando dava para chegar dentro desse prazo! Prega-se que o tempo

de resposta tem que ser 7 minutos. Hoje temos atendido às ocorrências — vamos

mostrar rapidamente o nosso histórico preciso — dentro desse prazo, mesmo assim

com muita dificuldade.

Eu trouxe uma estatística rápida do atendimento, do dia 23 de janeiro até o

dia de ontem — considere-se o nosso pouco tempo de existência. Atendemos no

Município e na região. Estou falando de Minas Gerais, que está próxima. Paracatu,

todo mundo a conhece, está bem próxima a Brasília. Passa-se por João Pinheiro,

Três Marias e Felixlândia, que está bem próxima de Belo Horizonte, capital de Minas

Gerais. Temos atendido nesse trecho. As ocorrências estão dento do Município e na

BR-040. Ali temos um parceiro que nos tem dado apoio e nos solicita para as

ocorrências. Vamos falar dos parceiros daqui a pouco.

Estes são os números.

Atropelamento: atendemos a 3 ocorrências; acidente com vítima presa nas

ferragens, 11 ocorrências; acidente com moto, 7 ocorrências; incêndio florestal, 15

ocorrências — lembro que o incêndio florestal ocorre em reservas de área de

preservação permanente, em que somos solicitados para fazer o controle; incêndio

em comércio, 2 ocorrências; enxame de abelhas, 2 ocorrências — somos acionados

para ir a casas retirar abelhas; captura de animais, 7; vazamento de óleo na pista,

limpeza de pista, 6 ocorrências — a Polícia Rodoviária Federal sempre nos aciona

para conter o óleo na pista, para evitar outros acidentes; afogamento na represa de

Três Marias, houve 1 ocorrência — nesse caso, a vítima veio a óbito; prevenção em

eventos, 28 — esse foi o número de eventos em que já atuamos no Município;

vistorias em geral, 6 ocorrências; campanhas educativas, 25; participação em

eventos oficiais, junto com o conjunto dos bombeiros militares e bombeiros civis, 25

eventos; capotamento de veículos, 3; recolhimento de cadáveres, 3 — somos

acionados pela Perícia e pela Polícia Civil para fazer esse apoio; retirada de vítima

presa em lança de grade, 1 ocorrência — nesse caso, foi uma criança, num resgate

muito interessante; solicitação pela PRF para localizar vítimas perdidas ou

desaparecidas em acidente, projetadas do veículo, 1 ocorrência — fomos acionados

recentemente para atender a uma ocorrência em Paracatu, perto de Minas Gerais.

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Essa é a nossa base de bombeiro. Hoje não estamos propriamente instalados

no Município por questões de documentação. Precisamos localizar ainda a liberação

do local, dependemos muito disso.

Essa é a nossa base de bombeiro. Hoje não estamos propriamente instalados

no Município por questões de documentação. Precisamos localizar ainda a liberação

do local, dependemos muito disso. Temos que estar hoje num posto de combustível

cedido por um empresário do Município, ligado a um consórcio que abarca desde o

Município de Três Marias até o Município de São Gonzalo do Abaeté. Chama-se

Posto Beira Rio. Esse empresário nos cedeu o espaço onde instalamos a base de

bombeiro, onde outrora funcionava uma sala de caminhoneiro. O proprietário do

posto do Grupo Beira Rio nos cedeu o local.

Essa imagem mostra os equipamentos que usamos para os resgates. Temos

uma pickup Strada e um Monza, que utilizamos para ir às ocorrências.

Atuamos muito com o pessoal do hospital. Uma ambulância de emergência

do hospital sempre sai conosco. Até mesmo com empresas próximas ao Município

fizemos parceria. Deslocam-se para estar conosco nas ocorrências.

Para quem não conhece, essa imagem mostra o posto onde estamos

instalados, bem próximo de Três Marias. Essa é uma vista aérea do local, estamos

bem ali.

A futura instalação dos Bombeiros será nesse local que os senhores estão

vendo. O local foi cedido pela CODEVASF, em parceria com o Instituto Chico

Mendes de Conservação da Biodiversidade — ICMBio, que cedeu o terreno para

construirmos a base dos Bombeiros, o grupamento dos Bombeiros, a ser formado

nesse local, que está em processo de documentação e deve ser liberado

posteriormente, para que instalemos ali o Bombeiro de Três Marias.

Essas são algumas fotos que mostram os trabalhos que fizemos. Foi discutido

em Belo Horizonte, recentemente, um projeto para implantação de Bombeiro Civil no

Município, em Minas Gerais.

Essa imagem mostra uma reunião na Câmara Municipal de Belo Horizonte e

essas são as parcerias que fizemos. Trabalhamos em conjunto com o pessoal dos

Anjos do Asfalto, que está presente na reunião. Temos o apoio da Polícia Militar, do

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Batalhão de Operações Aéreas, para ações de socorro e resgate. Trabalhamos

sempre com parcerias.

Essa é a represa de Três Marias, uma prainha que lá temos. A Marinha do

Brasil está ali, além do Bombeiro Militar e do Bombeiro Civil, só que isso acontece

em eventos. Passa o evento, o Bombeiro Militar não permanece, embora a

movimentação às vezes continue nos finais de semana. Nós fazemos a prevenção,

voluntariamente, nesses locais.

A Polícia Rodoviária Federal tem sido nossa parceira. Fizemos esse trabalho

em conjunto, recentemente, no projeto Siga Bem Caminhoneiro, um trabalho de

conscientização nas estradas.

Essas são as ocorrências atendidas no Município de Três Marias, desde a

nossa fundação. Vamos passar as fotos rapidamente, para visualização dos

atendimentos que fizemos do dia 23 de janeiro até agora.

Essa é a criança resgatada de que falei.

As nossas reivindicações, que não elenquei ali, são poucas, na verdade. Hoje

estamos buscando na legislação federal uma forma de conseguir apoio, uma lei que

dê às equipes de bombeiro civil e bombeiro voluntário existentes no Brasil, no

Estado de Minas Gerais, condições de atuação. Enfim, que tenham recursos, até

mesmo provindos do Estado ou provindos do Governo Federal, para a sua

manutenção e a sua sobrevivência. Sabemos que hoje há muito recurso na esfera

federal e na esfera estadual. De alguma forma, isso pode ser destinado às equipes

de socorro e resgate voluntário, que têm dificuldades referentes a documentações

legais e outras exigências, e não têm uma lei que lhes garanta recursos para

aquisição de viaturas, para logística, para melhor condição de trabalho, enfim. As

nossas reivindicações são essas.

Recentemente nos foram doados pela Polícia Rodoviária Federal, que nos

ajuda, equipamentos desencarceradores. Fizemos esse trabalho com algumas

doações até mesmo de instituições do Governo Federal, como a Polícia Rodoviária

Federal, que nos tem dado esse amparo no Estado de Minas Gerais.

Com base nisso, nós trouxemos uma breve apresentação do que é o nosso

trabalho hoje, em Três Marias.

Eu agradeço a atenção de todos. Muito obrigado pela oportunidade. (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Deputado Lincoln Portela) - Agradeço ao Sr. Fabrício

de Oliveira Coelho pela exposição.

Passo a palavra ao Sr. Marcos Campolina, Presidente do Instituto Anjos do

Asfalto — Resgate Rodoviário, para a sua exposição. V.Sa. dispõe de até 15

minutos.

O SR. MARCOS CAMPOLINA - É um prazer estar aqui. Eu agradeço a

oportunidade e cumprimento a todos os presentes nesta Comissão. É com muita

emoção que eu começo as palavras que tenho a dizer, por trabalhar há 9 anos e

meio com resgate e salvamento na BR-381, que é conhecida, acho que por todos,

pelo grande número de acidentes com vítimas fatais.

É muito difícil a gente trabalhar e fazer um serviço voluntário. Tem que ter

muito amor no coração e dedicação para você levar conforto a uma pessoa que está

necessitada. Sabemos das dificuldades que o Bombeiro Militar e o Estado têm.

Mesmo estando em Belo Horizonte, onde há o Bombeiro Militar e o SAMU, que nos

apoiam muito, a gente tem uma grande dificuldade.

O Anjos do Asfalto, criado em fevereiro de 2004, vem, nesses mais de 9 anos,

mostrando as necessidades do serviço de resgate e salvamento de bombeiros civis

e de equipes de resgate voluntárias, mas não está nem perto de suprir as

necessidades existentes hoje. Lembro mais uma vez a importância dos Bombeiros

Militares e das equipes de resgate voluntárias, como o Serviço Voluntário de

Resgate — SEVOR, o Grupo de Atendimento Voluntário de Emergência — GAVE, e

o Grupo de Resgate Voluntário de Emergência — GRVE, em Barão de Cocais, que

também atuam na BR-381.

Os atendimentos em rodovias federais e estaduais são vários, muitos deles

com vítimas fatais, além de atender a pequenas cidades, que já conhecem o

trabalho desenvolvido pelo Anjos do Asfalto e nos chamam. Estamos ali, prontos,

para atender qualquer tipo de ocorrência que nos for cabível.

A Rodovia 381 fica num trecho considerado o mais perigoso do Estado de

Minas Gerais, e, por muitos, o mais perigoso do Brasil. São 100 quilômetros de

rodovia com 200 curvas sinuosas. Por ser palco de um grande número de acidentes,

em sua maioria com vítimas fatais, é necessária a sua duplicação — e todo mundo

sabe disso. Várias vezes citou-se a duplicação, mas até hoje nada se viu. Há 9

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anos eu escuto falar na duplicação da BR-381 e não sei, não entendo quais seriam

os motivos de essa obra não ser iniciada.

Várias vezes socorremos crianças, jovens e adultos, vítimas de acidentes de

trânsito e que vieram a óbito, perante a minha pessoa e perante a outros socorristas,

por falta de um equipamento desencarcerador, por falta de socorro. E, como foi

citado pelo Fabrício, quanto ao tempo de resposta, quanto mais rápido, melhor. Nós

estamos lidando com vida, não temos margem para erro e estamos desamparados

na questão de alguns equipamentos.

Eu atendi, no Carnaval deste ano, a um motoqueiro que foi acidentado na BR-

381. Ele ficou no solo por mais de 3 horas, esperando uma ambulância para

transportá-lo até o hospital. Eu estava presente e vi. Isso deixa a gente muito

chateado, muito triste. Não era essa a situação que a gente queria ver. E isso

porque o Instituto Anjos do Asfalto não possui uma ambulância para transportar

vítimas. Então, a gente fica triste — ao mesmo tempo em que satisfeito por

desenvolver o trabalho — por não conseguir alcançar uma meta que suprisse melhor

a necessidade das pessoas que sofrem acidentes de trânsito.

Nós, do Anjos do Asfalto, assim como, acredito, outras instituições, temos

grandes dificuldades com coisas básicas de salvamento, e baratas. Imagine, então,

as caras, como uma ambulância, conforme já citei. Eu não trouxe uma estatística

para mostrar a V.Exas. porque não tive acesso à mesma no tempo hábil — foi até

uma distração minha. Mas, só no mês passado, foram mais de 50 ocorrências no

trecho, em todos os dias do mês, com mais de 15 vítimas fatais. É um número de

uma expressão muito grande, que, eu acredito, comove qualquer pessoa. Quem já

perdeu um parente, um amigo, ou conhece a história de uma pessoa que sofreu um

acidente, passou por muitas dificuldades e se tornou difícil seguir a vida a partir

desse momento. O Bombeiro Civil de Três Marias, que foi implantado há tão pouco

tempo, já realizou inúmeras ocorrências.

Deputado Lincoln Portela, parabéns pela iniciativa de ajudar. Isso é muito

importante para todos nós. Quero parabenizar todos os bombeiros, civis e militares,

porque hoje é o dia de todos nós. E não vamos desanimar, não, gente! Vamos

continuar. O Fabrício principalmente, com a iniciativa dele, que em tão pouco tempo

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está tendo bastante ajuda. E o Anjos do Asfalto tem orgulho de ter participado do

início desse projeto.

Eu tenho uma montagem de algumas fotografias e a trouxe para mostrar a

V.Exas. É interessantes que às vezes algumas fotografias vão chatear, vão

entristecer o coração, porque são de cenas reais, mas a intenção é cada vez mais

preservar a vida e alertar os motoristas quanto ao uso dos veículos e de bebida

alcoólica junto ao volante, que é a causa maior dos acidentes a que a gente atende.

E, na maioria das vezes, o motorista que está embriagado tem a sorte de não sofrer

nada, mas ceifa ali várias vidas.

Peço a gentileza de colocar o vídeo e a atenção de todos.

(Segue-se exibição de imagens.)

O SR. MARCOS CAMPOLINA - Isso mostra a parceria que nós temos, no

trecho em que trabalhamos, principalmente com o Corpo de Bombeiros e o SAMU,

que tanto nos apoiam nos salvamentos que fazemos no dia a dia.

(Segue-se exibição de imagens.)

O SR. MARCOS CAMPOLINA - Eu agradeço a atenção de todos.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Lincoln Portela) - Agradeço ao Sr. Marcos

Campolina por sua exposição.

Passo a palavra agora ao Sr. Neyff Souza da Silva, Presidente da Associação

de Bombeiros Civis do Nordeste, para a sua exposição. V.Sa. tem até 15 minutos.

(Pausa.)

O SR. NEYFF SOUZA DA SILVA - Boa tarde a todos. Exmo. Sr. Deputado

Lincoln Portela, digníssimo Presidente desta Comissão de Legislação Participativa,

na pessoa de quem eu saúdo a Mesa; parabenizo todos os bombeiros aqui

presentes, e aos ausentes, aos que aqui não puderam estar, pelo fato de ser hoje o

Dia Nacional do Bombeiro, por um decreto do Presidente Getúlio Vargas.

Eu sou Coronel Bombeiro Militar. Prestei 33 anos de efetivo serviço, sem

contar 1 dia de férias. São 33 anos, e aí podem imaginar o quanto disso aí a gente já

passou e viu. Sou operacional. Tenho lutado, desde antes da lei que criou em nosso

País a profissão de bombeiro civil, para que não haja uma norma técnica que chame

o bombeiro de bombeiro civil profissional ou profissional civil, pois bombeiro civil já é

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uma profissão, portanto, não precisa botar profissional. Norma técnica é técnica, não

é lei. Temos uma lei, e vocês devem ter o orgulho de ter uma profissão. Vocês são

bombeiros, independentemente de serem militares, voluntários, municipais,

consorciados ou comunitários.

Os bombeiros de nosso País estão na UTI. E é o motivo pelo qual vocês vêm

aqui pedir apoio, alguma coisa.

O Fantástico, após essa tragédia que ocorreu em Santa Maria, mostrou como

os nossos Corpos de Bombeiros estão esfacelados. Temos muita gente boa. E aqui

estamos vendo caráter de vocês. Dentro das corporações de bombeiros militares

temos muitos bombeiros voluntários como vocês; porém, os militares seguem uma

norma que os impede de falar. Mas a Rede Globo mostrou o estado de falência do

Corpo de Bombeiros do Estado do Piauí.

Em 2010, o Presidente Lula fez a I Conferência Nacional de Defesa Civil.

Como esta Comissão é de Legislação Participativa, Deputado, eu gostaria que

V.Exa. lembrasse e citasse o que ocorreu.

Vim aqui justamente para isso. Eu normalmente costumo fazer palestras com

imagens, porque uma imagem vale mais do que 10 mil palavras. Mas eu vou

apresentar algumas letras, porque elas são, na minha opinião, importantíssimas

para a mudança deste País.

Na referida Conferência Nacional de Defesa Civil — e estou aqui com o

relatório final — houve a participação de praticamente todos os Municípios do País.

Foram feitas assembleias com todas as classes do Brasil, em todos os Municípios,

para se fazer a nova política de defesa civil do País. Foram levantados todos os

problemas. Posteriormente, foram feitas as etapas estaduais. Nessas etapas

estaduais usaram novas terminologias para juntar aquelas mesmas ideias que

estavam apresentadas com palavras diferentes. Esses encontros culminaram, em

março de 2010, com a I Conferência Nacional de Defesa Civil do País.

O que eu vou apresentar aqui foi aprovado com a participação de 5 mil

delegados deste País, de todos os recantos do País. Isso significa que esse texto

tem legitimidade para ser implantado. Infelizmente, não o foi até agora.

(Segue-se exibição de imagens.)

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O SR. NEYFF SOUZA DA SILVA - Essa foi a Conferência Nacional de

Defesa Civil e Assistência Humanitária de nosso País, a I CNDC, convocada por

Decreto Presidencial de 27 de outubro de 2009 para — aí são os três objetivos

principais, que vou ter que ler para vocês:

“Avaliar a situação da defesa civil de acordo com

os princípios e as diretrizes do Sistema Nacional de

Defesa Civil — SINDEC, previsto no Decreto nº 5.376, de

17 de fevereiro de 2005; definir diretrizes para a

reorganização do Sistema Nacional de Defesa Civil e das

ações de defesa civil, com ênfase nos princípios da

prevenção e da assistência humanitária, como política de

Estado, como condição para o desenvolvimento social; e

definir diretrizes que possibilitem o fortalecimento da

participação social — que é o que vocês fazem — no

planejamento, gestão e operação do Sistema Nacional de

Defesa Civil.”

Então, eu vou passar aqui para vocês verem o que já foi aprovado pela

Nação.

“Relatório final da I Conferência Nacional de Defesa Civil. Capítulo 5.

Deliberações na etapa nacional.”

Foram vários os capítulos, os quais culminaram na etapa nacional.

O Tema 2 foi “Carreira e Profissionalização”. Dentre as diretrizes aprovadas,

conseguimos aprovar, com muita dificuldade, após discussão e com o apoio de

Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e dos companheiros da Bahia, a Diretriz nº 2

desse tema, que está ali:

“Realização de convênios com o Poder Público das

três esferas para a capacitação e formação do Corpo de

Bombeiros Voluntários, civis, municipais e militares,

agentes de defesa civil e Cruz Vermelha brasileira”.

Já está determinada a realização de convênios com o poder público nas três

esferas para que vocês possam ser formados e capacitados. Essa diretriz foi

aprovada com 725 votos, ou seja, por 72% dos presentes na hora da votação. E

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essa votação não foi no grito; foi no controle remoto, quando havia a opção “sim” ou

“não” — para não haver dúvidas.

Então, gente, eu li naquela diretriz o que está aqui: “... para a capacitação e

formação do Corpo de Bombeiros Voluntários civis municipais (...)”.

Portanto, os senhores já têm uma ferramenta. E nós precisamos, com o apoio

da nossa Comissão, fazer com que o País cumpra o que a Nação pediu. Hoje, nós

estamos vivenciando um momento mais propício do que nunca, que são essas

manifestações que estão trazendo o que o povo quer, o que o povo precisa.

Então, nós temos aí uma ferramenta que foi aprovada, com todas as normas

possíveis, pela Nação, e que não foi implantada ainda.

“Deliberações. Tema 5: Financiamento/Fontes de

Investimento. Aprovada.

Diretriz nº 6. Alocação de recursos federais para

estruturar Corpos de Bombeiros Voluntários, Comissões

Municipais e Núcleos de Defesa Civil.”

Então, gente, também há fonte de recurso para ser formado, para ser

estruturado. Está aqui: 685 votos, com 78% de aprovação.

Isso não é achismo, são fatos. Contra fato não existe argumento.

“Tema 7 - Legislação”

“Diretrizes Aprovadas”

Aí nós vamos para a de nº 8. Isso está aqui no caderninho, aprovado. Estava

no site da Defesa Civil, porém reformularam o site e tiraram o relatório; mas eu

posso passar para vocês.

“8 - Revisão da Circular Presi-052/IRB de 1977, do

Instituto de Resseguros do Brasil, que trata da

classificação de risco dos municípios, considerando sua

capacidade real de resposta aos desastres, incentivando

a implantação de Corpo de Bombeiros Militar e Civil.”

O que é isso, gente? Hoje, todos nós que temos um veículo, pagamos um

seguro para o mesmo. Quando você vai a uma seguradora qualquer, a qualquer

banco, o agente vai perguntar: “Você mora onde?” “Moro em Três Marias.” Aí, ele

olha lá: “Três Marias, Classe D”, e entra na Tabela D. Você vai levar uma facada no

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pescoço, porque vai sair caro. Ele está considerando que hoje existe Corpo de

Bombeiros civil municipal voluntário em Três Marias, mas no levantamento de 1977

vocês não existiam. Ou seja, Três Marias não está numa nova tabela de

classificação de risco. Se isso for feito, todo município será beneficiado, ou seja,

essa medida vai ter a capacidade de beneficiar toda a população, porque quem não

pôde fazer o seguro do seu carro vai fazer, a seguradora vai ganhar, e quem paga,

como a Votorantim, por exemplo, que tem fábrica no Município, vai diminuir seus

custos e poderá incrementar seu maquinário ou contratar mais pessoas. Então,

ninguém perde; só temos a ganhar.

“Diretrizes aprovadas. Eixo 2. Órgãos de resposta

aos desastres.

Diretrizes aprovadas. Criação, implantação e

regulamentação de corpos de bombeiros civis voluntários

(...)”

Está ali, gente. Foi difícil conseguirmos colocar essas palavrinhas. O

Deputado sabe que, quando se cai na discussão sobre a inclusão do termo

municipal, civil ou voluntário, há muita discussão para se conseguir que uma palavra

continue no texto. Mas nós conseguimos. Eu digo “nós” porque nós estávamos

presentes. Vocês sabem que é muito bem organizado o pessoal do Corpo de

Bombeiros Voluntários de Santa Catarina, assim como o do Rio Grande do Sul e da

Bahia. Então, com a ajuda deles, nós conseguimos implantar isso aí.

“Criação, implantação e regulamentação de corpos

de bombeiros civis voluntários e municipais com

capacitação e treinamentos para atuar nas ações de

prevenção, resposta a desastres, atendimento às

emergências e combate a incêndio.”

Foram 524 votos de aprovação, 72% de aprovação. Isso é fato!

Vou repetir, porque eu faço questão que fique memorizado na cabeça de

vocês.

“2. Criação, implantação e regulamentação de

Corpos de Bombeiros civis voluntários e municipais com

capacitação e treinamento para atuar nas ações de

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prevenção, resposta a desastres, atendimento às

emergências e combate a incêndio.”

Por que isso, gente? Porque há que haver, a princípio, uma padronização de

uniforme dos bombeiros civis neste País, para que vocês tenham uma identidade.

Hoje vocês chegam a qualquer lugar e reconhecem um policial, reconhecem o

pessoal do Exército, mas não sabem se aquela pessoa é um bombeiro civil. Eu já

tentei isso em um evento do sindicato. Fiz um modelo e o entreguei, para que fosse

adotado por todos os bombeiros civis.

Conheço 22 países por onde estive viajando, fazendo trabalhos com

bombeiros civis. No mundo todo, bombeiro civil veste azul. Este uniforme tem a cor

internacional de resgate e salvamento, a cor laranja.

Nós fizemos várias intervenções. Nesse rolo todinho houve modificações de

termos. Precisamos fazer uma moção para que entrasse em votação e conseguimos

sua aprovação. Está aqui. São muitas letras, mas eu vou citar detalhes do que está

ali: “Criar em todos os Municípios do País corpos de bombeiros civis e/ou

voluntários, como órgãos integrantes do sistema municipal de defesa civil.”

Gente, quando acontece um desastre, os bombeiros voluntários que não

estão ainda formados são os que realmente atuam.

Nas ocorrências que houve em Friburgo, no Rio de Janeiro, levou-se até 13

horas para que se pudesse atender a um pedido de socorro. E a população, sem

conhecimento, sem nada, vai lá salvar.

Hoje de manhã estava conversando com alguns companheiros e lhes disse

que existem os bombeiros natos e os que “estão” bombeiros. Bombeiro nato é

aquele que é bombeiro desde criança. Você tem dois filhos, Deputado, e dá um

carrinho apenas para um deles. Quando o que não recebeu o carro quiser brincar, o

outro menino — se for um bombeiro nato — vai dizer: “Pode brincar.” Se ele não for

um bombeiro nato, vai dizer: “Não pegue não, que é meu.” Desde criança o senhor

vê o que é um bombeiro.

E aqui eu tenho orgulho de estar com este pessoal que é bombeiro civil — os

voluntários, principalmente, porque não estão ganhando, estão se dedicando e

valem muito mais do que muita gente que se autointitula bombeiro. Então, esse

pessoal merece todo o nosso respeito, merece todo o nosso apoio.

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Portanto, o que conseguimos nessa Conferência Nacional, Deputado — e é o

meu pedido a V.Exa. — deve ser levado adiante, porque já existe.

Mais do que nunca estou muito feliz de estar aqui hoje porque esta Comissão

de Legislação Participativa tem uma ferramenta que foi aprovada pela Nação

brasileira. Mais do que nunca, eu a estou entregando em mãos, informando o que

este País tem e pode fazer.

Naquela moção, nós colocamos:

“Financiar com os fundos oriundos do FUNCAP

(Fundo Nacional para Calamidades Públicas) e outras

possíveis formas de financiamento, as estruturas físicas

— ou seja, paredes, a sala, etc. —, funcionais — que são

a parte de papel, de computador, telefone e tudo o mais

— e operacionais de todos órgãos constituintes do

sistema municipal de defesa civil.”

Quando eu falo do sistema municipal é porque eu conheço as defesas civis.

Tive uma oportunidade ímpar que Deus me deu de visitar o Estado de Israel, que

ofereceu uma vaga a este País para que lá alguém fizesse um curso de

administração de desastres. Eu concorri e fui indicado, apesar de muita, muita gente

ter os chamados “pistolões”. Minha mãe me disse: “Seu pistolão, meu filho, é Deus,

e mais do que Ele, ninguém pode.”

Eu fui a Israel, fiz um curso de administração de desastres, em 1993. Passei

10 anos na corporação para poder dar aulas do que eu tinha aprendido em Israel

sobre defesa civil, sobre como tratar as coisas — e não havia conseguido antes por

inveja.

Portanto, existe um sistema municipal porque as defesas civis, na prática,

pertencem hoje às chamadas “Casas Militares”. O que é a Casa Militar? É um órgão

de cada Governo responsável pela segurança pessoal do Governador, do Vice-

Governador e respectivas famílias. Isso é pessoal. E tem uma missão de cunho

social geral, que é justamente a defesa civil. Mas quando se vai para o Município, o

que acontece com a defesa civil? É um cargo que se entrega a um cabo eleitoral,

alguém que não tem os conhecimentos devidos. Na realidade, o que acontece? O

que vocês vêm aí: é sempre lamentar-se.

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O fato que ocorreu em Santa Maria é vergonhoso. A população lá está

brigando porque estariam tentando abafar. Aí dizem: “Não, estava funcionando sem

alvará”. E por que não foi feita a vistoria antes? Então, os senhores têm essa

missão.

Quanto ao sistema de defesa civil, se os Srs. Deputados conseguirem entrar

num sistema municipal de defesa civil, vão encontrar todo o restante disso aqui a

favor de S.Exas. Este País muda. Nós mudaremos. Eu posso viajar para qualquer

lugar e saber que não vou passar necessidade, se houver um incêndio, um acidente.

Teremos apoio. Sempre digo a todos os que me escutam em qualquer palestra ou

evento que eu vou que nós poderemos ser vítimas das nossas negligências.

Se você sai daqui, vai para Goiânia e se acidenta, quem vai te salvar?

Ninguém! Porque não estão presentes os bombeiros. Não há condições.

Lamento não ver aqui os bombeiros civis de Brasília. Os demais dos outros

Estados não têm condições de vir, mas os de Brasília não estão aqui. Há uma

desorganização, embora haja uma necessidade de se organizar.

Já existem muitas coisas. Gostaria de citar para o nosso companheiro do Rio

Grande do Sul que para os Corpos de Bombeiros Militares — como é a nossa

cultura, com exceção de Santa Catarina, onde houve esse primeiro bombeiro

voluntário — foram feitos protocolos para atendimento. E a lei que criou o Corpo de

Bombeiro Civil diz que, atuando conjuntamente, o comando é do bombeiro militar.

Fica difícil um oficial ir para uma ocorrência onde vidas estão em risco — inclusive a

dele — sem ter a mesma linguagem.

Então, este País precisa de uma única legislação, Deputado, sobre segurança

pública no que concerne à prevenção de incêndio e de pânico. Precisamos moralizar

este País e aproveitar essa onda.

Então, deixo a minha solicitação de que tudo o que está sendo apresentado

aqui seja aplicado.

Só para constar, pois não estou falando sem ter participado. Esta é uma foto

que tentei bater com o nome do evento. Esse de cabeça branca foi o que fez a

moção; é meu irmão.

Aqui foi na etapa estadual, de 7 da manhã às duas e meia da madrugada.

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Agradeço a vocês pela atenção e peço desculpas se me excedi. Deixo o

nosso contato aí para quem quiser. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Lincoln Portela) - Agradeço ao Sr. Neyff Silva

pela sua exposição pelo e-Democracia, às 15h20min. O Daniel deixou um recado

para todos aqui presentes:

“Os bombeiros civis fazem um excelente trabalho

aqui em Minas Gerais. Nossas estradas, perigosas pelas

curvas e pela falta de investimentos, têm ceifado muitas

vidas em acidentes. Em muitos casos, porém, os

bombeiros civis auxiliam os motoristas com primeiros

socorros e informações importantes antes que as forças

policiais ou bombeiros militares cheguem. Parabéns a

esses heróis anônimos! Que este trabalho seja

reconhecido nacionalmente e se espalhe por toda a

Nação! Parabéns pelo tema!

Após ouvir o Sr. Neyff Silva, passo a palavra agora ao Sr. Humberto

Guimarães, Presidente do Serviço Voluntário de Resgate, SEVOR, para sua

exposição. V.Sa. dispõe de 15 minutos.

O SR. HUMBERTO GUIMARÃES - Boa tarde a todos.

Cumprimento todos os presentes e agradeço ao Deputado Lincoln Portela,

Presidente da Comissão, pela oportunidade.

Meu nome é Humberto. Sou Presidente do SEVOR, que é de Minas Gerais.

Nós somos de João Monlevade. (Pausa.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Lincoln Portela) - Enquanto estamos

resolvendo essa questão, a Secretaria da Comissão apresentou-me agora o Projeto

Brasil Sem Chamas, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação — José Carlos

Tomina. Estou passando o referido trabalho também às mãos do coronel Neyff para

que ele possa avaliar como anda esse projeto e se dá para fazermos algum encaixe

dentro do que estamos aqui discutindo.

Podemos fazer um substitutivo ou uma emenda, mas não sei sobre a

tramitação. Recebi o projeto, mas ele não deve estar tramitando nesta Casa, se não

me engano. Ele não tramita na Casa. É um projeto do Ministério da Ciência e

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Tecnologia. Penso que, quem sabe, hoje já poderíamos sair com um projeto daqui.

Aproveitando a versatilidade que os companheiros da Mesa têm, daqui deste debate

sairia um projeto para a Nação brasileira. Seria um projeto simples. No início, talvez

ele nem seja completo, mas que poderia, com o passar do tempo, receber um

substitutivo ou algumas emendas.

Deixo aqui a proposta para que elaboremos um projeto. Nós o levaremos para

a Consultoria Legislativa e, logo após, então, haveria a tramitação normal na

Câmara. Seria bom que viesse pela associação de vocês para darmos o devido

valor a esta Comissão. Não seria de autoria de um Parlamentar, mas da associação.

Poderíamos, assim, trabalhar para ter um Brasil melhor e mais seguro.

Enquanto esperamos mais um minutinho, vou fazer menção à presença de

algumas pessoas. William Bertozzi Dornas, acesso a um dos corpos de bombeiros

de Três Marias; Maria Helena Viana, Câmara Municipal de Três Marias; Gleyson de

Jesus Ferreira, associação do bairro Nova Três Marias; Adenilson Rubim, Vereador

da Câmara de Três Marias; Elias José Vaz, Vereador de João Pinheiro; Maria Celina

de Oliveira; Ronaldo José Resende; Adenilson Rodrigues; Luís Carlos; Tenente

Procácio.

Passaram aqui pela Comissão os Deputados Costa Ferreira, Dr. Grilo,

Leonardo Monteiro, Nilmário Miranda e Renato Molling.

Vamos à exposição.

O SR. HUMBERTO GUIMARÃES - Na cidade de João Monlevade, como já

falei, funciona o SEVOR — Serviço Voluntário de Resgate. O nosso slogan e a

nossa missão é salvar vidas.

(Segue-se exibição de imagens.)

O SR. HUMBERTO GUIMARÃES - A cidade de João Monlevade, Minas

Gerais, localizada a 110 quilômetros de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas

Gerais, e a 125 quilômetros da cidade de Ipatinga, é um dos principais polos

econômicos do Estado.

Cerca de 16 Municípios localizam-se num raio de 60 quilômetros, dentre eles

Itabira, Bela Vista, Nova Era, São Gonçalo, Rio Piracicaba, cujos acessos principais

são da Rodovia 381, que corta o País em diagonal, com início no Estado de São

Paulo e término no Estado do Espírito Santo.

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A Rodovia 262, transversal, de início no Estado de Mato Grosso do Sul e

término também no Estado do Espírito Santo, por onde se escoa parte expressiva da

economia nacional.

Esse é um retrato da nossa cidade.

A entidade. O Serviço Voluntário de Resgate, SEVOR, fundado no dia 04 de

novembro de 2000, é uma entidade civil de direito privado, sem fins lucrativos,

apartidária, sem discriminação religiosa ou racial, com sede e fórum na cidade de

João Monlevade, Minas Gerais, domiciliada na Rua Kennedy, nº 157, Bairro Nossa

Senhora da Conceição, inscrita no CNPJ, inscrição estadual isenta, devidamente

representada por Humberto Guimarães Fernandes, Presidente, e pelos demais

membros administrativos. A entidade é reconhecida como de utilidade pública em

âmbito municipal e estadual.

Esse é um retrato da nossa equipe numa capacitação que a gente estava

fazendo.

A principal finalidade da entidade é auxiliar no âmbito pré-hospitalar, em

situação de emergência ou urgência, as vítimas de acidentes ou de mal súbito,

dando amparo à sociedade de modo geral; colabora com autoridades municipais,

estaduais e federais, quando solicitado o atendimento a acidentes provenientes de

rodovias, áreas urbanas, ou em caso de calamidade pública.

Atualmente, a entidade conta com 57 voluntários com formação específica em

socorrista e conta também com médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem,

bombeiros, profissionais civis, condutores de veículos de emergência e profissionais

de outras áreas de apoio que, em seu dia a dia, se desdobram em doar o seu tempo

para a atividade de salvamento e resgate de vítimas.

O serviço está disponível 24 horas durante todos os dias do ano e conta com

uma equipe que se reveza no atendimento.

Ali temos uma ambulância que a Prefeitura nos cedeu.

Esse é um carro de apoio que a gente tem.

Essa aí é a nossa primeira ambulância, que foi cedida pelo Rotary Club.

Esse é o carro de apoio em que a gente carrega os equipamentos

necessários.

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Agora vou falar um pouco sobre o nosso voluntariado. Para ingressar no

grupo, é necessário que o candidato preencha alguns requisitos, tais como: idade

mínima de 18 anos, ensino médio completo, formação específica para a atividade,

aptidão física e psicológica, seguro de vida, boa conduta moral, estar em dia com

suas obrigações civis, além de passar por um período probatório de, no mínimo, um

ano de efetivação.

Quanto à capacitação, todos os voluntários do SEVOR estão sempre

passando por capacitação e reciclagem nas áreas de atendimento pré-hospitalar,

emergências, com produtos perigosos, salvamento em altura, mergulho, salvamento

aquático, entre outros. Com a capacitação, alguns voluntários já se especializaram e

hoje são instrutores da área de emergência. Além disso, é mantida uma grade

mensal de treinamentos para o nivelamento e a formação dos voluntários.

Essa é a nossa sede, onde a gente estava fazendo um curso de capacitação.

Esse é o salvamento em altura.

Esse é o salvamento aquático.

Esse é o treinamento de direção e resgate que a gente estava fazendo numa

área que a gente tem em Monlevade.

Esse é o treinamento de bombeiros.

Eu trouxe algumas estatísticas, para vocês terem uma ideia, referentes aos

meses de abril e de maio. Tipos de atendimento. Quanto ao quesito trauma, no mês

de abril tivemos 63 traumas; no mês de maio, nós tivemos 83. Cleaning, nós tivemos

8 e tivemos 11 no mês de maio. Quanto ao número de vítimas, no mês de abril nós

tivemos 74 e no mês de maio nós tivemos 94. Quanto ao total de óbitos: em abril,

nós tivemos 11 e, em maio, nós tivemos 13. Número de ocorrências: em abril, nós

tivemos 64 e em maio nós tivemos 54.

Esses são os projetos que a gente desenvolve com as escolas.

Esse foi o lançamento do nosso mascotezinho, é o projeto que a gente

desenvolveu junto às escolas lá e também junto com o nosso novo site. Essas são

as campanhas pela vida que a gente trabalha muito, durante todo o ano, na nossa

cidade, nas cidades vizinhas. São várias campanhas que a gente faz. A gente

também faz vários tipos de outdoors. Esses são os projetos que trabalhamos. A

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gente também trabalha com campanha de prevenção nas estradas — essas são as

campanhas de prevenção que a gente faz.

Os resultados positivos. A equipe do SEVOR foi destaque nacional nos

principais veículos de imprensa no Estado de Minas Gerais, jornal Estado de Minas,

jornal Hoje em Dia, Globo Minas, TV Alterosa, Rede Globo e Bandeirantes, além do

destaque dado pelos veículos de imprensa locais, que ajudou a divulgar o trabalho,

aumentando, assim, mais a credibilidade em nossos serviços.

Essas são as redes que estiveram com a gente lá.

Por último, nós também estivemos no Profissão Repórter. Esse é o meio que

a gente tem de conseguir alguma doação, através de carnê. A gente distribui os

carnezinhos e a pessoa doa o que pode. A gente trabalha muito também com as

logomarcas nos nossos macacões, coisas desse tipo.

Nós pusemos aqui as nossas metas e objetivos. Hoje são aquisições de

subsídios financeiros imediatos para o atendimento das inúmeras necessidades,

como manutenção, logística, equipamentos, adequação de frotas, insumos,

capacitação, treinamentos, combustíveis, entre outros, o projeto também. A nossa

sede é emprestada, fica em um posto de gasolina. Nós estamos com um projeto

para a construção da nossa sede própria, adequada aos moldes necessários à

entidade. E estamos em andamento com a obtenção do título de utilidade pública

federal.

Aí estão os contatos do SEVOR. Vale a pena ressalvar que nós estamos no

trecho mais perigoso da BR-381, que é São Gonçalo, Monlevade, Nova Era. Essa a

região que a gente atende.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Agradeço ao Sr. Humberto

Guimarães a exposição. Ele deixou claro o trecho mais perigoso da BR-381. Eu

passei lá ontem, voltando do interior de Minas, Deus nos conduziu bem. É muito

triste, depois de tanto tempo, a gente ainda ter rodovia em péssimas condições. Há

muitos anos a gente vem lutando pela duplicação da BR-381. É uma vergonha até

hoje ela não ter sido duplicada. É uma vergonha essa falta de investimento.

Com relação a tudo que foi aqui dito, nós só temos a agradecer a todos os

expositores. Novamente, parabenizo a todos pelas excelentes contribuições. Até

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para reflexão, acho que nós deveríamos começar a questionar, também, o que está

sendo feito com todo dinheiro que é arrecadado. Em Minas Gerais, desde 2005, é

cobrada uma taxa de incêndio — todos aqui sabem dessa taxa de incêndio —, que

já gerou mais de 360 milhões para os cofres públicos. Nós temos certeza de que

muito pouco chegou realmente para o atendimento dos bombeiros. Eu acho que o

investimento poderia ter sido muito maior. No ano de 2012, foram arrecadados 56

milhões, dinheiro que poderia ter sido repassado para os bombeiros civis, poderia ter

chegado de fato a quem presta esse atendimento para o cidadão.

É muito importante nós conhecermos esses números para começar a cobrar

do Governo Federal, do Governo do Estado, das Prefeituras. Que seja investido

mais nos bombeiros, que realmente estão servindo a população. De fato, quando

acontece um acidente todos se lembram dos bombeiros. Mas é importante lembrar

dos bombeiros também na hora de investir, na hora de mandar recursos, na hora de

mandar equipamentos.

Após as brilhantes explicações de nossos convidados, passemos aos

debates.

Comunico as regras de condução para a realização dos debates. Gostaria de

lembrar a todos os presentes que o prazo para a formulação das questões é de 2

minutos. Os expositores terão o prazo de 3 minutos para respondê-las.

Neste momento, passo a palavra ao primeiro inscrito, Sr. William Bertozzi

Dornas, da Associação dos Bombeiros Civis de Três Marias.

O SR. WILLIAM BERTOZZI DORNAS - Obrigado, Excelência. Boa tarde a

todos os presentes.

O Coronel Neyff Souza teceu comentários sobre as aprovações anteriores de

diversas normas para aplicação específica no Corpo de Bombeiro Civil. Eu não

estou falando sem conhecimento de causa, não. Eu fui Patrulheiro Rodoviário

Federal na 381, na época de 70. Eu soube muito bem qual era a dificuldade, mesmo

com viaturas da antiga Patrulha Rodoviária Federal. Constava uma maca na

patrulha, mas, por falta de pessoal, nós tínhamos a maior dificuldade em

atendimento, principalmente naquela rodovia.

Mas o que eu gostaria de colocar é o seguinte: em todas essas aprovações

que foram colocadas, parece-me que S.Sa. esqueceu de um detalhe

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importantíssimo que me disse há pouco: a vocação do bombeiro civil, ou voluntário,

como chamam.

E nós gostaríamos de colocar para os Deputados, para que S.Exas.

abrangessem também o seguinte fato. Eu estava comentando com o Marcos e com

Edison que as empresas até que poderiam querer doar ou fazer contratos, ou

alguma forma de repassar recursos para o Corpo de Bombeiros Voluntários, só que

elas enfrentam um grande problema na legislação, de modo geral. Se for

caracterizado como prestação de serviço, ou teoricamente um contrato de

continuidade de serviços, cairia na legislação do INSS e da Receita Federal, ou seja,

é isento do Imposto de Renda se for sociedade sem fins lucrativos, mas não é isento

sob a destinação de recursos de uma empresa para qualquer outra associação ou

qualquer outra empresa que tenha atividades de prestação de serviços,

principalmente, ou algo parecido.

Acho que ficou faltando uma análise. Talvez essa seja a oportunidade de

colocar, já que foi colocada a questão da conta telefônica lá no Rio Grande do Sul, é

uma possibilidade de verificar isso na parte de doações. Há possiblidade de passar

essa Comissão ou constituir um grupo de estudos — não sei a forma exata da

proposição —, mas gostaria que o Presidente da Associação de Bombeiros Civis do

Nordeste também analisasse sob esse foco, já que teceu comentários sobre todas

as normas que foram analisadas.

É esta a minha proposição.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grillo) - Só para esclarecimento. Nós

vamos primeiro ouvir os participantes e depois vamos passar a palavra à Mesa para

as respostas.

Neste momento, eu gostaria de dar primeiro a palavra à Deputada Liliam Sá,

PSD do Rio de Janeiro, que também se inscreveu para o debate.

A SRA. DEPUTADA LILIAM SÁ - Eu quero cumprimentar o Deputado Dr.

Grilo; os participantes da Mesa; o Fabrício de Oliveira, que é o Presidente da

Associação de Bombeiros Civis de Três Marias; o Edison Eduardo, Presidente dos

Bombeiros Voluntários do Estado do Rio Grande do Sul; o Marcos Campolina, que é

Presidente do Instituto Anjos do Asfalto; o Neyff Souza da Silva, que é Presidente da

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Associação de Bombeiros Civis do Nordeste, e o Humberto Guimarães, que é

Presidente do Serviço Voluntário de Resgate.

Essa experiência dos bombeiros voluntários não existe no Rio de Janeiro, a

não ser os Anjos do Asfalto, movimento que começou há muito tempo. A pessoa que

me procurou — na época eu era Vereadora no Rio de Janeiro — falou do serviço

que de resgate que eles faziam nas rodovias. Naquela época, eles queriam até

ajuda para a compra de ambulâncias, nós tentamos consegui-las, por meio de uma

emenda parlamentar, mas não deu certo.

Este debate é muito pertinente, principalmente sobre assunto tão importante

como esse. Nós sabemos da importância desses profissionais que salvam vidas,

que ajudam pessoas em momentos difíceis. E eu quero me colocar à disposição

para que possa ser mais um a ajudar, me engajar nessa luta também e somar com

vocês. Este debate veio num momento muito pertinente, porque hoje também é o

Dia do Bombeiro Militar — 157 anos de luta. Eu parabenizo a todos pela ação e me

ponho à disposição.

Obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Nós agradecemos à Deputada a

participação. Queremos esclarecer, como foi alertado aqui anteriormente, que hoje é

o Dia do Bombeiro, tanto civil, militar, bombeiro voluntário. Na realidade, os

bombeiros são os nossos heróis. Quando a gente é criança vê na televisão vários

heróis, o Super-Homem, o Batman. Depois, quando crescemos, começamos a ver a

realidade, e vemos que os nossos heróis verdadeiros são os bombeiros que prestam

assistência aos necessitados nos momentos difíceis. Então, os bombeiros são os

heróis que o Brasil tem de aprender a valorizar cada vez mais.

Fica a nossa homenagem a todos os bombeiros, tanto os civis quanto os

militares, os bombeiros voluntários, os públicos, os privados, enfim, a todos os

bombeiros que têm prestado esse importante serviço à Nação.

Passo a palavra, neste momento, à Sra. Maria Helena Viana, da Câmara

Municipal de Três Marias.

A SRA. MARIA HELENA VIANA - Boa tarde a todos. Eu quero parabenizar a

Presidência desta Casa por este seminário e todos os bombeiros civis pelo seu dia.

Através dos bombeiros civis que estão presentes neste local, quero parabenizar

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todos os bombeiros civis do Brasil. Estamos aqui para apoiar este evento. Ouvimos

todas as reivindicações que foram feitas.

Eu quero fazer uma pergunta ao Deputado Dr. Grilo, que está na Presidência

neste momento. Com todas as reivindicações que foram feitas nesta tarde pelos

expositores, neste seminário, o que esta Casa pode fazer para, em tempo rápido,

em tempo ágil, responder a essas reivindicações? O que vocês podem fazer para

que as coisas aconteçam no trabalho do bombeiro civil do Brasil?

Temos acompanhado o trabalho do bombeiro civil em Três Marias, através do

Fabrício e de toda a sua equipe, a corporação que está aqui nesta tarde. Nós temos

visto de perto as dificuldades. E estamos aqui com uma reivindicação. Queremos

deixar essa pergunta: O que vocês podem fazer daqui para frente para agilizar, em

tempo hábil, o mais rápido, as reivindicações que foram feitas aqui nesta tarde?

Obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Agradecemos à Sra. Maria

Helena a participação.

Como conversamos anteriormente, primeiro vamos ouvir os demais

participantes. Nós não vamos fugir a responder a esses questionamentos. Primeiro

vamos ouvir os demais participantes e depois nós vamos dar encaminhamento para

as respostas.

Passamos a palavra, neste momento, ao Sr. Gleyson de Jesus Ferreira, da

Associação do Bairro Nova Três Marias.

O SR. GLEYSON DE JESUS FERREIRA - Boa tarde a todos.

Quero cumprimentar o Deputado Dr. Grilo e todos os que participam deste

seminário. Quero parabenizar todos os bombeiros pela passagem do Dia Nacional

do Bombeiro. Eu também sou bombeiro, fui militar da Aeronáutica durante 6 anos,

trabalhei lá como bombeiro militar, e hoje participo do grupo de bombeiros de Três

Marias. Sou muito grato por isso. Mas eu vim aqui hoje falar como Presidente do

Bairro Nova Três Marias.

No dia 25 de fevereiro, uma criança de 5 anos foi atropelada na BR-140 e

teve suas pernas amputadas. No dia 8 de março, fizemos uma manifestação, com o

apoio da Igreja Católica, da Igreja Evangélica, dos alunos do ensino médio, das

associações dos bairros, Confederação Mineira dos Metalurgistas, do SINDITREMA,

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do Bombeiro Civil, da Polícia Rodoviária Federal, da comunidade, da Prefeitura, dos

Vereadores e dos jornais.

Infelizmente, a criança teve suas pernas amputadas. Paramos a BR com o

intuito de pedir mais segurança, redutores de velocidade eletrônicos e passarelas,

mas nada foi feito. Hoje a BR está sendo reformada. Disseram que iriam fazer

alguma coisa, mas nada fizeram.

Quero perguntar o seguinte: o bombeiro civil está se organizando, mas o que

adianta ele se organizar, ter o apoio, mas com as BRs em precárias condições? Eles

só apoiam o seguinte: só há redutores de velocidade onde existem pessoas que

parecem mais importantes. No caso de Paracatu, há um a cada 30 quilômetros. Em

Brasília, é a mesma coisa. Parece que perto há vários dispositivos de segurança. E

para nós que estamos em outras BRs? A BR-381 é pior do que a nossa. Uma

criança de 5 anos teve as pernas amputadas. Passados alguns dias, outras pessoas

são atropeladas. Uma senhora foi atropelada e morreu, porque o seu pescoço foi

quebrado. Como é que fica? Também é preciso haver investimento nas rodovias

para evitar esse tipo de situação.

Por isso, venho reivindicar que não só o trabalho do bombeiro seja valorizado,

dando recursos a ele, mas também que as rodovias sejam melhoradas, a fim de

evitar várias catástrofes, várias vidas sendo ceifadas.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Nós agradecemos ao Sr. Gleyson

de Jesus a participação. O que ele nos disse vem corroborar tudo o que foi dito

anteriormente com relação à BR-381. Nesse ponto, falo de cadeira, porque o meu

pai faleceu em um acidente na BR-040.

Na quinta-feira, estive presente em uma reunião com a Presidente Dilma e

deixei claro que quando ouvimos as reclamações na rua, o que o povo quer não é

investimento em estádios, mas investimento em escolas, em hospitais e em

estradas.

O meu pai faleceu na BR-040 há 20 anos. Eu até relatei para a Presidente

que 20 anos depois eu passo na mesma estrada, que está lá do mesmo jeito, sem

nenhum investimento. A única mudança que vimos é que foram colocados alguns

pardais para diminuir a velocidade. Mas esse não é o investimento que a gente quer.

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A gente quer de fato um investimento nas rodovias e que realmente a vida do

cidadão seja valorizada.

O caso da criança que teve os membros inferiores amputados é a triste

realidade do dia a dia, e isso não podemos suportar mais. A cada dia, vemos mais

famílias sendo destruídas por causa da falta de investimento nas rodovias. Não

podemos mais ficar calados. Temos de começar a cobrar, cada vez mais,

investimentos em todos os locais do Estado, não apenas, como foi dito pelo

Gleyson, onde existem pessoas com melhor condição financeira. Deve ser feito um

investimento no cidadão.

Agradecemos ao Gleyson a participação. Passo a palavra ao Sr. Adenilson

Rubim, Vereador da Câmara Municipal de Três Marias.

O SR. ADENILSON RUBIM - Boa tarde a todos, cumprimento os membros da

Mesa na pessoa do Deputado Dr. Grilo, cumprimento todos os membros da Mesa,

faço um cumprimento especial aos bombeiros civis de Três Marias, através do

Juninho, um dos que sonhavam com este momento, faço uma referência ao Tenente

Procácio, ao Alex, da Associação dos Bombeiros de Minas Gerais, pelo trabalho e

pela ajuda na organização dos bombeiros civis de Três Marias.

Foi muito boa a explanação de todos. Queria fazer uma referência ao Neyff,

que tem um trabalho de uma conferência. Nós entendemos que as coisas só

acontecem com a força popular, com a participação organizada para conquistar nas

leis. Desde 1988, com a independência dos Municípios, foi citado o sistema de

defesa civil, que é muito interessante: a Defesa Civil, o SAMU, Corpo de Bombeiros

Civis. Queremos implantar esse serviço em Três Marias. A Câmara Municipal — há

Vereadores aqui — a irmã Alda, a Maria Helena, que já falou, o Eli, de João

Pinheiro. O que nós fizemos? Para flexibilizar, nós mudamos a lei de utilidade

pública do Município, que exigia um tempo para associação estar habilitada. O que

nós fizemos? Tiramos esse tempo para que pudéssemos fazer uma subvenção e

dar condição ao bombeiro civil de se instalar. Agora, nós vamos fazer um movimento

para isso.

Segundo o Fabrício, um sonhador, a sede do aeroporto está à disposição,

como comunicado. Em Três Marias, nós temos um aeroporto de grande porte,

inclusive, na época da construção da barragem da usina de Três Marias. Esse

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aeroporto está à disposição, até a documentação legalizada será cedido para o

Corpo De Bombeiros Civis de Três Marias.

Peço aos Deputados Federais, ao Dr. Grilo, que nos apoiem. Há um

movimento que vem das ruas, há uma vontade de implantar a reforma política com a

participação da população. Que a gente consiga, de fato, como disse a Vereadora,

transmitir isso para o povo e fazer efetivamente uma mudança nacional. Mas essa

mudança tem que começar pelos Municípios com a vontade da população.

É só isso. Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Nós agradecemos ao Vereador

Adenilson Rubim a participação.

Gostaria de passar a palavra, neste momento, ao Vereador de João Pinheiro,

Sr. Eli José Vaz.

O SR. ELI JOSÉ VAZ - Boa tarde a todos. Boa tarde, Deputado Dr. Grilo.

Cumprimento o Fabrício, em nome de todos os bombeiros. Eu gostaria de

parabenizar todos por esta brilhante iniciativa e falar da carência da nossa cidade,

do nosso Município.

Hoje, João Pinheiro é um dos maiores Municípios do Estado de Minas Gerais,

com mais de 10 mil quilômetros quadrados de extensão, mais de sete distritos com

uma população de 45 mil habitantes. Então, em um Município do tamanho de João

Pinheiro, a carência da implantação dessa unidade é muito grande.

No brilhante trabalho da unidade de Três Marias, do Comandante Fabrício

Junior e de toda a sua corporação, eu vi realmente a necessidade e o trabalho que

pode ser feito no nosso Município, cuja carência é muito grande, devido à sua

extensão territorial. Então, eu só tenho que parabenizar todos por esta iniciativa.

Espero que tenhamos resultados positivos hoje nesta audiência. Devido à

seriedade que está transparecendo a condução deste trabalho, eu tenho certeza de

que nós vamos sair daqui com algo concreto, que trará o resultado o mais rápido

possível para que nós possamos tocar adiante essa corporação. Em breve,

implantaremos também essa unidade em João Pinheiro.

Ainda quero parabenizar o Gleyson pelo trabalho. Hoje estamos às margens

da BR-040. Eu não entendo por que João Pinheiro passou por reforma asfáltica e

não há sinalização. Não temos radares na cidade. Não estamos ali guarnecidos

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também como Três Marias. Por que em Paracatu foi colocado, se estamos nas

mesmas condições? É necessário que isso seja repensado, que sejam instalados

radares eletrônicos.

Conto com a compreensão de vocês para que sejam tomadas providências o

mais rápido possível, para que a gente possa instalar essas unidades em maiores

distritos.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Nós agradecemos ao Vereador

Eli José, do Município de João Pinheiro, a participação.

Passo a palavra, neste momento, ao Sr. Dionei Walter da Silva, da

Associação dos Bombeiros Voluntários de Santa Catarina.

O SR. DIONEI WALTER DA SILVA - Eu quero saudar o Deputado Grilo e

todos os integrantes da Mesa. Cumprimento também todos os bombeiros presentes

pela passagem hoje do Dia do Bombeiro.

Eu tive a oportunidade, em Santa Catarina, de ser Deputado Estadual por

dois mandatos. Fui um dos grandes defensores desse modelo de serviço voluntário.

Em Santa Catarina, nós temos a corporação, citada aqui, de Joinville, com 125 anos

de existência. Começou 30 anos antes da criação do bombeiro militar no nosso

Estado. Tive o prazer também de ser o autor da lei que criou a Comissão de

Legislação participativa no Estado de Santa Catarina.

Quero cumprimentar a Comissão pela realização deste evento.

Eu acho que o tema Bombeiro é forte, é palpitante. A gente sabe que é na

tragédia que as coisas afloram. Mas, é importante nós não deixarmos passar essa

oportunidade de regulamentar isso realmente. Nós estivemos participando na

SENASP de reunião para tentar um acordo entre os bombeiros quanto à

regulamentação. Infelizmente, não deu resultado, porque os bombeiros militares se

apegam à Constituição Federal dizendo que esse serviço é de exclusividade deles.

E, enquanto nós não resolvermos isso, não vamos avançar.

A gente sabe que hoje 14% dos Municípios são atendidos. O modelo militar

funciona, não dá conta, até hoje não deu, e nós queremos somar, nós não queremos

tomar nem disputar a função. Queremos ter a possibilidade de ir para outros

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Municípios sem sermos questionados dessa forma, como somos questionados

constantemente.

Nessas reuniões percebemos que há a necessidade da regulamentação.

Hoje, por exemplo, nós temos a ANAC, que legisla sobre o incêndio — a ANAC cria

as regras para combate ao incêndio dentro dos aeroportos; é a ANAC que faz isso

—, o IBAMA, que tem bombeiro florestal, o Ministério do Trabalho tem

regulamentação sobre a profissão e sobre algumas questões de incêndio e proteção

contra incêndio, a ABNT, que é uma instituição privada, também tem algumas

normas. Existimos nós, os bombeiros voluntários, existem os bombeiros civis e

militares.

O Governo Federal gastou recursos e tempo, através do Ministério da Ciência

e Tecnologia, com o projeto Brasil sem Chamas, que está pronto. Eu acho que a

Câmara pode utilizá-lo como base. Inclusive, eles propõem a criação de uma

agência reguladora. Não queremos ser bombeiros amadores. O bombeiro voluntário

quer ser um bombeiro profissional. Ou seja, as regras que o militar tem que cumprir

nós também temos que cumprir: as regras de qualificação, de treinamento, de

preparo para que o atendimento seja de qualidade. Acredito, então que a

contribuição que a Câmara pode nos dar é fazer essa regulamentação. Se for

necessário alterar a Constituição, iremos alterá-la. Acho que não há problema. Não

é um serviço de segurança pública combater incêndio, é uma necessidade da

população que um civil pode e, muitas vezes, como bem citou o companheiro da

VOLUNTERSUL, o melhor equipamento de altura de Santa Catarina está numa

corporação civil. Nem os militares têm esse equipamento no nosso Estado.

Eu queria deixar esse recado. Aproveito, inclusive, para fazer o convite para

outros Estados. A gente tem essa Confederação Nacional dos Bombeiros

Voluntários. O termo voluntário, pela história, começou efetivamente 100% com

pessoas que não recebiam. Lógico que hoje uma corporação, em Joinville, com 600

mil habitantes, 11 quartéis, tem que ter pessoas contratadas, mas a gente manteve

esse termo voluntário. E, nós, a Confederação Nacional, gostaríamos de convidar o

pessoal de Minas, de outros Estados para começarmos a discutir uma organização

nacional para nos defender aqui em Brasília. Porque os militares têm sala, inclusive

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dentro do Senado, para fazer a defesa dos interesses deles, e nós não temos

ninguém aqui em Brasília.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Nós é que agradecemos ao Sr.

Dionei Walter da Silva a participação.

Como foi dito aqui por todos, acredito que falta muito investimento nessa

área. Por tudo o que foi aqui exposto, é uma questão pacífica a falta de

investimento, e nós precisamos nos alinhar melhor para discutir uma posição que

mude esse quadro.

E, como foi questionado pela Sra. Maria Helena, o que nós pretendemos fazer

para avançar nesse ponto, acho que o primeiro passo foi dado neste seminário para

discutirmos melhor a proposta de um projeto de lei que alinhe os interesses da

população, os interesses dos bombeiros, os interesses de todo o País, para

começarmos a discutir o que podemos fazer para melhorar e mandar mais subsídios

para os bombeiros que, realmente, estão fazendo um trabalho bonito em todo o

País, mas não podem ficar sem recursos, sem investimentos.

Acho muito importante esta conversa aqui hoje até para que nós possamos

discutir melhor quais os projetos que realmente têm de ser analisados com urgência

e quais as propostas que realmente podemos oferecer.

A Comissão de Legislação Participativa está sempre de portas abertas

exatamente para receber as sugestões de projetos de lei de iniciativa popular. Esta

Comissão foi responsável pelo projeto Ficha Limpa, que foi aprovado, um projeto

que realmente mudou muito a cara da política no País. Foi o primeiro projeto

aprovado que teve origem na Comissão de Legislação Participativa.

Nós estamos aqui, de portas abertas, exatamente para receber de todas as

associações, de todos os representantes dos bombeiros civis, projetos de iniciativa

dessas associações, de iniciativa dos bombeiros, para que comecemos a mudar

essa realidade, para que comecemos a definir como podemos mudar este quadro,

para que haja maior investimento realmente em quem está trabalhando dessa forma.

Então, fica a sugestão e o agradecimento pela participação de todos vocês, e

esta Comissão está de portas abertas para que a gente possa receber sugestões.

Eu até sugiro aos representantes de todas as associações e dos institutos, e a todos

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os presentes que, posteriormente, façam uma grande reunião, para discutir e

encaminhar um projeto de lei à Comissão, para que esta dê prosseguimento e,

através da Comissão de Legislação Participativa, seja feito um projeto de lei para a

gente buscar maiores investimentos nos bombeiros civis e nos bombeiros

voluntários.

Aqui fica até a sugestão de como a gente pode incentivar uma pessoa a se

tornar bombeiro civil. Eu acho que ela pode ter um desconto no IPTU, no IPVA. Com

medidas simples assim, a gente pode incentivar e proporcionar melhores condições

aos bombeiros de modo geral.

Eu gostaria de registrar a participação pela Internet. Aqui fica um

questionamento: “Por que essa profissão no País ainda não é divulgada e aceita

pelas empresas e pelos bombeiros militares?” Eu acredito que o Vereador Dionei já

respondeu uma parte, deixou claro que os bombeiros militares têm uma grande

resistência à regulamentação dos bombeiros civis e dos bombeiros voluntários. Eles

se escudam na Constituição Federal, argumentando que é um serviço privativo dos

bombeiros militares.

Eu acho que esta questão realmente precisa ser discutida, porque os

bombeiros militares não estão dando conta de atender a todo o País. A gente não

pode fechar os olhos para essa realidade. Nós temos de proporcionar a quem está

realizando este trabalho, seja civil, seja voluntário, que possa continuar

desempenhando este trabalho. A lei não pode servir para excluir essas pessoas da

sociedade.

Neste momento, eu gostaria de passar a palavra, para responder aos

questionamentos e passar às considerações finais, aos expositores. Gostaria que se

limitassem a 3 minutos para responder aos questionamentos e fazer as suas

considerações finais.

Concedo a palavra ao Sr. Fabrício de Oliveira Coelho.

O SR. FABRÍCIO DE OLIVEIRA COELHO - Primeiramente, acho que foram

válidos os questionamentos. Nós, enquanto Associação de Bombeiros Civis,

continuamos a fazer os mesmos questionamentos e tentamos sanar as mesmas

dúvidas que, às vezes, ficam no ar. Fez muito bem o Dr. William Dornas ao

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perguntar sobre a Defesa Civil. Eu acredito que o Cel. Neyff vai poder falar melhor

sobre isso.

Nós temos dentro da Constituição Federal leis que dão poder, no âmbito

municipal, aos Municípios, para que se regulamente e se organize esta questão de

sustentabilidade das associações e das organizações de resgate voluntário,

bombeiros civis e bombeiros voluntários, serviço de resgate. O art. 144 deixa bem

claro que a segurança é dever de todos. E a Constituição fala também que o

Município pode legislar, criar suas leis e fazer com que o trabalho dessas

instituições, que tenham reconhecimento e utilidade pública principalmente, possa

ser desenvolvido.

Eu acredito que, com apoio do Estado, do Governo Federal, desta Casa, na

pessoa do Deputado Lincoln Portela, dos seus companheiros da Diretoria da

Comissão de Legislação Participativa e dos demais Deputados que nos ouvem, se

houver uma preocupação na esfera federal também, aqui dentro desta Casa isso

pode ser revisto, sim, principalmente o que trata a Constituição Federal, que é hoje a

nossa referência.

Nesta oportunidade, eu gostaria muito que fosse revista essa questão da lei

que traz o título da profissão de bombeiro civil, que traz também o título de serviço

de socorro, resgate, que isso fosse visto de forma diferenciada. Não adianta termos

uma lei federal que traz um título de uma profissão e termos um Brasil, de alguma

forma, com alguns Estados se organizando e outros Estados, como Minas Gerais,

que considero num todo, muito desorganizados na questão do bombeiro civil. O

serviço de socorro, de resgate voluntário existe e precisa de uma regulamentação.

Eu estava conversando há pouco com o Edison, da VOLUNTERSUL. O

caminho que o Rio Grande do Sul está tomando, em termos de conselho federal, de

regulamentação para o bombeiro voluntário, organizando-se de alguma forma, eu

acho que os demais Estados, a exemplo disso, como Minas Gerais, também podem

tomar. Precisamos do apoio desta Casa, desta Comissão, para que possamos achar

os caminhos legais adequados.

Gostaria de agradecer a oportunidade à Comissão de Legislação

Participativa, através do Deputado Lincoln Portela, aos demais Deputados que nos

prestigiaram neste evento, aos companheiros Presidentes de Associação: Edison,

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da VOLUNTERSUL; Humberto, do Serviço Voluntário de Resgate; Marcos, do

Instituto Anjos do Asfalto Resgate Rodoviário; Tenente Procácio, também da

Associação de Bombeiros Voluntários de Minas Gerais. Gostaria também de

agradecer aos Vereadores que vieram, estiveram conosco, de Três Marias. Em

nome de todos, eu cumprimento o Vereador Denilson Ruquinho e os demais

Vereadores que vieram, de João Pinheiro. Gostaria, enfim, de agradecer aos

bombeiros civis de Três Marias, que não mediram esforços para viajar e estar aqui;

superaram a madrugada e a estrada e chegaram conosco. Acho que, se

trabalharmos unidos, haverá diferença. O resultado vem da união. É preciso o que

estamos fazendo.

Quero parabenizar, de uma vez por todas, os bombeiros do Brasil pelo seu

dia especial.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Nós é que agradecemos a

participação do Sr. Fabrício de Oliveira Coelho, Presidente da Associação de

Bombeiros Civis de Três Marias.

Passamos a palavra neste momento ao Sr. Edison Eduardo Rother,

Presidente dos Bombeiros Voluntários do Estado do Rio Grande do Sul.

O SR. EDISON EDUARDO ROTHER - Gostaria primeiramente de agradecer

ao Deputado Dr. Grilo a oportunidade de estarmos aqui explanando e trazendo um

pouquinho mais de informações sobre o bombeiro voluntário, entidade centenária.

Quero agradecer e parabenizar o Fabrício Coelho, que está encabeçando em

Três Marias o trabalho. Ele nos visitou em Nova Petrópolis. Já está tendo resultado

essa visita, até um resultado nacional, porque a gente está hoje discutindo aqui na

Câmara dos Deputados essa questão do bombeiro civil e do bombeiro voluntário,

enfim, do resgate voluntário.

Quero dizer, da mesma forma, até em sintonia com o Dionei, representante

da ABVESC... Nos últimos tempos, a gente tem participado de debates e tem visto

que a grande dificuldade, onde esbarra o desenvolvimento do bombeiro no nosso

Brasil, é o art. 144 da Constituição Federal. A gente tenta organizar outras formas de

apoio, também muito importantes. Eu acho que isso foi muito bem colocado pelo

Deputado Dr. Grilo. Um incentivo, como a isenção de um imposto ou algo nesse

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sentido, já é bastante importante. Mas o desenvolvimento efetivo do bombeiro

voluntário e do bombeiro civil é o art. 144 da Constituição Federal. Acho que esse é

um dos caminhos.

Temos uma base, uma formação bem sólida no projeto Brasil Sem Chamas,

que trata da questão — não vou dizer de bombeiro — de incêndio como um todo no

Brasil. Não é só preencher os Municípios com unidade de bombeiro; existe a

questão preventiva, existe a questão de recursos mínimos, de norte, para que a

gente possa desenvolver adequadamente. O Brasil Sem Chamas foi construído por

várias mãos. Então, serve de referência para a gente estar também tratando...

Eu acho muito bem lembrado pelo Neyff, Presidente da Associação, que a

nossa defesa civil, na conferência... Foi uma luta muito grande para conseguir

colocar aquele texto. Diga-se de passagem: se a gente trabalhasse com esse texto

que já existe e, quem sabe, uma incisão no art. 144 da Constituição brasileira, a

gente teria um avanço merecido e desejado pelo nosso País.

Eu gostaria, então, de mais uma vez agradecer a oportunidade, o convite. É

muito importante para nós, além de poder propor o melhor para o nosso Brasil,

demonstrar um trabalho que já existe há muitos anos aqui.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Nós é que agradecemos a

participação do Sr. Edison Rother.

Gostaríamos de passar a palavra neste momento ao Sr. Marcos Campolina,

Presidente do Instituto Anjos do Asfalto Resgate Rodoviário.

O SR. MARCOS CAMPOLINA - Obrigado, Deputado Dr. Grilo. A gente

agradece a oportunidade de estar aqui trazendo o conhecimento e reforçando a

importância do trabalho do bombeiro civil, do serviço de salvamento, de resgate.

Peço encarecidamente a todos da Casa que nos ajudem nesse projeto para

que, cada vez mais, possamos estar salvando vidas e levando o nosso

conhecimento para as pessoas que necessitam.

Obrigado a todos. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Agradecemos a participação do

Sr. Marcos Campolina.

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Gostaria de passar a palavra neste momento ao Sr. Neyff Silva, Presidente da

Associação de Bombeiros Civis do Nordeste.

O SR. NEYFF SOUZA DA SILVA - Senhoras e senhores aqui presentes, em

nosso País tudo o que possa ser feito tem que ter uma lei. Ninguém será obrigado a

fazer ou a deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Todas as nossas dificuldades estão nesta Casa e nas respectivas Estaduais e

Municipais. Nós estamos — eu disse, e vou repetir — na Comissão de Legislação

Participativa. Na Conferência Nacional de Defesa Civil estiveram 5 mil delegados de

todo o País. Os companheiros de Santa Catarina, que estiveram presentes, sabem

da luta para conseguir aprovar esses textos.

Em minha opinião, se as corporações, os nossos Deputados, os nossos

Vereadores fizerem os ofícios devidos, para que, no mínimo, se cumpra o que está

aqui — obrigar a que se cumpra, chegar a um acordo para que se cumpra... O

problema de desastre, o problema de incêndio passa pelas defesas civis.

Nós colocamos que os bombeiros voluntários deveriam fazer parte do

Sistema Nacional de Defesa Civil. Como parte do Sistema Nacional, eles terão,

vocês terão, nós teremos o que se quer. Teremos os financiamentos porque isso

está aqui determinado. São alguns milhões que se estão colocando para remediar o

desastre ocorrido.

Os últimos desastres têm mostrado que a população civil tem feito o socorro,

seja bombeiro ou não. Se estiver capacitada e equipada, nós teremos esse socorro

devido. Não vejo dúvida nisso. Nós teremos que, realmente, para melhorar, e não

ficar à mercê do momento... Modificar a Constituição se vê que é necessário.

Também nós precisamos honrar a lei que criou o bombeiro civil; honrar, neste País.

Então, em vez de ficar só nos elogios, na retórica, minha sugestão é que se

crie um grupo de trabalho, se possível com apoio aqui da Casa, para que nós

possamos nos unir e fazer...

No que concerne a bombeiro voluntário, a realidade nordestina, gente, é

muitíssimo diferente da do Rio Grande do Sul, da de Santa Catarina, da do Paraná.

Eu estou tentando criar o chamado bombeiro civil consorciado. Vários Municípios

não têm condições de ter uma viatura de bombeiro, porque tudo de bombeiro é caro.

Vai-se ao shopping comprar um carrinho de polícia e um carrinho de bombeiro; com

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o valor do carrinho de bombeiro se compram cinco de polícia. É muito mais caro por

tudo.

Então, nós estamos fazendo o projeto para criar os bombeiros consorciados,

vários Municípios se juntarem e comprarem as viaturas, e sairmos qualificando o

pessoal, porque eles são corpos de bombeiros pequenos, em Municípios pequenos.

Agora, a nossa realidade é o que eu disse ali: o serviço de bombeiros do País

está na UTI, quer seja militar, quer seja civil. Nós vemos, nós sentimos na pele que

falta tudo.

Eu estou feliz por estar aqui, principalmente — coincidência ou não — no Dia

Nacional do Bombeiro, criado pelo Presidente Getúlio Vargas. Eu sou bombeiro —

não estou bombeiro —, sou bombeiro de coração e de alma. Fico feliz com todos

vocês, por tudo o que vocês têm feito aqui. Vi e tenho acompanhado pela Internet

muitos trabalhos que vocês têm feito.

Tudo o que melhora teve que piorar. Eu acredito que chegamos ao caos. O

serviço de bombeiros, vocês viram o caso de Santa Maria; vi na reportagem que o

Fantástico colocou. Eu dou o exemplo de que tudo tem que piorar para poder

melhorar. Se a estrada está ruim, para que seja melhorada, vocês vão fazer desvios,

vão ficar horas esperando, mas, quando ela estiver pronta, vocês nem lembrarão

que ela teve que ser arrumada. A mesma coisa ocorre quando uma mulher vai ao

cabelereiro. Se você chega na hora que ela está se preparando, você corre, porque

ela está cheia de dedos, com o cabelo para cima, mas, quando a noite chega, ela

está linda. Aí você vê que é preciso.

Então, nós chegamos ao caos e estamos tendo a graça de Deus de ter os

nossos Deputados, que estão empenhados aqui, nesta Comissão de Legislação

Participativa. Aqui há 5 mil delegados nacionais. Então, por que não botar isso para

frente? É o meu voto, é o meu pedido.

Agradeço a todos. E parabenizo a todos vocês e aos nossos Deputados.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Nós é que agradecemos a

participação do Sr. Neyff Silva, Presidente da Associação de Bombeiros Civis do

Nordeste.

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Gostaria de registrar aqui a participação, pelo www.e-democracia.leg.br, da

Sra. Alessandra, que questiona: “Qual a distinção entre bombeiro civil e bombeiro

militar?” Como informado aqui no começo deste seminário, a principal distinção é

que o bombeiro militar é funcionário público. Ele está previsto na legislação, na

Constituição Federal. Nós podemos dizer que são funcionários públicos estaduais. E

o bombeiro civil é todo aquele que...

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Pode.

O SR. NEYFF SOUZA DA SILVA - Gente, antes de sermos militares, nós

somos civis. Antes de sermos militares, nós procuramos fazer tudo o que vocês

fazem. Nós gostamos de vocês. Nós não podemos fazer o que vocês fazem: vocês

podem até gritar, e os bombeiros militares têm que ficar calados, escutando. Vocês

podem ver — posso passar daqui a pouco o filme — a situação do Corpo de

Bombeiros do Estado do Piauí e de outros do Nordeste. É triste. Eu verifiquei, saí

vendo. Não se apaga incêndio neste País, o incêndio se acaba, porque, como a

distância a ser percorrida é grande, quando se chega — tudo o que nós temos é

derivado de petróleo —, já está tudo derretido. A missão dos bombeiros hoje se

restringe a isolar o fogo e deixar que ele se acabe. E eu não vejo outra solução para

este País que não os bombeiros civis, porque a estrutura militar é pesada. Ela não

cresce; ela é pesada, ela é engessada. Eu sou coronel do Corpo de Bombeiros;

tenho 33 anos de efetivo serviço. Tenho lutado por uma melhora do serviço de

bombeiros, do serviço de segurança neste País. E assim eu tenho feito, e assim eu

quero que seja feito.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - O Sr. Saulo também nos

encaminhou um questionamento: “Qual a importância de agregarem os bombeiros

civis nos Municípios e para que finalidade?” Acho que a participação do bombeiro

civil é para suprir essa lacuna que o bombeiro militar não consegue suprir

exatamente por falta de investimento, de realização de concurso público. Por tudo o

que foi dito aqui, o bombeiro militar é aquele que prestou concurso e está ali

recebendo um soldo do Estado, e o bombeiro civil vem exatamente procurar suprir a

lacuna que foi deixada pelo Estado, devido a essa falta de investimento.

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O Sr. Edison estava querendo complementar um pouco a informação que foi

passada aqui. Vamos abrir essa exceção, só para prestar esse esclarecimento, tanto

para a Alessandra, quanto para o Saulo, que participaram pelo www.e-

democracia.leg.br.

O SR. EDISON EDUARDO ROTHER - Quero só complementar, Deputado,

sobre as diferenças. Nós tínhamos colocado em exposição antes. O bombeiro civil

está amparado pela Lei nº 11.901, de 2009, e o bombeiro voluntário, aquele que

atua em ONGs, está amparado pela Lei nº 9.608, de 1998. Acho que é uma

distinção bastante clara para se deixar até à pergunta da colega que queria saber

das distinções, do ponto de vista legal. E, complementando a questão de agregar o

bombeiro, está aí a realidade: praticamente mais de 90% dos Municípios no Brasil

não têm bombeiros. Há mais de 100 anos não se desenvolve o suficiente. Então,

que a mão de obra, a força das pessoas civis, enfim, a pessoa civil, através da lei A,

B ou C, possa agregar, dar resposta aos seus entes queridos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Agradecemos a participação tanto

do Sr. Edison quanto do Sr. Neyff.

Para suas considerações finais, eu gostaria de passar a palavra ao Sr.

Humberto Guimarães, Presidente do Serviço Voluntário de Resgate.

O SR. HUMBERTO GUIMARÃES - Eu quero agradecer ao Deputado Dr.

Grilo, Vice-Presidente da Comissão, a oportunidade que deu ao SEVOR de mostrar

um pouco do nosso serviço, o que fazemos lá na BR-381. Já fazemos isso há 12

anos, graças a Deus. A nossa região não tem bombeiro; o bombeiro mais perto fica

acho que a 70 quilômetros, em Belo Horizonte ou Itabira. Nós já temos um estudo lá,

com o SEVOR mesmo, de criar um bombeiro lá.

Então, nos gostaríamos de agradecer muito. E nos colocamos à disposição

da Comissão. No que pudermos ajudar, Deputado Dr. Grilo, nós estamos às ordens.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Nós é que agradecemos ao Sr.

Humberto Guimarães. Agradecemos a todos os integrantes do Serviço Voluntário de

Resgate. Nós sabemos da dificuldade da BR-381. Eu passo lá sempre. Nós

presenciamos ali, quase diariamente, acidentes gravíssimos — aqui nós estamos

discutindo a duplicação da BR-381 —; isso mostra a falta de investimentos em

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infraestrutura no País. Eu acho que já passou da hora de nós fazermos a duplicação

da BR-381. Lá o número de acidentes é enorme. Nós não podemos ficar

contabilizando acidentes ano após ano; nós vamos repetindo os números, são

mortes atrás de mortes, famílias que acabam ali na rodovia. Quando vamos para

essa rodovia, vamos com medo, porque é conhecida como Rodovia da Morte.

Então, é muito importante esse trabalho que é realizado, suprindo essa lacuna,

exatamente devido à falta de investimento.

O SR. HUMBERTO GUIMARÃES - Quero só abrir um parêntese. Eu estava

até comentando com o Campolina como é que são as coisas. No domingo, na hora

do jogo do Brasil, eu estava de plantão, em casa.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - E eu estava na BR.

O SR. HUMBERTO GUIMARÃES - Eu estava com o carro. A gente vai com o

carro para casa, fica com a ambulância em casa, aí a central comunica, e a gente

vai. O impressionante é que, na hora em que o juiz apitou, o telefone tocou: um

acidente na rodovia. Nós ficamos o período todo do jogo na rodovia atendendo. Na

hora em que a final terminou, nós terminamos o nosso atendimento.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Vamos abrir uma exceção. O

Vereador Adenilson Rubim, de Três Marias, pediu a palavra para fazer um

questionamento.

Como esta Comissão procura ser a mais democrática e a mais participativa

da Câmara, nós não poderíamos encerrar a reunião sem abrir a palavra ao Vereador

Adenilson.

O SR. ADENILSON RUBIM - Primeiramente, gostaria de agradecer à Mesa,

ao Deputado Dr. Grilo. Citaram o art. 144 da Constituição Federal, e eu até

concordo, porque o tempo todo ele só fala dos bombeiros militares. Alguns

Municípios estão usando, entre aspas, a “artimanha” de criar as guardas municipais,

e a gente sabe de algum Município que usou a guarda municipal como guarnição e

corporação de corpo de bombeiros civis.

Alguém da Mesa pode falar a respeito de uma experiência como esta?

Alguém da Mesa conhece uma experiência como esta? Principalmente o Sr. Edison,

do Sul, e o Sr. Neyff poderiam nos informar se conhecem alguma experiência

dessas, em que Municípios usaram a Lei Orgânica. Eu, por exemplo, fui Relator da

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Lei Orgânica do Município. Lá, fala-se na criação da guarda municipal. Gostaria de

saber se é possível, através dessa guarda municipal, incorporarmos o bombeiro civil.

Gostaria de saber se eles têm alguma experiência com relação a isso.

O SR. NEYFF SOUZA DA SILVA - Caro Vereador, como eu tinha dito há

pouco, tudo neste País é lei. Hoje existe uma lei que criou a profissão de bombeiro

civil. Qualquer outra atividade, qualquer outro profissional que vá atuar na situação

do bombeiro civil, tecnicamente, está no exercício ilegal da profissão.

Recentemente, nós vimos o projeto do Estatuto da Segurança Privada

querendo criar a situação do vigilante brigadista. Nós colocamos aqui e já está

aprovada a criação de corpos de bombeiro civis municipais. Basta fazer o projeto de

lei e aprovar. Nada impede. Se o senhor é Vereador, faça o projeto de lei. Criou o

projeto de lei, não existe nada que impeça. Da mesma forma que as Prefeituras têm

guarda municipal, uma CTTU, que diz respeito ao trânsito, só falta criar o bombeiro.

Aí, cria-se a Secretaria de Defesa Social Municipal, e está resolvida a questão.

O SR. ADENILSON RUBIM - Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Gostaria de passar a palavra ao

Sr. Dionei Walter da Silva, último inscrito.

O SR. DIONEI WALTER DA SILVA - Complementando essa resposta, o

Estado de São Paulo tem um modelo que é o bombeiro municipal — uma autarquia,

na verdade, um departamento dentro de uma secretaria. São funcionários públicos,

e não bombeiros civis. É um corpo de bombeiros municipal. Se não me engano,

quase 20 Municípios estão realizando essa experiência, que é um pouco diferente

da que está sendo discutida aqui, mas é uma alternativa que os Prefeitos encontram

para suprir a falta de bombeiros no País.

O SR. EDISON EDUARDO ROTHER - Só para complementar — o Vereador

pediu tanto ao Neyff como a mim —, eu acho que é bem pertinente a sua pergunta,

mas eu vou lhe dizer que o senhor usou um exemplo bem importante. A guarda

municipal está prevista na Constituição Federal. Fazendo esse do bombeiro

municipal, vai bater no art. 144, no qual — eu havia comentado antes — a gente tem

que mexer.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Dr. Grilo) - Eu acho que, quando falamos da

guarda municipal, nós temos que deixar bem claro que o intuito da criação da

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guarda municipal foi exatamente o de zelar pelo patrimônio dos Municípios. Aí, nós

temos exatamente que promover uma alteração no art. 144, readequá-lo, para

possibilitar que os Municípios se estruturem e façam uma nova contratação das

guardas municipais voltadas para prestar esse serviço de que a população tanto

necessita. Acho que de tudo que foi dito aqui, fica claro que falta muito investimento

nos Corpos de Bombeiros de todo o Brasil, tanto no setor público, quanto no setor

privado. Então, nós temos cada vez mais que valorizar os bombeiros no Brasil.

E não podemos deixar de repetir o que foi dito aqui anteriormente: só no

Estado de Minas, de 2005 a 2012, com a taxa de incêndio, que foi criada pela Lei

14.938, foram arrecadados 360 milhões de reais. E pouco desse valor foi realmente

destinado para o combate a incêndio ou foi destinado tanto para as corporações

públicas quanto para os bombeiros civis. Nós gostaríamos que de fato fosse

destinado. Não foi integralmente destinado esse valor, que foi arrecadado com esse

intuito, para os bombeiros. Então, fica o questionamento: para onde está indo todo

esse dinheiro? Acho que realmente deveria haver uma valorização tanto do

bombeiro civil quanto do bombeiro militar, para que realmente houvesse uma

valorização e um combate de toda essa mazela que existe nessa área.

Nós estamos encerrando agora, porque senão vamos reabrir aqui o debate.

Então, fica esse questionamento: para onde está indo todo esse dinheiro? E foi até

questionada a constitucionalidade da cobrança dessa taxa. Porque toda taxa

pressupõe um serviço, e aí vem todo um questionamento, em que é cobrada uma

taxa da pessoa, sendo que na realidade está sendo cobrado um imposto da pessoa,

sem estar realmente sendo prestado um serviço. Há algumas cidades no interior de

Minas que sequer têm uma corporação do Corpo de Bombeiros, e todos os

comerciantes são obrigados a pagar essa taxa. Então, nós temos que começar a

cobrar realmente maior investimento do Governo nas corporações de bombeiros de

todo o Brasil.

Agradeço todos por suas presenças e as suas importantes contribuições.

Informo que todo o conteúdo dessa audiência foi gravado e será

disponibilizado em áudio e vídeo na página da Comissão promotora deste evento:

www.camara.leg.br/clp.

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Nada mais havendo a tratar, vou encerrar o presente seminário. Antes,

porém, convido todos os presentes para o V Seminário dos Guardas Municipais e

Segurança Pública, que será realizado amanhã, dia 3 de julho, quarta-feira, às 9

horas, no Auditório Nereu Ramos, nesta Câmara dos Deputados.

Está encerrado o seminário.

Muito obrigado a todos. (Palmas.)