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A imagem de uma orelha descomunal bem poderia ser o emblema deste livro. De fato, ele parece ser o resultado de um ouvido absoluto para as vozes deste mundo e, de certo modo, até do outro. O partido compositivo – tão próprio aos impasses da modernidade – de revolver nas falas mesmas a realidade social e histórica que se deposita, como sedimento, na linguagem vai, aqui, a sua potência máxima [...] José Antonio Pasta

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antonio geraldo fi gueiredo ferreira

A imagem de uma orelha descomunal bem poderia ser o emblema deste livro. De fato, ele parece ser o resultado de um ouvido absoluto para as vozes deste mundo e, de certo modo, até do outro. O partido compositivo – tão próprio aos impasses da moder-nidade – de revolver nas falas mesmas a realidade social e histórica que se deposita, como sedimento, na linguagem vai, aqui, a sua potência máxima.

O livro é, assim, o lugar no qual, como em ondas de linguagem, essas vozes todas, múr mu ras ou veementes, vêm quebrar. O rumor que então se levanta, engrossado do eco de tantas falas, emanadas de tantas vidas, faz sua atmosfera e clama aos céus por um sentido. Em vão, que o céu está vazio. Em um gesto de infi nita piedade, o livro recolhe o imenso vozerio e seu clamor, po-rém não mais pode resgatá-los nem lhes dar um destino: com uma ironia dolorida e isenta de malignidade, pode apenas ende-reçá-los aos “Santos Anônimos”, patronos de uma inacreditável capelinha, cuja imagem verídica o leitor – ele também um “Santo Anônimo” – encontrará ao lê-lo.

Verifi camos, então, que esse livro tão difícil de se classifi car pertence, afi nal, à grande família do romance, que, como se sabe, abriga a busca decepcionada de todos os desamparados do sen-tido, os exilados da pátria trans-cen dental. Um romance-limite, no entanto, porque as falas de que é tecido ameaçam formar grupos temáticos e tramas subjacentes, ao mesmo tempo que se esgarçam em todas as direções. Ficamos pensando se é um romance em formação ou em decomposição, para logo descobrirmos que é um romance que se faz desaparecen-

do, ou que se forma suprimindo-se – linhagem tão central quanto ignorada nas letras brasileiras.

Essa estrutura paradoxal, de si tão abstrata, que tem na morte seu ponto de fuga, acolhe aqui, entretanto, a exalação de um mundo bem determinado – o da grande comarca interiorana (caipira, melhor se diria), que se estende por São Paulo, Minas, Goiás, pedaços do Mato Grosso e do Paraná. Suplantado por um mundo que, pior que ele, não o redimiu nem transcendeu, esse difi cultoso mundo caipira, meio rural, meio urbano, às vezes no limite do surreal, encontra-se ago-ra em vias de desaparição. Em as visitas que hoje estamos, tudo o indica, ele dá o seu último suspiro.

José Antonio Pasta

Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira nasceu em Mococa, SP. Estudou na USP, onde se graduou em Letras e ingressou na pós-graduação. Na década de 90, abandonou a academia e foi morar em Arceburgo, MG. Publicou o livro peixe e míngua, poemas, e outros textos em jornais e revistas. as visitas que hoje estamos é seu primeiro livro em prosa.

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Copyright © 2012Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira

Copyright © desta ediçãoEditora Iluminuras Ltda.

CapaEder Cardoso / Iluminuras

sobre foto de Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira

Fotos e ilustraçãoAntonio Geraldo Figueiredo Ferreira

RevisãoJane Pessoa

2013EdItorA ILumInurAs LtdA.

rua Inácio Pereira da rocha, 389 - 05432-011 - são Paulo - sP - Brasiltel./Fax: 55 11 3031-6161

[email protected]

CIP-BrAsIL. CAtALoGAÇÃo-nA-FontEsIndICAto nACIonAL dos EdItorEs dE LIVros, rJ

F439v Ferreira, Antonio Geraldo Figueiredo, 1965-

as visitas que hoje estamos / Antonio Geraldo FigueiredoFerreira. - são Paulo : Iluminuras, 2012 - 1. reimpressão, 2013.

23 cm

IsBn 978-85-7321-376-8

1. romance brasileiro. I. título. 12-2007. Cdd: 869.93 Cdu: 821.134.3(81)-3

28.03.12 05.04.12 034317

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as vozes todas num ouvido só

anônimo

[...] o romance é uma espécie de coral de surdos-mudos em que autor e leitores

imaginam ocupar a posição do corifeu

outro anônimo

[...] com os haveres de uns e outros é que se enriquece o pecúlio comum

machado de assis

epigráfes

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do autor para o autor

dizer tranquilamente: já morri(as palavras se encontram no vazio)então, este equilíbrio puro, em nadaé simples como andar de bicicletamas ouço: estou aqui, aqui, aquieco no espaço aberto, um assoviopersistente do vento, uma guinadabrusca do rosto, em voz que me incompleta – voltado para mim, irei perdidopelas trilhas escuras de mim mesmoaté imaginar o outro, e sê-loneste passeio inútil, sem ter sidoaquele outro eu mesmo, mas eu mesmosei que pedalo para o atropelo

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exorcismo

o diabo anda solto por aí, eu não a cre di tava, até que a dona melinha começou a falar grosso, dava uns grunhidos que deus me livre, e cuspia nos que chegavam perto, ouvi dizer que a baba queimava, tomei uns respingos, a mim não sapecou, a divina mão da providência abanando a pele, valha-me deus, virgem santíssima, são miguel arcanjo, contra o tinhoso vale pagar as contas e esquecer o abreu, a boca da dona melinha espumando, por que a dela não queimava?, ela não era o zarapelho, está claro, e, se o coiso estava nela enfiado, devia, pelo menos, chamuscar os beiços da mulher, não acha?, fui ver, sim, com o pé atrás, lógico, vai que o negócio vira pro meu lado, vade retro, sem contar que naquela época eu tinha um romancinho muito do encoberto e gostoso com a misleine, eu e ela muito bem casados, no papel passado e engomado, cada qual com o respectivo cônjuge como pano de fundo, como ainda hoje, graças a deus, o diabo, então, com raiva de qualquer alegria mais desviada, pega de soltar os doces podres dos presentes mais enxeridos, e, batata, falatório, encheção, marido bravo querendo as satisfações, quiçá, sob o peso do chumbo quente, aí é que as orelhas queimando de verdade nas verdades, eu não, dei lugar pra outros menos precavidos e com mais pecados, ou menos, tanto faz, que algum todos têm, pecado maior é dizer que não, espiei de longe, a mulher com os olhos transbordados, coisa de impressionar, dois marmanjos segurando, dando o que fazer pra ela não desembestar pra cima do padre demóstenes, xingando

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o velhinho de tudo quanto era nome, voz de homem quando acorda, e, ainda por cima, cheia de catarro, ele encolhido, gaguejando o que talvez fosse o seu latim, mas o demônio quem enrola?, tudo remendado com um português assustado, porque decerto não se lembrava de tudo do seminário, e a situação urgia, o que não desmerece ninguém, principalmente nessas circunstâncias, ou, acho que era mais isso, porque o padre borrava a batina de medo, era o que tinha mais medo de todos, na verdade, e tinha razão, quieto em casa, decerto cochilando, lendo lá a sua passagenzinha da bíblia, ou mesmo vendo o programa do ratinho, que é que tem?, se alguém é mais filho de deus do que outro, é ele, não é?, chegam os vizinhos da dona melinha e o arrastam pra enfrentar briga que não é dele, certo?, ou é?, pensa bem, é confusão de rachar a cabeça, nada de apartar, bom, quem batizou a dona melinha foi ele mesmo, disseram, meninote de tudo, recém-chegado à cidade, de modo que há de ter alguma garantia vencida, não, não estou tripudiando com ninguém, não, acho isso mesmo, ele, o padre, armado até a alma, mas sem valia o crucifixo, a água benta, só o vozeirão sobressaído, tão boa a dona melinha, coitada, por que ela?, mulher batalhadora, lava, passa, cozinha pra fora, doce cristalizado igual ao dela não tem, na festa do padroeiro nenhum cartucho chega perto do valor que o dela alcança, o dou-lhe três mais demorado, o leiloeiro bancando o peru, catando os lances de todas as direções, feito barata tonta, será que santa tem de passar provação desse tipo, sempre?, porque penso que é o caso, sim, que pagar, essa mulher não pode estar pagando nada, porque aqui só concebeu os exemplos, o que faz qualquer cristão com bom senso pelejar de tanto matutar, porque eles, os tais exemplos dignos de arremedo, são sempre de graça, ou não valem nada, o que dá no mesmo, a não ser que

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a crise dos homens na caderneta das dívidas celestes tenha aumentado tanto, mas tanto, que o assalariado terreno foi ficando com os rendimentos minguados até o ponto no qual, depois da labuta, ainda se viu obrigado a pagar salário para o patrão, no caso, para o próprio demônio, que então tomou à força o negócio do criador inadimplente e meteu a placa sob nova direção debaixo do mundo, isso mesmo, e agora é esse deus nos acuda à toa, o pai, o filho e o espírito santo, todos quebrados, devendo as túnicas, os mantos e as penas pro agiotão chifrudo, tá bem, tá bem, desculpe, tem razão, claro que estou brincando com coisa séria, mas se o bem começou o seu negócio tomando empréstimo com as ruindades, posso ter alguma razão, não acha?, porque, se no princípio era o caos, a desgraceira é que reinava na banca, concorda?, estou brincando, sim, você parece bobo, mas às vezes me pergunto se a bondade não é propaganda enganosa de alguém que apostou tudo no mercado das bolsas e fica inventando números, construindo realidades de papel, como fizeram aqueles americanos, bom, não entendo muito disso, nem quero entender, quem paga mais e con-ti nua sempre devendo é gente como a dona melinha, o marido dela não valia nada, pobrezinha, vivia torto no bar, desempregado uns tantos anos, vivendo à custa da coitada, dizem até que dava uns cascudos nela de vez em quando, principalmente quando voltava da zona, então, naquele dia do diabo no corpo da dona melinha, é como todos chamam o episódio, você já sabe, né?, avisaram o valadares, que enchia a cara no bar da lurdes, não veio na hora, pensou que fosse treta da mulher, chegou mais tarde, eu já estava lá e passei o enredo pra ele, que não acreditou em nada, mas ficou espiando de longe, também, de repente arrotou decidido, me chamou de lado e disse, vou lá no quarto pegar uma relíquia dela

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de santo antônio, frei galvão, sei lá, e esconder aqui no bolso, você vai ver se é o capeta, mesmo, vai ver, ele também não sabe de tudo?, então vou dar um cacete nas fuças desse safado mentiroso que fica inventando moda, a melinha pensa que sou tonto, eu curo ela, espera aí, você vai ver, essa mulher está com história, e foi, aí é que cheguei mais perto, que o risco compensava, o marido foi se esgueirando no meio do povo, naquela hora o diabo descansava, e dona melinha se largava no sofá, dando no máximo umas bufadinhas, de vez em quando, ele foi chegando e pá, pulou de supetão na frente dela, a mão direita dentro do bolso, olha, almeida, eu me arrepio até hoje, cruz-credo, a dona melinha arregalou os olhos e saltou desta altura, sem tempo de reação pra ninguém, as bufadas babadas de novo, pra todo lado, entortando o pescoço, o padre quase caiu de costas, em tempo de morrer de um ataque, três pra segurá-la, e ela com uma certeza sobrenatural, aquela outra voz das profundas, tira esse negócio de perto de mim, tira esse negócio de perto de mim, ele saiu correndo, ninguém nunca mais viu de novo o valadares, nem o demônio voltou, deus seja louvado

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brasileiros,

não olhamos pra trás, nunca

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Agradecimentos

Um amigo certa vez aforismou, entre goles de boa cachaça, que a vida não nos dá nada, apenas tira... Não há como discordar de tamanha sabedoria, talvez pinçada de algum clássico, não sei; ou mesmo regurgitada pela força discursiva do álcool, pouco importa. A verdade será sempre notável, impressa ou carregada por gases digestivos.

Confesso que a madrasta que nos subtrai aos poucos a felicidade, entretanto, tem sido para mim, pelo menos em rela-ção aos amigos, mãe zelosa e pródiga, como quer o senso comum. Se me esqueci de alguém, nesta página, peço o perdão que, desde já, sei concedido. Ausente, o amigo encoberto não estará entre a canalha com que tive o des-prazer de topar, vicissitude de acasos aí sim esquecidos por força da vontade e insignificância deles. Não. Meu amigo aqui ausente estará em outro lugar, rindo de mim comigo mesmo nos becos escuros da memória, velha cidade de traições, segundo um mestre cujo nome agora me escapa.

Meu agradecimento, então, àqueles que tive-ram a generosidade e a complacência extremadas de me ouvir... Ou a elegância, não menos louvável, de fingir que o fizeram: Amauri Vieira Barbosa; Antonio Carlos Secchin; Carlos Alberto Montanini; Cida Cilli; Cláudio Aquati; Daniel Puglia; João Batista Carneiro Constâncio; José Antonio Pasta; Luciano Plez; Marco Lucchesi; Marlene Pucci; Otávio Maffud Cilli; Reginaldo Pinto de Carvalho; Ricardo Monteiro; Rosa Bassani; Samuel Leon; Valdir Ferracin Pasotto; Walter Garcia;

e Ana Lúcia, estrela da vida inteira.

o [email protected]

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índice

epigráfes, 7do autor para o autor, 9a gaveta direita, 10caridade, 22fé, 24exegese, 24sacrifício, 24?, 25procrastinação, 26a hora certa, 27no muro, 35estáter, 35acerto, 35abençoados, 39jesus do céu, 39www., 41por isso, 41promessa, 42por minha culpa, 45santa luzia, 47o milagre, 47mete aqui o teu dedo, 53em suspenso, 53exorcismo, 54brasileiros, 58pé na cova, 59verbo, 61circunlóquio, 62estava escrito, 63outra questão de método, 65só deus sabe, 66praga, 66o freguês em primeiro lugar, 66a gente também tem que entender, 67eis teu filho, 68arqueologia, 68tour de force, 69o tempo pobre, o poeta pobre, 72estilo, 73vagabunda, 73sabe por quê?, 76inocência, 76

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ela não teve culpa, mãe, 76escuta a tua mãe, 76vai ver se eu estou ali na esquina, 77os olhos de jussara, 77encontrei a minha, 123tua culpa, 124oitenta anos, 126bolha e escuridão, 129ela talvez saiba, 130corredor, 5º andar, 140espelho, 140a gente se entende, 141bodas, 141metafísica, 141nos corredores da fflch, 144ele, 144ela podia ser sua filha, 144em pratos limpos, 145verso, 147culpado, 147a vida imita a vida, 152e a minha vida?, 155resolução, 156teoria da obsolescência restrita da mercadoria no brasil, 156dois por um, 156lojas brasileiras, 157é simples, 158restaurante, 158em boa companhia, 158na mão, 160mecanismo lógico, 161amanhã à tarde você volta pra acertar, 161um cafezinho para são benedito, 161x da questão, 162natal, 162isso, benedito, não se rebaixa mais não, 164precisa-se, 165é coisa das mães, 165álbum, 165lições, 167estimação, 173canarinho-do-reino, 174a minha vez, 176natureza, 177

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gravitação, 177lição, 178mãe, o que é o amor?, 178uma rodadinha, 179feira, 180não, obrigado, estou satisfeito, 182descoberta, 185tordesilhas, 185zoeira, 185solidão, 186sentença, 186política, 1867 de setembro, 1877 de setembro pela tv, 187mamãe ensina, você nunca mais vai esquecer, 187pequeno sertão, junho, 188caminho suave, 188bildungsroman, 190a lição, 191bilhete ao pai, 197homem, escada de si, 198sofrimentos, 198não é como vocês falam, 199yin-yang, 200ospb, 201força de vontade, 202kg, 204casa nova, 205a minha, não, 205a família antes de tudo, 205os olhos de jussara, 207revelação, 253eu não pedi, 258concentração, 259bom, ela não tem geladeira, 259juízo, 261mal-agradecido, 263meio-dia, 263ei, 263entrada grátis, 264quero sim, 265a essa hora?, 266vagas, 266você não conhecia o finado, 266

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volta, 267vou mandar desligar a campainha, 267no morro da babilônia, 267fechada para reforma, 268a morada, 269dezembro, janeiro, 270brasil, um dom do açúcar, 277inspiração: natureza-morta, 278fotocópia, 279dois anos de separação, 280o encontro, 281cinema, 281com espírito, 281cá entre nós, 286cobrança, 286livre curso, 289acho que sete anos, 289cartão cidadão, 289jornal, 290melhor do que tentar a sorte, 290dizem que eu devia, 291ato átrio, 292falência, 293sofismas diários, 293o bom relacionamento com a chefia, 327faz tempo que não vemos o carlim, 327curriculum vitae, 328armadilha, 328foram as velas, 329uma chance de se acertar, 330os olhos de jussara, 331olha, tudo bem, eu pago o que você quer, 364hoje ou amanhã, 365covardia, 369herança, 370juro, pode acreditar, tirei até uma foto, olha, 373questão de princípios, 374no espelho despropositado do papel, 376foi só uma ideia, 377aceito, 378sai da frente, 379fora de hora, 380supermercado, carro carregado, 380por tua culpa, 381

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sabia?, 381solidariedade, 381suspensão, 382eu juntei dinheiro, 383só assim, mesmo, 383pedagogia, 383aí você compra um, né?, 385parada km 72, 386metafísica bem caipira, 386a questão, 387profissão de fé, 387ninguém escreveu isso, 389regras pelo bom sucesso de escritores brasileiros a favor de uma carreira nas letras, 390o quadro (apontamentos para um soneto), 391eu não digo nada, 392autor ou título – buscar, 392ghost-writer de mim mesmo, 393capítulo em que o autor narra episódio burlesco de sua vida, devendo o leitor, para melhor entendimento da obra, ignorá-lo sem receio, 432dá pra repetir?, 440advertência final, 440Agradecimentos, 441índice, 443colofão, 448

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àqueles que falaram alto, não seguraram a língua,

não guardaram segredo e esbanjaram o ouro

do silêncio, enganosa fortuna dos homens, meu

muito obrigado, o livro é de vocês, para vocês, o

livro, meus caros, são vocês, não cabendo a mim

mérito algum, a não ser o de dar alguma forma ao

repositório sempre pouco confiável das palavras

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