visitas internacionais
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A 2ª edição da revista temática em homenagem ao ex-governador Mario Covas.TRANSCRIPT
ano 1 - maro 2009 - n 2
FUNDAO MARIO COVASem revista
visitasinternacionais
Em rEvista
editorial
PomPa e simPatia
Recepes, jantares de gala, regras diplomticas. Nada disso agradava a
Mario Covas, um homem que gostava de ser simples e informal. Mesmo assim,
cumpria seu papel, recebendo os visitantes internacionais com muita simpatia
e respeito s normas. Austero na liberao de recursos para o cerimonial, ele
discutia os custos de tudo, mas ficava muito satisfeito com o resultado. Tanto
no comando da Prefeitura de So Paulo quanto no do governo do Estado, Mario
Covas queria que a cidade e o Estado estivessem representados altura.
Quase toda personalidade internacional poltica importante dos cinco
continentes passou por So Paulo nas gestes Covas. Marcaram presena no
Palcio dos Bandeirantes, os presidentes Bill Clinton, dos Estados Unidos,
Jacques Chirac, da Frana, Oscar Luigi Scalfaro, da Itlia, Eduardo Frei, do Chile,
e Vclav Havel, da Repblica Tcheca. Entre os primeiros-ministros, s Antonio
Guterres, de Portugal, esteve em So Paulo em trs ocasies.
A realeza tambm veio conversar e trocar presentes diplomticos com o
governador. A visita mais longa e que exigiu mais do cerimonial foi a de Akihito
e Michiko, o casal imperial do Japo. Da Espanha, pas de origem dos avs de
Mario Covas, vieram o rei Juan Carlos I e a rainha Sofia, antecedidos por seu
filho, o prncipe Felipe de Astrias. Mnaco se fez representar pelo prncipe
Albert, e a Dinamarca, pela rainha Margrethe II.
Receber tantas personalidades at que no foi problema. Complicado, para
Covas, era sair do Estado. Durante seus seis anos de mandato, viajou apenas
uma vez ao exterior, em busca de investimentos na Inglaterra e de inspirao
para a desestatizao na Frana e na Turquia. Nas prximas pginas, contamos
um pouco da histria das visitas, dos bastidores do cerimonial e da nica
viagem internacional de um homem que gostava mesmo era de governar.
Antonio Carlos Rizeque Malufe
Presidente da Fundao Mario Covas
FUNDAO M AR IO COVAS EM RE V I S TA V I S I TA S In T ERn A cIon A I S 3
ndiceFotoclip 6
Braslia sem cerimnia 8
Cris, a arquiteta dos eventos 11
Salles, o homem por trs do discurso 12
amricas 15
Bill Clinton: tecnologia, web e comrcio 16
Kissinger de olho nas telefnicas 17
Alberto Fujimori, o nissei do Peru 18
Eduardo Frei discute Mercosul e cultura 20
Escobar busca cooperao tecnolgica 21
Zamora testa seu prestgio 22
Jesse Jackson celebra Zumbi dos Palmares 23
Desestatizao na agenda de investidores dos EUA 23
George Bush pai faz visita de cortesia 24
IFC oferece assessoria em infraestrutura 24
Um Guggenheim em So Paulo 25
Canad: governo e empresrios juntos 26
Fox Quesada em misso poltica 28
Mais visitas 30
Europa 31
Em So Paulo, Scalfaro sente-se em casa 32
Negcios e ecologia na rota do duque de Kent 34
Um futuro de parcerias com Herzog 36
O Reino Unido aposta no ajuste fiscal paulista 38
A Frana quer recuperar espao 38
Delegao portuguesa chega para investir 39
Da Polnia, o estmulo ao intercmbio acadmico 39
Tecnologia francesa disposio 40
Desestatizao na mira dos britnicos 40
Brazauskas reata laos diplomticos 41
Brasil, a prioridade de Antonio Guterres 42
Prodi, Covas e as reformas 43
Vclav Havel no papel de presidente 44
Martti Ahtisaari, o pacificador 46
Jacques Chirac e a balana 48
FUNDAO M AR IO COVAS EM RE V I S TA V I S I TA S In T ERn A cIon A I S4
rpd Gncz e o smbolo da integrao 50
E a Espanha quer mais 52
Niels Helveg segue o protocolo 53
Jorge Coelho festeja o Dia de Portugal 53
Portugus com e sem sotaque 54
O Prncipe de Orange e o IPT 56
Empresrios holandeses de olho em So Paulo 57
Albert, um prncipe em So Paulo 58
Um encontro de amigos 60
Da Galcia, lembranas e protocolo 61
Carlo Ciampi vai Pinacoteca 62
Aos reis da Espanha, com carinho 64
Mais visitas 66
sia 67
Elias Hraoui no Pequeno Lbano 68
A luta de Rafic Hariri 70
Obuchi celebra 90 anos de imigrao 70
Li Lanqing, o terceiro homem da China 71
Princesa Sayako, delicadeza e tradio 72
A cerimnia do ch 73
Da terra do sol nascente chega o casal imperial 74
LG e Hyundai na bagagem coreana 76
Kocheril Narayanan vem em misso poltica 78
Xanana Gusmo agradece aos brasileiros 80
Taiwan abre as portas para o mundo 82
Vietnamitas na Embraer 83
Cingapurianos na Fiesp 83
Japan Bank financia projeto do rio Tiet 84
Keidanren e Fiesp, encontro de gigantes 84
Mais visitas 85
frica 87
Angolanos buscam investimentos 88
Navios e aves na conversa com o presidente da Nambia 90
Sade e educao na pauta de Cabo Verde 92
Mais visitas 93
Trs pases numa tacada s 94
Alckmin recebe 98
Crditos 102
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foto
cliP
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a chefe do cerimonial fala da adaptao de mario covas ao protocolo e conta histrias saborosas das recepes
Braslia sem cerimnia
FMC CoMo Covas enCarava o CeriMonial na PreFeitura?Braslia No princpio, ele no dava a menor importncia. Na rea internacional, a frase mais constante dele era: Ah, mais? Cnsul no d voto, embaixador no d voto. E eu ponderava: Atrs do embaixador e do cnsul vem uma comunidade, um nmero muito expressivo de pessoas com toda uma cultura. Fizemos um acordo e ele comeou a receber os embaixadores em visita oficial, que, naquele tempo (1983 a 1985), era muito protocolar. O governo do Estado organizava e colocava na agenda uma visita ao prefeito. Qualquer embaixador que viesse pela primeira vez a So Paulo fazia uma visita oficial ao prefeito, ao presidente da Assemblia Legislativa, ao presidente do Tribunal de Justia e ao governo do Estado. E era acompanhado de batedores, a banda tocava o hino do pas e o hino de So
Paulo no hall da Prefeitura, que ainda era no Ibirapuera. O protocolo exigia que o prefeito recebesse o embaixador assim que ele chegasse. Ele acostumou-se com esse ritual e aprendeu a dar valor. Algumas vezes ele dizia: Mas como? Quando a conversa comea a ficar interessante voc olha no relgio e a visita vai embora. Essas visitas tm tempo protocolar, duram de 20 minutos a meia hora.
FMC e no governo do estado, CoMo Foi Fazer as Coisas aConteCereM?Braslia O tempo da Prefeitura foi uma preparao. Na poca, toda vez que um presidente da Repblica viesse a So Paulo tinham de estar no aeroporto o governador, o vice-governador, os presidentes da Assemblia e do Tribunal de Justia, o prefeito e os comandantes militares. O Covas percebeu que, se no houvesse o protocolo, ele no
traquejada na arte do bem receber,
Braslia de arruda Botelho chefiou
o cerimonial de mario Covas na
Prefeitura e no governo do Estado
de so Paulo. sua primeira misso
e a mais complicada foi
convencer um homem de estilo
despojado a encontrar valor nas
regras diplomticas. Foi duro,
mas conseguiu. Nos anos em que
acompanhou Covas nas visitas
internacionais, Braslia acumulou
histrias de bastidor. aqui, ela
compartilha algumas das melhores.
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estaria colocado no lugar certo, ento passou a dar valor a esse trabalho. Quando chegou ao governo do Estado, ele j gostava dessas oportunidades. Alguns chefes de Estado tinham uma conversa interessante, outros ficavam mais no protocolo, mas era um momento de relacionamento, de mostrar. Cerimonial na rea internacional trabalha com imagem, e era a imagem de So Paulo que aparecia de uma forma correta. Com todas as dificuldades, ele era um parceiro desses eventos, fazia questo de que o roteiro todo estivesse muito bem explicado e o seguia. FMC s vezes ele Criava diFiCuldades, Mas, na hora do evento, CuMPria todas as suas deterMinaes?Braslia Um dos pouqussimos elogios que eu ouvi dele foi na visita do imperador do Japo. Era uma visita longa, com muitos detalhes. A recepo no Palcio (dos Bandeirantes) tinha de ser importante porque a comunidade japonesa em So Paulo muito grande. Eu queria que ele decretasse feriado para a gente poder fazer o almoo no hall principal sem ter tantos funcionrios por ali. Ele concordou porque a dona Lila apoiou, perguntando a ele: Quantos imperadores existem no mundo, Mario? Ele teve de dizer que s tinha o do Japo. Quantas vezes voc vai receber o imperador? Ele tambm concluiu que era uma nica vez. Ento os funcionrios s foram trabalhar aps as 15 horas, permitindo que organizssemos um grande e bem-sucedido almoo. Quando ns nos despedimos do imperador, o Mario Covas disse: Foi tudo muito bom, muito bem organizado, muito bonito, meus parabns!.
FMC nessas reCePes, voC seMPre busCava algo diFerente, Criativo...Braslia porque eu no sou diplomata de carreira, no fiz o Itamaraty, a minha formao mais na rea de relaes pblicas e de organizao de eventos. Sempr