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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS – GRADUAÇÃO LATO SENSU AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO FAUSTO ARAÚJO NUNES DE ALMEIDA PORTO VELHO (RO) 2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS – GRADUAÇÃO LATO SENSU

AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO

FAUSTO ARAÚJO NUNES DE ALMEIDA

PORTO VELHO (RO)

2015

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS – GRADUAÇÃO LATO SENSU

AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO

FAUSTO ARAÚJO NUNES DE ALMEIDA

Monografia apresentada ao Instituto A Vez do Mestre como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Gestão Pública.

Orientadores: Prof. Mario Luiz Trindade Rocha

Prof. Glória Jesus

PORTO VELHO (RO)

2015

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que

iluminou o meu caminho durante esta caminhada.

Aos meus pais Francisco e Roseany pelo amor e

compreensão nessa batalha árdua. Aos meus

orientadores pela paciência na orientação e

incentivo que tornaram possível a conclusão desta

monografia, pelo convívio, pelo apoio, pela

compreensão e pela amizade.

DEDICATÓRIA

A meus pais Francisco e Roseany pelo apoio recebido no decorrer da elaboração deste trabalho.

3

EPÍGRAFE

“A maior recompensa do nosso trabalho não é o que nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos transforma”.

John Ruskin

4

RESUMO

A finalidade deste trabalho é estudar os aspectos legais que regem “As Licitações

públicas focadas na modalidade pregão eletrônico”, das administrações dos serviços

públicos das três esferas da federação. O estudo teve como fonte predominante as

Leis de Licitações 8.666/93, 10.520/02 e demais leis correlatas sobre o tema.

Procurou-se conhecer com mais profundidade a aplicação destas leis, abordando as

diversas modalidades e tipos de licitações existentes, com destaque especial e

aprofundamentos dos estudos nos aspectos legais de abrangência da lei 10.520/02,

que trata do Pregão. O processo licitatório é composto de diversos procedimentos

que têm como finalidade aplicar os princípios legais constitucionais da legalidade,

impessoalidade, da isonomia, da moralidade, da publicidade e da eficiência, com o

propósito de proporcionar vantagem para a Administração Pública na aquisição, na

venda e prestação de serviço, ou seja, menos onerosa e de melhor qualidade. O

objetivo geral deste estudo é abordar as licitações públicas focadas na modalidade

pregão eletrônico e especificamente abordar administração pública; identificar a

licitação no ordenamento jurídico brasileiro e analisar a licitação pública na

modalidade pregão eletrônico na visão dos contratantes e prestadores de serviços.

O estudo foi elaborado através de um pesquisa bibliográfica baseado em

doutrinadores que enfatizam a temática como Di Pietro (2002); Carvalho Filho

(2006); Nohara (2011); Mello (2006) entre outros.

Palavra – chave: Administração Pública. Licitação. Pregão Eletrônico.

5

ABSTRACT

The purpose of this work is to study the legal aspects governing "public Bids focused

on electronic trading mode", the administrations of public services of the three levels

of the Federation. The study has as predominant source bidding laws 8,666/93,

10,520/02 and other related laws on the subject. We meet with more depth the

application of these laws, addressing the various modalities and types of existing

bids, with special highlight and insights of the studies on legal aspects of law

spanning 10,520/02. The bidding process is composed of several procedures that

are intended to apply the constitutional legal principles of legality, impersonality, of

equality, of morality, of advertising and of efficiency, with the purpose to provide

benefit to the public administration in the acquisition, sale and provision of service,

i.e., less expensive and of better quality. The overall objective of this study is to

address the public bids focused on electronic bidding mode and specifically

addressing public administration; identify the bidding in the Brazilian legal system

and analyze the public licitation in electronic bidding mode in view of contractors and

service providers.

Key - Words: public administration. Bidding. Electronic Bidding.

6

METODOLOGIA

Para estudar e analisar o tema proposto serão adotados procedimentos

metodológicos para aquisição de conhecimentos, através de coletas de informações

e procedimentos adotados na pesquisa sendo dessa forma uma pesquisa

bibliográfica. O estudo, dessa forma, toma como marco teórico, não só os ditames

do Direito Administrativo, mas também os aspectos relacionados à influência da

sociedade na discussão ao discutir a temática. Segundo Gil (2010, p.39).

A pesquisa bibliográfica é a habilidade fundamental nos cursos de graduação, uma vez que constitui o primeiro passo para todas as atividades acadêmicas... Ela é obrigatória nas pesquisas exploratórias, na delimitação do tema de um trabalho ou pesquisa, no desenvolvimento do assunto, nas citações, na apresentação das conclusões.

Para a exploração do sujeito pesquisado é necessário, sobretudo a

buscar de informações que visem colidir com a abordagem relativa ao tema

proposto. Para realização do trabalho, foi selecionada a técnica por levantamentos

de dados, através de documentos pertinentes ao problema, utilizando-se de uma

linguagem fácil, a fim de coletar os dados. Ao aplicar a técnica utilizada na pesquisa

através de levantamento dos dados no que se referem ao problema, aplicamos o

método racional, também conhecido método dedutivo.

Segundo Gil (2010, p.133), quanto ao método dedutivo: “é quando, a partir de

enunciados mais gerais dispostos ordenadamente como premissas de um raciocínio,

chega a uma conclusão particular ou menos geral”.

A partir dos dados coletados, será feita uma analise comparativa entre os

dados coletados e analisados, envolvendo o problema em questão e daí poder

formar um juízo de valor, e consequentemente facilitarem a emissão e permitir a

construção de nossas conclusões.

Os procedimentos adotados para esta pesquisa foram: revisão de

literatura, validação do roteiro de pesquisa junto ao orientador, análise dos dados

coletados e apresentação dos resultados.

O estudo foi elaborado através de um pesquisa bibliográfica baseado em

doutrinadores que enfatizam a temática como: a) MELLO, Celso Antonio Bandeira

de,Curso de Direito Administrativo. 20 ed.São Paulo: Malheiros, 2013. b) MAZZA,

Alexandre. Manual de direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 2013 e c)

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros,

2014.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................... 02

CAPÍTULO I - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................... 10

1.1 ASPECTOS CONCEITUAIS .......................................................................... 10

1.2 PRINCÍPIOS ................................................................................................... 11

1.2.1 Princípio da Legalidade ............................................................................... 12

1.2.2 Princípio da Impessoalidade ....................................................................... 13

1.2.3 Princípio da Moralidade ............................................................................... 14

1.2.4 Princípio da Publicidade .............................................................................. 15

1.2.5 Princípio da Eficiência ................................................................................. 17

CAPÍTULO II - ASPECTOS GERAIS DA LICITAÇÃO........................................... 19

2.1 CONCEITO E FINALIDADE..............................................................................19

2.2 PRINCÍPIOS......................................................................................................21

2.2.1 Da padronização.............................................................................................21

2.2.2 Da vinculação ao instrumento convocatório....................................................23

2.2.3 Do julgamento objetivo....................................................................................24

2.2.4 Da fiscalização da licitação.............................................................................24

2.2.5 Da competitividade..........................................................................................25

2.2.6 Do formalismo.................................................................................................26

CAPÍTULO III - MODALIDADES PREVISTAS NA LEI 8.866/1993 .................... 28

3.1 CONVITE ....................................................................................................... 28

3.2 TOMADA DE PREÇO .................................................................................... 29

3.3 CONCORRÊNCIA .......................................................................................... 30

3.4 CONCURSO .................................................................................................. 32

3.5 LEILÃO ........................................................................................................... 33

3.6 PREGÃO ........................................................................................................ 34

3.7 CONCEITO, REGULAMENTAÇÃO E PROCEDIMENTO DO PREGÃO

ELETRÔNICO ...................................................................................................... 38

CAPÍTULO IV - VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO

............................................................................................................................. 40

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 51

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 53

8

INTRODUÇÃO

A finalidade deste trabalho é estudar os aspectos legais que regem “As

Licitações públicas focadas na modalidade pregão eletrônico”, das administrações

dos serviços públicos das três esferas de poder da federação. O estudo terá como

fonte predominante as Leis de Licitações 8.666/93, 10.520/02 e demais leis

correlatas sobre o tema.

Procurou-se conhecer com mais profundidade a aplicação destas leis,

abordando as diversas modalidades e tipos de licitações existentes, com destaque

especial e aprofundamentos dos estudos nos aspectos legais de abrangência da lei

10.520/02 em destaque.

A licitação, por conseguinte, deve obrigatoriamente ser eficaz e transparente,

cumprindo o seu dever cívico constitucional caracterizado de forma bem definida no

artigo. 3º da Lei geral das licitações 8.666/93. A modalidade de licitação do Pregão

foi incluída em nossa legislação por meio de medida provisória, que depois deu

origem à Lei 10.520, de 17 de julho de 2002. O pregão é um procedimento de

compras governamentais que é realizado pela Internet, constituindo-se atualmente

na maneira mais avançada de licitação, especialmente no que concerne à

desburocratização e à agilização das compras do governo federal.

A partir de observações e análises feitas no âmbito organizacional e no nível

dos participantes do processo, observam-se alguns problemas que, aparentemente,

constituem inconvenientes do próprio processo da licitação. No entanto, quando

observa-se com mais profundidade, são características de processos mal

gerenciados, quer seja pela interpretação da Lei ou pelas condições de ferramentas

adequadas, editais mal redigidos ou quem sabe propositadamente.

Como nem todos estão familiarizados com essa novidade, além de apontar

alguns dos pontos discutíveis observados pessoalmente e relatados por terceiros, a

oportunidade é aproveitada para explicitar de forma breve o funcionamento desses

procedimentos.

O intuito da pesquisa é evidenciar a lei de licitações de nº 8.666/93 e a lei do

pregão de nº 10.520/02. Procurando aprofundar nossos conhecimentos sobre todos

9

os seus conteúdos para que pudéssemos dar uma resposta fundamentada e

delinear as possíveis deficiências ou auferir as vantagens trazidas para a sociedade

com o advento dessas leis, na regulação e controle de gastos dos recursos públicos

brasileiros.

O pregão eletrônico foi objeto do estudo, com a intenção de identificar as

vantagens e desvantagens da aplicabilidade dessa espécie de pregão para a

Administração Pública apontados na doutrina, e a possibilidade da utilização do

pregão eletrônico em obras e serviços de engenharia civil, considerados serviços

mais complexos. Bem como seus princípios e características do pregão. Mostrando

ainda, alguns princípios da licitação e suas modalidades.

A problemática deste estudo será identificar: quais as principais vantagens e

desvantagens apontadas na literatura a respeito da incorporação do pregão

eletrônico nos processos licitatórios executados na esfera governamentais?

O estudo foi elaborado por meio de pesquisa bibliográfica fundamentando em

fontes diversas como: legislação, artigos, livros.

O presente trabalho está dividido em três capítulos. O segundo capítulo trata

sobre os aspectos conceituais da administração pública. O terceiro aborda acerca

das modalidades previstas na Lei 8.866/1993. E o último capítulo versa sobre as

vantagens e desvantagens do pregão eletrônico.

10

CAPÍTULO I ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1.1 ASPECTOS CONCEITUAIS

Primordialmente se faz necessário compreender qual o real sentido de

Administração Pública. O verbo administrar significa gerir negócios públicos ou

particulares, seguindo a lei e utilizando de forma adequada, bens pertencentes a

outras pessoas, ou à coletividade.

Administração Pública é a gestão de bens e interesses pertencentes à

coletividade, que devem ser conservados e utilizados sempre seguindo os preceitos

do Direito e da Moral, visando ao bem comum.

A principal finalidade da Administração Pública é zelar e proteger o bem

comum, pertencente à coletividade administrada. O agente público que se afastar

desse objetivo, estará contrariando a função em que foi investido, devendo os atos

por ele praticados serem considerados nulos e sem nenhum efeito

Para Di Pietro o termo Administração Pública pode ser expressa em dois

sentidos distintos, que são:

Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que exercem a atividade administrativa: compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa; em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida elos referidos entes; nesse sentido, a Administração Pública é a própria função administrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo. (DI PIETRO, 2002, p.54)

Assim, para Carvalho Filho (2006, p.74) em um sentido objetivo o verbo

administrar indica “gerir, zelar, algo relacionado a uma supervisão, e o adjetivo

pública significaria não só algo ligado ao Poder Público, como também os direitos da

coletividade como um todo”, ou seja, trata-se da própria gestão dos interesses

públicos executados pelo Estado em todas suas atribuições.

Em um sentido subjetivo a expressão Administração Pública significa o

conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que tenham a incumbência de

executar as atividades administrativas. Desse modo, de acordo com Carvalho Filho

(2006, p.09) “todos os órgãos e agentes, que em qualquer dos três Poderes, estejam

exercendo função administrativa, serão integrantes da Administração Pública”.

No entanto, a Administração Pública:

11

em sentido formal é o conjunto de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em uma acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos próprios serviços do Estado ou por ele assumidos em benefícios da coletividade. (MEIRELES, 2000, p.59)

Numa visão global, a Administração é pois, todo o aparelhamento do

Estado preordenado à realização de serviços, visando a satisfação das

necessidades coletivas.

1.2 PRINCÍPIOS

A finalidade essencial do controle da Administração Pública encontra-se

respaldado no conceito de segurança jurídica. Cabendo aos órgãos da

Administração Pública gerir o patrimônio e o interesse da sociedade como um todo,

não poderá fazê-lo livremente, devendo sua atuação ser respaldada na lei e buscar

sempre satisfazer da melhor maneira o interesse comum.

O administrador público, observando o princípio da impessoalidade,

estará agindo sempre em nome da entidade estatal e nunca em nome próprio, além

de seus atos serem sempre voltados para a coletividade como um todo. Tais atos

estarão sempre condicionados a uma lei, atendendo a que se chama de princípio da

legalidade. Se ao particular é permitido fazer tudo o que a lei não proíbe, ao

contrário ao Administrador Público só será permitido fazer o que a lei autorize.

O controle tem por finalidade observar se o administrador público está

agindo obedecendo aos princípios fundamentais da Administração Pública. Tais

princípios são os elencados na Constituição Federal de 1988, em seu artigo. 37,

caput:

A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (BRASIL, 1988).

Trata-se, portanto, de princípios incidentes não apenas sobre os órgãos

que integram a estrutura central do Estado, incluindo-se aqui os pertencentes aos

três Poderes (Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário), mas também

de preceitos genéricos igualmente dirigidos aos entes que em nosso país integram a

denominada Administração Indireta, ou seja, autarquias, as empresas públicas, as

sociedades de economia mista e as fundações governamentais ou estatais.

12

Estes são os princípios expressamente previstos no texto constitucional,

que devem ser observados por todas as pessoas administrativas de qualquer dos

entes federativos. Revelam eles as diretrizes fundamentais da Administração, de

modo que só se poderá considerar válida a conduta administrativa se estiver

compatível com eles.

Além desses princípios expressos, a Administração Pública ainda se

orienta por outras diretrizes que apesar de não se encontrarem expressos no texto

constitucional, a doutrina e a jurisprudência já reconheceram sua fundamental

importância. São eles: Princípio da Supremacia do Interesse Público; Princípio da

Autotutela; Princípio da Indisponibilidade; Princípio da Continuidade do Serviço

Público; Princípio da Segurança Jurídica; Princípio da Razoabilidade; Princípio da

Proporcionalidade. Juridicamente, a modalidade de pregão eletrônico, assim como

também o presencial está relacionado a princípios básicos, de acordo com o artigo

4º do Decreto 3.555 de 08.08.2000 onde fala:

A licitação na modalidade de pregão é juridicamente condicionada aos princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo, bem assim aos princípios correlatos da celeridade, finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preço, seletividade e comparação objetiva das propostas.

O presente trabalho não se dedica ao estudo dos princípios

administrativos, mesmo porque é um tema muito amplo, merecendo destaque no

nosso tema à medida que o controle dos atos da Administração Pública está focado

na estrita observância dos citados princípios, expressos ou reconhecidos. No

entanto, para direcionarmos os estudos percebe-se brevemente sobre os tais

princípios.

1.2.1 Princípio da Legalidade

Referido como um dos sustentáculos da concepção de Estado de Direito

e do próprio regime jurídico-administrativo, o princípio da legalidade vem definido no

inciso II do artigo 5.º da Constituição Federal quando nele se faz declarar que:

“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude

de lei”.

13

Desses dizeres decorre a idéia de que apenas a lei, em regra, pode

introduzir inovações primárias, criando novos direitos e novos deveres na ordem

jurídica como um todo considerada. No campo da Administração Pública, como

unanimemente reconhecem os constitucionalistas e os administrativistas, afirma-se

de modo radicalmente diferente a incidência do princípio da legalidade.

Aqui, na dimensão dada pela própria indisponibilidade dos interesses

públicos, diz-se que o administrador, em cumprimento ao princípio da legalidade,

conforme Meireles (2000, p.78) "só pode atuar nos termos estabelecidos pela lei".

Não pode este por atos administrativos de qualquer espécie (decreto,

portaria, resolução, instrução, circular etc.) proibir ou impor comportamento a

terceiro, se ato legislativo não fornecer, em boa dimensão jurídica, ampara a essa

pretensão. A lei é seu único e definitivo parâmetro.

Constata-se, pois, que, enquanto no mundo privado se coloca como

apropriada a afirmação de que o que não é proibido é permitido, no mundo público

assume-se como verdadeira a idéia de que a Administração só pode fazer o que a

lei antecipadamente autoriza.

Deste modo, a afirmação de que a Administração Pública deve atender à

legalidade em suas atividades implica a noção de que a atividade administrativa é a

desenvolvida em nível imediatamente infralegal, dando cumprimento às disposições

da lei.

Em outras palavras, a função dos atos da Administração é a realização do

interesse público, obedecidas à disposições legais, não lhe sendo possível, portanto,

a inovação do ordenamento jurídico, mas tão-só a concretização de presságios

genéricos e abstratos anteriormente firmados pelo exercente da função legislativa.

1.2.2 Princípio da Impessoalidade

O princípio ou regra da impessoalidade da Administração Pública é

definido como aquele que impõem que os atos realizados pela Administração

Pública, ou por ela delegados, devam ser sempre imputados ao ente ou órgão em

nome do qual se realiza, e ainda destinados genericamente à coletividade, não

podendo beneficiar exclusivamente o agente que pratica o determinado ato.

14

Assim, os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao

funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa em nome do

qual age o funcionário.

Essa definição demonstra claramente que esse princípio pode ser decomposto em duas perspectivas diferentes: a impessoalidade do administrador quando da prática do ato e a impessoalidade do próprio administrado como destinatário desse mesmo ato. Com efeito, de um lado, o princípio da impessoalidade busca assegurar que, diante dos administrados, as realizações administrativo-governamentais não sejam propriamente do funcionário ou da autoridade, mas exclusivamente da entidade pública que a efetiva. (SILVA, 1998, p.65)

Assim, o Administrador nunca estará agindo em nome próprio, nem deve

receber mérito pelos atos que pratica na função de seu cargo. Tal mérito deve ser

atribuído única e exclusivamente à Administração enquanto órgão responsável pelo

gerenciamento dos bens públicos e interesses comuns.

No princípio da impessoalidade se traduz a idéia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismo nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de facções ou grupos de qualquer espécie. O princípio em causa é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia. (MELLO, 2008, p.65)

A atividade da Administração Pública jamais poderá ser exercida, para

quaisquer fins, por aquele que, em decorrência do exercício funcional, se viu na

condição de executá-la. É, por excelência, impessoal, unicamente imputável à

estrutura administrativa ou governamental incumbida de sua prática, para todos os

fins que se fizerem de direito.

1.2.3 Princípio da Moralidade

A administração pública e seus agentes, na prática dos atos que lhe

competem devem se ater à lei, mas não só a ela, devem também distinguir, entre

aquilo que é bom ou ruim para o interesse coletivo e, o que caracteriza

primordialmente este princípio, o que é honesto ou desonesto. Deste modo, deve-se

fazer uma ponderação entre o lícito e o honesto por que nem sempre estes

coincidem. Deve ser lembrado que, qualquer cidadão é parte legítima para propor

ação tendente à anulação de ato lesivo à moralidade administrativa por meio de

ação popular. Cabe assentar que alguns atores, com base no artigo. 85,V da CF

dizem que o princípio da probidade administrativa é distinto do princípio da

moralidade.

15

O Princípio da Moralidade Administrativa, analogicamente, se compara a boa fé objetiva do Direito Privado, e representa em termos gerais, um modelo de conduta ética que deve pautar a atuação do Administrador Público, o qual deve agir com ética, honestidade, lealdade e probidade em relação ao administrado. Na visão de Bandeira de tal princípio assume foros de pauta jurídica. (MELLO, 2008, p.107)

Este princípio determina que o administrador, nunca deverá afastar sua

conduta de preceito éticos, e que todos os seus atos devem ser considerados

íntegros, legais, e principalmente saber separar o honesto do desonesto, além de

sempre utilizar os critérios de conveniência, oportunidade e justiça em suas ações.

Essa conduta deverá existir tanto entre administradores e administrados, como

dentro da Administração como um todo, ou seja, entre os agentes públicos no

âmbito interno dos órgãos na qual estão incumbidos de prestar suas funções.

Entende-se por princípio da moralidade, a nosso ver, aquele que determina que os atos da Administração Pública devam estar inteiramente conformados aos padrões éticos dominantes na sociedade para a gestão dos bens e interesses públicos, sob pena de invalidade jurídica. (CARVALHO FILHO, 2006, p.49)

A atuação administrativa deve assim nunca afastar-se da moral, dos

princípios éticos, da boa-fé, da lealdade. Se da atuação do agente público resultar a

inobservância de um padrão de moral, ainda que comum e não propriamente

administrativa o ato será considerado inválido, porque será esse ato considerado

ilegal.

1.2.4 Princípio da Publicidade

Elias Rosa (2006) trata do quarto princípio, o da publicidade como aquele

que se refere ao dever que tem a Administração de levar o conhecimento de seus

atos a toda a coletividade com o objetivo de facilitar o controle de tais atos:

Para que seja eficaz determinado ato, necessário será que este tenha sido publicado, ainda que apenas internamente. Daí se conclui que a publicidade é obrigatória como meio conferidor de eficácia da atividade administrativa, no entanto é admitido o sigilo quando expressamente autorizar a Constituição ou quando concorrer prejuízo para a coletividade ou para outrem. (ROSA, 2006, p.15)

Na visão de Carvalho Filho o princípio da publicidade indica:

Que os atos da Administração Pública devem merecer a mais ampla divulgação possível entre os administrados, e isso porque constitui fundamento do princípio propiciar-lhe a possibilidade de controlar a legitimidade da conduta dos agentes administrativos. Só com a transparência dessa conduta é que poderão os indivíduos aquilatar a legalidade ou não dos atos e o grau de eficiência de que se revestem. (CARVALHO FILHO, 2006, p.20)

16

Através de dispositivos constitucionais, o direito de informação do cidadão

(com base no art. 5º, incisos XIV e XXXIII da CF/88) não só em face de interesse

particular, mas, de acordo com Di Pietro (2002, p.75) “igualmente em face dos

interesses coletivos ou gerais, de modo a operar uma forma mais eficiente de

controle popular da Administração Pública”.

Claro que em determinados casos pode ser relativizado esse princípio,

quando o interesse público ou segurança o justificarem. A própria CF/88 prevê

diversas exceções. Vejamos algumas, todas presentes no art. 5º:

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; LXXII - conceder-se-á “habeas data”: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (BRASIL, 1988).

O princípio da publicidade exige a ampla divulgação dos atos praticados

pela Administração Pública, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei.

Além do escopo de assegurar a eficácia externa dos atos e contratos

administrativos, o princípio da publicidade propicia o conhecimento e o controle

pelos interessados diretos e pelo povo através de meios constitucionais.

O objetivo desse princípio é a transparência nos certames licitatórios em

todas as fases, desde o lançamento do edital até a fase final do processo. Vale

ressaltar que na sessão pública do pregão, é aberta ao público, neste caso em

pregões presenciais, já nos pregões eletrônicos, os cidadãos, pode acessar através

dos sites dos sistemas onde ocorrem os devidos processos. Elias Rosa (2006) trata

do quarto princípio, o da publicidade como aquele que se refere ao dever que tem a

Administração de levar o conhecimento de seus atos a toda a coletividade com o

objetivo de facilitar o controle de tais atos:

Para que seja eficaz determinado ato, necessário será que este tenha sido publicado, ainda que apenas internamente. Daí se conclui que a publicidade é obrigatória como meio conferidor de eficácia da atividade administrativa, no entanto é admitido o sigilo quando expressamente autorizar a

17

Constituição ou quando concorrer prejuízo para a coletividade ou para outrem. (ROSA, 2006, p.15)

Através de dispositivos constitucionais, o direito de informação do cidadão

(com base no artigo 5º, incisos XIV e XXXIII da CF/88) não só em face de interesse

particular, mas, de acordo com Di Pietro (2002, p.75) “igualmente em face dos

interesses coletivos ou gerais, de modo a operar uma forma mais eficiente de

controle popular da Administração Pública”. Claro que em determinados casos pode

ser relativizado esse princípio, quando o interesse público ou segurança o

justificarem. A própria CF/88 prevê diversas exceções. Vejamos algumas, todas

presentes no artigo 5º:

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; LXXII - conceder-se-á “habeas data”: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

O princípio da publicidade exige a ampla divulgação dos atos praticados

pela Administração Pública, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei.

Além do escopo de assegurar a eficácia externa dos atos e contratos

administrativos, o princípio da publicidade propicia o conhecimento e o controle

pelos interessados diretos e pelo povo através de meios constitucionais.

1.2.5 Princípio da Eficiência

O princípio da eficiência pode ser observado na realidade sob dois

aspectos: em relação ao modo de atuar do agente público e em relação ao modo de

se disciplinar a Administração Pública, em ambos os aspectos, tendo por finalidade

alcançar melhores resultados na prestação dos serviços administrados. Esse

princípio deve ser analisado em consonância com os demais, não podendo, o

agente, a pretexto de perseguindo a eficiência, descumprir o que está estipulado

pelo ordenamento jurídico. Desse modo, se a eficiência estiver obstada pela

18

legalidade, há que se alterar o preceito legal, colocando-o de acordo com a

realidade, de modo a possibilitar um atuar mais eficiente da Administração Pública.

O Prof. Hely Lopes Meirelles trata do princípio da eficiência:

Como aquele que exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. Considera-o ainda como o mais moderno princípio da função administrativa, já que não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. (MEIRELLES, 2000, p.90)

Di Pietro acredita que o princípio da eficiência apresenta, na realidade,

dois aspectos:

pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público. (DI PIETRO, 2002, p.83)

Já o autor Carvalho Filho (2006) trata dos mecanismos de controle como

um meio de assegurar a garantia dos administrados e da própria Administração no

sentido de sem alcançados os objetivos de ambos e não serem vulnerados direitos

subjetivos dos indivíduos nem diretrizes administrativas. Estes são os princípios

constitucionais que regem a Administração Pública e que todo administrador

investido na função pública deve seguir, pois a não observação destes princípios

enseja o Controle. No uso de suas atribuições e poderes, na busca do interesse

público, podem os agentes desviarem-se dos princípios, ultrapassando os limites

legais, cometendo assim abusos e ilegalidades, sendo necessária uma fiscalização

e controle dos atos das pessoas que gerem o patrimônio público.

19

CAPÍTULO II ASPECTOS GERAIS DA LICITAÇÃO

2.1 Conceito e finalidade

Licitação “é um certamente que as entidades governamentais devem

promover e no qual abrem disputa entre os interessados e com elas travar

determinada relações de conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais

vantajosa às conveniências públicas”.

Meirelles (2014, p.120) considera “um o procedimento administrativo

mediante o qual a administração pública seleciona a proposta mais vantajosa para o

contrato de seu interesse”.

Carvalho Filho (2012, p.95):

É o procedimento administrativo vinculado por meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por elas controlados selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários interessados, com dois objetivos – a celebração de contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou científico.

Percebe-se que é um procedimento administrativo pelo qual um ente

público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se

sujeitam às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de

formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente

para a celebração de contrato. Isso quer dizer que é disciplinado por lei e por um ato

administrativo prévio, que determina critérios objetivos de seleção da proposta de

contratação mais vantajosa, com observância do principio da isonomia, conduzido

por um órgão dotado de competência específica.

Ao evidenciar a finalidade da licitação visa proporcionar, em primeiro lugar,

às pessoas a ela submetidas, a obtenção da proposta mais vantajosa (a que melhor

atende, especialmente, em termos financeiros aos interesses da entidade licitante),

e em segundo lugar, dar igual oportunidade aos que desejam contratar com essas

pessoas, consoante estabelece o art. 3º da Lei federal n. 8.666/93, com as

alterações introduzidas posteriormente pelas Leis federais n 8.883/94, 9.648/98 e

9.854/99.

A Medida Provisória n. 495, de 19 de Julho de 2010, alterou o referido artigo

para que a seleção da proposta mais vantajosa leve em conta também a promoção

do desenvolvimento nacional. É claro que a promoção do desenvolvimento nacional,

objetivo fundamental da República encontra-se albergada no principio do interesse

20

público. A Le n. 8.666/93, chamada de Lei federal das Licitações e Contratos da

Administração Pública ou de Estatuto federal das Licitações e Contratos da

Administração Pública ou de Estatuto federal das Licitações e Contratos

Administrativos ou, simplesmente, de Estatuto federal Licitatório, regulamentou o

inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal.

Ressalva-se que a primeira dessas finalidades pode ser frustrada, conforme

ensina Mello (2013, p.94):

É o que a doutrina licitação fracassada. Nesses casos a Administração Pública deve promover nova licitação, salvo a hipótese do inciso VII do art. 24, em que o objeto licitado pode ser adjudicado diretamente por preço não superior ao consignado no sistema de registro de preços de bens ou de serviços ou se com o fracasso restar caracterizada uma situação e emergência em que a contratação será celebrada sem licitação com base no inciso IV do art. 24 do citado Estatuto. Hoje, as conseqüências de uma licitação fracassada, em razão da inabilitação de todos os licitantes ou da desqualificação de todas as propostas estão minimizadas, pois, nos termos do § 3º do art. 48 desse diploma legal, a Administração Pública licitante poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação faltante ou de outras propostas escoimadas dos vícios de que se ressentiam. Esse prazo, nos termos desse parágrafo, será de três dias úteis.

Ainda o primeiro objetivo pode ser frustrado quando ao chamamento não

acorre nenhum proponente. É o que a doutrina chama de licitação deserta. Nesse

caso, se o procedimento não puder ser repetido sem prejuízo para a administração

Pública licitante, obedecidas as condições da licitação tida por deserta, pode essa

entidade contratar com quem por isso se interesse. De reverso, isto é, se não causar

prejuízo à entidade licitante, o procedimento deve ser renovado, a contrario sensu

do que estabelece o inciso V do art. 24 da Lei federal das Licitações e Contratos da

Administração Pública, já que licitar é a regra. O prejuízo pode ser financeiro, como

administrativo.

De acordo com Mazza (2013) a realização do procedimento licitatório, nos

termos do que dispõe a redação original da Lei n. 8.666/93 (art.3º), sempre serviu a

duas finalidades fundamentais contratados, a fim de atingir o negocio mais

vantajosos para a Administração; 2) promovendo, em nome da isonomia, a

possibilidade de participação no certame licitatório de quaisquer interessados que

preencham as condições previamente fixadas no instrumento convocatório.

Vale ressaltar a Lei n. 12.349, de dezembro de 2010, que inseriu no art. 3º

da Lei n. 8.666/93 um terceiro objetivo do procedimento licitatório: a promoção do

desenvolvimento nacional sustentável.

Assim, o art. 3º da Lei Geral de licitação passou a ter seguinte redação:

21

A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da modalidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo dos que lhes são correlatos.

A licitação representa para a administração um processo de escolha da

melhor proposta oferecida pelos participantes na seleção e com a devida

comprovação de que a empresa está regularmente constituída. Ao contrário do que

ocorre com os particulares, a Administração não pode optar deliberadamente por um

único fornecedor, o que caracterizaria favorecimento, prática incompatível com os

preceitos constitucionais. Tampouco deverá admitir que uma empresa com

irregularidades junto à justiça possa licitar, diante dessa realidade, verifica-se a

grande importância dos princípios conforme tópico a seguir.

2.2 Princípios 2.2.1 Da padronização

O princípio da padronização evidencia as compras, estabelece o art. 15, I,

do Estatuto Federal Licitatório, sempre que possível, devem atender ao principio da

padronização, que imponha a compatibilidade de especificações técnicas e de

desempenho, observadas quando for o caso, as condições de manutenção, a

assistência técnica e garantias oferecidas, diante do desejado pela Administração

Pública à vista do interesse público.

Padronizar significa igualar, uniformizar estandardizar. Padronização, por sua vez, quer dizer adoção de um estander, um modelo. A palavra “principio” indica o básico, o elementar. Assim, deve a entidade compradora, em todos os negócios para a aquisição de bens observar as regras básicas que levam à adoção de um estander de um padrão que vantajosamente, possa satisfazer às necessidades das atividades que estão a seu cargo. As compras, portanto, não devem ser simplesmente realizadas mas pensadas antes de sua efetivação, seguindo esse principio e as finalidades de interesse público que se quer alcançar (GASPARINI, 2011, p.532).

Assim, como a regra é a padronização, é necessário que a impossibilidade

da aquisição de certos bens com a observância desses princípios fique devidamente

22

demonstrada, senão não teria qualquer utilidade a determinação “sempre que

possível deverão”, consignada no caput do art. 15. De sorte que, sendo possível a

padronização, dela não pode escapar a entidade compradora. Cabe-lhe, destarte,

sempre que possível, adotar o estander, o modelo, dentre os vários bens similares

encontráveis no mercado, ou criar o seu próprio padrão, inconfundível com qualquer

dos existentes no comercio. Na primeira hipótese a escolha recairá, conforme a

natureza do bem, sobre uma marca (bens moveis), uma raça (animais) ou um tipo

(alimento), por exemplo; na segunda, criará ou a doção do estander e este será o

padrão.

A eleição da marca ou adoção do estander próprio somente pode

acontecer mediante previa e devida justificativa, lastreada em estudos, laudos,

perícias e pareceres técnicos, em que as vantagens para o interesse público fiquem

clara e sobejamente demonstradas, sob pena de caracterizar fraude ao principio da

licitação. Nada, portanto, pode ficar ao critério subjetivo, discriminatório, da

autoridade administrativa.

Por isso, tem razão Mendes apud Gasparini (2011) quando ensina que a

padronização só deve ser adotada se oferecer real interesse para os serviços

públicos, que sua adoção não deve ficar ao alvedrio do administrador e que falta da

comprovação das vantagens pode ensejar a sua anulação administrativa ou judicial

e a responsabilização do agente que a determinou. Diga-se mais: a padronização,

seja pela escolha de uma marca, seja pela entronização de um estander próprio,

não pode ser meio, instrumento, para beneficiar ou prejudicar fornecedores; nem

utilizada com fim em si mesma, isto é, padronizar por padronizar.

A padronização, por todas essas razões, deve ser objeto de competência

de processo administrativo, aberto e instruído com toda a transparência possível e

conduzido por uma comissão de alto nível, chamada de comissão de padronização.

Tudo o que for importante para a entidade ver-se convencida da necessidade da

padronização e para comprovar a vantagem da estandardização – estudos, laudos,

perícias técnicos, atestados, relatórios de experiências e testemunhos – deve fazer

parte da instrução desse processo. O processo de padronização, observa-se, nada

tem de contencioso, de sorte que não se pode permitir que os vários produtores de

bens similares tenham uma participação efetiva na defesa de seus produtos ou na

contestação dos que lhe são similares.

23

2.2.2 Da vinculação ao instrumento convocatório

O principio da vinculação ao instrumento convocatório (edital, carta-convite),

previsto no art. 3º do Estatuto federal Licitatório, submete tanto a Administração

Pública licitante como os interessados na licitação, os proponentes, à rigorosa

observância dos termos e condições do edital ou da carta-convite. Esse princípio:

Encontra-se disposta no art. 41, caput, da Lei nº 8.666/93: "A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada." O edital, nesse caso, torna-se lei entre as partes. Este mesmo princípio dá origem a outro que lhe é afeto, o da inalterabilidade do instrumento convocatório. De fato, a regra que se impõe é que, após publicado o edital, não deve mais a Administração promover-lhe alterações, salvo se assim o exigir o interesse público. Trata-se de garantia à moralidade e impessoalidade administrativa, bem como ao primado da segurança jurídica (BARROS, 2012, p.1).

Observa-se que são estabelecidas regras no processo de licitação que

tornam-se elas inalteráveis a partir da publicação do instrumento convocatório e

durante todo o seu procedimento. Nada justifica qualquer alteração pontual para

atender a esta ou àquela situação; a este ou àquele licitante. Se, em razão do

interesse público, alguma alteração for necessária, essa poderá ser promovida

através do procedimento da rerratificação do ato convocatório, reabrindo-se, por

inteiro, o prazo de entrega dos envelopes 1 e 2 contendo, respectivamente, os

documentos de habilitação e proposta.

A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada”. Nesse sentido já decidiu o Tribunal de Justiça de São Paulo no Acórdão n. 222.019-SP (RDP, 26:180). “Nem se compreenderia”, diz Meirelles “que a Administração fixasse do procedimento ou na realização do julgamento se afastasse d estabelecido, ou admitisse documentação e propostas em desacordo com o solicitado. O edital é lei interna da licitação, e, como tal, vinculada aos seus termos tanto os licitantes como a Administração que o expediu (art. 41) (GASPARINI, 2011, p.539).

O procedimento de alteração do edital não exige que os licitantes que já

retiraram o instrumento convocatório sejam ouvidos, já que nenhum prejuízo terão

com a eventual alteração, pois dela tomarão conhecimento com a nova publicação e

lhes será restituído o prazo para a apresentação dos envelopes de habilitação e

propostas segundo a nova versão editalícia. Também não terão qualquer prejuízo se

não ocorrer alterações, pois prevalecerá o edital em seus termos originais. Esse

procedimento pode ser instaurado por representação de qualquer interessado ou de

oficio pela Administração Pública licitante.

24

2.2.3 Do julgamento objetivo

O julgamento das propostas deve ser realizado com base no critério

indicativo no ato convocatório e nos termos específicos das propostas. Por esse

princípio, obriga-se a Administração Pública a se ater ao critério fixado no ato de

convocação e se evita o subjetivismo no julgamento das propostas. Os interessados

na licitação devem saber como serão julgadas as propostas. Logo, os critérios

devem estar claramente estipulados no instrumento convocatório, sob pena de

nulidade.

O princípio do julgamento objetivo está consignado nos arts. 44 ("No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou no convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei") e 45 ("O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle") (BARROS, 2012, p.1).

Assim, da simples comparação das propostas retira-se o vencedor, conforme

se vê no seguinte exemplo: numa concorrência de menor preço foram classificadas

as três únicas propostas apresentadas, portadoras dos preços: R$ 10.000,00, R$

9.000,00 e R$ 9.300,00. A simples comparação dessas propostas, sem qualquer

justificação, permite afirmar, com certeza, que a proposta mais vantajosa e, portanto,

a vencedora é a de R$ 9.000,00. É critério objetivo aquele que não exige qualquer

justificativa ou arrazoado de espécie alguma do julgador para indicar a proposta

vencedora. Nas licitações de melhor técnica e técnica e preço a subjetividade do

julgamento da proposta técnica deve ser eliminada ao máximo com a adoção de

formulas aritméticas, como se depreende do disposto nos vários incisos dos §§ 1º e

2º do art. 46 da lei federal das Licitações eContratos da Administração Pública.

2.2.4 Da fiscalização da licitação

Ao evidenciar a fiscalização da licitação, vale ressaltar a transparência,

voltada para uma das mais importantes atividades do gestor público que é a

licitação.

25

A faculdade atribuída a qualquer cidadão para o exercício dessa fiscalização veio em bom momento, pois era comum o proponente, ainda que prejudicado pela Administração Pública licitante, não tomar qualquer medida; preferia não se indispor com o Poder Público licitante e aguardar outra oportunidade para compensar o prejuízo. Sua omissão, em razão desse interessado conformismo, acabava por acobertar irregularidades e tornar a Administração Pública mais audaciosa. Com a possibilidade do exercício da fiscalização por qualquer cidadão espera-se o fim desses desmandos (GASPARINI, 2011, p.539).

Qualquer cidadão também pode acompanhar o desenvolvimento da

licitação, estatui o art. 4º da lei federal das licitações e contratos da administração

publica.

De acordo com Gasparini (2011), ao acompanhar o processo licitatório abre

um leque para denúncias junto ao Tribunal de Contas. Para essa finalidade estão

legitimados qualquer licitante, contratado, pessoa física ou jurídica. Tal diversidade

de tratamento nos permite o entendimento restritivo de quem seja cidadão

exercendo seu direito.

2.2.5 Da competitividade

A Lei federal das Licitações e Contratos da Administração Pública

estabelece que é vedado aos agentes públicos admitir, prever, incluir ou tolerar, nos

atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou

frustrem o caráter competitivo da licitação ou que estabeleçam preferências ou

distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicilio dos proponentes ou de

qualquer outra circunstancia impertinente ou irrelevante ao objeto do contrato (art.

3º, § 1º, I). Considerado o principio da competitividade.

De acordo com Mazza (2013, p.365), é a “busca pela melhor proposta como

uma das finalidades da licitação. Dessa forma, não podem ser adotadas medidas

que comprometam decisivamente o caráter competitivo do certame”. Assim as

exigências de qualificação técnica e econômica devem se restringir ao estritamente

indispensável para garantia do cumprimento das obrigações (art. 37, XXI, da CF).

Por esse principio, deve comprometer, restringir ou frustrará disputa entre os

interessados em contratar com a entidade, em tese, obrigada a licitar, sob pena de

inexistir a licitação. Logo, se não tiverem esse caráter, são legitimas, e disso é

exemplo a obrigação de os proponentes, prestadores de serviços de manutenção e

reparos de veículos, terem suas instalações no interior de certo território.

26

De acordo com Gasparini (2005) com efeito, não teria sentido algum que a

interessada pelos serviços dessas empresas e reparos à sua sede, situada muito

distante o local onde normalmente eles ficam (garagem). O mesmo se poderia dizer

em relação a postos de abastecimento de veículos. Das respectivas licitações só

podem participar fornecedores que estejam situados numa proximidade tal da

Administração Pública licitante, sob pena de contrariar os princípios do interesse

público e da economicidade.

2.2.6 Do formalismo

O principio formal, observável no procedimento da licitação, é decorrência do

principio de igual nome que caracteriza o Direito Administrativo, ao qual se submete

a Administração Pública em todos os seus atos e comportamentos e, portanto,

quando promove qualquer certame licitatório. Com efeito, estabelece o art. 4º, caput,

desse diploma legal que os participantes de qualquer modalidade de licitação têm

“direito subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido” por

essa lei, enquanto seu parágrafo único determina que o procedimento licitatório por

ela previsto caracterize-se como ato administrativo formal, qualquer que seja a

esfera da Administração Pública que promova.

Desse modo, será ilegal inverter as fases de procedimento licitatório, abrindo

primeiro os envelopes que contêm as propostas e depois os que contêm a

documentação de habilitação, salvo em relação ao pregão, pois nesta modalidade

de licitação outro é o procedimento.

Comentando o art. 4º da Lei das Licitações e Contratos da Administração

Pública, Motta apud Gasparini (2011) assevera que “o art. 4º deve ser examinado

juntamente com os arts. 38, 41 e 43. Aqui também se consagra a idéia da licitação

como um procedimento: nesse sentido, não deverá vagar ao sabor das decisões

aleatórias dos membros da Comissão de julgamento, dos dirigentes ou do ordenador

de despesa. Existe um processo formal, com inicio, meio e fim, regulado por lei que

deve ser rigorosamente seguido em nome da probidade administrativa.

Procedimento formal significa que a licitação está vinculada às prescrições legais que regem todos os seus atos e fases. Não só a lei, mas o regulamento, as instruções complementares e o edital pautam o procedimento da licitação, vinculado a Administração e os licitantes a todas as suas exigências, desde a convocação dos interessados até a homologação do julgamento. Mas adiante, conclui: É o principio do

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procedimento formal que domina toda a licitação, jungindo os que a realizam e os que licitam os mesmos preceitos procedimentos (GASPARINI, 2011, p.545).

Não obstantetal principio, o entendimento doutrinário não permite que a

Administração Pública se valha de formalismos desnecessários à licitação e à

execução do contrato.

Com efeito, ensina Meirelles apud Gasparini (2011) que “o principio do

procedimento formal, todavia, não significa que a Administração deva ser

“formalista” a ponto de fazer exigências inúteis ou desnecessárias à licitação, como

também não quer dizer que se deva anular o procedimento ou o julgamento, ou

inabilitar licitantes, ou desclassificar propostas, diante de simples omissões ou

irregularidades na documentação ou proposta”. Idêntico entendimento é esposado

pelos tribunais comuns e de conta. Procedimento formal e formalismo são conceitos

que não podem ser confundidos, nem igualados.

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CAPÍTULO III MODALIDADES PREVISTAS NA LICITAÇÃO

A Lei 8.666/1993 prevê, em seu artigo 22 e seus parágrafos, cinco diferentes

modalidades de licitação: Convite, Tomada de Preço, Concorrência, Concurso e

Leilão. Modalidade de licitação é a forma específica de conduzir o procedimento

licitatório, a partir de critérios definidos em lei. O valor estimado para contratação é o

principal fator para escolha da modalidade de licitação, exceto quando se trata de

pregão, que não está limitado a valores. Além do leilão e do concurso, as demais

modalidades de licitação admitidas são exclusivamente as seguintes:

3.1 Convite

O convite é definido como sendo uma modalidade de licitação entre

interessados do ramo pertinente ao objeto, cadastrados ou não, escolhidos ou

convidados em um número máximo de três participantes, pela unidade

administrativa, a qual afixará em local apropriado, cópia do instrumento convocatório

e estenderá a demais participantes que se manifestarem até 24 horas da

apresentação das propostas.

As modalidades “comuns” de licitação conforme Mazza (2013) são reguladas

de modo bastante amplo, cabendo à Administração estabelecer exigências e

requisitos compatíveis com a contratação visada. Essas modalidades apresentam

procedimento mais flexíveis.

As três espécies da modalidade “comum” de licitação diferenciam-se entre si

por variações na estrutura procedimental de suas fases. Concorrência, tomada de

preços e convite apresentam estruturação diversa quanto às fases de divulgação,

proporção e habilitação.

Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente,

cadastrados ou não, sendo convidados um mínimo de 3 (três) concorrentes

escolhidos pela administração, mas não impede que os demais cadastrados

concorram. Segue a redação da Lei 8.666/93 (artigo. 22, § 2º):

convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu

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interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas (BRASIL, 1993).

O TCU pronunciou-se da seguinte forma:

não se obtendo o número legal mínimo de três propostas aptas à seleção, na licitação sob a modalidade Convite, impõe-se a repetição do ato, com a convocação de outros possíveis interessados, ressalvadas as hipóteses previstas no parágrafo 7º, do art. 22, da Lei nº 8.666/1993 (SÚMULA 248, TCU, 2005).

Portanto, havendo a devida justificativa, seja quanto às limitações de mercado

ou ao manifesto desinteresse dos convidados, prossegue-se a licitação com número

de licitantes inferior ao mínimo legal.

É destinado a contratações de pequeno valor, isto é, cento e cinquenta mil

reias para obras e serviços de engenharia e oitenta mil reias para as demais

aquisições de serviços e compras.

Esta modalidade não exige publicação oficial em jornal, pois a convocação é

feita por escrito, em carta convite, e pode ser afixada em local apropriado na

repartição, com antecedência de cinco dias úteis (artigo 21, parágrafo 2º, IV).

Se houver mais de três interessados, a cada novo convite, realizado para

objeto idêntico ou assemelhado, a carta-convite deve ser dirigida a pelo menos mais

um interessado, evitando assim que a Administração convide sempre os mesmos

licitantes.

É importante ressaltar que, caso não se apresentem no mínimo três

candidatos, a Administração terá que repetir o ato, com a convocação de outros

possíveis interessados, salvo quando, por limitações do mercado ou manifesto

desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de

licitantes, circunstância que deve ser justificada nos autos do processo, sob pena de

exigência de repetição do convite, conforme determina o artigo 22, parágrafo 7º da

lei 8.666/1993.

3.2 Tomada de preço

A tomada de preço, por sua vez é definida como uma modalidade em que os

interessados devam estar devidamente cadastrados ou que atendam todas as

condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior a data do

recebimento das propostas.

Envolve contratos de valor ou vulto econômico médio, conforme os critérios

estabelecidos no artigo 23 da lei, onde na faixa de cento e cinquenta mil reais até

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um milhão e quinhentos mil, para obras e serviços de engenharia e entre oitenta mil

reais até seiscentos e cinquenta mil para os demais serviços e compras.

O registro cadastral é realizado pelos órgãos e entidades que realizam as

licitações, onde há a classificação das empresas em função de categorias e

especialidade, e são válidos por no máximo um ano, conforme dispõe o artigo 34,

parágrafo 1º da lei.

Existe uma comissão encarregada da realização dos cadastros, as empresas

por iniciativa própria, demonstram que possuem aptidão para participar das

licitações feitas pelo órgão, onde este deverá ser amplamente divulgado e deverá

estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele

responsável a proceder, no mínimo anualmente, através de imprensa oficial e de

jornal diário, o chamamento público para atualização dos dados existentes e o

ingresso de novos interessados.

Obedece ao princípio da publicidade, princípio este, que visa garantir a

transparência do procedimento licitatório e o prazo de divulgação do edital é de

quinze dias de antecedência, salvo nas licitações de melhor técnica ou de técnica e

preço, para as quais a lei exige um prazo mínimo de trinta dias.

3.3 Concorrência

O artigo 22, parágrafo 1º da Lei 8.666/93 define esta modalidade como

abrangente desde que o concorrente possua as habilitações exigidas no edital de

convocação do certame. “Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer

interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os

requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto”

(BRASIL, 1993). Segundo deliberação do Tribunal de Contas da União (2007),

deve-se:

observar, nos procedimentos licitatórios sob a modalidade concorrência, o disposto no art. 22, § 1º, da Lei nº 8.666/1993, o qual não prevê a distinção entre cadastrados e não cadastrados nos registros cadastrais da administração (BRASIL, 2007,p.1).

Deve-se, portanto, caracterizar a concorrência como uma espécie do gênero

licitação. Conforme se constata, está adstrita aos mais diversos princípios,

características e requisitos do gênero mais amplo. Na fase de divulgação, a

concorrência composta maior amplitude.

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De acordo com Mello (2008) o processo de licitação deverá ser respeitado

um prazo mínimo de quarenta e cinco ou de trinta dias (conforme for aplicável o

inciso I, al. “b”, ou o inciso II, al. “a”, ambos do art. 21) entre a última publicação e

data de apresentação das propostas. Na concorrência, qualquer interessado pode

participar da licitação, sem necessidade de atendimento a requisitos previstos para

tomada de preços ou convite. Essa amplitude na participação produz reflexos sobre

a fase de habilitação.

Na fase de habilitação, a Administração examina, através dos documentos

exigidos no edital, se o concorrente apresenta condições de idoneidade para ter sua

proposta apreciada. Esta fase existe em todas as modalidades de licitação. É

incorreto dizer que a concorrência é o único tipo de licitação em que existe uma fase

prévia, destinada ao exame da habilitação dos interessados. O que diferencia a

concorrência é amplitude de participação de interessados (MELLO, 2008).

Mais ainda, a decisão da Administração apenas produz efeitos para a licitação

de que se trate. Por isso, podem existir duas concorrências semelhantes, realizadas

simultânea ou sucessivamente, em que um mesmo licitante seja habilitado em uma

e não seja em outra concorrência. Isso pode verificar-se sem que haja contradição

lógica entre as duas decisões. A inabilitação não produz efeitos (como regra) para

outras concorrências; por igual, a habilitação não assegura idêntica solução para

outras concorrências.

A concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que,

na fase inicial da habilitação preliminar, comprove possuir requisitos mínimos de

qualificação exigida no edital para execução do objeto.

É a mais complexa das modalidades e obedece a duas regras básicas:

A ampla publicidade, pois, qualquer pessoa que preencher estes requistos mínimos de habilitação, poderá participar. Os prazos de divulgação são dilatados. E a universalidade, pois, como geralmente é usada para contratações com valores mais altos, o interesse da Administração é que concorra o maior numero de participantes,por isso a lei utiliza a expressão “quaisquer interessados”,que possuam ou não cadastros nos respectivos órgãos (grifo no original).

Essa modalidade é obrigatória para:

Compra e serviços de valor superior acima de um milhão e quinhentos mil reais para obras e serviços de engenharia e acima de seiscentos e cinquenta mil reais para os demais serviços e compras; Compra e alienação de bens imóveis, independente do valor, à exceção de bens adquiridos em procedimentos judiciais ou mediante pagamento, que também admitem venda por leilão; Concessão de direito real de uso de bem público; Licitações internacionais;

32

Para registro de preços, ressalvada a hipótese de pregão, disposta nos artigos 11 e 13 da Lei de 10.520/02, desde que se trate neste ultimo caso de bens comuns;Concessão de serviços públicos. Para a celebração de parcerias público-privadas, conforme determina o artigo 10 da Lei 11.079/04.

O prazo mínimo para a divulgação do edital da concorrência é de trinta dias,

sendo, no entanto de quarenta e cinco dias para as concorrências do tipo melhor

técnica ou técnica e preço ou se o contrato for celebrado contemplar o regime de

empreitada integral,conforme dispõe o artigo 21, parágrafo 2º, I, b e II, a da lei.

3.4 Concurso

Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a

escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios

ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes no edital publicado

na impressa oficial coma antecedência mínima de quarenta e cinco dias.

É a modalidade de licitação para contratação de trabalho técnico, científico ou

artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores

mediante os critérios especificados em editais publicados na mídia oficial com

antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. Veja a seguir a definição dada

pela Lei 8.666/93, em seu artigo 22, § 4º.

concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias (BRASIL, 1993).

Verifica-se de acordo com Mazza (2013) que o concurso deve ser precedido de

regulamento próprio, a ser obtido pelos interesses no local indicado no edital, e que,

em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a executá-lo

quando julgar conveniente.

Portanto, é uma modalidade bastante peculiar de licitação, pois o que

determina a necessidade de realizar essa modalidade é a natureza e não o valor, o

que difere do Convite, Tomada de Preços e Concorrência.

33

3.5 Leilão

O leilão é a modalidade que quaisquer interessados, para a venda, a quem

oferecer o maior lance, igual o superior ao valor de avaliação dos seguintes bens:

Bens móveis inservíveis para a administração, como por exemplo, cadeiras e mesas, troca da frota de veículos; Produtos legalmente apreendidos ou penhorados, como por exemplo, a venda de mercadorias que entraram ilegalmente no país e que foram apreendidas pela Secretaria da Receita Federal. Bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, como por exemplo, casas, terrenos ou edifícios que a mesma tenha ganhado na justiça ou que lhe tenha sido entregue para fins de quitação de dívida.

É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de

bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente

apreendidos ou penhorados. Transcrevemos a seguir a definição dada pela Lei

8.666/93, no artigo 22, § 5º: é a modalidade de licitação entre quaisquer

interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de

produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens

imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor

da avaliação (BRASIL, 1993).

Dessa forma, o leilão é a modalidade de licitação, entre quaisquer

interessados, para a venda, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao

valor da avaliação evidenciado acima.

De acordo com Mazza (2013) nos termos do art. 24,§ 5º, da Lei n. 8.666/93,

leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de

bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente

apreendidos ou penhorados ou para a alienação de bens imóveis oriundos de

procedimentos judiciais ou dação em pagamento, a quem oferecer a maior lance,

igual ou superior ao valor da avaliação. Em síntese, o leilão é utilizado para venda

de bens: Móveis inservíveis; Móveis de valor módico; Imóveis oriundos de

procedimentos judiciais ou dação, caso em que a Administração pode optar entre

leilão e concorrência. A Administração mínima entre o instrumento convocatório e a

entrega dos envelopes é de quinze dias corridos. O critério para julgamento da

melhor proposta é o do maior lance ou oferta.

Assim como a tomada de preços, a utilização do leilão também depende do

valor do bem, conforme determina o artigo 17, parágrafo 6º, da lei, que permite a

34

utilização do leilão para a venda de bens imóveis avaliados, isolada ou globalmente,

em quantia não superior ao limite previsto no artigo 23, II, b, da lei, no qual estipula o

valor de seiscentos e cinquenta mil reais, no qual é o mesmo da contratação de

serviços e compras da tomada de preços.

O prazo mínimo da publicação do edital até o evento ser realizado é de

quinze dias, conforme estabelece no artigo 21, parágrafo 2º, III, da lei.

Todos os bens leiloados serão antes avaliados pela Administração que seja

estipulado um valor mínimo de arrematação. Dos bens arrematados, serão pagos a

vista ou no percentual no edital, jamais inferior a 5%, e, após a assinatura da ata

lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, que ficará

obrigado a pagar o restante no prazo estipulado pelo edital de convocação, sob

pena de perder em favor da Administração o valor anteriormente recolhido.

3.6 Pregão

Posteriormente, foi criada, através de medida provisória outra modalidade de

licitação, que atualmente é regulamentada pela Lei 10.520/2002.

Ao lado dessas cumpre registrar também, a existência de uma sétima

modalidade que é denominada de consulta, que é prevista na Lei Geral de

Telecomunicações – Lei 9.472/1997 (que criou a Agência Nacional de

Telecomunicações (Anatel) e é prevista apenas para exigências reguladoras.

O pregão é a modalidade mais nova de licitação, e pode-se dizer que se trata

de uma modalidade revolucionária, pois trouxe inúmeras vantagens ao

procedimento, tais como a simplificação, celeridade, redução de gastos, ampliação

de competitividade e transparência.

É a modalidade para aquisição de bens e serviços, que em disputa pelo

fornecimento é feita em sessão pública, por meio de propostas de lances para a

classificação e habilitação da proposta, ou menor preço, para a Administração

Pública.

O pregão, uma inovadora modalidade de licitação, tem como marca

fundamental o incremento da competitividade nas compras públicas. A

competitividade se exacerba, principalmente, em face do oferecimento de lances por

parte dos licitantes, após a apresentação de suas propostas iniciais.

35

Para Mazza (2010) a modalidade é preponderante para que as compras

públicas passem a atender aos princípios da economicidade e da eficiência, uma

vez que, com sua adoção, quase sempre há uma sensível redução de custos, o que

contribui, de forma definitiva, para o ajuste fiscal determinado pela Lei de

Responsabilidade Fiscal. Inicialmente instituído por Medida Provisória no ano de

2000, com diversas renumerações, teve sua forma presencial regulamentada pelo

Decreto nº 3.555/2000. Posteriormente, a Medida Provisória foi convertida na Lei nº

10.520, de 17 de julho de 2002. Essa lei corrigiu falha importante da MP — que só

permitia a adoção do pregão pelos entes da União, determinando a sua abrangência

a todas as esferas federativas (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).

Dentre enormes vantagens, uma chamou a atenção de forma marcante de

acordo com Alexandrino (2004) é a possibilidade do uso de novas tecnologias de

informação, com a adoção dos infinitos recursos da internet, surgindo no

ordenamento jurídico pátrio o pregão eletrônico. Inicialmente regulamentado pelo

Decreto nº 3.697/2000, hoje o pregão na forma eletrônica está regulamentado pelo

Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005.

Pregão, legalmente definido na lei 10.520/2002, é a modalidade de licitação

para a aquisição de bens e serviços comuns, cujos padrões de desempenho e

qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de

especificações usuais no mercado.

Foi criada pela Medida Provisória n. 2.026/2000, com aplicação apenas no

âmbito federal. Após várias reedições foi ratificado pela Lei 10.520/2002, que

legitimou o pregão para ser aplicado em todas as esferas da federação.

A finalidade do pregão é buscar maior celeridade, agilidade nas contratações,

simplicidade no procedimento, flexibilizando e desburocratizando, obtendo uma

efetiva economia financeira à máquina administrativa, buscando as melhores

propostas garantindo uma maior competitividade entre os fornecedores.

Fonsêca (2008, p. 43) ensina que o objetivo do pregão é de “imprimir maior

agilidade às contratações públicas, reduzindo os custos operacionais e diminuindo

os valores médios das aquisições e serviços”.

Como reza a lei 10520/02 em seu artigo 1°. “Para aquisição de bens e

serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será

regida por esta Lei.” O pregão não é uma modalidade obrigatória, a Administração

tem a faculdade de utilizá-lo ou não, porém, a União Federal em seu Decreto

36

5.450/2005 determinou que para a aquisição de bens e serviços comuns a adoção

do pregão é obrigatória, preferencialmente na forma eletrônica devendo a escolha

pelo pregão comum ser justificada pela autoridade competente com este

fundamento.

Carvalho Filho (2009, p. 290) entende que se surgir hipótese que admita o

pregão, a faculdade praticamente desaparece, e que se o administrador optar por

outra modalidade terá que justificar a escolha conforme a lei 10520/02.

Se há a hipótese de se utilizar o pregão, aquisição de bens ou serviços

comuns, a administração terá que realizar o procedimento licitatório por meio dele

para atender o interesse público.

O pregão tem se mostrado bastante eficiente para a contração de bens e

serviços de pequeno valor, que alias, é o que ocorre com a maioria dos órgãos

administrativos. A rotina dos órgãos é a contratação de materiais de escritório

(papel, caneta, tinta para impressora, envelopes) e materiais de copa e cozinha

(café, açúcar, copos descartáveis), ou seja, material de pouca monta pecuniária, que

necessitam uma agilidade em seu processo de contratação e que estavam

prejudicados pela burocracia excessiva dos processos tradicionais.

A legislação não impõe um limite, máximo ou mínimo, como ocorre nas

demais modalidades. Basta que os bens ou serviços sejam comuns e que possam

ser especificadas sua qualidade e características no edital. O art. 1° do anexo I do

Decreto 3.555/2000 regulamenta expressamente esta matéria, pronunciando que o

processo licitatório na modalidade pregão não terá valor estimado para a aquisição

de bens e serviços comuns, no âmbito da União, qualquer que seja o valor

estimado.

Uma importante inovação do pregão foi a inversão das fases de habilitação e

apresentação das propostas. Ao contrário do que ocorre com as outras

modalidades, no pregão ocorre primeiramente à abertura das propostas que será

seguida de uma etapa de lances que são ofertas sucessivas e progressivas com

valores cada vez menores que o antecessor. Ao final desta, será analisado os

documentos de habilitação do licitante vencedor que não cumprindo todos os

requisitos para a habilitação, terá sua proposta descartada e o pregoeiro irá analisar

os documentos de habilitação da segunda menor proposta. Esta inversão trouxe

grande vantagem para a Administração, como a economia de tempo e de custos

operacionais.

37

O pregão representa uma desejável aplicação do princípio constitucional da

eficiência através de uma inversão de fases que lhe propicia maior e mais efetiva

funcionalidade (MELO, 2009, p. 9).

Uma característica que diferencia o pregão das demais modalidades é que

ele trata do tipo menor preço, onde o julgamento da proposta vencedora será o

critério da oferta de menor valor apresentada. Não há os outros tipos, como melhor

técnica, técnica e preço, pois esses tipos não se compatibilizam com o pregão.

“Essa característica confere ao pregão a similitude de um leilão às avessas”

(NUNES; LUCENA; SILVA, 2007, p. 231). Pois tem-se lances sucessivos até o

alcance da proposta de menor preço, ou seja, a melhor proposta.

Para a obtenção de maior celeridade, o pregão concentra a fase recursal em

um único momento do processo. Ao passo que nas licitações tradicionais há, no

mínimo, duas fases recursais, uma na fase de habilitação e outra na fase de

propostas. Ocasionando, dessa forma, delongas e inconveniências,

sobrecarregando a atividade administrativa.

A concentração de recursos em uma fase tem o objetivo, segundo Fonsêca

(2008, p. 77), de “implementar maior celeridade ao certame, evitando-se, assim, a

interposição de recursos meramente protelatórios, que apenas objetivariam a

perturbação e o atraso na contratação”.

A fase de interposição de recursos será após a fase de habilitação. O licitante

que tiver a intenção de interpor um recurso, precisar está presente à sessão e

declinar os motivos dos respectivos recursos. Desta forma, aos licitantes é vedado

manifestar a intenção de recorrer somente para garantir o prazo, que será de 3 dias.

Na própria sessão, o licitante deve apresentar, resumidamente, os motivos do

recurso. Ao final deste prazo, o licitante deverá oferecer por escrito e fundamentado,

as razões dos recursos.

Esta modalidade se subdivide em pregão presencial, regulamentado pelo

Decreto nº 3.555/2000, e pregão eletrônico, regulamentado atualmente pelo Decreto

nº 5.450/2005.

O pregão presencial é realizado em sessão pública, em horário e local

previamente estipulado em edital, com a presença física dos licitantes e do

pregoeiro. Primeiramente, serão abertos os envelopes contendo a proposta dos

licitantes, semelhantes às modalidades tradicionais. Em seguida será dada

oportunidade aos licitantes de oferecerem lances orais e sucessivos. Porém,

38

somente terá esse direito os licitantes que tiverem propostos valores de até 10%

superiores a proposta vencedora. Ou no caso de não haver no mínimo três licitantes,

o pregoeiro classificará as três propostas subseqüente a da vencedora, para

prosseguir para a fase de lances orais.

A consequência destes lances orais é a obtenção de preços mais vantajosos

para a Administração, pois o lance seguinte deve ser menor que o lance anterior.

A presença física do licitante a sessão pública é um requisito de legitimidade

para a sua participação no pregão presencial, conforme o disposto no art. 4º, inciso

IV, da Lei nº 10.520/2002.

Art.4. IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998; (grifo)

Se o licitante não puder estar presente na sessão, ele deve enviar um

representante, devidamente legalizado, por meio de procuração e outros

documentos afins, para que possa realizar os atos do procedimento.

3.7 Conceito, regulamentação e procedimento do pregão eletrônico

O Pregão Eletrônico é uma modalidade de licitação regulamentada, no

federal, pelo Decreto 5.450/2005, que visa à aquisição de bens e serviços através de

meios Tecnológicos da Informação, ou seja, através da internet. Opinião de Palavéri,

quando foi implantado o Pregão Eletrônico:

(...) o Pregão Eletrônico é um inovador instrumento concebido pelo Governo Federal relativamente às alternativas de conceitos em licitações públicas até então vigentes, configurando-se em um verdadeiro corte epistemológico, uma quebra de paradigmas, sem precedente, no contesto histórico de contratações governamentais de nosso ordenamento jurídico. (RAMOS, 2010, p.41).

É operado através de um site indicado por autoridade competente, que por

sua vez é dotado de segurança, onde são disponibilizadas senhas e chaves de

identificação, pessoal e intransferível para que as empresas possam se cadastrar e

lançar suas propostas de preço, formalizando assim seus lances.

A sessão pública é aberta pelo pregoeiro, conectado a internet, com sua

chave e senha, no horário de Brasília, previsto para a realização do certame. O

mesmo verificará as propostas, onde analisará se estão de acordo com o edital e as

registrará no sistema. As propostas que não estiverem em conformidade com o

39

edital, serão fundamentadamente, desclassificadas. O próprio sistema ordenará as

propostas classificadas para que assim seja iniciada a etapa de lances.

Daí inicia-se a rodada de lances, no qual o sistema avisa do fechamento

iminente dos lances,num período que normalmente se estende por até trinta

minutos,também chamado de tempo randômico, conforme o artigo 24, parágrafo 7º

do decreto. O fechamento ocorre aleatoriamente para que os licitantes adiantem os

lances, sob pena de ser dada a qualquer minuto por encerrada a recepção de lances

do sistema. Após o encerramento, o pregoeiro poderá ainda encaminhar, desde que

pelo sistema, contraproposta ao licitante que tenha apresentado o lance mais

vantajoso, de acordo com o artigo 24, parágrafo 8º do decreto.

Toda negociação será feita através do sistema, podendo ser acompanhada

pelos demais licitantes. Assim como no presencial o prazo para a apresentação das

propostas, será de oito dias. Em se tratando dos recursos, a apresentação será

imediata a declaração do vencedor, sendo então, concedido três dias para a

apresentação das razões de recurso.

É um meio econômico, célere e transparente para a Administração Pública,

onde a sociedade é beneficiada, pois os lances ofertados pelas empresas ficaram

registrados em atas eletrônicas, possibilitando a consulta da sociedade.

40

CAPÍTULO IV VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO

O pregão foi criado pela Medida Provisória de 2.016, de 04.05.2000, apenas

para o âmbito Federal, o que não seria possível, uma vez que é de competência

privativa da União legislar sobre normas gerais de licitação e contratação em todas

as modalidades, de acordo com o artigo 22, XXVII, da Constituição Federal de 1988.

Posteriormente, foi corrigida a inconstitucionalidade e convertida a mediada

provisória na Lei 10.520, de 17.07.2002, quando houve a ampliação dessa

modalidade licitatória para os Estados, Distrito Federal e Municípios.

O pregão é condicionado aos princípios básicos, de acordo com o artigo 5º do

Decreto 5.450/05, que são o da legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade,

publicidade, eficiência, probidade administrativa, vinculação ao instrumento

convocatório e do julgamento objetivo, bem como os princípios correlatos da

razoabilidade, competitividade e proporcionalidade.

O pregão eletrônico trata-se de uma modalidade recente, mas bem inovadora.

Essa modalidade representa um significado avanço na realidade das

licitações, visto que é célere, transparente e com essa transparência, traz um modo

eficaz de combater a corrupção, além de alcançar níveis de economia bastante

significativo para os cofres públicos.

O pregão eletrônico é a modalidade de licitação pública em que os

procedimentos do pregão presencial são adaptados para a modalidade eletrônica,

através da tecnologia da informação. Ao invés do pregão ser realizado em um

ambiente físico, contando com a participação física dos licitantes, a modalidade

eletrônica é realizada a distância pela rede mundial de computadores, promovendo

através desta toda a comunicação entre os licitantes e a Administração Pública.

O pregão eletrônico é uma forma de pregão realizado por meio de sistema

eletrônico de comunicação pela internet. Onde os licitantes e pregoeiro se

comunicarão através da internet, utilizando programas disponibilizados pelo Governo

Federal, Comprasnet, pelo Banco do Brasil, Licitações-e, pela Bolsa Brasileira de

Mercadorias, BBMNet Licitações Eletrônicas, pela Confederação Nacional dos

Municípios, Cidade Compras, estas são as quatro maiores plataformas, em termos

41

de volume financeiro negociado e em número de unidade compradoras cadastradas,

segundo Monteiro (2010, p. 4-5).

Essa modalidade inovadora pode ter duas formas: o presencial e o eletrônico.

O presencial, onde se dá por duas fases: uma preparatória ou interna e outra

externa.

Na fase interna, ou preparatória, ocorrerá a justificativa da autoridade que

especificará nos autos do processo a definição do objeto, exigência de habilitação,

critérios de aceitação das propostas, sanções por inadimplemento e as demais

cláusulas do contrato, inclusive os prazos de entrega do material.

Na fase externa, inicia-se a convocação dos interessados, publicada em

Diário Oficial, jornal de grande circulação ou meios eletrônicos no prazo mínimo de

oito dias para a apresentação das propostas contendo os requisitos da exigência do

edital.

É realizada em sessão pública no qual a abertura acontece a habilitação dos

respectivos representantes, das empresas participantes, com o recebimento das

propostas em envelopes nos quais serão analisados os preços e o objeto. Depois da

abertura dos envelopes, as empresas aptas a participar dos lances verbais, poderão

dar seus lances até a proclamação do vencedor.

No pregão presencial o prazo para a apresentação das propostas, será de

oito dias.

Como dito acima, a Administração deverá licitar utilizando o pregão para a

aquisição de bens e serviços comuns, o Decreto nº 5.450/2005, no art. 4º, sujeita a

Administração a utilizar o pregão e preferencialmente o pregão eletrônico.

Art. 4o Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica.

E a impossibilidade da utilização da forma eletrônica deve ser justificada pela

autoridade competente. Esse decreto foi de grande importância para o aumento das

licitações realizadas por meio do pregão eletrônico. Antes dele, os administradores

preferiam o pregão presencial, alegando que não possuíam estrutura, ou

profissionais qualificados.

suas características [do pregão eletrônico] inovadoras e peculiares causaram certa desconfiança e aversão por parte de alguns gestores governamentais, que por diversos fatores, dentre eles a falta de estrutura tecnológica e a falta de incentivo para a qualificação de seus servidores, ficando, portanto relegados a segundo plano (MELO, 2009, p.7).

42

O pregão eletrônico é célere devido a sua desburocratização, o seu

procedimento é totalmente informatizado. Não é necessário, como nos meio

tradicionais, o envio postal das propostas e dos recursos. Toda comunicação é feita

através de sistema de internet.

A celeridade no procedimento é outra vantagem trazida pelo pregão eletrônico. Rubens Bacellar, coordenador geral de recursos logísticos da subsecretaria de planejamento, pregoeiro do ministério do planejamento relata que “uma compra de equipamentos de informática, de modo geral, levava de oito meses a um ano para ser concluída. No pregão a gente já começa a receber os equipamentos em 40 dias” (BACELLAR APUD FONSÊNCA, 2008, p. 49).

O fato do procedimento ser totalmente informatizado facilita a fiscalização

contra fraudes e corrupção. O cidadão pode fiscaliza mais de perto e com maior

eficiência o processo licitatório. “Nesta modalidade se inibe as possibilidades de

fraudes, conluios, conchavos e demais meios escusos e fraudulentos” (MELLO,

2009, p. 9)

Assim como na forma presencial, no eletrônico há a inversão das fases de

habilitação e classificação, onde somente se verificará os documentos de habilitação

do licitante vencedor; a fase recursal é unificada, há uma só oportunidade para se

manifestar. Essas características tornam o procedimento célere.

O art. 24 da Lei nº 8.666/93, trata dos casos de licitação dispensável, que tem

como consequência as aquisições diretas, sem o processo licitatório. Pois bem, o

pregão, e especificamente o pregão eletrônico, tem reduzido o volume dessas

contratações direitas. Muitas delas se justificavam devido o caráter de urgência que

possuíam.

O cabimento de recursos será após a declaração do vencedor, onde o

interessado poderá interpor o recurso durante a sessão pública e através do próprio

sistema, em campo próprio, de forma imediata e motiva. Então, será concedido um

prazo de três dias para apresentar as razões de recurso. Contudo, no pregão

eletrônico encontramos alguns obstáculos como a análise in loco dos documentos

do licitante vencedor, por exemplo, para argüir a inabilitação ou desclassificação da

proposta.

A ausência física do licitante ao local de realização do procedimento eletrônico e o não acesso aos documentos e proposta dos seus concorrentes, tornam a motivação imediata das razões recursais via internet algo completamente inviável (NEVES, 2009, p. 1)

43

Os demais licitantes deveriam conhecer previamente os erros dos seus

concorrentes, para tornar a fase recursal algo efetivamente prático e não uma fase

meramente acessória.

No site Justiça Federal Seção Judiciária do Piauí pode-se encontrar alguns

recursos interpostos em procedimentos licitatório na modalidade pregão eletrônico.

Os motivos alegados pelos recorrentes são: no pregão eletrônico nº 14/2009, o

produto ofertado pela empresa vencedora não atende às especificações técnicas do

fabricante; no pregão eletrônico nº 12/2009, inexequibilidade do valor apresentado

pela empresa vencedora; no pregão eletrônico nº 01/2008, a empresa vencedora

não apresentou a certidão negativa de distribuição, concordata e falência.

Os bons resultados obtidos com o pregão são animadores, entretanto, sua

utilização está restrita a aquisição de bens e serviços comuns, segundo o art. 1º da

Lei do Pregão combinado com artigo 5º no Anexo I do Decreto 3.555/2000, o qual

determina que o pregão não se aplicará às contratações de obras e serviços de

engenharia.

Outro ponto a ser questionado é a impossibilidade de um decreto criar

proibições que não esteja prevista em lei. O ex. Ministro do Tribunal de Contras da

União Vilmar Campelo (AC 0817-14/05-1) entende que:

O Decreto, por si só, não reúne força para criar proibição que não esteja prevista em lei, com o propósito de regrar-lhe a execução e a concretização, tendo em vista o que dispõe o inciso IV do art. 84 da Carta Política de 1988. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;

Todavia, deve-se ter em mente outro artigo do decreto acima. O art. 1º

estabelece normas e procedimentos relativos à licitação na modalidade de pregão

no âmbito da União. Portanto nada impediria que os outros entes federados

estabelecessem regulamentos próprios, decretos, para disciplinar a utilização do

pregão e utilizá-lo em obras e serviços de engenharia. A proibição está restrita à

União, não se estendendo aos Estados e Municípios.

4.1 Vantagens

Pode-se, citar aqui várias vantagens trazidas pelo Pregão eletrônico, como

por exemplo, a transparência, economia, é um procedimento mais célere, maior

competitividade, os custos operacionais são menores, sem deixar de citar a mais

44

importante que é a segurança do certame evitando contratos prévios entre os

licitantes. Vale também ressaltar que devido à competitividade ser grande, várias

empresas, devidamente cadastradas e que podem participar do certame, facilitando

assim a entrada das microempresas. Para que aconteça o pregão, não precisa de

um preço estimado, ou seja, o critério de sua aplicabilidade é único e exclusivo a

natureza do bem ou serviço que se deseja contratar. Além de menor prazo de

publicidade, pois são apenas oito dias para a publicação e apuração dos preços.

O pregão eletrônico ampliou as vantagens oferecidas pelo pregão presencial,

pois é mais célere e menos oneroso à Administração. Há uma economia tanto para

a Administração, como por exemplo, os valores dos contratos realizados. Quanto

para os licitantes que não precisão se deslocar até o local que será realizada a

licitação, esta foi a principal vantagem trazida pelo pregão eletrônico, qual seja, a

economia financeira para a Administração.

Outra vantagem em decorrência da anterior será o número maior de licitantes,

que propiciará uma competitividade maior e em consequência, preços mais

vantajosos para a Administração, com a redução dos valores das ofertas. Os

licitantes poderão oferecer um preço mais baixo devido a gastos que ele não terá,

como o deslocamento até o local da licitação. É necessário somente um computador

conectado a internet.

A economia de tempo também é outro aspecto notório observado no pregão

eletrônico, já que o procedimento é realizado por sistema eletrônico de

comunicação, no qual todos os licitantes irão propondo seus lances

simultaneamente. Não há a necessidade, como na forma presencial, do pregoeiro

lançar, no sistema todos os passos ou procedimento realizados, manualmente. Na

forma eletrônica, o sistema procede automaticamente, informando o menor lance,

finalizando após a etapa de lances. Classificando as proposta e informando ao final

ao pregoeiro se há uma micro ou pequena empresa empata, pois se o lance dela for

5% maior que o da vencedora e sendo esta for uma media ou grande empresa, a

micro ou pequena empresa terá o direito de diminuir o valor de sua proposta para

ganhar a licitação.

Em se tratando dos recursos, a apresentação será imediata à declaração do

vencedor, sendo então, concedidos três dias para a apresentação das razões de

recurso. Um ponto importante é que o pregão não se leva em consideração o valor

45

da contratação, prevalecendo sempre o menor preço e sem valor estimado, como

acontecem com as demais modalidades.

4.2 Desvantagens

Por ser um procedimento novo, tem lá suas desvantagens também. Os

exemplos dessas desvantagens são o despreparo tecnológico de algumas

empresas, que por sua vez deixam de participar dos certames. A necessidade da

análise do objeto a ser fornecido, que por ser menor preço acaba adquirindo um

objeto de menor qualidade.

Em suma, questiona-se, pois houve uma significante melhora em relação às

modalidades tradicionais de contratação, o que ficou uma forma mais rápida e mais

barata para a Administração Pública.

É importante frisar também a questão da transparência nas licitações públicas

que sem sombra de dúvidas, o cidadão pode exercer sua cidadania, podendo

fiscalizar, tendo um efetivo acesso a essa modalidade e também tem sido um modo

eficaz de combate a corrupção, pois evita contratos prévios entre os licitantes.

Sem sobra de dúvidas é uma modalidade que trouxe mais eficiência e

Rapidez para a Administração Pública, na aquisição de bens e serviço. Contudo, por

ser uma modalidade em evolução e bastante recente, traz ainda algumas

desvantagens, pois nem todas as empresas dispõem de meios tecnológicos

avançados, e deixam de participar desse tipo de modalidade. Vale lembrar que,

devido o curto espaço de tempo, a dificuldade se torna maior para a análise da

documentação e sem fala da aplicação do princípio da recorribilidade das licitações,

pois, a manifestação é feita através de chats e do sistema, onde ocorrem os devidos

processos, e caso algum licitante seja prejudicado com a decisão do pregoeiro,

acerca de alguma fase do processo licitatório, querendo o mesmo recorrer, não terá

acesso à documentação necessária para a fundamentação do seu recurso.

A doutrina aponta algumas desvantagens apresentadas pelo pregão

eletrônico. Tais como, o sistema de segurança falho, problemas de busca e

download, despreparo tecnológico de fornecedores.

O problema com o despreparo tecnológico dos licitantes é solucionado com

as apostilas e cursos disponibilizado gratuitamente pelo próprio sistema. Ao final

46

destes cursos o fornecedor será capaz de ter total domínio do sistema. Além dos

sistemas serem didático e autoexplicativos.

Dias (2010, p. 15) assinala como hipótese de desvantagem do pregão

eletrônico “o fato da concentração de poderes em uma única autoridade, o

pregoeiro, o que pode representar riscos como a possibilidade de favorecimento de

uma das partes ou atuação em prejuízo de outras”.

Não se pode esquecer que o pregoeiro é um servidor público do próprio

órgão, e, com isso, o mesmo goza de fé pública. Ademais o pregoeiro terá como

fiscais direto a equipe de apoio.

A única desvantagem apresentada com mais fundamento e consistência pela

doutrina diz respeito à fase recursal. Como no pregão presencial, a forma eletrônica

só permite em uma única oportunidade para interposição de recursos.

4.3 O pregão nos contratos de serviços de engenharia

O fato da modalidade de licitação pregão ser mais econômico, eficaz contra

fraudes, ágil e célere, desperta nos doutrinadores e administradores o interesse em

aplicar o pregão nas contratações de obras e serviços de engenharia.

Para se analisar a utilização do pregão nas licitações de obras Porto Neto

(2005, p. 2) disserta que “a Lei Geral das Licitações (Lei n. 8.666/93) distingue os

conceitos de obras e serviços (artigo. 6º, incisos I e II). Por força das definições

adotadas naquela Lei, obra não se insere no conceito de serviço (nem, claro, no de

bem)”.

De fato, os conceitos legais de obra e serviço são distintos. A lei rejeita a

aplicabilidade do pregão para licitações de obras.

Contudo, não se pode negar que alguns institutos do pregão podem e devem

ser aproveitados nas demais modalidade de licitação, concorrência, tomada de

preço e convite. Tais como a inversão da fase de habilitação e a de classificação, a

fase recursal, que só permite uma única oportunidade para interposição de recurso,

a fase de lances. Estas inovações trazidas pelo pregão possibilitaram uma maior

celeridade, agilidade, economia e transparência, no combate as fraudes que

ocorrem no procedimento licitatório.

O sistema de licitações previsto na Lei n. 8.666/93 sempre foi muito rigoroso quanto às suas exigências, em especial na fase de habilitação, mas que nunca se mostrou adequando e suficiente para conter os abusos praticas

47

pelos fraudadores do sistema licitatório, objeto de bastante corrupção, e até mesmo, para cumprir um dos fins da licitação é a obtenção da proposta mais vantajosa (REIS, 2004, p 10).

Ao analisar a emprego do pregão nos contratos de serviços de engenharia,

deve-se primeiro observar o parágrafo único do artigo. 1º da Lei 10.520/2005 o qual

dispõe que para que um serviço seja licitado utilizado a modalidade pregão basta

que ele seja comum e que o seu desempenho e qualidade possam ser

objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

Para que um serviço de engenharia seja caracterizado como comum deve-se,

primeiro, observar no edital que se especificações estão descritas de forma objetiva

e clara, para que não gere dúvidas aos licitantes. Segundo, se existe diversas

empresas aptas a fornecer o objeto da licitação.

Outro ponto para a caracterização, é o fato do objeto ser rotineiramente

licitado pela Administração.

A crítica dos que combatem a utilização do pregão para serviços de

engenharia é que esta modalidade permitiria a participação de empresas sem a

devida qualificação técnica e que a inversão de fases, com a habilitação somente

depois da classificação seria a principal contribuição para que isso ocorresse.

Contudo, a crítica não há fundamentação concreta, já que o pregão não impede a

exigência de qualificação técnica pela Administração Pública. Esta exigência não

fere o processo licitatório e o princípio da equidade, nada obstante, deve-se limitar

ao art. 30, II da Lei 8.666/93. (MAURANO, 2005, p. 5).

As exigências técnicas poderão ser requisito de participação no

procedimento. Defende Fernandes (2011) que a Administração definir características

que restringem a competição, desde que tenha por objeto, assegurar a qualidade ou

melhor desempenho, que essa restrições sejam facilmente compreendidas no

mercado.

Além disso, a Administração tem a possibilidade, conferida pelo art. 48 da Lei

8.666/93, de desclassificar a proposta, sob o fundamento e inexequibilidade do

preço. O pregoeiro realiza um orçamento prévio e efetivado pela área técnica. De

posse do orçamento, e o lance proposto seja julgado inexeqüível pelo licitante, o

pregoeiro requisitará a documentação que comprove que os custo dos insumos são

coerentes com os de mercado.

Os licitantes sem qualificação técnica são desestimulados a participar devido

à penalidade do art. 7º da Lei 10.520/2002, pois ficará impedido de licitar e contratar

48

com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no

Sicaf, Sistemas de Cadastramento de Fornecedores ou qualquer outro sistema

similar, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital

e no contrato e das demais cominações legais.

Mesmo com a demonstração dessas vantagens possibilitadas pelas

peculiaridades e inovação do pregão, o professor Porto Neto (2005, p. 5) opina que,

essas características podem representa risco à segurança do contrato, pela possibilidade de conduzir a Administração à celebração de contratos com pessoas sem qualificação para cumpri-lo ou à aceitação de propostas inexequível.

E condena o uso do pregão para os contratos de engenharia, pois, caso haja

a inadimplência não se teria um efeito danoso. De acordo com Oliveira (2008) o

pregão se tornou uma modalidade licitatória mais ágil e eficiente. Percebe-se que

diversos autores defendem o uso do pregão para contratar os serviços de

engenharia seja motivo para onerar os cofres públicos, nem tampouco classificá-la

como uma modalidade irresponsável. Diante dessa realidade constata-se todo o

amparo legal na possibilidade da contratação.

REPRESENTAÇÃO. CONTRATAÇÃO DE OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA MEDIANTE SUSPENSÃO PREGÃO DA ELETRÔNICO. LICITAÇÃO. REQUERIMENTO JURISPRUDÊNCIA CAUTELAR RECENTE PARA DEFENDE A POSSIBILIDADE LEGAL DA CONTRATAÇÃO. CONHECIMENTO. IMPROCEDÊNCIA. CIÊNCIA AO INTERESSADO. ARQUIVAMENTO.1. A Lei 10.520/2002 e o Decreto 5.450/2005 amparam a realização de pregão eletrônico para a contratação de serviços comuns de engenharia, ou seja, aqueles serviços cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. (TCU, Acórdão n. 286/2007. Plenário. Relator Min. Agusto Sherman Cavalcanti. DOU 16.02.2007.)

Faz-se necessário, neste momento, diferenciar Obra e Serviço de Engenharia

que a Lei 8666/93 os define e que subsidiariamente é aplicado para o pregão,

estabelece clara distinção entre o conceito de obra e serviço nos incisos I e II do

artigo 6º:

I – Obra – toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta; II – Serviço – toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;

Com essa distinção podemos observar que obra pode sim se caracteriza

como serviço comum, contanto que tenha um “conjunto de elementos necessários e

suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço”,

49

como define o art. 6°,IX da lei 8666/93, desta forma, alguns Estados em virtude da

diferenciação dos termos, faz uso do pregão para serviços de engenharia. Pois a

súmula 257/10 do TCU entende que existe sim essa possibilidade.

Súmula 257/2010 – TCU: O uso do pregão nas contratações de serviços comuns de engenharia encontra amparo na Lei nº 10.520/2002.

Entendendo assim que o uso do pregão poderá ser usado nos serviços de

engenharia quando este for considerado comum. Cita-se, por exemplo, o Estado de

São Paulo que alterou o entendimento sobre a utilização do pregão acerca dos

serviços de engenharia. O Decreto Estadual nº 49.722/05 que, revogou o Decreto nº

47.297/02.

Onde antes se lia no artigo 2º § 2º “Excluem-se da modalidade de pregão as

contratações de obras e serviços de engenharia, as locações imobiliárias e as

alienações em geral”. Hoje ler-se "§ 2º - Excluem-se da modalidade de pregão as

contratações de obras, as locações imobiliárias e as alienações em geral". Nota-se

que serviços de engenharia foi retirado do corpo da legislação.

Outro exemplo de alteração da legislação estadual foi em Pernambuco. A Lei

Estadual 12.340/2003, art. 3º “A licitação na modalidade de pregão não se aplica às

contratações de obras e serviços de engenharia, bem como às locações imobiliárias

e alienações em geral” foi revogado pelo art. 5° da Lei Estadual 12.986/2006 “A

licitação na modalidade pregão, na forma eletrônica, não se aplica às contratações

de obras de engenharia, bem como às locações imobiliárias e alienações em geral”.

Da mesma forma de São Paulo, a restrição a serviços de engenharia foi excluída.

As vantagens auferidas com o pregão para licitações de serviços de

engenharia no Município de São Paulo são casos concretos, onde estas licitações já

estavam sendo empregada.

O Município de São Paulo realizava licitações para serviços de engenharia,

pois estes serviços podem ser considerados comuns, basta que os padrões de

desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital.

Corrobora com esse entendimento Nogueira e Rossi (2011, p. 4),

é um exercício empírico constatar que serviços de engenharia podem ser comuns, desde que apresentem padrões de desempenho e qualidade que possam ser objetivamente definidos por meio de especificações usuais no mercado e que o tipo de licitação adequado seja o de menor preço, caso em que é perfeitamente cabível – e recomendável – que sejam licitados por meio de pregão.

Portanto, o processo licitatório através do pregão é perfeitamente legal o seu

uso pelos Estados e Municípios. E a União também pode se valer desta vantagem

50

trazida pelo pregão, independentemente da vedação contida no art. 5º do Decreto nº

3.555/2000, pois um decreto não tem força para criar proibições não

necessariamente pressuposta em lei.

Neste último caso, pode-se confirmar o que foi dito a cima, os licitantes

devem conhecer previamente os seus concorrentes. Pois o rol dos documentos

exigidos para a habilitação do pregão eletrônico não se encontra a certidão negativa.

Para se chegar ao entendimento da necessidade da apresentação da cita certidão, o

recorrente usou a Lei 8.666/93 subsidiariamente. Porém nos outros dois pregões

eletrônicos, a interposição de recurso não foi necessário que os licitantes

concorrentes conhecessem os erros do adversário previamente. Com isso, fica

evidente que a alegação de que a fase recursal seria apenas acessória ou abstrata

não tem fundamentação concreta conforme jurisprudência a seguir:

ADMINISTRATIVO. PREGÃO ELETRÔNICO. DESCLASSIFICAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DO PRAZO PARA APESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS. ISONOMIA. VIOLAÇÃO. INOCORRÊNCIA. 1. O Edital de Pregão Eletrônico nº 33/2009, quanto ao prazo para apresentação da proposta de preços e documentos de habilitação, dispõe que as licitantes vencedoras encaminharão proposta definitiva de preços e documentos de habilitação em até uma (01) hora ou prazo a ser definido pelo Pregoeiro via chat, conforme volume de documentação a ser recebida. Não há ilegalidade no ato administrativo que inabilitou a autora, uma vez que não observou o prazo determinado para apresentação da proposta de preços. 2. Não houve ofensa ao princípio da isonomia, porquanto foi concedido à autora aproximadamente 1h30min para a apresentação da proposta e da documentação; e para a empresa Toposolo Engenharia e Topografia S/S - segunda classificada, o prazo de 1h. 3. Nos termos do inciso IV do artigo 13 do Decreto 5.450/2005, é dever da autora (licitante) acompanhar as mensagens pelo sistema eletrônico durante a sessão pública do pregão, arcando com os ônus decorrentes de sua inobservância. 4. A autora não logrou demonstrar que houvesse motivo para desfazer o ato administrativo atacado nesta ação, daí porque a improcedência se impõe para os pedidos principais, bem como a sua responsabilização pelo ônus do processo. (TRF-4 - AC: 67785320094047200 SC 0006778-53.2009.404.7200, Relator: MARGA INGE BARTH TESSLER, Data de Julgamento: 02/06/2010, QUARTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 14/06/2010)

Conforme destacado, não só a doutrina mais também a jurisprudência

percebe-se a exigência no pregão eletrônico quanto a documento e prazos não só

nos serviços de serviços de engenharia como na contratação de obras e serviços no

geral.

51

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para que um processo de licitação seja bem sucedido, deve haver muita

clareza e transparência em seus processos editoriais. A qualificação do objeto

desejado deve estar bem definida, contendo todos os detalhes, tais como:

qualidade, garantias, procedência, as quantidades de produtos, especificação de

todas as áreas a serem contratadas, nos casos de contratação de serviços, prazos e

as penalidades nos casos de descumprimento do disposto no edital de convocação.

Todos estes processos têm que estar em consonância com os ditames das leis

vigentes em nosso país.

Em todo processo de contratação de bens ou serviços, antes de ser editado e

divulgado, é feito um planejamento. É elaborada uma planilha de custos, onde

constam os custos reais para a realização do objeto licitado. Despesas com

materiais, encargos sociais, impostos, tributos, inclusive margem de lucro. Assim

sendo, pode-se estabelecer o percentual mínimo para o certame, uma vez que os

custos de execução do que está sendo licitado são calculados de forma real. Não há

como fazer mágica. No máximo as empresas podem abdicar da margem de lucros.

O resto é custo real.

No nosso entendimento, nestes casos, as empresas proponentes

selecionadas, antes de serem declaradas vencedoras, deveriam serem chamadas a

justificar a execução da proposta, se a justificativa for convicente declarar vencedora

do certame, se não chamar o próximo proponente.

Vendo do ponto de vista financeiro, é evidente que houve uma redução de

custos para as organizações públicas. Mas, os problemas gerados com maus

prestadores de serviços e produtos superam as vantagens financeiras adquiridas.

Observa-se que ficou mais difícil a prática de favorecimentos e direcionamentos a

empresas específicas. Não elimina totalmente a prática ilícita considerando-se

alguns procedimentos no que tange ao encerramento do processo. Nesta análise

preliminar que fazemos do caso em tela, dá para sintetizar uma posição bastante

evidente.

As organizações que comercializam produtos ou serviços com o setor

públicco veem nesta lei um entrave. Não foi muito bom não. A abertura dos

processos, possibilitando a participação de empresas de todo o país, torna isto muito

52

díficil para as empresas que trabalharam suas marcas, fidelizaram seus clientes

imprimindo a qualidade em seus produtos. E, como o governo detém uma fatia muito

grande do mercado brasileiro, termina obrigando-as a everedar por produzir um

produto de qualidade inferior. Isto, por si só, gera um grande problema para as

organizações idôneas do setor produtivo.

Não se pode desprezar a capacidade de invasores (RAKER’s) da rede

mundial de computadores. Tem-se notícia de invasão de sites muito seguros, como

o que já aconteceu com a National Aeronautics and Space Administration - NASA.

Mas cremos ser uma possibilidade remota por conta dos contestamentos que as

concorrentes fariam após serem lesadas, a exemplo do sistema travar no meio de

um leilão. Por outro lado, creditamos haver possibilidades de beneficiamento a

terceiros com os procedimentos atuais de encerramento de lances. Pode acontecer,

se o operador for desonesto, de combinar a hora com alguém e encerrar no

momento acertado. É uma possibilidade. Mas preferimos refutá-la.

No que refere a pesquisa, percebe-se que ambas concordam que a

modalidade de licitação “Pregão Eletrônico” contribuiu para diversas vantagens para

os órgãos públicos e privados, em especial, para as micro e pequenas empresas.

Constata-se que os objetivos foram alcançado à medida que evidenciou-se as

principais vantagens, ou seja, observou-se que esta modalidade reduz os custos nos

contratos e dá celeridade nos processos de aquisição de bens e serviços. Esta

vantagem só é possível porque esse processo é realizado através da internet

oportunizando a participação de empresas cadastradas no Sistema de

Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF em todo território nacional.

Para as empresas privadas, uma das principais vantagens mencionadas, foi a

possibilidade de participar desse processo licitatório sem a necessidade de

deslocamento físico até a sede da empresa contratante, e uma desvantagem citada

foi a questão da exigência da experiência cobrada por alguns contratantes e quanto

ao tempo para o encerramento do certame que atualmente é aleatório.

53

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