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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO ANTONIO LUIS BORGES GONÇALVES AS PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DE INTELIGÊNCIA FISCAL NAS EMPRESAS: UMA CONTRIBUIÇÃO BASEADA EM UM ESTUDO DE CASO MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS PUC – SP São Paulo 2011

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

ANTONIO LUIS BORGES GONÇALVES

AS PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DE INTELIGÊNCIA FISCAL NAS EMPRESAS: UMA

CONTRIBUIÇÃO BASEADA EM UM ESTUDO DE CASO

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

PUC – SP

São Paulo

2011

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

AS PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DE INTELIGÊNCIA FISCAL NAS EMPRESAS: UMA

CONTRIBUIÇÃO BASEADA EM UM ESTUDO DE CASO

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade e Finanças, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em Ciências Contábeis, sob a orientação do Prof. Dr. Napoleão Verardi Galegale.

ANTONIO LUIS BORGES GONÇALVES

PUC – SP

São Paulo

2011

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ANTONIO LUIS BORGES GONÇALVES

ERRATA

Folha Onde se lê Leia-se

P. 18

Assim, o desafio desta pesquisa está em identificar quais asdificuldades e suas principais causas na implementação de umsistema de inteligência fiscal, balizado em informações extraídasde um sistema ERP com possível auxilio de um BI.

Assim, o desafio desta pesquisa está em identificar quais asdificuldades e suas principais causas na implementação de umsistema de inteligência fiscal nas empresas.

P. 20 (a)

Como objetivo principal do estudo buscamos identificar como aControladoria, como principal geradora de informação, analisa asprincipais dificuldades e as possíveis causas para implementaçãode inteligência fiscal nas empresas, por meio do banco de dados,controles internos e cruzamento de dados para produzirinteligência fiscal.

Como objetivo principal do estudo buscamos identificar asprincipais dificuldades e as possíveis causas para implementação deinteligência fiscal nas empresas, nas visões da Controladoria, TI e daAlta Administração, por meio de um Estudo de Caso Único.

P. 20 (b)

●Avaliar e analisar os registros dos bancos de dados e sistemasde informação, para identificar àqueles que podem compor asdimensões da informação; uma avaliação que se dá por meio docruzamento de informações na área fiscal.●Identificar e relacionar quais padrões de informação devem serenviados para atender às obrigações principais e acessórias aofisco, contemplando a necessidade de agregação de dados einformações em fontes externas.●Analisar e apontar as variáveis que possam representar umimpedimento a uma administração tributária eficaz.●Demonstrar como as informações disponibilizadas pelacontroladoria podem gerar uma estrutura de inteligência fiscal.

● Pesquisar na bilbliografia existente, os temas sobre InteligênciaFiscal e Businnes Intelligence.● Levantar e analisar a literatura técnica existente.● Aplicar o estudo de caso único nos departamento deControladoria, TI e Alta Administração, através de um questionário.

P. 97

O objetivo principal deste caso é identificar, avaliar e analisar obanco de dados e sistemas de informação, como ocorreram osprocessos na geração das informações pela controladoria, atravésde um sistema ERP, gerando uma estrutura de inteligência fiscal,quais as dificuldades ocorreram, como e porque ocorreram,buscando contribuir para o delineamento de um modelo teóricoque relacione estes benefícios e dificuldades ás características deimplementação de inteligência fiscal.

O objetivo principal deste caso é identificar como a Controladoria,como principal geradora de informação, analisa as principaisdificuldades e as possíveis causas para implementação deinteligência fiscal na empresa.administração tributária eficaz.

P. 98

A fim de dirigir a realização do estudo, foi colocada a seguintequestão principal da pesquisa, elaborada com base no objetivoprincipal da pesquisa. ●QUAIS as principais dificuldades foramencontradas para implementação de inteligência fiscal nasempresas brasileiras COMO foram identificadas essasdificuldades?

A fim de dirigir a realização do estudo, foi colocada a seguintequestão principal da pesquisa, elaborada com base no objetivoprincipal da mesma. ●QUAIS as principais dificuldades e possíveiscausas podem ser encontradas na implementação de inteligênciafiscal em uma empresas?

P. 149

Durante o desenvolvimento do trabalho foram encontradasalgumas limitações: ●O Local onde foram aplicados osquestionários no Estado do Amazonas. ●A natureza operacional,ou seja, a dificuldade de obtenção das respostas dos questionários encaminhados aos Diretores e gerentes, devido ao período que apesquisa foi realizada, pois se encontravam em férias. ●O própriotema da pesquisa, por se tratar de assunto novo no cenárioempresarial e acadêmico, principalmente no que tange ao conceitode inteligência fiscal.

Uma limitação desta pesquisa diz respeito à impossibilidade de segeneralizar o caso em foco para todo o setor. Dois são os fatoresdeterminantes: o primeiro, por se tratar de um estudo de caso, e osegundo, pela especificidade do tema de pesquisa.

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Folha Onde se lê Leia-se

RESUMO

Esta pesquisa busca identificar as principais dificuldades para implementação daInteligência Fiscal − provinda da Inteligência Competitiva – e da Tecnologia daInformação à área de controladoria, com o objetivo de exercer sua função de suprir oprocesso decisório com as informações úteis, baseando-se no cenário da situaçãoatual da Inteligência Artificial, desenvolvida pelos órgãos arrecadadores. Para tanto foiescolhida metodologia de pesquisa do tipo exploratória, que contempla um estudoempírico e um estudo de caso único, com análise e informações da empresa, objeto deestudo. Na parte empírica houve a revisão da literatura para o embasamento teórico,com dados sobre o conceito e a importância da Controladoria nas organizações, o seupapel fundamental, a importância da informação nas organizações brasileiras, ageração de inteligência competitiva, inteligência organizacional e inteligência fiscal. Naparte prática, do estudo de caso, foi primeiramente elaborado um roteiro norteador paraa composição de três modelos de questionário a serem respondidos por seisprofissionais dos seguintes setores: Controladoria Fiscal, Diretoria e Tecnologia deInformação, de uma empresa pertencente a um grupo familiar, ligado ao segmento deperfumaria e cosméticos, com vendas tanto no atacado quanto no varejo, segmentadapor um mercado caracterizado pela Zona Franca de Manaus (três participantes dapesquisa) e outro por uma Área de Livre Comércio, também chamada de MercadoLocal, com estruturas independentes e administração independente, representada pelaRegião Norte do Brasil (três participantes da pesquisa). Com a pesquisa torna-sepossível a observação da situação da empresa objeto do estudo antes e depois daimplementação da estrutura de inteligência fiscal buscando satisfazer plenamente asobrigações principais e acessórias utilizando-se para isso de um sistema ERP e de umBusiness Intelligence . Com os questionários foi possível concluir que a ferramenta deBusiness Intelligence pode auxiliar a controladoria na sua função de prover informações confiáveis, úteis e tempestivas ao processo decisório, por meio de flexibilização edinamicidade, proporcionando, como consequência, a melhoria dos processos e dotempo na geração de arquivos digitais destinados a satisfazer os entesgovernamentais.

Considerando as atuais estruturas da Tecnologia da Informação, osnovos paradigmas estabelecidos pelos órgãos arrecadadores e opapel da Controladoria, de suprir o processo decisório cominformações úteis, esta pesquisa teve como objetivo identificar asprincipais dificuldades e suas possíveis causas na implementação deinteligência fiscal em uma empresa. Para tanto, foi utilizada umametodologia de pesquisa do tipo exploratória, contemplando pesquisabibliográfica e um estudo de caso único, com análise do levantamento de dados da empresa objeto do estudo. Na parte da pesquisabibliográfica houve a revisão da literatura para o embasamentoteórico, com informações sobre o conceito e a importância daControladoria nas organizações, da Tecnologia da Informação e dosnovos paradigmas para a estrutura da inteligência fiscal. Na parteempírica do estudo de caso foi, primeiramente, elaborado um roteironorteador para a composição de três modelos de questionário queforam respondidos por seis profissionais dos setorerês modelos dequestionário a serem respondidos por seis profissionais dosseguintes setores: Controladoria Fiscal, Diretoria e Tecnologia deInformação, de uma empresa pertencente a um grupo familiar, ligadoao segmento de perfumaria e cosméticos, com vendas tanto noatacado quanto no varejo, segmentada por um mercadocaracterizado pela Zona Franca de Manaus (três participantes dapesquisa) e outro por uma Área de Livre Comércio, também chamada de Mercado Local, com estruturas independentes e administraçãoindependente, representada pela Região Norte do Brasil (trêsparticipantes da pesquisa). Com a pesq

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BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Prof. Dr. Napoleão Verardi Galegale

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP

_____________________________________________

Prof. Dr. Jerônimo Antunes

Universidade de São Paulo – FEA/USP

______________________________________________

Prof. Dr. Carlos Hideo Arima

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP

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Dedicatória

À memória dos meus pais, Antonio e Efigênia,

que sempre lutaram para que esse momento se realizasse;

eles foram meus eternos professores.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por todos os momentos de nossas vidas. À minha companheira, amiga e esposa Roseli e aos meus filhos, David, Laryssa e Henrique, pelos momentos de privação, pelo incomensurável apoio, incentivo, companheirismo e amor durante toda a realização e conclusão desta dissertação. Ao meu orientador Professor Doutor Napoleão Verardi Galegale, pelo esforço, apoio e pela maneira atenciosa de criticar e contribuir com sugestões e ideias a este trabalho, além de compartilhar de seus conhecimentos. Aos professores doutores Jerônimo Antunes e Carlos Hideo Arima, componentes da banca examinadora, pelas muitas sugestões que contribuíram para o aperfeiçoamento deste trabalho. À coordenação do curso de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, pelo incentivo. Aos professores do curso de mestrado, que colaboraram para a realização desta dissertação. Aos colegas do curso de mestrado e à professora Juraci Beraldi pelos momentos de convivência, cooperação mútua, troca de informações e de conhecimentos, sempre buscando o sucesso desejado nesta fase de nossa vida pessoal e acadêmica. Aos demais familiares e amigos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho.

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“A gente pode morar numa casa mais ou menos,

numa rua mais ou menos,

numa cidade mais ou menos,

e até ter um governo mais ou menos.

A gente pode dormir numa cama mais ou menos,

comer um feijão mais ou menos,

ter um transporte mais ou menos,

e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.

A gente pode olhar em volta

e sentir que tudo está mais ou menos...

TUDO BEM!

O que a gente não pode mesmo,

nunca, de jeito nenhum...

é amar mais ou menos,

sonhar mais ou menos,

ser amigo mais ou menos,

namorar mais ou menos,

ter fé mais ou menos,

e acreditar mais ou menos.

Senão a gente corre o risco

de se tornar uma pessoa mais ou menos.”

Chico Xavier

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RESUMO

Esta pesquisa busca identificar as principais dificuldades para implementação da Inteligência Fiscal − provinda da Inteligência Competitiva – e da Tecnologia da Informação à área de controladoria, com o objetivo de exercer sua função de suprir o processo decisório com as informações úteis, baseando-se no cenário da situação atual da Inteligência Artificial, desenvolvida pelos órgãos arrecadadores. Para tanto foi escolhida metodologia de pesquisa do tipo exploratória, que contempla um estudo empírico e um estudo de caso único, com análise e informações da empresa, objeto de estudo. Na parte empírica houve a revisão da literatura para o embasamento teórico, com dados sobre o conceito e a importância da Controladoria nas organizações, o seu papel fundamental, a importância da informação nas organizações brasileiras, a geração de inteligência competitiva, inteligência organizacional e inteligência fiscal. Na parte prática, do estudo de caso, foi primeiramente elaborado um roteiro norteador para a composição de três modelos de questionário a serem respondidos por seis profissionais dos seguintes setores: Controladoria Fiscal, Diretoria e Tecnologia de Informação, de uma empresa pertencente a um grupo familiar, ligado ao segmento de perfumaria e cosméticos, com vendas tanto no atacado quanto no varejo, segmentada por um mercado caracterizado pela Zona Franca de Manaus (três participantes da pesquisa) e outro por uma Área de Livre Comércio, também chamada de Mercado Local, com estruturas independentes e administração independente, representada pela Região Norte do Brasil (três participantes da pesquisa). Com a pesquisa torna-se possível a observação da situação da empresa objeto do estudo antes e depois da implementação da estrutura de inteligência fiscal buscando satisfazer plenamente as obrigações principais e acessórias utilizando-se para isso de um sistema ERP e de um Business Intelligence. Com os questionários foi possível concluir que a ferramenta de Business Intelligence pode auxiliar a controladoria na sua função de prover informações confiáveis, úteis e tempestivas ao processo decisório, por meio de flexibilização e dinamicidade, proporcionando, como consequência, a melhoria dos processos e do tempo na geração de arquivos digitais destinados a satisfazer os entes governamentais. Palavras-Chave: Inteligência Fiscal − Inteligência Competitiva − Business Intelligence – Controladoria − Enterprise Resource Planning − Grupo Empresarial Familiar.

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ABSTRACT

This research seeks to identify the main difficulties for Implementation of the Fiscal Intelligence - Competitive Intelligence stemmed - and the Information Technology area of the controller, in order to perform ITS providing the function of decision-making process with useful information, based on the scenario current state of Artificial Intelligence, developed by collection agencies. Methodology for this research was exploratory type Chosen, Which includes an empirical study and a single case study, with analysis and company information, the object of study. In the empirical part was the review of the literature for the Theoretical background, date on the concept of the Comptroller and Importance in organizations, ITS roll, The Importance of information in organizations, the generation of competitive intelligence, organizational intelligence and intelligence tax. In the Practical part of the case study was first prepared a roadmap for guiding the composition of three models of the questionnaire to be answered by professionals of the Following six Sectors: Controlling Fiscal Management and Information Technology, a company owned by a family group, connected to the segment of perfumery and cosmetics, with Both wholesale and retail sales, the market targeted Characterized by the Manaus Free Zone (three research participants) and another for a Free Trade Area, also called the Market Place, with independent structures and independent administration, Represented by the Northern Region of Brazil (three research participants). With research, it Becomes Possible to observe the situation of the company object of study before and after Implementation of the intelligence structure seeking to Fulfill Obligations in full tax principal and accessory to it using an ERP system and Business Intelligence. With the Questionnaires Concluded That it was the business intelligence tool Can help in controlling function of Their Providing reliable, useful and timely decision-making through flexible and dynamic, Providing, as a consequence, the improvement of processes and time generation of digital files designed to meet the governmental entities 

Keywords: Fiscal Intelligence − Competitive Intelligence − Business Intelligence − Comptroller − Enterprise Resource Planning − Family Business Group.  

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LISTAS DE QUADROS

Quadro 1 Doze Regras que caracterizam uma Ferramenta OLAP................ 53

Quadro 2 Obrigações Acessórias Federais..................................................... 69

Quadro 3 Obrigações Acessórias Estaduais................................................... 70

Quadro 4 Pesquisa do Banco Mundial ........................................................... 72

Quadro 5 Universo de Atuação do SPED........................................................ 79

Quadro 6 Principais Funcionalidades do Sefaz Virtual.................................... 80

Quadro 7 Benefícios e Vantagens do Sefaz Virtual......................................... 81

Quadro 8 Aspectos que validam o Caso.......................................................... 100

Quadro 9 Principais Dificuldades que Embasaram a Pesquisa...................... 107

Quadro 10 Gênero dos Pesquisados................................................................. 108

Quadro 11 Idade dos Pesquisados.................................................................... 109

Quadro 12 Cargo que Ocupa............................................................................. 109

Quadro 13 Tempo de Trabalho na Empresa...................................................... 110

Quadro 14 Curso de Graduação........................................................................ 110

Quadro 15 Cursos de Especialização ou MBA.................................................. 111

Quadro 16 Cursos para Aperfeiçoamento.......................................................... 112

Quadro 17 Se trabalha em outro local, onde?................................................... 112

Quadro 18 Dificuldades Elencadas pelos Pesquisados................................... 113

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Distinção entre Dados, Informação e Conhecimento......................... 38

Figura 2 Degraus de Construção da Inteligência............................................ 39

Figura 3 Síntese: o Processo de Criação de Inteligência................................. 41

Figura 4 Dados, Informação, Conhecimento, Inteligência e Estratégia......... 42

Figura 5 Modelo de Estrutura de Business Intelligence ................................. 48

Figura 6 Cubos de BI........................................................................................ 52

Figura 7 Arquitetura de BI com uso de OLAP................................................. 53

Figura 8 Modelo de BI SAP.............................................................................. 58

Figura 9 Esquema de Funcionamento do SEFAZ Virtual............................... 81

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Perfil Tributário............................................................................... 92

Gráfico 2 Obrigatoriedade com Relação aos Projetos SPED...................... 92

Gráfico 3 O que Falta às Empresas............................................................. 93

Gráfico 4 Dificuldades Relativas a Documentos Fiscais............................... 94

Gráfico 5 Respostas à Questão da Complexidade da Legislação............... 114

Gráfico 6 Arcabouço Tributário Brasileiro...................................................... 114

Gráfico 7 Treinamento do Pessoal................................................................ 115

Gráfico 8 Pacotes ERP.................................................................................. 115

Gráfico 9 BI Adequado.................................................................................. 116

Gráfico 10 Cruzamento de Informações.......................................................... 116

Gráfico 11 Falta de Profissionais Qualificados................................................ 117

Gráfico 12 Novas Estruturas de Arquivos Digitais........................................... 117

Gráfico 13 Novas Obrigações Acessórias....................................................... 118

Gráfico 14 Processo de Mapeamento de Informações................................... 118

Gráfico 15 Prazos das Obrigações Tributárias................................................ 119

Gráfico 16 Complexidade das Informações.................................................... 120

Gráfico 17 Avaliação de Recursos do Projeto................................................. 120

Gráfico 18 Cronograma de Implementação..................................................... 121

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LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABB Associação Brasileira de Bancos

ABECS Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviço

ABRASCA Associação Brasileira das Companhias Abertas

ABRASF Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais

ACSP Associação Comercial de São Paulo

ALC Área de Livre Comércio

ANDIMA Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro

ANFAVEA Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres

BACEN Banco Central do Brasil

BI Business intelligence

BM Banco Mundial

BPM Business Performance Management

CDC Change Data Capture

CEP Código de Endereçamento Postal

CFC Conselho Federal de Contabilidade

CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

COFIS Coordenação Geral de Fiscalização

COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

COSIF Plano Contábil das Instituições Financeiras

CT-e Conhecimento de Transporte Eletrônico

CTN Código Tributário Nacional

CVM Comissão de Valores Mobiliários

DACON Demonstrativo de Apurações das Contribuições Sociais

DEMAC Delegacia Especial e Maiores Contribuintes

DF-e Documentos Fiscais Eletrônicos

DIF Doutrina de Inteligência Fiscal

DM Data Mart

DNRC Departamento Nacional de Registro de Comércio

DOU Diário Oficial da União

DW Data Warehouse

E-CAC Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte

ECD Escrituração Contábil Digital

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EFD Escrituração Fiscal Digital

ENAT Encontro Nacional de Administradores Tributários

ENCAT Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais

ERP Enterprise Resource Planning

ETCO Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial

FCONT Controle Fiscal Contábil de Transição

FEBRABAN Federação Brasileira de Bancos

FENACON Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas

FENAINCO Federação Nacional das Empresas de Serviços Técnicos de Informática e Similares

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC Inteligência Competitiva

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação

IDE Ambiente de Desenvolvimento Integrado

IE Inscrição Estadual

IN Instrução Normativa

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

IPI Imposto sobre Produtos Industrializados

IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica

JUCEMG Junta Comercial do Estado de Minas Gerais

LALUR Livro de Apuração do Lucro Real

MPC Metodologia da Produção do Conhecimento

NF-e Nota Fiscal Eletrônica

OIE Operações Interestaduais

OLAP OnLine Analytical Processing

OLTP Online Transactional Processing

OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público

PF Pessoa Física

PIB Produto Interno Bruto

PIS Programa de Integração Social

PJ Pessoa Jurídica

PMATA Projeto de Modernização da Administração Tributária e Aduaneira

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PSO Plano de Segurança Orgânica

PVA Programa Validador e Assinador

PwC PricewaterhouseCoopers

RFB Receita Federal do Brasil

RFID Radio-Frequency IDentification

SCD-e Sistema de Circularização de Documentos Fiscais Eletrônicos

SEFAZ Secretarias Estaduais de Fazenda

SGBD's Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados

SIF Sistema de Inteligência Fiscal

SPED Sistema Público de Escrituração Digital

SPED PIS/COFINS

Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

SOAP Simple Object Access Protocol

SRF Secretaria da Receita Federal

SSO Pedido de Conexão Único

SUFRAMA Superintendência da Zona Franca de Manaus

SUSEP Superintendência de Seguros Privados

SVAN Sefaz Virtual Ambiente Nacional

TI Tecnologias de Informação

TGS Teoria Geral de Sistemas

TMS Transportation Management System

TOI Técnicas Operacionais de Inteligência

UF Unidade da Federação

UnIF Unidades de Inteligência Fiscal

URL Uniform Resource Locator

XML Extensible Markup Language

ZF Zona Franca

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................... 16 CAPÍTULO I – O PAPEL DA CONTROLADORIA NOS SISTEMAS DAS EMPRESAS.........................................................................................................

23

1.1. Definição de Controladoria............................................................................ 23 1.2. A Controladoria e os Sistemas de Informação............................................ 25 1.3. Sistema de Informação nas Organizações e Governo................................ 26 1.4. A Gestão da Tecnologia da Informação ..................................................... 27 1.5. O Valor da Informação no Mundo Empresarial............................................ 31 1.6. O Novo Cenário dos Sistemas Organizacionais.......................................... 33

CAPÍTULO II – UM ENFOQUE GERENCIAL PARA A INTELIGENCIA DO NEGÓCIO............................................................................................................

37

2.1. Informação e Inteligência ............................................................................. 37 2.2. Inteligência Competitiva................................................................................ 42 2.3. Inteligência Fiscal: um Viés da Inteligência Competitiva............................. 46 2.4. Business Intelligence: um Enfoque Gerencial............................................. 48 2.5. Data Warehouse (DW).................................................................................. 50 2.6. Data Mart (DM).............................................................................................. 51 2.7. On-line Analytical Processing (OLAP)………………………………………… 52 2.8. Data Mining................................................................................................... 54 2.9. SAP Netweaver Business Intelligence.......................................................... 55

2.9.1. Principais Funcionalidades..................................................................... 56 2.10. Inteligência Fiscal: uma Realidade no Panorama Brasileiro..................... 58 2.11. Os Dez Mandamentos da Inteligência Fiscal............................................ 62 2.12. As Principais Obrigações Acessórias inseridas no Contexto Tributário Brasileiro..............................................................................................................

64

2.12.1. O Fato Gerador e o Princípio da Legalidade..................................... 65 2.12.2. O Fato Gerador da Obrigação Acessória.......................................... 66

2.13. A Ditadura das Obrigações Acessórias..................................................... 71 CAPÍTULO III – SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED) 74 3.1. Breve Histórico do SPED.............................................................................. 74 3.2. Apresentação, Objetivos, Benefícios e Universo de Atuação..................... 76

3.2.1. Apresentação........................................................................................... 76 3.2.2. Objetivos.................................................................................................. 77 3.2.3. Benefícios................................................................................................ 77 3.2.4. Universo de Atuação............................................................................... 78

3.3. Escrituração Fiscal Digital (EFD).................................................................. 79

3.3.1. Funcionalidades, Benefícios e Vantagens do Sefaz Virtual................... 80

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3.4. Escrituração Contábil Digital (ECD).............................................................. 82 3.5. SPED PIS/COFINS....................................................................................... 84 3.6. Considerações sobre o SPED...................................................................... 86 3.7. Ilustração com Recente Pesquisa realizada sobre os Impactos do SPED e as Principais Dificuldades....................................................................................

91

CAPÍTULO IV – DETALHAMENTO DO ESTUDO DE CASO E SEUS PROCEDIMENTOS..............................................................................................

95

4.1. Objetivos do Caso......................................................................................... 97 4.2. O Delineamento da Pesquisa ...................................................................... 97 4.3. Questão da Pesquisa ................................................................................... 98 4.4. Proposições e Modelo de Pesquisa ........................................................... 98 4.5. Unidade de Análise e Estudo de Caso Único............................................. 99 4.6. Coleta de Dados........................................................................................... 100 4.7. Composição do Questionário....................................................................... 104 4.8. População Pesquisada.................................................................................. 102 CAPÍTULO V – APRESENTAÇÃO DA EMPRESA OBJETO DE ESTUDO E OS RESULTADOS DA PESQUISA....................................................................

103

5.1. Caracterização da Empresa......................................................................... 103 5.2. Breve Histórico ............................................................................................. 104 5.3. Resultados da Pesquisa .............................................................................. 108 5.3.1. Perfil dos Pesquisados – Parte I............................................................... 108 5.3.2. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa........................................ 113 5.3.3. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa à Diretoria...................... 122 5.3.4. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa à Controladoria............. 126 5.3.5. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa à Tecnologia da Informação...........................................................................................................

135

5.3.6. Comentários Gerais sobre a Pesquisa Realizada................................. 140 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 145 LIMITAÇÕES DA PESQUISA............................................................................. 149 PROPOSTA PARA NOVAS PESQUISAS........................................................ 150 REFERÊNCIAS................................................................................................... 151 APÊNDICES........................................................................................................ 158 ANEXOS.............................................................................................................. 171

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16  

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como proposta identificar as principais dificuldades e

possíveis causas para implementação de inteligência fiscal, nas empresas brasileiras

e fornecer uma contribuição para esse processo de identificação, por meio de

informação gerada pela Controladoria, por arquivos digitais; verificar a veracidade de

tais informações, com base na análise dos registros do banco de dados e sistemas

de informação existentes, com a finalidade de produzir inteligência fiscal, utilizando-

se do Enterprise Resource Planning (ERP) e do Business Intelligence (BI).

As mudanças advindas da tecnologia da informação nas últimas décadas,

principalmente na maneira de conduzir a gestão dos negócios, têm condicionado as

empresas a se adaptarem, constante e sistematicamente, aos novos princípios

gerenciais e aos procedimentos de ações que permeiam todo este processo.

Segundo Maia e Pinto (1999), a informação, neste contexto, tem se tornado um

recurso estratégico, tendo em vista o processo de interação dinâmico entre a empresa

e seu meio ambiente. Consequentemente, o papel da controladoria ganha destaque

por ser este o órgão responsável, na empresa, pelo sistema de informações que apoia

o processo de planejamento e controle de gestão.

Conforme Riccio e Peters (1993, p.13), há mais de dez anos cabe à

Controladoria:

O papel de monitorar os paradigmas de qualidade, devendo informar e interagir proativamente com as diversas funções da organização na busca da excelência empresarial, calçada na crença de que estratégia, custos e qualidade são responsabilidades de todas as funções da empresa.

A controladoria representa a evolução da contabilidade na condição

de organizar a demanda de informações dos tomadores de decisão na

organização. Não há, ainda, uma definição clara quanto às suas funções e

atividades.

Nesse raciocínio, a controladoria tem papel relevante no

desenvolvimento, decisão e implantação de sistemas de informações nas

empresas. Utilizando-se dos fatos ocorridos no passado e no presente para

projetar o futuro, gera informações necessárias para os processos de tomada de

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decisões e o acompanhamento das atividades operacionais.

A controladoria surgiu para atender às necessidades dos gestores, no

sentido de realizar controles eficientes dos negócios, exigidos pelos usuários

internos e externos. Devido às dificuldades de determinar os problemas

relacionados ao fluxo de informações, vêm se consolidando como uma área

ligada ao planejamento e ao controle.

A inteligência de uma empresa está concentrada em alguns alicerces que

podem direcionar ações efetivas sobre os resultados esperados pela administração.

Um dos principais alicerces está na busca pela melhor informação; àquela que, de

fato, agregue valor ao negócio; àquela que pode representar o grande diferencial

competitivo e que, efetivamente, traga benefícios − em curto, médio e longo prazo −

ao negócio.

Outro aspecto está na capacidade de enxergar cenários e eventos que

também tragam algum benefício para o negócio, mesmo que seja para evitar ilícitos

tributários, erros em processos ou minimizar riscos potenciais ao negócio.

Leonard Fuld (2007, p.16), em seu livro “Inteligência Competitiva” afirma:

“Inteligência é a arte de aplicar conhecimento imperfeito. Não importa quanta

informação você tem. A incerteza sempre existirá e, mesmo assim, você precisa

tomar decisões”.

Assim, a essência da atividade de inteligência competitiva pode ser ampliada

e delimitada na função de abordagens e objetivos específicos, pois ao se promover

uma integração com os aspectos da controladoria, pode-se ligar a abordagem ao

processo fiscal das organizações, assim como com o objetivo e, com isso,

potencializar a área fiscal e tributária, com o intuito de reduzir incertezas, evitar

adversidades e identificar oportunidades para a melhoria da estrutura econômica e

financeira da organização. Visa, também, um cenário futuro à implementação de

inteligência fiscal evitando-se, assim, potenciais contingências tributárias, junto aos

órgãos da administração Federal, Estadual e Municipal.

O risco de informações inexatas, também pode gerar significativa perda de

valor para as empresas, com sérias consequências ao desempenho de sua

atividade. Por essa razão, as informações devem ser claras e objetivas.

Essa complexidade é avaliada constantemente pela controladoria. Como é um

sistema de informações por natureza, sua estrutura deve estar preparada para o

atendimento e entendimento das complexidades do ambiente externo.

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Peleias (2002, p.15), para atendimento aos agentes do mercado, descreve:

Sendo um sistema aberto, a empresa está em constante interação com o ambiente e que se insere; Essa relação impõe varias demandas a organização, que são atendidas pela controladoria, como acompanhamento, interpretação e avaliação do impacto que as legislações de âmbito federal, estadual e municipal causam a atividade empresarial: atendimento aos diversos agentes de mercado, tais como órgãos reguladores, governamentais e outras organizações com as quais a empresa se relacione [..].

A inteligência competitiva pode, igualmente, ser utilizada como ferramenta

para potencializar a estrutura contábil/fiscal na controladoria, com aspectos

específicos das informações fiscais e tributarias.

Para tanto, cabe definir a inteligência competitiva aplicada à área tributaria

das organizações como inteligência fiscal.

Tornando-se como base a inteligência competitiva, pode definir inteligência fiscal como ‘ciclo de atividade de inteligência, que por intermédio de um sistemático trabalho de informações visa criar uma estrutura de previsão e proteção das questões fiscais e tributarias para a controladoria, com o objetivo de municiar a alta direção para os atributos de planejamento tributário, soluções de passivos fiscais e minimização do risco fiscal junto a fluxo de caixa, além da preocupação com a continuidade e da sobrevivência da organização’. (RIBEIRO, 2005 p. 124-125).

Entretanto há incertezas com relação às informações geradas pela

Controladoria, para satisfazer as obrigações impostas pelas autoridades tributárias

que, atualmente, atrai a atenção da alta direção, com relação á área fiscal da

organização. Não se encontram evidências suficientes de que tais informações

estejam satisfazendo plenamente o contexto da legislação.

Antes de apresentarmos a questão problema de pesquisa citamos Gil (2009)

e Yin (2005), que afirmam que toda pesquisa científica tem início com a formulação

de um problema, cujo objetivo é buscar a solução do mesmo.

Assim, o desafio desta pesquisa está em identificar quais as dificuldades e

suas principais causas na implementação de um sistema de inteligência fiscal,

balizado em informações extraídas de um sistema ERP com possível auxilio de

um BI.

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Na busca por adequar-se à nova realidade, compatível com o dinamismo da

economia e com as de modernidade, estão sendo implantadas unidades de

Inteligência Fiscal, inseridas na visão e modelo de inteligência organizacional.

Atualmente a ação de inteligência fiscal encontra-se em destaque na maioria

das secretarias de Fazenda Estaduais, Municipais e, principalmente, na esfera

Federal, por meio de diversos aplicativos e obrigações como SPED Contábil, Nota

Fiscal Eletrônica, SPED Fiscal, uma vez que os procedimentos de inteligência

representam uma mudança no processo de fiscalização.

Feitas essas considerações, apresentamos a formulação do problema da

pesquisa com base em Laville e Dionne (1999, p.87) que afirmam: “um problema de

pesquisa é um problema que se pode resolver com conhecimentos e dados já

disponíveis ou com aqueles factíveis de serem produzidos”.

Estabelecido o assunto da pesquisa como aquele referente às dificuldades de

implementação de Inteligência fiscal nas empresas aponta-se o seguinte problema:

Quais as principais dificuldades e as possíveis causas, para implementação da

inteligência fiscal em uma empresa?

O estudo se justifica em razão da introdução de novos processos e

paradigmas, pelas autoridades tributarias, sendo que estes provocam demandas nas

empresas, substancialmente na atividade de BI e, particularmente, com o

desenvolvimento da inteligência Fiscal.

Isto porque, um sistema de informação adequado, somente é possível a partir

de um modelo compreensivo da própria organização, de seus processos e de suas

relações com o contexto, pois na maioria dos casos, os sistemas são fragmentários,

parciais, iluminam quase em excesso certos segmentos de realidade e deixam

totalmente às escuras outros sistemas e serviços de informação que correspondem

ao que se pode chamar de inteligência organizacional, na qual se procura aplicar a

tecnologia da informação como ferramenta gerencial que, utilizada na análise de

dados, permite a produção de informações efetivamente úteis ao cumprimento dos

objetivos da organização.

Na sociedade atual, fortemente influenciada pelas tecnologias de informação

e comunicação, a tecnologia da informação viabiliza a identificação de fontes de

dados, sua captura ou coleta e o processamento que os converterá em informações

capazes de propiciar decisões e aproveitamento de oportunidades e de adaptação

aos novos contextos de atuação organizacional.

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Deste modo, as organizações, para a realização das atividades, necessitam

de informações internas e externas que permitam o conhecimento de variáveis que

auxiliem na construção de padrões de informações para o planejamento de suas

ações.

Como objetivo principal do estudo buscamos identificar como a

Controladoria, como principal geradora de informação, analisa as principais

dificuldades e as possíveis causas para implementação de inteligência fiscal nas

empresas, por meio do banco de dados, controles internos e cruzamento de dados

para produzir inteligência fiscal.

Para atender a este objetivo principal foram definidos objetivos específicos

com o intuito de estabelecer a linha de condução da pesquisa.

Nesse sentido, determinamos por:

Identificar e relacionar quais padrões de informação devem ser enviados

para atender às obrigações principais e acessórias ao fisco, contemplando a

necessidade de agregação de dados e informações em fontes externas.

Analisar e apontar as variáveis que possam representar um impedimento a

uma administração tributária eficaz.

Demonstrar como as informações disponibilizadas pela controladoria

podem gerar uma estrutura de inteligência fiscal.

Como delimitação da pesquisa, o tema compõe-se de um estudo de caso

único, realizado num Grupo Empresarial Familiar, com participação de capital

estrangeiro, atuante no mercado de Perfumaria e Cosméticos; um mercado que se

encontra em franca expansão utilizando-se de sistema de informação em ERP, ou

fazendo uso de algum sistema de inteligência (Business Intelligence).

Consideramos para a delimitação da pesquisa a relevância e o perfil da

Controladoria, que busca, constantemente, atender os paradigmas da inteligência

fiscal visando novas informações. Do mesmo modo, dimensionar por essas

mudanças que comumente ocorrem no cenário tributário brasileiro, a eficácia da

informação e dos controles internos.

Metodologicamente, com o objetivo de classificar esta pesquisa, foram

utilizados os conceitos de Gil (2010) e Vergara (2005). Fizemos opção pela pesquisa

do tipo exploratória que, segundo Vergara é empregada, como exploratória, no que

tange ao seu fim, enquanto Gil denomina esse fim de objetivo da pesquisa, ou seja,

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exploratória, no sentido lato do termo. Ainda se pretende fazer uso de dados que

apresentam aspectos descritivos e explicativos, visando localizar e fundamentar a

exploração do caso. Para Gil (2010, p. 27) esse estudo pode ser classificado como

exploratório, dado que busca “proporcionar maior familiaridade com o problema, com

vistas a torná-lo mais explicito”.

Para tanto, se faz necessária uma análise dos fenômenos envolvidos neste

processo, bem como os diversos fatores envolvidos nestes fenômenos podem

contribuir para a ocorrência dos mesmos; daí a utilização de algumas ferramentas

das pesquisas descritivas e explicativas.

Já no que tange aos delineamentos da pesquisa, segundo Gil (2010) e aos

meios de investigação, segundo denomina Vergara (2005), esta pesquisa, tem início

com uma revisão bibliográfica, para realizar o embasamento teórico e balizar a linha

a ser seguida. Nesta revisão bibliográfica levantamos os dados sobre o conceito e a

importância da Controladoria nas organizações, o seu papel fundamental, a

importância da informação nas organizações brasileiras, a geração de inteligência

competitiva, inteligência organizacional e inteligência fiscal.

Assim, de acordo com o nível de abrangência, a investigação se enquadra no

tipo de pesquisa exploratória, que segundo outros autores como Vasconcelos

(2002), envolvem esse levantamento bibliográfico, tanto das referências clássicas,

quanto dos estudos mais atuais, incluindo artigos disponíveis na internet, conforme

aponta Severino (2007), para evidenciar os conceitos-chave e as recomendações

mais preponderantes sobre o estado da arte.

Entretanto, além da pesquisa bibliográfica e documental, é imprescindível

mais um procedimento, ou seja, a coleta de dados acerca da realidade discutida

teoricamente, que é desenvolvida no estudo de caso, que se desenvolve num Grupo

Empresarial Familiar, uma empresa representativa do setor de Perfumaria e

Cosméticos.

A metodologia do estudo de caso e seus procedimentos se encontram, de

forma mais detalhada, precedendo a apresentação da empresa.

O trabalho tem sua estruturação da seguinte forma:

O Capítulo I, “O Papel da Controladoria nos Sistemas das Empresas” aborda

a definição de controladoria, os sistemas de informação, os sistemas de informação

nas organizações e no governo, a gestão da tecnologia de informação, o valor da

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informação para as empresas e o cenário que se mostra atualmente acerca dos

Sistemas Organizacionais.

O Capítulo II, “ Um Enfoque gerencial para a Inteligência do Negócio”, enfoca

a informação, a inteligência, a inteligência competitiva, a inteligência fiscal, a

Business Intelligence, o Data Warehouse, o Data Mart, o On-line Analytical

Processing, o Data Mining, o SAP Netweaver Business Intelligence, os dez

mandamentos da inteligência fiscal, as principais obrigações acessórias e as

obrigações acessórias federais.

O Capítulo III, “Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) aborda um

breve histórico, seus objetivos, benefícios, seu universo de atuação, a Escrituração

Fiscal Digital (EFD), a Escrituração Contábil Digital (ECD), o SPED PIS/COFINS e

tece considerações sobre o SPED.

O Capítulo IV, “Detalhamento do Estudo de Caso e seus Procedimentos”,

mostra o modo como foi construída a pesquisa: o objetivo do caso, o delineamento

da pesquisa, a questão da pesquisa, as proposições e modelo de pesquisa, a

unidade de análise e o estudo de caso único, a coleta de dados, a composição do

questionário e a população pesquisada.

O Capítulo V, “Apresentação da Empresa Objeto de Estudo e os Resultados

Obtidos Na Pesquisa, se inicia pela caracterização da empresa, mostra um breve

histórico, apresenta o perfil dos pesquisados e segue com os resultados obtidos na

pesquisa.

Após os capítulos são tecidas as conclusões ou considerações finais desta

dissertação, as sugestões para trabalhos futuros, apresentadas as referências

utilizadas, os apêndices contendo os modelos dos questionários de pesquisa e o

anexo único que apresenta a Doutrina de Inteligência Fiscal (DIP).

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CAPÍTULO I − O PAPEL DA CONTROLADORIA NOS SISTEMA DAS EMPRESAS

Com base na revisão da literatura, apresentamos neste capítulo a definição

da Controladoria, suas principais atividades como detentora da informação, a gestão

da informação propriamente dita e a importância desse processo na geração de

informações adequadas perante os órgãos governamentais.

1.1. Definição de Controladoria

Iniciamos este tópico com algumas definições.

Para Mosimann e Fisch (2008, p.88):

A controladoria consiste em um corpo de doutrinas e conhecimentos relativos á gestão econômica. Pode ser visualizada sob dois enfoques:

a. Como órgão administrativo com uma missão, funções e princípios norteadores definidos no modelo de gestão e sistema empresa. b. Como uma área do conhecimento humano como fundamentos, conceitos, princípios e métodos oriundos de outras ciências.

Para os mesmos autores:

Sob esse enfoque, a Controladoria pode ser conceituada como o conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências da Administração, Economia, Psicologia, Estatística e principalmente da Contabilidade, que se ocupa da gestão econômica das empresas, com o fim de orientá-las para a eficácia (MOSIMANN; FISCH, 2008, p.99).

Na concepção de Kanitz (1976) as origens da Controladoria foram assim

definidas:

Os primeiros controladores foram recrutados entre os homens responsáveis pelo departamento de contabilidade, ou então pelo departamento financeiro da empresa, por varias razões:

- os contadores gerais e os administradores financeiros possuem, em função do cargo que ocupam uma visão ampla da empresa, o que os torna capazes de enxergar as dificuldades como um todo [...]

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- a controladoria é uma função diretamente subordinada à presidência da empresa. [...]

- as informações que chegam ao controlador são, predominantemente de natureza quantitativa, e esses profissionais já estão familiarizados com os números. (KANITZ, 1976, p. 5-6) [grifo nosso].

Padoveze (2003, p. 3) afirma que “para esses autores, a Controladoria é uma

ciência autônoma e não se confunde com a Contabilidade, apesar de utilizar

pesadamente o instrumental contábil...”.

E continua:

A Controladoria pode ser definida, então como a unidade administrativa responsável pela utilização de todo o conjunto da Ciência Contábil dentro da empresa. Como a Ciência Contábil é a ciência do controle em todos os aspectos temporais - passado, presente, futuro - e como a Ciência Social exige a comunicação de informação, no caso a econômica; à Controladoria cabe a responsabilidade de implantar, desenvolver, aplicar e coordenar todo o ferramental da Ciência Contábil dentro da empresa, nas suas mais diversas necessidades.

A Controladoria é a utilização da Ciência Contábil em toda a sua plenitude. (PADOVEZE, 2003, p. 3).

Almeida, Parisi e Pereira, citados por Catelli (1999, p.343) mencionam que:

A Controladoria não pode ser vista como um método, voltado ao como fazer. Para uma correta compreensão do todo, devemos cindi-la em dois vértices: o primeiro com ramo do conhecimento responsável pelo estabelecimento de toda base conceitual, e o segundo como órgão administrativo respondendo pela disseminação de conhecimento, modelagem e implantação de sistemas de informações.

Peleias (2002) cita:

A controladoria se baseia em princípios, procedimentos e métodos oriundos de outras áreas do conhecimento, tais como contabilidade, administração, planejamento estratégico, economia, estatística, psicologia e sistemas; subsídios de outras áreas de conhecimento para desempenhar as funções que lhe são atribuídas; a controladoria pode estabelecer as bases teóricas necessárias a sua atuação na organização. (PELEIAS, 2002, p.13).

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1.2. A Controladoria e os Sistemas de Informação

Dentre as diversas funções da Controladoria a mesma não teria razão de

existir nos dias atuais, sem um Sistema de Informação capaz de demonstrar toda a

estrutura organizacional, alinhada ao Planejamento Estratégico e Planejamento

Operacional, visando buscar informações, no menor tempo possível, para solucionar

conflitos de ambiente interno ou externo.

Kanitz (1976, p.23) assevera que “... ao se abordar um sistema de avaliação

gerencial deve-se ter em mente a existência de dois aspectos distintos. Um, a

avaliação do desempenho do administrador; outro a avaliação do desempenho da

organização sob seu comando”.

Tem-se que a principal ferramenta da controladoria, nessa empreitada, é o

sistema de informações, não só pela geração de relatórios, mas pelo suprimento de

dados úteis capazes de balizar a atividade de Controle.

A Controladoria, de posse dessas informações tem como sintetizar o cenário

mais apropriado do futuro e as alternativas que esse futuro pode apresentar visando

sugerir o melhor direcionamento de esforços para o período. Isso a torna importante,

não só no Controle, mas na elaboração de planos e planejamento.

De sua participação no planejamento a Controladoria oferece uma de suas

maiores contribuições para a manutenção da empresa, que é o seu papel na

pulverização das cargas e riscos da empresa, por seu conhecimento dos pontos

vulneráveis à oscilação externa, com o objetivo de não concentrar esses riscos numa

única área e num único gestor.

As políticas empresariais comumente são definidas como um conjunto de

intenções e regras, emanadas do alto escalão, ou seja, da alta administração, no

nível do planejamento e sistemas estratégicos, que são completadas e atuadas com

procedimentos no nível operacional. Estas representam parâmetros ou orientações

que facilitam a tomada de decisões pelos gestores da empresa. As políticas podem

ser estabelecidas pela gestão, solicitadas pelo corpo técnico da empresa e, ainda,

imposta por fatores externos. De qualquer maneira, elas devem possuir as

características de flexibilidade, abrangência, coordenação e ética, segundo Oliveira

(1995) (REZENDE; ABREU, 2003, p. 167).

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Os planejamentos de informações e de informática também podem ser

chamados de Planejamento de Tecnologia da Informação que, para muitos autores,

promove a unificação dos conceitos. Esse planejamento deve estar coerente e

integrado com o Planejamento Estratégico Empresarial.

Somente com uma base de dados única da execução das funções

empresarias da organização é possível gerar informações oportunas.

Juntamente com os sistemas de informação e os recursos de Tecnologia da

Informação, outros conceitos e ferramentas podem, efetivamente, contribuir para as

estratégias e o sucesso das organizações.

O conhecimento, a gestão do conhecimento, os sistemas de conhecimento e

a inteligência empresarial constituem-se em inexoráveis instrumentos de gestão e de

alinhamento estratégico da tecnologia da informação ao negócio, missão e visão

organizacional. (REZENDE; ABREU, 2003, p. 306-307).

O conhecimento da organização, também chamado de capital intelectual,

competência, habilidade e inteligência empresarial são reconhecidas como uma

atividade intangível de inestimável valor. (SETWART, 1998; SVEIBY, 1998;

DAVENPORT e PRUSACK, 1998).

1.3. Sistema de Informação nas Organizações e Governo

Este tópico destaca a importância do uso e gerenciamento da gestão da

tecnologia da informação para apoiar a implementação de estruturas que estimulem

a gestão de conhecimento e a inteligência organizacional.

Abordar os novos papéis que as tecnologias de informação e comunicação

representam − na condução dos processos de produção, armazenamento e

gerenciamento da informação no ambiente das empresas e instituições − é crucial

para que se possa oferecer uma visão mais adequada de sua importância nos novos

modelos de gestão organizacional.

Desta forma, apresenta-se o papel e uso das novas tecnologias da

informação, além das mudanças exigidas nos contextos das organizações,

principalmente, nos novos modelos de gestão, fortemente baseados em informação

e conhecimento.

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Igualmente destaca o papel da nova estrutura organizacional e tecnológica

que a União, Estados e Municípios estão em um processo de avanço para inibir,

coibir e até extinguir as evasões fiscais, fraudes e disseminar a sonegação, por meio

de controles e cruzamento de informações, criando estruturas de controle e

planejamento como: o Sistema Público de Escrituração Digital − SPED e seus

subprojetos que são: SPED Contábil (ECD); SPED FISCAL (EFD); Nota Fiscal

Eletrônica (NFe); Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) e, o mais novo

SPED PIS/COFINS (Programa de Integração Social/Contribuição para o

Financiamento da Seguridade Social). Esses novos paradigmas da estrutura

organizacional dos governos vêm trazer um ciclo incomensurável de informações e

cruzamento das mesmas.

1.4. A Gestão da Tecnologia da Informação

Em função das mudanças tecnológicas que tornam a informação cada vez

mais difusa, e para atender a complexidade e as necessidades empresariais, não se

pode desconsiderar a Tecnologia da Informação, a qual tem um papel de recurso

fundamental para o desenvolvimento da sociedade, processo para o qual possui

diversas finalidades.

As organizações, principalmente a partir da década de 80, sofreram grande

impacto em seus processos e estruturas, razão porque foram obrigadas a repensar

os seus sistemas de informação, com vistas a adaptá-los à nova realidade e às

exigências decorrentes da evolução e explosão das tecnologias que, a cada dia,

avançam rumo a uma estrutura perfeita de informação e geração de valores.

Desde o surgimento dos computadores na década de 1950 e do início da

Teoria Geral de Sistemas (TGS), estudada como teoria, de fato, pelo biólogo alemão

Ludwig Von Bertalanffly (1901-1972), são abordadas as questões cientificas e

empíricas ou pragmáticas.

Para Chinelato Filho (1993), os pressupostos básicos da Teoria Geral de

Sistemas são:

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Existe uma nítida tendência para a integração nas varias ciências naturais

e sociais.

Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas.

Essa teoria de sistemas pode ser uma maneira mais abrangente de estudar

os campos físicos do conhecimento cientifico, especialmente as ciências sociais.

Essa teoria de sistemas, ao desenvolver princípios unificadores que

atravessam, verticalmente, os universos particulares das diversas ciências

envolvidas, aproxima-nos do objetivo da unidade da ciência.

Isso pode levar a uma integração muito necessária na educação cientifica.

Para Davenport e Prusak (1998), o papel principal da tecnologia da

informação é informar e, por isso, deve-se sempre haver interesse na informação

que os computadores podem gerar. Esta atitude deveria ser adotada porque os

sistemas auxiliam o processo de registro, armazenagem e tratamento dos dados

produzidos e captados pelas organizações, transformando as informações e

conhecimentos por ele contextualizados, em criações humanas.

As organizações que adotam sistemas informatizados, que enfatizam a

tecnologia em seus processos, se baseiam nas seguintes premissas:

Dados tornam-se informação quando o seu criador lhes acrescenta significado. Transformamos dados em informação agregando valor de diversas maneiras. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998, p.5).

A informação é facilmente armazenada nos computadores na forma de dados.

Criar bancos de dados em computadores é o único modo de administrar a complexidade da informação.

A informação deve ser comum a toda organização. As mudanças tecnológicas irão aperfeiçoar o ambiente

informacional (DAVENPORT; PRUSAK, 1998, p.11-12).

Entretanto, de per si, os sistemas informatizados acabam por disponibilizar

uma sobrecarga de informação, algumas vezes registradas em bancos de dados

diversos, situação que não facilita seu uso nos processos e nem o acesso à

informação dentro da organização.

A tecnologia de informação parece incapaz, ao menos por si só, de fornecer

as informações de que necessita para executar e administrar os negócios, ou

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identificar as necessidades informacionais, o que acarreta um ambiente

informacional carente.

Os sistemas de informação como um conjunto inter-relacionado de bancos de

dados, devem ser estruturados e planejados visando oferecer à organização um

sistema ágil que atenda à demanda de informações estratégicas, permita o

monitoramento do ambiente interno e externo e norteie o planejamento e o processo

decisório.

Dentro do contexto das organizações e objetivando a agregação de valor nas

informações disponibilizadas nos sistemas informatizados, Davenport e Prusak

(1998) destacam que a TI deve direcionar o seu foco para responder a questões

voltadas para:

Determinar as necessidades internas de informação, relativas às funções,

atividades e processos administrativos da organização e a sua satisfação.

Melhorar o fluxo organizacional da informação e o nível de comunicação.

Maximizar os recursos organizacionais de informação, potencializando o

seu aproveitamento.

Estimular os membros da organização na produção e uso dos recursos

informacionais.

Contribuir para modernizar processos e atividades administrativas.

Garantir a qualidade dos produtos e processos organizacionais,

assegurando a sua efetiva disseminação.

Determinar as necessidades de informação externa.

Na cadeia evolutiva do ciclo informacional, que promove a relevância,

contextualização e significado dos dados registrados, a importância do envolvimento

humano aumenta, pois os sistemas de TI não são adequados para lidar com o

objetivo da agregação de valor.

Para McGee e Prusak (1994) as organizações devem planejar

cuidadosamente a modelagem interna da informação e dar importância aos

mecanismos de gerenciamento. Esta conduta está associada, por um lado, à

expansão das linhas horizontais e verticais do fluxo de comunicação das

informações internas e, por outro lado, à captura de informações externas, para

concentrá-las em funções vitais, como:

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Subsidiar o planejamento estratégico e a estratégia dos processos.

Avaliar e monitorar tendências.

Subsidiar decisões táticas e operacionais.

Subsidiar o processo de tomada de decisões estratégicas.

Baseado em Davenport e Prusak (1998) e McGee e Prusak (1994), pode-se

sintetizar que, para a sedimentação de uma cultura da informação, as TIs devem ser

utilizadas para atender as seguintes necessidades organizacionais:

a) Disponibilizar sistemas de consultas que condensem as informações

existentes nos bancos de dados, de forma a simplificar o acesso e evitar o

excedente de informação (informação desnecessária), que cria confusão entre os

funcionários quando do uso das mesmas. Esse sistema permitirá identificar com

rapidez registros com dados inconsistentes e em duplicidade, promovendo uma

racionalização e depuração dos mesmos.

b) Estabelecer uma política de acesso à informação dentro da organização

em função do grau de sensibilidade da informação.

c) Disponibilizar sistema inteligente de busca de informação externa para

potencializar a pesquisa e uso da informação dentro da organização. Esse sistema

diminuirá a sobrecarga de informação que circula dentro da organização,

principalmente na rede interna.

d) Estabelecer um sistema de divulgação da informação voltada para os reais

usuários, ou seja, informação certa para o público certo, tendo em vista

compartimentalizar a divulgação.

e) Estimular a produção de informação e conhecimento dentro da

organização, enfatizando o uso contextualizado para a agregação de valor, com

mecanismos de retroalimentação ativa e redução da inércia organizacional.

f) Inserir, nos processos de tomada de decisão, o uso da informação com o

valor agregado, reduzindo decisões baseadas em dados empíricos ou pouco

consistentes, de forma a estimular a pesquisa e o estudo sobre o assunto em foco.

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As facilidades de acesso às redes e aos bancos de dados colocam, ao

alcance de todos, significativa quantidade de informação que, para entendê-la no

contexto organizacional, faz-se necessário situá-la nas diversas perspectivas de uso,

geração, armazenamento e disseminação.

A necessidade de implementação de mecanismos e instrumentos com o

propósito de localizar, analisar fatos relevantes relacionados ao contexto exige que

sejam obtidas informações de forma cada vez mais rápida e se crie os meios mais

competentes para atender às demandas geradas pelas organizações.

O papel da tecnologia de informação no apoio e suporte do processo de

implementação de sistemas informacionais, organizados, estruturados, inteligentes e

competentes, é fundamental para o desenvolvimento da cultura de informação nas

organizações. Isto pressupõe uma visão organizacional centrada no processo, no

qual a tecnologia da informação é utilizada para administrar, organizar e estruturar o

volume de informação em constante mudança e oferecer elementos e subsídios para

o planejamento em todos os níveis da organização. Numa abordagem centrada no

processo, as pessoas são focos das ações que, estimuladas a compartilharem e

produzirem informações agrega valor aos sistemas informacionais.

1.5. O Valor da Informação no Mundo Empresarial

Profundas transformações têm ocorrido nos mais distintos contextos. Como

não poderia deixar de ser, os desafios, que são enfrentados por todos e que

possuem envolvimento social e econômico da sociedade, das nações, das

instituições e das organizações se vê incluído em um ambiente de competição

bastante turbulento. Evidentemente, esse ambiente competitivo cria, entre os

principais gestores de negócios, inúmeras dúvidas sobre como administrar, da

melhor maneira possível, os empreendimentos sob sua responsabilidade.

Essa situação acabou desencadeando uma onda de novas abordagens,

filosofias e novos conceitos de gestão. A competição levada ao extremo provoca

transformações no como as pessoas nas organizações pensam e agem sobre a

questão do cotidiano.

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Novos valores foram gradativamente impondo-se aos melhores paradigmas

organizacionais. A ortodoxia da gestão tradicional sofre constantes revisões e cede

espaço a novas abordagens de Administração, por diversas oportunidades, em

nome da mudança, valendo-se, inclusive, de exageros, ou seja, pelas oportunidades

que aparecem no movimento do ambiente, passos são dados, muitas vezes, de

maneira impensada. Se deixarmos de lado as disfunções do processo e nos atermos

à focalização do fenômeno em si, é possível verificarmos que essas mudanças,

quando ocorrem, implicam em profundos avanços na gestão de processos

organizacionais, principalmente os empresarias.

Para McGee e Prusak (1994, p.194) “uma ênfase cada vez maior tem sido

dada a se visualizar as empresas através de uma perspectiva de processo.

Perspectivas que enfatizam a estrutura organizacional”.

Já para Davenport e Prusak (1998), ao contrario do conhecimento individual,

o conhecimento organizacional é altamente dinâmico e movido por uma variedade

de forças.

Podemos afirmar que as organizações estão sempre em processos de

mudanças estruturais, culturais e organizacionais e, nesse sentido, a organização

pode ser entendida, segundo Chinelato Filho (1993) como:

Uma ciência, quando são aplicados princípios, doutrinas e leis próprias,

que se consolidam mediante resultados.

Uma técnica, quando são utilizados instrumentos gráficos, como

organograma, fluxogramas, quadros de distribuição de trabalho, metodologias

integradas etc.

Uma arte, à medida que há contato com os seres humanos e, de acordo

com o relacionamento grupal e intergrupal. O organizador deve ter arte para saber

como aplicar a ciência e a técnica, utilizando-se de recursos humanos, materiais e

tecnológicos disponíveis.

Segundo Mañas (2000) a busca de informação tem feito com que

organizações especializem pessoas e formas de ação e tecnologias que permitam

classificar as informações como:

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Seletivas – utilizam técnicas que levem ao público, à comunidade, ao

governo e à concorrência informações sobre a organização em si. Utilizam-se, com

essas informações, técnicas que permitem separar dessas mesmas fontes, a

retroalimentação necessária para a dinâmica de um sistema, visto em sua totalidade

como completamente integrado.

Obrigatórias ou legais – são as informações obrigatórias por lei e pela

convenção e que, por isso mesmo, têm que sofrer tratamento periódico, pois são

fundamentais para o andamento natural da organização. Estamos nos referindo a

notas fiscais, impostos, taxas, registros, declarações, balanços, entre outros.

Confidenciais – caracterizam-se pelo grau de confidencialidade, sigilo e

pelo acesso restrito a poucas pessoas, como, por exemplo; planos, parentes, novos

projetos, sistemas de logística, lucros e perdas, participação acionaria, negociações

diversas.

Complementares – são caracterizadas como informações que precedem

outras, que servem como apêndices ou complementam a informação. Entre elas

temos descrições, narrações, comentários, anexos, explicações adicionais,

demonstrativos, gráficos, tabelas, quadros etc.

Arquivadas – utilizam técnicas que permitem detectar até que ponto a

organização tem condições de tratar a informação como algo de valor, numa

demonstração de sua organização em relação ao passado, presente e futuro. Uma

organização empresarial que toma decisões retrospectivas apenas funciona,

apagando incêndios, sem, no entanto, trabalhar com informações de fato.

1.6. O Novo Cenário dos Sistemas Organizacionais

A massa dos fluxos de informação produzida internamente, bem como o

volume de dados existentes no ambiente externo, molda novos tipos de sistemas

organizacionais e exige um novo papel da Tecnologia da informação, mais eficaz,

como suporte à implementação de sistemas e subsistemas informacionais.

O grande desafio das organizações, hoje, está em acompanhar as mudanças

aceleradas que ocorrem no mundo, principalmente com relação aos processos de

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gestão, o que requer uma postura de maior inserção e integração do todo

organizacional.

As mudanças e estratégias para lidar com o intenso fluxo de informação que a

empresa necessita para as suas ações determinam:

Uma empresa é considerada infoempresa quando ela trabalha fortemente embasada em informações, e estas informações estão organizadas e estruturadas, contemplando informações internas e externas. Pode-se generalizar esse termo para empresas que atuam de forma moderna, transparente e competitiva Normalmente essas empresas são administradas por infoempresários, que são gestores que utilizam a informação e a Tecnologia da Informação para suporta suas decisões. (REZENDE; ABREU, 2003, p. 99).

Essas reformulações definem novas táticas de atuação das empresas e

demais instituições e estimulam o aparecimento de novos modelos e desenhos

organizacionais. Os formatos reestruturam funções e atividades e promovem o

aparecimento de novos instrumentos e metodologias operacionais, baseados no uso

intensivo de informação, conhecimento e inteligência.

Como consequência, os sistemas organizacionais estão reforçando a gestão

estratégica de informação, como recurso fundamental para a competitividade,

crescimento, sustentabilidade e aprendizagem, tanto na esfera do planejamento

quanto nos processos de tomada de decisão.

Neste sentido, têm surgido diversas conceituações que caracterizam as

estratégias das organizações, enfatizando a adoção de mecanismos de captura,

análise e uso de informações e conhecimento, tais como: Business Intelligence,

Inteligência Competitiva, Gerência de Conhecimento (Organization Knowledge

Creation), Inteligência Organizacional, Inteligência Empresarial, Inteligência

Econômica, Inteligência Fiscal, entre outros.

Os diversos autores que tratam desse tema mencionam a necessidade das

empresas acompanharem as mudanças advindas da força motriz da informação,

ressaltando que os novos contextos das organizações tendem a integrar e inter-

relacionar os recursos econômicos, materiais e financeiros com os recursos

humanos e tecnológicos.

Surgem, então, algumas abordagens que são enfaticamente discutidas, no

sentido de potencializar a informação e o conhecimento. Elas são assim

denominadas: Gestão de Conhecimento; Inteligência Competitiva e Inteligência

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Organizacional, Corporativa ou Empresarial e, por fim, a mais recente, denominada

de Inteligência Fiscal.

Para Fuld (2007, p.16), “desenvolver Inteligência Competitiva é semelhante a

criar uma pintura pontilhada. Seu objetivo não é criar uma imagem perfeita, mas uma

imagem representativa da realidade”, ou seja, “Inteligência é usar informação de

forma eficiente e tomar decisões com uma imagem menos do que perfeita.”

Para Ribeiro (2005, p. 125) a atividade de Inteligência Fiscal engloba todas as

atividades do processo de inteligência competitiva, em que a abordagem estratégica

e de análise estará inserida, conforme o ambiente de estudo da estrutura fiscal e

tributaria das organizações.

Na realidade, o que se percebe é a estreita relação existente entre essas

abordagens, pois as organizações que buscam a excelência dos seus negócios

utilizam ambas, para uma ação eficaz e efetiva dos sistemas informacionais, visando

desenvolver cultura de informação e implementar a aprendizagem organizacional, no

sentido de orientar o planejamento e a tomada de decisão.

A base da inteligência organizacional e da gestão do conhecimento está no

uso eficiente de um volume selecionado de informação e não na geração e na

distribuição de grandes quantidades de informação. Com isso, se fornece

informações específicas às pessoas que delas precisam e as utilizam para produzir

conhecimento. Assim, a organização está potencializando os sistemas

informacionais, incentivando o compartilhamento, agregando valor à informação e

estimulando o aprendizado organizacional, com o uso competente do recurso

tecnológico somado ao conhecimento intelectual acumulado.

Na verdade, as tentativas de exploração do conhecimento existente nas

pessoas, processos e produtos de uma organização são procurados, cada vez mais,

pelas organizações e sua sinergia e convergência com a informação estratégica e

inteligência, se torna, a cada momento, mais imperiosos para o sucesso

organizacional.

Por fim, para que os sistemas sejam eficientes, é fundamental que se

desenvolva na organização a cultura de informação, de modo a tornar os

funcionários criadores, compartilhadores e consumidores de informação, de modo a

aprenderem a utilizar a TI para instrumentalizar suas atividades. Neste sentido, as

organizações estão fazendo uso e experimentando modelos que estimulam a troca

de informações e conhecimento, tanto do ambiente interno como externo, numa

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contínua autorrenovação, para agregar valor e maximizar os investimentos dos

sistemas informacionais e fundamentar a tomada de decisão.

Por outro lado, os Governos vêm ampliando sua gama de informações e

formando uma inteligência por meio de mecanismos de controle e, recentemente,

inaugurou a Delegacia Especial e Maiores Contribuintes (DEMAC) em São Paulo,

cujo objetivo é apertar o cerco contra as 10.568 maiores empresas do País, de

acordo com o fisco e que são responsáveis por 75% da arrecadação federal.

No capítulo que segue busca-se contextualizar a informação para destacar o

atual papel da inteligência, da inteligência competitiva e da inteligência fiscal, como

elemento transformador e dinamizador das ações organizacionais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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CAPÍTULO II – UM ENFOQUE GERENCIAL PARA A INTELIGÊNCIA DO NEGÓCIO

Este capítulo demonstra a base conceitual sobre Business Intelligence como

principal ferramenta para análise, os conceitos de inteligência competitiva, a

Inteligência Fiscal no panorama Brasileiro bem como a tenacidade entre inteligência

organizacional, competitiva, fiscal e mostra, também, as principais obrigações

acessórias que as empresas estão obrigadas a apresentar.

2.1. Informação e Inteligência

A abordagem do significado da informação e o processo de agregação de

valor, na perspectiva da inteligência organizacional são imprescindíveis para se

abordar o uso da informação como instrumento de inteligência na área fiscal, neste

estudo.

Portanto, comenta-se o uso estratégico da informação nas organizações e o

ciclo de mutação do dado em inteligência, para inseri-la na visão da inteligência

competitiva.

As definições de inteligência, que seguem, fazem parte do trabalho de

Cavalcanti (2004).

O termo inteligência surgiu no século XIV, tem origem do latim intelligentia.

Segundo o Dicionário Webster (1853, p. 703) inteligência é ‘a capacidade de conhecer, entender ou compreender (...) conhecimento adquirido seja por estudo, pesquisa ou experiência (...) requer observação e reflexão’ (...) se refere a ‘uma porção de coisas distante, ou antes, desconhecidas’.

O Dicionário Michaelis define inteligência como a ‘faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar, entendimento, intelecto’.

Em termos filosóficos é o ‘principio espiritual e abstrato considerado como a fonte de toda a intelectualidade’.

Em termos sociológicos é a ‘capacidade de captar, interpretar, perceber e responder corretamente as expectativas sociais’ (WOLMAN, 2001).

Em termos biológicos pode ser considerada como ‘uma das atividades do organismo’.

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O significado do termo “Inteligência”, no ambiente organizacional, tem sido

associado, basicamente, aos enfoques que determinam o nível maior de agregação

de valor à informação e à implementação de uma atividade específica, visando obter

informação e transformá-la em conhecimento estratégico, bem como o termo que

identifica a função especial de um órgão ou serviço nacional de informação.

Davenport e Prusak (1998) afirmar que as informações transformam-se em

conhecimento, quando são definidos os seguintes atributos a elas:

Comparação: é possível estabelecer uma relação comparativa dessas

informações com outras em situações semelhantes.

Conseqüências:podem-se observar implicações aos processos de tomada

de decisões;

Conexões: podem estabelecer relações de novo conhecimento com o

conhecimento já existente;

Conversão: podem-se obter versões das pessoas que compartilham o

conhecimento criado.

Esse método para distinguir, dados, informação e conhecimento está

representado na Figura 1.

Dados

Figura 1 − Distinção entre Dados, Informação e Conhecimento

Fonte: Adaptado de Davenport e Prusak (1998)

Dados Informação Conhecimento

- Comparação

- Consequências

- Conexões

- Conversação

- Contextualização

- Categorização

- Cálculo

- Correção

- Condensação

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Figura 2 − Degraus de construção da inteligência Fonte: Adaptado de Tarapanoff (2001).

A Figura 2 mostra como primeira categoria de inteligência o termo “dados”.

Eles correspondem a itens dispersos e não contextualizados como, por exemplo,

fatos, textos, gráficos, imagens e sons. A principal atividade nesta categoria é a

coleta (interna e externa) e armazenamento bruto dos dados.

Realizando-se o processamento dos dados, obtém-se a segunda categoria, a

“ informação” que, por sua vez, é caracterizada pela contextualização interpretativa,

ou seja, ela pode ser interpretada individualmente dentro de um contexto. Por

exemplo, tomando-se os dados e – os de forma mais refinada – montando

tabelas, elaborando gráficos ou editando imagens ou sons – obtém-se a informação.

O processamento dos dados geralmente é automatizado e consiste, por exemplo,

em formatação, impressão e visualização digital.

Com relação ao termo informação, ele pode sofrer um processo de

elaboração que consiste em um detalhamento da informação

Partindo-se da informação e, por meio do processo de avaliação, obtém-se o

conhecimento, terceiro degrau representado na Figura 2. O conhecimento é

caracterizado pela avaliação, interpretação e integração de dados e de

Inteligência

Elaboração

Experiência

Conhecimento

Síntese

AprendizadoProcessamento

Avaliação

Informação

Incorporação

     V A L O R 

Dados

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informações. Assim, por exemplo, as informações que são discutidas e

interpretadas em uma reunião se tornam conhecimento explícito ou tácito. No

primeiro caso, isso ocorre pelo registro em atas ou relatório e, no segundo caso, o

conhecimento permanece com as pessoas que mantiveram contato com ele. Além

disso, o conhecimento está envolvido com uma série de processos dinâmicos que,

de forma geral, podem ser chamados de aprendizado. O aprendizado consiste,

basicamente, em uma “integração de novas informações em estruturas de

conhecimento, de modo a torná-las potencialmente utilizáveis em processos futuros

de processamento e elaboração” (TARAPANOFF, 2001, p. 119).

O último degrau, representado na Figura 2, corresponde ao termo

“inteligência” que pode ser considerado como o resultado da aplicação da

faculdade intelectual humana sobre conhecimentos específicos, visando à tomada

de decisão. No processo de transformação do conhecimento em inteligência, ocorre

basicamente a síntese de diversos conhecimentos, procurando-se aplicar as

inferências obtidas em uma situação de relevância para a organização (como por

exemplo, para a solução de problemas ou para a definição de diretrizes

estratégicas). Mais detalhadamente, a síntese pode ser vista como uma seqüência

das seguintes etapas: avaliação, interpretação e projeção. A Figura 3 ilustra esse

processo de criação de inteligência.

O processo de criação de inteligência é iniciado com os conhecimentos

existentes na organização. A primeira etapa desse processo é a avaliação, que

consiste objetivamente em reunir, selecionar e identificar fatores críticos da situação

em questão. A segunda etapa é a interpretação, que corresponde ao entendimento

da situação mencionada.

A última etapa é a projeção, que tem como objetivo elaborar possíveis

cenários competitivos, tendo como base a interpretação realizada. A criação de

inteligência dentro da organização se consolida com a experiência da prática de

cada uma dessas etapas, associada ao conhecimento tácito das pessoas.

“Então, a experiência é uma agregação de valor ao processo decisório de

uma organização, por refletir toda a sua capacitação para atuar com competitividade

no seu ambiente externo” (TARAPANOFF, 2001, p. 120).

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Figura 3 – Síntese: o Processo de Criação de Inteligência Fonte: Adaptado de Tarapanoff (2001).

Empiricamente, Miranda (1999) formula um fluxo com valor agregado

crescente, ou seja, dados, informação, conhecimento e inteligência, até chegar ao

nível de estratégia organizacional. Essa formulação, que se relaciona diretamente

aos níveis hierárquicos organizacionais, está representada na Figura 4.

Neste ponto, é necessário evidenciar a diferença entre inteligência individual

e inteligência organizacional. No primeiro caso, tratam-se das faculdades

intelectuais humanas, características de cada indivíduo, campo de estudos da

psicologia, pedagogia e sociologia. No outro caso, a inteligência organizacional se

refere aos processos de interação social de dentro de uma organização, com o

objetivo último de tomada de decisão. Neste caso, portanto, é apropriado o uso

da expressão “criação de inteligência”, visto que não se trata da citação de uma

faculdade humana, mas, se refere ao uso dessa faculdade para se criar alternativas

para a tomada de decisão organizacional (TARAPANOFF, 2001).

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Figura 4 – Dados, Informação, Conhecimento, Inteligência e Estratégia Fonte: Miranda (1999, p.8)

2.2. Inteligência Competitiva

A Inteligência Competitiva (IC) tem aqui uma abordagem, que tece

comentários acerca de alguns pontos considerados essenciais, como processo que

orienta uma ação, para a introdução do tipo específico de inteligência aplicada à

área fiscal na Controladoria.

Diversos estudos e pesquisas sobre a inteligência competitiva vêm sendo

realizados no Brasil, com ênfase, principalmente, na competitividade das empresas,

sobre a qual há também uma farta literatura sobre o assunto. Esse tema é abordado

como Business Intelligence e Competitive Intelligence, e é atualmente considerado

um dos principais conceitos do novo paradigma na estrutura organizacional das

empresas e do Governo, com papel fundamental na arrecadação.

Com a explosão da tecnologia da informação e o grande avanço nas

telecomunicações, as empresas de todo o mundo foram influenciadas pelo ambiente

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externo, pelas oportunidades e ameaças, dependendo cada vez mais da chamada

informação estratégica produzida pela Inteligência Competitiva.

A IC vem sendo potencializada na “Era da Informação” e utilizada para a

retomada do crescimento, promoção do desenvolvimento de nações e de empresas,

e apresenta uma expressiva demanda no Brasil, na ultima década. Basicamente, sua

atividade consiste na aplicação de métodos de vigília do ambiente externo de uma

empresa, buscando monitorar as atividades dos concorrentes e identificar novos

produtos e tecnologias.

Nesta perspectiva, a IC trata apenas do emprego de uma metodologia

específica para processar todas as informações disponíveis, transformando-as em

um produto específico – a Inteligência – elaborada para atender a uma demanda

definida. Esta se faz cada vez mais necessária, em razão da multiplicação das fontes

de informações científicas, técnicas, econômicas e políticas, e funciona como uma

ferramenta de apoio ao processo de tomada de decisão e à administração

estratégica das organizações.

Entender a diferença entre o que seja informação e inteligência é fundamental

para tornar mais eficiente a ação decisória. Assim, para a inteligência é preciso

analisar, correlacionar e identificar as tendências capazes de impactar, exigindo o

monitoramento constante do ambiente no qual a empresa atua (BORGES;

CAMPELLO, 1997).

O que se percebe nas empresas, na maioria das vezes, é a produção de

muitos relatórios que os executivos têm para ler, muitos dados para manipular, para

tomar uma decisão, o que significa que eles detêm muita informação e pouca

inteligência (MARCO, 1999).

Bessa (2002, p.36), ao abordar esse aspecto, cita o consultor John Rosenthal,

que menciona os estoques de informação nas organizações.

Nos nossos depósitos de conhecimentos e informações corporativas, vastos e sem aplicação, têm pouco poder quando entopem relatórios, arquivos e bancos de dados. Hoje em dia, informações não faltam. Faltam ferramentas para entregar a informação certa, às pessoas certas, e no tempo certo.

Pode-se dispor de um grande número de informações, usualmente chamadas

informações descritivas e que se referem a uma determinada situação estática,

porém, é cada vez mais necessário que as organizações operem apoiadas em

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eficientes sistemas de coleta e análise de informação estratégica, cuja produção é

responsabilidade da Inteligência Competitiva.

Segundo Porter (1999, p.35):

A maioria dos estudos recentes trata a competitividade como fenômeno relacionado às características de desempenho ou de eficiência técnica. Na verdade, a competitividade deve ser vista como um fenômeno que reflete o grau de capacitação alcançado pelas organizações e que se traduz nas técnicas por elas praticadas.

O planejamento ou identificação de necessidade se constitui no processo

inicial para a definição do tipo de inteligência a ser produzida e que orienta e

determina as ações necessárias para a coleta de dados e informações. Essa coleta

envolve a captura dos dados e informações que podem estar de muitas formas em

diversas fontes, tanto internas como externas (primárias e secundárias), sendo a sua

maioria de domínio público, por meio de jornais, revistas, relatórios anuais, bases de

dados, fontes informais entre outros.

A etapa de análise da informação e sua transformação em inteligência são,

geralmente, consideradas a parte mais difícil, havendo a necessidade de interpretar

e pesar as informações, formular uma proposição, identificar padrões e medidas de

analise.

Concluindo o ciclo, a disseminação envolve a distribuição do produto da

inteligência, que pode assumir várias formatações (relatórios, informes, sumários,

exposições substanciais, entre outros), para as quais são sugeridas e defendidas

possíveis ações a tomar. Trata-se de um momento em que se tornam evidentes as

ações subsequentes, que podem gerar a necessidade de novos processos de

inteligência.

Marco (1999, p.13-14) cita Fuld (1995) quando este enfoca que o sucesso do

processo de construção da inteligência competitiva exige das organizações o

entendimento dos princípios que seguem:

- Tenacidade – se constitui em ação inerente à atividade organizacional, de modo que a obtenção de informações seja feita de maneira constante, diária, estimulada por uma cultura informacional.

- Longevidade – se consolide ao longo dos anos, sendo que o desafio está em sedimentar a cultura de informação no ambiente organizacional.

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- Envolvimento – necessita o compartilhamento da responsabilidade pela coleta e análise das informações internas, resultando numa disponibilidade mais rápida e no uso muito maior do sistema.

Percebe-se que, independente do porte da empresa, esses princípios são

fundamentais para dar sustentação à atividade de inteligência e podem ser aplicados

em vários aspectos de uma empresa.

No caso do Brasil, Bessa (2002) identifica categorias básicas da atividade de

Inteligência e suas funções, para apoiar o processo de planejamento e tomada de

decisão nos seguintes segmentos:

a) Inteligência Competitiva e Tecnológica, que vem sendo realizada pelas

empresas para o aumento da competitividade.

b) Inteligência Econômica, oferecida pelo Estado para apoiar o desempenho

das micro, pequenas e médias empresas brasileiras e na capacidade de atuação no

mercado internacional.

c) Inteligência de Estado, visando à defesa do estado, da sociedade, da

eficácia do poder público e da soberania nacional.

d) Contra-inteligência, visando à proteção das informações sensíveis, seja

para salvaguardar os assuntos sigilosos de interesse do Estado e da sociedade

brasileira, seja para a manutenção da competitividade das empresas.

Muitas tecnologias podem apoiar as fases do ciclo da inteligência e,

especificamente, a tecnologia da informação e o uso da Internet, uma vez que estas

podem representar importantes ferramentas para o seu processo de produção no

ambiente corporativo, tanto interno quanto externo.

Conclui-se que as organizações, ao incorporarem em seus vários processos

decisórios a inteligência competitiva, sedimentam uma cultura forte em informação,

capacitam continuamente os gerentes a reconhecerem e a compartilharem tais

informações dentro do ambiente corporativo, de modo a refletir sobre a maneira de

agir e suas atitudes, para que o valor desse processo venha a ser maximizado.

Nos processos organizacionais, a informação deve contemplar todos os

elementos necessários para análise e processamento; apresentar nível de

confiabilidade para submeter-se a testes; estar disponível no tempo certo; ser

apresentada de forma correta para o seu emprego, bem como possibilitar agregação

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de valor. Desta forma, a organização estará produzindo uma gestão informacional, a

qual procura se adaptar às mudanças e aos novos cenários exigidos pela sociedade

da informação.

2.3. Inteligência Fiscal: um Viés da Inteligência Competitiva

Furtado (2004, p.16) apresenta a inteligência de três maneiras: “processo-

criação de inteligência; produto-resultado desse processo ou como função

organizacional – pessoas voltadas especificamente para essa atividade”.

Em diversos países, o uso estratégico dos produtos da inteligência se deu a

partir da Segunda Guerra Mundial, como instrumento para alavancar a

competitividade das empresas, sendo que os métodos de inteligência que são

utilizados atualmente na área de administração surgiram nesse período.

No entanto, Sun Tzu, em seu livro “A Arte da Guerra” defende a estratégia e a

eficácia como conceitos fundamentais na efetivação de qualquer um desses

caminhos. “Estratégia” e “Eficácia” são, pois, dois conceitos que podem ilustrar uma

busca de sentido nas obras dos estrategistas.

A maioria das produções na área foi elaborada por especialistas em obter e

analisar informações, provenientes dos órgãos e serviços governamentais de

inteligência, que foram contratados pelas grandes empresas para trabalharem em

seus departamentos de pesquisa, desenvolvimento e marketing (RIBEIRO, 2005).

A explosão das comunicações e informações tem modificado a conduta

arraigada de pessoas, organizações e governos para controlar as informações ou

restringir a sua disseminação, alterando a ênfase na busca de dados secretamente,

para a capacidade de se coletar as informações disponíveis nas chamadas fontes

abertas, que podem ser obtidas em órgãos públicos e na própria Internet.

Miller (2002, p.157), afirma que as tecnologias de informação − com

equipamentos compartilhados, gerenciamento dos documentos, Intranet e Internet −

vêm dando sustentação a cada passo do processo de identificação, captura e

organização do fluxo da informação e identifica como suas funções:

• Alertar com a devida antecipação para o surgimento de oportunidades e ameaças.

• Subsidiar o processo de tomada de decisões estratégicas.

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• Subsidiar decisões táticas e operações de negócios. • Avaliar e monitorar concorrentes, setores de negócios e tendências

sociológicas e políticas. • Subsidiar o planejamento estratégico e a estratégia do processo.

A aprendizagem representa o elemento “capaz de tornar o conhecimento

potencialmente utilizável em processos futuros de processamento e elaboração” e a

inteligência representa um esforço organizado e sistemático de coleta de dados e

informações que correspondem à síntese de diversos conhecimentos e inferências

aplicáveis em situações de relevância para a organização, solução de problemas e

definição de diretrizes estratégicas (TARAPANOFF, 2001, p.119).

Independente do porte e da atuação organizacional, seja da área pública seja

da iniciativa privada, o escopo de produção de inteligência está voltado basicamente

para potencializar a informação qualificada, transformando-a em recurso que oriente

a tomada de decisão.

Na inteligência, as informações precisam ser extrovertidas, prospectivas e

qualitativas para alimentar o processo de decisão e ação no ambiente corporativo.

Por isso, não raras vezes, elas se constituem, apenas em sinais fracos,

incertos e incompletos. Em outras palavras, o conjunto de informações que se impõe

está mais orientado ao futuro e para o ambiente externo, a partir do conhecimento

das capacidades e potencialidades internas da organização (OLIVEIRA, 2004, p.51).

As informações estão se tornando recursos cada vez mais necessários para a

continuidade das empresas modernas, tento em vista as rápidas mudanças que

ocorrem em seu ambiente externo, exigindo adaptações em tempo exíguo em seu

ambiente interno (MOSIMANN; FISCH, 2008, p.23).

O processo de valorização da informação cumpre algumas fases e passos

lógicos, segundo Weitze e citado por Rezende e Abreu (2003).

Conhecer muitas informações. Aprender sobre as informações. Juntar e guardar as informações úteis. Selecionar, analisar e filtrar as informações de maior valor. Organizar as informações de forma lógica. Valorizar as informações. Disponibilizar e usar as informações (REZENDE; ABREU, 2003,

p.97-98).

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Pelo menos três passos são fundamentais para a valorização da informação,

que são: conhecer, selecionar e usar as informações. A seleção mal elaborada pode

causar danos incalculáveis quando do uso dessas informações.

2.4. Business Intelligence: um Enfoque Gerencial

O ambiente de negócios no qual as empresas operam atualmente está se

tornando cada vez mais complexo e mutante. As empresas, privadas ou públicas,

sofrem crescentes pressões forçando-as a responder rapidamente a condições que

estão sempre mudando, além de terem que ser inovadoras na maneira com que

operam.

Essas atividades exigem das empresas agilidade, tomadas de decisões

rápidas e frequentes, sejam elas estratégicas, táticas e operacionais, algumas das

quais são muito complexas. Tomar essas decisões exige quantidades exageráveis

de dados oportunos e relevantes, bem como de informação e conhecimento.

O processo dessas informações, na estrutura das decisões necessárias, deve

ser feita de forma rápida, com frequência em tempo real, e comumente com apoio

computadorizado.

A Figura 5 apresenta como deve ser um modelo de estrutura de Business

Intelligence.

Figura 5 – Modelo de Estrutura de Business Intelligence Fonte: Sefaz (2011)

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Com base na compreensão da estrutura de BI torna-se mais fácil

compreender a realidade observada no nosso país.

As ferramentas de BI podem fornecer uma visão sistêmica do negocio e

ajudar na distribuição uniforme dos dados entre usuários, sendo seu objetivo

principal transformar grandes quantidades de dados em informações de qualidade

para a tomada de decisões. Através delas é possível cruzar dados, visualizar

informações em varias dimensões e analisar os principais indicadores de

desempenho (BATISTA, 2004). Essa facilidade, considerando as características

desta ferramenta, pode contribuir diretamente para as funções da área de

controladoria na obtenção, análise e comunicação do recurso informação para todos

os gestores, além de permitir um estreito monitoramento das atividades da empresa

como um todo.

Em suma, com o advento da tecnologia da informação, o problema está em

compilar e interpretar a vasta existência de dados, de forma que possam se

transformar em informações úteis e essenciais para os usuários. As ferramentas

de BI visam, exatamente, contribuir para que os gestores compreendam os dados

de forma sistêmica, para que tomem decisões tempestivas e apropriadas,

alinhando-as aos objetivos da empresa, e ampliando a função dos sistemas de

informações gerenciais, executivas e de apoio à decisão, tendo um conceito de

‘guarda-chuva’. (BARBIERI, 2001).

Business Intelligence (BI) é um termo “guarda chuva” que inclui arquiteturas, ferramentas, bancos de dados, aplicações e metodologias. E uma expressão livre de conteúdo, portanto, significa coisas diferentes para pessoas diferentes. Parte da confusão relacionada ao BI é causada pela enxurrada de acrônimos e palavras da moda associadas a ele e suas ferramentas (como business performance management – BPM). Os principais objetivos do BI são permitir o acesso interativo aos dados (às vezes, tempo real), proporcionar a manipulação desses dados e fornecer aos gerentes e analistas de negócios a capacidade de realizar a análise adequada. Ao analisarem dados, situações e desempenhos históricos e atuais, os tomadores de decisão conseguem valiosos insights que podem servir como base para decisões melhores e mais informadas. O processo de BI baseia-se na transformação de dados em informações, depois em decisões e, finalmente, em ações (TURBAN et al, 2009, p.27).

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A informação é base para a construção do conhecimento. Portanto, a

informação não é conhecimento, mas sim um componente deste. Com o objetivo de

suprir a necessidade de a organização descobrir os seus “saberes”, a gestão do

conhecimento é um processo que visa abstrair o capital intelectual do seu ativo

corporativo, captando os conhecimentos tácitos individuais de cada colaborador,

registrando e armazenando-os em sistemas computacionais específicos para esse

fim, tornando acessível o conhecimento composto por informações.

A empresa busca, pelas ferramentas de BI, acessar e integrar indicadores de

performance e tendência com diferentes graus de sintetização, capazes de auxiliá-la

na condução do negócio. Nessa linha, McGeever (2000) apresenta outra visão do

conceito de BI, referente ao tipo de informação segmentada que o gestor de um

ramo de negócios procura. Fazendo uso de BI, o usuário pode moldar as

informações de acordo com as suas necessidade e expectativas; do mesmo modo

pode conectá-las a outras, a fim de obter uma melhor análise e um melhor

resultado com o seu uso, ou seja, ele pode tornar-se mais independente na busca

de informações adequadas, não precisando de relatórios distintos e isolados para

conseguir o pretendido.

Os componentes da ferramenta de gestão de BI consistem no

armazenamento de dados (data marts e data warehouse), na análise de

informações (Online Analytical Processing – OLAP) e na mineração de dados (data

mining). Estes são essenciais para compor e entender a ferramenta de Business

intelligence e são abordados nos seguintes tópicos deste capítulo.

2.5. Data Warehouse (DW)

O DW tem a capacidade de gerenciar grandes quantidades de dados e, por

isso, qualquer tecnologia que pretenda oferecer suporte ao mesmo, precisa

satisfazer tanto os requisitos de capacidade de processamento, quanto os de

eficiência. O objetivo geral desse conjunto de dados consiste em oferecer subsídio

ao processo decisório, criando a possibilidade de facilitação de acesso a grandes

bases de dados, que podem ser manipuladas pelos usuários. É, em suma, o banco

de dados geral da empresa, onde todos os dados estão armazenados e prontos

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para serem utilizados e trabalhados. A partir disso, é possível inferir a importância

dos DW para a área de controladoria, no que tange a conferir ao usuário um grau

maior de independência, possibilitando a essa área devotar mais de seu tempo ao

monitoramento das operações organizacionais à compilação de dados.

Um Data Warehouse é um banco de dados ou repositório de dados especial preparado para dar suporte a aplicação de tomadas de decisão. As aplicações variam de simples geração de relatórios ou consultas a complexas otimizações. (TURBAN et al, 2009, p.27).

Um data warehouse é projetado para garimpar informações escondidas nas

montanhas de dados de uma empresa. A longo do tempo, os sistemas de

informações são desenvolvimentos e implementados visando o controle de um

determinado processo na empresa. Em alguns casos, nem mesmo os analistas de

sistemas conseguem ter a visão do todo. A maioria dos sistemas de informação é

parametrizada, nos quais as pesquisas às informações são predefinidas, não

oferecendo flexibilidade ao usuário final (nem aos próprios analistas) para criar

novas pesquisas de forma ágil e rápida. Os data warehouses tem como premissa

resolver essa questão, dando ao usuário final a flexibilidade necessária para

pesquisas, mesmo para as mais exóticas.

2.6. Data Mart (DM)

O DM é definido como um subconjunto lógico e físico da área de

apresentação do Data Warehouse; um conjunto flexível de dados voláteis,

extraídos de uma fonte operacional e apresentados em um modelo dimensional,

suscetível às consultas inesperadas dos usuários. Para Inmon (1997) o DM

corresponde às informações dos níveis departamentais.

Inmon, Terdeman e Imhoff (2001) contribuem a respeito do conceito, expondo

que os data marts são estruturas moldadas com os dados encontrados no DW,

sendo que pertencem a áreas específicas na empresa, como finanças,

contabilidade, vendas, etc., e são formatados pelos requerimentos de cada área.

Então, entende-se que no sistema empresa, o DW é o grande banco de dados,

enquanto que os DM são dados trabalhados para determinada área ou usuário, isto

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é, são cubos provenientes do banco geral de dados transformados em informações

específicas.

Segundo Adriaans e Zantinge (1996), todas as informações podem ser

transferidas da base de dados operacional para os dados warehouse. Para

visualizar essa operação, demonstramos a Figura 6.

Dados operacionais Data Warehouse Data Marts (cubos)

Figura 6 – Cubos de BI Fonte: Adaptada de Adriaans e Zantinge (1996, p.21).

Destaca-se que o DW recebe e armazena dados oriundos de todas as áreas

operacionais da empresa, enquanto que os DM são os cubos de informações

geradas a partir desses dados.

2.7 On-line Analytical Processing (OLAP)

A ferramenta de uma ferramenta OLAP é caracterizada pela análise

multidimensional dinâmica dos dados, apoiando o usuário final nas suas atividades.

Eles permitem uma série de visões, tais como as consultas ad-hot que, segundo define, Bill Inmom, são consultas com acesso casual único e os dados são tratados segundo parâmetros nunca antes utilizados. Isso significa que o próprio usuário gera as consultas de acordo com suas necessidades de cruzamento de dados e de uma forma diferente da usual, com emprego de métodos que o levam a obter as respostas desejadas. (TURBAN et al, 2009, p.57).

O termo “OLAP” foi citado pela primeira vez em um artigo escrito em 1992 por

Edgard Franck Codd (1923-2003). Neste artigo Codd definiu doze regras que

Extração da 

Base de Dados 

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caracterizam uma ferramenta OLAP.

O Quadro 1 mostra estas doze regras.

Características das Ferramentas OLAP

Visão Conceitual Multidimensional

Transparência

Acessibilidade

Informações de Performance Consistentes

Arquitetura Cliente-Servidor

Dimensionalidade Genérica

Manipulação de Matrizes Dinamicamente

Suporte a Multiusuário

Operações Ilimitadas em Referências Cruzadas

Manipulação de Dados Intuitivamente

Consultas Flexíveis

Quadro 1 – Doze Regras que caracterizam uma Ferramenta OLAP Fonte: Adaptado de Codd (1970)

A Figura 7 representa a ferramenta de OLAP em um sistema de BI.

Figura 7 – Arquitetura de BI com uso de OLAP Fonte: Pentaho Organization (2011).

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2.8. Data Mining

O Data Mining, que utiliza modelos sofisticados para gerar modelos de

previsões, pode ser útil na descoberta de informações que não aparecem de outra

forma, consistindo na descoberta de tendências e padrões em dados,

transformando as informações descobertas em ações e resultados. Em reforço,

Berry e Linoff (1997) conceituam esse recurso como a exploração e análise, por

meios automáticos ou semiautomáticos, de grande quantidade de dados para

descobrir padrões e regras significativos. A meta dessa ferramenta pode ser a

de permitir à organização melhorar as suas diversas áreas de atividade, pela

disponibilização de informações que facilitem a realização de suas rotinas

operacionais.

Um dos grandes problemas dos especialistas em análise de informação é a transformação de dados em informação. Como saber isso de uma forma automatizada e no menor tempo possível? Uma das respostas para isso é a combinação de estatísticas convencionais com técnicas de inteligência artificial, que resultam em uma técnica muito comentada nos dias de hoje: o Data Mining. Os processos de Data Mining são extremamente complexos, além de serem trabalhos que, dificilmente, serão resolvidos apenas por um especialista em Data Mining. E, qualquer projeto de Data Mining torna obrigatória a existência de um profissional com conhecimento do negócio, pois ele possui domínio total do assunto. Isso é para evitar que o resultado da modelagem não tenha a menor utilidade para apoiar uma decisão. (TURBAN et al, 2009, p. 50).

A partir desse ferramental de BI, que facilita a geração e a comunicação do

recurso informação aos usuários, a empresa pode ter flexibilização e dinamicidade

em seus processos, podendo, até mesmo, suprir várias de suas deficiências, ter

seu plano atendido de forma eficiente, contemplar tomada de decisões eficazes e

gerar um clima favorável ao seu contínuo desenvolvimento e ao seu pleno controle

organizacional.

O desenvolvimento que segue no tópico 2.9 mostra a estrutura de um

sistema de BI desenvolvido pela SAP NetWeaver Business Intelligence (SAP

NetWeaver BI).

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2.9. SAP NETWEAVER BUSINESS INTELLIGENCE (SAP NETWEAVER BI)

O acesso no momento certo à informação relevante, sempre foi um aspecto

crítico do sucesso nos negócios. Agora, com o uso generalizado da Internet,

tecnologias de coleta de dados − com ou sem fio − como a RFID e o consequente

aumento das fontes de dados, isso é ainda mais relevante.

O SAP NetWeaver Business Intelligence (SAP NetWeaver BI) fornece um

quadro completo de sua empresa para satisfazer as várias necessidades dos

usuários finais, profissionais de TI e gerentes executivos. Ele reúne uma poderosa

infraestrutura de inteligência de negócios, um conjunto abrangente de ferramentas,

capacidades de planejamento e simulação, bem como funcionalidades de data-

warehousing − tudo entregue por meio de uma tecnologia de portal corporativo.

Com o SAP NetWeaver BI, se pode integrar dados de toda a empresa e de

outros lugares, transformando-os em informação prática e atualizada, que resulta em

tomadas de decisão seguras, ações bem direcionadas e resultados sólidos de

negócios. Ele suporta, segundo informações disponibilizadas no site do SAP:

Data-warehousing – Gestão de data warehouse, modelagem de negócios, extração, transformação e carregamento, que permitem construir data warehouses, modelar a arquitetura de informação, de acordo com a estrutura de negócios e gerenciar dados de múltiplas fontes.

Inteligência de Negócios – analíticos online, data mining e alertas dão base para acessar e apresentar dados, procurar por padrões e identificar exceções.

Planejamento de Negócios – Um framework de planejamento de BI, com funcionalidades seguras de fluxo de trabalho, suporta planejamento e orçamento, usando a Web ou o Microsoft Excel, baseados em dados corporativos consolidados para planejamento bottom-up ou top-down.

Percepção de Negócios – A criação personalizada de pesquisas, relatórios e análises, assim como o design de aplicativos Web permite que se crie relatórios de análise, que dê suporte a decisões em todos os níveis e apresente software de inteligência de negócios na Web.

Medições e Gerenciamento – Gestão de conteúdo de negócios, gerenciamento de metadados e inteligência de negócios colaborativa monitoram o progresso, oferecem templates de relatórios, asseguram informação consistente e ajudam os tomadores de decisão a trabalharem em conjunto.

Serviços Open-hub – As funcionalidades dos serviços open-hub permitem a distribuição de informação empresarial auditada e de

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alta qualidade, por meio de webservices para aplicativos. Troca massiva de dados, Change Data Capture (CDC) e funcionalidades de modelagem, simplificam o desenvolvimento e permitem operações de baixo custo.

Broadcast de Informação – As funcionalidades de transmissão de informação suportam a distribuição em massa de informação para grandes audiências, de forma personalizada e segura. Você pode transmitir informação como um documento offline ou um relatório ao vivo por e-mail personalizado ou pela Internet de acordo com uma agenda ou com eventos-chave.

Aceleração da Inteligência de Negócios – Baseada em compressões, processamento de memória em paralelo e tecnologias de busca, a funcionalidade SAP NetWeaver BI Accelerator melhora a performance de pesquisas, reduz as tarefas de administração e encurta os processos em batch. Desenvolvido como uma ferramenta para os processadores Intel, o acelerador oferece, consistentemente, tempos de resposta rápidos, mesmo com aumento do volume de dados, número de usuários e análises.

2.9.1. Principais Funcionalidades

O SAP NetWeaver oferece todas as funcionalidades que uma plataforma de

aplicações e integração exige para desenvolver, integrar, e operar soluções,

seguindo uma arquitetura empresarial orientada a serviços. As principais

características são:

Infra-estrutura do Portal - Esta funcionalidade é a tecnologia líder na área de portal que oferece acesso unificado, personalizado e baseado em perfis ao seu ambiente de Informática, mesmo que este seja heterogêneo. A infra-estrutura do Portal é disponibilizada pelo SAP NetWeaver Portal.

Colaboração - Colaboração em tempo real promove comunicação dinâmica entre equipes ou comunidades permanentes ou ad hoc (formadas para fins específicos) - incluindo e-mails compartilhados, calendários, discussões encadeadas e armazenamento de documentos.

Acesso Multicanal - Com o acesso multicanal, você tem a possibilidade de se conectar aos sistemas da empresa através de voz, celular, ou tecnologia de radiofreqüência. O acesso multicanal é permitido pelo uso do SAP Mobile Business, uma solução que leva os processos empresariais até o local onde o negócio está acontecendo.

Gerenciamento de Conhecimentos - Gerenciamento de Conhecimentos com serviços centrados no usuário permite um ponto de acesso único ao sistema de gerenciamento de conteúdo do SAP e aos repositórios de dados de terceiros -- com busca integrada, taxionomia, classificação, gerenciamento de conteúdo, publicação e processos de fluxo de trabalho relacionados.

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Inteligência Empresarial - Esta funcionalidade permite integrar, analisar e disseminar informações importantes a tempo oportuno. Esta informação é conduzida através do SAP Business Intelligence, que oferece um sólido conjunto de ferramentas de inteligência empresarial que o ajudará a criar e implementar relatórios e aplicações personalizadas e interativas, dando suporte às decisões em qualquer nível.

Gerenciamento de Dados - Esta funcionalidade promove a integridade da informação através de toda a rede de negócios em um ambiente de Informática heterogêneo. Permite compartilhar de forma harmoniosa, dados importantes que antes estavam limitados em múltiplos sistemas, e assegura consistência de dados inter sistemas. Esta funcionalidade é obtida pelo uso do SAP Master Data Management.

Integração de Processos entre áreas - Esta funcionalidade permite a comunicação com base em XML/SOAP entre os componentes de aplicação de várias fontes e vendedores. Permite-lhe também definir os componentes de software, interfaces, mapeamentos, e regras de conteúdo baseadas em encaminhamento. Esta funcionalidade é oferecida pelo SAP Exchange Infrastructure.

Gerenciamento do Processo Empresarial - Com o gerenciamento do processo empresarial, você poderá moldar e conduzir processos em um ambiente de Informática dinâmico. Você poderá combinar aplicações subjacentes em processos adaptáveis, de extremo a extremo, movimentando toda a cadeia de valores. Esta capacidade lhe é oferecida pelo SAP Exchange Infrastructure.

Servidor de Aplicações -- Esta funcionalidade suporta serviços e aplicações da Web independente da plataforma. Os padrões de desenvolvimento nativos são J2EE e ABAP. Você poderá utilizar tecnologias já existentes, enquanto constrói e desenvolve aplicações de e-business e serviços da Web. Esta capacidade é oferecida pelo SAP Web Application Server.

Gerenciamento do ciclo de vida da solução - SAP NetWeaver oferece uma tecnologia centralizada para todos os estágios do ciclo de vida do software, inclusive projeto, desenvolvimento, instalação, atualização de versões, testes e operações em andamento. O Web Dynpro suporta uma metodologia de desenvolvimento impulsionada por modelos para construir interfaces para o usuário profissional através da Web.

Desenvolvimento de Aplicação na Web - SAP oferece um ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) e uma ampla gama de ferramentas para o desenvolvimento, teste e instalação de aplicações para a no ‘SAP Web Application Server’ através de todo o ciclo de vida do software.

Segurança na Internet -- As tecnologias de segurança incluem pedido de conexão único (SSO), autorização por função, administração central de usuários, troca segura de informação através de criptografia, infraestrutura de suporte chave pública, troca de documentos segura e assinaturas digitais.

Globalização -- O SAP NetWeaver dá suporte a empresas globais em várias línguas, moedas e áreas de diferentes fusos horários.

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A Figura 8 representa um modelo de Businnes Intelligence com todas as

funcionalidades descritas no contexto citado.

Figura 8 – Modelo de BI SAP Fonte: SAP Organization (2011)

2.10. Inteligência Fiscal: uma Realidade no Panorama Brasileiro

As etapas do processo de inteligência podem variar de empresa para

empresa.

Moura Campos (1999, p.3) apresenta a “natureza do conhecimento gerado

pela atividade de inteligência fiscal como conhecimento processado, e resultante de

processos mentais como análise, comparação, avaliação, dedução e síntese”,

enfatizando as técnicas operacionais para a coleta e busca do dado negado,

fundamentalmente apoiadas nas técnicas da inteligência militar.

Na realidade, esses “processos mentais” correspondem às funções básicas

de um setor que se dedica a produzir inteligência, que envolve basicamente o

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planejamento, a coleta, o processamento e a difusão de informações estratégicas,

que também compõem o ciclo de produção em qualquer tipo de inteligência.

Para Ribeiro (2005, p.124), tomando-se como base a inteligência competitiva,

pode-se definir a inteligência fiscal aqui abordada como:

Ciclo de atividade de inteligência, que por intermédio de um sistemático trabalho de informação visa criar uma estrutura de previsão e proteção das questões fiscais e tributarias para a controladoria com o objetivo de municiar a alta direção para os atributos de planejamento tributário, soluções de passivos fiscais e minimização do risco fiscal junto a ao fluxo de caixa, além da preocupação com a continuidade e da sobrevivência da organização.

O mais importante papel da inteligência, em última analise, é de proporcionar

conhecimentos antecipados e suprir as necessidades do usuário. Assim, o

planejamento e a atividade de inteligência envolve a administração de todos os

esforços visando identificar os dados e informações necessárias ao seu decisor.

(BESSA, 2004, p. 62).

A expansão da internet, permitindo acesso rápido e fácil às informações,

produz o fenômeno da hiper-informação, ou seja, um excesso de informações

disponibilizadas para acesso de qualquer pessoa, gerando a necessidade da

formação de profissionais capazes de coletar, analisar e agregar valor às

informações, transformando-as em um produto acabado, tradicionalmente chamado

de inteligência e de fundamental importância no processo de tomada de decisão.

Por outro lado, a estrutura governamental vem, a cada dia, sistematizando os

seus controles internos, a fim de melhorar a arrecadação, fraudes, sonegações e

contingentes tributários. Nesse caminho e com esta finalidade criou o Sistema de

Inteligência Fiscal (SIF) representada pelos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato

Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

É um sistema pelo qual os Estados deverão trocar informações das empresas

emitentes de notas fiscais eletrônicas.

Apresenta-se a seguir a sua instituição:

Dispõe sobre a instituição do Sistema de Inteligência Fiscal (SIF) e intercâmbio de informações entre as unidades da Federação.

As Secretarias de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, neste ato

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representados pelos respectivos Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação, tendo em vista o disposto nos artigos 102 e 199 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25.10.1966), resolvem celebrar o seguinte: P R O T O C O L O Cláusula primeira Fica instituído o Sistema de Inteligência Fiscal - SIF -, integrado pelas Unidades de Inteligência Fiscal - UnIF - dos Estados, signatários do presente protocolo, e orientado pela Doutrina de Inteligência Fiscal - DIF - definida no Anexo Único deste protocolo.

§ 1º O SIF é o conjunto harmônico e integrado de UnIF, baseado na mútua colaboração, com vistas à cooperação técnica e ao intercâmbio de informações, no interesse das atividades de Inteligência Fiscal.

§ 2º Para efeito deste protocolo, considera-se UnIF o setor especializado, formalizado na estrutura da Secretaria de Fazenda, Receita, Finanças ou Tributação da unidade federada, responsável pelo desenvolvimento da atividade de Inteligência Fiscal definida na referida Doutrina de Inteligência Fiscal.

Cláusula segunda O SIF tem como objetivos primordiais:

I - estabelecer rede permanente de interação entre as UnIF, através da manutenção de fluxo de informações ágil, seguro e institucional, de interesse da atividade de Inteligência Fiscal;

II - facilitar o desenvolvimento de ações de Inteligência Fiscal, conjuntas e integradas, entre as UnIF;

III - promover a cooperação técnica entre as UnIF, através da permuta de experiências, métodos, técnicas e da realização de eventos voltados à capacitação dos profissionais de Inteligência Fiscal.

§ 1º Será formado grupo de trabalho específico para a criação de portal na rede mundial de computadores - internet -, como forma de facilitar a consecução dos objetivos delineados neste protocolo.

§ 2º Poderão ser formados grupos de trabalho, com representantes das UnIF integrantes do SIF, para desenvolvimento de estudos sobre temas ou áreas específicas de interesse das atividades de Inteligência Fiscal.

Cláusula terceira Será criado cadastro com a identificação das UnIF integrantes do SIF e de seus representantes, aos quais compete a manutenção do fluxo de informações de interesse às atividades de Inteligência Fiscal.

§ 1º O cadastro de identificação das UnIF será mantido atualizado, principalmente quanto aos contatos dos representantes das UnIF integrantes do SIF.

§ 2º Serão utilizados meios seguros na comunicação entre as UnIF.

§ 3º Eventual demanda dirigida à UnIF integrante do SIF que não decorra de ação conjunta e cuja informação pretendida não esteja disponibilizada nos meios ordinários de cooperação entre as fiscalizações das unidades federadas deverá, ressalvada a

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concordância entre as UnIF envolvidas, ser específica e pontual, no interesse da atividade de Inteligência Fiscal.

Cláusula quarta A coordenação do SIF será exercida por um representante de UnIF dele integrante ou por seu eventual substituto, de outra UnIF, eleitos para mandato de 2 (dois) anos, por maioria simples dos votos das UnIF presentes na reunião citada no inciso II do § 1º desta cláusula, vedada a reeleição.

§ 1º Anualmente, deve ser realizada uma reunião para tratar de assuntos relacionados com a organização e o funcionamento do SIF, preferencialmente no mês de outubro e em local a ser determinado no território da UnIF cujo representante estiver na coordenação do SIF, devendo os resultados serem registrados em documento próprio.

§ 2º Poderão ser agendadas reuniões extraordinárias, a critério da coordenação do SIF, com vistas ao cumprimento dos objetivos estabelecidos na cláusula segunda, especialmente no que tange à permuta de experiências, técnicas e métodos.

§ 3º As deliberações nas reuniões serão efetivadas por maioria simples de votos dos representantes das UnIF integrantes do SIF.

Cláusula quinta O SIF poderá se inter-relacionar com outros sistemas de inteligência, mediante a concordância de maioria absoluta das UnIF dele integrantes, observado o sigilo fiscal estabelecido no Código Tributário Nacional e na legislação própria.

Cláusula sexta O presente protocolo entrará em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União, produzindo efeitos a partir de 1º de agosto de 2009.

A área tributária das organizações é tida como uma área operacional, mas a

evolução da questão fiscal no Brasil mostra que esta é mais uma questão estratégica

para dirigentes, do que simplesmente escriturações fiscais. A situação fiscal das

empresas no Brasil demonstra que praticamente 90% das empresas têm algum tipo

de pendência com o Fisco, apresentando, assim, a problemática da má condução da

atividade tributária na organização.

Constantemente a mídia divulga informações referente a questão fiscal nas

organizações, impulsionadas pela lenta reforma tributária, tão sonhada por sinal. E

se percebe que estas informações são de caráter adverso para as empresas. Neste

período, para se ter uma idéia, mais de 20.000 empresas estão sendo autuadas pela

Receita Federal por uma série de erros e débitos junto ao sistema do Fisco. Estas

autuações prejudicam o dia a dia da organização, pois paralisam todo o

funcionamento tributário da empresa, principalmente nas que estão em processo de

concorrência.

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O acompanhamento da situação fiscal da organização deve ser uma forma de

desenvolver processos estratégicos do planejamento fiscal, com o intuito de

minimizar o impacto fiscal no caixa da empresa. Este impacto pode ser revisto em

função da melhor utilização das informações fiscais produzidas interna e

externamente pela empresa. Neste sentido de acompanhar o monitorar a situação

fiscal, favorece a empresa no encontro de oportunidades e redução de adversidades

por parte do Fisco.

Mas, diante desse cenário complexo da globalização da informação e das

novas tecnologias de controle fiscal e, também, do crescente recrudescimento das

organizações criminosas frente ao SPED, o governo federal instituiu o Sistema de

Inteligência Fiscal, através do Protocolo ICMS nº 66, de 03.07.2009 – DOU 1 de

15.07.2009. Esse protocolo cria unidades especializadas na detecção, investigação

e combate às fraudes fiscais estruturadas e outros ilícitos correlatos.

Na busca da plena eficácia, as Unidades de Inteligência Fiscal (UnIF),

instituídas na estrutura dos órgãos fazendários, devem atuar em rede, balizadas por

doutrina única e específica, através de sistema integrado, que permita um fluxo

permanente de dados e conhecimentos no âmbito das Administrações Tributárias,

mantendo estreito relacionamento com outros órgãos de Inteligência das diversas

esferas do Poder Público, no chamado Sistema de Inteligência Fiscal (SIF).

Para evitar surpresas desagradáveis o empresário deve manter sob controle

os sistemas internos de operações fiscais e financeiros através de um saneamento

cadastral eficaz, intensificando a fiscalização entre os documentos que circulam

internamente e que estarão disponíveis para a Receita e suas unidades fiscais.

Deve-se evitar autuações e fiscalizações, pois, trabalhar com informações corretas e

atualizadas garantem a qualidade tributária da organização e, quem tem

conhecimento fiscal sabe disso. Não se deve deixar que os recursos de caixa sejam

transferidos diretamente para o fisco.

2.11. Os Dez Mandamentos da Inteligência Fiscal

Considerando as questões da Inteligência e de Business Intelligence,

percebe-se que a preocupação diária de um gestor está na capacidade de

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administrar o fluxo de produção de informações estratégicas para o êxito

empresarial.

Na mesma linha, o gestor das questões fiscais e tributárias de uma

organização precisa estabelecer parâmetros para a administração estratégica de

informações fiscais.

A perfeita gestão fiscal e de informações fiscais envolve alguns pontos

básicos, corporificados nos dez mandamentos da inteligência fiscal, disponibilizados

no Jornal Valor Econômico, por Fabio Ribeiro, em 14 de maio de 2006.

1. A transformação da questão fiscal-tributária da empresa em uma questão estratégica. O conhecimento da questão fiscal-tributária deve ser mote de reuniões estratégicas para análise e decisão.

2. A ampliação do conhecimento da situação fiscal da empresa para a sua alta direção. Isso porque, muitas vezes, percebemos que ela não tem conhecimento da situação fiscal, mas legalmente é a responsável direta por ela.

3. A criação de um sistema de monitoramento da situação fiscal da empresa. O controle apurado da situação fiscal determina o grau de qualidade e de redução do risco fiscal da organização. Este monitoramento serve para evitar autuações e fiscalizações constantes.

4. A situação fiscal regular é um conjunto de fatores que integram todo o escopo de informações fiscais — ou seja, a união das informações da sede, das filiais, dos sócios e diretores e das empresa coligadas e o controle das informações com fornecedores. Hoje o escopo de controle por parte do fisco é uma integração de informações que possam constituir um cenário de atuação. Problemas fiscais com essas linhas de integração geram, assim, autuações e possíveis fiscalizações, tanto que algumas empresas vêm sofrendo problemas em relação aos fornecedores inaptos, inclusive com glosagem de créditos.

5. A criação de uma escala de prioridades para a manutenção da situação regular e para a necessidade de certidões. Percebo constantemente nas empresas a necessidade de certidões negativas e o desespero para obtê-las. A empresa não consegue obter uma certidão negativa por falta de controle da situação e, ao mesmo tempo, por não acompanhar os diversos problemas, processos, débitos e autuações de forma regular, o que gera impedimentos.

6. O desenvolvimento de estratégias fiscais e tributárias com domínio total do conhecimento da situação fiscal, com informações reais do ponto de vista do fisco e cuidados com o desenvolvimento de teses e planejamento tributário. Muitas vezes acompanhado departamentos jurídicos ou tributários desenvolvendo teses e planejamentos tributários sem entender os procedimentos operacionais da gestão fiscal.

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7. Todo o contato com a repartição pública deve ser realizado por meio de pessoal especializado. Essa é outra questão importante. A empresa relega a questão de contato com o ente público através do office-boy, mas a questão tributária é de suma importância e depende de boa qualificação para atuação.

8. A informação prestada ao fisco deve ter um sistema de controle rigoroso, pois a mesma é o instrumento principal de fiscalização. A maioria das autuações e processos que as empresas sofrem deve-se a motivos de falhas nas declarações prestadas.

9. A checagem constante de pagamentos e processos para evitar duplicidades, autuações e impedimentos de certidões. É muito comum ouvir dos gestores que a empresa já pagou tributos em duplicidade ou pagou a maior e não consegue o devido reembolso. Isso é uma falha tremenda de controle da informação fiscal e pode, sim, gerar autuação por parte do fisco para verificações.

10. Todo contribuinte tem, de acordo com a Constituição Federal, o direito à informação, o direito à consulta e o direito à defesa. O direito fica qualitativo a partir do momento em que o contribuinte dominar a informação fiscal, produzindo informação de forma continua.

Os mandamentos em foco servem para construir uma inteligência de gestão

de situação fiscal e reduzir o impacto fiscal na estrutura financeira e competitiva da

empresa, segundo conclusão de Fábio Pereira Ribeiro, presidente da DOCS

Inteligência Fiscal e autor de “Inteligência Fiscal na Controladoria”.

Ainda para o autor, a quantidade de exigências que as empresas devem

cumprir alimenta um sistema moroso de trabalho que só interfere na competitividade

do negócio, além de gerar altos custos. Reduzir o impacto fiscal sobre a estrutura

financeira é um grande objetivo hoje do gestor.

2.12. As Principais Obrigações Acessórias Inseridas no Contexto Tributário Brasileiro.

O Código Tributário Nacional classifica a obrigação tributária em duas

espécies, pelo critério do objeto da prestação, em principal e acessória. Para cada

espécie de obrigação, identifica um fato gerador, indicando o momento de sua

ocorrência.

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Nas disposições discorridas da obrigação tributária, art. 113 e §§, aponta o

Código Tributário Nacional (CTN), o momento do nascimento entre a verificação do

fato gerador e o surgimento da obrigação principal.

Contrariamente, a regra para identificar e definir o momento do surgimento da

obrigação principal não é observado em relação à obrigação acessória, cujo

nascimento, na letra do §2º do art. 113, advém da legislação tributária, que poderá

ser desvinculada da lei.

2.12.1. O Fato Gerador e o Princípio da Legalidade

O principio da tipicidade da tributação, que já se encontra implícito na formulação do principio da legalidade como reserva absoluta de lei (é vedado exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça) era explicitado no regime da Constituição anterior por lei complementar, o Código Tributário Nacional, no exercício da sua função reguladora das limitações do poder de tributar. (XAVIER, 2002, p.20)

No disciplinamento da obrigação principal, o CTN denota o apego pela

tipicidade na descrição dos seus elementos, impondo à norma a delimitação rigorosa

do fato sobre o qual visa incidir. É a denominada tipicidade fechada ou cerrada,

consubstanciada no dever de previsão exaustiva de todos os elementos do fato

típico.

Carrazza (2001, p.229) esclarece que a tipicidade fechada apura o alcance do

princípio da legalidade, argumentando que:

Só é típico o fato que se ajusta rigorosamente àquele descrito, com todos os seus elementos, pelo legislador. Conjugados, estes princípios constitucionais impedem o emprego da analogia in pejus das normas tributárias ou penais-tributárias como fonte criadora de tributo e infrações (com suas respectivas sanções).

A previsão legal dos arts. 114 e 113, §1º do CTN, que somente considera

existente a obrigação principal se implementada a situação legalmente descrita

como necessária e suficiente para a sua ocorrência, que é o próprio fato gerador.

Outra dedução extrai-se da combinação dos artigos do Código Tributário

Nacional pertinente à obrigação acessória:

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Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

§2º. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

...Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.

As obrigações acessórias normalmente são estabelecidas por norma que não

seja a Lei, Atos normativos, Instruções Normativas, todos aqueles veículos

normativos previstos no art. 96 do CTN, tais como decretos e regulamentos, entre

outros contidos no seu art. 100, podem ser utilizados para criar obrigações

acessórias.

Contudo, não se dispensa a descrição da obrigação pela legislação,

dispensando-se apenas a exclusividade da lei em sentido estrito como instrumento

de introdução da obrigação na ordem legal tributária.

2.12.2. O Fato Gerador da Obrigação Acessória

O art. 115 tem o propósito de verificar se a obrigação acessória pode ou não

de algum instrumento que normatiza a não ser a Lei. Estabelece que:

“Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da

legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure

obrigação principal”

Como já foi visto no §2º do art. 113, a obrigação acessória decorre da

legislação tributária e tem por objeto as prestações positivas ou negativas, nelas

previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.que decorre

toda a celeuma em torno da necessidade ou não do fato gerador para a

configuração da obrigação acessória.

Buscando captar a mens legis inserta no art. 115 do CTN, Coêlho (1997, p.

268) menciona:

Vimos que as chamadas obrigações acessórias não possuem ‘fato gerador’; decorrem de prescrições legislativas imperativas: ‘emita notas fiscais’, ‘declare rendas e bens’, etc. A impropriedade redacional é sem par. Diz-se o fato gerador da obrigação acessória é ‘qualquer situação’ que, na forma da‘legislação aplicável’, impõe a

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‘prática ou abstenção de ato’.Outra maneira de prescrever deveres de fazer e não fazer por força de lei, cabe apenas reafirmar que a legislação a que se refere o artigo somente pode ser coleção de leis em sentido formal e material

Acaba por concluir o autor que o art. 115 do CTN apenas nomeia,

erroneamente, o instrumento normativo apto a criar obrigações tributárias de fazer e

não fazer, com evidente impropriedade terminológica, referindo-se à legislação, que

possui conceito mais amplo que o de lei, quando, na verdade, intenciona apontar a

própria lei estrita como único meio idôneo de estabelecer obrigações, inclusive as

acessórias, sem que para tanto houvesse a necessidade de determinar um fato

gerador.

É certo que a obrigação acessória, por seu caráter instrumental, prestando-se

a auxiliar a execução das atividades arrecadadora e fiscalizadora dos entes

tributantes, não necessariamente ligada a uma obrigação principal, por vezes

reveste-se de peculiaridades que parecem, num primeiro momento, negar a

existência de fato que a origine. Tal ocorre com a obrigação de declarar-se isento

perante a Receita Federal. O sujeito passivo, em tese, não se colocou em situação

que desencadeasse os efeitos da norma, mas está, ainda assim, obrigado ao seu

cumprimento.

Porém, o exemplo acima não excepciona o que fora afirmado: toda obrigação

tem um fato gerador descrito anteriormente em norma legal. O sujeito passivo da

obrigação acessória de prestar declaração de isento, embora não esteja vinculado a

nenhuma obrigação principal, deve colaborar para o desempenho da atividade

fiscalizadora e arrecadadora do Fisco. O fato que gera a aludida obrigação é a

inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda, nascendo,

desde então, a obrigação instrumental de fazer uma declaração anual de que não

aufere renda acima do limite fixado como faixa de isenção.

A verdadeira nota diferenciadora entre as obrigações previstas no CTN, a par

do objeto da prestação a que dão origem, não é a existência de fato gerador, que se

exige para ambas as espécies, mas a influência mitigada do princípio da legalidade e

da tipicidade em relação à obrigação acessória.

Art. 96. A expressão ‘legislação tributária’ compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

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Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:

I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;

III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;

IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

São dois os principais defeitos da tributação no Brasil na história atual:

a) Complexidade excessiva do sistema tributário.

b) Injustiça da estrutura tributária existente, notadamente em função de

definições presentes na legislação infraconstitucional.

A complexidade excessiva decorre dos seguintes fatores:

a) Quantidade de diplomas jurídico-tributários em vigor (alguns milhões).

b) Frequentes mudanças nessa extensa legislação, notadamente com uma

perversa alternância de critérios adotados.

c) Instituição irracional de obrigações acessórias.

d) Proliferação de exigências tributárias com regramentos diferenciados.

e) Opções normativas que brigam com a realidade social e com a capacidade

da administração tributária de lidar razoavelmente com tais definições.

A legislação tributária brasileira é uma das mais amplas e numerosas que

existe, abrangendo diversas Leis, Leis Complementares, Medidas Provisórias,

Decretos, Regulamentos, mas, a obrigação principal esta amparada legalmente na

sua plenitude, porém existem divergências com relação ao amparo legal das

obrigações acessórias, essas que desencadeiam uma força motriz de trabalho para

os profissionais da área fiscal – e dentro do já explanado anteriormente, segue um

elenco das principais obrigações acessórias divididas entre União e Estados,

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excluído-se desta lista o SPED que é comentado exclusivamente em capitulo

posterior.

OBRIGAÇÃO DESCRIÇÃO DACON DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

DBF DECLARAÇÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS

DCP DEMONSTRATIVO DE CRÉDITO PRESUMIDO

DCRE DEMONSTRATIVO DO COEFICIENTE DE REDUÇÃO DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO

DCTF DEMONSTRATIVO DE DEBITOS E CRÉDITOS TRIBUTARIOS FEDERAIS

DE DEMONSTRATIVO DE EXPORTAÇÃO

DECRED DECLARAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CARTÕES DE CREDITO

DERC DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS PAGOS A CONSULTORES POR ORGANISMOS NACIONAIS

DEREX DECLARAÇÃO SOBRE UTILIZAÇÃO DOS RECUROS EM MOEDA ESTRANGEIRA DECORRENTES DE RECEBIMENTOS DE EXPORTAÇÕES

DIF BEBIDAS DECLARAÇÃO DE BEBIDAS

DIF CIGARROS DECLARAÇÃO ESPECIAL DE INFORMAÇÕES FISCAIS RELATIVAS A TRIBUTAÇÃO DE CIGARROS

DIF – PAPEL IMUNE DECLARAÇÃO DE PAPEL IMUNE

DIMOB DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE ATIVIDADES IMOBILIARIAS

DIMOF DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA

DIPI DECLARAÇÃO DOS IMPOSTOS SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

DIPJ DECLARAÇAO DE INFORMAÇÕES ECONOMICO FISCAIS DA PESSOA JURIDICA

DIRF DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE

DITR DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURAL

DMED DECLARAÇÃO DE SERVIÇOS MEDICOS E DE SAUDE

DNF DEMONSTRATIVO DE NOTAS FISCAIS

DPREV DELCARAÇÃO SOBRE OPÇÃO DE TRIBUTAÇÃO DE PLANOS PREVIDENCIARIOS

DSPJ DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DA PESSOA JURIDICA (EMPRESAS INATIVAS)

DSTA DECLARAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTARIA DO SETOR AUTOMOTIVO

DTTA DECLARAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE TITULARIDADE DE AÇÕES

GFIP/SEFIP GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMAÇÕES Á PREVIDENCIA SOCIAL

PAR-RMF PROGRAMA DE ATENDIMENTO Á REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA

PERD/DCOMP PEDIDO ELETRONICO DE RESTITUIÇÃO OU RESSARCIMENTO E DA DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO

Quadro 2 – Obrigações Acessórias Federais Fonte: Adaptado pelo Autor com base em dados da Receita Federal do Brasil (2011)

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70  

SIGLA ESTADO OBRIGAÇÃO DESCRIÇÃO AC Acre DAM, GIEF, SINTEGRA Demonstrativo de Apuração Mensal, Guia

Anual de Informações Econômico- fiscais AL Alagoas DAC, DIM, GIA ICMS,

SINTEGRA Declaração de Atividade do Contribuinte, Documento de informação mensal do ICMS, Guia de Informação e Apuração do ICMS

AP Amapá DIAP, ICMS, SINTEGRA Declaração de informação e Apuração do ICMS

AM Amazonas DAM, SINTEGRA Declaração de Apuração Mensal BA Bahia DMA, CS-DMA, SINTEGRA Declaração e Apuração Mensal ICMS,

Cédula Suplementar declaração mensal do ICMS

CE Ceará DIEF, SINTEGRA Declaração de Informações Econômico- fiscais.

DF Distrito Federal

REA, SINTEGRA Regime Especial de Apuração do ICMS

ES Espírito Santo DIEF, DOT, SINTEGRA Declaração de Informações Econômico- fiscais, Declaração de Operações Tributáveis

GO Goiás DPI, SINTEGRA Declaração Periódica de informações. MA Maranhão DIEF, DIVA, SINTEGRA Declaração de Informações Econômico-

fiscais, Declaração de informações do Valor Adicionado

MT Mato Grosso GIA, ICMS ELETRÔNICA, SINTEGRA

Guia de Informação e Apuração do ICMS Eletrônica

MS Mato Grosso do Sul

GIA, ICMS ELETRÔNICA, SINTEGRA

Guia de Informação e Apuração do ICMS Eletrônica

MG Minas Gerais DAPI, SINTEGRA, VAF Declaração de Apuração do Imposto, Valor Adicionado Financeiro

PA Para DIEF, SINTEGRA Declaração de Informações Econômico- fiscais

PB Paraíba GIM, SINTEGRA Guia de Informação Mensal do ICMS PR Paraná GIA, ICMS, SINTEGRA Guia de Informação Mensal do ICMS PE Pernambuco SEF, SINTEGRA Sistema de Escrituração Contábil e Fiscal PI Piauí DIEF, SINTEGRA Declaração de Informações Econômico-

fiscais RJ Rio de Janeiro GIA ICMS, SINTEGRA Guia de Informação e Apuração do ICMS RN Rio Grande do

Norte GIM, SINTEGRA Guia de Informação Mensal do ICMS

RS Rio Grande do Sul

GIA, SINTEGRA, GMB Guia de Informação e Apuração do ICMS, Guia Movimentação Anual

RO Rondônia GIAM, SINTEGRA Guia de Informação e Apuração do ICMS Mensal

RR Roraima ICMS RR Informações Relativas às operações Interestaduais

SC Santa Catarina DIME, SINTEGRA Declaração de Informações do ICMS e Movimento Econômico

SP São Paulo GIA, ICMS, GIAST, SINTEGRA, DIPAM

Guia de Informação e Apuração do ICMS, Guia de informação e ICMS Substituição Tributária, Declaração e Informação dos Municípios

TO Tocantins DIF, SINTEGRA Documento de Informações Fiscais

Quadro 3 – Obrigações Acessórias Estaduais Fonte: Adaptado pelo Autor com base em dados da Secretaria da Fazenda dos Estados e Sintegra

(2011)

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71  

As obrigações acessórias do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços – ICMS estão diretamente relacionadas com a finalidade de garantir a justa

arrecadação de impostos, evitar fraudes e manter as operações comerciais de forma

legalmente organizadas, Assim, a legislação submete os contribuintes de ICMS a

cumprirem um número elevado de obrigações acessórias, as quais impõem a

identificação das operações, em particular, a quantificação do tributo devido,

emissão de notas fiscais, escrituração de livros e manutenção de documentos em

perfeita ordem, para exibição ao fisco, quando solicitado. Este arcabouço

imensurável de obrigações acessórias, amparadas e abrigadas por normas

estabelecidas pelo público, está todo destacado nos regulamentos de ICMS dos

Estados, também existe previsão legal para cobrança de multas por falta de entrega,

entrega fora de prazo e entrega com informações inexatas.

Sendo assim, observam-se as consequências dessa transmissão de

informações, as quais são provenientes de cruzamento de informações recebidas

por meio eletrônico, de contribuintes sediados no Estado de Origem e também no

Estado de destino ao qual o contribuinte venha a estabelecer relação comercial

Compreende-se o papel da Controladoria como principal geradora de

informações, as quais devem sempre ser confrontadas e analisadas evitando,

assim, os ilícitos tributários.

2.13. A Ditadura das Obrigações Acessórias

O Brasil é o país que demanda mais tempo para o cumprimento das

obrigações tributárias. Essa é a conclusão de uma pesquisa feita em conjunto pelo

Banco Mundial (BM) e pela PricewaterhouseCoopers (PwC), em 2009, num universo

de 183 países.

Para fazer a comparação, o estudo levou em consideração um padrão de

empresa com características predeterminadas, como porte e número de

empregados. O estudo levantou os tributos e obrigações acessórias que seriam

devidos por essa determinada empresa em cada um dos países, conforme explica

Carlos Lacia, sócio da PricewaterhouseCoopers.

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Quadro 4 – Pesquisa do Banco Mundial Fonte: Doing Business – Banco Mundial (2010)

A pesquisa buscou verificar quais são os países que facilitam ou não o

pagamento dos impostos. Para isso, foram analisados três itens:

- quantidade de recolhimentos de tributos por ano;

- número de horas anuais gastas;

- a carga tributária em relação ao lucro.

O pior desempenho do Brasil foi no tempo destinado para o cumprimento das

obrigações tributárias. Calculado em 2,6 mil horas anuais, a quantidade de tempo

deixou o país em último colocado.

Em relação à carga tributária, o desempenho do Brasil foi melhor, mas nem

tanto. Entre os 183 países, o país ficou na 167ª posição. No número de

recolhimentos anuais, o sistema tributário brasileiro ficou no 30º lugar. A

classificação geral, que leva em conta os três itens, deixou o Brasil na 150ª posição,

num desempenho melhor que a Índia (em 169º lugar), mas pior que a classificação

dos demais emergentes, como China (125ª posição) e Rússia (103ªposição).

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Para Lacia (2009), a classificação do Brasil não foi uma surpresa. O Brasil

tem um sistema tributário complexo, com muitos tributos sem similar no exterior.

‘Sobre o lucro, por exemplo, temos o Imposto de Renda e a CSLL, uma contribuição social. Esses dois tributos são cobrados sobre o lucro e possuem bases muito parecidas’, diz. ‘A explicação para a existência de dois tributos é simples, lembra, e está mais relacionada ao destino da arrecadação do que aos contribuintes ou à base de cálculo’. ‘O recolhimento do Imposto de Renda é dividido com Estados, enquanto a CSLL, não’, diz. Nos demais países, porém, a regra geral é um unico tributo sobre o lucro (LACIA, 2009).

Outro exemplo importante está nas contribuições PIS e COFINS, que não

possuem similares no exterior.

Mais do que isso, são duas contribuições diferentes calculadas sobre a mesma base. Todas essas cobranças adicionais criam obrigações acessórias, como declarações e informações a serem prestadas à autoridade fiscal (LACIA, 2009)

Isso, conforme Lacia, contribuiu para dificultar o cumprimento de todas as

exigencias.

Este lembra que:

Independentemente de uma reforma tributária que não encontra consenso, ao menos o Brasil caminha para um sistema cada vez mais informatizado, com fluxo inteligente de informações. A expectativa, diz, é que com a nota fiscal eletrônica e o Sped, sistema pelo qual livros são substituídos por arquivos digitais, haja uma simplificação dos documentos e informações exigidos. ‘Isso é o que se espera, embora ainda não tenha acontecido’.

No capítulo seguinte, com base no que aqui foi apresentado sobre Inteligência

Fiscal, é apresentado o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).

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CAPÍTULO III –  SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED)

Este capítulo trata de maneira clara e objetiva, de como a informação pode

ser gerenciada e analisada de modo a gerar inteligência fiscal, visando o cruzamento

de informações, através de banco de dados por sistema de BI (Business

Intelligence), uma das principais plataformas do Governo para esse cruzamento de

informações em diversos segmentos e atividades, com o intuito de promover

melhoria na arrecadação e na tentativa de eliminar e frustrar fraudes, sonegação e

evasão fiscal.

3.1. Breve Histórico do SPED

A Emenda Constitucional nº 42, aprovada em 19 de dezembro de 2003,

introduziu o Inciso XXII ao art. 37 da Constituição Federal, que determina às

administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios atuarem de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de

cadastros e de informações fiscais.

Para atender o disposto Constitucional, foi realizado, em julho de 2004, em

Salvador, o I ENAT - Encontro Nacional de Administradores Tributários, reunindo o

Secretário da Receita Federal, os Secretários de Fazenda dos Estados e Distrito

Federal, e o representante das Secretarias de Finanças dos municípios das Capitais.

O Encontro teve como objetivo buscar soluções conjuntas, nas três esferas de

Governo, que promovessem: - maior integração administrativa, padronização e

melhor qualidade das informações; - racionalização de custos e da carga de trabalho

operacional no atendimento; - maior eficácia da fiscalização; - maior possibilidade de

realização de ações fiscais coordenadas e integradas; - maior possibilidade de

intercâmbio de informações fiscais entre as diversas esferas governamentais; -

cruzamento de informações em larga escala com dados padronizados; e -

uniformização de procedimentos.

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Em consideração a esses requisitos foram aprovados dois Protocolos de

Cooperação Técnica: um objetivando a construção de um cadastro sincronizado que

atendesse aos interesses das administrações tributárias da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios e, outro, de caráter geral, que viabilizasse o

desenvolvimento de métodos e instrumentos que atendessem aos interesses das

respectivas Administrações Tributárias.

Em agosto de 2005, no evento do II ENAT - Encontro Nacional de

Administradores Tributários, em São Paulo, o Secretário da Receita Federal, os

Secretários de Fazenda dos Estados e Distrito Federal, e os representantes das

Secretarias de Finanças dos municípios das Capitais, buscando dar efetividade aos

trabalhos de intercâmbio entre os mesmos, assinaram os Protocolos de Cooperação

nº 02 e nº 03, com o objetivo de desenvolver e implantar o Sistema Público de

Escrituração Digital (SPED) e a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).

O SPED, no âmbito da Receita Federal, faz parte do Projeto de Modernização

da Administração Tributária e Aduaneira (PMATA), que consiste na implantação de

novos processos apoiados por sistemas de informação integrados, tecnologia da

informação e infraestrutura logística adequados.

Dentre as medidas anunciadas pelo Governo Federal, em 22 de janeiro de

2007, para o Programa de Aceleração do Crescimento 2007-2010 (PAC) − programa

de desenvolvimento que tem por objetivo promover a aceleração do crescimento

econômico no país, o aumento de emprego e a melhoria das condições de vida da

população brasileira − consta, no tópico referente ao Aperfeiçoamento do Sistema

Tributário, a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e Nota

Fiscal Eletrônica (NF-e) no prazo de dois anos.

Na mesma linha das ações constantes do PAC, que se destinam a remover

obstáculos administrativos e burocráticos ao crescimento econômico, pretende-se

que o SPED possa proporcionar melhor ambiente de negócios para o País e a

redução do “Custo Brasil”, promovendo a modernização dos processos de interação

entre a administração pública e as empresas em geral, ao contrário do pragmatismo

pela busca de resultados, muito comum nos projetos, que têm como finalidade

apenas o incremento da arrecadação.

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76  

3.2. Apresentação, Objetivos, Benefícios e Universo de Atuação

3.2.1. Apresentação

Instituído pelo Decreto n º 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o projeto do

Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) faz parte do Programa de

Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010) e constitui-se em

mais um avanço na informatização da relação entre o fisco e os contribuintes.

De modo geral, consiste na modernização da sistemática atual do

cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às

administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação

digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo, assim, a

validade jurídica dos mesmos, apenas na sua forma digital.

É composto por três grandes subprojetos: Escrituração Contábil Digital

(ECD), Escrituração Fiscal Digital (EFD), a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) - Ambiente

Nacional e, o mais novo subprojeto, o SPED PIS COFINS que, gradativamente, irá

substituir uma obrigação acessória chamada de DACON (Demonstrativo de

Apurações das Contribuições Sociais).

Representa uma iniciativa integrada das administrações tributárias nas três

esferas governamentais: federal, estadual e municipal.

Mantém parceria com 20 instituições, entre órgãos públicos, conselho de

classe, associações e entidades civis, na construção conjunta do projeto.

Firma Protocolos de Cooperação com 27 empresas do setor privado,

participantes do projeto-piloto, objetivando o desenvolvimento e o disciplinamento

dos trabalhos conjuntos.

Possibilita, com as parcerias fisco-empresa, planejamento e identificação

de soluções antecipadas no cumprimento das obrigações acessórias, em face às

exigências a serem requeridas pelas administrações tributárias.

Faz com que a efetiva participação dos contribuintes na definição dos

meios de atendimento às obrigações tributárias acessórias exigidas pela legislação

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tributária contribua para aprimorar esses mecanismos e confira a esses instrumentos

maior grau de legitimidade social.

Estabelece um novo tipo de relacionamento, baseado na transparência

mútua, com reflexos positivos para toda a sociedade.

3.2.2. Objetivos

O SPED tem como objetivos, entre outros:

Promover a integração dos fiscos, mediante a padronização e o

compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeitadas às restrições

legais.

Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes,

com o estabelecimento de transmissão única de distintas obrigações acessórias de

diferentes órgãos fiscalizadores.

Tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários, com a melhoria do

controle dos processos, a rapidez no acesso às informações e a fiscalização mais

efetiva das operações com o cruzamento de dados e auditoria eletrônica.

3.2.3. Benefícios

Redução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento de

documentos em papel.

Eliminação do papel.

Redução de custos com a racionalização e simplificação das obrigações

acessórias.

Uniformização das informações que o contribuinte presta às diversas

unidades federadas.

Redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas.

Redução do tempo despendido com a presença de auditores fiscais nas

instalações do contribuinte.

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Simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao controle da

administração tributária (comércio exterior, regimes especiais e trânsito entre

unidades da federação).

Fortalecimento do controle e da fiscalização por meio de intercâmbio de

informações entre as administrações tributárias.

Rapidez no acesso às informações.

Aumento da produtividade do auditor através da eliminação dos passos

para coleta dos arquivos.

Possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes a

partir de um leiaute padrão.

Redução de custos administrativos.

Melhoria da qualidade da informação.

Possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fiscais.

Disponibilidade de cópias autênticas e válidas da escrituração para usos

distintos e concomitantes.

Redução do “Custo Brasil”.

Aperfeiçoamento do combate à sonegação.

Preservação do meio ambiente pela redução do consumo de papel.

3.2.4. Universo de Atuação

A maioria dos contribuintes já se utiliza dos recursos de informática para

efetuar tanto a escrituração fiscal como a contábil. As imagens em papel

simplesmente reproduzem as informações oriundas do meio eletrônico.

A facilidade de acesso à escrituração, ainda que não disponível em tempo

real, amplia as possibilidades de seleção de contribuintes e, quando da realização de

auditorias, gera expressiva redução no tempo de sua execução.

O Quadro 5 mostra o universo de atuação do SPED.

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UNIVERSO DE ATUAÇÃO

SPED – Contábil

SPED – Fiscal

NF-e – Ambiente Nacional

NFS-e

CT-e

e-LALUR

Central de Balanços

SPED – PIS COFINS

Quadro 5 – Universo de Atuação do SPED Fonte: Receita Federal do Brasil (2011)

3.3. Escrituração Fiscal Digital (EFD)

A Escrituração Fiscal Digital (EFD) foi instituída pelo Convênio Imposto sobre

Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e

Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) nº 143/2006, sendo constituída por um

conjunto de escrituração de documentos fiscais e de outras informações de interesse

dos fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal, bem como do

registro de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas

pelo contribuinte relativas ao ICMS e ao Imposto sobre Produtos Industrializados

(IPI).

Esta obrigação passou a ser exigida desde 2009, conforme Protocolo ICMS nº

77/2008 e determinação de cada Estado. Assim, os contribuintes selecionados na

legislação mencionada ficaram obrigados à apresentação da EFD desde Janeiro de

2009, devendo apresentar mensalmente este arquivo digital às suas respectivas

unidades da Federação.

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Através da criação da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) Virtual, um

sistema de informação que visa orientar as Secretarias Estaduais de Fazenda e

Empresas participantes do projeto Sefaz Virtual Ambiente Nacional (SVAN), no que

se refere à definição das especificações e critérios técnicos adotados para os

ambientes de homologação e de produção.

O Sefaz Virtual Ambiente Nacional, ou apenas Sefaz Virtual, é um ambiente

computacional seguro, de alta disponibilidade e de elevado desempenho, que visa

assumir as funcionalidades das Secretarias Estaduais de Fazenda (Sefaz), que

optarem por utilizar a infraestrutura necessária para participar do projeto da Nota

Fiscal Eletrônica.

3.3.1. Funcionalidades, Benefícios e Vantagens do Sefaz Virtual

O Quadro 6 apresenta as principais funcionalidades identificadas para o

ambiente de Sefaz Virtual.

FUNCIONALIDADES DO SEFAZ VIRTUAL

Manter atualizada uma base de dados com o cadastro dos contribuintes autorizados a emitir NF-e, para cada Sefaz cujo ambiente está integralmente suportado por esta solução.

Recepcionar notas fiscais eletrônicas e lotes de NF-e.

Processar notas fiscais eletrônicas e lotes de NF-e.

Autorizar notas fiscais eletrônicas e lotes de NF-e.

Cancelar NF-e autorizadas.

Inutilizar numeração de NF-e.

Disponibilizar a consulta da situação atual de um documento de NF-e.

Fornecer informações sobre o status de serviço.

Quadro 6 – Principais Funcionalidades do Sefaz Virtual Fonte: Receita Federal do Brasil (2011)

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O Quadro 7 apresenta os benefícios e vantagens do projeto Sefaz Virtual que

são viabilizados aos contribuintes e Secretarias Estaduais de Fazenda participantes.

BENEFÍCIOS DO SEFAZ VIRTUAL

Redução de custos e entraves burocráticos, facilitando o cumprimento das obrigações tributárias e o pagamento de impostos e contribuições.

Um melhor intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos.

Disponibilizar um ambiente computacional seguro, de alta disponibilidade e de elevado desempenho.

VANTAGENS DO SEFAZ VIRTUAL

Viabilizar a participação no projeto de um número maior de empresas contribuintes, localizadas em todo o território nacional.

Fornecer um ambiente único e padronizado para as Secretarias de Fazenda e empresas participantes do projeto.

Quadro 7 – Benefícios e Vantagens do Sefaz Virtual Fonte: Receita Federal do Brasil (2011)

A Figura 9 apresenta um esquema da estrutura e funcionamento da Sefaz

Virtual.

Figura 9 − Esquema de Funcionamento do SEFAZ Virtual Fonte: Receita Federal (2011)

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Para cada serviço oferecido, há um Web Service específico. Um WebService

(ou serviço Web) é uma aplicação baseada em mensagens XML (Extensible Markup

Language) publicada, localizada e chamada através da internet. Sua função é de

encapsular, contratar funções e objetos remotos, oferecidos via um protocolo padrão

e reconhecido.

Na Sefaz Virtual, o fluxo de comunicação é sempre iniciado pelo aplicativo do

contribuinte, pelo envio de uma mensagem ao Web Service com a solicitação do

serviço desejado. Em contrapartida, o Web Service sempre devolve uma mensagem

de resposta confirmando o recebimento da solicitação de serviço ao aplicativo do

contribuinte na mesma conexão.

A solicitação de serviço poderá ser atendida na mesma conexão ou ser

armazenada em filas de processamento nos serviços mais críticos para um melhor

aproveitamento dos recursos de comunicação e de processamento da Sefaz Virtual.

Os serviços podem ser síncronos ou assíncronos em função da forma de

processamento da solicitação de serviços:

a) Serviços síncronos – o processamento da solicitação de serviço é

concluído na mesma conexão, com a devolução de uma mensagem com o resultado

do processamento do serviço solicitado.

b) Serviços assíncronos – o processamento da solicitação de serviço não é

concluído na mesma conexão, havendo a devolução de uma mensagem de resposta

com um recibo, que apenas confirma o recebimento da solicitação de serviço. O

aplicativo do contribuinte deverá realizar uma nova conexão para consultar o

resultado do processamento do serviço solicitado anteriormente.

3.4. Escrituração Contábil Digital (ECD)

Trata-se da substituição da escrituração em papel, pela Escrituração Contábil

Digital - ECD, também chamada de SPED-Contábil. Tem a obrigação de transmitir,

em versão digital, os seguintes livros: I - Livro Diário e seus auxiliares se houver; II -

Livro Razão e seus auxiliares se houver; III - Livro Balancetes Diários, Balanços e

Fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles transcritos.

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Segundo a Instrução Normativa RFB nº 787 de 19 de novembro de 2007,

estão obrigadas a adotar a ECD, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de

1º de janeiro de 2008, as sociedades empresárias sujeitas a acompanhamento

econômico-tributário diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 11.211, de 7 de

novembro de 2007 e sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro

Real; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de março de

2009) em relação aos fatos contábeis desde 1º de janeiro de 2009, as demais

sociedades empresárias sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no

Lucro Real. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de março

de 2009).

Para as demais sociedades empresárias a ECD é facultativa.

As sociedades simples e as microempresas e empresas de pequeno porte

optantes pelo Simples Nacional estão dispensadas desta obrigação

Seu funcionamento se dá a partir do sistema de contabilidade em que a

empresa gera um arquivo digital no formato especificado no anexo único à Instrução

Normativa RFB nº 787/07 (disponível no menu Legislação). Devido às peculiaridades

das diversas legislações que trata da matéria, este arquivo pode ser tratado pelos

sinônimos: Livro Diário Digital, Escrituração Contábil Digital – ECD, ou Escrituração

Contábil em forma eletrônica.

Este arquivo é submetido ao Programa Validador e Assinador – PVA

fornecido pelo SPED. Deve-se fazer o download do PVA e do Receitanet e instalá-

los em um computador ligado à internet.

Através do PVA, devem ser executados os seguintes passos: - Validação do

arquivo contendo a escrituração; - Assinatura digital do livro pela(s) pessoa(s) que

têm poderes para assinar, de acordo com os registros da Junta Comercial e pelo

Contabilista; - Geração e assinatura de requerimento para autenticação dirigido à

Junta Comercial de sua jurisdição. Para geração do requerimento é indispensável,

exceto para a Junta Comercial de Minas Gerais, informarem a identificação do

documento de arrecadação do preço da autenticação. Deve-se verificar na Junta

Comercial da Jurisdição como obter a identificação.

Assinados a escrituração e o requerimento, faz-se a transmissão para o

SPED. Concluída a transmissão, será fornecido um recibo, que deve ser impresso,

pois ele contém informações importantes para a prática de atos posteriores.

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Ao receber a ECD, o SPED extrai-se um resumo (Requerimento, Termo de

Abertura e Termo de Encerramento) e este é disponibilizado para a Junta Comercial

competente. Na atual estrutura, cabe à Junta Comercial buscar o resumo no

ambiente SPED. Enquanto ela não adota tal providência, ao consultar a situação, a

resposta obtida será "o livro digital foi recebido pelo SPED Contábil, porém, ainda

não foi encaminhado para a Junta Comercial".

Necessita-se verificar na Junta Comercial da jurisdição, como fazer o

pagamento do preço para autenticação.

Recebido o preço, a Junta Comercial analisará o requerimento e o Livro

Digital. A análise poderá gerar três situações, todas elas com o termo próprio:

Autenticação do livro.

Indeferimento.

Sob exigência.

IMPORTANTE: para que um livro colocado sob exigência pela Junta

Comercial possa ser autenticado, depois de sanada a irregularidade, ele deve ser

reenviado ao SPED. Não há necessidade de novo pagamento do preço da

autenticação. Deve ser gerado o requerimento específico para substituição de livros

não autenticados e colocados sob exigência.

O SPED é instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e das sociedades empresárias, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.

3.5. SPED PIS/COFINS

A EFD-PIS/COFINS trata-se de um arquivo digital instituído no Sistema

Público de Escrituração Digital – SPED, a ser utilizado pelas pessoas jurídicas de

direito privado na escrituração da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, nos

regimes de apuração não-cumulativo e/ou cumulativo, com base no conjunto de

documentos e operações representativos das receitas auferidas, bem como dos

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custos, despesas, encargos e aquisições geradores de créditos da não-

cumulatividade.

Os documentos e operações da escrituração representativos de receitas

auferidas e de aquisições, custos, despesas e encargos incorridos, serão

relacionadas no arquivo da EFD-PIS/COFINS em relação a cada estabelecimento da

pessoa jurídica. A escrituração das contribuições sociais e dos créditos será

efetuada de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica.

O arquivo da EFD-PIS/COFINS deverá ser validado, assinado digitalmente e

transmitido, via Internet, ao ambiente SPED. Conforme disciplina a Instrução

Normativa RFB nº 1.052 de 5 de julho de 2010, estão obrigadas a adotar a EFD-

PIS/COFINS:

I. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2011,

as pessoas jurídicas sujeitas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado,

nos termos da Portaria RFB nº 2.923, de 16 de dezembro de 2009, e sujeitas à

tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real.

II. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho de 2011,

as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com

base no Lucro Real.

III. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012,

as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com

base no Lucro Presumido ou Arbitrado.

Seu funcionamento se dá a partir de sua base de dados; a pessoa jurídica

deverá gerar um arquivo digital de acordo com leiaute estabelecido pela Secretaria

da Receita Federal do Brasil - RFB, informando todos os documentos fiscais e

demais operações com repercussão no campo de incidência das contribuições

sociais e dos créditos da não-cumulatividade, referentes a cada período de apuração

do PIS/PASEP e da COFINS. Este arquivo deverá ser submetido à importação e

validação pelo Programa Validador e Assinador (PVA-PIS/COFINS) fornecido pelo

SPED.

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3.6. Considerações sobre o SPED

Uma das características mais marcantes deste novo cenário nacional é a

substituição das atuais obrigações acessórias exigidas pelo Fisco, muitas ainda em

papel. Porém, não se trata de um simples arquivo transmitido à Receita Federal, os

quais também já existem atualmente.

A grande diferença reside no fato de cada obrigação digital ser assinada

digitalmente pelos contribuintes. Para isso, outro componente da nova era digital foi

utilizado: a certificação digital, processo que garante a validade jurídica do formato

digital das obrigações.

Com base nisso, nasceu o SPED (Sistema Público de Escrituração Digital),

que atualmente já abrange os projetos de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), Escrituração

Fiscal Digital (EFD), Escrituração Contábil Digital (ECD), Conhecimento de

Transporte Eletrônico (CT-e) e Controle Fiscal Contábil de Transição (FCont). As

opções são muito amplas e neste 2011 já existe a exigência do Livro de Apuração do

Lucro Real (e-LALUR), EFD – PIS/PASEP COFINS e em estudo a implementação

da folha de pagamento digital, livro de controle da produção e estoque e outros mais

que fazem parte do leque de SPED.

Mas, o uso da tecnologia não se baseia apenas na forma de composição e

transmissão das informações para o Fisco. É muito mais do que isso, os aspectos de

BI (Business Intelligence), por exemplo, podem ser agregados aos conceitos já

utilizados pela Receita. Seria inocente pensarmos que esta gama enorme de

informações estruturadas ficará sem uso, apenas engordando os bancos de dados

do governo.

É certo de que em um primeiro momento, o Fisco está concentrado na

massificação e operacionalização destes projetos, garantindo que as informações

tenham ótima qualidade. Mas, para um segundo momento, é certo que todos esses

recursos disponíveis serão utilizados para análise, validação, cruzamento, auditoria e

fiscalização dos contribuintes.

Pelo perfil do contribuinte, que ficou anos na vanguarda tecnológica, e que

agora está em uma corrida para alcançar o Fisco, temos alguns aspectos relevantes:

O que fazer para diminuir os riscos e se proteger de possíveis autuações? Quais

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ferramentas podem se contrapor ao avanço do Fisco? O que fazer para diminuir a

desvantagem?

Apenas o uso da tecnologia não basta e não garante excelência por si só. É

necessário olhar internamente, revisar os atuais processos e rotinas que, em muitos

casos, se iniciam em diferentes áreas da empresa. Contudo, como refletem

diretamente nas informações prestadas, é necessário o engajamento de diversos

departamentos da companhia nesta empreitada, como contabilidade, departamento

fiscal, jurídico, tecnologia da informação, ativo fixo, produção, compras, engenharia e

entre outras, uma vez que cada um é responsável por parte das informações.

Após as revisões de processos e as demandas definidas e identificadas,

entra a TI e todos os recursos presentes, como ferramentas e serviços

especializados disponíveis para o atendimento e realização. Uma destas

ferramentas é o próprio BI (Business Intelligence), que em conjunto com a solução

SPED, torna-se um diferencial para a extração de relatórios que garantem tomadas

de decisões mais assertivas, denominando-se desta forma "BI-Fiscal". A base de

dados da solução SPED tende a ser a mais íntegra e consistente, pois apresenta as

informações que serão geradas, assinadas e transmitidas aos órgãos do governo,

devendo estar livres de incoerências, inconsistências e erros de base.

E é na validação dos dados, antes do envio ou o seu uso interno pela

corporação, que se encontra outra etapa muito importante do processo, pois a

quantidade de informações geradas é imensa, o que complica pelo pouco tempo

para entrega e ainda em meio às constantes alterações legais, aliadas ao curto

prazo para implementá-las.

Por conta destas situações, que não tendem a se alterar, a absorção da tarefa

pela organização torna-se árdua, optando-se, na maioria das vezes, por contratação

de serviços e ferramentas especializadas, oferecidas através de Software Houses,

consultorias e integradoras de sistemas. Independente da solução adotada é

importante ressaltar que a validação dos dados, desde os cadastros básicos como

Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), Código de Endereçamento Postal

(CEP) e Inscrição Estadual (IE), até o cruzamento de informações de uma ou mais

obrigação acessória, torna-se essencial para diminuir os riscos com as eventuais

autuações "eletrônicas" geradas pela Receita Federal.

Neste momento, torna-se difícil determinar a extensão destas autuações pela

falta de ocorrências conhecidas no mercado; as empresas ainda não iniciaram

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esforços nestas etapas tão importantes do processo. Esta situação foi vivenciada na

época da implementação da IN 68 (posteriormente IN 86), e mostrou que somente

após as primeiras notificações ocorridas que o processo se tornou mais conhecido e,

a partir daí, grande parte das empresas envidou esforços no sentido de regularizar

esta obrigação de forma preventiva. Considerando este passado não tão distante,

cabe a seguinte questão: não seria o momento das companhias iniciarem os

trabalhos preventivamente?

O Sistema Público de Escrituração Digital veio trazer enormes benefícios no

que se diz respeito ao planejamento de Inteligência Fiscal, visando assim, análise

das informações, cruzamento de informações entre diversos segmentos, efetuando

comparação e históricos anteriores.

Os atuais sistemas de fiscalização do governo no Brasil são verdadeiros

fiscais eletrônicos. Eles não deixam passar qualquer detalhe, deslize ou

“esquecimento”, fazendo com que a fiscalização seja cada vez mais eficiente. E não

apenas com o intuito de arrecadar impostos, taxas, tributos. O que poucas empresas

tomaram ciência é que os sistemas de fiscalização vão muito além. Eles estão

monitorando e coletando informações sobre o comportamento das companhias e

cruzando dados em busca de fraudes ou operações ilícitas.

O velho “jeitinho brasileiro”, portanto, está com seus dias contados. Não há

mais espaço para processos manuais de controle nem para “conversas” com os

fiscais. Estes estão sendo representados, cada vez mais, pela capacidade

tecnológica do governo, que vem crescendo e se desenvolvendo aceleradamente,

exigindo que empresas, de médio e grande porte, acompanhem essa evolução. E,

pior, pode impor multas altíssimas aos desavisados. Portanto, ganhar esta

competição é, na verdade, uma exigência com data marcada.

De 1988 a 2005 foram geradas 183 mil novas leis, ou seja, 37 novas leis ou

atos normativos por dia. Nessa época surgiram inúmeras empresas especializadas

em soluções para as novas exigências. Práticas e processos que, até recentemente,

não estavam na mira do Fisco passaram a ser previstos e monitorados. A ilegalidade

esta cada vez mais escassa.

Processos como o SPED (Sistema Público de Escrituração Fiscal) e a Nota

Fiscal Eletrônica (NF-e) tornam-se o espelho de detalhes para o Fisco observar e

identificar o comportamento das empresas. As informações a serem prestadas

sempre foram muitas. Mas, agora esse número é ainda maior porque o governo

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busca saber a relação exata entre o que está sendo vendido, com o que está sendo

comprado e se tudo está devidamente registrado na contabilidade quando

comparada às movimentações de estoque/inventário, movimentações financeiras,

fiscais, faturamento etc. Todos os dados das operações, quando cruzados, precisam

estar de acordo com as exigências legais

Esse projeto de forma industrializada aumenta a arrecadação sem aumentar o

imposto. O Estado sabe que aumentar os impostos é uma prática inviável, já que o

Brasil tem uma das maiores cargas tributarias do mundo (quase 40%).

Segundo dados da imprensa, em 2009 o total de impostos pagos alcançou R$

1,1 trilhão no País, equivalente a 35% do Produto Interno Bruto (PIB). Nas últimas

semanas, o impostômetro, ferramenta desenvolvida pela Associação Comercial de

São Paulo (ACSP), passou a marca de R$ 500 bilhões no ano, 22 dias antes que a

mesma marca em 2009. A previsão é que, até o fim de 2010, o total de impostos

chegue a R$ 1,24 trilhão, 13% a mais que no ano passado e quase o dobro do

crescimento do PIB em 2010, estimado em cerca de 7%.

Com a redução do trabalho manual e conciliações visuais, hoje o Fisco atua

em processos de inteligência, com regras pré-definidas de comparação e checagem.

Cada informação é comparada com suas correspondentes em diferentes áreas da

empresa. Por exemplo, o valor apurado do ICMS e informado pela empresa em sua

escrituração é confrontado com o valor pago através da Guia de Pagamento. As

informações de PIS/COFINS precisam estar íntegras quando apresentadas na

Instrução Normativa 86/2001, DACON (Demonstrativo de Apurações das

Contribuições Sociais), SPED Fiscal etc. São conferidos os registros, cruzando

informações de estoque x contabilidade x inventário x produção, chegando ao

detalhe de verificar toda a engenharia de produtos (insumos necessários ao produto

final). Nada disso seria possível sem a automatização dos processos.

Tudo começa com uma simples fiscalização. Contudo, as multas por

inconsistências na arrecadação ou nos arquivos fiscais são exorbitantes. Podem até

mesmo “quebrar” uma empresa. Um pequeno erro pode levar a consequências

maiores devido à integração prevista entre os diversos órgãos fiscalizadores

(Receita Federal, INSS, Banco Central, SUSEP, CVM, Secretarias da Fazenda,

Prefeituras, etc.).

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As atenções da fiscalização recaem, em especial, sobre as grandes

empresas. Fusões, aquisições ou mudanças importantes na operação das empresas

estão na mira do “Big Brother fiscal”, nome pejorativo dado a esta maneira

investigativa de atuação do fisco. E, a cada dia, um novo grupo de empresas entra,

ou melhor, é “intimada” a entrar no jogo.

Unificar todos os processos fiscais parece simplificação, mas, na verdade, o

que existe agora é uma complexidade maior, um alto nível de exigências. Algumas

empresas, que utilizam vários sistemas de gestão (os chamados ERPs), ao mesmo

tempo, vão encontrar dificuldade para garantir a integridade e a centralização dos

dados exigidos pelo Fisco. Longe, definitivamente, do nosso “jeitinho”, tudo agora

deve ser e estar estruturado, de forma transparente.

O termo auditoria fiscal sempre causou temor às empresas. Isso porque a

legislação fiscal brasileira é uma das mais complexas do mundo. Temos mais de 170

obrigações acessórias, 76 tributos do âmbito nacional, mais de 100 tipos de

documentos fiscais, três níveis de governo (Federal, Estadual e Municipal) com

competência legislativa para instituir e cobrar tributos e, além disso, a nossa carga

tributária incide sobre toda a cadeia de produção, consumo, renda e patrimônio. Com

o SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), o medo mais uma vez afrontou

essas companhias, pois, se era fácil sofrer uma autuação quando o fiscal visitava a

empresa pessoalmente, com o acesso digital, tudo foi facilitado, e as fraudes, sendo

por equivoco ou não, geram pesadas multas.

Nesse cenário, é necessário lembrar que as ferramentas digitais vieram para

auxiliar no domínio dessa complexidade e, efetivamente, estão ajudando. Mas, é

preciso notar que o Fisco também está munido de soluções que, com técnicas

excelentes, promovem o cruzamento de dados e o compartilhamento de informações

entre todas as esferas da fiscalização das quais estamos mencionando. A saída,

então, é antecipar a auditoria dos seus arquivos digitais, antes mesmo de uma

fiscalização.

Fazer essa auto-fiscalização não é tarefa fácil, mas quanto antes começar

menores serão os riscos de a companhia pagar multas. Os sistemas de auditoria

fiscal e contábil analisam os arquivos digitais antes de enviar ao Fisco, tratando

desde a base de dados da empresa até a gestão das apurações e recolhimentos de

tributos e atendimento à legislação.

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Não será difícil notar nos próximos anos mais empresas na busca de soluções

de auditoria fiscal. Levando em consideração que uma empresa pode ser autuada

em até cinco anos, o que indica que nos próximos anos teremos muitas companhias

pagando por irregularidades no envio de informações ao Fisco. Algumas podem

perder grande parte da sua receita somente com o pagamento de multas, que,

muitas vezes, variam entre 10% e 100% do valor de uma operação.

Resumindo, como diz um antigo ditado popular: “é melhor prevenir que

remediar”. Afinal, a auditoria fiscal eletrônica não só vai trazer mais assertividade nas

informações, como irá também proporcionar agilidade, redução de custos e mais

tranquilidade para sua área fiscal. Investir nesse modelo é investir em segurança e

inovação.

3.7. Ilustração com Recente Pesquisa realizada sobre os Impactos do SPED e as Principais Dificuldades

A referida pesquisa é recente, teve sua coleta de dados iniciada em

13/04/2011 e divulgada em comunidades virtuais como: JAP's, SPED Brasil,

Spedito e SPED/ NF-e Google Group, que estiveram juntas na pesquisa

que teve seu encerramento em 13/05/2011.

A pesquisa buscou identificar o horizonte das empresas com relação a

amplitude do projeto SPED , como são geradas esses informações , qual a

obrigatoriedade, se existem auditorias no sistema, e quais as principais dificuldades

elencadas pelos entrevistados, abaixo segue alguns pontos dessa pesquisa:

Foi atingido o número de 1500 questionários respondidos por

empresas com um público de mais de 50 mil profissionais.

Foram escolhidas empresas dos setores da indústria, comércio e serviços,

buscando analisar quais os pontos críticos mencionados por pessoas diretamente

ligadas ou indiretamente ligadas ao processo de geração, validação e manutenção

e envio dos arquivos digitais ao fisco.

Selecionamos dentre toda a pesquisa as partes que achamos consonantes

com o nosso trabalho como, por exemplo, o Gráfico 1 que demonstra o perfil

tributário obtido.

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Gráfico 1 − Perfil Tributário Fonte: SPED Brasil (2011)

O Gráfico 2 demonstra a obrigatoriedade com relação aos projetos SPED

 Gráfico 2 − Obrigatoriedade com Relação aos Projetos SPED

Fonte: SPED Brasil (2011)  

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Considerando estes dois gráficos observamos que, aproximadamente a

metade dos respondentes se diz obrigado a EFD ICMS/IPI, ECD e EFD

PIS/COFINS, entretanto, em outra pergunta quanto a data da obrigatoriedade, quase

65% se incluiu em uma das três obrigatoriedades previstas, e quase 60% está no

Lucro Real.

Quando mencionado o Lucro Presumido, apenas 37,3% das empresas

responderam de forma correta sobre a obrigatoriedade. O que leva a concluir que

ainda em 2011, com mais de 5 anos de projeto SPED, ainda existem empresas que

não estão totalmente cientes de suas obrigatoriedades.

O Gráfico 3 aponta o que falta às empresas na visão dos participantes.

Gráfico 3 − O que Falta às Empresas Fonte: SPED Brasil (2011)

Neste caso, mais de 56% credita a falta de capacitação das áreas contábil e

fiscal como a maior dificuldade no projeto SPED, e 42% cita a falta de capacitação

na área TI como dificuldade.

 

 

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O Gráfico 4 apresenta as maiores dificuldades apontadas com relação à

documentação fiscal.

 

Gráfico 4 − Dificuldades Relativas a Documentos Fiscais Fonte: SPED Brasil (2011)

 

60% das empresas ainda consideram a NCM (Classificação Fiscal) a maior

dificuldade no preenchimento da NF-e. Pesquisa da IOB, realizada em 2010 com

mais de 400 empresas, apontou que 40% delas erram as alíquotas relacionadas à

NCM.

48% das empresas consideram os Valores dos Tributos a maior dificuldade no

preenchimento da NF-e. Pesquisa da Fiscosoft, realizada em 2011 com mais de 400

empresas, apontou que 42% delas consideram como maior desafio acompanhar as

alterações legais.

Esta pesquisa foi colocada para ilustrar as dificuldades com o SPED, uma vez

que nossa pesquisa tem foco nas dificuldades.

No capítulo que segue apresentamos os procedimentos para elaboração da

pesquisa.

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CAPÍTULO IV – DETALHAMENTO DO ESTUDO DE CASO E SEUS PROCEDIMENTOS

Este capítulo apresenta o detalhamento da metodologia empregada e a

descrição dos procedimentos utilizados para a análise dos resultados.

O caso se desenvolve num Grupo Empresarial Familiar, uma empresa

representativa do setor de Perfumaria e Cosméticos, que visa compreender quais as

principais dificuldades no processo de geração de inteligência fiscal e possíveis

impactos no desempenho da companhia que seja oriundo das características e

manutenção de sua cultura organizacional através de Tecnologias de Informação

(TI), objetivando o processo de inteligência fiscal.

O autor definido para alicerçar o estudo de caso é Robert Yin (2005), cuja

metodologia possibilitará uma pesquisa mais profunda das características

especificas da referida empresa, abrangendo a tecnologia da informação no que

tange ao processo de inteligência fiscal, e os impactos futuros na geração dos

arquivos digitais.

Ressalta-se que Yin (2005) sugere para a metodologia do estudo de caso a

análise de três fatores: - o tipo de problema a ser resolvido; - o controle que o

investigador possui sobre os acontecimentos; - o foco em eventos contemporâneos

em contraste com eventos históricos.

Assim, adequando este estudo à análise de Yin (2005), o primeiro ponto

abordado, tenta responder como as empresas brasileiras estão gerenciando

informações através de TI e como essas informações são estruturadas para geração

de inteligência fiscal. No segundo ponto, o controle sobre tais fenômenos por parte

do investigador é de grande relevância, podendo interferir diretamente nas decisões

das mudanças focadas no trabalho. Por fim, no terceiro ponto, o trabalho delimita-se

a, analisar, identificar e avaliar as informações que a organização dá origem, por

meio da Controladoria, através de sistema ERP, acompanhado de BI a fim de

verificar as principais dificuldades e suas possíveis causas na formação de

inteligência fiscal.

Com base nesses dados a opção, dentro das possibilidades do estudo de

caso, foi a escolha do estudo de caso único, também na concepção de Yin (2005).

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Segundo Yin (2005, p.61), o método de estudo de caso é:

Uma pesquisa empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto real de vida, no qual as fronteiras entre fenômeno e contexto não são claramente evidentes e no qual, múltiplas fontes de evidências são usadas.

Para o autor a escolha deve ser realizada com base em três fatores: o tipo de

questão que a pesquisa pretende responder, a contemporaneidade do fenômeno

que se pretende estudar e a possibilidade de controle sobre esse fenômeno. O

método de estudo de caso é o mais adequado quando procura responder questões

do tipo “como” e “por que”, quando o fenômeno estudado é contemporâneo (isto é,

ainda esta ocorrendo), e quando há pouca ou nenhuma possibilidade de controlar os

fatores envolvidos.

Para Yin (2005), um estudo de caso único é mais apropriado em três

situações:

a. Quando representa o caso decisivo, no que tange testar-se uma teoria bem formulada, dado que é necessário um caso único, que satisfaça todas as condições para se confirmar, contestar ou estender uma teoria.

b. Quando se trata de um caso raro ou extremo.

c. Quando lida com um caso revelador, tendo o investigador a oportunidade única de analisar um fenômeno ate então inacessível (YIN, 2005, p.63).

Esta pesquisa trata de um fenômeno enquadrável, segundo os itens, pois

trata-se de um Grupo Empresarial Familiar com participação de capital estrangeiro

composto por cinco empresas denominado de “GRUPO ECONOMICO, porém

totalmente independentes, o principal segmento do grupo é Perfumaria e Cosméticos

, porém existem outros segmentos além dos já mencionados que não são de grande

monta para a organização , suas principais receitas estão relacionas a venda no

varejo, porém opera também como vendas no atacado , sua estrutura de negócio foi

dividida em dois mercados assim denominados: - Mercado caracterizado pela Zona

Franca de Manaus e- Área de Livre Comércio denominado de Zona Franca e

Mercado Local que representa suas vendas no atacado e regiões do Nordeste, Sul

e Sudeste com lojas de varejo, sua estrutura financeira e econômica são totalmente

descentralizadas e independentes.

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Estes fatores tornam este caso extremo por ser de empresa familiar muito

dinâmica, mas que mantém sua cultura e preceitos preservados, tornando o caso

propício para análise no impacto de informações, visto que o ERP utilizado é o

mesmo com bases de dados independentes porém o BI é diferente devido as

regiões abrangidas .

4.1. Objetivos do Caso

O objetivo principal deste caso é identificar, avaliar e analisar o banco de

dados e sistemas de informação, como ocorreram os processos na geração das

informações pela controladoria, através de um sistema ERP, gerando uma estrutura

de inteligência fiscal, quais as dificuldades ocorreram, como e porque ocorreram,

buscando contribuir para o delineamento de um modelo teórico que relacione estes

benefícios e dificuldades ás características de implementação de inteligência fiscal.

Em suma, se pretende verificar quais as principais dificuldades para

implementação de inteligência Fiscal em um segmento da economia.

4.2. O Delineamento da Pesquisa

Segundo Yin (2005), qualquer tipo de pesquisa deve ter um delineamento de

pesquisa (research design), que é a sequência lógica que conecta as questões

propostas pela pesquisa aos dados coletados e, finalmente, às conclusões que

serão traçadas. É um “plano de ação”, que indica qual o caminho que será seguido

para se sair das questões propostas e chegar às respostas desejadas.

Para o autor, o delineamento de uma pesquisa baseada no método de

estudos de caso deve apresentar cinco itens, considerados especialmente

importantes:

Questões de pesquisa.

Proposições.

Definição da(s) unidade(s) de análise.

Descrição da lógica ligando os dados obtidos às proposições.

Definição de critérios para interpretar as descobertas da pesquisa.

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4.3. Questão da Pesquisa

A fim de dirigir a realização do estudo, foi colocada a seguinte questão

principal da pesquisa, elaborada com base no objetivo principal da pesquisa.

QUAIS as principais dificuldades foram encontradas para implementação

de inteligência fiscal nas empresas brasileiras COMO foram identificadas essas

dificuldades?

4.4. Proposições e Modelo de Pesquisa

Segundo Yin (2005), a definição de proposições dirige a atenção da pesquisa

para determinados aspectos que devem ser examinados dentro do escopo do

estudo.

Proposições podem ser entendidas como afirmações que estabelecem, de

certa maneira, relações teóricas entre os fatores que estão sendo estudados. Num

exemplo citado pelo autor, ele apresenta a seguinte questão de pesquisa: “Como e

por que as organizações colaboram entre si para prestar serviços em conjunto”?

Uma vez que a pergunta em si não indica o que deve ser estudado, uma proposição

do tipo “as organizações colaboram para obter benefícios mútuos” pode indicar a

direção para que o estudo seja iniciado.

O autor salienta que mesmo no caso de pesquisa exploratória, no qual o

objetivo principal é a busca de novas ideias e hipóteses para explicação do

fenômeno, é importante que sejam conduzidas a partir de algum referencial teórico

para que possam chegar a algum objetivo determinado, iniciando a exploração com

alguma lógica e direção, mesmo que mais tarde as propostas iniciais sejam

comprovadas erradas. As proposições não podem ser consideradas como hipóteses

da pesquisa, pois não haverá comprovação estatística.

Com a finalidade de estabelecer uma referencia teórica para o estudo, ou, de

acordo com a definição de Yin (2005), elaborar a preposição da pesquisa, realizou-

se, como já mencionado na introdução deste estudo, um levantamento bibliográfico

por meio do qual buscou-se identificar, na literatura e na imprensa especializada, as

principais questões e aspectos referentes a inteligência fiscal (construção de

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inteligência, novos paradigmas, benefícios obtidos, dúvidas, comentários e

afirmações, etc).

Durante o levantamento bibliográfico foi possível perceber que as questões

apresentadas dividiam-se em quatro grupos: relacionadas ao processo de

implementação de inteligência fiscal, conceito de inteligência fiscal, pressupostos de

inteligência fiscal e a maneira de conduzir com inteligência os resultados a serem

obtidos.

4.5. Unidade de Análise e Estudo de Caso Único

De acordo com Yin (2005), em uma pesquisa conduzida utilizando-se do

método de estudos de casos, duas dimensões devem ser consideradas: o número

de casos que compõe o estudo e o foco que será dado à unidade de análise.

Quanto ao número de casos, os estudos de caso podem ser de caso único

(single-case) ou casos múltiplos (multiple-case).

O autor apresenta três casos típicos para a realização de um estudo de caso

único: quando o caso é um caso que representa todos os aspectos de uma teoria

bem formulada; quando representa um caso extremo ou único; ou quando

representa uma oportunidade única de estudo para um determinado pesquisador.

Segundo o autor, o estudo de caso único é análogo a um experimento único,

e muitas das condições que servem para justificar um experimento único também

justificam um estudo de caso único.

Encontra-se um fundamento lógico para um caso único quando ele representa

o caso decisivo ao testar uma teoria bem formulada. A teoria especificou um

conjunto claro de preposições, assim como circunstâncias nas quais se acredita que

as preposições são verdadeiras. Para confirmar, contestar ou estender a teoria deve

existir um caso único que satisfaça todas as condições para testar a teoria. O caso

único pode, então, ser utilizado para determinar se as preposições de uma teoria são

corretas ou se algum outro conjunto alternativo de explanações pode ser mais

relevante.

Neste trabalho a opção é pelo estudo de caso único, cujo objetivo deve-se ao

fato de adequar-se ao terceiro fundamento de caso único, um fundamento lógico que

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será um caso representativo ou típico, com a intenção de capturar as circunstancias

e condições de um situação lugar-comum ou dia-a-dia.

Neste trabalho, a unidade de análise considerada será o processo de

implementação de inteligência fiscal conduzida por um sistema ERP e um sistema

de BI, e como a empresa consegue atingir parcialmente seus objetivos, mas

tentando chegar à plenitude.

Neste projeto, essa opção implicou na necessidade de um instrumento de

coleta de dados a ser aplicado na empresa com pessoas de mais de um

departamento.

Para Yin (2005), projetos de caso único, portanto, exigem uma investigação

cuidadosa do caso em potencial para minimizar as chances de uma representação

equivocada e maximizar o espaço necessário para coletar as evidências do estudo

de caso.

4.6. Coleta de Dados

De acordo com Yin (2005), seis fontes de evidência podem ser utilizadas para

a coleta de dados em estudo de caso: registro de arquivos, entrevistas,

questionários, observação direta, observação participante e artefatos físicos. Outro

aspecto importante a ser observado é representado por quatro aspectos no

levantamento da pesquisa empírica conforme mostra o Quadro 8.

Testes de caso Tática do estudo Fases da pesquisa no qual a tática dever ser

aplicada

Validade do Constructo

Utiliza fontes múltiplas de evidências. Estabelece encadeamento de evidências. O rascunho do relatório do estudo de caso é

revisado por informantes-chave.

Coleta de dados Coleta de dados Composição

Validade interna

Faz adequação ao padrão. Faz construção da explanação. Estuda explanações concorrentes. Utiliza modelos lógicos.

Análise de dados Análise de dados Análise de dados Análise de dados

Validade Externa

Utiliza teoria em estudo de caso único. Utiliza lógica da replicação em estudos de

casos múltiplos.

Projeto de pesquisa Projeto de pesquisa

Confiabilidade Utiliza protocolo de estudo de caso Desenvolve banco de dados para o estudo de

caso

Coleta de dados Coleta de dados

Quadro 8 – Aspectos que validam o Caso Fonte: Yin (2005)

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O instrumento escolhido foi um questionário (três modelos em apêndice),

enviado à empresa e direcionada aos profissionais das áreas de Tecnologia da

informação, Controladoria Fiscal e Diretoria Geral, visando analisar as principais

dificuldades e as causas para implementação de inteligência fiscal. Esse

questionamento se dá no processo de implantação de projetos de inteligência fiscal

e projetos atuais como SPED – Sistema Público de Escrituração Digital ou algum

sistema envolvendo BI (Business Inteligence) voltados para área fiscal. Intenciona-se

pela análise final descrever os dados obtidos, promovendo uma articulação dos

aspectos teóricos e empíricos com os dados obtidos nessa abordagem descritiva.

As aplicações de padrões da tecnologia da informação, para implementação

de inteligência fiscal nas organizações devem demonstrar, no caso prático, a sua

viabilidade e apontar as evidências de erros ou omissões suspeitas. Nesse sentido,

esta pesquisa busca validar ou não essas dificuldades, mostrando um cenário que

está sendo vivenciado nessa nova era na gestão de informações tributárias.

A ideia do questionário é permitir uma maior flexibilidade na questão natureza

exploratória da pesquisa e este foi conduzido pelo próprio pesquisador, devido ao

fato dos locais de trabalho dos pesquisados serem de difícil acesso. Assim, a

condução se deu via email com as dúvidas tiradas com a ajuda do sistema skype.

4.7. Composição do Questionário

O questionário foi elaborado a partir das proposições iniciais, do modelo de

pesquisa, das informações coletadas e levantamento bibliográfico; quais medidas

usadas para implementação de inteligência fiscal para tanto as perguntas foram

baseadas nas seguintes questões:

Porque a empresa optou em adotar um sistema ERP?

Como ocorreu o processo de implementação do BI de Inteligência Fiscal?

Quais dificuldades foram encontradas para implantação do novo sistema

com interface do BI?

Como a organização está vendo os novos paradigmas nas novas

estruturas de informações digitais que foram e serão entregues para os principais

órgãos públicos?

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4.8. População Pesquisada

População nada mais é do que o conjunto de indivíduos ou objetos que

apresentam em comum determinadas características definidas para o estudo.

A população pertencente à pesquisa é de ambiente não controlado, ou seja,

no contexto da vida real profissional. São seis profissionais, sendo dois de

Tecnologia da Informação e dois da área de Controladoria e dois Diretores,

colaboradores de um grupo econômico familiar, atuante no segmento de

Perfumaria e Cosméticos.

A intenção é obter respostas desses profissionais às perguntas: 1) quais as

principais dificuldades encontradas na implementação de inteligência fiscal no

grupo 2) Quais os critérios foram utilizados para avaliar, identificar e analisar as

informações geradas pela Controladoria? 3) Qual o papel da Controladoria nesse

processo de implementação?

O capítulo que segue, com base nestes procedimentos de pesquisa,

apresenta os resultados obtidos.

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CAPÍTULO V – APRESENTAÇÃO DA EMPRESA OBJETO DE ESTUDO E OS RESULTADOS DA PESQUISA

O estudo de caso ora delineado é representado por um grupo empresarial

familiar do segmento de Perfumaria e Cosméticos e outros derivados, com atuação

no mercado varejista e atacadista, com participação de capital estrangeiro, dividido

em duas subdivisões uma denominada de Mercado Local que abrange as regiões

Sul, Sudeste e Nordeste e outra denominada de Zona Franca, que abrange a

Região Norte, incentivada por benefícios fiscais, Zona Franca e Área de Livre

Comércio.

Participantes da pesquisa: 01 diretor Geral, 01 Diretor (Proprietário), 02

Gerentes das áreas de TI, das subdivisões, 02 usuários-chave da Controladoria

Fiscal. Como condição para a realização da pesquisa foi solicitado o sigilo com

relação ao nome da empresa e dos pesquisados.

5.1. Caracterização da Empresa

A empresa basicamente importa todos os produtos que revende, seus

produtos geram um faturamento anual do grupo em torno de ½ bilhão de reais,

aproximadamente, a matriz das duas principais empresas do grupo está situada em

Manaus, no Estado do Amazonas e o Mercado Local está dividido da seguinte

maneira:

Três depósitos, de aproximadamente 50.000 m2 para distribuição e

logística, situados no Município de Extrema, Estado de Minas Gerais e localizados

estrategicamente para efeito de planejamento tributário.

Duas lojas de Varejo, situadas no Estado do Rio Grande do Sul, no

Município de Porto Alegre, nos principais shoppings da cidade.

Três lojas de Varejo situadas no Estado de Pernambuco, no município de

Recife, situadas nos principais shoppings da Cidade: Shopping Recife, Tacaruna,

Boa Vista e uma loja de atacado para distribuição em massa.

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Uma loja de Varejo, situada na Rua Oscar Freire, uma das principais ruas

de comercio a céu aberto no Município de São Paulo, na qual também mantém todo

pessoal administrativo, marketing, comercial e logística.

A Zona Franca e Área de Livre Comércio estão assim divididas:

No Município de Manaus existem 32 lojas divididas em locais estratégicos:

aeroporto, principais shoppings da região, centro comercial da cidade, hotéis, cujas

essas mercadorias são importadas diretamente via Zona Franca de Manaus.

Na loja situada no centro da cidade, existe uma estrutura de

armazenamento e distribuição das mercadorias, na qual se concentram também as

demais estruturas: administrativa, comercial e marketing.

A área de livre comércio é dividida em 03 grandes lojas situadas no Estado

do Amapá, em sua capital Macapá e um depósito fechado, no qual ficam

armazenadas as mercadorias que são importadas pelo Porto de Belém; existe,

ainda, uma loja de distribuição no atacado em Belém.

Uma loja situada no Estado de Rondônia, na cidade de Guajará-Mirim,

divisa com a Bolívia.

5.2. Breve Histórico

Sua história começou em 1970, quando foi fundada como uma loja situada na

Rua 25 de Março, iniciando sua atividade com pouco mais de 10 funcionários entre

empregados e prestadores de serviços.

Hoje ela conta com mais de 1.000 colaboradores e aproximadamente 300

prestadores de serviços nas diversas áreas de negócios.

A partir do ano de 1996 o grupo implantou um sistema ERP para suportar o

crescimento e a expansão das atividades da empresa, sendo que já contava com

uma estrutura bem maior que a inicial e um faturamento em torno de meio milhão de

reais.

A escolha pelo fornecedor, para o sistema ERP foi movida pela estrutura do

sistema, pelas necessidades de atendimento à estrutura comercial do Grupo, pelo

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tipo de relatórios que o sistema gerava; tudo influenciado com base na estrutura

comercial, deixando-se de lado a estrutura organizacional e administrativa do grupo.

Neste primeiro momento foi analisada tão somente a estrutura comercial e

marketing. Após a implantação do ERP e decorrido algum tempo, notou-se a

necessidade de implementar a estrutura organizacional e administrativa do grupo.

Houve, então, a necessidade de adquirir novos módulos do sistema que

satisfizessem tal necessidade; foi adquirido também um sistema de inteligência para

administração comercial que gera e acompanha gerencialmente o desempenho de

cada área de cada subdivisão do grupo com base nos negócios realizados.

O sistema ERP utilizado é o mesmo para o grupo empresarial, porém, a base

de dados está dividida da mesma maneira que a administração comercial, Mercado

Local, ZF e ALC.

Como a parte organizacional e administrativa num primeiro momento não foi

integrada ao ERP, esse foi o segundo passo na implantação: foram implantados

diversos módulos gerenciais.

No período que compreende os anos de 1996 a 2005 o grupo sofreu várias

fiscalizações tanto na esfera Estadual como Federal e acumulou um prejuízo

aproximado de mais de dois milhões de reais onerando, de maneira substancial, o

fluxo de caixa da empresa.

Algumas questões ainda estão sendo discutidas administrativamente e via

judicial, mas, a partir deste momento resolveu-se implantar um sistema de

inteligência fiscal, o qual deveria minimizar esses efeitos até chegar à plenitude de

sanar todos os problemas fiscais que envolviam o grupo empresarial.

A partir do ano de 2006, a alta administração resolveu tomar providências

com relação ao ocorrido nas fiscalizações anteriores e propôs a criação de uma

estrutura para sanar os problemas ocorridos no passado, foi implementado então o

departamento de Controladoria Fiscal, o qual ficaria responsável por toda estrutura

tributária do grupo, visando implementar melhorias e evitar novas autuações.

Como já foi mencionado anteriormente, o grupo está dividido em 05

empresas, sendo que duas mantêm suas matrizes em Manaus e estão sujeitas à

fiscalização diferenciada conforme legislação vigente.

A partir da implantação deste departamento foram levantadas várias questões

e ações a serem conduzidas:

A empresa trabalha com eficácia as informações geradas?

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Existe algum controle de débitos fiscais existentes nas principais

repartições públicas?

Como são tratadas as informações geradas através do sistema ERP?

Existe algum sistema de inteligência artificial – BI utilizado para gerenciar e

analisar tais informações?

Quais as dificuldades levantadas para criação deste departamento e, como

a empresa é descentralizada, como são efetuados os levantamentos e trabalhos

analisados?

Com base nestes questionamentos fizemos um levantamento das dificuldades

que nortearam a pesquisa com os autores que as embasaram teoricamente e

apresentamos no Quadro 9.

DIFICULDADES AUTOR-OBRA

A complexidade da legislação tributaria brasileira

CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário . 16ª ed.São Paulo: Malheiros, 2001.

COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Comentários ao Código Tributário Nacional , coord. Carlos Valder do Nascimento. Rio de Janeiro: Forense, 1997.

CÓDIGO TRIBUTARIO NACIONAL - Artigos, 96, 97, 100, 113, 114 e 115.Obrigações Acessórias

MAÑAS, Antonio Vico. Administração de Sistemas de Informação. São Paulo:Érica, 1999.

SVEIBY, K.E. A nova riqueza das organizações: gerenciando e avaliandopatrimônios de conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França de. Tecnologia da informação– aplicada a sistemas de informação empresarial. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2003.McGEE, James; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico dainformação. Rio de Janeiro: Campus, 1994.DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial –como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. 2ª Ed. Rio deJaneiro: Campus, 1998.

DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial –como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. 2ª Ed. Rio deJaneiro: Campus, 1998.

McGEE, James; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico dainformação. Rio de Janeiro: Campus, 1994.BARBIERI, C. BI – Business Intelligence : Modelagem e Tecnologia. Rio deJaneiro: Axcel Books, 2001

REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França de. Tecnologia da informação– aplicada a sistemas de informação empresarial. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2003.

CHINELATO FILHO, João. A arte de organizar para informatizar. Rio deJaneiro: Livros Técnicos e Científicos, 1993.

McGEE, James; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico dainformação. Rio de Janeiro: Campus, 1994.

O arcabouço tributário e o excesso de obrigações principais e acessórias.

O treinamento constante do pessoal envolvido no

processo de geração fiscal

Os pacotes excessivos do ERP para atualização da

legislação tributaria

Um BI adequado para agregar todas as obrigações

principais e acessórias.

Cruzamento de todas as informações necessárias

para gerar relatórios e obrigações tributárias.

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107  

Quadro 9 − Principais Dificuldades que Embasaram a Pesquisa Fonte: Adaptados dos Autores Citados no Quadro

Falta de profissional qualificado e especializado sobre a legislação tributaria

DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial –como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. 2ª Ed. Rio deJaneiro: Campus, 1998.

As novas estruturas de arquivos digitais recém

criadas pela União, Estados e Municípios.

CHINELATO FILHO, João. A arte de organizar para informatizar. Rio deJaneiro: Livros Técnicos e Científicos, 1993.

Criação de novas obrigações acessórias sem extinguir as existentes com informações

em duplicidade

COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Comentários ao Código Tributário Nacional , coord. Carlos Valder do Nascimento. Rio de Janeiro: Forense, 1997.

DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial –como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. 2ª Ed. Rio deJaneiro: Campus, 1998.

CAVALCANTI, Elmano Pontes. Inteligência Empresarial e o Sucesso nosnegócios. Artigo: ENANPAD 2004. XXVIII ENCONTRO DA ANPAD. Setembro,2004.

PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

Os prazos para cumprimento das obrigações principais e

acessórias são demasiadamente curtos

CÓDIGO TRIBUTARIO NACIONAL - Artigos, 96, 97, 100, 113, 114 e 115.Obrigações Acessórias

A complexidade das informações gerada pelo

SPED e demais obrigações digitais.

McGEE, James; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico dainformação. Rio de Janeiro: Campus, 1994.

REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França de. Tecnologia da informação– aplicada a sistemas de informação empresarial. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2003.

FULD, Leonard M. Inteligência Competitiva: Como se manter a frente dosmovimentos da concorrência e do mercado. Rio de Janeiro: Campus, 2007.

RIBEIRO, Fabio Pereira. Inteligência Fiscal na Controladoria – Umacontribuição do uso de procedimentos de inteligência competitiva comoferramenta de produção e análise de informações fiscais para a controladoria. SOUZA, Cesar Alexandre de; SCCOL, Amarolina Zanela. Sistemas ERP noBrasil (Enterprise Resource Planning ) Teoria e Casos. São Paulo: Atlas, 2009.

Avaliação dos recursos destinados ao projeto, revisão

e comunicação do projeto

Definição do cronograma para implementação do projeto, consultoria para equipe de retaguarda.

Os processos de mapeamento de informações

nem sempre são claros e objetivos , enfatizando á área

tributaria da empresa.

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108  

5.3. Resultados da Pesquisa

Considerando os seis questionários de pesquisa apontamos os resultados

obtidos conforme os questionamentos solicitados, segundo os modelos em

apêndice.

5.3.1. Perfil dos Pesquisados – Parte I

Neste item apresentamos os resultados obtidos do perfil dos pesquisados

levando em consideração dois pesquisados de cada área (diretoria, controladoria e

tecnologia da Informação), sendo três pesquisados trabalhadores do Grupo na Zona

Franca (ZF) e três pesquisados trabalhadores do Grupo no Mercado Local (ML),

perfazendo um total de seis participantes.

1) Gênero:

GRUPO PESQUISADO ZONA FRANCA MERCADO LOCAL

MASCULINO 2 3

FEMININO 1 0

Quadro 10 – Gênero dos Pesquisados Fonte: Elaborado pelo Autor

Os dois grupos são em sua maioria masculinos, salvo a responsável pela TI.

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109  

2) Idade:

FAIXA ETÁRIA ZONA FRANCA MERCADO LOCAL

35 a 40 anos 1 0

41 a 45 anos 1 1

46 a 50 anos 1 2

Quadro 11 – Idade dos Pesquisados Fonte: Elaborado pelo Autor

Podemos observar que os cinco homens pesquisados estão acima dos 40

anos, salvo a responsável pela TI, com 35 anos.

3) Cargo que ocupa na Instituição:

Quadro 12 – Cargo que Ocupa na Empresa

Fonte: Elaborado pelo Autor

Podemos observar que os cargos são os mesmos nos dois locais, divergindo

unicamente no nome do cargo da diretoria.

LOCAL CARGOS OCUPADOS

Diretor Administrativo e Financeiro

Gerente de Controladoria Fiscal

Gerente de Tecnologia da Informação

Diretor Geral

Gerente de Controladoria Fiscal

Gerente de Tecnologia da Informação

ZONA FRANCA

MERCADO LOCAL

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110  

4) Tempo de Trabalho na Instituição:

Quadro 13 – Tempo de Trabalho na Empresa

Fonte: Elaborado pelo Autor

O tempo de trabalho na instituição varia de 4 a 16 anos, sendo que os mais

antigos de cada local, 12 (ZF) e 16 (ML), ocupam os cargos de Diretoria.

5) Curso de Graduação:

Quadro 14 – Curso de Graduação

Fonte: Elaborado pelo Autor

Os cargos ocupados condizem com as formações acadêmicas apresentadas,

sendo que dois dos pesquisados apresenta duas formações diferentes: um deles em

Administração de Empresas e Ciências Contábeis e outro em Ciências Contábeis e

Direito. Os responsáveis por TI têm formação em Engenharia e Ciência da

Computação.

TEMPO DE TRABALHO NA INSTITUIÇÃO

ZONA FRANCA MERCADO LOCAL

2 a 5 anos 0 1

6 a 10 anos 2 1

11 a 14 anos 1 0

15 a 20 anos 0 1

CURSOS DE GRADUAÇÃO ZONA FRANCA MERCADO LOCAL

Ciências Contábeis 2 2

Administração de Empresas 0 1

Engenharia da Computação 1 0

Ciências da Computação 0 1

Direito 0 1

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111  

6) Cursos de Especialização ou MBA:

Quadro 15 – Cursos de Especialização ou MBA Fonte: Elaborado pelo Autor

Notamos a preocupação dos profissionais de estarem sempre atualizados.

Cada um fez em média dois cursos de especialização.

CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO OU MBA ZONA FRANCA MERCADO LOCAL

Mestrado em Ciências Contábeis 1 0

Especialização em Direito Tributário 1 1

Especialização em Controladoria Estratégica 0 1

Especialização em Ciências da Computação 0 1

Especialização em Contraladoria 0 1

Especialização em Finanças 0 1

Especialização em Análise e Auditoria de Sistemas

1 0

MBA em Gestão Tributária 0 1

MBA em Auditoria 0 1

MBA em Gestão Empresarial - Executivo Internacional

1 0

MBA em Processos e Gestão de Tecnologia 1 0

Redes e Oracle 1 0

Consultoria em Projetos – IPTEC/RS 0 1

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112  

7) Outros Cursos para Aperfeiçoamento

OUTROS CURSOS PARA APERFEIÇOAMENTO

ZONA FRANCA MERCADO LOCAL

Contabilidade Internacional 1 0

Tributos 1 0

SAP 1 0

Gerenciamento de Pessoas 0 1

Diversos cursos na área Tributária 0 1

Não respondeu 1 1

Quadro 16 – Cursos para Aperfeiçoamento Fonte: Elaborado pelo Autor

Percebemos nesta resposta que os cursos de aperfeiçoamento são

direcionados à área em que atuam e que alguns fizeram mais de um curso.

8) Trabalha em outro Local? Qual?

Quadro 17 – Se trabalha em outro local, onde? Fonte: Elaborado pelo Autor

Os dois profissionais que responderam afirmativamente, um deles trabalha

em Escritório Contábil e o outro trabalha com Consultoria e Assessoria Técnica para

Empresas na Área Tributária e Escritórios de Advocacia.

Um dos profissionais que respondeu não, afirmou que desenvolve trabalho

não remunerado como voluntário.

TRABALHA EM OUTRO LOCAL

ZONA FRANCA MERCADO LOCAL

SIM 1 1

NÃO 1 2

Não Respondeu 0 1

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113  

5.3.2. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa

Das dificuldades abaixo encontradas cite, se houver, quais as que você

enfrentou no processo de implementação? Indique outras se achar necessário?

Quadro 18 − Dificuldades Elencadas pelos Pesquisados Fonte: Elaborado pelo Autor

A questão 1 destina-se a analisar quais foram as principais dificuldades

encontradas, de acordo com os pesquisados, no processo de implementação da

inteligência fiscal dentro do contexto da organização e os gráficos representam quais

foram as respostas de cada pesquisado por departamento e por mercado de

atuação.

A questão 1a compreende: “A complexidade da legislação tributária

brasileira”. 100% dos entrevistados das três áreas, TI, Controladoria e Diretoria

responderam que a complexidade da legislação tributária brasileira é um fator que

mais afeta a geração de inteligência fiscal na organização.

ML ZF ML ZF ML ZF1 1 1 1 1 1 1a1 1 1 1 1 1b1 1 1 1 21 1 1 1 1 1 31 1 1 1 4

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1 1 1 1 111 1 1 12

1 1 1 1 13

Um BI adequado para agregar todas as obrigações principais e acessórias.

Tec, Inf. Diretoria Control.Questão

Das dificuldades abaixo encontradas , cite se houver quais que você enfrentou no processo de implementação? Indique outras se achar

A complexidade da legislação tributaria brasileiraO arcabouço tributário e o excesso de obrigações principais e acessórias.O treinamento constante do pessoal envolvido no processo de geração fiscalOs pacotes excessivos do ERP para atualização da legislação tributaria

A complexidade das informações gerada pelo SPED e demais obrigações digitais.Avaliação dos recursos destinados ao projeto , revisão e comunicação do projeto.Definição do cronograma para implementação do projeto, consultoria para equipe deretaguarda.

Cruzamento de todas as informações necessárias para gerar relatórios e obrigaçõestributárias.

Falta de profissional qualificado e especializado sobre a legislação tributaria brasileiraAs novas estruturas de arquivos digitais recém criadas pela União, Estados eMunicípios.

Criação de novas obrigações acessórias sem extinguir as existentes com informaçõesem duplicidade.

Os processos de mapeamento de informações nem sempre são claros e objetivos ,enfatizando á área tributaria da empresa.

Os prazos para cumprimento das obrigações principais e acessórias sãodemasiadamente curtos.

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122  

5.3.3. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa à Diretoria

1) A empresa tem algum sistema ERP em conjunto com BI ? Quais as razões pelas quais a empresa adotou esses sistemas?

Zona Franca

ERP – Maxipro e no momento está havendo a implantação do SAP. O BI existente é na área comercial denominado Quikview

Mercado Local

Sim, a empresa opera com um ERP e optou em adquirir um BI voltado para a área Comercial e outro para a área tributária, a fim de acompanhamento e melhoria nos impostos e demais obrigações fiscais.

Podemos notar que ambos os mercados possuem um sistema ERP para

controles de informação. A ZF atualmente está em um processo de mudança do

ERP, porém, somente no ML existe um BI voltado para a área Tributária visando

melhor controle dos arquivos e suas obrigações fiscais, o Mercado caracterizado

pela ZF tem uma estrutura na legislação com complexidade menor que o ML, visto

que existe apenas um ERP para geração de tais informações.

2) A decisão de adotar o sistema foi um consenso entre diversos interessados? Como foi executada?

Zona Franca

Foi definição Corporativa (Matriz) para padronização e unificação da mesma plataforma de sistema nas unidades (filiais) espalhadas no mundo.

Mercado Local

A decisão partiu da necessidade eminente de novas perspectivas frente aos novos sistemas e controles governamentais, essa decisão partiu das necessidades atuais do grupo, visando resolver problemas que existiam na administração tributária da organização, partiu do consenso entre todos os interessados; foi comunicado à presidência que avaliou e aprovou o projeto.

Nesta questão podemos observar que a adoção do sistema foi uma decisão

vertical partindo da alta direção das empresas, visando um melhor desempenho e,

também, a participação de todos os demais interessados na conjuntura do projeto.

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123  

3) A empresa possui algum sistema de inteligência fiscal? Quais os motivos que levaram a organização a adotar tal sistema?

Zona Franca

Não. A empresa está priorizando a implementação do sistema ERP (SAP) de gestão da empresa e o próximo passo será a melhoria de processos que poderá contemplar um BI Finanças e a possibilidade de inteligência fiscal. Portanto, o status é um plano de médio prazo.

Mercado Local

A empresa tem um sistema que visa o gerenciamento das informações tributárias, motivos estruturais da organização e necessidade de acompanhamento do dinamismo do mercado e dos governos.

Nesta questão evidenciamos que existe no segmento do Mercado Local, uma

preocupação com relação as obrigações e informações que serão repassadas para o

fisco. Quanto à estrutura da Zona Franca existe a preocupação de implantação do

sistema SAP, que foi determinado pela Matriz estrangeira e que é a principal

acionista como prioridade do momento e, posteriormente, irão implementar um BI

voltado para a área de finanças da organização. Ainda não existe nenhum plano

para implementação de BI para gerenciamento de informações fiscais.

4) Quais métodos foram avaliados para a equipe de projetos em relação a sua implementação?

Zona Franca

Não há BI Fiscal. O método para implementação do sistema ERP (SAP) foi definido pela Matriz, onde está sendo utilizado o template global e adaptando conforme necessidade e especificidade local (país).

Mercado Local

A organização adotou como avaliação a nova estrutura organizacional e o crescimento de informações e obrigações elencadas pelo departamento fiscal

Nesta questão ficou evidente que na organização, somente o Mercado Local

preocupou-se em adotar uma estrutura visando, objetivamente, as informações

geradas pela controladoria, no que tange à área tributaria. O segmento da Zona

Franca está preocupado, no momento, com a implementação do sistema SAP.

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5) Houve treinamento prévio das equipes de trabalho em relação à metodologia da implementação? Como ocorreu?

Zona Franca

Não.

Mercado Local

O treinamento somente ocorreu após a implementação visando o aperfeiçoamento, porém houve treinamento para os usuários-chave no acompanhamento do projeto

Ficou evidenciada a preocupação do segmento do Mercado Local em treinar

os seus colaboradores, porém, isso somente ocorreu após a implementação não

sendo um critério correto na perspectiva de implementação.

6) A comunicação do projeto foi transparente e clara? Como foram atingidos os objetivos?

Zona Franca

Sim. Toda a administração foi envolvida e comunicada a respeito do projeto implementação do sistema ERP (SAP) e sistematicamente a equipe do projeto faz reunião com a Matriz. Quanto os demais empregados são comunicados de tempos em tempos (bimestralmente ou trimestralmente).

Mercado Local

A comunicação do projeto partiu exclusivamente da diretoria para os demais departamentos, foi bem claro, porém, houve algumas resistências no inicio do mesmo

Nesta questão tanto o Mercado Local quanto a Zona Franca tiveram o mesmo

objetivo com relação ao projeto, partindo do alto escalão da organização e

comunicando os principais responsáveis. Notamos que no mercado local houve

resistência na implementação do projeto por motivos de adaptação.

7) Houve necessidade de equipe de apoio externo para implementação? Qual o critério de escolha dessa equipe?

Zona Franca

Sim. Estamos contando com consultoria externa internacional e local, tendo em vista que se trata de um projeto global.

Mercado Local

Sim, houve apoio de equipe externa para acompanhamento da implementação; essa escolha ocorreu por uma empresa especializada em projetos e processos de implantação de sistemas gerenciais e fiscais, visando um desempenho favorável e pleno.

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Nesta questão foram unânimes em responder que houve a necessidade de

apoio externo para implementação, visando melhorias no processo e cumprimento

dos prazos para implementação

8) Existe algum departamento para gerenciamento das informações fiscais? Qual o departamento e como é sua estrutura?

Zona Franca

No projeto implementação do sistema ERP (SAP) a área responsável pelas informações é a Diretoria financeira – Depto de Controladoria, que conta também com apoio de consultor tributário externo.

Mercado Local

A empresa adotou há aproximadamente 03 anos um sistema de gerenciamento de informações fiscais, porém, os resultados ainda não foram avaliados na sua totalidade.

Nesta questão existe um departamento responsável pelo gerenciamento das

informações fiscais e também uma consultoria externa na área tributária no

segmento da Zona Franca.

9) A empresa está satisfeita com a nova estrutura de informações geradas pela controladoria fiscal?

Zona Franca

O processo atende as necessidades normais e básicas para que a empresa não tenha desvios ou irregularidades fiscais. Porém, conforme informado anteriormente a empresa planeja a melhoria de processos que poderá contemplar um BI Finanças e a possibilidade de inteligência fiscal e que auxiliará no planejamento estratégico tributário / fiscal.

Mercado Local

Ainda não podemos avaliar os resultados esperados, porém, segundo o departamento e análises efetuadas houve melhorias significativas, com relação ao desempenho apurado, atendendo as necessidades fiscais.

Neta questão, os dois segmentos estão satisfeitos com as informações

geradas. A Zona Franca não possui um sistema de BI, mas o sistema de ERP

satisfaz as atuais necessidades. O Mercado Local ainda não teve como verificar com

exatidão os resultados esperados, mas concorda que houve melhorias significativas

nas informações geradas.

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126  

10) As dificuldades do projeto foram sanadas, ou ainda devem ser melhoradas e estruturadas?

Zona Franca

O projeto implementação do sistema ERP (SAP) ainda está em andamento, com previsão de lançamento (go live) até o final do ano corrente.

Mercado Local

O projeto foi implementado em sua plenitude as dificuldades principais foram resolvidas, porém, com a evolução tecnológica e a estrutura tributária existentes estamos implementando melhorias a cada dia.

Nesta questão, os dois segmentos ainda estão implementando melhorias,

mas as principais dificuldades foram sanadas até o momento da implementação,

porém, a Zona Franca ainda está concluindo o processo de implementação do ERP

e o Mercado Local estão estruturando alguns pontos que precisam ser sanados com

relação às novas tecnologias.

5.3.4. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa à Controladoria

1) Você saberia informar se existe algum sistema ERP ou BI na empresa? Quais?

Zona Franca

Sistema MaxPro, sistema informatizado, integrado para atender a necessidade de melhorias nas informações de cunho operacional, administrativo e financeiro.

Mercado Local

A empresa possui um sistema ERP o qual integra todas as áreas, administrativa, comercial, custos, controladoria, departamento de pessoal, custos e marketing. O sistema de BI é utilizado pelo score da empresa e suas áreas de acesso; o BI na área de Controladoria Fiscal é direcionada para comparação de informações e obrigações acessórias, visando sanar erros de informações ocasionados pelo ERP e uma melhor análise destes dados, cruzando informações de diversos segmentos.

O objetivo desta questão foi analisar se a organização possui algum sistema

ERP ou BI. Nesta questão as duas divisões possuem um sistema de ERP, porém

somente o Mercado Local possui um sistema de BI voltado para a área fiscal.

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2) Como são geradas as informações para cumprimento das principais obrigações acessórias da empresa?

Zona Franca

As informações são geradas em arquivos TXT para validação dos programas disponibilizados pelos órgãos fiscalizadores e arrecadadores.

Mercado Local

Essas informações são geradas pelo ERP da empresa, que normalmente apresentam divergências; os motivos analisados destas divergências foram identificados através de informações inconsistentes no ERP.Esse problema está sendo solucionado por treinamentos contínuos dos usuários.

Esta questão traz como objetivo analisar as informações enviadas ao fisco,

por intermédio de algum sistema ERP ou outro capaz de fazê-lo. A divisão ML

afirmou que as informações são geradas por um sistema ERP, porém, no Mercado

Local foi enfatizado que as informações geram divergências e nem sempre são

consistentes. A ZF não identificou qual o sistema que gera essas informações,

mencionando apenas que são gerados por arquivos TXT e são validados

exclusivamente por programas dos órgãos fiscalizadores.

3) Você poderia informar como era a estrutura fiscal da empresa antes da implementação:

Quais as mudanças que ocorreram após a implementação?

Zona Franca

Era completamente mecânica, metodologia retrógada, escrituração em livros adquiridos em tipografia, apuração dos impostos em planilha eletrônica. Mudanças significativas ocorreram, tais como, aprimoramento das informações, agilidade na escrituração, bem como redução de custos, principalmente de pessoal.

Mercado Local

A Estrutura fiscal da empresa antes da implementação era efetuada basicamente por planilhas de Excel, através do fechamento dos livros fiscais e as obrigações acessórias eram geradas manualmente, sem qualquer verificação de consistência com outras informações geradas. Com a implementação do ERP, esses problemas foram, em parte, sanados, evitando retrabalho e também uma consistência um pouco melhor, mas, também, não eram 100% corretas. Havia muitas planilhas externas para adequar as informações. A implementação somente entrou na sua plenitude após 03 anos de uso do ERP e, posteriormente, com o BI, que aumentou a capacidade de análise das informações, comparativos e cruzamento de informações.

O intuito desta questão foi demonstrar como a organização atua na geração

das informações fiscais antes da implementação do ERP, e as duas divisões foram

enfáticas em responder que eram métodos arcaicos, com base em planilhas

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eletrônicas sem qualquer controle, bem como livros manuscritos. Após a

implementação houve melhoria das informações, agilidade no processo, redução de

custos, e no ML ocorreu após um período de 03 anos e a implementação do BI, a

capacidade de análise e cruzamento de informações sofreram grandes resultados.

4)Quase as principais dificuldades encontradas na implementação do sistema ERP acompanhado do BI?

Zona Franca

Adequação do sistema quanto às operações da empresa, visto a miscigenação das informações, e adequação das mesmas para enviar ao fisco. Problemas com pessoal, possuidores de mentalidades arcaicas que não aceitaram, de imediato, a implementação do sistema.

Mercado Local

As principais dificuldades encontradas na implementação do ERP foram: 1- Falta de treinamento do pessoal envolvido no processo de

implementação. 2- Mudança constante de consultores do fornecedor do pacote ERP 3- Aproveitamento de base de dados do sistema anterior de maneira

incorreta, gerando divergências de dados e informações 4- Falta de estrutura do fornecedor para solucionar pequenos problemas. 5- O fornecedor não possuía equipe no Estado para resolver problemas

imediatos. 6- Falta de acompanhamento da legislação por parte do fornecedor para

obrigações imediatas. 7- Falta de melhorias no sistema para acompanhamento da legislação que é

um fator chave dentro de um sistema fiscal

As principais dificuldades do BI. 1 – Informações inconsistentes a partir do ERP que foram sanadas posteriormente 2 – Treinamento dos usuários chave.

Esta questão vem, a principio, destacar o problema da pesquisa visando

descobrir quais as principais dificuldades encontradas para implementação de

inteligência fiscal na organização. Com base nesse contexto, a divisão da ZF

respondeu que a adequação do sistema quanto às operações da organização e o

problema de aceitação dos usuários foi um fator relevante, já o ML elencou que a

falta de treinamento do pessoal envolvido foi um agravante, acompanhado da falta

de legislação por parte do implementador; o aproveitamento de base de dados do

sistema anterior e treinamento dos usuários chave, foram fatores que impediram o

bom desempenho da implementação.

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5) Houve melhorias no sistema de informação?

Zona Franca

As melhorias feitas no sistema, após implantação, foram exclusivas e adequadas às requeridas pela fiscalização.

Mercado Local

Sim, as melhorias foram claras para o departamento, após todo o processo de rever os parâmetros e demais condições para o bom andamento do trabalho.

As duas divisões responderam que houve melhorias na informação gerada a

partir do ERP

6)A empresa possuiu ou possuía controles dos processos de fiscalização

Zona Franca

Os controles existentes eram de cunho mecânico, sem a devida informação em tempo hábil.

Mercado Local

Anteriormente a empresa não possuía qualquer controle nos processos de fiscalização; eram apenas pontuais na medida em que eram fiscalizados. Esse era um problema constante, visto que opera em diversos Estados e principais capitais. Após a implementação do sistema e reestruturação no departamento, a empresa começou a adotar relatórios e acompanhamentos periódicos de todas as informações e obrigações acessórias geradas pelo sistema e acompanhadas pelo BI.

Esta questão elenca se a empresa possui algum sistema de controle com

referência aos processos de fiscalização. A ZF destacou que eram controles

mecânicos, sem informações em tempo hábil, já o ML enfatizou que anteriormente a

implementação não possuía qualquer controle sobre os processos de fiscalização, e

que a partir da implementação e reestruturação no departamento, passou a adotar

relatórios periódicos de todas as informações necessárias por meio do BI para o bom

andamento do processo de inteligência fiscal

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7)Anteriormente a implantação do BI existia algum controle paralelo as informações geradas pelo ERP.

Zona Franca

Resposta no item 6, os controles eram mecânicos.

Mercado Local

Antes da implantação do BI havia vários controles paralelos, os quais geravam enorme retrabalho para o departamento fiscal; até então não havia um departamento de controladoria fiscal para analisar essas informações que não eram analisadas em sua plenitude, somente artificialmente. Como o sistema ainda não gerava todas as informações para atender à legislação vigente, foram criados controles paralelos para sanar tal situação. Após rever as parametrizações do sistema e da legislação dos locais de trabalho da empresa essa situação foi normalizada.

O objetivo desta questão foi analisar as principais dificuldades existentes no

processo de geração de inteligência fiscal. A ZF foi clara em responder reportando-

se a questão anterior e o ML também foi enfático em responder que existiam

controles paralelos, gerando retrabalho para os usuários, e que após a

parametrização do sistema, em acordo com a legislação dos locais de trabalho, essa

situação sofreu melhorias.

8)Houveram reduções nas autuações após a implementação do ERP / BI e do departamento de Controladoria Fiscal?

Zona Franca

A redução de autuações se deu, não apenas pelos sistemas de informações, mas também pela mudança de assessoria contábil/fiscal nos últimos 5 anos.

Mercado Local

Como a empresa está sob fiscalizações periódicas, esses fatos só puderam ser analisados após a implementação completa do ERP e do BI que durou aproximadamente 03 anos. Essas situações estão sendo analisadas nesse momento, pois aparentemente houve uma redução em torno de 30% nas autuações e os prazos das obrigações acessórias estão sendo cumpridas na sua plenitude.

Essa questão teve como objetivo demonstrar um mandamento da inteligência

fiscal que é o monitoramento constante das certidões negativas e cadastrais junto

aos órgãos fiscalizadores. Nesse intuito, a ZF respondeu que essas autuações se

deram, não apenas pelo sistema de informações, mas também na mudança de

estrutura no departamento com assessoria externa; já o ML respondeu que após a

implementação do ERP acompanhado do BI, ainda são analisadas tais situações,

mas que houve redução de 30% em tais autuações.

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9) Na sua opinião o plano de implementação foi bem definido?Era bastante claro ou em que ponto poderia melhorar?

Zona Franca

Teoricamente o plano era bom, porém, a implementação encontrou outra realidade, o que a levou a uma readequação de alguns parâmetros.

Mercado Local

O plano de implementação, na minha opinião, não foi bem estruturado, porque partiu de uma base de dados com diversos problemas. A princípio seria uma nova estrutura, mas foram emendando no processo; os consultores não foram hábeis o bastante para resolver essas questões pontuais. Ele era claro na sua concepção, mas não na sua execução. Acredito que deveria ser melhor analisado e a implementação no inicio deveria ter um plano de horas mais adequado.

O objetivo desta questão foi avaliar o plano de implementação do ponto de

vista das dificuldades encontradas na área tributaria. A ZF limitou-se a responder

que a implementação teve problemas de estruturas e parâmetros, porém, o ML

respondeu que a implementação sofreu problemas de parametrização do sistema e

estrutura do banco de dados, que partiu de uma base já existente na organização;

que era clara na concepção, mas, na execução sofreu várias dificuldades.

10) Em relação as informações:

a) Houve melhorias na disponibilidade de informação

Zona Franca MUITO

Mercado Local MUITO

c) Houve melhorias no tempo de obtenção da informação

Zona Franca POUCA

Mercado Local NENHUMA

d) Houve melhoria na confiabilidade qualidade da informação

Zona Franca POUCA

Mercado Local MUITO

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132  

e) Houve perda de informação

Zona Franca POUCA

Mercado Local NENHUMA

Essas perguntas tiveram a intenção de analisar, se após a implementação,

houve melhorias nas informações geradas pelo ERP com apoio ou não do BI,

visando um dos princípios fundamentais da inteligência fiscal que são informações

precisas e claras com objetivo de não gerar retrabalho e nenhum contingente

tributário e, nesse sentido, o ML foi enfático em responder que houve melhorias na

disponibilidade, no tempo, na confiabilidade da informação não havendo perda.

Já A ZF respondeu que houve melhorias na disponibilidade, porém o tempo

não foi alterado, a confiabilidade foi pouca e a perda de informação nenhuma,

11) Na sua opinião os sistema implantado é adequado a estrutura organizacional da empresa.

Zona Franca

Na totalidade das necessidades da empresa não; um sistema para ser eficiente precisa atender pelo menos 80% da realidade empresarial. Talvez isso se deva ao fato do mesmo não ser amigável ao usuário; menus complexos para imprimir um simples relatório.

Mercado Local

Existem diversos sistemas no mercado; o sistema atual é um sistema de um fornecedor não muito conhecido, porém, satisfaz as necessidades da empresa, contudo, houve a necessidade de implementação do BI visando uma informação mais clara e consistente das mesmas.

O objetivo desta questão seria analisar do ponto de visto da implementação

se a mesma satisfaz em sua plenitude o processo de geração de inteligência fiscal.

Porém os dois segmentos foram claros em responder que não satisfaz

completamente as necessidades da organização.

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12) No seu ponto de vista a empresa esta preparada para a nova estrutura de arquivos digitais atuais e os demais que virão?

Zona Franca

Preparada não, mas se preparando, investindo em sistema para atender essa nova demanda de arquivos digitais.

Mercado Local

Sim, mas o ponto principal de todas essas mudanças está relacionado à legislação que sempre demanda tempo e também um complexo arcabouço tributário que existe no país. O Estado no todo está se preparando, a cada dia, para novos sistemas, porém, não excluiu ou eliminou os anteriores; isso acarreta sempre retrabalho para todos os envolvidos na entrega dúbia de informações iguais em sistemas diferentes.

Essa questão trouxe à tona se a organização está preparada para as novas

obrigações impostas pelo fisco, visando o cruzamento das mesmas. As duas

divisões responderam que não estão preparadas suficientemente para a geração de

tais informações, porém, estão investindo e se preparando para isso.

13) Existem processos paralelos para controle das obrigações fiscais , fora dos sistemas existentes ?

Zona Franca

Sim, controles extras fiscais e contábeis.

Mercado Local

Atualmente a empresa não opera com controles paralelos, existem verificações constantes e periódicas de todas as obrigações acessórias. Neste ponto o BI foi de grande valia, no que tange ao confronto de informações em diversas obrigações acessórias com informações iguais.

Essa questão traz como objetivo verificar a existência de controles paralelos;

um dificultador na geração de inteligência fiscal. A ZF foi clara em responder que

sim, porém, o ML foi enfático em responder que a organização não opera com

controles paralelos; o instrumento de BI sanou essa situação ajudando nos controles

e cruzamento de informações.

14) A empresa esta obrigada a alguma das obrigações abaixo? Existe alguma consistência nas informações geradas pelo ERP/ BI ou confronto de informações?

SPED FISCAL, SPED CONTABIL, NOTA FISCAL ELETRONICA, SPED PIS COFINS.

Quais.

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134  

Zona Franca

A empresa está obrigada a todas do SPED. As inconsistências que existiam em algumas das obrigações da questão foram sanadas, porém, a do SPED PIS COFINS ainda está em fase de desenvolvimento, uma vez que o fisco ainda está aprimorando o validador para se adequar às empresas.

Mercado Local

Sim, atualmente a empresa está obrigada a atender todas as obrigações citadas; as informações são geradas através do ERP e existem validações no próprio ERP; com auxilio do BI as divergências são tratadas e analisadas diretamente no ERP. Não há controles paralelos nesse momento.

As duas divisões responderam que estão obrigadas à apresentação das

obrigações elencadas e que as inconsistências foram sanadas, porém, o ML enfatiza

que essas obrigações são geradas pelo ERP e, posteriormente, submetidas ao BI

para tratar as divergências diretamente no ERP.

15) A sua empresa sabe quanto tempo gasta dos profissionais com as obrigações acessórias? ( X ) A sua empresa sabe quanto tempo gasta dos profissionais com as obrigações acessórias? Não (Resposta da empresa da ZF) ( ) 1 a 10 horas/mês ( ) 11 a 20 horas/mês ( ) 21 a 40 horas/mês ( ) 41 a 80 horas/mês ( X ) 81 a 160 horas/mês (Resposta da empresa do ML) ( ) 161 a 320 horas/mês ( ) 321 a 480 horas/mês ( ) 481 a 640 horas/mês ( ) mais de 640 horas/mês

A ZF respondeu não a esta questão e o ML evidenciou que gasta

aproximadamente entre 81 a 160 horas mês com profissionais na geração de

obrigações acessórias.

16) O que é mais difícil para a preenchimento e verificação de documentos fiscais?

( X ) O que é mais difícil para a preenchimento e verificação de documentos fiscais? NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul (Resposta da empresa da ZF) ( X ) CST - Código de Situação Tributária (Resposta da empresa da ZF) ( ) CFOP - Código Fiscal de Operações e Prestações ( ) Valores dos tributos: alíquotas, bases de cálculo, etc (Resposta da empresa do ML) ( ) Informações sobre frete

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( ) Informações sobre os clientes ( ) Outro (Especifique):_______________________________________________

Esta questão analisa um dos dificultadores para implementação de

inteligência fiscal na organização. A ZF respondeu que o NMC e o CST são fatores

de relevância para preenchimento de documentos fiscais, porém, o ML coloca como

relevante os valores de tributos, alíquotas e base de cálculo.

5.3.5. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa à Tecnologia de Informação

1) Em sua opinião como foi conduzido o mapeamento dos processos de implementação?

Zona Franca

Os processos foram padronizados com levantamentos e dados do cliente e após a implantação, sempre existe uma fase de adaptação com mudanças de conceitos e culturas que podem ocasionar alguns atritos, mas contornáveis.

Mercado Local

Conduzido internamente pela equipe departamental que domina a legislação e a operação adequada às realidades da companhia, porém, não tem parâmetros de comparação com outras empresas e sistemas, o que não garantiu que a definição fosse totalmente aderente, permitindo que, posteriormente, houvesse necessidade de nova análise e alterações dos processos para adequação complementar.

Nessa questão observamos a condução do mapemanento dos processos de

implementação. A ZF afirmou que os processos foram padronizados, levantando

dados do cliente e que a fase de adaptação poderia provocar atritos, porém

contornáveis. O ML respondeu que a mesma foi conduzida pela equipe

departamental com domínio total da legislação; não houve comparação com outras

empresas, não garantindo, assim, uma aderência total ao sistema, deixando aberto

para necessidade de nova análise e alterações posteriores.

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136  

2) Existe algum sistema de inteligência utilizado pela empresa para gerar informações e dar suporte à área de controladoria fiscal? Se afirmativo, quais informações são geradas?

Zona Franca

A empresa ainda não possui um sistema de inteligência; está sendo implantado atualmente o SAP que foi definido pela matriz que tem participação relevante no capital, porém, o ERP que utilizamos hoje consegue gerar todas as obrigações fiscais, obedecendo a legislação vigente.

Mercado Local

Foi implementado o controle de SPED Fiscal/PIS/COFINS com rotinas de pré-validacao das informações, auxiliando o usuário na identificação e correção da origem (causa raiz) dos problemas, permitindo, em tempo, efetuar as devidas correções para nova geração e posterior envio/validação junto ao fisco.

A divisão ZF respondeu a essa questão, que não existe um sistema de

inteligência na organização, porém, estão em fase de implantação do SAP, mas

afirmou que o ERP atual consegue gerar todas as informações fiscais, porém não

definiu qual a confiabilidade dessas informações. O ML respondeu que foi

implementado um controle do SPED Fiscal PIS/COFINS, auxiliando os usuários na

identificação e correção dos problemas, permitindo os ajustes necessários antes do

envio e validação junto ao fisco.

3) Houve domínio da empresa implementadora na condução do processo? Justifique

Zona Franca

Está sendo conduzido de maneira que haja a menor customização possível, salvo alguma necessidade que o sistema ainda não atenda; o sistema atual que existe na empresa foi conduzido de maneira aderente pela empresa implementadora.

Mercado Local

O domínio da implementadora foi parcial, em virtude da legislação não estar madura suficiente, refletindo também na baixa maturidade e confiabilidade do software.

O objetivo desta questão foi analisar e validar o domínio da empresa que está

ou implementou o processo. A divisão ZF respondeu que ainda está sendo

conduzido o processo para gerar uma customização menor e o sistema que esta

implementado foi conduzida de maneira aderente. O ML respondeu que o domínio

foi parcial em virtude da legislação, da baixa maturidade e da confiabilidade do

software.

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137  

4) Foi notada alguma mudança nos processos de trabalho, em razão da implementação do sistema? Se afirmativo, qual (is)?

Zona Franca

Sim, foi notado alterações de processos, principalmente na área fiscal onde o sistema possibilita uma gama muito extensa de configurações e assim auxilia ao usuário se adequar às legislações vigentes

Mercado Local

Houve um sentimento de agilidade e confiabilidade imediato, em virtude das validações prévias, que auxiliaram – como afirmado anteriormente – na identificação e correção dos arquivos antes do envio ao fisco.

Sim, ambos os pesquisados notaram uma mudança nos processos, gerando

agilidade e confiabilidade de imediato.

5) Os key users tiveram participação ativa em todo o processo de implementação?

Zona Franca

Sim, são os mais requisitados no processo de levantamento, configuração e testes do projeto; a empresa implementadora acompanha o processo da área em todas as fases.

Mercado Local

Parte fundamental para o sucesso desta implementação foi a correta definição dos key users. Determinou-se que os especialistas da área seriam alocados durante todo o processo para dedicação integral ao projeto, dando garantia de que a companhia teria exatidão na determinação desta nova rotina operacional.

Esta questão teve por objetivo evidenciar o material humano, o conhecimento

para geração de inteligência fiscal e foi respondida afirmativamente pelo ML e ZF.

Tais informações foram de extrema importância na implementação do projeto e que

os especialistas da área foram alocados com dedicação integral ao processo.

6) Com relação às informações houve:

a) Melhoria na disponibilidade de informação?

Zona Franca MUITO

Mercado Local MUITO

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138  

b) Melhoria no tempo de obtenção da informação?

Zona Franca MUITO

Mercado Local MUITO

c) Melhoria na confiabilidade da qualidade da informação?

Zona Franca POUCA

Mercado Local MUITO

d) Perda de informação?

Zona Franca POUCA

Mercado Local NENHUMA

As questões de A a C refletem o contexto da informação como um dos

principais geradores de inteligência fiscal. Houve um consenso entre o ML e ZF,

com relação às questões disponibilidade, tempo e confiabilidade; houve divergência

com relação à melhoria da confiabilidade, da qualidade e perda de informação entre

os respondentes.

7) Os pontos principais das operações foram ou serão auditáveis, para garantir a confiabilidade das informações? Justifique.

Zona Franca

O próprio sistema gera um processo de auditoria para avaliação das informações que serão geradas visando, assim, uma estrutura menor de inconsistências.

Mercado Local

O próprio módulo em questão já trata esta auditoria como consistência obrigatória, porém, a implantação deste projeto permitiu que criássemos pontos auditáveis em momentos antecedentes à geração da informação, aumentando a garantia de qualidade das informações e minimizando o retrabalho durante o processo de fechamento e conferência dos arquivos em questão.

Nessa questão, ambas informaram que o próprio sistema gera uma auditoria

para avaliação das informações, mas o ML salienta que criaram pontos auditáveis

antes da geração da informação, aumentando a garantia da qualidade das

informações, minimizando o retrabalho no processo de fechamento.

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139  

8) Na sua opinião quais foram as principais dificuldades no processo de implementação?

Zona Franca

No meu ponto de vista há dois momentos principais: o levantamento e aderência da empresa ao ERP e o processo de virada, onde o dia a dia do usuário é alterado para uma nova sistemática, pois sempre há mudanças nisso, visto que cada ERP tem sua identidade visual nas telas dos programas. Como os usuários-chave do processo não se desligaram das suas atividades diárias, isso foi um dos pontos que determinou um tempo maior na implementação.

Mercado Local

Disponibilidade de tempo foi o principal sentimento, pois esta implementação ocorreu durante a execução das atividades normais do período. Deve também ser considerada a dificuldade, por parte da consultoria em virtude – conforme citado anteriormente – do baixo grau de maturidade, tanto da legislação quanto do software.

A ZF identificou como principais dificuldades: o levantamento e aderência do

ERP e o processo de virada; os usuários chave não se desligaram totalmente dos

trabalhos rotineiros, o que também interferiu na implementação. O ML identificou a

disponibilidade de tempo dos usuários que estavam envolvidos no trabalho diário e

também o baixo grau de maturidade do sistema com relação à legislação.

9) Como foram sanadas as questões relacionadas as dificuldades na implementação?

Zona Franca

Nesse ínterim existem situações em que uma reunião ou novo levantamento de requisitos é o suficiente para alinhar as dificuldades; em alguns casos de não aderência ocorre a customização e, neste caso, ocorrem negociações comerciais e concessões/acordos de ambos os lados. Foi analisada juntamente com a empresa implementadora tais dificuldades, visando a maior flexibilidade evitando, assim, maior customização.

Mercado Local

Flexibilidade pode ser considerada a palavra chave para ambas as empresas (Cliente e implementador), pois dos dois lados o prazo foi estendido de forma a adequar-se melhor às possibilidades de pessoal e pesquisas/testes da aplicação e legislação.

Nessa questão, a flexibilidade foi considerada a palavra-chave para os

pesquisados, do ponto de vista do cliente e implementador, partindo do ponto que

devem adequar e equacionar a possibilidades de pessoal, de pesquisas e de testes

de aplicação à legislação.

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140  

10) Na sua opinião as diretrizes do processo foram alcançadas? Justifique.

Zona Franca

Sim, pois automatizamos o processo, garantindo maior segurança e confiabilidade nos dados. Isso tudo garantiu uma maior certeza de que os dados apresentados refletem, com exatidão, as ocorrências da companhia, sendo acompanhado constantemente para modificações e melhorias no padrão, se necessário.

Mercado Local

Certamente sim, pois além de estarmos trabalhando de forma automatizada neste processo, garantindo maior acuracidade na prestação de contas das informações apresentadas, também passamos a antecipar a garantia de qualidade das informações no inicio do processo. Isso tudo garantiu e garantirá uma maior certeza de que os dados apresentados refletem com exatidão as ocorrências da companhia.

Nesta questão, os pesquisados foram unânimes em afirmar que sim,

garantindo a automatização do processo e a acuracidade na prestação de contas

das informações.

 

5.3.6. Comentários Gerais sobre a Pesquisa Realizada 

A pesquisa buscou identificar as principais dificuldades no processo de

implementação de inteligência fiscal, com base nos questionários enviados aos

pesquisados visando, assim, identificar junto aos usuários, e dentro do processo

organizacional, tais dificuldades.

Os questionários foram baseados em um roteiro de questões, cujo propósito

foi tão somente de nortear sua realização. Durante a condução dessas atividades,

os pesquisados foram estimulados a exporem suas percepções sobre os temas

abordados.

Nesse sentido, em decorrência deste procedimento, pudemos estender a

investigação conduzida a outros detalhes não previstos pelo instrumento do

questionário, possibilitando um conhecimento mais nítido, a partir dos depoimentos

dos gestores, da situação que envolveu a implementação das ferramentas de BI e

ERP, a implementação do processo de inteligência fiscal avaliando os pontos

divergentes, bem como a atuação da área de controladoria durante o período

compreendido pela pesquisa.

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141  

Com base nos resultados obtidos chegamos às seguintes contribuições:

CONTROLADORIA

A pesquisa demonstrou que os dois departamentos de Controladoria fazem

uso de sistema ERP para geração de informações fiscais e cumprimento das

principais obrigações acessórias, além disso, percebemos que a estrutura do

departamento antes da implementação era basicamente feita de forma manual, por

meio de controles paralelos e planilhas.

A pesquisa revelou que as principais dificuldades descritas pelo entrevistado

da ZF estão relacionadas à adequação do sistema, miscigenação das informações e

problemas com pessoal. Quanto ao ML, essas dificuldades têm maior amplitude e

envolvem fatores como a legislação tributaria, falta de melhorias no sistema, falta de

treinamento do pessoal envolvido na implementação, bem como relacionou as

dificuldades com o BI sobre informações inconsistentes a partir do ERP.

Com relação à informação e aos controles de processos de fiscalização, a

pesquisa demonstrou que as duas divisões apontaram melhorias após a

implementação e também foi evidenciado que os controles paralelos foram

eliminados, havendo uma redução nas autuações na organização.

Foi identificado junto aos respondentes, se a implementação foi bem definida

e se o sistema implantado era adequado e os pesquisados responderam que o plano

era bom, mas não foi bem estruturado, gerando outros problemas para a

organização. Igualmente foi salientado que o sistema não satisfaz plenamente as

necessidades da empresa.

A pesquisa também procurou analisar junto aos pesquisados se a empresa

está obrigada a entregar os arquivos digitais do SPED, se está preparada para a

entrega desses arquivos digitais, qual o tempo que consome com suas obrigações

principais e acessórias, se ainda existem controles paralelos e quais os documentos

de maior complexidade no ponto de vista dos processos e obtivemos a seguinte

resposta dos pesquisados: nesse contexto de informações houve divergências com

relação à ZF, que afirma que a empresa não esta preparada, mas está se

adaptando. O ML foi enfático em afirmar que a empresa está preparada, porém,

existem algumas restrições com relação à legislação. A ZF também afirma que a

empresa ainda mantém controles paralelos, já no ML não existem controles

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142  

paralelos e as horas gastas no processo para ML foram de 81 a 160 horas mês. A

ZF não respondeu a essa questão e, em relação aos documentos, foram

respondidos que o NCM e CST são os mais complexos.

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Para os profissionais de TI a pesquisa buscou identificar alguns critérios

relacionados:

Como foram conduzidos os processos de mapeamento da implementação.

Existe algum sistema de inteligência na empresa.

Houve domínio da empresa implementadora do sistema.

A participação dos key users foi efetiva.

Quais foram as principais dificuldades no processo de implementação.

Se houve mudanças nos processos de trabalho em razão da

implementação.

As diretrizes do processo foram alcançadas e as dificuldades da

implementação foram sanadas.

Existe algum processo de auditoria no processo.

Os pesquisados responderam que quanto ao mapeamento dos processos

foram padronizados e acompanhados por profissionais que dominam a legislação e

o ML salientou que não teria parâmetros para comparação com outras empresas.

Com relação ao segundo tópico a ZF informou que não possui sistema de

inteligência, o ML informou que implementaram um controle de SPED Fiscal

PIS/COFINS.

Houve divergência de opiniões com relação ao terceiro tópico com relação à

empresa implementadora, a ZF afirmou que o processo foi aderente, porém, para o

ML que foi parcial.

Com relação à participação dos key users, foram fundamentais para

implementação segundo os pesquisados e com relação às dificuldades

questionaram que o levantamento das informações e o tempo disponibilizado foram

às principais dificuldades; dificuldades que foram sanadas pela flexibilidade da

implementadora e da organização.

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Nas questões sobre auditoria e o domínio da empresa implementadora, os

pesquisados responderam que o próprio sistema gera um processo de auditoria, e

houve melhorias com relação às informações.

DIRETORIA

A pesquisa buscou identificar junto aos Diretores das duas divisões da

organização, ZF e ML, as necessidades de implementação do projeto, as

dificuldades encontradas, a comunicação do projeto, o apoio externo na

implementação, a satisfação com a implementação e outros sistemas

implementados.

Os pesquisados da ZF informaram que possuem um sistema ERP e estão em

fase de implantação do SAP e que o mesmo foi definido pela corporativa Matriz; que

não possuem um sistema de inteligência fiscal, mas que poderão adquirir de médio

em longo prazo. Não houve treinamento da equipe de trabalho, a comunicação do

projeto envolveu toda administração, houve apoio de equipe externa, o

departamento de controladoria foi responsável, que o projeto atende as

necessidades normais da empresa e que o projeto do SAP está em andamento.

Os pesquisados do ML, responderam que possuem um ERP e um sistema de

BI, voltado para a área tributaria e comercial e que houve necessidade para as

novas perspectivas de informações, para atender os controles governamentais.

Assim, foi adotado como método as necessidades do departamento fiscal.

Informaram que o treinamento somente ocorreu após a implementação, que a

comunicação foi clara, que houve necessidade de equipe externa no auxilio da

implementação e, ainda,, mencionaram que as dificuldades foram sanadas, mas

estão implementando melhorias continuas.

As áreas de Controladoria e TI, realizaram em conjunto uma análise das

principais dificuldades no processo de implementação de inteligência fiscal, adotada

pelo grupo empresarial objeto do estudo com apoio da Diretoria, e foi constatado que

o processo de validação do estudo em relação às dificuldades encontradas foi

parcial pelo fato de haverem duas divisões na organização, que utilizam sistemas

ERP diferentes e apenas uma utiliza um sistema de BI no apoio da formatação das

informações geradas na construção da inteligência.

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Também foi constatada na pesquisa que a principal dificuldade na geração da

inteligência fiscal está relacionada às mudanças advindas da legislação tributária e o

excesso de obrigações as quais as empresas estão condicionadas, bem como, que

a informação é a principal condutora no processo de geração de inteligência.

Os resultados obtidos nesta pesquisa não podem ser generalizados a todas

as empresas, tendo em vista que este estudo teve como base um grupo empresarial

familiar especifico, atuante no segmento de perfumaria e cosméticos, entretanto, as

informações aqui relatadas, podem ser aprofundadas, estudadas e esgotadas em

outras pesquisas.

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145  

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando a situação problema abordada, a questão da pesquisa, a partir

da qual foi conduzida a presente dissertação, os objetivos propostos e as evidências

coletadas na empresa, objeto do estudo de caso, que serviu de base aos resultados

apresentados nesta dissertação, são expostas a seguir, as conclusões suportadas

por essa pesquisa.

Os resultados obtidos a partir das evidências coletadas na empresa, com o

propósito de identificar: “as principais dificuldades as possíveis causas para

implementação de inteligência fiscal nas empresas através do banco de dados,

sistemas de informação, controles internos, cruzamento de dados, para produzir

inteligência fiscal”, buscou verificar, no contexto da empresa, a Controladoria como

principal geradora de informação, a consistência das informações geradas pelo

sistema ERP utilizado e com apoio de um BI, o processo de geração de inteligência

fiscal, as dificuldades encontradas para implementação de inteligência fiscal em

termos de fatores que levaram a validar ou não o processo.

O uso estratégico da informação vem se constituindo, nos dias atuais, no

instrumento que a Controladoria, como principal geradora da informação, está

adotando no ambiente da complexidade que envolve os mecanismos de informações

destinadas a satisfazer a organização e os órgãos da Administração Federal,

Estadual e Municipal.

Quando a Controladoria possuir a informação e o conhecimento que necessita

para tomar decisões inteligentes, permitindo minimizar riscos e ampliar a qualidade

dos processos, significa que estará preparada para utilizar o potencial transformador

da informação e da tecnologia.

Deste modo, as organizações, para realização de suas atividades necessitam

de informações internas e externas, que permitam o conhecimento de variáveis e

padrões de informação para o planejamento de suas ações; esses padrões e

variáveis de informação visam a geração da inteligência fiscal, balizada na

inteligência competitiva e organizacional.

O conceito de Controladoria envolve os atos relacionados ao planejamento, à

racionalização, à organização e ao auxílio, ao gerenciamento, desenvolvendo

sistemas que objetivam levar as entidades a alcançarem seus propósitos.

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A área de controladoria funciona de forma a centralizar as informações

pertinentes a sua atividade de monitoramento das áreas, planejamento e sua

realização, correção dos possíveis desvios entre o plano e o efetivado e provimento

de informações consistentes e tempestivas ao processo decisório, apoiada no

sistema de informações disponibilizado e no controle organizacional. A área de

tecnologia de informação se responsabiliza pela geração, processamento e

manutenção de informações relevantes à controladoria, ao processo decisório e

demais áreas, bem como é a gestora dos recursos tecnológicos utilizados na

empresa.

Ambas as áreas atuam em sinergia com o objetivo principal de prover

informações adequadas e comunicá-las, de forma eficaz, aos tomadores de

decisões que propulsionam ou não o desempenho da organização. Para facilitar o

processo de sua geração, disponibilização e comunicação − assim como o

melhoramento interno das áreas organizacionais e o desempenho das áreas

apoiadoras do processo decisório, a de controladoria e a de tecnologia da

informação − é que surgiram as ferramentas de Business Intelligence, que tem o

desígnio de tornar dinâmico e flexível o uso das informações, formatadas e

manuseadas pelo próprio usuário.

Também foi analisado, por meio de um enfoque gerencial para inteligência do

negócio, no qual foram tratados os principais conceitos de informação, inteligência

competitiva e inteligência fiscal como norteador para geração das principais

obrigações fiscais.

O conceito de BI foi analisado, delineando os seus fundamentos e as

principais ferramentas utilizadas para transformação da informação em inteligência,

como também discorremos sobre os conceitos de SPED, seus objetivos, universo e

atuação, com o intuito de promover a integração dos fiscos, padronizar as

obrigações acessórias para os contribuintes e tornar mais rápida a identificação de

ilícitos tributários.

As empresas estão conscientes em relação à necessidade de mudança e à

utilização de ferramentas adequadas. Por isso, estão dispostas a melhorar seus

processos e sua estrutura, em benefício da integridade tributária. Atualmente os

órgãos de fiscalização mantém um amplo banco de dados com o intuito do

cruzamento de informações, a fim de facilitar os controles, a evasão de impostos,

fraudes e aumentar o potencial de arrecadação; princípios que são caracterizados

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147  

como inteligência fiscal governamental, transformando dados em informação e

informação em Inteligência.

O conceito de Inteligência Fiscal está voltado, principalmente, em

potencializar a informação qualificada, transformando-a em recursos que orientem a

tomada de decisões e, sobre esse aspecto, existe uma grande preocupação em

relação ao modo como essas informações geradas pela Controladoria irão satisfazer

as atuais exigências impostas pelos entes governamentais.

As dificuldades encontradas no processo de inteligência fiscal na empresa

objeto do estudo de caso , foram devidamente fundamentadas no referencial teórico

e o estudo de caso demonstrou, pelo uso dos questionários que o departamento de

Controladoria da ZF observou que as maiores dificuldades estão relacionadas à

adequação do sistema, miscigenação das informações, problemas com pessoal,

controles paralelos, bem como afirmou que a empresa não está preparada para os

novos processos de arquivos digitais. A Controladoria do ML constatou que dentre

as dificuldades há fatores como legislação tributaria, excesso de obrigações

acessórias, falta de melhorias no sistema, falta de treinamento do pessoal envolvido

na implementação, porém, a divisão está preparada para os novos paradigmas dos

registros digitais.

Quanto à estrutura de Tecnologia da Informação, os processos de

implementação foram mapeados e houve participação efetiva dos profissionais

envolvidos na implementação. Com relação às dificuldades questionaram que o

levantamento das informações e o tempo disponibilizado dos profissionais não foram

suficientes para adequação do processo.

As pesquisas mencionadas e o resultado deste estudo de caso evidenciam

muitas diferenças entre o que é citado pela literatura e o que é relatado pelas

empresas, quando se refere à implementação de inteligência fiscal. Os aspectos

discordantes e diferenciados vão desde o conceito de inteligência fiscal, na maneira

com são implementados, até as necessidades instituídas pelos entes federativos.

Ademais, os resultados da pesquisa realizada possibilitaram aspectos novos

não mencionados em pesquisas anteriores com relação à implementação de

inteligência fiscal, no tocante à necessidade de uma interação constante no

acompanhamento da legislação tributária e no acompanhamento de todos os novos

projetos desenvolvidos pelos órgãos do Governo, no intuito de satisfazer plenamente

todas as obrigações acessórias e principais.

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Do exposto, concluímos que grande parte do referencial teórico que existe

sobre inteligência fiscal deve ter sido construído tomando-se por base a necessidade

constante de melhorias nos sistemas de informação, bem como a preocupação no

que tange ao fortalecimento, atuação e a aceleração da fiscalização do poder

publico.

Essa pesquisa contribuiu no processo de implementação de inteligência fiscal

observando fatores de dificuldades que poderão, de certa forma, serem aderentes na

geração de inteligência por parte das empresas e do poder publico.

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LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Durante o desenvolvimento do trabalho foram encontradas algumas

limitações:

- O local onde foram aplicados os questionários no Estado do Amazonas.

- A natureza operacional, ou seja, a dificuldade de obtenção das respostas

dos questionários encaminhados aos Diretores e Gerentes, devido ao período que a

pesquisa foi realizada, pois se encontravam de férias.

- O próprio tema da pesquisa, por se tratar de assunto novo no cenário

empresarial e acadêmico, principalmente no que tange ao conceito de inteligência

fiscal.

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PROPOSTAS PARA NOVAS PESQUISAS

Com base nas constatações feitas em todo o processo de pesquisa podemos

elencar alguns questionamentos para futuras pesquisas:

O que sustenta o conceito de inteligência fiscal?

Os negócios das empresas e do governo, efetivamente têm inteligência?

O estágio atual do desenvolvimento na Controladoria de empresas,

abrangendo área fiscal, tributária e de tecnologia da informação, leva as

organizações a serem inteligentes?

É válida a aplicação do estudo, para uma população maior de empresas,

bem como a empresas do mesmo segmento?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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http://www.fiscosoft.com.br/main_online_frame.php?home=estadual&secao=1&optcase=AL&page=classificacao/resultview_tipo2.php?acdef=9.16.9 Acesso em 17 Jul 2011.

http://www.fiscosoft.com.br/main_online_frame.php?home=estadual&secao=1&optcase=AP&page=classificacao/resultview_tipo2.php?acdef=9.26.9 Acesso em 17 Jul 2011.

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APÊNDICE – QUESTIONÁRIO (3) AOS PESQUISADOS

APÊNDICE I – QUESTIONARIO PARA A DIRETORIA GERAL

Este questionário tem caráter acadêmico e visa complementar a Dissertação

de Mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais, sobre o tema “ As principais

dificuldades para implementação de inteligência fiscal”.

A identidade e as respostas serão preservadas, sendo analisado o conjunto

das respostas para a compilação do resultado

Sua participação e colaboração são fundamentais para este processo.

PARTE I – PERFIL DO PESQUISADO

1) Gênero: ( ) Masc. ( ) Fem.

2) Idade:

3) Qual o seu cargo na empresa?__ ______________________________________

4) Há quanto tempo trabalha na empresa? ________________________________

5) Qual sua formação acadêmica? _ ______________________________________

6) Possui alguma Especialização ou MBA? Se afirmativo, qual?________________

___________________________________________________________________

7) Fez ou faz outros cursos para aperfeiçoamento? Qual (is)?__________________

___________________________________________________________________

8) Você trabalha em algum outro local além deste? Se afirmativo, qual o tipo de

atividade?___________________________________________________________

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PARTE II – PERGUNTAS INTEGRANTES DA PESQUISA

Das dificuldades abaixo encontradas cite, se houver, quais você enfrentou no processo de implementação? Indique outras se achar necessário?

( ) A complexidade da legislação tributaria brasileira

( ) O arcabouço tributário e o excesso de obrigações principais e acessórias.

( ) O treinamento constante do pessoal envolvido no processo de geração fiscal

( ) Os pacotes excessivos do ERP para atualização da legislação tributaria

( ) Um BI adequado para agregar todas as obrigações principais e acessórias.

( ) Cruzamento de todas as informações necessárias para gerar relatórios e obrigações tributárias.

( ) Falta de profissional qualificado e especializado sobre a legislação tributaria brasileira

( ) As novas estruturas de arquivos digitais recém criadas pela União, Estados e Municípios.

( ) Criação de novas obrigações acessórias sem extinguir as existentes com informações em duplicidade.

( ) Os processos de mapeamento de informações nem sempre são claros e objetivos , enfatizando á área tributaria da empresa.

( ) Os prazos para cumprimento das obrigações principais e acessórias são demasiadamente curtos.

( ) A complexidade das informações gerada pelo SPED e demais obrigações digitais.

( ) Avaliação dos recursos destinados ao projeto , revisão e comunicação do projeto.

( ) Definição do cronograma para implementação do projeto, consultoria para equipe de retaguarda.

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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1) A empresa tem algum sistema ERP em conjunto com BI ? Quais as razões pelas quais a empresa adotou esses sistemas?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) A decisão de adotar o sistema foi um consenso entre diversos interessados? Como foi executada?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) A empresa possui algum sistema de inteligência fiscal? Quais os motivos que levaram a organização a adotar tal sistema?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4) Quais métodos foram avaliados para a equipe de projetos em relação a sua implementação?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5) Houve treinamento prévio das equipes de trabalho em relação à metodologia da implementação? Como ocorreu?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6) A comunicação do projeto foi transparente e clara? Como foram atingidos os objetivos?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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7) Houve necessidade de equipe de apoio externo para implementação? Qual o critério de escolha dessa equipe?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8) Existe algum departamento para gerenciamento das informações fiscais? Qual o departamento e como é sua estrutura?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9) A empresa está satisfeita com a nova estrutura de informações geradas pela controladoria fiscal?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10) As dificuldades do projeto foram sanadas, ou ainda devem ser melhoradas e estruturadas?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

 

 

 

 

 

 

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APÊNDICE II – QUESTIONARIO PARA A CONTROLADORIA

Este questionário tem caráter acadêmico e visa complementar a Dissertação

de Mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais, sobre o tema “ As principais

dificuldades para implementação de inteligência fiscal”.

A identidade e as respostas serão preservadas, sendo analisado o conjunto

das respostas para a compilação do resultado

Sua participação e colaboração são fundamentais para este processo.

PARTE I – PERFIL DO PESQUISADO

1) Gênero: ( ) Masc. ( ) Fem.

2) Idade:

3) Qual o seu cargo na empresa?__ ______________________________________

4) Há quanto tempo trabalha na empresa? ________________________________

5) Qual sua formação acadêmica? _ ______________________________________

6) Possui alguma Especialização ou MBA? Se afirmativo, qual?________________

___________________________________________________________________

7) Fez ou faz outros cursos para aperfeiçoamento? Qual (is)?__________________

___________________________________________________________________

8) Você trabalha em algum outro local além deste? Se afirmativo, qual o tipo de

atividade?___________________________________________________________

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163  

PARTE II – PERGUNTAS INTEGRANTES DA PESQUISA

Das dificuldades abaixo encontradas cite, se houver, quais você enfrentou no processo de implementação? Indique outras se achar necessário?

( ) A complexidade da legislação tributaria brasileira

( ) O arcabouço tributário e o excesso de obrigações principais e acessórias.

( ) O treinamento constante do pessoal envolvido no processo de geração fiscal

( ) Os pacotes excessivos do ERP para atualização da legislação tributaria

( ) Um BI adequado para agregar todas as obrigações principais e acessórias.

( ) Cruzamento de todas as informações necessárias para gerar relatórios e obrigações tributárias.

( ) Falta de profissional qualificado e especializado sobre a legislação tributaria brasileira

( ) As novas estruturas de arquivos digitais recém criadas pela União, Estados e Municípios.

( ) Criação de novas obrigações acessórias sem extinguir as existentes com informações em duplicidade.

( ) Os processos de mapeamento de informações nem sempre são claros e objetivos , enfatizando á área tributaria da empresa.

( ) Os prazos para cumprimento das obrigações principais e acessórias são demasiadamente curtos.

( ) A complexidade das informações gerada pelo SPED e demais obrigações digitais.

( ) Avaliação dos recursos destinados ao projeto , revisão e comunicação do projeto.

( ) Definição do cronograma para implementação do projeto, consultoria para equipe de retaguarda.

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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1) Você saberia informar se existe algum sistema ERP ou BI na empresa? Quais?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Como são geradas as informações para cumprimento das principais obrigações acessórias da empresa?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) Você poderia informar como era a estrutura fiscal da empresa antes da implementação:

Quais as mudanças que ocorreram após a implementação?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4)Quase as principais dificuldades encontradas na implementação do sistema ERP acompanhado do BI?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5) Houve melhorias no sistema de informação?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6)A empresa possuiu ou possuía controles dos processos de fiscalização

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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7)Anteriormente a implantação do BI existia algum controle paralelo as informações geradas pelo ERP.

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8)Houveram reduções nas autuações após a implementação do ERP / BI e do departamento de Controladoria Fiscal?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9)Na sua opinião o plano de implementação foi bem definido?Era bastante claro ou em que ponto poderia melhorar?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10) Em relação as informações:

a) houve melhorias na disponibilidade de informação

( ) Muito ( ) Pouca ( ) Nenhuma

b)Houve melhorias no tempo de obtenção da informação

( ) Muito ( ) Pouca ( ) Nenhuma

c)Houve melhoria na confiabilidade qualidade da informação

( ) Muito ( ) Pouca ( ) Nenhuma

d)Houve perda de informação

( ) Muito ( ) Pouca ( ) Nenhuma

11) Na sua opinião os sistema implantado é adequado a estrutura organizacional da empresa.

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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12) No seu ponto de vista a empresa esta preparada para a nova estrutura de arquivos digitais atuais e os demais que virão?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

13) Existem processos paralelos para controle das obrigações fiscais, fora dos sistemas existentes ?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

14) A empresa esta obrigada a alguma das obrigações abaixo? Existe alguma consistência nas informações geradas pelo ERP/ BI ou confronto de informações?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

15) A sua empresa sabe quanto tempo gasta dos profissionais com as obrigações acessórias? ( ) A sua empresa sabe quanto tempo gasta dos profissionais com as obrigações acessórias? ( ) 1 a 10 horas/mês ( ) 11 a 20 horas/mês ( ) 21 a 40 horas/mês ( ) 41 a 80 horas/mês ( ) 81 a 160 horas/mês ( ) 161 a 320 horas/mês ( ) 321 a 480 horas/mês ( ) 481 a 640 horas/mês ( ) mais de 640 horas/mês

16) O que é mais difícil para a preenchimento e verificação de documentos fiscais?

( ) O que é mais difícil para a preenchimento e verificação de documentos fiscais? NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul ( ) CST - Código de Situação Tributária ( ) CFOP - Código Fiscal de Operações e Prestações ( ) Valores dos tributos: alíquotas, bases de cálculo, etc ( ) Informações sobre frete ( ) Informações sobre os clientes ( ) Outro (Especifique):_______________________________________________

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167  

APÊNDICE III – QUESTIONARIO PARA A GERÊNCIA DE PROJETOS OU TI.

Este questionário tem caráter acadêmico e visa complementar a Dissertação

de Mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais, sobre o tema “ As principais

dificuldades para implementação de inteligência fiscal”.

A identidade e as respostas serão preservadas, sendo analisado o conjunto

das respostas para a compilação do resultado

Sua participação e colaboração são fundamentais para este processo.

PARTE I – PERFIL DO PESQUISADO

1) Gênero: ( ) Masc. ( ) Fem.

2) Idade:

3) Qual o seu cargo na empresa?__ ______________________________________

4) Há quanto tempo trabalha na empresa? ________________________________

5) Qual sua formação acadêmica? _ ______________________________________

6) Possui alguma Especialização ou MBA? Se afirmativo, qual?________________

___________________________________________________________________

7) Fez ou faz outros cursos para aperfeiçoamento? Qual (is)?__________________

___________________________________________________________________

8) Você trabalha em algum outro local além deste? Se afirmativo, qual o tipo de

atividade?___________________________________________________________

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168  

PARTE II – PERGUNTAS INTEGRANTES DA PESQUISA

Das dificuldades abaixo encontradas cite, se houver, quais você enfrentou no processo de implementação? Indique outras se achar necessário?

( ) A complexidade da legislação tributaria brasileira

( ) O arcabouço tributário e o excesso de obrigações principais e acessórias.

( ) O treinamento constante do pessoal envolvido no processo de geração fiscal

( ) Os pacotes excessivos do ERP para atualização da legislação tributaria

( ) Um BI adequado para agregar todas as obrigações principais e acessórias.

( ) Cruzamento de todas as informações necessárias para gerar relatórios e obrigações tributárias.

( ) Falta de profissional qualificado e especializado sobre a legislação tributaria brasileira

( ) As novas estruturas de arquivos digitais recém criadas pela União, Estados e Municípios.

( ) Criação de novas obrigações acessórias sem extinguir as existentes com informações em duplicidade.

( ) Os processos de mapeamento de informações nem sempre são claros e objetivos , enfatizando á área tributaria da empresa.

( ) Os prazos para cumprimento das obrigações principais e acessórias são demasiadamente curtos.

( ) A complexidade das informações gerada pelo SPED e demais obrigações digitais.

( ) Avaliação dos recursos destinados ao projeto , revisão e comunicação do projeto.

( ) Definição do cronograma para implementação do projeto, consultoria para equipe de retaguarda.

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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2) Em sua opinião como foi conduzido o mapeamento dos processos de implementação? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Existe algum sistema de inteligência utilizado pela empresa para gerar informações e dar suporte à área de controladoria fiscal? Se afirmativo, quais informações são geradas?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) Houve domínio da empresa implementadora na condução do processo? Justifique

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4) Foi notada alguma mudança nos processos de trabalho, em razão da implementação do sistema? Se afirmativo, qual (is)?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5) Os key users tiveram participação ativa em todo o processo de implementação?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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6) Com relação às informações houve:

a) Melhoria na disponibilidade de informação?

( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nenhuma

b) Melhoria no tempo de obtenção da informação?

( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nenhuma

c) Melhoria na confiabilidade da qualidade da informação?

( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nenhuma

d) Perda de informação?

( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nenhuma

7) Os pontos principais das operações foram ou serão auditáveis, para garantir a confiabilidade das informações? Justifique.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8) Na sua opinião quais foram as principais dificuldades no processo de implementação?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9) Como foram sanadas as questões relacionadas as dificuldades na implementação?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10) Na sua opinião as diretrizes do processo foram alcançadas? Justifique.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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ANEXOS

ANEXO (ÚNICO) I - DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA FISCAL - DIP

INTRODUÇÃO

O recrudescimento da atuação de organizações criminosas na seara tributária, com o cometimento de um rol de ilícitos conexos com os delitos tributários e a aproximação das atividades empresariais - mormente para reciclar os capitais produtos de seus crimes -, vem exigindo das Administrações Tributárias o desenvolvimento de metodologia de trabalho mais eficaz.

Somem-se a isso os desafios impostos na era da globalização e da informação, com o advento de novas tecnologias, fatores que levaram à necessidade de criação de unidade especializada na detecção, investigação e combate às fraudes fiscais estruturadas e outros ilícitos correlatos: a atividade de Inteligência Fiscal.

Na busca da plena eficácia, as Unidades de Inteligência Fiscal (UnIF), instituídas na estrutura dos órgãos fazendários, devem atuar em rede, balizadas por doutrina única e específica, através de sistema integrado, que permita um fluxo permanente de dados e conhecimentos no âmbito das Administrações Tributárias, mantendo estreito relacionamento com outros órgãos de Inteligência das diversas esferas do Poder Público, no chamado Sistema de Inteligência Fiscal (SIF).

DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA FISCAL

A Doutrina de Inteligência Fiscal (DIF) é formada por um conjunto de princípios, valores, conceitos e características, destinado a orientar o exercício da atividade de Inteligência Fiscal, que visa consolidar o saber específico e estabelecer linguagem conceitual comum, possibilitando maior integração da comunidade de Inteligência Fiscal.

Nesse sentido, a DIF possui as seguintes características:

a) orientativa; exprime preceitos orientadores para o exercício da atividade de Inteligência Fiscal;

b) dinâmica: deve ser aperfeiçoada continuamente;

c) adogmática: deriva de fundamentos racionais e realísticos;

d) consensual: expressa o consenso dos profissionais envolvidos na atividade de Inteligência Fiscal;

e) unitária: propicia unidade de linguagem entre os integrantes da comunidade de Inteligência Fiscal;

f) específica: consolida as especificidades da atividade de Inteligência aplicada à fiscalização de tributos, diferenciando-a dos demais ramos.

1. A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA FISCAL

1.1 Conceito:

Define-se atividade de Inteligência Fiscal como o exercício sistemático de ações especializadas, visando à obtenção, análise, difusão tempestiva e salvaguarda de dados e conhecimentos, com as seguintes finalidades:

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a) assessorar as autoridades fazendárias, nos respectivos níveis e áreas de atribuição, no planejamento, na execução e no acompanhamento das ações da fiscalização, bem como no aperfeiçoamento da legislação tributária e das políticas internas de segurança;

b) detectar e combater a fraude fiscal estruturada;

c) subsidiar os órgãos responsáveis pela persecução penal no combate aos crimes contra a ordem tributária, de lavagem de dinheiro e de outros correlatos.

A atividade de Inteligência Fiscal divide-se em dois ramos: a Inteligência, que visa precipuamente produzir o conhecimento; e a Contra-inteligência, que objetiva prevenir, detectar, obstruir e neutralizar ações adversas que ameacem a salvaguarda dos dados, conhecimentos, áreas e instalações, pessoas e meios de interesse da Unidade de Inteligência Fiscal.

Ambos representam parte de um todo, devendo ser entendidos como inter-relacionados, sem limites precisos de abrangência.

Entende-se por fraude fiscal estruturada a de natureza penal tributária, cujas principais características são as seguintes:

a) estruturadas através de mecanismos complexos;

b) perpetradas por grupos especialmente organizados para tais fins (organizações criminosas);

c) podem envolver o emprego de diversos artifícios como dissimulação de atos e negócios, utilização de interpostas pessoas, falsificação de documentos, simulação de operações, blindagem patrimonial, operações artificiosas sem fundamentação econômica, utilização de paraísos fiscais, utilização abusiva de benefícios fiscais, utilização de empresas sem atividade econômica de fato para absorver eventuais responsabilizações, etc.;

d) têm elevado potencial de lesividade ao erário, em benefício de um ou mais contribuintes ou de pessoas a eles vinculadas.

1.2 Valores:

Valores são convicções positivas de conduta, cultuadas pela sociedade nacional e necessariamente respeitadas no desempenho da atividade de Inteligência Fiscal, os quais são representados: pela lealdade à sociedade e ao Estado; pelo respeito irrestrito à Constituição Federal e ao sistema legal vigente; pelo profundo sentimento de servir à causa pública acima de interesses pessoais; pela consciência de que o exercício desta atividade é impessoal e apartidário; pela fidelidade aos fins institucionais da Administração Tributária; pela conduta ética e moral e pela busca incessante da verdade.

1.3 Características:

A atividade de Inteligência Fiscal possui as seguintes características:

a) assessoria: produz conhecimento para assessorar o processo decisório, fornecendo subsídios ao planejamento e à execução das atividades no âmbito da Administração Tributária;

b) dupla vertente técnica: pode ser desenvolvida na vertente reativa, com vistas à produção de evidências, na forma de indícios ou provas, sobre os mecanismos e partícipes da fraude fiscal estruturada; ou na vertente prospectiva, com a geração de prognósticos na área tributária, visando ao combate a ilícitos e ao aperfeiçoamento da legislação;

c) especialização: utilização de metodologia própria, com aplicação de técnicas especiais, visando à obtenção de dados negados, não acessíveis pela aplicação de métodos ordinários de fiscalização;

d) duplo fluxo do conhecimento: o conhecimento produzido pode ser difundido para subsidiar o processo decisório superior, bem como para aperfeiçoar as ações de fiscalização e o lançamento de ofício, além das persecuções penais decorrentes;

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e) inovação: a atividade deve ser permeável a novas ideias, tecnologias, métodos e técnicas.

1.4 Princípios Básicos:

A atividade de Inteligência Fiscal submete-se aos princípios constitucionais aplicáveis à administração pública e também aos seguintes princípios:

a) objetividade: planejar e executar ações orientadas aos objetivos estabelecidos e às finalidades da atividade;

b) simplicidade: planejar e executar ações de modo a evitar complexidade, custos e riscos desnecessários;

c) concentração: concentrar os recursos humanos e materiais disponíveis, com vistas a maximizar o alcance e qualidade dos resultados de determinado trabalho;

d) controle: supervisionar e acompanhar sistematicamente as ações, de forma a assegurar a aderência ao planejamento, conferindo rapidez e uniformidade procedimental;

e) compartimentação: restringir o acesso a dados e conhecimentos sigilosos, a fim de evitar riscos e comprometimentos, difundindo-os tão somente àqueles que tenham real necessidade de conhecê-los;

f) oportunidade: desenvolver ações e apresentar resultados em prazo adequado, principalmente com observância da decadência tributária e da prescrição penal;

g) amplitude: obter os resultados mais completos possíveis com a maximização da utilização dos recursos disponíveis;

h) imparcialidade: minimizar o efeito de fatores subjetivos que influenciem na produção do conhecimento, distorcendo a realidade;

i) utilidade: produzir conhecimentos úteis à Administração Tributária;

j) segurança: adotar medidas de salvaguarda dos dados, do conhecimento produzido, dos materiais, áreas, instalações e profissionais envolvidos na atividade;

k) interação: estabelecer e estreitar relações de cooperação com órgãos de interesse, visando a otimização de resultados;

l) clareza: utilizar linguagem simples, clara, concisa e precisa nos documentos, normas e comunicações de Inteligência, permitindo sua perfeita compreensão, evitando ambiguidades.

2. PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO

2.1 Conceitos

A produção do conhecimento na atividade de Inteligência Fiscal requer a utilização de linguagem especializada entre os profissionais da área, e entre estes e os usuários de seus trabalhos, com o objetivo de padronizar os conceitos e entendimentos sobre as matérias tratadas e as técnicas utilizadas.

2.1.1 Operações intelectuais

O profissional de Inteligência Fiscal pode desenvolver três operações intelectuais para conhecer determinados fatos ou situações: conceber ideias, formular juízos e elaborar raciocínios.

a) Ideia - é a simples concepção na mente da imagem de determinado objeto, sem adjetivá-lo.

b) Juízo - é a operação pela qual a mente estabelece uma relação entre idéias.

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c) Raciocínio - é a operação pela qual a mente, a partir de dois ou mais juízos conhecidos, alcança outro que deles decorre logicamente.

2.1.2 Estados da mente em relação à verdade

A verdade é um atributo que se vincula à relação entre o conteúdo do pensamento do profissional de Inteligência Fiscal (sujeito) e os fatos ou situações (objeto).

A verdade - significativa, imparcial, oportuna e bem apresentada - é a aspiração que norteia o exercício da atividade de Inteligência Fiscal. Por isso, os profissionais que a exercem devem se acautelar contra a mera ilusão da verdade: o erro.

A mente pode se encontrar, em relação à verdade, em quatro diferentes estados:

a) ignorância: estado da mente que se caracteriza pela inexistência de qualquer imagem de determinado objeto;

b) dúvida: a mente se encontra em situação de equilíbrio, com razões para aceitar ou negar que a imagem por ela mesma formada corresponde a determinado objeto;

c) opinião: a mente acata, porém com receio de se enganar, a imagem por ela mesma formada como correspondente a determinado objeto. O valor do estado de opinião se expressa por meio de indicadores de probabilidades;

d) certeza: consiste no acatamento integral pela mente da imagem por ela mesma formada, como correspondente a determinado objeto.

2.1.3 Tipos de conhecimento

A atividade de Inteligência Fiscal se consubstancia pelas ações de obtenção e análise de dados para a produção e difusão de conhecimentos.

Dado é a representação de fato ou situação ainda não submetida à aplicação de metodologia específica pelo profissional de Inteligência Fiscal.

Conhecimento é o resultado final da aplicação de metodologia específica, sobre dados e/ou conhecimentos anteriores, pelo profissional de Inteligência Fiscal.

Os tipos de conhecimento produzidos na atividade de Inteligência Fiscal diferenciam-se em função dos seguintes fatores: o grau de complexidade do trabalho intelectual necessário à produção do conhecimento (se juízo ou raciocínio); o estado da mente do profissional de Inteligência Fiscal em relação à verdade (se opinião ou certeza); e o foco da produção do conhecimento (fatos e/ou situações passados, presentes ou futuros).

A partir destas considerações, o conhecimento pode ser classificado em:

a) informe: resulta de juízos formulados pelo profissional de Inteligência Fiscal e que expressa a sua certeza ou opinião sobre fato ou situação passados ou presentes;

b) apreciação: resulta de raciocínios elaborados pelo profissional de Inteligência Fiscal e que expressa a sua opinião sobre fato ou situação passados ou presentes. A apreciação é um conhecimento produzido quando se faz impositiva a consideração de frações que, embora não representem o estado de certeza, são essenciais à compreensão de fato ou situação, passados ou presentes;

c) informação: resulta de raciocínios elaborados pelo profissional de Inteligência Fiscal e que expressa a sua certeza sobre fato ou situação passados ou presentes. Decorre da operação mais apurada da mente, o raciocínio, envolvendo, além da simples narração de fatos ou situações, a sua interpretação;

d) estimativa: resulta de raciocínios elaborados pelo profissional de Inteligência Fiscal e que expressa a sua opinião sobre a evolução futura de um fato ou situação. Envolve não apenas o domínio da metodologia própria da atividade de Inteligência, mas também o domínio de técnicas prospectivas complementares.

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2.2 Metodologia da Produção do Conhecimento

A atividade de Inteligência Fiscal produzirá conhecimento, através de metodologia específica, em atendimento a demandas internas ou externas.

A demanda será interna à Unidade de Inteligência Fiscal quando decorrer de sua própria iniciativa, conforme previamente estabelecido no seu plano de Inteligência ou por necessidade superveniente. A demanda externa ocorrerá por determinação superior ou em razão de pedido de cooperação de usuário, órgão congênere ou conveniado.

A Metodologia da Produção do Conhecimento (MPC) é um processo formal e regular de ações sistemáticas decorrentes da reunião e análise de dados, cujo resultado é o conhecimento materializado e difundido através de documentos de Inteligência.

A metodologia apresentada é aplicável, no todo ou em parte, aos quatro tipos de conhecimento, de acordo com as peculiaridades de cada um.

Compreende, basicamente, as seguintes fases: planejamento, reunião, análise e síntese, interpretação e conclusão, formalização e difusão.

Tais fases não precisam ser seguidas de uma maneira linear, podendo eventualmente estar sobrepostas ou mesmo ter uma ou outra suprimida.

2.2.1 Planejamento

Planejamento é a primeira fase da metodologia da produção do conhecimento na qual o profissional de Inteligência procura, de forma ordenada e racional, sistematizar o trabalho a ser desenvolvido, tendo em vista os fins a atingir.

O planejamento inclui, especialmente, a determinação dos seguintes fatores: assunto a ser tratado; faixa de tempo a ser considerada; usuário do conhecimento; finalidade do conhecimento; aspectos essenciais do assunto, conhecidos e a conhecer; recursos necessários: humanos, materiais e financeiros; e prazo disponível para a produção e difusão do conhecimento com oportunidade.

2.2.2 Reunião

Reunião é a fase da metodologia da produção do conhecimento durante a qual o profissional de Inteligência procura colecionar dados e conhecimentos que respondam e/ou complementem os aspectos essenciais a conhecer.

Além dos conhecimentos adquiridos por solicitação a outros órgãos de Inteligência, nesta fase podem ser utilizadas ações de coleta ou busca de dados, conforme a acessibilidade da fonte.

2.2.2.1 Fontes de dados

A Unidade de Inteligência Fiscal deverá utilizar todas as fontes de dados possíveis, as quais são entendidas como toda e qualquer pessoa, documento, organismo ou mecanismo que forneça dados que viabilizem a produção do conhecimento. Classificam-se em fontes fechadas, se necessária a utilização de técnicas especiais de Inteligência para acesso aos dados; ou fontes abertas, se os dados estiverem acessíveis.

2.2.2.2 Ações de Inteligência Fiscal

Ações de Inteligência Fiscal são todos os procedimentos e medidas realizadas pela Unidade de Inteligência Fiscal para a obtenção dos dados necessários à produção do conhecimento. Dividem-se em dois tipos: coleta e busca.

a) Coleta

Coleta é a ação que visa à obtenção de dados disponíveis em fontes abertas.

b) Busca

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Busca é a ação não-ostensiva dirigida à obtenção de dados negados, protegidos por seus detentores, através da utilização de Técnicas Operacionais de Inteligência (TOI).

Técnicas Operacionais de Inteligência são procedimentos especializados, utilizados nas ações de inteligência, respeitados os limites legais, com o emprego de profissionais devidamente habilitados e equipamentos, que objetivam facilitar a atuação humana nas ações de busca, aumentando suas potencialidades, possibilidades, capacidades e operacionalidades.

2.2.3 Análise e Síntese:

É a fase intelectual da metodologia, na qual o conhecimento é efetivamente produzido.

Inicialmente, o profissional de Inteligência avalia a pertinência e estabelece o grau de credibilidade dos dados e conhecimentos reunidos, a fim de classificar e ordenar aqueles que, prioritariamente, serão utilizados e influenciarão decisivamente no conhecimento a ser produzido.

Após, os dados e conhecimentos, reunidos e pertinentes, são decompostos em frações significativas, relacionadas aos aspectos essenciais levantados, e examinados, estabelecendo-se sua importância em relação ao assunto que está sendo tratado.

Por fim, o profissional de Inteligência monta um conjunto coerente e ordenado das frações significativas já devidamente analisadas. O aproveitamento de uma fração significativa varia de acordo com o tipo de conhecimento que se pretende produzir, porém, é desejável que sejam aproveitadas, principalmente, as frações significativas com grau máximo de credibilidade.

2.2.4 Interpretação e Conclusão:

Nesta etapa, o profissional de Inteligência estabelece o significado final do assunto tratado, chegando a uma conclusão significativa, com base na experiência e no raciocínio lógico, sobre os fatos e situações analisados, estabelecendo relações de causa e efeito, apontando tendências ou fazendo previsões, conforme o tipo de conhecimento a ser produzido.

2.2.5 Formalização e Difusão:

É a fase na qual se dá a destinação final ao conhecimento produzido, com a sua formalização em um documento de Inteligência e posterior difusão ao usuário.

Excepcionalmente, em respeito ao princípio da oportunidade, admite-se a difusão na forma oral, previamente à sua formalização, mediante autorização e estrito controle.

3. DOCUMENTOS DE INTELIGÊNCIA FISCAL

Documentos de Inteligência Fiscal são documentos padronizados, classificados ou não, que circulam internamente nas Unidades de Inteligência Fiscal, ou entre estas e o usuário do conhecimento ou outro órgão congênere ou conveniado, a fim de transmitir ou solicitar dados e/ou conhecimentos.

A redação dos documentos de Inteligência Fiscal deve ser pautada pela objetividade, coesão, simplicidade, concisão, precisão e clareza.

Consideram-se fundamentais para o bom desenvolvimento da atividade de Inteligência Fiscal os seguintes documentos:

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3.1 Relatório de Inteligência Fiscal

O Relatório de Inteligência Fiscal evidenciará o conhecimento produzido, servindo precipuamente para a sua difusão externa à UnIF. Poderá transmitir conhecimento dos tipos informe, informação, apreciação ou estimativa, que será explicitado na redação do documento.

3.2 Pedido de Coleta ou Busca

Pedido de Coleta ou Busca é o documento por meio do qual uma UnIF solicita dados e/ou conhecimentos a outras Unidades de Inteligência.

3.3 Ordem de Busca

Ordem de Busca é o documento de uso interno, utilizado para acionamento do profissional de Inteligência encarregado de operações, visando à obtenção de dados.

3.4 Relatório de Agente

Documento exclusivamente interno, que contém resultado das buscas realizadas pelo profissional de Inteligência encarregado de operações. Primordialmente na forma escrita, pode ser feito na forma oral, em função do princípio da oportunidade, devendo ser transcrito posteriormente. Deve ser oportuno, objetivo, claro, simples e imparcial.

4 CONTRA-INTELIGÊNCIA

Contra-Inteligência é o ramo da atividade de Inteligência Fiscal que se destina a prevenir, detectar, obstruir e neutralizar ações adversas que ameacem a salvaguarda: dos dados e conhecimentos, das pessoas, dos materiais, e das áreas e instalações de interesse da UnIF.

Será implementada através de um conjunto de medidas, ações, normas e procedimentos, considerando-se as vulnerabilidades e as ameaças existentes.

Além disso, pode suscitar ou assessorar o desenvolvimento ou o aperfeiçoamento de política de segurança institucional para a Administração Tributária a qual estiver vinculada a UnIF.

4.1 Segmentos da Contra-Inteligência

A Contra-Inteligência atua por meio de dois segmentos: a segurança orgânica e a segurança ativa.

4.1.1 Segurança orgânica

Segurança orgânica é o conjunto de medidas passivas, de caráter preponderantemente defensivo, destinadas a garantir o perfeito funcionamento da Unidade de Inteligência Fiscal, de modo a prevenir e a obstruir as ações adversas que lhe são dirigidas por elementos ou grupos de qualquer natureza.

A segurança da UnIF deve ser planejada e implementada por meio da elaboração de um Plano de Segurança Orgânica (PSO), que irá determinar as normas e medidas de segurança, atribuir responsabilidades, definir a periodicidade de certas ações, como inspeções de segurança, e, ainda, arrolar as vulnerabilidades e riscos atuais ou potenciais a que está sujeita.

O PSO deve prever normas de proteção: dos dados e conhecimentos, observando o suporte físico que os contém, o meio que os veiculam, e o local em que se encontram; dos recursos humanos, inclusive da sua integridade física, na admissão, desempenho e desligamento das funções; dos materiais, mesmo não contendo dado ou conhecimento sensível, de modo a assegurar o seu perfeito e contínuo funcionamento; e das áreas e instalações, essenciais ao desempenho da atividade de Inteligência Fiscal.

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4.1.2 Segurança ativa

Segurança ativa é o conjunto de medidas de caráter eminentemente ativo, destinadas prioritariamente a neutralizar as ações adversas de elementos ou grupos de qualquer natureza dirigidas contra a UnIF ou à Administração Tributária.

5. A UNIDADE DE INTELIGÊNCIA FISCAL

5.1 Estrutura e funcionamento

Em vista da sua natureza de assessoramento ao processo decisório, é recomendável que a Unidade de Inteligência Fiscal tenha a sua vinculação funcional com os níveis mais altos da Administração Tributária a qual está inserida.

A sua estrutura básica de funcionamento, além da chefia responsável pela coordenação das atividades administrativas e operacionais, pode contemplar atividades como a de análise, responsável pela produção do conhecimento; de operações, responsável pela execução de ações de Inteligência, principalmente as buscas; de contra-inteligência, responsável pela implementação das medidas de segurança orgânica e ativa; e de apoio administrativo, responsável pelas atividades administrativas, como recebimento, expedição e arquivamento de documentação.

Conforme a disponibilidade de recursos humanos e materiais, tais atividades poderão ser concentradas ou divididas.

Excepcionalmente, pode-se contar com o apoio de pessoal não orgânico para consecução de atividades pontuais, principalmente as relacionadas com a atividade de operações.

5.2 O Profissional de Inteligência Fiscal

5.2.1 Atributos

O profissional de Inteligência Fiscal deve possuir atributos e qualidades específicos para o bom desenvolvimento da atividade, tais como: raciocínio lógico e prospectivo, capacidade de análise e síntese, juízo crítico, cultura abrangente, capacidade de observação e memorização, perspicácia, controle emocional, adaptabilidade, autoconfiança e habilidade no relacionamento interpessoal, além do domínio de equipamentos e das técnicas operacionais aplicáveis.

5.2.2 Processo seletivo

Para ingressar na Unidade de Inteligência Fiscal, mister se faz a realização de processo seletivo específico, com vistas à identificação do perfil adequado ao desenvolvimento das atividades.

Recomenda-se que as funções dentro da UnIF, sobretudo a coordenação das atividades, sejam exercidas por agentes do Fisco, nos limites de suas competências, excepcionando-se a possibilidade de composição dos quadros do setor de apoio administrativo, em vista das suas atribuições específicas.

5.2.3 Qualificação

Em vista da necessidade de qualificação dos profissionais que trabalham na atividade de Inteligência Fiscal, faz-se necessária a realização de programas específicos e sistemáticos de formação e aperfeiçoamento.

5.3 Autonomia administrativa e financeira

Sempre que possível, a Unidade de Inteligência Fiscal deverá possuir autonomia administrativa na condução de suas atividades, observados os canais hierárquicos competentes.

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