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Débora Maria Russo PDE 2008 AS INTERFACES DO PATRIMÔNIO CULTURAL DE GUIDO VIARO, NA CURITIBA DE 1930 A 1960 E SUA ATUAÇÃO NA REVISTA JOAQUIM.

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Page 1: As interfaces do patrimônio cultural de Guido Viaro, na ... · perguntas sobre sua vida, seu trabalho e seus ideais. fazendo ilustrações, as quais demonstravam sua expressão artística

Débora Maria Russo

PDE 2008

AS INTERFACES DO PATRIMÔNIO

CULTURAL DE GUIDO VIARO, NA CURITIBA

DE 1930 A 1960 E SUA ATUAÇÃO NA

REVISTA JOAQUIM.

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Vista do Passeio Público, Curitiba, 1930

Guido Viaro chega em Curitiba no ano de 1929.

Era uma cidade com aproximadamente 100 mil habitantes.

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Foto da Rua XV de novembro em

1924

Ficou inicialmente num hotel, no

centro da cidade, mas logo

instalou-se no terceiro andar de

um prédio na rua XV de

Novembro, bem no centro da

capital do Paraná.

Seu atelier ficava no último andar

e logo transformou-se num

ponto de encontro com os

artistas plásticos Freisleben e

João Turin, o cantor de ópera

Túlio de Lemos e o violinista Leo

Cobe, entre outros.

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Viaro era um homem de

Impulsos fortes, tinha uma

personalidade decidida, dinâmica,

isto pode ter contribuído para

transformar-se num pólo

magnético para onde convergiram

os participantes dos movimentos

artísticos de renovação.

Viaro trabalhando no sótão da EMBAP

(VIARO, s./d.).

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Em matéria publicada no DIÁRIO

DA TARDE (4 dez. 1934) ele é

qualificado como mestre do pincel,

o artista é ali descrito como

“estranho e requintado, ... original

nas suas interpretações”.

Viaro trabalhando no sótão da EMBAP

(VIARO, s./d.).

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Sua obra artística, motivou

toda uma geração de artistas

preocupados em sintonizar

a produção artística do Paraná

com as tendências a ela

contemporâneas.

Leia o comentário de Maria José

Justino sobre o artista

Viaro trabalhando no sótão da

EMBAP

(VIARO, s./d.).

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Afirmava ser o artista um

intérprete sincero da

paisagem e da gente

brasileira numa pintura feita

para satisfazer os seus

próprios anseios espirituais

num processo individual e

introspectivo, na

consciência superior de

alguém que domina os

mistérios da vida e seus

fenômenos. (OSINSKI,2006)

Fotógrafo Lambe-Lambe"

Óleo Sobre Tela

1944

0,890 x 0,740 m

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Retrato da esposa 1937

óleo sobre tela, 0,49 x

0,39 m

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Segundo Orlando da Silva (1997), Viaro

sentia o sofrimento de Cristo. Comenta

que as cenas bíblicas partiam do povo

que o artista via. Os trabalhos que

abordavam estes temas,

demonstravam no artista, grande

preocupação com a técnica.

Ele pretendia com suas obras

religiosas provocar uma reflexão sobre

algumas questões importantes da vida,

do mundo e dos problemas de seu

tempo.

A temática religiosa:

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Jesus e os Apóstolos

Óleo Sobre Madeira

1959

0,660 x 0,475 m

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Paisagem, 1948, óleo sobre tela 0,580 x 0,705 m

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Auto retrato de Guido Viaro, 1942, óleo sobre tela, 0,42 x 0,44 m

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Tintas nanquin usadas por Guido

Viaro que estão no acervo do

CJAP – Centro Juvenil de Artes

Plásticas

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Rolo de impressão utilizado por Guido Viaro que está no acervo do CJAP

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Gravura executada por

Viaro, para o conto Um

Adágio, de Dalton Trevisan na

Revista Joaquim, água forte,

impressão em relevo

13,4 x 8,8 , jul. 1946, p. 7).

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Um pouco antes davinda de Viaro aoBrasil, a qual ocorreuno Rio de Janeiro , em1927, acontecia emalgumas capitais dopaís, um marcohistórico da introduçãode idéias modernistasno campo da Arte, era aSemana de ArteModerna, que ocorreucom maior vulto no anode 1922. Saiba mais sobre a Semana

de Arte Moderna

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Guido Viaro motivou toda uma geração de

artistas que buscavam sintonizar a produção

artística do Paraná com as tendências

contemporâneas.

Viaro trabalhando no

sótão da EMBAP

(VIARO, s./d.).

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As inovações literárias aliadas às idéias modernas tiveram na revista Joaquim,

um elemento de destaque , apresentava um tom muitas

vezes agressivo pela construção da idéia do novo.

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A escolha do nome da revista, era uma “homenagem a todos os

Joaquins do Brasil” (JOAQUIM, abr. 1946, p. 3). Apesar desse nome estar

sugerindo a idéia de um homem comum, essa não era uma

publicação de conteúdos fáceis e populares. Tinha o objetivo de atingir pessoas envolvidas em

literatura, filosofia, arte e cultura em geral, ou seja, seu público alvo

não era só escritores e artistas locais, mas os intelectuais

brasileiros em geral.

Por que Joaquim ?

Clique aqui e leia o

comentário de Dulce

Osinski

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A Revista Joaquim , de Dalton

Trevisan e Erasmo Pilotto, que

circulou em Curitiba entre os anos

1946 e 1948, como um marco das

linguagens modernistas no estado

do Paraná teve em Guido Viaro ,

um de seus partícipes

fundamentais.

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Os debates empreendidos na Joaquim

tinham como tônica principal a idéia

moderna de arte e literatura e a análise

de suas manifestações,

compreendendo temáticas bastante

diversas, como o modernismo e sua

importância, o embate entre as

gerações de intelectuais e o seu papel

na cena cultural.

Pessoas ilustres participavam da revista

Joaquim. Você quer saber quem? Então

clique aqui

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A frase a seguir demonstra claramente os ideais da revista Joaquim:

O importante foi a decisão de rompercom o passado, nas suas tradições estéreis. É, pois, uma geração sem medo(JOAQUIM, mar. 1947, p. 3)

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Os artistas que participavam da Revista Joaquim pretendiam promover o que compreendiam como arte moderna, dentro dos debates, nas entrevistas e também nas imagens ali presentes.

Poty Lazzarotto. Imagem realizada para

o conto Canto de Sereia, de Dalton

Trevisan na Revista Joaquim, jul. 1946,

p.12.

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As imagens da revista, traduziam uma linguagem moderna; podiam estar vinculadas aos textos literários ou constituir-se no próprio assunto da página.

Procuravam introduzir a província curitibana num repertório cultural de caráter mais universal por meio de uma nova linguagem artística .

Brasil

Paraná

Curitiba

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Os artistas, mesmo quandointerpretavam as poesias ou os contosnão tinham uma preocupaçãoexcessivamente descritiva com adescrição do fato tratado.

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Viaro participa na Joaquim de diversas

maneiras:

como autor de imagens veiculadas, ilustrando os

textos publicados por alguns de seus amigos

escritores

Veja a seguir a reprodução de uma página da Revista

Joaquim , nº 18, a qual contém uma ilustração de

Guido Viaro chamada Trapiche em técnica de

Água-forte, impressão em relevo 10 x 9,6

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autor de crônicas e textos críticos

como o apresentado a seguir, no qual

faz um comentário crítico à obra de

Alfredo Andersen, na Revista Joaquim

de dezembro, 1946.

Nesta gravura faz um auto-retrato e

inclui sua esposa e seu filho.

Observa-se suas iniciais em cada

canto.

Page 31: As interfaces do patrimônio cultural de Guido Viaro, na ... · perguntas sobre sua vida, seu trabalho e seus ideais. fazendo ilustrações, as quais demonstravam sua expressão artística

Quer saber mais sobre este

artigo?

Clique aqui e leia o

comentário de Dulce Osinski

Viaro, por Viaro. Água-forte, impressão

em relevo

8,9 x 7,7(VIARO, dez. 1946, p. 10).

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dando

entrevistas,

falando sobre

seu trabalho e

seu

pensamento

artístico.

No artigo ao

lado, da

Revista

Joaquim nº 2,

de junho de

1946, Erasmo

Pilotto faz

várias

perguntas

sobre sua vida,

seu trabalho e

seus ideais.

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fazendo ilustrações, as quais demonstravam sua expressão artística e sua

visão social.

Segue a seguir uma de suas inúmeras gravuras presente na Revista Joaquim:

Pobre, mas Descansado

11 x 14 cm água-forte sobre zinco, impressão em relevo

O Joaquim, nov 1946 pg 4

Leia os comentários de Dulce

Osinski sobre esta gravura

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Gravura em metal foi a técnica mais

utilizada por Guido Viaro, principalmentena Revista Joaquim

As ilustrações das revistas utilizavam

a xilogravura e a gravura em metal,

que era feita diretamente na placa

de zinco e utilizada como clichê de

impressão.

Clique aqui e conheça mais

sobre a gravura e técnicas

usadas por Guido Viaro

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A atmosfera dramática é recorrente nas imagens da Joaquim e bastante explorada por Guido Viaro. Na imagem ao lado,

que acompanha o conto Notícia de Jornal, de Dalton Trevisan, o crime passional, descrito pelo autor em forma jornalística comentada, é representado por Viaro em sua dimensão de confusão e perplexidade, tendo a cidade, com seus prédios, como cenário de um acontecimento trágico que envolve os transeuntes.

VIARO,

água forte ,

impressão

em relevo

22,1 x

16,8un.

1946, p. 10

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A interferência direta na chapa metálica resulta em linhas brancas sobre o fundo negro, riscadas nervosamente sem respeitar os limites entre uma e outra figura., conforme o detalhe da gravura anterior. A narrativa de um drama do cotidiano urbano é usada como pretexto para a criação da imagem, que conquista autonomia pelas mãos do artista.

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Assim como os modernistas de 1922, os

modernos paranaenses dos anos 40,

após 20 anos da efervescência do

movimento de São Paulo e Rio de

Janeiro, procuravam sua afirmação

usando a contraposição ao estabelecido

que era considerado velho e

ultrapassado.

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Mesmo com uma distância de mais de duas

décadas, tanto os textos produzidos ,

como os trabalhos plásticos produzidos

pelos integrantes da Joaquim e veiculados

naquele periódico têm muitos pontos em

comum com as vanguardas artísticas

européias do início do século XX e com a

produção dos artistas vinculados ao

movimento paulista, com quem o diálogo se

dá de forma bastante intensa.

Clique aqui e conheça um

pouco mais da história do Brasil

nesta década

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O impacto que essa publicação

causava, em especial por não ser

produzida num grande centro, é

descrito em artigo abaixo:

“Quando ‘Joaquim’ chegava, a

intelectualidade brasileira ficava em

polvorosa. Vinha da província, com

roupagem moderna e despojada.

Trazia sempre consigo um grupo

jovem e talentoso de jornalistas,

escritores, artistas e críticos literários”

(FOLHA DE SÃO PAULO, 9 jan. 2001,

p. E1).

Clique aqui e leia o comentário

de Dulce Osinski

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Foi por meio da expressão artística, mas também

através da educação, que seu pensamento moderno

pôde se afirmar.

Aliás, podem-se perceber interfaces entre essas duas dimensões,sendo muitas das posturas tomadas por Viaro análogas e correspondentes no campo da arte e da educação. (OSINSKI, 2006)

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O contato com Erasmo Pilotto,

intelectual envolvido com a educação

desde 1938, colocou-o em contato com

a proposta de renovações educacionais

no Brasil.

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Como resultado, ocorreram projetos culturais e educacionais, promovidos pelos

esforços conjuntos de uma elite intelectual com poder de direção, cujo objetivo era

possibilitar a concretização destas idéias .

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Guido Viaro, viria a desenvolver com Eny Caldeira (professora da foto anterior),

relações de amizade alicerçada sobretudo em afinidades artísticas e nas idéias

comuns sobre a importância da arte na educação.

A educadora via com grande entusiasmo o trabalho desenvolvido pelo artista

junto às crianças, relacionando às experiências observadas por ela na Europa.

Irene

11 anos

Peixe

Guache e grafite sobre papel

31,2 x 22,5 cm

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Para manter-se financeiramente,

Viaro trabalhou como professor em

vários colégios, mas sempre

sustentando o desejo de fundar a

primeira escolinha da Artes para

Crianças , o Centro Juvenil de Artes

Plásticas.

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CENTRO JUVENIL DE ARTES PLÁSTICAS

Rua Mateus Leme, 56 Curitiba-PR

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Sua opção pelos jovens e pelas crianças, reforça sua crença, de que o caminho para a melhoria da sociedade passa pelo investimento nos pequenos, princípio básico da formulação do CJAP, introduzindo a arte no mundo infantil e viabilizando o acesso à informação para a juventude.

Clique aqui e leia o texto de

Piaget, comentando sobre a

educação através da arte

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A iniciativa da

criação do

CJAP tivera

início poucos

anos antes, no

ano do

Centenário de

Emancipação

Política do

Paraná, em

1953.

Clique aqui para acessar o site

do CJAP

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Guido Viaro como vanguardista, citava

Dewey em sua afirmação de que a

escola é a própria vida, e não uma

preparação da vida, contrapondo suas

ações, identificadas com a pedagogia

moderna, à ultrapassada escola

tradicional, cujo objetivo era uma

educação intelectualista, que

considerava a criança um adulto em

miniatura e cujos resultados eram

alcançados por rígidos processos que

privilegiavam métodos verbalistas.

(OSINSKI, 2006)

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Sempre comentava: “ Na pintura, acho que precisamos começar com a criançada. Começar vendo nos grupos todas as crianças que têm uma aptidão especial para o desenho. Os próprios professores ajudariam nisso. E depois tratar de orientar essa gurizada. ”

Viaro trabalhando no sótão da

EMBAP

(VIARO, s./d.).

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Em parceria com o Departamento de

Cultura da Secretaria de Educação e

Cultura e

com a Escola de Música e Belas Artes do

Paraná, foi organizado um concurso

envolvendo crianças das escolas

primárias e secundárias do Paraná, o qual

tinha por finalidade destacar seu trabalho

desenvolvido na escolinha de artes e por

conseqüência a importância da arte-

educação. Desta forma, ele conseguiria

um espaço específico para desenvolver

sua prática como arte-educador.

Guido Viaro com as crianças no CJAP

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O CJAP, quando teve à sua frente Guido Viaro,

participou assiduamente de exposições em

diversas cidades brasileiras e em outros

países. Também promovia exposições anuais

para mostrar o trabalho das crianças e dos

professores desta instituição.

A prática de exposições permanece até hoje

neste Centro de Artes.

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Defendendo a liberdade de expressão

para as suas crianças, o velho artista

se renovava e, mais uma vez, se

colocava do lado dos novos nas

águas divisoras entre tradição e

modernidade. (OSINSKI,2006

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O Centro Juvenil tinha alguns pontos em comum com a Escolinha de Artes

do

Brasil, fundada no Rio de Janeiro por Augusto Rodrigues, e com outras

escolinhas similares em outras cidades do país, como a defesa da

espontaneidade e da livre-expressão, e a preservação da pureza infantil em

suas manifestações artísticas.

L.V.

Caminhão,carro e cidade

13 anos

Guache e grafite sobre papel

20,5x 31,5 cm

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Em 1948, no Rio de Janeiro, AugustoRodrigues criou a Escolinha de Artes do Brasil,que por muitos anos foi considerada aprimeira escolinha de artes brasileira, onde ascrianças podiam desenhar e pintar livremente,demonstrando o clima expressionista quedominava o pós-guerra.

Clique aqui e leia o comentário

de Ana Mae Barbosa

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O termo escolinha de arte é utilizado, no Brasil, paradenominar os espaços extracurriculares dedicados aoensino da arte para crianças dentro de umametodologia que privilegia a expressão livre dacriança, com o mínimo de interferência do educador.

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Revista O Cruzeiro 13.01.1970,

acervo CJAP

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Atuou como professor no Colégio Belmiro

César , Iguassú, Liceu Rio Branco, Colégio

Estadual do Paraná, na Escola de Música e

Belas Artes do Paraná e também na Escola

Profissional República Argentina, escola essa

que hoje recebe o nome de Centro Estadual de

Capacitação em Artes Guido Viaro.

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Foto do Centro Estadual de Capacitação em Artes Guido Viaro

Curitiba

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Este Centro de Capacitação foi inaugurado em

1886 por Antonio Mariano de Lima. Inicialmente

recebeu o nome de Escola de Belas Artes e

Indústrias do Paraná. Muitos artistas ilustres como

Alfredo Andersen e Guido Viaro (1941-1948) entre

outros, ministraram aulas neste local. João Turin e

João Zaco Paraná, foram alunos de escultura.

Em 2002 este espaço cultural recebeu o nome de

Centro de Artes Guido Viaro e a partir de 2005

passou a chamar-se Centro Estadual de

Capacitação em Artes Guido Viaro.

Atende professores de arte e de outras áreas,

alunos do magistério como também universitários

e demais pessoas que tenham o objetivo de

trabalhar as diversas linguagens artísticas.

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Viaro trabalhando no sótão da EMBAP

(VIARO, s./d.).

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A família Viaro mantém até hoje a maioria das

obras e objetos do artista, como forma de

preservar a memória do grande mestre da

Pintura Paranaense.

Seu neto fez um vídeo com depoimentos de

alunos além de várias imagens de suas obras

chamado Guido Viaro – Um retrato coletivo.

Este vídeo estará no site

www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

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Viaro tinha uma opinião muito firme, defendendo a autonomia do

processo criativo e a coerência com os princípios universais da arte.

Acreditava que o artista precisa manter suas convicções sobre os

princípios artísticos que considera importante, podendo não ser tão bem

aceito pelo público em geral, não devendo ceder às tentações de uma

produção que procura satisfazer os gostos da platéia.

Veio a falecer em 1971, pouco tempo depois da morte de sua esposa

Yolanda, estava em seu atelier, aguardando seus alunos.

Viaro acreditava que o maior compromisso do artista deveria ser

consigo mesmo e com o seu processo de criação.

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LIVROS

_____. Gatti Rabbiosi. Joaquim nº 2. Curitiba, junho de 1946. p. 5. Entrevista concedida a

Erasmo Pilotto.

KATZ, Renina. Paisagem. Reprod.: p&b, 23,5 X 18cm em papel. In: JOAQUIM. Curitiba,

ano III, nº 19, jul. 1948. p. 12.

KERR, Yllen. Xilogravura. Reprod.: p&b, 12,3 X 9,5 cm em papel. In: JOAQUIM. Curitiba,

ano III, nº 21, dez. 1948. p. 9.

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REFERÊNCIAS

•ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

•ARTE-EDUCAÇÃO. Sem título In: http://www.arteducacao.pro.br. Acesso em:

18 ago. 2008.

•BARBOSA, Ana Mae. Teoria e prática da educação artística. São Paulo:

Cultrix, 1994.

•BASSLER, Roseli Fischer. Centro Juvenil de Artes Plásticas: O pioneirismo de

uma idéia na trajetória da História da Arte Paranaense. Curitiba, 1994.

Monografia para obtenção do Título de Especialização. Escola de Música e

Belas Artes do Paraná.

•COHEN, Peter. Arquitetura da Destruição. Alemanha: Poj. Film Produktion AB.

Film Institutet: 1989. Filme em DVD. 122 min.

•DASILVA, Orlando. Guido Viaro: alma e corpo do desenho. Curitiba: Secretaria

de Estado da Cultura, 1997.

•DASILVA, Orlando. Viaro, uma permanente descoberta. Curitiba: Fundação

Cultural de Curitiba, 1992.

•HANDAL, G., & LAUVAS, P. Promoting reflective teaching: Supervision in

action. Open University, 1987.

•HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL. O Manifesto dos pioneiros da

educação nova (1932): A reconstrução educacional no Brasil – ao povo e ao

governo. Disponível em http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb07a.htm>

Acesso em: 6 ago. 2008.

Page 68: As interfaces do patrimônio cultural de Guido Viaro, na ... · perguntas sobre sua vida, seu trabalho e seus ideais. fazendo ilustrações, as quais demonstravam sua expressão artística

•GRAVURA.In:

http://www.centrovirtualgoeldi.com/paginas.aspx?Menu=agravura Acesso em:

5 ago.2008.

•JUSTINO, Maria José. Guido Viaro, um visionário da arte. Curitiba: Museu

Oscar Niemeyer – MON, 2007

•KESSELRING, Annette Santos Lima. O olhar divino sobre Guido Viaro.

Curitiba, 2005. Monografia para obtenção do Título de Especialização. Escola

de Música e Belas Artes do Paraná.

•LEÃO, Raimundo Matos. A arte em espaços educativos. In:

http://caracol.imaginario.com/paragrafo_aberto/rml_arteduca.html. Acesso

em: 18 ago.2008.

•OLIVEIRA, Isolina. A reflexão e o professor como investigador. In:

www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/fp/textos%20_p/02-oliveira-serraz.doc

Acesso em: 4 ago.2008.

•OSINSKI, Dulce Regina Baggio. Ensino da Arte: os pioneiros e a influência

estrangeira na arte-educação em Curitiba. Curitiba , 1998. Dissertação de

Mestrado. Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná.

•OSINSKI, Dulce Regina Baggio. Guido Viaro: modernidade na arte e na

educação. Curitiba, 2006. Tese de Doutorado. Setor de Educação,

Universidade Federal do Paraná.

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•PROSSER, Elisabeth Seraphim. Cem anos de sociedade, arte e

educação em Curitiba: 1853 -1953. Curitiba: Imprensa Oficial, 2004.

•SECRETARIA DO ESTADO DE CULTURA. Guido Viaro - Artista e Mestre.

Curitiba, l967.

•SEED - Diretrizes Curriculares de História para a Educação Básica.

Curitiba, 2006.

•TULLIO, Carlos Henrique. Impressões de Guido Viaro. SEEC: 1996. Filme

em VHS. 23 min.

•VALENTE, José Armando. PROINFO: Por que o computador na

educação? In: http://edutec.net/Textos/Alia/PROINFO/prf_txtie09.htm

Acesso em: 4 ago. 2008.

•VIARO, Constantino. Guido Viaro. Curitiba: Champagnat, 1996.

•VIARO, Tulio. Guido Viaro – Um retrato coletivo. Brasil: Governo do

Estado do Paraná. 2007. Filme em DVD. 53 min

•SANDRINI, Juliano. Revelando Guido Viaro. Brasil: Governo do Estado do

Paraná. 2007. Filme em DVD. 5 min

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IMAGENS

VIARO, Guido. Gravura em metal. Reprod.: p&b, 22 X 17cm em papel. In:

TREVISAN, Dalton. Notícia de Jornal. Joaquim. Curitiba, ano I, nº 2, jun. de

1946. p. 10.

_____. Gravura em metal. Reprod.: p&b, 13,1 X 8,8cm em papel. In:

TREVISAN, Dalton.

Um Adágio. Joaquim. Curitiba, ano I, nº 3, jul. 1946. P. 7.

_____. Homem sem rumo. Óleo sobre tela, 72 X 60 cm. 1944. Acervo

Constantino Viaro.

_____. Joaquim. Curitiba, outubro de 1947. P. 18.

_____. No jardim das oliveiras. Reprod.: p & b, 13 X 18 cm. In: Joaquim.

Curitiba, ano I, nº 6, nov. 1946. P. 4.

_____. Pobre, mas descansado. Reprod.: p & b, 10,5 X 14 cm. In: Joaquim.

Curitiba, ano I, nº 6, nov. 1946. p. 4.

_____. Trapiche. Reprod.: p&b, 10 X 9,7 cm. In: VIARO, Guido. Viaro. Joaquim.

Curitiba, ano III, nº 18, mai. 1948. P. 6.

_____. Viaro, por Viaro. Gravura em metal. Reprod.: p&b, 13,5 X 11,6cm em

papel. In: Joaquim. Viaro, hélas... e abaixo Andersen!. Curitiba, ano I, nº 7, dez.

1946. p. 10.

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•VIARO demonstrando exercício a uma aluna no sótão da EMBAP. Fotografia:

p&b, s/d.Acervo do Centro Juvenil de Artes Plásticas.

•VIARO e as monitoras do Centro Juvenil de Artes Plásticas. Fotografia: p&b; s/d.

Acervo do Centro Juvenil de Artes Plásticas.

•VIARO e uma aula de cerâmica no Centro Juvenil de Artes Plásticas. Fotografia:

p&b; s/d. Acervo do Centro Juvenil de Artes Plásticas.

•VIARO e uma turma mista de adolescentes e adultos no Centro Juvenil de Artes

Plásticas. Fotografia: p&b; s/d. Acervo do Centro Juvenil de Artes Plásticas.

•VIARO observando o trabalho de alunos do Centro Juvenil de Artes Plásticas.

Fotografia: p&b; s/d. Acervo do Centro Juvenil de Artes Plásticas.

•VIARO orientando alunos do Centro Juvenil de Artes Plásticas. Fotografia: p&b;

s/d. Acervo do Centro Juvenil de Artes Plásticas.

•VIARO orientando trabalhos na EMBAP. Fotografia: p&b; s/d. Acervo do Centro

Juvenil de Artes Plásticas.

•VIARO orientando uma aluna no sótão da EMBAP. Fotografia: p&b, s/d. Acervo

do Centro Juvenil de Artes Plásticas.

•VIARO posando com alguns alunos do Centro Juvenil de Artes Plásticas.

Fotografia: p&b,s/d. Acervo do Centro Juvenil de Artes Plásticas.

•VIARO trabalhando no sótão da EMBAP. Fotografia: p&b, s/d. Acervo do Centro

Juvenil de Artes Plásticas.

•VIARO trabalhando no sótão da EMBAP. Fotografia: p&b, s/d. Acervo do Centro

Juvenil de Artes Plásticas.

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•CHOROSNICKI, João. Exposição de Pintura de Guido Viaro. Diário da

Tarde, Curitiba, 25 out. 1945.

•_____. Exposição Turin-Viaro. Diário da Tarde, Curitiba, 5 dez. 1934.

•DIÁRIO DA TARDE. Educação Artística. Curitiba, 27 dez. 1946.

•_____. João Turin e Guido Viaro. Curitiba, 4 dez. 1934. De Arte.

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PERIÓDICOS

•CAMPOFIORITO, Quirino. A exposição de Nigri. Joaquim, Curitiba, ano I, nº

1, abr. 1946,

•p. 5

•JOAQUIM. Curitiba: ano I, nº 1, abr. 1946.

•_____. Curitiba: Ano II. nº 11, jun. 1947.

•_____. Curitiba: ano I, nº 2, jun. 1946.

_____. Curitiba: ano I, nº 3, jul. 1946.

_____. Curitiba: ano I, nº 5, out. 1946.

_____. Curitiba: ano I, nº 6, nov. 1946.

_____. Curitiba: ano I, nº 7, dez. 1946.

_____. Curitiba: Ano I. nº 4, set. 1946.

_____. Curitiba: ano II, nº 10, mai. 1947.

_____. Curitiba: ano II, nº 12, ago. 1947.

_____. Curitiba: ano II, nº 13, set. 1947.

_____. Curitiba: ano II, nº 14, out. 1947.

_____. Curitiba: ano II, nº 15, nov. 1947.

_____. Curitiba: ano II, nº 16, fev. 1948.

_____. Curitiba: ano II, nº 17, mar. 1948.

_____. Curitiba: ano II, nº 8, fev. 1947.

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_____. Curitiba: ano II, nº 9, mar. 1947.

_____. Curitiba: ano III, nº 18, mai. 1948.

_____. Curitiba: ano III, nº 19, jul. 1948.

_____. Curitiba: ano III, nº 20, out. 1948.

_____. Curitiba: ano III, nº 21, dez. 1948.

_____. Viaro, hélas... e abaixo Andersen!. Curitiba, Ano I, nº 7, dez. 1946, p.

10.

TREVISAN, Dalton. Um Adágio. Joaquim. Curitiba, ano I, nº 3, jul. 1946, p. 7

VIARO, Guido. G. Viaro. Joaquim. Curitiba, ano III, nº 19, jul. 1948, p. 10.

_____. Gatti Rabbiosi – entrevista por Erasmo Pilotto. Joaquim. Curitiba, ano I,

nº 2, jun. 1946, p. 5.

.

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HIPERLINKS

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Maria José Justino (2007), reporta-se ao artista comentando:

...era dono de um desenho extraordinário e de um domínio artesanal

invejável – várias problemáticas e gêneros na arte, entre eles, o social, o

religioso, a paisagem e o retrato. Pintor, desenhista, gravador, articulista,

caricaturista, ilustrador, educador, transitava com facilidade em todas as

linguagens. O forte era o domínio do espaço e o traço falante, desenho

seguro e expressivo, sobretudo nas gravuras. Mas a sensibilidade da cor

não ficava nada a dever ao traço. E em todas essas experiências, salta o

humanista.

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Guido Viaro

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O marco histórico da introdução de idéias modernistas na arte , no Brasil, foi aSemana de Arte Moderna, que ocorreu, em fevereiro de 1922, em São Paulo.Houveram uns acontecimentos precedentes como a chegada no Brasil de LasarSegall , em 1910 e a exposição de Anita Malfatti, em 1917-1918.Alguns intelectuais brasileiros, entre os quais Mário de Andrade, Oswald deAndrade e Tarsila do Amaral, manifestavam idéias que tinham como objetivoderrubar os cânones que até então, legitimavam entre os brasileiros a criaçãoartística. Esse movimento com características nacionalistas, resultou numarenovação gradativa das pesquisas estéticas, na modificação dos conceitos emarte e no estabelecimento de uma forma de expressãoartística brasileira. Em alguns estados brasileiros havia a efervescência domovimento modernista, mas no Paraná as primeiras alusões à Semana de 22ocorrem dois anos depois, muito breves e esparsas. Esta linguagem moderna erarejeitada pela maioria dos artistas locais e pela sociedade em geral.

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Viaro

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Constituindo-se em projeto de modernização literária, artística e cultural econsiderado um divisor de águas na cultura local com relação ao debate datradição versus modernidade, a Joaquim circulou com periodicidade mensal, deabril de 1946 a dezembro de 1948, com uma edição limitada de 1000 exemplares.Foram publicados ao todo 21 números sob a editoria de Dalton Trevisan, quebancava revista de seu próprio bolso, conferindo-lhe um caráter deindependência, tanto do ponto de vista filosófico quanto econômico.

As rupturas que Guido Viaro intencionava em sua arte e o desejo de se afirmarcomo artista moderno coincidiam, desta forma, com os objetivos de jovenscomo Dalton Trevisan, resultando em parceria profícua. (OSINSKI, 2006)

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de Guido Viaro

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Os componentes da Joaquim, apresentando-se como moços, tinham mais

possibilidades , em nível nacional, de formar diálogos.

Os diversos intelectuais modernos e emergentes, distinguiam-se no meio

cultural paranaense conhecido em outros estados por seu tradicionalismo.

Poty Lazzarotto, participa ativamente na revista .Alguns artigos publicados em

outros jornais e revistas, eram utilizados pela editoria da Joaquim. Haviam

comentários de intelectuais de atuação expressiva no cenário brasileiro, como

Carlos Drummond de Andrade, Tristão de Athaíde , Mário de Andrade, Oswald

de Andrade, H. J. Koellreutter, Vinícius de Morais, Mário Pedrosa e Antonio

Candido.

Tinha também a intenção de tornar acessíveis textos de filósofos e artistas

de importância internacional, como John Dewey, André Gide, Jean Paul Sartre,

Merlaux-Ponty, T.S. Elliot, Virginia Woolf e Tristan Tzara.

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Guido Viaro

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O desejo de se sentir parte do mundo e de se identificar com valores universaisera uma tendência de parte significativa dos intelectuais do pós-guerra, fazendo-se presente entre os paranaenses.

O caráter universalista da obra de Viaro foi igualmente assinalado no texto Viaro,helás... e abaixo Andersen, quando da afirmação de que o artista “pinta não a gentee a terra de Curitiba, mas simplesmente a gente e a terra” (JOAQUIM, dez. 1946, p.10), numa crítica implícita a Andersen e seus alunos, que tinham como temáticasprivilegiadas a paisagem paranaense, onde a araucária ocupava lugar privilegiado,e cenas cotidianas da gente local.Viaro, mesmo fazendo uso das mesmas temáticas que os seus colegas de ofício,teria a capacidade de transcender as preocupações e aparências regionalistas aoconcentrar sua expressão no que o mundo e as pessoas têm de essencial.

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Guido Viaro

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Buscando da mesma forma provocativa uma interlocução

com os seus opositores, o autor de Viaro, helás... e abaixo

Andersen inicia pelo título, cujos três pontos, separando os

dois protagonistas, têm por efeito maior ênfase na idéia da

destituição de Andersen como modelo, em favor da

instituição da figura de Viaro.

Seu objetivo é a construção de um ícone de modernidade

para as artes plásticas do Paraná, o que se faz por meio da

destruição da imagem do já consagrado Alfredo Andersen

e, em especial, de seus discípulos, aliás esses os

verdadeiros enunciatários dessa mensagem.

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Guido Viaro

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O autor afirma primeiramente a impossibilidade de se elogiar Viaro semdesmerecer Andersen, explicando que, se houve um tempo em que era convenienteadmirar o artista norueguês, agora se fazia necessário exorcizar sua sombra,responsável por obscurecer as novas tentativas no campo da arte. Em seguidaconclama que se lance um exorcismo sobre Andersen, não tanto por causa dele,mas pelo que representa como arte superada, moldes consagrados, tabu. Emborareconheça ter sido Andersen um pintor com méritos dignos de serem respeitados –e aí cita Viaro que, contemporizando, diz ser ele ainda o melhor do Paraná –considera estar o mestre norueguês deitando uma sombra incômoda sobre osvivos, numa referência a artistas como Theodoro de Bona e Lange de Morretes que,mesmo gozando de prestígio e com estilos próprios, respondem pela alcunha dediscípulos de Andersen. Rejeitando a veneração de mitos do passado, o texto aindacondena a canonização do pintor considerado um fantasma a assombrar a pinturade época que não a sua. O autor coloca-se então como uma espécie de justiceirocuja tarefa é, com sua mão iconoclasta, converter os mitos intocáveis comoAndersen em mitos mortos e enterrados, deixando clara a opção de seu grupo:“Entre Andersen e Viaro, nós, os moços, já fizemos a nossa escolha: só nos servem,não os mortos, mas a nós os vivos, que criam a arte nova dos tempos novos”(JOAQUIM, dez. 1946, p.10).

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Guido Viaro

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Curiosamente, essa construção mítica deGuido Viaro como a bandeira moderna dasartes plásticas paranaenses se faz, nessetexto analisado, muito mais sobre a figura dapessoa do que pela análise do trabalhoartístico propriamente dito. É sobre aimagem de Viaro e sobre as representaçõesde que dela advém que ela é estruturada,objetivando oferecer àqueles que buscamcaminhos de renovação um alicerce seguro,um ponto de apoio, um referendo.

O artigo vem acompanhado de uma gravurade autoria de Guido Viaro, umauto-retrato intitulado Viaro, por Viaro,executada em contrastes de claro-escuro.

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Guido Viaro

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CAMPOFIORITO (mai. 1947, p. 10), referindo-se aos trabalhos de Viaropublicados na Joaquim, assinalou ser “o destino do homem simples, do homem que sofre, do homem para quem a vida é uma luta, do homem comum”, o ponto de interesse central de sua obra. É o que se pode observar na gravura intitulada Pobre mas descansado (VIARO, nov. 1946, p. 4), em que o foco de atenção é o cotidiano de um bairro pobre, com seus personagens despidos de expectativas, e suas crianças despidas de fato. Sem uma preocupação com a correção anatômica das figuras, a deformação é usada pelo artista de forma propositada para obtenção de maior dramaticidade. O personagem do primeiro plano descansa a cabeça apoiada em uma de suas mãos que, desproporcionalmente grandes, denunciam a impotência do homem diante de uma realidade esmagadora. Ao fundo, duas mulheres observam a cena conformadas, a da esquerda apoiada numa parede negra, a segunda contrastada contra uma luz ofuscante. Os rostos não são bem definidos, algumas vezes inexistindo, pois mais que realizar um retrato descritivo de uma determinada situação, a Viaro interessa refletir sobre a condição humana.

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Guido Viaro

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Gravura é uma técnica de impressão que utiliza diversos

materiais, os quais dão nome aos seus diversos tipos (xilo, lito,

linóleogravura).

A história da gravura remonta ao homem pré-histórico, com o

registro das mãos nas cavernas, seguidas do Egito Antigo, através de

informações arqueológicas, em que se descrevia o processo de

reprodução através da gravação em pedra ou madeira para a

impressão de tecidos.

Os chineses foram os que iniciaram a utilização do papel como

suporte para a gravura, já que foram eles também que inventaram o

papel na forma utilizada até hoje.

No fim da Idade Média e no começo do Renascimento começa a

grande associação do papel com a gravura.

É importante que um arte-educador conheça as diferentes

formas de gravura, as quais serão identificadas a seguir:

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MATERIAIS PARA GRAVURA

Rolos de impressão

Goivas

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XILOGRAVURA

(a palavra em português deriva de “xilos”

madeira em grego)

A xilogravura é um processo milenar,

foi a primeira técnica de reprodução de

imagem na forma de gravação. Sobre

uma matriz de madeira (um bloco ou

uma prancha espessa) é feita uma

incisão ou entalhe através de um

instrumento de corte, como as goivas

apresentadas anteriormente, deixando

visíveis os contornos de altos e baixos

relevos.

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As linhas que permanecem na superfície do

bloco é que receberão a tinta em geral aplicada

com o rolo.

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Apertarmos manualmente ou através de uma prensa (imagem abaixo)

a matriz sobre o papel,

verificamos que passa a existir a reprodução de uma imagem.

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A gravura feita em madeira , reproduzia desenhos.

Logo se percebeu a utilidade desse tipo de

impressão, mas levava-se muito tempo para talhar

uma página.

Surgiram então, os tipos móveis e reaproveitáveis.

Rapidamente o processo de impressão se

desenvolveu até se transformar na indústria

gráfica que conhecemos hoje. O gravurista

continua hoje utilizando esse mesmo tipo de

prensa descrito acima para produzir suas

gravuras artísticas.

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No século XIII as iluminuras e até parte dos

textos de livros geralmente religiosos, foram feitos a

partir da xilogravura, porém como eram muito

frágeis e perecíveis, passam a utilizar metais

variados principalmente na tipografia. Novas

técnicas se desenvolvem, criando a possibilidade

de imagens mais nítidas e a criação de

profundidade e sombreados, proporcionando

melhores noções de perspectiva, conforme a

gravura a seguir.

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Como gravador, Guido Viaro, passou por

todas as técnicas, monotipia,

zincogravura, água-forte, ponta seca,

tendo sempre o desenho como sua

principal forma de linguagem. Esta fase foi

muito intensa, mas Viaro acabou se

intoxicando com ácido sulfúrico, que usava

para queimar as chapas e deixou esta

prática de lado.

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Gravura em Metal

É uma técnica que utiliza uma matriz (em geral) de cobre, latão ou zinco

para reproduzir uma imagem. Nos chamados métodos diretos a mão os

instrumentos atuam sulcando a superfície. Nos métodos indiretos, além

dos instrumentos são utilizados agentes intermediários, tais como,

mordente mais seu tempo de atuação, ceras, vernizes, redutores.

A técnica de gravura em metal, foi a mais utilizada por Guido Viaro.

http://www.glatt.com.br/tec_xilo.asp

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Ponta Seca:

O artista empunha um instrumento de aço

como se fosse uma pena (caneta); sua

extremidade é em ponta fina, ao contrário

do buril, que é losango. Com ela "rasgará"

a superfície, em posição de escrita; ao

fazê-lo, deixará ao longo do rasgo uma

fina rebarba de metal que na impressão

caracterizará essa técnica, por gerar uma

linha mais aveludada.

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Água-Forte:

Nesta técnica a placa é revestida por um verniz protetor.

Com um estilete, o artista executa uma imagem, retirando a proteção

do verniz no local do desenho. Neste local, o mordente (ácido nítrico,

percloreto de ferro, mordente holandês) penetrará e atacará o metal,

gravando a imagem.

Seguindo este mesmo princípio, a água-forte se desdobra em

algumas de variantes, tais como água-tinta, verniz mole, maneira

negra, mezzotinta, processos combinados, etc. Estas variantes, além

de mordentes, utilizam outros equipamentos: ceras, breu em grãos

variados, brunidores, buris rajados, raspadores, e vedantes de

consistências variadas. O que vai definir a qualidade e intensidade

dos valores de luz e sombra e das texturas é o tempo em que uma

chapa é exposta à ação do mordente.

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O final da Segunda Guerra Mundial e, em nívelnacional, o fim da ditadura Vargas, inauguravam umanova época para o país, tornando o ambiente propíciopara iniciativas como a Joaquim. A criação de partidospolíticos das mais variadas tendências e a sensação deliberdade experimentada depois de um longo períodode repressão atuavam como fermentos da militânciapolítica e da efervescência cultural, fazendo com quemuitos artistas se engajassem, formal ouinformalmente, na defesa de causas nas quaisacreditavam, a exemplo de Portinari, que em 1946 secandidatou a senador pelo Partido ComunistaBrasileiro. (OSINSKI, 2006)

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Sua tiragem relativamente limitada era compensada por uma distribuição estratégica, tendo como destinatários intelectuais influentes espalhados pelo território nacional, bem como veículos de comunicação de grande circulação os quais, não raro, exprimiam sua opinião sobre o empreendimento seja em publicações, seja por meio de cartas enviadas à redação. Essas opiniões eram publicadas constantemente na própria Joaquim como um meio de auto propaganda, reforçando a idéia de modernidade e renovaçãoque tinha como parâmetro o cenário nacional. (OSINSKI, 2006)

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Ao ler o parágrafo abaixo, vê-se uma parte da teoria

de Piaget, na prática de Guido Viaro:

A educação artística deve ser, antes de qualquer

coisa, a educação da espontaneidade estética e da

capacidade de criação, qualidades já presentes na

criança pequena; e ela não pode, menos ainda que

qualquer outra forma de educação, se contentar com

a transmissão e com a aceitação passiva de uma

verdade ou de um ideal totalmente

elaborados: a beleza, como a verdade, só é válida

quando recriada pelo sujeito que a

conquista (PIAGET, 1954, p. 23).

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Segundo Ana Mae Barbosa, em artigo intitulado Os equívocos do Brasil, publicado em Arte Hoje, Rio de Janeiro, nº 18, p. 59-60, e reproduzido na publicação Escolinha de Arte do Brasil (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 1980, p. 109), a idéia de livre-expressão tem origem no expressionismo, corrente artística de vanguarda do início do século XX, e defende que a arte não é ensinada, mas expressada, sendo a expressão do indivíduo o objetivo principal de qualquer açãoeducativa nesse campo.

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Ana Mae em seu livro Arte-Educação no

Brasil, 1995; comenta que somente em

1930 a idéia da livre-expressão atinge a

escola pública, mas o Estado Novo vem

reprimir no campo educacional,

perseguindo professores da Escola Nova.

Após a queda de Getúlio Vargas ocorreu a

recuperação e a renovação da educação

nacional.

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