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AS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO NO PORTUGAL DEMOCRÁTICO, 1976-2015 Maria de Fátima Carvalho da Costa Figueira Abrantes Mendes Dissertação em Ciência Política e Relações Internacionais outubro 2015

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AS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO

NO PORTUGAL DEMOCRÁTICO, 1976-2015

Maria de Fátima Carvalho da Costa Figueira Abrantes Mendes

Dissertação em Ciência Política e Relações Internacionais

outubro 2015

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AS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO

NO PORTUGAL DEMOCRÁTICO, 1976-2015

Maria de Fátima Carvalho da Costa Figueira Abrantes Mendes

Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção

do grau de Mestre em Ciência Política e Relações Internacionais

Orientação Científica:

Doutor Pedro Tavares de Almeida, Professor Catedrático

(FCSH-UL)

Outubro,2015

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À minha mãe, minha musa incondicional

Aos meus irmãos, Vasco e Cristina, guerreiros incansáveis

A meus filhos, Marta e Pedro, e a meu marido Sérgio, amores «de» e «para sempre»,

na minha vida

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AGRADECIMENTOS

Dirijo os primeiros e especiais agradecimentos ao meu orientador, Prof. Doutor

Pedro Tavares de Almeida, que acreditou no meu projeto, me transmitiu o seu imenso

saber e me acolheu com infinita paciência.

Agradeço penhorada à Deputada, Drª Maria de Belém Roseira, por me ter

permitido assessorar e acompanhar “por dentro” e de forma intensa, os árduos

trabalhos de duas Comissões Parlamentares de Inquérito.

Tendo o presente projeto começado a germinar numa altura em que tinha a

honra de chefiar a Divisão de Apoio às Comissões da Assembleia da República, quero

expressamente agradecer aos funcionários do back-office, Luís Soares, Alice Mota

Campos e António Carlos Pereira, a ajuda extraordinária que me deram nos primeiros

trabalhos de pesquisa e recolha de informação.

Um merecido e destacado agradecimento à minha querida colega e amiga

Anabela Santos que me acompanhou nesta aventura desde o início, me doou muitas e

muitas horas do seu precioso tempo, deixando, na parte informática e na estética do

trabalho, a sua indelével chancela.

Desde a Biblioteca, à Divisão de Informação Legislativa e Parlamentar e ao

Arquivo Histórico-Parlamentar da Assembleia da República, sempre estes serviços se

disponibilizaram a colaborar prontamente e a responder “na hora” aos meus pedidos.

Aos colegas uma palavra de grande apreço, não podendo deixar de salientar a colega

Anabela Jara que, por minha causa, desceu tantas e tantas vezes aos confins da

história….

A finalizar, duas menções muito especiais:

Ao meu chefe, Dr. Vítor Silva e aos meus queridos colegas do CIC-RP, que me

criaram todas as condições para levar o trabalho a bom porto na reta final,

dispensando-me de muitas tarefas que os iam sobrecarregar. Ana Óscar, Maria José

Maurício, Elisabete Silva, Fernando Rocha, António Pito, Margarida Martins e Hermínia

Silva um enorme OBRIGADO. Nesta extraordinária equipa e em tempos idos também

quero incluir a Marlene Freire e a Edite Barbacinhas.

Às minhas amigas e amigos do coração, a quem privei de companhia no

período de maior clausura e que tanta força e amizade me transmitiram. Bem hajam!

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DISSERTAÇÃO AS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO

NO PORTUGAL DEMOCRÁTICO, 1976-2015

Maria de Fátima C.F. Abrantes Mendes

RESUMO

As transformações operadas no mundo contemporâneo, em especial no que respeita às estruturas do poder, à sua maior autonomização e diferenciação, tiveram particulares reflexos ao nível dos Parlamentos e das funções que prosseguem.Desde a sua origem, no passado século XIII, à atualidade, grandes acontecimentos, clivagens e factos históricos estão presentes na sua linha evolutiva. A democratização do regime parlamentar e a legitimidade outorgada através de eleições democráticas e concorrenciais são um marco ímpar na sua história. A complexidade das sociedades hodiernas catapultou o Poder Executivo em detrimento do Parlamento, enquanto órgão legislativo por excelência. Tal circunstancialismo levou, não ao proclamado declínio dos Parlamentos, mas a reformas estruturantes. Outras e mais importantes funções seriam prosseguidas. Se as iniciativas legislativas e a definição das políticas públicas passaram a ser quase um exclusivo do Governo, havia que desenvolver e ampliar, por parte dos Parlamentos, os instrumentos de controlo, fiscalização e escrutínio da ação governativa.

Entre os clássicos instrumentos de controlo avulta o Inquérito Parlamentar, materializado em Comissões Parlamentares de Inquérito, dotadas de poderes especiais para recolha de informação e para investigação. No seu percurso parlamentar, também as Comissões de Inquérito foram sendo alvo de constantes aperfeiçoamentos, de ordem constitucional, legal e regimental. A excessiva partidarização da atividade parlamentar de outrora e sobretudo a confusão entre o governo e o partido que o sustentava a nível parlamentar, o confronto desequilibrado de meios entre as maiorias e as minorias, levaram a um reposicionamento do inquérito parlamentar enquanto garante do direito das minorias. Não sendo expectável que as grandes iniciativas de controlo sejam tomadas pelo partido maioritário, cabe à oposição esse papel.

Em Portugal, diminuta era a tradição do instituto do inquérito parlamentar, razão porque foi efémera e sem resultado a sua utilização no tempo da monarquia constitucional. O regime democrático, abraçado com o 25 de abril de 1974, relançou o órgão de soberania Parlamento e estabeleceu prioridades. Até ao amadurecimento da democracia viveram-se tempos mais conturbados mas de grande aprendizagem. O inquérito Parlamentar, a partir da revisão constitucional de 1982, passou conceptualmente a integrar um dos meios mais relevantes da fiscalização política. É, pois, o levantamento exaustivo e a análise das Comissões Parlamentares de Inquérito no Portugal democrático, período de 1976-2015, o objetivo a que nos propomos neste estudo.

PALAVRAS-CHAVE: Parlamento, Direito das minorias, Fiscalização política, Assembleia da República, Inquérito Parlamentar, Comissões Parlamentares de Inquérito

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ABSTRACT

The changes occurred in the contemporary world, especially with regards to power structures, to their greater autonomy and differentiation, have reflected uniquely upon parliaments and their roles. From their origin in the XIIIth century until their current form, great events, divisions and historical facts contributed to their evolution. The democratization of the parliamentary regime and the legitimacy bestowed upon parliaments by democratic and competitive elections are a unique milestone in their history. The complexity of today's societies catapulted the executive branch at the expense of the Parliament as the legislative body par excellence. Nevertheless, against all odds, this did not result in the decline of Parliaments, but instead it lead to structural reforms. Other and more important tasks were to be pursued. If legislative initiatives and the definition of public policies became an almost exclusive government prerogative, parliaments turned towards the development and promotion of instruments for scrutiny and control of government action.

Among the classic monitoring tools looms the Parliamentary Inquiry, materialized in Parliamentary Commissions of Inquiry, endowed with special powers to collect information and to investigate. During their parliamentary interim, Commissions of Inquiry were subject to constant improvement, constitutionally, legally and regimentally speaking. The excessive politicization of the parliamentary activity in the past, and especially the confusion between the government and the party that supported it at the parliamentary level, the unbalanced confrontation of means between majorities and minorities, reinstated the parliamentary inquiry as a key institution in protecting the rights of minorities. As great control initiatives were not likely to be undertaken by the majority party, opposition parties also played a fundamental role.

In Portugal, the tradition of parliamentary inquiry was not firmly anchored, which explains its short-livedness during the constitutional monarchy. The democratic regime, embraced with the Revolution of April 25, 1974, relaunched the Parliament as a sovereign body and it established priorities. During the different stages of democratic consolidation, Portugal went through troubled times but also times fertile with lessons learned. With the 1982 constitutional amendment, the Parliamentary Inquiry became one of the most important means of political control. It is therefore the comprehensive survey and analysis of the Parliamentary Committees of Inquiry in Portugal during the period of 1976-2015, the goal that we set ourselves in this study.

KEYWORDS: Parliament, Minority Rights, Political control, Assembleia da República, Parliamentary Inquiry, Commissions of Inquiry

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ÍNDICE

Introdução ............................................................................................................................................ 1

Capítulo I : Origem e evolução da instituição Parlamento ........................................................... 7

1. Criação e evolução do Parlamento ............................................................................................ 7

2. Funcionamento do Parlamento.................................................................................................. 9

2. 1. Fatores Externos ........................................................................................................... 9

2. 2. Fatores Internos .......................................................................................................... 15

3. O Parlamento Português no pós-25 de abril de 1974 ............................................................ 17

4. O aparente declínio dos Parlamentos ...................................................................................... 20

Capítulo II : A natureza das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) .................................. 23

1. A génese das CPI ....................................................................................................................... 23

2. Função das CPI .......................................................................................................................... 26

2. 1. Função informativa e inspetiva .................................................................................. 26

2. 2. Instrumento de controlo parlamentar ....................................................................... 28

3. As CPI como garante das minorias ........................................................................................... 31

Capítulo III : O instituto do Inquérito Parlamentar e as Comissões Parlamentares de

Inquérito em Portugal ............................................................................................. 36

1. Antecedentes históricos – origem e evolução no panorama constitucional

português até 1976 ................................................................................................................... 36

2. O renascimento do inquérito parlamentar na Constituição de 1976 ..................................... 38

3. Caracterização do inquérito parlamentar e das CPI no ordenamento jurídico

português .................................................................................................................................. 40

3. 1. O enquadramento legal e regimental dos inquéritos parlamentares ....................... 41

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Capítulo IV : Retrato analítico das Comissões Parlamentares de Inquérito em Portugal,

1976-2015 ................................................................................................................ 48

1. Nota introdutória ...................................................................................................................... 48

2. Os dados pesquisados .............................................................................................................. 50

2. 1 Número e votação dos pedidos de inquérito parlamentar ........................................ 50

2. 2. Autoria das iniciativas de inquérito ............................................................................ 58

2. 3. Número de membros das CPI ..................................................................................... 61

2. 4. Os assuntos objeto dos inquéritos ............................................................................. 65

2. 5. O prazo de funcionamento das CPI ............................................................................ 71

2. 6. O relatório final ........................................................................................................... 73

2. 7. O resultado das CPI ..................................................................................................... 76

2. 7. 1. O funcionamento das CPI – fatores internos ............................................... 77

2. 7. 1. 1. A atuação dos membros .............................................................. 77

2. 7. 1. 2. A publicidade dos trabalhos ......................................................... 78

2. 7. 1. 3. A observância dos direitos fundamentais dos cidadãos .............. 79

2. 7. 1. 4. O âmbito temporal ....................................................................... 81

2. 7. 2. O funcionamento das CPI - fatores externos .............................................. 81

2. 7. 2. 1. A colaboração das entidades exteriores ...................................... 81

2. 7. 2. 2. O relacionamento das CPI com os Tribunais ............................... 83

2. 7. 2. 3. O relatório final e suas consequências ........................................ 85

2.8.Custos das CPI .............................................................................................................. 87

3. As CPI numa perspetiva comparada ........................................................................................ 88

3. 1. Linhas gerais ............................................................................................................... 88

3. 2. Especificidades ............................................................................................................ 91

3. 2. 1. Consagração legal ......................................................................................... 91

3. 2. 2. A iniciativa do inquérito ............................................................................... 91

3. 2. 3. Poderes das CPI ............................................................................................ 92

Conclusão ............................................................................................................................................ 94

Bibliografia .......................................................................................................................................... 97

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Anexos

Anexo I: Regime jurídico dos Inquéritos Parlamentares – Quadro comparativo ..................... 105

Anexo II: Regimento da Assembleia da República – Quadro comparativo ................................ 133

Anexo III: Evolução do regime jurídico dos Inquéritos Parlamentares (IP) ................................. 139

Anexo IV: Inquéritos Parlamentares não realizados .................................................................... 145

Anexo V: Inquéritos Parlamentares realizados............................................................................ 155

Anexo VI: Partidos e total de requerimentos de IP (informação desagregada) .......................... 167

Anexo VII: Constituição das Comissões Parlamentares de Inquérito ........................................... 171

Anexo VIII: Iniciativa, Presidência e Relatores das CPI ................................................................... 179

Anexo IX: Assuntos objeto das CPI ................................................................................................ 183

Anexo X: Funcionamento e período de atividade das CPI .......................................................... 187

Anexo XI: Prazos e prorrogações das CPI ..................................................................................... 195

Anexo XII: Relatório final das CPI ................................................................................................... 201

Anexo XIII: Apreciação em Plenário do relatório final das CPI ....................................................... 210

Anexo XIV: Custos das CPI sobre a Tragédia de Camarate ............................................................. 218

Lista de Figuras

Figura 1: Número de Comissões Permanentes da I à XII Legislaturas ............................................ 20

Figura 2: Representação gráfica do instituto do IP nos países da EU ............................................. 34

Figura 3: Inquéritos realizados e não realizados ............................................................................. 50

Figura 4: Inquéritos Parlamentares da I à XII Legislaturas .............................................................. 51

Figura 5: Requerimentos de Inquérito e sua distribuição pelas sessões Legislativas .................... 55

Figura 6: Inquéritos aprovados por deliberação e realizados por direito potestativo .................. 57

Figura 7: Composição das CPI ........................................................................................................... 62

Figura 8: Assuntos objeto das CPI .................................................................................................... 69

Figura 9: Prazo de funcionamento das CPI ...................................................................................... 72

Figura 10: Relatórios Finais das CPI .................................................................................................... 74

Figura 11: Poderes das CPI no direito comparado ............................................................................ 92

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1

INTRODUÇÃO

“Porque nem todas as verdades são para todos os ouvidos, nem todas as mentiras podem ser reconhecidas como tais”

Umberto Eco, 1996

O tema da presente dissertação, inserida no Curso de Mestrado em Ciência

Política e Relações Internacionais, tendo por cerne a pesquisa efetuada sobre As

Comissões Parlamentares de Inquérito no Portugal Democrático - 1976-2015, procura

dar a conhecer as características, o funcionamento e os resultados alcançados por

estas comissões eventuais, dotadas de poderes especiais e que há 39 anos pontificam

na atividade parlamentar.

À escolha não foi, decerto, estranha uma já longa carreira no seio da

Assembleia da República, sendo de realçar, a esse propósito, não apenas os cerca de

27 anos ao serviço da Comissão Nacional de Eleições mas, sobretudo, as funções

desempenhadas na Divisão de Apoio às Comissões que permitiram à autora, por

vivência direta, um melhor conhecimento sobre a filosofia e o modo de funcionamento

das Comissões Parlamentares de Inquérito.

De instituto sem enraizamento parlamentar e de utilização efémera - não

obstante a sua consagração constitucional ter ocorrido em 1838 - o Inquérito

Parlamentar, acompanhando o contexto político, constitucional e parlamentar

inaugurado com a “Revolução dos Cravos” em 25 de abril de 1974, veio sedimentar-se

no sistema democrático, acompanhando a par e passo a evolução vivida no

parlamento português, como nos explica Leston-Bandeira: a fase da transição para a

democracia (1976-1983), caracterizada por uma maior enfase nos procedimentos

legislativos em detrimento do controlo sobre a política governamental; a fase da

consolidação democrática (1983 a 1995) já assinalada por uma rotina da prática

fiscalizadora e, por fim (1995 em diante), a fase do amadurecimento democrático, com

a procura do envolvimento e participação do cidadão no processo de decisão política.

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2

Em concomitância, na última década do século XX, o sistema parlamentar no

mundo ocidental entra num período de transformação e redireccionamento, devido,

em grande parte, à perda do monopólio legislativo a favor do Governo e de instâncias

supranacionais.

Este novo cenário veio pôr em relevo as funções que aos parlamentos estão

cometidas em matéria de controlo, fiscalização e legitimação da ação do Governo e da

Administração dele dependente. As Comissões Parlamentares de Inquérito são um dos

clássicos instrumentos a ser utilizados para tal finalidade.

A origem e a evolução dos Parlamentos (acompanhando a história das

ideologias e dos regimes políticos, desde o século XIII aos dias de hoje), o papel

fundamental que o alargamento do sufrágio e a realização de eleições competitivas

passaram a ter na representatividade do moderno Parlamento (espelho da diversidade

de forças políticas existentes em uma determinada sociedade e lugar de salutar

confronto entre diferentes conceções sobre a condução do Estado), tudo são matérias

que ocupam o capítulo I deste trabalho.

Fazendo uma incursão no campo da Ciência Política, procurou-se abordar

alguns dos fatores, externos e internos, que condicionam o funcionamento do órgão

“Parlamento” e que se repercutem no seu maior ou menor grau de institucionalização.

A própria existência e configuração de comissões parlamentares, a autonomia e

diferenciação que atingem no desenho organizacional, é um importante indicador

quanto ao nível de institucionalização alcançado.

O progresso a que se tem assistido veio, aliás, originar um recentrar da

atividade parlamentar nas Comissões, cujas competências, extravasando o processo

legislativo, abarcam relevantes funções em matéria de controlo parlamentar.

Em Portugal, o Parlamento saído das eleições livres e em democracia, ocorridas

em 1976, o qual passou a denominar-se «Assembleia da República», sofreu as

vicissitudes inerentes a uma mudança de regime. Nesse sentido, a institucionalização

da Assembleia não pode ser analisada de per si, mas antes ponderada no quadro da

própria institucionalização da democracia no país. A primeira Revisão Constitucional

(1982), reforçando o leque de competências e atribuições da AR, quer no tocante aos

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poderes legislativos quer quanto aos poderes de fiscalização, foi fulcral no ulterior

desenvolvimento do parlamento português.

Acompanhando os fenómenos sentidos em muitos outros Parlamentos, a

Assembleia da República levou a efeito importantes reformas, legais, estatutárias e

regimentais, em particular o incremento de medidas de controlo e de fiscalização e

instrumentos para a sua efetivação. Neste âmbito, o inquérito parlamentar ocupa um

lugar ímpar.

Feito o enquadramento teórico, o segundo capítulo dedica-se

fundamentalmente à natureza das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI).

De origem longínqua, radicada na Inglaterra do século XIV, as CPI começaram

por ter uma função mais dirigida à recolha de informação sobre a atividade do

Governo e os negócios do Estado, matérias muito pouco acessíveis ao parlamento.

Os sistemas políticos adotados, de matriz continental ou de matriz anglo-

saxónica, vieram ditar as características assumidas pelas comissões de inquérito. No

primeiro caso, a institucionalização destas comissões assenta, essencialmente, no

facto de se tratar de órgãos ad hoc, constituídos especificamente para a investigação

de um assunto em concreto e num prazo determinado; no segundo caso, as comissões

que prossigam tal finalidade, acompanham e indagam, cada uma de per si e em

permanência, um departamento governamental. Outros inquéritos e investigações

podem, sim, ser levados a efeito, mas a sua iniciativa cabe ao Governo.

Os teóricos e cientistas políticos perfilham entendimentos diversos sobre a

natureza das CPI: para uns, a função de recolher dados e informar o Parlamento, para

em consonância ser mais eficaz na supervisão do Executivo, constitui a característica

fundamental das Comissões de Inquérito; para outros autores, a finalidade seguida por

estas comissões é, essencialmente, inspetiva e preparatória da decisão política que o

Parlamento eventualmente venha a tomar; para outros, a ação das CPI vai mais além

da informação e investigação, procurando influenciar a atividade governativa. Por fim,

existem largos setores da doutrina que valorizam as CPI como elemento de realização

democrática e de saudável confrontação política entre as maiorias e as minorias. Nessa

medida, as CPI são definidas como um garante das minorias.

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4

No fundo, as Comissões Parlamentares de Inquérito prosseguem, na sua

globalidade, todas as finalidades, balanceando o seu pendor conforme o objeto de que

se ocupem.

Do Direito Constitucional positivo em matéria de Comissões e sobre o

enquadramento jurídico, legal e regimental, das Comissões Parlamentares de Inquérito

no ordenamento português se ocupa o terceiro capítulo, que se inicia por uma

sumaríssima nota acerca dos antecedentes históricos do instituto, sua origem e

evolução no panorama constitucional português até 1976.

A partir da aprovação da Constituição da República Portuguesa de 1976 (que, à

época, se ateve a uma referência indireta do instituto do inquérito parlamentar (IP) no

capítulo atinente à organização e funcionamento da Assembleia da República,

remetendo a sua regulação para o nível infraconstitucional, isto é, Regimento da AR e

Lei ordinária) até ao quadro atualmente vigente houve uma grande evolução, sempre

no sentido do aperfeiçoamento e fortalecimento de poderes, essenciais às finalidades

que lhe são subjacentes. Os quadros comparativos contendo a evolução da moldura

legal e regimental dos IP evidenciam as alterações e aprofundamentos feitos, que

culminaram com a consagração de meios indispensáveis para a(s) minoria(s)

exercerem, de forma efetiva, os poderes de controlo e fiscalização política nas CPI

criadas por direito potestativo.

Com base na pesquisa efetuada quer em fontes primárias públicas (Diários da

República e da Assembleia da República, folhetos informativos da Divisão de Apoio às

Comissões e da Divisão de Informação Legislativa e Parlamentar, ambas da Assembleia

da República), quer em fontes inéditas mas acessíveis a consulta (Arquivo Histórico-

Parlamentar da Assembleia da República), e pelas razões aduzidas no início do texto

introdutório, realizou-se o levantamento, tão exaustivo quanto possível, dos pedidos

de inquérito apresentados e das Comissões de Inquérito constituídas, no período de

1976 a 2015, matéria que vai ocupar o quarto capítulo deste trabalho.

Apesar de a presente dissertação conter uma vertente fundamentalmente

expositiva, a apresentação dos elementos recolhidos procura lançar as bases para

outros trabalhos de maior monta e que, porventura, conduzam a alterações

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legislativas, tendo em vista uma maior credibilização do instituto, combatendo-se,

assim, a impressão generalizada de ceticismo quanto à eficácia das CPI.

Não havendo a pretensão de defender ou atacar tão relevante instrumento de

fiscalização política, os dados recolhidos permitem-nos questionar o papel

desempenhado pelas Comissões de Inquérito. Como funcionaram ao longo de um

período temporal de 39 anos, que características as foram definindo, quais os

resultados alcançados. Que problemas são detetados e qual a sua origem, de ordem

interna ou externa.

A consolidação da figura do inquérito parlamentar e o aumento das garantias

com vista à sua maior eficácia, espelham, como provavelmente nenhum outro

instrumento, o crescimento e o estabelecimento da democracia em Portugal.

Ficam para trás as memórias dos Inquéritos realizados no período da nossa

adolescência democrática. À porta fechada, morosos, numerosos e em simultâneo. A

maioria parlamentar comandava, então, o andamento das CPI, fixava os respetivos

contornos e o seu objeto, limitava a investigação e deixava para seu exclusivo juízo a

conclusão final. Era o tempo em que predominava a mesma força, no órgão

fiscalizador e no órgão fiscalizado.

Mas era também o tempo em que a oposição utilizava o requerimento com

vista à constituição de uma CI apenas como ato político e como forma de chamar a

atenção para determinado assunto. António Vitorino, reportando-se aos dez primeiros

anos após 1976, dizia que, em alguns casos, os pedidos de inquérito eram um libelo

acusatório ao Governo, chegando mesmo a antecipar conclusões. Nessa altura, os

debates da constituição das CPI, em Plenário, eram o seu ponto alto.

As alterações constitucionais, a consagração do direito potestativo, a

publicidade das reuniões, a equiparação de certos poderes de investigação das

Comissões de Inquérito aos prosseguidos pelas autoridades judiciais, a possibilidade de

inquérito paralelo – de jaez parlamentar e judicial -, marcaram um notável ponto de

viragem no fortalecimento do instituto e na forma como estas comissões eram

escrutinadas pelos cidadãos.

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6

Não obstante, porém, um nó górdio permanece no que diz respeito aos

relatórios finais e conclusões apresentadas e à quase ausência de consequências deles

resultantes. O cidadão interroga-se acerca do resultado prático de uma Comissão de

inquérito, a imprensa e demais «media» continuam a vê-la como palco de luta política,

acirrada pela mediatização, onde as conclusões variam em função da cor política do

relator do partido. Ciente de que a utilização do inquérito parlamentar não será

diferente nos restantes países europeus, a pesquisa efetuada põe em evidência as

fragilidades apontadas. Só através de Relatórios isentos e com os membros das CPI a

curar de apurar, com imparcialidade e independência, a verdade dos factos (deixando

de lado os interesses políticos mais imediatos), é que as Comissões Parlamentares de

Inquérito obterão um maior respeito por parte da comunidade.

Por fim, este quarto e último capítulo da dissertação oferece uma breve

perspetiva comparada, salientando-se algumas especificidades, quer no tocante à

consagração legal, quer quanto à iniciativa do inquérito e aos poderes das Comissões

Parlamentares de Inquérito.

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CAPÍTULO I

Origem e evolução da instituição Parlamento

A complexidade das problemáticas que assolam as sociedades modernas tem

levado a uma maior autonomização e diferenciação das estruturas de poder, com

particulares reflexos ao nível dos Parlamentos e das funções que prosseguem.

No triangular sistema político português, assente na separação de poderes e na

divisão de competências entre o Presidente da República, a Assembleia da República e

o Governo, o Parlamento desempenha um papel fulcral.

Se é certo que o crescimento do poder executivo tem levado à secundarização

do Parlamento enquanto órgão legislativo por excelência, tal circunstancialismo não se

traduziu, contudo, no seu apagamento, fazendo, antes pelo contrário, ressaltar a

importância deste órgão de soberania no cumprimento de outras relevantes tarefas,

nomeadamente no campo do controlo e da legitimação do Governo, outorgando-lhe

os necessários instrumentos para escrutínio da ação governativa e da Administração

Pública dele dependente.

Entre esses instrumentos, destaca-se o inquérito parlamentar, levado a efeito

por comissões com poderes especiais, constituídas ad hoc – as Comissões

Parlamentares de Inquérito (CPI).

O estudo das CPI, em particular as requeridas e criadas no Portugal

Democrático no período de 1976-2014, transporta-nos inexoravelmente à instituição

Parlamento, à sua génese, evolução, funcionamento e competências.

1. Criação e evolução do Parlamento

Se remontarmos à origem dos Parlamentos é interessante verificar, no tocante

às funções prosseguidas, sejam as de cariz legislativo, sejam as de controlo e/ou de

responsabilização política, que estas funções se mantiveram ao longo dos séculos,

variando tão só o seu posicionamento relativo.

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8

Perdem-se no tempo as fontes de inspiração subjacentes à criação da

instituição Parlamento: encontramo-las no modelo de democracia da Grécia antiga, na

estrutura do poder político da antiga Roma e com maior acuidade na Idade Média.

Na verdade, como refere Maurizio Cotta “é a estrutura caracteristicamente

policêntrica do Estado medieval que cria os pressupostos para o nascimento das

instituições parlamentares” 1. Em face da descentralização do poder, os monarcas

sentiam a necessidade de convocar reuniões com representantes da nobreza, do clero

e mais tarde das regiões ou cidades, tendo em vista arranjar os apoios indispensáveis

para fazer passar as suas medidas de governação, nomeadamente as de carácter

financeiro e fiscal. Vamos tendo, assim, conhecimento, desde os primórdios do século

XI, da existência de órgãos de auxílio dos monarcas e de controlo sobre a política do

Rei, de que são exemplo as Cúrias, os Conselhos Régios e as Cortes2.

Estas reuniões ou assembleias começaram a chamar-se “Parlamentos”,

apontando-se a Inglaterra do século XIII como país matriz da instituição, a qual tinha

entre as suas principais tarefas, a de aprovar a criação de tributos.

Na verdade, conforme é apontado por muitos autores, os Parlamentos

nasceram em torno do que atualmente se apelida de função financeira3, isto é, foram

instituídos para controlo sobre as despesas reais, impedindo, especialmente, a criação

de impostos ou tributos sem o consentimento prévio dos membros da assembleia.4

Com o surgimento do absolutismo, o Parlamento perdeu a capacidade de

impor as suas decisões ao Monarca, que concentrava todos os poderes.

1 In Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino, Dicionário de Política, 5ª edição, Vol. 2,

Editora Universidade de Brasília, 2002, páginas 877 a 888. 2 Podem considerar-se as Cortes em Portugal como tendo sido as antecessoras de um verdadeiro

parlamento. Sobretudo depois da abertura ao Terceiro Estado (Povo), as Cortes passaram a fazer parte da estrutura do sistema político, eram uma autoridade pública reconhecida por todos, embora sem poderes, e representavam a Nação. Ver, entre outros, Armindo de Sousa, “O Parlamento medieval português – perspectivas novas”, Revista da Faculdade de Letras: História, série II, vol. 7, 1990, p. 47-58, http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2222.pdf 3 Ver Luís Sá, O Lugar da Assembleia da República no Sistema Político, Lisboa, Editorial Caminho, 1994,

que refere como origem da competência financeira, tida como a mais antiga, a que foi originada na conhecida reivindicação e aforismo inglês no taxation without representation, p. 39. Cfr., ainda, p. 246. 4 No mesmo sentido, Bernard Chantebout refere “no mundo moderno as assembleias têm também um

papel de votar as leis, mas esta é uma função derivada da antecedente: foi com efeito no exercício da função de controlo sobre a política do Rei que o Parlamento de Inglaterra foi autorizado a sugerir ao Rei reformas a empreender”. Ver Documents d’études – Droit Constitutionnel et institutions politiques nº 1.14, 1988, Le contrôle Parlamentaire, Documents reunis et commentés par Bernard Chantebout.

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9

Porém, as Revoluções Liberais burguesas, nos séculos XVIII e inícios de XIX,

fizeram-no ressurgir. A luta contra o absolutismo dos Reis dita o aparecimento do

regime de separação de poderes. O Parlamento converte-se numa exigência

fundamental na conformação do Estado de Direito, reaparecendo a ideia de controlo e

limitação do poder de Estado. Não mais se queria a concentração de poderes,

sobretudo da parte do Executivo. À época foram dados os primeiros passos na

democratização do sistema representativo, muito embora o direito de votar e ser

votado com vista à representação parlamentar estivesse condicionado a determinados

patamares de renda, propriedade, grau de escolaridade e sexo. O Parlamento, assumiu

então um verdadeiro poder legislativo, detendo o monopólio da produção normativa.

Em finais do século XIX e início do século XX, a universalização do sufrágio,

acompanhada do surgimento de organizações partidárias estruturadas, fizeram com

que o Parlamento vivesse o seu período áureo, constituindo-se como o centro do

debate político.

Nas décadas de 1920 e 1930, os regimes totalitários, quer de direita quer de

esquerda, começaram a difundir a ideia da falência dos Parlamentos procurando, sem

sucesso, uma instituição que pudesse substituir o sistema representativo liberal. Mas

nada podia parar a 1ª vaga na democratização do regime parlamentar e uma das

consequências da I Grande Guerra (1918) foi exatamente a crescente implementação

em todo o espaço europeu dos princípios democráticos, especialmente refletidos nos

Parlamentos.5

Segundo Maurizio Cotta e Luís Sá, entre tantos outros autores, é importante

realçar a evolução histórica no tocante à representatividade dos Parlamentos. Como se

lê em Luís Sá6, o conceito de Parlamento moderno assenta em assembleias dos

Estados cuja legitimidade advém de eleições concorrenciais.

5 Lucian Radu, “Parliamentary Systems and the United States Congress”, Bulletin of the Transilvania

University of Brasov, vol. 4 (53), nº 2, 2011, Series IV, acessível em webbut.unitbv.ro/…/g_14_final_Radu%20Lucian.pdf, na p. 105, citando Klaus von Beyme fala em 4 vagas de democratização: A 2ª vaga teve lugar após 1945: a democracia parlamentar foi objeto de uma reconsolidação; a 3ª vaga em 1970 no Sul da Europa e a 4ª vaga depois de 1989, após a queda do Muro de Berlim, na Europa Oriental. 6 op. cit., p. 39.

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10

Na verdade, o alargamento do sufrágio mudou o perfil da instituição

Parlamento, cuja legitimidade passou a derivar de eleições concorrenciais e

competitivas. O Parlamento passou a ser o espelho das diferentes ideologias e

conceções a respeito da condução do Estado e o lugar da expressão política dos

conflitos sociais.

Não obstante as diferentes matizes que o sistema político apresenta nos mais

de 150 países que têm Parlamento, esta assembleia soberana partilha em todos os

Estados democráticos do mundo de algumas características gerais7: a elaboração e a

aprovação das leis; o controlo da ação do Executivo; a orientação das políticas públicas

e da linha de ação do Estado e a função de representação. 8

Acresce, como refere Luís Sá9, que do ponto de vista da Ciência Política para a

caracterização dos Parlamentos avulta igualmente a responsabilidade política dos

governos perante os parlamentos e o seu papel como lugar de apresentação de

alternativas e de exercício de direitos da oposição.

Para este autor, aliás, a existência de uma oposição bem como a definição do

seu estatuto é fundamental para garantir minimamente o cumprimento do papel dos

parlamentos, uma vez que o cerne da teoria da separação de poderes corresponde à

garantia do papel de uma instituição concebida, toda ela, para controlar o poder do

«executivo» e, portanto, independente dele. A função de controlo deve ser

primacialmente cometida à oposição.

7 Refira-se, aliás, que as características apontadas - representação, controlo e elaboração das normas -

sempre constituíram a essência da instituição Parlamento. Nesse sentido Cotta menciona existirem alguns elementos de continuidade entre os Parlamentos chamados “medievais” e os Parlamentos modernos (op. cit., p. 877). 8 Para além das funções indicadas, comuns à generalidade dos Parlamentos, podem referenciar-se

outras não menos relevantes, quais sejam, a função de agregação e articulação de interesses, a função educativa e de socialização (Cfr. R.A. Packanham, “Legislature and Political Development”, Legislatures in Development Perspective, Duke University Press, 1970, citado por Luís Sá, op. cit., p. 228. Este autor acrescenta ainda a função autorizante, op.cit., p. 229). 9 op. cit., p. 40.

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11

2. Funcionamento do Parlamento

2.1. Fatores externos

Visto sempre como o órgão representativo, por excelência, da soberania

popular, a estrutura, a importância e o posicionamento (centralidade) do Parlamento

na sociedade é permeável a fatores externos e internos que muito influenciam o seu

real funcionamento, nomeadamente na prossecução da função que está na origem da

sua existência, isto é, no controlo sobre o Executivo e decorrente relação com o

Governo.

Para Cotta10, o sistema eleitoral tem uma enorme influência na estrutura do

Parlamento – “uma vez que são os mecanismos eleitorais que determinam a natureza

da ligação entre a sociedade e o Parlamento, é deles que depende em boa medida o

“peso específico” da instituição parlamentar e o seu grau de autonomia em relação às

demais estruturas políticas. Eles determinam, além disso, as relações de força entre os

diversos grupos políticos e, parcialmente, também o clima político, contribuindo para a

definição da natureza e limites do papel do Parlamento no processo político”.

Na mesma direção, Philip Norton11 considera que o maior constrangimento do

Parlamento nos regimes parlamentares da Europa Ocidental reside não na

Constituição mas sim no sistema de partidos. Os Parlamentos, em maior ou menor

medida, têm o poder de dizer NÃO ao Governo, mas o que é de ressaltar não é a falta

desse poder mas antes a sua relutância para empregar esse poder, o que reconduz a

problemática ao sistema partidário. A combinação do sistema eleitoral e as

preferências dos eleitores determinam largamente a relação Legislativo-Executivo no

âmbito do Parlamento.

Nesta linha de pensamento, Norton menciona serem os partidos políticos

essenciais para explicar a maior ou menor viscosidade do Parlamento para constranger

o Governo, pois tudo depende da composição de forças no seio da Assembleia e da

existência de maiorias mais ou menos expressivas. Os partidos políticos são na verdade

os mediadores no relacionamento “Parlamento /Governo”, mas é um facto público e 10

op. cit., p. 880. 11

Philip Norton, dir., Parliaments and Governments in Western Europe, Londres, Frank Cass, 1998, p. 190.

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12

notório, com exceções pontuais, que os deputados não atuam fora do contexto

partidário, são seguidistas (sobretudo porque impende sobre as suas cabeças poderem

ser afastados das listas partidárias em novas eleições), especialmente quando se

votam medidas governamentais em Plenário. Esta situação apresenta uma maior

acuidade quando o Governo é sustentado no Parlamento por uma maioria folgada ou

por uma coligação que forme uma maioria.

O tipo de sistema partidário consagrado (bipartidarismo ou multipartidarismo),

o modo de organização, funcionamento e poderes dos partidos políticos que integram

o espectro parlamentar, o grau de importância dos grupos parlamentares, as

competências que detém, a sua maior ou menor coesão interna e ainda a dependência

que os órgãos partidários parlamentares apresentam relativamente à máquina

exterior do “partido” a que pertencem, definem a estrutura de cada Parlamento de per

si, moldam a sua autonomia e definem o tipo de relacionamento com o Governo,

designadamente no tocante ao exercício da função legislativa.12

Há que ressaltar, porém, que o Parlamento contemporâneo não se confina ao

papel desempenhado pelos partidos políticos13 face à crescente relevância de outros

atores, desde logo os cidadãos que dispõem atualmente de instrumentos que lhes

permitem uma participação ativa no processo parlamentar, como também os

interesses organizados, de que são exemplo os sindicatos e ainda variados e

diferenciados grupos de pressão.

“A ideia de independência ou autonomia parlamentar não significa que este

seja o único órgão com poder deliberativo nas políticas públicas mas que as decisões do

Parlamento não sejam uma mera ratificação dos demais órgãos.”14

12

Cotta, ob. cit., p. 882, acrescenta, ainda, em matéria de autonomia, correlacionando-a com os aspetos estruturais internos do Parlamento, a figura do Presidente e os poderes que possui, as características da elite parlamentar e o grau de institucionalização alcançado. 13

Ver, a este respeito, as considerações expendidas por Alan Beattie, “Why the case for Parliamentary Reform in Britain is so weak”, The Journal of Legislative Studies, vol. 4 (2), Summer 1998, pág 1-16, de que são essenciais 2 condições mínimas para um funcionamento autónomo do Parlamento: que as deliberações por aquele tomadas tenham um papel significativo nas políticas públicas (public policy making) e que as ações e deliberações dos representantes não estejam todas subordinadas ao executivo, à organização partidária, sistema eleitoral e interesses organizados. 14

Allan Beattie, op. cit., p.

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13

Na verdade, o Parlamento afigura-se nos dias de hoje como uma instituição

muito sofisticada, comportando múltiplos perfis consoante o sistema político adotado

(presidencial, parlamentar ou semipresidencial) e o país onde está implantado,

nomeadamente a sua história e cultura. A relação Parlamento versus Governo e o

poder do Parlamento naquela que já foi considerada como sua função fundamental – a

função legislativa – é uma variável determinante.

Para uma melhor compreensão sobre o exercício da função legislativa e seu

impacto na legislação proveniente do Governo ou, melhor dizendo, sobre a capacidade

dos Parlamentos afetarem as políticas públicas, constituem uma mais-valia as

classificações apresentadas por reputados académicos sobre as diferentes tipologias15

dos Parlamentos, as quais, extravasando a prática interna de cada Parlamento,

atentam igualmente nas consequências externas desse impacto.16

Entre as classificações mais citadas e simultaneamente mais focadas na função

legislativa e na consequente relação Parlamento – Governo, são de mencionar as

apresentadas por Polsby, Jean Blondel, Michael Mezey e Philip Norton.

Polsby estabelece uma diferenciação entre Parlamentos que têm um poder

transformador (podem moldar e transformar politicas provenientes do governo) e

Parlamentos arena (que discutem as propostas de lei mas não as alteram)17. Um dos

argumentos de Polsby que pode ser contraditado é o de que o tipo de poder legislativo

(ou seja, de Parlamento) depende da sua independência relativamente a influências

15

Cfr. Cristina Leston Bandeira e Philip Norton, Parliamentary Institutions – Basic Concepts, Project VIE/02/007, Office of the National Assembly (Ha Noi) –United Nations Development Programme, 2005, p. 5. e Lynn Maurer, “Parliamentary Influence in a New Democracy: The Spanish Congress”, The Journal of Legislative Studies, Vol. 5, Nº 2, Summer 1999, pp. 27-29 16

Uma das críticas mais comuns acerca das tipologias sobre o impacto do poder legislativo é que nos falta a compreensão necessária sobre os resultados da legislação, de forma a termos uma opinião informada sobre onde estes resultados “encaixam” melhor, por isso somos forçados a fazer previsões sobre o impacto legislativo esperado/antecipado (o que é diferente do seu impacto real). O impacto do poder legislativo no governo pode ser diferente de lei para lei – Ver a este propósito, Steven MacGregor, The Scottish Parliament – What happens to government legislation, tese de doutoramento, University of Hull, 2011. 17

O Congresso dos E.U.A. e o Parlamento Inglês são dois exemplos da taxonomia apresentada, o primeiro tido como Parlamento Transformador e o segundo do tipo Parlamento Arena. Lucian Radu, Parliamentary Systems and the United States Congress, op.cit., p. 106, refere « The major difference between a parliamentary system and U.S. Congress is that a Parliament integrates the legislative, executive, and judicial branches as its constituent parts, and the U.S. Congress has the major responsibility for passing the laws, being one of the three independent branches of the federal government».

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14

exteriores - as Assembleias transformadoras têm capacidade por si mesmas para

transformar as políticas e as Assembleias tipo arena proporcionam a interação com

fontes de pressão exteriores. Na verdade pode ser precisamente a interação entre

fontes exteriores (partes interessadas na legislação do governo) que dá ao Parlamento

a informação necessária e pressão política com vista a conseguir alterações na

legislação emanada do governo.

Blondel, por seu turno, veio introduzir o conceito de viscosidade legislativa para

descrever como reagem os Parlamentos à legislação governamental. Ele sugere a

existência de um leque de Parlamentos que variam entre Parlamentos obedientes e

Parlamentos com total liberdade de ação. Se a postura parlamentar for de obediência

as leis são aprovadas fácil e rapidamente. À medida que um Parlamento se torna mais

autónomo, o processo legislativo é alvo de maior discussão e são introduzidas

alterações. No esquema do poder legislativo proposto por Blondel, os Parlamentos

com alta viscosidade possuem uma maior capacidade de resistir às iniciativas

legislativas do executivo do que os Parlamentos com baixa viscosidade

Mezey classifica os Parlamentos em três categorias: forte poder no processo

decisório- os Parlamentos têm capacidade para modificar e até rejeitar as propostas de

lei; modesto poder decisório - têm capacidade para modificar mas não rejeitar e fraco

ou nenhum poder decisório - não têm capacidade nem para rejeitar nem alterar e o

decorrente funcionamento das Legislaturas em ativas, reativas e mínimas18.

Norton baseando-se na tipologia usada pelo autor Michael Mezey e atentando

a duas realidades distintas – Congresso Americano e Parlamento Britânico (Casa dos

Comuns), redefiniu a classificação de Mezey no tocante ao forte poder decisório e

subdividiu-o em 2 categorias: poder decisório (policy-making legislatures) que não só

leva a modificações ou à rejeição da proposta de lei mas que também tem capacidade

para formular e substituir a proposta feita pelo governo, e poder influenciador

18

Ibidem, o Congresso Norte-Americano é exemplo de uma legislatura ativa e o Parlamento Inglês de uma legislatura reativa.

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15

(policy-making legislatures) quando pode modificar ou rejeitar medidas propostas

pelo governo mas não as consegue substituir.19

Acresce que, qualquer que seja a tipologia que melhor ajuda a definir o

funcionamento de um determinado Parlamento, nunca é possível dissociar as vozes

dissidentes (backbenchers) e o grau de “conflito político” na sociedade.20

2.2. Fatores Internos

Mas na definição de um Parlamento, de um determinado País, há que referir

igualmente fatores internos21, destacando-se, de entre estes, o maior ou menor grau

de complexidade organizacional que o órgão atinge, isto é, o seu maior ou menor grau

de institucionalização.

A institucionalização significa, neste contexto, que a estrutura parlamentar se

rege por procedimentos e regras estáveis, que apresenta um padrão de

desenvolvimento na sua organização interna digno de nota, sobretudo ao nível das

comissões criadas no seu seio, e que estas possuem um elevado grau de

especialização.22

O maior ou menor grau de institucionalização do Parlamento tem, pois, efeitos

na atuação do Governo para com a Assembleia, conferindo a esta mais viscosidade23.

19

É interessante compulsar a tipificação do papel da Assembleia da República no processo legislativo, seguindo uma classificação desenvolvida por Philip Norton: policy-influencing; policy-making e legislature with little or no policy affect, em Cristina Leston Bandeira, “A Assembleia da República de 1976 a 1999: da legislação à legitimização”, Análise Social, vol. XXXV, 2000, p. 195. 20

Conforme refere Steven MacGregor, The Scottish Parliament – What happens to government legislation, op.cit., quanto maior for o nível de antagonismo político entre o governo e os partidos da oposição, e quanto mais benéfico for para os partidos de oposição serem vistos como infligindo derrotas ao governo, tanto mais provável será para o Parlamento rejeitar ou alterar a legislação do governo. Por outro lado, quanto maior for o nível de falta de harmonia / falta de acordo no seio do partido no governo sobre as políticas publicas abordadas por uma proposta de lei, tanto mais provável será para o Parlamento conseguir passar alterações contra a vontade do governo ou rejeitar alterações propostas pelo governo. 21

Maurizio Cotta, op.cit., p. 882, menciona que tais fatores, a que chama de variáveis, não podem alhear-se do processo genético associado a cada Parlamento, nem tão pouco das condições políticas em que se desenvolveu. No mesmo sentido Philip Norton, Parliaments and Governments in Western Europe, diz «Cultural, constitutional and political variables will thus determine the basic relationship of parliament to government, in effect determining the particular type of legislature», p. 7. 22

Cfr. Philip Norton, Parliaments and Governments in Western Europe, p. 4. 23

Cfr. conceito de Blondel enunciado na p. 8 do presente trabalho.

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16

Como atrás se referiu, é essencial para determinar o grau de institucionalização

do Parlamento, não só a sua posição na relação com o ambiente externo, mas a

existência de um sistema de comissões autónomo e diferenciado.

Na verdade, a existência de comissões parlamentares é inerente ao

funcionamento do Parlamento moderno, devendo entender-se que à partida detém

tendencialmente todas as atribuições da Assembleia, e nesse sentido as suas

competências não se restringem ao processo legislativo, prosseguindo atualmente

importantes funções em matéria de controlo parlamentar, donde se salientam as de

indirizzo político24 e as de cariz informativo e investigativo.

É muito importante a informação que recolhem para o parlamento, seja através

da solicitação de pareceres, seja através de audições públicas de membros do Governo

e de especialistas. As Comissões Permanentes, no entanto, não estão verdadeiramente

direcionadas para levarem a efeito um trabalho de investigação profundo. Esse

trabalho, como se verá adiante, está atribuído, em grande parte dos ordenamentos

jurídicos europeus, a Comissões eventuais, criadas ad hoc com a finalidade de

investigarem determinada matéria.

Em alguns países, as comissões permanentes “legislativas” podem beneficiar,

por direito ou a seu pedido, de poderes de inquérito. É o que acontece em todas as

comissões do Senado Norte-americano que, no exercício das funções de controlo da

execução das leis nas respetivas áreas de competência, estão dotadas em permanência

de poderes de inquérito. Ao invés, noutros países, como a França, Itália, Holanda e

Suécia, não é permitido às comissões legislativas terem poderes de inquérito.25

No respeitante, ainda, ao reforço do papel das Comissões é importante

observar outros aspetos, nomeadamente a sua composição, o número de reuniões

realizadas e outras atividades fiscalizadoras que prosseguem.26 Como muito bem

24

Ver Luís Sá, op.cit., p. 229, donde se retira como inerente à definição de indirizzo político as funções dos Parlamentos ao nível da intervenção no processo de orientação política bem como no desempenho da função autorizante. Ainda sobre a atividade de indirizo político cfr. a página da Câmara dos Deputados italiana no endereço http://legxiv.camera.it/cost_reg_funz/671/673/documentotesto.asp e na Enciclopedia Treccani http://www.treccani.it/enciclopedia/indirizzo-politico/. 25

Ver Documents d’études – Droit Constitutionnel et institutions politiques nº 1.14, 1988, Le contrôle Parlamentaire, Documents reunis et commentés par Bernard Chantebout. 26

Vincent della Sala, “The permanent Committees of the Italien Chamber of Deputies: Parliament at work”, Legislative Studies Quarterly, Volume XVIII (2), May 1993, p. 162.

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17

conclui Vincent Della Sala, as comissões são multifuncionais e assumem uma variedade

de papéis no processo legislativo.

Também o grau de especialização das Comissões, aliado ao seu caráter

permanente e ao facto de terem jurisdição exclusiva em certas áreas, aumenta a

viscosidade do Parlamento na sua relação com o Governo.27

A organização e estruturação do sistema de comissões reflete o alargamento

dos poderes do parlamento no relacionamento com outros centros de poder.28

3. O Parlamento Português no pós-25 de abril de 1974

Sendo o objeto do presente trabalho, as Comissões de Inquérito em Portugal,

no período de 1976-2014, há que dar uma breve nota sobre o Parlamento Português

no post 25 de abril de 1974.

Como bem referem Manuel Braga da Cruz e Miguel Lobo Antunes29, a

institucionalização do Parlamento Português após o 25 de abril de 1974 tem que ser

ponderada na mais vasta perspetiva da institucionalização da democracia em Portugal.

Tendo optado por um sistema político semipresidencial, o Parlamento, isto é, a

Assembleia da República (AR), viveu momentos de grande instabilidade política nos

seus primeiros anos de existência [instabilidade não só do sistema político, como

também de conflitualidade entre os seus vários órgãos e bem assim de instabilidade ao

nível partidário), razão que determinou um grau de institucionalização muito

incipiente nos primeiros anos em democracia, mas que, ao invés dos congéneres

europeus, também se caracterizou por uma menor governamentalização. Não

obstante, no processo de transição do regime autoritário e de redefinição de todo um

27

Ver Cotta, op.cit., pp. 882-883 que acrescenta a propósito das Comissões Parlamentares: «O relevo que as comissões adquirem numa assembleia parlamentar tem um notável significado político, já que o modelo decisório típico delas é comumente diferente da assembleia: acordo e negociação no primeiro caso, critério maioritário no segundo.» 28

No mesmo sentido, Nelson Polsby, “Legislatures”, in Handbook of Political Science, 1975, defende que a autonomia de um sistema de comissões é um indicador de complexidade organizacional e de diferenciação institucional. 29

In Mário Baptista Coelho, coord., Portugal, O Sistema Político e Constitucional 1974-1987, Lisboa, Instituto de Ciências Sociais, 1989, p. 351.

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18

país, foi determinante, no exercício da função representativa e de integração, o papel

tido pela AR na consolidação da democracia em Portugal.30

A 1ª Revisão Constitucional (1982) veio reforçar o quadro de competências e

atribuições do Parlamento, quer no tocante aos poderes legislativos, quer quanto aos

instrumentos de controlo, alargando e aprofundando os meios de escrutínio sobre a

atuação do governo e da administração pública, quer ainda em termos de

responsabilidade política do Governo.31

Em estudo efetuado, Cristina Leston-Bandeira alude que até 1987 o grau de

institucionalização era muito baixo, mas a partir dessa data foi aumentando cada vez

mais, não sendo alheio a esse aumento o aparecimento de maiorias absolutas então

ditadas nos atos eleitorais de julho de 1987 e outubro de 1991.32

Lê-se no mesmo estudo, que «uma clara mudança introduzida no período das

maiorias absolutas foi a institucionalização de determinados procedimentos, tais como,

as audições públicas e os debates especiais (debate de urgência, debates sobre

assuntos da atualidade e o debate sobre o Estado da Nação».

No final da fase do amadurecimento da democracia, e especialmente na da

consolidação33, a Assembleia da República passou a ser um lugar privilegiado da

30

Cfr. Miguel Lobo Antunes, “Assembleia da República e a consolidação da democracia em Portugal”, Análise Social, vol. XXIV (100), 1988 (1.º), pp. 77-95. 31

Nuno Piçarra, O inquérito parlamentar e os seus modelos constitucionais: o caso português, Coimbra, Almedina, 2004, «o sistema semi-presidencial passou a ter um elevado pendor parlamentarista, comportando a responsabilidade política do governo perante o Parlamento». 32

“Relationship between Parliament and Government in Portugal: An Expression of maturation of the political system”, in Philip Norton, dir., Parliaments and Governments in Western Europe, p. 157. Aprofundando a temática, Cristina Leston-Bandeira, “O impacto das maiorias absolutas na actividade e na imagem do Parlamento português”, Análise Social, Vol. XXXI (135), 1996 (1º), pp. 151-181. 33

Cristina Leston-Bandeira, “A Assembleia da República de 1976 a 1999: da legislação à legitimação”, Análise Social, vol. XXXV (154-155), 2000, pp. 204-205, refere, a propósito, que é possível distinguir três fases na evolução do órgão Assembleia da República: “(…)1ª fase – transição para a democracia - A AR de 1976 foi essencialmente concebida como uma instituição legislativa e nesse sentido colocou-se uma maior ênfase nos procedimentos legislativos, escasseando os instrumentos de controle. A função de fiscalização era identificada com mecanismos últimos de controlo, tais como as moções de censura ou as interpelações. Tais mecanismos consistiam mais em questionar a própria existência do governo e não tanto fiscalizar a política governamental corrente as acções da administração pública. 2ª fase – consolidação democrática - Numa segunda fase (1983 a 1995), assiste-se a uma evolução e amadurecimento da prática parlamentar que conduziram a uma rotinização da prática fiscalizadora. De realçar que tem sido através da função fiscalizadora no seu todo que o Parlamento se tem aberto para o mundo exterior, conferindo pleno significado ao conceito de legitimação.

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legitimação de exercício do poder, cabendo-lhe efetuar grande parte do controlo sobre

o Governo, embora até aos anos 90 com assinaláveis constrangimentos.34 35

Tal como se assistia nos demais Parlamentos da Europa, a evolução da

institucionalização do Parlamento Português foi também acompanhada por uma

evolução ao nível das Comissões. Disso são reflexo as diversas revisões que foram

sendo feitas ao originário Regimento da Assembleia da República (1976) e que

culminaram no atualmente em vigor, datado de 200736.

O Parlamento arena, dominado pelo Plenário, foi dando lugar ao Parlamento

transformador através do incremento, valorização e aumento substantivo da

capacidade de decisão das comissões, permanentes e eventuais, tanto no processo

legislativo, como em matéria de controlo e fiscalização da ação governativa.37

O cerne da maior institucionalização da AR passava, de facto, não pelo número

de comissões que, à exceção da II Legislatura, como mostra o quadro abaixo, apontou

sempre para a criação de comissões permanentes em número sensivelmente igual nas

doze legislaturas, mas sim pelo poder que efetivamente lhes era atribuído.38

3ª fase – amadurecimento democrático - No início dos anos 90, verificou-se uma preocupação distinta com o relacionamento entre o parlamento e os cidadãos, procurando a uma maior aproximação da parte deste, nomeadamente, através do instituto da petição.(…)”. 34

Na opinião de Luís Sá, op.cit, pp. 240-245, não obstante a capacidade que o Parlamento detinha, em teoria, para escrutinar e influenciar o Governo, ela não se reflectia num profícuo exercício de poderes de fiscalização, quer do ponto de vista de resultados práticos, quer do ponto de vista do impacte da opinião pública. Em seu entendimento esta circunstância radicava no facto de estarmos perante um verdadeiro Estado de partidos, porquanto “no órgão fiscalizador predomina a mesma força que no órgão fiscalizado e a oposição carece de meios suficientes para levar longe o seu papel de controlo do executivo.” 35

Na mesma linha de pensamento e atendendo ao período em questão, Manuel Braga da Cruz, em artigo sobre o Parlamento português (Cfr. Manuel Braga da Cruz, “Sobre o Parlamento português: partidarização parlamentar e parlamentarização partidária”, Análise Social, Vol. XXIV, 1988 - 1º, pp. 97-125), tecendo algumas considerações a propósito da institucionalização do nosso parlamento, conclui, face às vicissitudes ocorridas no processo de transição para a democracia, tratar-se de “um parlamento-arena”, isto é, um parlamento com uma maior preponderância partidária, onde os conflitos entre partidos ocupam um destaque especial. 36

Regimento da AR nº 1/2007, publicado no Diário da República, I Série, nº 159, 20 de agosto de 2007. 37

Cristina Leston-Bandeira, “Relationship between Parliament and Government in Portugal: An Expression of maturation of the political system”, in Philip Norton, dir., Parliaments and Governments in Western Europe, p. 159, reportando-se ao papel das Comissões Parlamentares Permanentes, menciona que desde o início, a criação de Comissões seguiu o número e a orgânica ministerial. 38

A par de comissões parlamentares permanentes, a Assembleia da República também constituiu comissões parlamentares eventuais, formadas em torno de uma determinada matéria ou fim e balizadas em termos de duração de funcionamento. Ao longo das 12 Legislaturas e não contabilizando as comissões eventuais de verificação de poderes, de revisão constitucional e de inquérito, por obedecerem a regimes jurídicos específicos, foram criadas 68 comissões.

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Em suma, atendendo aos procedimentos e regras internas aprovadas pela AR, à

sua organização, à especialização das comissões permanentes que a integram, aos

instrumentos criados com vista à participação do cidadão na atividade parlamentar, ao

grau de transparência e escrutínio públicos atingidos e ainda ao facto da agenda

política não ser ditada unilateralmente pelo Governo, mas sim de forma negociada em

Conferência de Líderes, pode afirmar-se que a Assembleia da República é um

Parlamento em crescente institucionalização.

4. O aparente declínio dos Parlamentos

Tal como referido na Introdução, no mundo contemporâneo o Parlamento foi-

se mostrando incapaz de elaborar leis na quantidade e qualidade que lhe são

solicitadas, em virtude quer da ausência de preparação técnica dos seus membros39

quer da impossibilidade de o processo legislativo, por sua própria natureza,

acompanhar a velocidade requerida pela atuação do Estado, especialmente na esfera

económica.40

39

Arthur Lupia e Mathew D. Mccubbins, “Who controls? Information and the Struture of Legislative Decision Making”, Legislative Studies Quarterly, XIX (3), August 1994, referem que não obstante a maioria dos legisladores não saberem muito de grande parte dos assuntos tratados nas iniciativas legislativas propostas pelo Governo, ainda assim têm acesso a numerosas fontes de informação. Acrescentam os autores que o principal problema da democracia contemporânea é que para tratar da complexidade dos assuntos, as assembleias representativas dependem das opiniões e ações de peritos. No seu entender, não pode haver uma delegação pura e simples pois os peritos podem empreender ações cujas consequências são desconhecidas para o legislador e até podem ser contra o interesse legislativo. Nesse sentido colocam a questão: « Is representative democracy doomed to be hijacked by small groups of policy makers in the government or on legislative committees?». 40

Cfr. Murilo Gaspardo, “O Parlamento e o Controlo Democrático do Poder Político”, Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Volume 105, jan/dez 2010, p. 786.

Fonte: INFO-Comissões - http://www.parlamento.pt/ComissoesAR/Paginas/XIIL_InfoComissoes.aspx?

Figura 1 – Número de Comissões Permanentes da I à XII Legislaturas

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Tem havido uma tendência crescente na perda de “centralidade” do

Parlamento41, bem como na transferência de boa parte da função legislativa para o

Poder Executivo, dotado de maior agilidade e de um corpo burocrático melhor

preparado e também para forças exteriores ao Parlamento, onde imperam os grupos

económicos.

Na mesma senda, Cristina Leston-Bandeira, reportando-se ao fenómeno do

declínio do Parlamento alude às múltiplas teorizações feitas à volta do mesmo,

dizendo que o eixo de análise se situa ao nível das relações entre o Parlamento e o

Governo. “No contexto do sistema político atual a relação de poder joga a favor do

Governo perante a existência de realidades como as necessidades de regulamentação

próprias do Estado Moderno. A principal conclusão das teorizações seria a de que a

instituição parlamentar teria perdido grande parte do seu poder legislativo em prol do

Executivo (…). Há que analisar a instituição parlamentar sobre outras perspetivas.

Nesse contexto o estudo da atividade de controlo parlamentar permite que se obtenha

uma visão mais alargada do papel do Parlamento no sistema político”.42

Com o fenómeno da delegação legislativa43 e o declínio da função legislativa, o

controlo político e a responsabilização das políticas empreendidas pelo Governo

(accountability) passam a ser, nos dias de hoje, as principais atribuições dos

Parlamentos. Todavia não se pode compreender o controlo como a simples contenção

41

Maurizio Cotta, op. cit., p. 886. 42

Cristina Leston-Bandeira, “Controlo parlamentar na Assembleia da República: a transladação de poder da IV para a V Legislatura”, Legislação – Cadernos de Ciência de Legislação, 12, 1995, p. 122. Cotta, op.cit., p. 886 questiona se face à perda da predominância do Parlamento não se deve falar em “ocaso do Parlamento”. E Miguel Presno, Fatiga del Parlamentarismo y algunas propuestas para revitalizarlo, in Crisis de la representación y nuevas vías de participación política, Madrid, Fundación Coloquio Jurídico Europeo, 2014, faz incluir o declínio parlamentar numa perspetiva mais vasta de crise da democracia representativa, citando, a p. 56, Hans Kelsen que, já em 1920, falava de “cierta fatiga del parlamentarismo”. 43

Jorge Riezu, Crisis y ocaso de los partidos políticos. Causas, reflexión crítica y outros ensayos, editorial sanesteban, 2013, p. 111, escreve o seguinte sobre a legislación delegada: « El cambio de funciones del Estado y, por lo tanto, las nuevas funciones sociales, han hecho insuficientes o ineficaces los viejos recursos constitucionales y se hace preciso recurrir a otros sistemas, a otros órganos, a otras formas de ejercicio del poder. (…) Como consecuencia se extiende la actividad gubernamental a temas y problemas propios del Parlamento e que ahora determina el ejecutivo. Se trata de la legislación delegada, de extraordinaria importancia en Inglaterra, y con repercusiones en todos los sistemas políticos modernos? Todo esto no puede significar una nueva forma de absolutismo?».

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do poder pelo poder, nem reduzi-lo ao apuramento de irregularidades e punição de

atos de corrupção.44

Corroborando tal sentido, Cristina Leston-Bandeira refere que “o controlo

parlamentar envolve não só o ato de verificação da atividade governativa mas

igualmente a possibilidade de exercer influência sobre aquela atividade, implicando

consequências que ultrapassam a esfera da arena parlamentar”.45

O controlo parlamentar do Governo é um controlo político de um órgão

constitucional por outro, decorrente do princípio da separação e interdependência dos

órgãos de soberania46, podendo ser alcançado, entre outros, através do inquérito

parlamentar.

Se o controlo é da essência da democracia, o inquérito parlamentar pode e

deve ser um instrumento simultaneamente de controlo e de democracia. Ele é um

instituto característico do Estado Representativo.

44

Murilo Gaspardo, O Parlamento e o Controlo Democrático do Poder Político, p. 777 45

In “Controlo parlamentar na Assembleia da República: a transladação de poder da IV para a V Legislatura”, p. 123 46

Ver António Vitorino, (1989), “ O controlo parlamentar dos actos do governo”, in Mário Baptista Coelho, coord., Portugal: O sistema político e constitucional (1974-1987), Lisboa, ICS, 1989, p. 372.

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Capítulo II

A natureza das Comissões parlamentares de Inquérito (CPI)

1. A génese das CPI

Tal como o Parlamento, a origem remota das Comissões Parlamentares,

nomeadamente as que mais tarde seriam classificadas como Comissões de Inquérito

ou de Investigação, radica na Inglaterra do século XIV47, resultando a sua criação do

facto de não só o Parlamento à altura ter uma pesada estrutura, ser formado por um

número elevado de representantes e reunir poucas vezes em Plenário, como também

se tornar necessário colher informação a que o Executivo acedia prima facie. As

Comissões parlamentares de então tinham um caráter excecional e estavam

totalmente subordinadas ao Plenário, ao contrário da situação atual onde primam pelo

estatuto de permanência e de independência ao longo das legislaturas.

A evolução do parlamentarismo48 e a entrada em cena dos partidos políticos

como atores principais da vida política institucional faz ressurgir, nos começos do

século XIX no Continente Europeu e em meados do século XX no Reino Unido, as

Comissões Parlamentares, mormente as Comissões de inquérito (CI), permitindo trazer

de novo à colação a questão da centralidade49 da instituição Parlamento.

No Continente, as Comissões Parlamentares como CPI, sendo historicamente

mais recentes, manifestam a sua especificidade desde o primeiro momento como

órgãos de controlo do executivo. Em Portugal o primeiro afloramento do instituto do

inquérito parlamentar surge na Constituição de 1822, em França os antecedentes

remontam à monarquia orleanista, na Bélgica a Carta Constitucional de 1831 já

47

Aponta-se o ano de 1571 como o ano em que se instalou em Inglaterra a primeira CPI. 48

A evolução do parlamentarismo não se pode dissociar dos movimentos que levaram à consagração do regime de divisão e separação de poderes, fazendo aparecer, para sua eficaz prossecução, a ideia de controlo e de limitação do poder estatal. Ver, a este respeito, Hans Kelsen, Teoria General del Estado, México, Editora Nacional, 1965, pág. 337, citado por Jorge Córdoba Ortega e Adriana H. Mack S.,” La Función Parlamentaria de Control, en especial las Comisiones de Investigación en el derecho Español”, Revista Parlamentaria, vol. 8, n.º 2, Agosto 2000, pág.578. 49

Assim o predizia Luís Sá, O Lugar da Assembleia da República no Sistema Político, Lisboa, Editorial Caminho, 1994, pág. 194, ao expressar que as Comissões Parlamentares de inquérito deveriam corresponder a uma atividade central dos modernos parlamentos.

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consagrava o direito de inquérito, em Itália os autores situam 1848 como o início da

prática “del diritto de interpellanza”, semente para o ulterior aparecimento das

“commisiones d’inchiesta”. No tocante aos países germânicos a Constituição Prussiana

de 1848 já mencionava tal instituto, havendo a ressaltar, por todos os demais países, a

Constituição de Weimar de 1919 (artigo 34º) por nela se encontrarem consagrados os

princípios fundamentais que presidem ao inquérito parlamentar e que foram

reiterados na Constituição Alemã em vigor (artigos 44º e 45º), nomeadamente o de

proporcionar à minoria parlamentar um instrumento de equilíbrio com a maioria.

Em Inglaterra, como bem refere Philip Norton 50, «antes de 1979 a Câmara dos

Comuns foi largamente, senão exclusivamente, uma instituição orientada para a

própria Câmara. A partir desta data foram-se desenvolvendo comissões especializadas

de investigação (select committees) cobrindo as várias áreas governamentais. Só nos

últimos 20 anos é que a Casa dos Comuns começou a utilizar comissões permanentes

para escrutinar a ação do governo. E apesar do efeito da ação das comissões no

governo ser modesto, é uma façanha que as comissões tentem operar como órgãos

não partidários num Parlamento que é altamente moldado no sistema de partidos

vigente».

Conforme menciona José Pablo Abreu Sacramento51, há que salientar a

diferença, na matriz, entre os sistemas romano-canónico-germânicos, onde a

institucionalização das comissões de inquérito assenta, em geral, na sua característica

de órgãos ad hoc constituídos especificamente para a investigação de um assunto em

concreto (razão pela qual detêm poderes extraordinários relativamente às demais

comissões, mesmo quando estas também podem levar a efeito certas inquirições), e

os sistemas anglo-saxónicos, sobretudo em Inglaterra, onde as comissões apropriadas,

as “select committees”, acompanham e indagam, cada uma de per si e em

permanência, um departamento governamental.52 Nos EUA o modelo apresenta

50

Ver Philip Norton, Parliaments and Governments in Western Europe, op. cit., pp. 190 a 208. 51

In edição eletrónica da revista mexicana Cuestiones Constitucionales, nº 18, 2011, pág. 3, acessível em http://www.juridicas.unam.mx/publica/rev/cconst/cont/18/ard/ard1.htm. 52

No Reino Unido, em princípio, só a Câmara dos Lordes leva a efeito inquéritos parlamentos. Não existe tradição da Câmara dos Comuns o fazer, para além do trabalho efetuado pelas comissões que monitorizam o governo. Refira-se, porém, que algumas “Select Committees” têm objetivos similares aos das CPI. De salientar, ainda, que o Inquiries Act de 2005 autoriza o governo a criar uma Comissão de

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diferenças - para além de existirem select committees, qualquer comissão pode fazer

investigação parlamentar - , utilizando para sua concretização os inerentes poderes (

power to send for persons, paper and records).

A democratização e simultânea partidarização da instituição “Parlamento”,

aliada à circunstância da legitimidade do Executivo radicar na força política vitoriosa

nas eleições legislativas, propiciando a coincidência ideológica entre o parlamento e o

governo, ou melhor dizendo, entre a maioria parlamentar e o governo, enquadrados

socialmente no mesmo partido ou afins, como são o caso das coligações para fins

parlamentares, faz com que o Parlamento, para além de querer ser munido de

informação detalhada sobre determinados assuntos, governativos ou de manifesto

interesse público, pretenda dotar as minorias com mais direitos de forma a que

possam fazer frente às maiorias omnipresentes, alcançando-se desse modo um

desejável equilíbrio institucional.

Por seu turno, «a inflação normativa com a multiplicação e proliferação

exagerada de estruturas com competências normativizadoras, mesmo de natureza

internacional, a hegemonia governamental ao abrigo das suas competências

concorrenciais ou conjuntas, obriga os parlamentos nacionais a habilitarem-se com os

meios necessários à eficácia das novas funções parlamentares emergentes, das quais a

mais importante será, sem dúvida, a de fiscalização ou controlo (…)».53

É neste quadro e com outra dimensão que reaparecem as Comissões de

Inquérito, normalmente consideradas por grande parte dos autores como um dos três

instrumentos clássicos de controlo parlamentar, a par com as Perguntas e

Requerimentos e as Interpelações ao Governo, destes se distinguindo, para além de

determinados requisitos específicos, pelo seu cunho colegial.

Não há, porém, uma posição comum da doutrina acerca do conceito de

controlo parlamentar54 e, nesse sentido, da decorrente natureza das Comissões de

Inquérito, cujos trabalhos são normalmente conduzidos por um juiz. Um dos casos mais recentes de um ad-hoc inquiry iniciado pelo Primeiro-Ministro, foi o do «Iraq inquiry”, em 2009. 53

Cfr. José Fontes, Do controlo parlamentar da Administração Pública, Lisboa, Edição Cosmos, 1999, pág. 144. 54

Luís Aguiar de Luque, La problemática del control en la actualidad. El parlamento a Debate, Madrid, Fundación Centro de Estudios Políticos y Constitucionales “Lucas Mallado”, Editorial Trotta S.A., 1997, pág. 73, sistematiza três grandes linhas doutrinárias em torno da noção de controlo parlamentar:

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Inquérito, dada a sua versatilidade e polivalência: para uns releva a sua característica

informativa e inspetiva; para outros trata-se de um mecanismo de controlo e de

fiscalização política ou, pelo contrário, instrumento da maioria parlamentar; e há ainda

quem os analise como meios de “persuasão”55 ou então veículo de comunicação entre

a opinião pública e os poderes do Estado.

Ponderadas as diversas posições, poder-se-á dividir a doutrina em dois grupos

de autores que partem de critérios distintos mas, como se verá, passíveis de

complementaridade e confluência: os que se atêm predominantemente aos elementos

jurídicos das CI e os que se fixam predominantemente nos elementos sociológicos.

2. Função das CPI

2.1. Função informativa e inspetiva

A recolha de informação é um objetivo demasiado amplo para caracterizar as

CPI, pelo que não parece curial tal visão reducionista. Aliás, não existem atividades

parlamentares que não necessitem de informação. Não apenas as CPI trabalham com

base na informação recolhida, mas sim todas as comissões, permanentes ou não,

legislativas ou não, necessitam de informação para cumprir as suas funções. Em

qualquer regime democrático é necessário dar e receber informação, sendo que

atualmente o problema nem se coloca com a acuidade do passado. As inovações

tecnológicas que há umas décadas vêm surpreendendo o nosso quotidiano vieram

- a mais tradicional é a que associa a ideia de controlo à ideia de pressão, influência, predomínio do Parlamento sobre o Governo, materializado em última instância na possibilidade de demitir o Governo, através dos mecanismos da responsabilização política e censura. Dentro desta corrente há autores (p.ex. Fernando Santaolalla) que desdobram o controlo em controlo de fiscalização e controlo de responsabilidade; -outra associa o Controlo Parlamentar a inspeção, verificação, supervisão da atuação do Governo, significando que nalgumas circunstâncias e momentos o Parlamento exerce pressão e influência na ação governamental (assim, a doutrina clássica expressa por autores como Duguit e Barthelemy considerava as perguntas, as interpelações e as comissões de inquérito como exemplos típicos da função de controlo); - a terceira é que o controlo parlamentar é a mais imediata materialização da difusa posição de preponderância do Parlamento sobre o Governo, aspeto que coincide com a doutrina clássica, não encaixando, contudo, em nenhum instrumento de controlo especial. 55

Ver, a este respeito, Ricardo Medina Rubio, La función constitucional de las Comisiones parlamentarias de investigación, Madrid, Editorial Civitas, S.A., 1994, pág. 62.

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permitir o acesso do Parlamento e dos seus deputados a fontes de informação e

conhecimento sem dependência do governo e da administração.

Nessa medida, as CPI servem não só para colher dados e informar o

Parlamento56, mas também para supervisionar o Executivo, pelo que não podem ser

entendidas unicamente como instrumento de informação, uma vez que a sua atuação

vai muito para lá da mera recolha de dados.

Para além dessa função, de jaez cognoscitivo, Giuseppe De Vergottini57

acrescenta que a finalidade seguida pelas CPI é essencialmente inspetiva e

eventualmente preparatória da decisão política da Assembleia, que pode apoiar-se no

relatório final da Comissão. Estas Comissões não conseguem exercer o controlo de

forma imediata. Por essa razão a sua criação tem algum caráter excecional, o período

de funcionamento está demarcado temporalmente e são sempre posteriores à

atuação governativa: não são prévias nem simultâneas. Segundo o mesmo autor só se

deve recorrer às CPI se as explicações que se pretendem não são possíveis de obter

através de outros instrumentos (p. ex. audições públicas). Os meios que se destinam

ao cumprimento da função inspetiva e que normalmente têm a ver com o acesso à

documentação inerente ao objeto do inquérito e à recolha de depoimentos, quer de

testemunhas quer de peritos,58 dirigem-se regra geral a facilitar valorações e juízos

sobre determinada atividade do governo, das entidades públicas ou sobre a atividade

pública das entidades privadas.

Mesmo que se salientem, em detrimento de outros, os aspetos informativos e

inspetivos das CPI, ainda assim parece não ser desajustado inclui-los numa aceção

ampla do controlo parlamentar, percecionado como um controlo de cariz político59.

56

O direito à informação também está presente noutras figuras, como sejam as perguntas e requerimento e as interpelações. 57

Giuseppe De Vergottini, “La funcion de control en los Parlamentos de fin de siglo”, in VI Jornadas de Derecho Parlamentário, Problemas actuales del control parlamentário, Congreso de los Diputados, Janeiro de 1995, pág. 25 e segs. 58

Como já atrás se referiu a atividade inspetiva é comumente conhecida pela formulação “ power to send for persons, papers and records”, atividade que deve ser levada a efeito com plena garantia dos interesses dos depoentes plasmando, aliás, as garantias dadas na instrução de um processo em tribunal, sem que isso comporte a equiparação dos dois processos. 59

O nosso estudo centra-se nas Comissões de Inquérito como comissões de investigação que têm o poder de chamar depoentes perante si e analisar outros meios de prova que entendam por necessários. Existem figuras afins ou com diferentes funções: são o caso dos “inquéritos legislativos” e dos

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2.2. Instrumento de controlo parlamentar

A maioria dos académicos e cientistas políticos, apesar de algumas diferenças

pontuais, compartilham o entendimento de que os inquéritos parlamentares são um

instrumento de fiscalização e controlo que os Parlamentos no seu todo, cada um dos

deputados ou conjunto de deputados delibera pôr em marcha, tendo em vista,

primacialmente, a apreciação dos atos do Governo e da Administração.

O controlo parlamentar envolve não só o ato de verificação da atividade

governativa mas igualmente a possibilidade de exercer influência sobre aquela

atividade, implicando consequências que ultrapassam a esfera da arena parlamentar.

O controlo tem por finalidade a limitação do poder e nesse sentido todos os

procedimentos parlamentares são potencialmente aptos para exercer o controlo.60

Como bem refere António Vitorino61 (…) «No essencial, o controlo parlamentar do

Governo é um controlo político de um órgão constitucional por outro, decorrente do

princípio da separação e interdependência de poderes, que visa assegurar que o

Governo cumpra os fins que constitucionalmente lhe estão consignados, quer pelo

próprio ordenamento constitucional, quer pelas decisões políticas do Parlamento (…).»

Pois são exatamente entendimentos como os atrás expressos que suscitam

dissensões no seio dos especialistas. Fernando Santaolalla López62, entre muitos

“inquéritos políticos” (Jónatas Machado e Sérgio Mota, “As Comissões Parlamentares de Inquérito”, Boletim da Faculdade de Direito, nº 61, Coimbra Editora, 2001, pág. 894); das Comissões de Inquérito e das Comissões de Estudo, estas últimas com um trabalho meramente informativo e que se encontram no direito alemão (as primeiras consagradas na Constituição e as segundas no Regimento do Bundestag), no direito espanhol que diferencia as “comisiones de investigación” e as “comisiones d’encuesta”, na Estónia e, a partir de 1977, em França, onde a par das “Comission d’enquête” existem as “Comission de Contrôle”, que se dedicam a investigar a gestão administrativa, financeira e técnica dos serviços e empresas públicas. Em Itália, entre a Câmara dos Deputados e o Senado existem três tipos de comissões, numa aceção ampla de IP: “commisione d’indagine conoscitiva”, “commisione di vigilanza” e “commissione d’inchiesta”. 60

Neste sentido, cfr. Aragón Reyes, “El control parlamentário como control político”, Revista de Derecho Político de UNED, 23, 1986, acessível eletronicamente em http://e-spacio.uned.es/fez/serv/ bibliuned:Derechopolitico-1986-23-52E8C859/PDF, para quem o controlo tem sempre, apesar das suas múltiplas manifestações, um sentido unívoco, que consiste na limitação do poder para impedir que caía na arbitrariedade ou no despotismo. 61

“O controlo parlamentar dos atos do governo”, in Mário Baptista Coelho (org.), Portugal - O Sistema Político e Constitucional 1974-1987, Lisboa, ICS, 1989, pág. 380. 62

Ver “La funcion de control y la Ciencia del derecho constitucional”, Revista de las Cortes Generales, 12, 1987, págs. 221-222 e El Parlamento y sus instrumentos de información (perguntas, interpelaciones y Comisiones de Investigación), Madrid, Editoriales de Derecho Reunidas, 1982, pág 12.

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outros63, refere não serem oportunas, no campo da ciência política, as explicações que

assentam o controlo na fiscalização do Governo pelo Parlamento, em ordem a

determinar uma pressão ou influência do segundo sobre o primeiro. (…) «Através de

esses meios os deputados e os grupos parlamentares denunciariam os erros e omissões

do Governo, forçando-o a corrigir o seu comportamento presente e futuro e nesse

sentido a função de controlo definir-se-ia por essas notas de pressão política, influência

indireta, critica partidária, apelo à opinião pública…(…)»

Diz o autor que «essas notas de crítica, denúncia ou influência apresentam-se

em maior ou menor grau em todas as funções parlamentares, o que decorre da

natureza eminentemente política de uma Assembleia representativa» e assim «o

controlo constitucional em geral e o parlamentar em particular só se apresenta quando

surge um ato de confrontação ou juízo de uma determinada conduta, passível de

sanção, isto é, de correção por meios claramente estabelecidos na lei.» (sublinhado

nosso)

Por isso, entende que as perguntas são instrumentos de informação, tais como

as interpelações ao Governo e as Comissões de Inquérito. Não duvida o autor que

numa perspetiva sociológica ou política os meios atrás mencionados possam definir-se

como manifestações da função de controlo, mas para o Direito não são mais que

instrumentos de informação, uma vez que os seus efeitos jurídicos se esgotam na

obtenção de uma série de elementos e notícias.

Colocar o controlo parlamentar como indissociável da ideia de um efeito

sancionatório, culminando-a com a responsabilização política64 do governo através de

uma moção de censura ou de confiança, é um sentido que para além de não ser válido

em todos os sistemas políticos, nomeadamente os sistemas presidencialistas65,

63

Ver Andrea Manzella, Il Parlamento, Bolonha, Il Mulino, 1977, pág. 127; Vicenzo Longi, Elementi di diritto e procedura parlamentare, Milão, Giuffrè, 1988, pág 175; López Aguilar, Oposición parlamentaria y el orden constitucional, Madrid, CEPC, 1988, todos citados por Ricardo Medina Rubio, op. cit., pág.63. 64

O conceito de responsabilidade política insere-se indubitavelmente na temática do controlo parlamentar sendo uma condição da democracia. Tal como referem Bernard Manin/Adam Przeworski/Susan C. Stokes, Democracy, accountability and representation, Cambridge, Cambridge University Press, 1999, citados por Pedro Lomba, Teoria da responsabilidade política, Coimbra, Coimbra Editora, 2008, pág. 31, “o povo admite apenas a cedência do seu poder aos governantes porque conserva a oportunidade de os vigiar e de os remover”. 65

Nos regimes presidencialistas, onde o governo não carece da confiança do parlamento para governar, as CPI suprem a carência de instituições jurídicas de controlo. Os EUA são um exemplo paradigmático de

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também não se aplica tout court às CPI, dado que estas não se limitam a fiscalizar a

ação do governo, podendo ter por objeto qualquer assunto de interesse público

relevante66. Mas também não afasta o mecanismo da responsabilidade política, já que

o decurso de uma investigação parlamentar pode produzir uma situação de desgaste

tal que leve à dissolução antecipada do Parlamento ou à apresentação, perante este,

de uma moção de censura.

E nesse sentido é muito interessante compulsar o que refere Cristina Leston-

Bandeira67 nesta matéria, que entende como algo positivo a relação entre

responsabilização política e CPI, mencionando que a possibilidade da Assembleia

Legislativa exigir a responsabilização política em qualquer altura confere-lhe, à partida,

um forte poder de regulação da atividade governamental. O próprio poder

sancionatório, exercido através da moção de confiança ou de censura, acaba por

conduzir à “racionalização” da utilização dos inquéritos parlamentares.

A responsabilidade política possui, assim, a virtualidade de assumir uma função

crucial no equilíbrio estável e harmonização entre os vários órgãos e poderes do

Estado, sobretudo entre o legislativo e executivo.

um sistema de comissões forte e independente das demais instituições. Ver “Le système politique des États-Unis”, direção de Edmond Orban, acessível eletrónicamente no Canadian Journal of Political Science/Revue canadienne de science politique, Volume 21, Issue 03, September 1988, pp 622-623. 66

Nem todas as CPI têm em vista controlar o Governo. Em Portugal são exemplo disso, entre muitas e deixando de parte as 10 Comissões de Inquérito sobre o acidente de Camarate, a CPI nº 16/III/2 (Inquérito Parlamentar sobre as acusações infamantes formuladas pelo jornal “ O Diário” acerca do deputado do PS, Reis Borges), a CPI nº 15/V/2 (Inquérito Parlamentar à atuação das autarquias do Seixal e de Loures na concessão de favores ao PCP) ou a CPI nº 7/X/3 (Inquérito Parlamentar ao exercício da supervisão dos sistemas bancários, segurador e de mercado de capitais). Em Espanha, ao tempo da II Legislatura bem como no Reino Unido (1982), pode apontar-se a CPI sobre a “fecundação invitro” e em França, na XII Legislatura (2003), constitui-se uma CPI para avaliar a presença do lobo em França e os seus reflexos na pastorícia. O mesmo se passa no Congresso norte-americano onde as CI têm um objeto variado, abarcando, para além de questões de pura fiscalização sobre o executivo, problemas de índole social e económica e até procedimentos de acusação contra o Presidente, designados por “impeachment”. 67

Cristina Leston Bandeira, “Controlo parlamentar na Assembleia da República: a transladação de poder da IV para a V Legislatura”, Legislação – Cadernos de Ciência de Legislação, Nº 12 – INA – 1995, pág. 124.

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31

3. As CPI como garante das minorias

Tendo sempre presente o controlo parlamentar e político, mesmo que numa

forma difusa, há setores da doutrina que valorizam as CPI como elemento de

realização democrática, pelo facto de terem por cerne a confrontação política,

mormente entre a(s) maioria(s) e a(s) minoria(s)68. No entanto, face à deslocação do

poder do parlamento para o governo e do ascendente do mesmo sobre as forças

políticas que no Parlamento o apoiam, torna-se indispensável permitir a condução pela

oposição de este e de outros instrumentos de controlo.

Como mencionava Luís Sá69 «a existência e o elenco de direitos da oposição é

fundamental para garantir minimamente o cumprimento do papel dos parlamentos»,

já que cabe sem dúvida à oposição o trabalho de supervisão da atividade governativa,

através de institutos vários, designadamente o do inquérito parlamentar.

A função de oposição deve, assim, ser vista como elemento dinâmico e de

salvaguarda da forma de governo parlamentar assente na dicotomia Maioria –

Minoria. Na verdade, a garantia de um verdadeiro estatuto da oposição e a sua

operatividade está diretamente relacionada com a proteção da Constituição e com a

salvaguarda do núcleo fundamental da forma de governo.

Nas palavras de Hugues Portelli, no atual ambiente institucional “o problema

essencial é o dos direitos da oposição e, por isso, os mecanismos de controlo

transformam-se num meio de expressão da oposição”.70

Porém a realidade, no tocante às CPI, pelo menos no que respeita a grande

parte dos países que compõem o espectro europeu e ressalvadas as exceções de

Portugal, Alemanha, Eslovénia e Hungria71, mostra a quase impossibilidade de dar

cumprimento às funções cometidas às minorias já que, ou a iniciativa dos inquéritos se

68

Ricardo Medina Rubio, in op. cit., pág. 19 69

In op.cit, pág. 336 70

Les Regimes Politiques Européens, Paris, 1994, pág.36, citado por José de Matos Correia e Ricardo Leite Pinto, A responsabilidade política, Coleção Ensaios, Universidade Lusíada Editora, Lisboa, 2010, pág. 51. 71

Nos países supra citados, a oposição pode exercer o direito potestativo para criação obrigatória de uma CPI. À exceção da Hungria, onde esse direito não tem sido efetivado, é prática corrente nos demais, sendo a Alemanha um exemplo a salientar, pois é o próprio Tribunal Constitucional, em sentença de 17 de julho de 1984, a realçar o “direito parlamentar de investigação como direito minoritário” (ver José Pablo Abreu Sacramento, in artigo citado, pág. 4 e nota nº 17).

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encontra refém de deliberação da maioria, ou o seu funcionamento se encontra

inquinado pela vontade da maioria que impede o pedido de acesso a determinados

documentos ou o depoimento de certas testemunhas.

Uma vez que, em princípio, só são criadas as comissões “toleradas” pela

maioria ou aquelas cujo objeto provoque menos estragos no governo, torna-se

essencial as minorias catapultarem a atenção da opinião pública para que seja esta a

exercer pressão.72

Em Portugal, nos primeiros anos após as eleições legislativas de 1976, foi

patente esse entrosamento com a opinião pública. Como referem Cristina

Leston-Bandeira73 e António Vitorino74, as CPI eram o meio mais visível e popular de

escrutínio do governo, em especial, a discussão da proposta da sua criação. Relevava

mais no plano político o momento do debate e da deliberação quanto à sua

constituição do que propriamente as conclusões obtidas!.

Acrescentavam os autores que fora a visibilidade desses debates, os Grupos

Parlamentares da oposição mostravam uma tendência para as usar como um meio

para divulgar e dar a conhecer o respetivo ponto de vista sobre determinada(s)

matéria(s), apontando as baterias contra a posição do governo.

Esta sorte de entendimentos dá fundamento à tese de que o autêntico objeto

das CPI é chamar a atenção do executivo sobre algum assunto concreto ou dar

relevância pública a alguma atuação governamental que se considera incorreta. Na

verdade trata-se de dar uma ampla projeção pública a um determinado problema

baseando-se em informação previamente obtida, é crível que qualquer Governo,

mesmo tendo um apoio confortável no Parlamento, não faça uma reflexão sobre a sua

72

Refere-se «em princípio» porque não são raras as ocasiões em que são os membros da maioria a pôr em marcha as CPI para dar uma possibilidade de ofensiva do Governo e do seu partido sobre a oposição. Em Portugal, no período de 1976-2015, é comum o partido maioritário à altura, rejeitar iniciativas de inquérito por parte das forças da oposição e em simultâneo apresentar requerimento para inquérito sobre o mesmo assunto (entre outros, os IP 30/VI/4 da iniciativa do PS sobre os serviços de informação e o Projeto de Resolução 128/VII/4 do PSD sobre a mesma matéria e os IP 2/IX/1, 3/IX/1, 4/IX/1 e 5/IX/1, respetivamente do BE, PCP, PSD e CDS-PP e PS, para apreciação dos atos do Governo referentes ao processo de aceitação pelo Estado de ações da SAD Benfica como garantia de dívidas fiscais em execução. 73

Cfr. Parliaments and Governments in Western Europe, Chapter 7 ”Relationship between Parliament and Government in Portugal: Na Expression of maturation of the political system”, pág. 156 74

In op.cit., pág 381.

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atuação e sobre o custo político que a publicidade do caso vai acarretar.75 Daí que se

possa concluir que a eficácia da oposição resida atualmente na sua capacidade de

emitir uma mensagem alternativa viável, coerente e que em última análise convide à

alternância no poder.

Ainda assim, o direito de inquérito deve ser exercido pela minoria de forma

racional, de molde a evitar que “esta arma afiada da oposição não desgaste a lâmina

por ser utilizada de maneira arbitrária e em excesso”76. No entanto, é natural e

verificável através de múltiplos estudos77 que o controlo parlamentar do governo

cresce e se intensifica na vigência de governos maioritários.

Comungue-se ou não com as opiniões atrás expressas acerca da natureza das

CPI, sejam estas analisadas como um instituto de controlo parlamentar em sentido

estrito e clássico, sejam de controlo político com características difusas e polivalentes78

ou sejam ainda como um instrumento de reforço das minorias, a verdade é que este

tipo de comissão funciona como garantia constitucional de equilíbrio de poderes e

75

Este o sentido expresso, entre muitos outros autores, por Luis Gil Gil, no artigo “Las Comisiones Parlamentarias de investigación”, Revista de relaciones laborales, nº 8, 2000, pág. 153, acessível eletrónicamente em dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/229765.pdf Miguel Ortí Bordás, na intervenção de apresentação das VI Jornadas de Derecho Parlamentario- Problemas actuales del control parlamentario, in op. cit., pág. 21, menciona ademais que na atualidade os meios de controlo apenas servem para desgastar o governo, e a eficácia ou não deste controlo é apenas visível nas eleições subsequentes. Refere o autor que o destinatário do controlo não é o Governo, mas o eleitorado. 76

Wolfgang Zeh, Informe sobre la organización, las funciones y el procedimiento de las comisiones en el Bundestag, in Juan Carlos da Silva Ochoa (coord.), Las Comisiones Parlamentarias. Vitoria-Gasteiz: Parlamento Vasco, 1994, p. 52, citado por César Landa no Ensaio sobre “El control parlamentario en la Constitución Política de 1993”, Revista Pensamiento Constitucional, Ano X, n.º 10, Lima, 2004, pág. 127. 77

Esta é uma variável que pode ter uma maior ou menor amplitude, dependendo de variadíssimos fatores, inclusive fatores de índole cultural. Num trabalho sobre as atividades de controlo no parlamento norueguês, dizem Tom Christensen, Per Laegreid e Paul Roness, autores do artigo “Increasing Parliamentary Control of the Executive? New Instruments and Emerging Effects”, publicado no The Journal of Legislative Studies, 8 setembro de 2010, acessível eletrónicamente em http://dx.doi.org/10.1080/714003902 que (...) «Norway is obviously one of the countries where the control and scrutiny function is traditionally informal, general and passive and it is accepted that the executive is given a lot of leeway in general decision making … This passive control function is a long-term feature and has not been primarily fostered by periods of strong majority governments, like the period of Labour Party dominance after the Second World War…. Norway can be classified as a high context culture, meaning that legislative-executive control relations would be more likely to rely on intuitive understanding and less on fact-based analytical reasoning and unambiguous causality.(…).» 78

Esta noção, de certo modo imprecisa (o controlo pode ser realizado por meio de qualquer procedimento parlamentar), está muito presente nos constitucionalistas italianos, como Manzella, Moretti, Amato e Galeotti, entre muitos outros. Ainda mais imprecisa é a teoria da decisão política (indirizzo) defendida por Costantino Mortati, segundo a qual a finalidade principal das CPI é a de indicar o caminho que o Governo deve levar nas suas opções políticas.

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nesse sentido afirmam certos autores79 que os sistemas políticos onde existe previsão

legal dos poderes das CPI na Constituição, têm uma maior capacidade de atuação,

podendo inclusive, ordenar buscas (…) «Aunque la facultad de investigar se considera

implícita en el funcionamiento de toda Asamblea Legislativa, el rasgo diferenciador de

su reconocimiento constitucional reside en que cuando este se produce se otorga al

parlamento la facultad de realizar investigaciones sobre un asunto concreto, que

determina el Pleno de la Cámara y a la que se conceden, en exclusiva, poderes

extraordinarios (…)» (Garcia Mahamut, ob. cit., pág. 50).

É um dado significativo, do ponto de vista do direito comparado, e como o

demonstra o gráfico abaixo, que a larga maioria dos Estados-membros pertencentes à

União Europeia tenham previsão legal das CPI, seja na Constituição80 (mais de metade

dos países), seja em leis ordinárias específicas e, ainda, complementarmente nos

Regimentos dos respetivos Parlamentos.

Ressalte-se que apenas a Eslováquia, a Finlândia e a Suécia não contemplam a

figura dos IP: no primeiro caso a Constituição afasta a possibilidade de se criarem

comissões de investigação, competência que nem tão pouco as comissões

permanentes podem prosseguir; no caso finlandês, o parlamento não as prevê e muito

79

Javier Sánchez Sánchez, “Comisión de investigación”, artigo publicado na Eunomia, Revista en Cultura de la Legalidad, nº 4, marzo-agosto 2013, pág. 190 e Rosário Garcia Mahamut, Las Comisiones Parlamentarias de Investigación en el Derecho Constitucional Español, McGraw-Hill, Madrid 1996 80

Alemanha (artigos 44º e 45º); Áustria (artigo 53º); Bélgica (artigo 56º); Bulgária (artigo 79º); Croácia (artigo 91º); Dinamarca (artigo 51º); Eslovénia (artigo 93º); Espanha (artigo 76º); Grécia (artigo 68º); Hungria (artigo 21º); Itália (artigo 82º); Letónia (artigo 26º); Luxemburgo (artigo 64º); Polónia (artigo 111º); Portugal (artigo 178º); República Checa (artigo 30º); Roménia (artigo 64º).

Figura 2 – Representação gráfica do instituto do IP nos países da UE

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embora haja entre as comissões permanentes uma “Audit Committee”, cuja

competência é a de fiscalizar a legalidade e regularidade concernente às finanças

públicas e orçamento, não é uma IP; na Suécia é o Governo e não o Parlamento a

poder constituir um grupo especial para investigar determinado assunto, sendo

oficialmente conhecido como Comissão de Inquérito.

Ao invés, na Dinamarca, onde o instituto se encontra constitucionalmente

consagrado, a última comissão de inquérito a ser estabelecida pelo parlamento data

de junho de 1945, tendo como objeto investigar as condições de vida sob a ocupação

alemã, nos mais variados quadrantes. Constata-se, pois, que o reconhecimento

constitucional só por si nada significa.

De notar, também, que nos Estados-membros com sistema bicamaral existem

aqueles onde é possível criar comissões de inquérito em ambas as Câmaras (Bélgica,

Espanha, Itália, Roménia) e aqueles que estipulam caber a iniciativa apenas a uma das

Câmaras, normalmente a câmara baixa (Alemanha, Áustria, Polónia, República Checa).

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CAPÍTULO III

O instituto do Inquérito Parlamentar e as Comissões Parlamentares de Inquérito em Portugal

1. Antecedentes históricos - Origem e evolução no panorama constitucional

português até 1976

A expressão constitucional, quer do conceito, quer dos mecanismos através dos

quais se exerceu a função de fiscalização parlamentar sofreu várias oscilações ao longo

da história do constitucionalismo português, derivadas dos diferentes contextos,

temporais e políticos, em que foram elaboradas e aprovadas as normas condicentes.

O primeiro afloramento do instituto do inquérito parlamentar (ainda que sem

uma clara separação entre o apuramento da responsabilidade política e da

responsabilidade criminal) surge na Constituição de 1822 que previa no seu artigo

103º a competência das Cortes de “fazer verificar a responsabilidade dos Secretários

de Estado, e dos demais empregados públicos”. Mais adiante, no artigo 159º

estabelecia-se que os Secretários de Estado eram responsáveis perante as Cortes “pela

falta de observância das Leis”, “pelo abuso do poder que lhes foi confiado”, “pelo que

obrarem contra a liberdade, segurança ou propriedade dos cidadãos” e “por qualquer

dissipação ou mau uso dos bens públicos” (Ferreira, 1999).

O processo de responsabilização dos Secretários de Estado, também extensivo

aos Conselheiros de Estado, aos Ministros Diplomáticos e aos Regentes do Reino, a

efetivar-se, culminaria com a remessa da documentação ao Tribunal competente, in

casu, por força do estatuído no artigo 191º, ao Supremo Tribunal de Justiça.

Não obstante o instituto do inquérito parlamentar só ter sido expressamente

consagrado na Constituição de 1838, há notícia de que a primeira proposta de

realização de um inquérito81 foi lançada sob a terceira vigência da Carta Constitucional

de 1826, numa altura, portanto, em que esta não contemplava no seu texto tal figura.

81

Segundo se lê em Nuno Piçarra, O inquérito Parlamentar e os seus modelos constitucionais – o caso português, Coimbra, Almedina, 2004, pág. 419, essa proposta data de 22 de Novembro de 1843, para, em comissão ad hoc da Câmara dos Pares, “examinar se o país se encontrará em estado de pagar mais

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Entre 1842 e 1852 (data de aprovação do I Ato Adicional à Carta) há registo de

terem sido apreciadas 8 propostas de inquérito parlamentar (IP) na Câmara dos

Deputados e 3 na Câmara dos Pares. No entanto, ou por rejeição, ou por adiamento ou

por retirada dos pedidos, a verdade é que a única CPI que acabou por apresentar o

resultado do seu trabalho (4 Maio 1849) foi a encarregada de examinar a legalidade da

administração do Banco de Portugal, tema inequivocamente integrado na função

fiscalizadora do Parlamento.

A partir dessa altura, os IP tornaram-se uma prática regular no decurso da

monarquia constitucional, não se alcançando, por isso, a razão da sua não consagração

normativa na Constituição de 1911, tendo ficado apenas contemplado no respetivo

regimento.

Esta circunstância não significou, contudo, a supressão da sua prática ao longo

da I República. Tal como veremos adiante, quer nesta altura, quer mais tarde, no

período de transição para a democracia que se seguiu após as primeiras eleições, em

liberdade, para a Assembleia da República (1976), o interesse suscitado pelos

inquéritos parlamentares tinha menos a ver com a sua realização efetiva e mais com o

debate e deliberação em plenário sobre a criação de comissões parlamentares de

inquérito. 82

Durante o longo período do “Estado Novo”, a que conduziu o golpe militar de

1926 e até à Revolução do 25 de Abril de 1974, registou-se um enorme hiato na

ocorrência de inquéritos parlamentares.

A Constituição redigida e plebiscitada em 1933, de cariz antiparlamentar, não

continha qualquer dispositivo sobre o IP, não significando tal ausência a

impossibilidade do instituto vir a ser acionado sob a sua vigência, como, aliás,

aconteceu no período que se seguiu à II Guerra Mundial.

tributos”. Quanto à Câmara dos Deputados, remonta a 17 de Janeiro de 1845, a primeira proposta de um inquérito. 82

Nuno Piçarra, op. cit.,pág 441, ressalta como último grande debate na Câmara dos Deputados, ainda na vigência da Constituição de 1911, sobre a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito, aquele que foi suscitado a propósito do chamado caso «Alves dos Reis» (IP ao Banco de Angola e Metrópole)

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Sentindo a necessidade de dar a aparência de um aprofundamento do

parlamentarismo, procedeu-se a uma espécie de operação de cosmética, que

desembocou na constituição de uma comissão eventual de inquérito83 ao

funcionamento da organização corporativa do Estado (organismos corporativos

dependentes do Ministério da Economia), a fim de se apurar se aquela exorbitou ou

não o âmbito da sua esfera própria sob a pressão das necessidades da economia de

guerra.

2. O renascimento do inquérito parlamentar na Constituição de 1976

O reduzido significado do instituto em apreço na história constitucional e

parlamentar portuguesa (sobretudo quando comparado com outras ordens jurídicas),

a prática antiparlamentar vivida durante o Estado Novo e, ainda, a prioridade dada à

reinstauração de um Parlamento pluralista 50 anos depois da sua supressão, com a

decorrente necessidade do tratamento mais incisivo de determinadas matérias -

nomeadamente, as relacionadas com os direitos fundamentais, os atos legislativos e a

fiscalização da constitucionalidade - veio ditar uma abordagem pouco profunda da

figura do inquérito parlamentar e das comissões que dele se ocupassem.84

Nesse sentido, a Constituição de 1976 optou por não contemplar o IP enquanto

tal, isto é, em artigo autónomo que o definisse e onde traçasse as principais

características do seu regime jurídico (tal como havia acontecido na Constituição de

1838 e no I Ato Adicional à Carta), antes lhe fazendo uma referência indireta, ao dispor

apenas, no capítulo dedicado à organização e funcionamento da Assembleia da

República, duas normas estabelecendo que o parlamento podia constituir comissões

de inquérito.85

83

Para tanto, foi alterada a redação do artigo 95ºda Constituição de 1933 através da Lei nº 2009, de 17 de Setembro de 1945 84

Cfr. Jorge Miranda, Estudos de Direito Parlamentar, Lisboa, 1997, pág 3. 85

A inclusão das 2 normas não pode ser dissociada do constitucionalista e à época deputado do PPD, Jorge Miranda, que sempre pugnou, de forma vanguardista, pela existência do instituto do IP, colocando o enfoque nas CPI. Cfr. nesse sentido Um Projeto de Constituição, edição do autor, Braga, 1975, a páginas 88 e 89, artigo 176º (Comissões Eventuais): «1.O Parlamento pode constituir Comissões Eventuais para inquérito a atos do Governo ou a ramos ou atividades da Administração central e local e para outros fins especificamente determinados; 2. Qualquer grupo parlamentar da oposição tem o

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A primeira encontrava-se prescrita no então artigo 181º (atual artigo 178º), que

sob a epígrafe “Comissões” dispunha no seu nº 1:

«A Assembleia da República tem as comissões previstas no Regimento e pode

constituir comissões eventuais de inquérito ou para qualquer outro fim determinado»;

A segunda continha-se no nº 2 alínea e) do então artigo 183º (atual artigo 180º

alínea f)), relativo aos “Grupos Parlamentares”, e atribuía a cada um deles o direito de

«requerer a constituição de comissões parlamentares de inquérito».86

Constata-se, assim, que a versão originária da Constituição da República

Portuguesa (CRP) de 1976 colocou o enfoque no IP, mais na perspetiva da organização

interna do Parlamento do que como instrumento de controlo político.

Como bem refere Cristina Leston-Bandeira87, ao dar os primeiros passos na

implementação de uma democracia representativa, “de certa forma, a função de

controlo era encarada como uma garantia da democracia e não como uma prática da

democracia.”

O caso português, caracterizado pela ausência de habilitação constitucional

expressa do instituto do IP, traduz uma escolha do legislador, a par de outros

ordenamentos, ao remeter para o nível infraconstitucional - quer por via do Regimento

da Assembleia da República (AR), quer por Lei ordinária (a então Lei nº 43/77, de 18 de

Junho), a arquitetura do modelo de inquérito parlamentar e sua regulamentação. De

realçar ter sido a primeira vez que tal aconteceu na história constitucional portuguesa.

direito de provocar a constituição de comissões de inquérito, desde que o solicite ao Presidente em requerimento fundamentado». 86

A parte da elaboração do texto constitucional no tocante à Organização do Poder Político, esteve a cargo da 5ª Comissão da Assembleia Constituinte, sendo possível compulsar as suas atas, a propósito dos preceitos em apreço, em Jorge Miranda (org.), Perspectivas Constitucionais nos 20 Anos da Constituição de 1976, Volume III, Coimbra, Coimbra Editora, pág. 609. 87

Ver Cristina Leston-Bandeira, Da Legislação à Legitimização: o Papel do Parlamento Português, Lisboa, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 2002, pág 125.

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3. Caracterização do inquérito parlamentar e das CPI no ordenamento

jurídico português

Parece decorrer do estatuído no artigo 162º da CRP que os inquéritos

parlamentares se inserem na atividade informativa ou cognoscitiva do Parlamento88.

Eles são expressão imediata do mecanismo de checks and balances: A Assembleia da

República não se subroga na prática de atos do governo ou de qualquer outro órgão,

exteriores a esses atos, eles ou se esgotam em si mesmos ou são instrumentais em

face de outras competências da AR, como a legislativa ou a de votação de moções de

censura ao Governo.89

Numa perspetiva politológica pode afirmar-se que não há uma relação

necessária entre o carácter mais ou menos favorável do regime jurídico aplicável ao

inquérito parlamentar e a maior ou menor relevância política que o instituto assume

no respetivo ordenamento constitucional.

A doutrina divide-se sobre se o inquérito parlamentar é um instrumento direto

e imediato de controlo político ou se é um mero instrumento informativo e inspetivo,

preparatório desse controlo.

Mesmo que as funções prosseguidas pelos inquéritos nem sempre sejam

nitidamente separáveis90, o direito de inquérito por parte do Parlamento é um

elemento de primordial importância na concretização do princípio democrático, já

que, parafraseando Woodrow Wilson, «um povo só se autogoverna efetivamente

quando pode discutir e interrogar a sua administração».91

88

O Instituto tem igualmente assento nos Estatutos Político-Administrativos das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira (Ver, respetivamente, artºs 31º, nº 1, alínea l) e 73º nº 5 da Lei nº 39/80, de 5 de agosto, alterada pelas Leis nºs 9/87, de 26 de Março, 61/98, de 27 de Agosto e 2/2009, de 12 de janeiro e artigos 47º alínea g) e 50º nº 14 da Lei nº 13/91, de 5 de junho, alterada pelas Leis nºs 130/99, de 21 de Agosto e 12/2000, 21 de junho). 89

Ver anotação ao artigo 178º da Constituição Portuguesa Anotada, de Jorge Miranda e Rui Medeiros, Coimbra Editora, 2005. 90

O mesmo acontece quando se trata de diferenciar os inquéritos legislativos e os inquéritos políticos ou de controlo. 91

Cfr. a obra de Woodrow Wilson, Congressional Government, 1885, acessível em http://teachingamericanhistory.org/library/index.asp?document=798 (…)”The informing function of Congress should be even to its legislative function. The argument is not only that discussed and interrogated administration is the only pure and efficient administration, but, more than that, that the only really self-governing people is that people which discusses and interrogates its administration (…)”.

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Tal faculdade, de interrogar o governo e a administração, reveste-se de naturais

limites. O poder de investigação do parlamento tem como ponto de partida e ponto de

chegada o exercício das funções próprias deste órgão: não as pode nem deve

exorbitar, transformando-se por exemplo em poder jurisdicional.

3.1. O enquadramento legal e regimental dos inquéritos parlamentares

Dando execução à Constituição, o Regimento da AR de 1976 dedicava-se ao

instituto no capítulo sobre «Processos de orientação e fiscalização política», nos

artigos 218º e seguintes, onde, designadamente o artigo 222º remetia de forma

expressa a regulamentação dos IP para Lei a publicar.92

A Lei nº 43/77, de 18 de Junho, foi a primeira a estabelecer o regime jurídico

dos inquéritos parlamentares, verificando-se ter o seu articulado ultrapassado muitos

dos bloqueios existentes na monarquia constitucional e na I República, assumindo as

comissões que dele se ocupavam poderes de investigação e o direito a recolher

informações e meios de prova indispensáveis. 93

A iniciativa legislativa que serviu de base à referida Lei – Projeto de Lei (PJL) nº

20/I - foi desencadeada pelo deputado do PPD/PSD Jorge Miranda, em 27 de outubro

de 1976, tendo sido apreciada pela Comissão de Assuntos Constitucionais, cujo

Parecer94 reflete a aceitação por parte de todos os GP, que a acolheram por

unanimidade, não obstante algumas modificações que lhe foram introduzidas, quer de

ordem sistemática quer de ordem complementar.

Traçando as linhas gerais do regime jurídico a consagrar, o Parecer começa por

afirmar que a realização de inquéritos inscreve-se no círculo das funções de

fiscalização da Assembleia da República, “constituindo as comissões parlamentares que

os realizam órgãos auxiliares daquela nessa sua atividade de primordial importância”

e, nesse sentido, não só não poderão averiguar factos e questões para além daquelas

sobre as quais a Assembleia pode discutir na aferição do cumprimento da Constituição

92

Regimento publicado no Diário da Assembleia da República (DAR), de 31 de Julho de 1976, suplemento ao nº 16. 93

Nuno Piçarra, op. cit.,pág 536 94

Parecer da Comissão de Assuntos Constitucionais ao PJL nº 20/I, Diário da Assembleia da República nº 66, de 22 de Janeiro de 1977.

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e das leis e na apreciação dos atos do Governo e da Administração, visto que não

possuem mais competência que a própria AR, como também não lhes poderão ser

conferidas competências que contrariem o sistema de repartição de poderes definido

na Constituição.

A consensualidade subjacente ao PJL nº 20/I ficou bem patente nas

intervenções produzidas a seu propósito e que viam na regulação do IP mais um

grande passo da AR na edificação das estruturas democráticas, muito embora tenham

sido feitas algumas chamadas de atenção prenunciadoras de escolhos na efetiva

criação e funcionamento de comissões de inquérito.95

Face à congregação de vontades dos diferentes GP, não admira, pois, a

aprovação do Projeto, tanto na fase da generalidade, como em votação final global96.

Submetido à apreciação da constitucionalidade, também a Resolução nº 117/77 do

Conselho da Revolução, precedendo parecer da Comissão Constitucional (nº 14/77)97

sufragou o entendimento de que o diploma não se encontrava ferido de

inconstitucionalidade, já que nele se alcançava um desejável equilíbrio entre os

poderes das CPI e a salvaguarda dos direitos dos cidadãos.

A Lei nº 43/77, de 18 de Junho, era composta por 12 artigos, conforme Anexo I,

neles se prescrevendo:

(i) - O Objeto dos inquéritos parlamentares: Vigiar pelo cumprimento da

Constituição e das Leis, apreciar os atos do Governo e da Administração e debruçar-se

sobre qualquer matéria de interesse público relevante para o exercício das atribuições

da AR;

(ii) - A Iniciativa: Grupos Parlamentares, Deputados de partidos não

constituídos em GP, Comissões permanentes ou eventuais da AR, 30 deputados, pelo

menos, Governo;

95

Cfr. intervenção do deputado Lucas Pires, na sessão plenária de 21 de Janeiro de 1977 (DAR I S, nº 66, de 22 de Janeiro de 1977) (…)« O CDS faz votos para que o instituto das Comissões Parlamentares de Inquérito sirva de facto para alguma coisa.(…) Para isso é necessário evitar a obstrução que as maiorias podem tentar opor ao funcionamento destes mecanismos» 96

Diário da Assembleia da República, nº 89, de 23 de Março de 1977 97

In Pareceres da Comissão Constitucional, 2º Volume, do Nº 11/77 ao Nº 20/77, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda - 1977

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(iii) – As Comissões Parlamentares de Inquérito: Os IP realizam-se através de

comissões eventuais da Assembleia especialmente constituídas para cada caso, nos

termos do Regimento;

(IV) – O Poder das comissões: As CPI gozam de todos os poderes de

investigação das autoridades judiciais e têm direito à coadjuvação das autoridades

judiciais e administrativas, nos mesmos termos que os tribunais;

(v) – O Local de funcionamento: As CPI funcionam normalmente na sede da AR;

(VI) – A Publicidade do trabalho das comissões: As reuniões e diligências só

serão públicas quando as CPI assim o determinarem;

(VII) – A Convocação de pessoas: Qualquer cidadão pode ser convocado para

depor sobre factos relativos ao inquérito;

(VIII) Os Depoimentos: A falta de comparência perante a CPI ou a recusa de

depoimento só se terão por justificadas nos termos gerais da lei processual, sendo a

forma de depoimentos regidas pelas normas aplicáveis do Código de Processo Penal

sobre prova testemunhal;

(IX) – Os Encargos: As despesas de deslocação das pessoas convocadas a depor

e a eventual indemnização a pagar-lhes são suportadas pelo orçamento da AR;

(X) – As Sanções criminais: Em geral, a falta de comparência, a recusa de

depoimento ou o não cumprimento de ordens de uma CPI constituem crime de

desobediência;

(XI) – O Relatório: No final do inquérito é elaborado Relatório, contendo as

conclusões, que será publicado no Diário da República;

(XII) – O Debate e Resolução: O Relatório é apenas objeto de debate em

Plenário da Assembleia. As CPI podem apresentar Projetos de Resolução, os quais,

deverão ser votados.

A 1ª Lei de Revisão Constitucional (Lei Constitucional nº1/82, de 30 de

Setembro) aprofundou substancialmente o dispositivo sobre o IP, tendo cabido às

forças políticas em minoria grande parte da responsabilidade sobre o teor das

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propostas de alteração ao instituto98 - PJL de Revisão Constitucional nºs 3/II (PCP) e

4/II (PS, ASDI e UEDS - , alterações que a maioria Aliança Democrática (AD) - PJL de

Revisão Constitucional nº 2/II (PSD, CDS e PPM) - viria a acolher no sentido do reforço

dos poderes da AR, nomeadamente, no campo da fiscalização política.

Na verdade, consubstanciando uma das ideias fundamentais que norteavam o

Projeto de Revisão Constitucional do PCP (nº3/II), a Assembleia da República via

reforçados os seus poderes de fiscalização e nesse sentido propunha-se a possibilidade

de realização de inquéritos sem necessidade de deliberação da maioria do plenário,

desde que a requerimento de um número significativo de Deputados (dois quintos dos

deputados) ou GP (3). Como bem referia o deputado Vital Moreira “O projeto visava

colocar o inquérito parlamentar em sede de competência de fiscalização da AR, no

pressuposto de que tal só teria sentido útil quando a minoria a ele tiver acesso, isto é,

quando não depender da maioria a existência de inquéritos parlamentares”

(sublinhado nosso).99

Também o Projeto do PS, ASDI e UEDS (nº 4/II) caminhava no mesmo sentido,

dispondo para o então artigo 181º da CRP (atual artigo 178º), um aditamento, nos

termos do qual «As comissões parlamentares de inquérito serão obrigatoriamente

constituídas desde que tal seja requerido por um quinto dos deputados em efetividade

de funções e gozam dos poderes de investigação próprios das autoridades judiciais.

Sendo os Projetos atrás mencionados, convergentes na sua essência, e perante

uma AD, enquanto força representada maioritariamente, que embora

condescendendo que o IP “como figura constitucional, só tem sentido se não for

reservado à discricionariedade da maioria”, mas que não se podia fazer do mesmo “o

pão nosso de cada dia” que paralise, praticamente, todos os trabalhos

parlamentares”100, foi feito na verdade um esforço de compromisso por parte dos

98 Os 5 projetos de revisão constitucional são consultáveis no Diário da Assembleia da República, II Série, Separata, de 26 de junho de 1981. 99

V. Ata da reunião de 12 de novembro de 1982 da Comissão de Revisão Constitucional, DAR, II Série, nº 38, 3º Suplemento, de 13 de janeiro de 1982, pág 796 (47 e segs). 100

Intervenção do Deputado Sousa Tavares (PSD) - Ata da reunião de 12 de novembro de 1982 da Comissão de Revisão Constitucional, DAR, II Série, nº 38, 3º Suplemento, de 13 de janeiro de 1982.

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principais partidos envolvidos na discussão101, tendo sido consagrada a regra do quinto

para a constituição potestativa de CPI mas com uma limitação ao número de

inquéritos obrigatórios.

Como bem refere Nuno Piçarra102, as alterações introduzidas pela Lei

Constitucional nº 1/82 em matéria de inquérito parlamentar foram de duplo sentido:

«Por um lado estabeleceu-se um mecanismo que permitisse à oposição recorrer ao IP

mesmo contra a vontade da maioria e, por outro lado, consagrou-se na CRP os poderes

necessários à eficácia e à eficiência do instituto» ao inserir na Constituição a norma, já

prescrita na Lei Ordinária (artigo 4º da Lei nº 43/77), nos termos da qual as CPI gozam

de todos os poderes de investigação das autoridades judiciais.

Na sequência das modificações operadas no texto constitucional, procedeu-se,

em 1993, à revisão do Regimento da AR (ver Anexo II) e sua adequação aos ditames

estabelecidos na CRP, tendo sido aprovada uma nova lei dos inquéritos parlamentares-

a Lei nº 5/93, de 1 de Março.

A revisão de 1993 representou, sem dúvida, um esforço de valorização das CPI,

refletido, nomeadamente, na criação potestativa de comissões de inquérito, na

aplicação às mesmas da regra da representatividade dos partidos na AR, a observar na

respetiva constituição e na regra da publicidade para determinadas reuniões: as

iniciais (eleição do presidente; aprovação do regulamento, definição dos objetivos) e a

última (votação do relatório). 103

A Lei nº 5/93104 veio a ser posteriormente revista pelas Leis nºs 126/97, de 10

de Dezembro e pela Lei 15/2007, de 3 de Abril. O Regimento sofreu igualmente

alterações105 no sentido da sua adequação à Lei vigente.

101

Nesse sentido, cfr. as intervenções dos deputados Almeida Santos (PS), Amândio de Azevedo (PSD) e Vital Moreira (PCP) transcritas na ata da reunião de 18 de novembro de 1982 da Comissão Eventual para a Revisão Constitucional e publicadas no DAR II Série, 2º Suplemento ao nº 39, de 15 de janeiro de 1982. 102

Op.cit., pág 545 103

Ver Cristina Leston-Bandeira, “A Assembleia da República de 1976 a 1999: da legislação à legitimização”, Análise Social, vol. XXXV, 2000 104

No estudo sobre a evolução do quadro legal dos IP e das CPI, vale a pena determo-nos nos projectos de lei apresentados pelo PCP (nº 5/VI) e pelo CDS, por altura da aprovação da Lei nº 5/93, e que vêm profusamente citados in Nuno Piçarra, op. cit. págs 565 e segs.: (…) O projecto nº 5/VI do PCP (DAR, II Série, nº 1, de 12.11.1991) considerava os inquéritos parlamentares “transformados pela maioria parlamentar do PSD numa espécie de amortecedores dos impactes negativos resultantes das actividades suspeitas em que membros do Governo e altos funcionários se envolveram”. O projecto do

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Verificando, pela experiência de inquéritos entretanto ocorridos, que a Lei

nº 5/93 carecia de alguns aperfeiçoamentos com vista a aumentar a eficácia dos IP,

primeiro o Partido Socialista e o Partido Comunista, e mais tarde o Partido

Social-Democrata, apresentaram iniciativas legislativas106, ressaltando nas notas

justificativas dos diplomas os seguintes aspetos a alcançar:

- Ajustar o princípio da confidencialidade ao princípio da publicidade dos

trabalhos das comissões (PS);

- Limitar a possibilidade de recusa de depoimento ou de fornecimento de

documentos (PCP);

- Clarificar a existência simultânea de inquéritos paralelos, isto é, processo

penal e processo de inquérito parlamentar sobre os mesmos factos (PSD).

Apesar de a discussão conjunta das três iniciativas se ter arrastado por um

tempo considerável, uma vez mais se alcançou um texto amplamente consensual,

pontuando os votos favoráveis do PS, PSD, PCP e de Os Verdes, e a abstenção do

CDS-PP.107

Embora positivas, as alterações aprovadas em 1997 não foram suficientes para

centrar o inquérito parlamentar como um instrumento, eficaz e eficiente, de controlo

político pela Assembleia da República. Havia, ainda, aspetos que fragilizavam o IP,

nomeadamente, os relativos à sua efetiva operacionalidade, no tocante à composição

e poderes instrutórios, circunstância que levou à criação de um grupo de trabalho na

IX Legislatura (2002), sob o âmbito da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos,

Liberdades e Garantias (1ª Comissão).

CDS (DAR, I Série nº 25, de 06.01.1993) referia “no próprio caso do inquérito parlamentar é a maioria que comanda o seu andamento, lhe fixa os contornos substantivos e adjectivos, o que impede o princípio da livre descoberta dos elementos probatórios por parte de qualquer membro da comissão, limita os espaços de investigação, deixando para o seu exclusivo juízo a conclusão final. (…) Ao fim e ao cabo, o poder governamental é fiscalizado politicamente pelo poder parlamentar da maioria – é sempre o anverso e reverso da mesma moeda cunhada pelo Governo” (…). 105

Ver Resolução da AR nº 2/2003, publicada no DR, I Série A, nº 14, de 17-01-2003 e Regimento nº 1/2007, publicado no DR I Série, nº 159, de 20-08-2007 106

Ver Projetos de Lei nº 16/VII (PS), publicado no DAR, II Série A, nº 3, de 11-11-1995; nº 24/VII (PCP), DAR, II Série A, nº 6, de 30-11-1995 e nº 245/VII (PSD), DAR, II Série A, nº 9, de 11-12-1996 107

Ver DAR, I Série, nº 4, de 17 de outubro de 1997, pág. 152

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A dissolução da Assembleia da República, entretanto verificada (2004), veio

ditar o adiamento da revisão do regime jurídico dos inquéritos parlamentares, matéria

que concitava o acordo de todos os grupos parlamentares.

Em 2005, já na X Legislatura, foi criado, nas mesmas condições, novo grupo de

trabalho para analisar os Projetos de Lei, entretanto apresentados, pelo Partido

Comunista (nº 25/X)108 e pelo Bloco de Esquerda (nº 36/X)109.

A revisão efetuada foi muito além das alterações constantes nas duas iniciativas

legislativas em apreço, as quais se centravam fundamentalmente na

institucionalização de garantias que prolongassem o direito potestativo de constituição

de comissões, não o restringindo tão só à sua criação, estendendo-o à realização das

diligências e das audições que se revelassem necessárias ao apuramento dos factos,

objeto do inquérito.

Assim, para além do reforço do estatuto das minorias no quadro dos inquéritos

potestativos110, procedeu-se à acentuação do caráter público e aberto do

funcionamento das CPI, à clarificação do âmbito temporal do seu objeto, à agilização

do seu funcionamento, com a diminuição da respetiva composição e a compensatória

introdução da possibilidade de designação de membros suplentes, e à

institucionalização da competência do Presidente da Assembleia da República para

verificar o respeito do objeto e fundamentos do inquérito aos princípios e normas

constitucionais aplicáveis (Ver anexo III).

É interessante ressaltar que as duas revisões de fundo operadas à lei sobre o

regime jurídico dos inquéritos parlamentares (1993 e 2007) tiveram lugar e foram

aprovadas como parte integrante de pacotes legislativos visando a reforma do

Parlamento.

108

Cfr. DAR, II Série A, nº 6, de 14 de abril de 2005 109

Cfr. DAR, II Série A, nº 9, de 28 de abril de 2005 110

As Comissões de Inquérito criadas potestativamente viram, também, os seus poderes alargados quanto ao funcionamento (a presidência da comissão é designado de entre o(s) representante(s) do(s) grupo(s) parlamentar(es) a que pertence(m) o(s) requerente(s) do inquérito e quanto ao objeto que não é suscetível de alteração por deliberação da comissão.

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Capítulo IV

Retrato analítico das Comissões Parlamentares de Inquérito em Portugal, 1976-2015

1. Nota introdutória

De molde a permitir um retrato, tão fiel quanto possível, das CPI na III

República, abarcando o período da I à XII Legislatura (1976-2015), foi levada a efeito

aturada pesquisa documental, mormente através dos registos publicados em Diário da

Assembleia da República. Os dados são apresentados, de forma agregada, no corpo

principal, remetendo para os anexos a informação detalhada. Pelo interesse de que se

revestem, vão ser particularmente analisados os aspetos respeitantes ao número de

Inquéritos requeridos e aos efetivamente realizados, à autoria das iniciativas, à

composição, aos assuntos constantes do respetivo objeto, ao prazo de funcionamento

e por fim à elaboração de Relatório Final, incidindo na sua votação e eventuais

consequências.

A leitura dos elementos que se seguem não pode ser dissociada da evolução

histórica e política operada em Portugal a partir do 25 de abril de 1974111, a que nos

dedicamos no capítulo anterior, evolução e amadurecimento que o regime legal veio a

acompanhar, culminando com as alterações introduzidas em 2007, pela

institucionalização das CPI enquanto um verdadeiro direito das minorias.

Tal como se havia mencionado, Portugal não tinha grande tradição

relativamente à utilização do instituto do inquérito e, após a Revolução de 1974, a sua

consagração legal não terá sido uma preocupação prioritária. O processo de transição

de um regime autoritário para um regime democrático envolveu naturalmente

períodos de maior conturbação política e social, mas concomitantemente de

aprendizagem para todos nós.

111

O controlo parlamentar não constituiu, nos primeiros anos de democracia, uma prioridade na agenda política dos deputados. Atendendo a tal realidade, Cristina Leston-Bandeira, in Da Legislação à Legitimização: o Papel do Parlamento Português, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 2002, distingue três fases na evolução do órgão Assembleia da República: 1ª fase – transição para a democracia; 2ª fase – consolidação democrática (1983 a 1995) e 3ª fase – amadurecimento democrático (a partir de 1995).

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Cedo a Assembleia da República abraçou a sua função representativa e de

integração. Crucial, igualmente, o papel desempenhado pelos partidos desde o início.

Miguel Lobo Antunes discorrendo sobre A Assembleia da República e a consolidação

da democracia em Portugal112 refere que o papel hegemónico que os partidos foram

assumindo (…)”é um dos processos de simplificar a diversidade que acompanha a

instauração do regime democrático e de civilizar o sistema, reduzindo o lugar dos

militares”. E adianta (…) O que contribua para o reforço da estruturação dos partidos e

do seu desempenho na vida política conduzirá à consolidação da democracia (…)”.

Mas, como em tudo, há um reverso da medalha. E no que toca ao cumprimento

das funções de fiscalização e de controlo, o Parlamento português, segundo a opinião

de politólogos e académicos, não obstante a capacidade que detinha, em teoria, para

escrutinar e influenciar o Governo, a mesma não se refletia num profícuo exercício de

poderes de fiscalização, quer do ponto de vista de resultados práticos, quer do ponto

de vista do impacto junto da opinião pública. Conforme nos transmite Luís Sá113 esta

circunstância radicava no facto de estarmos perante um verdadeiro Estado de

partidos, porquanto “no órgão fiscalizador predomina a mesma força que no órgão

fiscalizado e a oposição carece de meios suficientes para levar longe o seu papel de

controlo do executivo.”114

Mesmo com a consagração constitucional, em 1982, da obrigatoriedade de

constituição de comissões parlamentares de inquérito quando requeridas por 1/5 dos

deputados em efetividade de funções, a nota dominante do parlamentarismo

democrático português repousou durante largos anos na partidocracia115, e nesse

sentido a AR tendia a ser um parlamento orientado pelas maiorias que nele se

geravam e operavam.

112

In Análise Social, vol. XXIV (100), 1988 (1.º), págs 77-95 113

Cfr. O Lugar da Assembleia da República no Sistema Político, Lisboa, Caminho, 1994. 114

No mesmo sentido, Manuel Braga da Cruz - Sobre o Parlamento português: partidarização parlamentar e parlamentarização partidária, in Análise Social, Vol. XXIV, 1988 - 1º, pp. 97-125. 115

É interessante referir que independentemente do Grupo Parlamento onde se inseria, o Partido Popular tinha uma opinião muito própria e não afim dos inquéritos. A título de exemplo, cfr. a intervenção do Deputado Borges de Carvalho, no DAR, I Série, nº 7, 30 outubro 1981, pág. 226 (…) já aqui afirmámos noutras ocasiões…que a figura do inquérito parlamentar não merece a simpatia do meu partido. E não a merece porque…não nos parece ser vocação de um Parlamento esta forma inquisitória de atuar. Além disso, temos as maiores dúvidas, e já aqui o manifestámos, sobre a verdadeira eficácia do inquérito parlamentar. (…)

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Apesar de a situação nos últimos anos se ter alterado, caminhando-se na

direção de uma desejável parlamentarização dos partidos e de uma cada vez maior

institucionalização do órgão de soberania em apreço, mantém-se algumas fragilidades

no instituto do inquérito parlamentar, conforme os dados vão evidenciar, no que diz

respeito à sua autonomização dos partidos.

2. Os dados pesquisados

2.1. Número e votação dos pedidos de Inquéritos

No período de 39 anos coberto pela pesquisa, foram requeridos 170 pedidos de

inquérito, aprovados 76, mas tão só 66 foram efetivamente realizados, o que

representa apenas uma percentagem de 38,82%, conforme gráfico abaixo.

Figura 3 – Inquéritos realizados e não realizados

A diferença para o total de inquéritos não concretizados (61,18%) firma-se em

razões várias, desde a não apreciação ou discussão dos pedidos, à sua rejeição, à não

admissão liminar, à retirada ou à não votação de pedidos, ao não funcionamento da

Comissão depois de aprovada116 ou à fusão de pedidos. O gráfico 1 permite-nos

constatar que a rejeição117 foi a principal causa da não realização de inquéritos

116

Conforme dados compulsados, são diversos os motivos que obstaram ao efetivo funcionamento de comissões de inquérito já aprovadas, desde logo as repetidas dissoluções do Parlamento, a não indicação de membros para a sua constituição, ou a reiterada falta de quórum. 117

De ressaltar que nos termos regimentais o empate sucessivo (duas vezes) em qualquer votação equivale a rejeição (artigo 99º do Regimento da Assembleia da República nº 1/2007). Esta circunstância

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(27,65%), imediatamente seguida da ausência de discussão e apreciação do

requerimento apresentado (18,23%).

Está também patente no gráfico 2 a distribuição temporal dos pedidos de IP

pelas Legislaturas, salientando-se que a apresentação do maior número de

requerimentos (30) teve lugar na VI Legislatura118, a qual registou igualmente a maior

diferença (19) para os pedidos de IP aprovados (11). Por seu turno, a relação mais

estreita entre o número de pedidos apresentados (10) e concretizados (9) ocorreu na

VII Legislatura119.

Figura 4 – Inquéritos Parlamentares da I à XII Legislaturas

De ressaltar que o número de requerimentos corresponde ao número absoluto

de vezes da sua apresentação e, por isso, não se entrou em linha de conta com a

ocorreu com 2 pedidos de inquérito, ambos curiosamente do CDS-PP: o IP nº 6/VIII «Inquérito parlamentar sobre as condições de participação de Portugal nas intervenções militares nos Balcãs» (v. DAR, I S, nº 44, de 02-02-2001) e o IP nº 9/VIII «Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito às operações de gestão financeira de títulos do Estado» (v. DAR, I S, nº 93, de 08-06-2001). 118

A VI Legislatura teve início em 04-11-1991 e findou a 26-10-1995. Quanto à representação partidária, o PSD detinha maioria absoluta. 119

A VII Legislatura teve início em 27-10-1995 e finalizou a 24-10-1999. A força política com maior número de assentos parlamentares era o PS, que detinha maioria relativa.

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repetição de pedidos, na mesma Legislatura, pelo mesmo grupo parlamentar autor, ou

não, com requerimentos concordantes no objeto do inquérito mas apresentados por

diferentes partidos, também no decurso de uma determinada Legislatura ou ainda

com a reativação de inquéritos em sessão legislativa diversa120 da mesma Legislatura.

Merece igualmente destaque o facto de apenas 2 requerimentos de inquérito

terem sido liminarmente indeferidos pelo Presidente da Assembleia da República

(PAR), tendo o primeiro indeferimento suscitado viva discussão em Plenário, não só

porque recaiu sobre um pedido potestativo de inquérito, como contrariava, na opinião

dos Deputados, o precedente havido quanto ao fundamento invocado. Tratou-se do IP

nº 22/V Legislatura, da iniciativa do PS, «a atos administrativos na área do Ministério

da Saúde». O Despacho do PAR baseou-se na circunstância de, à altura, estar a

terminar os seus trabalhos uma comissão de inquérito com o mesmo objeto.121

Tendo havido recurso para o Plenário,122 tem interesse respigar alguns excertos

das intervenções havidas e que se encontram publicadas no DAR I Série, nº 84, de 28

de maio de 1991, nomeadamente, as do Deputado Carlos Brito (PCP) (pág. 2740): (…)

Até hoje (referindo-se sobretudo aos requerimentos potestativos), … estas disposições

da Constituição e do Regimento nunca suscitaram qualquer dificuldade de

interpretação, nem mesmo quando o PSD, depois de o Partido Socialista ter

apresentado um pedido de inquérito, com 50 assinaturas, à Radiotelevisão Portuguesa,

fez o mesmo, apresentando também um pedido de inquérito à mesma entidade, com

um objeto ligeiramente diferente. Nessa altura foi entendido que ambos os inquéritos

parlamentares podiam ir adiante. Tais inquéritos foram mesmo adiante e só não o

foram mais porque o PSD os tem boicotado. O que é certo é que o entendimento não

suscitava dificuldades e constituía um precedente, que deveria valer ainda com mais

força para a questão que agora discutimos uma vez que o inquérito apresentado pelo

120

São exemplo, entre muitos outros, o PJR nº 3/I/3ªSL e PJR nº 4/I/4ª SL, ambos do PCP, sobre o «Processo de importação da batata de semente»; o IP nº 1/V/1ª SL e o IP nº 4/V/1ª SL, ambos do PS sobre «A aplicação de verbas do Fundo Social Europeu; o IP nº 5/VI/1ª SL e IP nº 7/VI/2ª SL, também do PCP acerca «Dos critérios de avaliação e processos de privatização das empresas nacionalizadas e os IP nº 2/X/2ª SL do PCP e nºs 4 e 6/X/3ª SL, respetivamente do BE e do PCP, todos sobre a «utilização do espaço aéreo nacional pela CIA para transporte de prisioneiros para Guantanamo». 121

Tratava-se do inquérito consolidado sob o Projeto de Deliberação nº 41/V, publicado no DAR, I S, nº 73, de 3 maio 1989, o qual resultou de uma fusão entre os pedidos de IP nº 12 do PSD e 13 do PS, exatamente sobre «Atos administrativos dirigidos e executados na área do Ministério da Saúde». 122

Ver DAR, II Série, B, nº 30, de 16 de maio de 1991 e DAR, I Série, nº 79 de 18 de maio de 1991

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conjunto dos partidos da oposição tinha um objeto notoriamente diferente daquele que

tinha sido o da comissão de inquérito em extinção e constituía, além disso, uma reação

da oposição relativamente aos planos, já então claros, do PSD para bloquear as

conclusões e o apuramento da verdade por parte dessa comissão de inquérito (…) e as

do Deputado Narana Coissoró (CDS-PP) (pág. 2741) reportando-se ao parecer da

Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias onde o PAR se

apoiou (…) juridicamente o parecer está eivado de ilegalidades, de juízos de valor

errados e infetados de «partidarite…(…) Na realidade, é incontestável que a

regulamentação existe mas foi afastada , para introduzir a questão que se trata de

uma situação lacunar…V.Exa. foi, inclusivamente, buscar a teoria do caso julgado, que

não se aplicou e bem, a Camarate, porque nos termos do seu parecer haverá um caso

julgado da Assembleia da República sobre o inquérito ao acidente de Camarate!(…).

Em resposta às intervenções e justificando uma vez mais a não admissão refere

o PAR (Deputado Vítor Crespo), pág 2742, ser (…) absurdo criar-se uma comissão que

tivesse como objeto apreciar a documentação cuja apreciação é da responsabilidade

de uma outra comissão já criada! É algo inconcebível pois de algum modo representa

uma sanção ou censura ao trabalho que fora realizado! (…) (tratar-se-ia da figura da

litispendência).123

O segundo indeferimento incidiu sobre o IP nº 1/VII, da iniciativa do PSD,

também potestativo, que visava «garantir e assegurar um cabal esclarecimento das

situações reconhecidamente assumidas pelo Senhor Ministro das Finanças (Sousa

Franco) e que envolvem dúvidas sobre a sua conformidade constitucional e legal».

Consultados os Despachos do PAR nº 8/VII e nº 10-A/VII, respetivamente de 12 e 21 de

fevereiro de 1996124verificou-se que a não admissão se alicerçava no facto de se estar

123

Mais tarde, na VII Legislatura, a versão inicial veio a ser retomada. O então PAR, Deputado Almeida Santos tinha uma interpretação que não obstaculizava a existência dos 2 IP (n.ºs 7 e 8/VII) - Ver DAR I Série, nº 74, 29 maio 1998, pág. 2567: (…) me pronunciei no sentido de que, desde que não haja coincidência integral entre os objetos dos dois inquéritos, são possíveis os dois…(…)é um problema de interpretação da lei….(…) Se a simultaneidade é apenas parcial... Suponhamos que era uma palavra ou uma vírgula, não chegava, com certeza; se fosse apenas uma alínea, talvez também não chegasse; aqui é mais do que uma alínea, são muitas alíneas. Chegará!? O problema é sempre do todo ou da parte, é um, problema de interpretação. (…) Bastará haver uma qualquer parte comum para o inviabilizar? Será necessária uma coincidência quase total para o inviabilizar? É um problema de interpretação. O todo ou a parte é que é a questão (…). 124

Os Despachos mencionados integram a Proposta de IP, estando acessíveis a consulta, no Arquivo Histórico-Parlamentar (AHP) da AR. Neles se encontra um argumentativo deveras interessante sobre os

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no domínio da fiscalização constitucional de um ato individual, não de um ato

normativo. Estava em causa um comportamento e portanto não se tratava de “matéria

de interesse público relevante para o exercício das atribuições da AR”.

O primeiro inquérito a realizar-se, em democracia plena, teve lugar na I

Legislatura, 1ª Sessão Legislativa e dizia respeito a acusações feitas no jornal Comércio

do Porto sobre o Deputado Socialista António Macedo125 126. Este pedido de IP ocorreu

ainda no cenário partidário antes das eleições intercalares de 1979127, detendo o PS

uma maioria relativa, o que não obstou à sua aprovação unânime. É, aliás, curioso,

reter as palavras ditas então pelo Deputado Vilhena de Carvalho do PSD128 “(…) Mas se

a Assembleia, o Governo e a Administração Pública estão, no caso presente, em causa,

a verdade é ainda que o está, igualmente, a conturbada adolescência da nossa

democracia. Aos detratores desta agradam situações obscuras ou obscurecidas. (…) Os

inquéritos parlamentares são, a este propósito, instrumentos preciosos, para a

necessária cirurgia política, de extirpação dos fazedores de escândalos e dos magarefes

da democracia (…)”.

Quanto à entrada e publicação dos requerimentos de IP (não a realização do

inquérito caso haja aprovação, pois é normal registar-se um hiato de tempo, mais ou

menos alargado, até à sua efetivação) verifica-se, como se observa no Gráfico 3, que

ao longo das 12 Legislaturas o maior número de pedidos (75) se concentrou sempre na

poderes do Presidente da Assembleia face a inquéritos potestativos, isto é, requerido que seja um inquérito por 1/5 dos Deputados, com indicação de objeto e fundamentos, se ao Presidente apenas cabe verificar a existência formal da menção de um objeto e de fundamentos, sejam eles quais forem ou se, ao invés, o PAR contrariar uma postura de indiferença e passividade perante um pedido de IP cujo objeto ou cujos fundamentos existindo formalmente embora, não respeite os requisitos regimentais e legais. 125

Ver PJR nº 2/1/1ª, da iniciativa do PS - Constituição de uma comissão eventual de inquérito com o objetivo de averiguar da veracidade das acusações infamantes formuladas pelo jornal estatizado "O Comércio do Porto" e os demais órgãos de comunicação social (Rádio Renascença, Tempo e Expresso) contra o Deputado António Macedo – consubstanciado na Resolução da AR 37/79, DR, IS, nº 30, 5-Fev-1979. 126

Cfr. DAR, I S, nº 19, de 20 dezembro de 1978, nomeadamente a intervenção do Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro, Álvaro Monjardino (…) Crê-se ser este o primeiro inquérito parlamentar da Assembleia da República. O Governo, até por isso, sente exprimir mais do que concordância: congratula-se pela ativação deste mecanismo, que é um dos timbres de qualquer democracia autêntica e avançada (…). 127

As eleições intercalares, as primeiras e únicas que nos termos constitucionais visavam acabar a Legislatura, realizaram-se a 2 de dezembro de 1979, tendo a dissolução do Parlamento ocorrido em 13-07-1979. 128

DAR, I S, nº 19 de 20 dezembro de 1978

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1ª Sessão Legislativa (SL) correspondendo a 44,11% do total, seguindo-se a 2ª SL com

um global de 49 pedidos, a 3ª SL com 29 pedidos e a 4ª SL com 17.

Se, por um lado, não se pode deixar de trazer à colação a circunstância de a

dissolução do Parlamento, por três vezes ter obstaculizado ao funcionamento da 3ª e

4ª SL e também por três vezes só da 4ª SL129, por outro lado parece confirmar a

tendência, presente em muitos países, da não utilização do instituto para fins

meramente eleitorais, pois a maior incidência de pedidos verifica-se no decurso da 1ª

sessão Legislativa, isto é, no pós eleições. Não obstante, há exceções130.

Figura 5 – Requerimentos de Inquérito e sua distribuição pelas sessões legislativas

Na I Legislatura o maior número de pedidos registou-se na 4ª SL, já depois das

eleições intercalares e da alteração do espectro partidário na Assembleia onde a AD e

129

Com exceção da I Legislatura, que completou por via das eleições intercalares o ciclo das sessões legislativas, as demais dissoluções tiveram lugar respetivamente em 23-01-1983 (II Legislatura, 1ª, 2ª e 3ª SL), 12-07-1985 (III L, 1ª e 2ª SL), 28-04-1987 (IV L, 1ª e 2ª SL), 28-12-2001 (VIII L, 1ª, 2ª e 3ª SL), 22-12-2004 (IX L, 1ª, 2ª e 3ª SL) e 07-04-2011 (XI L, 1ª e 2ª SL). 130

Naturalmente que esta tendência não afasta a existência de pedidos de IP e consequente realização do mesmo como trampolim para a campanha eleitoral. Podem citar-se, a propósito, o IP nº 15/V L, da iniciativa do PSD, que versava sobre «a atuação das autarquias do Seixal e de Loures na concessão de favores ao PCP para a festa do Avante» surgido em vésperas do início da campanha eleitoral para os órgãos das autarquias locais (dezembro de 1989) e apresentado, inclusive, pelo candidato à Câmara Municipal de Loures e o IP nº 4/VI L, da iniciativa do PS, sobre «eventuais violações das disposições da Constituição e das leis gerais da República na Região Autónoma da Madeira», suscitado na proximidade das eleições regionais (outubro de 1992).

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PSD passaram a ter maioria absoluta. Na VI Legislatura registaram-se mais pedidos na

2ª SL e na X Legislatura aumentaram exponencialmente os pedidos de inquérito na 3ª

SL, aumento a que não é alheio o facto de terem entrado em vigor as alterações à lei

dos Inquéritos, mormente as atinentes ao fortalecimento dos inquéritos requeridos

potestativamente.

Face ao total de inquéritos aprovados – 76 – e tendo presente que as CPI são

criadas quer por deliberação expressa do Plenário, quer por direito potestativo,

observa-se (Gráfico 4) que 80,26% dos inquéritos são aprovados por deliberação e

apenas 19,73% de forma potestativa. Mesmo após a revisão da Lei em 2007, que

finalmente deu real significado ao direito potestativo no sentido do reforço do

estatuto das minorias,131 verifica-se que tal direito foi usado tão só 3 vezes.

É curioso assinalar que o recurso ao direito potestativo, ainda sem

regulamentação legal mas já consagrado na CRP, foi exercido pelos partidos que

corporizavam a AD – PSD, CDS e PPM – num cenário parlamentar em que tais partidos

detinham a maioria absoluta132 e que, simbolicamente, marcou a constituição da 1ª

Comissão de Inquérito à Tragédia de Camarate133 (II Legislatura).

131 As alterações introduzidas pela Lei nº 15/2007, de 3 de abril, no tocante ao exercício do direito

potestativo traduziram-se sobretudo a nível do objeto (insuscetível de modificação por deliberação da comissão), a nível da presidência (o Presidente é designado de entre o(s) representante(s) do(s) grupo(s) parlamentar(es) a que pertence(m) o(s) requerente(s) do inquérito) e a nível dos poderes (quanto à documentação as diligências instrutórias consideradas indispensáveis à boa realização do inquérito pelos deputados que as proponham são de realização obrigatória, não estando a sua efetivação sujeita a deliberação da comissão; quanto à convocação de pessoas, também as que sejam consideradas indispensáveis ao inquérito pelos deputados que as proponham são de realização obrigatória até ao limite máximo de 15 depoimentos requeridos pelos deputados dos grupos parlamentares minoritários no seu conjunto). 132

I Legislatura (início 03-06-1976-eleições intercalares 02-12-1979) PS Maioria Relativa; I Legislatura (03-01-80 a 12-11-1980) AD (PSD+CDS+PPM) e PSD Maioria Absoluta; II Legislatura (inicio 13-11-1980-fim 30-05-1983) AD (PSD+CDS+PPM) Maioria Absoluta; III Legislatura (inicio 31-05-1983-fim 03-11-1985) PS Maioria Relativa; IV Legislatura (início 04-11-1985-fim 12-08-1987) PSD Maioria Relativa; V Legislatura (início 13-08-1987-fim 03-11-1991) PSD Maioria Absoluta; VI Legislatura (início 04-11-1991-fim 26-10-1995) PSD Maioria Absoluta; VII Legislatura (início 27-10-1995-fim 24-10-1999) PS Maioria Relativa; VIII Legislatura (início 25-10-1999-fim 04-04-2002) PS Empate; IX Legislatura (início 05-04-2002-fim 09-03-2005) PSD Maioria Relativa; X Legislatura (início 20-02-2005-fim 14-10-2009) PS Maioria Absoluta; XI Legislatura (início 27-09-2009-fim 19-06-2011) PS Maioria Relativa; XII Legislatura (início 05-06-2011-fim----) PSD Maioria Relativa e CDS-PP, Maioria Absoluta. 133

Cfr. DAR, IIS, nº 33, de 29-12-1982

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Figura 6 – Inquéritos aprovados por deliberação e Inquéritos realizados

por direito potestativo

Na VI Legislatura, tendo o PSD maioria absoluta, também veio a subscrever um

requerimento potestativo, iniciativa que se repetiu na IX Legislatura mas já estando o

PSD com maioria relativa.

Para além dos requerimentos apresentados ab initio de forma potestativa,

outros existiram na sequência de pedidos de inquérito rejeitados, e como tal, os seus

autores originários juntamente com outros subscritores, transformavam o pedido, com

vista à sua realização obrigatória, em potestativo.134

A disparidade apurada entre as CPI criadas por Deliberação (62) e as CPI criadas

por via potestativa (14) dá-nos conta de uma realidade que não encontra paralelo (e

bem, atenta a finalidade do direito potestativo) no diminuto lote de países da União

134

Ver, entre outros, o IP nº 1/V do PS, rejeitado e que mais tarde consubstanciou o IP nº 4/V, PS, entregue no exercício do direito potestativo (Aplicação das verbas do Fundo Social Europeu); o IP nº 10/V, do PCP, rejeitado e ulteriormente entregue por requerimento potestativo pelo PCP, PS, PRD, CDS-PP e PEV (Conduta dos serviços fiscais a propósito da compra de andares no Edifício das Amoreiras, pelo então Ministro das Finanças Miguel Cadilhe) e o IP nº 7/XII, do PCP, rejeitado e que assumiu a forma potestativa através do IP nº 8/XII, subscrito pelo PCP, PS, BE e PEV (Estaleiros Navais de Viana do Castelo).

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Europeia – Alemanha-Eslovénia-Hungria e Lituânia135 -, cujas leis ou regimentos

parlamentares consagram, nos mesmos moldes, o exercício do direito potestativo para

criação obrigatória de CPI. Conforme se vê no quadro abaixo, nesses países e no

período observado136, as CPI constituídas por direito potestativo, enquanto

instrumento das minorias, ultrapassam em muito, as constituídas por deliberação

maioritária. O Parlamento Alemão é o que apresenta a maior percentagem de pedidos

provenientes dos partidos minoritários, refletindo, no tocante à proteção dos direitos

das minorias, uma larga tradição, já iniciada na Constituição de Weimar.

2.2. A autoria das iniciativas de Inquérito

Dos 13 partidos políticos que tiveram assento parlamentar ao longo das doze

legislaturas137, todos eles, isolada ou conjuntamente, subscreveram requerimentos de

inquérito. Acresce o Governo, que tomou a iniciativa através de uma Proposta de

Resolução (nº 15/III/1ª) ulteriormente subsumida por um Projeto de Resolução

apresentado pelo PS e PSD, visando a constituição da II Comissão de Inquérito à

135

Em Portugal a iniciativa é consubstanciada a requerimento de 1/5 dos deputados em efetividade de funções, na Alemanha ¼ dos deputados, na Eslovénia 1/3, na Hungria 1/5 e na Lituânia ¼. 136

Estes dados foram gentilmente cedidos pelo Dr. Zsolt Szabó, assistente da Universidade Károli Gápsár Reformed, Budapeste e integram a sua tese de doutoramento intitulada “Activities and regulations of parliamentary committees of inquiry in Hungary and in other countries”. 137

Por ordem cronológica desde a I à XII Legislatura: CDS (-PP), PCP, PPD (/PSD), PS, UDP, PPM, MDP/CDE, ASDI, UEDS, PRD, PEV, PSN, BE.

DE

(1949-2010)

PT

(1993-2010)

SL

(1992-2010)

HU

(1994-2010)

LT

(1998-2010)

% % % % %

Maioria 5 13% 19 70% 8 23% 13 36% 9 26%

Minoria 33 87% 8 30% 26 77% 23 64% 25 74%

Total 38 100% 27 100% 34 100% 36 100% 34 100%

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tragédia de Camarate e a Intervenção Democrática138 que, enquanto agrupamento

parlamentar, assinou diversos requerimentos de IP.

Da análise realizada, consoante consta de tabela em anexo (VI), de um total de

235 requerimentos subscritos, o PCP foi o partido que assinou mais pedidos de IP (55 a

que corresponde 23,40%), seguido do PS (48 – 20,42%), do PSD (44 – 18,72%), do CDS-

PP (29 – 12,34%) e do BE (14 – 5,95%). Esta sequência também se mantém para os

pedidos que estes mesmos partidos políticos apresentaram de per si139, embora seja

de realçar que o BE, com assento parlamentar apenas a partir da IX Legislatura é,

desde essa altura, o partido que apresentou maior número de pedidos.140

A cadência de pedidos de IP variou ao longo das Legislaturas, tendo o PCP

privilegiado a III (13 pedidos) e a VI L (12 pedidos), num cenário, respetivamente, de

maioria relativa do PS e de maioria absoluta do PSD; o PS, como é natural, concitou o

maior número de pedidos nas V (14 pedidos) e VI Legislaturas (10 pedidos), com o PSD

em maioria absoluta e o PSD, detendo a maioria absoluta, consumou mais pedidos na

VI L (7 pedidos), procurando, nas temáticas que lhe interessava, ofuscar os pedidos

feitos pela Oposição, rejeitando-os numa primeira fase e posteriormente tomar a

iniciativa sobre os mesmos, de molde a ficar com o protagonismo e melhor dirigir os

trabalhos141. Mesmo nas demais legislaturas em que deteve maioria absoluta ou

138

A ID apareceu em resultado de cisões havidas no MDP/CDE. Em 1987, elegeu dois deputados independentes pela CDU – João Corregedor da Fonseca e Raúl Castro, tendo constituído um agrupamento parlamentar na V Legislatura até julho de 1988, altura em que tal figura deixou de existir no Regimento. 139

PCP-41; PS-31; PSD-28; CDS-13 e BE-10. 140

Se apenas contabilizarmos os requerimentos entrados da IX à XII Legislatura (52), verifica-se que o BE subscreveu 14 pedidos, o PSD 12, o PCP 11, o CDS-PP 10 e o PS 5. 141

Vejam-se, a título de exemplo, o IP nº 11/VI/2ªSL do PSD que retomou a temática do IP nº 8/VI/1ª SL que havia rejeitado («Aplicação de verbas do FSE»); o IP nº 12/VI/2ªSL do PSD com temática idêntica ao IP nº 10/VI/2ª SL do PS que também rejeitara («Natureza e extensão de alegadas irregularidades na gestão de subsídios provenientes de fundos comunitários destinados à agricultura portuguesa no que se refere à Cooperativa Agrícola de Torres Vedras») e o IP nº 13/VI/2ª do PS, não apreciado/discutido e cujo objeto veio a integrar o IP nº 15/VI/2ª do PSD («apuramento de factualidade referente a atos praticados pelo Secretário de Estado da Agricultura e designadamente a legalidade ou ilegalidade do seu despacho de 29/06/1992, relativo à atribuição de indemnização e montantes compensatórios») e confronte-se, a propósito, as palavras proferidas pelo Deputado António Filipe, em intervenção transcrita no DAR, I S, nº 60, de 17 abril 1993, págs 1970/1971: (…) Pergunto-me a mim mesmo o que se terá passado para o PSD se ter decidido pela apresentação deste pedido de inquérito, conhecida que é a sua história de oposição à realização de inquéritos parlamentares sobre esta matéria do FSE. A pergunta é legítima na medida em que, em 1989, o PSD se opôs à realização deste inquérito…Lembro, até, que esse inquérito foi realizado em resultado da apresentação de 50 assinaturas de Deputados da oposição, depois da sua realização ter sido aqui recusada pela maioria. (…) Por outro lado, também é conhecida a

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relativa, a atuação do PSD, só ou acompanhado pelo partido com quem estabeleceria

acordo de incidência parlamentar, foi muito idêntica, observando-se, sobretudo, a

partir da consagração do direito potestativo (na revisão constitucional de 1982) que o

receio de perder o controlo, tenha muitas vezes levado essa maioria à apresentação de

inquéritos, ao mesmo tempo que a oposição, sobre as mesmas questões.142

Naturalmente que o PSD, enquanto maior partido da oposição, impulsionou IP,

levando-os normalmente por diante mercê do direito potestativo.143

Como foi mencionado atrás e dependendo dos assuntos objeto dos IP, as forças

políticas juntaram-se algumas vezes para endereçar pedidos de inquérito.

Independentemente da natural junção de partidos que haviam concorrido ao ato

eleitoral em coligação144, tal verificou-se, de forma alargada, em temáticas mais

abrangentes, como foi o caso de Camarate e em determinadas áreas económicas.

Quanto aos partidos com menor representação partidária, o traço comum foi o

de subscrever requerimentos apresentados pelas forças políticas ideologicamente

mais próximas, devendo excecionar-se a ASDI que o fez 4 vezes enquanto tal, bem

como o PEV por 2 vezes.145

oposição recente do PSD à averiguação de responsabilidades do Ministro do Emprego e da Segurança Social….É curiosa também a argumentação que o PSD utilizou ainda há poucas semanas para recusar esse inquérito….Devemos, pois, considerar que toda essa argumentação está afastada, na medida em que essa situação também é referida no objeto do inquérito que o PSD aqui propõe (…) 142

A título de exemplo, IP nº 17/V/3ª do PS, PCP, PRD, CDS e PEV («Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a RTP, E.P.») e IP nº 18/V/3ª do PSD («Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a RTP, E.P.»; IP nº 20/V/4ª do PS («Perdões Fiscais») e 21/V/4ª do PSD («Perdões Fiscais»); IP nº 1/VIII/, do PCP («Inquérito parlamentar sobre a apreciação dos atos do Governo referentes à privatização, reestruturação e definição das alianças estratégicas da TAP»), IP nº 2/VIII do CDS («Inquérito parlamentar sobre a apreciação do processo de reprivatização, apuramento das responsabilidades pela gestão e avaliação das decisões políticas relativas à TAP na ótica do contribuinte») e IP nº 3/VIII do PSD [potestativo] («Constituição de uma comissão de inquérito parlamentar à gestão da TAP desde o Plano estratégico de saneamento económico e financeiro (PESEF), bem como à organização do seu processo de privatização»). 143

Vejam-se as CPI nºs 7/VII («Apreciação dos atos do Governo e das suas orientações de parceria em negócios envolvendo o Estado e interesses privados»); 3/VIII («Constituição de uma comissão eventual de inquérito à gestão da TAP») e 7/X («Comissão de Inquérito ao exercício da Supervisão dos Sistemas Bancário, Segurador e de Mercado de Capitais»). 144

PSD-CDS-PPM; PS-ASDI-UEDS; PCP-MDP/CDE; PCP-PEV 145

Cfr. IP nº3/II/1ª, IP nº 10/II/2ª, IP nº 11/II/2ª e requerimento/II/3ª todos da ASDI; IP nº 1/VI/1ª e IP nº 12/IX/2ª do PEV

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2.3. Número de membros das CPI

No tocante à composição das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI)

aplica-se a regra aplicável a qualquer outro tipo de comissões criadas no seio do

Parlamento, a qual, seguindo o comando constitucional prescrito no artigo 178.º nºs 1

e 6, faz corresponder a composição à representatividade dos partidos na Assembleia

da República, e bem assim, com exceção das comissões de inquérito criadas por direito

potestativo, as presidências, que no conjunto são repartidas pelos grupos

parlamentares em proporção com o número dos seus Deputados, aplicando-se para o

efeito o método d’Hondt.

A adoção da lógica de representação proporcional relativamente às CPI nunca

foi pacífica, pois, como escreve Carlos Fraga146, (…) Esta regra da proporcionalidade é a

que constitui um dos pontos mais controversos (…), suscitando um coro de críticas que

aduzem conduzir tal ditame à sua ineficácia: É que sendo as deliberações tomadas por

maioria, a maioria parlamentar pode facilmente bloquear o funcionamento da CPI

(pode autorizar ou não a realização de diligências, de audição de certas pessoas, de

recolha de determinada informação, etc…)». Apesar de esta realidade ter ficado

matizada com as alterações introduzidas pela Lei nº 15/2007, de 3 de abril, no que

respeita às CPI constituídas por via potestativa, ainda assim, como adiante se analisará,

é redutora quanto às minorias, nomeadamente, no que concerne à designação de

relator, aos depoentes a chamar e à aprovação do relatório final.147

Na parte atinente ao número de membros, este é fixado por Despacho do

Presidente da Assembleia da República (PAR), ouvida a Conferência de

Representantes, atualmente denominada Conferência de Líderes. Nem a Constituição

nem as primeiras leis ordinárias sobre o regime do inquérito parlamentar indicavam

146

V. “As Comissões Parlamentares de Inquérito”, in Estudos de Direito Parlamentar, Seminário de Direito Constitucional 1995-1996, Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, 1997, pág. 386. 147

A regra da proporcionalidade nas CPI está presente na grande maioria dos países da UE, com exceção da Estónia, Hungria e Letónia que observam a paridade do número de membros entre maioria e oposição (cfr. respostas ao Request 1867, Parliamentary Inquiry, Centro Europeu de Pesquisa e Documentação Parlamentar acessível em https://ecprd.secure.europarl.europa.eu/ecprd/secured/detailreq.do?id=132787)

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um número a respeitar, sendo que fruto da alteração introduzida pela Lei nº 15/2007,

encontra-se estabelecido o limite máximo de 17 deputados148 149.

Da I à X Legislatura150 o número de membros variou entre 7 e 29, nunca se

mantendo estável, seja no decurso da mesma Legislatura, seja de uma para outra. A I

Legislatura foi aquela em que se registou o menor número de membros (7) e a V

Legislatura o maior número (29). Estes números, fixados em Despacho, nem sempre

tinham correspondência aquando do funcionamento efetivo da CPI, especialmente por

parte dos partidos mais pequenos que tinham enorme dificuldade em se fazer

representar151.

Face às variações verificadas e a fim de dar uma panorâmica geral nesta

matéria, optou-se por encontrar a média de membros, como se constata do gráfico

abaixo.

Figura 7 – Composição das CPI

148

Artigo 6º nº 2 da Lei nº 5/93, de 1 de março, na redação dada pela Lei nº 15/2007, de 3 de abril. 149 Conforme fonte atrás referida (request 1867) as CPI na Áustria têm 15 membros, refletindo a

proporcionalidade pelo menos até Grupos Parlamentares (GP) com 5 membros. Com menos de 5 membros podem designar um membro mas sem direito de voto; na França o máximo é de 30 membros; no Reino Unido entre 10-12 membros; na Lituânia não menos de 5 nem mais de 12 membros e na Alemanha o número é fixado para cada CPI que se cria, mas sempre em número reduzido, por razões de eficácia e eficiência. 150

A alteração fixando limite máximo de membros (17) foi imediatamente aplicada a partir da 3ª sessão legislativa da X Legislatura. 151

Foi o que aconteceu, p. ex., no IP nº 1/VI, sobre a Albufeira do Maranhão. O CDS-PP não apresentou membro. O PSN que o fez originariamente, veio invocar no decorrer dos trabalhos a sua indisponibilidade para acompanhar o inquérito; no IP nº 3/VI, potestativo, sobre o fundo Social Europeu, o CDS-PP e o PEV não indicaram representantes, situação que se repetiu no IP nº 20/VI acerca do funcionamento da Morgue do Hospital de Évora.

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63

Relativamente à composição da mesa – Presidente e Vice-Presidentes – e no

âmbito de diferentes cenários e protagonistas políticos, tomaram-se como amostra as

CPI realizadas na II, IV, VI, VII e X Legislaturas152 153, apurando-se alguns dados

interessantes que, extrapolados para as demais CPI, têm continuidade:

No que respeita à Presidência (mas já não quanto a vice-presidências) o

CDS-PP, o PCP e o BE, nunca ocuparam essas funções por decorrência da aplicação da

regra da proporcionalidade;

Da análise dos dados biográficos dos Presidentes e Vice-Presidentes,

num total de 49 deputados, observa-se que a nível das respetivas habilitações

literárias assume primazia o curso de Direito, seguido do de Engenharia e de

Economia, o que tem reflexos nas profissões exercidas com destaque para

Advogado/Jurista, Engenheiro/Arquiteto e Gestor/Empresário154;

Na análise do perfil político155 verifica-se que quase todos os deputados

reuniam experiência parlamentar anterior (2 dos deputados tinham experiência como

parlamentares europeus), e que ocupavam, em maior percentagem, cargos locais

(Presidentes e vereadores de Câmara, membros de Assembleia Municipal e de

assembleia de freguesia) comparativamente a cargos de responsabilidade na pirâmide

do Executivo (Ministros e Secretários de Estado). Em termos de reputação e

notoriedade, 14 dos 49 deputados tinham sido agraciados com louvores, alguns dos

quais com as mais altas condecorações (Ordem de Cristo e Ordem do Infante D.

Henrique);

152

II Legislatura – Maioria absoluta dos partidos PSD,CDS-PP e PPM, que haviam concorrido em coligação AD; IV Legislatura maioria relativa do PSD; VI L maioria absoluta do PSD, VII L maioria relativa do PS e X maioria absoluta do PS. 153

Os dados provenientes da amostra citada constam de um paper elaborado pela própria dissertante na disciplina de Elites Políticas, no segmento letivo do Mestrado em Relações Internacionais e Ciência Política, Faculdade Nova de Lisboa, 2009-2010. 154

De destacar que os resultados da análise destes dados biográficos são coincidentes com o padrão encontrado para o conjunto dos deputados. A esse propósito confrontar os estudos publicados por André Freire, Tito Matos e Vanessa Alcântara de Sousa, Recrutamento Parlamentar - Os Deputados Portugueses da Constituinte à VIII Legislatura, 2001, Lisboa: STAPE e Manuel Braga da Cruz, ”Sobre o Parlamento português: partidarização parlamentar e parlamentarização partidária”, Análise Social, Número 100 - Terceira série de Vol. XXIV, 1988 - 1º, pp. 97-125. Extravasando a amostra para as CPI constituídas nas outras legislaturas, Direito continua a ocupar lugar cimeiro. 155

Itinerários de carreira política: anteriores e posteriores ao exercício de funções, cargos que ocupavam e/ou tinham ocupado quer em órgãos de soberania quer na administração central e reputação

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No que respeita ao grau de profissionalização dos deputados,

presidentes e vice-presidentes, os elementos apontam para uma considerável taxa de

renovação (turnover) de comissão para comissão de inquérito, mesmo no “inner circle”

de cada partido156;

Quanto ao género o panorama era arrasador – em 495 membros apenas

48 eram mulheres o que representava uma percentagem de 9,7% para 90,3% de

homens, mostrando à evidência um elevado grau de sub-representação das mulheres,

correspondendo, na altura, a idêntica sub-representação parlamentar no conjunto dos

deputados.

Ainda assim, a situação não teve nenhum salto qualitativo após a entrada em

vigor da lei da paridade nos eleitos para a AR157. As CPI constituídas na XI e XII L (total

de 10) mostram que em 170 membros efetivos a percentagem se situou em 22,94%

mulheres para 77,05% homens. Nas presidências foi mesmo de 10% para 90% e nas

vice-presidências de 26,31% para 73,68%.

Focando agora as Presidências das Comissões de Inquérito e tal como atrás se

mencionou, as tendências retiradas da análise das Legislaturas constantes da amostra

não sofrem desvios significativos quando observado o todo. No que toca às

Presidências e embora constem 13 partidos na proposição das comissões, apenas 4

foram representados na presidência. No total das CPI realizadas (66) o PCP assumiu 3

Presidências (4,54%), o CDS-PP 2 (3,03%) e ao BE nunca foi distribuída essa função158.

Comparativamente, o PSD ocupou 35 presidências (53,03%) e o PS 26 (41,93%). Como

era previsível, PSD e PS dominaram o panorama das Comissões de Inquérito e, como

adiante se verá, os dois partidos também se destacaram na elaboração do Relatório

Final. 156

Pela especificidade do seu objeto, esta constatação encontra exceções nas CPI sobre Camarate. Das 10 CPI realizadas, o PSD ocupou 8 presidências, mas o mesmo Deputado Presidente esteve em 3 presidências seguidas (na II, III e IV CPI a Camarate) e outro Deputado do PSD em outras 2 vezes seguidas (na VI e VII CPI a Camarate). 157

A Lei da paridade, Lei Orgânica nº 3/2006, de 21 de agosto, aplicou-se, a 1ª vez, nas Eleições para a AR realizadas em 27-09-2009 158

Na V Legislatura o PCP assumiu 2 presidências, respetivamente, na Comissão que resultou da junção dos pedidos de IP nºs 12+13 (v. Res AR 12/89, DR-IS-119, 24-Maio-1989) e no IP nº 23, sendo que no primeiro foi por muito pouco tempo sendo substituído pelo vice-presidente do PSD, a que acresce mais 1 presidência na XII Legislatura resultante da junção dos IP nºs 4 e 5 (Res AR 55/2012, DR IS-81, 24-Abr-2012). O CDS ao longo das doze legislaturas teve 2 presidências, na IX Legislatura, IP nº 1 e na XII, PJR nº 969.

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Verificada a existência de coincidência ou não entre o Grupo Parlamentar da

iniciativa de IP e a Presidência, apurou-se que essa ocorrência aconteceu 18 vezes,

quase tantas quanto ser da mesma proveniência partidária o presidente e o relator. A

tabela que se encontra em anexo (VIII), permite-nos ver com detalhe estes aspetos159.

2.4. Os assuntos objeto de Inquérito

Como é sabido, os inquéritos parlamentares têm por função vigiar pelo

cumprimento da Constituição e das leis e apreciar os atos do Governo e da

Administração, podendo ter por objeto qualquer matéria de interesse público

relevante para o exercício das atribuições da Assembleia da República160. Em

cumprimento do legalmente estabelecido, o objeto do IP deve estar devidamente

circunscrito e fundamentado161.

Esta imposição não obrigava, antes das modificações operadas em 2007 no

Regime Jurídico dos Inquéritos, que o mesmo se cingisse a factos da altura ou

ocorridos na gestão do Governo no momento. Pelo contrário, o IP podia incidir sobre

factos antigos ou verificados no tempo de Governo anterior, pressupondo que tal se

revestia de utilidade no momento da sindicância pretendida.162 163

159

No total encontrado – 18 – essa coincidência verificou-se apenas 3 vezes com o PS. 160

Em anotação ao artigo 178º da CRP, Jorge Miranda e Rui Medeiros, in Constituição Portuguesa Anotada, Coimbra Editora, 2005, referem que o facto de os IP poderem debruçar-se sobre “qualquer matéria de interesse público relevante para o exercício das atribuições da Assembleia da República”, tal inculca duas ideias: 1. que os factos a apurar tenham suficiente importância no contexto das intervenções do Parlamento e do contraditório político global do país 2. que o inquérito tenha utilidade, no tempo concreto em que a comissão vai funcionar. 161

Cfr. artigo 3º da Lei nº 5/93, de 1 de Março, que sob a epígrafe “Requisitos formais” dita no nº 1:«Os projetos tendentes à realização de um inquérito indicam o seu objeto e os seus fundamentos, sob pena de rejeição liminar pelo Presidente” (os IP nº IP nº 22/V e o IP nº 1/VII, como atrás se assinalou, foram os dois únicos pedidos de IP rejeitados liminarmente). 162 Cfr., entre outros, o requerimento de IP/II, da iniciativa do PSD, CDS e PPM, publicado no DAR, II S, nº

20-S, 17-01-1981 («Inquérito parlamentar à comunicação social estatizada, desde a sua estatização»); o IP nº 1/III, da iniciativa do PCP, DAR, II S-12, 1-07-1983 («Inquérito parlamentar sobre as atuações do Governo e outras entidades públicas que conduziram, em 29 de Setembro de 1982, à celebração de um acordo na sequência do qual foram revogadas todas as providências cautelares que garantiam a dívida do ex-banqueiro Jorge de Brito ao Estado e aprovadas medidas tendentes à reconstituição do ex-grupo Jorge de Brito»); o IP nº 5/V, da iniciativa do PS e PCP, DAR, II S-53, 04-03-1988 («Inquérito parlamentar sobre a apreciação das condições em que foi autorizado pelo anterior governo o adiamento do pagamento das duas últimas prestações da contrapartida inicial devida pela concessionária da exploração do jogo no Casino Estoril»); o IP nº 8/VII, da iniciativa do PCP, DAR, I S-77, 05-06-1998 («Inquérito parlamentar para apreciação de atos dos Governos do PS e do PSD envolvendo o Estado e Grupos Económicos»); o IP nº 6/IX, da iniciativa do PS, DAR, II SB-16, 12-10-2007 («Constituição de uma comissão de inquérito parlamentar aos actos do XV Governo Constitucional que levaram à demissão de

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A Lei nº 15/2007 (artigo 8º nº 1) veio, porém, restringir este escrutínio a

governos anteriores, prescrevendo que os inquéritos parlamentares apenas podem ter

por objeto atos do Governo ou da Administração ocorridos em legislaturas anteriores à

que estiver em curso quando se reportarem a matérias ainda em apreciação, factos

novos ou factos de conhecimento superveniente. Independentemente de se tratar de

atos do governo à altura ou de anterior(es), o controlo realizado pelas CPI deve ser

sempre ex-post, isto é, sobre factos já ocorridos.

Analisado o conjunto das temáticas abordadas e que se encontram

representadas no gráfico abaixo164, verifica-se, como é natural numa democracia

maioritária, que não só a atuação do governo e da administração pública constitui um

dos objetos mais comuns do inquérito parlamentar, como também uma mais vincada

clivagem entre a maioria parlamentar apoiante do Governo e as minorias na oposição,

quando o âmbito do inquérito parlamentar recai precisamente sob a ação do Governo

ou da Administração Pública dele dependente165.

responsáveis pelo combate ao crime económico, financeiro e fiscal três meses depois da sua nomeação») e o IP nº 2/X, da iniciativa do PCP, DAR, I S-35, 12-01-2007(«.Sobre as responsabilidades do XV, XVI e do XVII Governos Constitucionais e de organismos sob a sua tutela, na utilização do território nacional, pela CIA, ou outros serviços similares estrangeiros, para o transporte aéreo e detenção ilegal de prisioneiros»). 163

De forma a minorar os efeitos do Inquérito bem como o seu impacto junto da opinião pública era usual a maioria à altura pretender alargar o âmbito do inquérito a atos de governos anteriores. Podem indicar-se a propósito os IP/II e nº 6/IX citados na nota anterior bem como o nº 18/V, da iniciativa do PSD, DAR, I S-100, 13-07-1990, de novo sobre a RTP, E.P. Esta atuação, também dependendo da altura, suscitava ou não reações da oposição: O Deputado Mário Tomé, da UDP, aquando da discussão sobre os IP nºs 8 e 9/II, respetivamente, da iniciativa do PCP e MDP/CDE e do PS, ASDI e UEDS e reportando-se à posição que a maioria sempre tomava refere (DAR, I S, nº 7, 30-10-1981, pág. 218) (…) Nós consideramos que o pedido de alargamento e aprofundamento do inquérito com que a AD sempre aparece quando a oposição põe em causa a sua política (…). Volvidos uns anos, na IX Legislatura, ao ser apreciado o IP nº 13, do PCP, sobre a colocação de professores, o Deputado Bernardino Soares (PCP) diz na sua intervenção (DAR, I S, nº 8, de 1-10-2004, pág. 411): (…) O que os Srs. Deputados da maioria querem é a situação confortável de não haver comissões de inquérito nesta Legislatura. O Sr. Presidente tomou uma posição sobre esta matéria, mas discordamos da ideia de que isso significa, como acontece há um ano e meio, que não haverá a possibilidade de haver comissões de inquérito aos governos PSD/CDS-PP. Os senhores propuseram e fizeram aprovar comissões de inquérito, algumas delas justas, sobre atos dos governos anteriores - nestes casos havia hipótese de haver comissões de inquérito! Mas quando elas começaram a ser incómodas para os vossos governos e para os atropelos que fizeram, em muitos casos de enorme gravidade, na vossa política, as comissões de inquérito deixaram de servir.(…) 164

Os dados desagregados constam do Anexo V. 165

O âmbito dos IP pode ainda, como nos ensina Jorge Miranda no artigo ”Sobre as Comissões Parlamentares de Inquérito” in Direito e Justiça, XIV, Tomo 1/2000, pág 32, abarcar as esferas do Presidente da República (p.ex. uma viagem oficial ao estrangeiro), dos tribunais (p.ex. atrasos em processos) e de outros órgãos constitucionais, excecionando os órgãos das Regiões Autónomas. No mesmo sentido, em particular sobre a possibilidade de inquéritos parlamentares envolvendo o poder judiciário, refere Nuno Piçarra, no artigo “ Extensão e Limites dos Poderes de Investigação Próprios das

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Se for outro o objeto do inquérito, a sua aprovação é normalmente pacífica e

por unanimidade.166 167

No entanto, existem entidades e matérias que, em princípio, não devem caber

no âmbito das CPI: são o caso das entidades privadas, das regiões autónomas e poder

local ou das questões que se encontrem pendentes de decisão judicial. Coloca-se a

expressão “em princípio”, pois os negócios privados podem ser suscetíveis de

investigação por uma comissão de inquérito desde que neles esteja envolvido o

interesse público168, a região autónoma da Madeira foi diretamente visada num

requerimento de inquérito169, a atuação de edilidades foram objeto de pedidos de

Autoridades Judiciais”, Scientia Ivuridica – Revista de Direito Comparado Português e Brasileiro, julho/dezembro de 1993, tomo XLII, nºs 244/246, pág. 195. (…) sob determinadas condições é legítimo um inquérito parlamentar às delongas excessivas na administração da justiça ou a serviços judiciais por irregularidades (…). 166

Neste ponto as Comissões sobre a Tragédia de Camarate foram um paradigma, tendo sido aprovadas 5 vezes por unanimidade as respetivas iniciativas. Por unanimidade eram geralmente votadas as propostas que visassem desagravar Deputados que fossem ofendidos na sua honra e dignidade parlamentar. Acidentes e outras matérias mais genéricas também concitavam o voto favorável de todos os GP (ver, a título de exemplo os IP nº 10/II, ASDI («Inquérito parlamentar à aquisição, pela TAP, de aviões Boing B-727/200 e à venda, pelo Ministério dos Transportes e Comunicações, de quatro aviões DC-6»), nº2/IV, CDS («Inquérito parlamentar sobre a situação da Companhia Portuguesa dos Caminhos de Ferro Portugueses – CP»), nº 23/V, PS, PCP, PRD, CDS e Deputados independentes («Constituição de uma comissão eventual de inquérito destinada a averiguar as condições de legalidade e regularidade financeira e técnica de todo o processamento que envolve o Centro Cultural de Belém»), nº 1/VI, PEV («Inquérito parlamentar para apuramento de responsabilidades quanto à decisão e ao processo de vazamento da albufeira do Maranhão, bem como quanto às suas consequências económicas, sociais e ambientais, designadamente na região que envolve os municípios de Avis e Mora») e IP nº 8/VIII, PS («Constituição de uma comissão de inquérito parlamentar sobre as causas, consequências e responsabilidades com o acidente do desabamento da ponte sobre o rio Douro em Entre-os-Rios»). 167

Nos IP apontados, mormente Camarate, e corroborando Gomes Canotilho, em “Anotação ao Acórdão do Tribunal Constitucional nº 195/94, Revista de Legislação e de Jurisprudência, Ano 127, nº 3845, pág. 258, existe, como sugere a doutrina italiana, (…) um poder de inquérito com um caráter autónomo ou com uma função de garantia constitucional inerente às responsabilidades do Parlamento na garantia da «normalidade constitucional». Em casos como os de Camarate (analogamente nos casos italianos do inquérito à «Máfia» ou à «Loja Maçónica P2») estaria mais em causa a responsabilidade do Parlamento perante a comunidade e os cidadãos do que a fiscalização de atos ou comportamentos do Governo e da Administração (…). [destaques do original] 168

Como refere,entre muitos outros, Ascension Elvira Perales, no artigo “Comisiones de Investigacion en el «Bundestag». Un estudio de jurisprudência”, Revista Española de Derecho Constitucional, ano 7, nº 19, enero-abril, 1987, págs 270/271, «os assuntos privados devem ser abordados por outras vias (tribunais…). Podem colocar-se dúvidas, na prática, acerca do interesse público ou privado de um assunto devido à difícil distinção em muitos casos entre o setor público e o privado, especialmente no setor económico». 169

O IP nº 4/VI, apresentado pelo PS, versava “Sobre eventuais violações das disposições da Constituição e das leis gerais da República na Região Autónoma da Madeira”. No entender do partido proponente estava sobretudo em causa a liberdade de imprensa e a utilização dos meios de comunicação social (Ver DAR I S, nº 80, 26 de junho 1992, pág. 2598, Deputado Alberto Martins (PS) (…) O Partido Socialista ao propô-lo (inquérito) fá-lo na sequência dos debates aqui verificados sobre o défice democrático na Madeira. …A Assembleia da República age nos domínios próprios da fiscalização

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inquérito170 e, admitindo-se processos em paralelo (parlamentar e penal) inquéritos

houve sobre atividades que se encontravam numa fase judicial avançada171.

Tendo em atenção os 170 requerimentos de inquérito apresentados ao longo

das XII Legislaturas, abarcando um período de 39 anos, verifica-se que os assuntos

ligados à área económica e financeira sobressaem em relação aos demais (46 pedidos -

27,05%) e, com exceção da I e XI Legislaturas, foram apresentados em todas as

restantes. Seguem-se, com o mesmo número - 19 - os pedidos que incidiam sobre

atuações ou a forma de gestão noticiosa dos órgãos da comunicação social,

das leis em todo o território nacional e, por isso, não haja dúvidas sobre a sua competência extensiva ao território da Madeira….Pretendemos assim, e tão só, recolher informações sobre a liberdade de imprensa e utilização dos meios de comunicação social como a Constituição da República consagra). Este entendimento foi secundado pelo PCP (Deputado Otávio Teixeira, pág. 2599 e 2600, (…) sendo certo que uma das funções dos inquéritos parlamentares é, nos termos da Lei nº 43/77, a de vigiar pelo cumprimento da Constituição e das leis, o objeto da proposta que agora analisamos é legalmente possível e não visa, também no nosso entendimento, pôr em causa o princípio da separação e interdependência de poderes entre os órgãos de soberania e os órgãos de governo próprios da Região Autónoma da Madeira). A final o IP foi rejeitado, com os votos contra do PSD e do PSN devido à autonomia regional (Deputado Guilherme Silva, PSD, pág. 2601, (…) A autonomia regional impõe que não seja possível realizar este inquérito no âmbito da Assembleia da República. Há uma assembleia legislativa regional e é, nessa sede que estas questões têm, do ponto de vista político, de ser colocadas). 170

A inclusão ou não de órgãos municipais no objeto de IP nem sempre obedeceu à mesma interpretação. No pedido de IP nº 3/II, da ASDI, «Inquérito parlamentar sobre o comportamento da Secretaria de Estado da Cultura e da Câmara Municipal de Lisboa a propósito da "Feira de Belém"», o PSD, CDS e PPM votaram contra, aduzindo a então Deputada do PSD, Helena Roseta, (DAR I Série, nº 41, 18 março 1981) ([…]O Partido Social-Democrata votou contra a realização deste IP (…) porque nos parece que o caminho dos inquéritos parlamentares a iniciativas municipais é de certo modo lesivo do princípio da autonomia do poder local que defendemos.[…]. Aquando do IP nº 15/V, da autoria do PSD, « Comissão eventual de inquérito à actuação das autarquias do Seixal e de Loures na concessão de favores ao PCP», o PSD defendeu (DAR I Série, nº 11, 8 novembro 1989, pág.332, que (…) a interpretação do artigo 252º do Regimento é clara quando refere que «os inquéritos parlamentares têm por objeto o cumprimento da Constituição e das leis e a apreciação dos atos do Governo e da Administração». Ou seja, parece-nos completamente incluído dentro do âmbito dos inquéritos parlamentares o inquérito ás autarquias.(…) e aos governos regionais (pág 333). Para além da óbvia oposição do PCP, também o CDS, através do Deputado Basílio Horta (págs. 329/330) frisou (…) Estávamos convencidos de que as autarquias locais, eleitas elas também por sufrágio universal, estavam sujeitas ao instituto da tutela administrativa, ou seja, respondiam as câmaras municipais perante as assembleias municipais e essas responderiam nos termos da tutela administrativa perante o Governo….Aliás penso que esse entendimento era pacífico, pois nunca até hoje foi trazida a esta Assembleia, uma proposta de inquérito a uma autarquia local… Entendia eu que se tinha por pacífico que a autarquia local, sujeita a outras normas, era um poder independente, como o Presidente da República, como os governos regionais (…). Este IP foi aprovado pelo PSD, PS, PRD e CDS, mas não há qualquer documentação que comprove o seu funcionamento. 171

A título de exemplo, cita-se o IP nº 11/VI, do PSD, «Inquérito à aplicação das verbas do Fundo Social Europeu», cuja Comissão, conforme ofício nº 17/CPI/FSE/93 dirigido ao Presidente da Assembleia da República, informa ter deliberado suspender os seus trabalhos até serem supridos os impedimentos legais ao reinício do seu funcionamento. Também informa (…) que foi deliberado dar conhecimento da presente decisão à Procuradoria-Geral da República com a solicitação da Comissão ser informada logo que os processos obtenham a correspondente sentença judicial (…).(sublinhado nosso)

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especialmente da comunicação social estatizada, pelo que esse objeto ganhou especial

significado na II e III Legislaturas172, bem como os relacionados com a área do

Ministério da Agricultura, que só na VI Legislatura originou 8 pedidos173.

Figura 8 - Assuntos objeto das CPI

Afora Camarate que perpassou em praticamente todas as Legislaturas a partir

da II, são também expressivos os assuntos ligados à temática da Segurança174 (8,23%) e

à Saúde (6,47%).

172

Esta matéria foi alvo de 6 pedidos de IP na II Legislatura, tendo 1 sido rejeitado e 5 não foram sequer apreciados ou discutidos (respetivamente IP nº 12/II do PS e IP/II, do PCP [DAR-IIS-7, 22-Nov-1980], IP/II do PS, ASDI e UEDS [DAR-IIS-8 26-Nov-1980], IP/II do PSD, CDS e PPM [DAR-IIS-20-S 17-Jan-1981], IP/II do PS, ASDI e UEDS [DAR-IIS-20-S 17-Jan-1981] e IP/II da ASDI [DAR-IIS-15 19-Nov-1982] e de 3 pedidos na III Legislatura, todos aprovados (IP nºs 5/III, do CDS, nº 15/III, do PS, PSD, PCP, CDS, UEDS, ASDI e MDP/CDE e IP nº 16/III, do PS) 173

Dos 8 pedidos de IP apresentados na VI Legislatura, 3 foram aprovados (IP nºs 1/VI, do PEV; nº 12/VI do PSD e 15/VI do PSD), 1 não apreciado (IP nº 13/VI, do PS) e 4 rejeitados (IP nºs 10/VI, do PS; 16/VI do PS; 21/VI do PCP e 29/VI do PCP). 174

A matéria respeitante à Segurança, nomeadamente, quando versava sobre o funcionamento e orgânica do Serviço de Informações de Segurança (SIS), foi particularmente polemizada pela oposição na VI Legislatura, que, numa espécie de competição, ia apresentando pedidos de IP. Veja-se a propósito o desenrolar de 5 pedidos de inquérito: IP nº 17/VI, do PCP, «Inquérito parlamentar sobre actuações dos serviços de informação de segurança (SIS) designadamente contra estudantes, agricultores e sindicalistas e violações da Constituição e da lei dessas actuações» rejeitado pelo PSD e CDS-PP; o IP nº 22/VI, do PS (anunciado em 20-05-1994) veio, um ano depois, retomar a temática do IP nº 17, alargando-a «Inquérito parlamentar sobre o cumprimento das disposições constitucionais e legais que, no tocante aos serviços de informações, policiais e outras forças e segurança, visam garantir a protecção

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Observados os dados de forma desagregada, constantes do anexo IX, também

se pode concluir que a área mais vezes objeto de inquérito – a económica e financeira

– concita o maior número de aprovações (25) e concomitantemente de rejeições (13).

Segue-se, com maior expressão, Camarate com o pleno de aprovações (12175), a

Comunicação Social (11 aprovações e 1 rejeição) e a Agricultura (10 aprovações e 5

rejeições). Para além dos assuntos atinentes à economia e finanças, a segurança foi

dos assuntos mais vezes rejeitado (10 rejeições e 3 aprovações) seguindo-se os

relativos à área da saúde (6 rejeições e 3 aprovações).

Relativamente à chamada de um determinado assunto para investigação,

verificou-se, numa larga maioria de ocasiões, haver um impulso prévio de notícias

publicadas na comunicação social e que são catapultadas para a ordem do dia. O então

deputado do CDS-PP, António Lobo Xavier, aquando da discussão conjunta de pedidos

de IP acerca da aplicação de verbas do Fundo Social Europeu, resume muito bem tal

constatação: (…) Em nome do CDS, quero dizer que atuamos na sequência do que diz a

comunicação social credível e é evidente que não pode ser de outra forma. Não somos

polícias, investigadores ou jornalistas de investigação e quando os jornais ou os

dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos», tendo sido rejeitado com os votos contra do PSD; o IP nº 24/VI do PS (anunciado 14-10-1994) «Inquérito parlamentar sobre os termos e condições em que agentes de serviços de informações levaram a cabo acções de vigilância e infiltração violadoras de direitos, liberdades e garantias de deputados, autarcas e jornalistas, de cujos resultados terão tido conhecimento dirigentes do partido governamental» que teve uma discussão conjunta com o IP nº 26/VI do PCP (anunciado em 20-10-1994) «Inquérito parlamentar sobre o envolvimento do Governo e do SIS em operações provocatórias contra cidadãos, associações e partidos políticos». O primeiro teve apenas o voto contra do PSD e o segundo do PSD e do CDS-PP; o IP nº 30/VI, do PS (anunciado em 20-07-1995) «Inquérito parlamentar ao modo de funcionamento do Serviço de Informações de Segurança (SIS), em especial no que respeita às relações com a tutela, ao cumprimento da legalidade democrática e às garantias dos direitos dos cidadãos» para apreciação do qual o PS requereu a convocação de um Plenário extraordinário da AR, o que foi rejeitado pelo PSD. Retira-se das votações que o PSD inviabilizou sempre a concretização de um IP que tivesse os serviços de informação como objeto (cfr. intervenções do Deputado João Amaral, do PCP, no DAR I S, nº 81, 18 junho 1994 pág. 2637 e do Deputado Jorge Lacão, do PS, no DAR I S, nº 47, de 3 março 1995, pág.1630) aduzindo que tal seria assinar a ata de destruição de qualquer sistema em Portugal (DAR I S, nº 81, de 18 de junho 1994, pág. 2635). Esta fundamentação não valeu, porém, na VII Legislatura, quando o PSD, já na oposição, entregou o IP consubstanciado no PJR nº 128/VII/4ª, «Constituição de uma comissão eventual de inquérito parlamentar à gestão governamental dos Serviços de Informação e a sua relação com actividades de Polícia», o qual foi aprovado não obstante o PS ter votado contra. Sobre a mudança de posição havida entre PSD (que à época não estava no Governo) e PS (sempre favorável a IP sobre serviços de segurança), ver DAR I S, nº 61, de 18 março 1999. 175

A tragédia de Camarate originou 10 Comissões de Inquérito, mas foram 11 os requerimentos nesse sentido. Na XI Legislatura a CPI criada resultou da fusão de 2 requerimentos, um do PSD e o outro do CDS-PP.

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jornalistas, com a responsabilidade que lhes é inerente fazem as denúncias,

obviamente depois de medir a credibilidade dos denunciantes, dos jornalistas e dos

órgãos de comunicação social, agimos na sequência dos alertas da comunicação social

sem qualquer problema de consciência (…)176.

2.5. Os Prazo de funcionamento177

Quanto aos prazos de funcionamento, e tendo presente que ao longo das doze

legislaturas se realizaram 66 IP, observa-se, atento o gráfico abaixo, que a duração

média dos inquéritos ronda os 220 dias.

Como se verifica na I, II, VI, X e XI Legislaturas, a média de dias ocupados com o

funcionamento das CPI situou-se abaixo do prazo máximo legalmente estabelecido

(180 dias)178. O gráfico assinala, à parte, o valor encontrado nas Comissões de

Inquérito sobre a Tragédia de Camarate uma vez que a particular natureza do seu

objeto obrigou a um prolongamento dos trabalhos no tempo, “inflacionando” o

número de dias numa determinada Legislatura (Anexo X).

Regista-se em 12 dias o menor período de tempo levado por uma CPI na

condução e conclusão do inquérito179e em 889 dias efetivos (2 anos 5 meses e 7 dias) o

maior período temporal de funcionamento de uma CPI.180

176

Ver DAR, I S, nº 60, de 17 abril 1993, pág. 1968. 177

Só a consulta efetiva das atas respeitantes às 66 comissões de inquérito daria uma estimativa mais fidedigna acerca do período de funcionamento da CPI em concreto. O prazo fixado na Resolução ou por Despacho do PAR pode não coincidir exatamente com o período de atividade da Comissão. 178

Compulsando o Anexo VI contendo informação detalhada acerca dos prazos, comissão a comissão, constata-se terem havido oscilações na fixação inicial dos prazos, com variações entre os 15 dias (cfr. IP nº 6/III «Constituição de uma comissão eventual de inquérito para averiguação das condições em que teria ocorrido a detenção pela PSP do deputado Manuel Lopes» e IP nº 7/IX «Requerimento da constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito aos atos do Governo e da Administração do Metropolitano de Lisboa, E.P., relativamente às obras da nova linha sob o Terreiro do Paço em Lisboa») e os 180 dias, existindo, inclusivé, uma CPI, a segunda Comissão de Inquérito sobre a Tragédia de Camarate, à qual não lhe foi fixado um prazo prévio. 179

Cfr. IP nº 6/VI «Inquérito Parlamentar quanto a alterações alegadamente introduzidas em Decreto-Lei por membro do Governo contra o recebimento de 120.000 contos». 180

IP nº 1/IX «VIII Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate».

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Figura 9 – Prazo de funcionamento das CPI

De salientar reportarem-se os dados a dias de funcionamento efetivo, pois

dando as CPI de Camarate o mote, passou-se a lançar mão do pedido de suspensão

dos trabalhos, que obstava à sua repercussão no prazo de funcionamento. Na VI

Legislatura, a CPI de Camarate esteve suspensa 485 dias (1 ano e 4 meses), na VII

Legislatura 866 dias (2 anos e 4 meses) e na XII Legislatura 546 dias (1 ano e 6meses),

suspensões cujo fundamento adiante se abordará ao tratar, nomeadamente, do

relacionamento das CPI com os Tribunais. A partir da X Legislatura, e por razões

diversas181, tem sido usual recorrer à figura da suspensão de trabalhos.

Como se constatará no Anexo XI também foi prática habitual o recurso ao

pedido de prorrogação do prazo inicialmente fixado, mesmo por curtíssimos períodos

181

Tais razões podem basear-se, entre outras, na interrupção dos trabalhos parlamentares em período eleitoral (v. IP nº 8/X «Constituição de uma Comissão Eventual de Inquérito parlamentar sobre a situação que levou à nacionalização do BPN - Banco Português de Negócios e sobre a supervisão bancária inerente»), no período de férias parlamentares (IP nº 6/XII «Comissão Eventual de Inquérito à celebração de contratos de gestão de risco financeiro por empresas do sector público») ou na especial complexidade do objeto e volume de informação solicitada e recebida (IP nº 5/XII «Comissão de Inquérito à contratualização, renegociação e gestão de toas as parcerias público-privadas do setor rodoviário e ferroviário»).

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de tempo182. Não há memória de o Plenário ter rejeitado alguma vez esse pedido. A

CPI de Camarate mais uma vez se destaca ao ter solicitado na V Legislatura quatro

prorrogações de 180 dias cada.

2.6. O Relatório Final

Findo o trabalho da comissão parlamentar de inquérito, as investigações

levadas a efeito e as conclusões tiradas são materializadas em relatório final

revestindo um caráter propositivo, pois, como é sabido, o mesmo não tem a natureza

jurídica de uma sentença, nem se reveste das características das deliberações tomadas

no âmbito do direito e procedimento administrativos. As conclusões servem não só

para dar como assente matéria de facto apurada e eventualmente na sequência desta

encaminhar o processo para o Ministério Público para apuramento de

responsabilidades, como também para fornecer fundamento a Resoluções que a

Assembleia da República venha a aprovar.

Como decorre da lei, o relatório final é votado em comissão, posteriormente

encaminhado para o Plenário da AR onde será apenas objeto de debate

parlamentar,183e publicado em Diário da AR.

Conforme dados recolhidos, das 66 CPI efetivamente concretizadas, 59

elaboraram relatório final, a que corresponde uma percentagem de 89,39%. Atente-se

que a diferença (7) para a totalidade de inquéritos realizados se deve à dissolução da

AR (2), à falta reiterada de quórum (1), à suspensão dos trabalhos (1), à extinção da

Comissão (1) e à sua não votação (2)184.

182

O prolongamento por curtos períodos advém sobretudo da necessidade de dar o Relatório Final por concluído. Ver,p.ex., os pedidos endereçados no âmbito dos IP nºs 6/III (28 d), 3 e 11/VI (30 d) e PJR nº 80/X (28 d). 183

Artigos 20º e 21º da Lei nº 5/93, de 1 de março, com as alterações introduzidas pela Lei nº 15/2007, de 3 de abril. 184

Ver, respetivamente, PJR nº 3/I, do PCP («Constituição de uma comissão eventual de inquérito com o objetivo de averiguar sobre o processo de importação de batata de semente para a campanha de 1978-1979», IP nº 9/II, do PS, ASDI e UEDS («Inquérito parlamentar com vista a apreciar os atos do Governo e da Administração relativos ao processo, sua preparação e difusão prévia, de atos legislativos de liberalização do comércio de cereais, ramas de açúcar e oleaginosas»), IP nº 2/IV, do CDS («Inquérito parlamentar sobre a situação da Companhia Portuguesa dos Caminhos de Ferro Portugueses – CP»), IP nº 11/VI, do PSD, «Inquérito à aplicação das verbas do Fundo Social Europeu»), IP nº 6/IX do PS («Constituição de uma comissão de inquérito parlamentar aos atos do XV Governo Constitucional que levaram à demissão de responsáveis pelo combate ao crime económico, financeiro e fiscal três meses depois da sua nomeação») e IP nº 15/III («Inquérito parlamentar a fim de apreciar os atos do Conselho

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Há nota de que apenas 1 Relatório Final (RF) foi rejeitado185, o que representa

uma percentagem mínima de 1,69% e como o gráfico abaixo demonstra, o maior

número de relatórios (48) foi aprovado por maioria (81,35%) e 8 por unanimidade

(13,56%).

Figura 10 – Relatórios finais das CPI

de Gerência da RTP relacionados com a transmissão televisiva do debate da moção de censura apresentada pelo CDS») e IP nº 11/VI («Constituição de uma comissão eventual de inquérito quanto à aplicação das verbas do Fundo Social Europeu»). 185

Ver IP nº 7/VIII, do PSD, «Aos atos do Governo e da Administração no processo da Fundação para a Prevenção e Segurança». Em consequência da rejeição do RF não houve lugar a publicação no DAR e a discussão em Plenário como assim determinou o Despacho do PAR nº 106/VII que, aliás, suscitou acesa polémica e recurso. Nesse sentido, tem interesse compulsar a interpretação do Deputado Nuno Melo (CDS-PP), DAR I S, nº 8, de 4 outubro 2001, págs. 229/230 (…) não se pode considerar como sendo um relatório apenas aquele documento que é aprovado em sede de comissão de inquérito. (…) Relatório final é, assim, o documento final que vai ser levado a votação e não apenas o documento final que foi aprovado nessa votação, o que é coisa bem diversa. (…) O artigo 20.º impõe, em primeiro lugar, isso sim, que seja publicado o relatório final, isto é, o documento final levado a votação; impõe, em segundo lugar, que seja feita menção ao sentido de voto dos Deputados e, como é evidente, existe sentido de voto expresso pelos Deputados quer o documento tenha sido aprovado quer o não tenha sido. Consequentemente, Sr. Presidente da Assembleia da República, a única interpretação possível que a lei concede é no sentido de que deverá ser publicado o relatório tenha o documento sido aprovado ou não, sempre com menção do sentido de voto de cada um dos Deputados membros da comissão de inquérito.(…), interpretação secundada pelo Deputado António Filipe (PCP) que na pág. 231 dita (…)pertinente a apresentação deste recurso da decisão que V. Ex.ª tomou. (…) do ponto de vista regimental, não é possível fugir a esta terceira fase, a da discussão em Plenário. (…) Assim sendo, pelo facto de não haver um relatório aprovado e de haver um arquivamento, não sendo, portanto, dado nenhum seguimento ao processo, qualquer maioria poderia tomar um caminho simplicíssimo para inviabilizar qualquer publicação, qualquer documento relativo a uma comissão de inquérito, bastando-lhe para tal inviabilizar o relatório. Ou seja, nomeando-se relator um Deputado de um partido minoritário, a maioria pura e simplesmente votava contra, inviabilizando-o, e, a partir daí, não havia debate em Plenário nem publicação da atas e, portanto, tudo ficaria por ali. Parece-nos, pois, que isto conduz a um precedente que, do nosso ponto de vista, não é admissível no que toca ao prestígio dos inquéritos parlamentares e do funcionamento da própria Assembleia.(…).

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Com exceção do Relatório rejeitado, dos não votados e de um outro que

continha matéria reservada186, todos os demais foram publicados (55).

A expressiva percentagem de aprovação dos relatórios finais não parece que

corresponda, sem mais, a um elevado grau de sucesso e de eficácia das CPI. É verdade

que muitos perfilham o entendimento de que uma CPI é eficaz quando “cumpre o seu

objetivo”, isto é, termina o seu trabalho com a votação de um relatório conclusivo,

mas há que ponderar outras variáveis.

Assim, é significativo que, em cenário de maiorias absolutas, os relatórios sejam

em regra votados pela força ou forças políticas que a detêm. Aconteceu com maior

acuidade na VI Legislatura, com um total de 6 relatórios votados apenas pelo PSD

(66,66%) e na X Legislatura com 3 dos 4 RF a serem votados unicamente pelo PS (75%).

Nestas circunstâncias é comum serem apresentados, em sede de Comissão, ou

publicados na imprensa, relatórios alternativos.187

Existem outros fatores potencialmente condicionadores do resultado do

relatório final, nomeadamente, a eventual coincidência entre autor da iniciativa,

presidente e relator da CPI. Verifica-se na tabela constante do anexo VIII que a

coincidência total só acontece em 4 CPI, que a simultaneidade do mesmo GP como

autor da iniciativa e relator ocorre em 8 CPI e entre presidente da Comissão e relator

em 11 CPI.

186

Esse relatório refere-se ao IP contido no PJR nº 128/VII, do PSD, sobre «a gestão governamental dos Serviços de Informação e a sua relação com atividades de Polícia». O RF mereceu o voto favorável dos Deputados do PSD, do CDS-PP e do PCP. Relativamente ao PS este havia abandonado os trabalhos da Comissão, facto que não a fez deixar de ter quórum. O PAR, através do Despacho nº 182/VII (acessível a consulta no AHP) fundamentou a não publicação do relatório, aduzindo que o mesmo enfermava de vícios vários, tendo ainda suscitado dúvidas quanto à eventual divulgação de matéria confidencial e reservada. 187

Consultar, entre outros, o IP introduzido pelo PJR nº 6-A/IV («Tragédia de Camarate») onde o PSD apresentou relatório alternativo sem sucesso; o IP nº 1/VI («Apuramento de responsabilidades quanto à decisão e ao processo de vazamento da albufeira do Maranhão, bem como quanto às suas consequências económicas, sociais e ambientais, designadamente na região que envolve os municípios de Avis e Mora ») onde a oposição abandona os trabalhos e publicita versão diferente; o IP nº 6/VII («Inquérito parlamentar para apreciação da conformidade constitucional e legal do aval do Estado à União Geral de Trabalhadores-UGT») que devido à rejeição de um dos relatórios parcelares, elaborou um outro com diferente relator e o IP nº 8/VII («Inquérito parlamentar para apreciação de atos dos Governos do PS e do PSD envolvendo o Estado e Grupos Económicos») em cujo relatório final se afirma ter a Comissão apreciado e votado dois relatórios, rejeitando um e aprovando outro, após introdução de inúmeras alterações.

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Refira-se, ainda, que em alguns inquéritos, derivado da sua complexidade e

âmbito de investigação, as respetivas Comissões deliberaram a feitura de relatórios

parcelares188, havendo, inclusive, um caso em que o próprio pedido de IP já

contemplava a realização de relatórios em separado189. Estes relatórios são levados

igualmente à apreciação do Plenário e obviamente tidos em consideração no relatório

final.

Diferente é a divisão do relatório final por partes, em separado, com vista à sua

votação e a fim de acautelar a conclusão dos trabalhos.190

2.7. O Resultado das CPI

O resultado das Comissões Parlamentares de Inquérito advém, em larga

medida, do seu funcionamento, do comportamento dos seus membros, da maior ou

menor publicidade das suas reuniões, do âmbito temporal que ocupa, da colaboração

de entidades exteriores, das consequências dos relatórios finais em termos de

accountability e dos custos.

Como foi indicado no ponto 2.1. do presente capítulo, dos 170 requerimentos

de inquérito, somente 76 foram aprovados, mas apenas 66 comissões se constituíram

188

A título de exemplo, no IP/IV constante da Resolução da AR 9/86 («Inquérito parlamentar sobre a atuação do Ministério da Agricultura quanto à Reforma Agrária») foram elaborados 3 relatórios parcelares (DAR II S, nº 25, 2º Supl, 23-12-1986; DAR II S, nº 49, 18-02-1987 e DAR II S, nº 66, 10-04-1987) apreciados numa mesma sessão plenária (DAR I S, nº 77, de 29-05-1987 e no IP nº 7/VII («Constituição de uma comissão eventual de inquérito parlamentar para apreciação dos atos do Governo e das suas orientações de parceria em negócios envolvendo o Estado e interesses privados ») foram elaborados 5 relatórios que integram o Relatório Final, cada um deles submetido a votação em separado (DAR II S-B, nº 29, 10 de Maio de 1999). 189

Cfr. IP nº 6/VII («Inquérito parlamentar para apreciação da conformidade constitucional e legal do aval do Estado à União Geral de Trabalhadores-UGT») corporizado na Resolução da AR 30/97, publicada no DR IS-A-112, 15-Maio-1997. 190

Compulsar para o efeito o IP nº 7/IX («Requerimento da constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito aos atos do Governo e da Administração do Metropolitano de Lisboa, E.P., relativamente às obras da nova linha sob o Terreiro do Paço em Lisboa») que apresentou 2 relatórios: 1º Relatório - Introdução – Matéria de facto respeitante a documentação recebida pela Comissão e matéria de facto apurada durante as audições, votado por unanimidade (F: PSD, PS, CDS, PCP e BE). 2º Relatório – Conclusões. Foram apresentadas 2 propostas de conclusões alternativas, uma subscrita pela Deputada. relatora do CDS-PP que mereceu aprovação por maioria (F – PSD (8) e CDS (3); C – PS (5), PCP (2) e BE (1)) e outra pelo Deputado relator do BE que foi rejeitada (F - PS (5), PCP (2) e BE (1); C - PSD (8) e CDS (3)).

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efetivamente. Apontam estes dados para a existência de 10 CPI (13,16%)191 que não

exerceram qualquer ação de fiscalização e/ou de controlo.

A análise da documentação pesquisada permite detetar fatores internos e

externos suscetíveis de influenciar o funcionamento das CPI.

2.7.1. Funcionamento das CPI – fatores internos

2.7.1.1. A atuação dos membros

Entre os fatores internos é de realçar a atuação política dos membros, reflexo,

as mais das vezes, de orientações vindas “de cima”, isto é, da direção do respetivo

partido: o abandono dos trabalhos por um GP, os travões colocados ao seu bom

funcionamento, nomeadamente, a não aprovação sistemática de diligências reputadas

essenciais e as delongas propositadas192 são bem exemplificativas da presença ou

ausência de vontade política. Por outro lado, assiste-se a comportamentos menos

próprios por parte de membros das CPI, seja a nível individual, seja a nível de grupo

parlamentar, sobretudo quando utilizam a Comissão de Inquérito como arena política

191

Este número engloba os casos em que após aprovação, a Comissão não chega a iniciar a sua atividade (p.ex. IP nº 9/III, do PCP [«Inquérito parlamentar tendente a apurar em que obras ou empreendimentos da responsabilidade da Secretaria de Estado das Obras Públicas se verificaram desmoronamentos e outras anomalias, bem como as respetivas causas, implicações e responsabilidades»] e IP nº 5/IV, do PRD [«Inquérito parlamentar sobre atribuição de frequências radiofónicas»], ou que inicia a atividade mas passa, a partir de certo momento, a não ter quórum de funcionamento (IP nº 2/IV, do CDS-PP, [«Inquérito parlamentar sobre a situação da Companhia Portuguesa dos Caminhos de Ferro Portugueses – CP»] ou que no decurso do seu funcionamento é extinta por Despacho do PAR (nº 35/IX de 29-11-2002) devido ao abandono de uma parte dos membros em reação aos conteúdo do relatório (IP nº 6/IX, do PS, PCP, BE e PEV [«Constituição de uma comissão de inquérito parlamentar aos atos do XV Governo Constitucional que levaram à demissão de responsáveis pelo combate ao crime económico, financeiro e fiscal três meses depois da sua nomeação»]. 192

São ilustrativas as palavras do Deputado José Niza (PS) que discorrendo sobre o comportamento da maioria acerca das Comissões de Inquérito refere na pág. 2004 do DAR, I S, nº 49, 10 de fevereiro 1982 (…) Quando se trata de um inquérito que não faz cair o Governo, como por exemplo o inquérito sobre aviões, em que as únicas coisas que caem são os aviões e não o Governo, não há problema. Quando se trata do inquérito da EPAC, também aí não há grande problema, já que a coisa vai morrendo, vai devagarinho. Agora quando a questão toca na área da comunicação social, deparamos com uma barreira imbatível e intransponível (…) (sublinhado nosso). Também o Deputado Joaquim Miranda (PCP) aludindo ao primeiro inquérito sobre a liberalização do comércio dos cereais, e reportando-se ao seu mau funcionamento, diz em DAR II S, nº 72, de 13 janeiro 1984, pág. 3574, (…) Entre 19 de Janeiro de 1982, data em que a Comissão tomou posse, e 9 de junho do mesmo ano, data para que foi convocada a sua última reunião, apenas 7 reuniões foram convocadas. E, destas, 2 ou 3 foram destinadas à elaboração do regimento interno (…)

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ou como arma de arremesso, não sendo indiferente para o caso a publicidade e

audiência das Comissões de Inquérito193 194

2.7.1.2. A publicidade dos trabalhos

Aliada ao funcionamento das CPI está, sem dúvida, a temática da publicidade

dos seus trabalhos. O diploma que rege atualmente a lei dos inquéritos estipula como

regra geral a da publicidade e indica taxativamente as exceções a essa mesma regra195.

Foi um longo caminho, percorrido desde 1977, de reuniões à porta fechada, e que

culminou com as modificações introduzidas 30 anos depois, ditando a sua abertura ao

público. Trata-se de uma problemática não pacífica, suscitando divergência de

opiniões, mas sobretudo muitas interrogações. 196

Por um lado, é incontornável o papel da publicidade ao permitir que os

cidadãos fiscalizem a atuação quer dos seus representantes políticos no Parlamento,

quer de eventuais atos praticados pelo Governo ou por órgãos da administração

pública que, a não ser assim, dificilmente chegariam ao seu escrutínio.

193

O Presidente da Comissão de Inquérito aos atos do Governo e da Administração no processo da Fundação para a Prevenção e Segurança (IP nº 7/VIII), Deputado Barros Moura (PS) chega a dizer em nota informativa dirigida ao PAR (processo consultável no AHP) que em alguns casos se pretendem chamar depoentes para os ouvir numa lógica de “reality shows”. 194

Enquanto não foi consagrada a regra geral da publicidade dos trabalhos (a primeira lei nº 43/77 não a previa de todo e a Lei nº 5/93 foi sendo objeto de alterações faseadas neste capítulo) eram comuns algumas fugas de informação: cfr., p.ex., intervenção do Deputado Nuno Delerue (PSD), na qualidade de Relator do IP/V constante da Resolução da AR 12/89, DR-IS-119, de 24-Maio-1989 («Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito com vista a averiguar os atos administrativos na área do Ministério da Saúde»), que no DAR I S, nº 93, 18 junho 1991, pág. 3139, diz (…) as conclusões que temos para apreciar são o resultado possível nas circunstâncias e com os condicionalismos próprios da vida parlamentar. Não esperem que parta de nós a critica ao trabalho parlamentar, dando razão aos que pensam que o Parlamento, no sistema democrático, é um adorno de interesse discutível. Foi nessa trincheira que se colocaram todos os que, se calhar, à falta de melhores e mais convincentes argumentos, procuraram instrumentalizar esta CI,….jogando insistentemente o jogo ilegítimo das fugas de informação habilidosamente promovidas (…). Refira-se igualmente o IP aprovado na sequência do PJR nº 128/VII (sobre o SIS) no decurso do qual se assistiu ao abandono dos trabalhos pelo GP do PS por ter havido divulgação extemporânea por parte da comunicação social de informações confidenciais, o que no entendimento do partido feria de morte a credibilidade da CPI. 195

Artigo 15º da Lei nº 5/93, de 1 de março, com as alterações introduzidas pelas Leis 126/97, de 10 de dezembro e 15/2007, de 3 de abril. 196

V. Jorge Ferreira, Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares anotado, Almedina, Coimbra, 1999, pág 55 (…) O caráter público das reuniões e outras diligências das CPI não é pacífico, uma vez que em defesa do secretismo militam argumentos como a maior liberdade dos depoimentos, o esbatimento das diferenças partidárias e a maior eficácia dos trabalhos, na medida em que os Deputados estariam mais concentrados nos trabalhos da comissão e menos preocupados com a opinião pública. Em sentido contrário argumenta-se com a necessidade de transparência da vida pública e de escrutínio da política e dos políticos (…).

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Por outro lado, há que relevar o interesse legítimo de quem é convocado a

depor.

2.7.1.3. A observância dos direitos fundamentais dos cidadãos

O reverso da abertura quase ilimitada ao exterior e ao mediatismo, em tempo

real, é suscetível de afetar direitos fundamentais dos cidadãos, nomeadamente o

direito ao bom nome, imagem e reputação197, bem como com a presunção da

inocência dos depoentes, podendo conduzir, por parte dos membros, ao

aproveitamento da Comissão para mero exibicionismo político.

O facto de o nosso ordenamento jurídico estipular que as Comissões de

inquérito gozam dos poderes de investigação das autoridades judiciais que a estas não

estejam constitucionalmente reservados, não pode significar que detenham poderes

instrutórios ilimitados. Isso mesmo refere o Tribunal Constitucional, no Acórdão nº

195/94, de 1 de março198: (…)os poderes de investigação das comissões parlamentares

estão sujeitos a determinados limites, traduzidos uns no dever de respeito dos direitos

fundamentais dos cidadãos e outros na proibição da prática de atos de instrução

criminal (v.g., revistas e buscas domiciliárias) que só podem ter lugar mediante prévia

autorização dos tribunais(…)199

197

Discorrendo sobre a tutela jurisdicional dos particulares perante os atos de inquérito, Nuno Piçarra, no artigo “O Inquérito parlamentar na Constituição Portuguesa de 1976 e na lei: consonâncias e dissonâncias”, incluído na publicação Homenagem da Faculdade de Direito de Lisboa ao Professor Doutor Inocêncio Galvão -90 anos, Coimbra, Almedina, 2007, diz a pág. 943 “os atos praticados pelas CPI suscetíveis de afetarem direitos e interesses legalmente protegidos e, em especial, direitos fundamentais, estão, em princípio sujeitos a controlo jurisdicional. (…) A balizar, por outro lado, a tutela jurisdicional dos particulares …está o artigo 22º da CRP, nos termos do qual “o Estado e as demais entidades públicas são civilmente responsáveis, em forma solidária com os titulares dos seus órgãos, funcionários ou agentes, por ações ou omissões praticados no exercício das suas funções e por causa desse exercício, de que resulte violação dos direitos, liberdades e garantias ou dano para outrem”. (…) este preceito assume especial relevância face ao relatório final ou às conclusões (da CPI), quando deles constar eventualmente “matéria que possa ofender a integridade moral das pessoas, nomeadamente a imputação de crimes (v.Parecer nº 14/77 da Comissão Constitucional). Provado perante um tribunal que um relatório final de uma CPI viola direitos fundamentais ou causa prejuízo a terceiros, os lesados terão direito a ser devidamente indemnizados (…). A preocupação de observância dos direitos fundamentais dos cidadãos que se encontram constitucionalmente consagrados está bem presente no Despacho do PAR nº 182/VII (consultável no AHP) exarado no processo de inquérito sobre os serviços de informação (PJR nº 128/VII). 198

Publicado no Diário da República, II Série, nº 110, de 12-05-1994 199

No mesmo sentido, Gomes Canotilho e Vital Moreira, na anotação ao artigo 178º da Constituição, in Constituição da República Portuguesa Anotada, 3ª edição, Coimbra, 1993, pág. 720 expressam o entendimento de que “os poderes das comissões de inquérito têm um limite naqueles direitos

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Esta equiparação de poderes legalmente concedida às CPI para prossecução da

atividade de investigação decorrente do inquérito que está a realizar, reveste-se da

maior importância pois o seu exercício fica naturalmente sujeito às mesmas regras e

condições impostas aos juízes e que se encontram consagradas no Código de Processo

Penal200.

Assim, uma vez que ao avaliar factos as Comissões emitem juízos que podem

eventualmente envolver censura sobre determinado comportamento dos visados e

pôr em causa direitos individuais e interesses legítimos201, a estes deve-lhes ser

estritamente garantido, em nome do princípio do contraditório, o direito de audição,

de defesa e de até de não autoincriminação, o que permite aos depoentes ficar em

silêncio no seu testemunho perante a comissão. Também poderão guardar silêncio se

as informações solicitadas estiverem a coberto do segredo profissional.202

fundamentais dos cidadãos que, mesmo em investigação criminal, não podem ser afetados senão por decisão de um juiz”. 200

V. Jorge Miranda em artigo “Sobre as comissões parlamentares de inquérito”, Direito e Justiça, XIV (1), 2000, pág. 38. 201

A este propósito, cfr. Elvira Perales, Commisiones de Investigacion en el «Bundestag: Un Estudio de Jurisprudencia, Revista Española de Derecho Constitucional, ano 7, n.º 19 (1987), pp. 226 – 268, reportando-se ao direito alemão, diz serem as comissões de investigação órgãos parlamentares que se propõem «a clarificação do estado de coisas real mediante meios parlamentares, com o fim de obter uma valoração política. Daqui resulta, em primeiro lugar, que «os meios para obter a informação são meios parlamentares, o que significa, principalmente, que as comissões de investigação em nenhum caso desenvolvem uma tarefa de carácter judicial, uma vez que, por muito que o objeto de ambos os tipos de investigação coincida em numerosas ocasiões, as indagações dos tribunais e das comissões são feitas independentemente umas das outras e sem que as conclusões das comissões de investigação condicionem a decisão judicial (...). 202

Conforme se lê no Relatório Final (DAR II S, B, nº 39 de 11 agosto 1999, pág 376) respeitante ao IP nº 9/VII, do CDS «Constituição de uma comissão eventual de inquérito às denúncias de corrupção na Junta Autónoma das Estradas», dois dos depoentes recusaram-se a dar uma determinada informação. Através do PAR foi participada à PGR a ocorrência do crime de desobediência qualificada. A PGR ainda no decurso dos trabalhos da Comissão informou o arquivamento da participação relativamente a um dos depoentes por ter considerado que a sua conduta, por verificação de uma causa de exclusão da ilicitude e por inexistência de dolo, não configurava o crime de desobediência qualificada. A reação da Comissão foi de repúdio uma vez que a CPI se acha investida em autênticos poderes judiciais. Também remetido ao silêncio ficou o depoente Oliveira Costa, no âmbito do IP nº 8/X (sobre o BPN), que em requerimento lido perante os membros da CPI aduz (…) «o objeto do presente inquérito, ao incidir sobre a situação que levou à nacionalização do BPN e sobre a supervisão bancária inerente, implica que quaisquer questões que a esse propósito me sejam formuladas possam direta ou indiretamente interferir com o inquérito judicial em curso, em que tenho o estatuto de arguido (…).(cfr. ata da Comissão de 13-01-2009).

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2.7.1.4. Âmbito temporal

O excessivo prolongamento no tempo, como se retira dos dados atrás

mencionados a propósito do prazo de funcionamento das comissões, permite-nos

afirmar que, quando o relatório final vai a plenário, já se perdeu, em regra, o impacto

desejado e a eventual tomada de medidas, em tempo útil.

2.7.2. Funcionamento das CPI - Fatores externos

Os principais fatores externos, geralmente apontados como travão ao normal

funcionamento das CPI, dizem respeito à demora (ou mesmo bloqueio) relativamente

ao envio da documentação solicitada pela Comissão a entidades várias e à obstrução

no acesso a informações que a Comissão de Inquérito reputa de fundamentais para a

continuidade das investigações, mormente por parte das entidades judiciais, que no

caso português teve a sua maior expressão nos IP sobre a Tragédia de Camarate.

Os motivos aduzidos para impedir o acesso à informação residem, quase

sempre, na invocação do segredo de justiça, no segredo profissional, bancário ou até

comercial, aos quais a informação está eventualmente sujeita.

Esta é uma matéria que ao longo de anos foi sendo objeto de larga controvérsia

e que prejudicou gravemente os trabalhos de várias Comissões, culminando com um

pedido expresso feito à Assembleia por parte uma Comissão de Inquérito para

proceder à clarificação do Regime jurídico dos inquéritos parlamentares.

2.7.2.1. A colaboração das entidades exteriores

Com maior acuidade desde a IX Legislatura, foi sendo recorrente nas CPI de

objeto económico e financeiro, a invocação, por parte de diversas entidades

(nomeadamente, da área bancária e de supervisão), do dever de observância do

segredo profissional e bancário como forma de escusa para envio da documentação

solicitada, mesmo quando estas entidades eram confrontadas com a garantia de

preservação da confidencialidade prestada pelas Comissões203.

203

Esta situação atingiu o seu ponto crítico no IP nº 8/X («Constituição de uma Comissão Eventual de Inquérito parlamentar sobre a situação que levou à nacionalização do BPN - Banco Português de Negócios e sobre a supervisão bancária inerente»), constando do seu relatório final (DAR 152-II série-B

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Na verdade, decorre do prescrito na Lei que as Comissões Parlamentares de

Inquérito dispõem de autoridade própria para apreciarem a legitimidade da invocação

do sigilo e proceder ao respetivo levantamento204 e que constitui crime de

desobediência qualificada o não cumprimento de ordens legítimas de uma comissão

parlamentar de inquérito no exercício das suas funções.

É interessante compulsar os argumentos em que tais recusas se baseavam,

sobretudo os que defendiam o entendimento de não caber às CPI a apreciação da

legitimidade da escusa e a decisão sobre o levantamento do segredo, mas sim aos

tribunais. Esses argumentos constam de pareceres de insignes jurisconsultos205 que,

em suma, defendem que o poder de quebra do dever de sigilo é um ato materialmente

jurisdicional e, nessa medida, não pode ser subtraído aos tribunais, sob pena de

de 15 de Julho) uma recomendação dirigida à AR para clarificação da Lei dos Inquéritos Parlamentares (…)“No que diz respeito ao funcionamento das Comissões Parlamentares de Inquérito, designadamente, quanto à possibilidade de proceder ao levantamento de segredo profissional (independentemente da modalidade em que se apresente), afigura-se essencial proceder a uma clarificação …”. 204

A este respeito cumpre lembrar que o Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares prevê, no n.º 7 do seu artigo 13.º, que «a recusa de apresentação de documento ou de prestação de depoimento só se terá por justificada nos termos da lei processual penal» (aplica-se para o efeito, com as necessárias adaptações, o disposto nos artigos 135.º e 182.º do Código de Processo Penal). Ver, neste âmbito, o Parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República nº 56/1994, o qual, versando sobre a versão originária da Lei nº 5/93 concluiu que nos casos em que a escusa fosse legítima, podia a CPI suscitar a intervenção do Tribunal da Relação, o qual «decidirá da prestação de testemunho com quebra do segredo profissional». Vale a pena ter em atenção as declarações de voto de vencido dos Conselheiros António Lourenço Martins e José de Souto Moura, alegando o primeiro, entre outros fundamentos, que a aceitar-se a conclusão acima (…)não haveria motivos para impedir as comissões parlamentares de inquérito de solicitarem ao tribunal de Relação a passagem de mandatos de busca e de apreensão de objetos ou documentos, enfim, a autorização para realizarem escutas telefónicas….(…). Por outras razões que não as constantes nos votos de vencido, mas baseadas no princípio da separação de poderes entre órgãos de soberania, a AR, via CPI, teve alguma dificuldade em lançar mão desse mecanismo. A primeira vez que tal iniciativa foi encarada foi no seio do IP nº 8/X, conforme consta das respetivas atas. Não já sobre a invocação do segredo bancário, mas na presença do sigilo jornalístico utilizado como fundamento para a não cedência de conteúdos por parte da RTP, a X Comissão de Camarate, em deliberação tomada a 8-10-2013 requereu ao Tribunal da Relação de Lisboa a quebra do segredo e a entrega das gravações. O Tribunal da Relação, em Acórdão tirado a 29-01-2014, com fundamento na circunstância de que os factos que se viessem a apurar já não seriam passíveis de procedimento criminal, por efeito da prescrição, considerou procedente o requerimento da CPI e, em consequência determinou a entrega das imagens, com quebra do segredo profissional. A RTP interpôs recurso para o STJ que, por decisão singular de 14 de Outubro de 2014, proferida pelo Conselheiro José Souto Moura, rejeitou o recurso interposto por considerar irrecorrível a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, valendo-se, para tanto, do entendimento anteriormente perfilhado no acórdão de 6.12.2007 (Proc. 3215/07) sobre a questão do levantamento do sigilo bancário” (cfr. anexos ao Relatório Final da Comissão, publicado em DAR II S-B, nº 56, de 1 de julho de 2015). 205

Pareceres emitidos em 2009, a pedido do Banco de Portugal, pelo Prof. Doutor Sérvulo Correia e pelo Prof. Doutor Germano Marques da Silva e que se encontram anexados ao Relatório Final do IP nº 8/X já atrás citado.

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inconstitucionalidade, dado que as CPI têm poderes políticos e poderes de

investigação, mas não têm poderes reservados pela Constituição aos Tribunais.

Em sentido contrário, há que destacar o parecer do Prof. Doutor Nuno

Piçarra206, especialista em matéria de Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares,

que entende disporem as Comissões Parlamentares de Inquérito de autoridade própria

para proceder à apreciação da legitimidade da invocação de sigilo profissional que

perante as mesmas seja feita e para proceder ao respetivo levantamento.

2.7.2.2. O relacionamento das CPI com os Tribunais

Sendo diferente a natureza e a atividade prosseguida pelas Comissões de

Inquérito e pelos Tribunais207, diferença subjacente à possibilidade, legalmente

consagrada, da existência de “inquérito paralelo”208, permitindo que simultaneamente

os mesmos factos sejam investigados por uma CPI para efeitos de fiscalização política e

pelo Ministério Público para efeitos penais, a verdade é que o relacionamento de umas

e outros nem sempre correu da melhor forma.

Os problemas tomaram uma dimensão apreciável no âmbito das Comissões de

Inquérito à Tragédia de Camarate. Primeiro o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de

Loures e posteriormente o TIC de Lisboa, foram recusando o fornecimento de

informação aduzindo que o processo que corria os seus termos em tribunal se

206 Igualmente em anexo ao RF do IP nº 8/X. Este parecer foi muito relevante no desenrolar dos

trabalhos do IP nº 2/XII («Comissão de Inquérito parlamentar ao processo de nacionalização, gestão e alienação do Banco Português de Negócios, S.A.») tendo a CPI deliberado, com base no mesmo e entendendo face aos interesses em presença e segundo o princípio da prevalência do interesse público preponderante que o apuramento da verdade dos factos deveria prevalecer, o levantamento do segredo profissional junto do Banco de Portugal e consequente envio de documentos. Essa deliberação foi pela primeira vez acatada (v. DAR II S-B, nº 66, de 22.12.2012) e constituiu um valioso precedente para a prossecução do IP nº 9/XII sobre o BES, na qual, porém, se voltaram a repetir os mesmos problemas no início dos trabalhos e que mais tarde foram ultrapassados. 207

Neste sentido Acórdão do TC nº 195/94, de 1 de Março. Cfr. igualmente texto do agora Conselheiro do STJ, Carlos Lopes do Rego, “Inquéritos parlamentares e processo penal: constitucionalidade das soluções constantes da Lei nº 5/93, de 1 de Março (Lei dos inquéritos parlamentares)”, Revista do Ministério Público, Ano 14º, nº 56, 1993, pág. 129 (…) as finalidades e objetivos de um inquérito parlamentar e de um processo judicial são radicalmente diversos, mesmo quando incidam sobre matérias ou temas comuns, não se traduzindo as diligências e a elaboração do relatório parlamentar no exercício de uma atividade materialmente jurisdicional, nem consistindo as averiguações parlamentares na realização de uma atividade de instrução criminal (…). 208

Cfr. artigo 5º nº 2 do Regime jurídico dos inquéritos parlamentares.

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encontrava em segredo de justiça.209 Na V Comissão a Camarate o problema

avolumou-se, pois a recusa do Tribunal passou a fundamentar-se na

inconstitucionalidade orgânica da própria Resolução que criara a Comissão.210

Ouvida a Comissão de Assuntos Constitucionais foi deliberado suscitar junto do

TC, em sede de fiscalização sucessiva abstrata, a questão da constitucionalidade de

alguns preceitos da Lei dos Inquéritos Parlamentares bem como da Resolução da AR

que corporizava o pedido de IP. Na sua sequência foi extraído o Acórdão do TC nº

195/94, ao qual se tem feita profusa referência e que, de forma clara, reportando-se à

natureza e poderes das CPI e à figura do inquérito paralelo diz “…aquela norma [artigo

5º nº 2] não implica a invasão por parte das comissões parlamentares de inquérito do

núcleo essencial da competência jurisdicional dos tribunais em matéria penal...”.

Dissipadas as desconfianças no “intrometimento” das CPI na esfera judicial,

pode afirmar-se, atento o acervo de documentação pesquisada, que não existem

escolhos de maior no relacionamento entre os dois órgãos, fluindo com a normalidade

desejada.

Pelo contrário, houve, pelo menos uma vez - na sequência do envio (pelo

Tribunal) de informação solicitada ao abrigo de faculdades potestativas – em que o

Presidente da Comissão, em Despacho ratificado pela maioria dos demais membros da

Mesa, não permitiu a junção dessa informação no Relatório da Comissão, nem tão

pouco a sua divulgação211.

209

V. Relatório Final da IV Comissão de Camarate, publicado na edição da Assembleia da República, 2005, com o título Camarate – Relatórios finais das Comissões Parlamentares de Inquérito. Segundo o mesmo, o documento pretendido pela CPI só chegou à Assembleia da República, muito tempo depois do solicitado e após diligências aturadas entre o PAR e o PGR. Esta situação veio a repetir-se na V Comissão de Camarate (RF in op. cit.) e obrigou, inclusive, ao arrastamento dos trabalhos, que foram suspensos por mais de um ano e meio. 210

O entendimento do Tribunal parece não ser indissociável do alargamento operado no objeto do inquérito, que passou a abarcar o apuramento, direto e cabal da verdade material, isto é das causas e circunstâncias da tragédia. 211

Cfr. Despacho do Presidente da CPI, de 19 de maio de 2010 (IP nº 4/XI sobre a relação do Estado com a Comunicação Social e, nomeadamente, a atuação do Governo na compra da TVI) que faz parte integrante do RF publicado em DAR II S-B, nº 163, de 8 de julho de 2010. A informação recebida dizia respeito a resumos de escutas telefónicas efetuadas no âmbito do processo «Face Oculta» que corria os seus termos em Tribunal, sendo entendimento do Presidente que não podendo as CPI ordenar escutas, também não podiam aceder e utilizar o resultado dessas escutas. Vale a pena respigar algumas partes da Declaração de voto então entregue pelo coordenador do PSD, na CPI, Deputado Pacheco Pereira:(…)O objetivo de uma CPI é a procura da verdade política,…com o sentido de, em primeiro lugar, identificar as responsabilidades políticas.(…) É por isso que a avaliação de responsabilidade em

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2.2.7.3. O Relatório Final e suas consequências

Não existindo no sistema vigente (sobre Comissões Parlamentares de Inquérito

na III República) a materialização do apuramento das responsabilidades políticas212

através de mecanismos constitucionalmente consagrados como a moção de censura

ou a moção de confiança, seja de outros que tivessem vindo a ser estabelecidos, como

a perda de mandato ou a fixação de inelegibilidade temporal para cargos eletivos, as

consequências mais percetíveis respeitam ao envio do processo de inquérito à

Procuradoria-Geral da República, para eventual averiguação da responsabilidade civil

ou criminal de quem possa ter cometido ou praticado atos ilegais ou irregulares e aos

projetos de resolução que geralmente acompanham os relatórios finais, as mais das

vezes relativos ao pedido de disponibilização de acervo documental da CPI,

nomeadamente, as atas e transcrições de depoimentos.

democracia está num nível distinto do julgamento da sua legalidade, porque os factos podem não ter a sanção da lei, mas podem, mesmo assim, ser de todo incompatíveis com as práticas de um estado democrático (…) (…)Não cabe à CPI julgar das consequências políticas que alguém possa tirar das suas conclusões. A CPI não deve condicionar o seu julgamento ou moldar os factos àquelas consequências, nem pode depender de critérios jornalísticos de “novidade”. Deve apenas procurar a verdade e apontar as responsabilidades decorrentes do que foi apurado. O que aconteceu, aconteceu, e o objeto de uma CPI é inquirir sobre o que aconteceu e relatá-lo ao Parlamento e aos portugueses (sublinhado do próprio). Sob o título «Uma CPI que se auto-mutilou na procura da verdade», mais refere o Deputado Pacheco Pereira (…) A decisão da mesa impedindo a utilização de todos os materiais enviados à CPI na prossecução da verdade dos factos, foi abusiva e intempestiva e feriu a possibilidade de a CPI chegar às conclusões….(…). Sobre a fundamentação contida no Despacho do Presidente da CPI ver, também, o entendimento do Prof. Dr. Nuno Piçarra. Refere o autor que segundo o Acórdão do TC nº 195/94 “(…) só em casos excecionais é que os tribunais poderão desrespeitar aquele dever de coadjuvação. Isso apenas poderá suceder quando o envio de tais documentos e outros meios de prova puser em causa o núcleo essencial das funções constitucionais do tribunal, ou quando a disponibilização dos mesmos implicar a violação dos direitos fundamentais das pessoas por ele visadas.” No caso em apreço, como acentua Nuno Piçarra, tal ponderação levou o competente juiz a transmitir os resumos das escutas, com as devidas salvaguardas. (…) «Seria por conseguinte absurdo que a CPI – que goza de poderes de investigação próprios das autoridades judiciais – num lamentável exercício de «auto-apoucamento» renunciasse agora ao acesso a tais resumos (…)(v. http://www.fd.unl.pt/Anexos/3315_2.pdf ). 212

V. declaração de voto do Deputado Vera jardim (PS) no Relatório Final do IP nº 27/VI («Inquérito parlamentar sobre a eventual responsabilidade do Governo na prestação de serviços pelas OGMA à Força Aérea Angolana com a ampliação do objecto a que se refere a Resolução nº 15/95, de 20 de Março»), publicada no DAR II S-B, nº 34, 16 junho 1995, pág. 197 (…)A responsabilidade política não se mede nos mesmos termos da responsabilidade jurídica, ou seja, pela existência de culpa por parte dos responsáveis políticos.(…) Mede-se, sim, pelo apuramento em cada caso em face de factos e circunstâncias objetivos, dos quais se poderá retirar um dever de ter agido ou ter tido conhecimento de ações ou omissões ocorridas no âmbito dos seus Ministérios. Trata-se de uma responsabilidade objetiva, sem necessidade de existência de culpa no comportamento. Bem se poderá dizer que a responsabilidade política é uma responsabilidade pelo risco do que se passa ou omite nos departamentos sob a tutela do responsável (…).

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Das 66 CPI realizadas, e conforme se observa nas tabelas constante dos anexos

XII e XIII, numa percentagem que se fixa em 33, 33% dos casos, foi dado conhecimento

do inquérito à PGR ou até a Tribunais213 214, percentagem esta que se encontra

naturalmente relacionada com o objeto do IP; em 37,87%215 de casos, em

concomitância ou não, houve apresentação de projetos de Resolução.

Verifica-se, também, nos dados que se encontram em anexo, que o objeto do

Inquérito e a consequente atividade investigativa levada a efeito pela CPI, reflete-se no

maior número de envios ao PGR, como aconteceu na VI e XII Legislaturas.

Por ser indiscutível não caber às CPI punir ou fixar sanções, há autores que

questionam o seu enquadramento no conceito de accountability horizontal, enquanto

atividade de controlo exercida por órgãos que, possuindo autoridade legal, estão

interessadas e habilitadas para empreender ações de supervisão com prerrogativas

para estabelecer sanções em relação a ações ou omissões de outros órgãos do

Estado.216 Assim, se se atentar apenas no poder de aplicar sanções, tal conduziria, in

extremis, ao entendimento de que apenas o Poder Judicial preenche o conceito.

Relativamente a Portugal e certamente em muitos outros países é difícil fazer

uma avaliação dos resultados e relatórios finais das Comissões de Inquérito, com

213

Ver conclusão CPI Camarate 214

Na sequência das conclusões e recomendações expressas no RF atinente ao IP nº 1/XI («Comissão Eventual de Inquérito parlamentar à actuação do Governo em relação à Fundação para as Comunicações Móveis») o processo de inquérito foi enviado ao Tribunal de Contas e à Comissão Europeia, Direção-Geral da Concorrência. 215

A percentagem apresentada respeita apenas aos projetos de resolução, insítos nas conclusões e aprovados em Plenário aquando da apreciação do Relatório Final, pelo que não reflete, na decorrência de um IP, outros PJR submetidos a votação. Vejam-se, p. ex.,os PJR nºs 33/V, do PCP (prorrogação do prazo da CPI) e 36/V, do PS (pedido de reabertura do processo), apresentados no âmbito do IP nº 4 («Inquérito parlamentar para apreciação das formas de que se revestiram o lançamento e o desenvolvimento de iniciativas suscetíveis de comparticipação do Fundo Social Europeu»), na sequência da votação do RF (15 votos da maioria PSD e ausência dos demais partidos com assento na Comissão). De realçar, por outro lado, terem sido apresentados PJR pelos partidos que votaram contra o RF – p.ex. PJR nº s 38/V, do PCP e 39/V, do CDS, entregues na sequência da aprovação, só com os votos da maioria, do IP nº 14 («Constituição eventual de inquérito com vista a apurar em toda a extensão a conduta dos serviços oficiais, designadamente da administração fiscal, intervenientes no processo de aquisição pelo Ministro das Finanças de apartamentos no edifício Amoreiras e na rua de Francisco Stromp, em Lisboa, por forma a determinar as condições em que esses negócios foram celebrados, os actos e omissões praticados pelos serviços no tocante à aplicação das normas legais proibitivas de simulação de preços e evasão fiscal, bem como as condições em que o Ministro das Finanças fez uso, para fins alheios aqueles a que se destinam, de veículos e pessoas da guarda fiscal») 216

Para a definição v. artigos de Guillermo O’Donnell, Delegative Democracy, Journal of Democracy, vol.5, nº 1, Washington, pág. 55-69, 1994 e Horizontal accountability in new democracies, Journal of Democracy, vol.9, nº 3, pág 112-126, july 1998ª.

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destaque, para os processos enviados à PGR. Na verdade, não parece que haja alguma

prática no sentido do acompanhamento das eventuais providências tomadas a

posteriori. Não existe da parte da Assembleia da República e, que se saiba, por parte

do Ministério Público e dos Tribunais. Apenas há notícia de que vários dos processos

de inquérito à Tragédia de Camarate (respeitantes às I, II, III, IV e V Comissões) foram

tidos em consideração e, na sequência dos mesmos, foi ordenada a abertura de

instrução preparatória.217

Apesar de o Tribunal Constitucional, no aresto nº 195/94, ter deixado bem

vincado sobre o valor probatório dos elementos recolhidos pelas Comissões de

Inquérito (…) não podendo as provas documentais e não documentais obtidas por uma

CPI ser utilizadas na instrução judicial nem os resultados podem ser invocados em

favor ou em prejuízo dos sujeitos em relação aos quais não tenha sido ou venha

posteriormente a ser instaurado um processo penal (…) não repugna pensar que o

material dos inquéritos extrajudiciais seja tido em consideração, tanto mais que em

muitos dos inquéritos realizados corria, em concomitância, um inquérito paralelo na

justiça.

2.8. Custos das CPI

Prescreve o Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares (Lei nº 5/93), no

artigo 18º nº 2, sob a epígrafe “Encargos” que “as despesas de deslocação, bem como

a eventual indemnização que, a pedido do convocado, for fixada pelo presidente da

comissão, são pagas por conta do orçamento da Assembleia da República. Igualmente

suportada pela AR, conforme contemplado no nº 7 do artigo 16º do mesmo diploma

será a eventual requisição e contratação de especialistas para coadjuvar as comissões

no seu trabalho.

217

V. Despacho final do Ministério Público, TIC de Lisboa, Processo 1020/90, 3º Juízo de instrução criminal, incluído no espólio da VI Comissão – volume IV-A, Cx 39. No referido Despacho e não obstante a abertura de instrução pode ler-se (…)a análise da prova indiciária incluirá obviamente os inquéritos não judiciais (IP) juntos aos autos. Importa não ignorar que tais inquéritos não foram conduzidos por autoridade judiciária, não obedeceram em grande medida às normas que disciplinam a matéria de aquisição das provas em processo penal e tiveram objetivos distintos da finalidade específica do processo penal. (..)são simples …meios probatórios de caráter documental (sublinhado nosso). O TIC de Loures (volume V –VI CPI –Cx 39) também havia expresso entendimento similar sublinhando (…)Ainda quando a obtenção do material probatório, por uma CPI, tenha observado as regras e os princípios do processo penal, não se pode olvidar que aqueles elementos probatórios são o resultado da atividade de um órgão político, movido por finalidades políticas. (sublinhado nosso).

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As CPI em Portugal não têm por norma elaborar qualquer estimativa atempada

de custos, face ao seu programa de trabalho, às exigências técnicas aliadas ao objeto

do IP e aos depoimentos que pretendem fazer.

Em termos de inscrição orçamental, as verbas destinadas às CPI encontram-se

inscritas no orçamento de funcionamento da AR, em despesas correntes, à

semelhança do acontece com as despesas de qualquer outra Comissão Parlamentar.

Face à natureza e à exigência técnica dos trabalhos que foram levados a efeito

no âmbito das Comissões de Inquérito à Tragédia de Camarate, só para estas CPI é

possível apresentar um mapa de custos, o qual se encontra no anexo XIV ao presente

trabalho. A prossecução do objeto e finalidades a que se propuseram as dez Comissões

de Camarate levaram a um dispêndio na ordem de 1.327.751,95 €.

3. As CPI numa breve perspetiva comparada

3.1. Linhas gerais

O contorno jurídico e a forma de atuação das Comissões Parlamentares de

Inquérito encontram-se, de certo modo condicionadas, ao sistema político adotado.

Nos regimes presidencialistas, as CPI tendem a seguir uma atuação com elevado grau

de autonomia, como acontece nos Estados Unidos da América,218 e nos regimes com

218

A 1ª Comissão de Investigação nos EUA teve lugar em 1791. Estas Comissões são criadas no âmbito do Congresso ou da Câmara de Representantes e cumprem, entre outras , a função de “watchdog”, isto é, cão de guarda sobre as atuações do governo e seus programas. As CI são, em regra, coadjuvadas por um elevado número de pessoal de apoio (p.ex. na Comissão Watergate havia 64 membros do pessoal de apoio onde se incluíam advogados, especialistas em direito internacional, especialistas em finanças e jornalistas). É no capítulo das audições que o sistema norte-americano mais se distancia do sistema continental. A comparência de depoentes continua a ser uma área sensível na doutrina americana, discutindo-se se trata de uma faculdade ou de uma obrigação. Na verdade, não é o chamar um cidadão ou um funcionário que suscita dúvidas, é sim a comparência destes com garantias uma vez que nem o Congresso, nem a Câmara de Representantes são tribunais. Nesse sentido, para as audições, é necessário reunir um quórum mínimo de membros. O depoente normalmente vai acompanhado de advogado e caso se saiba que do depoimento serão colocados em causa terceiros, a sessão é à porta fechada. No Congresso há uma variante de peso: um depoente pode apresentar perguntas por escrito para que sejam colocadas a outro depoente, mas isso sem que os testemunhos possam ser usados em processo-crime no campo da difamação ou perjúrio. V. Cecília Mora Donnato, curso taller Trabajo en Comisiones Parlamentarias en la Cámara de Diputados, Biblioteca do Congresso, México, maio 2003, acessível em http://www.diputados.gob.mx/sedia/sia/dir/COORD-ISS-11-03.pdf

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incidência parlamentar são tidas como instrumentos de controlo e fiscalização do

governo.

Da análise feita a estudos mandados realizar pelo Parlamento Europeu219, bem

como a inquéritos feitos, através do Centro Europeu de Pesquisa Parlamentar e

Documentação (CERDP)220, junto de Parlamentos da União Europeia e outros, pode

concluir-se que o regime das Comissões Parlamentares de inquérito é muito similar ao

modelo português, embora haja especificidades a realçar, quer a nível da legislação,

quer a nível de implementação.

Assim, no que concerne ao quadro legal, este passa, na larga maioria dos casos,

pela consagração do instituto do IP na Constituição (com exceção do Reino Unido,

Irlanda, Suécia e Malta) e ainda pelo Regimento/Regulamento do Parlamento221 e por

lei ordinária.

Também se pode afirmar ser a mesma a finalidade das CPI em quase todos os

países ao colocar o acento tónico na fiscalização da ação do Governo e da

Administração, acrescendo em alguns outros países, como Portugal, a vigilância pelo

cumprimento da Constituição e das leis.

No tocante aos poderes das CPI verifica-se que é denominador comum da

amostra de países em causa terem as Comissões de inquérito poderes similares aos

das autoridades judiciais (p.ex. Áustria, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha e Itália).

Noutros países, as competências estão limitadas ou são idênticas às das comissões

permanentes (Irlanda, Finlândia e Espanha, entre outros) e outros países existem,

como a Eslováquia, Irlanda e Chipre, em que as competências de inquérito são

prosseguidas pelas comissões permanentes.

Na maioria dos casos, em maior ou menor grau, as CPI podem:

Requerer depoimentos orais

Requerer ou confiscar documentos

219

Wilhelm Lehmann, Parliamentary committees of inquiry in national systems: a comparative survey of EU Member States, Directorate General for internal policies, PE462.427, 2010 220

ECPRD Request 1867, Parliamentary Inquiry, maio 2012 221

No Reino Unido e na Irlanda a base legal consta apenas do Regulamento das Câmaras Parlamentares.

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Requerer a realização de inquéritos extravasando matérias da

competência do Parlamento

Regra geral existem sanções para a não comparência de testemunhas ou para a

não entrega de documentos, sendo que nalguns casos a coercibilidade para tanto é

obtida através de ordem judicial.

Tendo como objetivo primacial o apuramento da responsabilidade política,

existem outras ordens jurídicas que, a exemplo de Portugal, permitem o “inquérito

paralelo”. São o caso da Áustria, Bélgica, Grécia, Itália e Espanha (ambas as Câmaras) e

Holanda. A França, a Alemanha e a Irlanda e o Reino-Unido integram o lote de países

onde por norma não são constituídas comissões cujo objeto esteja a ser alvo de

qualquer tipo de procedimento judicial.

Quanto ao relacionamento com os Tribunais, sobretudo no que toca à

documentação solicitada, os estudos apontam, na generalidade dos casos, para uma

resposta afirmativa por parte dos órgãos judiciais, (p. ex. na Áustria, Bélgica, Finlândia

e Itália). Em França. Irlanda, Grécia e Holanda não há cooperação entre as CPI e os

Tribunais, isto é, os dois corpos funcionam sem qualquer interação. É interessante

destacar que num conjunto de países (Áustria, Bélgica, Finlândia, Itália) os tribunais e

as entidades administrativas são obrigadas a dar apoio à CPI, quer do ponto de vista

legal, quer administrativo.

No que respeita à publicidade dos trabalhos, as audições e depoimentos são

geralmente públicos (Alemanha, Luxemburgo). Contudo, as deliberações, em alguns

países (Alemanha e Áustria) são tomadas à porta fechada.

Quanto ao período de funcionamento, existem países que fixam prazos rígidos

(França) e outros que têm prazos muito dilatados (Itália)222.

No final é elaborado um Relatório, do qual é dado conhecimento público. Não

tem efeitos legais mas sim políticos, o que não inviabiliza a sua remessa às entidades

judiciais, para eventual apuramento das responsabilidades civis ou criminais que ao

caso couber.

222

Em Itália, as CPI criadas por lei podem funcionar com prazos muito dilatados e que chegam a ultrapassar a legislatura. V. Rosario García Mahamut, Las Comisiones Parlamentarias de Investigación en el Derecho Constitucional Español, McGraw-Hill, Madrid, 1996, págs. 61-82.

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3.2. Especificidades

3.2.1. Consagração Legal

No conjunto dos 23 países223 que responderam ao inquérito nº 1867,

despoletado pela Eslovénia, e coordenado pelo CERDP, a Eslováquia é o único país

onde não há qualquer tipo de previsão que permita a criação de comissões de

inquérito.

Da ausência total do instituto se afasta o Chipre onde, apesar de não existirem

CPI na Câmara dos Representantes reguladas enquanto tal, é possível criar uma

comissão ad-hoc para apreciar em profundidade um determinado assunto. O

Parlamento finlandês também não prevê Comissões de Inquérito224, circunstância que

não obsta, quando necessário, à criação de comissões eventuais para averiguação de

certos assuntos.

Já a Suécia e o Reino Unido têm uma característica sui generis, pois é o

Governo, e não o Parlamento, que tem poder para constituir uma CPI ou um grupo

especial para investigar um certo assunto, sendo tais inquéritos normalmente

conduzidos por um juiz.

3.2.2. A iniciativa do inquérito

A análise das amostras contidas no estudo e inquérito a que se tem feito

referência mostra que, na larga maioria dos países, a iniciativa do IP cabe aos

deputados. Existem, contudo, algumas particularidades dignas de menção: na Bélgica a

proposta de inquérito segue o mesmo processo de uma iniciativa legislativa: é

apreciada na generalidade no Plenário, em seguida baixa à Comissão competente em

razão da matéria, onde é discutida e aprovada, subindo a final a Plenário para votação

global; na Bulgária prevê-se, para além dos Deputados, que o Presidente da

223

Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Letónia, Lituânia, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia e Suécia. 224

De acordo com o Memorando de 9-12-2011, do Eduskunta (Parlamento da Finlândia) existe uma “Audit Committee” cuja competência é a de fiscalizar a legalidade e regularidade concernente às finanças públicas e orçamento. Contudo, apesar de ter características comuns às CPI. Nomeadamente, a obrigatoriedade de receber a informação solicitada não é uma CPI.

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Assembleia Nacional acione de per si um IP; em França os requerimentos de inquérito

são votados por Resolução. A oposição e cada Grupo Parlamentar minoritário pode

requerer, na Conferência de Presidentes, uma vez por sessão legislativa, o

agendamento de um debate com vista à constituição de uma CPI; na Grécia a

Resolução que cria uma CPI tem que ser aprovada por 1/5 do número total de

Deputados. No entanto, se a matéria respeitar à área dos Negócios Estrangeiros ou da

Defesa225 tal Resolução carece de aprovação por maioria absoluta; em Itália a criação

de uma CPI pode ser por ato unicamaral, bicamaral ou por lei. É comum as duas

Câmaras juntarem-se quando o objeto do inquérito é idêntico.

3.2.3. Poderes das CPI

No estudo mais alargado do PE pode concluir-se que, a exemplo das comissões

permanentes, as CPI têm, à partida, os necessários poderes para requerer informação,

sob a forma escrita e oral.

Contudo, nem sempre é claro, para quem não conhece a prática parlamentar

desses países, aferir se as comissões de inquérito têm poderes investigativos análogos

aos das autoridades judiciais. Grosso modo, países como a Bulgária, Chipre, Eslováquia,

Estónia, Finlândia, Hungria, Letónia e Suécia atêm-se ao direito de audição e à

solicitação de informação junto de entidades públicas e/ou privadas. Outros países

apresentam soluções legais próximas da portuguesa e, nesse sentido, os poderes

investigativos aproximam-se das autoridades judiciais. O Gráfico abaixo mostra a

proporção entre os países cujas CPI têm poderes análogos aos dos Tribunais (PAT) e as

que não têm esses poderes análogos (NPAT):

Figura 11 – Poderes das CPI no direito comparado

225

Na Alemanha, a Comissão Parlamentar de Defesa tem o direito de se “auto-constituir” como CPI a qualquer momento, com a finalidade de assegurar e efetivo escrutínio parlamentar sobre as forças armadas.

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Existem regimes com características específicas, revestindo as CPI poderes

muito especiais. Citem-se, para o efeito, o Luxemburgo onde os poderes atribuídos à

CPI assim como ao respetivo Presidente são os mesmos de um juiz de instrução

criminal, não podendo ser delegados (se tal for necessário, só podem ser efetivados

por um membro do Supremo Tribunal de Justiça); a Holanda, onde as testemunhas

têm a obrigação de comparecer perante a Comissão e esta tem o direito de as ouvir

sob juramento e de fazer buscas em qualquer ponto do território, mesmo sem o

consentimento dos proprietários; e a Lituânia, que reconduz a figura do inquérito ao

processo de impeachment. Neste último país, a lista de personalidades suscetíveis de

ser abarcadas nesse processo consta da Lei Fundamental e o Parlamento (Seimas),

quando preenchidos os itens subjacentes a um pedido de impeachment, constitui uma

Comissão Especial de Investigação.226

No âmbito dos poderes das Comissões, designadamente no respeitante aos

depoimentos, em geral não se retira dos respetivos quadros legais a existência de

disposição atinente à proteção de testemunhas ou à concessão de eventuais garantias

em caso de autoincriminação. No entanto, como acontece em Portugal e na Alemanha,

a circunstância da Lei dos Inquéritos Parlamentares remeter para as normas do Código

de Processo Penal significa que a audição dos depoentes segue as mesmas regras e

tem as mesmas garantias. Caso especial é o do sistema italiano que prevê para aqueles

que prestem especial colaboração às autoridades judiciais em casos de terrorismo ou

de crime organizado227 o direito a uma redução da pena. Este princípio é extensível às

testemunhas que compareçam perante uma CPI.228

226

V. artigos 231º e 232º do Estatuto do Seimas (http://www3.lrs.lt/pls/inter/dokpaieska.showdoc_e?p_id=389585). 227

Refira-se, por curiosidade, que a primeira Comissão de Inquérito sobre a atuação da mafia na Sicília e a sociedade siciliana foi aprovada no Parlamento Italiano em 1874 e que os seus membros (9 Deputados) percorreram a Sicília, entre 1875-1876, para realizar interrogatórios, utilizando para o efeito as instalações das câmaras municipais, e recolher in loco os depoimentos (estes acontecimentos encontram-se narrados na publicação de John Dickie, Cosa Nostra – História da Mafia Siciliana, Lisboa, Edições 70, 2010, capítulo «Um instrumento do Governo Local», págs 89-100. 228

Cfr. Relatório elaborado por Demaree Raval, “Position of witness before parliamentary committees”, Constitutional and Parliamentary Information, 173, 1997, págs 24-54

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CONCLUSÃO

Da abordagem a que procedemos sobre o instituto do Inquérito Parlamentar

(IP) e das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), em particular quanto à

utilização deste instrumento de controlo parlamentar e de fiscalização política no

Portugal democrático, período 1976-2015, é possível extrair algumas conclusões:

Assim, a complexidade, tecnicidade e sofisticação dos assuntos com que lida o

Estado contemporâneo obriga à existência de instrumentos fortes e eficientes de

controlo do poder.

Em Portugal, os mecanismos para prossecução da função de controlo e

fiscalização parlamentar sobre a atuação do Governo e da Administração dele

dependente sofreram várias oscilações ao longo da história do constitucionalismo,

derivadas dos diferentes contextos (temporais e políticos) em que foram elaboradas e

aprovadas as normas respetivas.

Concretamente, sobre o instituto do Inquérito Parlamentar, há um primeiro

afloramento da figura na Constituição de 1822, mas a consagração constitucional só

teve lugar em 1838, já que em 1911 apenas foi contemplada no Regimento aplicável à

Câmara dos Deputados.

Relativamente à Constituição de 1933, a figura do Inquérito Parlamentar não

mereceu acolhimento inicial, tendo-lhe sido aditado em 1945 por razões de mero

oportunismo político. Por fim, a Constituição de 1976 também não consagrou de

forma autónoma o IP, fazendo-lhe apenas uma referência indireta no capítulo

dedicado à organização e funcionamento da Assembleia da República (AR).

O enfoque do IP começou por assentar mais na perspetiva da organização

interna do Parlamento do que como instrumento de controlo político. Vivia-se um

período de transição democrática. A Lei nº 43/77 foi a primeira a estabelecer o regime

jurídico das comissões parlamentares de inquérito. Como características gerais, as CPI

eram criadas por Resolução da Assembleia da República, o pedido e objeto eram

discutidos e submetidos a votação plenária, a sua composição correspondia à relação

de votos dos partidos com assento parlamentar, as reuniões eram à porta fechada e

qualquer decisão tomada no seu seio tinha que ser objeto de votação.

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Apesar das imperfeições materiais detetadas no seu funcionamento, é

indubitável a importância das Comissões Parlamentares de Inquérito enquanto

instrumento de fiscalização política dos atos do Governo e da Administração Pública e

de vigilância pelo estrito cumprimento da Constituição e das leis.

Nessa altura, e como demonstram os resultados da pesquisa efetuada, a

maioria parlamentar ficava com o controlo absoluto sobre o processo de inquérito,

desde a fase do pedido ao funcionamento, obstaculizando os requerimentos com vista

à recolha de documentação ou de depoimentos presenciais e até aos resultados, fruto

do seu exclusivo juízo.

Tornou-se patente que nessa conjuntura, de transição e consolidação

democráticas, o controlo parlamentar do Governo aparecia em boa parte desviado

pela vontade da maioria parlamentar e era acionado pela oposição, que a dada altura

parecia ter banalizado o recurso ao inquérito. Mas o tipo de Parlamento da altura - o

Parlamento arena - assim o exigia.

Com a revisão constitucional de 1982, foram aumentados os poderes da

Assembleia da República no campo da fiscalização política e, em consequência, foi o

instituto do IP objeto de aprofundamento, traduzido, sobretudo, na consagração do

direito potestativo para constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

Pretendia-se, fundamentalmente, ampliar os meios colocados à disposição das

minorias para o supervisionamento da ação do Executivo.

Apesar da ausência de regulamentação - só viria a ter lugar em 1993, através da

Lei nº 5/93 - tal circunstância nunca foi impeditiva do recurso ao direito potestativo.

Contudo, os dados recolhidos evidenciam uma pequena percentagem quanto à

utilização de tal faculdade, mesmo depois de alterações introduzidas em 1997 e,

especialmente, em 2007, as quais vieram reforçar ainda mais o exercício de um tal

direito [até esta data a prescrição do direito potestativo não afastava por si só o

predomínio dos Grupos Parlamentares maioritários].

A presença de uma maioria absoluta de um só partido, com as eleições de

1987, originou um novo ciclo no modo de funcionamento da AR, através,

nomeadamente, do desenvolvimento de meios complementares para fiscalizar o

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governo e a administração pública. Paulatinamente, iam sendo abandonadas pelo

partido maioritário as atitudes de obstrução e de esvaziamento dos inquéritos. O

número de IP da V e VI Legislaturas falam por si.

Compulsados os elementos respeitantes às 66 Comissões de Inquérito que

tiveram um início e um fim (evidenciando que, à partida, cumpriram o desiderato para

que foram criadas), verifica-se que a sua linha evolutiva acompanhou o

amadurecimento democrático.

Essa evolução, porém, em nossa opinião, não deve parar. Os dados recolhidos,

constantes dos anexos, dão a conhecer, de forma tão detalhada quanto possível, o

funcionamento, o objeto, a finalidade e os resultados das CPI e, nesse sentido, devem

ser objeto de análise e reflexão por quem de direito, tanto mais que existem zonas de

maior fragilidade, decorrentes de fatores internos e externos que se fazem sentir

quanto ao seu funcionamento.

De entre os fatores internos assumem relevância a conduta dos próprios

membros das comissões, a regra da publicidade, sem regras, a coincidência entre

partido maioritário e relator e a preocupação de não beliscar o Governo que se apoia.

Como fatores externos mais condicionantes aponta-se o relacionamento com

as autoridades judiciais - em particular, no que toca ao segredo de justiça - e o recurso

utilizado por outras entidades no sentido da evocação do segredo profissional.

No cômputo geral, é difícil afirmar se tem havido sucesso ou insucesso das CPI,

se o trabalho investigativo levado a efeito foi ou não eficaz e se os resultados são

credíveis e como tal percebidos pelo cidadão.

Como alguém referiu “a perfeição é inatingível, mas se focarmos na perfeição

podemos atingir a excelência”. O Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares pode e

deve ser revisitado. Mais independência e responsabilização individual dos deputados

nas CPI, mais isenção e apartidarismo na elaboração do Relatório Final e nas respetivas

conclusões, e monitorização dos resultados por parte da Assembleia podem ser

algumas das matérias a ponderar para aperfeiçoamento do atual modelo das

Comissões Parlamentares de Inquérito.

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1. Publicações Periódicas Diário da Assembleia da República, Lisboa, 1976-2015 Diário da República, Lisboa, 1976-2015 2. Regimentos Regimento da Assembleia da República, publicado no Diário da Assembleia da República (DAR), de 31 de Julho de 1976, Suplemento ao nº 16. Regimento da Assembleia da República e Estatuto dos Deputados, Lei Orgânica da Assembleia da República, Regulamento do Conselho Administrativo, Estatuto do Provedor

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de Justiça, Serviço do Provedor de Justiça, Conselhos de Informação, Regimento dos Conselhos de Informação, Conselho Nacional do Plano, 1978, impressão Imprensa Nacional – Casa da Moeda, Assembleia da República Regimento e Legislação Interna da Assembleia, Assembleia da República, 1979, EPNC – Oficinas gráficas Regimento da Assembleia da República e Estatuto dos Deputados, Lisboa, Divisão de Edições da AR, 1985 Regimento da Assembleia da República, Lisboa, Divisão de Edições da AR, 1988. Regimento da Assembleia da República, Lisboa, Divisão de Edições da AR, 1991 Regimento da Assembleia da República e Estatuto dos Deputados, Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares, Regime do Exercício do Direito de Petição, Deliberação nº 15/PL/89, de 7 de dezembro, Lisboa, Divisão de Edições da AR, 1993 Regimento da Assembleia da República E Estatuto dos Deputados, Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares, Regime do Exercício do Direito de Petição, Deliberação nº 15/PL/89, de 7 de dezembro, Lisboa, Divisão de Edições da AR, 1995 Regimento da Assembleia da República E Estatuto dos Deputados, Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares, Regime do Exercício do Direito de Petição, Deliberação nº 15/PL/89, de 7 de dezembro, Lisboa, Divisão de Edições da AR, 1996 Regimento da Assembleia da República E Estatuto dos Deputados, Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares, Regime do Exercício do Direito de Petição, Princípios Gerais de Atribuição de Despesas de Transporte e de Ajudas de Custo aos Deputados, Lisboa, Divisão de Edições da AR, 2000 Regimento da Assembleia da República, Lisboa, 2003 Regimento da Assembleia da República, Lisboa, Divisão de Edições da AR, 2005 Regimento da Assembleia da República, Lisboa, Divisão de Edições da AR, 2007 3. Doutrina e Jurisprudência

Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 195/94, Diário da República, II Série, nº 110, de 12 de maio de 1994 Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, P. 894/2007, Diário da República, I Série, nº 63, de 31 de março de 2008 Parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República, P000561994, acessível em http://www.ministeriopublico.pt/iframe/pareceres-do-conselho-consultivo-da-pgr (Comissão Parlamentar de Inquérito) Parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República, P000381995, acessível em http://www.ministeriopublico.pt/iframe/pareceres-do-conselho-consultivo-da-pgr (Segredo profissional) Parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República, P000752007, acessível em http://www.ministeriopublico.pt/iframe/pareceres-do-conselho-consultivo-da-pgr (Acesso a documentação sobre Camarate) Pareceres da Comissão Constitucional, 2º Volume, do Nº 11/77 ao Nº 20/77, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda – 1977

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Parecer sobre o regime jurídicos dos inquéritos parlamentares solicitado à Faculdade de Direito da Universidade, por ofício de 5 de maio de 2006 da Assembleia da República, e elaborado pelo Professor Nuno Piçarra;

Parecer solicitado pela Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a situação que levou à nacionalização do BPN – Banco Português de Negócios – e sobre a supervisão bancária inerente, ao Prof. Dr. Nuno Piçarra, em 23 de março de 2009, acerca da sustentação jurídica para fundamento da eventual quebra dos segredos, profissional e bancário;

Parecer solicitado pelo Banco de Portugal ao Prof. Dr. Germano Marques da Silva, em 14 de janeiro de 2009, no âmbito do processo de inquérito parlamentar nº 8/X, sobre a situação que levou à nacionalização do BPN – Banco Português de Negócios – e sobre a supervisão bancária inerente, acerca da invocação do segredo bancário;

Parecer solicitado pelo Banco de Portugal ao Prof. Dr. Sérvulo Correia, em 9 de fevereiro de 2009, no âmbito do processo de inquérito parlamentar nº 8/X, sobre a situação que levou à nacionalização do BPN – Banco Português de Negócios – e sobre a supervisão bancária inerente, acerca do regime do levantamento do segredo profissional.

Audição realizada pela Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, em reunião de 7 de Março de 2006, ao Prof. Dr. Nuno Piçarra

4. Relatórios Camarate – Relatórios finais das Comissões Parlamentares de Inquérito, Lisboa, edição da Assembleia da República, 2005 5. Fontes eletrónicas WILSON, Woodrow, Congressional Government, 1885 http://teachingamericanhistory.org/library/index.asp?document=798

Request 1867, Parliamentary Inquiry, Centro Europeu de Pesquisa e Documentação Parlamentar https://ecprd.secure.europarl.europa.eu/ecprd/secured/detailreq.do?id=132787 Estatuto do Seimas http://www3.lrs.lt/pls/inter/dokpaieska.showdoc_e?p_id=389585

Câmara dos Deputados italiana http://legxiv.camera.it/cost_reg_funz/671/673/documentotesto.asp

Enciclopedia Treccani http://www.treccani.it/enciclopedia/indirizzo-politico

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Imprensa

AZENHA, António Sérgio, “Advogados travam audição de alemães”, Correio da Manhã, 28-08-2014, pp. 1-4-5 AZENHA, António Sérgio, RODRIGUES, José, “ Deputados travam descoberta de luvas”, Correio da Manhã, 4-10-2014, pp. 1-4-5 COSTA, António Pedro, “Inquéritos parlamentares e os direitos e liberdades individuais”, Correio dos Açores, 17-06-2014, pp. 13 DÂMASO, Eduardo, “Senadores da nação…”, Correio da Manhã, 28-08-2014, pp. 48 ESTEVES, Cristina, “A batata-semente”, Diário Económico, 17-10-2014, pp. 22 FARINHA ALVES, Paulo, “Como se nada fosse”, jornal I, 25-08-2014, pp. 13 MACHADO, Narciso, “A ineficácia dos inquéritos”, Público, 20-10-2014, pp. 43 PENA, Paulo, “PS aponta «vícios incorrigíveis» e «imprecisões involuntárias»”, Público, 8-10-2014, pp. 12 RODRIGUES, Sofia, “Parcerias público-privadas revelaram um «Estado fraco» e pressionável”, Público, 27-01-2014, pp.12 PÚBLICO, “Para que serve uma comissão de inquérito, 18-12-2013, pp. 44 DIÁRIO DE NOTÍCIAS, “Conclusões mediáticas”, 18-13-2013, pp. 6 Jornal I, “PS quer divulgação de documentos de inquérito parlamentar,” 17-10-2014, pp. 5 Jornal de Notícias, “Inquérito ao BES arranca com um risco «Não dar em nada»”, 9-10-2014, pp. 26-27

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REGIME JURÍDICO DOS INQUÉRITOS PARLAMENTARES

Quadro Comparativo

Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

ARTIGO 1.º (Inquéritos parlamentares)

1. Os inquéritos parlamentares têm por função vigiar pelo cumprimento da Constituição e das leis e apreciar os atos do Governo e da Administração. 2. Os inquéritos parlamentares podem ter por objeto qualquer matéria de interesse público relevante para o exercício das atribuições da Assembleia da República.

Artigo 1.° Funções e objeto

1 - Os inquéritos parlamentares têm por função vigiar pelo cumprimento da Constituição e das leis e apreciar os atos do Governo e da Administração. 2 - Os inquéritos parlamentares podem ter por objeto qualquer matéria de interesse público relevante para o exercício das atribuições da Assembleia da República. 3 - Os inquéritos parlamentares serão realizados através de comissões eventuais da Assembleia especialmente constituídas para cada caso, nos termos do Regimento.

Artigo 1.º Funções e objeto

1 ‐ Os inquéritos parlamentares têm por função vigiar pelo cumprimento da Constituição e das leis e apreciar os atos do Governo e da Administração. 2 ‐ Os inquéritos parlamentares podem ter por objeto qualquer matéria de interesse público relevante para o exercício das atribuições da Assembleia da República. 3 ‐ Os inquéritos parlamentares são realizados através de comissões eventuais da Assembleia especialmente constituídas para cada caso, nos termos do Regimento.

ARTIGO 2.º (Iniciativa)

1.Os inquéritos parlamentares só podem ser efetuados mediante deliberação expressa da Assembleia da República em cada caso.

Artigo 2.° Iniciativa

1 - Os inquéritos parlamentares são efetuados: a) Mediante deliberação expressa do Plenário tomada até ao 15.° dia posterior à publicação do respetivo projeto ou proposta de resolução no Diário da Assembleia da República ou à sua distribuição em folhas avulsas; b) A requerimento de um quinto dos Deputados em efetividade de

Artigo 2.º Iniciativa

1 ‐ Os inquéritos parlamentares são efetuados: a) Mediante deliberação expressa do Plenário tomada até ao 15.º dia posterior à publicação do respetivo projeto no Diário da Assembleia da República ou à sua distribuição em folhas avulsas; b) A requerimento de um quinto dos deputados em efetividade de funções

ANEXO I

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

2. A iniciativa dos inquéritos compete: a) Aos grupos parlamentares e Deputados de partidos não constituídos em grupo parlamentar; b) Às comissões especializadas permanentes ou eventuais da Assembleia; c) A trinta Deputados, pelo menos; d) Ao Governo, através do Primeiro-Ministro. 3. Qualquer projeto ou proposta de resolução tendente à realização de um inquérito deve indicar o seu objeto e os seus fundamentos, sob pena de rejeição liminar pelo Presidente da Assembleia, sem prejuízo de recurso, nos termos do Regimento. 4. A resolução que determinar a realização de um inquérito será publicada no Diário da República.

funções até ao limite de um por Deputado e por sessão legislativa; 2 - A iniciativa dos inquéritos previstos na alínea a) do n.° 1 compete: a) Aos grupos parlamentares e Deputados de partidos não constituídos em grupo parlamentar; b) Às comissões; c) A um décimo do número de Deputados, pelo menos; d) Ao Governo, através do Primeiro-Ministro. Artigo 3º nº 1 da Lei nº 5/93 (Requisitos Formais) Artigo 7º da Lei nº 5/93 (Publicação)

até ao limite de um por deputado e por sessão legislativa. 2 ‐ A iniciativa dos inquéritos previstos na alínea a) do n.º 1 compete: a) Aos grupos parlamentares e deputados de partidos não constituídos em grupo parlamentar; b) Às comissões; c) Aos deputados. Artigo 3º nº 1 da Lei nº 15/2007 (Requisitos Formais) Artigo 7º da Lei nº 5/93 (Publicação)

ARTIGO 3.º (Comissões parlamentares de

inquérito)

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

1. Os inquéritos parlamentares serão realizados através de comissões eventuais da Assembleia especialmente constituídas para cada caso, nos termos do Regimento. 2. O prazo para conclusão dos inquéritos será determinado pela Assembleia, não podendo ser superior a seis meses, sem prejuízo da sua prorrogação a pedido da comissão. 3. Os Deputados, membros das comissões de inquérito, só podem ser substituídos em virtude de perda ou suspensão do mandato ou em caso de escusa justificada.

Artigo 1.° nº 3 da Lei 5/93 (Funções e objeto) Artigo 6.° nº 1 da Lei 5/93 (Funcionamento da Comissão) Artigo 12º nº 1 da Lei 5/93 (Dos Deputados)

Artigo 3.° Requisitos formais

1 - Os projetos ou propostas de resolução tendentes à realização de um inquérito indicarão o seu objeto e os seus fundamentos, sob pena de rejeição liminar pelo Presidente. 2 - Da não admissão de um projeto ou proposta de resolução apresentado nos termos da presente lei cabe sempre recurso para o Plenário, nos termos do Regimento.

Artigo 1.° nº 3 da Lei 15/2007 (Funções e objeto) Artigo 6.° nº 1 da Lei 15/2007 (Funcionamento da Comissão) Artigo 12º nº 1 da Lei 15/2007 (Dos Deputados)

Artigo 3.º Requisitos formais

1 ‐ Os projetos tendentes à realização de um inquérito indicam o seu objeto e os seus fundamentos, sob pena de rejeição liminar pelo Presidente. 2 ‐ Da não admissão de um projeto apresentado nos termos da presente lei cabe sempre recurso para o Plenário, nos termos do Regimento.

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

ARTIGO 4.º (Poderes das comissões)

1. As comissões parlamentares de inquérito gozam de todos os poderes de investigação das autoridades judiciais. 2. As comissões têm direito à coadjuvação das autoridades judiciais e administrativas, nos mesmos termos que os tribunais.

Artigo 13º nºs 1 e 2 da Lei 5/93 (Poderes das comissões)

Artigo 4.° Constituição obrigatória da

comissão de inquérito 1 - As comissões parlamentares de inquérito requeridas ao abrigo da alínea b) do n.° 1 do artigo 2.° são obrigatoriamente constituídas. 2 - O referido requerimento, dirigido ao Presidente da Assembleia da República, deve indicar o seu objeto e fundamentos. 3 - O Presidente verificará a existência formal das condições previstas no número anterior e o número e identidade dos Deputados subscritores, notificando de imediato o primeiro subscritor para suprir a falta ou faltas correspondentes, caso se verifique alguma omissão ou erro no cumprimento daquelas

Artigo 13º nºs 1 e 2 da Lei 15/2007 (Poderes das comissões)

Artigo 4.º

Constituição obrigatória da comissão de inquérito

1 ‐ As comissões parlamentares de inquérito requeridas ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º são obrigatoriamente constituídas. 2 ‐ O referido requerimento, dirigido ao Presidente da Assembleia da República, deve indicar o seu objeto e fundamentos. 3 ‐ O Presidente verifica a existência formal das condições previstas no número anterior e o número e identidade dos deputados subscritores, notificando de imediato o primeiro subscritor para suprir a falta ou faltas correspondentes, caso se verifique alguma omissão ou erro no cumprimento destas formalidades

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

formalidades. 4 - Recebido o requerimento ou verificado o suprimento referido no número anterior, o Presidente toma as providências necessárias para definir a composição da comissão de inquérito até ao 8.° dia posterior à publicação do requerimento no Diário da Assembleia da República. 5 - Dentro do prazo referido no número anterior, o Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares, agendará um debate sobre a matéria do inquérito, desde que solicitado pelos requerentes da constituição da comissão ou por um grupo parlamentar.

ou caso a indicação do objeto e fundamentos do requerimento infrinja a Constituição ou os princípios nela consignados. 4 ‐ Recebido o requerimento ou verificado o suprimento referido no número anterior, o Presidente toma as providências necessárias para definir a composição da comissão de inquérito até ao 8.º dia posterior à publicação do requerimento no Diário da Assembleia da República. 5 ‐ Dentro do prazo referido no número anterior, o Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares, agenda um debate sobre a matéria do inquérito, desde que solicitado pelos requerentes da constituição da comissão ou por um grupo parlamentar.

ARTIGO 5.º (Local de funcionamento)

As comissões parlamentares de inquérito funcionam na sede da Assembleia da República, podendo, contudo, funcionar ou efetuar diligências, sempre que necessário, em qualquer ponto do território nacional.

Artigo 14º nº 1 da Lei 5/93 (Local de funcionamento e modo de atuação)

Artigo 14º nº 1 da Lei 15/2007 (Local de funcionamento e modo de atuação)

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

Artigo 5.° Informação ao Procurador-Geral da

República 1 - O Presidente da Assembleia da República comunicará ao Procurador-Geral da República o conteúdo da resolução ou a parte dispositiva do requerimento que determine a realização de um inquérito. 2 - O Procurador-Geral da República informará a Assembleia da República se sobre o mesmo objeto se encontra em curso algum processo criminal com despacho de pronúncia transitado em julgado, suspendendo-se neste caso o processo de inquérito parlamentar até ao trânsito em julgado da correspondente sentença judicial.

Artigo 5.º [...]

1 – (…) 2 - O Procurador-Geral da República informará a Assembleia da República se com base nos mesmos factos se encontra em curso algum processo criminal e em que fase. 3 - Caso exista processo criminal em curso, caberá à Assembleia deliberar sobre a eventual suspensão do processo de inquérito parlamentar até ao trânsito em julgado da correspondente sentença judicial.

Artigo 5.º Informação ao Procurador‐Geral da

República 1 ‐ O Presidente da Assembleia da República comunica ao Procurador‐Geral da República o conteúdo da resolução ou a parte dispositiva do requerimento que determine a realização de um inquérito. 2 ‐ O Procurador‐Geral da República informa a Assembleia da República se com base nos mesmos factos se encontra em curso algum processo criminal e em que fase. 3 ‐ Caso exista processo criminal em curso, cabe à Assembleia deliberar sobre a eventual suspensão do processo de inquérito parlamentar até ao trânsito em julgado da correspondente sentença judicial.

ARTIGO 6.º (Publicidade dos trabalhos das

comissões) 1. As reuniões e diligências efetuadas pelas comissões parlamentares de inquérito só serão públicas quando estas assim o determinarem.

Artigo 15º nº 1 da Lei 5/93 (Publicidade dos trabalhos)

Artigo 15º nº 1 da Lei 15/2007 (Publicidade dos trabalhos)

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

2. Só o presidente da comissão, ouvida esta, pode prestar declarações públicas relativas ao inquérito. 3. As atas das comissões só poderão ser consultadas após a apresentação do relatório final. 4. Os depoimentos feitos perante as comissões não podem ser consultados ou publicados, salvo autorização do seu autor.

Artigo 15º nº 3

Artigo 15º nº 4

Artigo 15º nº 5

Artigo 6.° Funcionamento da comissão

1 - Compete ao Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares, fixar o número de membros da comissão, dar-lhes posse, determinar o prazo da realização do inquérito previsto na alínea b) do artigo 2.° e do previsto na alínea a) da mesma disposição, quando a respetiva resolução o não tenha feito, e autorizar a sua prorrogação até ao

Artigo 15º nº 2

Artigo 15º nº 3

Artigo 6.º Funcionamento da comissão

1 ‐ Compete ao Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares, fixar o número de membros da comissão, observado o limite previsto no número seguinte, dar‐lhes posse e determinar o prazo da realização do inquérito previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º e do previsto na alínea a) da mesma disposição, quando a

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

limite máximo de tempo referido no artigo 11.°. 2 - Os membros da comissão tomam posse perante o Presidente da Assembleia da República até ao 15.° dia posterior à publicação no Diário da Assembleia da República da resolução ou do requerimento que determine a realização do inquérito.

respetiva resolução o não tenha feito. 2 ‐ A fixação do número de membros da comissão deve observar o limite máximo de 17 deputados, com respeito pelo princípio da representatividade previsto no n.º 1 do artigo 31.º do Regimento. 3 ‐ Os membros da comissão podem ser substituídos por deputados suplentes, cuja fixação deve observar o limite máximo de dois suplentes para cada um dos dois grupos parlamentares com maior representatividade e de um suplente para cada um dos restantes grupos parlamentares. 4 ‐ A substituição prevista no número anterior vigora pelo período correspondente a cada reunião em que ocorrer, nela participando os membros suplentes como membros de pleno direito e podendo assistir às restantes reuniões sem direito ao uso da palavra e sem direito de voto. 5 ‐ Os membros da comissão tomam posse perante o Presidente da Assembleia da República até ao 15.º dia posterior à publicação no Diário da Assembleia da República da resolução ou do requerimento que determine a realização do inquérito. 6 ‐ É condição para a tomada de posse de membro da comissão, incluindo membros suplentes, a

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

3 - A comissão inicia os seus trabalhos imediatamente após a posse conferida pelo Presidente da Assembleia da República, logo que preenchida uma das seguintes condições: a) Estar indicada mais de metade dos membros da comissão, representando no mínimo dois grupos parlamentares, um dos quais deve ser obrigatoriamente de partido sem representação no Governo; b) Não estar indicada a maioria do número de Deputados da comissão, desde que apenas falte a indicação dos Deputados pertencentes a um grupo parlamentar.

declaração formal de inexistência de conflito de interesses em relação ao objeto do inquérito. 7 ‐ A comissão inicia os seus trabalhos imediatamente após a posse conferida pelo Presidente da Assembleia da República, logo que preenchida uma das seguintes condições: a) Estar indicada mais de metade dos membros da comissão, representando no mínimo dois grupos parlamentares, um dos quais deve ser obrigatoriamente de partido sem representação no Governo; b) Não estar indicada a maioria do número de deputados da comissão, desde que apenas falte a indicação dos deputados pertencentes a um grupo parlamentar. 8 ‐ Nas comissões parlamentares de inquérito requeridas ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º, o presidente da comissão é obrigatoriamente designado de entre os representantes na comissão dos grupos parlamentares a que pertencem os requerentes do inquérito, se tal designação não resultar já da repartição prevista no n.º 6 do artigo 178.º da Constituição. 9 ‐ Cabendo a presidência, nos termos do n.º 6 do artigo 178.º da Constituição, a grupo parlamentar não requerente do inquérito, a

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

presidência de comissão parlamentar a constituir subsequentemente na legislatura em curso é atribuída a este, desde que não se trate de comissão de inquérito requerida ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º.

ARTIGO 7.º (Convocação de pessoas)

1. As comissões parlamentares de inquérito podem convocar qualquer cidadão para depor sobre factos relativos ao inquérito. 2. As convocações serão assinadas pelo presidente da comissão ou, a solicitação deste, pelo Presidente da Assembleia da República e deverão conter as indicações seguintes: a) O objeto do inquérito; b) O local, o dia e a hora do depoimento; c) As sanções previstas no artigo 10.º da presente lei. 3. A convocação será feita sob a forma de aviso para qualquer ponto do território, nos termos do artigo 83.º do Código de Processo Penal, podendo, contudo, no caso de funcionários, agentes do Estado ou de outras entidades públicas, ser efetuada através do respetivo superior hierárquico.

Artigo 16º nº 1 da Lei 5/93 (Convocação de pessoas e Contratação de peritos)

Artigo 16º nº 2

Artigo 16º nº 3

Artigo 16º nº 1 da Lei 15/2007 (Convocação de pessoas e Contratação de peritos)

Artigo 16º nº 4

Artigo 16º nº 5

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

Artigo 7.° Publicação

A resolução e a parte dispositiva do requerimento previsto na alínea b) do n.° 1 do artigo 2.° que determinarem a realização de um inquérito serão publicadas no Diário da República.

Artigo 7.º Publicação

A resolução e a parte dispositiva do requerimento previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º que determinarem a realização de um inquérito são publicadas no Diário da República.

ARTIGO 8.º (Depoimentos)

1. A falta de comparência perante a comissão parlamentar de inquérito ou a recusa de depoimento só se terão por justificadas nos termos gerais da lei processual. 2. A obrigação de comparecer perante a comissão tem precedência sobre qualquer outro ato ou diligência oficial. 3. Não é admitida, em caso algum, a recusa de comparência de funcionários, de agentes do Estado e de outras entidades públicas, podendo, contudo, estes requerer a alteração da data da convocação, por imperiosa necessidade de serviço, contanto que assim não fique frustrada a realização do inquérito. 4. No depoimento de funcionários e agentes só será admitida a recusa de

Artigo 17º nº 1 da Lei 5/93 (Depoimentos)

Artigo 17º nº 2

Artigo 17º nº 3

Artigo 17º nº 1 da Lei 15/2007 (Depoimentos)

Artigo 17º nº 2

Artigo 17º nº 3

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

resposta com fundamento em interesse superior do Estado devidamente justificado, conforme os casos, pelo Conselho da Revolução ou pelo Governo ou em segredo de justiça. 5. A forma dos depoimentos rege-se pelas normas aplicáveis do Código de Processo Penal sobre prova testemunhal.

Artigo 17º nº 4

Artigo 8.° Repetição de objeto

Durante o período de cada sessão legislativa não é permitida a constituição de novas comissões de inquérito que tenham o mesmo objeto que dera lugar à constituição de outra comissão que está em exercício de funções ou que as tenha terminado no período referido, salvo se surgirem factos novos.

Artigo 17º nº 4

Artigo 8.º Do objeto das comissões de

inquérito 1 ‐ Os inquéritos parlamentares apenas podem ter por objeto atos do Governo ou da Administração ocorridos em legislaturas anteriores à que estiver em curso quando se reportarem a matérias ainda em apreciação, factos novos ou factos de conhecimento superveniente. 2 ‐ Durante o período de cada sessão legislativa não é permitida a constituição de novas comissões de inquérito que tenham o mesmo objeto que dera lugar à constituição de outra comissão que está em exercício de funções ou que as tenha terminado no período referido, salvo se surgirem factos novos.

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

3 ‐ Nas comissões parlamentares de inquérito requeridas ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º, o objeto definido pelos requerentes não é suscetível de alteração por deliberação da comissão. 4 ‐ A comissão pode orientar‐se por um questionário indicativo formulado inicialmente.

ARTIGO 9.º (Encargos)

1. Ninguém pode ser prejudicado no seu trabalho ou emprego por virtude da obrigação de depor perante a comissão parlamentar de inquérito, considerando-se justificadas todas as faltas de comparência resultantes do respetivo cumprimento. 2. As despesas da deslocação, bem como a eventual indemnização que a pedido do convocado for fixada pelo presidente da comissão, serão pagas por conta do orçamento da Assembleia da República.

Artigo 18º nº 1 da Lei 5/93 (Encargos)

Artigo 18º nº 2

Artigo 9.° Reuniões das comissões

1 - As reuniões das comissões podem ter lugar em qualquer dia da semana e durante as férias, sem dependência de autorização prévia do Plenário.

Artigo 18º nº 1 da Lei 15/2007 (Encargos)

Artigo 18º nº 2

Artigo 9.º Reuniões das comissões

1 ‐ As reuniões das comissões podem ter lugar em qualquer dia da semana e durante as férias, sem dependência

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

2 - O presidente da comissão dará conhecimento prévio ao Presidente da Assembleia, em tempo útil, para que tome as providências necessárias à realização das reuniões previstas no número anterior.

de autorização prévia do Plenário. 2 ‐ O presidente da comissão dá conhecimento prévio ao Presidente da Assembleia, em tempo útil, para que tome as providências necessárias à realização das reuniões previstas no número anterior.

ARTIGO 10.º (Sanções criminais)

1. Fora dos casos previstos no artigo 8.º, a falta de comparência, a recusa de depoimento ou o não cumprimento de ordens de uma comissão parlamentar de inquérito no exercício das suas funções constituem crime de desobediência, punível com pena de prisão não inferior a três meses. 2. Verificado qualquer dos factos previstos no número anterior, o presidente da comissão comunicá-lo-á ao Presidente da Assembleia, com os elementos indispensáveis à instrução do processo, para efeito de participação à Procuradoria-Geral da República.

Artigo 19º nº 1 da Lei 5/93 (Sanções Criminais)

Artigo 19º nº 2

Artigo 10.° Constituição do grupo de trabalho e

designação de relatores 1 – A comissão pode orientar-se por um questionário indicativo

Artigo 19º nº 1 da Lei 15/2007 (Desobediência qualificada)

Artigo 19º nº 2

Artigo 10.º Designação de relator e constituição

de grupo de trabalho

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

formulado inicialmente. 2 – As comissões de inquérito devem designar relator ou relatores numa das cinco primeiras reuniões e podem deliberar sobre criação de um grupo de trabalho constituído por quatro Deputados representantes dos quatro maiores grupos parlamentares. 3 – O relator será um dos referidos representantes. 4 – O grupo de trabalho será presidido pelo presidente da comissão ou por quem este designar. 5 – O trabalho produzido pelo referido grupo é instrumental e acessório da comissão.

1 ‐ As comissões de inquérito devem designar relator numa das cinco primeiras reuniões e podem deliberar sobre a criação de um grupo de trabalho constituído por deputados representantes de todos os grupos parlamentares. 2 ‐ O relator é um dos referidos representantes. 3 ‐ O grupo de trabalho é presidido pelo presidente da comissão ou por quem este designar. 4 ‐ O trabalho produzido pelo referido grupo é instrumental e acessório do trabalho da comissão.

ARTIGO 11.º (Relatório)

1. No final do inquérito a comissão elaborará um relatório, contendo as respetivas conclusões. 2. Se entender que o objeto do inquérito é suscetível de investigação parcelar, a comissão poderá propor à Assembleia a apresentação de relatórios separados sobre cada uma das suas partes. 3. O relatório será publicado no Diário da Assembleia da República.

Artigo 20º nº 1 alínea c) da Lei nº 5/93 (Relatório)

Artigo 20º nº 2

Artigo 20º nº 3

Artigo 20º nº 1 alínea c) da Lei nº 15/2007 (Relatório) Artigo 20º nº 2

Artigo 20º nº 3

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

Artigo 11.° Duração do inquérito

1 - O tempo máximo para a realização de um inquérito é de 180 dias, findo o qual a comissão se extingue, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 2 - A requerimento fundamentado da comissão, o Plenário pode conceder ainda um prazo adicional de 30 dias, apenas para efeito da elaboração, discussão e votação do relatório final e, eventualmente, de projeto de resolução. 3 - Quando a comissão não tiver aprovado um relatório conclusivo das investigações efetuadas, o presidente da comissão enviará ao Presidente da Assembleia da República uma informação relatando

Artigo 11.º [...]

1 – (…). 2 – A requerimento fundamentado da comissão, o Plenário pode conceder ainda um prazo adicional de 90 dias. 3 - (…)

Artigo 11.º Duração do inquérito

1 ‐ O tempo máximo para a realização de um inquérito é de 180 dias, findo o qual a comissão se extingue, sem prejuízo do disposto nos números seguintes. 2 ‐ A requerimento fundamentado da comissão, o Plenário pode conceder ainda um prazo adicional de 90 dias. 3 ‐ Nas comissões parlamentares de inquérito requeridas ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º, o prazo adicional referido no número anterior é de concessão obrigatória, desde que requerido pelos deputados dos grupos parlamentares a que pertencem os requerentes da constituição da comissão. 4 ‐ Quando a comissão não tiver aprovado um relatório conclusivo das investigações efetuadas, o presidente da comissão envia ao Presidente da Assembleia da República uma informação relatando as diligências realizadas e as razões da

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

as diligências realizadas e as razões da inconclusividade dos trabalhos.

inconclusividade dos trabalhos.

ARTIGO 12.º (Debate e resolução)

1. Juntamente com o relatório, as comissões parlamentares de inquérito poderão apresentar um projeto de resolução. 2. Apresentado à Assembleia o relatório, será aberto um debate regulado nos termos do Regimento, sendo no final votados os projetos de resolução que houverem sido propostos. 3. O relatório não será objeto de votação na Assembleia.

Artigo 21º nº 2 da Lei 5/93 (Debate e Resolução)

Artigo 21º nºs 3 e 6

Artigo 21º nº 7

Artigo 12.° Dos Deputados

1 - Os Deputados membros da comissão de inquérito só podem ser substituídos em virtude de perda ou suspensão do mandato ou em caso de escusa justificada. 2 - As faltas dos membros da comissão às reuniões são comunicadas ao Presidente da Assembleia da República, com a informação de terem sido ou não

Artigo 21º nº 2 da Lei 15/2007 (Debate e Resolução)

Artigo 21º nºs 3 e 7

Artigo 21º nº 8

Artigo 12.º Dos deputados

1 ‐ Os deputados membros da comissão de inquérito só podem ser substituídos em virtude de perda ou suspensão do mandato ou em caso de escusa justificada, sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 6.º 2 ‐ As faltas dos membros da comissão às reuniões são comunicadas ao Presidente da Assembleia da República, com a

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

justificadas. 3 - O Presidente da Assembleia anunciará no Plenário seguinte as faltas injustificadas. 4 - O Deputado que violar o dever de sigilo em relação aos trabalhos da comissão de inquérito ou faltar sem justificação a mais de quatro reuniões perde a qualidade de membro da comissão. 5 - No caso de haver violação de sigilo, a comissão de inquérito deve promover uma investigação sumária e deliberar, por maioria qualificada de dois terços, sobre a sua verificação e a identidade do seu autor. 6 - O Presidente da Assembleia da República deverá ser informado do conteúdo da deliberação prevista no número anterior, quando dela resulte o reconhecimento da existência da respetiva violação e a identidade do seu autor, para declarar a perda, por parte deste, da qualidade de membro da respetiva comissão e dar conta desta sua decisão ao Plenário.

informação de terem sido ou não justificadas. 3 ‐ O Presidente da Assembleia anuncia no Plenário seguinte as faltas injustificadas. 4 ‐ O deputado que violar o dever de sigilo em relação aos trabalhos da comissão de inquérito ou faltar sem justificação a mais de quatro reuniões perde a qualidade de membro da comissão. 5 ‐ No caso de haver violação de sigilo, a comissão de inquérito deve promover uma investigação sumária e deliberar, por maioria qualificada de dois terços, sobre a sua verificação e a identidade do seu autor. 6 ‐ O Presidente da Assembleia da República deve ser informado do conteúdo da deliberação prevista no número anterior, quando dela resulte o reconhecimento da existência da respetiva violação e a identidade do seu autor, para declarar a perda, por parte deste, da qualidade de membro da respetiva comissão e dar conta desta sua decisão ao Plenário.

Artigo 13.° Poderes das comissões

1 - As comissões parlamentares de inquérito gozam de todos os poderes de investigação das autoridades judiciárias.

Artigo 13.º [...]

1 - As comissões parlamentares de inquérito gozam de todos os poderes de investigação das autoridades judiciais.

Artigo 13.º Poderes das comissões

1 ‐ As comissões parlamentares de inquérito gozam dos poderes de investigação das autoridades judiciais que a estas não estejam constitucionalmente reservados.

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

2 - As comissões têm direito à coadjuvação dos órgãos de polícia criminal e de autoridades administrativas nos mesmos termos que os tribunais. 3 - A comissão de inquérito ou a sua mesa, quando aquela não esteja reunida, pode, a requerimento fundamentado dos seus membros, solicitar por escrito aos órgãos do Governo e da Administração ou a entidades privadas as informações e documentos que julguem úteis à realização do inquérito. 4 - A prestação das informações e dos documentos referidos no número anterior tem prioridade sobre quaisquer outros serviços e deverá ser satisfeita no prazo de 10 dias, sob pena das sanções previstas no artigo 19.°, salvo justificação ponderosa dos requeridos que aconselhe a comissão a prorrogar

2 - As comissões têm direito à coadjuvação das autoridades judiciárias, dos órgãos da polícia criminal e das autoridades administrativas, nos mesmos termos que os tribunais. 3 - As comissões podem, a requerimento fundamentado dos seus membros, solicitar por escrito ao Governo, às autoridades judiciárias, aos órgãos da Administração ou a entidades privadas as informações e documentos que julguem úteis à realização do inquérito. 4(…)

2 ‐ As comissões têm direito à coadjuvação das autoridades judiciárias, dos órgãos da polícia criminal e das autoridades administrativas, nos mesmos termos que os tribunais. 3 ‐ As comissões podem, a requerimento fundamentado dos seus membros, solicitar por escrito ao Governo, às autoridades judiciárias, aos órgãos da Administração ou a entidades privadas as informações e documentos que julguem úteis à realização do inquérito. 4 ‐ Nas comissões parlamentares de inquérito requeridas ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º, as diligências instrutórias referidas no número anterior que sejam consideradas indispensáveis à boa realização do inquérito pelos deputados que as proponham são de realização obrigatória, não estando a sua efetivação sujeita a deliberação da comissão. 5 ‐ A prestação das informações e dos documentos referidos no n.º 3 tem prioridade sobre quaisquer outros serviços e deve ser satisfeita no prazo de 10 dias, sob pena de o seu autor incorrer na prática do crime referido no artigo 19.º, salvo justificação ponderosa dos requeridos que aconselhe a comissão a prorrogar

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

aquele prazo ou a cancelar a diligência. 5 - O pedido referido no n.° 3 deverá indicar esta lei e transcrever o n.° 4 deste artigo e o n.° 1 do artigo 19.° 6 - No decorrer do inquérito só será admitida a recusa de fornecimento de documentos ou da prestação de depoimentos com o fundamento em segredo de Estado ou em segredo de justiça, nos termos da legislação respetiva.

5(…) 6 - No decorrer do inquérito, a recusa de apresentação de documentos ou de prestação de depoimento só se terá por justificada nos termos da lei processual penal.

aquele prazo ou a cancelar a diligência. 6 ‐ O pedido referido no n.º 3 deve indicar esta lei e transcrever o n.º 5 deste artigo e o n.º 1 do artigo 19.º 7 ‐ No decorrer do inquérito, a recusa de apresentação de documentos ou de prestação de depoimento só se terá por justificada nos termos da lei processual penal.

Artigo 14.° Local de funcionamento e modo de

atuação 1 - As comissões parlamentares de inquérito funcionam na sede da Assembleia da República, podendo, contudo, funcionar ou efetuar diligências, sempre que necessário, em qualquer ponto do território nacional. 2 - As reuniões, diligências e inquirições realizadas serão sempre gravadas, salvo se, por motivo fundado, a comissão deliberar noutro sentido. 3 - Quando não se verifique a gravação prevista no número anterior, as diligências realizadas e os depoimentos ou declarações obtidos constarão de ata especialmente elaborada para traduzir, pormenorizadamente, aquelas diligências e ser-lhe-ão

Artigo 14.º Local de funcionamento e modo de

atuação 1 ‐ As comissões parlamentares de inquérito funcionam na sede da Assembleia da República, podendo, contudo, funcionar ou efetuar diligências, sempre que necessário, em qualquer ponto do território nacional. 2 ‐ As reuniões, diligências e inquirições realizadas são sempre gravadas, salvo se, por motivo fundado, a comissão deliberar noutro sentido. 3 ‐ Quando não se verifique a gravação prevista no número anterior, as diligências realizadas e os depoimentos ou declarações obtidos constam de ata especialmente elaborada para traduzir, pormenorizadamente, aquelas diligências e ser‐lhe‐ão anexos os

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

anexos os depoimentos e declarações referidos, depois de assinados pelos seus autores.

depoimentos e declarações referidos, depois de assinados pelos seus autores.

Artigo 15.° Publicidade dos trabalhos

1 - As reuniões e diligências efetuadas pelas comissões de inquérito são públicas nos casos previstos no n.° 2 e quando a comissão assim o deliberar. 2 - São públicas: a) As reuniões iniciais de tomada de posse, eleição da mesa, aprovação do regulamento e definição de objetivos, designadamente através da elaboração do questionário; b) A reunião final de votação e declarações de voto em relação ao relatório e, eventualmente, ao projeto de resolução; c) As reuniões relativamente às quais os depoentes manifestem interesse na sua publicidade, desde que a comissão reconheça que aquela não prejudicará os objetivos do inquérito e a eficácia dos seus trabalhos; 3 - Só o presidente da comissão, ouvida esta, pode prestar declarações públicas relativas à matéria reservada do inquérito. 4 - As atas das comissões, assim como todos os documentos na sua posse, podem ser consultados após a aprovação do relatório final, nas

Artigo 15.º [...]

1 - As reuniões e diligências efetuadas pelas comissões parlamentares de inquérito são em regra públicas, salvo se a comissão assim o não entender, em deliberação devidamente fundamentada. 2 - As atas das comissões, assim como todos os documentos na sua posse, podem ser consultados após a aprovação do relatório final, nas seguintes condições:

Artigo 15.º Publicidade dos trabalhos

1 ‐ As reuniões e diligências efetuadas pelas comissões parlamentares de inquérito são em regra públicas, salvo se a comissão, em deliberação tomada em reunião pública e devidamente fundamentada num dos seguintes motivos, assim o não entender: a) As reuniões e diligências tiverem por objeto matéria sujeita a segredo de Estado, a segredo de justiça ou a sigilo por razões de reserva da intimidade das pessoas; b) Os depoentes se opuserem à publicidade da reunião, com fundamento na salvaguarda de direitos fundamentais; c) As reuniões e diligências colocarem em perigo o segredo das fontes de informação, salvo autorização dos interessados. 2 ‐ As atas das comissões, assim como todos os documentos na sua posse, podem ser consultados após a aprovação do relatório final, salvo se

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

seguintes condições: a) Não revelem matéria sujeita a segredo de Estado, a segredo de justiça ou sujeita a sigilo por razões da reserva de intimidade das pessoas; b) Não ponham em perigo o segredo das fontes de informação constantes do inquérito, a menos que haja autorização dos interessados; 5 - A transcrição dos depoimentos prestados perante as comissões de inquérito só pode ser consultada ou publicada com autorização dos seus autores e do Plenário.

a) Não revelem matéria sujeita a segredo de Estado, a segredo de justiça ou a sigilo por razões da reserva de intimidade das pessoas; b) Não ponham em perigo o segredo das fontes de informação constantes do inquérito, a menos que haja autorização dos interessados. 3 - A transcrição dos depoimentos prestados perante as comissões de inquérito só pode ser consultada ou publicada com autorização dos seus autores e do Plenário.

corresponderem a reuniões ou diligências não públicas nos termos do número anterior. 3 ‐ A transcrição dos depoimentos prestados perante as comissões de inquérito em reuniões não públicas só pode ser consultada ou publicada com autorização dos seus autores

Artigo 16.° Convocação de pessoas e

contratação de peritos 1 - As comissões parlamentares de inquérito podem convocar qualquer cidadão para depor sobre factos relativos ao inquérito.

Artigo 16.º Convocação de pessoas e

contratação de peritos 1 ‐ As comissões parlamentares de inquérito podem convocar qualquer cidadão para depor sobre factos relativos ao inquérito. 2 ‐ Gozam da prerrogativa de depor por escrito, se o preferirem, o Presidente da República, os ex‐presidentes da República, o Presidente da Assembleia da República, os ex‐presidentes da Assembleia da República, o Primeiro‐Ministro e os ex‐primeiros‐ministros, que remetem à comissão, no prazo de 10 dias a contar da data da notificação dos factos sobre que deve recair o

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

2 - As convocações serão assinadas pelo presidente da comissão ou, a solicitação deste, pelo Presidente da Assembleia da República e deverão conter as indicações seguintes: a) O objeto do inquérito; b) O local, o dia e a hora do depoimento; c) As sanções previstas no artigo 19.° da presente lei;

depoimento, declaração, sob compromisso de honra, relatando o que sabem sobre os factos indicados. 3 ‐ Nas comissões parlamentares de inquérito requeridas ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º, as diligências instrutórias referidas nos números anteriores que sejam consideradas indispensáveis ao inquérito pelos deputados que as proponham são de realização obrigatória até ao limite máximo de 15 depoimentos requeridos pelos deputados dos grupos parlamentares minoritários no seu conjunto, em função da sua representatividade ou por acordo entre eles, e até ao limite máximo de 8 depoimentos requeridos pelos deputados do grupo parlamentar maioritário no seu conjunto, ficando os demais depoimentos sujeitos a deliberação da comissão. 4 ‐ As convocações são assinadas pelo presidente da comissão ou, a solicitação deste, pelo Presidente da Assembleia da República e devem conter as indicações seguintes, sem prejuízo do disposto no n.º 2: a) O objeto do inquérito; b) O local, o dia e a hora do depoimento; c) As sanções aplicáveis ao crime previsto no artigo 19.º da presente lei.

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

3 - A convocação será feita para qualquer ponto do território, sob qualquer das formas previstas no Código de Processo Penal, devendo, no caso de funcionários e agentes do Estado ou de outras entidades públicas, ser efetuada através do respetivo superior hierárquico. 4 - As comissões podem requisitar e contratar especialistas para as coadjuvar nos seus trabalhos mediante autorização prévia do Presidente da Assembleia da República.

5 ‐ A convocação é feita para qualquer ponto do território, sob qualquer das formas previstas no Código de Processo Penal, devendo, no caso de funcionários e agentes do Estado ou de outras entidades públicas, ser efetuada através do respetivo superior hierárquico. 6 ‐ As diligências previstas no n.º 1 podem ser requeridas até 15 dias antes do termo do prazo fixado para a apresentação do relatório. 7 ‐ As comissões podem requisitar e contratar especialistas para as coadjuvar nos seus trabalhos mediante autorização prévia do Presidente da Assembleia da República.

Artigo 17.° Depoimentos

1 - A falta de comparência ou a recusa de depoimento perante a comissão parlamentar de inquérito só se terão por justificadas nos termos gerais da lei processual penal. 2 - A obrigação de comparecer perante a comissão tem precedência sobre qualquer ato ou diligência oficial. 3 - Não é admitida, em caso algum, a recusa de comparência de funcionários, de agentes do Estado e de outras entidades públicas,

Artigo 17.º Depoimentos

1 ‐ A falta de comparência ou a recusa de depoimento perante a comissão parlamentar de inquérito só se tem por justificada nos termos gerais da lei processual penal. 2 ‐ A obrigação de comparecer perante a comissão tem precedência sobre qualquer ato ou diligência oficial. 3 ‐ Não é admitida, em caso algum, a recusa de comparência de funcionários, de agentes do Estado e de outras entidades públicas,

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

podendo, contudo, estes requerer a alteração da data da convocação, por imperiosa necessidade de serviço, contanto que assim não fique frustrada a realização do inquérito. 4 - A forma dos depoimentos rege-se pelas normas aplicáveis do Código de Processo Penal sobre prova testemunhal.

podendo, contudo, estes requerer a alteração da data da convocação, por imperiosa necessidade de serviço, contanto que assim não fique frustrada a realização do inquérito. 4 ‐ A forma dos depoimentos rege‐se pelas normas aplicáveis do Código de Processo Penal sobre prova testemunhal.

Artigo 18.° Encargos

1 - Ninguém pode ser prejudicado no seu trabalho ou emprego por virtude da obrigação de depor perante a comissão parlamentar de inquérito, considerando-se justificadas todas as faltas de comparência resultantes do respetivo cumprimento. 2 - As despesas de deslocação, bem como a eventual indemnização que, a pedido do convocado, for fixada pelo presidente da comissão, serão pagas por conta do orçamento da Assembleia da República.

Artigo 18.º Encargos

1 ‐ Ninguém pode ser prejudicado no seu trabalho ou emprego por virtude da obrigação de depor perante a comissão parlamentar de inquérito, considerando‐se justificadas todas as faltas de comparência resultantes do respetivo cumprimento. 2 ‐ As despesas de deslocação, bem como a eventual indemnização que, a pedido do convocado, for fixada pelo presidente da comissão, são pagas por conta do orçamento da Assembleia da República.

Artigo 19.° Sanções criminais

1 - Fora dos casos previstos no artigo 17.°, a falta de comparência, a recusa de depoimento ou o não cumprimento de ordens legítimas de uma comissão parlamentar de

Artigo 19.º Desobediência qualificada

1 ‐ Fora dos casos previstos no artigo 17.º, a falta de comparência, a recusa de depoimento ou o não cumprimento de ordens legítimas de uma comissão parlamentar de

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

inquérito no exercício das suas funções constituem crime de desobediência qualificada, para os efeitos previstos no Código Penal. 2 - Verificado qualquer dos factos previstos no número anterior, o presidente da comissão, ouvida esta, comunicá-lo-á ao Presidente da Assembleia, com os elementos indispensáveis à instrução do processo, para efeito de participação à Procuradoria-Geral da República.

inquérito no exercício das suas funções constituem crime de desobediência qualificada, para os efeitos previstos no Código Penal. 2 ‐ Verificado qualquer dos factos previstos no número anterior, o presidente da comissão, ouvida esta, comunicá‐lo‐á ao Presidente da Assembleia, com os elementos indispensáveis à instrução do processo, para efeito de participação à Procuradoria‐Geral da República.

Artigo 20.° Relatório

1 - O relatório final referirá, obrigatoriamente: a) O questionário, se o houver; b) As diligências efetuadas pela comissão; c) As conclusões do inquérito e os respetivos fundamentos; d) O sentido de voto de cada membro da comissão, assim como as declarações de voto escritas; 2 - A comissão poderá propor ao Plenário ou à Comissão Permanente a elaboração de relatórios separados, se entender que o objeto do inquérito é suscetível de investigação parcelar, devendo os respetivos relatórios ser tidos em consideração no relatório final. 3 - O relatório será publicado no Diário da Assembleia da República.

Artigo 20.º Relatório

1 ‐ O relatório final refere, obrigatoriamente: a) O questionário, se o houver; b) As diligências efetuadas pela comissão; c) As conclusões do inquérito e os respetivos fundamentos; d) O sentido de voto de cada membro da comissão, assim como as declarações de voto escritas. 2 ‐ A comissão pode propor ao Plenário ou à comissão permanente a elaboração de relatórios separados, se entender que o objeto do inquérito é suscetível de investigação parcelar, devendo os respetivos relatórios ser tidos em consideração no relatório final. 3 ‐ O relatório e as declarações de voto são publicados no Diário da Assembleia da República.

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

Artigo 21.° Debate e resolução

1 - Até 30 dias após a publicação do relatório o Presidente da Assembleia da República inclui a sua apreciação na ordem do dia. 2 - Juntamente com o relatório, a comissão parlamentar de inquérito pode apresentar um projeto de resolução. 3 - Apresentado ao Plenário o relatório, será aberto um debate. 4 - O debate é introduzido por uma breve exposição do presidente da comissão e do relator ou relatores designados e será regulado nos termos do Regimento. 5 - O Plenário pode deliberar sobre a publicação integral ou parcial das atas da comissão. 6 - Juntamente com o relatório, o Plenário aprecia os projetos de resolução que lhe sejam

Artigo 21.º Debate e resolução

1 ‐ Até 30 dias após a publicação do relatório e das declarações de voto, o Presidente da Assembleia da República inclui a sua apreciação na ordem do dia. 2 ‐ Juntamente com o relatório, a comissão parlamentar de inquérito pode apresentar um projeto de resolução. 3 ‐ Apresentado ao Plenário o relatório, é aberto um debate. 4 ‐ O debate é introduzido por uma breve exposição do presidente da comissão e do relator designado e obedece a uma grelha de tempo própria fixada pelo Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares. 5 ‐ Sem prejuízo dos tempos globais de discussão, cada grupo parlamentar dispõe de três minutos para a apresentação das suas declarações de voto. 6 ‐ O Plenário pode deliberar sobre a publicação integral ou parcial das atas da comissão, observado o disposto no artigo 15.º 7 ‐ Juntamente com o relatório, o Plenário aprecia os projetos de resolução que lhe sejam apresentados. 8 ‐ O relatório não é objeto de

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Lei n.º 43/77, de 18 de Junho Lei n.º 5/93, de 1 de Março Lei n.º 126/97, de 10 de Dezembro Lei n.º 15/2007, de 3 de Abril

apresentados. 7 - O relatório não será objeto de votação no Plenário.

votação no Plenário.

Artigo 22.° Norma revogatória

É revogada a Lei n.° 43/77, de 18 de Junho.

Artigo 22.º Norma revogatória

É revogada a Lei n.º 43/77, de 18 de Junho.

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133

ANEXO II

REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA – INQUÉRITOS PARLAMENTARES – Quadro Comparativo

RAR 1976, DAR, Suplemento ao nº 16,

de 31 julho 1976

Resolução nº 9/85, DR, I série, Suplemento, nº 54, de 6 março 1985

Resolução nº 13-A/88, DR I série, nº 168, de

22 julho 1988

Resolução da AR nº 12/91, DR I série-A, nº 87, de 15

abril 1991

Resolução da AR nº 4/93, DR I série-A, nº 51, de 2

março 1993

Resolução da AR nº 2/2003, DR I série-A, nº 14, de 17 janeiro

2003

RAR nº 1/2007,DR I série, nº 159, 20

agosto 2007

Capítulo V Processos de orientação e

fiscalização política (…)

Seção VII

Artigo 218º (Objeto)

1.Os inquéritos parlamentares têm por objeto o cumprimento da Constituição e das leis e a apreciação dos atos do Governo e da Administração. 2.Qualquer requerimento ou proposta tendente à realização de um inquérito deve indicar os seus fundamentos e delimitar o seu âmbito, sob pena de rejeição preliminar pelo Presidente.

Capítulo V Processos de orientação

e fiscalização política

(…) Seção IX

Artigo 251º (Objeto)

Mantém a redação

Capítulo V Processos de orientação

e fiscalização política

(…) Seção IX

Artigo 252º (Objeto)

Mantém a redação

Capítulo V Processos de orientação e

fiscalização política

(…) Seção IX

Artigo 255º (Objeto)

1.Os inquéritos parlamentares destinam-se a averiguar do cumprimento da Constituição e das leis e apreciar os atos do Governo e da Administração. 2.(…)

Capítulo V Processos de orientação e

fiscalização política

(…) Seção IX

Artigo 255º (Objeto)

Mantém a redação anterior

Capítulo V Processos de orientação e

fiscalização política (…)

Seção X

Artigo 254º (Objeto)

Mantém a redação anterior

Capítulo V Processos de orientação e

fiscalização política (…)

Seção X

Artigo 233º (Objeto dos inquéritos

parlamentares) 1. Os inquéritos parlamentares destinam-se a averiguar do cumprimento da Constituição e das leis, e a apreciar os atos do Governo e da Administração. 2.(…) .

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134

RAR 1976, DAR, Suplemento ao nº 16,

de 31 julho 1976

Resolução nº 9/85, DR, I série, Suplemento, nº 54, de 6 março 1985

Resolução nº 13-A/88, DR I série, nº 168, de

22 julho 1988

Resolução da AR nº 12/91, DR I série-A, nº 87, de 15

abril 1991

Resolução da AR nº 4/93, DR I série-A, nº 51, de 2

março 1993

Resolução da AR nº 2/2003, DR I série-A, nº 14, de 17 janeiro

2003

RAR nº 1/2007,DR I série, nº 159, 20

agosto 2007

Artigo 219º (Iniciativa)

A iniciativa de inquéritos compete: a)Aos grupos parlamentares e partidos b)Às comissões especializadas da Assembleia c)A trinta Deputados pelo menos d)Ao Primeiro-Ministro

Artigo 252º (Iniciativa)

A iniciativa de inquéritos compete: a)Aos grupos parlamentares e agrupamentos parlamentares; b)Às comissões; c)A trinta Deputados pelo menos; d)Ao Primeiro-Ministro 2.As Comissões parlamentares de inquérito são obrigatoriamente constituídas sempre que tal seja requerido por um quinto dos Deputados em efetividade de funções, até ao limite de uma por Deputado e por sessão legislativa. 3.No caso previsto no número anterior, o Presidente toma as providências necessárias para que a composição, tomada de posse e entrada em funções da comissão de inquérito se

Artigo 253º (Iniciativa)

A iniciativa de inquéritos compete: a)Aos grupos parlamentares b)(…) c)(…) 2.(…) 3.(…)

Artigo 256º (Iniciativa)

(…) a)… b)… c)A um décimo do número de Deputados, pelo menos; 2.(…) 3.(…)

Artigo 256º (Iniciativa)

A constituição das comissões de inquérito, a iniciativa do inquérito e a sua realização processam-se nos termos previstos na lei.

Artigo 255º (Iniciativa)

Mantém a redação anterior

Artigo 234º (Constituição da

comissão, iniciativa e realização do

inquérito) A constituição das comissões parlamentares de inquérito, a iniciativa do inquérito e a sua realização processam-se nos termos previstos na lei.

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135

RAR 1976, DAR, Suplemento ao nº 16,

de 31 julho 1976

Resolução nº 9/85, DR, I série, Suplemento, nº 54, de 6 março 1985

Resolução nº 13-A/88, DR I série, nº 168, de

22 julho 1988

Resolução da AR nº 12/91, DR I série-A, nº 87, de 15

abril 1991

Resolução da AR nº 4/93, DR I série-A, nº 51, de 2

março 1993

Resolução da AR nº 2/2003, DR I série-A, nº 14, de 17 janeiro

2003

RAR nº 1/2007,DR I série, nº 159, 20

agosto 2007

Artigo 220º (Apreciação)

1.A Assembleia pronunciar-se-á sobre o requerimento ou a proposta até ao trigésimo dia posterior ao da sua publicação no Diário. 2.No debate intervirão um dos requerentes ou proponentes do inquérito, o Primeiro-Ministro ou outro membro do Governo e um representante de cada partido.

Artigo 221º (Deliberação)

processe até ao oitavo dia posterior à publicação do requerimento no Diário.

Artigo 253º (Apreciação)

Mantém-se a redação.

Artigo 254º (Deliberação)

Artigo 253º (Apreciação do

inquérito Parlamentar) 1.A Assembleia pronuncia-se sobre o requerimento ou a proposta até ao 30º dia posterior ao da sua publicação no Diário ou à sua distribuição em folhas avulsas aos grupos parlamentares. 2.No debate intervirão um dos requerentes ou proponentes do inquérito, o Primeiro-Ministro ou outro membro do Governo e um representante de cada grupo parlamentar.

Artigo 255º (Deliberação)

Artigo 257º (Apreciação do inquérito

Parlamentar) Mantém a redação anterior

Artigo 258º (Deliberação)

Artigo 257º

(Apreciação do inquérito Parlamentar)

1. A Assembleia pronuncia-se sobre o requerimento ou a proposta até ao 15º dia posterior ao da sua publicação no Diário ou à sua distribuição em folhas avulsas aos grupos parlamentares. 2.(…)

Artigo 258º (Deliberação)

Artigo 256º (Apreciação do

inquérito Parlamentar)

Artigo 257º (Deliberação)

Artigo 235º (Apreciação dos

inquéritos Parlamentares)

1.A Assembleia pronuncia-se sobre o requerimento ou a proposta até ao décimo quinto dia posterior ao da sua publicação no Diário ou à sua distribuição em folhas avulsas aos grupos parlamentares. 2.No debate intervêm um dos requerentes ou proponentes do inquérito, o Primeiro-Ministro ou outro membro do Governo e um representante de cada grupo parlamentar.

Artigo 236º (Deliberação sobre a

realização do inquérito e relatório)

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136

RAR 1976, DAR, Suplemento ao nº 16,

de 31 julho 1976

Resolução nº 9/85, DR, I série, Suplemento, nº 54, de 6 março 1985

Resolução nº 13-A/88, DR I série, nº 168, de

22 julho 1988

Resolução da AR nº 12/91, DR I série-A, nº 87, de 15

abril 1991

Resolução da AR nº 4/93, DR I série-A, nº 51, de 2

março 1993

Resolução da AR nº 2/2003, DR I série-A, nº 14, de 17 janeiro

2003

RAR nº 1/2007,DR I série, nº 159, 20

agosto 2007

1.Deliberada a realização do inquérito, será constituída, nos termos do artigo 48º, uma comissão eventual encarregada de a ele proceder. 2.A Assembleia fixará a data até quando a comissão deverá apresentar o seu relatório.

Artigo 222º

(Poderes da comissão

1.(…) 2.(…) 3.Se o relatório não for apresentado no prazo fixado, a comissão deverá justificar a falta e solicitar à Assembleia a prorrogação do prazo.

Artigo 255º (Poderes da comissão

Mantém a redação anterior.

Artigo 256º (Poderes da comissão

Mantém a redação anterior.

Artigo 259º (Poderes da comissão

1.Deliberada a realização do inquérito, quando aquela for exigível, é constituída, nos termos da lei e do artigo 40º do Regimento, uma comissão eventual para o efeito. 2.O Plenário fixa a data, nos termos e limites previstos na lei, até quando a comissão deve apresentar o relatório. 3. Se o relatório não for apresentado no prazo fixado, a comissão deverá justificar a falta e solicitar ao Plenário a prorrogação do prazo nos termos e limites previstos na lei.

Artigo 259º (Poderes da comissão

1.(…) 2.(…) 3. (…)

Artigo 258º (Poderes das

1.Deliberada a realização do inquérito, quando aquela for exigível, é constituída, nos termos da lei, uma comissão parlamentar eventual para o efeito. 2. 2.O Plenário fixa a data, nos termos e limites previstos na lei, até à qual a comissão parlamentar deve apresentar o relatório. 3. Se o relatório não for apresentado no prazo fixado, a comissão parlamentar deve justificar a falta e solicitar ao Plenário a prorrogação do prazo nos termos e limites previstos na lei.

Artigo 237º (Poderes das

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137

RAR 1976, DAR, Suplemento ao nº 16,

de 31 julho 1976

Resolução nº 9/85, DR, I série, Suplemento, nº 54, de 6 março 1985

Resolução nº 13-A/88, DR I série, nº 168, de

22 julho 1988

Resolução da AR nº 12/91, DR I série-A, nº 87, de 15

abril 1991

Resolução da AR nº 4/93, DR I série-A, nº 51, de 2

março 1993

Resolução da AR nº 2/2003, DR I série-A, nº 14, de 17 janeiro

2003

RAR nº 1/2007,DR I série, nº 159, 20

agosto 2007

parlamentar de inquérito)

A comissão parlamentar de inquérito tem direito à coadjuvação das autoridades judiciais e administrativas e pode convocar quaisquer cidadãos para deporem perante ela, nos termos a definir por lei.

Artigo 223º (Relatório da comissão) A comissão elaborará um relatório, que apresentará ao Presidente, a fim de ser publicado no suplemento ao Diário.

parlamentar de inquérito)

As comissões parlamentares de inquérito gozam dos poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e demais poderes e direitos previstos na lei.

Artigo 256º (Relatório da Comissão)

A comissão elaborará um relatório, que apresentará ao Presidente, a fim de ser publicado….no Diário.

parlamentar de inquérito)

Mantém a redação anterior

Artigo 257º (Relatório da Comissão) A comissão elabora um relatório, que apresentará ao Presidente, a fim de ser publicado no Diário.

parlamentar de inquérito) Mantém a redação anterior

Artigo 260º (Apresentação de

Relatório) 1.No fim dos seus trabalhos a comissão elabora o relatório final. 2.O relatório refere obrigatoriamente: a)As diligências efetuadas pela comissão; b)As conclusões do inquérito e os respetivos fundamentos; c)O sentido de voto de cada membro da comissão, assim como as declarações de voto. 3.O relatório é apresentado ao Presidente a fim de ser

parlamentar de inquérito)

As comissões parlamentares de inquérito gozam dos poderes de investigação próprios das autoridades judiciárias e demais poderes e direitos previstos na lei.

Artigo 260º (Apresentação de

Relatório) Mantém a redação.

comissões parlamentares de

inquérito) As comissões parlamentares de inquérito gozam dos poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e demais poderes e direitos previstos na lei.

Artigo 260º (Apresentação de

Relatório) No DR não há menção a este artigo

comissões parlamentares de

inquérito) Mantém a redação anterior

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138

RAR 1976, DAR, Suplemento ao nº 16,

de 31 julho 1976

Resolução nº 9/85, DR, I série, Suplemento, nº 54, de 6 março 1985

Resolução nº 13-A/88, DR I série, nº 168, de

22 julho 1988

Resolução da AR nº 12/91, DR I série-A, nº 87, de 15

abril 1991

Resolução da AR nº 4/93, DR I série-A, nº 51, de 2

março 1993

Resolução da AR nº 2/2003, DR I série-A, nº 14, de 17 janeiro

2003

RAR nº 1/2007,DR I série, nº 159, 20

agosto 2007

Artigo 224º (Apreciação do

relatório) 1.Até 30 dias após a publicação do relatório, o Presidente incluirá a sua apreciação na ordem do dia. 2.O debate será generalizado.

Artigo 257º (Apreciação do

relatório) 1.Até 30 dias após a publicação do relatório, o Presidente incluirá a sua apreciação na ordem do dia. 2.O debate será generalizado. 3.A Assembleia delibera sobre a publicação integral ou parcial das atas da comissão. 4.Juntamente com o relatório, a Assembleia aprecia os projetos de resolução que lhe sejam apresentados.

Artigo 258º (Apreciação do

relatório) Mantém a redação.

publicado no Diário.

Artigo 261º (Apreciação do relatório)

Mantém a redação.

Artigo 261º (Apreciação do relatório)

Mantém a redação.

Artigo 261º (Apreciação do

relatório) No DR não há menção a este artigo

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139

EVOLUÇÃO DO REGIME JURÍDICO DOS INQUÉRITO PARLAMENTARES (IP) - PRINCIPAIS DIFERENÇAS

(Leis nºs 43/77, 5/93, 126/97 e 15/2007)

Lei nº 43/77 Lei nº 5/93 Lei nº 126/97 Lei nº 15/2007

Constituição

-Deliberação da AR

-Deliberação da AR

-A requerimento de 46 deputados (1/5)

de constituição obrigatória

Idem

Poder de Iniciativa

-GPs e Deputados de Partidos não

constituídos em GP

-Comissões Permanentes e eventuais

-30 deputados (11,40% - a AR tinha 260

deputados)

-Governo

-idem

Comissões

23 deputados (1/10 – a AR tinha 230

deputados)

-idem

-idem

-Idem

Deputados

-----------------------------------------

Nota: O Governo deixa de ter iniciativa.

Deixa de haver limite ao nº de

deputados

ANEXO III

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140

Lei nº 43/77 Lei nº 5/93 Lei nº 126/97 Lei nº 15/2007

Prazo

-Determinado pela AR

-Não superior a 6 meses

-Prorrogável a pedido de Comissão

- PAR ouvida a Confª de Representantes

quando a requerimento potestativo

- Resolução da AR ou o PAR quando

constituída por deliberação

- 180 dias (6 meses)

-Prorrogável por 30 dias, se autorizado

pelo PAR, ouvida a Confª de

Representantes, apenas para efeito da

elaboração, discussão e votação do

Relatório Final

Idem

Idem

- Prorrogável por 90 dias, adicional

obrigatório no caso das Comissões

potestativas

Composição, Obrigações dos Deputados, Presidência

Inexistência de regras. Apenas uma

norma sobre substituição de deputado

membro efetivo da CPI

-PAR, ouvida a Confª de Representantes

fixa o nº de membros

-Não prevê substituição ou membros

suplentes

-Dispõe sobre faltas e violação do dever

de sigilo por parte dos deputados

-PAR, ouvida a Confª de Representantes

fixa o nº de membros, que não pode ser

superior a 17

- Fixa o nº de suplentes: 2 para os

maiores partidos e 1 para os restantes.

Os suplentes só são membros de pleno

direito quando estão a substituir um

membro efetivo e essa situação é para

cada reunião de per si.

-Membros efetivos e suplentes têm de

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141

Lei nº 43/77 Lei nº 5/93 Lei nº 126/97 Lei nº 15/2007

apresentar declaração formal de

inexistência de conflito de interesses

com o objeto do inquérito

-Nas CPI potestativas a Presidência

advém obrigatoriamente dos GPs que

requereram o inquérito

-Aplicação do nº 6 do artigo 178º da CRP

exceto nas Comissões potestativas

Poderes das Comissões

- As CPI gozam de todos os poderes de

investigação das autoridades judiciais

-Têm direito à coadjuvação das

autoridades judiciais e administrativas

nos mesmos termos dos Tribunais

- As CPI gozam de todos os poderes de

investigação das autoridades judiciárias

-Têm direito à coadjuvação dos órgãos

de polícia criminal e de autoridades

administrativas nos mesmos termos dos

Tribunais

-Os membros podem solicitar

documentos aos órgãos do governo, da

administração ou a entidades privadas

-Quaisquer das entidades têm o prazo

- As CPI gozam de todos os poderes de

investigação das autoridades judiciais

-Têm direito à coadjuvação das

autoridades judiciárias(…)

-Os membros podem solicitar docs ao

Governo, às autoridades judiciárias, aos

órgãos da administração ou a entidades

privadas

- As CPI gozam dos poderes de

investigação das autoridades judiciais

que a estas não estejam

constitucionalmente reservadas

(…)

(…)

- Nas CPI potestativas o pedido de

documentos é obrigatório, isto é, não

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142

Lei nº 43/77 Lei nº 5/93 Lei nº 126/97 Lei nº 15/2007

- A recusa em prestar depoimento pode

ser admitida com fundamento em

interesse superior do Estado atestado

pelo Conselho de Revolução ou Governo

ou em Segredo de Justiça

de 10 dias para apresentarem os docs

- A recusa em fornecer docs ou

apresentar depoimento só é admitida

com o fundamento em Segredo de

Estado ou em Segredo de Justiça, nos

termos da legislação respetiva

-A recusa em fornecer docs ou prestar

depoimento só é justificada nos termos

da Lei Processual Penal

está sujeito a deliberação da Comissão

(…)

Convocação de Pessoas

-Prevê a contratação de peritos -(…)

-Possibilidade de depoimento por

escrito do PR, Ex-PRs, PAR, Ex-PARs, PM

e EX-PMs

-Nas CPI potestativas as convocações

são obrigatórias até um máximo de 15

depoimentos distribuídos pelos GPs

minoritários e um máximo de 8 do GP

maioritário. Os demais pedidos de

convocação têm de ser objeto de

deliberação

-As convocações podem ocorrer até 15

dias antes do termo do prazo fixado

para a apresentação do relatório

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143

Lei nº 43/77 Lei nº 5/93 Lei nº 126/97 Lei nº 15/2007

Publicidade

-Reuniões não públicas, como regra

geral

-as atas das reuniões só podem ser

consultadas após a apresentação do

Relatório Final

-Os depoimentos não podem ser

consultados ou publicados exceto se

autorizado pelos seus autores

- Reuniões não públicas exceto:

a) As reuniões iniciais de tomada de posse, eleição da mesa, aprovação do regulamento e definição de objetivos, designadamente através da elaboração do questionário; b) A reunião final de votação e declarações de voto em relação ao relatório e, eventualmente, ao projeto de resolução; c) As reuniões relativamente às quais os

depoentes manifestem interesse na sua

publicidade, desde que a comissão a tal

não se oponha

-As atas e os documentos só podem ser consultados após a aprovação do Relatório Final e desde que não revelem matéria sujeita a segredo de Estado, a segredo de justiça ou sujeita a sigilo por razões da reserva de intimidade das pessoas e não ponham em perigo o segredo das fontes de informação constantes do inquérito, a menos que haja autorização dos interessados

- Reuniões Públicas, como regra geral.

Só assim não será mediante deliberação

fundamentada

- Publicidade das reuniões como regra

geral

-Quando não pública a deliberação deve

ser tomada em reunião pública e

assentar:

tiverem por objeto matéria sujeita a segredo de Estado, a segredo de justiça ou a sigilo por razões de reserva da intimidade das pessoas; b) Os depoentes se opuserem à publicidade da reunião, com fundamento na salvaguarda de direitos fundamentais; c) As reuniões e diligências colocarem em perigo o segredo das fontes de informação, salvo autorização dos interessados.

-As atas e os docs podem ser

consultados após a aprovação do

Relatório Final, exceto as

correspondentes a reuniões ou

diligências não públicas

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144

Lei nº 43/77 Lei nº 5/93 Lei nº 126/97 Lei nº 15/2007

-A transcrição dos depoimentos só pode

ser consultada e publicada com

autorização dos autores e do Plenário

- A transcrição dos depoimentos das

reuniões públicas pode ser consultada e

publicada. A das reuniões não públicas

carece de autorização dos seus autores

Relatório Final

-O relatório deve conter as Conclusões

-Relatórios separados se o objeto do

inquérito tiver levado a uma

investigação parcelar

-Relatório publicado em DAR

-Além do Relatório pode ser

apresentado um Projeto de Resolução

(PJR)

-O Relatório não é votado, apenas a(s)

PJL(s)

- Explicitação do que deve conter o

Relatório

Apreciação em Plenário 30 dias após a

publicação do Relatório

- No debate em Plenário intervêm o

Presidente da Comissão e o(s) Relator

(es)

- O Plenário pode deliberar sobre a

publicação integral ou parcial das atas

- O Relatório e as declarações de voto

são publicados em DAR

- No debate as intervenções do

Presidente da CPI e do(s) Relator(es)

obedecem a uma grelha de tempo

própria fixada pelo PAR, ouvida a Confª

de Representantes

- Acresce a cada GP 3’ para apresentar

as declarações de voto

-Pode ser deliberada pelo Plenário a

publicação integral ou parcial das atas,

mesmo das não públicas se autorizado

pelos autores

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145

ANEXO IV

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente Requerimento Não Admitido

Não Apreciado / Discutido

Retirado Rejeitado

Número Texto 82 2 31 4 47

I Requerimento Realização de um inquérito às atividades da Comissão de Extinção da Ex-PIDE/DGS, nomeadamente à libertação de altos responsáveis dessa organização fascista

PPD √ DAR-IS-16

31-Jul-1976 √

I Requerimento Constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a apreciar os atos da Comissão de Extinção da Ex-PIDE/DGS/LP

PS √ DAR-IS-16

31-Jul-1976 √

I Requerimento Inquérito parlamentar às atividades separatistas e ao exercício das liberdades no arquipélago dos Açores

UDP √ DAR-IS-63

19-Abr-1978 √

I Requerimento

Inquérito parlamentar sobre o sector da habitação, abrangendo-se nele também a atuação dos órgãos e serviços estaduais, nomeadamente o programa SAAL e o FFH, através do qual possa ser feito um levantamento de todos os problemas e condicionalismos existentes

CDS √ DAR-IIS-56 4-Mai-1979

I Requerimento Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito ao projeto do Alqueva

PPM E DEP.IND √ DAR-IIS-19 6-Fev-1980

I Requerimento

Inquérito parlamentar para averiguar a verdade dos alegados atos do Governo e da Administração e também a alegada violação de normas constitucionais e legais no âmbito da comunicação social

PS √ DAR-IS-62 4-Jun-1980

I Requerimento Inquérito parlamentar sobre a responsabilidade do Governo e da Administração no recenseamento ilegal de cidadãos fora do devido prazo, em Macau e no estrangeiro

PS √ DAR-IS-65

14-Jun-1980 √

I Requerimento

Inquérito parlamentar sobre o possível envolvimento do Ministro da Defesa Nacional no processo de candidatura partidária do general Soares Carneiro à Presidência da República

PS √ DAR-IS-65

14-Jun-1980 √

Inquéritos parlamentares não realizados

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146

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente Requerimento Não Admitido

Não Apreciado / Discutido

Retirado Rejeitado

Número Texto 82 2 31 4 47

II Requerimento Inquérito parlamentar sobre a situação que se verifica atualmente nos órgãos de comunicação social

PCP √ DAR-IIS-722-

Nov-1980 √

II Requerimento Inquérito parlamentar sobre a atitude da Radiotelevisão Portuguesa por não ter transmitido um "magazine" relativo aos trabalhos parlamentares

ASDI UEDS

PS √

DAR-IIS-8 26-Nov-1980

II Requerimento Inquérito parlamentar sobre o comportamento da Secretaria de Estado da Cultura e da Câmara Municipal de Lisboa a propósito da "Feira de Belém"

ASDI √ DAR-IIS-13

18-Dez-1980 √

DAR-IS-41 18-Mar-1981

II Requerimento Inquérito parlamentar à comunicação social estatizada, desde a sua estatização

PSD CDS PPM

√ DAR-IIS-20-S 17-Jan-1981

II Requerimento Inquérito parlamentar ao modo como foram cumpridas a Constituição e as leis em relação à comunicação social estatizada

PS ASDI UEDS

√ DAR-IIS-20-S 17-Jan-1981

II Requerimento

Inquérito parlamentar que averigue as eventuais violações da Constituição e das leis, designadamente o boicote ao exercício dos direitos de reunião e de associação, imputados pelo deputado do PSD Nandim de Carvalho ao Partido Socialista e ao seu deputado João Lima, acusados de envolvimento numa campanha contra o Congresso das Comunidades

PS √ DAR-IIS-28 6-Fev-1981

II Requerimento Inquérito parlamentar que faça o levantamento global da actuação das entidades competentes no que se refere às carências da rede escolar primária

UEDS √ DAR-IIS-50

2-Abril-1981 √

DAR-IS-76 5-Jun-1981

II Requerimento

Inquérito parlamentar que esclareça as responsabilidades pelos incidentes verificados no Estádio da Luz e terrenos anexos, aquando do jogo Benfica-Vitória de Setúbal, e possa determinar que orientações foram dadas à PSP e ao seu Corpo de Polícia de Intervenção

UEDS PS

ASDI √

DAR-IS-70 27-Mai-1981

II IP 13/II Inquérito parlamentar sobre os atos do Corpo de Polícia de Intervenção da PSP

UEDS √ DAR-IIS-89

8-Mai-1982 √

DAR-IS-90 21-Mai-1982

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147

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente Requerimento Não Admitido

Não Apreciado / Discutido

Retirado Rejeitado

Número Texto 82 2 31 4 47

II IP 8/II Inquérito parlamentar sobre o processo de liberalização do comércio de cereais, ramas de açúcar e oleaginosas

PCP MDP/CDE

√ DAR-IIS-93 9-Jul-1981

√ DAR-IS-7

30-Out-1981

II IP 12/II Inquérito parlamentar à atuação do conselho de gerência da RTP no decurso da greve dos trabalhadores decretada para os dias 10, 13 e 14 de Dezembro de 1981

PS √ DAR-IIS-29

16-Dez-1981 √

DAR-IS-49 10-Fev-1982

II IP 14/II Inquérito parlamentar sobre o desarrolamento dos bens que garantiam a dívida do ex-banqueiro Afonso Pinto de Magalhães ao Estado

PS PCP

UEDS MDP/CDE

√ DAR-IIS-88 7-Mai-1982

√ DAR-IS-99 8-Jun-1982

II Requerimento

Inquérito parlamentar visando a conduta do Governo face à RTP, designadamente à sua administração, depois de repetidas acusações e provas da prática de publicidade oculta naquela empresa pública

ASDI √ DAR-IIS-15

19-Nov-1982 √

II Requerimento

Inquérito parlamentar sobre as causas da não divulgação à Assembleia da República e à opinião pública do teor integral do relatório do 1º de Maio elaborado pela Procuradoria-Geral da República

PCP √ DAR-IIS-18

24-Nov-1982 √

III IP 1/III

Inquérito parlamentar sobre as atuações do Governo e outras entidades públicas que conduziram, em 29 de Setembro de 1982, à celebração de um acordo na sequência do qual foram revogadas todas as providências cautelares que garantiam a dívida do ex-banqueiro Jorge de Brito ao Estado e aprovadas medidas tendentes à reconstituição do ex-grupo Jorge de Brito

PCP √ DAR-IIS-121-

Jul-1983 √

III IP 2/III

Inquérito parlamentar sobre as atuações do Governo e de outras entidades públicas que conduziram, em 12 de Março de 1982, à autorização de desarrolamento dos bens que garantiam a dívida do ex-banqueiro Afonso Pinto de Magalhães ao Estado

PCP √ DAR-IIS-18 9-Jul-1983

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148

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente Requerimento Não Admitido

Não Apreciado / Discutido

Retirado Rejeitado

Número Texto 82 2 31 4 47

III IP 3/III

Inquérito parlamentar sobre as atuações do Governo e de outras entidades públicas que conduziram à extinção da SNAPA - Sociedade Nacional dos Armadores de Pesca do Arrasto, S.A.R.L., bem como às atuações do anterior conselho de gerência e da comissão liquidatária nomeada nos termos do Decreto-Lei n.º 161/82, de 7 de Maio

PCP √ DAR-IIS-22 15-Jul-1983

III IP 7/III Inquérito parlamentar para averiguar as condições e circunstâncias da violação pelas forças policiais da imunidade parlamentar do deputado Manuel Lopes

PCP MDP/CDE

√ DAR-IIS-105 31-Mar-1984

√ DAR-IS-93

4-Abr-1984

III IP 8/III

Inquérito parlamentar às atuações do Banco Totta & Açores, do Banco de Portugal, do Instituto de Investimento Estrangeiro e do Governo no chamado «caso Stanley-Ho», decorrentes do financiamento interno da aquisição de uma parcela do capital social da empresa Estoril-Sol por um não residente, em condições de dúbia regularidade

PCP √ DAR-IIS-139 22-Jun-1984

III IP 10/III Inquérito parlamentar às condições de aquisição e venda de aviões pela transportadora aérea nacional TAP, E.P.

PCP √ DAR-IIS-139 22-Jun-1984

III IP 13/III

Inquérito parlamentar sobre a apreciação dos atos do Governo e da Administração que permitiram a um assessor do Governo o acesso a 18 reservas e, conjuntamente, a apreciação dos atos do Governo praticados na sequência de ter recebido prova documental de tais factos, bem como as suposições de irregularidades e de atribuição de avultadas verbas, pondo em causa o erário público, a empresas a que o mesmo assessor está ou esteve ligado

PCP √ DAR-IIS-139 22-Jun-1984

III IP 14/III

Inquérito parlamentar sobre as ações e omissões ilegais do Ministério do Trabalho e da Inspeção-Geral do Trabalho em detrimento das suas atribuições próprias e dos direitos dos trabalhadores

PCP √ DAR-IIS-16-S 16-Nov-1984

IV PJR 11/IV Comissão parlamentar de inquérito aos antecedentes e situação atual existente na zona de intervenção da reforma agrária

PSD √ DAR-IIS-295-

Fev-1986 √

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149

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente Requerimento Não Admitido

Não Apreciado / Discutido

Retirado Rejeitado

Número Texto 82 2 31 4 47

IV IP 3/IV

Constituição de uma comissão de inquérito aos atos de gestão da comissão liquidatária da Comissão Nacional de Petroquímica, EP., e à comissão administrativa da EPSI- Empresa de Polímeros de Sines, SARL

PS √ DAR -IIS-5

31-Out-1986 √

V IP 1/V Comissão eventual de inquérito sobre a aplicação das verbas do Fundo Social Europeu

PS √ DAR -IIS-26

28-Nov-1987 √

DAR- IS-51 12-Fev-1988

V IP 2/V Inquérito Parlamentar à conduta das entidades intervenientes da oferta pública de venda de ações mandadas investigar pelo Sr. Ministro das Finanças

CDS √ DAR -IIS-44 3-Fev-1988

√ DAR- IS-55

26-Fev-1988

V IP 3/V Inquérito parlamentar com vista ao completo apuramento da existência de ilegalidades de transfusões de sangue

PCP √ DAR -IIS-49 24-Fev-1988

√ DAR-IS-76

21-Abr-1988

V IP 5/V

Inquérito parlamentar sobre a apreciação das condições em que foi autorizado pelo anterior governo o adiamento do pagamento das duas últimas prestações da contrapartida inicial devida pela concessionária da exploração do jogo no Casino Estoril

PS PCP PRD PEV ID

Helena Roseta (INDEP)

√ DAR IIS-53

4-Mar-1988 √

V IP 6/V Inquérito parlamentar sobre as relações do Ministério da Saúde e empresas privadas com incidência num hospital de Lisboa

PCP √ DAR IIS-54

9-Mar-1988 √

DAR-IS-87 13-Maio-

1988

V IP 8/V Inquérito Parlamentar aos atos do Governo e da Administração relacionados com as OPV'S de sete empresas do grupo Sonae

PS √ DAR IIS-64

14-Abr-1988 √

DAR-IS-97 8-Jun-1988

V IP 9/V/2

Inquérito parlamentar às circunstâncias em que ocorreram as sucessivas demissões na direção do jornal Diário de Notícias e do conselho de gerência da Empresa Pública "Diário de Notícias, E.P., bem como as alegadas tentativas de ingerência da tutela na orientação daquele jornal, no quadro mais amplo das relações entre o Governo e os órgãos de comunicação social estatizados

PS √ DAR IIS-B-12 13-Jan-1989

V IP 10/V/2

Inquérito parlamentar sobre a atuação dos serviços oficiais, designadamente da administração fiscal, interveniente no processo de aquisição pelo Ministro das Finanças, cidadão Miguel José Ribeiro Cadilhe, de um andar na Torre 4 do edifício Amoreiras, sito em Lisboa

PCP √ DAR IIS-B-12 13-Jan-1989

√ DAR-IS-46

3-Mar-1989

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150

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente Requerimento Não Admitido

Não Apreciado / Discutido

Retirado Rejeitado

Número Texto 82 2 31 4 47

V IP 11/V/2

Inquérito parlamentar com vista a averiguar as condições de isenção e de legalidade em que têm ocorrido os atos administrativos dirigidos e executados na área do Ministério da Saúde

PS √ DAR IIS-B-20 1-Abr-1989

V PJD 43/V

Constituição de uma comissão de inquérito parlamentar sobre as circunstâncias e ocorrências registadas no Terreiro do Paço, na tarde do dia 21 de Abril passado, em especial às que envolveram o deputado Torres Couto

PS √ DAR IIS-A-34

13-Maio-1989

V IP 16/V/3 Inquérito parlamentar sobre a situação das condições de trabalho dos jornalistas e outros na RTP

PRD √ DAR IIS-B-38 2-Jun-1990

√ DAR IS-85 9-Jun-1990

V IP 22/V/4 Comissão eventual de inquérito a atos administrativos na área do Ministério da Saúde

PS Não

publicado √ 16-Mai-91

VI IP 2/VI

Comissão eventual de inquérito sobre os atos do governo no domínio da política cultural e em especial as medidas tomadas no âmbito da reestruturação dos organismos dependentes da secretaria de Estado da Cultura

PCP √ DAR IIS-B-16 27-Abr-1992

√ DAR-IS-68 27-Maio-

1992

VI IP 4/VI Constituição de uma comissão eventual de inquérito sobre eventuais violações de disposições da Constituição e das leis gerais da República na Região Autónoma da Madeira

PS √ DAR IIS-B-21

16-Maio-1992

√ DAR-IS-80

26-Jun-1992

VI IP 5/VI Sobre a apreciação dos critérios e processos de privatização das empresas nacionalizadas

PCP √ DAR IIS-B-22

23-Maio-1992

√ DAR-IS-80

26-Jun-1992

VI IP 7/VI/2 Constituição de uma comissão eventual de inquérito sobre apreciação dos critérios de avaliação e processos de privatização das empresas públicas

PCP √ DAR IIS-B-11 22-Jan-1993

√ DAR IS-33

27-Jan-1993

VI IP 8/VI/2

Constituição de uma comissão eventual de inquérito sobre a responsabilidade governamental na manutenção e promoção a elevados cargos da Administração Pública de elementos indiciariamente pertencentes a associação criminosa de desvio de verbas do FSE e garantias de defesa da credibilidade do Estado Português

PS √ DAR IIS-B-13 5-Fev-1993

√ DAR-IS-49

18-Mar-1993

VI IP 9/VI/2 Constituição de uma comissão eventual de inquérito sobre as circunstâncias e responsabilidades dos casos e do tratamento dado na fronteira a certos cidadãos estrangeiros

PCP √ DAR IIS-B-15 17-Fev-1993

√ DAR IS-49

18-Mar-1993

VI IP 10/VI/2 Constituição de uma comissão eventual de inquérito às irregularidades e operações de traficância política na gestão,

PS √ DAR IIS-B-15 17-Fev-1993

√ DAR-IS-49

18-Mar-1993

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151

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente Requerimento Não Admitido

Não Apreciado / Discutido

Retirado Rejeitado

Número Texto 82 2 31 4 47

pelo Governo e pela AP, de subsídios provenientes de fundos comunitários e outras verbas públicas destinadas à reconversão e modernização da agricultura portuguesa, bem como à intervenção nos mercados agrícolas

VI IP 13/VI/2

Inquérito parlamentar sobre as irregularidades praticadas pelo Secretário de Estado da Agricultura em processos de indemnização por abates sanitários de bovinos, com lesão dos interesses do Estado em montante superior a 600 000 contos

PS √ DAR IIS-24

3-Maio-1993 √

VI IP 16/VI/2

Inquérito parlamentar sobre as irregularidades praticadas pelo Secretário de Estado da Agricultura e outros responsáveis em processo de indemnização por abates sanitários de bovinos, com lesão dos interesses do Estado em montante superior a 600.000 contos, e na ocultação dolosa de provas da existência em Portugal de bovinos atingidos pela chamada doença das vacas loucas

PS √ DAR IIS-B-26 8-Maio-1993

√ DAR-IS-81 9-Jun-1993 5-Nov-1993

VI IP 17/VI/2

Inquérito parlamentar sobre atuações dos serviços de informação de segurança (SIS) designadamente contra estudantes, agricultores e sindicalistas e violações da Constituição e da lei dessas atuações

PCP √ DAR IIS-B-32 25-Jun-1993

√ DAR-IS-11

12-Nov-1993

VI IP 18/VI/3 Inquérito parlamentar para apreciação do processo de privatização do Banco Totta & Açores e os atos praticados pelo Governo nesse processo

PCP √ DAR IIS-B-11 28-Jan-1994

√ DAR IS-38

11-Fev-1994

VI IP 19/VI/3 Inquérito parlamentar sobre atos administrativos na área do Ministério da Saúde

PCP √ DAR IIS-B-12 5-Fev-1994

√ DAR IS-40

24-Fev-1994

VI IP 21/VI/3 Inquérito sobre o processo de privatização de matadouros da rede nacional de abate e da atuação do IROMA

PCP √ DAR IIS-B-26

14-Maio-1994

√ DAR IS-81

18-Jun-1994

VI IP 22/VI/3

Inquérito parlamentar sobre o cumprimento das disposições constitucionais e legais que, no tocante aos serviços de informações, policiais e outras forças e segurança, visam garantir a proteção dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos

PS √ DAR IIS-B-27

21-Maio-1994

√ DAR IS-81

18-Jun-1994

VI IP 24/VI/3

Inquérito parlamentar sobre os termos e condições em que agentes de serviços de informações levaram a cabo ações de vigilância e infiltração violadoras de direitos, liberdades e garantias de deputados, autarcas e jornalistas, de cujos resultados terão tido conhecimento dirigentes do partido

PS √ DAR IIS-B-39 14-Out-1994

√ DAR IS-47

3-Mar-1995

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152

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente Requerimento Não Admitido

Não Apreciado / Discutido

Retirado Rejeitado

Número Texto 82 2 31 4 47

governamental

VI IP 26/VI/4 Inquérito parlamentar sobre o envolvimento do Governo e do SIS em operações provocatórias contra cidadãos, associações e partidos políticos

PCP √ DAR IIS-B-1

21-Out-1994 √

DAR IS-47 3-Mar-1995

VI IP 28/VI/4

Inquérito parlamentar para apuramento das responsabilidades pelas brutais cargas policiais sobre os trabalhadores da Manuel Pereira Roldão e sobre a população da Marinha Grande

PCP √ DAR IIS-B-11 5-Jan-1995

√ DAR IS-62

7-Abr-1995

VI IP 29/VI/4

Inquérito parlamentar sobre as condições em que se tem processado a elaboração, aprovação, execução, fiscalização e pagamento dos projetos de arborização e beneficiação florestal e ao eventual envolvimento, por ação ou omissão, dos membros do Governo titulares do Ministério da Agricultura

PCP √ DAR IIS-B-12 7-Jan-1995

√ DAR IS-62

7-Abr-1995

VI IP 30/VI/4

Inquérito parlamentar ao modo de funcionamento do Serviço de Informações de Segurança (SIS), em especial no que respeita às relações com a tutela, ao cumprimento da legalidade democrática e às garantias dos direitos dos cidadãos

PS √ DAR IIS-B-37 21-Jul-1995

√ DAR IS-95

21-Jul-1995

VII IP 1/VII/1

Inquérito parlamentar que garanta e assegura, num cabal esclarecimento das situações reconhecidamente assumidas pelo senhor Ministro das Finanças e que envolvem dúvidas sobre a sua conformidade constitucional e legal

PSD Não

publicado √

DAR-IS-40 29-Fev-1996

VIII IP I/VIII/1 Inquérito parlamentar sobre a apreciação dos atos do Governo referentes à privatização, reestruturação e definição das alianças estratégicas da TAP

PCP √ DAR IS-39

3-Mar-2000 √ Não votado

VIII IP 2/VIII/1

Inquérito parlamentar sobre a apreciação do processo de reprivatização, apuramento das responsabilidades pela gestão e avaliação das decisões políticas relativas à TAP na ótica do contribuinte

CDS-PP √ DAR IS-39

3-Mar-2000 √ Não votado

VIII IP 4/VIII

Inquérito parlamentar sobre a apreciação da legalidade o processo de concessão do registo das marcas "Queijo Limiano" e "Manteiga Limiana" do Município de Ponte de Lima e posterior revogação do mesmo, bem como do

CDS-PP √ DAR IIS-B-15 19-Fev-2000

√ DAR IS-39

3-Mar-2000

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153

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente Requerimento Não Admitido

Não Apreciado / Discutido

Retirado Rejeitado

Número Texto 82 2 31 4 47

envolvimento do Ministério da Economia no âmbito desse processo

VIII IP 6/VIII/2 Inquérito parlamentar sobre as condições de participação de Portugal nas intervenções militares nos Balcãs

CDS-PP √ DAR IIS-B-12 20-Jan-2001

√ DAR IS-44

2-Fev-2001

VIII IP 9/VIII/2 Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito às operações de gestão financeira de títulos do Estado

CDS-PP √ DAR IIS-B-30

26-Maio-2001

√ DAR IS-93 8-Jun-2001

IX IP 8/IX

Concessão da gestão do hospital Amadora Sintra a uma entidade privada, à utilização dos dinheiros públicos nesta unidade e ao efetivo acompanhamento da execução do contrato

PCP √ DAR IIS-B-35 8-Mar-2003

√ DAR-IS-141 4-Jul-2003

IX IP 9/IX

Constituição de uma comissão eventual de inquérito parlamentar à atuação do Ministério da Ciência e do Ensino Superior e do Ministro dos Negócios Estrangeiros no processo de ingresso de uma candidata ao Ensino Superior

BE √ DAR IIS-B-4

11-Out-2003 √

DAR-IS-10 10-Out-2003

IX IP 10/IX/2

Concessão da gestão do hospital Amadora Sintra a uma entidade privada, à utilização dos dinheiros públicos nesta unidade e ao efetivo acompanhamento da execução do contrato

PCP √ DAR IIS-B-11 13-Dez-2003

√ DAR-IS-34

20-Dez-2003

IX IP 11/IX/2 Atuação governamental na elaboração e aprovação da transformação da CEUL em Fundação Minerva

BE √ DAR IIS-B-11 13-Dez-2003

√ DAR- IS-36 9-Jan-2003

IX IP 12/IX/2 Constituição de inquérito parlamentar à privatização de 49% do capital da "Holding" Águas de Portugal

PEV √ DAR IIS-B 33 19-Jun-2004

IX IP 13/IX/3 Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito ao processo de colocação de professores no ano letivo de 2004/2005

PCP √ DAR IIS-B-2 25-Set-2004

√ DAR-IS-8

1-Out-2004

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154

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente Requerimento Não Admitido

Não Apreciado / Discutido

Retirado Rejeitado

Número Texto 82 2 31 4 47

X IP 2/X/2

Sobre as responsabilidades do XV, XVI e do XVII Governos Constitucionais e de organismos sob a sua tutela, na utilização do território nacional, pela CIA, ou outros serviços similares estrangeiros, para o transporte aéreo e detenção ilegal de prisioneiros

PCP √ DAR IIS-B-15 23-Dez-2006

√ DAR-IS-35

12-Jan-2007

X IP 3/X/2 Comissão eventual de inquérito parlamentar ao acompanhamento do contrato de gestão do Hospital Amadora-Sintra

BE √ DAR IIS-B-41 5-Jan-2008

√ DAR-IS-31 5-Jan-2008

X IP 4/X/2 Comissão eventual de inquérito parlamentar à cooperação do estado português com o transporte de prisioneiros para a prisão de Guantanamo

BE √ DAR IIS-B-55 2-Fev-2008

√ DAR-IS-46 9-Fev-2008

X IP 5/X/3 Comissão eventual de inquérito parlamentar à atuação da supervisão do sistema bancário e financeiro

CDS-PP √ DAR IIS-B-55 2-Fev-2008

√ DAR-IS-49

16-Jun-2008

X IP 6/X/3

Comissão parlamentar sobre as responsabilidades do XV, XVI e do XVII governos constitucionais e de organismos sob a sua tutela, na utilização do território nacional, pela CIA, ou outros serviços similares estrangeiros, para o transporte aéreo e detenção ilegal de prisioneiros

PCP √ DAR IIS-B-55 2-Fev-2008

√ DAR-IS-46 9-Fev-2008

XI IP 2/XI Comissão eventual de inquérito parlamentar ao funcionamento da Comissão Permanente de Contrapartidas

BE √ DAR IIS-B-42 21-Jan-2010

√ DAR-IS-76 3-Jul-2010

XI IP 3/XI

Comissão eventual de inquérito parlamentar à relação do Estado com a comunicação social e, nomeadamente, à atuação do Governo na intervenção da PT para a compra da TVI

BE √ DAR IIS-B-60 20-Fev-2010

XII IP 1/XII/1 Comissão eventual de inquérito parlamentar à gestão do Banco Português de Negócios pela CGD e à sua venda ao BIC

BE √ DAR-IIS-B-

152 18-Fev-2012

√ DAR-IS-77

25-Fev-2010

XII IP 7/XII/3 Estaleiros Viana do Castelo PCP √ DAR-IIS-B-16 7-Dez-2013

√ DAR-IS-35

11-Jan-2014

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155

ANEXO V

Inquéritos parlamentares realizados

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente

Aprovado por Deliberação

Exercício do Direito

Potestativo

Aprovado sem Funcionamento

Resolução da AR

Número Texto 62 14 10 75

I PJR 2/I/1

Constituição de uma comissão eventual de inquérito com o objetivo de averiguar da veracidade das acusações infamantes formuladas pelo jornal estatizado "O Comércio do Porto" e os demais órgãos de comunicação social (Rádio Renascença, Tempo e Expresso) contra o Deputado António Macedo

PS √ DAR-IS-19

20-Dez-1978

Res AR 37/79 DR-IS-30

5-Fev-1979

I PJR 3/I/3 Constituição de uma comissão eventual de inquérito com o objetivo de averiguar sobre o processo de importação de batata de semente para a campanha de 1978-1979

PCP √ DAR-IS-58

15-Maio-1979

Res AR 163/79 DR-IS-122

28-Mai-1979

I PJR 11/I/4 Constituição de uma comissão de inquérito parlamentar com o objetivo de averiguar sobre o processo de importação de batata de semente para a campanha de 1978-1979

PCP √ DAR-IS-10

25-Jan-1980

Res AR 70/80 DR-IS-51

1-Mar-1980

II IP 9/II/2

Inquérito parlamentar com vista a apreciar os atos do Governo e da Administração relativos ao processo, sua preparação e difusão prévia, de atos legislativos de liberalização do comércio de cereais, ramas de açúcar e oleaginosas

PSASDIUEDS √ DAR-IS-730-

Out-1981

Res AR 233/81DR-IS-26618-Nov-1981

II IP 10/II/2 Inquérito parlamentar à aquisição, pela TAP, de aviões Boing B-727/200 e à venda, pelo Ministério dos Transportes e Comunicações, de quatro aviões DC-6

ASDI √ DAR-IS-36

13-Jan-1982

Res AR 12/82 DR-IS-23

28-Jan-1982

II IP 11/II/2

Inquérito parlamentar para apreciação dos atos do Governo e da Administração que permitiram a um assessor do Governo o acesso a 18 reservas, e ainda à apreciação dos atos do Governo praticados na sequência de ter recebido prova documental de tais factos

ASDI √ DAR-IS-37

14-Jan-1982

Res AR 17/82 DR-IS-25

30-Jan-1982

II Requerimento Constituição de uma comissão de inquérito parlamentar ao acidente de Camarate

PSD CDS PPM

DAR-IS-21 2-Dez-1982

Res AR 214/82

DR-IS-287 14-Dez-1982

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156

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente

Aprovado por Deliberação

Exercício do Direito

Potestativo

Aprovado sem Funcionamento

Resolução da AR

Número Texto 62 14 10 75

III IP 4/III/1 Inquérito parlamentar sobre o processo de liberalização do comércio de cereais, ramas de açúcar e oleaginosas

PCPMDP/CDE √ DAR-IS-829-

Mar-1984

Res AR 12/84DR-IS-7023-Mar-1984

III IP 5/III/1 Inquérito parlamentar à situação que se vive atualmente na RTP CDS √ DAR-IS-100

4-Maio-1984

Res AR 19/84 DR-IS-134

9-Jun-1984

III IP 6/III/1 Constituição de uma comissão eventual de inquérito para averiguação das condições em que teria ocorrido a detenção pela PSP do deputado Manuel Lopes

PS PSD ASDI

√ DAR-IS-93

4-Abr-1984

Res AR 13/84 DR-IS-84

9-Abr-1984

III IP 9/III/2

Inquérito parlamentar tendente a apurar em que obras ou empreendimentos da responsabilidade da Secretaria de Estado das Obras Públicas se verificaram desmoronamentos e outras anomalias, bem como as respetivas causas, implicações e responsabilidades

PCP

√ DAR-IS-62

27-Mar-1985

Res AR 11/85 DR-IS-84

11-Abr-1985

III IP 11/III/1

Inquérito parlamentar sobre as atuações do Governo e outras entidades públicas que conduziram, em 5 de Junho de 1984, à Resolução do Conselho de Ministros n.º 33/84, que determinou, designadamente, fossem aceites por instituições de crédito por 11,9 milhões de contos terrenos cujo valor real é largamente inferior

PCP √ DAR-IS-36 9-Jan-1985

Res AR 3/85

DR-IS-22 26-Jan-1985

III IP 12/III/2 Inquérito parlamentar sobre os critérios de atribuição de verbas pela Secretaria de Estado do Emprego e Formação Profissional e o controle da sua aplicação

PCP √ DAR-IS-37

11-Jan-1985

Res AR 2/85 DR-IS-22

26-Jan-1985

III PPR 15/III/1 Estabelece normas quanto à constituição de uma comissão de inquérito ao acidente de Camarate

Governo

DAR-IIS-157 27-Jul-1984 DAR-IIS-24 4-Dez-1984

Res AR 25/84

DR-IS-298 27-Dez-1984

III PJR 40/III/2 Inquérito parlamentar para averiguar por forma cabal as causas e circunstâncias em que ocorreu a tragédia de Camarate

PS PSD

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157

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente

Aprovado por Deliberação

Exercício do Direito

Potestativo

Aprovado sem Funcionamento

Resolução da AR

Número Texto 62 14 10 75

III IP 15/III/2 Inquérito parlamentar a fim de apreciar os atos do Conselho de Gerência da RTP relacionados com a transmissão televisiva do debate da moção de censura apresentada pelo CDS

PS PSD PCP CDS

UEDS ASDI

MDP/CDE

√ DAR-IS-32

21-Dez-1984

Res AR 1/85 DR-IS-9

11-Jan-1985

III IP 16/III/2 Inquérito parlamentar sobre acusações infamantes formuladas pelo jornal "O Diário", na sua edição de 2 de Março, acerca do deputado do PS, Reis Borges

PS √ DAR-IS-84

24-Maio-1985 √

Res AR 15/85 DR-IS-137

18-Jun-1985

IV PJR 6/IV/1 Constituição de uma nova comissão de inquérito parlamentar sobre a tragédia de Camarate

PSDPS √ DAR-IS-1512-

Dez-1985

Res AR 1/86DR-IS-12-Jan-1986

IV IP 1/IV/1 Inquérito parlamentar sobre atos inconstitucionais e ilegais contra a reforma agrária praticados pelo Ministério da Agricultura e pelos serviços dele dependentes

PCP

√ DAR-IS-44

14-Mar-1986

Res AR 9/86 DR-IS-73

29-Mar-1986 IV PJR 10/IV/1

Constituição da comissão parlamentar de inquérito à atuação do Ministério da Agricultura no quadro das medidas relativas à reforma agrária

PS

IV IP 2/IV/1 Inquérito parlamentar sobre a situação da Companhia Portuguesa dos Caminhos de Ferro Portugueses - CP

CDS √ DAR-IIS-78

24-Jun-1986 Não concluído

Res AR 15/86 DR-IS-148 1-Jul-1986

IV IP 4/IV/2 Inquérito parlamentar com o objetivo de apurar as condições em que decorreu todo o processo de adjudicação das centrais digitais

PCP √ DAR-IS-33

21-Jan-1987 √

Res AR 4/87 DR-IS-38

14-Fev-1987

IV IP 5/IV/2 Inquérito parlamentar sobre atribuição de frequências radiofónicas

PRD √ DAR-IS-45

18-Fev-1987 √

Res AR 7/87 DR-IS-55

7-Mar-1987

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158

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente

Aprovado por Deliberação

Exercício do Direito

Potestativo

Aprovado sem Funcionamento

Resolução da AR

Número Texto 62 14 10 75

IV IP 6/IV/2

Inquérito parlamentar sobre a atuação das entidades portuguesas intervenientes na venda de armas e desvio de fundos e material de guerra no quadro da operação secreta conhecida por "Irangate"

PCP √ DAR-IIS-65 8-Abr-1987

Res AR 14/87 DR-IS-90

18-Abr-1987

V PJR 14/V/1 Constituição de uma nova comissão de inquérito parlamentar sobre a tragédia de Camarate

PSD CDS

√ DAR-IS-112 7-Jul-1988

Res AR 14/88

DR-IS-174 28-Jul-1988

V IP 4/V/1 Inquérito parlamentar para apreciação das formas de que se revestiram o lançamento e o desenvolvimento de iniciativas suscetíveis de comparticipação do Fundo Social Europeu

PS

√ DAR-IS-70

8-Abr-1988

Res AR 9/88 DR-IS-109

11-Maio-1988

V IP 7/V/1

Inquérito parlamentar para apreciação das condições em que pelo X Governo Constitucional foi autorizado o adiamento do pagamento de duas prestações de contrapartida à concessionária de jogo do Casino Estoril à luz do artº 5º do DR Nº 56/84, de 9/08, e despachos governamentais subsequentes

PSD √ DAR-IS-70

8-Abr-1988

Res AR 8/88 DR-IS-109

11-Maio-1988

V IP 12/V/2 Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito com vista a averiguar os atos administrativos na área do Ministério da Saúde

PSD

√ DAR-IIS-21 8-Abr-1989

Res AR 12/89

DR-IS-119 24-Maio-1989

V IP 13/V/2

Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito com vista a averiguar as condições de isenção e de legalidade em que têm ocorrido os atos administrativos na área do Ministério da Saúde

PS

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159

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente

Aprovado por Deliberação

Exercício do Direito

Potestativo

Aprovado sem Funcionamento

Resolução da AR

Número Texto 62 14 10 75

V IP 14/V/2

Constituição eventual de inquérito com vista a apurar em toda a extensão a conduta dos serviços oficiais, designadamente da administração fiscal, intervenientes no processo de aquisição pelo Ministro das Finanças de apartamentos no edifício Amoreiras e na rua de Francisco Stromp, em Lisboa, por forma a determinar as condições em que esses negócios foram celebrados, os atos e omissões praticados pelos serviços no tocante à aplicação das normas legais proibitivas de simulação de preços e evasão fiscal, bem como as condições em que o Ministro das Finanças fez uso, para fins alheios aqueles a que se destinam, de veículos e pessoas da guarda fiscal

PS PCP CDS PRD PEV

√ DAR-IIS-B-23 20-Abr-1989

Res AR 13/89

DR-IS-125 1-Jun-1989

V IP 15/V/2 Comissão eventual de inquérito à atuação das autarquias do Seixal e de Loures na concessão de favores ao PCP

PSD √ DAR-IS-12

10-Nov-1989 √

Res AR 1/90 DR IS-4

5-Jan-1990

V IP 17/V/3 Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a RTP, E.P.

PRD PS

PCP CDS PEV

√ DAR-IS-100 13-Jul-1990

√ Res AR 19/90 DR-IS-4

5-Jan-1990

V IP 18/V/3 Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a RTP, E.P.

PSD √ DAR-IS-100 13-Jul-1990

V IP 19/V/3

Inquérito parlamentar aos atos do Governo e da Comissão Consultiva da Radiodifusão relacionados com a atribuição de alvarás para o exercício da atividade de radiodifusão sonora de âmbito regional

PS √ DAR-IIS-A-12 3-Dez-1990

Del-12-PL/90 DAR-A-12

3-Dez-1990

V IP 20/V/4 Inquérito parlamentar sobre os perdões fiscais atribuídos pelo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais

PS

√ DAR-IS-31

18-Jan-1991

Res AR 6/91 DR-IS-A- 33 8-Fev-1991 V PJR 74/V/4

Constituição de uma comissão eventual de inquérito sobre os perdões fiscais atribuídos pelo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais

PS PSD PCP

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160

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente

Aprovado por Deliberação

Exercício do Direito

Potestativo

Aprovado sem Funcionamento

Resolução da AR

Número Texto 62 14 10 75

V IP 23/V/4

Constituição de uma comissão eventual de inquérito destinada a averiguar as condições de legalidade e regularidade financeira e técnica de todo o processamento que envolve o Centro Cultural de Belém

PS PCP PRD CDS

Herculano Pombo (INDEP)

√ DAR-IS-89 7-Jun-1991

Res AR 16/91 DR-IS-A-145 27-Jun-1991

VI IP 1/VI/1

Inquérito parlamentar para apuramento de responsabilidades quanto à decisão e ao processo de vazamento da albufeira do Maranhão, bem como quanto às suas consequências económicas, sociais e ambientais, designadamente na região que envolve os municípios de Avis e Mora

PEV √ DAR-IS-24

22-Jan-1992

Res AR 8/92 DR-IS-39

15-Fev-1992

VI IP 3/VI/1

Inquérito Parlamentar sobre a utilização das verbas concedidas de 1988 a 1989, pelo FSE e orçamento do estado para cursos de formação profissional promovidos pela União Geral de Trabalhadores-UGT

PSD PS

PCP CDS-PP

PSN

√ DAR-IS-80

26-Jun-1992

Res AR 23/92 DR-IS-A-166 21-Jul-1992

VI IP 6/VI/2 Inquérito Parlamentar quanto a alterações alegadamente introduzidas em DL por membro do Governo contra o recebimento de 120.000 contos

PSD √ DAR IS-32

22-Jan-1993

Res AR 1/93 DR-IS-A-36 2-Fev-1993

VI IP 11/VI/2 Constituição de uma comissão eventual de inquérito quanto à aplicação das verbas do Fundo Social Europeu

PSD √ DAR-IS-61

22-Abr-1993

Res AR 13/93 DR-IS-A-109

11-Maio-1993

VI IP 12/VI/2

Inquérito Parlamentar sobre a natureza e extensão de alegadas irregularidades na gestão de subsídios provenientes de fundos comunitários destinados à agricultura portuguesa no que se refere à Cooperativa Agrícola de Torres Vedras

PSD √ DAR-IS-61

22-Abr-1993

Res AR 12/93 DR-IS-A-109

11-Maio-1993

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161

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente

Aprovado por Deliberação

Exercício do Direito

Potestativo

Aprovado sem Funcionamento

Resolução da AR

Número Texto 62 14 10 75

VI IP 14/VI/2

Inquérito parlamentar com vista a dar continuidade à averiguação cabal das causas e circunstâncias em que ocorreu a tragédia que, em 4/12/1980, vitimou o Sr. Primeiro -ministro Dr. Francisco Sá Carneiro, o Sr. Ministro da Defesa Engº Adelino Amaro da Costa e seus acompanhantes (Camarate)

PSD √ DAR IS-71

14-Maio-1993

Res AR 19/93 DR-IS-A-137 14-Jun-1993

VI IP 15/VI/2

Inquérito parlamentar com vista ao apuramento de factualidade referente a atos praticados pelo Secretário de Estado da Agricultura e designadamente a legalidade ou ilegalidade do seu despacho de 29/06/1992, relativo à atribuição de indemnização e montantes compensatórios

PSD √ DAR-IS-81 9-Jun-1993

Res AR 22/93 DR IS-A-158 8-Jul-1993

VI IP 20/VI/3 Inquérito sobre eventuais irregularidades praticadas pela administração do Hospital de Beja na concessão da exploração da morgue do hospital

PSD √ DAR-IS-81

18-Jun-1994

Res AR 43/94 DR-IS-A-164 21-Jul-1994

VI IP 23/VI/3 Inquérito parlamentar para apreciação do processo de privatização do Banco Totta & Açores

PS PCP PSN

Raul Castro (INDEP)

√ DAR-IS-5

28-Out-1994

Res AR 32/94 DAR-IS-A-149 30-Jun-1994

VI IP 25/VI/3 Inquérito parlamentar sobre o eventual desvio de informações e documentos dos arquivos da PIDE/DGS para o KGB

PSD √ DAR-IS-47

3-Mar-1995 √

Res AR 24/95 DR- IS -92

19-Abr-1995

VI IP 27/VI/4

Inquérito parlamentar sobre a eventual responsabilidade do Governo na prestação de serviços pelas OGMA à Força Aérea Angolana com a ampliação do objeto a que se refere a Resolução nº 15/95, de 20 de Março

CDS-PP √ DAR-IS-22

15-Dez-1994

Res AR 1/95 DR -IS-A-12 14-Jan-1995

VII IP 2/VII/1 Inquérito parlamentar sobre a gestão das despesas do Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola em Portugal entre 1988 e 1993

CDS-PP √ DAR-IS-102 26-Set-1996

Res AR 12/96

DR-IS-A-63 14-Mar-1996

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162

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente

Aprovado por Deliberação

Exercício do Direito

Potestativo

Aprovado sem Funcionamento

Resolução da AR

Número Texto 62 14 10 75

VII IP 3/VII/1 VI Comissão eventual de inquérito parlamentar ao desastre de Camarate

PSD

√ DAR-IS-70

16-Maio-1996

Res AR 16/96 DR-IS-A-116

18-Maio-1996

VII IP 4/VII/1

Inquérito parlamentar para averiguar dos pedidos pendentes no Ministério da Educação ou objeto de decisão nos últimos 12 meses para reconhecimento ou autorização de funcionamento de instituições ou cursos do ensino superior particular e cooperativo

PSD √ DAR-IS-102 26-Set-1996

Res AR 28/96 DR-IS-A-187 13-Ago-1996

VII IP 5/VII/1 Inquérito parlamentar ao acordo estabelecido entre o Estado e o Sr. António Champalimaud

PCP √ DAR-IS-2

18-Out-1996

Res AR 34/96 DR IS-A-253 31-Out-1996

VII IP 6/VII/2 Inquérito parlamentar para apreciação da conformidade constitucional e legal do aval do Estado à União Geral de Trabalhadores-UGT

PSD √ DAR-IS-64

24-Abr-1997

Res AR 30/97 DR IS-A-112

15-Maio-1997

VII IP 7/VII/3

Constituição de uma comissão eventual de inquérito parlamentar para apreciação dos atos do Governo e das suas orientações de parceria em negócios envolvendo o Estado e interesses privados

PSD

√ DAR-IIS-B-20 9-Maio-1998

Res AR 25/98 DR IS-A-115

19-Maio-1998

VII IP 8/VII/3 Inquérito parlamentar para apreciação de atos dos Governos do PS e do PSD envolvendo o Estado e Grupos Económicos

PCP √ DAR IS-77 5-Jun-1998

Res AR 34/98 DR IS-A-140 20-Jun-1998

VII IP 9/VII/4 Constituição de uma comissão eventual de inquérito às denúncias de corrupção na Junta Autónoma das Estradas

CDS-PP √ DAR-IS-17

23-Out-1998

Res AR 52/98 DR IS-A-254 3-Nov-1998

VII PJR 128/VII/4 Constituição de uma comissão eventual de inquérito parlamentar à gestão governamental dos Serviços de Informação e a sua relação com atividades de Polícia

PSD √ DAR-IS-61

19-Mar-1999

Res AR 29/99 DR IS-78

3-Abr-1999

VIII IP 3/VIII/1

Constituição de uma comissão de inquérito parlamentar à gestão da TAP desde o Plano estratégico de saneamento económico e financeiro (PESEF), bem como à organização do seu processo de privatização

PSD √ DAR IIS-B-14 29-Jan-2000

Res AR 22/2000

DR-IS-A-67 20-Mar-2000

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163

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente

Aprovado por Deliberação

Exercício do Direito

Potestativo

Aprovado sem Funcionamento

Resolução da AR

Número Texto 62 14 10 75

VIII IP 5/VIII/1 Inquérito parlamentar para apreciação dos atos do Governo referentes à participação da ENI e da IBERDROLA no capital da GALP, SGPS

PSD √ DAR-IS-64

12-Maio-2000

Res AR 46/2000 DR-IS-A-125

30-Maio-2000

VIII IP 7/VIII/2 Inquérito parlamentar aos atos do Governo e da Administração no processo da Fundação para a Prevenção e Segurança

PSD √ DAR-IIS-B-15 3-Fev-2001

Res AR 15/2001

DR IS-A-38 14-Fev-2001

VIII IP 8/VIII/2 Constituição de uma comissão de inquérito parlamentar sobre as causas, consequências e responsabilidades com o acidente do desabamento da ponte sobre o rio Douro em Entre-os-Rios

PS √ DAR-IS-A-26 3-Dez-2001

Res AR 24/2001

DR-IS-A-73 27-Mar-2001

VIII IP 10/VIII/2 Constituição de uma comissão eventual de inquérito à tragédia de Camarate

PSD √ DAR-IS-103 29-Jun-2001

Res AR 55/2001

DR IS-A-163 16-Jul-2001

IX IP 1/IX/1 Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à tragédia de Camarate

PSD CDS-PP

√ DAR-IIS-4

18-Maio-2002

Res AR 35/2002 DR-IS-A-146 27-Jun-2002

IX IP 2/IX/1 Constituição de uma Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar a atuação governamental quanto as dívidas fiscais da SAD do Benfica

BE

√ DAR-IS-22

21-Jun-2002

Res AR 41/2002 DR-IS- A-151

3-Jul-2002

IX IP 3/IX/1 Constituição de uma Comissão de Inquérito Parlamentar de Inquérito à aceitação pelo Estado de ações da SAD Benfica como garantia de dívidas fiscais em processo de execução

PCP

IX IP 4/IX/1

Constituição de uma Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar aos atos do Governo e da Administração Fiscal no que respeita à aceitação de ações ou partes sociais de pessoas coletivas, como garantia ou dação em pagamento de dívidas fiscais ou à Segurança Social, desde 1996

PSD CPS-PP

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164

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente

Aprovado por Deliberação

Exercício do Direito

Potestativo

Aprovado sem Funcionamento

Resolução da AR

Número Texto 62 14 10 75

IX IP 5/IX/1

Constituição de uma Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar à apreciação dos atos do Governo referentes ao processo de aceitação pelo Estado de ações da SAD Benfica como garantia de dívidas fiscais em execução

PS

IX IP 6/IX/1

Constituição de uma comissão de inquérito parlamentar aos atos do XV Governo Constitucional que levaram à demissão de responsáveis pelo combate ao crime económico, financeiro e fiscal três meses depois da sua nomeação

PS, PCP, BE, PEV

√ DAR-IIB-16

12-Out-2007

Res AR 59/2002 DR-IS-A-225 5-Nov-2002

IX IP 7/IX/1

Requerimento da constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito aos atos do Governo e da Administração do Metropolitano de Lisboa, E.P., relativamente às obras da nova linha sob o Terreiro do Paço em Lisboa

PSD CPS-PP

√ DAR-IIS-A 40 7-Nov-2002

Res AR 60/2002

DR IS-A-258 8-Nov-2002

X PJR 80/X/1 Constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão do processo Eurominas

PSD √ DAR-IS 62

30-Nov-2005

Res AR 65/2005 DR IS-A-237 13-Dez-2005

X IP 1/X/2 Comissão Eventual de Inquérito parlamentar ao processamento, disponibilização e divulgação de registo de chamadas telefónicas protegidos pela obrigação de confidencialidade

BE √ DAR-IS 14

20-Out-2006

Res AR 56/2006 DR-IS-A-212 3-Out-2006

X IP 7/X/3 Comissão Eventual de Inquérito parlamentar ao exercício da supervisão dos sistemas bancário, segurador e de mercado de capitais

PSD

√ DAR-IIS-A-66 10-Mar-2008

Res AR 6/2008

DR IS-51 12-Mar-2008

X IP 8/X/4

Constituição de uma Comissão Eventual de Inquérito parlamentar sobre a situação que levou à nacionalização do BPN - Banco Português de Negócios e sobre a supervisão bancária inerente

CDS-PP √ DAR-IIS-A

11-Dez-2008

Res AR 65/2008 DR IS-A-241 15-Dez-2008

XI IP 1/XI/1 Comissão Eventual de Inquérito parlamentar à atuação do Governo em relação à Fundação para as Comunicações Móveis

PSD √ DAR-IS-20 9-Jan-2010

Res AR 8/2010

DR IS-11 18-Jan-2010

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165

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente

Aprovado por Deliberação

Exercício do Direito

Potestativo

Aprovado sem Funcionamento

Resolução da AR

Número Texto 62 14 10 75

XI IP 4/XI/1 Comissão Eventual de Inquérito parlamentar à relação do Estado com a comunicação social e, nomeadamente a atuação do Governo na compra da TVI

PSD BE

√ DAR-IIS-B-70 4-Mar-2010

Res AR 25/2010

DR IS- 57 23-Mar-2010

XI IP 5/XI/2 Comissão Parlamentar de Inquérito à tragédia de Camarate PSD √

DAR-IS-35 7-Jan-2011

Res AR 1/2011 DR IS-13

19-Jan-2011 XI IP 6/XI/2 Comissão Parlamentar de Inquérito à tragédia de Camarate CDS-PP

XII IP 2/XII/1 Comissão Eventual de Inquérito parlamentar ao processo de gestão e reprivatização do Banco Português de Negócios

PSD CPS-PP

√ DAR-IS-86

17-Mar-2012 √

Res AR 34-A/2012 DR IS-57

20-Mar-2012 XII IP 3/XII/1 Comissão Eventual de Inquérito parlamentar à gestão e à alienação do Banco Português de Negócios, S.A.

PS PCP BE

PEV

XII PJR 411/XII/1 Constituição da X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate

PSD CDS-PP

√ DAR-IS-134 14-Jul-2012

Res AR 91/2012

DR IS-142 24-Jul-2012

XII IP 4/XII/1

Comissão Eventual de Inquérito parlamentar à renegociação das concessões rodoviárias da Costa da Prata, do Grande Porto, das Beiras Litoral e Alta, Norte, Grande Lisboa e Norte Litoral, que culminou com a assinatura de aditamentos aos contratos de concessão, e das concessões do Algarve, Beira Interior e Interior Norte

PSD CDS-PP

√ DAR-IS-96

14-Abr-2012

Res AR 55/2012

DR IS-81 24-Abr-2012

XII IP 5/XII/1 Comissão Eventual de Inquérito parlamentar à elaboração e renegociação de todos os contratos de parcerias público-privadas nos setores ferroviário, rodoviário e da saúde

BE

XII IP 6/XII/2 Comissão Eventual de Inquérito à celebração de contratos de gestão de risco financeiro por empresas do sector público

PSD CDS-PP

√ DAR-IS-88

11-Maio-2013

Res AR 68/2013 DR IS-96

20-Maio-2013

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166

Legislatura

Inquérito Parlamentar

Proponente

Aprovado por Deliberação

Exercício do Direito

Potestativo

Aprovado sem Funcionamento

Resolução da AR

Número Texto 62 14 10 75

XII IP 8/XII/3 Comissão Parlamentar de Inquérito para apuramento das responsabilidades pelas decisões que conduziram ao processo de subconcessão dos Estaleiros de Viana do Castelo

PS PCP BE

PEV

√ DAR-IIS-A 24 23-Jan-2014

Res AR 9/2013

DR IS-21 30-Jan-2014

XII PJR 969/XII Comissão Parlamentar de Inquérito aos programas relativos à aquisição de equipamentos militares (EH 101; P3 Orion; C295; Torpedos; F16; Submarinos; Pandur II)

PS √ DAR-IS-64

22-Mar-2014

Res AR 29/2014 DR IS-65

2-Abr-2014

XII IP 9/XII/3 Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo

PCP √ DAR-IIS-B -64

3-Set-2014

Res AR 83/2014 DR IS-189

1-Out-2014

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167

ANEXO VI

PARTIDOS E TOTAL DE REQUERIMENTOS DE IP (informação desagregada) – subscritos

Nota: Isoladamente ou em subscrição conjunta

PPD/PSD CDS/PP PPM PS ASDI UEDS PCP MDP/CDE PEV PRD UDP PSN ID BE GOV

I 1 1 1 5 2 1

II 2 2 2 7 8 7 4 2

III 3 2 4 2 1 13 3 1

IV 2 1 2 3 1

V 6 5 14 7 3 5 1

VI 8 2 10 12 1 2

VII 6 2 2

VIII 4 4 1 1

IX 3 3 2 5 2 4

X 2 2 2 3

XI 3 1 3

XII 4 4 3 4 2 4

Total 44 29 3 48 10 8 55 5 8 6 1 2 1 14 1

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168

Total PPD/PSD CDS/PP PPM PS ASDI UEDS PCP MDP/CDE PEV PRD UDP PSN ID BE GOV

I 3 1 2

II 4 1 1 1 1 2 +1 1

III 9 1+1+1 1+1 1+1+1+1 1+1 1 3+1+1 1+1 1

IV 6 1 1 1 2+1 1

V 11 3+1+1+1 1+1+1+1 2+1+1+1+1+ 1

1+1+1 1+1+1

VI 11 7+1 1+1 1+1 1 1 1+1

VII 9 5 2 2

VIII 5 4 1

IX 4 1+1+1 1+1+1 1+1 1+1 1 1+1

X 4 2 1 1

XI 3 1+1+1 1 1

XII 7 1+1+1+1 1+1+1+1 1+1+1 1+1+1 1+1 1+1+1

Total 23+ 6+ 6+ 2+ 10+ 1+ 1+ 1+

PARTIDOS E TOTAL DE REQUERIMENTOS DE IP - aprovados

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169

PARTIDOS E TOTAL DE REQUERIMENTOS DE IP - não apreciados//discutidos

Total PPD/PSD CDS/PP PPM PS ASDI UEDS PCP MDP/CDE PEV PRD UDP PSN ID BE GOV

I 8 1 1 1 4 1

II 8 1 1 1 1+1+1+1 1+1+1+1 1+1+1 2

III 7 7

IV 2 1 1

V 4 3+1 1 1 1 1

VI 1 1

VII

VIII

IX 1 1

X

XI

XII

Total 31 2+ 1+ 1+ 10+ 1+ 9+ 1

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170

PARTIDOS E TOTAL DE REQUERIMENTOS DE IP - rejeitados

Total PPD/PSD CDS/PP PPM PS ASDI UEDS PCP MDP/CDE PEV PRD UDP PSN ID BE GOV

I - - - - - - - - - - - - - - - -

II 6 1+1 1 2+1 1+1 1+1

III 1 1 1

IV - - - - - - - - - - - - - - - -

V 6 1 2 3

VI 18 7 11

VII - - - - - - - - - - - - - - - -

VIII 3 3

IX 5 3 2

X 5 1 2 2

XI 1 1

XII 2 1 1

Total 47 5 10+ 1 2+ 20+ 6

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171

ANEXO VII

Constituição das Comissões Parlamentares de Inquérito

Legislatura Comissão Despacho da Constituição

Posse

Composição Nº de

Reuniões Presidente

Vice-Presidentes

Secretários

I

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR DA VERACIDADE DAS ACUSAÇÕES INFAMANTES FORMULADAS PELO JORNAL ESTATIZADO "O COMÉRCIO DO PORTO" E DEMAIS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL (RÁDIO RENASCENÇA, TEMPO E EXPRESSO) CONTRA O DEPUTADO ANTÓNIO MACEDO

Despacho do SG da AR

16-Jan-1979 16-Jan-1979 PS PS PS 17

I COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR SOBRE O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DE BATATA DE SEMENTE PARA A CAMPANHA DE 1978-1979

Deliberação da AR 11-Mai-1979

29-Mai-1979 PS PSD CDS PCP

10

I COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR SOBRE O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DA BATATA DE SEMENTE PARA A CAMPANHA DE 1978-1979

Deliberação da AR 12-Fev-1980

12-Fev-1980 PSD PS CDS PCP

10

II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O PROCESSO DE LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE CEREAIS, RAMAS DE AÇÚCAR E OLEAGINOSAS

Deliberação da AR18-Nov-1981

19-Jan-1982 PSD

II

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO RELATIVA À AQUISIÇÃO DE AVIÕES BOING B-727/200 PELA TAP E À VENDA PELO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES DE 4 AVIÕES DC-6

Deliberação da AR 27-Jan-1982

11-Fev-1982 PSD

II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO QUE PERMITAM A UM ASSESSOR DO GOVERNO O ACESSO A "18" RESERVAS

Deliberação da AR 14-Nov-1981

11-Fev-1982 PSD

II I COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

Deliberação da AR 30-Nov-1982

14-Dez-1982 PSD PS 40

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O PROCESSO DE LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE CEREAIS, RAMAS DE AÇÚCAR E OLEAGINOSAS

Deliberação da AR23-Mar-1984

8-Mai-1984 PS PSDPCPCDS 24

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172

Legislatura Comissão Despacho da Constituição

Posse

Composição Nº de

Reuniões Presidente

Vice-Presidentes

Secretários

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À RADIOTELEVISÃO PORTUGUESA (RTP), E.P.

Deliberação da AR 4-Jan-1984

3-Jul-1984 PSD PS

PCP CDS

57

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À DETENÇÃO DO DEPUTADO MANUEL LOPES

Deliberação da AR 4-Abr-1984

16-Abr-1984 PS ASDI

MDP/CDE 10

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO TENDENTE A APURAR EM QUE OBRAS OU EMPREENDIMENTOS DA RESPONSABILIDADE DA SECRETARIA DE ESTADO DAS OBRAS PÚBLICAS SE VERIFICARAM DESMORONAMENTOS E OUTRAS ANOMALIAS, BEM COMO AS RESPECTIVAS CAUSAS, IMPLICAÇÕES E RESPONSABILIDADES

Deliberação da AR 27-Mar-1985

14-Mai-1985

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DOS ANTECEDENTES DA RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS N.º 34/84, RELATIVA À TORRALTA

Deliberação da AR 26-Jan-1985

12-Fev-1985 PSD

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE OS CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE VERBAS PELA SECRETARIA DE ESTADO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL E O CONTROLE DA SUA APLICAÇÃO

Deliberação da AR 26-Jan-1985

12-Fev-1985 PS PSD PCP CDS

25

III II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

Deliberação da AR 3-Dez-1984

11-Jan-1985 PSD PS

CDS

PS PSD PCP CDS

51

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO A FIM DE APRECIAR OS ACTOS DO CONSELHO DE GERÊNCIA DA RTP RELACIONADOS COM A TRANSMISSÃO TELEVISIVA DO DEBATE DA MOÇÃO DE CENSURA APRESENTADA PELO CDS

Deliberação da AR 21-Dez-1984

11-Jan-1985 PSD 57

IV III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

Deliberação da AR12-Dez-1985

22-Jan-1986 PSD PSCDS PRDPCP 53

IV COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE A ACTUAÇÃO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS E ALIMENTAÇÃO QUANTO À REFORMA AGRÁRIA

Deliberação da AR 14-Mar-1986

24-Abr-1986 PS

IV INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A SITUAÇÃO DA COMPANHIA PORTUGUESA DOS CAMINHOS DE FERRO, C.P.

Deliberação da AR 14-Jun-1986

14-Nov-1986 PS

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173

Legislatura Comissão Despacho da Constituição

Posse

Composição Nº de

Reuniões Presidente

Vice-Presidentes

Secretários

V IV COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

Deliberação da AR 7-Jul-1988

10-Jan-1989 PSD PS PCP PSD

38

V

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DAS FORMAS QUE REVESTIRAM O LANÇAMENTO E O DESENVOLVIMENTO DE INICIATIVAS SUSCEPTÍVEIS DE COMPARTICIPAÇÃO PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU

Deliberação da AR 11-Maio-1988

17-Mai-1988 PS PSD PCP 29

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O ADIAMENTO PELO GOVERNO DE DUAS PRESTAÇÕES DE CONTRAPARTIDA À CONCESSIONÁRIA DE JOGO DO CASINO ESTORIL

Deliberação da AR 8-Abr-1988

17-Mai-1988 PSD

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO A ACTOS ADMINSTRATIVOS NA ÁREA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

Deliberação da AR 24-Maio-1989

11-Mai-1989 PCP PSD PS

PSD 91

V

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM VISTA A APURAR EM TODA A EXTENSÃO A CONDUTA DOS SERVIÇOS OFICIAIS, DESIGNADAMENTE DA ADMINISTRAÇÃO FISCAL, INTERVENIENTES NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO PELO MINISTRO DAS FINANÇAS DE APARTAMENTOS NO EDIFÍCIO AMOREIRAS E NA RUA DE FRANCISCO STROMP, EM LISBOA

Deliberação da AR 3-Maio-1989

9-Mai-1989 PSD PS PCP PSD

V COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À RADIOTELEVISÃO PORTUGUESA, E.P.

Deliberação da AR 13-Jul-1990

14-Nov-1990

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AOS ALEGADOS PERDÕES FISCAIS ATRIBUÍDOS AO SECRETÁRIO DE ESTADO DOS ASSUNTOS FISCAIS

Deliberação da AR 16-Fev-1991

14-Fev-1991 12

V

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR A LEGALIDADE E REGULARIDADE FINANCEIRA E TÉCNICA DE TODO O PROCESSAMENTO QUE ENVOLVE O CENTRO CULTURAL DE BELÉM

Deliberação da AR 7-Jun-1991

20-Jun-1991 PCP PSD

PS 8

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARA APURAMENTO DE RESPONSABILIDADES QUANTO À DECISÃO E AO PROCESSO DE VAZAMENTO DA ALBUFEIRA DO MARANHÃO, BEM COMO QUANTO ÀS SUAS CONSEQUÊNCIAS ECONÓMICAS, SOCIAIS E AMBIENTAIS, DESIGNADAMENTE NA REGIÃO QUE ENVOLVE OS MUNICÍPIOS DE AVIS E MORA

Deliberação da AR 13-Fev-1992

5-Mai-1992 PSD PS PSD PCP

26

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174

Legislatura Comissão Despacho da Constituição

Posse

Composição Nº de

Reuniões Presidente

Vice-Presidentes

Secretários

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA AVERIGUAÇÃO DO COMPORTAMENTO E DAS DILIGÊNCIAS DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA FACE À DIVULGAÇÃO DE EVENTUAIS IRREGULARIDADES NA UTILIZAÇÃO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS POR PARTE DA COOPERATIVA AGRÍCOLA DE TORRES VEDRAS

Deliberação da AR 22-Abr-1993

7-Jul-1993 PS PSD PCP PSD

21

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS VERBAS CONCEDIDAS, DE 1988 A 1989, PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU E ORÇAMENTO DO ESTADO PARA CURSOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PROMOVIDOS PELA UGT

Deliberação da AR 21-Jul-1992

15-Jul-1993 PS PSD PCP PSD

29

VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO QUANTO À ALTERAÇÃO ALEGADAMENTE INTRODUZIDA EM DECRETO-LEI POR MEMBRO DO GOVERNO CONTRA O RECEBIMENTO DE 120 000 CONTOS

Deliberação da AR 22-Jan-1993

9-Fev-1993 PS PSD PCP PSD

4

VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR QUANTO À APLICAÇÃO DAS VERBAS DO FUNDO SOCIAL EUROPEU

Deliberação da AR 22-Abr-1993

15-Ago-1993 PSD PS PSD PCP

6

VI V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO ACIDENTE DE CAMARATE

Deliberação da AR 14-Mai-1993

29-Jun-1993 PSD PS PSD PCP

30

VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR A ACTOS DO SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA RELACIONADOS COM O REGIME DE INDEMNIZAÇÕES POR ABATES SANITÁRIOS

Deliberação da AR 5-Jun-1993

15-Jul-1993 PSD PS PSD PCP

8

VI COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA AVERIGUAR DAS EVENTUAIS IRREGULARIDADES NA CONCESSÃO DA EXPLORAÇÃO DA MORGUE DO HOSPITAL DE BEJA

Deliberação da AR 18-Jun-1994

13-Jul-1994 PS PSD PSD PCP

20

VI COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DO PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DO BANCO TOTTA & AÇORES

Deliberação da AR 30-Jun-1994

13-Jul-1994 PSD PCP PS 19

VI

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A EVENTUAL RESPONSABILIDADE DO GOVERNO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PELAS OGMA À FORÇA AÉREA ANGOLANA COM A AMPLIAÇÃO DO OBJECTO A QUE SE REFERE A RESOLUÇÃO Nº 15/95, DE 20 DE MARÇO

Deliberação da AR 15-Dez-1994

21-Fev-1995 PSD PS PSD PCP

12

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175

Legislatura Comissão Despacho da Constituição

Posse

Composição Nº de

Reuniões Presidente

Vice-Presidentes

Secretários

VII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE A GESTÃO DAS DESPESAS DO FUNDO EUROPEU DE ORIENTAÇÃO E GARANTIA AGRÍCOLA EM PORTUGAL ENTRE 1988 E 1993

Despacho do PAR 28-Mar-1996

3-Abr-1996 PSD PS

CDS-PP CDS-PP

PCP 15

VII VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO DESASTRE DE CAMARATE

Deliberação da AR 16-Mai-1996

24-Mai-1996 PSD PS CDS-PP

PCP 31

VII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA AVERIGUAR DOS PEDIDOS PENDENTES NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO OU OBJECTO DE DECISÃO NOS ÚLTIMOS 12 MESES PARA RECONHECIMENTO OU AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DE INSTITUIÇÕES OU CURSOS DE ENSINO SUPERIOR PARTICULAR E COOPERATIVO

Despacho do PAR 26-Set-1996

2-Out-1996 PSD PS CDS-PP

PCP 20

VII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AO ACORDO ESTABELECIDO ENTRE O ESTADO E O SR. ANTÓNIO CHAMPALIMAUD

Despacho do PAR 16-Nov-1996

8-Nov-1996 PS PSD PCP 18

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO AVAL DO ESTADO À UGT

Deliberação da AR 2-Mai-1997

15-Mai-1997 PS PSD CDS-PP

PCP 31

VII

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO E DAS SUAS ORIENTAÇÕES DE PARCERIA EM NEGÓCIOS ENVOLVENDO O ESTADO E INTERESSES PRIVADOS

Despacho do PAR 9-Mai-1998

8-Jun-1998 PS PSD CDS-PP

PCP 46

VII COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DOS GOVERNOS DO PS E DO PSD ENVOLVENDO O ESTADO E GRUPOS ECONÓMICOS

Despacho do PAR 27-Jun-1998

28-Jul-1998 PSD PS CDS-PP

PCP 44

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR ÀS DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO NA JUNTA AUTÓNOMA DE ESTRADAS

Deliberação da AR 23-Out-1998

28-Jan-1999 PS PSD CDS-PP

PCP 33

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À GESTÃO GOVERNAMENTAL DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO E À SUA RELAÇÃO COM ACTIVIDADES DE POLÍCIA

Deliberação da AR 19-Mar-1999

28-Abr-1999 PSD PS CDS-PP

PCP 11

VIII

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À GESTÃO DA TAP DESDE O PLANO ESTRATÉGICO DE SANEAMENTO ECONÓMICO E FINANCEIRO (PESEF), BEM COMO A ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO SEU PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO

Deliberação da AR 13-Nov-2000

14-Abr-2000 PSD PS PS

PCP 24

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176

Legislatura Comissão Despacho da Constituição

Posse

Composição Nº de

Reuniões Presidente

Vice-Presidentes

Secretários

VIII COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO REFERENTES À PARTICIPAÇÃO DA ENI E DA IBERDROLA NO CAPITAL DA GALP, SGPS

Deliberação da AR 12-Mai-2000

15-Jun-2000 PS PSD PCP

CDS-PP 26

VIII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO NO PROCESSO DA FUNDAÇÃO PARA A PREVENÇÃO E SEGURANÇA

Despacho do PAR 3-Fev-2001

21-Fev-2001 PS PSD CDS-PP

PCP 21

VIII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE AS CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E RESPONSABILIDADES COM O ACIDENTE RESULTANTE DO DESABAMENTO DA PONTE SOBRE O RIO DOURO, EM ENTRE-OS-RIOS

Deliberação da AR 3-Dez-2001

5-Abr-2001 PSD PS CDS-PP

PCP 28

VIII VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

Despacho do PAR 20-Out-2001

6-Nov-2001 PSD PS PCP 4

IX VIII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

Deliberação da AR 14-Jun-2002

4-Jul-2002 CDS-PP PS PSD PCP

24

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO REFERENTES AO PROCESSO DE ACEITAÇÃO DE ACÇÕES DA SAD DO BENFICA COMO GARANTIA DE DÍVIDAS FISCAIS EM EXECUÇÃO

Deliberação da AR 21-Jun-2002

11-Jul-2002 PS PSD CPS-PP

PCP 17

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO XV GOVERNO CONSTITUCIONAL QUE LEVARAM À DEMISSÃO DE RESPONSÁVEIS PELO COMBATE AO CRIME ECONÓMICO, FINANCEIRO E FISCAL TRÊS MESES DEPOIS DA SUA NOMEAÇÃO

Despacho do PAR 18-Out-2002

28-Out-2002 PSD PS CDS-PP

PCP 6

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO DO METROPOLITANO DE LISBOA, E.P., RELATIVAMENTE ÀS OBRAS DA NOVA LINHA SOB O TERREIRO DO PAÇO, EM LISBOA

Despacho do PAR 31-Out-2002

7-Nov-2002 PS PSD CDS-PP

PCP 8

X COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À GESTÃO DO PROCESSO EUROMINAS

Despacho do PAR 13-Dez-2005

7-Dez-2005 PSD PS PCP

CDS-PP 20

X

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO PROCESSAMENTO, DISPONIBILIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE REGISTO DE CHAMADAS TELEFÓNICAS PROTEGIDOS PELA OBRIGAÇÃO DE CONFIDENCIALIDADE

Despacho do PAR 24-Nov-2006

22-Nov-2006 PS PSD PCP

CDS-PP 18

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177

Legislatura Comissão Despacho da Constituição

Posse

Composição Nº de

Reuniões Presidente

Vice-Presidentes

Secretários

X COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO EXERCÍCIO DA SUPERVISÃO DOS SISTEMAS BANCÁRIO, SEGURADOR E DE MERCADO DE CAPITAIS

Despacho do PAR 20-Mar-2008

19-Mar-2008 PSD PS

PSD 17

X COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A SITUAÇÃO QUE LEVOU À NACIONALIZAÇÃO DO BPN-BANCO PORTUGUÊS DE NEGÓCIOS - E SOBRE A SUPERVISÃO BANCÁRIA INERENTE

Despacho do PAR 15-Dez-2008

16-Dez-2008 PS PSD PCP

50

XI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À ACTUAÇÃO DO GOVERNO EM RELAÇÃO À FUNDAÇÃO PARA AS COMUNICAÇÕES MÓVEIS

Deliberação da AR 21-Jan-2010

28-Jan-2010 PSD PS BE

28

XI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR RELATIVA À RELAÇÃO DO ESTADO COM A COMUNICAÇÃO SOCIAL E, NOMEADAMENTE, À ACTUAÇÃO DO GOVERNO NA COMPRA DA TVI

Despacho do PAR 13-Mar-2010

18-Mar-2010 PSD PS

CDS-PP 31

XI IX COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

Despacho do PAR 19-Jan-2011

25-Jan-2011 PS PSD BE

8

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AO PROCESSO DE NACIONALIZAÇÃO, GESTÃO E ALIENAÇÃO DO BANCO PORTUGUÊS DE NEGÓCIOS S.A.

Deliberação da AR 17-Mar-2012

21-Mar-2012 PS PSD

CDS-PP 36

XII X COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

Deliberação da AR 14-Jul-2012

10-Jan-2013 PSD PS

CDS-PP 64

XII

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À CONTRATUALIZAÇÃO, RENEGOCIAÇÃO E GESTÃO DE TODAS AS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS DO SECTOR RODOVIÁRIO E FERROVIÁRIO

Deliberação da AR 13-Abr-2012

3-Mai-2012 PCP PS

PSD 89

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À CELEBRAÇÃO DE CONTRATOS DE GESTÃO DE RISCO FINANCEIRO POR EMPRESAS DO SECTOR PÚBLICO

Deliberação da AR 11-Mai-2013

28-Mai-2012 PS PSD

CDS-PP 73

XII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APURAMENTO DAS RESPONSABILIDADES PELAS DECISÕES QUE CONDUZIRAM AO PROCESSO DE SUBCONCESSÃO DOS ESTALEIROS DE VIANA DO CASTELO

Despacho da PAR, 76 6-Fev-2014

11-Fev-2014 PS PSD

CDS-PP 27

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178

Legislatura Comissão Despacho da Constituição

Posse

Composição Nº de

Reuniões Presidente

Vice-Presidentes

Secretários

XII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS PROGRAMAS RELATIVOS À AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS MILITARES (EH 101; P3 ORION; C295; TORPEDOS; F16; SUBMARINOS; PANDUR II)

Despacho da PAR, 82 7-Mai-2014 CDS-PP PSD PS

69

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À GESTÃO DO BES E DO GRUPO ESPÍRITO SANTO

Conferência de Líderes de

30-Set-2014 9-Out-2014 PSD

PS BE

59

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179

Comissões229 Iniciativa Presidência Relator(es)

I Legislatura PJR 2 – Dep. António Macedo PS PS CDS PJR 3 – Batata de semente PCP PS CDS PJR 11 - Batata de semente PCP PSD PCP

II Legislatura

IP 9 – Comércio de cereais IP 10 – Aquisição de Boeing IP 11 – Assessor Gov. acesso a reservas IP/II – Camarate - Potestativa

PS, ASDI, UEDS ASDI ASDI PSD, CDS, PPM

PSD PSD PSD PSD

---

--

Subcomissão executiva 10 Dep

III Legislatura

IP 4 – Comércio de cereais PCP, MDP/CDE PS 2 PS, 1 PSD, 1PCP e 1 CDS IP 5 - RTP CDS PSD 1 PS, 1 PSD, 1 PCP e 1 CDS IP 6 – Detenção Deputado PS, PSD, ASDI

PS

1 ASDI, 1 PSD, 1 MDP/CDE

IP 11 - Torralta PCP PSD Comissão de redação IP 12 – Sec. Estado Emprego IP 15 – Conselho Gerência RTP

PCP PS, PSD, PCP, CDS, UEDS, ASDI

MDP/CDE

PS PSD

1 PS, 1 PSD, 1 CDS e 1 PCP 1PS, 1PSD, 1PCP, 1CDS

IP PPR e PJR 40 - Camarate GOV, PS, PSD PSD Presidente da CPI

229

As Comissões estão referenciadas pelo nº e palavras-chave

ANEXO VIII

INICIATIVA, PRESIDÊNCIA E RELATORES DAS CPI

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180

Comissões229 Iniciativa Presidência Relator(es)

IV Legislatura

IP PJR nº 6-A - Camarate IP 1 + PJR 10 – Min. Agricultura IP 2 – CP V Legislatura IP PJR 14 - Camarate IP 4 – Fundo Social Europeu-Potestativo (FSE) IP 7 – Casino IP 12+13 – Min. Saúde IP 14 – Miguel Cadilhe –Potestativo IP 20 + 21 – Perdões Fiscais IP 23 – CCB ……………………………………………………..VI Legislatura IP 1 – Albufeira do Maranhão IP 3 – FSE e UGT – Potestativo IP 6 – Vírgula em Decreto-Lei IP 11 – Verbas FSE IP 12 – Fundos Comunitários IP 14 - Camarate IP 15 – Sec. Estado Agricultura IP 20 – Morgue Hospital Beja IP 23 – Totta e Açores – Potestativa IP 27 - OGMA …………………………………………………….VII Legislatura

PSD PCP + PS CDS

PSD

PS PSD PSD+PS PCP, PRD, PEV, PS, CDS PS+PSD

PS, PCP, PRD, CDS e IND

PEV PSD, PS, CDS, PSN PSD PSD PSD PSD PSD PSD

PS, PCP, PSN CDS

PSD PS PS

PSD

PS PSD PCP sub. 1º Vice PSD PSD PSD PCP

PSD PS PS

PSD PS

PSD PSD

PS PSD PSD

1PS, 1PRD, 1 PSD, 1PCP, 1CDS PCP

---

1PSD, 1PS, 1PCP, 1PRD, 1CDS, Augusto CID PSD PSD PSD PSD PSD PSD

PSD 1PSD, 1PS e 1 PCP

PSD -----

PS 1 PSD, 1PS, 1CDS e 1 PCP

PSD PSD PSD PSD

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181

Comissões229 Iniciativa Presidência Relator(es)

IP 2 – FEOGA IP 3 – Camarate – Potestativa IP 4 – M. Educação IP 5 – Champalimaud IP 6 – UGT IP 7 – Atos Governo Negócios - Potestativo IP 8 – Governo e negócios IP 9 – JAE IP PJR 128 - SIS …………………………………………………….VIII Legislatura IP 3 – TAP - Potestativa IP 5 – GALP IP 7 – Fundação Rodoviária IP 8 – Entre-os-Rios IP 10 - Camarate …………………………………………………….IX Legislatura IP 1 – Camarate IP 2,3,4 e 5 – SAD Benfica IP 6 – Crime económico – Potestativa IP 7 – Metropolitano – Potestativa …………………………………………………….X Legislatura IP PJR 80 – Eurominas IP 2 – Envelope 9 IP 7 – Sistema bancário – Potestativa (pós-RAR) IP 8 - BPN ……………………………………………………. XI Legislatura

CDS PSD PSD

PCP PSD PSD PCP CDS PSD

PSD PSD PSD

PS PSD

PSD, CDS BE, PCP, PSD, CDS, PS PS, PCP, PEV, BE

PSD, CDS

PSD BE

PSD CDS

PSD PSD PSD

PS PS PS

PSD PS

PSD

PSD PS PS

PSD PSD

CDS PS

PSD PS

PSD PS

PSD PS

CDS 1 PSD, 1PS

PS (coadjuvado 1 PSD, 1PCP,1CDS)

PS 1PSD, 1 PS, 1PCP 1PS, 1PCP, 1PSD, 1CDS

PSD CDS PCP

1PS, 1PSD 1PS, 1PSD, 1PCP, 1 CDS 1PS, 1PSD, 1PCP, 1CDS

PS

1PSD, 1CDS CDS ------- CDS, BE

PS PS PS PS

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182

Comissões229 Iniciativa Presidência Relator(es)

IP 1 – Comunicações IP 4 –TVI - Potestativa IP 5, 6 - Camarate …………………………………………………….XII Legislatura IP 2, 3 – Reprivatização BPN – regime potestativo IP 4, 5 – Parcerias PP IP 6 – Swap IP PJR 411 - Camarate IP 8 – ENVC – Potestativa IP 9 – BES IP PJR 969 - Submarinos

PSD PSD, BE PSD, CDS

PSD, CDS, PS, PCP, BE, PEV PSD, CDS, BE PSD, CDS PSD, CDS

PS, PCP, BE, PEV PCP

PS

PSD PSD

PS

PS PCP

PS PSD

PS PSD CDS

PSD

BE CDS

PSD PSD PSD PSD PSD PSD PSD

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183

ASSUNTOS OBJETO DAS CPI DA I À XII LEGISLATURAS

I Legislatura

Total Aprovado Não apreciado Rejeitado Não admitido Direitos, Liberdades e Garantias

3 xxx

Comunicação Social 2 x x Habitação 1 x Agricultura 3 xx x Eleitoral 1 x Defesa 1 x

II Legislatura

Total Aprovado Não apreciado Rejeitado Não admitido Direitos, Liberdades e Garantias

1 x

Comunicação Social 6 x x x x x x Agricultura e Pescas 2 x x Educação 1 x Obras Públicas e Habitação

1 x

Cultura 1 x Segurança 2 x x Transportes 2 xx Economia e Finanças 1 x Justiça 1 x Camarate 1 x

III Legislatura

Total Aprovado Não apreciado Rejeitado Não admitido Direitos, Liberdades e Garantias

2 x x

Comunicação Social 3 xxx Agricultura e Pescas 2 x x Emprego/Trabalho 2 x x Obras Públicas e Equipamento Social

1 x

Transportes 2 xx Economia e Finanças 4 x x x x Camarate 2 xx

ANEXO IX

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184

IV Legislatura

Total Aprovado Não apreciado Rejeitado Não admitido Direitos, Liberdades e Garantias

1 x

Comunicação Social 1 x Agricultura e Pescas 3 xx x Segurança 1 x Transportes 1 x Economia e Finanças 1 x Camarate 1 x

V Legislatura

Total Aprovado Não apreciado Rejeitado Não admitido Direitos, Liberdades e Garantias

1 x

Comunicação Social 4 xxx x Obras Públicas 1 x Fiscal 4 xxx x Saúde 6 xx x xx x Trabalho 1

230

Poder Local 1 x Economia e Finanças 6 xx x xxx Camarate 1 x

VI Legislatura

Total Aprovado Não apreciado Rejeitado Não admitido Direitos, Liberdades e Garantias

2 xx

Comunicação Social 1 x Agricultura e Pescas 8 xxx x xxxx Segurança 7 x xxxxxx Saúde 2 x x Cultura 1 x Defesa 1 x Economia e Finanças 7 xxx xxxx Camarate 1 x

230

Este IP, nº 16, apresentado pelo PRD sobre as condições de trabalho dos jornalistas da RTP foi retirado pelo

próprio partido que mais tarde subscreveu IP potestativo onde a temática estava subsumida.

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185

VII Legislatura

Total Aprovado Não apreciado Rejeitado Não admitido Ministro Finanças 1 x Educação 1 x Agricultura e Pescas 1 x Trabalho 1 x Segurança 1 x Transportes 1 x Economia e Finanças 3 xxx Camarate 1 x

VIII Legislatura

Total Aprovado Não apreciado Rejeitado Não admitido Obras Públicas 1 x Defesa 1 x Transportes 1 x Economia e Finanças 6 xx xx xx (não votados) Camarate 1 x

IX Legislatura

Total Aprovado Não apreciado Rejeitado Não admitido Justiça 1 x Educação 3 xxx Saúde 2 xx Transportes 1 x Economia e Finanças 5 xxxx x Camarate 1 x

X Legislatura

Total Aprovado Não apreciado Rejeitado Não admitido Direitos, Liberdades e Garantias

1 x

Segurança 3 xxx Saúde 1 x Economia e Finanças 4 xxx x

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186

XI Legislatura

Total Aprovado Não apreciado Rejeitado Não admitido Comunicação Social 2

231 x

Defesa 1 x Comunicações 1 x Camarate 2 x

XII Legislatura

Total Aprovado Não apreciado Rejeitado Não admitido Economia e Finanças 9 xx xx xxx xx Defesa 1 x Camarate 1 x

Ao longo das 12 Legislaturas os assuntos que concitaram mais pedidos de inquérito, foram, por

ordem decrescente, os seguintes:

Economia e Finanças – 46

Comunicação Social - 19

Agricultura – 19

Segurança – 14

Camarate – 12

Direitos, Liberdades e garantias – 11

Saúde - 11

Transportes – 8

Educação – 5

Defesa - 5

Obras Públicas, Habitação e Equipamento Social – 4

Trabalho – 4

Fiscal - 4

Outros – 8

Total: 170

231

O Bloco de Esquerda retirou o pedido de Inquérito nº 3, após o que subscreveu com o PSD o IP nº 4 sobre a

temática da TVI

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187

ANEXO X

Funcionamento e período de atividade das CPI

Legislatura Comissão Início Suspensão Reinício Fim Suspensão Func. Efetivo

Dias A M D Dias A M D

I

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR DA VERACIDADE DAS ACUSAÇÕES INFAMANTES FORMULADAS PELO JORNAL ESTATIZADO "O COMÉRCIO DO PORTO" E DEMAIS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL (RÁDIO RENASCENÇA, TEMPO E EXPRESSO) CONTRA O DEPUTADO ANTÓNIO MACEDO

16-Jan-1979 17-Ago-1979 214 7 1

I COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR SOBRE O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DE BATATA DE SEMENTE PARA A CAMPANHA DE 1978-1979

29-Mai-1979 26-Jul-1979 59 1 28

I

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR SOBRE O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DA BATATA DE SEMENTE PARA A CAMPANHA DE 1978-1979

12-Fev-1980 3-Jun-1980 113 3 22

II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O PROCESSO DE LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE CEREAIS, RAMAS DE AÇÚCAR E OLEAGINOSAS

19-Jan-1982 27-Mai-1982 129 4 8

II

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO RELATIVA À AQUISIÇÃO DE AVIÕES BOING B-727/200 PELA TAP E À VENDA PELO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES DE 4 AVIÕES DC-6

11-Fev-1982 19-Mai-1982 98 3 7

II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO QUE PERMITAM A UM ASSESSOR DO GOVERNO O ACESSO A "18" RESERVAS

16-Fev-1982 29-Abr-1982 72 2 12

II I COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

14-Dez-1982 23-Abr-1983 131 4 10

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O PROCESSO DE LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE CEREAIS, RAMAS DE AÇÚCAR E OLEAGINOSAS

8-Mai-1984 23-Abr-1985 351 11 16

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À RADIOTELEVISÃO PORTUGUESA (RTP), E.P.

3-Jul-1984 10-Jul-1985 373 1 7

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188

Legislatura Comissão Início Suspensão Reinício Fim Suspensão Func. Efetivo

Dias A M D Dias A M D

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À DETENÇÃO DO DEPUTADO MANUEL LOPES

16-Abr-1984 27-Jun-1984 73 2 13

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO TENDENTE A APURAR EM QUE OBRAS OU EMPREENDIMENTOS DA RESPONSABILIDADE DA SECRETARIA DE ESTADO DAS OBRAS PÚBLICAS SE VERIFICARAM DESMORONAMENTOS E OUTRAS ANOMALIAS, BEM COMO AS RESPECTIVAS CAUSAS, IMPLICAÇÕES E RESPONSABILIDADES

14-Mai-1985 14-Mai-1985 1 1

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DOS ANTECEDENTES DA RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS N.º 34/84, RELATIVA À TORRALTA

12-Fev-1985 8-Jul-1985 147 4 26

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE OS CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE VERBAS PELA SECRETARIA DE ESTADO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL E O CONTROLE DA SUA APLICAÇÃO

12-Fev-1985 8-Mai-1985 86 2 26

III II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

11-Jan-1985 31-Jul-1985 3-Set-1985 30-Out-1985 34 1 3 259 8 15

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO A FIM DE APRECIAR OS ACTOS DO CONSELHO DE GERÊNCIA DA RTP RELACIONADOS COM A TRANSMISSÃO TELEVISIVA DO DEBATE DA MOÇÃO DE CENSURA APRESENTADA PELO CDS

3-Jul-1984 10-Jul-1985 372 1 6

IV III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

22-Jan-1986 22-Jan-1987 366 11 31

IV COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE A ACTUAÇÃO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS E ALIMENTAÇÃO QUANTO À REFORMA AGRÁRIA

24-Abr-1986 29-Abr-1987 371 1 5

IV INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A SITUAÇÃO DA COMPANHIA PORTUGUESA DOS CAMINHOS DE FERRO, C.P.

14-Nov-1986 8-Abr-1987 146 4 25

IV COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE A ATRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS RADIOFÓNICAS À RADIODIFUSÃO PORTUGUESA, E.P. E À RÁDIO RENASCENÇA

31-Mar-1987 28-Abr-1987 29 1 1 29

V IV COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

10-Jan-1989 21-Mai-1991 852 2 4 1

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189

Legislatura Comissão Início Suspensão Reinício Fim Suspensão Func. Efetivo

Dias A M D Dias A M D

V

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DAS FORMAS QUE REVESTIRAM O LANÇAMENTO E O DESENVOLVIMENTO DE INICIATIVAS SUSCEPTÍVEIS DE COMPARTICIPAÇÃO PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU

17-Mai-1988 27-Jul-1989 436 1 2 11

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O ADIAMENTO PELO GOVERNO DE DUAS PRESTAÇÕES DE CONTRAPARTIDA À CONCESSIONÁRIA DE JOGO DO CASINO ESTORIL

17-Mai-1988 29-Jun-1989 408 1 1 11

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO A ACTOS ADMINSTRATIVOS NA ÁREA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

9-Mai-1989 5-Jun-1991 757 2 26

V

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM VISTA A APURAR EM TODA A EXTENSÃO A CONDUTA DOS SERVIÇOS OFICIAIS, DESIGNADAMENTE DA ADMINISTRAÇÃO FISCAL, INTERVENIENTES NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO PELO MINISTRO DAS FINANÇAS DE APARTAMENTOS NO EDIFÍCIO AMOREIRAS E NA RUA DE FRANCISCO STROMP, EM LISBOA

9-Mai-1989 13-Out-1989 157 5 5

V COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À RADIOTELEVISÃO PORTUGUESA

14-Nov-1990

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AOS ALEGADOS PERDÕES FISCAIS ATRIBUÍDOS AO SECRETÁRIO DE ESTADO DOS ASSUNTOS FISCAIS

14-Fev-1991 12-Jun-1991 118 3 27

V

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR A LEGALIDADE E REGULARIDADE FINANCEIRA E TÉCNICA DE TODO O PROCESSAMENTO QUE ENVOLVE O CENTRO CULTURAL DE BELÉM

20-Jun-1991 29-Out-1991 131 4 10

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARA APURAMENTO DE RESPONSABILIDADES QUANTO À DECISÃO E AO PROCESSO DE VAZAMENTO DA ALBUFEIRA DO MARANHÃO, BEM COMO QUANTO ÀS SUAS CONSEQUÊNCIAS ECONÓMICAS, SOCIAIS E AMBIENTAIS, DESIGNADAMENTE NA REGIÃO QUE ENVOLVE OS MUNICÍPIOS DE AVIS E MORA

5-Mai-1992 29-Jul-1992 75 2 15

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190

Legislatura Comissão Início Suspensão Reinício Fim Suspensão Func. Efetivo

Dias A M D Dias A M D

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS VERBAS CONCEDIDAS, DE 1988 A 1989, PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU E ORÇAMENTO DO ESTADO PARA CURSOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PROMOVIDOS PELA UGT

15-Jul-1993 8-Fev-1994 208 6 26

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO QUANTO À ALTERAÇÃO ALEGADAMENTE INTRODUZIDA EM DECRETO-LEI POR MEMBRO DO GOVERNO CONTRA O RECEBIMENTO DE 120 000 CONTOS

9-Fev-1993 3-Mar-1993 22 22

VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR QUANTO À APLICAÇÃO DAS VERBAS DO FUNDO SOCIAL EUROPEU

15-Ago-1993 8-Fev-1994 177 5 25

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA AVERIGUAÇÃO DO COMPORTAMENTO E DAS DILIGÊNCIAS DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA FACE À DIVULGAÇÃO DE EVENTUAIS IRREGULARIDADES NA UTILIZAÇÃO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS POR PARTE DA COOPERATIVA AGRÍCOLA DE TORRES VEDRAS

29-Jun-1993 20-Jan-1994 205 6 23

VI V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO ACIDENTE DE CAMARATE

29-Jun-1993 21-Set-1993 19-Jan-1995 2-Jun-1995 485 1 3 29 218 7 5

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR A ACTOS DO SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA RELACIONADOS COM O REGIME DE INDEMNIZAÇÕES POR ABATES SANITÁRIOS

15-Jul-1993 22-Out-1993 99 3 8

VI COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA AVERIGUAR DAS EVENTUAIS IRREGULARIDADES NA CONCESSÃO DA EXPLORAÇÃO DA MORGUE DO HOSPITAL DE BEJA

13-Jul-1994 15-Dez-1994 155 5 3

VI COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DO PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DO BANCO TOTTA & AÇORES

13-Jul-1994 16-Dez-1994 156 5 4

VI

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A EVENTUAL RESPONSABILIDADE DO GOVERNO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PELAS OGMA À FORÇA AÉREA ANGOLANA COM A AMPLIAÇÃO DO OBJECTO A QUE SE REFERE A RESOLUÇÃO Nº 15/95, DE 20 DE MARÇO

14-Jan-1995 16-Jun-1995 153 5 1

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191

Legislatura Comissão Início Suspensão Reinício Fim Suspensão Func. Efetivo

Dias A M D Dias A M D

VII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE A GESTÃO DAS DESPESAS DO FUNDO EUROPEU DE ORIENTAÇÃO E GARANTIA AGRÍCOLA EM PORTUGAL ENTRE 1988 E 1993

3-Abr-1996 25-Out-1996 205 6 23

VII VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO DESASTRE DE CAMARATE

24-Mai-1996 24-Out-1996 9-Mar-1999 29-Jun-1999 866 2 4 15 265 8 21

VII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA AVERIGUAR DOS PEDIDOS PENDENTES NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO OU OBJECTO DE DECISÃO NOS ÚLTIMOS 12 MESES PARA RECONHECIMENTO OU AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DE INSTITUIÇÕES OU CURSOS DE ENSINO SUPERIOR PARTICULAR E COOPERATIVO

2-Out-1996 24-Abr-1997 204 6 22

VII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AO ACORDO ESTABELECIDO ENTRE O ESTADO E O SR. ANTÓNIO CHAMPALIMAUD

8-Nov-1996 5-Jun-1997 209 6 27

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO AVAL DO ESTADO À UGT

15-Mai-1997 5-Mar-1998 294 9 20

VII

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO E DAS SUAS ORIENTAÇÕES DE PARCERIA EM NEGÓCIOS ENVOLVENDO O ESTADO E INTERESSES PRIVADOS

8-Jun-1998 23-Mar-1999 288 9 14

VII COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DOS GOVERNOS DO PS E DO PSD ENVOLVENDO O ESTADO E GRUPOS ECONÓMICOS

28-Jul-1998 12-Mai-1999 288 9 14

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR ÀS DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO NA JUNTA AUTÓNOMA DE ESTRADAS

28-Jan-1999 26-Jul-1999 179 5 27

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À GESTÃO GOVERNAMENTAL DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO E À SUA RELAÇÃO COM ACTIVIDADES DE POLÍCIA

28-Abr-1999 30-Jun-1999 63 2 3

VIII

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À GESTÃO DA TAP DESDE O PLANO ESTRATÉGICO DE SANEAMENTO ECONÓMICO E FINANCEIRO (PESEF), BEM COMO A ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO SEU PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO

14-Abr-2000 5-Abr-2002 721 1 11 21

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192

Legislatura Comissão Início Suspensão Reinício Fim Suspensão Func. Efetivo

Dias A M D Dias A M D

VIII COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO REFERENTES À PARTICIPAÇÃO DA ENI E DA IBERDROLA NO CAPITAL DA GALP, SGPS

15-Jun-2000 15-Dez-2000 183 6 1

VIII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO NO PROCESSO DA FUNDAÇÃO PARA A PREVENÇÃO E SEGURANÇA

21-Fev-2001 20-Ago-2001 180 5 28

VIII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE AS CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E RESPONSABILIDADES COM O ACIDENTE RESULTANTE DO DESABAMENTO DA PONTE SOBRE O RIO DOURO, EM ENTRE-OS-RIOS

5-Abr-2001 8-Out-2001 186 6 4

VIII VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

6-Nov-2001 8-Jan-2002 63 2 3

IX VIII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

4-Jul-2002 21-Fev-2003 9-Dez-2004 889 2 5 7

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO REFERENTES AO PROCESSO DE ACEITAÇÃO DE ACÇÕES DA SAD DO BENFICA COMO GARANTIA DE DÍVIDAS FISCAIS EM EXECUÇÃO

11-Jul-2002 20-Nov-2002 132 4 11

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO XV GOVERNO CONSTITUCIONAL QUE LEVARAM À DEMISSÃO DE RESPONSÁVEIS PELO COMBATE AO CRIME ECONÓMICO, FINANCEIRO E FISCAL TRÊS MESES DEPOIS DA SUA NOMEAÇÃO

28-Out-2002 8-Nov-2002 11 11

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO DO METROPOLITANO DE LISBOA, E.P., RELATIVAMENTE ÀS OBRAS DA NOVA LINHA SOB O TERREIRO DO PAÇO, EM LISBOA

7-Nov-2002 5-Dez-2002 28 28

X COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À GESTÃO DO PROCESSO EUROMINAS

7-Dez-2005 27-Abr-2006 142 4 21

X

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO PROCESSAMENTO, DISPONIBILIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE REGISTO DE CHAMADAS TELEFÓNICAS PROTEGIDOS PELA OBRIGAÇÃO DE CONFIDENCIALIDADE

22-Nov-2006 27-Abr-2007 157 5 5

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193

Legislatura Comissão Início Suspensão Reinício Fim Suspensão Func. Efetivo

Dias A M D Dias A M D

X COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO EXERCÍCIO DA SUPERVISÃO DOS SISTEMAS BANCÁRIO, SEGURADOR E DE MERCADO DE CAPITAIS

19-Mar-2008 16-Set-2008 182 5 30

X

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A SITUAÇÃO QUE LEVOU À NACIONALIZAÇÃO DO BPN-BANCO PORTUGUÊS DE NEGÓCIOS - E SOBRE A SUPERVISÃO BANCÁRIA INERENTE

16-Dez-2008 10-Jul-2009 12 195 6 13

XI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À ACTUAÇÃO DO GOVERNO EM RELAÇÃO À FUNDAÇÃO PARA AS COMUNICAÇÕES MÓVEIS

28-Jan-2010 20-Jul-2010 174 5 22

XI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR RELATIVA À RELAÇÃO DO ESTADO COM A COMUNICAÇÃO SOCIAL E, NOMEADAMENTE, À ACTUAÇÃO DO GOVERNO NA COMPRA DA TVI

18-Mar-2010 18-Jun-2010 92 3 1

XI IX COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

25-Jan-2011 6-Abr-2011 72 2 12

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AO PROCESSO DE NACIONALIZAÇÃO, GESTÃO E ALIENAÇÃO DO BANCO PORTUGUÊS DE NEGÓCIOS S.A.

21-Mar-2012 01-Ago-2012

16-Out-2012

03-Set-2012

16-Nov-2012 17-Nov-2012

33

31

1

2

31 177 5 25

XII X COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

10-Jan-2013 24-07-2013

17-Dez-2013

02-10-2013

08-Abr-2015 3-Jul-2015

69

477

1

2

3

10

21

358 11 23

XII

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À CONTRATUALIZAÇÃO, RENEGOCIAÇÃO E GESTÃO DE TODAS AS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS DO SECTOR RODOVIÁRIO E FERROVIÁRIO

3-Mai-2012 13-Jul-2012 18-Set-2012

5-Jul-2013 67

2 7

322 10 17

20-Out-2012 28-Nov-2012 39 1 8

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À CELEBRAÇÃO DE CONTRATOS DE GESTÃO DE RISCO FINANCEIRO POR EMPRESAS DO SECTOR PÚBLICO

28-Mai-2012 31-Jul-2013 2-Set-2013

6-Fev-2014 33

1 2

575 1 6 28

19-Set-2013 30-Set-2013 11 11

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194

Legislatura Comissão Início Suspensão Reinício Fim Suspensão Func. Efetivo

Dias A M D Dias A M D

XII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APURAMENTO DAS RESPONSABILIDADES PELAS DECISÕES QUE CONDUZIRAM AO PROCESSO DE SUBCONCESSÃO DOS ESTALEIROS DE VIANA DO CASTELO

11-Fev-2014 15-Mai-2014 25-Mai-2014 9-Jul-2014 11 11 137 4 16

XII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS PROGRAMAS RELATIVOS À AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS MILITARES (EH 101; P3 ORION; C295; TORPEDOS; F16; SUBMARINOS; PANDUR II)

7-Mai-2014 27-Out-2014 173 5 21

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À GESTÃO DO BES E DO GRUPO ESPÍRITO SANTO

9-Out-2014

23-Dez-2014 5-Jan-2015

8-Mai-2015

13 13

189 6 7

27-Mar-2015 5-Abr-2015 9 9

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195

ANEXO XI

Prazos e prorrogações das CPI

Legislatura Comissão

Prazo de Funcionamento da Comissão em Dias

Prazo Inicial Fixado

1.ª Prorrogação

2.ª Prorrogação

3.ª Prorrogação

Prazo Total em Dias

I

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR DA VERACIDADE DAS ACUSAÇÕES INFAMANTES FORMULADAS PELO JORNAL ESTATIZADO "O COMÉRCIO DO PORTO" E DEMAIS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL (RÁDIO RENASCENÇA, TEMPO E EXPRESSO) CONTRA O DEPUTADO ANTÓNIO MACEDO

90 90

I COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR SOBRE O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DE BATATA DE SEMENTE PARA A CAMPANHA DE 1978-1979

60 60

I

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR SOBRE O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DA BATATA DE SEMENTE PARA A CAMPANHA DE 1978-1979

120 120

II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O PROCESSO DE LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE CEREAIS, RAMAS DE AÇÚCAR E OLEAGINOSAS

90 90 180

II

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO RELATIVA À AQUISIÇÃO DE AVIÕES BOING B-727/200 PELA TAP E À VENDA PELO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES DE 4 AVIÕES DC-6

90 90

II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO QUE PERMITAM A UM ASSESSOR DO GOVERNO O ACESSO A "18" RESERVAS

90

II I COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

90 30 120

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O PROCESSO DE LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE CEREAIS, RAMAS DE AÇÚCAR E OLEAGINOSAS

Não houve marcação de prazo

para funcionamento da

comissão

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196

Legislatura Comissão

Prazo de Funcionamento da Comissão em Dias

Prazo Inicial Fixado

1.ª Prorrogação

2.ª Prorrogação

3.ª Prorrogação

Prazo Total em Dias

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À RADIOTELEVISÃO PORTUGUESA (RTP), E.P.

30 89 212 16 347

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À DETENÇÃO DO DEPUTADO MANUEL LOPES

15 28 43

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO TENDENTE A APURAR EM QUE OBRAS OU EMPREENDIMENTOS DA RESPONSABILIDADE DA SECRETARIA DE ESTADO DAS OBRAS PÚBLICAS SE VERIFICARAM DESMORONAMENTOS E OUTRAS ANOMALIAS, BEM COMO AS RESPECTIVAS CAUSAS, IMPLICAÇÕES E RESPONSABILIDADES

60

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DOS ANTECEDENTES DA RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS N.º 34/84, RELATIVA À TORRALTA

30 30 15 15 90

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE OS CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE VERBAS PELA SECRETARIA DE ESTADO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL E O CONTROLE DA SUA APLICAÇÃO

30 30 15 75

III II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

259 259

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO A FIM DE APRECIAR OS ACTOS DO CONSELHO DE GERÊNCIA DA RTP RELACIONADOS COM A TRANSMISSÃO TELEVISIVA DO DEBATE DA MOÇÃO DE CENSURA APRESENTADA PELO CDS

30 30

IV III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

180 180 360

IV COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE A ACTUAÇÃO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS E ALIMENTAÇÃO QUANTO À REFORMA AGRÁRIA

180 180

IV INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A SITUAÇÃO DA COMPANHIA PORTUGUESA DOS CAMINHOS DE FERRO, C.P.

150 60 210

V IV COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

180 180 180 540

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197

Legislatura Comissão

Prazo de Funcionamento da Comissão em Dias

Prazo Inicial Fixado

1.ª Prorrogação

2.ª Prorrogação

3.ª Prorrogação

Prazo Total em Dias

V

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DAS FORMAS QUE REVESTIRAM O LANÇAMENTO E O DESENVOLVIMENTO DE INICIATIVAS SUSCEPTÍVEIS DE COMPARTICIPAÇÃO PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU

180 180 180 540

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O ADIAMENTO PELO GOVERNO DE DUAS PRESTAÇÕES DE CONTRAPARTIDA À CONCESSIONÁRIA DE JOGO DO CASINO ESTORIL

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO A ACTOS ADMINSTRATIVOS NA ÁREA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

60 480 540

V

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM VISTA A APURAR EM TODA A EXTENSÃO A CONDUTA DOS SERVIÇOS OFICIAIS, DESIGNADAMENTE DA ADMINISTRAÇÃO FISCAL, INTERVENIENTES NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO PELO MINISTRO DAS FINANÇAS DE APARTAMENTOS NO EDIFÍCIO AMOREIRAS E NA RUA DE FRANCISCO STROMP, EM LISBOA

60 60

V COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À RADIOTELEVISÃO PORTUGUESA

Não foi mencionado prazo

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AOS ALEGADOS PERDÕES FISCAIS ATRIBUÍDOS AO SECRETÁRIO DE ESTADO DOS ASSUNTOS FISCAIS

120 120

V

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR A LEGALIDADE E REGULARIDADE FINANCEIRA E TÉCNICA DE TODO O PROCESSAMENTO QUE ENVOLVE O CENTRO CULTURAL DE BELÉM

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARA APURAMENTO DE RESPONSABILIDADES QUANTO À DECISÃO E AO PROCESSO DE VAZAMENTO DA ALBUFEIRA DO MARANHÃO, BEM COMO QUANTO ÀS SUAS CONSEQUÊNCIAS ECONÓMICAS, SOCIAIS E AMBIENTAIS, DESIGNADAMENTE NA REGIÃO QUE ENVOLVE OS MUNICÍPIOS DE AVIS E MORA

80

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS VERBAS CONCEDIDAS, DE 1988 A 1989, PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU E ORÇAMENTO DO ESTADO PARA CURSOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PROMOVIDOS PELA UGT

30 30

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198

Legislatura Comissão

Prazo de Funcionamento da Comissão em Dias

Prazo Inicial Fixado

1.ª Prorrogação

2.ª Prorrogação

3.ª Prorrogação

Prazo Total em Dias

VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO QUANTO À ALTERAÇÃO ALEGADAMENTE INTRODUZIDA EM DECRETO-LEI POR MEMBRO DO GOVERNO CONTRA O RECEBIMENTO DE 120 000 CONTOS

24

VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR QUANTO À APLICAÇÃO DAS VERBAS DO FUNDO SOCIAL EUROPEU

180 180

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA AVERIGUAÇÃO DO COMPORTAMENTO E DAS DILIGÊNCIAS DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA FACE À DIVULGAÇÃO DE EVENTUAIS IRREGULARIDADES NA UTILIZAÇÃO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS POR PARTE DA COOPERATIVA AGRÍCOLA DE TORRES VEDRAS

180 30 210

VI V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO ACIDENTE DE CAMARATE

180 30 210

VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR A ACTOS DO SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA RELACIONADOS COM O REGIME DE INDEMNIZAÇÕES POR ABATES SANITÁRIOS

180 180

VI COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA AVERIGUAR DAS EVENTUAIS IRREGULARIDADES NA CONCESSÃO DA EXPLORAÇÃO DA MORGUE DO HOSPITAL DE BEJA

240 240

VI COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DO PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DO BANCO TOTTA & AÇORES

90 30 30 150

VI

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A EVENTUAL RESPONSABILIDADE DO GOVERNO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PELAS OGMA À FORÇA AÉREA ANGOLANA COM A AMPLIAÇÃO DO OBJECTO A QUE SE REFERE A RESOLUÇÃO Nº 15/95, DE 20 DE MARÇO

90 90

VII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE A GESTÃO DAS DESPESAS DO FUNDO EUROPEU DE ORIENTAÇÃO E GARANTIA AGRÍCOLA EM PORTUGAL ENTRE 1988 E 1993

90 90 30 210

VII VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO DESASTRE DE CAMARATE

180 90 270

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199

Legislatura Comissão

Prazo de Funcionamento da Comissão em Dias

Prazo Inicial Fixado

1.ª Prorrogação

2.ª Prorrogação

3.ª Prorrogação

Prazo Total em Dias

VII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA AVERIGUAR DOS PEDIDOS PENDENTES NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO OU OBJECTO DE DECISÃO NOS ÚLTIMOS 12 MESES PARA RECONHECIMENTO OU AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DE INSTITUIÇÕES OU CURSOS DE ENSINO SUPERIOR PARTICULAR E COOPERATIVO

180 180

VII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AO ACORDO ESTABELECIDO ENTRE O ESTADO E O SR. ANTÓNIO CHAMPALIMAUD

45 60 105

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO AVAL DO ESTADO À UGT

30 -1º relatório 90- 2º relatório

108- 1º relatório 25-1º relatório 90- 2º relatório

VII

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO E DAS SUAS ORIENTAÇÕES DE PARCERIA EM NEGÓCIOS ENVOLVENDO O ESTADO E INTERESSES PRIVADOS

90 90

VII COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DOS GOVERNOS DO PS E DO PSD ENVOLVENDO O ESTADO E GRUPOS ECONÓMICOS

90 90 180

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR ÀS DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO NA JUNTA AUTÓNOMA DE ESTRADAS

90 90 180

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À GESTÃO GOVERNAMENTAL DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO E À SUA RELAÇÃO COM ACTIVIDADES DE POLÍCIA

90 90

VIII

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À GESTÃO DA TAP DESDE O PLANO ESTRATÉGICO DE SANEAMENTO ECONÓMICO E FINANCEIRO (PESEF), BEM COMO A ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO SEU PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO

90 90 90 270

VIII COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO REFERENTES À PARTICIPAÇÃO DA ENI E DA IBERDROLA NO CAPITAL DA GALP, SGPS

90 90 180

VIII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO NO PROCESSO DA FUNDAÇÃO PARA A PREVENÇÃO E SEGURANÇA

90 90

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200

Legislatura Comissão

Prazo de Funcionamento da Comissão em Dias

Prazo Inicial Fixado

1.ª Prorrogação

2.ª Prorrogação

3.ª Prorrogação

Prazo Total em Dias

VIII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE AS CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E RESPONSABILIDADES COM O ACIDENTE RESULTANTE DO DESABAMENTO DA PONTE SOBRE O RIO DOURO, EM ENTRE-OS-RIOS

90 90 180

VIII VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

180

IX VIII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

90

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO REFERENTES AO PROCESSO DE ACEITAÇÃO DE ACÇÕES DA SAD DO BENFICA COMO GARANTIA DE DÍVIDAS FISCAIS EM EXECUÇÃO

90 90

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO XV GOVERNO CONSTITUCIONAL QUE LEVARAM À DEMISSÃO DE RESPONSÁVEIS PELO COMBATE AO CRIME ECONÓMICO, FINANCEIRO E FISCAL TRÊS MESES DEPOIS DA SUA NOMEAÇÃO

15 15

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO DO METROPOLITANO DE LISBOA, E.P., RELATIVAMENTE ÀS OBRAS DA NOVA LINHA SOB O TERREIRO DO PAÇO, EM LISBOA

15 15

X COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À GESTÃO DO PROCESSO EUROMINAS

60 28 17 105

X

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO PROCESSAMENTO, DISPONIBILIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE REGISTO DE CHAMADAS TELEFÓNICAS PROTEGIDOS PELA OBRIGAÇÃO DE CONFIDENCIALIDADE

60 30 30 120

X COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO EXERCÍCIO DA SUPERVISÃO DOS SISTEMAS BANCÁRIO, SEGURADOR E DE MERCADO DE CAPITAIS

60 60 5 125

X COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A SITUAÇÃO QUE LEVOU À NACIONALIZAÇÃO DO BPN-BANCO PORTUGUÊS DE NEGÓCIOS - E SOBRE A SUPERVISÃO BANCÁRIA INERENTE

90 60 30 180

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201

Legislatura Comissão

Prazo de Funcionamento da Comissão em Dias

Prazo Inicial Fixado

1.ª Prorrogação

2.ª Prorrogação

3.ª Prorrogação

Prazo Total em Dias

XI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À ACTUAÇÃO DO GOVERNO EM RELAÇÃO À FUNDAÇÃO PARA AS COMUNICAÇÕES MÓVEIS

90 30 8 5 133

XI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR RELATIVA À RELAÇÃO DO ESTADO COM A COMUNICAÇÃO SOCIAL E, NOMEADAMENTE, À ACTUAÇÃO DO GOVERNO NA COMPRA DA TVI

60 30 90

XI IX COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

90 90

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AO PROCESSO DE NACIONALIZAÇÃO, GESTÃO E ALIENAÇÃO DO BANCO PORTUGUÊS DE NEGÓCIOS S.A.

120 60 180

XII X COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

180 90 270

XII

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À CONTRATUALIZAÇÃO, RENEGOCIAÇÃO E GESTÃO DE TODAS AS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS DO SECTOR RODOVIÁRIO E FERROVIÁRIO

180 90 270

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À CELEBRAÇÃO DE CONTRATOS DE GESTÃO DE RISCO FINANCEIRO POR EMPRESAS DO SECTOR PÚBLICO

90 90 180

XII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APURAMENTO DAS RESPONSABILIDADES PELAS DECISÕES QUE CONDUZIRAM AO PROCESSO DE SUBCONCESSÃO DOS ESTALEIROS DE VIANA DO CASTELO

120 30 150

XII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS PROGRAMAS RELATIVOS À AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS MILITARES (EH 101; P3 ORION; C295; TORPEDOS; F16; SUBMARINOS; PANDUR II)

120 15 7 142

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À GESTÃO DO BES E DO GRUPO ESPÍRITO SANTO

180 60 240

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202

ANEXO XII

Relatório Final das CPI

Legislatura Comissão Relator

Grupo de Trabalho

Não Elaborado

Apreciação Publicação Recomendação Envio ao PGR

58 19 8 52 55 22

I

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR DA VERACIDADE DAS ACUSAÇÕES INFAMANTES FORMULADAS PELO JORNAL ESTATIZADO "O COMÉRCIO DO PORTO" E DEMAIS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL (RÁDIO RENASCENÇA, TEMPO E EXPRESSO) CONTRA O DEPUTADO ANTÓNIO MACEDO

CDS √ DAR-IIS-91 26-Jul-1979

I COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR SOBRE O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DE BATATA DE SEMENTE PARA A CAMPANHA DE 1978-1979

CDS √ DAR-IS-92

28-Jul-1979

I

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR SOBRE O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DA BATATA DE SEMENTE PARA A CAMPANHA DE 1978-1979

PCP √ DAR-IIS-69 6-Jun-1980

II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O PROCESSO DE LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE CEREAIS, RAMAS DE AÇÚCAR E OLEAGINOSAS

√ DAR - IS-1773-Ago-

1985

II

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO RELATIVA À AQUISIÇÃO DE AVIÕES BOING B-727/200 PELA TAP E À VENDA PELO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES DE 4 AVIÕES DC-6

II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO QUE PERMITAM A UM ASSESSOR DO GOVERNO O ACESSO A "18" RESERVAS

II I COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

Subcomissão executiva

√ √ DAR-IIS-60

28-Abr-1983

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203

Legislatura Comissão Relator

Grupo de Trabalho

Não Elaborado

Apreciação Publicação Recomendação Envio ao PGR

58 19 8 52 55 22

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O PROCESSO DE LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE CEREAIS, RAMAS DE AÇÚCAR E OLEAGINOSAS

PS (2)PSD (1)PCP (1)CDS (1)

√√√ √ DAR-IIS-11619-Jul-

1985

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À RADIOTELEVISÃO PORTUGUESA (RTP), E.P.

PCP(1) PS(1)

CDS(1) PSD(1)

√ √ DAR-IIS-114 11-Jul-1985

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À DETENÇÃO DO DEPUTADO MANUEL LOPES

ASDI (1) PSD (1)

MDP/CDE (1) √ √

DAR-IS-145 27-Jul-1984

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO TENDENTE A APURAR EM QUE OBRAS OU EMPREENDIMENTOS DA RESPONSABILIDADE DA SECRETARIA DE ESTADO DAS OBRAS PÚBLICAS SE VERIFICARAM DESMORONAMENTOS E OUTRAS ANOMALIAS, BEM COMO AS RESPECTIVAS CAUSAS, IMPLICAÇÕES E RESPONSABILIDADES

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DOS ANTECEDENTES DA RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS N.º 34/84, RELATIVA À TORRALTA

CDS PCP

outros √ √

DAR-IS-107 12-Jul-1985

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE OS CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE VERBAS PELA SECRETARIA DE ESTADO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL E O CONTROLE DA SUA APLICAÇÃO

PS (1) PSD (1) PCP (1) CDS (1)

√ √ DAR-IIS-115 12-Jul-1985

III II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

Presidente da Comissão

√ DAR-IIS-1

7-Nov-1985

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO A FIM DE APRECIAR OS ACTOS DO CONSELHO DE GERÊNCIA DA RTP RELACIONADOS COM A TRANSMISSÃO TELEVISIVA DO DEBATE DA MOÇÃO DE CENSURA APRESENTADA PELO CDS

PS (1) PSD (1) PCP (1) CDS (1)

IV III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

CDS √ DAR-IIS-38-S4-Fev-

1987 √

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204

Legislatura Comissão Relator

Grupo de Trabalho

Não Elaborado

Apreciação Publicação Recomendação Envio ao PGR

58 19 8 52 55 22

IV COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE A ACTUAÇÃO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS E ALIMENTAÇÃO QUANTO À REFORMA AGRÁRIA

PCP √ DAR-IIS-66

10-Abr-1987 √

IV INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A SITUAÇÃO DA COMPANHIA PORTUGUESA DOS CAMINHOS DE FERRO, C.P.

V IV COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

PSD (1) PS (1)

CDS (1) PCP (1) e PRD (1)

√ √ DAR-IS-93

18-Jun-1991 √

V

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DAS FORMAS QUE REVESTIRAM O LANÇAMENTO E O DESENVOLVIMENTO DE INICIATIVAS SUSCEPTÍVEIS DE COMPARTICIPAÇÃO PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU

PSD

√ DAR IIS-B-32 29-Jul-1989

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O ADIAMENTO PELO GOVERNO DE DUAS PRESTAÇÕES DE CONTRAPARTIDA À CONCESSIONÁRIA DE JOGO DO CASINO ESTORIL

PSD √ DAR IIS-C-24

8-Jul-1989

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO A ACTOS ADMINSTRATIVOS NA ÁREA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

PSD √ DAR IIS-B-34 8-Jun-1991

V

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM VISTA A APURAR EM TODA A EXTENSÃO A CONDUTA DOS SERVIÇOS OFICIAIS, DESIGNADAMENTE DA ADMINISTRAÇÃO FISCAL, INTERVENIENTES NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO PELO MINISTRO DAS FINANÇAS DE APARTAMENTOS NO EDIFÍCIO AMOREIRAS E NA RUA DE FRANCISCO STROMP, EM LISBOA

PSD √ DAR IIS-B-1

21-Out-1989

V COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À RADIOTELEVISÃO PORTUGUESA

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AOS ALEGADOS PERDÕES FISCAIS ATRIBUÍDOS AO SECRETÁRIO DE ESTADO DOS ASSUNTOS FISCAIS

PSD √ DAR IIS-B-35 19-Jun-1991

V

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR A LEGALIDADE E REGULARIDADE FINANCEIRA E TÉCNICA DE TODO O PROCESSAMENTO QUE ENVOLVE O CENTRO CULTURAL DE BELÉM

PSD √ DAR IIS-B-2

22-Nov-1991

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205

Legislatura Comissão Relator

Grupo de Trabalho

Não Elaborado

Apreciação Publicação Recomendação Envio ao PGR

58 19 8 52 55 22

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARA APURAMENTO DE RESPONSABILIDADES QUANTO À DECISÃO E AO PROCESSO DE VAZAMENTO DA ALBUFEIRA DO MARANHÃO, BEM COMO QUANTO ÀS SUAS CONSEQUÊNCIAS ECONÓMICAS, SOCIAIS E AMBIENTAIS, DESIGNADAMENTE NA REGIÃO QUE ENVOLVE OS MUNICÍPIOS DE AVIS E MORA

PSD

PSD (2) PS (1)

PCP (1) CDS (1)

√ DAR IIS-C-36 4-Ago-1992

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS VERBAS CONCEDIDAS, DE 1988 A 1989, PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU E ORÇAMENTO DO ESTADO PARA CURSOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PROMOVIDOS PELA UGT

PSD PS

PCP √ √

DAR IIS-B-13 12-Fev-1994

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO QUANTO À ALTERAÇÃO ALEGADAMENTE INTRODUZIDA EM DECRETO-LEI POR MEMBRO DO GOVERNO CONTRA O RECEBIMENTO DE 120 000 CONTOS

PSD √ DAR II-B-17 6-Mar-1993

VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR QUANTO À APLICAÇÃO DAS VERBAS DO FUNDO SOCIAL EUROPEU

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA AVERIGUAÇÃO DO COMPORTAMENTO E DAS DILIGÊNCIAS DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA FACE À DIVULGAÇÃO DE EVENTUAIS IRREGULARIDADES NA UTILIZAÇÃO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS POR PARTE DA COOPERATIVA AGRÍCOLA DE TORRES VEDRAS

PS √ DAR-IIS-B-11 28-Jan-1994

VI V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO ACIDENTE DE CAMARATE

PSD (1) PS (1)

PCP (1) CDS (1)

√ √ DAR-IIS-B-34 16-Jun-1995

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR A ACTOS DO SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA RELACIONADOS COM O REGIME DE INDEMNIZAÇÕES POR ABATES SANITÁRIOS

PSD √

DAR II-SB-3 6-Nov-1993

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206

Legislatura Comissão Relator

Grupo de Trabalho

Não Elaborado

Apreciação Publicação Recomendação Envio ao PGR

58 19 8 52 55 22

VI COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA AVERIGUAR DAS EVENTUAIS IRREGULARIDADES NA CONCESSÃO DA EXPLORAÇÃO DA MORGUE DO HOSPITAL DE BEJA

PSD √ DAR IIS-B-9

17-Dez-1994 √

VI COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DO PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DO BANCO TOTTA & AÇORES

PSD √ DAR IIS-B-10 22-Dez-1994

VI

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A EVENTUAL RESPONSABILIDADE DO GOVERNO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PELAS OGMA À FORÇA AÉREA ANGOLANA COM A AMPLIAÇÃO DO OBJECTO A QUE SE REFERE A RESOLUÇÃO Nº 15/95, DE 20 DE MARÇO

PSD √ DAR IIS-B-34 16-Jun-1995

VII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE A GESTÃO DAS DESPESAS DO FUNDO EUROPEU DE ORIENTAÇÃO E GARANTIA AGRÍCOLA EM PORTUGAL ENTRE 1988 E 1993

CDS-PP √ DAR-IIS-B-3 9-Nov-1996

VII VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO DESASTRE DE CAMARATE

PSD (1) PS (1)

√ √ DAR-IIS-B-36

3-Jul-1999

VII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA AVERIGUAR DOS PEDIDOS PENDENTES NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO OU OBJECTO DE DECISÃO NOS ÚLTIMOS 12 MESES PARA RECONHECIMENTO OU AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DE INSTITUIÇÕES OU CURSOS DE ENSINO SUPERIOR PARTICULAR E COOPERATIVO

PS (1) PSD (1) PCP (1) CDS (1)

√ √ DAR-IIS-B-24 7-Jun-1997

VII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AO ACORDO ESTABELECIDO ENTRE O ESTADO E O SR. ANTÓNIO CHAMPALIMAUD

PS √ DAR IIS-B-27 28-Jun-1997

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO AVAL DO ESTADO À UGT

PSD (1) PS (1)

PCP (1) √ √

DAR IIS-B-14 21-Mar-1998

VII

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO E DAS SUAS ORIENTAÇÕES DE PARCERIA EM NEGÓCIOS ENVOLVENDO O ESTADO E INTERESSES PRIVADOS

PS (1) PSD (1) CDS (1) PCP (1)

√ √ DAR IIS-B-29 10-Mai-1999

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207

Legislatura Comissão Relator

Grupo de Trabalho

Não Elaborado

Apreciação Publicação Recomendação Envio ao PGR

58 19 8 52 55 22

VII COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DOS GOVERNOS DO PS E DO PSD ENVOLVENDO O ESTADO E GRUPOS ECONÓMICOS

PSD √ DAR IIS-B-31 29-Mai-1999

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR ÀS DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO NA JUNTA AUTÓNOMA DE ESTRADAS

CDS-PP √ DAR IIS-B-39 11-Ago-1999

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À GESTÃO GOVERNAMENTAL DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO E À SUA RELAÇÃO COM ACTIVIDADES DE POLÍCIA

VIII

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À GESTÃO DA TAP DESDE O PLANO ESTRATÉGICO DE SANEAMENTO ECONÓMICO E FINANCEIRO (PESEF), BEM COMO A ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO SEU PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO

PS (1) PSD (1)

√ DAR IIS-B-14 29-Jan-2001

VIII COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO REFERENTES À PARTICIPAÇÃO DA ENI E DA IBERDROLA NO CAPITAL DA GALP, SGPS

PS (1) PSD (1) PCP (1)

CDS-PP (1)

√ DAR IIS-B-11 6-Jan-2001

VIII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO NO PROCESSO DA FUNDAÇÃO PARA A PREVENÇÃO E SEGURANÇA

PS (1) PSD (1) PCP (1)

CDS-PP (1)

Elaborado mas

rejeitado

VIII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE AS CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E RESPONSABILIDADES COM O ACIDENTE RESULTANTE DO DESABAMENTO DA PONTE SOBRE O RIO DOURO, EM ENTRE-OS-RIOS

PS √ DAR IIS-B-6

27-Out-2001 √

VIII VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

IX VIII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

PSD (1) CDS (1)

√ √ DAR IIS-B-10 28-Dez-2004

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208

Legislatura Comissão Relator

Grupo de Trabalho

Não Elaborado

Apreciação Publicação Recomendação Envio ao PGR

58 19 8 52 55 22

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO REFERENTES AO PROCESSO DE ACEITAÇÃO DE ACÇÕES DA SAD DO BENFICA COMO GARANTIA DE DÍVIDAS FISCAIS EM EXECUÇÃO

CDS √ DAR IIS-B-21 23-Nov-2002

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO XV GOVERNO CONSTITUCIONAL QUE LEVARAM À DEMISSÃO DE RESPONSÁVEIS PELO COMBATE AO CRIME ECONÓMICO, FINANCEIRO E FISCAL TRÊS MESES DEPOIS DA SUA NOMEAÇÃO

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO DO METROPOLITANO DE LISBOA, E.P., RELATIVAMENTE ÀS OBRAS DA NOVA LINHA SOB O TERREIRO DO PAÇO, EM LISBOA

PSD (1) CDS (1) e BE (1)

√ √ DAR IIS-B-24 13-Dez-2002

X COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À GESTÃO DO PROCESSO EUROMINAS

PS √ DAR IIS-B-40 17-Abr-2006

X

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO PROCESSAMENTO, DISPONIBILIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE REGISTO DE CHAMADAS TELEFÓNICAS PROTEGIDOS PELA OBRIGAÇÃO DE CONFIDENCIALIDADE

PS

PS (1) PSD (1)

PCP (1) e PEV (1) CDS-PP (1) e BE (1)

√ DAR IIS-B-31 3-Abr-2007

X COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO EXERCÍCIO DA SUPERVISÃO DOS SISTEMAS BANCÁRIO, SEGURADOR E DE MERCADO DE CAPITAIS

PS DAR IIS-C-52 12-Set-2008

X

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A SITUAÇÃO QUE LEVOU À NACIONALIZAÇÃO DO BPN-BANCO PORTUGUÊS DE NEGÓCIOS - E SOBRE A SUPERVISÃO BANCÁRIA INERENTE

PS DAR IIS-B-162

15-Jul-2009 √

XI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À ACTUAÇÃO DO GOVERNO EM RELAÇÃO À FUNDAÇÃO PARA AS COMUNICAÇÕES MÓVEIS

PSD DAR IIS-B-162

7-Jul-2010

XI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR RELATIVA À RELAÇÃO DO ESTADO COM A COMUNICAÇÃO SOCIAL E, NOMEADAMENTE, À ACTUAÇÃO DO GOVERNO NA COMPRA DA TVI

BE DAR IIS-B-163

8-Jul-2010

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209

Legislatura Comissão Relator

Grupo de Trabalho

Não Elaborado

Apreciação Publicação Recomendação Envio ao PGR

58 19 8 52 55 22

XI IX COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

CDS-PP DAR IIS-B-158 15-Abr-2011

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AO PROCESSO DE NACIONALIZAÇÃO, GESTÃO E ALIENAÇÃO DO BANCO PORTUGUÊS DE NEGÓCIOS S.A.

PSD √ DAR IIS-B-66 22-Dez-2012

XII X COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

PSD √ DAR IIS-B-56

1-Jul-2015

XII

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À CONTRATUALIZAÇÃO, RENEGOCIAÇÃO E GESTÃO DE TODAS AS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS DO SECTOR RODOVIÁRIO E FERROVIÁRIO

PSD √ DAR IIS-B-7 1-Nov-2013

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À CELEBRAÇÃO DE CONTRATOS DE GESTÃO DE RISCO FINANCEIRO POR EMPRESAS DO SECTOR PÚBLICO

PSD √ DAR IIS-B-21 10-Jan-2014

XII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APURAMENTO DAS RESPONSABILIDADES PELAS DECISÕES QUE CONDUZIRAM AO PROCESSO DE SUBCONCESSÃO DOS ESTALEIROS DE VIANA DO CASTELO

PSD √ DAR IIS-B-58 16-Jul-2014

XII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS PROGRAMAS RELATIVOS À AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS MILITARES (EH 101; P3 ORION; C295; TORPEDOS; F16; SUBMARINOS; PANDUR II)

PSD PSD (2) PS (1)

CDS-PP (1) √ √

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À GESTÃO DO BES E DO GRUPO ESPÍRITO SANTO

PSD √ √

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210

ANEXO XIII

Apreciação em Plenário do relatório final das CPI

Legislatura Comissão

Apreciação em Plenário

Projeto de Resolução

Publicação

50 25 13

I

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR DA VERACIDADE DAS ACUSAÇÕES INFAMANTES FORMULADAS PELO JORNAL ESTATIZADO "O COMÉRCIO DO PORTO" E DEMAIS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL (RÁDIO RENASCENÇA, TEMPO E EXPRESSO) CONTRA O DEPUTADO ANTÓNIO MACEDO

27-Jul-1979, DAR I S, nº 92, 28-Jul-1979

I COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR SOBRE O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DE BATATA DE SEMENTE PARA A CAMPANHA DE 1978-1979

27-Jul-1979, DAR I S, nº 92, 28-Jul-1979

I

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR SOBRE O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DA BATATA DE SEMENTE PARA A CAMPANHA DE 1978-1979

II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O PROCESSO DE LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE CEREAIS, RAMAS DE AÇÚCAR E OLEAGINOSAS

II

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO RELATIVA À AQUISIÇÃO DE AVIÕES BOING B-727/200 PELA TAP E À VENDA PELO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES DE 4 AVIÕES DC-6

II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO QUE PERMITAM A UM ASSESSOR DO GOVERNO O ACESSO A "18" RESERVAS

II I COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

04-Fev-1983, DAR I S, nº 44, 5-Fev-1983

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O PROCESSO DE LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE CEREAIS, RAMAS DE AÇÚCAR E OLEAGINOSAS

21-Jun-1985, DAR I S, nº 95, de 22-Jun-

1985 √

Res AR 19/85DR-IS-1773-Ago-1985

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211

Legislatura Comissão

Apreciação em Plenário

Projeto de Resolução

Publicação

50 25 13

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À RADIOTELEVISÃO PORTUGUESA (RTP), E.P.

11-Jul-1985, DAR I S, nº 107, 12-Jul, 1985

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À DETENÇÃO DO DEPUTADO MANUEL LOPES

26-Jul-1984, DAR I S, nº 145, 27-Jul-1984

III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DOS ANTECEDENTES DA RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS N.º 34/84, RELATIVA À TORRALTA

11-Jul-1985, DAR I S, nº 107, 12-Jul-1985

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE OS CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE VERBAS PELA SECRETARIA DE ESTADO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL E O CONTROLE DA SUA APLICAÇÃO

11-Jul-1985, DAR I S, nº 107, 12-Jul-1985

III II COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

III

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO A FIM DE APRECIAR OS ACTOS DO CONSELHO DE GERÊNCIA DA RTP RELACIONADOS COM A TRANSMISSÃO TELEVISIVA DO DEBATE DA MOÇÃO DE CENSURA APRESENTADA PELO CDS

IV III COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

28-04-1987, DAR I S, nº 73, 29-Abr-1987

√ Res AR 17/87DR-IS-

165-S21-Jul-1987

IV COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE A ACTUAÇÃO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS E ALIMENTAÇÃO QUANTO À REFORMA AGRÁRIA

IV INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A SITUAÇÃO DA COMPANHIA PORTUGUESA DOS CAMINHOS DE FERRO, C.P.

V IV COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AO ACIDENTE DE CAMARATE

17-Jun-1991, DAR I S, nº 93, 18-Jun-

1991

√ √ √ √

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212

Legislatura Comissão

Apreciação em Plenário

Projeto de Resolução

Publicação

50 25 13

V

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DAS FORMAS QUE REVESTIRAM O LANÇAMENTO E O DESENVOLVIMENTO DE INICIATIVAS SUSCEPTÍVEIS DE COMPARTICIPAÇÃO PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU

7-Nov-1989, DAR I

S, nº 11, 8-Nov-1989

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO SOBRE O ADIAMENTO PELO GOVERNO DE DUAS PRESTAÇÕES DE CONTRAPARTIDA À CONCESSIONÁRIA DE JOGO DO CASINO ESTORIL

06-Jul-1989, DAR I S, nº 102, 7-Jul-1989

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO A ACTOS ADMINSTRATIVOS NA ÁREA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

17-Jun-1991, DAR I S, nº 93, 18-Jun-

1991 √

Deliberação nº 11-PL/1991, DAR II S-A,

nº 62, 1-Jul-1991

V

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM VISTA A APURAR EM TODA A EXTENSÃO A CONDUTA DOS SERVIÇOS OFICIAIS, DESIGNADAMENTE DA ADMINISTRAÇÃO FISCAL, INTERVENIENTES NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO PELO MINISTRO DAS FINANÇAS DE APARTAMENTOS NO EDIFÍCIO AMOREIRAS E NA RUA DE FRANCISCO STROMP, EM LISBOA

05-Dez-1989, DAR I S, nº 22, 6-Dez-1989

V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO AOS ALEGADOS PERDÕES FISCAIS ATRIBUÍDOS AO SECRETÁRIO DE ESTADO DOS ASSUNTOS FISCAIS

17-Jun-1991, DAR I S, nº 93, 18-Jul-1991

V

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO COM O OBJECTIVO DE AVERIGUAR A LEGALIDADE E REGULARIDADE FINANCEIRA E TÉCNICA DE TODO O PROCESSAMENTO QUE ENVOLVE O CENTRO CULTURAL DE BELÉM

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARA APURAMENTO DE RESPONSABILIDADES QUANTO À DECISÃO E AO PROCESSO DE VAZAMENTO DA ALBUFEIRA DO MARANHÃO, BEM COMO QUANTO ÀS SUAS CONSEQUÊNCIAS ECONÓMICAS, SOCIAIS E AMBIENTAIS, DESIGNADAMENTE NA REGIÃO QUE ENVOLVE OS MUNICÍPIOS DE AVIS E MORA

4-Nov-1992 √ √

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213

Legislatura Comissão

Apreciação em Plenário

Projeto de Resolução

Publicação

50 25 13

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS VERBAS CONCEDIDAS, DE 1988 A 1989, PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU E ORÇAMENTO DO ESTADO PARA CURSOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PROMOVIDOS PELA UGT

06-Abr-1994, DAR I Série A, nº 54, 7-

Abr-1994 √

Res AR 21/94 DR-IS-A-106 7-Mai-1994

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO QUANTO À ALTERAÇÃO ALEGADAMENTE INTRODUZIDA EM DECRETO-LEI POR MEMBRO DO GOVERNO CONTRA O RECEBIMENTO DE 120 000 CONTOS

18-03-1993, DAR I S, nº 50, 19-Mar-1993

√ Res AR 7/93 DR-IS-A-81 6-Abr-1993

VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR QUANTO À APLICAÇÃO DAS VERBAS DO FUNDO SOCIAL EUROPEU

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA AVERIGUAÇÃO DO COMPORTAMENTO E DAS DILIGÊNCIAS DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA FACE À DIVULGAÇÃO DE EVENTUAIS IRREGULARIDADES NA UTILIZAÇÃO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS POR PARTE DA COOPERATIVA AGRÍCOLA DE TORRES VEDRAS

16-Abr-1993, DAR I

S, nº 60, 17-Abr-1993

√ Res AR 18/94

DR-IS-A-77 2-Abr-1994

VI V COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO ACIDENTE DE CAMARATE

16-Jun-1995,DAR I S, nº 88, 17-Jun-

1995 √

Res AR 34/95 DR-IS-A-164 18-Jul-1995

VI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR A ACTOS DO SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA RELACIONADOS COM O REGIME DE INDEMNIZAÇÕES POR ABATES SANITÁRIOS

4-Nov-1993, DAR I S, nº 8, 5-Nov-1993

√ Res AR 36/93 DR-IS-A-276 25-Nov-1993

VI COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA AVERIGUAR DAS EVENTUAIS IRREGULARIDADES NA CONCESSÃO DA EXPLORAÇÃO DA MORGUE DO HOSPITAL DE BEJA

01-Fev-1995, DAR I S, nº 37, 2-Fev-1995

VI COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DO PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DO BANCO TOTTA & AÇORES

02-Fev-1995, DAR I S, nº 38, 3-Fev-1995

Page 223: AS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO NO ...§ão...AS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO NO PORTUGAL DEMOCRÁTICO, 1976-2015 Maria de Fátima Carvalho da Costa Figueira Abrantes

214

Legislatura Comissão

Apreciação em Plenário

Projeto de Resolução

Publicação

50 25 13

VI

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A EVENTUAL RESPONSABILIDADE DO GOVERNO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PELAS OGMA À FORÇA AÉREA ANGOLANA COM A AMPLIAÇÃO DO OBJECTO A QUE SE REFERE A RESOLUÇÃO Nº 15/95, DE 20 DE MARÇO

14-Dez-1994,DAR I S, nº 22, 15-Dez-

1994

VII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE A GESTÃO DAS DESPESAS DO FUNDO EUROPEU DE ORIENTAÇÃO E GARANTIA AGRÍCOLA EM PORTUGAL ENTRE 1988 E 1993

20-Dez-1996, DAR I S, nº 22, 21-Dez-

1996

VII VI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO DESASTRE DE CAMARATE

02-Jul-1999, DAR I S, nº 102, 3-Jul-1999

√ Res AR 70/99 DR IS-A-191 17-Ago-1999

VII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA AVERIGUAR DOS PEDIDOS PENDENTES NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO OU OBJECTO DE DECISÃO NOS ÚLTIMOS 12 MESES PARA RECONHECIMENTO OU AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DE INSTITUIÇÕES OU CURSOS DE ENSINO SUPERIOR PARTICULAR E COOPERATIVO

27-Jun-1997, DAR I S, nº 87, 28-jun-

1997 √

Res AR 49/97 DR-IS-A-167 22-Jul-1997

VII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AO ACORDO ESTABELECIDO ENTRE O ESTADO E O SR. ANTÓNIO CHAMPALIMAUD

18-Dez-1997, DAR I S, nº 22, 19-Dez-

1997

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO AVAL DO ESTADO À UGT

29-Abr-1998, DAR I S, nº 64, 30-Abr-

1998

VII

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO E DAS SUAS ORIENTAÇÕES DE PARCERIA EM NEGÓCIOS ENVOLVENDO O ESTADO E INTERESSES PRIVADOS

2-Jul-1999

VII COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DOS GOVERNOS DO PS E DO PSD ENVOLVENDO O ESTADO E GRUPOS ECONÓMICOS

02-Jul-1999, DAR I S, nº 102, 3-Jul-1999

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR ÀS DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO NA JUNTA AUTÓNOMA DE ESTRADAS

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215

Legislatura Comissão

Apreciação em Plenário

Projeto de Resolução

Publicação

50 25 13

VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À GESTÃO GOVERNAMENTAL DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO E À SUA RELAÇÃO COM ACTIVIDADES DE POLÍCIA

VIII

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À GESTÃO DA TAP DESDE O PLANO ESTRATÉGICO DE SANEAMENTO ECONÓMICO E FINANCEIRO (PESEF), BEM COMO A ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO SEU PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO

28-Mar-2001, DAR I Série, nº 65, 29-

Mar-2001

VIII COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO REFERENTES À PARTICIPAÇÃO DA ENI E DA IBERDROLA NO CAPITAL DA GALP, SGPS

15-Fev-2001, DAR I S, nº 50, 16-Fev-

2001

VIII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO NO PROCESSO DA FUNDAÇÃO PARA A PREVENÇÃO E SEGURANÇA

VIII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO SOBRE AS CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E RESPONSABILIDADES COM O ACIDENTE RESULTANTE DO DESABAMENTO DA PONTE SOBRE O RIO DOURO, EM ENTRE-OS-RIOS

26-Out-2001, DR I S, nº 18, 27-Out-2001

√ Res AR 73/2001

DR IS-A 266 16-Nov-2001

VIII VII COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

IX VIII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

9-Dez-2004, DAR I Série, nº 21, 10-Dez-

2004 √

Res AR 1/2005 DR-IS-A-3

5-Jan-2005

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APRECIAÇÃO DOS ACTOS DO GOVERNO REFERENTES AO PROCESSO DE ACEITAÇÃO DE ACÇÕES DA SAD DO BENFICA COMO GARANTIA DE DÍVIDAS FISCAIS EM EXECUÇÃO

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO XV GOVERNO CONSTITUCIONAL QUE LEVARAM À DEMISSÃO DE RESPONSÁVEIS PELO COMBATE AO CRIME ECONÓMICO, FINANCEIRO E FISCAL TRÊS MESES DEPOIS DA SUA NOMEAÇÃO

6-Dez-2004, DAR I Série, nº 64, 06-Dez-

2002 √

Deliberação nº 11/IX

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216

Legislatura Comissão

Apreciação em Plenário

Projeto de Resolução

Publicação

50 25 13

IX

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS ACTOS DO GOVERNO E DA ADMINISTRAÇÃO DO METROPOLITANO DE LISBOA, E.P., RELATIVAMENTE ÀS OBRAS DA NOVA LINHA SOB O TERREIRO DO PAÇO, EM LISBOA

21-Fev-2003, DAR I S, nº 90, 22-Fev-

2003

X COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À GESTÃO DO PROCESSO EUROMINAS

26-Abr-2006, DAR I S, nº 17, 27-Abr-

2006

X

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO PROCESSAMENTO, DISPONIBILIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE REGISTO DE CHAMADAS TELEFÓNICAS PROTEGIDOS PELA OBRIGAÇÃO DE CONFIDENCIALIDADE

26-Abr-2007, DAR I S, nº 76, 27-Abr-

2007

X COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO EXERCÍCIO DA SUPERVISÃO DOS SISTEMAS BANCÁRIO, SEGURADOR E DE MERCADO DE CAPITAIS

17-Set-2008, DAR I S, nº 1, 18-Set-2008

X

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR SOBRE A SITUAÇÃO QUE LEVOU À NACIONALIZAÇÃO DO BPN-BANCO PORTUGUÊS DE NEGÓCIOS - E SOBRE A SUPERVISÃO BANCÁRIA INERENTE

9-Jul-2009, DAR I S, nº 102, 10-Jul-2009

XI COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À ACTUAÇÃO DO GOVERNO EM RELAÇÃO À FUNDAÇÃO PARA AS COMUNICAÇÕES MÓVEIS

14-Jul-2010, DAR I S, nº 80, 15-Jul-2010

XI

COMISSÃO EVENTUAL DE INQUÉRITO PARLAMENTAR RELATIVA À RELAÇÃO DO ESTADO COM A COMUNICAÇÃO SOCIAL E, NOMEADAMENTE, À ACTUAÇÃO DO GOVERNO NA COMPRA DA TVI

14-Jul-2010, DAR I S, nº 80, 15-Jul-2010

XI IX COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AO PROCESSO DE NACIONALIZAÇÃO, GESTÃO E ALIENAÇÃO DO BANCO PORTUGUÊS DE NEGÓCIOS S.A.

17-Jan-2013, DAR I S, nº 42, 18-Jan-

2013

XII X COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À TRAGÉDIA DE CAMARATE

03-Jul-2015, DAR I S, nº 107, 04-Jul-

√ √

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217

Legislatura Comissão

Apreciação em Plenário

Projeto de Resolução

Publicação

50 25 13

2015

XII

COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR À CONTRATUALIZAÇÃO, RENEGOCIAÇÃO E GESTÃO DE TODAS AS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS DO SECTOR RODOVIÁRIO E FERROVIÁRIO

11-Jul-2013, DAR I S, nº 112, 12-Jul-2013

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À CELEBRAÇÃO DE CONTRATOS DE GESTÃO DE RISCO FINANCEIRO POR EMPRESAS DO SECTOR PÚBLICO

DAR I S, nº 46, 07-Fev-2014

XII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PARA APURAMENTO DAS RESPONSABILIDADES PELAS DECISÕES QUE CONDUZIRAM AO PROCESSO DE SUBCONCESSÃO DOS ESTALEIROS DE VIANA DO CASTELO

DAR I S, nº 104, 11-Jul-2014

XII

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS PROGRAMAS RELATIVOS À AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS MILITARES (EH 101; P3 ORION; C295; TORPEDOS; F16; SUBMARINOS; PANDUR II)

DAR I S, nº 15, 17-Out-2014

XII COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À GESTÃO DO BES E DO GRUPO ESPÍRITO SANTO

DAR I S, nº 84, 09-Mai-2015

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218

ANEXO XIV

Custos das CPI sobre a Tragédia de Camarate Data Despesas

Escudo $ Libras ₤ Pesetas ₧ Euros €

II Comissão - 11.JAN.1985 a 31.JUL.1985

Audição do Inspector Dr. Pedro Maria Santos e Silva de Amaral em serviço na Directoria da PJ de Macau (despesas com deslocação, estadia, etc…)

05-09-1985 187.426,00

176.879,00

TOTAL 364.305,00 0,00 0,00 0,00

Data

Despesas

Escudo $ Libras ₤ Pesetas ₧ Euros €

III Comissão - 22.JAN.1986

Deslocações do Inspector Pedro Amaral 187.990,00

TOTAL 187.990,00 0,00 0,00 0,00

Data

Despesas

Escudo $ Libras ₤ Pesetas ₧ Euros €

V Comissão - 19.JUN.1993

Deslocação ao hangar do Aeroporto da Portela – Pagamento à empresa Aerotécnica de 2 técnicos que prestaram assessoria técnica aos membros da CPI

05-04-1995 51.831,00

Pagamento extra de hotel e transporte à Prof. Maria Ondina Figueiredo aquando da deslocação ao Department of Chemistry da Universidade de Warwick

47,00

51,50

60,25

Exames às amostras da aeronave no Forensic Explosives Laboratory 12.511,95

Exames às amostras da aeronave pelo Departamento of Chemistry da University of Warwick

3.750,00

Exames periciais, entre outros, “Análises em Microscópio Electrónico” realizados no Instituto de Soldadura e Qualidade

327.600,00

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219

Audição Depoentes:

Professor Doutor Henrique Vilaça Ramos – Deslocação de Coimbra a audição na CPI

08-02-1995 8.940,00

Professor Jack Crane – Universidade de Belfast (Avião e estadia) 28-04-1995 219.825,00

Professor Luís Concheiro Carro – Universidade de Santiago de Compostela

28-04-1995 59.950,00

TOTAL 608.196,00 16.420,70 59.950,00 0,00

Data

Despesas

Escudo $ Libras ₤ Pesetas ₧ Euros €

VI Comissão - 24.MAI.1996

Trabalhos do perito Professor Jack Crane – exames de raio X e material de vídeo

400.000,00

Audição Depoentes:

Alexandre Ipoliti Carrelhas, a prestar serviço na Secretaria Regional das Finanças no Funchal – Deslocação Funchal-Lisboa

23-07-1996 28.160,00

Professor José Cavalheiro 25-05-1999 25.829,00

Professor José Cavalheiro 16-06-1999 29-06-1999

56.050,00

Professor Luís Conchero Carro – Universidade de Santiago de Compostela

18-06-1999 64.000,00

TOTAL 174.039,00 400.000,00 0,00 0,00

Data

Despesas

Escudo $ Libras ₤ Pesetas ₧ Euros €

VIII Comissão - 04.JUL.2002

Empresa AEROHELICE 3.299,92

Visita ao local onde se encontram os destroços e Bairro das Fontaínhas

01-10-2002 250,00

Deslocação a Portimão (inclui despesa com almoços dos peritos e elementos da GNR)

21-11-2002 670,00

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220

Pagamento das despesas dos membros da Equipa Multidisciplinar (honorários, deslocações, alojamentos e refeições), relativas aos anos de 2003 e 2004

167.811,27

Reembolso de um trabalho executado e apresentado pela Faculdade de Engenharia do Porto (ensaios e exames de fragmentos da aeronave)

13-07-2004 3.903,20

Pagamento da prestação final do Orçamento apresentado pela

Sociedade Portuguesa de Materiais (pagamento de 50% final) 02-11-2004 15.888,25

TOTAL 191.822,64

Data

Despesas

Escudo $ Libras ₤ Pesetas ₧ Euros €

X Comissão - 14.JUL.2012

Pagamento de duas deslocações (táxi) do depoente José Esteves 23-04-2013 10,00

Fornecimento de águas em garrafas de plástico, a pedido do Presidente da Comissão, no âmbito das audições nos dias 16 e 21 de maio e 4 e 7 de junho de 2013

16; 21 maio 4-7 junho

2013 70,84

Pagamento da passagem aérea da depoente Elza Simões 04-06-2013 293,10

Pagamento de deslocação, refeições e portagens do depoente Acácio José Azevedo de Brito

16-06-2013 218,56

Pagamento de credenciação de inspetores da Inspeção Geral de Finançasemitida pelo Gabinete Nacional de Segurança

05-07-2013 450,00

Custos dos exames histológicos realizados a José Moreira e Elisabete Silva

10-10-2013 816,00

Transcrição de reunião da CI Camarate. 29-01-2014 584,25

TOTAL 0,00 0,00 0,00 384.687,78

TOTAL GLOBAL 1.334.530,00$ 416.420,70 £ 59.950,00 ₧ 384.687,78 €

TOTAL GLOBAL EM € 6.656,61 € 576.100,56 € 360.307,00 € 384.687,78 €

1.327.751,95 €