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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO AS CAUSAS IMPEDITIVAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO ROSALINA DA SILVA SANTOS Itajaí/SC/maio/2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO

AS CAUSAS IMPEDITIVAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

ROSALINA DA SILVA SANTOS

Itajaí/SC/maio/2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO

AS CAUSAS IMPEDITIVAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

ROSALINA DA SILVA SANTOS

Monografia submetida à Universidade do Vale do Itajaí –

UNIVALI, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em

Direito. Orientador: Professor MSc. Wanderley Godoy Junior

Itajaí/SC/maio/2006

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela Vida, sem a qual não

estaria aqui; a Sabedoria para construir o meu

futuro; e a Luz que iluminou meu caminho, para

buscar mais essa vitória.

Aos meus irmãos, grandes amigos, por terem

acreditado na minha capacidade, sempre me

incentivando na realização deste sonho e nunca

me deixando desistir.

Ao meu querido orientador, Wanderley Godoy

Junior pessoa iluminada enviada por Deus, com

sua dedicação e sabedoria me orientou nas

escolhas, dúvidas e angústias, mas acima de tudo

por ter sido um grande amigo.

Aos meus colegas Kleber Hosang, Taísa

Franceschi e Daniela Alves, juntos enfrentamos

essa árdua batalha universitária, mas com

confiança, determinação, carinho, amizade e

principalmente estudo, nos tornamos vencedores

e, acima de tudo, grandes amigos.

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DEDICATÓRIA

À minha amada mãe, com seu amor, carinho

e esforço, me ensinou a ser uma pessoa

correta, justa e determinada, sempre me

apoiou em todas as minhas escolhas, a você

mãe, o meu muito obrigado.

Ao meu grande pai, que hoje está ao lado

de Deus, mas também ao meu lado, pois

sinto sua presença no meu coração, muito

obrigado por me guiar, e me incentivar

através de pensamentos. Saudades.

À minha querida irmã Teresinha, pois longe

de nossa família foi meu grande alicerce,

com suas palavras de força, coragem e

incentivo, nunca me abandonou nessa

trajetória.

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TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade

pelo aporte ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a

Universidade do Vale do Itajaí, a coordenação do Curso de Direito, a

Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade

acerca do mesmo.

Itajaí/SC, 09/06/2006

Rosalina da Silva Santos Graduanda

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PÁGINA DE APROVAÇÃO

A presente monografia de conclusão do Curso de Direito da Universidade

do Vale do Itajaí – UNIVALI, elaborada pela graduanda Rosalina da Silva

Santos, sob o título As Causa Impeditivas de Extinção do Contrato

Individual de Trabalho, foi submetida em 09/06/2006 à banca

examinadora composta pelos seguintes professores: Prof. MSc. Wanderley

Godoy Junior; Prof. MSc. José Silvio Wolf e Prof. Esp. Eduardo Erivelton

Campos, e aprovada com a nota 10 (Dez).

Itajaí/SC , 09/06/2006

Wanderley Godoy Junior Orientador e Presidente da Banca

Coordenação da Monografia

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ROL DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADCT Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

ART. Artigo

CRFB/88 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidente

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

P. Página

§ Parágrafo

TST Tribunal Superior do Trabalho

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ROL DE CATEGORIAS

Rol de categorias que a Autora considera estratégica

à compreensão do seu trabalho, com seus respectivos conceitos

operacionais.

Contrato Individual de Trabalho

O contrato de trabalho é um ato jurídico bilateral, que depende da livre

manifestação da vontade de ambas as partes, para que sua celebração

seja válida e possa surtir todos os efeitos práticos garantidos pela ordem

jurídica1.

Contrato por Prazo Determinado

Os contratos de trabalho por tempo determinado são subordinados a uma

condição resolutiva ou a um termo final. Quando se predetermina a data

da cessação do contrato, este se subordina a um termo certo2.

Contrato por Prazo Indeterminado

São de prazo indeterminado aqueles em que as partes, por ocasião de

sua celebração, não estabelecem quando irá o contrato terminar. (É

desconhecido o termo final, contudo um dia se extinguirão posto que

nenhum vínculo obrigacional é perpétuo)3.

Estabilidade

É o direito do trabalhador de permanecer no emprego, mesmo contra a

vontade do empregador, enquanto inexistir uma causa relevante expressa

em lei e que permita a sua dispensa. É o direito ao emprego. É o direito de

1 MORAES FILHO, Evaristo de. MORAES, Antonio Carlos Flores de. Introdução ao Direito do Trabalho. 9 ed. São Paulo: LTr, 2003. p. 242.

2 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 1999. p. 226.

3 ASSIS, Pedro Prazeres de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Trainel, 1995. p. 50.

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não ser despedido. É a garantia de fica no emprego, perdendo-o

unicamente se houver uma causa que justifique a dispensa indicada pela

lei4.

Garantia de Emprego

Garantia de emprego é, porém, o nome adequado para o que se chama

estabilidade provisória, pois, se há estabilidade, ela não pode ser

provisória. Não se harmonizam os conceitos de estabilidade e

provisoriedade, daí por que garantia de emprego. É a impossibilidade

temporária da dispensa do empregado, salvo as hipóteses previstas em lei,

como ocorre com o dirigente sindical, cipeiro, a grávida etc5.

Rescisão

Trata-se de um ato jurídico unilateral, porque a declaração de vontade

emana de uma só pessoa, de natureza receptiva, ou seja, as

conseqüências do ato só se verificam após o recebimento da declaração

pelo respectivo destinatário6.

Resilição

A Resilição contratual seria a extinção resultante da vontade das partes,

independentemente de quem seja a iniciativa, incluindo a unilateral e

bilateral7.

Resolução

A Resolução, como compreendemos, é a dissolução do contrato em

conseqüência da inexecução por parte de um dos contratantes, por sua

4 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 29 ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 465.

5 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 21 ed. São Paulo: Atlas, 2005. p. 419. 6 MORAES FILHO, Evaristo de. MORAES, Antonio Carlos Flores de. Introdução ao Direito do Trabalho. p. 379.

7 DOMINGUES, Marcos Abílio. Introdução ao Direito Individual do Trabalho. São Paulo: LTr, 2000. p. 128.

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culpa, ou não. O que caracteriza esse modo de dissolução nos contratos

é a necessidade do pronunciamento judicial8.

8 GOMES, Orlando. GOTTSCHALK, Elson. Curso de Direito do Trabalho. Rio de Janeiro: Forense, 2000. p. 344.

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SUMÁRIO

RESUMO ........................................................................................... XII

INTRODUÇÃO .................................................................................... 1

CAPÍTULO 1 ........................................................................................ 4

O DIREITO DO TRABALHO: BREVE HISTÓRICO E CONCEITO DE CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO ............................................ 4 1.1 BREVE HISTÓRICO DO CONTRATO INDVIDUAL DE TRABALHO .....................4 1.2 O CONCEITO DE CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO .............................6 1.3 A NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO ............9 1.4 ELEMENTOS DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO .............................12 1.4.1 PESSOALIDADE.................................................................................................13 1.4.2 NÃO EVENTUALIDADE........................................................................................15 1.4.3 SALÁRIO .........................................................................................................17 1.4.4 SUBORDINAÇÃO ..............................................................................................19 1.5 DURAÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO ..............................20 1.5.1 CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO .............................................................21 1.5.2 CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO ................................................................23

CAPÍTULO 2 ...................................................................................... 27

A EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO ............. 27 2.1 CONCEITO DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO......27 2.2 CAUSAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO ..........29 2.2.1 AS CAUSAS DE RESOLUÇÃO ...............................................................................29 2.2.2 AS CAUSAS DE RESILIÇÃO..................................................................................32 2.2.3 AS CAUSAS DE RESCISÃO ..................................................................................35 2.2.4 RESCISÃO INDIRETA ..........................................................................................37 2.2.5 DISPENSA DO EMPREGADO COM JUSTA CAUSA ....................................................39 2.2.6 DISPENSA DO EMPREGADO SEM JUSTA CAUSA .....................................................41 2.2.7 PEDIDO DE DEMISSÃO POR PARTE DO EMPREGADO ...............................................43 2.2.8 CULPA RECÍPROCA ...........................................................................................46 2.2.9 AS CAUSAS DE CADUCIDADE ............................................................................48

2.2.9.1 O advento do termo ...................................................................49 2.2.9.2 Morte do empregado .................................................................51 2.2.9.3 Morte do empregador. ...............................................................53 2.2.9.4 A extinção da Empresa por Força Maior ..................................55 2.2.9.5 Factum principis ...........................................................................56

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CAPÍTULO 3 ...................................................................................... 59

AS CAUSAS IMPEDITIVAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO .............................................................. 59 3.1 CONCEITOS DE GARANTIA DE EMPREGO E ESTABILIDADE .........................59 3.1.1 ESTABILIDADE...................................................................................................59 3.1.2 GARANTIA DE EMPREGO ...................................................................................60 3.2 ESTABILIDADE POR TEMPO DE SERVIÇO .......................................................62 3.3 DIRIGENTE SINDICAL......................................................................................65 3.4 MEMBROS DA CIPA .......................................................................................68 3.5 GESTANTES .....................................................................................................71 3.6 ACIDENTE DO TRABALHO..............................................................................74 3.7 MEMBROS DAS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA ............................76

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 80

REFERÊNCIA DAS FONTES CITADAS ................................................ 84

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RESUMO

A presente monografia foi realizada com base na

pesquisa científica, a qual apresenta e analisa as Causas Impeditivas de

Extinção do Contrato Individual de trabalho. O Contrato Individual de

Trabalho pode a qualquer tempo ser rescindido, tanto por vontade do

empregado como por vontade do empregador, no entanto em casos

específicos o empregador estará impedido de dispensar seu empregado.

O presente trabalho trata inicialmente do histórico, conceito, natureza

jurídica, requisitos e duração do Contrato Individual de Trabalho. Estuda

num segundo momento, as formas de extinção do Contrato de Trabalho,

de maneira detalhada, trata do conceito e das causas dessa extinção.

Por fim, a presente pesquisa busca de maneira geral tratar das causas

impeditivas de extinção de Contrato de Trabalho dando destaque para a

estabilidade por tempo de serviço, dirigente sindical, membro da CIPA,

gestante, acidente do trabalho, membro da comissão de conciliação

prévia.

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INTRODUÇÃO

A presente Monografia tem como objeto As Causas

Impeditivas da Extinção do Contrato de Trabalho.

O seu objetivo é produzir uma monografia para

obtenção do grau de bacharel em Direito, pela Universidade do vale do

Itajaí – UNIVALI.

Para tanto, principia–se, no Capítulo 1, com um breve

histórico do Contrato Individual do Trabalho, buscando conceituar de

maneira clara o Contrato Individual do Trabalho. Tratando ainda da

natureza jurídica do Contrato de Trabalho e seus requisitos, e ainda da

duração desse Contrato.

No Capítulo 2, tratar-se-á da extinção do Contrato

Individual de Trabalho, trazendo o conceito e causas de extinção do

Contrato de Trabalho, sendo elas Resolução, Resilição, Rescisão, Rescisão

Indireta, dispensa do empregado sem justa causa, pedido de demissão

por parte do empregado e causas de caducidade que são elas advento

de termo, morte do empregado, morte do empregador, extinção da

empresa por força maior e factum principis.

No Capítulo 3, abordar-se-á as causas impeditivas de

extinção do Contrato de Trabalho, buscando-se conceituar e diferenciar

Garantia de Emprego e Estabilidade, para que se possa tratar das formas

de extinção, compreendidas no presente trabalho como estabilidade por

tempo de serviço, dirigente sindical, membros da CIPA, gestante, acidente

do trabalho e membros da comissão de conciliação prévia.

O presente Relatório de Pesquisa encerrar-se-á com as

Considerações Finais, nas quais serão apresentados pontos conclusivos

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destacados, seguidos da estimulação à continuidade dos estudos e das

reflexões sobre as causas impeditivas de extinção do Contrato Individual

de Trabalho.

Para a presente monografia foram levantadas as

seguintes hipóteses:

Hipótese 1: Para a celebração do Contrato Individual

de Trabalho devem ser preenchidos certos requisitos.

Hipótese 2: O Contrato Individual de Trabalho pode ser

extinto por qualquer das partes contratantes, ou seja, empregado e

empregador.

Hipótese 3: As causas impeditivas de extinção do

Contrato Individual de Trabalho atingem determinadas classes de

empregados, as quais são determinados pela CF/88, CLT e por Leis

especiais.

Quanto à Metodologia empregada, adotou-se o

método indutivo9, operacionalizado com as técnicas do referente10, da

categoria11, dos conceitos operacionais12 e da pesquisa bibliográfica com

a utilização de fontes primárias.

9 Pesquisar e identificar as partes de um fenômeno e colecioná-las de modo a ter uma percepção ou conclusão geral (cf. PASOLD, César Luiz. Prática da pesquisa jurídica: idéias e ferramentas úteis para o pesquisador do direito. 6 ed. rev. atual. ampl. Florianópolis: OAB/SC, 2002. p.87).

10 Explicitação prévia dos motivos, dos objetivos e do produto desejado, delimitando o alcance temático e de abordagem para uma atividade intelectual, especialmente para uma pesquisa (cf. PASOLD, César Luiz. Prática da pesquisa jurídica: idéias e ferramentas úteis para o pesquisador do direito. p. 56).

11 Palavra ou expressão estratégica à elaboração e/ou à expressão de uma idéia (cf. PASOLD, César Luiz. Prática da pesquisa jurídica: idéias e ferramentas úteis para o pesquisador do direito. p.29).

12 (...) é uma definição para uma palavra e expressão, com desejo de que tal definição seja aceita para os efeitos das idéias que expomos (cf. PASOLD, César Luiz. Prática da pesquisa jurídica: idéias e ferramentas úteis para o pesquisador do direito. p.41).

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Nas considerações finais apresentam-se sínteses de

cada capítulo e se demonstra se as hipóteses básicas da pesquisa foram

ou não confirmadas.

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CAPÍTULO 1

O DIREITO DO TRABALHO: BREVE HISTÓRICO E CONCEITO DE CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

1.1 BREVE HISTÓRICO DO CONTRATO INDVIDUAL DE TRABALHO

O Contrato Individual de Trabalho surgiu para

regulamentar a relação contratual entre empregado e empregador, uma

vez que, anteriormente não se tinha uma relação de trabalho, e sim uma

locação de serviços por parte do empregador.

Maranhão13 aponta nesse sentido:

No regime de escravidão, não sendo o escravo sujeito, e sim

objeto de direito, o trabalho por ele executado não traduzia

o cumprimento de uma obrigação assumida por força de

um vínculo jurídico, livremente estabelecido com aquele em

favor de quem era o trabalho realizado: não constituía uma

prestação. Não havia lugar para o Direito do Trabalho,

regulador de uma relação jurídica obrigacional então

existente.

Ainda sobre o histórico do Contrato Individual de

Trabalho complementa Maranhão14:

Vimos que o direito surge da necessidade de limitar a

autonomia da vontade dos contratantes na relação jurídica

de trabalho. Pressuponha, portanto, um contrato: o contrato

individual de trabalho.

Moraes Filho15 destaca a respeito do assunto:

13 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. 17 ed. rev. atual. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1993. p. 45

14 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. p.45.

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A denominação tradicional, oriunda do direito romano, era

arrendamento ou locação de serviços (locatio operarum).

Foi recebido pelos códigos civis modernos, desde o

napoleônico (1804), passando pelo italiano (1865), até o

brasileiro de 1916. O alemão de 1900 o denomina de

contrato de serviços (dienstvertrag).

Sobre as primeiras normas legais que usaram a

denominação de Contrato Individual de Trabalho Moraes Filho16 escreve:

Ao que parece, o primeiro diploma legal a admitir a

expressão contrato de trabalho foi a lei belga de 10.3.1900.

Coube logo depois à lei francesa de 19 de julho de 1901

repeti-lo, mandando conservar o emprego dos convocados

para o serviço militar. Daí para adiante o seu uso tornou-se

pacífico (Paises Baixos, 13.7.1907; na própria França, Código

de Trabalho de 1910 etc.).

Sendo assim, posiciona-se Delgado17 :

Essa figura jurídica, embora não tenha sido desconhecida

em experiência históricas antigas e medievais, tornou-se, no

período contemporâneo, um dos pilares mais significativos

de caracterização da cultura sociojurídica do mundo

ocidental.

A relação contratual entre empregador e empregado,

demorou até que se concretizasse no mundo do Direito, mas com o passar

dos tempos, com as mudanças das relações de trabalho, ocorreu uma

necessidade de regulamentação de tal relação, por parte de ambas as

partes.

15 MORAES FILHO, Evaristo de. MORAES, Antonio Carlos Flores de. Introdução ao Direito do

Trabalho. p. 241. 16 MORAES FILHO, Evaristo de. MORAES, Antonio Carlos Flores de. Introdução ao Direito do

Trabalho. p.242. 17 DELGADO, Mauricio Godinho. Contrato de Trabalho: Características, distinções, efeitos. São Paulo: LTr, 1999. p. 15.

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O contrato de trabalho veio para estabelecer o

vínculo que existia entre a parte contratante do serviço, e aquela que

exercia tal tarefa, assim surge o Contrato Individual de Trabalho.

Sobre a assertiva complementa Gomes18:

A origem histórica do Direito do Trabalho está vinculada ao

fenômeno conhecido sob designação de “Revolução

Industrial”. Se fosse dado situar no tempo um

acontecimento marcante para assinalar o inicio desse

processo revolucionário, indicaríamos a máquina a vapor

descoberta por Thomas Newcomen.

Destaca acerca do Contrato Individual de Trabalho,

Machado Júnior19:

A questão social, surgida da revolução industrial, nasce do

grande empobrecimento dos trabalhadores, com

repercussão imediata, mas famílias, pela mobilização da

mão-de-obra infantil e das mulheres, caracterizando-se por

séria perturbação ou problema social.

Assim, pode-se concluir que o Contrato Individual de

Trabalho marcou a sua existência desde o início das relações trabalhistas,

há muitos anos, para dar estrutura ao empregado e ao empregador, no

acordo firmado entres eles, dessa forma ajustando os direitos e obrigações

recíprocas.

1.2 O CONCEITO DE CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

A definição legal para o Contrato Individual de

Trabalho é destacada pela CLT20 no art. 442, que descreve: “Contrato

18 GOMES, Orlando. GOTTSCHALK, Elson. Curso de Direito do Trabalho. p. 101. 19 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p. 31. 20 BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antônio Luiz Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 31. ed. atual. e aum. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 109.

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individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à

relação de emprego”.

Comenta Delgado21 o artigo:

Identificados seus elementos componentes e o laço que os

mantêm integrados, define-se o contrato de trabalho como

o negócio jurídico expresso ou tácito mediante o qual uma

pessoa natural obriga-se perante pessoas natural, jurídica ou

ente despersonificado a uma prestação pessoal, não

eventual, subordinada e onerosa de serviço.

Estabelece Gomes22 acerca do conceito de Contrato

Individual de Trabalho:

Em suma, a relação jurídica só se concretiza pelo impulso de

um fato jurídico. No direito obrigacional, esse fato é o

acordo de vontades, entre dois sujeitos de direitos.

Normalmente, esse acordo de vontades é um contrato que,

como ato jurídico propulsor da relação, a precede,

nenhuma se travado sem que tenha havido o concurso de

vontades. Também na relação de emprego, o ato que lhe

dá nascimento é o contrato. Por conseqüência, decorre

aquela deste. Se assim é, o contrato não é propriamente o

acordo correspondente à relação de emprego, porque

esta é que deriva daquele.

No entanto o contrato de trabalho nada mais é do

que um acordo firmado entre duas pessoas, com um interesse único de

manter uma relação jurídica, essa relação se dá somente quando houver

interesse de ambas as partes, neste sentido ensina Moraes Filho23:

O contrato de trabalho é um ato jurídico bilateral, que

depende da livre manifestação da vontade de ambas as

21 DELGADO, Mauricio Godinho. Contrato de Trabalho: Características, distinções, efeitos. p. 16.

22 GOMES, Orlando. GOTTSCHALK, Elson. Curso de Direito do Trabalho. p. 109. 23 MORAES FILHO, Evaristo de. MORAES, Antonio Carlos Flores de.Introdução ao Direito do

Trabalho. p. 242.

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partes, para que sua celebração seja válida e possa surtir

todos os efeitos práticos garantidos pela ordem jurídica.

Maranhão24 conceitua Contrato Individual de

Trabalho, como:

Contrato individual de trabalho, em sentido estrito, é o

negócio jurídico de direito privado pelo qual uma pessoa

física (empregado) se obriga à prestação pessoal,

subordinada e não eventual de serviço, colocando sua

força de trabalho à disposição de outra pessoa, física ou

jurídica, que assume os riscos de um empreendimento

econômico (empregador) ou de quem é a este,

legalmente, equiparado, e que se obriga com uma

contraprestação (salário).

Sendo assim, o Contrato Individual de Trabalho é um

acordo estabelecido entre as partes interessadas, no qual devem estar

inseridos alguns elementos essenciais, como estabelece Gomes25:

Contrato de trabalho é a convenção pela qual um ou

vários empregados, mediante certa remuneração e em

caráter não eventual, prestam trabalho pessoal em proveito

e sob direção de empregador.

Assim comenta Martins26:

Representa o contrato de trabalho um pacto de atividade,

pois não se contrata resultado. Deve haver continuidade na

prestação de serviço, que deverão ser remunerados e

dirigidos por aquele que obtém a referida prestação. Tais

características evidenciam a existência de um acordo de

vontades, caracterizando a autonomia privada das partes.

Havendo então o interesse por parte do empregado

de oferecer um serviço, e a manifestação do empregador de que esse

24 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. p. 46 25 GOMES, Orlando. GOTTSCHALK, Elson. Curso de Direito do Trabalho. p. 108. 26 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 116.

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empregado lhe preste tal serviço, temos assim uma relação contratual

criada, onde a vontade das partes prevalece quanto ao objetivo do

acordo, desta forma posiciona-se Vianna27:

Está configurada a existência do contrato de trabalho todas

as vezes que uma pessoa física se obriga a prestar serviços

não eventuais a outra (pessoa física ou jurídica), estando a

está subordinada hierarquicamente e mediante

pagamento de uma contraprestação, a que se denomina

“salário”.

Nesse mesmo entendimento, Gonçales28 destaca:

Contrato de emprego, como já se estudou, é aquele em

que uma pessoa natural (homem ou mulher) coloca a sua

força de trabalho à disposição de outrem (empresa ou

pessoa natural), sob subordinação natural ou jurídica.

Nesse sentido pode-se observar que o Contrato

Individual de Trabalho apresenta certos elementos para sua definição,

tratar-se-á a seguir sobre os elementos do Contrato Individual de Trabalho

no decorrer do presente trabalho.

1.3 A NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

Existe uma grande discussão quanto a natureza jurídica

do Contrato Individual de Trabalho, onde predominam duas teorias, a

teoria contratualista e a teoria anticontratualista, como mostra Cunha29:

Várias são as teorias que vão tentar determinar a natureza

jurídica da relação de trabalho, de um modo geral, os

doutrinadores classificam essas teorias em duas correntes.

Uma contratualista, e outra dita anticontratualista.

27 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. 4.ed.rev.atual. e ampl. São Paulo: LTr, 2000. p. 116.

28 GONÇALES, Odonel Urbano. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Atlas, 1993. p. 126. 29 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. 2. ed., atual e ampl. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 61

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Inicialmente destaca-se a teoria contratualista, com a

visão de Martins30:

A teoria predominante entende que o contrato de trabalho

tem natureza contratual. Trata-se de um contrato, pois

depende única e exclusivamente da vontade das partes

para a sua formação. Há, portanto, um ajuste de vontades

entre as partes. Os efeitos do contrato não derivam apenas

da prestação de serviço, mas daquilo que foi ajustado entre

as partes.

Ainda, sobre a teoria contratualista, comenta Assis31:

A “relação de trabalho” é a execução efetiva, nas mais

variadas formas concretas e reais, do contrato de trabalho:

pressupõe ela a prévia existência de um contrato (ainda

que por simples consentimento) – mesmo nos casos em que

dissente a vontade de uma das partes (ex.: reintegração,

sucessão etc).

Contrapondo-se a essa teoria contratualista, tem-se a

teoria anticontratualista, como o próprio nome já diz, vai contra a idéia de

que exista uma relação contratual entre empregado e empregador.

Nascimento32 ensina a respeito da teoria

anticontratualista:

Gradativamente, a determinação das condições de

trabalho, que no liberalismo resultava unicamente da

vontade das partes, passou a subordinar-se às convenções

coletivas, às leis e aos regulamentos. Para fazer justiça nos

casos concretos, surgiu a necessidade de pronunciamentos

jurisdicionais considerando a validez do contrato como

desnecessária em alguns casos para a aplicação das “leis

operarias”, como nos casos de incapacidade e nulidade.

30 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 122. 31 ASSIS, Pedro Prazeres de. Curso de Direito do Trabalho. p. 45 32 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 19 ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 536.

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A teoria anticontratualista reúne outras duas teoria, a

teoria da instituição, e a teoria da relação de trabalho ou incorporação,

como mostra Martins33:

A teoria anticontratualista ou acontratualista defende que

não existe relação contratual entre empregado e

empregador. A referida teoria pode ser divida em: da

instituição, defendida por autores franceses, e da relação

de trabalho ou da incorporação, preconizada pelos autores

alemães.

Sobre a teoria da instituição escreve Cunha34:

Finalmente, a teoria institucionalista vai sustentar a idéia que

a empresa é uma instituição, onde há, então, uma situação

estatutária e não contratual. O estatuto vai prever as

condições de trabalho, que é prestado sob autoridade do

empregador, sob seu poder diretivo, e, portanto, será

empregador quem disciplinar as condições da prestação

do trabalho.

Neste sentido destaca Martins35:

Assevera que a empresa é uma comunidade de trabalho,

marcada por um interesse superior comum a todos os seus

membros, havendo, em conseqüência, uma situação

estatutária e não contratual entre as partes do referido

pacto, em que o estatuto prevê condições de trabalho,

mediante o poder de direção e disciplinar do empregador.

A teoria da relação de trabalho, como escreve

Nascimento36: “reúne os pensadores que, em maior ou menor escala,

negam a importância da vontade na constituição e no desenvolvimento

33 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 119. 34 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. 2. ed., atual e ampl. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 62

35 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p.119. 36 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. p. 537.

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do contrato de trabalho, daí o propósito de evitar a palavra ‘contrato’

(...)”.

Continua o autor a respeito do tema:

Preferem entender que a prática de atos de emprego

verificada no mundo físico e natural é a fonte da qual

resultam todos os efeitos previstos na ordem jurídica e que

recairão imperativamente sobre os sujeitos empregados.

Ainda Nascimento: “Seguem-se contrato de trabalho e

relação de emprego as mesmas diferenças existentes entre subjetivismo e

objetivismo, idealismo e concreção, ato e fato jurídico, pensamento e

ação”.

Martins37 ensina que:

A comunidade da empresa é criada a partir do momento

em que o trabalhador é incorporado ao estabelecimento.

Nesse momento, deixa de existir o ajuste preliminar e surge a

relação de trabalho. A relação jurídica é decorrente da

sociedade profissional.

Sendo assim, pode-se observar a natureza jurídica do

Contrato Individual de Trabalho seguem várias teorias, cada uma delas

segue determinados princípios, cada qual com suas particularidades e

regras.

1.4 ELEMENTOS DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

Os elementos do Contrato Individual de Trabalho são a

pessoalidade, a não-eventualidade ou habitualidade, o salário e a

subordinação, dispostos no artigo 3º da CLT: “Art. 3º Considera-se

empregado toda pessoa física que preste serviço de natureza não

37 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 120.

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eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”,

parte-se então para o estudo de cada um destes elementos.

1.4.1 Pessoalidade

O Contrato Individual de Trabalho deve ser pactuado

entre empregado e empregador, sendo que, a parte prestadora do

serviço não pode ser pessoa jurídica, deve sim, ser pessoa física e natural,

para que possa ser vinculado na relação contratual.

Delgado38 escreve a acerca da pessoalidade:

A relação jurídica pactuada – ou efetivamente cumprida -

deve ser, desse modo, intuitu personae com respeito ao

prestador de serviços, que não poderá, assim, fazer-se

substituir intermitentemente por outro trabalhador ao logo

da concretização dos serviços pactuados.

O empregado não pode se fazer substituir, por conta

da pessoalidade, como explica Martins39:

O contrato individual de trabalho é intuitu personae, ou seja,

realizado com certa e determinada pessoa. Não pode o

empregado fazer-se substituir por outra pessoa, sob pena de

o vínculo formar-se com a última.

Uma vez firmado o acordo entre empregado e

empregador, a pessoa do empregado não poderá se fazer substituir, por

ser o Contrato de Trabalho personalíssimo, esse deverá prestar

pessoalmente a realização dos seus serviços, como aponta Cunha40:

O requisito da pessoalidade, visto que o contrato de

trabalho é intuitu personae, no que diz respeito ao

empregado. Vale dizer que o empregado se obriga,

38 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2002. p 285 39 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 128. 40 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 64.

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pessoalmente, a prestar serviços, não podendo se fazer

substituir por terceiros, estranhos à relação de emprego.

Completa ainda sobre o tema, Assis41:

Porque o empregado é uma pessoa física e deve dar ao

empregador o seu próprio trabalho. Apenas por exceção,

em casos bastante raros, o empregado poderá fazer-se

substituir por outra pessoa em seu trabalho. (Isto com a

anuência do empregador e fazendo surgir um outro vínculo

empregatício com o substituto e o empregador).

Sendo o Contrato de Trabalho firmado em função de

determinada pessoa, o serviço prestado por ela deverá ser feito

pessoalmente, e não por outra alheia à relação contratual, como ensina

Nascimento42:

O contrato de trabalho é ajustado em função de

determinada pessoa. Nesse sentido é que se diz que o

contrato de trabalho é intuitu personae. O trabalho com o

qual o empregador tem direito de contar é o de

determinada e específica pessoa e não de outra. Assim,

não pode o empregado, por sua iniciativa, fazer-se substituir

por outra pessoa.

Machado Júnior43 dispõem sobre o assunto:

O contrato é intuitu personae com relação ao empregado,

no sentido de que, em vista de seu caráter fiduciário, o

contrato é estabelecido com certo e determinado

empregado, que não poderá, assim, ser substituído na

execução dos serviços.

Pode-se observar, portanto, que o Contrato Individual

de Trabalho deve ser prestado pelo empregado, pessoa física e natural,

41 ASSIS, Pedro Prazeres de. Curso de Direito do Trabalho. p. 46. 42 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. p. 169. 43 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p.186.

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no qual esse não pode se fazer substituir, no entanto, ocorrendo casos de

substituição do empregado, a relação de emprego dar-se-á com

empregado substituto.

1.4.2 Não eventualidade

O trabalho prestado pelo empregado deve ser não

eventual, essa não eventualidade também é tratada como

habitualidade, ou seja, deve ter uma continuidade, para que seja

considerado o vínculo na relação de emprego, como explica Cunha44 “a

não eventualidade, é igual à continuidade na prestação de serviço, à

regularidade, à habitualidade, seja por ser o serviço prestado,

diariamente, seja por repetir-se a intervalos regulares”.

Deste modo, Assis45 destaca:

O trabalho do empregado é de natureza não eventual, isto

é, deve se realizar de maneira normal, constante, reiterada.

O trabalho eventual, isto é, esporádico, de vez em quando,

não configura o vínculo empregatício.

Machado Júnior46 escreve sobre a não eventualidade:

O empregado exerce seus serviços de forma não eventual.

A relação de emprego procura prolongar-se no tempo,

como decorrência do princípio da continuidade. Sendo

assim, nada mais natural do que exigir da prestação de

serviço pelo empregado como sendo de natureza não

eventual, ou seja, como trabalho contínuo.

O trabalho do empregado deve ser prestado com

habitualidade, pois quando firmado o Contrato de Trabalho, presume-se

uma continuidade na execução das suas tarefas, do contrário, aquele

serviço prestado de maneira eventual, ou seja esporadicamente, não tem 44 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 65. 45 ASSIS, Pedro Prazeres de. Curso de Direito do Trabalho. p. 46 46 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p.73.

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como considerar o vínculo empregatício, pela falta de continuidade na

sua prestação.

Sobre a não eventualidade escreve Cunha47:

Outro requisito, que caracteriza a relação de emprego, é

que a prestação de serviços deve ocorrer de maneira não

eventual. Nesse passo, temos que o legislador quis significar

que os serviços, prestados pelo empregado, devem ser

contínuos. Relação de emprego é um pacto de trato

sucessivo, ou, que pressupõe permanência no tempo,

inexistência de interrupção.

Sobre o tema Delgado48 ensina:

Nesse sentido, para que haja relação empregatícia é

necessário que o trabalho prestado tenha caráter de

permanência (ainda que por um curto período

determinado), não se qualificando como trabalho

esporádico.

Estabelece Delgado ainda: “Rege esse ramo jurídico,

nesse aspecto, o princípio da continuidade da relação de emprego, pelo

qual se incentiva, normativamente, a permanência indefinida do vínculo

de emprego”.

Completa ainda o autor:

Por ser um subordinado de curta duração, esporádica e

intermitente vinculado a distintos tomadores de serviço, falta

ao trabalhador eventual um dos elementos fático-juriídico

da relação empregatícia – exatamente o elemento que

enfatiza a idéia de permanência – o que impede sua

qualificação como empregado.

47 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 64. 48 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p. 287.

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Desse modo, Martins49 explica: “O contrato deve ser

prestado com continuidade. Aquele que presta serviço eventualmente

não é empregado”.

Nota-se então que, para caracterizar o Contrato

Individual de Trabalho, precisa-se levar em conta um dos seus elementos

que é a não eventualidade, ou seja, o trabalho deve ser prestado de

forma habitual, para qualificar a permanência.

1.4.3 Salário

A relação contratual firmada entre empregado e

empregador se dá com a prestação de serviço por parte do empregado,

de contra partida deve o empregador retribuir de forma pecuniária por

esse serviço, essa quantia paga pelo empregador ao empregado

denomina-se salário.

Sobre salário explana Martins50:

Não é gratuito o contrato de trabalho, mas oneroso. O

empregado recebe salário pelos serviços prestados ao

empregador. O empregado tem o dever de prestar serviço

e empregador, em contrapartida, deve pagar salários pelos

serviços prestados.

Neste sentido observa Delgado51:

O contrato de trabalho é, desse modo, um contrato

bilateral, sinalagmático e oneroso, por envolver um conjunto

diferenciado de prestações e contraprestações recíprocas

entre as partes, economicamente mensuráveis.

Sendo o Contrato de Trabalho um Contrato

sinalagmático, deve importar deveres para ambas as partes, o

49 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 127. 50 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 127. 51 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p. 292.

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empregado presta o serviço, de contra partida o empregador paga o

salário correspondente a prestação desse serviço, como dispõe Cunha52:

Contrato de trabalho é oneroso. Pressupõe a paga de uma

retribuição, em contraprestação dos serviços prestados, e

que se coloca como salário. Daí, inexistir contrato de

trabalho sem salário. Mesmo quando inexiste pactuação

prévia,ainda assim o contrato é oneroso.

Segue ainda Delgado:

A relação empregatícia é uma relação de essencial fundo

econômico. (...) Desse modo, ao valor econômico da força

de trabalho colocada à disposição do empregador deve

corresponder uma contrapartida econômica em beneficio

obreiro, consubstanciada no conjunto salarial, isto é, o

complexo de verbas contraprestativas pagas pelo

empregador ao empregado em virtude da relação

empregatícia pactuada.

Sendo assim, destaca Gonçales53 “Salário é aquilo que

o empregado recebe ‘diretamente’ de seu empregador, como

contraprestação dos serviços realizados”.

Deste modo leciona Machado Júnior54:

O contrato de emprego sempre é oneroso, por sua

essência, como característica indispensável e integrante de

sua definição. A não-retribuição pecuniária pelo trabalho

descaracterizará a existência da figura de empregado, já

que a prestação de serviços não estará sendo realizada

com o ânimo contratual, como pode ocorrer com o

trabalho religioso, com fins filantrópicos, etc.

Assim, todo serviço prestado pelo empregado ao

empregador, deve ser retribuído mediante o pagamento do salário, que é

52 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 66. 53 GONÇALES, Odonel Urbano. Curso de Direito do Trabalho. p. 151. 54 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p.120.

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a valorização econômica do trabalho prestado pelo empregado em

favor do empregador.

1.4.4 Subordinação

A subordinação é uma das características mais

relevantes do Contrato Individual de Trabalho, através dela se delimita o

grau hierárquico na relação empregatícia.

Martins55 escreve sobre a subordinação:

O obreiro exerce sua atividade com dependência ao

empregador, por quem é dirigido. O empregado é, por

conseguinte, um trabalhador subordinado, dirigido pelo

empregador. O trabalhador autônomo não é empregado

justamente por não ser subordinado a ninguém, exercendo

com autonomia suas atividades e assumindo os riscos de

seu negócio.

Catarino56 integra a este assunto:

Assim, o empregado obriga-se a prestar serviços dirigidos,

segundo o contrato e as normas trabalhistas. E o direito do

empregador dirigir, correlato da obrigação do empregado

obedecer, tem como o seu corolário o de fiscalizar, um e

outro exercitáveis diretamente ou não.

Sendo o empregador quem paga o salário ao

empregado, estaria este último subordinado economicamente ao

primeiro, como destaca Cunha57:

Muito se tem discutido acerca da subordinação, sendo

conhecido o entendimento primeiro de que ela seria a

subordinação econômica, dado que o trabalhador,

55 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 127. 56 CATARINO, José Martins. Compêndio de Direito do Trabalho. 3. ed. rev. atualizada. São Paulo: Saraiva, 1982. p. 205.

57 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 65

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economicamente fraco, estaria sujeito ao empregador,

detentor do poder econômico.

O empregador exerce um poder de comando e

direção, em contra partida o empregado é considerado o sujeito passivo

dessa subordinação, assim ensina Gomes58:

A atividade do empregado consistiria em se deixar guiar e

dirigir, de modo que as suas energias convoladas no

contrato, quase sempre indeterminadamente, sejam

conduzidas, caso por caso, segundo os fins desejados pelo

empregador. Tanto ao poder de comando como ao de

direção do empregador corresponde o dever específico do

empregado de obedecer.

Complementa o tema Delgado59:

Consiste, assim, na situação jurídica derivada do contrato

de trabalho, pela qual o empregado comprometer-se-ia a

acolher o poder de direção empresarial no modo de

realização de prestação de serviço.

Assim o empregado deve prestar seu trabalho de

maneira subordinada, obedecendo as ordens de direção do

empregador, ou de quem, hierarquicamente, possuiu poder de comando

em relação ao empregado.

1.5 DURAÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

O Contrato Individual de Trabalho pode ser classificado

em Contrato por Prazo Determinado e Prazo Indeterminado, como

dispõem o artigo 443 da CLT: “O contrato de individual de trabalho

poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por

escrito e por prazo Determinado ou Indeterminado”.

58 GOMES, Orlando. GOTTSCHALK, Elson. Curso de Direito do Trabalho. p. 119. 59 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p. 296.

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1.5.1 Contrato por Prazo Indeterminado

Entende-se por Contrato Individual de Trabalho por

Prazo Indeterminado de duração, aqueles em que não se estipulam

prazos para o término, ou seja, não possuem data certa para o seu fim.

Sobre o prazo indeterminado Assis60 ensina:

São de prazo indeterminado aqueles em que as partes, por

ocasião de sua celebração, não estabelecem quando irá o

contrato terminar. (É desconhecido o termo final, contudo

um dia se extinguirão posto que nenhum vínculo

obrigacional é perpétuo).

Integra sobre o tema Delgado61: “Contratos

indeterminados são aqueles cuja duração temporal não tem pré-fixada

termo final extintivo, mantendo duração indefinida ao longo do tempo”.

Complementa Delgado:

A indeterminação da duração dos contratos constitui regra

geral incidente aos aspectos empregatícios. O caráter de

regra geral que é deferido pela ordem jurídica ao contrato

por tempo indeterminado confere-lhe status privilegiado: o

status de presunção jurídica de sua existência em qualquer

contexto de contratação empregatícia.

Gomes62 escreve a respeito do Contrato por Prazo

Indeterminado:

De acordo com o costume universalmente adotado, a

modalidade do contrato por tempo indeterminado constitui

a regra geral. É que a indeterminação da duração deriva

de um caractere do contrato de trabalho.

60 ASSIS, Pedro Prazeres de. Curso de Direito do Trabalho. p. 50. 61 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p. 507. 62 GOMES, Orlando. GOTTSCHALK, Elson. Curso de Direito do Trabalho. p. 158.

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O Contrato por Prazo Indeterminado é utilizado na

prática da relação empregatícia, quando se inicia tal relação, em alguns

casos, não se pode prever seu término, e o que se pretende muitas vezes

é que esse perdure por um bom tempo.

Sobre a indeterminação estabelece Delgado63:

A indeterminação da duração contratual também melhor

realizaria, na prática, o princípio da norma mais favorável.

Isso porque é característica inerente aos contratos sem

termo prefixado a existência de maior potencialidade no

tocante à aquisição dos direitos trabalhistas adquiridos pelo

empregado.

Aponta nesse sentido Catarino64: “Contrato por tempo

indeterminado é aquele pelo qual as partes ao realizá-lo nada

convencionam sobre o seu término”.

Apregoa acerca do Contrato Individual de Trabalho

Süssekind65:

Portanto, o contrato de trabalho caracteriza-se em

princípio, pelo sentido de continuidade; vive enquanto não

se verifica uma circunstância a que a lei atribui o efeito de

fazer cessar a relação que dele se origina.

Na maioria dos Contratos firmados na relação

contratual estabelecida entre empregado e empregador, se verifica o

Contrato por Prazo Indeterminado, pois quando se firma tal Contrato a

pretensão é de que o trabalho dure o quanto for necessário, sem que haja

a necessidade se estipular um prazo para a conclusão do serviço.

63 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p.508. 64 CATARINO, José Martins. Compêndio de Direito do Trabalho. p. 282. 65 SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; VIANNA, Segadas; TEIXEIRA, Lima. Instituições

de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2000. p. 265.

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Cunha66 escreve sobre o Contrato por Prazo

Indeterminado:

Os contratos por prazo indeterminado podem ser de

duração contínua, quando o trabalho é prestado

seguidamente, sem qualquer interrupção, salvo as legais, e

de duração intermitente, quando se sucede a intervalos

mais ou menos regulares.

Integra ao tema Vianna67:

É a regra geral da contratação, onde não se determina, por

ocasião da celebração do contrato, um prazo ou uma

condição para sua cessação. O empregado é contratado

para prestar serviço ao seu empregador por um período

indeterminado de tempo, inexistindo, desta forma, previsão

expressa para o término da relação empregatícia.

Sendo assim, quando as partes não convencionarem

um Prazo Determinado para o término do Contrato, presumir-se-á que este

se dará por Prazo Indeterminado, como ocorre na maioria dos contratos

firmados, no entanto esse não será um Contrato eterno, apenas durará o

tempo que for necessário.

1.5.2 Contrato por Prazo Determinado

O Contrato por Prazo Determinado compreende

aquele, em que as partes acordam o prazo para seu término, de acordo

com o § 1º do art. 443 da CLT: “Considera-se como tempo determinado o

contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da

execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo

acontecimento suscetível de previsão aproximada”.

Ensina nesse sentido Machado Júnior68:

66 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p.71. 67 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. p. 116.

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Os contratos de trabalho por tempo determinado são

subordinados a uma condição resolutiva ou a um termo

final. Quando se predetermina a data da cessação do

contrato, este se subordina a um termo certo.

Existem algumas regras para o Contrato por Prazo

Determinado, que devem ser levadas em consideração, como o prazo

para a duração desse Contrato, como estabelece o art. 445 da CLT: “O

contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado

por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451”.

Nesse sentido leciona Gonçales69:

Em face dessa qualidade (exceção), foram estabelecidas,

na lei, determinadas restrições à contratação de prazo

determinado. Uma delas é o prazo não superior a 2 (dois)

anos. No artigo 445 da Consolidação das Leis do Trabalho,

em que estipula esse prazo máximo, o legislador também

determinou a observância do disposto no artigo 451. Neste

(artigo 451), foi fixado a regra de que o contrato

determinado pode ser prorrogado uma única vez, sob pena

de passar a vigorar sem determinação de prazo.

Quando o prazo de dois anos para a duração do

Contrato por Prazo Determinado for ultrapassado, ou seja, o Contrato se

der por mais de dois anos, esse passará a vigorar sem a determinação de

prazo, como dispõe o art. 451 da CLT: “o contrato de trabalho por prazo

determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma

vez passará a vigorar sem determinação de prazo”.

Martins70 ressalta que:

Atualmente, o legislador é expresso no sentido de observar

o art. 451 da CLT. Assim, é possível prorrogar uma vez o

68 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p. 226. 69 GONÇALES, Odonel Urbano. Curso de Direito do Trabalho. p. 140. 70 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 142.

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contrato de trabalho por prazo determinado, porém,

mesmo na prorrogação, o contrato de prazo de certo não

poderá exceder a dois anos. É a interpretação da CLT,

mediante a combinação dos arts. 445 e 451 da citada

norma.

Comenta ainda Martins, sobre a validade do Contrato

por Prazo Determinado:

O contrato de trabalho por prazo determinado só é válido

em se tratando: (a) serviço cuja natureza ou transitoriedade

justifique a predeterminação do prazo; (b) atividades

empresariais de caráter transitório; (c) contrato de

experiência (§ 2º do art. 443 da CLT).

Nesse sentido complementa Catarino71:

Aderiu, assim, nosso legislador à corrente generalizada de só

permitir excepcional e restritivamente a realização de

contrato de tal espécie, fundamentada nas seguintes e

principais razoes: 1ª) evitar a fraude, considerando-se que

alguns direitos trabalhistas dependem de longa e

indeterminada duração, como p. ex., a estabilidade; 2ª)

reforçar a liberdade de trabalho, inclusive porque, sendo o

contrato sem prazo, o empregado que se demite, mesmo

sem justa causa, não deve indenização ao empregador.

Integra ao tema Nascimento72:

No contrato a prazo, desde que seja atingido normalmente

o seu término, não é devida a indenização de Antigüidade.

Ele simplesmente se extingue, morre, desaparece; e o

empregado não foi despedido pelo empregador. Nenhuma

indenização é devida.

Por fim, pode-se observar que o contrato de trabalho

por prazo determinado, ou seja, aquele com o prazo de término, se dará

71 CATARINO, José Martins. Compêndio de Direito do Trabalho. p. 286. 72 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. p. 662.

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pelo máximo de dois anos, a não observância dessa restrição, sujeita o

contrato a vigorar pela regras do Contrato por Prazo Indeterminado.

Será tratado no próximo capítulo sobre a Extinção do

Contrato Individual de Trabalho, trazendo o conceito de Extinção do

Contrato de Trabalho, bem como todas as causas de extinção do

Contrato Individual de Trabalho de clara e objetiva.

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CAPÍTULO 2

A EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

2.1 CONCEITO DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

Tratou-se no capítulo anterior sobre o Contrato de

Trabalho, histórico, conceito, os elementos e a duração desse Contrato de

Trabalho, no entanto, neste capítulo estudar-se-á sobre a extinção do

Contrato Individual de Trabalho.

Sobre a extinção do Contrato Individual de Trabalho,

conceitua Magano73:

Por extinção de contrato de trabalho entende-se a

terminação do vínculo que liga as partes com a

conseqüente cessação definitiva das obrigações de ambos,

compreendendo-se como tal a ruptura ou cessação de um

contrato de trabalho válido e eficaz, sem compreender,

portanto, as declarações de ineficácia de contratos

originariamente nulos.

Moraes Filho74 escreve sobre o tema:

Fazendo lei entre as partes, os contratos são celebrados

para serem cumpridos ou executados, cabendo melhor o

vocábulo extinção para o caso em que o contrato deixa de

existir naturalmente, pela própria execução ou pelo

cumprimento as obrigações por ambas as partes.

73 MAGANO, Octavio Bueno. Manual de Direito do Trabalho. Volume III. São Paulo: LTr, 1983. p. 422.

74 MORAES FILHO, Evaristo de. MORAES, Antonio Carlos Flores de.Introdução ao Direito do Trabalho. p. 371.

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Complementa Cunha75 acerca da extinção do

Contrato de Trabalho:

Normalmente, os contratos extinguem-se pela execução.

Cumprida a finalidade a que se destinava, a relação

jurídica deixa de existir, extinguindo-se, assim, o elo

obrigacional entre as partes.

Os contratos de maneira geral são ajustados para

satisfazer a vontades das partes, a sua extinção se dá em função da sua

execução onde se atinge seu objetivo final; ou por vontade de ambas as

partes, ou somente por vontade de uma delas, que acaba resultando no

fim do contrato.

Dispõem sobre o assunto Süssekind:76

Os contratos, inclusive os de trabalho, extinguem-se em

virtude de um fato que lhes põem fim. Mas o contrato pode

deixar de existir ou por um modo normal, ou por um modo

anormal. O modo normal de extinção do contrato é a sua

execução. Tal acontece quando ele atinge o seu termo ou

alcança seus fins.

Ainda sobre extinção de Contrato de Trabalho

estabelece Maranhão77:

O modo normal da extinção dos contratos é a sua

execução. Cumprida a finalidade a que se destinavam, a

relação jurídica por eles criada, deixa de existir. Dá-se a

extinção normal de um contrato, cuja execução é

continuada, quando é concluído por tempo determinado.

Atingindo o tempo final cessam, automaticamente, as

obrigações dele resultantes.

75 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 87. 76 SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; VIANNA, Segadas; TEIXEIRA, Lima. Instituições

de Direito do Trabalho. p. 560. 77 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. p.233.

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Continua o autor:

Diz-se, a princípio, anormal, a extinção do contrato por

causas supervenientes à sua formação e nele, portanto,

não previstas como motivo normal para o desfazimento do

vínculo.

Martins78 conceitua a Extinção do Contrato de

Trabalho, sinteticamente, como “A cessação do contrato de trabalho é a

terminação do vínculo de emprego, com a extinção das obrigações para

os contratantes”.

Sendo assim, a extinção do Contrato de Trabalho

resulta na cessação dos direitos obrigacional, tanto pelo empregado

quanto pelo empregador. A cessação pode se dar pela execução do

contrato, ou seja, quando esse atinge seu termo.

Pode-se dar ainda pela vontade das partes, quando

uma delas ou ambas decidem por terminá-lo, mesmo antes do prazo

estipulado por elas, e ainda quando por motivos alheios à suas vontades,

impossibilitando o cumprimento deste contrato.

2.2 CAUSAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

O Contrato Individual de Trabalho firmado entre as

partes, como se viu anteriormente, poderá ser encerrado por diversas

causas, motivadas tanto pelo empregado como pelo empregador, essas

causas serão estudadas separadamente para uma melhor compreensão.

2.2.1 As causas de Resolução

Entende-se por Resolução do Contrato Individual de

Trabalho a não execução por uma das partes contratantes, na qual dá o

78 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 369.

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direito à parte lesada, de pedir a Resolução do Contrato, que nada mais

é do que uma forma de Extinção do Contrato de Trabalho.

Maranhão79 ensina sobre Resolução:

A resolução ocorre quando: a) há inexecução faltosa por

parte de um dos contratantes; b) o contrato está

subordinado a uma condição resolutiva; c) a execução se

torna impossível por motivo de força maior.

Discorre sobre o tema Delgado80 :

A resolução contratual corresponderia a todas as

modalidades de ruptura de contrato de trabalho por

descumprimento faltoso do pacto por qualquer das partes

(justa causa obreira e empreitada); englobaria também a

extinção do contrato em virtude de incidência de condição

resolutiva.

Havendo, por parte de um dos contratantes, a

inexecução do Contrato Individual de Trabalho, ocorrerá a cessação

deste contrato, uma vez que seus efeitos obrigacionais não surtirão efeitos

sobre os contratantes

Integra a este assunto, Domingues81:

A resolução do contrato de trabalho seria a extinção em

razão da inexecução de obrigação decorrente da relação

de emprego. Igualmente, irrelevante a iniciativa ou o

protagonista da inexecução contratual.

Sobre Resolução contratual, ensina Süssekind82:

79 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. p.233. 80 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p.1100. 81 DOMINGUES, Marcos Abílio. Introdução ao Direito Individual do Trabalho. p. 128. 82 SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; VIANNA, Segadas; TEIXEIRA, Lima. Instituições

de Direito do Trabalho. p.561.

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A resolução é um modo de dissolução dos contratos que se

produz nos contratos sinalagmático, quando há inexecução

faltosa por parte de um dos contratantes. Está hipótese tem,

por igual, grande importância em matéria de contrato de

trabalho, a ela prendendo-se a figura da justa causa.

Contudo Gomes83 ressalta que:

A resolução, como compreendemos, é a dissolução do

contrato em conseqüência da inexecução por parte de um

dos contratantes, por sua culpa, ou não. O que caracteriza

esse modo de dissolução nos contratos é a necessidade do

pronunciamento judicial.

Essa inexecução do Contrato Individual de Trabalho

estaria subordinada a uma condição, ou seja, a uma sentença judicial a

qual tornaria eficaz tal rompimento, pois a simples vontade da parte

lesada, não torna o ato eficaz.

Neste sentido esclarece Moraes Filho84:

O rompimento contratual, nessa hipótese, somente ocorre

após a sentença constitutiva de direito. Não é suficiente, por

conseguinte, a simples manifestação unilateral da parte

para que seus efeitos se façam sentir na esfera jurídica da

outra, com a aprovação e beneplácito do ordenamento

jurídico objetivo.

Integra ao tema Saad85:

Resolução - quando se imputa a uma das partes ato que

torna inviável o prosseguimento da relação empregatícia

ou quando o contrato contém cláusula resolutiva ou

quando a força maior impossibilita a execução ajustada

83 GOMES, Orlando. GOTTSCHALK, Elson. Curso de Direito do Trabalho. p. 344. 84 MORAES FILHO, Evaristo de. MORAES, Antonio Carlos Flores de. Introdução ao Direito do

Trabalho. p. 378. 85 SAAD, Eduardo Gabriel. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2000. p. 264.

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Por fim, entende-se que Resolução do Contrato

Individual de Trabalho depende da ruptura do Contrato Individual de

Trabalho, por uma das partes contratantes, a qual necessitará de

apreciação do ordenamento jurídico para garantir o direito da parte

lesada.

2.2.2 As causas de Resilição

Trata-se agora da Resilição do Contrato Individual de

Trabalho, a qual versa a respeito da dissolução do Contrato Individual,

onde as partes demonstram o desejo de romper o pacto.

Acerca da Resilição do Contrato Individual de Trabalho

ensina Maranhão86:

Pode ser bilateral ou unilateral. A primeira é o distrato: as

partes, de comum acordo, deliberam desfazer o contrato. A

segunda pressupõe um contrato por tempo indeterminado.

Nenhum dos contratantes tendo assumido a obrigação de

fazê-lo durar por um período certo, qualquer deles, a

qualquer tempo, pode fazê-lo findar.

Estabelece nesse sentido Delgado87:

A resilição contratual corresponderia a todas as

modalidades de ruptura do contrato de trabalho por

exercício lícito da vontade das partes. Neste grupo

englobar-se-iam três tipos de extinção contratual: em

primeiro lugar, a resilição unilateral por ato obreiro

(demissão). Em segundo lugar, resilição unilateral por ato

empresarial, (denominada dispensa ou despedida sem justa

causa, ou ainda, dispensa desmotivada). Em terceiro lugar,

a figura da resilição bilateral do contrato, isto é, o distrato.

86 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. p.233. 87 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p.1099.

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A Resilição nada mais é que a dissolução do Contrato

Individual de Trabalho por vontade própria chamada Resilição unilateral,

ou por vontade de ambas as partes, Resilição bilateral, podendo ser tanto

por vontade do empregado, como por vontade do empregador.

A esse respeito esclarece Maranhão88:

Decorre, como sabemos, a resilição ou de acordo (distrato),

ou unilateralmente, do poder reconhecido aos

contratantes, quando é por tempo indeterminado, de fazer

cessar a relação jurídica, através de simples declaração de

vontade. No contrato de trabalho, tal direito potestativo

sofre algumas limitações, como por igual, a própria resilição

bilateral.

Destaca ainda sobre Resilição Assis89:

Resilição – forma imotivada de extinção que resume em um

ato de qualquer umas das partes do contrato (empregado

ou empregador), ato este que poderá se efetivar de

maneira unilateral.

Prossegue Assis:

Não visa cumprimento de um dever jurídico, mas

modificação ou extinção da relação, ficando a outra parte

submetida ou Bilateral (modelo de distrato). A tônica nesta

acepção consiste em que “ninguém é obrigado a contratar

ou permanecer a contratado”, e para tal não precisa

motivar a extinção.

Domingues90 ressalta: “A resilição contratual seria a

extinção resultante da vontade das partes, independentemente de quem

seja a iniciativa, incluindo a unilateral e bilateral”.

88 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. p.236. 89 ASSIS, Pedro Prazeres de. Curso de Direito do Trabalho. p. 61. 90 DOMINGUES, Marcos Abílio. Introdução ao Direito Individual do Trabalho. p. 128.

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Acrescenta ao tema Cunha91:

A resilição, distinguindo que ela pode ser bilateral, ou

unilateral, conforme haja o mútuo consentimento das

partes, o que corresponderia à idéia de distrato contida no

âmbito civil, ou unilateral, que supõem um contrato por

prazo indeterminado, com utilização do direito potestativo

de uma das partes de resilir o contrato.

A respeito da Resilição contratual, destaca Saad92:

Resilição encerra o direito potestativo do empregado ou do

empregador, a qualquer tempo, de romper o vínculo

empregatício, tendo, porém, de suportar os encargos

previstos em lei.

Leciona Süssekind93 sobre Resilição do contrato de

trabalho:

Dá-se a resilição do contrato quando as próprias partes

desfazem o ajuste que haviam concluído. Em conseqüência

da força obrigatória dos contratos o que caracteriza a

resilição, em princípio, é o mútuo acordo para extinguir o

contrato antes da expiração do seu termo ou obtido o seu

fim normal.

Sendo assim, o Contrato Individual de Trabalho,

mesmo que estipulado por prazo indeterminado, não precisa ser eterno,

uma vez que, qualquer um dos contratantes tem a opção de encerrar a

relação jurídica estabelecida a qualquer tempo, ou seja, por fim ao

contrato de trabalho.

91 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 88. 92 SAAD, Eduardo Gabriel. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2000. p. 264. 93 SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; VIANNA, Segadas; TEIXEIRA, Lima. Instituições

de Direito do Trabalho. p.561.

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2.2.3 As causas de Rescisão

Por ser uma expressão utilizada popularmente,

costuma-se conceituar Rescisão contratual todas as formas de extinção

do Contrato Individual de Trabalho, no entanto essa modalidade só se

aplica aos contratos extintos por nulidade, como se destaca.

Sobre a Rescisão ressalta Maranhão94:

Embora a Consolidação, por um vício terminológico,

confunda sob esta só expressão os diversos modos de

extinção do contrato, a rescisão, tecnicamente, verifica-se

em caso de nulidade.

Complementa acerca do tema Assis95:

Como já dito, por vício de terminologia, o legislador

celestista tratou todas as formas de extinção com esta

nomenclatura, mas tecnicamente a rescisão só sobrevém

em caso de nulidade. Destacando-se que o princípio “ex

tunc” (retroatividade da nulidade), não aplica aos

contratos de trato sucessivo ou diferido.

Gomes96 conceitua Rescisão:

A rescisão do contrato de trabalho é o modo de dissolução

pelo qual cessa eficácia sua pelo mútuo consentimento ou

pela declaração de vontade do empregador ou do

empregado, independente de intervenção judicial.

Como se pode observar, a Rescisão do Contrato

Individual de Trabalho trata da interrupção do contrato por uma das

partes, podendo ser o empregador, bem como o empregado.

Neste sentido destaca Moraes Filho97:

94 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. p.237. 95 ASSIS, Pedro Prazeres de. Curso de Direito do Trabalho. p. 60. 96 GOMES, Orlando. GOTTSCHALK, Elson. Curso de Direito do Trabalho. p. 347.

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Trata-se de um ato jurídico unilateral, porque a declaração

de vontade emana de uma só pessoa, de natureza

receptiva, ou seja, as conseqüências do ato só se verificam

após o recebimento da declaração pelo respectivo

destinatário.

Sobre o tema continua o autor:

No direito trabalhista, tal princípio é representado pelo fato

de que a conseqüência da rescisão unilateral só se verifica

após o recebimento do aviso prévio pela outra parte

contratual. Ele não se aplica, contudo, quando o

empregado não estável comete falta grave.

A este caso, dispõe Delgado98:

A rescisão contratual, segundo esta tipologia,

corresponderia à ruptura do contrato de trabalho em face

de nulidade. É o que ocorreria, hoje, nos contratos

efetivados pelas entidades estatais, sem a prévia

observância de prévio concurso público (Enunciado 363,

TST). Ou, ainda, com contratos que concretizem atividade

ilícita – objeto ilícito.

Ainda sobre Rescisão observa Domingues99:

O termo rescisão, ainda segundo a doutrina, é designativo

da extinção do contrato de trabalho motivada por

nulidade. Se, nas relações jurídicas em geral, a nulidade

implica a retroatividade dos efeitos que o ato jurídico tenha

gerado, como se a relação não tivesse existido, no Direito

do Trabalho isto não ocorre. Em razão da impossibilidade de

retornar o estado das pessoas à situação anterior ao início

do contrato de emprego, pois, já se operou a relação de

serviço.

97 MORAES FILHO, Evaristo de. MORAES, Antonio Carlos Flores de. Introdução ao Direito do

Trabalho. p. 379. 98 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p.1100. 99 DOMINGUES, Marcos Abílio. Introdução ao Direito Individual do Trabalho. p. 128.

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Por fim, a Rescisão do Contrato Individual de Trabalho

se aplica aos contratos extintos por nulidade, onde a simples vontade de

uma das partes, já torna capaz a extinção da relação jurídica existente

entre empregado e empregador.

2.2.4 Rescisão Indireta

Entende-se por Rescisão Indireta o afastamento por

parte do empregado, quando o empregador comete alguma falta grave,

dando ao empregado o direito de rescindir o contrato pela justa causa.

A este assunto, Martins100 comenta:

A rescisão indireta ou dispensa indireta é a forma de

cessação do contrato de trabalho por decisão do

empregado em virtude da justa causa praticada pelo

empregador.

O artigo 483 da CLT101 relaciona as hipóteses que

causam a Rescisão Indireta:

Art. 483. O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando:

a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por Lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato;

b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;

c) correr perigo manifesto de mal considerável;

d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família ato lesivo da honra e boa fama;

100 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 390. 101 BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. p. 121.

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f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

g) O empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.

Acerca da Rescisão Indireta observa Nascimento102:

O conceito de dispensa indireta em nosso direito não é

difícil, entendendo-se como tal a rescisão do contrato de

trabalho por decisão do empregado tendo em vista a justa

causa que o atingiu praticada pelo empregador. Impõem-

se a imediata ruptura do vínculo, o que equivale à

necessidade de cessar o trabalho por ato do empregado.

A decisão de rescindir o contrato vem do empregado,

por motivo causado pelo empregador, ou seja, quando este comete uma

infração a uma das hipóteses assinaladas no art. 483 da CLT, logo o

empregado, poderá rescindir indiretamente o contrato de trabalho, frente

a falta grave cometida pelo empregador.

Nesse sentido estabelece Cunha103:

A denúncia do contrato, na hipótese da rescisão indireta,

tem por fundamento falta grave praticada pelo

empregador. No Brasil, a tendência é assemelhar a rescisão

indireta ao pedido de demissão. Seria, entretanto, um

pedido de demissão, onde haveria justa causa para o

comportamento do empregado, em face da falta grave

cometida pelo empregador.

Diante ao exposto, Vianna104 explica sobre a Rescisão

Indireta:

102 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. p. 493. 103 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 95. 104 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. p. 821.

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A legislação trabalhista vigente faculta ao empregado

rescindir o contrato de trabalho e pleitear a devida

indenização, em caso de inexecução pelo empregador das

obrigações legais ou contratuais assumidas.

Integra a este tema Magano105:

A despedida indireta constitui figura híbrida, com algumas

características de demissão e outras de despedida.

Assemelha-se à demissão, por ser ato unilateral de iniciativa

do empregado, mas dela distancia por não implicar

qualquer idéia de renúncia.

Machado Júnior106 entende que “o empregado

poderá rescindir o seu contrato de emprego quando o empregador

praticar algum fato tipificado em lei como suficiente para gerar o término

do contrato”.

Sendo assim, o não cumprimento por parte do

empregador, das suas obrigações contratuais, para com o empregado,

resultará na Rescisão Indireta, sendo uma forma do empregado ter

garantido seus direitos fundamentais, adquiridos com a relação

contratual.

2.2.5 Dispensa do Empregado com Justa Causa

O empregado poderá ser dispensado por justa causa,

quando cometer uma das infrações estabelecidas no art. 482 da CLT,

onde se destaca quais as formas de dispensa por justa causa:

Art. 482. Constituem justa causa para rescisão do contrato

de trabalho pelo empregador:

a) ato de improbidade;

105 MAGANO, Octavio Bueno. Manual de Direito do Trabalho. Volume II. 3.ed. São Paulo. LTr, 1992. p. 330.

106 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p.478.

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b) incontinência de conduta ou mau procedimento

c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem

permissão do empregador, e quando construir ato de

concorrência à empresa para a qual trabalha o

empregado, ou for prejudicial ao serviço;

d) condenação criminal do empregado, passada em

julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da

pena;

e) desídia no desempenho das respectivas funções;

f) embriaguez habitual ou em serviço;

g) violação de segredo da empresa;

h) ato e indisciplina ou de insubordinação;

i) abandono de emprego;

j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço

contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas

condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de

outrem;

k) ato lesivo de honra e boa fama ou ofensas físicas

praticada contra o empregador e superiores hierárquicos,

salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem:

l) prática constante de jogos de azar.

Cometendo o empregado qualquer das faltas

elencadas no art. 482 da CLT, terá o empregador direito de rescindir o

Contrato de Trabalho pela justa causa, como dispõe Azevêdo107:

107 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do Trabalho. p. 187.

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A dispensa por justa causa ocorre quando o empregado

comete uma das faltas apresentadas no art. 482 da CLT

impedindo, assim, a continuidade do contrato de trabalho

pela perda da confiança e da boa-fé que deve existir entre

as partes.

Desta forma, anota acerca da justa causa Magano108:

Justa causa é todo ato doloso ou culposamente grave, que

faça desaparecer a confiança e a boa-fé que devem existir

entre empregado e empregador, tornando assim impossível

o prosseguimento da relação.

Complementa neste sentido Santos109:

Assim a justa causa imputada ao empregado deve ser

atual, guardar proporcionalidade com o ato que a ensejou,

não ter acarretado outra punição, e ser determinativa da

rescisão. Isso significa que fato imputado ao empregado

deve ter ocorrido, imediatamente, antes de seu

despedimento.

Dessa forma, para se constituir a justa causa por

iniciativa do empregador, deve o empregado ter cometido alguma das

infrações elencada no art. 482 da CLT, e ainda essa infração deve ser

atual, e estar ligada diretamente ao ato que a ensejou, devendo ser

alegado logo após o seu acontecimento, e não tendo o empregador

aplicado nenhuma outra punição ao empregado.

2.2.6 Dispensa do Empregado sem Justa Causa

O empregador poderá rescindir o Contrato de

Trabalho, firmado com o empregado, assim que lhe for conveniente, sem

que tenha o trabalhador lhe dado causa.

108 MAGANO, Octavio Bueno. Manual de Direito do Trabalho. Volume II. p. 333. 109 SANTOS, Josephá Francisco dos. Iniciação ao Direito do Trabalho. p. 68

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Magano110 dispõe sobre a dispensa do empregado

sem justa causa:

Entende-se despedida a declaração de vontade unilateral

e receptiva feita pelo empregador no sentido de que a

relação de trabalho deve extinguir-se ou de forma imediata

ou após o cumprimento de um determinado período.

Integra ao assunto Moraes Filho111:

Conseqüentemente, a rescisão unilateral por parte do

empregador é possível e independe de motivo dado pelo

empregado. Essa forma de denúncia do contrato de

trabalho pertence à categoria dos atos jurídicos unilaterais,

do tipo receptivo, para os quais não se torna necessária a

manifestação de vontade do destinatário, concordando ou

discordando.

Vianna112 leciona ainda que, “Trata-se de rescisão

contratual motivada pelo empregador, sem que tenha o empregado

cometido falta grave ensejadora de justa causa”.

A Rescisão contratual por parte do empregador,

constitui um ato unilateral, na qual a vontade expressa desse empregador,

é o término da relação estabelecida entre ele e o empregado, tendo esse

a obrigação de conceder o aviso prévio ao empregado para que esse

fique ciente de tal situação.

Tomada a decisão de dispensar o empregado, o

empregador deverá conceder o aviso prévio estipulado no art. 487 da

CLT, que destaca: “Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo

motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução

com antecedência...”.

110 MAGANO, Octavio Bueno. Manual de Direito do Trabalho. Volume II. p. 332. 111 MORAES FILHO, Evaristo. MORAES, Antonio Carlos Flores de. Introdução ao direito do

trabalho. p. 386. 112 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. p.790.

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Não concedendo o aviso prévio, o empregador estará

sujeito a penalidade elencada no § 1º do art.487 da CLT, onde trata: “A

falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito

aos salários correspondente ao prazo do aviso, garantida sempre a

integração desse período no seu tempo de serviço”.

Ensina Machado Júnior113 acerca da dispensa do

empregado sem justa causa:

Na dispensa sem justa causa, pois, o término do contrato

ficará exclusivamente na dependência da vontade do

empregador, cuja obrigação será a concessão do aviso

prévio e o pagamento das parcelas devidas nessa ocasião.

Preceitua neste sentido Martins114:

O empregador pode dispensar o empregado sem justa

causa, cessando, assim, o contrato de trabalho. Para tanto,

porém, deverá pagar as reparações econômicas

pertinentes. O empregador tem direito potestativo de

dispensar o empregado, ao qual este não pode se opor.

Sendo assim, na dispensa sem justa causa, pode-se

entender que manifestada a vontade do empregador de rescindir o

contrato, já basta para que se dê por encerrada a relação contratual

existente entre as partes. Mas de contra partida esse empregador deverá

cumprir com o pagamento das indenizações devidas, bem como

concessão do aviso prévio ao empregado.

2.2.7 Pedido de Demissão por Parte do Empregado

Assim como o empregador, o empregado pode a

qualquer tempo rescindir o contrato de trabalho, não precisando informar

os motivos de sua decisão, nem a aceitação da parte contrária.

113 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p.457. 114 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 372.

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Neste sentido observa Azevêdo115 “Pedido de

demissão é a notificação do empregado ao empregador de que não

mais pretende continuar a lhe prestar serviços dando, assim, por

encerrada a contratualidade entre as partes”.

Machado Júnior116 preceitua o pedido de demissão

feito pelo empregado:

O empregado pode pedir demissão do emprego,

comunicando sua decisão de colocar fim ao contrato de

emprego ao seu empregador. Não há forma solene para

tanto, podendo o pedido de demissão ser feito verbalmente

ou por escrito.

Martins117 destaca a respeito do tema:

Não existe realmente “pedido de demissão”, mas

comunicação do empregado de que não vai mais

trabalhar. O pedido não precisa ser aceito. É ato unilateral.

O empregado apenas afirma que não vai mais comparecer

ao trabalho.

Ainda o autor:

Demissão é o aviso que o empregado faz ao empregador

de que não mais deseja trabalhar na empresa. Não se

confunde com dispensa, que é o ato do empregador de

despedir o empregado. É um ato unilateral, não havendo

necessidade de que o empregador aceite o pedido.

O pedido de demissão por parte do empregado é na

verdade uma comunicação de afastamento do emprego por parte do

empregado, uma vez que esse não necessita de formalidade para tal

comunicado, bastando apenas o interesse por parte desse empregado

não mais continuar na relação contratual. 115 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do Trabalho. p.198. 116 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p.475. 117 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 378.

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Sobre o afastamento do empregado, leciona Moraes

Filho118:

Juridicamente, o ato do empregado possui a mesma

natureza daquele adotado pelo empregador, razão pela

qual para que este se torne um ato jurídico perfeito a outra

parte deve ser pré-avisada.

A decisão do empregado deve ser informada ao

empregador com a devida antecedência, ou seja, através do aviso

prévio previsto no art. 487 da CLT, o qual deverá ser escrito, como dispõe o

art. 487 da CLT: “Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo

motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução

com antecedência...”.

O não cumprimento por parte do empregado acarreta

no direito a uma indenização por parte do empregador, como prevê o

§2º do art. 487 da CLT: “a falta de aviso prévio por parte do empregado

dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao

prazo respectivo”.

A este respeito, complementa Nascimento119:

Pedido de demissão é a comunicação do empregado ao

empregador de que não pretende mais dar continuidade

ao contrato de trabalho. Não tem forma prevista em lei,

mas segundo a praxe é escrita. Tem de ser feita com certa

antecedência (CLT, art. 487), constituindo, portanto, em

aviso prévio, que uma vez não cumprido pode prejudicar o

empregado.

Assinala ainda Cunha120:

118 MORAES FILHO, Evaristo. MORAES, Antonio Carlos Flores de. Introdução ao direito do

trabalho. p. 387. 119 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. p.491. 120 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 94.

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O pedido de demissão é rescisão unilateral do contrato de

trabalho, por iniciativa do empregado. Sendo unilateral a

rescisão formulada pelo empregado,, através do pedido de

demissão, não vai depender da concordância da outra

parte produz efeito.

Acrescenta Vianna121 “Trata-se de rescisão contratual

motivada pelo empregado, que deverá cumprir o aviso prévio trabalhado

ou então indenizá-lo ao empregador”.

Trata-se no entanto, da livre manifestação de vontade

do empregado, o qual não está obrigado a prestar serviços ao

empregador, quando assim não mais o desejar.

O Contrato de Trabalho não é eterno, assim poderão,

tanto empregado como empregador desfazê-lo a qualquer tempo, desde

cumpridas as regras de estipuladas no art. 487 da CLT.

2.2.8 Culpa recíproca

Poderá ocorrer a Rescisão do contrato de trabalho, em

alguns casos, por motivo atribuído ambas as partes, no qual, dispõe o art.

484 da CLT122:

Art. 484. Havendo culpa recíproca no ato que determinou a

rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho

reduzirá a indenização à que seria devida em caso de

culpa exclusiva do empregador, por metade.

Nesse sentido Maranhão123 destaca:

A culpa recíproca como está escrito na lei, deve existir no

ato motivador do rompimento do contrato. Impõe-se,

portanto, que haja um nexo causal entre as faltas, de um e

de outro contratante. Não é preciso que sejam

121 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. p. 791. 122 BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. p. 121. 123 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. p. 260.

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equivalentes, bastará que uma seja proporcional à outra, e

que a primeira seja a causa eficiente da ocorrência da

segunda.

Quanto a culpa recíproca, explica Santos124:

Verifica-se quando as partes, simultaneamente, tem

responsabilidade nos acontecimentos. Nestes casos reduz-se

as indenizações em 50% e não cabe aviso prévio (súmula nº

14 TST). A culpa recíproca é decretada pela Justiça do

Trabalho ou por árbitro indicado pelas partes.

Aponta Dallegrave Neto125 a respeito do tema:

Denomina-se culpa recíproca o término do contrato de

trabalho provocado pela presença, simultânea, da

inexecução faltosa do empregado e do empregador. Há

controvérsias entre relação os requisitos da equivalência e

do nexo causal entre as culpas concorrentes.

A ocorrência de falta grave cometida pelo

empregador, ou pelo empregado resultará na dispensa por culpa

recíproca, essa dispensa será decreta em juízo, o qual determinará que as

indenizações, quando devidas ao empregado, serão pagas pela metade.

Neste sentido Machado Júnior126 define que “Na culpa

recíproca, ambas as partes concorrem igualmente para a Rescisão

contratual, praticando, cada uma, conduta incompatível com a

continuidade do contrato e prevista falta grave”.

Martins127 preceitua culpa recíproca:

124 SANTOS, Josephá Francisco dos. Iniciação ao Direito do Trabalho. Rio de Janeiro: América Jurídica, 2002. p. 67.

125 DALLEGRAVE NETO, José Afonso. VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Rescisão do Contrato de Trabalho: doutrina e pratica. São Paulo: LTr, 2001. p. 71.

126 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p. 486. 127 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 378.

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Pode ocorrer que tenha havido falta tanto do empregado

como do empregador, daí a existência de culpa recíproca.

A falta do empregado estaria capitulada no art. 482 da CLT

e a falta do empregador estaria elencada no art. 483 da

CLT. Havendo culpa recíproca a indenização devida ao

empregado será reduzida à metade.

Dessa forma anota Delgado128:

Este tipo de término contratual, bastante raro, supõe

decisão judicial a respeito, no quadro de um processo

trabalhista. A concorrência de culpa das partes nos fatos

envolventes a extinção do contrato não pode ser

desprezada pelo Direito, conduzindo a uma resposta

normativa equânime e equilibrada, com justa distribuição

de vantagens e desvantagens rescisórias.

Para a configuração da dispensa por culpa recíproca,

deverá haver um nexo de causalidade entre as duas ações ensejadora

da dispensa, ou seja, o ato praticado pelo empregador, e também

aquele causado pelo empregado, uma ação deve estar ligada à outra.

Essa forma de dispensa será decretada pela Justiça do Trabalho.

2.2.9 As Causas de Caducidade

Caducidade vem do verbo caducar129, que significa:

Em qualquer sentido jurídico que seja tomado tem acepção de: ficar sem

efeito ou sem valor, não sentir mais efeito, seja porque não se usou o

direito que se tinha, seja porque se renunciou a ele, seja porque se deixou

de se cumprir ato subseqüente, que era regra.

Sendo assim, destacar-se-á a seguir, cada uma as

formas de caducidade que extinguem o Contrato Individual de Trabalho.

128 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p. 1110. 129 DE PAULO, Antonio. Pequeno Dicionário Jurídico. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p.66

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2.2.9.1 O advento do termo

Ver-se-á que o advento de termo é uma forma de

caducidade, uma vez que o término do Contrato Individual de Trabalho,

se dá quando vencido o prazo estipulado no Contrato por Tempo

Determinado, pondo assim fim ao Contrato, não mais existindo relação

entre empregado e empregador.

Preceitua Cunha130 o advento de termo:

O advento do termo ou terminação da obra são situações

que pertinem aos contratos, que têm prazo de duração

expresso, ou seja, são os contratos por prazo determinado.

Tais contratos têm um termo inicial e um termo final

assinalado, vigorando no período indicado.

Sobre o tema destaca Azevêdo131:

Neste caso, a ruptura contratual ocorre pelo término do

contrato a prazo, seja pelo advento de seu termo, pela

conclusão dos serviços para o qual o empregado foi

contrato ou, ainda, pela realização de certos

acontecimentos suscetíveis de previsão.

Leciona Maranhão132 acerca do advento de termo:

O contrato a termo, por sua própria natureza, não admite a

resilição unilateral. Se as partes se obrigam a fazê-lo durar

por um certo prazo, claro que nenhuma delas, por simples

declaração de vontade pode terminá-lo.

Continua ainda Maranhão a respeito do tema:

Se uma das partes não cumprir o pactuado, salvo a

hipótese do artigo 481, a parte contrária, como a obrigação

130 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 90. 131 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2001. p. 202.

132 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. p.260.

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é de fazer, que se resolve com perdas e danos, tem o

direito, contra o inadimplente, de executá-la pelo

equivalente. Daí a indenização, no caso, tanto pode ser

pelo empregado como pelo empregador.

As partes quando estipulam um prazo determinado

para extinção do contrato de trabalho, devem respeitar esse período,

uma vez não o fazendo, ou seja, não cumprindo o pactuado, serão

obrigados a ressarcir a parte lesada.

Sobre a cessação do contrato pelo advento de termo,

destaca Moraes Filho133:

Esta hipótese de cessação se aplica ao contrato de

trabalho por prazo determinado, cuja vigência, na forma do

§ 1º do art. 443 da CLT, depende de termo prefixado ou de

execução se serviços especificados ou ainda da realização

de certos acontecimentos suscetíveis de previsão

aproximada.

Neste sentido Martins interpreta134:

Há também cessação do contrato de trabalho com o

advento do termo respectivo. No termino normal do

contrato de trabalho de prazo determinado o empregado

tem direito a o levantamento do FGTS, 13º salário

proporcional, férias proporcionais. Não tem direito a aviso

prévio, pois as partes sabem de antemão quando é o

término do pacto, nem há pagamento da indenização de

40% do FGTS, pois a iniciativa do rompimento não foi do

empregador.

O Contrato Individual de Trabalho estipulado por Prazo

Determinado, caduca com o seu término, não mais existindo a relação

133 MORAES FILHO, Evaristo de. MORAES, Antonio Carlos Flores de. Introdução ao Direito do

Trabalho. p. 376. 134 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 400.

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entre empregado e empregador, não há porque se falar em contrato de

trabalho, sendo que esse já se extinguiu.

2.2.9.2 Morte do empregado

Outra forma de caducidade do Contrato Individual de

Trabalho é a morte do empregado, pois sendo o contrato personalíssimo,

ocorre que, sem a presença do mesmo não há como se estabelecer uma

relação contratual.

Desse modo leciona Cunha135:

Não obstante, sabemos que o contrato de trabalho é intuitu

personae. O empregado tem a obrigação de prestar

serviços, pessoalmente, ao empregador, sendo essa uma

das características do contrato de trabalho. Dessa forma, o

empregado não pode se fazer substituir, ou mandar outra

pessoa em seu lugar para efetuar a prestação de serviços.

Quanto a extinção por morte do empregado, ensina

Gomes136:

A morte do empregado determina a sua caducidade em

razão da natureza da prestação que a ele incumbe

satisfazer. O trabalho, qualquer que seja, deve ser

executado pessoalmente pelo empregado. Seus herdeiros

não podem, portanto, tomar-lhe o lugar, continuando a

relação jurídica. Com sua morte, dissolve-se, ipso facto (pelo

mesmo fato), o vínculo. Ela paralisa os efeitos do contrato, o

qual caduca.

Com a morte do empregado não há como seus

herdeiros o fazerem substituir, pois o contrato deve ser prestado

diretamente pela parte que o pactuou, não sendo assim, aquele que o

135 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 90. 136 GOMES, Orlando. GOTTSCHALK, Elson. Curso de Direito do Trabalho. p. 351.

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fizer substituir, estará iniciando uma nova relação de emprego, e não

continuando aquela.

Machado Júnior137 destaca acerca da extinção por

morte do empregado:

O falecimento do empregado faz desaparecer o contrato,

pois a prestação de serviços é personalíssima, e o de cujus

não pode ser substituído na execução dos serviços.

Sobre o tema complementa Martins138:

A morte do empregado implica na cessação do contrato

de trabalho, que é pessoal em relação ao empregado.

Falecendo o empregado e havendo herdeiros, certos

direitos serão transferíveis como o FGTS, o saldo de salários,

as féria vencidas e as féria proporcionais e o 13 º salário

proporcional. Outros direitos não são transferíveis, pois a

indenização só se dá na dispensa por parte do

empregador; o mesmo ocorre com o aviso prévio e as férias

proporcionais se empregado tem menos de um ano na

empresa.

Nascimento139 discorre acerca do assunto dizendo que

“Desaparecendo um dos sujeitos e perdendo o contrato uma das partes

seguem-se as conseqüências decorrentes dessa forma especifica de

extinção”.

Comenta ainda Genro140:

A morte do empregado – porque a prestação de serviço

deve ser cumprida pessoalmente – determina a dissolução

do contrato pela caducidade. A superveniência deste fato

natural impossibilita a continuidade do vínculo.

137 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p. 487. 138 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 398. 139 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. p. 497. 140GENRO, tarso Fernando. Direito Individual do Trabalho: uma abordagem crítica. 2ª ed. São Paulo: LTr, 1994.

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Sobre o assunto acrescenta Cortez141: “Quanto à morte

do empregado, sendo o contrato em relação a ele, intuitu personae, não

pode haver a menor dúvida de que traz a cessação das relações de

trabalho”.

Sendo assim, ocorrendo a morte do empregado

extingui-se o Contrato Individual de Trabalho, por ser esse, como já viu-se,

pessoalíssimos, não podendo ser exercido por nenhum substituto,

extinguindo assim a relação contratual pactuada pelas partes.

2.2.9.3 Morte do empregador.

Como se viu anteriormente, no caso de morte do

empregado o Contrato de Trabalho se extingue, mas se tratando de

morte do empregador, torna-se facultativo essa extinção, por parte do

empregado, como será estudado.

Sobre a extinção do Contrato de Trabalho pela morte

do empregador, destaca Moraes Filho142:

Quanto à morte do empregador, direito comum não é

fonte subsidiária do direito do trabalho, pois esse possui

norma própria: “No caso de morte do empregador

constituído em empresa individual, é facultado ao

empregado rescindir o contrato de trabalho”.

Assinala nesse sentido Martins143:

O § 2º do art. 483 da CLT atribui uma faculdade ao

empregado no caso de falecer o empregador constituído

em empresa individual. Se uma empresa individual encerra

sua atividade, o empregado está automaticamente

despedido; porém, se alguém continua com o negócio, ao

141CORTEZ, Juliano Chaves. Manual das Rescisões Trabalhistas: cálculos, doutrina,

legislação, jurisprudência. 4. ed. São Paulo: LTr, 2002. p. 224. 142 MORAES FILHO, Evaristo de. MORAES, Antonio Carlos Flores de. Introdução ao Direito do

Trabalho. p. 377. 143 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 398.

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empregado fica a faculdade de rescindir ou não o

contrato.

Diante o exposto há de se ressalvar o que trata o §2º

do art. 483 da CLT trata de que: “No caso de morte empregador

constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o

contrato de trabalho”.

Dessa forma anota Maranhão144:

Ao contrário da morte do empregado, a do empregador

(ao contrato quanto a este não é intuitu personae) não

extingue, necessariamente, o contrato. Faculta, entretanto,

a lei ao empregado, nesta hipótese, dar por finda a relação

contratual.

Complementa o entendimento Azevêdo145:

A extinção, nesse caso, advém da vontade dos demais

administradores da empresa, sócios ou família, dependendo

de sua constituição, em não continuar com o negócio em

razão da morte do chefe da empresa.

Acerca da modalidade de extinção por morte do

empregador, leciona Nascimento146:

A morte do empregador pessoa física por si não interfere na

extinção do contrato se o negócio prosseguir com outros

titulares. Interfere se houve a extinção da empresa.

No entanto não há facultatividade quando, posterior a

morte do empregador, as atividades da empresa se encerram, por conta

de seus sucessores ou demais sócios não quererem continuar com as

atividades, nesse caso se extingue o contrato de trabalho.

144 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. p.257. 145 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do Trabalho. p. 202. 146 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. p. 498.

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2.2.9.4 A extinção da Empresa por Força Maior

A força maior é um acontecimento que não advém

da vontade do empregador, não sendo ele o responsável pelo

acontecimento que gerou a extinção do Contrato de Trabalho, e nem

tenha contribuído para tal, o fato gerador da extinção é um

acontecimento imprevisível.

Gomes147 comenta sobre a força maior:

A força maior pode determinar a extinção de uma empresa

e, por via de conseqüência, dos contratos de trabalho em

vigor no seu âmbito. Mas pode, também, só atingir um

desses contratos de trabalho, continuando a empresa a

existir. Em qualquer hipótese a relação cai, tornando

ineficaz daí por diante.

Azevêdo148 explana nesse sentido:

Quando a extinção da empresa decorre de fatos

inevitáveis, imprevisíveis, independente da vontade ou da

interferência do empregador direta ou indiretamente,

afetando substancialmente a situação econômica e

financeira da empresa.

Assim dispõem o artigo 501 da CLT que trata da força

maior: “Art.501. Entende-se como força maior todo acontecimento

inevitável, em relação à vontade do empregador, e para a realização do

qual este não concorreu direta ou indiretamente”.

Aponta Cunha149, quanto a força maior:

A força maior é o fato necessário, cujo efeito não era

possível prever ou evitar. A caracterização do fato como

força maior deverá preencher uma série de pressupostos,

147 GOMES, Orlando. GOTTSCHALK, Elson. Curso de Direito do Trabalho. p. 352. 148 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do Trabalho. p. 201. 149 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 92.

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vistos que a ausência de um deles impedirá a sua

consideração como força maior.

Acrescenta ainda Martins150:

O contrato de trabalho poderá terminar por força maior.

Considera-se força maior o acontecimento inevitável e

imprevisível, em relação a vontade do empregador, e para

a realização do qual este não concorreu, direta ou

indiretamente.

Cunha151 complementa “O fato deve ser inevitável,

imprevisível, e deve gerar abalo na situação econômico-financeira da

empresa, para caracterizar como força maior”.

Acerca do assunto, Süssekind152 destaca:

A força maior provoca a dissolução do contrato pela

impossibilidade de sua execução. Supõem, portanto, essa

impossibilidade, que deve ser absoluta. É preciso que a

execução seja realmente impossível e não, simplesmente,

mais onerosa.

Não basta simplesmente ter ocorrido um fato alheio à

vontade do empregador, esse fato deve influenciar diretamente a

economia da empresa, o que tornará impossível a manutenção dos

empregados, do contrário tendo o empregador condições para garantir o

equilíbrio financeiro da empresa, não há porque se falar em extinção do

Contrato de Trabalho.

2.2.9.5 Factum principis

A CLT destaca em seu art. 486 que “No caso de

paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de

150 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 401. 151 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 92. 152 SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; VIANNA, Segadas; TEIXEIRA, Lima. Instituições

de Direito do Trabalho. p.621.

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autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou

Resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o

pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável”.

Martins153 ensina que “O factum principis é causado

pela Administração Pública, provocando o encerramento da empresa e a

dispensa dos seus empregados”.

Acrescenta ainda o autor sobre o factum principis:

Estabelece ao art. 486 da CLT que no caso de paralisação

temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de

autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela

promulgação de lei ou resolução que impossibilita a

continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da

indenização por tempo de serviço, que ficará a cargo do

governo responsável.

Desta forma ensina Maranhão154:

Quando o evento, que impossibilita a execução do

contrato, é um ato de autoridade pública, temos o factum

principis. Supõe, como a força maior, de que é um caso

especifico, a ausência de culpa, direta ou indiretamente,

de quem o alega.

Na impossibilidade da execução do contrato de

trabalho, por motivo alheio a vontade dos contratantes, em função de

razão de ato de autoridade pública, ter-se-á a extinção do Contrato de

Trabalho, no entanto a responsabilidade pela indenização nesses casos é

do ente público que o cometeu.

Enfatiza acerca Azevêdo155:

153 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 401. 154 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. p.259. 155 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do Trabalho. p. 202.

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Quando a extinção da empresa é causada pela

paralisação das atividades em razão de ato de autoridade

pública, podendo ser citada, como exemplo, a

desapropriação de terras, inviabilizando a exploração do

solo.

Neste sentido explica Nascimento156:

A extinção da empresa por ato do governo provocando a

paralisação definitiva do negócio transferirá a

responsabilidade pelas verbas rescisórias que o empregador

pagaria diretamente ao Poder Público, figura que tem

nome de factum principis.

Nesses casos não há como se alegar a culpa do

empregado ou empregador, pois o ato foi praticado por autoridade

pública, essa sim será responsabilizada diretamente pelas rescisões

contratuais que decorrem desse ato público.

O próximo e último capítulo, tratar-se-á sobre As

Causas Impeditivas de Extinção do Contrato Individual de Trabalho,

abordando inicialmente a diferença de Estabilidade e Garantia de

Emprego, para posteriormente tratar de todas a modalidades Impeditivas

da Extinção do Contrato Individual de Trabalho.

156 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. p. 709.

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CAPÍTULO 3

AS CAUSAS IMPEDITIVAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

3.1 CONCEITOS DE GARANTIA DE EMPREGO E ESTABILIDADE

Para melhor entendimento sobre as Causas Impeditivas

de Extinção do Contrato de Trabalho, deve-se levar em consideração que

Garantia de Emprego e Estabilidade, embora muitas vezes tratadas como

palavras sinônimas, seus conceitos expressam que existe diferenças entre

elas, como tratado em seguida.

3.1.1 Estabilidade

Estabilidade nada mais é do que uma forma do

empregado não perder seu emprego, sem que haja um justo motivo

determinado em lei para sua dispensa.

Quanto a Estabilidade Nascimento157 comenta:

É o direito do trabalhador de permanecer no emprego,

mesmo contra a vontade do empregador, enquanto

inexistir uma causa relevante expressa em lei e que permita

a sua dispensa. É o direito ao emprego. É o direito de não

ser despedido. É a garantia de ficar no emprego, perdendo-

o unicamente se houver uma causa que justifique a

dispensa indicada pela lei.

Ainda sobre a Estabilidade, ressalta Martins158:

157 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. p. 465. 158 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 417.

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A estabilidade é o direito do empregado de continuar no

emprego, mesmo contra a vontade do empregador, desde

que inexista uma causa objetiva a determinar sua

despedida. Tem, assim, o empregado o direito no emprego,

de não ser despedido, salvo determinação de lei em

sentido contrario.

A Estabilidade como direito do empregado ao seu

emprego, se dá de forma definitiva, uma vez adquirida por parte do

empregado, esta será definitiva, podendo ser encerrada somente nos

casos expressos em lei.

Ensina Delgado159, a respeito da estabilidade:

Estabilidade, conforme já definido, é a vantagem jurídica

de caráter permanente deferida ao empregado em virtude

de uma circunstância tipificada de caráter geral, de modo

a assegurar a manutenção indefinida no tempo do vínculo

empregatício, independentemente da vontade do

empregador.

Assim a Estabilidade é um direito adquirido pelo

empregado de se manter na relação empregatícia, mesmo sem a

vontade do empregador, podendo somente ser dispensado quando a lei

determinar a sua dispensa, essa Estabilidade é conhecida como

Estabilidade decenal, que será estudada posteriormente.

3.1.2 Garantia de Emprego

Como se viu a Estabilidade tratada anteriormente, se

dá de forma definitiva, já a Garantia de Emprego tem caráter provisório, e

não perdura no tempo, é apenas uma forma de dificultar a dispensa do

empregado.

159 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p . 1219.

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Nesse sentido, Martins160 conceitua Garantia de

Emprego:

Garantia de emprego é, porém, o nome adequado para o

que se chama estabilidade provisória, pois, se há

estabilidade, ela não pode ser provisória. Não se

harmonizam os conceitos de estabilidade e provisoriedade,

daí por que garantia de emprego. É a impossibilidade

temporária da dispensa do empregado, salvo as hipóteses

previstas em lei, como ocorre com o dirigente sindical,

cipeiro, a grávida etc.

Ainda sobre a Garantia de Emprego Delgado161

ressalta:

Garantia de emprego, por sua vez, conforme já definido, é

a vantagem jurídica de caráter transitório deferida ao

empregado em virtude de uma circunstância contratual ou

pessoal obreira de caráter especial, de modo a assegurar a

manutenção do vínculo empregatício por um lapso

temporal definido independentemente da vontade do

empregador.

A Garantia de Emprego é uma forma do empregado

ter garantido seu emprego em certas circunstâncias, se dá em um período

determinado, não perdura no tempo, ocorre somente em função de

algum acontecimento que garanta esse direito ao empregado, como nos

casos da gestante, dirigente sindical, empregado acidentado, entre

outras.

Dispõe sobre o assunto Vianna162:

Trata-se a estabilidade provisória de uma, garantia

transitória ao emprego. É a fixação temporária do

empregado na função que ocupa na empresa face a

160 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 419. 161 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p . 1225. 162 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. p. 659.

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situações algumas vezes definidas em lei e em outras

decorrentes de acordos ou convenções coletivas, a que

sempre deverá estar atento o empregador.

Desta forma a Garantia de Emprego é tratada como

uma forma Estabilidade provisória, pois a sua duração é temporária, o

empregado terá garantido seu emprego por um determinado período

terminado por lei, onde o empregador não poderá dispensá-lo, em

determinados casos também elencandos na lei, como se estudará neste

trabalho.

3.2 ESTABILIDADE POR TEMPO DE SERVIÇO

A Estabilidade por tempo de serviço está prevista no

art. 492 da CLT163, sendo vedada a dispensa do empregado estável por

mais de dez anos na mesma empresa, exceto nos casos de falta grave ou

força maior.

Art. 492. o empregado que contar mais de 10 (dez) anos de

serviço na mesma empresa não poderá ser despedido

senão por motivo de falta grave ou circunstância de força

maior, devidamente comprovada.

Martins164 comenta sobre a estabilidade decenal:

A estabilidade por tempo de serviço era garantida pelo art.

492 da CLT ao empregado que tivesse mais de 10 anos de

serviço na mesma empresa, que não poderia ser

dispensado a não ser por motivo de falta grave ou força

maior, devidamente comprovadas.

Neste sentido complementa Cunha165:

163 BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. p. 123. 164 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 418. 165 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 111.

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O art. 492 da Consolidação das Leis do Trabalho regula a

estabilidade decenal, indicando que o empregado, que

contar com mais de dez anos de serviço na mesma

empresa, não poderá ser dispensado, senão por motivo de

falta grave ou circunstâncias de força maior, devidamente

comprovadas.

Com a nova CF de 88 essa sistemática mudou, o III do

art. 7º, trata do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, sem fazer

menção sobre o empregado poder optar pela estabilidade ou pelo fundo

de garantia, tornando obrigatório sua adesão, como direito adquirido do

empregado, porém, no tocante aos empregados que antes da

promulgação da CF de 88, já haviam adquirido a estabilidade, nada

interfere.

Acerca da estabilidade estabelece Dallegrave166:

Observe-se que a CF/88 tornou obrigatório para todos os

trabalhadores, que não mais existindo a referida opção.

Permanecem estáveis definitivamente, portanto, apenas os

trabalhadores que, ao tempo da promulgação da referida

Constituição, já contavam com mais de dez anos de serviço

junto ao mesmo empregador, na condição de não optante.

Ainda sobre o tema, Süssekind167 dispõe:

A estabilidade de emprego adquirida, em virtude do

disposto no art. 492 da CLT, após dez anos de serviço

prestados à mesma empresa ficou restrita aos empregados

que, não sendo optantes do FGTS, conquistaram esse direito

antes da vigência da nova Constituição brasileira. Esta,

como já registramos, acabou com a estabilidade advinda,

como regra, do simples decurso do tempo de serviço

estatuído em lei.

166 DALLEGRAVE NETO, José Afonso. VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Rescisão do Contrato

de Trabalho: doutrina e prática. p. 166. 167 SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; VIANNA, Segadas; TEIXEIRA, Lima. Instituições

de Direito do Trabalho. p. 708.

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Assim, a estabilidade por tempo de serviço, também

conhecida como estabilidade decenal, era alcançada pelo empregado

que tivesse mais de dez anos de serviço na mesma empresa, e não

optante pelo FGTS, porém a dispensa seria aceita nos casos de falta grave

ou força maior, como determina o art. 492 da CLT.

Quanto à estabilidade decenal escreve Machado

Júnior168:

O sistema de estabilidade decenal, em que o empregado

adquiria a garantia de permanecer no emprego de forma

definitiva, até sua aposentadoria, salvo a prática de falta

grave ou circunstância de força maior.

Com o novo advento da CF de 88 não mais se falou

em estabilidade decenal, pois a integração do FGTS torna-se obrigatório

para todos os contratos de trabalho celebrados a partir da promulgação

da CF de 88, visando garantir os direitos dos trabalhadores mesmo após as

dispensas arbitrárias.

Neste sentido interpreta Cunha169:

Por outras palavras, o legislador brasileiro, a partir da

Constituição Federal, optou por um sistema onde houvesse

proteção ao trabalhador, com relação ao despedimento

arbitrário, estabelecendo que o mesmo deveria ser

compensado com uma indenização na eventualidade de

perda de emprego.

Integra a este assunto Machado Júnior170:

Tudo mudou com o advento da Constituição Federal de

1988, visto que a dualidade de regimes foi extinta, com a

adoção exclusiva do regime do Fundo de Garantia por

168 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p. 439. 169 CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. p. 112. 170 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p. 439.

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Tempo de Serviço, de forma automática com a celebração

do contrato de emprego, independentemente de qualquer

opção.

No entanto com a nova CF de 88, essa regra mudou, e

passou-se a utilizar as normas regidas pelo FGTS, assim cada contrato

celebrado após a promulgação da CF de 88 seria automática a inclusão

do empregado no sistema do fundo de garantia, não havendo mais a

opção de escolha entre a estabilidade decenal ou FGTS por parte do

empregado.

3.3 DIRIGENTE SINDICAL

A Estabilidade sindical é aquela adquirida pelo

empregado eleito para ser dirigente sindical, é na verdade uma Garantia

de Emprego, chamada ainda de estabilidade temporária ou provisória,

uma vez que ela compreende somente o período em o empregado

estiver na posse do cargo, como destaca o art. 8º, VIII da CF de 88171:

Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical,

observado o seguinte:

VIII – É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a

partir do registro da candidatura a cargo de direção ou

representação sindical e, se eleito, ainda que suplente , até

um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta

grave nos termos da lei.

A este entendimento comenta Delgado172, “A mais

importante estabilidade temporária referida pela Constituição é a que

imanta o dirigente de entidades sindicais”.

171 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 29. ed. atualizada e ampliada. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 15.

172 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p. 1227.

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Complementa ainda Süssekind173, a respeito da

Garantia de Emprego do dirigente sindical:

A estabilidade sindical condicionada ao exercício de

representação profissional, resulta de mandato outorgado

ao trabalhador por eleição, conforme o caso, pela

assembléia geral de sindicato ou pelo Conselho de

Representantes de Federação ou Confederação.

Neste sentido, estabelece Martins174:

Serão beneficiadas com a garantia de emprego tanto as

pessoas eleitas para cargo de direção ou representação

sindical, tanto os titulares como os suplentes, que são os

diretores do sindicato.

A estabilidade provisória do dirigente sindical se

estende até o suplente do cargo de direção ou representação, desde a

sua candidatura até um ano após o término de seu mandato, como é

tratado pela CLT175 em seu § 3º do art. 543, como segue:

§ 3º Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado

ou associado, a partir do registro da candidatura a cargo

de direção ou representação de entidade sindical ou

associação profissional, até 1 (um) ano após o final do

mandato, caso seja eleito, inclusive como suplente, salvo se

cometer falta grave devidamente apurada nos termos

desta consolidação.

Integra a este assunto Dallegrave Neto 176:

De conformidade com o disposto na CF/88, art. 8º, VIII e CLT,

art. 543, §3º, ao empregado sindicalizado (ainda que

suplente) é vedada a dispensa a partir do registro de sua

173 Arnaldo; MARANHÃO, Délio; VIANNA, Segadas; TEIXEIRA, Lima. Instituições de Direito do

Trabalho. p. 710. 174 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 421. 175 BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. p. 135. 176 DALLEGRAVE NETO, José Afonso. VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Rescisão do Contrato

de Trabalho: doutrina e pratica. p.162

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candidatura a cargo de direção ou representação sindical,

ate um ano após o final de seu mandato, caso seja eleito,

salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Maranhão177 leciona acerca do tema:

O sistema jurídico consagra as seguintes formas de

estabilidade, além daquelas previstas na CLT: os

empregados eleitos (efetivos e suplentes) para cargos de

direção ou representação sindical, desde o registro de sua

candidatura até um ano após o termino de seu mandato.

A empresa será comunicada pela entidade sindical,

no prazo de 24 horas, do dia e hora do registro da candidatura, bem

como será comunicada da eleição e a posse do empregado como

dirigente sindical.

Neste contexto dispõe Vianna178:

É essencial que a empresa tome ciência da candidatura e

da eleição do obreiro no prazo de vinte e quatro horas, pela

entidade sindical, conforme prevê o § 5º do art. 543 da CLT.

É a comunicação da eleição e posse do dirigente sindical a

geradora do nascimento do direito do eleito à denominada

estabilidade provisória.

Complementa Machado Júnior179:

Como pressuposto para a aquisição da estabilidade, é

indispensável que a entidade sindical comunique por escrito

à empresa, dentro de vinte e quatro horas, o dia e hora do

registro da candidatura do seu empregado e, em igual

prazo sua eleição e posse.

Assim sendo, todo empregado que se candidatar

como dirigente sindical terá, desde o registro de sua candidatura, a

177 MARANHÃO, Délio. CARVALHO, Luiz Inácio B. Direito do Trabalho. p. 291. 178 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. p.662. 179 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p. 444.

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Garantia de Emprego provisória. A empresa deverá ser comunicada pela

entidade sindical do registro da candidatura,e também quando for o

caso, da posse do empregado como dirigente sindical.

3.4 MEMBROS DA CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes é

composta por representante do empregador, e também representante

dos empregados, no entanto a Garantia de Emprego atinge somente o

representante dos trabalhadores, não cabendo àquele indicado pelo

empregador.

Sobre o tema ensina Dallegrave Neto180:

A garantia de emprego – estabilidade – existe apenas para

os empregados eleitos para os cargos de direção da CIPA,

não sendo devida, portanto, para aqueles indicados,

nomeados pelo empregador.

Assim como os dirigentes sindicais, os representantes

das CIPAs – Comissão Interna de Prevenção de Acidente – têm

assegurada a mesma Garantia de Emprego tratada pela CLT no art. 165 e

pelo art. 10, II do ADCT da CF DE 88, ou seja, a partir de sua candidatura,

até um ano após o término de seu mandato.

O art. 165 da CLT181 destaca:

Art. 165. Os titulares da representação dos empregados nas

CIPAs não poderão sofrer despedida arbitrária,

entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo

disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.

O art. 10, II, a, do ADCT da CF de 88 prevê:

180 DALLEGRAVE NETO, José Afonso. VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Rescisão do Contrato

de Trabalho: doutrina e prática. p.161. 181 BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. p.67.

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Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que

se refere o art 7º, I da Constituição:

II – fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

a) do empregado eleito para cargo de direção de

comissões internas de prevenção de acidentes, desde o

registro de sua candidatura até um ano após o final de

seu mandato.

Complementa assim, Martins182 “O objetivo da garantia

de emprego do cipeiro é que o empregador não venha a prejudicar ou

dispensar o trabalhador pelo fato de que este está cuidando do interesse

de prevenção de acidentes”.

Neste sentido ensina Dallegrave Neto183:

Assim, os empregados eleitos para a direção da CIPA não

poderão ser dispensados arbitrariamente (dispensa sem

justa causa) desde o registro de sua candidatura até um

ano após o final de seu mandato.

Do mesmo entendimento, Machado Júnior184 trata dos

membros da CIPA:

O art. 10,II, a, do ADCT previu estabilidade provisória do

empregado eleito para cargo de direção de comissões

internas de prevenção de acidentes, desde o registro de

sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.

Ressalta Delgado185 a cerca da estabilidade do

cipeiro:

182 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 423. 183 DALLEGRAVE NETO, José Afonso. VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Rescisão do Contrato

de Trabalho: doutrina e prática. p. 161. 184 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p. 446. 185 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. p. 1229.

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O art. 10, II, “a”, do ADCT da Constituição confere também

estabilidade temporária ao “empregado eleito para cargo

de direção de comissões internas de prevenção de

acidentes, desde o registro de sua candidatura ate um ano

após o final de seu mandato”.

Os suplentes, também têm direito a tal Garantia, ou

seja, estabilidade provisória, uma vez que na ausência do titular, esse fará

às vezes do outro, o que lhe confere o status de titular durante o período

de substituição, como determina a Súmula 339 , I do TST: “O suplente da

CIPA goza de garantia de emprego prevista no art. 10, inciso II, alínea a,

do ADCT da Constituição da Federal de 1988”.

Martins186 comenta sobre a Estabilidade provisória do

suplente:

O suplente tem estabilidade quando no exercício

continuado ou esporádico da função de cipeiro, pois na

ausência ou nos impedimentos do titular irá substituí-lo. Visa-

se também garantir o emprego do cipeiro nessas

condições, para evitar qualquer represália contra o cipeiro

suplente.

Observa Vianna187 “Também os suplentes

representantes dos empregados gozam da garantia de emprego acima

prevista, conforme Súmula do TST n. 339, I”.

Sendo assim, os membros da CIPA que representam os

empregados, bem como os suplentes, tem o direito a Garantia de

Emprego desde a sua candidatura, e até um ano após o término do

mandato, desde que não cometa falta grave, que permita a despedida

por justa causa.

186 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 423. 187 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. p. 661.

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3.5 GESTANTES

A gestante tem previsão da Garantia de Emprego no

art. 10, II, “b” do ADCT da CF de 88, onde impossibilita a dispensa da

empregada gestante, desde o momento da confirmação até cinco

meses após o parto, como segue:

O art. 10, II, a, do ADCT da CF de 88, prevê:

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que

se refere o art 7º, I da Constituição:

II – fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

b) da empregada gestante, desde a confirmação da

gravidez até cinco meses após o parto.

Neste sentindo contempla Dallegrave Neto188:

A estabilidade para empregada gestante está assegurada

pela Constituição Federal de 1988, no Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias, art. 10, quando impede sua

dispensa imotivada desde a confirmação da gravidez até

cinco meses após o parto.

Ressalta sobre a Estabilidade provisória da gestante,

Martins189:

Dispõe a alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das

Disposições Constitucionais Transitórias que, até que seja

promulgada lei complementar, fica vedada a dispensa

arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante,

desde a conformação da gravidez até cinco meses após o

parto.

188 DALLEGRAVE NETO, José Afonso. VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Rescisão do Contrato

de Trabalho: doutrina e prática. p. 160. 189 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p.425.

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Confirmada a gravidez da empregada, essa terá 150

dias, ou seja, cinco meses após o parto de Garantia de Emprego, direito

esse garantido pela CF de 88, onde não poderá ser dispensada sem justa

causa ou arbitrariamente, por força de ser readmitida no seu cargo.

Süssekind190 comenta a cerca da matéria:

E até que seja promulgada a lei complementar

determinada pelo inciso I do mesmo art. 7º, que deverá

contemplar algumas hipóteses de estabilidade

condicionada, o Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias prescreve no seu art. 10: “II – fica vedada a

dispensa arbitraria ou sem justa causa: a)... b)da

empregada gestante, desde a confirmação da gravidez

até cinco meses após o parto”.

Destaca ainda Nascimento191:

Uma das medidas de proteção à gestante é a estabilidade

no emprego, a que tem direito por força da Constituição

Federal de 1988 (Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias, art. 10, II, b), ao declarar que fica vedada a

dispensa arbitrária ou sem justa causa “da empregada

gestante desde a confirmação da gravidez até cinco meses

após o parto”.

Há de se ressalvar, que tal direito não se aplica às

empregadas domésticas, uma vez que tal benefício não consta no

parágrafo único do art 7º da CF de 88, como prossegue Machado

Junior192:

Resta acrescentar que a empregada doméstica não tem

direito à estabilidade provisória aqui analisada, uma vez

que tal garantia não foi incluída no parágrafo único do art.

7º da Constituição Federal. 190 SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio; VIANNA, Segadas; TEIXEIRA, Lima. Instituições

de Direito do Trabalho. p.718. 191 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. p. 468. 192 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p. 447.

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Quanto a Garantia de Emprego da empregada

doméstica, observa Martins193:

É indevida a garantia de emprego à empregada doméstica

desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o

parto prevista na alínea b, do inciso II, do art. 10 do ADCT.

Caput do referido artigo menciona que “até que seja

promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I,

da Constituição” é que se concede a garantia de

emprego, sendo que a doméstica não foi aquinhoada com

esse direito no parágrafo único do artigo 7º da Lei

Fundamental.

A Estabilidade provisória garantida a empregada

gestante, inicia-se no momento da confirmação da gravidez, mesmo que

está já tenha sido dispensada, terá o empregador de readmiti-la, como

leciona Vianna194:

Assim, constatada a gravidez no período laboral, ainda que

tenha a empresa tomado conhecimento apenas após a

dispensa da empregada, aquela deverá reintegrá-la ao

serviço, efetuando-lhe o pagamento dos salários relativos

ao período entre o desligamento e a reintegração.

Acrescenta assim, Dallegrave Neto195:

Desta forma, constatada a gravidez durante o período

laboral, ainda que tenha a empresa tenha sido

comunicada do fato somente após a dispensa da

empregada, esta fará jus à estabilidade, devendo ser

reintegrada ao serviço, e sendo-lhe devido o pagamento

dos salário relativos ao período compreendido entre o

desligamento e a reintegração.

193 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 427 194 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. p. 659. 195 DALLEGRAVE NETO, José Afonso. VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Rescisão do Contrato

de Trabalho: doutrina e prática. p. 160.

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Portanto, tem a empregada gestante Garantia de

Emprego, desde o momento da sua confirmação, essa confirmação não

é o momento em que a empregada comunicou o empregador de seu

estado gravídcio, e sim o momento em que se constatou a gravidez, até

cinco meses após o parto.

Mesmo que a comunicação ao empregador se dê

após a dispensa da empregada gestante, essa terá o direito de ser

readmitida no serviço, bem como receberá os salários do período da sua

dispensa até a reintegração, garantindo assim a proteção do nascituro,

uma vez que na condição de gestante tornaria mais difícil encontrar um

novo emprego.

3.6 ACIDENTE DO TRABALHO

O empregado que sofrer acidente do trabalho, terá

direito a Garantia de Emprego, após a cessação do auxílio-doença

acidentário, como assegura o art. 118 da Lei 8.213/91, que estabelece:

Art.118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem

garantia, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção

de seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação

do auxílio-doença acidentário, independente de

percepção de auxílio-acidente.

Nesse sentido Dallegrave Neto196:

Determina o art.118 da lei n.8.213/91, ter o empregado que

sofrer acidente do trabalho garantida a manutenção do

seu contrato de trabalho na empresa, pelo prazo mínimo de

doze meses, após a cessação do auxílio-doença

acidentário, independentemente da percepção de auxílio-

acidente.

196 DALLEGRAVE NETO, José Afonso. VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Rescisão do Contrato

de Trabalho: doutrina e prática. p.159.

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Quanto a Garantia de Emprego do empregado

acidentado, estabelece Nascimento197,:

A estabilidade do acidentado, assim considerado o

trabalhador que sofre acidente de trabalho, antes prevista

pelas convenções coletivas, agora foi generalizada, por lei,

para todo empregado, pelo art 118 da Lei 8.213/91, que

declara: “O segurado que sofreu acidente do trabalho tem

garantia, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção

de seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação

do auxílio-doença acidentário, independente de

percepção de auxílio-acidente”.

Um dos pressupostos do art. 118 da Lei supra citada é a

percepção do auxílio-doença, devendo o empregado acidentado ficar

impossibilitado de exercer o seu trabalho pelo prazo mínimo de 15 (quinze)

dias, como estipula o art. 59 da Lei 8.213/91:

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que,

havendo cumprido, quando for o caso, o período de

carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para seu

trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15

(quinze) dias consecutivos.

Sobre o tema dispõe Machado Júnior198:

A estabilidade aqui analisada tem como pressuposto a

ocorrência de acidente de trabalho e a percepção de

auxílio-doença acidentário pelo empregado, através da

Previdência Social, o que significa que a incapacidade

para o trabalho decorrente do acidente foi superior a

quinze dias, condição indispensável para a percepção do

benefício previsto.

O empregado terá garantido no mínimo um ano de

Estabilidade provisória, após a cessação do auxílio-doença, embora não

197 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. p. 468. 198 MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. Direito do Trabalho. p. 449.

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tenha recebido o auxílio-acidentário, como se destacou no art. 118 da Lei

8.213/91, assim observa Martins199:

A garantia de emprego de 12 meses ao empregado

acidentado no trabalho somente ocorre após a cessação

do auxílio-doença acidentário, independentemente da

percepção de auxílio-acidente. Assim, não havendo

concessão do auxílio-doença acidentário, o empregado

não faz jus à garantia de emprego do art. 118 da Lei

8.213/91.

Comenta ainda Vianna200:

Desta forma, se o empregado ficar afastado por período

superior a quinze dias, de forma a perceber da Previdência

Social o auxílio-doença acidentário, fará jus à estabilidade

no emprego de, no mínimo, um ano, ainda que não venha

a perceber auxílio-acidente.

Sendo assim, o empregado que sofrer acidente do

trabalho, e ficando afastado de suas funções ou emprego pelo prazo

mínimo de quinze dias, terá assegurado o direito de Garantia de Emprego.

O prazo dessa estabilidade provisória será de no mínimo de doze meses, a

contar da cessação do auxílio-doença.

3.7 MEMBROS DAS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

Os empregados membros das Comissões de

Conciliação Prévia têm Garantia de Emprego, uma vez eleitos como

titulares e, ou suplentes, como prevê o § 1º, do art. 625 - B da CLT201, que

destaca:

199 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 430. 200 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. p. 665. 201 BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. p. 157.

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Art. 625 – B. A comissão instituída no âmbito da empresa

será composta de, no mínimo, 2 (dois) e, no máximo, 10

(dez) membros, e observará as seguintes normas:

§ 1º É vedada a dispensa dos representantes dos

empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia,

titulares e suplentes, até 1 (um) ano após o final do

mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei.

Martins202 comenta sobre a Garantia de Emprego dos

membros das comissões de conciliação prévia:

A norma veda a dispensa dos representantes dos

empregados membros da Comissão. É, portanto, hipótese

de garantia de emprego. O objetivo é evitar que o

empregador dispense os trabalhadores por terem

entendimentos contrários ao do patrão, como forma de

represália.

Assim, continua Vianna203:

Os membros das Comissões de Conciliação Prévia,

representantes dos empregados, titulares ou suplentes, têm

garantida a estabilidade no emprego contra a dispensa

arbitrária pelo empregador pelo período compreendido

entre a eleição e até um ano após o término do mandato.

Carrion204 observa “os titulares e suplentes eleitos pelos

empregados gozam de estabilidade provisória até um ano após o término

de seu mandato”.

Segundo Nascimento205:

É vedada a dispensa dos representantes dos empregados

membros das comissões, titulares e suplentes, até um ano

202 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 438. 203 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. p. 667. 204 CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 30. ed. atual. Por Eduardo Carrion. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 478.

205 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. p. 469.

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após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave

(CLT, art 625-B, § 1º).

A estabilidade garantida pelo art. 625 – B da CLT

refere-se somente aos membros eleitos pelos empregados, titulares e

suplentes, sendo que, aquele eleito para representar a classe do

empregador não faz jus a tal Garantia descrita no artigo supra citado,

como destaca Dallegrave206:

A garantia de emprego – estabilidade – abrange somente

os representantes dos empregados (que deverão ser eleitos,

em escrutínio secreto), titulares e suplentes, e tem por

duração até um ano após o final de mandato.

Martins207 estabelece neste sentido:

Apenas os membros oriundos dos empregados terão

garantia de emprego e não os do empregador, pois estes

são indicados. A norma refere-se apenas aos representantes

dos empregados e não aos representantes dos

empregadores.

A dispensa do empregado membro da comissão se

dará nos casos de falta grave, como previsto em lei, ou seja a justa causa

como elencada no art. 482 da CLT como já foi analisado.

Ressalta ainda Vianna208 “Estes representantes somente

poderão ser dispensados se cometerem falta grave, ocasião em que a

Rescisão contratual se fará por justa causa”.

Portanto, entende-se que, os membros das Comissões

de Conciliação Prévia farão jus à Garantia de Emprego uma fez eleitos

como titulares ou suplentes, essa Estabilidade provisória se dará até um

206 DALLEGRAVE NETO, José Afonso. VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Rescisão do Contrato

de Trabalho: doutrina e prática. p. 164. 207 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p. 438. 208 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. p. 668.

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ano após o fim do seu mandato, no entanto poderão ser dispensados

quando comprovada a justa causa, sendo essa considerada uma falta

grave, sendo essa a única possibilidade de dispensa prevista em lei para o

membro das comissões.

Desta forma, destacou-se as Causas Impeditivas de

Extinção do Contrato Individual de Trabalho, sem querer esgotar o estudo

pois o tema é amplo e pode ser ampliado em uma especialização ou

mestrado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como objetivo investigar, a

luz da legislação e da doutrina as causas impeditivas da extinção do

Contrato Individual de Trabalho.

O interesse pelo tema se deu por ser um assunto de

relevante valor, pois muitas vezes o empregado é desconhecedor de seus

direitos, e acaba por não reivindicá-lo. A Estabilidade e a Garantia de

Emprego são temas que diariamente são tratados no âmbito da relação

de emprego. Aqui se procurou tratar dessas duas correntes como As

Causas Impeditivas de Extinção de Contrato Individual de Trabalho,

tentando atingir um objetivo, que é, de se fazer valer os direitos garantidos

aos empregados.

Para seu desenvolvimento lógico o trabalho foi dividido

em três capítulos.

O primeiro capítulo, trouxe um breve histórico do

Contrato Individual de Trabalho, o conceito e a natureza jurídica do

contrato de trabalho. Tratou ainda dos requisitos como pessoalidade, não

eventualidade, salário e subordinação, bem como dos contratos por

prazos indeterminados e determinados.

O segundo capítulo, foi destinado a tratar da extinção

do Contrato Individual de Trabalho, conceituando-o e destacando as

formas de extinção do Contrato Individual de Trabalho, fazendo um

apanhamento geral de cada uma da formas de extinção do Contrato de

Trabalho, para que se pudesse tratar posteriormente das Causas

Impeditivas de Extinção do contrato de Trabalho.

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No terceiro e último capítulo, estudou-se As Causas

Impeditivas de Extinção do Contrato de Trabalho, neste capítulo as

minúcias sobre esse tema foram abordadas.

O Contrato de Trabalho pode ser rescindido a

qualquer tempo por qualquer das partes, no entanto existem casos em

que o empregador, por força da lei, não pode dispensar o empregado.

Com a presente monografia pode-se observar que para essas Causas de

Impeditivas de Extinção de Contrato de Trabalho, se denomina

Estabilidade e Garantia de Emprego. O terceiro capítulo abordou

sinteticamente cada uma dessas hipóteses, destacando separadamente

a ocorrência de cada uma delas.

Para a presente monografia foram levantadas as

seguintes hipóteses:

Hipótese 1: Para a celebração do Contrato Individual

de Trabalho devem ser preenchidos certos requisitos.

Análise da hipótese: confirmou-se com o escopo da

pesquisa, que para a celebração do Contrato Individual de Trabalho são

exigidos certos requisitos, tais como a pessoalidade, a não eventualidade,

o salário e a subordinação, como destaca o artigo 2º da CLT, não

ocorrendo a incidência destes requisitos conjuntamente, não há como

celebrar o Contrato Individual de Trabalho.

Hipótese 2: O Contrato Individual de Trabalho pode ser

extinto por qualquer das partes contratantes, ou seja, empregado e

empregador.

Análise da hipótese: verifica-se que ambas as partes

podem extinguir o Contrato de Trabalho, uma vez que o Contrato não é

eterno, podendo tanto empregado como empregador rescindi-lo assim

que o desejarem. A Rescisão Indireta, elencada no art. 483 da CLT, e o

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pedido de demissão são as oportunidades em que o empregado tem de

se afastar do vínculo empregatício. Já o empregador pode dispensar o

empregador por justa causa, quando esse infringir algumas das normas

elencadas no art. 482 da CLT, e ainda sem justa causa quando julgar

necessário. Mas há também a culpa recíproca quando as duas partes

contribuem para a extinção do Contrato de Trabalho.

Hipótese 3: As causas impeditivas de extinção do

Contrato Individual de Trabalho atingem determinadas classes de

empregados, as quais são determinados pela CF/88, CLT e por Leis

especiais.

Análise da hipótese: com a presente pesquisa

confirmou-se que, as Causas Impeditivas de Extinção de Contrato

Individual de Trabalho atinge os empregados determinados por lei, ou

seja, a CLT no art. 492 trata da Estabilidade decenal, na qual são

beneficiados os empregados com mais de dez anos de serviço estável na

mesma empresa, com a CF de 88 tornou-se obrigatório a opção pelo

FGTS, não mais existindo a referida opção, permanecendo estáveis

somente os empregados que ao tempo da promulgação da CF de 88 já

contavam com mais de dez anos de serviço.

São beneficiários da Garantia de Emprego com base

no art. 543, § 3º da CLT, os dirigentes sindicais, desde a sua candidatura

até um após o término de seu mandato, bem como seus suplentes. Os

membros da CIPA, representantes dos trabalhadores, também tem

Garantia de Emprego, desde a sua candidatura ate um ano após o final

de seu de seu mandato como dispõe o art 10, II, a, do ADCT da CF de 88.

As gestantes têm a Garantia prevista na CF de 88, no

art. 10, II, b do ADCT a Garantia de emprego, desde a conformação da

gestação ate cinco meses após o parto.

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O empregado que sofrer acidente do Trabalho

também tem Garantia de Emprego, como assegura o art. 118 da Lei

8.213/91, de pelo menos doze meses após a cessação do auxilio doença

acidentário. Os membros das comissões de conciliação prévia tem a

Garantia de Emprego, uma vez eleitos como titulares ou suplentes, como

prevê o art. 625, § 1º da CLT, pelo período que conta desde a eleição ate

um ano após o término do mandato.

Por fim, verificou-se que as hipóteses da pesquisa

inicialmente descritas, encontram-se explanadas, esclarecidas e

confirmadas nesta presente monografia, visto que foram atingidos todos

os objetivos de esclarecer quais as causas que impedem a extinção do

Contrato Individual de Trabalho por parte do empregador, dando ao

empregado o direito à Estabilidade ou a Garantia de Emprego.

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