as aves da estação ecológica serra das araras, mato grosso ...cobertas por um tapete graminoso...

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As aves da Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras Mato Grosso Brasil

Rafael Martins Valadatildeo12

1Instituto Chico Mendes de Conservaccedilatildeo da Biodiversidade ESEC Serra das Araras Rod MT 343 Km 69 Comunidade Salobra Grande Zona Rural CEP 78398-000 Porto Estrela MT Brasil2Autor para correspondecircncia Rafael Martins Valadatildeo e-mail rafaelvaladaoicmbiogovbr

VALADAtildeO RM Birds of the Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras Mato Grosso Brazil Biota Neotrop 12(3) httpwwwbiotaneotropicaorgbrv12n3enabstractarticle+bn02612032012

Abstract There are 1801 bird species in Brazil and 856 of those occur in Cerrado This Biome is the largest most distinctive and the richest Savanna in the world and it is probably the worldrsquos most endangered tropical Savanna becoming a Hotspot and priority area for biodiversity conservation Ecological Station Serra das Araras (EESA) occupies an area of 28700 hectares of Cerrado located in the Southwest of the State of Mato Grosso It is part of the Provincia Serrana a 400 km long and 40 km large mountain corridor connecting the Amazonian and Pantanal Biomes The bird community of EESA was sampled monthly from May 2006 through December 2007 We placed a 500 m transect in each of five vegetation types Each transect was walked once a month for 4 hours starting at sunrise and for 2 hours starting at sunset Total sampling effort was 600 hours comprising 80 daylight hours and 40 evening hours per transecthabitat The list of birds of ESSA has 431 bird species including 13 endemic birds of Cerrado and 7 threatened species in Brazil Of these 396 were recorded during this sampling effort 29 out the sampling effort and six species were not registered in this study although listed in studies conducted at EESA between 1986 and 1988 In the semi deciduous forest were recorded 150 species of birds 256 species in riparian forest 218 species in cerradatildeo 206 in cerrado sensu strict and 176 in parquet cerrado Data analysis splitted the phytophysiognomies in two groups the savanna (cerrado sensu strict and parque cerrado) and forested (gallery forest cerradatildeo and semi deciduous forest) bird communities EESA bird richness is high compared with other areas of Cerrado Perhaps the environmental heterogeneity of this protected area with varied topography and vegetation is the reason for this larger species number Along with the number of bird species the presence of endemic and endangered species reinforces the importance of EESA for the conservation of this groupKeywords Cerrado protected area habitat use community ecology endemic species red list

VALADAtildeO RM As aves da Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras Mato Grosso Brasil Biota Neotrop 12(3) httpwwwbiotaneotropicaorgbrv12n3ptabstractarticle+bn02612032012

Resumo O Brasil possui 1801 espeacutecies de aves e o Cerrado abriga 856 dessas espeacutecies Esse bioma que cobre 24 do territoacuterio nacional eacute a maior mais distinta mais rica e provavelmente mais ameaccedilada savana tropical do mundo o que lhe tornou ldquohot spotrdquo mundial e aacuterea prioritaacuteria para conservaccedilatildeo da biodiversidade A Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras (EESA) ocupa 28700 hectares de Cerrado no sudoeste do Mato Grosso faz parte da Proviacutencia Serrana um corredor de serras com cerca de 400 km de comprimento por 40 km de largura o qual conecta o Cerrado agrave transiccedilatildeo do bioma Amazocircnico e ao Pantanal Com o objetivo de inventariar a comunidade de aves da EESA foi percorrido um transecto de 500 m em cada uma das seguintes fitofisionomias mata semideciacutedua mata ciliar cerradatildeo cerrado sentido restrito e parque cerrado Cada transecto foi amostrado uma vez por mecircs de maio de 2006 a dezembro de 2007 durantes quatro horas a partir do nascer e duas horas a partir do por do sol totalizando 600 horas de amostragem sendo 80 horas de dia e 40 horas de noite por transectohaacutebitat A lista de aves da ESSA possui 431 espeacutecies de aves incluindo treze endecircmicas do Cerrado e sete nacionalmente ameaccediladas de extinccedilatildeo Dessas 396 foram registradas durante o esforccedilo amostral 29 fora do periacuteodo amostral e seis constam somente na lista de 305 espeacutecies registradas entre 1986 e 1988 Na mata semideciacutedua foram registradas 150 espeacutecies na mata ciliar 256 no cerradatildeo 218 no cerrado sentido restrito 206 e no parque cerrado 176 espeacutecies de aves Quanto agrave similaridade formaram-se dois grupos o das fitofisionomias savacircnicas (cerrado sentido restrito e parque cerrado) e outro das florestais (mata ciliar cerradatildeo e mata semideciacutedua) A riqueza de espeacutecies de aves na EESA eacute alta quando comparada com outros estudos realizados no Cerrado e provavelmente estaacute relacionada heterogeneidade ambiental presente nessa unidade de conservaccedilatildeo com relevo e vegetaccedilatildeo variados Aleacutem de preservar um elevado nuacutemero a presenccedila de espeacutecies de aves endecircmicas e ameaccediladas de extinccedilatildeo reafirmam a importacircncia da EESA para conservaccedilatildeo desse grupoPalavras-chave Cerrado unidade de conservaccedilatildeo uso de haacutebitat ecologia de comunidade espeacutecies endecircmicas espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo

Biota Neotrop vol 12 no 3

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Valadatildeo RM

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sudoeste do Mato Grosso nas cidades de Porto Estrela e Caacuteceres Sua aacuterea estaacute localizada entre as latitudes 15deg 27rsquo 11rdquo-15deg 51rsquo 04rdquo Sul e longitudes 57deg 06rsquo 06rdquo-57deg 16rsquo 41rdquo Oeste (Figura 1)

A regiatildeo da unidade de conservaccedilatildeo destaca-se das demais aacutereas do entorno por se encontrar fisicamente isolada e apresentar relevo e altitudes bem diferenciados das regiotildees adjacentes (vale do alto rio Paragai e Pantanal) sendo parte da Proviacutencia Serrana Essa unidade geomorfoloacutegica eacute um extenso corredor de serras paralelas com cerca de 400 km de comprimento por 40 km de largura estendendo-se do Pantanal de Caacuteceres ateacute a cidade de Paranatinga O Clima da regiatildeo segundo classificaccedilatildeo de Koumlppen eacute do tipo Aw Megateacutermico com niacutetida sazonalidade sendo o periacuteodo chuvoso de outubro a abril e o periacuteodo seco de maio a setembro (Ross 1991)

Cinco fitofisionomias foram amostradas sistematicamente durante o presente estudo Sua classificaccedilatildeo obedece Ribeiro amp Walter (2008) e possuem as seguintes caracteriacutesticas

11 Mata semideciacutedua fitofisionomia florestal com aacutervores ere-tas de 15 a 30 m de altura que crescem sobre solo de origem calcaacuteria com afloramento rochoso No periacuteodo chuvoso a cobertura foliar eacute superior a 90 e diminui para menos de 50 no periacuteodo seco com a queda das folhas das espeacutecies deciacuteduas

12 Mata ciliar fitofisionomia florestal que apresenta aacutervores eretas de 20 a 25 m de altura A caducifoacutelia durante o periacuteodo seco permite o desenvolvimento de um denso sub-bosque e garante um estoque perene de serrapilheira

13 Cerradatildeo fitofisionomia florestal com plantas de folhas duras e coriaacuteceas composto por espeacutecies vegetais tanto do cerrado sentido restrito como de mata ciliar A altura das aacutervores varia de 8 a 15 m de altura proporcionando condiccedilotildees de luminosi-dade que favorece a formaccedilatildeo de estrato arbustivo

14 Cerrado sentido restrito fitofisionomia savacircnica com denso estrato graminoso e presenccedila de aacutervores baixas inclinadas tortuosas com ramificaccedilotildees irregulares e retorcidas que variam entre 3 e 5 m de altura

15 Parque cerrado fitofisionomia savacircnica que apresenta aacutervores de cerrado sentido restrito de 3 a 6 m de altura agrupadas em pequenas elevaccedilotildees bem drenadas do terreno os ldquomurundusrdquo Neles a cobertura arboacuterea atinge de 50 a 60 e nas depressotildees cobertas por um tapete graminoso denso que cresce em solo alagado de janeiro a abril a cobertura arboacuterea cai para praticamente 0

2 Meacutetodos

O levantamento da avifauna foi realizado no periacuteodo de maio de 2006 a dezembro de 2007 em campanhas mensais com intervalos meacutedios de 27 (plusmn3) dias entre elas

Cinco fitofisionomias foram amostradas de forma sistemaacuteticas mata ciliar (Figura 2a) mata semi deciacutedua (Figura 2b) cerradatildeo (Figura 2c) cerrado sentido restrito (Figura 2d) e parque cerrado (Figura 2e) Um transecto de 500 m foi delimitado em trilhas preexistentes em cada uma das fitofisionomias (Figura 1b) Cada transecto foi amostrado uma vez por mecircs percorrendo-se livremente sua extensatildeo durante quatro horas a partir do nascer e duas horas a partir do por do sol totalizando 600 horas de amostragem sendo 80 horas durante o dia e 40 horas durante a noite por transectohaacutebitat

Aacutereas de mata calcaacuteria (Figura 2f) campo rupestre (Figura 2g) e cerrado rupestre (Figura 2h) foram amostradas esporadicamente devido a sua dificuldade de acesso Capturas eventuais utilizando-se redes de neblina foram tambeacutem realizadas para confirmaccedilatildeo de algumas espeacutecies Por natildeo terem obedecido a uma metodologia padronizada os registros obtidos nas aacutereas amostradas esporadicamente e nas capturas somente serviram para compor a lista final de espeacutecies como registros natildeo sistemaacuteticos o esforccedilo amostral natildeo foi considerado

Introduccedilatildeo

Aves satildeo importantes na avaliaccedilatildeo da qualidade ambiental e peccedilas chaves na determinaccedilatildeo de aacutereas para a conservaccedilatildeo pois se trata de um grupo diversificado que ocupa diferentes haacutebitats niacuteveis troacuteficos e satildeo altamente sensiacutevel agraves modificaccedilotildees ambientais O comportamento conspiacutecuo e facilidade de identificaccedilatildeo de grande parte das espeacutecies aleacutem da rapidez na amostragem fazem delas um dos grupos mais bem conhecido da regiatildeo neotropical (Kattan et al 1994 Stotz et al 1996 Tubelis amp Cavalcanti 2000 Marini 2001 Eken et al 2004)

O Brasil eacute o terceiro paiacutes em riqueza de aves com 1801 espeacutecies (Comitecirc 2011) dessas 856 tem registros para o Cerrado e 30 satildeo endecircmicas (Silva amp Santos 2005) Esse pequeno nuacutemero de espeacutecies endecircmicas pode ser explicado por sua interconexatildeo como os demais biomas o que influenciou no processo de especiaccedilatildeo desse grupo (Sick 1966) Embora ocupe o terceiro lugar em riqueza de aves no Brasil o Cerrado ainda eacute um ambiente pouco estudado em relaccedilatildeo a sua avifauna extensas porccedilotildees de seu territoacuterio ainda natildeo tinham sido ldquominimamente estudadasrdquo (localidades que tivessem pelo menos 80 espeacutecimes coletados ou uma lista com no miacutenimo 100 espeacutecies) em 1995 fato que pouco mudou em dez anos (Silva 1995 Silva amp Santos 2005)

O Cerrado cobre aproximadamente 24 do territoacuterio nacional e eacute hoje a maior mais distinta mais rica e provavelmente a mais ameaccedilada savana tropical do mundo (Silva amp Bates 2002 Silva amp Santos 2005 Serviccedilo 2011) o que lhe garante o tiacutetulo de ldquohot spotsrdquo mundial e aacuterea prioritaacuteria para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Myers et al 2000) Um dos principais fatores determinantes da sua riqueza eacute a sua estratificaccedilatildeo horizontal pois Cerrado pode ser entendido como um grande mosaico no qual as peccedilas satildeo as diferentes fitofisionomias as quais produzem um gradiente em densidade e altura definido por formaccedilotildees campestres a florestais (Coutinho 1978)

Nos uacuteltimos anos tem havido uma intensa substituiccedilatildeo das aacutereas de vegetaccedilatildeo nativa do Cerrado por zonas urbanas agricultura pastagens e reflorestamentos com espeacutecies vegetais exoacuteticas (Machado amp Lamas 1996) Dados do Serviccedilo Florestal Brasileiro (2011) mostram que ao final de 2008 o percentual de aacuterea desmatada era de 478 e que apenas 64 do bioma encontrava-se formalmente preservado em unidades de conservaccedilatildeo valor eacute bem inferior aos 10 assumido via termo de compromisso pelo Ministeacuterio do Meio Ambiente durante o Workshop ldquoAccedilotildees Prioritaacuterias para a conservaccedilatildeo da biodiversidade do Cerrado e Pantanalrdquo (Brasil 1999)

Inventariar um local eacute a forma mais direta para se acessar parte dos componentes da diversidade animal de uma localidade (Silveira et al 2010) As listas de espeacutecies principal produto desses inventaacuterios satildeo importantes para anaacutelise futura de relaccedilotildees biogeograacuteficas (Ribon et al 1995 Nunes amp Pacheco 2004) para a determinaccedilatildeo de rotas migratoacuterias (Ribon et al 1995) e uma contribuiccedilatildeo fundamental aos oacutergatildeos gestores das aacutereas protegidas brasileiras (Argel-de-Oliveira 1993) Podem ser utilizadas para investigaccedilatildeo da dinacircmica natural da flora e fauna dos eventos ecoloacutegicos e da eficaacutecia de gestatildeo de uma Unidade de Conservaccedilatildeo

O objetivo deste trabalho foi inventariar a avifauna da Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras comparar a riqueza de aves entre as fitofisionomias estudadas comparar os resultados obtidos a estudos anteriores bem como criar uma base de dados confiaacutevel que embase as tomadas de decisatildeo e gestatildeo dessa aacuterea protegida

Material e Meacutetodos

1 Aacuterea de estudo

A Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras eacute uma unidade de conservaccedilatildeo federal que ocupa 28700 ha do bioma Cerrado no


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Aves da ESEC Serra das Araras



Figura 1 a) Localizaccedilatildeo da Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras (Porto Estrela e Caacuteceres Mato Grosso) com indicaccedilatildeo das aacutereas de amostragem da avifauna diams (pontos de amostragem sistemaacutetica) (ponto de amostragem natildeo sistemaacutetica mata calcaacuteria) e (pontos de amostragens natildeo sistemaacuteticas campo e cerrado rupestres) b) Localizaccedilatildeo dos transectos nas aacutereas de amostragem sistemaacutetica MS (mata semideciacutedua) MC (mata ciliar) CD (cerradatildeo) CE (cerrado sentido restrito) e PC (parque cerrado) SD eacute a localizaccedilatildeo da sede da EESA e a linha vermelha indica o seu limiteFigure 1 a) Location of the Serra das Araras Ecological Station (Porto Estrela e Caacuteceres Mato Grosso) indicating the sampling areas diams (systematic sampling spots) (sporadic sampling spot limestone forest) and (sporadic sampling points campo rupestre and cerrado rupestre) b) Location of transects in the areas of systematic sampling MS (semi-deciduos forest) MC (riparian forest) CD (cerradatildeo) CE (cerrado sentido restrito) and PC (parque cerrado) SD is the location of EESArsquos headquarters and the red line is its limit

b

a

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a b

c

d e

f g h

Figura 2 Fotos das aacutereas de estudo amostradas de forma sistemaacutetica a) (mata ciliar) b) (mata semideciacutedua) c) (cerradatildeo) d) (cerrado sentido restrito) e e (parque cerrado) e) das aacutereas com amostragens natildeo sistemaacuteticas f) (mata calcaacuteria) g) (campo rupestre) e h) (cerrado rupestre)Figure 2 Photos of the study areas sampled in a systematic basis a) (riparian forest) b) (semi-deciduous forest) c) (Cerrado) d) (cerrado sentido restrito) and e) (parque cerrado) and areas with sporadic sampling effort f) (limestone forest) g) (campo rupestre) and h) (cerrado rupestre)

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para esse trabalho e as espeacutecies registradas natildeo fizeram parte de nenhuma anaacutelise

Os indiviacuteduos coletados em estudos anteriores (Silva amp Oniki 1988 Willis amp Oniki 1990) e os eventualmente coletados no presente trabalho estatildeo depositados na coleccedilatildeo de vertebrados da Universidade Federal de Mato Grosso

As espeacutecies de aves foram identificadas com auxiacutelio de binoacuteculos (8 times 42) e gravaccedilotildees de vocalizaccedilotildees utilizando um gravador portaacutetil de fita cassete e microfone direcional Foram consultados guias de campo (Ridgely amp Tudor 1989 1994 Souza 1998 Fergusson-Lees et al 2000) e CDs com gravaccedilotildees de vozes para a identificaccedilatildeo das espeacutecies (Vielliard 1995a b 1999)

Para verificar a eficiecircncia da amostragem na coleta de dados foram confeccionadas curvas de acumulaccedilatildeo de espeacutecies Os dados de riqueza de espeacutecies foram testados quanto a homocedasticidade normalidade e linearidade dos dados Como a distribuiccedilatildeo dos dados foi normal e natildeo homocedaacutestica foi utilizado o teste natildeo parameacutetrico Kruskall-Wallys para verificar possiacuteveis diferenccedilas nas riquezas entre as cinco fitofisionomias Apoacutes isso o teste a posteriori de Tukey foi utilizado para se determinar quais satildeo os pares de meacutedias diferentes Utilizou-se o programa R (R Development 2011) para realizar os testes estatiacutesticos Um cluster com o objetivo de analisar a similaridade entre as fitofisionomias foi gerado a partir do programa MultiVariate Statistical Package ndash MVSP

A ordem filogeneacutetica e nomenclatura cientiacutefica adotadas na lista final estatildeo de acordo com o proposto pelo Comitecirc Brasileiro de Registros Ornitoloacutegicos (2011) As espeacutecies foram classificadas em endecircmicas do Cerrado (Silva 1995 1997 Cavalcanti 1999 Silva amp Santos 2005) e em ameaccediladas de extinccedilatildeo (Instituto 2005)

Resultados

A lista da avifauna da ESEC Serra das Araras eacute composta por 431 espeacutecies (spp) de aves distribuiacutedas em 295 gecircneros 63 famiacutelias e 26 ordens Desse total 396 spp foram registradas de forma sistemaacutetica 29 spp foram registradas exclusivamente durante o esforccedilo natildeo sistemaacutetico e 6 spp natildeo foram registradas nesse estudo poreacutem foram listadas anteriormente por Silva amp Oniki (1988) e Willis amp Oniki (1990) os quais registraram juntos 305 espeacutecies (Tabela 1)

Com relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo da avifauna entre as diferentes fitofisionomias na mata ciliar foi registrado um total de 256 espeacutecies 218 spp no cerradatildeo 206 spp no cerrado sentido restrito 176 spp no parque cerrado e 150 spp na mata semideciacutecua (Tabela 1)

A fitofisionomia com maior nuacutemero de espeacutecies exclusivas foi a Mata Ciliar com 44 espeacutecies em seguida fica o parque cerrado com 11 spp cerrado sentido restrito com 9 spp a mata semideciacutedua com 8 spp e apenas 2 espeacutecies foram registradas exclusivamente no cerradatildeo

Treze das espeacutecies registradas na EESA satildeo endecircmicas do bioma Cerrado Penelope ochrogaster Columbina cyanopis Al ip iops i t t a xan thops Herps i lochmus l ong i ros t r i s Melanopareia torquata Hylocryptus rectirostris Antilophia galeata Suiriri islerorum Cyanocorax cristatellus Saltatricula atricollis Porphyrospiza caerulescens Charitospiza eucosma e Basileuterus leucophrys (Silva 1995 1997 Cavalcanti 1999 Silva amp Santos 2005) Aleacutem disso sete das espeacutecies registradas na EESA estatildeo presentes na lista brasileira de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo Penelope ochrogaster Tigrisoma fasciatum Urubitinga coronata Columbina cyanopis Anodorhynchus hyacinthinus Culicivora caudacuta Sporophila maximiliani (Instituto 2005)

Discussatildeo

O presente estudo adiciona 126 novas espeacutecies a lista com 305 espeacutecies de aves registradas anteriormente por Silva amp Oniki (1988) e Willis amp Oniki (1990) na EESA Tal resultado jaacute era esperado por Silva amp Oniki (1998) O taacutexon ldquoIcterus hauxwellirdquo fora considerado por Willis amp Oniki (1990) como uma espeacutecie diferente de I croconotus entretanto Lopes et al (2009) considera ldquoduvidosardquo a validade do taacutexon Ressalta-se que no presente trabalho foi registrado somente I croconotus e caso I hauxwelli torne-se vaacutelida para a regiatildeo seraacute mais uma espeacutecie somente com registro histoacuterico para a EESA

A riqueza de espeacutecies de aves registrada nessa unidade de conservaccedilatildeo representa mais de 50 das aves listadas para o Cerrado (Silva amp Santos 2005) o que eacute uma riqueza de espeacutecies elevada sobretudo quando comparada agrave outras aacutereas de Cerrado (Tabela 2) a despeito das diferenccedilas metodoloacutegicas entre os estudos

A alta riqueza de espeacutecies de aves obtina na EESA certamente estaacute relacionada agrave variedade dos ambientes amostrados os quais formam um gradiente em densidade e altura definido por formaccedilotildees campestres savacircnicas e florestais Cabe destacar tambeacutem a localizaccedilatildeo da EESA em aacuterea de transiccedilatildeo entre Cerrado Amazocircnia e Pantanal Vale ressaltar ainda o esforccedilo amostral desse trabalho o qual foi suficiente para uma amostragem exaustiva conforme a tendecircncia agrave estabilizaccedilatildeo das curvas do coletor observadas na Figura 3

O teste Kruskal-Walis indicou diferenccedilas significativas entre as riquezas de espeacutecies entre as aacutereas (Kruskal-Wallis p lt 0001 H = 50962 gl = 4) e o teste de Tukey indicou que a meacutedia das riquezas de espeacutecie mensais registradas na mata-ciliar difere da de todas obtidas nas outras aacutereas que a do cerrado sentido restrito eacute igual as do cerradatildeo e parque cerrado e indicou tambeacutem que as meacutedias das riquezas observadas na mata semideciacutedua no cerradatildeo e no parque cerrado natildeo diferem quando comparadas (Figura 4)

Certamente a maior riqueza de espeacutecies de aves observada na mata ciliar se deve ao fato desta fitofisionomia possuir maior heterogeneidade espacial e consequumlente maior quantidade de micro-haacutebitat que ambientes mais simples o que permite o estabelecimento de um maior nuacutemero de espeacutecies (MacArthur et al 1962 August 1983 Antas 1995 Pianka 2000) Uma maior riqueza de espeacutecies em mata ciliar jaacute era observada por Silva amp Oniki (1988) na ESEC Serra das Araras na deacutecada de oitenta e foi observado por Blamires et al (2001) em Goiaacutes por Antas (1995) no Parque Nacional de Brasiacutelia (DF) por Purificaccedilatildeo amp Castilho (2009) no Mato Grosso e tambeacutem por Ferreira et al (2009) em estudo realizado na RPPN Mata Samuel de Paula Minas Gerais Tais resultados reafirmam importacircncia das matas-ciliares para conservaccedilatildeo da avifauna do Cerrado conforme jaacute sugerido por Cavalcanti (1988)

Purificaccedilatildeo amp Castilho (2009) no Parque Estadual da Serra Azul (MT) e Ferreira et al (2009) na RPPN Mata Samuel de Paula (MG) tambeacutem identificaram a dominacircncia de registros de espeacutecies exclusivas em matas ciliares no Cerrado o que pode indicar que aleacutem de servir como refuacutegio para algumas espeacutecies de aves durante o periacuteodo de estresse hiacutedrico desse bioma o que faz dela um haacutebitat chave para conservaccedilatildeo desse grupo animal (Cavalcanti 1992) essa fitofisionomia tambeacutem apresenta uma avifauna peculiar

Quando comparadas as fitofisionomias quanto agrave similaridade a avifauna da EESA forma dois grupos bem caracteriacutesticos um grupo formado pelas fitofisionomias savacircnicas cerrado sentido restrito e parque cerrado com iacutendice se similaridade de Soumlrensen superior a 08 e outro formado pelas fitofisionomias florestais mata ciliar e cerradatildeo (S = 075) e essas duas fitofisionomias e a mata semideciacutedua (S = 063) (Figura 5) A grosso modo o mesmo foi observado por Almeida et al (2003) quando analisa a diversidade beta em haacutebitats da Preacute-Amazocircnia

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Valadatildeo RM



Tabela 1 Lista sistemaacutetica das espeacutecies de aves registradas na aacuterea da Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras A nomenclatura cientiacutefica e a sequumlecircncia filogeneacutetica seguem a proposta do CBRO (Comitecirc 2011) Fitofisionomia MS (mata semideciacutedua) MC (mata ciliar) CD (cerradatildeo) CE (cerrado sentido restrito) PC (parque cerrado) NS (registro natildeo sistemaacutetico fora das aacutereas estudadas de forma sistemaacutetica) e RH [registros histoacutericos Silva amp Oniki (1988) e Willis amp Oniki (1990)] AM (espeacutecie presente na lista oficial das espeacutecies de aves ameaccediladas no Brasil) e EC (espeacutecie endecircmica do Cerrado)Table 1 List of bird species registered at Serra das Araras Ecological Station The scientific nomenclature and the phylogenetic sequence follow the proposal of CBRO (Comitecirchellip 2011) Fitofisionomia (phytophysiognomies) MS (semi-deciduous forest) MC (riparian forest) CE (cerradatildeo) CD (cerrado sentido restrito) PC (parque cerrado) NS (registered outside the areas studied systematically) and e RH [historical records Silva amp Oniki (1988) and Willis amp Oniki (1990)] AM (species present in the official list of threatened bird species in Brazil) and EC (endemic species of the Cerrado)

Taxa Fitofisionomia NS RHMS MC CD CE PCRheidae Bonaparte 1849

Rhea americana (Linnaeus 1758) xTinamidae Gray 1840

Tinamus tao Temminck 1815 x x xCrypturellus soui (Hermann 1783) x x x xCrypturellus undulatus (Temminck 1815) x x x xCrypturellus parvirostris (Wagler 1827) x x xCrypturellus tataupa (Temminck 1815) x x xRhynchotus rufescens (Temminck 1815) x x x

Anhimidae Stejneger 1885 Chauna torquata (Oken 1816) x

Anatidae Leach 1820 Dendrocygna viduata (Linnaeus 1766) xDendrocygna autumnalis (Linnaeus 1758) xCairina moschata (Linnaeus 1758) xAmazonetta brasiliensis (Gmelin 1789) xNetta peposaca (Vieillot 1816) x

Cracidae Rafinesque 1815Ortalis canicollis (Wagler 1830) x x x x xPenelope superciliaris Temminck 1815 x x x x xPenelope ochrogaster Pelzeln 1870 AMEC xAburria cujubi (Pelzeln 1858) x xCrax fasciolata Spix 1825 x x x x x x

Odontophoridae Gould 1844Odontophorus gujanensis (Gmelin 1789) x x x x

Podicipedidae Bonaparte 1831Tachybaptus dominicus (Linnaeus 1766) xPodilymbus podiceps (Linnaeus 1758) x

Ciconiidae Sundevall 1836Jabiru mycteria (Lichtenstein 1819) xMycteria americana Linnaeus 1758 x

Phalacrocoracidae Reichenbach 1849Phalacrocorax brasilianus (Gmelin 1789) x

Anhingidae Reichenbach 1849Anhinga anhinga (Linnaeus 1766) x x

Ardeidae Leach 1820Tigrisoma lineatum (Boddaert 1783) xTigrisoma fasciatum (Such 1825) AM xCochlearius cochlearius (Linnaeus 1766) xNycticorax nycticorax (Linnaeus 1758) xButorides striata (Linnaeus 1758) xBubulcus ibis (Linnaeus 1758) xArdea cocoi Linnaeus 1766 xArdea alba Linnaeus 1758 xSyrigma sibilatrix (Temminck 1824) x xPilherodius pileatus (Boddaert 1783) x xEgretta thula (Molina 1782) x

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Taxa Fitofisionomia NS RHMS MC CD CE PCThreskiornithidae Poche 1904

Mesembrinibis cayennensis (Gmelin 1789) x x xPhimosus infuscatus (Lichtenstein 1823) xTheristicus caudatus (Boddaert 1783) x x

Cathartidae Lafresnaye 1839Cathartes aura (Linnaeus 1758) x x xCathartes burrovianus Cassin 1845 x x x x xCoragyps atratus (Bechstein 1793) x x x x x xSarcoramphus papa (Linnaeus 1758) x x x x

Accipitridae Vigors 1824Leptodon cayanensis (Latham 1790) x xChondrohierax uncinatus (Temminck 1822) x x xElanoides forficatus (Linnaeus 1758) x x xGampsonyx swainsonii Vigors 1825 x x xElanus leucurus (Vieillot 1818) x xAccipiter striatus Vieillot 1808 xAccipiter bicolor (Vieillot 1817) x x xIctinia mississippiensis (Wilson 1811) x xIctinia plumbea (Gmelin 1788) x x x x xBusarellus nigricollis (Latham 1790) xRostrhamus sociabilis (Vieillot 1817) x xGeranospiza caerulescens (Vieillot 1817) x x xHeterospizias meridionalis (Latham 1790) x x x xUrubitinga urubitinga (Gmelin 1788) xUrubitinga coronata (Vieillot 1817)AM xRupornis magnirostris (Gmelin 1788) x x x x x xParabuteo unicinctus (Temminck 1824) xGeranoaetus albicaudatus (Vieillot 1816) x x xGeranoaetus melanoleucus (Vieillot 1819) xPseudastur albicollis (Latham 1790) x x xButeo nitidus (Latham 1790) x x x xButeo brachyurus Vieillot 1816 x xButeo albonotatus Kaup 1847 xHarpia harpyja (Linnaeus 1758) x xSpizaetus tyrannus (Wied 1820) xSpizaetus melanoleucus (Vieillot 1816) x x xSpizaetus ornatus (Daudin 1800) x x x

Falconidae Leach 1820Daptrius ater Vieillot 1816 xCaracara plancus (Miller 1777) x x xMilvago chimachima (Vieillot 1816) x x x xHerpetotheres cachinnans (Linnaeus 1758) x x x x x xMicrastur ruficollis (Vieillot 1817) x x xMicrastur semitorquatus (Vieillot 1817) x x xFalco sparverius Linnaeus 1758 x x xFalco rufigularis Daudin 1800 x x xFalco femoralis Temminck 1822 x x

Eurypygidae Selby 1840Eurypyga helias (Pallas 1781) x x x

Aramidae Bonaparte 1852Aramus guarauna (Linnaeus 1766) x

Rallidae Rafinesque 1815Micropygia schomburgkii (Schomburgk 1848) x x x

Tabela 1 Continuaccedilatildeo

270

Valadatildeo RM



Taxa Fitofisionomia NS RHMS MC CD CE PCAramides cajanea (Statius Muller 1776) x x x xLaterallus viridis (Statius Muller 1776) x x xLaterallus melanophaius (Vieillot 1819) x xPorzana albicollis (Vieillot 1819) xPorphyrio martinica (Linnaeus 1766) x

Cariamidae Bonaparte 1850Cariama cristata (Linnaeus 1766) x x x

Charadriidae Leach 1820Vanellus cayanus (Latham 1790) xVanellus chilensis (Molina 1782) x x

Scolopacidae Rafinesque 1815Gallinago paraguaiae (Vieillot 1816) xGallinago undulata (Boddaert 1783) xTringa solitaria Wilson 1813 x

Jacanidae Chenu amp Des Murs 1854Jacana jacana (Linnaeus 1766) x

Columbidae Leach 1820Columbina minuta (Linnaeus 1766) x x xColumbina talpacoti (Temminck 1811) x x x x xColumbina squammata (Lesson 1831) x x x xColumbina cyanopis (Pelzeln 1870)AM EC x xClaravis pretiosa (Ferrari-Perez 1886) x x x x xUropelia campestris (Spix 1825) x x xPatagioenas speciosa (Gmelin 1789) x xPatagioenas picazuro (Temminck 1813) x x x x x xPatagioenas cayennensis (Bonnaterre 1792) x x x x xPatagioenas plumbea (Vieillot 1818) x x x xZenaida auriculata (Des Murs 1847) x xLeptotila verreauxi Bonaparte 1855 x x x x xLeptotila rufaxilla (Richard amp Bernard 1792) x xGeotrygon montana (Linnaeus 1758) x x x

Psittacidae Rafinesque 1815Anodorhynchus hyacinthinus (Latham 1790) AM x xAra ararauna (Linnaeus 1758) x x xAra chloropterus Gray 1859 x xOrthopsittaca manilata (Boddaert 1783) x x xPrimolius maracana (Vieillot 1816) x x xDiopsittaca nobilis (Linnaeus 1758) x x x xAratinga leucophthalma (Statius Muller 1776) x x x x x xAratinga weddellii (Deville 1851) x xAratinga aurea (Gmelin 1788) x x xForpus xanthopterygius (Spix 1824) x x xBrotogeris chiriri (Vieillot 1818) x x x x x xAlipiopsitta xanthops (Spix 1824)EC x xPionus menstruus (Linnaeus 1766) x x x x x xAmazona amazonica (Linnaeus 1766) x x x xAmazona aestiva (Linnaeus 1758) x x x x

Cuculidae Leach 1820Coccycua minuta (Vieillot 1817) x xPiaya cayana (Linnaeus 1766) x x x x x xCrotophaga major Gmelin 1788 xCrotophaga ani Linnaeus 1758 x x xGuira guira (Gmelin 1788) x x x


271




Taxa Fitofisionomia NS RHMS MC CD CE PCTapera naevia (Linnaeus 1766) x x x x x xDromococcyx phasianellus (Spix 1824) x xDromococcyx pavoninus Pelzeln 1870 x x x

Tytonidae Mathews 1912Tyto alba (Scopoli 1769) x x x

Strigidae Leach 1820Megascops choliba (Vieillot 1817) x x x xMegascops usta (Sclater 1858) x x xPulsatrix perspicillata (Latham 1790) x x x xBubo virginianus (Gmelin 1788) x xStrix virgata (Cassin 1849) x xStrix huhula Daudin 1800 x x xGlaucidium brasilianum (Gmelin 1788) x x x x x xAthene cunicularia (Molina 1782) x x xAsio clamator (Vieillot 1808) x xAsio stygius (Wagler 1832) x

Nyctibiidae Chenu amp Des Murs 1851Nyctibius grandis (Gmelin 1789) x x x xNyctibius griseus (Gmelin 1789) x x x

Caprimulgidae Vigors 1825Antrostomus rufus (Boddaert 1783) x x x xHydropsalis albicollis (Gmelin 1789) x x xHydropsalis parvula (Gould 1837) x x xHydropsalis longirostris (Bonaparte 1825) xHydropsalis torquata (Gmelin 1789) x x xChordeiles pusillus Gould 1861 x xChordeiles nacunda (Vieillot 1817) x xChordeiles minor (Forster 1771) xChordeiles acutipennis (Hermann 1783) x x x

Apodidae Olphe-Galliard 1887Cypseloides fumigatus (Streubel 1848) x xStreptoprocne zonaris (Shaw 1796) x x x xStreptoprocne biscutata (Sclater 1866) xChaetura chapmani Hellmayr 1907 xChaetura meridionalis Hellmayr 1907 x x x xTachornis squamata (Cassin 1853) x x

Trochilidae Vigors 1825Glaucis hirsutus (Gmelin 1788) x x x xPhaethornis nattereri Berlepsch 1887 x x xPhaethornis ruber (Linnaeus 1758) xPhaethornis subochraceus Todd 1915 x x xPhaethornis pretrei (Lesson amp Delattre 1839) x x x x x xEupetomena macroura (Gmelin 1788) x x x x x xColibri serrirostris (Vieillot 1816) x x xAnthracothorax nigricollis (Vieillot 1817) x x x xChrysolampis mosquitus (Linnaeus 1758) x xChlorostilbon lucidus (Shaw 1812) x x x xThalurania furcata (Gmelin 1788) x x x xHylocharis chrysura (Shaw 1812) x xPolytmus guainumbi (Pallas 1764) x xAmazilia fimbriata (Gmelin 1788) x x x x x xHeliactin bilophus (Temminck 1820) x x xHeliomaster longirostris (Audebert amp Vieillot 1801) x x x x x x


272

Valadatildeo RM



Taxa Fitofisionomia NS RHMS MC CD CE PCHeliomaster furcifer (Shaw 1812) x x xCalliphlox amethystina (Boddaert 1783) x x

Trogonidae Lesson 1828Trogon melanurus Swainson 1838 x xTrogon viridis Linnaeus 1766 x x x xTrogon curucui Linnaeus 1766 x x xTrogon collaris Vieillot 1817 x x x

Alcedinidae Rafinesque 1815Megaceryle torquata (Linnaeus 1766) x xChloroceryle amazona (Latham 1790) x xChloroceryle aenea (Pallas 1764) x xChloroceryle americana (Gmelin 1788) x xChloroceryle inda (Linnaeus 1766) x x

Momotidae Gray 1840Electron platyrhynchum (Leadbeater 1829) x xMomotus momota (Linnaeus 1766) x x x x

Galbulidae Vigors 1825Brachygalba lugubris (Swainson 1838) x x x xGalbula ruficauda Cuvier 1816 x x x x x

Bucconidae Horsfield 1821Notharchus macrorhynchos (Gmelin 1788) x xNotharchus tectus (Boddaert 1783) x xBucco tamatia Gmelin 1788 x x xNystalus striolatus (Pelzeln 1856) x x xNystalus chacuru (Vieillot 1816) x x xNystalus maculatus (Gmelin 1788) x xNonnula ruficapilla (Tschudi 1844) xMonasa nigrifrons (Spix 1824) x x x xMonasa morphoeus (Hahn amp Kuumlster 1823) xChelidoptera tenebrosa (Pallas 1782) x x x x

Ramphastidae Vigors 1825Ramphastos toco Statius Muller 1776 x x x xRamphastos vitellinus Lichtenstein 1823 x x xPteroglossus inscriptus Swainson 1822 x x xPteroglossus bitorquatus Vigors 1826 x xPteroglossus castanotis Gould 1834 x x x x x x

Picidae Leach 1820Picumnus albosquamatus drsquoOrbigny 1840 x x x xMelanerpes candidus (Otto 1796) x x x x xMelanerpes cruentatus (Boddaert 1783) x x x x xVeniliornis passerinus (Linnaeus 1766) x x xVeniliornis mixtus (Boddaert 1783) x xPiculus leucolaemus (Natterer amp Malherbe 1845) xPiculus chrysochloros (Vieillot 1818) x x x xColaptes melanochloros (Gmelin 1788) x x x xColaptes campestris (Vieillot 1818) x x xCeleus elegans (Statius Muller 1776) x x x xCeleus lugubris (Malherbe 1851) x x x xDryocopus lineatus (Linnaeus 1766) x x x xCampephilus rubricollis (Boddaert 1783) x x x xCampephilus melanoleucos (Gmelin 1788) x x x x x

Thamnophilidae Swainson 1824Microrhopias quixensis (Cornalia 1849) x x x


273




Taxa Fitofisionomia NS RHMS MC CD CE PCMyrmeciza atrothorax (Boddaert 1783) x x xEpinecrophylla haematonota (Sclater 1857) xMyrmotherula hauxwelli (Sclater 1857) x xFormicivora grisea (Boddaert 1783) x x x xFormicivora rufa (Wied 1831) x x x xDysithamnus mentalis (Temminck 1823) x x x xHerpsilochmus longirostris Pelzeln 1868EC x xThamnophilus doliatus (Linnaeus 1764) x x x x xThamnophilus torquatus Swainson 1825 x x x xThamnophilus punctatus (Shaw 1809) x x xThamnophilus pelzelni Hellmayr 1924 x x xThamnophilus caerulescens Vieillot 1816 xCymbilaimus lineatus (Leach 1814) xTaraba major (Vieillot 1816) x x x x xHypocnemoides maculicauda (Pelzeln 1868) x x xPyriglena leuconota (Spix 1824) x x xMyrmoborus myotherinus (Spix 1825) x xCercomacra nigrescens (Cabanis amp Heine 1859) x x xHypocnemis cantator (Boddaert 1783) x x x xWillisornis poecilinotus (Cabanis 1847) x xRhegmatorhina hoffmannsi (Hellmayr 1907) x x

Melanopareiidae Ericson Olson Irested Alvarenga amp Fjeldsa 2010Melanopareia torquata (Wied 1831)EC x x x

Conopophagidae Sclater amp Salvin 1873Conopophaga lineata (Wied 1831) x x x

Dendrocolaptidae Gray 1840Dendrocincla fuliginosa (Vieillot 1818) x x xSittasomus griseicapillus (Vieillot 1818) x x x xGlyphorynchus spirurus (Vieillot 1819) x x x x xXiphorhynchus guttatus (Lichtenstein 1820) x x xDendroplex picus (Gmelin 1788) x x xLepidocolaptes angustirostris (Vieillot 1818) x x x xLepidocolaptes albolineatus (Lafresnaye 1845) x x x xDendrocolaptes platyrostris Spix 1825 x x x xHylexetastes perrotii (Lafresnaye 1844) x x

Furnariidae Gray 1840Xenops rutilans Temminck 1821 x x x xFurnarius rufus (Gmelin 1788) x x x xLochmias nematura (Lichtenstein 1823) x xHylocryptus rectirostris (Wied 1831)EC x xSyndactyla dimidiata (Pelzeln 1859) x xPhacellodomus rufifrons (Wied 1821) xPhacellodomus ruber (Vieillot 1817) x xSynallaxis frontalis Pelzeln 1859 x x x xSynallaxis albescens Temminck 1823 x x x xSynallaxis rutilans Temminck 1823 x x xSynallaxis gujanensis (Gmelin 1789) x x xCranioleuca vulpina (Pelzeln 1856) x x x x

Pipridae Rafinesque 1815Neopelma pallescens (Lafresnaye 1853) x x x xTyranneutes stolzmanni (Hellmayr 1906) x xPipra fasciicauda Hellmayr 1906 x x x xManacus manacus (Linnaeus 1766) x x x


274

Valadatildeo RM



Taxa Fitofisionomia NS RHMS MC CD CE PCMachaeropterus pyrocephalus (Sclater 1852) x x x xAntilophia galeata (Lichtenstein 1823)EC x x x x

Tityridae Gray 1840Oxyruncus cristatus Swainson 1821 x x xTerenotriccus erythrurus (Cabanis 1847) xSchiffornis turdina (Wied 1831) x x xTityra inquisitor (Lichtenstein 1823) x x x xTityra cayana (Linnaeus 1766) x x x xTityra semifasciata (Spix 1825) x xPachyramphus viridis (Vieillot 1816) x xPachyramphus polychopterus (Vieillot 1818) x x x x

Cotingidae Bonaparte 1849Xipholena punicea (Pallas 1764) x x xPlatyrinchus mystaceus Vieillot 1818 x x xPiprites chloris (Temminck 1822) x x

Rhynchocyclidae Berlepsch 1907Mionectes oleagineus (Lichtenstein 1823) x x x xLeptopogon amaurocephalus Tschudi 1846 x x x xCorythopis delalandi (Lesson 1830) x x xTolmomyias sulphurescens (Spix 1825) x x x xTodirostrum cinereum (Linnaeus 1766) x x x xPoecilotriccus latirostris (Pelzeln 1868) x x xHemitriccus flammulatus Berlepsch 1901 x xHemitriccus striaticollis (Lafresnaye 1853) x x xHemitriccus margaritaceiventer (drsquoOrbigny amp Lafresnaye 1837) x x x x x

Tyrannidae Vigors 1825Hirundinea ferruginea (Gmelin 1788) x xEuscarthmus meloryphus Wied 1831 x xEuscarthmus rufomarginatus (Pelzeln 1868) x xCamptostoma obsoletum (Temminck 1824) x x x x xElaenia flavogaster (Thunberg 1822) x x x xElaenia albiceps (drsquoOrbigny amp Lafresnaye 1837) x x xElaenia parvirostris Pelzeln 1868 x x x xElaenia cristata Pelzeln 1868 x x x xElaenia chiriquensis Lawrence 1865 x x xSuiriri suiriri (Vieillot 1818) x x x x xSuiriri islerorum Zimmer Whittaker amp Oren 2001EC x x x xMyiopagis gaimardii (drsquoOrbigny 1839) x x xMyiopagis caniceps (Swainson 1835) x x xMyiopagis viridicata (Vieillot 1817) x x x xPhaeomyias murina (Spix 1825) x x x xPhyllomyias fasciatus (Thunberg 1822) x x xCulicivora caudacuta (Vieillot 1818) AM x x xAttila bolivianus Lafresnaye 1848 x x x xLegatus leucophaius (Vieillot 1818) x x xRamphotrigon ruficauda (Spix 1825) x x xMyiarchus tuberculifer (drsquoOrbigny amp Lafresnaye 1837) x x x x xMyiarchus swainsoni Cabanis amp Heine 1859 x x x x xMyiarchus ferox (Gmelin 1789) x x x x xMyiarchus tyrannulus (Statius Muller 1776) x x x xSirystes sibilator (Vieillot 1818) x x x xCasiornis rufus (Vieillot 1816) x x x xPitangus sulphuratus (Linnaeus 1766) x x x x x x


275




Taxa Fitofisionomia NS RHMS MC CD CE PCPhilohydor lictor (Lichtenstein 1823) x x x xMachetornis rixosa (Vieillot 1819) x x xMyiodynastes maculatus (Statius Muller 1776) x x x x x xMegarynchus pitangua (Linnaeus 1766) x x x x x xMyiozetetes cayanensis (Linnaeus 1766) x x xTyrannus albogularis Burmeister 1856 x x x x xTyrannus melancholicus Vieillot 1819 x x x x x xTyrannus savana Vieillot 1808 x x x x x xGriseotyrannus aurantioatrocristatus (drsquoOrbigny amp Lafresnaye 1837) x x x x xEmpidonomus varius (Vieillot 1818) x x x x x xColonia colonus (Vieillot 1818) x x x xMyiophobus fasciatus (Statius Muller 1776) x x x x xSublegatus modestus (Wied 1831) x x xPyrocephalus rubinus (Boddaert 1783) x xGubernetes yetapa (Vieillot 1818) x xCnemotriccus fuscatus (Wied 1831) x x xLathrotriccus euleri (Cabanis 1868) x x xKnipolegus lophotes Boie 1828 xXolmis cinereus (Vieillot 1816) x x xXolmis velatus (Lichtenstein 1823) x x

Vireonidae Swainson 1837Cyclarhis gujanensis (Gmelin 1789) x x x xVireo olivaceus (Linnaeus 1766) x x x xHylophilus muscicapinus Sclater amp Salvin 1873 x

Corvidae Leach 1820Cyanocorax cyanomelas (Vieillot 1818) x x x x xCyanocorax cristatellus (Temminck 1823)EC x x x

Hirundinidae Rafinesque 1815Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot 1817) x xStelgidopteryx ruficollis (Vieillot 1817) x x x xProgne tapera (Vieillot 1817) x x xProgne chalybea (Gmelin 1789) x xTachycineta leucorrhoa (Vieillot 1817) x xHirundo rustica Linnaeus 1758 x x

Troglodytidae Swainson 1831Troglodytes musculus Naumann 1823 x x xCampylorhynchus turdinus (Wied 1831) x x x xPheugopedius genibarbis (Swainson 1838) x x xCantorchilus leucotis (Lafresnaye 1845) x x x

Donacobiidae Aleixo amp Pacheco 2006Donacobius atricapilla (Linnaeus 1766) x

Polioptilidae Baird 1858Polioptila dumicola (Vieillot 1817) x x x x x x

Turdidae Rafinesque 1815Catharus fuscescens (Stephens 1817) x x x xTurdus rufiventris Vieillot 1818 x x x x x xTurdus leucomelas Vieillot 1818 x x x x x xTurdus fumigatus Lichtenstein 1823 x xTurdus amaurochalinus Cabanis 1850 x x x xTurdus albicollis Vieillot 1818 x x

Mimidae Bonaparte 1853Mimus saturninus (Lichtenstein 1823) x x x x

Coerebidae drsquoOrbigny amp Lafresnaye 1838


276

Valadatildeo RM



Taxa Fitofisionomia NS RHMS MC CD CE PCCoereba flaveola (Linnaeus 1758) x x x x x x

Thraupidae Cabanis 1847Saltator maximus (Statius Muller 1776) x x x xSaltator coerulescens Vieillot 1817 x x x x xSaltator similis drsquoOrbigny amp Lafresnaye 1837 x x xSaltatricula atricollis (Vieillot 1817)EC x x xCypsnagra hirundinacea (Lesson 1831) x x x xTachyphonus rufus (Boddaert 1783) x x x xRamphocelus carbo (Pallas 1764) x x x x xLanio luctuosus (drsquoOrbigny amp Lafresnaye 1837) x xLanio cucullatus (Statius Muller 1776) x x xLanio versicolor (drsquoOrbigny amp Lafresnaye 1837) x x xLanio penicillatus (Spix 1825) x x x xTangara mexicana (Linnaeus 1766) x xTangara chilensis (Vigors 1832) x xTangara sayaca (Linnaeus 1766) x x x x x xTangara palmarum (Wied 1823) x x x x xTangara cyanicollis (drsquoOrbigny amp Lafresnaye 1837) x x xTangara cayana (Linnaeus 1766) x x x x x xNeothraupis fasciata (Lichtenstein 1823) x x xCissopis leverianus (Gmelin 1788) x x x x x xSchistochlamys melanopis (Latham 1790) x x x xParoaria capitata (drsquoOrbigny amp Lafresnaye 1837) x x xTersina viridis (Illiger 1811) x x x xDacnis lineata (Gmelin 1789) x x x xDacnis cayana (Linnaeus 1766) x x x x x xCyanerpes caeruleus (Linnaeus 1758) x x x x xCyanerpes cyaneus (Linnaeus 1766) x x x xChlorophanes spiza (Linnaeus 1758) x xHemithraupis guira (Linnaeus 1766) x x x xHemithraupis flavicollis (Vieillot 1818) x x xConirostrum speciosum (Temminck 1824) x x

Emberizidae Vigors 1825Zonotrichia capensis (Statius Muller 1776) x x xAmmodramus humeralis (Bosc 1792) x x xPorphyrospiza caerulescens (Wied 1830)EC x xSicalis citrina Pelzeln 1870 x xSicalis flaveola (Linnaeus 1766) x x x xEmberizoides herbicola (Vieillot 1817) x x xVolatinia jacarina (Linnaeus 1766) x x xSporophila plumbea (Wied 1830) x x xSporophila collaris (Boddaert 1783) xSporophila lineola (Linnaeus 1758) x xSporophila nigricollis (Vieillot 1823) x xSporophila caerulescens (Vieillot 1823) x xSporophila leucoptera (Vieillot 1817) x x xSporophila angolensis (Linnaeus 1766) x x xSporophila maximiliani (Cabanis 1851)AM xTiaris fuliginosus (Wied 1830) x xArremon taciturnus (Hermann 1783) x x x xArremon flavirostris Swainson 1838 x x xCharitospiza eucosma Oberholser 1905EC x

Cardinalidae Ridgway 1901


277




Taxa Fitofisionomia NS RHMS MC CD CE PCPiranga flava (Vieillot 1822) x x x xCyanoloxia brissonii (Lichtenstein 1823) x x x x

Parulidae Wetmore Friedmann Lincoln Miller Peters van Rossem Van Tyne amp Zimmer 1947

Parula pitiayumi (Vieillot 1817) x x x xGeothlypis aequinoctialis (Gmelin 1789) x x xBasileuterus hypoleucus Bonaparte 1830 x x xBasileuterus flaveolus (Baird 1865) x x x xBasileuterus leucophrys Pelzeln 1868EC x

Icteridae Vigors 1825Psarocolius decumanus (Pallas 1769) x x x x xProcacicus solitarius (Vieillot 1816) xCacicus haemorrhous (Linnaeus 1766) x x x xCacicus cela (Linnaeus 1758) x x x x x xIcterus cayanensis (Linnaeus 1766) x x x xIcterus croconotus (Wagler 1829) x x xGnorimopsar chopi (Vieillot 1819) x x x xMolothrus oryzivorus (Gmelin 1788) x x x xMolothrus bonariensis (Gmelin 1789) x x x x x

Fringillidae Leach 1820Euphonia chlorotica (Linnaeus 1766) x x x x x xEuphonia violacea (Linnaeus 1758) x xEuphonia laniirostris (drsquoOrbigny amp Lafresnaye 1837) x x x x xEuphonia rufiventris (Vieillot 1819) x x x


Tabela 2 Nuacutemero de espeacutecies de aves registradas em diferentes aacutereas do bioma CerradoTable 2 Number of bird species registered in different areas of the Cerrado Biome

Local (estado) Nordm de espeacutecies FonteVila Bela da Santiacutessima Trindade (MT) 312 Silveira amp DrsquoHorta (2002)Chapada dos Guimaratildees (MT) 393 Lopes et al (2009)Parque Estadual da Serra Azul (MT) 131 Purificaccedilatildeo amp Castilho (2009)Planalto da Bodoquena (MS) 353 Pivatto et al (2006)ESEC Itirapina (SP) 231 Mota-Juacutenior et al (2008)ESEC Caetus (SP) 293 Cavarzere et al (2009)Trecircs Marias (MG) 101 Ribon et al (1995)PARNA Serra da Canastra (MG) 282 Silveira (1998)RPPN do Panga (MG) 231 Marccedilal-Juacutenior et al (2006)Fazenda Brejatildeo (MG) 273 Faria et al (2009)RPPN Mata Samuel de Paula (MG) 188 Ferreira et al (2009)PARNA Serra do Cipoacute (MG) 338 Melo-Juacutenior et al (2001) Rodrigues et al (2005 2011)Caldazinha (GO) 124 Blamires et al (2001)Niquelacircndia (GO) 156 Curcino et al (2007) PARNA de Brasiacutelia (DF) 265 Antas (1995)ESEC Aacutegua Emendadas (DF) 301 Bagno (1998) Lopes et al (2005)ESEC Jardim Botacircnico (DF) 238 Tubelis amp Cavalcanti (2001)PARNA Chapada Diamantina (BA) 359 Parrini et al (1999)ESEC Serra Geral do Tocantins (BATO) 254 Rego et al (2011)Sudeste do Estado do Tocantins (TO) 308 Pacheco amp Olmos (2006)Pedro Afonso (TO) 254 Lopes amp Braz (2007)Regiatildeo do Cantatildeo (TO) 418 Pinheiro amp Dornas (2009)

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Valadatildeo RM



Figura 3 Curva do coletor observada que mostra o acuacutemulo de espeacutecies registradas nas aacutereas amostradas de forma sistemaacutetica e da ESEC Serra das Araras no eixo das abscissas temos os meses de amostragem e no das ordenadas temos o nuacutemero acumulativo de espeacutecies registrados durante o periacuteodo de estudoFigure 3 Collectorrsquos Curve indicates an accumulation of species registered in the areas sampled in a systematic basis and the EESA the x-axis indicates the month of sampling and in the ordinate shows the cumulative number of species recorded during the study period

Figura 4 Box-plot do nuacutemero de espeacutecies de aves observadas nas cinco fitofisionomias amostradas na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras Os siacutembolos indicam as aacutereas que natildeo apresentaram diferenccedilas das meacutedias quando comparadas pelo teste de TukeyFigure 4 Box-plot of the number of bird species found in five vegetation types sampled in the Ecological Station of Serra das Araras The symbols that indicate the areas that showed no differences of means compared by Tukey test

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Figura 5 Dendrograma do iacutendice de similaridade de Soumlrensen para as aacutereas amostradas de forma sistemaacutetica em que MS (mata semideciacutedua) MC (mata Ciliar) CD (cerradatildeo) CE (cerrado sentido restrito) e PC (parque cerrado)Figure 5 Sorensenrsquos similarity coefficient for the areas sampled in a systematic basis in which MS (semi-deciduous forest) MC (riparian forest) CD (cerradatildeo) CE (cerrado sentido restrito) and PC (parque cerrado)

O registro de 13 espeacutecies de aves endecircmicas do Cerrado que representam 433 das espeacutecies endecircmicas desse Bioma (Silva 1995 1997 Cavalcanti 1999 Silva amp Santos 2005) e das sete espeacutecies nacionalmente ameaccediladas de extinccedilatildeo ressalta a importacircncia da Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras na proteccedilatildeo dessas aves Devido a sua particularidade o registro de C cyanopis merece destaque Ele foi realizado no campo rupestre (Figura 2g) em marccedilo de 2007 por volta das oito horas quando um uacutenico indiviacuteduo foi avistado junto com trecircs indiviacuteduos de C talpacoti que bebiam aacutegua numa poccedila em meio as rochas No ano de 2011 fora montada uma equipe para tentar documentar a espeacutecie durante duas viagens de sete dias entretanto natildeo foi obtido sucesso Os registros realizados por Silva amp Oniki (1988) natildeo indica o local somente que fora nos limites da EESA Willis amp Oniki (1990) esclarecem que os registros foram realizados em ldquocampos cerradosrdquo A elaboraccedilatildeo de um plano de conservaccedilatildeo para essa espeacutecie deve ser considerado dentre os programas de conservaccedilatildeo de espeacutecies nacionalmente ameaccediladas de extinccedilatildeo

A presenccedila de alguns elementos do Pantanal e a influecircncia de elementos amazocircnicos quando considerado Silva (1996) pode sugerir que a Proviacutencia Serrana atue como um corredor entre o Cerrado e esses outros dois biomas Dessa maneira aleacutem dos extensos corredores ribeirinhos conforme apontado por Silva amp Santos (2005) a preservaccedilatildeo dessa cadeia de serras eacute outra estrateacutegia para conservaccedilatildeo dessas aves na regiatildeo mesmo que sua origem tenha sido relictual A partir disso ficam as sugestotildees de ampliaccedilatildeo da ESEC Serra das Araras para sua regiatildeo nordeste e sudoeste (vale do Rio Jauquara) a criaccedilatildeo de um mosaico de unidades de conservaccedilatildeo ao longo da Proviacutencia Serrana e a sugestatildeo de futuros estudos nessa cadeia de montanhas para corroborar ou negar essa ldquosugestatildeordquo

A partir dos resultados apresentados e discutidos conclui-se que a Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras eacute uma das aacutereas no Cerrado com maior riqueza de espeacutecies de aves registradas ateacute o momento e que aleacutem de preservar um elevado nuacutemero a presenccedila de espeacutecies endecircmicas e nacionalmente ameaccediladas de extinccedilatildeo faz dessa aacuterea protegida um local de grande importacircncia para a conservaccedilatildeo desse grupo animal o que corrobora o proposto Oliveira et al (2007) e Pinto et al (2008) os quais indicam essa regiatildeo como aacuterea prioritaacuteria para conservaccedilatildeo de aves no Cerrado

Agradecimentos

Ao colega Fabiano Ficagna de Oliveira pelo auxiacutelio com a identificaccedilatildeo de algumas espeacutecies Ao Nuno Rodrigues da Silva pelo auxiacutelio na elaboraccedilatildeo do mapa e a Carolina Poumlter de Castro pelo auxiacutelio com o abstract Aos dois referis anocircnimos por suas criacuteticas e sugestotildees para o melhoramento da qualidade do manuscrito

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sudoeste do Mato Grosso nas cidades de Porto Estrela e Caacuteceres Sua aacuterea estaacute localizada entre as latitudes 15deg 27rsquo 11rdquo-15deg 51rsquo 04rdquo Sul e longitudes 57deg 06rsquo 06rdquo-57deg 16rsquo 41rdquo Oeste (Figura 1)

A regiatildeo da unidade de conservaccedilatildeo destaca-se das demais aacutereas do entorno por se encontrar fisicamente isolada e apresentar relevo e altitudes bem diferenciados das regiotildees adjacentes (vale do alto rio Paragai e Pantanal) sendo parte da Proviacutencia Serrana Essa unidade geomorfoloacutegica eacute um extenso corredor de serras paralelas com cerca de 400 km de comprimento por 40 km de largura estendendo-se do Pantanal de Caacuteceres ateacute a cidade de Paranatinga O Clima da regiatildeo segundo classificaccedilatildeo de Koumlppen eacute do tipo Aw Megateacutermico com niacutetida sazonalidade sendo o periacuteodo chuvoso de outubro a abril e o periacuteodo seco de maio a setembro (Ross 1991)

Cinco fitofisionomias foram amostradas sistematicamente durante o presente estudo Sua classificaccedilatildeo obedece Ribeiro amp Walter (2008) e possuem as seguintes caracteriacutesticas

11 Mata semideciacutedua fitofisionomia florestal com aacutervores ere-tas de 15 a 30 m de altura que crescem sobre solo de origem calcaacuteria com afloramento rochoso No periacuteodo chuvoso a cobertura foliar eacute superior a 90 e diminui para menos de 50 no periacuteodo seco com a queda das folhas das espeacutecies deciacuteduas

12 Mata ciliar fitofisionomia florestal que apresenta aacutervores eretas de 20 a 25 m de altura A caducifoacutelia durante o periacuteodo seco permite o desenvolvimento de um denso sub-bosque e garante um estoque perene de serrapilheira

13 Cerradatildeo fitofisionomia florestal com plantas de folhas duras e coriaacuteceas composto por espeacutecies vegetais tanto do cerrado sentido restrito como de mata ciliar A altura das aacutervores varia de 8 a 15 m de altura proporcionando condiccedilotildees de luminosi-dade que favorece a formaccedilatildeo de estrato arbustivo

14 Cerrado sentido restrito fitofisionomia savacircnica com denso estrato graminoso e presenccedila de aacutervores baixas inclinadas tortuosas com ramificaccedilotildees irregulares e retorcidas que variam entre 3 e 5 m de altura

15 Parque cerrado fitofisionomia savacircnica que apresenta aacutervores de cerrado sentido restrito de 3 a 6 m de altura agrupadas em pequenas elevaccedilotildees bem drenadas do terreno os ldquomurundusrdquo Neles a cobertura arboacuterea atinge de 50 a 60 e nas depressotildees cobertas por um tapete graminoso denso que cresce em solo alagado de janeiro a abril a cobertura arboacuterea cai para praticamente 0

2 Meacutetodos

O levantamento da avifauna foi realizado no periacuteodo de maio de 2006 a dezembro de 2007 em campanhas mensais com intervalos meacutedios de 27 (plusmn3) dias entre elas

Cinco fitofisionomias foram amostradas de forma sistemaacuteticas mata ciliar (Figura 2a) mata semi deciacutedua (Figura 2b) cerradatildeo (Figura 2c) cerrado sentido restrito (Figura 2d) e parque cerrado (Figura 2e) Um transecto de 500 m foi delimitado em trilhas preexistentes em cada uma das fitofisionomias (Figura 1b) Cada transecto foi amostrado uma vez por mecircs percorrendo-se livremente sua extensatildeo durante quatro horas a partir do nascer e duas horas a partir do por do sol totalizando 600 horas de amostragem sendo 80 horas durante o dia e 40 horas durante a noite por transectohaacutebitat

Aacutereas de mata calcaacuteria (Figura 2f) campo rupestre (Figura 2g) e cerrado rupestre (Figura 2h) foram amostradas esporadicamente devido a sua dificuldade de acesso Capturas eventuais utilizando-se redes de neblina foram tambeacutem realizadas para confirmaccedilatildeo de algumas espeacutecies Por natildeo terem obedecido a uma metodologia padronizada os registros obtidos nas aacutereas amostradas esporadicamente e nas capturas somente serviram para compor a lista final de espeacutecies como registros natildeo sistemaacuteticos o esforccedilo amostral natildeo foi considerado

Introduccedilatildeo

Aves satildeo importantes na avaliaccedilatildeo da qualidade ambiental e peccedilas chaves na determinaccedilatildeo de aacutereas para a conservaccedilatildeo pois se trata de um grupo diversificado que ocupa diferentes haacutebitats niacuteveis troacuteficos e satildeo altamente sensiacutevel agraves modificaccedilotildees ambientais O comportamento conspiacutecuo e facilidade de identificaccedilatildeo de grande parte das espeacutecies aleacutem da rapidez na amostragem fazem delas um dos grupos mais bem conhecido da regiatildeo neotropical (Kattan et al 1994 Stotz et al 1996 Tubelis amp Cavalcanti 2000 Marini 2001 Eken et al 2004)

O Brasil eacute o terceiro paiacutes em riqueza de aves com 1801 espeacutecies (Comitecirc 2011) dessas 856 tem registros para o Cerrado e 30 satildeo endecircmicas (Silva amp Santos 2005) Esse pequeno nuacutemero de espeacutecies endecircmicas pode ser explicado por sua interconexatildeo como os demais biomas o que influenciou no processo de especiaccedilatildeo desse grupo (Sick 1966) Embora ocupe o terceiro lugar em riqueza de aves no Brasil o Cerrado ainda eacute um ambiente pouco estudado em relaccedilatildeo a sua avifauna extensas porccedilotildees de seu territoacuterio ainda natildeo tinham sido ldquominimamente estudadasrdquo (localidades que tivessem pelo menos 80 espeacutecimes coletados ou uma lista com no miacutenimo 100 espeacutecies) em 1995 fato que pouco mudou em dez anos (Silva 1995 Silva amp Santos 2005)

O Cerrado cobre aproximadamente 24 do territoacuterio nacional e eacute hoje a maior mais distinta mais rica e provavelmente a mais ameaccedilada savana tropical do mundo (Silva amp Bates 2002 Silva amp Santos 2005 Serviccedilo 2011) o que lhe garante o tiacutetulo de ldquohot spotsrdquo mundial e aacuterea prioritaacuteria para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Myers et al 2000) Um dos principais fatores determinantes da sua riqueza eacute a sua estratificaccedilatildeo horizontal pois Cerrado pode ser entendido como um grande mosaico no qual as peccedilas satildeo as diferentes fitofisionomias as quais produzem um gradiente em densidade e altura definido por formaccedilotildees campestres a florestais (Coutinho 1978)

Nos uacuteltimos anos tem havido uma intensa substituiccedilatildeo das aacutereas de vegetaccedilatildeo nativa do Cerrado por zonas urbanas agricultura pastagens e reflorestamentos com espeacutecies vegetais exoacuteticas (Machado amp Lamas 1996) Dados do Serviccedilo Florestal Brasileiro (2011) mostram que ao final de 2008 o percentual de aacuterea desmatada era de 478 e que apenas 64 do bioma encontrava-se formalmente preservado em unidades de conservaccedilatildeo valor eacute bem inferior aos 10 assumido via termo de compromisso pelo Ministeacuterio do Meio Ambiente durante o Workshop ldquoAccedilotildees Prioritaacuterias para a conservaccedilatildeo da biodiversidade do Cerrado e Pantanalrdquo (Brasil 1999)

Inventariar um local eacute a forma mais direta para se acessar parte dos componentes da diversidade animal de uma localidade (Silveira et al 2010) As listas de espeacutecies principal produto desses inventaacuterios satildeo importantes para anaacutelise futura de relaccedilotildees biogeograacuteficas (Ribon et al 1995 Nunes amp Pacheco 2004) para a determinaccedilatildeo de rotas migratoacuterias (Ribon et al 1995) e uma contribuiccedilatildeo fundamental aos oacutergatildeos gestores das aacutereas protegidas brasileiras (Argel-de-Oliveira 1993) Podem ser utilizadas para investigaccedilatildeo da dinacircmica natural da flora e fauna dos eventos ecoloacutegicos e da eficaacutecia de gestatildeo de uma Unidade de Conservaccedilatildeo

O objetivo deste trabalho foi inventariar a avifauna da Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras comparar a riqueza de aves entre as fitofisionomias estudadas comparar os resultados obtidos a estudos anteriores bem como criar uma base de dados confiaacutevel que embase as tomadas de decisatildeo e gestatildeo dessa aacuterea protegida

Material e Meacutetodos

1 Aacuterea de estudo

A Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Serra das Araras eacute uma unidade de conservaccedilatildeo federal que ocupa 28700 ha do bioma Cerrado no


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as aves da estação ecológica serra das araras, mato grosso ...cobertas por um tapete graminoso...

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