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Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território Relatório sobre as atividades desenvolvidas no âmbito da Ria de Aveiro, 2011 (Aditamento ao Relatório de Atividades de 2011) Administração da Região Hidrográfica do Centro, IP Fevereiro 2012

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do Ambiente e do Ordenamento do Território

Relatório sobre as atividades desenvolvidas no âmbito da 

Ria de Aveiro, 2011 

(Aditamento ao Relatório de Atividades de 2011) 

Administração da Região Hidrográfica do Centro, IP 

 

Fevereiro 2012 

 

 

 

 

 

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Edifício “Fábrica dos Mirandas” Avenida Cidade Aeminium 3000-429 Coimbra Tel.: 239 850 200 Fax: 239 850 250 [email protected] http://www.arhcentro.pt

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Índice 

Nota introdutória    5

1. Enquadramento   

    1.1 Antecedentes sobre a gestão da Ria de Aveiro   6

    1.2 Especificidades da Ria de Aveiro   7

    1.3 A Gestão da Ria de Aveiro do âmbito das responsabilidades da ARH    7

2. Principais atividades desenvolvidas  

    2.1 Medidas prioritárias no ano de 2011   10

    2.2 Sistematização de informação de base   10

          2.2.1 Explorador cartográfico   11

          2.2.2 Geo‐referenciação da atividade de aquicultura na Ria de Aveiro   11 

          2.2.3 Atualização das áreas delimitadas do Domínio Público Marítimo   12 

          2.2.4 Levantamento das utilizações em Domínio Público Marítimo   12 

          2.2.5 Cadastro das ocupações da margem da Ria de Aveiro   16 

    2.3 Definição de critérios para a demarcação física do leito e da margem   17

    2.4 Planeamento, Ordenamento e Avaliação Ambiental   18

    2.5 Plano de Ordenamento do Estuário do Vouga   20

    2.6 Intervenções de requalificação   22

    2.7 Titulação e fiscalização

           2.7.1 Titulação 

  25

           2.7.2 Fiscalização    28

    2.8 Monitorização – Qualidade da água   29

    2.9 Taxa de Recursos Hídricos   31

          2.9.1 Liquidação da Taxa de Recursos Hídricos na Ria de Aveiro    31

          2.9.2 Distribuição dos valores por tipologia   32

          2.9.3 Distribuição dos valores emitidos por tipologia de utilizadores   32

    2.10 Colaboração institucional e participação pública   33

    2.11 Constrangimentos    33

3. Avaliação e desafios para 2011   34

   

 

 

 

 

 

 

 

 

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  Nota introdutória   

Este  relatório  tem  por  objetivo  apresentar  uma  breve  síntese  das  atividades  desenvolvidas  pela Administração  da Região Hidrográfica  do  Centro,  IP  durante  o  ano  2011  no  âmbito  da Ria  de Aveiro. O documento pretende constituir um "zoom" do relatório de atividades geral sobre o trabalho desenvolvido na Ria de Aveiro. Estas atividades tiveram como  instrumento de suporte a carta de Missão dos órgãos de gestão da ARH do Centro, o Plano de Atividades 2011  submetido ao Conselho da Região Hidrográfica do Centro bem como o Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) 2011.  O presente  relatório constitui uma apresentação  sintética e descritiva das actividades desenvolvidas pela ARH  do  Centro,  I.P.,  nas margens  e  no  leito  da  Ria  de  Aveiro,  i.e.,  nas  imediações  do Domínio  Público Marítimo.   Para além da sistematização das principais actividades desenvolvidas este documento  refere os principais constrangimentos encontrados e os desafios para o próximo ano. A sua elaboração assenta na assunção dos desafios  de  uma  administração  pública moderna  atenta  à  importância  em  reportar  à  sociedade  a  sua actividade. Pretende‐se  também com a sua divulgação, a recolha de contributos para o aperfeiçoamento, não apenas da informação a integrar em futuros relatórios mas, sobretudo, de contributos para aperfeiçoar o trabalho a desenvolver pela ARH neste contexto.  O documento está estruturado em três capítulos. O primeiro sintetiza os antecedentes de gestão da Ria de Aveiro até ao presente, as especificidades da Ria de Aveiro, bem  como, as  responsabilidades da ARH do Centro,  IP em matéria de gestão da Ria de Aveiro, que  fundamentam a elaboração deste relatório dando conta dos primeiros passos desenvolvidos para a sua gestão e governação. O segundo e terceiro capítulos sistematizam as principais atividades e identificam os principais desafios para o próximo ano. 

                          

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1. Enquadramento          1.1 Antecedentes sobre a responsabilidade de gestão da Ria de Aveiro 

 Na sequência da extinção da Junta Autónoma do Porto de Aveiro e da criação da Administração do Porto de Aveiro, S.A. (APA) Decreto‐Lei nº 339/98, de 3 de Novembro, cuja área de jurisdição se tornou mais restrita, o quadro institucional de responsabilidade pela gestão da Ria de Aveiro foi alterado, tendo ficado em 2002 sob a tutela do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território (Decreto‐Lei nº 40/2002, de 28 de Fevereiro). Desde  então  foram‐se  sucedendo  tentativas  para  promover  outros  quadros  institucionais  de gestão integrada da Ria: i) Uma assentou na  criação do Departamento da Ria de Aveiro  (DRIA) em 2001,  inserido na orgânica da Direcção  Regional  do  Ambiente  e  do  Ordenamento  do  Território  Centro  (DRAOT  Centro) mas  que  não chegou a exercer funções. ii) Outra foi a celebração de um protocolo entre a DRAOT Centro e a APA com vista à gestão das áreas da Ria transferidas para a DRAOT e formação de técnicos da primeira mas que foi mais tarde considerado nulo.  iii) Outra ainda teve a ver com a tentativa de criação, em 2005, de um Gabinete de Gestão Integrada da Ria de Aveiro, através de um Decreto Regulamentar que, no entanto, não chegou a ser promulgado.  iv) Entre 2006 e 2008 a gestão da Ria de Aveiro esteve atribuída à CCDRC na sequência da  integração da DRAOT nos seus serviços. Na falta de uma efectiva transição, não apenas de processos de licenciamento de utilização do domínio público marítimo, mas  também, e sobretudo, de  recursos  técnicos e  financeiros, as medidas de gestão promovidas foram diminutas.  Com a criação da Administração da Região Hidrográfica do Centro, IP, a partir de 1 de Outubro de 2008, a gestão  do  domínio  público marítimo  da Ria  de Aveiro  ficou  sob  a  responsabilidade  deste  novo  instituto desconcentrado do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. A ARH resulta de um modelo institucional  de  gestão  dos  recursos  hídricos  criado  no  âmbito  da  Lei  da  Água  (Lei  58/2005,  de  29  de Dezembro) permite que, pela primeira vez, tenhamos um conjunto de condições chave para equacionar o modelo de gestão dos recursos hídricos de forma inovadora e adaptada às especificidades da Ria de Aveiro. Por  um  lado,  o  quadro  legislativo  criou  organismos  específicos  e  completamente  dedicados  à  gestão integrada da água e dos recursos hídricos  interiores e costeiros, as Administrações de Região Hidrográfica (ARH), que se revestem de particular importância para enquadrar o modelo de gestão da Ria de Aveiro. Por outro  lado, este novo quadro  legislativo  cria  condições  inovadoras para uma maior proximidade entre a administração  e  os  administrados  através  de  mecanismos  que  permitem  uma  maior  participação  dos utilizadores e da sociedade na gestão dos recursos hídricos. Um destes mecanismos assenta no conselho de região  hidrográfica,  que  reúne  um  conjunto  diverso  de  entidades  de  nível  central  mas  também  de representantes de  interesses  regionais que acompanham e escrutinam as actividades desenvolvidas pela Administração de Região Hidrográfica.  

Outro mecanismo assenta na possibilidade de delegação de competências de gestão dos recursos hídricos em associações de utilizadores do domínio público hídrico, cujo regime  jurídico ficou estabelecido através do Decreto‐Lei nº 348/2007, de 19 de Outubro de 2007, ou mesmo em municípios, de acordo com o artigo 9º  da  Lei  nº  58/2005,  de  29  de Dezembro,  ou  associações  de municípios,  nos  termos  do  artigo  13º  do Decreto‐Lei nº 226‐A/2007, de 31 de Maio.  Ainda  no  contexto  da  Lei  da  Água  e  da  sua  interface  com  a  gestão  do  território  importa  acrescentar  a referência ao  futuro Plano de Ordenamento de Estuário regulamentado pelo Decreto‐Lei nº 129/2008, de 21  de  Julho,  que  estabelecerão  as  grandes  orientações  para  a  gestão  integrada  das massas  de  água  e recursos estuarinos bem como as margens associadas. Este documento, aplicado ao Estuário do Rio Vouga tal  como  previsto  no  referido  Despacho  n.º  22550/2009,  de  13  de  Outubro,  reveste‐se  de  particular importância no modelo de gestão da Ria de Aveiro já que vai permitir reunir num documento as principais normas para a gestão da Ria de Aveiro à luz dos princípios estabelecidos pela Lei da Água. 

    

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1.2 Especificidades da Ria de Aveiro  

A gestão da Ria da Aveiro requer particular atenção por parte da ARH do Centro, IP por razão dos factores seguintes: i) dos efeitos negativos das pressões do crescimento económico sobre os  recursos hídricos, e dos valores naturais, ambientais, socioeconómicos e paisagísticos associados; ii)  da multiplicidade  de  utilizações  dos  recursos  hídricos  e  das  suas  implicações  para  a manutenção  da qualidade e do estabilidade da Ria de Aveiro; iii) da extensão que abrange; iv) do ambiente de interface em que se encontra por força da sua ambiência litoral, estuarina e, integração na bacia hidrográfica do Rio Vouga; v)  da  complexidade  institucional  envolvente,  que,  para  além  dos  organismos  de  diversos  sectores  de actuação da administração central, é abrangida por onze municípios, e  vi) da carência de intervenções estruturais de valorização e de controlo das diversas utilizações numa parte importante do domínio hídrico nesta zona.  A  Ria  de  Aveiro  integra  ainda  a  lista  de  sítios  da  Rede  Natura  2000,  sendo‐lhe,  portanto,  atribuída importância europeia e nacional, facto que  implica acrescidas responsabilidades sobre o Estado português na adopção de uma solução célere e eficaz para a gestão da Ria de Aveiro, à luz dos princípios modernos de governação ambiental e gestão dos recursos hídricos. Apesar dos problemas da Ria envolverem um âmbito mais vasto, é particularmente oportuno centrar o seu modelo de gestão no âmbito da Lei da Água (Lei nº 58/2005, de 29 de Dezembro). Coloca‐se o elemento água como o centro do processo de concertação de interesses  o  que  pode  tornar‐se mais  fácil  do  que  o  território,  a  biodiversidade  ou  a  paisagem  que  são elementos mais difusos na percepção dos agentes e da sociedade.    À luz do actual quadro institucional e legislativo entre os principais requisitos para a gestão da Ria de Aveiro, enquadrados no âmbito de actuação da ARH do Centro, IP, destacam‐se os seguintes: i)  elaboração  e  adopção do Plano de Ordenamento do  Estuário do Vouga  (Ria de Aveiro) que oriente  e regule as utilizações preferenciais e identifique novas oportunidades de uso de acordo com a capacidade de carga; ii) articulação de usos e licenciamento e fiscalização de utilizações (múltiplas e por vezes conflituosas entre si); iii) articulação entre diversas entidades com responsabilidade na Ria;  iv) manutenção dos canais navegáveis, dos cais de acostagem públicos, de diques e motas em DPM e de pequenas infra‐estruturas hidráulicas; v) controlo da qualidade da água e de espécies infestantes; vi) dotação de base de dados e SIG que sistematize jurisdições, utilizações e títulos, etc; vii) mecanismos colaborativos que envolvam utilizadores e administração pública; viii) medidas de minimização e adaptação a variações e alterações climáticas e a riscos. ix) recursos humanos adequados às atribuições.  

1.3 A Gestão da Ria de Aveiro no âmbito das responsabilidades da ARH     

A gestão da Ria de Aveiro, essencialmente no que respeita ao domínio público marítimo associado às suas margens,  leito e massas de água  constitui desde o  início da  criação da ARH do Centro,  IP um núcleo de particular atenção. Esta foi desde logo sublinhada entre os objetivos operacionais da ARH do Centro quando se inclui a "promoção da gestão integrada das principais massas de água, dando prioridade à Ria de Aveiro". As Figura 1 e 2 sintetizam as principais responsabilidades de gestão da ARH no contexto da Ria de Aveiro, acompanhadas pelas  reuniões do Conselho de Região Hidrográfica, bem  como os principais domínios de atuação. 

  

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Planeamento

Requalificação

Licenciamento

Monitorização

Fiscalização

Domínios de actuação

Municípios

Agricultura e Pescas

Economia

Turismo

Saúde

ICNB

INAG

CCDR

Autoridade Marítima

Obras Públicas

SEPNA

Entidades com que interage

Principais Utilizadores

Das massas de água

Das margens

Conselho de Região Hidrográfica  

Figura 1. Gestão da Ria de Aveiro no âmbito de actuação da ARH do Centro, IP  

Planeamento

Requalificação

Licenciamento

Monitorização

Fiscalização

Quadro de referência de decisão e investimento, definição de prioridades, definição de medidas de valorização, regras de utilização, medidas de concertação de usos

Promoção de medidas de valorização, requalificação ou manutenção

Controlo do tipo e da intensidade de usos, articulação de usos

Acompanhamento do estado e da qualidade, identificação me medidas de aperfeiçoamento da gestão – planeamento, requalificação, licenciamento, monitorização

Verificação do cumprimento das condicionantes de licenciamento ou das regras de uso

Gestão da Ria de Aveiro no âmbito das

atribuições da ARH do Centro,

IP

Figura 2. Domínios de actuação da ARH do Centro, IP na Ria de Aveiro 

O desenvolvimento dos  trabalhos nos domínios  referidos  requer uma  relevante  colaboração  institucional com  um  conjunto  diverso  de  organismos  tal  como  ilustra  a  Figura  3,  bem  como  um  constante acompanhamento  de  um  complexo  e  diversificado  utilizadores,  ilustrados  na  Figura  4,  cujos  objectos  e métodos de utilização dos recursos da Ria evidenciam frequentes situações de conflito. 

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Planeamento

Requalificação

Licenciamento

Monitorização

Fiscalização

Municípios e Conselho de Região Hidrográfica da ARH

Municípios, Agricultura e Pescas, Obras Públicas, Turismo, INAG, ICNB

Municípios, Agricultura e Pescas, Economia, Turismo, Saúde, ICNB,CCDR, Autoridade Marítima

Saúde, INAG, Autoridade Marítima, SEPNA

Municípios, Agricultura e Pescas, Economia, Saúde, ICNB, CCDR, Autoridade Marítima, SEPNA

Administração da Região

Hidrográfica do Centro, IP.

Figura 3. Interfaces institucionais 

 

culturas de bivalvesaquicultura em terrenos marginais, piscicultura semi-

intensiva em marinhas, secas de bacalhau

marinhas de sal, armazéns para sal, aprestos de pesca e similares, pesca

principais utilizadores sujeitos a título

parques de campismo, estaleiros de obras, estabelecimentos industriais, similares de

hotelaria, comerciais, turísticos desportivos, quiosques, habitação unifamiliar, vedações,

paineis de publicidade, cabos e condutas

Marinas e actividades de desporto náutico, cais, pontes e moirões, folsas, docas de recreio,

estacionamento de embarcações nos canais, trapiches e embarcadouros colectivos e

individuais

Administração da Região

Hidrográfica do Centro, IP.

actividades agrícolas e similares em terrenos públicos, ervagens

Figura 4. Principais utilizações sujeitas a título pela ARH do Centro, IP 

Nos domínios do planeamento territorial e dos recursos hídricos a ARH do Centro, IP também acompanha e/ou  elabora  um  conjunto  diversos  de  figuras  de  planos  tal  como  ilustrado  na  Figura  5.  Estão  sob  sua responsabilidade  a  elaboração  do  Plano  de  Gestão  de  Região  Hidrográfica  do  Centro,  os  Planos  de Ordenamento de Estuário dos Rios Vouga e Mondego.  Adicionalmente importa referir que na margem da Ria de Aveiro existem vários municípios em processo de revisão  dos  seus  Planos  Directores Municipais.  Após  o  desdobramento  das  competências  que  estavam atribuídas  á  CCDRC  em  matéria  de  Domínio  Hídrico,  a  ARH  do  Centro  herdou  as  responsabilidades anteriormente  atribuídas  ao  INAG  no  seu  acompanhamento.  Em  sede  de  comissão  de  avaliação,  de comissão  mista  de  coordenação  ou  ainda  de  reuniões  sectoriais,  a  ARH  do  Centro  intervém  a  título vinculativo  quer  por  força  da  servidão  do Domínio Hídrico,  quer  por  força  da  competência  atribuída  na gestão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira. 

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desenvolvimento ordenamento

Lei 48/98 de 11.8 alterada pela Lei 54/2007 de 31.8

Programa Nacional de PolíticaOrdenamento do Território (PNPOT)

PE

OT Plano de Ordenamento da Orla

Costeira Ovar Marinha Grande (POOC)

Planos de Ordenamento Da Reserva Natural de S. Jacinto

Plano Regional de Ordenamentodo Território do Centro (PROTC)

Plano Intermunicipal de Ordenamento da Ria de Aveiro (UNIR@Ria)

Planos Sectoriais

Planos Municipais de Ordenamento Território (PMOT)

ordenamento

Plano de Gestão de Região

Hidrográfica do Centro

Plano Nacional da Água

planeamento

Lei 58/2005 de 29.12

Plano de Ordenamento do Estuário

Figura 5. Interface entre a estrutura de planeamento territorial e dos recursos hídricos 

 

2. Principais actividades desenvolvidas    2.1 Medidas prioritárias no ano de 2011  

No âmbito do processo de elaboração do plano de atividades de 2011, para além das diversas actividades de gestão corrente, foram consideradas as seguintes medidas prioritárias de actuação no que respeita à gestão da Ria de Aveiro: Acompanhar  com  a  Polis  Litoral  da  Ria  de  Aveiro,  nas  diversas  atividades  deelaboração  de  projectos  e articulação com empreitadas. 

• Reforço da Fiscalização  • Continuação da identificação e caracterização das rejeições para o meio Hídrico ‐ mar e estuários  • Clarificação dos processos de licenciamento na perspectiva do utilizador, e emissão atempada de títulos; • Dar continuidade à monitorização da qualidade das massas de água da Ria de Aveiro; 

  

2.2 Sistematização de informação de base    

Durante o ano de 2009 uma das primeiras preocupações da actividade da ARH centrou‐se da actualização de uma base de dados sobre as utilizações presentes na Ria de Aveiro, no decorrer do ano de 2010 e 2011  foi dada  continuidade  a  esta  actualização  fundamental  para  uma  adequada  gestão  dos  recursos  hídricos.  A transição  da  gestão  da  Ria  de  Aveiro  da  antiga  JAPA  para  o Ministério  do  Ambiente  e Ordenamento  do Território não  foi acompanhada da necessária  transferência de  recursos  técnicos nem das bases de dados. Durante  o  ano  de  2010  destaca‐se  a  geo‐referenciação  de  todas  utilizações  tituladas  no Domínio  Público Marítimo,  a  geo‐referenciação  dos  lotes  de  bivalves  no  canal  de  Mira,  e  actualização  do  explorador cartográfico do Litoral e Ria de Aveiro e actualização da áreas oficialmente delimitadas. 

                                                                                 

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2.2.1 Explorador cartográfico  

No  âmbito  do  processo  de  licenciamento  na  área  do  litoral  tem  vindo  a  ser  actualizada  uma  aplicação cartográfica  como  instrumento  de  apoio  ao  próprio  processo  de  licenciamento,  que  inclui  também informação  relativa  ao  estuário  da  Ria  de  Aveiro,  disponibilizando  dados  geográficos  referentes  às utilizações  nela  existentes.  Pode  ser  observado  na  página  da  ARH  do  Centro  I.P.  em http://www.arhcentro.pt. 

 

2.2.2 Levantamento e organização do processo de concurso aos talhões para cortes de ervagens na margem direita da Ria de Aveiro – Freguesia da Gafanha do Carmo 

 Tendo  em  conta  a  existência  na margem  da  Ria  de  Aveiro  de  ecossistemas  sensíveis  que  são  alvos  de preocupações no que toca à proteção da fauna e flora, e simultaneamente talhões que possuem um vasto legado respeitante aos agentes interessados no corte de ervagens, tendo ainda em conta os requerimentos apresentados nesta ARH‐Centro no sentido de obter licença para corte de ervagens nas margens da Ria de Aveiro e DPM, houve necessidade de efetuar o  levantamento dos  talhões actualmente existentes, com o objetivo  de  delimitar  talhões  de  ervagens,  bem  como  estabelecer  critérios  e  condições  de  corte  das ervagens.  Concluída  a  identificação  foram  consultada  as  entidades  com  jurisdição  e  conhecimento  na  área, nomeadamente  Instituto  de  Conservação  da Natureza  e  Biodiversidade,  Capitania  do  Porto  de  Aveiro  e Junta de Freguesia da Gafanha do Carmo, pretendendo‐se averiguar sobre os possíveis  impactos que esta atividade poderá ter, e se valorizam ou não a galeria ripícola e a vegetação autóctone.  O processo teve  início com o  levantamento no campo dos talhões atualmente existentes e dos que ainda estão a  ser explorados,  tendo  sido  identificados oito  talhões. Na  figura 6 está  representada a  localização geral dos talhões de ervagens identificados com antecedentes de utilização. 

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Figura 6 . Localização geral dos talhões de ervagens identificados com antecedentes de utilização. 

  

 

2.2.3 Atualização das áreas delimitadas do Domínio Público Marítimo 

 Durante o ano de 2011, foi dada continuidade à atualização e revisão das delimitações do domínio público Marítimo, entretanto publicadas no Geo‐Explorador do Litoral e da Ria de Aveiro. 

   

2.2.4 Levantamento das utilizações em Domínio Público Marítimo 

 

Foi  atualizado  o  levantamento  das  utilizações  existentes  no Domínio  Público Marítimo  (DPM)  da  Ria  de Aveiro, nomeadamente o edificado na margem, a actividade aquicola, a indústria existente na margem e as captações de água superficiais e subterrânea.         

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Figura 7. Actualização das áreas oficialmente delimitadas 

  

 

 

 

 

 

 

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Figura 8. Edificado na margem da Ria de Aveiro 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 9. Aquicultura e salinas no Salgado da Ria de Aveiro 

 

 

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Figura 10. Industria nas margens da Ria de Aveiro 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 11. Captações de água 

 

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2.2.5 Cadastro das ocupações da margem da Ria de Aveiro e demarcação da margem.  

A ARH do Centro,  I.P., em colaboração com Polis Litoral da Ria de Aveiro, concluiu o trabalho de cadastro das  edificações  nas  margem  da  Ria  de  Aveiro  com  identificação  dos  utilizadores  das  ocupações  com construção e/ou com áreas vedadas na margem,  informação de base, essencial para melhorar e adequar eficazmente o processo de titulação, de fiscalização e de cobrança da taxa de recursos hídricos.   O cadastro  foi  realizado através da  recolha de  informação e  registado em base de dados geográfica com relação integrada de dados alfanuméricos e geográficos.   A demarcação da margem  teve por base o documento “Critérios para a Demarcação Física do Leito e da Margem das Águas de Transição em Sistemas Lagunares, Estuários e Lagoas Costeiras do Litoral Centro” que desenvolve metodologias para o traçado da linha da máxima preia‐mar de águas vivas equinociais (LMPAVE) nos termos da Lei n.º 54/2005, de 15 de Novembro. 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 12. Sistematização do cadastro na margem da Ria de Aveiro 

 

 

 

Figura 13. Representação da delimitação da margem 

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Avaliação hidrodinâmica de cada ambiente confinado

Informação altimétrica

Cartografia das biocenoses das plantas halófitas Informação recolhida 

no terreno

Registos históricos

Determinações do Despacho nº12/2010/INAG

Despacho Normativo n.º 32/2008, de 20 de Junho, do MAOTDR

A Lei n.º 54/2005, de 15 de Novembro

LMPAVE

2.3 Definição de critérios para a demarcação física do leito e da margem para águas de transição em estuários  

A ARH do Centro, I.P., concluiu o documento “Critérios para a Demarcação Física do Leito e da Margem das 

Águas de Transição em Sistemas Lagunares, Estuários e Lagoas Costeiras do Litoral Centro” que desenvolve 

metodologias para o traçado da linha da máxima preia‐mar de águas vivas equinociais (LMPAVE) nos termos 

da Lei n.º 54/2005, de 15 de Novembro.  

 

Este documento, entretanto validado pela Autoridade Nacional da Água (Oficio  SAI/DORDH/DOV/2011/460 

de  16.06.2011),  assume  particular  relevância  para  uma  adequada  gestão  dos  recursos  hídricos,  sendo 

fundamental  a  sua utilização nos processos de elaboração dos  instrumentos de  gestão  territorial que  se 

sobrepõem ou confluem com estas zonas,  tais como os Planos de Ordenamento de Estuários, o Plano de 

Ordenamento da Orla Costeira Ovar‐Marinha Grande, bem como para os diversos os Planos Municipais de 

Ordenamento do Território (Planos Diretores Municipais, Planos de Urbanização e Planos de Pormenor) que 

confrontam diretamente com zonas estuarinas e marítimas. 

 

O  referido documento,  foi disponibilizado às entidades  relevantes  (CM´s na  jurisdição da ARH do Centro 

com margem estuarina/marítima, CCDRC, às ARH, DGOTDU, Capitanias dos portos de Aveiro, Figueira da Foz 

e INAG). 

 

                          Figura 14. Esquema da Metodologia adotada ‐ Critérios para a demarcação física do leito e da margem das 

águas de transição em sistemas lagunares, estuários e lagoas costeiras do Litoral Centro 

   

 

 

 

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2.4 Planeamento, Ordenamento e Avaliação Ambiental  

Foram apreciados documentos no âmbito dos processos de revisão dos Planos Diretores Municipais (PDM) dos concelhos de Águeda, Aveiro, Albergaria‐a‐Velha,  Ílhavo, Murtosa e Oliveira do Bairro. No âmbito da avaliação ambiental estratégica (AAE) foram apreciados processos que se localizam nos concelhos de Ovar, Estarreja, Murtosa, Vagos e Oliveira do Bairro. No âmbito da avaliação ambiental estratégica  (AAE)  foram apreciados  os  processos  descriminados  no  quadro  seguinte,  com  localização  nos  concelhos  de  Ovar, Estarreja, Murtosa, Vagos e Oliveira do Bairro. Foram também analisados processos de avaliação de impacte ambiental (AIA). 

Concelhos  Processos PDM e AAE analisados 

Ovar  

Plano de Pormenor  Relatório de Fatores Críticos  

Murtosa  Plano de Pormenor 

Estarreja  Relatório de fatores críticos da revisão do PDM, Plano de Pormenor  

Vagos  Plano de Pormenor  

Albergaria‐a‐Velha  Plano Diretor Municipal 

Oliveira do Bairro  Plano Diretor Municipal 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

Figura 18. Concelhos com avaliação de PDM e AAE 

 

 

 

 

 

 

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Concelhos  Processos AIA analisados 

Oliveira do Bairro  Pedreira 

Murtosa  Estrada 

Aveiro  Projeto Portuário 

Aveiro/Murtosa  Linha ferroviária 

Ílhavo  Transformação de combustíveis 

Vagos Agropecuária 

Figura 19. Concelhos com Processos de Avaliação de Impacte Ambiental 

 

  

  

 

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2.5 Plano de Ordenamento do Estuário do Vouga   

A ARH do Centro promoveu  a  candidatura para  a  elaboração do Plano de Ordenamento do  Estuário do Vouga  ,  tendo  no  decorrer  do  ano  de  2011  sido  aprovada  a  candidatura  e  já  com  autorização  de  Sua Excelência  o  SEAOT  para  inicio  de  procedimento  que  guarda  aprovação  de  compromisso  por  parte  do Ministério das Finanças para posterior cabimentação.   A  elaboração  deste  Plano  constitui  um  instrumento  de  2.ª  geração  de  planeamento  que  irá  permitir construir uma visão e um quadro de governação colectiva para a Ria de Aveiro; definir normas de utilização da Ria (margens e leito), procurando a concertação de usos; dotar o estuário de um instrumento flexível e dinâmico que promova a gestão partilhada e co‐responsável, bem como a sua coordenação  transversal e sectorial; e por fim equacionar as intervenções futuras e o respectivo financiamento. Constituirá uma sede privilegiada de discussão de opções de ordenamento e  gestão em  torno de um estuário de  importância relevante  na  Região  Centro  do  País  e  entre  os  vários  actores  que  sobre  ele  actuam  e  usufruem, perspectivando ‐se uma efectiva abordagem integrada e sustentável de gestão da água e dos usos com ela conexos. Com efeito, a elaboração deste instrumento de gestão territorial permitirá realizar a promoção da concertação  de  interesses  e  geração  de  consensos,  com  vista  a  uma  responsabilidade  partilhada  no ordenamento e gestão na sua área de  intervenção e com vista à sua sustentabilidade, bem como almejar uma  adequada  compatibilização  das  atividades  económicas  —  portuárias,  industriais,  turísticas  de transporte e da pesca — com as funções de proteção dos valores naturais e as atividades de recreio e lazer, o que exige igualmente uma estreita articulação com os diversos atores que intervêm na área de jurisdição.  O desafio da elaboração deste Plano consubstancia‐se no seu carácter  inovador, por se tratar do primeiro plano  de  ordenamento  em  torno  da  problemática  da  valorização  e  protecção  dos  recursos  hídricos estuarinos. Constitui assim uma sede privilegiada de discussão de opções de ordenamento e gestão entre os vários actores que sobre ele actuam e o usufruem, para uma efectiva abordagem integrada e sustentável de gestão dos recursos hídricos e dos usos conexos.   A  área  de  intervenção  do  POE  do  Vouga/Ria  de  Aveiro  integra  as  águas  de  transição,  os  seus  leitos  e margens, que  constituem o estuário, e ainda a orla estuarina à qual  corresponde uma  zona  terrestre de protecção cuja  largura é  fixada na  resolução do Conselho de Ministros que aprovar o POE Vouga  (até ao máximo de 500 m contados a partir da margem), excepcionalmente sujeitos a acertos até formulação final do  plano  de  ordenamento,  e  intersecta  8 municípios: Albergaria‐a‐Velha, Aveiro,  Estarreja,  Ílhavo, Mira, Murtosa, Ovar e Vagos. Intersecta ainda uma área de 189 ha da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto (cerca de 26 % da área terrestre desta área protegida), criada pelo Decreto ‐Lei n.º 41/79, de 6 de Março, com o objectivo de promover a protecção das  formações dunares  localizadas a norte da  freguesia de São Jacinto, no município de Aveiro, enquanto  sistema  sensível de elevado  valor geomorfológico,  florístico e faunístico, a qual dispõe de um plano de ordenamento aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 76/2005, de 21 de Março. Nos termos previstos no n.º 3 do artigo 4.º do Decreto‐Lei n.º 129/2008, de 21 de  Julho, o POE do Vouga/Ria de Aveiro estabelecerá apenas as  regras de utilização do estuário no que respeita à defesa, valorização e qualidade dos recursos hídricos. 

     

         

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Figura 20. Área de intervenção do POE do Vouga 

 

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2.6 Intervenções de requalificação   

Foram as  seguintes as  intervenções promovidas em 2011 na Ria de Aveiro e orla costeira adjacente com comparticipação do Fundo de Protecção de Recursos Hídricos e do QREN nesta área. 

 Requalificação do Litoral   Valor s/ IVA  Estado

1. Gestão do Dique Barrinha Esmoriz  €7.500.00   Concluída

2. Construção da 1ºFase do prolongamento da defesa longitudinal da Praia do Furadouro 

(Conclusão)  €309 055.89   Concluída

3.Reforço e alargamento da defesa longitudinal adjacente ao enraizamento do esporão  €110 600.00   Concluída

4. Requalificação Marginal Norte e sistema dunar da Praia de Mira (2ª fase) ‐ Passeios e 

ligações ao arruamento.  €86 399.62   Concluída

5. Requalificação ambiental da zona sul da Praia do Furadouro (Conclusão)  €197 890.00   Concluída

6. Requalificação de passadiços na Praia de Mira‐Zona Norte  €12 910.10  Concluída

7. Requalificação de passadiços na Praia de Esmoriz  €11 120.10  Concluída

8. Requalificação ambiental da Praia da Vagueira Norte e proteção dunar  €115 555.00   Adjudicada

9. Reabilitação do Muro Marginal do Canal Central de Aveiro, Junto à Capitania  €96 777.75  Adjudicada

 

1. Gestão do Dique Barrinha Esmoriz (€7.500.00) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 2. Construção da 1ºFase do prolongamento da defesa longitudinal da Praia do Furadouro ‐ Conclusão 

(€309.055.89)    

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

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3. Reforço e alargamento da defesa longitudinal adjacente ao enraizamento do esporão (€110.600.00)  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4. Requalificação Marginal Norte e sistema dunar da Praia de Mira (2ª fase) ‐ Passeios e ligações ao arruamento. (€86.399.62) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

5. Requalificação ambiental da zona sul da Praia do Furadouro ‐ Conclusão (€197.890.00) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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7.Requalificação de passadiços na Praia de Mira‐Zona Norte (€12.910.10)   

              

8.Requalificação de passadiços na Praia de Esmoriz (€11.120.10)  

              

9. Requalificação ambiental da Praia da Vagueira Norte e proteção dunar (€115.555.00)  

                       

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 10. Reabilitação do Muro Marginal do Canal Central de Aveiro, Junto à Capitania (€96.777.75) 

                   

2.7 Titulação e fiscalização  2.7.1 Titulação     

Durante o ano de 2011 foram emitidos um total de 71 títulos de utilização dos recursos hídricos, dos quais, 32  para  ocupações  do  Domínio  Público  Marítimo,  9  para  rejeições  e  captações  superficiais,  2  para dragagens, 9 para actividades marítimo turístico e 19 para aquaculturas, com as percentagens por tipologia de utilização representadas no Gráfico 1.   

Gráfico 1. Percentagem de Títulos emitidos por tipologia de utilização 

 

 

 

 

 

 

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Gráfico 2. Evolução da emissão de títulos por tipologia 

 

Uma parte significativa dos títulos emitidos, envolveu a colaboração  intersectorial com outros serviços da administração pública central como os ligados à agricultura e pescas e economia, entre outros, para além da Autoridade Marítima. Da  evolução  dos  títulos  emitidos  por  tipologia  de  utilização  nos  três  últimos  anos continuou‐se  a  verificar  um  número  significativo  de  títulos  nas  aquacultura  que  continua  a  resultar  da regularização  de  pisciculturas  e  bivalves,  registou‐se  um  decréscimo  ao  longo  destes  últimos  anos  da titulação das ocupações no leito e margem e manteve‐se o número de titulo para as captações superficiais e rejeições. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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                  Figura 21. Georeferenciação dos títulos de utilização dos recursos Hídricos emitidos – Ria de Aveiro 

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 2.7.2 Fiscalização   

 A  fiscalização  da  verificação  do  cumprimento  das  normas  previstas  na  presente  lei  pode  revestir‐se  das seguintes formas: 

sistemática pelas autoridades licenciadoras; 

pontual em função das queixas e denúncias recebidas; 

inspecção a efectuar pelas entidades dotadas de competência de forma casuística e aleatória ou em execução de um plano de inspecção previamente aprovado. 

 Durante o ano de 2011, e continuando‐se a verificar a escassez de meios humanos foi efectuado um esforço significativo  para  dar  cumprimento  ao  programa  de  fiscalização  e  que  resultou  essencialmente  na fiscalização de títulos emitidos e em resposta a denúncias, procurando‐se manter as acções de fiscalização efectuadas na margem e leito da Ria de Aveiro do ano anterior.  

Tendo em conta a especificidade das utilizações e há falta de meios específicos, a ARH do Centro, I.P., tem vindo a articular‐se com outras entidades com jurisdição na Ria de Aveiro, em particular com a Autoridade Marítima Portuária, para o apoio ao processo de fiscalização. 

 

Gráfico 3. Ações de fiscalização por tipologia de utilização 

Gráfico 4. Documentos produzidos decorrentes das ações de fiscalização

 

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2.8 Monitorização da qualidade da água    

Na área da Ria de Aveiro a ARH do Centro, I.P. tem 2 estações de amostragem que integram a rede de referência de monitorização da qualidade de  águas  superficiais, definida em 2002  com o  INAG, para cumprimento da Directiva Quadro da Água. Estas as estações designam‐se por 10V ‐ Foz do Rio Novo e por 12V ‐ Rio Fontela. Nestas estações a amostragem tem periodicidade mensal e são determinados os parâmetros então definidos de acordo com o seu objectivo.   A ARH do Centro, I.P. considerou ser de alargar a rede de monitorização da qualidade da água da Ria de Aveiro, esperando‐se que esta possa constituir uma ferramenta relevante para a gestão deste recurso, constituído  como  um  conjunto  de massas  de  água  para  usos múltiplos,  como  por  exemplo  para  a indústria, a aquacultura e actividades de recreio. Os locais de amostragem que atualmente constituem pontos de monitorização de qualidade da água são os seguintes: 

Ponto de Amostragem  Nome / Local  Objectivo 

10V  Foz do Rio Novo  SP/DQA 

12V  Rio Fontela  DQA 

RA1  Ponte da Varela   avaliar a qualidade para os usos actuais 

RA2  Zona de bivalves avaliar a qualidade para os usos actuais 

RA3  Bico avaliar a qualidade para os usos actuais 

RA4  Muranzel avaliar a qualidade para os usos actuais 

RA5  Canal do Espinheiro avaliar a qualidade para os usos actuais 

RA6  Vera Cruz avaliar a qualidade para os usos actuais 

RA7  Bouco avaliar a qualidade para os usos actuais 

RA8  Foz / Barra avaliar a qualidade para os usos actuais 

RA9  Braço Sul / Biarritz verificar qualidade balnear  

Os  parâmetros  até  então  previstos  incluem  parâmetros  físico‐químicos  e microbiológicos,  conforme descriminado na tabela seguinte: 

 

Pontos  

Parâmetros 10V  12V  RA1  RA2  RA3  RA4  RA5  RA6  RA7  RA8  RA9 

pH  ‐  ‐  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Temperatura pH  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

SST  ‐  ‐  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Azoto Amoniacal  ‐  ‐  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Oxigénio dissolvido  ‐  ‐  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Fósforo Total  x  ‐  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Azoto total  ‐  ‐  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Nitritos  x  ‐  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Nitratos  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Fenóis  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Saturação em oxigénio 

x  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Condutividade  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Cianeto total  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Estreptococos fecais 

x  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

Coliformes totais  x  x  x  x  x  x  x  X  x  x  x 

Coliformes fecais  x  x  x  x  x  x  x  x  x  x  X 

CQO  x  x  ‐  ‐  ‐  ‐  ‐  ‐  ‐  ‐  ‐ 

CBO5  ‐  ‐  x  x  x  x  x  x  x  x  x 

TOC  ‐  ‐  x  ‐  ‐  x  ‐  ‐  x  x  x 

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         Figura 22. Rede de amostragem de qualidade da água 

 

 

 

 

 

 

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2.9 Taxa de Recursos Hídricos    

Até 2002, ao abrigo de  legislação então em vigor  foram  cobradas  taxas de utilização do domínio público marítimo pela antiga JAPA. Entre 2002 e 2006 enquanto a Ria  já estava sob jurisdição do MAOTDR (com a DRAOT e depois CCDRC) a taxas ainda foram cobradas pela Administração do Porto de Aveiro ao abrigo de um protocolo entretanto considerado  inválido. Durante os últimos anos os valores cobrados não sofreram actualizações. Em 14 de Dezembro foi publicado o Despacho n.º 25 522/2006, determinando novos valores para  taxa específica para a Ria de Aveiro a aplicar pela CCDRC e que  foi alvo de grande contestação por parte dos utilizadores nunca chegando a ser aplicado. A  título de exemplo pode  referir‐se que os valores totais cobrados na Ria de Aveiro pela APA, SA em 2005  foram aproximadamente de €184.371. Durante 2 anos não foram cobrados taxas na Ria de Aveiro.  A aplicação da Taxa de Recursos Hídricos (TRH) decorre do Decreto‐Lei n.º 97/2008, de 11 de Junho, assente em princípios do utilizador pagador e incidente em vários tipos de utilização do domínio hídrico.  

  

2.9.1 Liquidação da Taxa de Recursos Hídricos na Ria de Aveiro   

O valor global cobrado pela ARH do Centro,  I.P. no âmbito da Ria de Aveiro, relativamente ao período de cobrança de 2010 correspondeu a € 458.845,81 tendo, o valor recebido até 31 de Dezembro de 2011, sido de € 317.857,58. O valor pago da TRH no período acima referido atingiu cerca de 69% do valor emitido.   

Gráfico 5. Valores emitidos   

          

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2.9.2 Distribuição dos valores por tipologia   

O Gráfico  seguinte mostra  os  valores  emitidos  por  componente  da  TRH,  evidenciando  a  importância  da componente O (ocupações) e da componente E (rejeições). 

 

Gráfico 6. Valores emitidos por componente 

 

 

2.9.3 Distribuição dos valores emitidos por tipologia de utilizadores  

O Gráfico seguinte mostra os valores emitidos por  tipologia dos utilizadores evidenciando como principal utilizador a SIMRIA, a ocupação nas margens da Ria seguido da indústria, aquacultura e clubes náuticos. 

 

Gráfico 7. Aplicação da TRH por tipologia de utilizadores 

 

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2.10 Colaboração institucional e participação pública

No âmbito das iniciativas de colaboração institucional de aproximação aos utilizadores a ARH do Centro, IP importa destacar ainda seguintes iniciativas, entre outras realizadas com este objectivo:  i) Estabelecimento de acordo de parceria entre a ARH do Centro, IP e a Câmaras Municipais; ii) Continuação na colaboração técnica com as Câmaras Municipais de Ílhavo, Aveiro e Murtosa na definição da  linha  de Máxima  praia mar  de  águas  vivas  equinociais  com  o  objetivo  de  demarcação  da margem estuarina, para a revisões dos PDM´s; iii) Continuação da colaboração  com a Câmara Municipal de  Ílhavo, SIMRIA, Associação das  industrias de Bacalhau  e Administração  do  Porto  de Aveiro,  SA.  na  procura  de  uma  solução  de  ligação  dos  efluentes destas  industrias  ao  emissário  da  SIMRIA,  com  posterior  rejeição  no mar  pelo  exutor  submarino  de  S. Jacinto; iv) Colaboração em ações de fiscalização com a SEPNA e Autoridade Marítima. Acrescem ainda todas as atividades de acompanhamento do Polis Litoral da Ria de Aveiro. 

 

 

2.11 Constrangimentos     

A  plena  prossecução  das  atribuições  da  ARH  do  Centro,  I.P.  tem  sido  essencialmente  condicionada essencialmente  pela manifesta  insuficiência  de  recursos  humanos  necessários. O  trabalho  aqui  relatado contou com a contribuição da Divisão da Ria de Aveiro mas foi essencialmente desenvolvido pelos serviços centrais do Departamento de Recursos Hídricos do Litoral. Este trabalho poderia ter sido significativamente mais desenvolvido  com uma equipa  local enriquecida e  reforçada. O  recurso a  soluções  tipo outsourcing constitui um complemento a equacionar no  futuro. Esta solução, contudo, para além de requerer sempre uma  estrutura  mínima  que  permita  internalizar  os  benefícios  adquiridos,  não  é  passível  de  realizar determinadas  actividades  exclusivas  de  elementos  da  administração  pública  como  sejam  a  fiscalização, aspecto de primordial importância para a gestão da Ria de Aveiro.  O  facto da Ria de Aveiro mobilizar  cerca de mil utilizadores  (titulados ou em  vias de o  serem) e muitos indiretos,  que  historicamente  sempre  dispuseram  localmente  de  um  interlocutor,  contribuiu  para  a necessidade do  reforço da equipa  loca prestando  apoio directo,  local  aos utilizadores e permitindo uma fiscalização mais preventiva e proactiva.  Outro constrangimento com implicações relevantes para o desenvolvimento do potencial da ARH do Centro, IP para marcar a diferença na gestão da Ria de Aveiro prende‐se com a disponibilidade de bases de dados sistemáticas e actualizadas bem como de recursos técnicos que, apesar dos esforços desenvolvidos, importa desenvolver, enriquecer e reforçar.  

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3. Avaliação e desafios para 2012  

A  avaliação  da  atividade  da  ARH  do  Centro,  I.P.,  na  Ria  de  Aveiro,  não  pode  deixar  de  se  considerar manifestamente positiva. No entanto ainda existem problemas persistentes que deverão merecer  rápida solução, com a continuidade de empenho nomeadamente com a celeridade na apreciação dos pedidos de licenciamento, a maior articulação  com outras entidades, o  reforço dos mecanismos de participação e a procura do princípio da subsidiariedade.   Considerando  o  potencial  da ARH  e  os  novos mecanismos  previstos  para  gestão  integrada  dos  recursos hídricos e a aproximação aos utilizadores e às outras entidades, os dois últimos parágrafos, apontam para duas áreas de trabalho fundamentais: a) O reforço da capacidade institucional e técnica da ARH do Centro, I.P., na Divisão da Ria de Aveiro; b)  Dar  continuidade  ao  acompanhamento  da  Operação  Polis  Litoral  da  Ria  de  Aveiro  que  permitirá promover medidas de requalificação e valorização da Ria de Aveiro; c)  O  estreitamento  de  processos  colaborativos  com  as  Universidades  da  região,  em  particular,  com  a Universidade de Aveiro face ao seu potencial de conhecimento de particular relevância para a gestão da Ria de Aveiro; d) A elaboração e implementação do Plano de Ordenamento do Estuário do Vouga (POEV) em conjunto com os utilizadores da Ria, a Comunidade  Intermunicipal e as entidades com as  responsabilidades nesta zona, por  forma  a  construir  um  quadro  de  objetivos  e  de  regras  de  utilização  do  estuário.  Este  documento permitirá a definição de medidas de proteção e valorização dos  recursos hídricos, do estuário e da  zona costeira que permitam a adaptação desta zona não apenas aos requisitos dos utilizadores e aos desafios da Directiva Quadro da Água, mas  também, aos desafios que as variações e as alterações climáticas possam implicar  sobre  a  Ria  de  Aveiro,  no  âmbito  de  uma  nova  cultura  de  governação  e  gestão  dos  recursos hídricos.