as artes visuais na formacao da crianca e suas contribuicoes para a educacao

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  • 8/18/2019 As Artes Visuais Na Formacao Da Crianca e Suas Contribuicoes Para a Educacao

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      CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADEFACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP

    CURSO DE PEDAGOGIA

    AS ARTES VISUAIS NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA E SUAS

    CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO

    LÚCIA CRISTINA CORREA MONEGATTO

    Capivari, SP

    2012

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    CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADEFACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP

    CURSO DE PEDAGOGIA

    AS ARTES VISUAIS NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA E SUAS

    CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO

    Monografia apresentada ao curso dePedagogia da FACECAP/CNEC Capivari,para obtenção do título de Pedagogo, sob aorientação da Professora Lídia Inês PagottoPiovesani.

    LÚCIA CRISTINA CORREA MONEGATTO

    Capivari, SP

    2012

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    FICHA CATALOGRÁFICA

    M742i

    Monegatto, Lúcia Cristina Correa

    As artes visuais na formação da criança e suas contribuiçõespara a educação/Lúcia Cristina Correa Monegatto. Capivari- SP:CNEC, 2012. 35p.

    Orientadora: Profª Lidia Inês Pagotto Piovesani

    Monografia apresentada ao curso de Pedagogia.

    1. Arte. 2. Criança. 3. Educação. 4. Ensino. I. Título. II.Faculdade Cenecista de Capivari.

    CDD. 372.2 

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    A quem dedico:

    Primeiramente, não poderia ser diferente, a Deus que me ajudou desde o momento em

    que decidi fazer este curso e que nos momentos mais difíceis sempre esteve presente, pois

    sem Ele não teria conseguido realizar este trabalho.

    Dedico à minha família que teve muita compreensão pela minha ausência em nossa

    convivência e ao meu filho Vinícius que muito me ajudou na parte tecnológica.

    Dedico a todos que torceram positivamente para o desenvolvimento e conclusão deste

    trabalho.

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    Agradecimentos

    Agradeço a Deus que me deu condições e forças que não existiam e, nos momentos

    mais difíceis da realização deste trabalho e deste curso, só Ele sabe o quanto foi trabalhoso e

    difícil conciliar todas as responsabilidades de ser mãe, esposa, dona de casa e trabalhadora.

    Agradeço também a querida professora orientadora Lídia Inês Pagotto Piovesani que

    sempre esteve pronta a me auxiliar tirando dúvidas e tendo paciência nos meus momentos de

    dificuldades e a minha avaliadora professora Ms Alessandra Rodrigues Garcia de Lucena.

    Também agradeço a todos que diretamente e indiretamente contribuíram para a

    realização deste trabalho de monografia.

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    Se a arte envolve o homem total – a totalidade de sua vida -,

    inevitavelmente conterá todos os dados de sua experiência.

     Maria Eugênia Castanho

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    MONEGATTO, Lúcia Cristina Correa. As artes visuais na formação da criança e suascontribuições para a educação. Monografia de Conclusão de Curso de Pedagogia. Faculdade

    Cenecista de Capivari – CNEC. 35 páginas, 2012.

    RESUMO

    A presente pesquisa relata breve histórico da origem da Arte no Brasil, revendo as primeirasinfluências de formas artísticas vindas da Europa e acompanha a transição do ensino nodecorrer do tempo, abordando a maneira como a arte era ensinada, não valorizando oaprendizado significativo do aluno. Analisará a importância das diferentes linguagensartísticas como elementos essenciais na formação da criança e também a contribuição daimagem para competência de leitura de mundo auxiliando a criança na construção depercepções que influenciarão em sua maneira de viver e de ver o mundo. Discorrerá, ainda,sobre as contribuições da arte para o desenvolvimento cognitivo da criança, despertandosentidos significativos como a poética pessoal, a fruição e o conhecimento histórico cultural.Fará uma explanação sobre a seguinte questão: Qual a importância e contribuição da arte naformação e educação da criança, uma vez que constituem elementos que despertam eexpressam sentidos, sentimentos, imaginação e criação, Mostrará ainda que as artes dãosubsídios para inserção na sociedade como sujeito crítico, sabendo exercer sua cidadania,tendo liberdade e autonomia cognitiva. A pesquisa também abordará a arte visual na sala deaula, os momentos de imaginação e de criação desenvolvida pelo aluno através de umtrabalho sério e responsável dos professores. Enfim a Arte não é apenas um elemento básico esim essencial na educação de um país que se desenvolve, pois Arte é cognição, é profissão, éa maneira diferenciada de interpretar o mundo, a realidade, o imaginário que é conteúdorepresentado. Em relação à metodologia de pesquisa, o estudo consiste em uma pesquisabibliográfica sobre arte-educadores como Miriam Celeste Martins, Gisa Picosque, MariaTerezinha Telles Guerra e outros renomados nomes.

    Palavras-chaves: 1. Arte. 2. Criança. 3. Educação. 4. Ensino.

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    LISTA DE FIGURAS 

    FIGURA 1. M arquesa de Pampadour . Disponível em: 

    .

    Acesso em: 20 out. 2012.

    FIGURA 2. Pintura rupestre. Disponível em:

    . Acesso em: 20 out. 2012.

    FIGURA 3.A.  A garatuja de criança. Disponível em:

    . Acesso em: 20 out. 2012.

    FIGURA 3.B. Garatuja de criança. Disponível em:

    . Acesso em: 20 out. 2012.

    FIGURA 4. Desenho de criança junto de sua casa. Disponível em:

    . Acesso em: 20 out. 2012.

    FIGUR 5. Placas de identificação. Disponível em: 

    . Acesso em: 20 out. 2012.

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    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO........................................................................................................................10

    1. BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DA ARTE NO BRASIL............................................13

    2. A ARTE NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA........................................................................19

    2.1. A contribuição da imagem para a competência de leitura

    de mundo ................................................................................................................22

    3. A ARTE E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO.........................................28

    3.1. A arte na educação escolar....................................................................................29

    3.2. A arte visual na sala de aula..................................................................................31

    CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................33

    REFERÊNCIAS........................................................................................................................35

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    INTRODUÇÃO

    A intenção desta pesquisa é a de analisar e expor a importância da Arte como algo

    essencial na formação, no desenvolvimento e na educação da criança e mostrar a relevância

    da mesma nesse processo de aquisição de conhecimento porque, segundo Martins, Picosque e

    Guerra (1998), através da Arte, podemos despertar e expressar sentidos, sentimentos,

    imaginação e criação, nos levando a pensar sobre o seu papel na formação e na educação da

    criança.

    Este estudo tem por objetivo nos conduzir à reflexão e ver a Arte não somente como

    uma disciplina, mas também como um conteúdo de suma importância para o desenvolvimento

    humano, pois ela serve de veículo para construção de percepções que o influenciarão em sua

    leitura de mundo, dando sentido à vida do homem desde o momento em que ele nasce.

    Podemos perceber isso desde a Pré-História e nos apoiar no que disse Buoro (2003, p.19.):

    “Uma das primeiras referências da existência humana na Terra aparece nas imagens

    desenhadas nas cavernas, que hoje chamamos de imagens artísticas. Neste sentido, pode-se

    dizer que a Arte está presente no mundo desde que o homem é homem”.

    Para entendermos melhor o estudo sobre a importância da arte na formação e educação

    da criança iniciaremos o primeiro capítulo abordando alguns pontos da trajetória do ensino da

    arte, revendo de onde vieram as primeiras influências de formas artísticas no Brasil e

    entenderemos que o início do ensino de Artes neste país se deu com a Missão Artística

    Francesa.

    Naquela época se valorizava as cópias fiéis de desenhos europeus e o Neoclassicismo

    trazido pelos franceses, considerado o mais moderno tipo de arte, estava somente ao alcance

    da elite. Com isso, nas aulas de arte somente se faziam cópias de desenhos, não valorizando a

    arte como cultura.No século XX surge a escola Tradicional dando continuidade à reprodução de

    desenhos, visando a repetição para fixação dos conteúdos, sem se preocupar com os

    conhecimentos prévios do aluno. Essa tendência pedagógica tinha o professor como o

    detentor do saber, que trazia os modelos para o aluno reproduzir.

    Em 1950, a Música passa a fazer parte do currículo escolar, com aulas de solfejo,

    canto orfeônico e memorização dos hinos pátrios e, somente em 1961, a Educação Musical é

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    inserida no currículo escolar estabelecida pelas Leis de Diretrizes e Bases da Educação

    Brasileira. Segundo Martins, Picosque e Guerra (1998) surgem as disciplinas denominadas

    “Artes Domésticas”, “Trabalhos Manuais” e “Artes Industriais” com separação das turmas de

    meninos e meninas, pois o ensino era direcionado conforme o sexo sendo para os homens

    artes masculinas e para as meninas artes femininas.

    Em1971, com a lei nº 5.692, foi criado o componente curricular Educação Artística

    que determinava o ensino de Música, Teatro, Dança e Artes Plásticas nos cursos de 1º e 2º

    graus e, somente em 1996, a nova Lei de Diretrizes e Bases estabeleceu que o ensino da Arte

    se daria de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.

    No segundo capítulo falaremos da importância da Arte, nas suas diferentes formas de

    expressão, na formação da criança, uma vez que elas auxiliam na construção de percepçõesque influenciarão sua compreensão de mundo.

    No terceiro capítulo abordaremos, também, as contribuições do desenvolvimento

    artístico na educação da criança e o conhecimento da arte de outras culturas para que o aluno

    compreenda a relatividade dos valores, o modo de pensar e agir de outros povos, valorizando

    a diversidade cultural desenvolvendo sua criticidade em relação à sua e às outras culturas,

    fornecendo conhecimentos que irão auxiliá-lo na sua inserção na sociedade.

    O trabalho terá como instrumento metodológico, a pesquisa bibliográfica, buscandoaproximar visões de diferentes autores sobre o tema, buscando embasamento para a

    explanação e esclarecimentos do tema. Desta forma, este trabalho se fundamentará em

    algumas referências bibliográficas de importantes autores como Miriam Celeste Martins, Gisa

    Picosque, M. Terezinha Telles Guerra, Maria Heloísa C. Ferraz, Maria F. de Rezende e

    Fuzari, os Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Fundamental (Volume 6 -

    Arte) e outros que contribuíram para a realização desta pesquisa.

    Enfim, este trabalho pretende responder à seguinte questão: Qual a importância daArte na formação e educação da criança?

    Sendo assim, tentaremos provocar uma reflexão sobre o ensino da Arte e a

    importância da mesma ser considerada como área do conhecimento, pois faz parte de nossa

    vida, nos traz conhecimentos, possibilita-nos construções internas, permitindo-nos descobrir

    uma infinidade de maneiras de interpretar o mundo, privilégio este, que temos desde muito

    pequeninos, segundo o que diz Buoro:

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    A imaginação criadora antecede a razão e predomina em toda a ação infantil. Poresse motivo, percebemos a criança, desde pequena como um ser potencialmentecriativo e imaginativo. Por meio do jogo simbólico, da fantasia, da imaginaçãocriadora, ela compreende o mundo e a si mesma, acumulando, na memória, umrepertório próprio de conhecimento e de formas visuais (2003, p.83).

    Para refletirmos sobre o ensino da Arte no Brasil, faz-se necessário apontar os

    acontecimentos que marcaram a evolução e melhoria para essa área de conhecimento,

    seguindo com um breve histórico do seu percurso.

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    1. BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DA ARTE NO BRASIL 

    Segundo Martins, Picosque e Guerra (1998), o estudo formal institucionalizado de

    Artes no Brasil origina-se por influências de várias culturas que nós mesmos implantamos nodecorrer do tempo, surgindo assim a diversidade cultural e a singularidade regional. Podemos

    notar a unidade e a diversidade de um país por meio de sua cultura, sua música, seu teatro,

    suas formas e cores, sua dança, seu folclore, e sua poesia onde estão gravados os sentimentos

    e pensamentos de um povo.

    Uma forte referência para o entendimento do ensino de arte no Brasil foi a Missão

    Artística Francesa formada por um grupo de artistas franceses com a missão de ensinar artes

    plásticas no Brasil, trazida por dom João VI em 1816, surgindo assim a Academia Imperial deBelas-Artes que, depois da proclamação da República, passou a ser chamada de Escola

    Nacional de Belas-Artes. Nessa época a arte era enfatizada no desenho, valorizava-se a cópia

    fiel e a utilização de modelos europeus para a reprodução. Para podermos ter uma ideia

    melhor de modelos europeus em pinturas de arte, podemos observar a imagem abaixo da

     Marquesa de Pampadour , por François Boucher (1756).

    Figura-1 

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    Conforme Martins, Picosque e Guerra (1998), neste mesmo tempo em Minas Gerais

    houve a explosão do Barroco, mas o que predominou foi o Neoclassicismo trazido pelos

    franceses, considerado um conhecimento de “luxo” e, por esse motivo, estava somente ao

    alcance de uma classe social privilegiada que desvalorizava a arte que não seguisse esse

    padrão. 

    Segundo as autoras citadas acima, a partir desse ponto temos na história do ensino da

    arte, uma educação autoritária, focada na valorização do produto e na imagem do professor,

    cujo papel era de ser o único detentor do saber e para deixar isso em evidência, sua mesa era

    localizada em um lugar mais alto da sala de aula. Ao ensinar arte mandava o aluno fazer uma

    cópia fiel do desenho apresentado como modelo, tendo por objetivo uma boa coordenaçãomotora, precisão ao efetuar as atividades, aquisição de técnicas, obtenção de hábitos de

    limpeza, ordem nos trabalhos e que isso fosse, de alguma forma, útil na preparação para a

    vida profissional. Esses desenhos eram, na maioria das vezes, técnicos ou geométricos,

    deveriam servir à ciência e à produção industrial e utilitária.

    De acordo com Ferraz e Fusari (1999), como na Europa, aqui no Brasil o desenho era

    considerado a base de todas as artes e torna-se um ensino obrigatório nos anos iniciais de

    estudo da Academia Imperial. No primário o desenho tinha o objetivo de desenvolverhabilidades técnicas e domínio da racionalidade. Nas famílias ricas as meninas eram educadas

    em casa e tinham aulas de música, bordado entre outras.

    Ainda segundo Ferraz e Fusari (1999), nas primeiras décadas do século XX, com a

    Pedagogia Tradicional no ensino da arte, houve continuidade no enfoque do desenho técnico

    com o intuito de preparação dos alunos para o trabalho. Nas escolas primárias e secundárias

    fazia-se relação de semelhanças entre a matéria de Arte e o trabalho.

    Nas escolas normais nos cursos de desenho existia o “desenho pedagógico” cujoensino se resumia a esquemas de construções gráficas para ilustrar aulas. A escola tradicional

    visava a repetição para a fixação de conteúdos e tinha a finalidade de exercitar a vista, a mão,

    a inteligência, o gosto e o senso moral, sendo professor a autoridade máxima. (FERRAZ e

    FUSARI, 1999).

    De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – Arte (1997), o teatro e a dança

    só eram trabalhados em comemorações de datas festivas como Natal, Páscoa ou

    Independência e também no fechamento do período escolar, resumindo-os em textos

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    decorados e passos marcados com exatidão. Já na música, na década de 1930 o compositor

    Heitor Vilas Lobos fez um projeto com o canto orfeônico, que teve grande importância, pela

    pretensão de levar a linguagem musical conscientemente e sistematicamente pelo Brasil,

    emitindo ideias de coletividade e civismo, princípios que estavam de acordo com o regime

    político do momento. Porém, com o projeto vieram as dificuldades das práticas de ensino

    resumindo-o à teorias musicais baseadas em aspectos matemáticos e visuais do código

    musical.

    Conforme Martins, Picosque e Guerra (1998), no discorrer da história do ensino da

    Arte no Brasil, a música não teve muita repercussão nas escolas, somente em 1950 passou a

    fazer parte do currículo escolar e limitava-se a aulas de solfejo1, canto orfeônico² e

    memorização dos hinos pátrios. Depois de trinta anos o canto orfeônico foi substituído pelaEducação Musical estabelecida pelas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira de

    1961.

    Segundo as autoras acima, nesse período também surgem algumas disciplinas como

    “artes domésticas” nas quais havia separação das turmas, onde os meninos aprendiam artes

    masculinas no manuseio com madeiras, serras, martelos e produziam bandejas, porta-retratos,

    descansos de prato, sacolas de barbante e tapetes de sisal e as meninas aprendiam artes

     femininas na confecção de bordados, tricô, roupinhas de bebê, aulas de etiqueta, etc.Entre 1950 e 1960 surge o movimento de influência da Escola Nova no Brasil, já

    existente na Europa e nos Estados Unidos desde o final do século XIX. Nesse modelo de

    escola, a Pedagogia era centrada no aluno e, nas aulas de arte, o aluno tinha liberdade de

    expressar-se com espontaneidade, onde era valorizado o processo de trabalho e a criatividade,

    requisitos que eram tidos como o ponto alto no ensino da Arte e não se tinha preocupação

    com os resultados, ou seja, não se valorizava a apreensão dos alunos em relação aos

    conhecimentos em arte (MARTINS, PICOSQUE e GUERRA, 1998).Conforme dizem as autoras, podemos analisar o resultado dessa tendência Pedagógica

    através do seguinte texto:

     Aulas de solfejo: Aulas de leitura musical por notas, com vocalização, para o aprendizado de uma melodia.

    ² Canto orfeônico: Sistema de canto, coral surgido na Europa na metade do século XIX.

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    Esses princípios na prática escolar, muitas vezes refletiam uma concepçãoespontaneísta, centrada na valorização extrema do processo sem preocupação comseus resultados. Como todo processo artístico deveria “brotar” do aluno, o conteúdodessas aulas era quase exclusivamente um “deixar-fazer” que muito poucoacrescentava ao aluno em termos de aprendizagem de arte.  (MARTINS,

    PICOSQUE E GUERRA, 1998, p.11-12).

    A seguir, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), em 1971 com a Lei

    nº 5.692, foi estabelecido o componente curricular “Educação Artística” que determinava o

    ensino dos conteúdos de Música, Teatro, Dança e Artes Plásticas nos cursos de 1º e 2º graus,

    estabelecendo a figura de um professor único que deveria dominar essas áreas com

    competência. A inserção da Educação Artística como componente curricular foi um

    progresso, por julgar a importância da Arte na formação do indivíduo, porém muitos

    professores não estavam habilitados nem preparados para exercer essa função que necessitava

    domínio de várias linguagens para ensinar Artes Plásticas, Educação Musical e Artes Cênicas.

    Durante as décadas de 1970 e 1980 o ensino de artes se perdeu em qualidade, pois a

    matéria não tinha uma definição de conteúdos, sofrendo mudanças de acordo com os

    interesses e tendências do sistema de ensino da época e da formação do professor. O conceito

    de Educação Artística naquele momento não estava claro e o sistema educacional enfrentava

    dificuldades na teoria e prática do ensino da matéria.

    Podemos constatar esse movimento da história da Arte nas palavras de Martins,

    Picosque e Guerra (1998), onde dizem que várias mudanças de direção comprometem  o

    ensino da arte e, ainda hoje, é comum as aulas de arte serem levadas ao equívoco, fazendo

    destas somente horas de lazer ou como instrumento de decoração da escola em datas festivas,

    pinturas de desenhos mimeografados com ou sem datas cívicas comemorativas e o uso de

    músicas para memorizar outras matérias, etc.

    Isto nos leva a pensar no que poderia ser feito para haver uma mudança nesta visão de

    ensino e aprendizagem de arte sendo que, a partir de 1980, segundo Ferraz e Fusari (1999), julgando que a escola tem um determinado papel com relação a mudanças nas ações sociais e

    culturais, os profissionais da educação brasileira se esforçam grandemente em firmar e

    debater sobre práticas e teorias de educação escolar para esse fim. Esses arte-educadores

    tentam nos conscientizar de que a escola se define no presente com a visão de norteá-la

    adequadamente para o futuro.

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    Em 20 de dezembro de1996 foi aprovada a nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB nº

    9.394) da Educação Nacional, que estabelece em seu artigo 26 parágrafo 2º que “O ensino da

    arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de

    forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. (DIÁRIO OFICIAL DA

    REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 1996).

    Dada importância que foi atribuída ao ensino da Arte, surgiram muitas discussões por

    parte dos arte-educadores com o objetivo de preparar os professores, conforme diz o PCN -

    Arte: “Vê-se que da conscientização profissional que predominou no início do movimento

    Arte-Educação evoluiu-se para discussões que geraram concepções e novas metodologias

    para o ensino e aprendizagem de arte nas escolas”. (PCN – Arte, 1997, p.25).

    Conforme os PCN-Arte (1997), entre as várias propostas que estão sendo divulgadasno Brasil na transição para o século XXI, sobressaem-se aquelas que têm se sustentado pela

    extensão e por envolver ações que interferem na melhora do ensino e aprendizagem de arte.

    Enfatiza-se ainda o direcionamento pedagógico-artístico que tem por premissa básica a

    integração do fazer artístico, a apreciação da obra de arte e a sua contextualização histórica. 

    Como dizem os PCNs-Arte (1997), ainda é utilizado na sala de aula o desenho

    estereotipado mimeografado para as crianças colorirem e “musiquinhas” que falam do

    cotidiano escolar. Trabalha-se também a autoexpressão e ainda há professores que seesforçam ensinando a História da Arte, levando seus alunos para visitas a museus, teatros,

    apresentações de danças e musicais.

    Existem, também, professores polivalentes criativos que, com iniciativa e pesquisa

    autodidata, inventam maneiras originais de se trabalhar, mas com essas ações individuais e

    experiências isoladas se tem pouca oportunidade de troca como, por exemplo, nos eventos,

    congressos regionais onde professores se reúnem, porém, a maioria não tem acesso a esses

    encontros.Ao examinar essa situação conclui-se que existe um sistema frágil de formação que

    desfavorece a relação dessa área com as outras disciplinas do currículo escolar, sem estar

    clara a função da área e sem um embasamento consciente da Arte como dimensão de

    conhecimento com conteúdo específico.

    Alguns professores não conseguem obter referências conceituais e metodológicas para

    embasar sua prática e, a partir disso, buscou-se formular princípios para nortear a ação

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    pedagógica do conhecimento artístico examinando o fenômeno artístico para refletir sobre

    como se ensina e como se aprende Arte.

    Ainda conforme os PCN (1997) existem várias propostas divulgadas no Brasil numa

    transição para o século XXI, onde as que estão em destaque são aquelas que englobam pontos

    essenciais no processo de ensino e aprendizagem de Arte como a integração do fazer artístico,

    a apreciação da obra de arte e sua contextualização histórica, promovendo uma educação

    estética no cotidiano do aluno. Cotidiano que se inicia desde a primeira infância, cujo

    processo é de suma importância na formação da criança, pois é quando ela começa apreender

    o mundo em sua volta. Falaremos mais detalhadamente sobre isso no próximo capítulo.

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    2. A ARTE NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA

    Começamos este capítulo com a seguinte pergunta: Qual a importância da Arte na vida

    dos seres humanos, e qual o sentido da atividade artística na sua formação e no seu

    desenvolvimento?

    Podemos constatar que as primeiras notificações da existência do homem aparecem

    em imagens desenhadas nas cavernas, meio artístico pelo qual o homem começa a constituir-

    se e organizar-se na história. Nesse ponto poderemos entrar em concordância com a ideia de

    Buoro onde diz que

    A vida adquire sentido para o ser humano à medida que ele organiza o mundo. Pormeio das percepções e interpretações, os sistemas externos da realidade sãomapeados nos sistemas internos do ser, e o cérebro humano vai também sedesenvolvendo no contato com essa realidade. (2003, p.19)

    Ainda conforme a autora citada acima, para construir imagens, o homem além de

    sensibilidade para isso, também necessita de memória e capacidade de tomar decisões.

    Mesmo nas imagens das cavernas, percebemos que elas aparecem transformadas a partir de

    um olhar, com noção de espaço e tempo. Elas estão ligadas não só no próprio sustento do

    homem, mas a experiências coletivas e sociais acrescidas de rituais, crenças, gestos e danças,tornando-se tangíveis através de sistemas e signos.  Para constatar que através da arte, na

    antiguidade, o homem expressava suas vivências sociais e coletivas em pinturas rupestres,

    como se observa na imagem abaixo:

    Figura-2 

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    Portanto, segundo Buoro (2003) a Arte está presente na vida do homem desde a

    época em que surge o conhecimento como linguagem, resultado da relação do homem

    com o mundo. Ela interpreta e representa o universo, tornando o ser humano um

    indivíduo com especificidades psicológicas, sociais e culturais, e é por meio delas que

    o homem veio se relacionando com a natureza e com o mundo à sua volta, criando

    possibilidades para sua sobrevivência e desenvolvimento. 

    De acordo com Buoro (2003, p.20), “[...] a Arte é uma forma de o homem entender o

    contexto ao seu redor e relacionar-se com ele”. 

    Conforme a autora, as mudanças que a Arte sofre são resultado das transformações

    que se processam na realidade social e interferem nos meios de produção artística,

    evidenciando o momento histórico do homem, tendo um caminho próprio na representaçãocomo sobrevivência.

    Conforme os PCN-Arte (1997), a criança convive com essas transformações e,

    portanto, a arte tem importância na sua formação, contribuindo com o seu desenvolvimento

    expressivo, com a sua poética pessoal e, no desenvolvimento criativo, favorece também o

    desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, tem seu próprio modo de

    ordenar e dar sentido à experiência humana. Podemos constatar isso nos Parâmetros

    Curriculares Nacionais (1997, p.49) que dizem que “quando a criança brinca: desenvolveatividades rítmicas, melódicas, fantasia-se de adulto, produz desenhos, danças e inventa

    histórias”, transformando também seu lado afetivo, emocional e social.

    A afetividade e a socialização da criança se desenvolvem desde os primeiros anos,

    pois, segundo Ferraz e Fusari (1999), desde pequenina a criança toma parte das práticas

    sociais e culturais de sua família, de seu cotidiano e de todos que vivem ao seu redor. Pouco a

    pouco a criança vai descobrindo o mundo fisco, psicológico, social, estético e cultural que lhe

    são expostos pelos adultos e por outras crianças no decorrer de cada dia. Sua constituiçãocomo sujeito no processo de tornar-se humano vai se firmando a partir das experiências

    apreendidas na interação com o outro e é dentro do ambiente afetivo e cultural, que a criança

    desenvolverá sua maneira de socialização.

    Ainda, de acordo com as autoras,

    Cada objeto, cada elemento de seu cotidiano é uma nova experiência que o mundo lheoferece e frente ao qual ela atua. Desde bem cedo a criança percebe que os seres e ascoisas com os quais convive se apresentam com semelhanças ou diferenciações, com

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    afetividade ou não, acolhendo-a ou rejeitando-a, dando lhe prazer ou desprazer. Comrelação ao mundo sensível ela poderá distinguir, dentre outras, as nuances de cores, demateriais, de sons, de melodias, de gestos, de tempos e de espaços. Ela também éhabituada aos modos de gostar dos adultos, que são demonstrados, por exemplo, pelasescolhas formais, táteis, visivas, sonoras, presentes nas roupas que usam, nos

    brinquedos, nos objetos caseiros, nos acalantos, nas canções de roda, etc.(FERRAZ EFUSARI, 1999, pp. 41-42).

    Conforme diz Martins, Picosque e Guerra, (1998), o pensamento da criança está em

    sua ação, sensação, percepção, sempre nutridas pelo sentimento. Ela convive, sente,

    reconhece e repete os símbolos ao seu redor, mas ainda não cria símbolos intencionalmente.

    Toda criança é tocada pelas cores, texturas e formas e reage a isso esteticamente produzindo

    garatujas quando pequenas e sua criação tem enfoque na sua própria ação, surgindo assim

    percepções que influenciarão na sua compreensão de mundo.Segundo as autoras citadas no parágrafo anterior, nem sempre percebemos a

    diversidade de rabiscos desenhados pela criança e como se alteram com o passar do tempo.

    Essa gestualidade se repete no ato de comer, ao levar a colher até a boca com movimentos

    circulares e também nas brincadeiras com massinhas, fazendo bolinhas e cobrinhas que, de

    início são movimentos descontrolados, mas é preciso aprender a olhar esses gestos para poder

    ver as diferenças e pensar em mediações para ampliar as suas capacidades. Para nos auxiliar a

    examinar o que as autoras dizem a respeito das garatujas das crianças, que é o principio docontato com a maneira de expressar-se em sua visão de mundo, podemos conferir as figuras

    abaixo.

    Garatuja incontrolada

    Garatuja controlada 

    Figura-3-A Figura-3-B 

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    Portanto, entender a maneira como a criança processa o conhecimento sobre arte,

    implica em entrar em seu mundo de significados e de expressão e, por isso, é necessário

    buscar entender o como e o porquê ela o faz. A criança é sempre movida por suas fantasias e

    vontade de descobertas, se expressa com naturalidade tanto na forma verbal, quanto plástica e

    corporal.

    Para Ferraz e Fusari (1999), quando se observa o desenvolvimento expressivo da

    criança se nota uma decorrência da elaboração de sensações, sentimentos e percepções, pois

    quando ela desenha, pinta, dança e canta essas ações sempre são realizadas com muita

    intensidade e emoção. Neste caso, nota-se um processo de articulação interna e de inter-

    relação com o outro, aprimorando seus conhecimentos, internalizando seu fazer na Arte,

    atrelando-o à sua vivência pessoal e cultural.

    A expressão infantil é, pois, a mobilização para o exterior de manifestaçõesinteriorizadas e que formam um repertório constituído de elementos cognitivos eafetivos. Assim, desde bem pequenas as crianças vão desenvolvendo uma linguagemprópria, traduzida em signos e símbolos carregados de significação subjetiva esocial, como, por exemplo, os rabiscos das pequeninas que são extensões de seusgestos primordiais. Esta dimensão particularíssima da linguagem da criança é que afaz reconhecida e respeitada. (FERRAZ e FUSARI, 1999, p.56).

    Isso acontece com a criança nas diversas linguagens artísticas, mas este trabalho se

    aterá mais às contribuições das Artes Visuais na formação da criança.

    2.1 – A contribuição da imagem para a competência de leitura de mundo 

    Somos frequentemente e cotidianamente colocados em contato com diversas imagens,

    pois “Vivemos em um mundo de imagens que estamos permanentemente produzindo, lendo e

    decodificando.” (MARTINS, PICOSQUE e GUERRA, 1998, p.54). De acordo com as

    autoras, a história do homem tem base na busca de significados que são revelados por formas

    simbólicas que configuram a multiculturalidade humana.

    Se somos seres simbólicos, “isso faz com que sejamos capazes de inventar e criar

    símbolos, ordenando e interpretando o mundo por meio de sistemas de representação”

    (MARTINS, PICOSQUE e GUERRA, 1998, p.36) e, como dizem as autoras, cada pessoa tem

    seu simbolismo e através disso temos a competência de inventar e criar símbolos, por meio de

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    sistemas de representação, formulando conceitos, alcançando a intenção do pensamento e do

    sentimento, chegando à sua compreensão do que se passa no mundo.

    Pela linguagem da arte nossa sensibilidade aborda um modo de sentimento que nos

    alimenta simbolicamente, aumentando nosso repertório de significações, obtendo

    conhecimentos que ainda não tínhamos, transformando nossa relação sensível com o mundo e

    as coisas em que nele há.

    A criança pequena produz símbolos e signos, de forma inconsciente, e considerando

    que está em um mundo cultural, carregado de significados simbólicos, ela já faz a leitura do

    mundo ao seu redor e isso contribui para seu desenvolvimento cognitivo. (MARTINS,

    PICOSQUE e GUERRA, 1998).

    Ferraz e Fusari também dizem que

    Para as teorias com base na cognição artística  da criança, os seus desenhos sãoconsiderados resultantes da compreensão que têm do mundo e das expressões de seudesenvolvimento intelectual. Daí a ideia de que a criança, como sujeito ativo,desenha o que sabe, o que ela conhece de si própria e do mundo ao seu redor, e nãoapenas o que ela vê. De acordo com o pensamento cognitivista a criança vaidesenvolvendo conceitos à medida que vai crescendo e adquirindo novasexperiências. (FERRAZ e FUSARI, 1999, p. 67).

    Vivendo nesse mundo simbólico a criança fará suas primeiras estruturações com

    formas e linhas geométricas que formarão seus primeiros registros de objetos. No caso da

    figura humana, a princípio começará com esquemas bem simples que, com o passar do tempo,  

    vão se combinando e formando assim, braços pernas, cabeça, criando conforme seu processo

    imaginativo e simbólico. Esses são os primeiros sinais de uma concepção mais estruturada

    dela mesma e dos adultos que a cercam.

    Conforme Ferraz e Fusari (1999), quando a criança ultrapassa o nível primário de

    aquisição das imagens, a cada etapa de seu conhecimento vai se aproximando de figuras reais,

    aonde seu cotidiano vai aparecendo de forma mais clara em seu mundo representativo, como

    pessoas, animais, brinquedos, objetos, natureza, produções culturais e sociais de sua época,

    como televisão, histórias em quadrinhos, brincadeiras, etc.

    Segundo Sans (1995), a criança possui um forte senso de observação sobre tudo o que

    acontece em seu cotidiano, mediante a essa habilidade ela se concentra quando desenha,

    traduzindo sua interpretação gráfica, seu conhecimento, seu interesse, sentimento e gosto

    pelas coisas que a cerca. Independentemente de sua habilidade com os materiais como lápis,

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    canetas e pincéis, a criança traduz em seu desenho a leitura que tem de mundo de maneira

    subjetiva e isso somente acontece porque guardamos as experiências vividas em nossa

    memória, permitindo-nos reviver e associar as vivências passadas com as atuais.

    Fundamentando-se na experiência obtida, a criança interpreta conhecimentos que adquiriu no

    mundo exterior, construindo um conhecimento reavaliado sobre o tempo atual. A respeito

    disso Sans diz: “Essa associação de fatores é impulsionada, sobretudo pela ação do olhar. A

    visão une ou confronta o mundo interior e o mundo exterior. Amplitude do campo visual

    fornece parâmetros ilimitados”. (Sans 1995, p.47).  Baseado no que diz o autor sobre o

    desenho ser carregado de significados para a criança, aonde ela vai transportando o seu

    conhecimento do mundo ao seu redor, através destes desenhos podemos identificar a relação

    da criança com o mundo examinando a seguinte figura.

    Desenho da criança junto de sua casa

    Figura-4

    Outro ponto importante que devemos abordar neste estudo são as artes visuais e a

    comunicação na vida contemporânea. Fusari e Ferraz (1993), dizem que a sociedade

    contemporânea, em descobertas e pesquisas, científicas e tecnológicas traz muitas

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    perspectivas na área das imagens que estão carregadas de novos meios, vem aumentar de

    forma significativa as experiências do desenho, da pintura, da gravura, escultura, arquitetura

    construídas também por tecnologias eletrônicas e digitais trazendo linguagens visuais e

    audiovisuais que são específicas e fazem parte do mundo da comunicação e da arte.

    De acordo com as autoras, os elementos de visualidades existentes nas imagens

    paradas e em movimento, dessas novas linguagens com proporção artísticas, como a

    fotografia, o cinema, a televisão, o vídeo devem ser investigadas e trabalhadas. As

    informações sobre essas multimídias podem ser procuradas em fontes teóricas dessas áreas,

    pois o conhecimento e a produção em multimídias são conteúdos importantes para os

    estudantes da contemporaneidade.

    Conforme Pereira (2012), existimos num mundo de visualidades, rodeados porimagens e, vivendo em espaços urbanos, o nosso cotidiano é repleto de estímulos visuais,

    como a televisão e a internet que são meios de acesso a imagens em tempo real e de qualquer

    lugar do mundo, mesmo quando não moramos em grandes cidades. Também vamos nos

    deparar com uma diversidade de imagens como mídias, folhetos explicativos, fotografias,

     jornais, etc., enfim um número muito grande de formas visuais, que correspondem a maneiras

    de interpretar o mundo, nos integrando ao tempo e ao espaço. Essas imagens estabelecem

    necessidades de interpretação, por serem formas criadas através de certa cultura dentro decerta concepção,  elas não se tornam neutras e sim se relacionam com a cultura que lhe

    atribuiu sentido, correspondendo à tradição de onde esses costumes vieram. 

    A ideia de cultura abrange toda a produção simbólica de um coletivo, significada nasrelações sociais. Essa produção dita o cotidiano e é transformada pelas demandasque se interpõe entre os sujeitos. Isso significa que todas as relações sociais estãosubmetidas à cultura que se modifica, pois ela é dinâmica. (PEREIRA, 2012, p. 11)

    Seguindo a linha de dinamismo da cultura, que se modifica constantemente, como

    observamos na citação acima, não poderíamos nos esquecer de que através do letramentotambém temos uma leitura de mundo, isso podemos constatar nos conteúdos da CENP (2006),

    atualmente chamada: CGEB – Coordenadoria de Gestão da Educação Básica – que falam

    sobre o conceito do letramento levando em conta o mundo contemporâneo, que a cada dia

    passa a ser mais simbólico e torna-se mais desejável a garantia do direito de todas as crianças

    terem um ensino de arte que lhes atribuam elementos essenciais para a formação como pessoa

    em seus diferentes aspectos e dimensões. Os símbolos nos permitem ler o mundo, sem que

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    necessariamente sejamos alfabetizados e, por conta disso, conseguimos nos socializar com o

    meio através das imagens, como por exemplo, ao irmos ao banheiro identificarmos o banheiro

    masculino e o banheiro feminino devido a imagens que são decodificadas por pessoas de

    qualquer nacionalidade, como veremos na imagem a seguir: 

    Imagem-5

    De acordo com a CENP (2006), a linguagem visual engloba vários tipos e várias

    manifestações que estruturam o pensamento próprio com materiais específicos e fazeressingulares, como o desenho, a pintura, o vídeo, a fotografia, a escultura, a modelagem, a

    cerâmica, a gravura, o cinema. Enfim, essas e muitas outras categorias das artes visuais são

    manifestas pelo corpo através dos sentidos, gestos, ações, sensações, imaginação, articulando

    e apresentando imagens e construindo representações. Assim, as Artes Visuais reúnem signos

    que representam símbolos do pensamento, olhando, fazendo, sentindo e percebendo e, por

    isso, o aprendizado de Arte deve alicerçar e estimular a compreensão sensível dos elementos

    que constroem a linguagem visual.

    De acordo com Fusari e Ferraz (1993), quando se trabalha com artes visuais deve se

    habituar às relações como superfície, espaço e volume, também com linhas, texturas, cores e

    luz e esses elementos tem seu valor expressivo de significados isolados ou interligados, todos

    são usados pelos autores e espectadores das obras visuais. Os elementos de visualidade

    aparecem sempre ligados expressivamente e só podemos identificá-los em uma obra quando

    aprendemos a fazer uma análise visual e poderemos alcançar esse conhecimento se criarmos e

    inventarmos nos baseando no conceito de espaço cujo conceito é atrelado ao nosso ambiente

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    visual com relações de distância, profundidade e disposição. A superfície é a integração

    simultânea entre duas dimensões como altura e largura, por exemplo, porém somente será

    notada se esses elementos forem visualizados em conjunto. O volume é percebido por massas

    constituídas de peso e densidade e esses três elementos serão percebidos no momento em que

    produzirmos um trabalho plástico nos trazendo à tona um conhecimento em obras visuais.

    Podemos constatar as práticas que nos trarão esses conhecimentos no que dizem as

    autoras:

    Resumindo, verificamos que é possível perceber-se a presença de elementos visuaisna arte, no cotidiano, na natureza, na história cultural da humanidade, onde seapresentam em múltiplas situações compositivas indicadas por movimentos (reais ouaparentes), direções, ritmos, contrastes, tensões, proporções, simetria/assimetrias,

    dentre outros. Além disso, redimensionadas em diversas ambiênciascomunicacionais. Por isso precisamos estudar os elementos de visualidade parareconhecê-los em suas combinações compositivas e dimensões estéticas, artísticas ehistóricas. (Fusari e Ferraz, 1993, p.90).

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    3. A ARTE E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO 

    Neste capítulo analisaremos o valor do saber artístico e as várias maneiras de

    contribuição para a educação através do ensino da Arte. Segundo os PCN-Arte (1997), a

    educação em arte favorece o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção

    estética, que se distinguem numa maneira própria de ordenar e dar sentido à experiência

    humana. O aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar

    formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos

    seus colegas e essa área também favorece a relação de produção com as outras disciplinas do

    currículo. 

    De acordo com os PCN-Arte (1997), o aluno que exercita continuamente sua

    imaginação estará mais habilitado a construir um texto e a desenvolver estratégias para

    solucionar um problema matemático, por exemplo. Já com o conhecimento de arte de outras

    culturas o aluno compreende a relatividade dos valores, modo de pensar e agir dando sentido

    à valorização da diversidade cultural, desenvolvendo a criticidade em relação à sua e às outras

    culturas criando uma condição para uma qualidade de vida melhor.

    “A arte de cada cultura revela o modo de perceber, sentir e articular significados e

    valores que governam os diferentes tipos de relações entre os indivíduos na sociedade.”

    (BRASIL, 1997, p. 20).

    Conforme Martins, Picosque e Guerra (1998), a arte tem importância na escola porque

    é importante fora dela. Portanto, é um conhecimento construído pela humanidade no decorrer

    da história, assim se tornando um patrimônio cultural para o homem, pois todos nós temos

    direito ao acesso desse saber. Estabelecer a arte como conhecimento é o ponto essencial para

    o ensino, articulando três conceitos: a criação; a produção; a análise ao conhecimento

    histórico-cultural e esses campos também são conhecidos como Produção, Fruição eReflexão.

    Podemos constatar a importância da arte na educação também nos PCN-Arte, (1997),

    onde diz que desde o início da história da humanidade a arte atua em todas as formações

    culturais e, quando o homem desenhou o bisão na caverna, aprendeu de alguma forma essa

    função e consequentemente teve que ensiná-la a alguém. Portanto, o ensino e aprendizagem

    de arte atuam no conhecimento do homem de acordo com regras e valores estabelecidos em

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    cada ambiente cultural do conhecimento, envolvendo a produção artística em todos os tempos

    e mediante a esse saber podemos aprimorar nossa comunicação nas mais diversas formas de

    nos expressar.

    Segundo Martins, Picosque e Guerra (1998), desde quando o homem habitava em

    cavernas, manipulava cores, formas, gestos, espaços, sons, silêncios, superfícies, movimentos,

    luzes e muitas outras formas que davam sentido em sua comunicação com os outros.

    Conforme as autoras acima, a comunicação entre as pessoas não se dá apenas por

    palavras, uma vez que também adquirimos conhecimentos de outras pessoas, povos e culturas

    através de outras linguagens como suas músicas, teatros, poesias, danças, cinemas, pinturas e

    muito mais. Para que essas linguagens tenham significado para nós, precisamos entendê-las,

    interpretá-las e aprender a operar esses códigos. Da mesma maneira que existe um espaço naescola destinado à alfabetização na linguagem das palavras, dos textos escritos e orais, é

    importante que haja um cuidado com a alfabetização nas linguagens da arte, pois é através

    delas que haverá possibilidades para que percebamos o mundo das culturas e a nossa

    singularidade.

    Assim, mais fronteiras poderão ser ultrapassadas pela compreensão e interpretaçãodas formas sensíveis e subjetivas que compõe a humanidade e suamulticulturalidade, ou seja, o modo de interação entre grupos étnicos e, em sentidoamplo, entre culturas. (MARTINS, PICOSQUE E GERRA, 1998, p.14).

    Ainda conforme as autoras acima, cada pessoa tem uma visão singular dos fatos, por

    isso o valor da vivência, da visão, da interpretação de algo que tenha sentido para elas e,

    mesmo que isso tenha ocorrido na mesma época para um grupo de pessoas, não tem o mesmo

    significado para todas elas, importando a necessidade da contextualização histórica e cultural

    da produção artístico-estética do homem no processo de ensino/aprendizagem de Arte e

    também da necessidade de perceber e construir conceitos artísticos que sirvam de base para

    esse conceito. Esse conhecimento de ampliar e aprofundar o saber artístico-estético deve ser

    garantido a todas as crianças desde a Educação Infantil, onde o aprendiz constrói conceitos

    sobre a arte, comparando valores e manifestações artísticas e estéticas do passado e da

    atualidade em sua cultura e de outros povos.

    3.1- A Arte na Educação escolar 

    A arte na educação escolar tem seu foco nos estudos artísticos embasados em formas

    de linguagens como a música, teatro, dança, e artes visuais, tidas como conhecimentos que

    abrangem a experiência de aquisição de produtos artísticos e a apreensão da competência de

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    representar situações por meio da realização de formas artísticas. Portanto, aprender Arte não

    é apenas os alunos aprenderem a produzir alguma coisa, e sim a ação de alcançarem o

    significado do que fazem, mediante ao desenvolvimento da percepção estética, nutrida pela

    influência do fenômeno artístico tido como objeto de cultura através da história e o

    agrupamento organizado de relações formais. Mas para que isso ocorra o professor precisará

    trabalhar em sala de aula conceitos que servirão de fundamentação para que o aprendizado

    seja significativo para o aluno. (CENP, 2006).

    Segundo o órgão, educacional citado a cima, um desses conceitos é a  produção  em

    arte, a ação de criar, construir e produzir, que são momentos em que a criança pinta, desenha,

    esculpe, recorta, cola, constrói personagens, simboliza, etc. Mediante a isso ela pensa e

    constrói o fazer através do lúdico, formando novos conhecimentos a partir se sua própriacultura criando, assim, uma produção artística única, pois cada aluno exterioriza a arte de

    maneira particular mostrando seu sentimento, sua visão do mundo e sua maneira de pensar.

    Ainda conforme CENP (2006), fruição é a apreciação significativa da Arte e tudo que

    se relaciona a ela, percebendo, analisando, refletindo sobre as suas várias linguagens. O

    professor deve por ao alcance do aluno os mais diversos produtos artísticos de todas as

    épocas, povos, países e culturas, inclusive as produções da classe envolvida com seu trabalho.

    E a reflexão  é o produto da Arte contendo a história e a multiplicidade de todas as culturasreunidas, fazendo e apreciando a arte, contextualizando-a socialmente e politicamente,

    inserindo-a no contexto de onde ela foi produzida e como esse momento se reflete nela.

    Assim, a disciplina de Arte segundo Fusari e Ferraz (1993), deve assegurar que os

    alunos passem a identificar e experimentem aspectos técnicos, inventivos, representacionais e

    expressivos nas várias linguagens da arte, por meio de um trabalho consciente com atividades

    artísticas, estéticas somando o programa de Teoria e História da Arte, inter-relacionados com

    sua comunidade, assim alcançando um conhecimento que abrangerá e se aprofundará maissobre a arte, vendo, ouvindo, sentindo, pensando, descobrindo, exprimindo por meio de

    elementos da natureza e da cultura, analisando, refletindo e transformando, todos os alunos

    tem o direito de obter esse conhecimento.

    De acordo com Fusari e Ferraz (1993), a disciplina de Arte deve ser compartilhada

    com as outras demais de um modo individual e coletivo, e os professores devem trabalhar

     juntos em caráter formativo e informativo, cooperando para a formação de indivíduos que

    descubram melhor o mundo ao seu redor, compreendendo-o e vivenciando seu contexto

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    cultural de maneira mais crítica, pois é através deste trabalho que os professores atuarão como

    mediadores trazendo a possibilidade de se tornarem cidadãos contemporâneos.

    3.2 - A Arte visual na sala de aula 

    Conforme Pereira (2012), quando o aluno desenha, coloca todos os elementos de que

    tem conhecimento em sua produção. Ao criar o aluno reconstrói algo novo que contenha

    significado para ele e a articulação da sua imaginação com o fazer artístico irá se concretizar

    em sua produção. Para isso, a criança passa por dois momentos, o de imaginação cuja ação lhe

    faz gerar imagens mentalmente e, ao produzi-las, passa pelo momento de criação onde ela se

    utiliza de certa linguagem para construir determinada forma como explica a autora:

    Ao desenhar, a criança parte de imagens mentais e as transforma na linguagemartística do desenho. Portanto, o desenho não é somente imagem mental ou somentea ação sobre o papel, mas a relação entre as duas instâncias. Acriança pensa e tem detransformar o pensamento em determinada forma gráfica. Aqui existe a necessidadede habilidades específicas para configurar um pensamento. Como o desenho é umalinguagem e exige determinado vocabulário, o ato de desenhar é a produção deconhecimento sobre a linguagem, utilizando certo vocabulário (linha, ponto). Oprocesso de desenhar é a produção de conhecimento sobre as especificidades do atode criar formas desenhadas. Desenhar se aprende desenhando! Por isso, quanto maisexperimentam, quanto mais testam hipóteses, melhor os alunos se comunicam pormeio da linguagem do desenho. (PEREIRA, 2012, p.18).

    As imagens fazem parte do nosso dia a dia, interferindo no modo de como nos

    vestimos, pensamos, e como vivemos isso tudo por conta de nos darem valores sociais,

    formados de várias maneiras e, através delas, formamos um conceito de como estamos no

    mundo. E assim, a utilização de imagem em sala de aula é uma maneira de promover a

    reflexão aproximando do aluno um conhecimento artisticamente significativo para seu

    convívio social e cultural. (PEREIRA, 2012).

    Enfim, encerramos esse estudo usando as palavras de Barbosa (2001), onde diz que aArte não é apenas um elemento básico e sim essencial na educação de um país que se

    desenvolve, pois Arte é cognição, é profissão, é a maneira diferenciada de interpretar o

    mundo, a realidade, o imaginário que é conteúdo, representando o melhor trabalho da

    humanidade.

    A escola é o meio pelo qual as crianças irão adquirir conhecimentos para se tornarem

    pessoas críticas, e é em sala de aula que o professor de Arte deve promover esse

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    conhecimento dando subsídios para serem capaz de se apropriar dos benefícios que o

    conhecimento em Arte oferece, pois segundo Barbosa,

    Sem conhecimento de arte e história não é possível a consciência deidentidade nacional. A escola seria o lugar em que se poderia exercer oprincípio democrático de acesso à informação e formação estética de todasas classes sociais, propiciando-se na multiculturalidade brasileira umaaproximação de códigos culturais [...]. (2001, p.33).

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    CONSIDERAÇÕES FINAIS 

    Neste trabalho analisamos e expusemos a importância da Arte na formação da criança

    e a sua contribuição na educação da mesma.

    Abordamos um breve histórico da Arte no Brasil e nos aprofundamos na história das

    Artes no Brasil, onde observamos a trajetória do seu ensino e pudemos observar que este

    conteúdo curricular não era valorizado naquela época como deve ser.

    Hoje em dia há uma visão diferente do ensino de Arte, pois os arte-educadores

    discutem teorias e novas práticas para tentar conscientizar os professores de que a escola se

    define no presente com o intuito de auxiliá-la em uma concepção do ensino de Arte adequado

    para o futuro.Acreditamos que para o ensino de Arte seja significativo para o aluno, o professor

    precisa atentar-se a trabalhar a arte da maneira a promover uma concepção da linguagem em

    várias categorias, inclusive a visual que, neste trabalho, foi mais enfatizada do que as outras.

    Através deste aprofundamento chegamos à conclusão de que a linguagem da Arte deve ser

    trabalhada na criança desde pequenina, pois é de suma importância para sua formação e

    porque ela encontrará na Arte uma série de subsídios para sua leitura de mundo.

    No presente trabalho também pudemos no ater ao auxílio da imagem para a leitura demundo, fundamental nos tempos atuais que está carregado de visualidades e tecnologias

    impossíveis de se ignorar.

    A Arte Visual na escola é uma categoria de linguagem da Arte que, se trabalhada com

    consciência pelo professor auxiliará o desenvolvimento cognitivo do aluno transformando-o

    em um sujeito crítico que saberá ler o mundo, conseguirá responder a estímulos artísticos

    como poetizar, fruir e contextualizar o processo histórico cultural em que ele se encontra e

    também, de maneira geral, o de outras culturas e costumes.

    Enfim,  o objetivo deste estudo se baseou na importância das várias linguagens

    artísticas para o desenvolvimento da criança e de que maneira elas podem atuar em sua

    construção de significados.

    Trazendo essa visão à tona, poderemos de alguma maneira através deste trabalho

    contribuir para uma consciência de que, se o professor levar com seriedade e prioridade o

    aprendizado do aluno, ele tem muito a considerar a respeito do ensino da Arte na vida da

    criança, atribuindo-lhe condições para construções artísticas significativas enquanto sujeito,

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    atrelando esses saberes com outros conhecimentos do currículo escolar dando oportunidade de

    se tornarem sujeitos independentes com liberdade e autonomia cognitiva.

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