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[Year] AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E O SEU ENSINO ATRAVÉS DOS MÉDIA

Projeto financiado por:

As Alterações Climáticas e o seu ensino através dos média

2

Índice Acerca deste manual .................................................................................................................... 3

Literacia científica: o conceito...................................................................................................... 5

A ciência e o estudo das alterações climáticas ............................................................................ 8

Os impactes das alterações climáticas ....................................................................................... 12

Mitigação das alterações climáticas .......................................................................................... 15

Adaptação às alterações climáticas ........................................................................................... 18

Da literacia mediática à literacia científica em sala de aula ..................................................... 21

Uso da notícia escrita em sala de aula ....................................................................................... 24

Tabela de desconstrução de uma notícia .................................................................................. 27

Uso de um conteúdo áudio em sala de aula .............................................................................. 29

Tabela de desconstrução de uma peça jornalística áudio ........................................................ 32

Uso do vídeo em sala de aula ..................................................................................................... 34

Tabela de desconstrução de uma peça jornalística em vídeo .................................................. 37

Uso da infografia em sala de aula .............................................................................................. 39

Tabela de desconstrução de uma infografia.............................................................................. 42

Infografias Clima@EduMedia .................................................................................................... 44

Bibliografia .................................................................................................................................. 66

Ficha técnica ............................................................................................................................... 72


3

Este manual é composto por uma série de materiais produzidos no âmbito do

projeto Clima@EduMedia e dirige-se aos professores do Ensino Básico e do Ensino

Secundário. Em forma de síntese, salientando os tópicos principais, este documento

baseia-se nos materiais do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares” e nos

materiais produzidos no âmbito da Formação Relâmpago ministrada em 27 escolas

participantes no projeto (ver mais informação em “Sobre o Clima@EduMedia”). O

manual neste caso divide-se em duas partes, sendo esta a primeira e abordando o tema

das alterações climáticas e de como é possível utilizar os diferentes média no seu ensino.

O objetivo é que este manual seja ele próprio um conteúdo multiplataforma,

complementado por uma versão em formato digital disponível no website do projeto

Clima@EduMedia.

É nesta plataforma (com o nome “Recursos Educativos”) que, aproveitando as

potencialidades do digital, se disponibiliza para download todo o acervo de conteúdos

criados pelo projeto, seja no âmbito das alterações climáticas, dos média ou do uso dos

média na educação.

Entre estes documentos, há manuais, vídeos, estratégias de ensino, fichas de

atividade, dicas, entre outros.

No final de cada síntese temática é feita uma ligação à plataforma online “Recursos

Educativos” onde são disponibilizados os vários documentos.

Aconselhamos a leitura do segundo documento “A produção mediática sobre as

alterações climáticas” que explora, em maior pormenor, como se produzem notícias

para a imprensa, televisão, rádio e também trabalhos multimédia, complementando a

componente educativa do uso dos média no ensino.

Sobre o Clima@EduMedia:

O Clima@EduMedia é um projeto desenvolvido pela Faculdade de Letras da

Universidade do Porto ao abrigo do Programa “AdaPT - Adaptando Portugal às

Alterações Climáticas", com a missão de apoiar a educação nacional em matéria de

mudanças climáticas, através do uso dos média.

Acerca deste manual


4

O objetivo é promover abordagens inovadoras para o ensino e aprendizagem dos

conteúdos ligados às alterações climáticas em diferentes escolas nacionais, dando

particular destaque às áreas da adaptação e da mitigação.

O Clima@EduMedia dinamizou duas edições do MOOC “As alterações climáticas

nos média escolares” nas quais participaram ao todo mais de 1000 professores de

diversas áreas de ensino. Para o MOOC a equipa do projeto produziu 9 manuais

temáticos, 10 vídeos e 4 estratégias de ensino.

Para além da formação de professores, o Clima@EduMedia deu também formação

a alunos do Ensino Básico e Ensino Secundário, tendo produzido também materiais

sobre os média e as alterações climáticas.


5

A ciência está presente em vários momentos das nossas vidas e ter literacia

científica é importante para ter conhecimento suficiente para tomar decisões

adequadas a nível pessoal e social. Por exemplo, a decisão de tomar ou não uma vacina

ou um determinado medicamento ou, em associação direta à temática do ambiente, a

decisão de começar a fazer a separação do lixo.

O que é a literacia científica?

É a capacidade de os cidadãos compreenderem a Natureza e os processos da

Ciência, assim como de usarem esses conhecimentos de forma pragmática nas questões

do dia a dia.

A escola é o local onde a literacia científica começa a ser desenvolvida e esse

processo tem continuidade fora do contexto escolar, através, nomeadamente, dos

média que mantêm a população informada acerca dos avanços científicos e

tecnológicos. Neste sentido, para aumentar a literacia científica é pertinente também a

existência da literacia mediática. Esta última vai permitir uma interpretação mais eficaz

do que dizem os média e a identificação de fontes credíveis. Ao mesmo tempo, a

literacia científica é importante precisamente para fomentar algum sentido crítico face

à informação que é transmitida pelos média.

De acordo com o Programme for International Student Assessement (PISA)1 de

2013, o conceito de literacia científica caracteriza-se por quatro aspetos

interrelacionados:

Competências

Explicar fenómenos cientificamente;

o Exemplo: Quais as melhores medidas de mitigação das alterações

climáticas?

Avaliar e comentar resultados de investigação e propor fornas de resolver

problemas;

o Exemplo: Encontrar explicações científicas para a ocorrência de eventos

extremos.

1 PISA 2013: http://www.oecd.org/pisa/pisaproducts/Draft%20PISA%202015%20Science%20Framework%20.pdf

Literacia científica: o conceito

http://www.oecd.org/pisa/pisaproducts/Draft%20PISA%202015%20Science%20Framework%20.pdf


6

Interpretar dados e evidências: analisar cientificamente gráficos, figuras ou

esquemas;

o Exemplo: Analisar gráficos sobre o nível médio da água do mar ou da

subida da temperatura.

Para ter competências é necessário ter...

Conhecimento

Substantivo: conhecer factos, conceitos e ideias científicas;

o Exemplo: processo do efeito de estufa.

Epistemológico: refletir sobre a importância da construção do conhecimento;

o Exemplo: papel das hipóteses, modelos e argumentos.

Processual: compreensão das práticas da investigação científica;

o Exemplo: existência do controlo de variáveis.

As competências científicas devem ser mobilizadas consoante

os diferentes...

Contextos

Pessoal: o conhecimento fundamenta as nossas escolhas;

o Exemplo: separar o lixo.

Local: o conhecimento ajuda a tomar decisões que envolvam a comunidade;

o Exemplo: ajudar a preservar uma espécie que viva perto da nossa zona

de residência.

Nacional: o conhecimento ajuda a participar em debates políticos a nível

nacional;

o Exemplo: decisão de aplicação de um imposto sobre os sacos de plástico.

Global: o conhecimento ajuda a construir uma posição fundamentada;

o Exemplo: sobre a origem as alterações climáticas.


7

Atitudes

Interesse científico

o Exemplo: jovens com mais interesse pela ciência seguem carreiras

científicas no futuro;

Valorização da abordagem científica

o Exemplo: valorização da recolha de dados, pensamento criativo e

racional, entre outros aspetos;

Consciência ambiental: há uma preocupação ambiental e disposição para

promover comportamentos ambientais sustentáveis;

o Exemplo: promover a deslocação de bicicleta para o local de trabalho,

em vez de utilizar o carro.

Recursos de interesse:

Para saber mais sobre literacia científica pode aceder à plataforma “Recursos Educativos”

(http://www.climaedumedia.com/recursos-educativos.html) da página do projeto

Clima@EduMedia, procurando na secção “Clima”, o símbolo correspondente ao associado

a este tema no manual.

Nessa secção pode encontrar os seguintes documentos para visualização e download:

Manual I do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;

Vídeo sobre literacia científica.

http://www.climaedumedia.com/recursos-educativos.html


8

O clima sempre mudou ao longo da história da Terra. Estas mudanças deveram-se

sobretudo a fatores de ordem natural.

No entanto, desde o início do século XX, os cientistas têm observado alterações no

clima que não podem ser apenas atribuídas a causas naturais.

Estes especialistas fazem parte de um grupo internacional chamado Painel

Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC). Trata-se de uma fonte de

informação muito utilizada para aumentar o conhecimento sobre as alterações

climáticas, sendo o suporte, na maioria das vezes, de várias notícias acerca deste tema.

O IPCC é composto por uma série de especialistas de várias nacionalidades, de forma a

incluir diversos pontos de vista e áreas do conhecimento científico.

Excerto de uma infografia sobre o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas. Pretende abordar esta matéria em sala de aula? Veja em “Recursos de interesse”, mais abaixo neste documento, como aceder.

A ciência e o estudo das

alterações climáticas


9

Estes estudos têm vindo a demonstrar que:

A temperatura da Terra está a aumentar a um ritmo significativo;

Fenómenos como o aumento do nível do mar, tempestades fortes e secas

ocorrem com muito mais frequência.

São as alterações climáticas. Quando se aborda este fenómeno, é importante saber

diferenciar os termos “clima” e “tempo”, utilizando-os corretamente. Para os alunos,

esta pode ser uma dica para desconfiarem de um conteúdo que encontrem em pesquisa

na Internet, que diga, por exemplo, que “O tempo está a mudar”.

A investigação do IPCC mostra que existe uma correlação entre as atividades

humanas e as mudanças no clima que têm sido persistentes. Estas mudanças incluem o

aquecimento global, as alterações nos padrões dos oceanos, do gelo e da pluviosidade,

com consequências nos ecossistemas.

Excerto de uma infografia sobre a diferença entre os conceitos “Tempo” e “Clima”. Pretende abordar esta matéria em sala de aula? Veja em “Recursos de interesse”, mais abaixo neste documento, como aceder.


10

Para compreender melhor as alterações climáticas, é importante perceber o que é

o aquecimento global.

Mas o que é exatamente o efeito de estufa?

O efeito de estufa tem esta designação devido à comparação com o que acontece

numa estufa de plantas, onde o plástico ou o vidro se deixam atravessar pela radiação

solar de comprimento de onda curto, retendo, contudo, a radiação de comprimento de

onda longo, emitida pelo solo. Desta forma, a temperatura no interior da estufa torna-

se superior em relação à do seu ambiente envolvente.

E os gases com efeito de estufa?

Nem todos os gases presentes na atmosfera contribuem da mesma maneira para o

efeito de estufa. Os que efetivamente contribuem para o aquecimento da Terra é que

são denominados com gases com efeito de estufa (GEE).

Estes existem em menor quantidade na atmosfera (cerca de 1%), como se pode ver

no gráfico em baixo.

O aquecimento global corresponde à subida da temperatura média da

Terra causada pela libertação excessiva de gases com efeito de estufa para a

atmosfera.

É um processo natural que ajuda a Terra a manter uma temperatura

média de 15ºC (graus Celsius), ideal para a sobrevivência da Vida.


11

Estudos mostram que a temperatura média da superfície da Terra aumentou

0,85ºC desde 1880 e que este crescimento se deve, sobretudo, a fatores

antropogénicos, ou seja, provocados pelo homem. As atividades humanas como a

queima de combustíveis fósseis para alimentar a indústria provocam a libertação de

gases com efeito de estufa para a atmosfera.

Os impactes das alterações climáticas já se estão a fazer sentir e é por isso, também,

importante adotar medidas que ajudem a lidar com este fenómeno, evitando que ele se

intensifique.


Para saber mais sobre o tema das alterações climáticas pode aceder à plataforma

“Recursos Educativos” (http://www.climaedumedia.com/recursos-educativos.html) da

página do projeto Clima@EduMedia, procurando na secção “Clima”, o símbolo

correspondente ao associado a este tema no manual.


Manual II do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;

Vídeo “Introdução às alterações climáticas”.

Gráfico/Infografia Clima@EduMedia



12

As alterações climáticas, quer desencadeadas por fatores naturais quer por fatores

antropogénicos, conduzem a mudanças na frequência e/ou na intensidade da

ocorrência de eventos meteorológicos extremos.

Por exemplo, as inundações, causadas pela precipitação intensa e de grande

duração, são consideradas um evento meteorológico extremo. Outros exemplos são os

ciclones, os tornados, as secas, as ondas de calor, as ondas de frio e os nevoeiros

intensos.

Mas…

Os cientistas atribuem estas ocorrências, com maior ou menor confiança, a

alterações climáticas com causas antropogénicas, ou seja, com origem na ação humana.

As alterações climáticas têm diversos impactes e fazem-se sentir ao nível dos

sistemas humanos, sistemas físicos e sistemas biológicos.

Um evento meteorológico extremo é aquele que é raro num local em

particular e/ou época do ano, geralmente apresenta grande intensidade,

duração ou afeta uma grande região.

…quando se verifica a persistência de um ou mais eventos

meteorológicos extremos durante um período de tempo, como por exemplo

uma estação do ano, podemos dizer que estamos perante eventos climáticos

extremos.

Os impactes das alterações

climáticas


13

Nos sistemas físicos tem vindo a verificar-se, entre outros:

Uma redução das massas de gelo, ou seja, o degelo;

Um aquecimento e acidificação da água dos oceanos;

Uma subida global do nível médio do mar, causada em parte pelo degelo

das calotes polares;

Nos sistemas biológicos têm vindo a verificar-se, entre outros:

Modificações profundas na distribuição de algumas espécies e também na

sua abundância, com a consequência associada:

Aumento do risco de extinção;

Um aumento da mortalidade de árvores de médio e grande porte, sendo

que este aumento tem duas consequências associadas:

Perda de habitats;

Redução de reservatórios de carbono;

Nos sistemas humanos tem vindo a verificar-se, entre outros:

A diminuição do rendimento das colheitas prejudicada pelos eventos

extremos, com a consequência associada:

Alterações (essencialmente subidas) no preço dos

alimentos;

O agravamento da vulnerabilidade e exposição das populações humanas,

com as consequência associadas:

Aumento do risco de pobreza;

Aumento da mortalidade;

A destruição de infraestruturas.

Excerto de uma infografia sobre os impactes das alterações climáticas ao nível dos diferentes sistemas. Pretende abordar esta matéria em sala de aula? Veja em “Recursos de interesse”, mais abaixo neste documento, como aceder à infografia.


14

Dentro dos impactes destes sistemas, podemos salientar um exemplo referente a

impactes diretos de um evento climático extremo.

Falamos de uma onda de calor extrema que decorreu em toda a Europa no Verão

de 2003. As ondas de calor estão associadas, entre outras consequências, a um maior

risco de incêndio. Neste evento em particular, arderam, apenas em Portugal, 425839

hectares de floresta. Os incêndios causam a mortalidade de árvores e

consequentemente a diminuição de habitats e uma perda de reservatórios de carbono.

As alterações climáticas surgem com frequência nas notícias e o seu impacte direto

na vida das pessoas é das principais razões para que isso aconteça. Os eventos extremos,

com consequências diretas na economia e no ambiente, são considerados importantes

e de interesse público, tendo destaque nos média em geral.

Excerto de uma infografia sobre eventos extremos ocorridos em Portugal desde 2000. Pretende abordar esta matéria em sala de aula? Veja em “Recursos de interesse”, mais abaixo neste documento, como aceder à infografia.





correspondente ao deste manual.


Manual III do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;

Vídeo “Os impactes das causas das alterações climáticas”.



15

No combate às alterações climáticas existem duas estratégias distintas, mas

complementares: a adaptação e a mitigação.

Relativamente ao conceito de mitigação, este vem do verbo “mitigar” que significa

reduzir. O termo mitigação refere-se à ação humana que visa estabilizar as

concentrações atmosféricas de gases com efeito de estufa (GEE) num nível que evite

interferências gravosas e irreversíveis no sistema climático.

É possível dizer que existem dois tipos de medidas de mitigação das alterações

climáticas:

Por exemplo:

Substituir o automóvel pela bicicleta em percursos curtos. Assim, estamos a

queimar menos combustíveis fósseis e, por conseguinte, a emitir para a atmosfera

menos dióxido de carbono (CO2), um reconhecido GEE.

1. As que atuam sobre as causas, tendo por objetivo reduzir ou

eliminar as emissões de gases com efeito de estufa lançados para

a atmosfera.

Mitigação das alterações

climáticas


16

Por exemplo:

A proteção e renovação de florestas contribui para aumentar o número de plantas

que realizam fotossíntese e que, nesse processo, capturam CO2 para produzir os seus

compostos orgânicos.

2. As que atuam sobre as consequências, tendo por objetivo

potenciar a captura e armazenamento dos GEE em sumidouros e

reservatórios.

Excerto de uma infografia sobre os dois tipos de estratégias de combate às alterações climáticas: mitigação e adaptação. Pretende abordar esta matéria em sala de aula? Veja em “Recursos de interesse”, mais abaixo neste documento, como aceder à infografia.

Foto: Pixabay


17







Manual IV do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;

Vídeo “Mitigação das causas das alterações climáticas”.



18

Mitigação e adaptação são estratégias complementares de combate às alterações

climáticas para as quais nações de todo o mundo estão a direcionar importantes

esforços. Isto porque todas as evidências apontam para o contínuo aumento da

temperatura média global da superfície terrestre, durante o século XXI. Por tal, já não

se trata de parar as alterações climáticas, mas sim de abrandá-las, reduzindo

drasticamente as emissões antropogénicas de gases com efeito de estufa. Além disso,

será ainda necessário implementar medidas, ou respostas, de adaptação para lidar com

os impactes provocados pelo aquecimento que já não podem ser evitados.

É possível dizer que existem dois tipos de medidas de adaptação às alterações

climáticas.

Por exemplo:

1. As que têm por objetivo reduzir os danos causados pelos

impactes das alterações climáticas.

Adaptação às alterações

climáticas

Foto: Pixabay


19

Criar bacias de retenção nas cidades, acumulando as águas pluviais por forma a

evitar a cheias, um dano causado por períodos de chuva intensa.

Por exemplo:

Aproveitar as alterações do clima, que é cada vez mais ameno, para o cultivo de

espécies hortícolas em regiões onde anteriormente não era possível.

2. As que têm por objetivo explorar oportunidades favoráveis.

Excerto de uma infografia sobre as vulnerabilidades e medidas de adaptação para lidar com esses impactes das alterações climáticas. Pretende abordar esta matéria em sala de aula? Veja em “Recursos de interesse”, mais abaixo neste documento, como aceder à infografia?

Foto: Pixabay


20







Manual V do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;

Vídeo “Adaptação aos impactes das alterações climáticas”.



21

A ciência e a tecnologia têm um papel predominante no desenvolvimento das

sociedades, sempre com novas descobertas e investigações. Ao longo da nossa vida,

surgem escolhas importantes a fazer que exigem informação e conhecimentos

relacionados com a ciência. Após o percurso escolar, o meio mais frequente de contacto

com a ciência são precisamente os média. Desta forma, as notícias de ciência assumem

um papel que é cada vez mais importante, fazendo com que também seja fulcral

potenciar uma literacia para os média no ensino formal.

A utilização dos média em sala de aula é uma das formas de promover a literacia

científica dos alunos, tornando o processo de aprendizagem mais lúdico. Desta forma é

possível fomentar a capacidade crítica dos estudantes, que, à medida que vão

adquirindo conhecimentos científicos em sala de aula, vão podendo avaliar no que leem

se a informação científica dos produtos mediáticos está correta ou se as fontes são

fidedignas. Uma boa literacia científica também permite pôr o conhecimento acerca dos

média em prática. Maiores níveis de literacia mediática estão diretamente ligados a

uma melhor literacia científica, pois a informação é mais facilmente apreendida. Estas

duas literacias estão interligadas e complementam-se.

Para entender a importância dos conceitos acima referidos, ficam duas definições:

Literacia científica A capacidade de os cidadãos compreenderem a

natureza e os processos da Ciência, assim como

de usarem esses conhecimentos de forma

pragmática nas questões do dia-a-dia.

Literacia mediática

A capacidade para aceder, analisar, avaliar

e criar conteúdos mediáticos.

Da literacia mediática à literacia

científica em sala de aula


22

É possível, então, colocar e analisar duas diferentes questões, tendo por base estes

conceitos complementares. A partir deles, através de diferentes estratégias, é possível

trabalhá-los com os alunos:

1) Como podem os alunos avaliar os média, tendo literacia científica?

Por exemplo, através da capacidade crítica que cada indivíduo deve ter para com as

conclusões científicas presentes nas notícias. Esta componente, defendida por autores

como Helen Rose Fives, num estudo publicado em 2014, refere-se às capacidades de:

colocar questões para avaliar a fiabilidade do relato científico presente nos vários

meios de comunicação, sabendo que:

a) toda a investigação científica se baseia em trabalhos anteriores;

b) os resultados dos estudos são sempre sujeitos a incertezas;

c) é necessário conhecer as fontes de financiamento do estudo, pois estas

podem forçar o enviesamento dos resultados;

d) é importante prestar atenção ao que é dito, mas também ao que é

omitido;

avaliar a qualidade e a pertinência das fontes utilizadas na peça jornalística.

2) Como podem os alunos ganhar literacia científica através dos média?

Os média podem ser úteis para introduzir conceitos científicos como, por exemplo, o

“efeito de estufa”. A análise de notícias de ciência permite também perceber como a

ciência é feita e permite envolver os alunos em temáticas atuais associadas com as

matérias lecionadas na escola.

Através da desconstrução do processo jornalístico é possível ao aluno perceber, entre

outros aspetos:

quais as informações mais importantes de um determinado estudo;

que fontes foram selecionadas para uma notícia;

a pertinência de explicar e tornar percetíveis determinados conceitos, tornando-

os mais fáceis de perceber para o público em geral.

O processo contrário, de construção de um conteúdo mediático, é também uma forma de

aprender sobre ciência. Para realizar uma notícia, reportagem ou entrevista, o aluno,

assumindo o papel de jornalista, tem, entre outros aspetos, de:

fazer pesquisa sobre o tema;

preparar questões para questionar especialistas que poderão ser uma fonte de

informação para o trabalho;

explicar conceitos.


23


Para saber mais sobre as literacias mediática e científica pode aceder à plataforma “Recursos

Educativos” (http://www.climaedumedia.com/recursos-educativos.html) da página do

projeto Clima@EduMedia, procurando na secção “Edu”, o símbolo correspondente ao

associado a este tema no manual.


Manual I do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;

Vídeo “Literacia mediática”;

Vídeo “Literacia científica”



24

Utilizar uma notícia escrita em sala de aula pode ter várias vantagens a nível do

ensino das alterações climáticas. Por ser um tema relevante, do interesse do público e

com impacte na vida das pessoas, correspondendo a mais do que um valor-notícia,

aparece com frequência nos meios de comunicação social.

Por isso, não faltam exemplos que possam ser aplicados em sala de aula para

lecionar diferentes matérias.

Quais as vantagens de se usar uma notícia escrita no ensino?

Explorar ângulos diferentes sobre o mesmo conteúdo

Desenvolver capacidades de leitura e

interpretação textual

Fomentar (a) capacidade crítica dos alunos em relação à informação

científica no texto

Utilizar o texto como base para discussão de

temas relevantes

Elaborar uma ficha de trabalho a partir da

notícia

Usar a notícia para verificar se os

estudantes estão a par da atualidade

Uso da notícia escrita em sala

de aula


25

De que forma é que uma notícia pode ser utilizada em sala de aula?

1) Distribuir o artigo impresso ou projetá-lo;

2) Dividir o texto em partes. Diferentes alunos podem fazer a leitura em voz alta,

enquanto os restantes acompanham;

3) Questionar os alunos quanto a expressões que desconheçam;

4) Pedir aos alunos para sublinharem a informação que consideram ser

pertinente;

5) Perguntar por que razão consideram certos aspetos mais importantes do que

outros;

6) Destacar aprendizagens curriculares que se podem realizar a partir da análise

crítica de notícias;

7) Explicar aos alunos por que é que o acontecimento ou informação em questão

é notícia, destacando que existem critérios que separam o que é ou não

noticiável;

8) Seria útil também explicar, ainda que sucintamente, a estrutura de uma notícia,

ou seja, a forma como está se encontra organizada, em que as informações mais

importantes se encontram no início da mesma.

Tendo em conta estas orientações, e de acordo com a disciplina lecionada, a notícia

pode ainda ser explorada com um maior pendor na componente mediática ou na

componente científica.

Em baixo apresentamos uma proposta de tabela de desconstrução de uma notícia

e uma sugestão do seu preenchimento com base num exemplo prático. Esta tabela, que

se pode distribuir pelos alunos, pode servir de apoio à utilização e análise de notícias em

contexto de sala de aula, combinando as componentes mediática e científica.


26


Para saber mais sobre como usar uma peça jornalística em texto, nomeadamente uma

notícia, para ensinar o tema das alterações climáticas pode aceder à plataforma “Recursos

Educativos” (http://www.climaedumedia.com/recursos-educativos.html) da página do

projeto Clima@EduMedia, procurando na secção “Edu”, o símbolo correspondente ao

associado a este tema no manual.


Manual II do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;

Vídeo Módulo II;

Tabela de desconstrução de uma notícia;

Estratégia de ensino.

Nas páginas que se seguem pode encontrar a tabela de desconstrução de uma notícia para

consulta.



27

Tema

Fontes 5 questões

essenciais

Valor(es)-

notícia

Pirâmide

invertida

Palavras-chave Imagens/Mapas

/ Infografia

Após a distribuição e leitura de uma notícia selecionada pelo professor, solicitar aos

alunos o preenchimento da tabela em baixo, que ajuda a desconstruir o processo de produção

de uma notícia, combinando as componentes mediática e científica deste trabalho jornalístico.

Tabela de desconstrução de uma notícia


28

Tema

Fontes 5 questões essenciais

Valor(es)- notícia

Pirâmide invertida

Palavras-chave (*)

Imagens/Mapas/Infografias

Alterações climáticas

CO2

Relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas

Reuters

New York Times

Quem? IPCC

O quê? Lança alerta

Onde? Copenhaga

Quando? “Neste domingo”

Como? Através de um Relatório

Novidade (relatório novo)

Atualidade (divulgação a nível mundial)

Relevância (o tema interessa a toda a sociedade)

No início surge o mais importante, a mensagem essencial a transmitir ao leitor: IPCC alerta para a necessidade de reduzir o CO2

Explicação de conceitos

O menos importante: possíveis desenvolvimentos

(*) a definir pelo

professor

consoante o

tema de maior

interesse da

disciplina.

Imagem forte e alusiva à poluição

Sugestão de preenchimento da tabela, tendo por base o seguinte exemplo:

Notícia publicada no jornal “Público”. Disponível em:

https://www.publico.pt/ciencia/noticia/para-o-planeta-nao-aquecer-demais-e-preciso-

para-as-emissoes-de-co2-ja-1674935

https://www.publico.pt/ciencia/noticia/para-o-planeta-nao-aquecer-demais-e-preciso-para-as-emissoes-de-co2-ja-1674935




29

Uma mensagem várias vezes repetida é mais rapidamente assimilada. Na rádio,

as peças jornalísticas, em particular as notícias, têm como característica a repetição de

uma mensagem ao longo da sua duração. Esta técnica tem o nome de lei da redundância

e dá-se para facilitar a compreensão e retenção da informação, pois não é possível ao

ouvinte parar a emissão, nem voltar atrás.

Esta é uma das características de um trabalho áudio que faz com que este seja

interessante para ser utilizado em contexto de sala de aula.

Quais as vantagens de se usar o áudio no ensino?

Apoiar a aprendizagem e fomentar a discussão em

sala de aula

Ajudar a sintetizar conteúdos previamente

explicados pelo professor

Ajudar na compreensão da informação de uma forma

diferente e mais enriquecedora

Auxiliar na retenção da informação, visto que uma ideia é repetida várias vezes

neste meio

Requerer, no caso da realização de uma peça em áudio: o estudo do assunto a abordar,a estruturação e

síntese da informação, entre outros.

Uso de um conteúdo áudio em

sala de aula


30

De que forma é que uma peça jornalística áudio pode ser utilizada em sala de aula?

1) Solicitar aos alunos a audição de uma peça, que pode ser uma entrevista, uma

reportagem ou uma notícia;

2) Pedir para destacarem as principais ideias abordadas na peça;

3) Pedir para identificarem a fonte que o jornalista consultou e questionar a sua

pertinência;

4) Destacar as características da informação em áudio, por exemplo:

- Linguagem oral (linguagem mais fluída, coloquial, que se assemelha a uma

conversa não formal);

- Uma ideia = uma frase (para melhor retenção da informação);

- Repetição de conceitos (para melhor assimilação);

5) Solicitar aos alunos que produzam as suas próprias peças áudio.

Tendo em conta estas orientações, e de acordo com a disciplina lecionada, uma

peça jornalística em áudio pode ainda ser explorada com um maior pendor na

componente mediática ou na sua componente científica.

Em baixo apresentamos uma proposta de tabela de desconstrução de uma peça

jornalística áudio e uma sugestão do seu preenchimento com base num exemplo

prático. Esta tabela, que se pode distribuir pelos alunos, pode servir de apoio à utilização

e análise de conteúdos jornalísticos áudio em contexto de sala de aula, combinando as

componentes mediática e científica.


31


Para saber mais sobre como usar uma peça jornalística áudio para ensinar o tema das

alterações climáticas pode aceder à plataforma “Recursos Educativos”


Clima@EduMedia, procurando na secção “Edu”, o símbolo correspondente ao associado a

este tema no manual.


Manual IV do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;

Vídeo Módulo IV (Média);

Tabela de desconstrução de uma peça jornalística áudio;


Nas páginas que se seguem pode encontrar uma tabela de desconstrução de uma peça

jornalística para consulta.



32

Tema Fontes Valor(es)-notícia

Género jornalístico Estrutura

Sons/ Música

Palavras-chave

Após a visualização de uma peça jornalística selecionada pelo professor,

solicitar aos alunos o preenchimento da tabela em baixo, que ajuda a desconstruir

o processo de produção de uma peça jornalística áudio, combinando as

componentes mediática e científica deste trabalho jornalístico.

Tabela de desconstrução de uma peça

jornalística áudio


33

Tema

Fontes

Valor-notícia

Género jornalístico

Estrutura

Sons/ Música

Palavras-chave

(*)

Impacte das alterações climáticas nos animais

Impacte das alterações climáticas nas regiões polares

Educação científica

José Xavier – cientista polar

Atualidade (publicação recente de capítulo de livro; participação recente em workshop c/ cientistas de todo o mundo)

Relevância (os temas interessam à sociedade)

Entrevista

Entrada c/ uma declaração forte

Contextualização em voz off – apresentação do entrevistado e introdução do tema

Pergunta/Resposta (edição das respostas c/ seleção de informação mais relevante e atual)

Início e final c/ música

(*) a definir pelo professor consoante o tema de maior interesse da disciplina.

Podcast em áudio, neste caso uma entrevista, publicado em: 23/12/2014 no

Ciência 2.0 (http://www.ciencia20.up.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1478)


http://www.ciencia20.up.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1478)




34

Uma forte componente visual e o realismo são duas características do vídeo que o

tornam atrativo para o ensino, pois favorecem a aprendizagem dos conteúdos. No vídeo,

imagens e sons ajudam a compor uma mensagem que pode ser deste modo melhor

compreendida.

Pelo facto de ser aliciante e chamar a atenção dos alunos, o vídeo – mais

particularmente, no caso do jornalismo, uma peça jornalística (notícia, reportagem ou

entrevista) em vídeo – tem potencialidades para explorar em sala de aula.

Quais as vantagens de se usar o vídeo no ensino?

Manipular o vídeo: poder parar, voltar atrás e avançar

para focar num conteúdo

Diversificar os meios em que a informação é

apresentada em sala de aula

Facilitar a compreensão dos conteúdos (sobretudo os

mais abstractos): através de imagens e animações a 3-D

Possibilitar a demonstração de experiências que não podem ser realizadas em

sala de aula

Permitir a realização de projetos interdisciplinares

com a produção de um vídeo.

Promover o desenvolvimento de

competências: pensamento crítico, resolução de

problemas e comunicação .

Uso do vídeo em sala de aula


35

De que forma é que uma peça jornalística em vídeo pode ser utilizada em sala de aula?

1) Mostrar aos alunos a peça jornalística em vídeo;

2 ) Questionar relativamente a expressões cujo significado os alunos

desconhecem;

3) Questionar os alunos sobre o assunto abordado no vídeo;

4) Explicar as diferentes componentes de um produto jornalístico,

compreendendo que este é constituído por:

- uma introdução que faz um enquadramento geral da peça (o lead),

introduzindo o tema e os aspetos mais importantes a reter;

- um desenvolvimento da peça, no qual o jornalista desenvolve o tema principal,

através da consulta de fontes de informação;

- um fecho, que apresenta informações que podem avançar perspetivas de

futuro ou dados complementares;

5) Projetar o vídeo uma segunda vez e solicitar que os alunos identifiquem as

diferentes partes;

6) Questionar os alunos sobre as imagens do vídeo que mais atenção lhes

despertaram;


36

7) Explicar aos alunos por que é que determinada informação é notícia, destacando

os critérios utilizados pelo jornalista para a seleção da informação, ou seja, os valores-

notícia;

8) Destacar aprendizagens curriculares que se podem realizar a partir da análise

crítica de uma peça jornalística em vídeo;

Tendo em conta estas orientações, e de acordo com a disciplina lecionada, uma peça

jornalística em vídeo pode ainda ser explorada com um maior pendor na componente

mediática ou na sua componente científica.

Em baixo apresentamos uma proposta de tabela de desconstrução de uma peça

jornalística vídeo e uma sugestão do seu preenchimento com base num exemplo

prático. Esta tabela, que se pode distribuir pelos alunos, pode servir de apoio à utilização

e análise de conteúdos jornalísticos vídeo em contexto de sala de aula, combinando as

componentes mediática e científica.


Para saber mais sobre como usar uma peça jornalística vídeo para ensinar o tema das

alterações climáticas pode aceder à plataforma “Recursos Educativos”





Manual V do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;

Vídeo Módulo V (Média);

Tabela de desconstrução de uma peça jornalística vídeo;


Nas páginas que se seguem pode encontrar uma tabela de desconstrução de uma peça

jornalística para consulta.



Tema

Fontes/Entrevistados Valor(es)-

notícia

Estrutura narrativa

Imagens

Palavras-chave

Após a visualização de uma peça jornalística selecionada pelo professor,

solicitar aos alunos o preenchimento da tabela em baixo, que ajuda a desconstruir

o processo de produção de um trabalho jornalístico em vídeo.

Tabela de desconstrução de uma peça

jornalística em vídeo


38

Tema

Fontes/

Entrevistados Valor(es)-

notícia

Estrutura narrativa

Imagens

Palavras-chave

Medidas para

diminuir

emissões

poluentes

Pedro Mateus –

consultor em

ambiente e

desenvolviment

o

João Farinha –

Projeto Top

Ten/Quercus

Relevância Os problemas: Gases com efeito de

estufa na atmosfera

Os culpados:

Indústria, Cidadãos

(combustíveis fósseis)

Solução:

- Escolha e utilização racional dos eletrodomésticos - Optar pelos transportes

públicos - Videoconferência - Recorrer a SMS em vez dos

postais

Números: Quantos quilos de CO2

são produzidos por

determinada

atividade?

Casa: 1, 5 t CO2/ano

Quanto CO2 se pode

reduzir e como?

Fechar a porta do frigorífico =

redução de 35 kg CO2/ano

Transporte

s Casas

Loja de

eletrodoméstico

s

Calculadora

para fazer

contas

Documento

com gráfico

Imagem de site

sobre eficiência

energética

(*) a definir pelo

professor consoante

o tema de maior

interesse da

disciplina.

Reportagem da SIC

emitida a 10/12/2007

http://sic.sapo.pt/arq

uivado/2007-12-10-

alteracoes-climaticas1


http://sic.sapo.pt/arquivado/2007-12-10-alteracoes-climaticas1




39

Uma infografia é uma forma diferente de apresentar a informação. Neste caso, é

uma forma gráfica de representar diversos dados. No jornalismo, é um meio que

geralmente é integrado como complemento de um trabalho mais global. Nem todos os

temas podem ser integrados numa infografia e, para que esta funcione, a nível de

comunicação, tem de ter objetivos muito concretos e ser muito bem pensada.

No tema das alterações climáticas, existem determinados assuntos que, para

mais facilmente serem assimilados, são comunicados através da infografia.

Quais as vantagens de se usar a infografia no ensino?

Facilitar a memorização

Desenvolver competências de interpretação e análise

crítica de imagem associada a texto e outros

elementos;

Acompanhar passo a passo um processo, facto

ou acontecimento científico, histórico, etc.

Fomentar a alfabetização visual

Possibilitar uma navegação não linear

sobre o conteúdo

Permitir o desenvolvimento de

competências de pesquisa, seleção e

síntese de informação.

Uso da infografia em sala de

aula


40

De que forma uma infografia pode ser utilizada em sala de aula?

1) Projetar a infografia (impressa ou digital) no quadro;

2) Questionar os alunos relativamente ao tema que a infografia aprofunda e à sua

utilidade no domínio da informação. Neste último aspeto, destacar a relevância da

componente visual que, aliada ao texto e a outros recursos multimédia, facilita a

comunicação da mensagem;

3) Analisar criticamente a infografia: perguntar aos alunos se é percetível a relação

entre os diferentes elementos que compõem a infografia (imagem, texto) e se acham

que a sua conjugação comunica bem a informação;

4) Solicitar aos alunos que escrevam um texto que descreva a informação que a

infografia permite comunicar;

5) Solicitar aos alunos que comparem as duas formas de comunicação (infografia

e texto) e que emitam um juízo de valor relativamente à mais eficaz conforme o

propósito visado.

Tendo em conta estas orientações, e de acordo com a disciplina lecionada, a

infografia pode ainda ser explorada com um maior pendor na componente mediática ou

na sua componente científica.

Em baixo apresentamos uma proposta de tabela de desconstrução de uma

infografia e uma sugestão do seu preenchimento com base num exemplo prático. Esta

tabela, que se pode distribuir pelos alunos, pode servir de apoio à utilização e análise de

infografias em contexto de sala de aula, combinando as componentes mediática e

científica.


41


Para saber mais sobre como usar uma infografia para ensinar o tema das alterações

climáticas pode aceder à plataforma “Recursos Educativos”





Manual III do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;

Vídeo Módulo III (Média);

Tabela de desconstrução de uma infografia;


Nas páginas que se seguem pode encontrar uma tabela de desconstrução de uma infografia

para consulta.



42

Tema

Mensagem Fontes

Complementaridade entre o texto e a infografia

Elementos utilizados para representar

informação

Após a visualização de uma infografia selecionada pelo professor, solicitar

aos alunos o preenchimento da tabela em baixo, que ajuda a desconstruir o

processo de produção de um trabalho infográfico, combinando as componentes

mediática e científica deste trabalho jornalístico.

Tabela de desconstrução de uma infografia


43

Tema Mensagem Fontes

Complementaridade entre o texto e a

infografia

Elementos utilizados para

representar informação

Consequências das alterações climáticas ao nível dos diferentes sistemas um pouco por todo o mundo.

Diversos pontos do mundo estão já a sofrer as consequências das alterações climáticas a vários níveis, nos sistemas físicos, biológicos e humanos.

(último relatório do) Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC)

A infografia é, neste caso, claramente um complemento e é fundamental para perceber a importância do assunto retratado na notícia que acompanha. O texto é também importante para a compreensão global da mensagem da infografia, mostrando a importância do cumprimento das metas para que não se verifiquem os piores cenários e consequências a nível mundial.

Diferentes cores para representar os sistemas físicos, biológicos e humanos. Identificação por cor para referência de um cenário possíveis mais (a vermelho) ou menos (a verde) negativo. Ícones identificativos de cada uma das consequências/temáticas. Mapa e identificação por escrito dos continentes.

Infografia publicada na revista

Visão em 06/11/2014 na edição

número 1131

(http://www.climaedumedia.co

m/uploads/4/8/3/1/48317615/

1131soc_clima.pdf)


Porque consideramos que a infografia é meio muito atrativo para o ensino das

alterações climáticas, o Clima@EduMedia desenvolveu um conjunto de 21 infografias,

complementadas com algumas propostas de estratégias de exploração em sala de aula.

Para descarregar as infografias e respetivas estratégias para poderem ser, por

exemplo, projetadas em sala de aula, veja a plataforma “Recursos Educativos”, secção

“Edu”, procurando o símbolo associado à infografia.


Em seguida, em versão de consulta/impressão, apresentamos as infografias

desenvolvidas:

Infografias Clima@EduMedia



Adger, W. N., Agrawala, S., Mirza, M. M. Q., Conde, C., O’Brien, K., Pulhin, J.,… & Takahashi, K.

(2007). Assessment of adaptation practices, options, constraints and capacity. In M. L. Parry, O.

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http://www.apambiente.pt/_zdata/Politicas/AlteracoesClimaticas/Adaptacao/ENAAC/Rela%20tProgresso/Relat_Progresso.pdf

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Coordenação geral e científica:

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Produção executiva:

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