a produÇÃo mediÁtica sobre alteraÇÕes climÁticas · a produção mediática sobre as...
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A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Índice
Acerca deste manual ................................................................................................................ 2
Literacia mediática: o conceito ................................................................................................ 4
Direitos de autor e Licenças Creative Commons ..................................................................... 7
Dicas para descarregar imagens, fotos e músicas com licenças Creative Commons ........... 12
Potencialidades e desvantagens dos diferentes média ........................................................ 16
Os géneros jornalísticos ......................................................................................................... 18
Da informação às notícias: fontes e critérios ........................................................................ 21
Produção de conteúdos Texto ............................................................................................... 25
Produção de conteúdos áudio ............................................................................................... 36
Produção de conteúdos em vídeo ......................................................................................... 41
Produção de conteúdos multimédia ...................................................................................... 46
Produção de conteúdos para a Internet ................................................................................ 52
Ligações úteis – Alterações climáticas .................................................................................. 57
Ligações úteis – Educação ..................................................................................................... 59
Ligações úteis – Média........................................................................................................... 61
Bibliografia .................................................................................................................................. 64
Ficha técnica ............................................................................................................................... 67
A produção mediática sobre as alterações climáticas
2
Este manual é composto por uma série de materiais produzidos no âmbito do
projeto Clima@EduMedia e dirige-se aos professores do Ensino Básico e Ensino
Secundário. Em forma de síntese, salientando os tópicos principais, este documento
baseia-se nos materiais do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares” e nos
materiais produzidos no âmbito da Formação Relâmpago ministrada em 30 escolas
participantes no projeto (ver mais informação em “Sobre o Clima@EduMedia”). O
manual neste caso divide-se em duas partes, sendo esta a segunda e tendo como
enfoque a produção mediática sobre o tema das alterações climáticas.
O objetivo é que este manual seja ele próprio um conteúdo multiplataforma,
complementado por uma versão em formato digital disponível no website do projeto
Clima@EduMedia.
É nesta plataforma (com o nome “Recursos Educativos”) que, aproveitando as
potencialidades do digital, se disponibiliza para download todo o acervo de conteúdos
criados pelo projeto, seja no âmbito das alterações climáticas, dos média ou do uso dos
média na educação.
Entre estes documentos, há manuais, vídeos, estratégias de ensino, fichas de
atividade, dicas, entre outros.
No final de cada síntese temática é feita uma ligação à plataforma online “Recursos
Educativos” onde são disponibilizados os vários documentos.
Aconselhamos a leitura do primeiro documento “As alterações climáticas e o seu
ensino através dos média” que explora, em maior pormenor, como é que se podem
utilizar conteúdos mediáticos para ensinar a temática das alterações climáticas em sala
de aula, bem como contextualiza no que toca à ciência por detrás deste tema.
Acerca deste manual
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Sobre o Clima@EduMedia:
O Clima@EduMedia é um projeto desenvolvido pela Faculdade de Letras da
Universidade do Porto ao abrigo do Programa “AdaPT - Adaptando Portugal às
Alterações Climáticas", com a missão de apoiar a educação nacional em matéria de
mudanças climáticas, através do uso dos média.
O objetivo é promover abordagens inovadoras para o ensino e aprendizagem dos
conteúdos ligados às alterações climáticas em diferentes escolas nacionais, dando
particular destaque às áreas da adaptação e da mitigação.
O Clima@EduMedia dinamizou duas edições do MOOC “As alterações climáticas
nos média escolares” nas quais participaram ao todo mais de 1000 professores de
diversas áreas de ensino. Para o MOOC a equipa do projeto produziu 9 manuais
temáticos, 10 vídeos e 4 estratégias de ensino.
Para além da formação de professores, o Clima@EduMedia deu também formação
a alunos do Ensino Básico e Ensino Secundário, tendo produzido também materiais
sobre os média e as alterações climáticas.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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A sociedade em que hoje vivemos encontra-se alicerçada nas Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC), em que a informação é o pilar do desenvolvimento.
A existência das TIC e o avanço tecnológico possibilita a todos os cidadãos a
oportunidade de, para além de consumidores, serem produtores de informação. Hoje,
qualquer pessoa com acesso a ferramentas adequadas e conhecimentos de TIC pode
publicar conteúdos na Internet. Não só é possível produzir conteúdos, como é dada a
possibilidade de os distribuir livremente. Como se sabe, nem toda a informação que é
disponibilizada é credível e é muito importante a aquisição de conhecimentos para
avaliar estes conteúdos. Desta forma, não nos deixamos enganar.
A literacia mediática prevê que um indivíduo se questione relativamente ao que vê,
ouve e lê nos média, mas que também ele seja capaz de criar através das TIC os seus
próprios conteúdos. Neste manual, consideramos como média todos os meios de
comunicação que permitem emitir e trocar mensagens, de que são exemplos, a rádio, a
televisão, a imprensa e a Internet.
O que é a literacia mediática?
A capacidade para aceder, analisar, avaliar e criar conteúdos mediáticos.
Em suma, um cidadão com literacia mediática deve ser capaz de:
Literacia mediática: o conceito
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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1) aceder aos diferentes meios de comunicação, desde a imprensa, à televisão, passando pela
rádio e Internet.
2) avaliar e interpretar criticamente os média e a informação que eles veiculam, o que implica
compreender que:
a) os média são construções sociais. Os meios de comunicação não refletem a
realidade tal como ela é. A informação apresentada resulta de uma construção cuidadosa que
reflete muitas decisões/opções, as quais resultam da conjugação de vários fatores.
b) as mensagens possuem implicações comerciais. Um cidadão com literacia mediática
tem de entender que os média são influenciados por interesses comerciais, que podem
determinar o seu conteúdo, técnica e distribuição e também que os meios de comunicação
pertencem a grandes grupos económicos, que procuram, principalmente, o lucro, o que pode
influenciar as mensagens a transmitir.
c) as mensagens contêm diferentes valores e ideologias. Todos os produtos mediáticos
promulgam valores e estilos de vida.
d) as mensagens têm implicações sociais e políticas. Os média têm uma grande
influência na vida política e na mudança social. A televisão, por exemplo, pode influenciar a
eleição de um determinado político, com base no poder da imagem.
e) cada meio de comunicação possui a sua própria linguagem. Concretamente,
existem meios que, pelas suas características, são mais adequados para comunicarem um
determinado acontecimento do que outros. Por exemplo, o vídeo pode ser mais indicado
quando se quer transmitir imagens fortes e o áudio quando se pretende despertar a emoção
do ouvinte.
f) os anúncios publicitários transmitidos pelos média utilizam técnicas de marketing
que procuram tornar um determinado produto aliciante aos olhos do consumidor. Importa,
pois, compreender o que está a ser vendido e qual o objetivo do anúncio.
g) as mensagens mediáticas podem omitir deliberadamente determinados aspetos de
um assunto.
h) as pessoas utilizam o seu sistema de crenças e experiências pessoais para darem
significado às mensagens mediáticas, o que significa que uma mesma mensagem pode ser alvo
de diferentes interpretações.
i) as mensagens mediáticas influenciam crenças, atitudes, valores, comportamentos
e, até, o processo democrático.
j) muita informação que consultamos na Internet pode não ser fiável. Como hoje em
dia qualquer pessoa pode publicar conteúdos online, desde que tenha as ferramentas
adequadas para tal, é necessário saber avaliar se a informação a que acedemos é de facto
credível, ou se, por outro lado, a devemos excluir.
3) Criar mensagens mediáticas e comunicar em diferentes contextos e meios de
comunicação. A educação para os média não se debruça apenas na compreensão dos textos
mediáticos e nas suas implicações para a nossa cultura e sociedade, mas também na criação de
conteúdos por parte dos cidadãos.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Recursos de interesse:
Para saber mais sobre literacia científica pode aceder à plataforma “Recursos Educativos”
(http://www.climaedumedia.com/recursos-educativos.html) da página do projeto
Clima@EduMedia, procurando na secção “Média”, o símbolo correspondente ao
associado a este tema no manual.
Nessa secção pode encontrar os seguintes documentos para visualização e download:
Manual I do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;
Vídeo sobre literacia mediática.
Ficha de atividade “Distinguir de forma correta um conteúdo jornalístico”.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Para ilustrar um artigo ou um outro trabalho sentimos muitas vezes necessidade de
encontrar uma imagem. Para os média, a fotografia representa um papel muito
importante, pois também transmite informação e ajuda a comunicar uma mensagem.
Em alguns órgãos de comunicação social, existem fotojornalistas que fazem a cobertura
fotográfica de diversos acontecimentos. Noutros casos é o próprio jornalista a fazer o
registo fotográfico de um evento.
Os média recorrem, também, em alternativa, a bancos de imagens na Internet. Há
vários que são pagos, mas muitos outros que são gratuitos, podendo ser utilizados,
embora com algumas condições. Hoje em dia existem diversas formas para encontrar
uma imagem ou outro material gratuito para utilização, sem desrespeitar os direitos de
autor.
Direitos de autor
Protegem o trabalho original publicado ou
não publicado ao longo da vida do autor e até
70 anos após a sua morte, da duplicação
sem autorização, devido crédito e compensação.
Aplicam-se a livros (daí não ser legal fotocopiar
um livro inteiro), artigos, anúncios, letras de músicas, ilustrações, músicas, entre outros.
São um Direito do Homem e um Direito
Fundamental, consagrado na Constituição da
República Portuguesa.
Direitos de autor e Licenças
Creative Commons
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Como é possível perceber se uma imagem está ou não protegida por direitos de autor
e em que condições é possível utilizá-la?
Através da Creative Commons:
Vejamos o seguinte exemplo:
Exemplo 1- Vamos supor que queremos utilizar esta imagem para acompanhar um
texto sobre o clima para o jornal da escola:
O que podemos fazer se esta imagem estiver identificada com os seguintes ícones?
O que é a Creative Commons?
É uma Organização Não Governamental sem fins
lucrativos que oferece uma alternativa à proteção total
dos direitos de autor.
Através das licenças de “Creative Commons"
sabemos que podemos utilizar uma imagem. Mas
existem condições.
Há algo que temos de fazer sempre: Identificar o autor
do trabalho!
Foto: Flickr/Previsioni Meteo
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Foto: Flickr/Previsioni Meteo Foto: Adaptado de: Flickr/Previsioni Meteo
ou
Todos os direitos reservados
Não é possível utilizar este trabalho, nem indicando o
nome do autor. Nesse caso, teríamos de procurar uma
outra imagem.
Compartilhamento pela mesma licença
Podemos partilhar e utilizar a imagem e realizar trabalhos
derivados, desde que utilizemos a mesma licença do trabalho
que encontramos.
Não comercial
Se o objetivo do trabalho para o qual é necessário, por exemplo,
uma imagem, é obter lucro, então não é possível utilizar este
material.
Não a obras derivadas Podemos utilizar esta imagem, mas apenas tal qual a encontramos, não podendo realizar alterações.
Atribuição
É possível usar este trabalho, fazendo referência ao nome
do autor. É também possível alterá-lo, realizando um
trabalho derivado, como exemplificado nas imagens em
baixo.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Nota: Regra geral, se não existe qualquer identificação sobre se podemos ou não utilizar,
o melhor é não o fazer.
Qualquer trabalho pode ter uma licença para utilização?
Exemplo 2 - O objetivo é que este documento desenvolvido pelo Clima@EduMedia
seja partilhado e utilizado e, por isso, este tem a seguinte licença Creative Commons:
O que significa:
Para tornarmos esta vontade oficial, devemos preencher, na página do website Creative
Commons para esse efeito, uma licença com estas condições, que vai ter o seguinte aspeto:
Tem uma licença Creative Commons, portanto podemos usá-lo;
É preciso identificar o autor, neste caso o Clima@EduMedia (o autor tem um
website? Então poderemos colocar a referência do website:
http://www.climaedumedia.com);
Não é possível utilizar para fins comerciais;
Ao utilizar este documento, é preciso usar a mesma licença, sendo que estes
símbolos são de presença obrigatória.
Domínio Público Podemos utilizar esta imagem como quisermos, sem ser necessário autorização. Um trabalho em domínio público não tem quaisquer direitos de autor.
É possível associar uma licença, consoante o que autorizarmos que as outras pessoas possam
fazer com o trabalho original desenvolvido. Um desenho, um livro, um trabalho realizado,
entre outras criações, pode estar protegido por estas licenças.
Através do exemplo em baixo, explicamos como fazer:
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-
CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Através dos Creative Commons, é-nos indicado um código para incorporação e
publicação em websites e trabalhos na Internet. Assim, podemos indicar a quem vê que é
possível utilizar o nosso trabalho e quais as condições.
Recursos de interesse:
Nas páginas que se seguem apresentamos mais informação sobre como podemos encontrar
conteúdos que possamos utilizar sem desrespeitar os direitos de autor. Na plataforma “Recursos
Educativos” (http://www.climaedumedia.com/recursos-educativos.html) da página do projeto
Clima@EduMedia, procurando na secção “Média”, o símbolo correspondente ao associado a este
tema no manual, pode fazer o download em pdf desta mesma dica que apresentamos.
Para uma lista mais exaustiva, aconselhamos também a consulta da secção “Ligações úteis”
existente mais abaixo neste documento e também na plataforma categorizada com o nome e
símbolo “@”.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Quando há necessidade de encontrar uma imagem para acompanhar um trabalho
para o jornal da escola, para utilizar num vídeo, publicar num blogue, ou mesmo para
um trabalho académico, é necessário ter em conta que a maioria das imagens,
sobretudo se for feita uma pesquisa simples num motor de pesquisa, têm direitos de
autor.
Dica 1 – Pesquisar no motor de pesquisa “Google”
O conceito de permissão para utilizar e reutilizar é atualmente evidente e o próprio
motor de pesquisa “Google” facilita e oferece uma forma de encontrar, por exemplo,
imagens etiquetadas com licenças “Creative Commons” e, que, por isso, podem ser
utilizadas, ou já em domínio público.
O exemplo da imagem em baixo mostra como o fazer:
Domínio público: Diz-se que uma obra está em “domínio público” quando é de
livre uso comercial e sem quaisquer direitos de autor reservados a ser atribuídos
a uma pessoa física ou jurídica. De acordo com o Código dos Direitos de Autor e
Direitos Conexos, 70 anos após a morte do autor, os trabalhos realizados pelo
mesmo passam a estar em “domínio público”.
Dicas para descarregar imagens, fotos e
músicas com licenças Creative Commons
Pesquisa no “Google” por imagens com licenças Creative
Commons
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Além deste motor de pesquisa, existem vários websites que disponibilizam imagens
de forma gratuita, com alguns direitos reservados.
Dica 2 – Pesquisa por imagens em websites específicos
É necessário ter em conta que muitos destes websites são desenvolvidos em inglês
e, portanto, devemos usar as palavras-chave neste idioma, neste caso “Climate Change”.
Exploremos exemplos de como utilizar e descarregar imagens em alguns destes
websites, tendo em conta que o objetivo é encontrar uma imagem sobre “alterações
climáticas” para acompanhar um trabalho ou mesmo para compor um vídeo:
Pesquisa no “Flickr” por imagens com licenças Creative Commons
Pesquisa no site “Pixabay”
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Tal como num trabalho, quando se utiliza uma fotografia ou outro material, é
importante haver referência ao local onde encontramos a informação (bibliografia),
mencionando, por exemplo, o nome do autor.
Dica 3 – Atribuição dos direitos de autor ao trabalho realizado (som,
música ou imagem)
Também existem websites onde é possível descarregar gratuitamente músicas para
a realização de vídeos ou para acompanhamento de peças áudio.
Assim como acontece com as imagens, na utilização de uma música, é necessário
identificar o autor e o nome da música e também o website onde a música foi
descarregada.
Num vídeo, normalmente, esta referência aparece no final, junto a uma ficha
técnica. Para além do nome da música e da referência ao website, devem estar também
devidamente identificadas as imagens utilizadas que não sejam da autoria de quem fez
o vídeo. É também importante fazer referência aos autores, como é possível verificar no
exemplo em baixo:
Identificação do autor e do nome da música num vídeo
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Dentro dos média existem vários canais e meios de informação, cada um com as
suas características. Para a produção mediática num jornal escolar, por exemplo, é
possível escolher o meio a usar consoante a mensagem a transmitir.
Texto – Imprensa
- O leitor é quem decide o que vai ler, onde,
quando e como;
- Um jornal pode ser transportado para onde
o leitor quiser;
- Permite pormenorizar e detalhar um tema
específico, o que não acontece com outros meios.
- Número de caracteres limitado;
- Impossibilidade de despertar outros sentidos para a mensagem.
Televisão – Vídeo
- Imediatismo e emoção: é o único meio que
permite transmitir imagens e sons de
acontecimentos em tempo real, à distância (os
diretos);
- Realismo: A imagem permite a identificação da
audiência com o jornalista ou outros
intervenientes.
- Dependência de suporte tecnológico;
Potencialidades e desvantagens
dos diferentes média
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- Necessidade de tradução de toda a informação em imagem (difícil de conciliar com exatidão
científica);
- Grande necessidade de simplificar conceitos para os adaptar à linguagem oral;
Rádio – Áudio
- Tem um baixo custo de produção;
- É facilmente combinado com outros suportes
mediáticos, permitindo utilizar mais do que um sentido
na apreensão da mensagem;
- Desperta a imaginação e as sensações através das
palavras e dos recursos de sonoplastia1.
- Dependência de suporte tecnológico.
- A ciência não pode ser facilmente explicada através de sons; há poucos sons que traduzam
conceitos científicos.
- Grande necessidade de simplificar conceitos para os adaptar à linguagem oral.
Internet – Multimédia
- Interatividade: Possibilidade de o utilizador interagir
com o conteúdo;
- Hipertextualidade: Ligação entre diferentes páginas
através de hiperligações;
- Multimedialidade: Um conteúdo pode incluir
diferentes suportes mediáticos (texto, vídeo,
fotografia, áudio);
- Imediatismo: Conteúdos podem ser constantemente atualizados;
- Ubiquidade: Um conteúdo pode chegar a qualquer local através da Internet, não tendo
limitações físicas de alcance.
- Dependência de suporte tecnológico;
- Pode não estar acessível a todos os potenciais interessados;
- Dispersão da atenção do público, o que implica a elaboração de conteúdos verdadeiramente
apelativos.
1 Efeitos sonoros empregados no cinema, rádio e televisão, a fim de enriquecer o programa proporcionando-lhe mais realismo e vivacidade. "sonoplastia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://priberam.pt/dlpo/sonoplastia [consultado em 31-05-2016].
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Os géneros jornalísticos são categorias em que se inserem diferentes tipos de
trabalho que vemos, ouvimos e lemos nos meios de comunicação social. Estes dividem-
se em dois grupos:
Os informativos
Em comum neste tipo de trabalho está a norma, presente no Código Deontológico
dos Jornalistas2, associada à ausência de opinião do jornalista e à isenção.
Os opinativos
Nestes casos, o autor pode não ser um jornalista e são espaços de opinião acerca
de temas de atualidade.
2 http://www.gmcs.pt/ficheiros/pt/codigo-deontologico-de-1976.pdf
Notícia Reportagem
Entrevista
Crónica Editorial
Os géneros jornalísticos
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Para que objetivos e temas se enquadra melhor um género
jornalístico?
Explicar de que forma as
alterações climáticas estão a afetar
a biodiversidade em Portugal
Reportagem
Informar sobre a ocorrência de
um evento extremo na Europa
Notícia
Dar a conhecer a carreira de um
especialista em ambiente
Entrevista
Dar a conhecer aos leitores o
posicionamento de uma revista
acerca do tema das alterações
climáticas
Editorial
Especialista a dar uma opinião
sobre os desafios da
sustentabilidade em Portugal e na
Europa
Crónica
A notícia, a reportagem e a entrevista são géneros jornalísticos explorados em
maior pormenor neste manual.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Recursos de interesse:
Para saber mais sobre os géneros jornalísticos pode aceder à plataforma “Recursos
Educativos” (http://www.climaedumedia.com/recursos-educativos.html) da página do
projeto Clima@EduMedia, procurando na secção “Média”, o símbolo correspondente ao
associado a este tema no manual.
Nessa secção pode encontrar os seguintes documentos para visualização e download:
Manual II do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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A informação que nos chega através dos média resulta do trabalho de pesquisa e de
seleção feito por um jornalista, que disponibiliza ao público os conteúdos mais
importantes a saber sobre um determinado assunto.
Os jornalistas têm duas formas de obter informação: através de observação direta
ou do relato que outras pessoas fazem dos acontecimentos. Neste último caso, falamos
das fontes de informação.
Contudo, as fontes são sempre uma parte interessada no processo jornalístico,
pois esperam ver publicadas as informações que passaram ao jornalista. O jornalista
deve verificar sempre a informação e se a fonte é ou não credível.Passamos a analisar
um exemplo muito concreto de uma notícia publicada no jornal online “Observador”, no
dia 16 de maio de 2016, na sequência de um grande incêndio que deflagrou no Canadá:
Fontes de informação
Pessoas, organizações,
grupos sociais ou referências
que disponibilizam dados aos
jornalistas para que estes
produzam notícias.
Da informação às notícias:
fontes e critérios
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“Lisboa e outras cidades portuguesas correm (um grande) risco de ter um
incêndio semelhante ao que deflagra na região de Alberta, no Canadá. Entre as
razões apontadas estão a proximidade a zonas florestais, a existência de
terrenos baldios junto ou dentro das cidades e as alterações climáticas. Os
dados foram revelados pelo The Guardian que, na sequência do devastador
incêndio florestal que atingiu (e destruiu) a cidade canadiana de Fort McMuray
(ainda não controlado), foi procurar as razões e quais as cidades vulneráveis a
estes fenómenos.”
Nesta notícia existem duas fontes de informação. Para o jornal online “Observador”,
a primeira foi o jornal britânico “The Guardian” que publicou uma notícia com base
numa outra fonte de informação, um estudo científico da autoria de Heiko Baltzer, da
Universidade de Leicester, em Inglaterra.
Outros órgãos de comunicação social são frequentemente fontes de informação
para os jornalistas. Faz parte do trabalho diário das redações a consulta e a leitura de
jornais e revistas em busca de notícias. Regra geral, é através de agências de notícias e
dos média internacionais que a maior parte dos jornalistas portugueses têm acesso a
informações relevantes do que se passa no mundo e as noticiam. As fontes devem ser,
sempre que possível, identificadas, salvaguardando algumas exceções previstas na lei,
no caso das fontes confidenciais, por exemplo.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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De facto, a notícia publicada pelo “Observador” destaca os dados divulgados pelo
“The Guardian”, fonte principal, reforçando que o estudo citado por este jornal e nele
abordado genericamente (“Quais as cidades do mundo com maior risco de incêndio?”),
indica Lisboa e outras cidades portuguesas como correndo risco de incêndio semelhante
ao do Canadá.
Será que esta notícia seria dada em Portugal se não fossem mencionadas cidades
portuguesas neste estudo?
Esta questão vai de encontro ao conceito de valor-notícia:
Valores-notícia = Critérios que definem se um acontecimento pode ser ou não
transformado em notícia. Os valores-notícia são conhecidos também por critérios de
noticiabilidade.
Estes critérios existem para auxiliar o jornalista no processo de seleção da informação
que lhe chega todos os dias, pois nem todas as informações são passíveis de serem
publicadas. Os valores-notícia são comuns a todos os jornalistas e servem de guia na
execução do seu trabalho.
Voltando ao exemplo anterior e respondendo à questão colocada: “Será que esta
notícia seria dada em Portugal se não fossem mencionadas cidades portuguesas neste
estudo?”
A resposta é “provavelmente, não”. Esta notícia foi publicada em Portugal, devido a
um critério chamado “proximidade”. Utilizando este critério, a notícia não se centrou
no estudo propriamente dito, como acontece na notícia do “The Guardian”, mas nos
resultados que apontam cidades portuguesas como estando em perigo de incêndio.
Proximidade – os acontecimentos são mais prováveis de serem
notícia se tiverem proximidade geográfica e cultural com o público.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Existem outros valores-notícia que também contribuíram para a divulgação desta
informação. A relevância, por exemplo. A possibilidade de ocorrência de mais incêndios
de grandes dimensões, como o que ocorreu no Canadá, é um facto pertinente, para o
qual é necessário chamar a atenção. É também um tema do interesse do público.
Relevância – os factos só merecem ser noticiados se forem importantes
para o público e se tiverem impacto na sua vida. Os acontecimentos
adquirem ainda mais relevância se afetarem o país ou a nação.
Recursos de interesse:
Para saber mais sobre os fontes e valores-notícia pode aceder à plataforma “Recursos
Educativos” (http://www.climaedumedia.com/recursos-educativos.html) da página do
projeto Clima@EduMedia, procurando na secção “Média”, o símbolo correspondente ao
associado a este tema no manual.
Nessa secção pode encontrar os seguintes documentos para visualização e download:
Manual II do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;
Vídeo Módulo II (Média)
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Numa notícia, a informação mais importante é a primeira a aparecer. Esta forma de
estruturar um texto informativo tem o nome de pirâmide invertida.
As normas do jornalismo indicam que o primeiro parágrafo da notícia, isto é, o lead
deve responder a pelo menos quatro questões-chave. Desta forma, o leitor, que pode
não ter muito tempo, fica desde início com uma ideia do acontecimento a que se refere
um determinado trabalho jornalístico.
O lead deve dar resposta a:
Em alguns casos, pode também responder às questões “Como?” e “Porquê?”.
O título
Mas, antes do lead, o primeiro contacto do leitor com a notícia é o título. O título é
dos elementos mais importantes de uma notícia, assim como a presença de uma
fotografia ou de uma imagem, sempre que possível, a ilustrar o acontecimento.
O título deve ser, tanto quanto for possível, curto e apelativo, revelando a
informação essencial da notícia.
Exemplo:
Quem? Onde? O quê? Quando?
Notícia do Jornal “Diário de Notícias” sobre o recorde conseguido em Portugal, tendo, durante quatro dias, as energias renováveis como fonte de eletricidade. Disponível em: http://www.dn.pt/dinheiro/interior/renovaveis-alimentaram-o-pais-quatro-dias-e-meio-5176232.html
Produção de conteúdos
Texto
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Exemplos de títulos corretos e errados para uma notícia:
o Conferência sobre Alterações climáticas
o O Dia Mundial do Ambiente na escola
o Visita de estudo à LIPOR
o Professor da Universidade do Porto dá conferência sobre alterações
climáticas
o Vários eventos assinalam o dia mundial do ambiente na escola
o Alunos visitam LIPOR
Ao longo de uma notícia, a linguagem a utilizar deve ser clara, rigorosa e isenta.
Para isso, é necessário seguir uma série de normas a nível sintático e gramatical. A
produção de um conteúdo jornalístico passa por várias fases de trabalho até estar
pronto para publicação (ver em pormenor cada uma das fases em "Dicas de produção"
indicada na secção "Recursos de Interesse).
Um acontecimento, diferentes abordagens
Uma notícia pode ter ainda diferentes abordagens jornalísticas, visto que um
mesmo acontecimento pode ser analisado através de ângulos diferentes. Cabe ao
jornalista decidir como vai contar a sua história, começando por dar ênfase a um ou
outro aspeto.
A abordagem dada à notícia pode também variar de acordo com a linha editorial de
cada jornal e o público a quem se dirige.
Atentemos nos seguintes exemplos:
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Estes exemplos mostram dois ângulos diferentes do mesmo acontecimento,
noticiados por dois jornais. Um representa uma notícia sobre a noite dos óscares e outro
mostra um vídeo com o discurso do ator Leonardo Di Caprio sobre as alterações
climáticas, após ter ganho o galardão para melhor ator, e um texto que o contextualiza.
Para além do ângulo diferente atribuído ao mesmo acontecimento, estes dois
jornais distinguem-se pelo formato em que optaram por apresentar a informação e dar
a notícia.
Recorrendo às vantagens do jornalismo Online e do multimédia, o jornal “Público”
optou por combinar um vídeo com o discurso do ator com um pequeno texto que o
contextualiza. Isto acontece porque o discurso tem maior impacto se utilizado em
formato vídeo ou áudio, do que em texto.
Notícia do Jornal de Notícias. Disponível em: http://www.jn.pt/cultura/interior/acompanhe-aqui-ososcars-
5052514.html
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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Desta forma, é mais eficaz para passar a mensagem e reforçar a abordagem sobre
as alterações climáticas, recorrer à imagem e ao som, combinado com o texto.
Este ângulo é uma outra possibilidade de dar a notícia. Por exemplo, num jornal ou
revista sobre o ambiente, este seria o ângulo preferencial. A notícia foi sobre o alerta do
ator para a ameaça das alterações climáticas e a urgência na tomada de ações concretas
na noite em que ganhou um óscar pela primeira vez e num discurso de agradecimento.
Tendo em conta esta abordagem, os valores-notícia destacados foram o “inesperado” e
a relevância e impacto do discurso.
Com uma abordagem definida, o jornalista escreve a notícia em conformidade com
essa decisão, desenvolvendo, ao longo da mesma, outros factos importantes do
acontecimento.
Num média escolar, mais particularmente num jornal, é também importante seguir
as normas da estrutura de uma notícia, por exemplo, para informar a comunidade
escolar dos mais recentes acontecimentos que envolvem esse estabelecimento de
ensino.
No entanto, nem tudo é notícia. Os temas a abordar, neste caso, terão de ser do
interesse do público do jornal: alunos, funcionários, professores e os pais dos alunos.
Vídeo na secção “Multimédia” do jornal “Público” Disponível em: https://www.publico.pt/multimedia/video/dicaprio-falou-sobre-as-alteracoes-climaticas-20162291110126
A produção mediática sobre as alterações climáticas
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A entrevista
A entrevista é considerada um género jornalístico quando surge publicada
isoladamente. Regra geral, esta é redigida em formato pergunta-resposta. Neste caso,
e ao contrário do que acontece numa notícia ou reportagem, as perguntas que o
jornalista fez vão aparecer. Por isso, é preciso dar especial atenção à sequência com que
são colocadas e à sua pertinência para que faça sentido para o leitor e se consiga
garantir um bom resultado final.
Existem dois tipos de entrevista neste formato: a temática, com questões com
maior enfoque num determinado tema, que pode ou não estar ligado à atualidade, e a
biográfica, com perguntas mais direcionadas para o percurso de vida e profissional do
entrevistado.
Exemplo de entrevista biográfica:
Entrevista no Clima@EduMedia. Disponível em: http://www.climaedumedia.com/entrevista_filipeduartesantos.html
A produção mediática sobre as alterações climáticas
30
O título
O título na entrevista deve ter sempre que possível o nome da pessoa entrevistada.
Regra geral, como se trata de uma entrevista, o título é composto por uma citação de
destaque.
Parágrafo inicial
A introduzir cada entrevista é sempre necessário ter um pequeno parágrafo inicial
que vai contextualizar o leitor sobre a pessoa entrevistada e o tema da entrevista ou o
que motivou a realização do trabalho.
Se possível, este texto deve contextualizar sobre o tema, abordando os tópicos
essenciais da conversa, despertando, assim, a atenção do leitor para o trabalho
realizado.
Atentemos no parágrafo inicial da entrevista dada em exemplo:
Neste caso é feita uma contextualização, abordando um pouco as temáticas
tratadas na entrevista e o motivo pelo qual Filipe Duarte Santos está a ser entrevistado.
Na área das alterações climáticas, tema de enfoque na página do projeto
Clima@EduMedia, é um dos nomes mais importantes.
Uso de entretítulos
Como as entrevistas, sobretudo as que procuram aprofundar uma temática, podem
ser longas, é importante, para facilitar a leitura, o uso de entretítulos. Neste caso, estes
pequenos títulos, a separar blocos de texto, são geralmente citações de destaque de
frases ditas pelo entrevistado que são referidas nos parágrafos subsequentes.
Exemplo de entrevista temática:
“Filipe Duarte Santos é físico, docente na Faculdade de Ciências da Universidade de
Lisboa e um dos nomes portugueses mais sonantes na área das alterações climáticas.
Começou a investigar sobre o tema quando ainda não se ouvia falar em aquecimento
global. Hoje, mais de 30 anos depois, considera que a sociedade está mais informada,
mas alerta para a necessidade de “implicar os jovens na responsabilização pelo
futuro” do clima.”
A produção mediática sobre as alterações climáticas
31
No exemplo em cima, por ser tratar de uma entrevista extensa, utilizam-se vários
entretítulos, como este:
“Temos um stock de eficiência energética enorme”
Foi coordenadora de estudos que serviram de base ao Programa Nacional de
Alterações Climáticas, ao Roteiro Nacional de Baixo Carbono e à Reforma da
Fiscalidade Verde, bem como a outras medidas de política pública. Como é que
Portugal poderá reduzir os gases com efeito de estufa?
Há dois fatores muito importantes. Um é o stock de eficiência energética. Portugal tem
um stock de eficiência energética enorme em vários setores, mas sobretudo nos
edifícios. Isto significa que nós temos um conjunto de edifícios, no setor residencial e
também dos serviços e comércio, que podem ser melhorados em termos do seu
isolamento, por exemplo, proporcionando uma melhoria no conforto térmico sem
consumir energia ou sem consumir tanta energia.
(…)
Entrevista no Clima@EduMedia publicada no dia 07/12/2015 http://www.climaedumedia.com/cop21juliaseixas.html
A produção mediática sobre as alterações climáticas
32
Por fim, a entrevista deve ser acompanhada por pelo menos uma foto do entrevistado
ou, quando não é possível ou a entrevista é mais focada num determinado tema e não
no percurso pessoal da pessoa em questão, uma foto relativa à temática.
A reportagem
A reportagem é um trabalho jornalístico cujo objetivo é informar o leitor sobre um tema
ou acontecimento de uma forma mais aprofundada e alargada.
O estilo de escrita de uma reportagem deve ser criativo, descritivo e narrativo.
Exemplo:
O título
O título é essencial numa reportagem. Deve ser curto, apelativo e identificar o
tema do trabalho. Nos títulos são de evitar frases exclamativas, podendo surgir na
forma interrogativa ou afirmativa.
Primeiro parágrafo
O primeiro parágrafo da reportagem é, como na notícia, também muito importante,
pois vai contextualizar o leitor acerca do tema abordado. Este deve ser apelativo,
convidando à leitura do texto.
Reportagem da Revista Visão publicada no dia 18/12/2014 e disponível em: http://visao.sapo.pt/ambiente/o-clima-ja-esta-a-mudar-a-nossa-vida=f804925
A produção mediática sobre as alterações climáticas
33
Atentemos no primeiro parágrafo da reportagem em exemplo:
Neste caso o jornalista capta a atenção do leitor, dirigindo-se a ele. As frases são
curtas e o leitor é contextualizado acerca do tema da reportagem: os impactes das
alterações climáticas em Portugal.
Uso de entretítulos
Como a reportagem é um texto geralmente mais longo, é importante, para facilitar
a leitura e organizar a informação, o uso de entretítulos.
Continuemos com o exemplo da revista Visão que, por ser extenso, recorre aos
entretítulos:
Estes são pequenos títulos que podem ser frases muito curtas ou citações
importantes ditas pelo entrevistado. Estas devem estar antes dos parágrafos a que
se refere o entretítulo.
(…) “Por causa disto, e à semelhança do plano de contingência para
as ondas de calor, com avisos à população, existe já um programa de
vigilância de culicídeos (insetos que transmitem doenças).
MENOS ÁGUA, LUZ MAIS CARA
Apesar da frequência de trombas de água, chove cada vez menos em
Portugal, de década para década (com a primavera, o verão e o inverno
mais secos, e o outono mais húmido). No Sul do País, há um "aumento da
contribuição de dias chuvosos para a precipitação anual", diz a
climatologista Fátima Espírito Santo. (…)”
“Menos chuva, mas mais períodos de precipitação extrema. Subida da
temperatura de meio grau por década. Ondas de calor mais frequentes e
longas. Secas intensas e prolongadas. Doenças tropicais. "Sim", pensa o leitor.
"A lengalenga de sempre. Já sei que as alterações climáticas vão afetar o País.
Mas estou mais preocupado com o jantar de hoje."”
A produção mediática sobre as alterações climáticas
34
O entretítulo “Menos água, luz mais cara” introduz ao leitor o tema a ser abordado
nos parágrafos seguintes, ajudando, neste caso, a separar duas temáticas.
Uso de fontes diversas, exploração aprofundada dos assuntos
Outra característica muito comum na reportagem é o uso de várias fontes de
informação. Este género jornalístico utiliza, por isso, várias vezes, elementos de outros
géneros jornalísticos como a entrevista.
Estas fontes podem ser especialistas, mas também estudos científicos, por exemplo.
Para a reportagem da revista “Visão” foram entrevistados diversos especialistas nas
várias áreas de impactes das alterações climáticas.
A diversidade de fontes acrescenta dinamismo, mais informação e credibilidade ao
trabalho realizado. O uso do discurso direto, ou seja, a existência de citações, é também
muito importante no texto jornalístico.
Existem várias formas de citar fontes, como podemos ver no exemplo que
apresentamos:
"A temperatura média global já aumentou 0,85º C desde o período pré-industrial. Em
Portugal, esse aumento é ainda superior", explica Filipe Duarte Santos, coordenador
dos maiores estudos nacionais sobre alterações climáticas.
(…)
Fátima Espírito Santo, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA),
enuncia os dados registados nas últimas décadas. "Desde meados dos anos 70, a
temperatura média subiu em Portugal Continental a uma taxa de cerca de 0,3º C por
década (…)
Segundo o último relatório SIAM (Scenarios, Impacts and Adaptation Measures,
coordenado por Filipe Duarte Santos), a espécie mais afetada será o arroz, com
perdas de produção médias, para o País, entre 55 e 70% (no Alentejo, as perdas
podem chegar aos 91 por cento).
A produção mediática sobre as alterações climáticas
35
As entrevistas para o trabalho de reportagem devem ter em conta um maior
trabalho de pesquisa e perguntas de caráter exploratório. A informação recolhida na
entrevista pode ser utilizada pelo jornalista para escrever o texto.
Tal como numa notícia, o texto na reportagem deve também ser simples e fácil de
entender. Por exemplo, no caso de surgirem conceitos científicos que o público do jornal
desconheça, o jornalista deve explicar o que significam, de modo a esclarecer o leitor.
Por fim, a reportagem, regra geral, surge acompanhada por uma ou várias
fotografias (numa galeria de imagens por exemplo) que ilustrem o tema, fazendo, assim,
parte de um trabalho multimédia.
(…) “existe já um programa de vigilância de culicídeos (insetos que
transmitem doenças).” (…)
Recursos de interesse:
Para saber mais sobre a produção de conteúdos jornalísticos em texto pode aceder à
plataforma “Recursos Educativos” (http://www.climaedumedia.com/recursos-
educativos.html) da página do projeto Clima@EduMedia, procurando na secção “Média”,
o símbolo correspondente ao deste tema neste manual.
Nessa secção pode encontrar os seguintes documentos para visualização e download:
Manual II do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;
Dicas sobre produção mediática;
Guião de apoio ao trabalho jornalístico; (para ser preenchido pelos alunos com o
auxílio dos professores)
Check-list – redação de um texto jornalístico (para ser preenchido pelos alunos
com o auxílio dos professores)
A produção mediática sobre as alterações climáticas
36
No jornalismo radiofónico, o som é o grande foco de comunicação. Na rádio o texto
é para ser ouvido e, por isso, a linguagem deve ser clara, coloquial e direta ao assunto.
O jornalista deve esforçar-se para que a mensagem chegue a qualquer pessoa, seja
um iletrado ou um professor universitário.
Em resumo, escrever para rádio é respeitar a regra dos 3 C’S:
Claro
Correto
Conciso
Para que a informação que está a ser transmitida seja mais facilmente assimilada
pelos ouvintes, este tipo de jornalismo recorre, regra geral, a duas técnicas:
Técnica da espiral
Lei da redundância
Produção de conteúdos áudio
Técnica que volta a referir, no fecho da peça jornalística, as informações
essenciais.
Permite que a ideia central se mantenha ao longo da notícia, para
facilitar à audiência a retenção das ideias fulcrais. É por essa razão que
se repetem palavras-chave ao longo da notícia.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
37
Na rádio, o lead de uma notícia é um pouco diferente do habitual. É importante
chamar logo a atenção do ouvinte, e por isso, não deve ter uma estrutura muito rígida.
É necessário que o ouvinte fique “agarrado” aos conteúdos, tendo o jornalista de
conseguir uma forma mais apelativa de responder às questões essenciais do jornalismo
(“Quem?”, “O quê?”, “Onde?”, “Como?”, “Quando?”, “Porquê?”) ao longo da notícia.
Também para as reportagens e entrevistas a rádio apresenta características
próprias.
A reportagem
A reportagem em rádio vive de sons ambiente e de descrição. Esta vive também de
testemunhos de pessoas, havendo uma identificação emocional da parte do ouvinte.
Através da rádio, podemos conhecer a voz de quem tem uma história para contar.
Os depoimentos são muito importantes. As declarações das fontes devem ser
intercaladas com a voz-off, ou seja, o texto lido pelo jornalista.
A adição de recursos sonoros e de testemunhos dá uma maior riqueza ao trabalho
jornalístico. A reportagem apela, em vários momentos, à criatividade do jornalista.
Os sons que acompanham um trabalho jornalístico em áudio devem ser livres de
direitos de autor. Existem várias páginas na Internet onde é possível encontrar estes
recursos.
Atentemos neste exemplo de Grande Reportagem:
A produção mediática sobre as alterações climáticas
38
Este exemplo consiste numa reportagem alargada sobre a expedição à Antártida do
cientista polar e investigador José Xavier, que estuda o impacte das alterações climáticas
na biodiversidade marinha deste local.
A reportagem é rica em depoimentos do cientista e em entrevistas e também em
sons gravados durante a própria investigação.
A entrevista
A entrevista em rádio pode ser realizada em direto ou editada. Quando editada,
esta apresenta várias vantagens, permitindo, por exemplo, fazer uma seleção da
informação a transmitir. Na edição da entrevista, antes de se colocar trechos do
entrevistado, é importante contextualizar o ouvinte, também em frases curtas e de
forma apelativa, sobre a pessoa que irá falar e o tema a ser abordado. As perguntas
podem aparecer na gravação, num formato pergunta-resposta, ou o jornalista pode
optar por intercalar pequenos trechos de voz-off com as declarações do entrevistado.
Exemplos:
Entrevista em formato pergunta-resposta incluída numa rubrica/programa de rádio:
A produção mediática sobre as alterações climáticas
39
O vox pop
Ainda referente a este género, existe um tipo de entrevista muito comum,
utilizado em rádio e também em televisão.
Este tipo de entrevista chama-se vox pop e normalmente realiza-se quando o
objetivo é auscultar a opinião/perceção/hábitos/ideias da população relativamente a
um determinado tema.
O objetivo é fazer a mesma questão e recolher respostas à mesma por parte de
um grupo diferenciado de pessoas. O vox pop pode utilizar-se, por exemplo, numa
reportagem, ajudando a criar um maior dinamismo. Um tema que pode ser usado e
explorado em vox pop, por exemplo, são os hábitos de separação do lixo.
“Costuma separar o lixo? Com que frequência o faz?”
Exemplo do programa de rádio “Antena 2 Ciência”. Disponível para ouvir em: http://www.rtp.pt/play/p783/e242769/antena2-ciencia
A produção mediática sobre as alterações climáticas
40
Recursos de interesse:
Para saber mais sobre a produção de conteúdos jornalísticos áudio pode aceder à
plataforma “Recursos Educativos” (http://www.climaedumedia.com/recursos-
educativos.html) da página do projeto Clima@EduMedia, procurando na secção “Média”,
o símbolo correspondente ao deste tema neste manual.
Nessa secção pode encontrar os seguintes documentos para visualização e download:
Manual IV do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;
Dicas sobre produção mediática;
Guião de apoio ao trabalho jornalístico; (para ser preenchido pelos alunos com
auxílio dos professores)
Check-list para redação de uma voz-off. (para ser preenchido pelos alunos com o
auxílio dos professores)
A produção mediática sobre as alterações climáticas
41
No jornalismo audiovisual, o realismo é uma das características mais importantes.
Para além do texto, a imagem e o som auxiliam na transmissão da informação, neste
caso para o telespectador. Por isso se diz que o jornalista de televisão, quando se desloca
ao “terreno” na sua missão de recolha de informação, é “o olho e o ouvido do público”.
No terreno, ele tem de estar atento, tirar notas, selecionar a informação que
considera mais importante para o trabalho que está a desenvolver e, sobretudo,
procurar depoimentos.
O desenvolvimento de um conteúdo jornalístico em vídeo obedece aos mesmos
critérios e regras do jornalismo e tem uma estrutura concreta, tendo uma introdução,
com as informações mais importantes, um desenvolvimento e uma conclusão.
Uma peça jornalística é composta por vários elementos:
VOZ-OFF
Texto gravado pelo jornalista. Este texto está pensado para ser lido e, por isso, socorre-se de
uma linguagem oral.
A voz-off complementa as imagens visualizadas pelo telespectador,
contextualizando ou acrescentando informação e introduz também pequenos excertos de
entrevistas.
O texto da voz-off tem de ser claro e simples para mais facilmente ser compreendido
pelo público.
LEAD O lead de uma peça
televisiva é o texto
introdutório lido pelo
apresentador do telejornal
antes de a peça ser lançada.
IMAGENS As imagens devem ser recolhidas de acordo com o tema
tratado ou acontecimentos. São muito importantes em
televisão. Na recolha de imagens, o critério é recolher o
máximo possível, para permitir uma maior escolha e não
ter de voltar ao local.
Produção de conteúdos em
vídeo
A produção mediática sobre as alterações climáticas
42
Atentemos no seguinte exemplo:
Depoimentos diferentes e identificação com os oráculos: Alguns exemplos
DEPOIMENTOS
Faz parte do trabalho do jornalista
de televisão recolher depoimentos
no local para numa fase seguinte
escolher excertos que vão fazer
parte da peça jornalística.
Estes excertos devem ser curtos e
cuidadosamente selecionados.
ORÁCULOS Os oráculos são uma espécie de legenda, em
grafismo, que têm diferentes funções, servindo
para:
Identificar os intervenientes (autores dos
depoimentos);
Resumir uma ideia ou citação numa frase
curta;
Fornecer dados adicionais ao espectador.
Exemplo de uma notícia do canal de televisão SIC em que é possível verificarmos um oráculo informativo inicial (na caixa a vermelho) que contextualiza quem está a ver e a ouvir. Disponível ver em: http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2015-04-17-PSP-de-Lisboa-organiza-concurso-de-reciclagem-para-criancas-e-idosos
A produção mediática sobre as alterações climáticas
43
A estrutura desta notícia seguiu também a pirâmide invertida, ou seja, o mais
importante aparece no início e o menos importante no fim.
Após uma introdução, um lead propriamente dito, da parte do apresentador (pivô)
do telejornal, a peça jornalística construiu-se seguindo esta “narrativa”:
1) No início, o jornalista já responde às questões “O quê?” e “Quem?” do lead,
mostrando os alunos e a imagem do carro-patrulha que fizeram à base de
materiais recicláveis.
2) Há pouca voz-off para dar espaço aos depoimentos dos participantes da
iniciativa da PSP que descrevem o trabalho que realizaram.
3) Logo de seguida, há uma voz-off que faz a ligação entre os depoimentos das
crianças participantes e os depoimentos dos idosos, que também fizeram um
carro-patrulha.
4) Outro excerto da voz-off dá mais informação ao telespectador: demorou
um mês a desenvolver o carro-patrulha feito de materiais recicláveis.
5) No final de uma peça jornalística, que representa um acontecimento em
particular, há lugar para informações de contexto e que ajudam a fechar a
notícia. As informações dadas pelo jornalista mostram que a iniciativa faz
parte de um concurso, que os carros-patrulha vão estar expostos, dizendo
onde e até quando dura essa exposição.
A notícia em vídeo deve ser curta, tendo entre 1 a 2 minutos, sensivelmente. A peça
jornalística em exemplo tem 1:57.
A entrevista e a reportagem em televisão
Em televisão, há ainda lugar para reportagens e entrevistas. Enquanto género
jornalístico, estas enquadram-se, na maioria das vezes, em rubricas de programas
televisivos de informação, para além do telejornal.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
44
A entrevista em televisão serve, muitas vezes, de apoio ou esclarecimento acerca
de um tema em particular, em que, muitas vezes o especialista é convidado do
telejornal ou do programa informativo.
Atentemos no seguinte exemplo:
Neste caso, antes da entrevista, para contextualizar os telespectadores sobre o
tema a ser abordado, os jornalistas da RTP desenvolveram uma voz-off lida pela pivô
(apresentadora do programa), numa curta edição com algumas imagens.
Já a reportagem desenvolve de forma mais aprofundada um determinado assunto,
sendo mais longa e envolvendo um trabalho de investigação mais demorado da parte
do jornalista. Os depoimentos de diferentes especialistas ganham maior protagonismo
neste género jornalístico.
Atentemos no seguinte exemplo:
Exemplo de uma entrevista no programa informativo da RTP “Bom dia Portugal” sobre as alterações climáticas. Disponível para ver em: http://www.rtp.pt/noticias/pais/projeto-estrategico-sobre-clima-lancado-em-lisboa_v797118
A produção mediática sobre as alterações climáticas
45
A reportagem da TVI que vemos no exemplo resultou de um trabalho de dois anos
e foi pela primeira vez mostrada no contexto do início da Conferência das Partes (COP21)
em Paris, realizada em novembro de 2015.
Trata-se de uma “Grande Reportagem” e tem a duração de 25 minutos.
Exemplo de uma reportagem da TVI sobre as alterações climáticas, chamada “Corrida contra o Tempo”. Disponível para ver em: https://www.youtube.com/watch?v=7fJlG7ktIOk
Recursos de interesse:
Para saber mais sobre produção de conteúdos jornalísticos em vídeo pode aceder à
plataforma “Recursos Educativos” (http://www.climaedumedia.com/recursos-
educativos.html) da página do projeto Clima@EduMedia, procurando na secção “Média”,
o símbolo correspondente ao deste tema neste manual.
Nessa secção pode encontrar os seguintes documentos para visualização e download:
Manual V do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;
Vídeo Módulo V (Média);
Dicas sobre produção mediática;
Guião de apoio ao trabalho jornalístico; (para ser preenchido pelos alunos com
auxílio dos professores)
Check-list – redação de uma voz-off; (para ser preenchido pelos alunos com auxílio
dos professores)
Dicas de filmagem.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
46
O termo “multimédia” tem vindo a ganhar maior protagonismo com a Internet.
Progressivamente, jornais, rádios e televisões foram criando os seus próprios espaços
online, permitindo aos leitores, ouvintes e telespectadores voltar a ver uma
determinada informação, fazer os seus comentários, ver novos conteúdos, entre
outras potencialidades.
Muito por intermédio da Internet, a informação pode atualmente ser conjugada por
trechos de uma peça de áudio, texto, ter um vídeo a acompanhar e ter fotografias, numa
galeria de imagens, por exemplo.
A informação na era da Internet ganhou novas características e regras para
transmitir uma mensagem ao utilizador (que deixa de ser apenas ouvinte, leitor ou
telespectador). O termo “multimédia” surge enquadrado no conceito de jornalismo
online.
Multimédia
Utilizar ferramentas multimédia é poder apresentar conteúdos de forma mais
apelativa para o leitor, aproveitando as potencialidades de cada um dos meios
jornalísticos. Na Internet, o utilizador decide o que quer ler, ver e ouvir.
Conjugação no mesmo trabalho de pelo menos dois dos seguintes
elementos: texto, imagem e som.
Produção de conteúdos
multimédia
A produção mediática sobre as alterações climáticas
47
Exemplos:
Esta reportagem é multimédia, pois combina trechos de áudio, texto, vídeo
fotografia e infografia.
O tema é o avanço do mar sobre a costa de Esmoriz e a narrativa está muito assente
nas histórias destas pessoas que lidam diariamente com esta realidade. O utilizador
escolhe o que quer explorar e ver primeiro.
No exemplo acima, vemos que o texto da reportagem dá a conhecer um pouco da
história de Emídio Silva. Junto ao texto, está um “player” de um pequeno trecho de som
se o utilizador quiser ouvir, na primeira pessoa, o testemunho deste entrevistado.
Reportagem multimédia da rádio Renascença chamado “O meu quintal é o mar”. Disponível em: http://rr.sapo.pt/o-meu-quintal-e-o-mar/default.html
A produção mediática sobre as alterações climáticas
48
Infografia
Mas o termo multimédia não se refere apenas à Internet. Num jornal, um
trabalho composto por texto e várias imagens é considerado multimédia.
Uma infografia, por exemplo, um gráfico, representando informação de forma
visual, acompanhando um texto, é também considerado um trabalho multimédia.
Existem dois tipos de infografia e ambas se podem enquadrar numa lógica multimédia
offline e online:
Versus
Estática
Funciona como uma
ilustração gráfica da
informação;
Não permite interação;
Geralmente está
presente em jornais ou
revistas;
Surge com frequência
sob a forma de mapa ou
gráfico;
Dinâmica/Digital
É uma infografia que pode
conter elementos animados;
Permite a interação do
utilizador;
Está presente em várias
seções de multimédia,
sobretudo de jornais e
rádios;
A produção mediática sobre as alterações climáticas
49
Exemplos:
Infografia dinâmica
Esta infografia apresenta algumas potencialidades de interação, como por
exemplo, optar por ver dados sobre a capacidade elétrica instalada, a energia primária
(perceber quais os tipos de fontes de energia a que o país mais recorreu) ou dados sobre
os combustíveis fósseis utilizados para produção de energia.
Permite também explorar informações mais detalhadas sobre cada um dos dados.
Esta infografia está em forma de gráfico que pode ser explorado de forma interativa e
que representa visualmente uma série de informações.
Tal como qualquer trabalho jornalístico, a infografia deve ser realizada com base
em pesquisa de informação e esta deve ser rigorosa e correta. É necessário também
identificar as fontes de informação utilizadas para realizar a infografia. No exemplo em
questão, o utilizador pode consultar mais informação nas fontes que estão
discriminadas após o trabalho.
Exemplo de infografia dinâmica, do jornal Público, sobre as fontes de energia utilizadas em Portugal ao longo de várias décadas Disponível em: https://www.publico.pt/ecosfera/interactivo/um-seculo-de-energia-em-portugal
A produção mediática sobre as alterações climáticas
50
Infografia estática
Multiplataforma
Para além do multimédia, uma outra ferramenta de aproveitamento das
potencialidades de cada média é o uso da estratégia multiplataforma.
Por exemplo, uma revista pode realizar uma reportagem para a edição impressa e,
complementá-la, para o público da sua página online, com um vídeo com um dos
Ficha técnica da infografia
O mesmo trabalho desenvolvido de forma diferente e complementar em duas
ou mais plataformas diferentes, aproveitando as suas características.
Exemplo de infografia realizada pelo Clima@EduMedia. Disponível em:
http://www.climaedumedia.com/conceitos-elementares.html
A produção mediática sobre as alterações climáticas
51
entrevistados. Geralmente, a revista remete o leitor para a informação complementar a
que pode este pode aceder no website.
Esta estratégia é importante também pois permite chegar a diferentes tipos de
público, devido à linguagem utilizada para comunicar a informação. O público que lê a
revista em papel pode não ser o mesmo que vai consultar a versão online da mesma.
Recursos de interesse:
Para saber mais sobre produção de conteúdos jornalísticos multimédia e multiplataforma
pode aceder à plataforma “Recursos Educativos”
(http://www.climaedumedia.com/recursos-educativos.html) da página do projeto
Clima@EduMedia, procurando na secção “Média”, o símbolo correspondente ao deste
tema neste manual.
Nessa secção pode encontrar os seguintes documentos para visualização e download:
Manual III do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;
Vídeo Módulo III (Média);
Dicas sobre produção mediática;
Guião de apoio ao trabalho jornalístico; (para ser preenchido pelos alunos com
auxílio dos professores)
Check-list – redação de um texto (para ser preenchido pelos alunos com auxílio
dos professores)
Dicas de filmagem;
A produção mediática sobre as alterações climáticas
52
Com o aparecimento da Internet, muitos jornais e revistas passaram a ter as suas
próprias páginas web, passando a desenvolver com maior frequência conteúdos
multimédia.
A acompanhar os canais de televisão, estações de rádio e os jornais, surgiram os
jornais online, que têm na Internet a sua única plataforma para publicação de
conteúdos.
Este tipo de jornalismo – o jornalismo online/digital – vem acompanhado de
algumas características diferentes. Maioritariamente existem jornais online que, tendo
conteúdos escritos, estes são desenvolvidos com uma lógica e estrutura distinta.
Atentemos em algumas dessas características:
Características do jornalismo digital
NARRATIVA HIPERTEXTUAL
Permite colocar hiperligações para
outros conteúdos relacionados (outras
notícias/websites).
Desta forma, é dado contexto e mais
informação sobre um determinado
tema a quem está a ver o trabalho
jornalístico desenvolvido, direcionando
o utilizador para outro conteúdo
explicativo ou página, evitando textos
mais longos.
EDIÇÃO NA HORA
Permite corrigir erros e gralhas no
momento, ao contrário do que
acontece com a edição em papel.
Quando isso acontece, o autor do texto
deve assumir o erro e colocar uma
pequena nota: “Corrigido em/Editado
em/Alterado em”, informando o
utilizador/leitor que o texto teve uma
alteração em relação à informação já
publicada.
Produção de conteúdos para a
Internet
A produção mediática sobre as alterações climáticas
53
Tirando partido destas características, há algumas especificidades a ter em conta
para produzir um conteúdo para ser publicado na Internet.
Deixamos algumas dicas:
Colocar palavras-chave
Estas vão ajudar o utilizador a encontrar mais informação acerca daquele assunto
no próprio website; Hoje em dia há muitos blogues e websites que apresentam estas
potencialidades;
Dividir um conteúdo em diferentes partes por temas
FEEDBACK DIRETO DO PÚBLICO
Possibilita aos leitores, neste caso
utilizadores, um papel mais ativo. Podem
deixar o seu comentário ou opinião sobre
o conteúdo que acabaram de ver.
ESPAÇO ILIMITADO
Os custos de publicação online face ao
jornal, não aumentam em função do
tamanho do conteúdo. Para além disso,
é possível uma subdivisão de conteúdos.
INFORMAÇÃO SEMPRE
ATUALIZADA
Permite uma atualização constante dos
conteúdos desenvolvidos. É possível
publicar uma notícia no próprio dia do
acontecimento e não apenas no dia a
seguir.
POSSIBILIDADE DE TORNAR O
CONTEÚDO MULTIMÉDIA
Permite enriquecer o trabalho com vídeos,
imagens, áudio e infografias, tornando a
informação mais completa.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
54
No caso de uma reportagem, é possível dividi-la por temas e interligar as diferentes
partes através de hiperligações.
Cada segmento é independente e o utilizador escolhe o que quer ler.
Colocar um lead apelativo na página principal
Assim convida o utilizador a carregar naquele conteúdo e ler a notícia/ reportagem/
entrevista;
Pensar numa lógica de hiperligações e de conteúdos relacionados
Colocar hiperligações em palavras-chave para conteúdos explicativos ou páginas
credíveis com maior informação sobre o tema. Por exemplo, notícia é baseada num
estudo e ele está disponível na Internet? Então é possível colocar uma hiperligação para
o estudo quando este é mencionado das primeiras vezes.
Atentemos no seguinte exemplo:
Exemplo de reportagem publicada na página do projeto Clima@EduMedia. Disponível em: http://www.climaedumedia.com/biodiversidadeac.html
A produção mediática sobre as alterações climáticas
55
Esta reportagem tem como tema os efeitos das alterações climáticas na
biodiversidade em Portugal. Trata-se de um trabalho multimédia, pois é constituído por
texto e fotos. Poderia ser publicada num jornal em papel, mas, estando online tem a
vantagem de poder contextualizar quem está a ler através de diversas hiperligações.
Neste caso em particular as hiperligações remetem para as páginas dos centros de
investigação a que pertencem os investigadores. A presença destes links acrescenta
credibilidade ao trabalho e direciona o utilizador para mais informação sobre os
especialistas contactados. Uma outra hiperligação presente está na palavra “artigo”,
remetendo o utilizador para o trabalho realizado e publicado pelos entrevistados.
As maiores ou menores potencialidades do jornalismo online dependem também
da plataforma web que está ser utilizada. Hoje em dia existem vários websites e blogues
gratuitos que oferecem várias ferramentas importantes num trabalho jornalístico, como
por exemplo a associação de palavras-chave ou referência e possibilidade de navegar
em conteúdos relacionados.
O jornalismo online “obriga” a uma atualização quase constante de conteúdos,
podendo apostar-se, nestes casos, na publicação de entrevistas e reportagens temáticas
realizadas pelos alunos, espaços de opinião protagonizados por professores, pequenos
vox pop’s com temas de interesse para os mais novos, entre outros.
A produção mediática sobre as alterações climáticas
56
Nas páginas que se seguem apresentamos uma série de hiperligações que podem
ser úteis no desenvolvimento de trabalhos jornalísticos. Por exemplo, são
disponibilizadas hiperligações para websites credíveis na área do ambiente e das
alterações climáticas que podem surgir apresentadas num texto, remetendo o utilizador
diretamente para a fonte de informação, sendo que também sugerimos e apresentamos
uma série de plataformas e ferramentas web gratuitas para a publicação de conteúdos.
Recursos de interesse:
Para saber mais sobre a produção de conteúdos para a Internet e o jornalismo online pode
aceder à plataforma “Recursos Educativos” (http://www.climaedumedia.com/recursos-
educativos.html) da página do projeto Clima@EduMedia, procurando na secção “Média”,
o símbolo correspondente ao deste tema neste manual.
Nessa secção pode encontrar os seguintes documentos para visualização e download:
Manual II do MOOC “As alterações climáticas nos média escolares”;
Vídeo Módulo II (Média);
Dicas sobre produção mediática;
Guião de apoio ao trabalho jornalístico; (para ser preenchido pelos alunos com
auxílio dos professores)
Check-list – redação de um texto. (para ser preenchido pelos alunos com auxílio
dos professores)
A produção mediática sobre as alterações climáticas
57
Uma das competências relacionadas com a literacia mediática é a capacidade de
encontrarmos fontes credíveis, no vasto mundo da Internet, acerca de um determinado
tema. Neste caso, deixamos algumas referências de websites que poderão ser
relevantes no que toca ao tema das alterações climáticas.
Em Portugal, podemos encontrar informação credível, por exemplo, nos seguintes
websites:
Nome do website/página/entidade
Conteúdos relevantes
Endereço
Agência Portuguesa do
Ambiente
- Informação sobre políticas ambientais.
http://www.apambiente.pt/
Grupo de
investigação"Climate Change
Impacts, Adaptation and
Modelling"
- Informação sobre a investigação que tem vindo a ser feita em Portugal nesta área por este grupo de investigação da Universidade de Lisboa. - Contactos de diversos especialistas em alterações climáticas em várias áreas (biodiversidade, mar, adaptação, mitigação, entre outros).
http://cciam.fc.ul.pt/
Naturlink - Conteúdos informativos sobre a Natureza e o Ambiente
http://naturlink.pt/
Associação Portuguesa de
Energias Renováveis
- Informações úteis sobre energias renováveis
http://www.apren.pt/pt/
Instituto de Conservação da
Natureza e das Florestas
- Informações sobre Biodiversidade, Florestas e Áreas Protegidas
http://www.icnf.pt/
Ligações úteis – Alterações
climáticas
A produção mediática sobre as alterações climáticas
58
A nível internacional, existem também importantes fontes a consultar, dos quais
destacamos os seguintes exemplos:
Liga para a Proteção da
Natureza
- Iniciativas para conservação da natureza
http://www.lpn.pt/
Projeto EcoCasa - Informações úteis sobre poupança energética.
http://ecocasa.pt/
Instituto Português do Mar e
da Atmosfera - IPMA
- Informação científica sobre agricultura, mar, ambiente, clima e sismos.
http://www.ipma.pt/pt/oipma/
Laboratório Nacional de
Energia e Geologia (LNEG)
- Investigações em Energia e Geologia.
http://www.lneg.pt/lneg/
Quercus - Iniciativas para conservação da natureza.
http://www.quercus.pt/
Nome do website/página/entidade
Conteúdos relevantes
Endereço
Agência Europeia do
Ambiente (AEA)
- Gráficos e mapas com dados atualizados sobre diferentes vertentes do tema das alterações climáticas.
http://www.eea.europa.eu/pt/themes/climate/intro
Painel Intergovernamental
par as Alterações Climáticas -
IPCC
- Avaliações regulares de base científica sobre as mudanças climáticas, seus impactos e opções para adaptação e mitigação.
http://www.ipcc.ch/
CLIMA-Adapt - Informação sobre políticas e estratégias de adaptação às Alterações Climáticas.
http://climate-adapt.eea.europa.eu/
NASA Global Climate Change
- Gráficos, imagens e vídeos; Informação específica para educadores; secção dedicada a crianças
http://climate.nasa.gov/
A produção mediática sobre as alterações climáticas
59
Uma das competências relacionadas com a literacia mediática é a capacidade de
encontrarmos fontes credíveis, no vasto mundo da Internet, acerca de um determinado
tema.
Neste caso, deixamos algumas referências de websites que poderão ser relevantes
no que toca à educação para os média e à produção de conteúdos mediáticos:
Nome do website/página/entidade
Conteúdos relevantes
Endereço
Direção-Geral de Educação –
área temática de Educação
para os Media
- Referencial de Educação para os Medias para a Educação Pré-escolar, o Ensino Básico e o Ensino Secundário
http://www.dge.mec.pt/educacao-para-os-media
Rádio e Televisões escolares
(Direção-Geral da Educação)
- Informação sobre atividades direcionadas para rádios e televisões escolares
http://erte.dge.mec.pt/radios-e-televisoes-escolares
SeguraNet - Recursos multimédia, jogos e manuais direcionados a professores e a crianças e jovens sobre segurança na internet
http://www.seguranet.pt/pt
Jornais Escolares (Direção-
Geral da Educação)
- Informação sobre atividades direcionadas para jornais escolares
http://jornaisescolares.dge.mec.pt/
Media Smart - Programa sem fins lucrativos de literacia sobre a publicidade nos diversos media
http://www.mediasmart.com.pt/media_smart.1.html
RTP Ensina - Vídeos, áudios, infografias e fotografias produzidas pelos diferentes canais da RTP, com relevância para determinadas matérias escolares
http://ensina.rtp.pt/sobre/
Ligações úteis – Educação
A produção mediática sobre as alterações climáticas
60
Pode ainda ser interessante conhecer outros projetos que, de alguma forma,
abordam temas semelhantes aos que desenvolvemos ao longo do projeto
Clima@EduMedia e neste manual:
Portal da Literacia Mediática
- Recursos para pais, alunos e professores sobre literacia mediática
http://www.literaciamediatica.pt/
E-media Education Lab - Recursos educativos para professores sobre Educação para os Média desenvolvidos por especialistas de vários países europeus.
http://e-mediaeducationlab.eu/
Nome do website/página/
entidade
Conteúdos relevantes
Endereço
O clima é connosco
- Conjunto de ações de comunicação e de sensibilização ambiental para o empowerment climático, promovidas pela ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental
http://oclimaeconnosco.wix.com/o-clima-e-connosco
Eco Escolas
- Programa internacional da “Foundation for Environmental Education”.
Pretende encorajar ações e reconhecer o trabalho desenvolvido pela escola, no âmbito da Educação Ambiental para a Sustentabilidade.
http://ecoescolas.abae.pt/
Jovens Repórteres
pelo Ambiente
- Programa internacional que pretende contribuir para o treino do exercício de uma cidadania ativa e participativa enfatizando a vertente do jornalismo ambiental.
http://jra.abae.pt/
Connect4Climate
- Projeto direcionado para a comunidade mais jovem, com iniciativas em diferentes áreas: cinema, moda, mundo académico e desporto, que pretendem tornar esses mundos mais sustentáveis.
https://www.connect4climate.org/
A produção mediática sobre as alterações climáticas
61
Hoje em dia, há várias formas de aceder a conteúdos gratuitos na Internet, sejam
eles fotos, imagens, músicas, sons, entre outros. Estes conteúdos podem ser de livre utilização ou ter licenças específicas.
Quando procurar conteúdos na Internet deve atentar nestas páginas:
Nome do website/página/entidade
Conteúdos relevantes
Endereço
Sociedade Portuguesa de
Autores
Legislação sobre os direitos de autor
https://www.spautores.pt/autores/legislacao
Creative Commons Licenças Creative Commons http://creativecommons.org/
Flickr
Imagens de utilização gratuita https://www.flickr.com/creativecommons/
Wikimedia commons
Imagens de utilização gratuita https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Images
Unsplash
Imagens de utilização gratuita https://unsplash.com/
Pixabay
Imagens de utilização gratuita https://pixabay.com
Photopin
Imagens de utilização gratuita http://photopin.com/
Open Clipart Library
Imagens de utilização gratuita https://openclipart.org/
Clker
Imagens de utilização gratuita http://www.clker.com/latest/clip+art
Ligações úteis – Média
A produção mediática sobre as alterações climáticas
62
Também na web, é possível encontrar ferramentas que ajudam na edição dos
conteúdos mediáticos. Seguem-se alguns exemplos:
FreeMusicArchive
Músicas de utilização gratuita http://freemusicarchive.org/
FreePlayMusic
Músicas de utilização gratuita http://freeplaymusic.com/
FreeSFX
Músicas de utilização gratuita http://www.freesfx.co.uk/
Opsound
Músicas de utilização gratuita http://opsound.org/
Soundbible
Sons de utilização gratuita http://soundbible.com/
Videvo
Vídeos de utilização gratuita http://www.videvo.net/
Nome do website/página
/entidade
Conteúdos relevantes
Endereço
WeVideo Ferramenta de edição de vídeo online https://www.wevideo.com/
Loopster
Ferramenta de edição de vídeo online http://www.loopster.com/
Magisto
Ferramenta de edição de vídeo online https://www.magisto.com/
Youtube Editor Ferramenta de edição de vídeo online https://www.youtube.com/editor
Soundation Studio Ferramenta de edição de som online https://soundation.com/
Mp3Cut
Ferramenta de edição de som online http://mp3cut.net/pt/
Gimp Software gratuito de edição de fotografia
https://www.gimp.org/downloads/
A produção mediática sobre as alterações climáticas
63
Para publicação de conteúdos mediáticos, são várias as ferramentas que estão
disponíveis de forma gratuita. Seguem-se alguns exemplos:
Priberam
Dicionário online – Ferramenta de apoio à escrita
https://www.priberam.pt/DLPO/
Infopédia
Dicionário online – Ferramenta de apoio à escrita
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/
Nome do website/página
/entidade
Conteúdos relevantes
Endereço
Weebly Plataforma de criação de websites gratuitos
https://www.weebly.com/
Wordpress Plataforma de criação de websites gratuitos
https://wordpress.com/
Soundcloud Plataforma gratuita de publicação de podcasts
https://soundcloud.com/
Spreaker Plataforma de criação e publicação de podcasts
https://www.spreaker.com/
Vimeo Plataforma de publicação de vídeos https://vimeo.com/
Google Drive Plataforma que permite a edição e trabalho colaborativo de texto e partilha de diversos documentos.
https://drive.google.com/
Dropbox Plataforma de partilha e armazenamento de ficheiros.
https://www.dropbox.com/
Wetransfer Plataforma para enviar de ficheiros até 2 GB .
https://www.wetransfer.com/
A produção mediática sobre as alterações climáticas
64
Brooks, B., Kennedy, G., Moen, D. & Ranly, D. (2002). News Reporting and Writing (7ª ed.).
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A produção mediática sobre as alterações climáticas
67
Coordenação geral e científica:
José Azevedo
António Guerner
Produção executiva:
Susana Neves
Consultadoria:
Luísa Aires
Paulo Rocha
Equipa pedagógica:
Diana Seabra
Margarida Marques
Paulo Rocha
Equipa de materiais de apoio pedagógico:
Ana Cristina Torres
Cátia Santana
Cláudia Azevedo
Diana Seabra
Isabel Pereira
Ivone Santos
Margarida Marques
Renata Silva
Estruturação de conteúdos:
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Renata Silva
Design gráfico:
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Ficha técnica