artigo_sobre_set-up_rápido

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  • 8/6/2019 artigo_sobre_set-up_rpido

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    6 O Mundo da Usinagem

    GESTO EMPRESARIAL

    Fundamentos doSet uprpido

    Ford, no inciodo sculo passado,j dizia: o clientepode ter seu carropintado na cor quequiser, desdeque seja preto.O objetivo era

    trabalhar comprodutospadronizados,no fazer set upse aumentara produtividadeda empresa.

    6 O Mundo da Usinagem

    No mercado globalizado atual,a diversificao e o tama-nho dos lotes so importan-

    tes para a competitividade da em-presa, por isso devemos buscarsolues diferentes da usada porFord no incio do sculo passado.

    Tempos improdutivos queno agregam valor ao produto,set upsgeram perdas globais de

    produtividade nas empresas.Quanto maior a diversificao e

    Tempo set up

    Diversificao

    Produtividade

    Tamanho do lote

    1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005

    menor o tamanho dos lotes,maior ser o tempo total comset up com resultados desastrosospara a produtividade:

    INFLUNCIA DO TEMPODE SET UPNA MANUFATURA

    A soluo para reverter a cur-va da produtividade est em re-duzir os tempos de set up. Ter-

    minado o lote anterior, a mquinae o operador estaro imediata-

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    Tempo Tempo de Usinagem Tamanho Tempo totalde Set up por pea do lote por pea

    240 min 1 min 100 1 + 240 = 3,4 min100

    120 min 1 min 100 1 + 120 = 2,2 min100

    60 min 1 min 100 1 + 60 = 1,6 min

    100

    3 min 1 min 100 1 + 3 = 1,03 min100

    mente dedicados produo daprxima pea, por isso deve-se

    considerar a produo horriaincluindo o tempo de set up.No exemplo ao lado, a pro-

    duo horria reduzida de 60peas por hora para menos de20 considerando um lote de100 peas. Por isso, no passado,considerando-se que o tempode set up fixo, tinha-se umagrande tendncia de aumentar

    o tamanho dos lotes de peaspara reduzir o efeito das horasde set up.

    Muitas empresas no se preo-cupam com os tempos de set upuma vez que no so operaesprodutivas, dentro do conceitotradicional de manufatura. Enge-nharias de Manufatura e as pr-prias Manufaturas esto preocu-

    padas em reduzir o tempo deusinagem das peas, deixando delado grande potencial de ganho.Se, pelo contrrio, consideran-do que o lote fixo ou de acor-do com a quantidade vendida,pode-se atingir o mesmo efeitode um lote de 10.000 peas atra-vs da reduo do tempo de setup (1,024 x 1,030 min).

    Esta mudana levou por ter-ra o tradicional conceito do lo-te econmico de produo, trans-formando-o em: produzir omnimo necessrio ou somente aquantidade vendida.

    A grande falcia admitir-seque os tempos de set up no po-dem ser reduzidos.

    7O Mundo da Usinagem

    CONCEITOS BSICOS Set up o conjunto de ativida-des para preparar a mquina paraa produo da prxima pea, po-

    de ser chamado tambm de Mon-tagem ou Preparao de mquina. Tempo de set up o tempototal decorrido, desde o trminodo lote A at o incio de produ-o do lote B (veja figura a seguir). Troca Rpida de Ferramen-tas aquela realizada no menortempo possvel.

    Obs: Troca Rpida de Ferramentasno significa ritmo acelerado e,sim, montagens simplificadas, semimprovisaes, com coordenao e

    de forma sistemtica. S M E D (Single Minute Exc-hange Die):Montagens realizadas em temposmenores que 10 minutos, ou se-

    ja, menores do que dois dgitos,por este motivo singleminute. Atividades Externas: so to-das e quaisquer atividades que

    Tempo Tempo de Usinagem Tamanho Tempo total

    de Set up por pea do lote por pea

    240 min. 1 min 100 p 1+ 240 = 3,4 min100

    240 min. 1 min 1.000 p 1 + 240 = 1,24 min1.000

    240 min. 1 min 10.000 p 1 + 240 = 1,024 min10.000

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    podem ser realizadas enquanto amquina estiver trabalhando.

    Tempo Externo: so os tem-pos gastos para executar as ativi-dades externas. Atividades Internas: so to-das e quaisquer atividades quepara serem executadas, a mqui-na tem que estar parada. Tempo Interno: so os tem-pos gastos para executar as ativi-dades internas

    Obs: O ponto essencial para uti-lizao dos sistemas Troca Rpidade Ferramentas o entendimen-to e a separao dos tempos In-terno e Externo.

    ETAPAS PARAREDUO DO SET UP

    Muitas empresas cometemenganos ao pensar que troca r-

    pida um programa caro e quese resume a reprojetar e/ou subs-tituir todo o ferramental. Estepensamento seria comparado aoempreendedor que inicia a cons-truo da casa pela antena. Aestcnicas podem se tornar inefi-cazes se usadas isoladamente.Iniciar pelas aes administrati-

    vas a maneira mais inteligentee econmica.

    Existe uma fase inicial en-quanto a empresa no tem umprograma efetivo ou conhece osconceitos Troca Rpida de Fer-ramentais, quando existem in-definies e desconhecimentoque escondem os reais proble-mas e as solues. O trabalho aser executado pelo montador noest definido, falta clareza na se-

    qncia do trabalho a ser execu-tado, muitas vezes existem im-provisaes ou o ferramental e amquina no esto em boas con-dies de uso (e que por ficarpor longo tempo parados, s soconsertados durante o set up).Pode tambm faltar meios detransporte, chaves, recursos b-sicos, matria-prima.

    A simplicidade e a eficciadas solues que faz a diferen-a e, para evitar gastos desneces-srios e ineficazes, 5 etapas devemser seguidas:

    Identificaes:A identificao serve como

    diagnstico, evitando o uso de

    remdio errado de pouco efeitoprtico. Deve-se identificar todasas atividades e seus respectivostempos, sejam elas executadas pe-lo montador ou no. Duas manei-

    ras bsicas podem ser utilizadas:a) Filmagem do set up.Esta prtica pode ser utilizada seo grupo estiver treinado e cons-ciente dos objetivos do progra-ma, evitando-se constrangimen-tos e erros.b) Execuo de relatrio de mon-tagem.Todas as atividades executadas

    durante o set up e seus respecti-vos tempos devem ser descritosem relatrios de montagem.

    Separao dos TemposInternos e Externos:

    Atravs da anlise dos rela-trios de montagem, identifi-car e separar as atividades inter-nas e externas e seus respectivos

    tempos. Como ao inicial, pro-curar manter durante o tempoem que a mquina est parada,somente as atividades internas(Tempos Internos).

    Converso dos TemposInternos para Externos:

    Procurar transferir ativida-des internas para externas, exe-

    cutando-as com a mquina tra-balhando. Reprojetar algunsitens de ferramental: exemploPre settingde ferramentas.

    Eliminao da Ajustagem:Todo ajuste considerado

    perda de tempo. Eliminar os ajus-tes analisando o sistema M.F.D.P.

    LOTE - A MONTAGEM LOTE - B

    Requisio Transporte Desmontagem Montagem Ajustes Inspeo

    do do Ferramental Ferramental

    Ferramental Ferramental do lote A do lote B Aprovao

    Tempo de set up

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    (Mquina, Ferramenta, Dispo-sitivo, Pea). Usar ferramentalfixo, guias padres e sequencia-mento das peas.

    Refinamentos:Recomear tudo novamente.Procurar reduzir os tempos inter-nos e externos de set up (apesar deserem externos, tm custo) simpli-ficando ao mximo o set up.

    A maneira didtica como asetapas foram apresentadas servepara facilitar o entendimento,porm, na prtica, vrias etapas

    podem ocorrer simultaneamen-te. A Frmula 1 um exem-plo muito conhecido de trocarpida e assim como nas empre-sas depende de requisitos bsicos:Condies: ter ferramental ade-quado, em quantidade suficien-te, com boas condies de uso e aolado da mquina na hora certa.

    Treinamento: todos os envolvidosdevem estar treinados em todos osconceitos da troca rpida.Comunicao: antes de terminaro lote, todas as informaes ne-

    cessrias devem estar disponveis.Prtica: praticar para melhorar adestreza dos envolvidos.Planejamento: planejar as aese tempo para implantar o progra-ma (aps treinamento e resulta-do de alguns exemplos).Metas: podem ser estabelecidaspor Equipamento, Departa-mento ou Empresa.

    APLICAESO sistema Troca Rpida de

    ferramentas pode ser aplicadonos mais diversos ramos de ati-vidade industrial, independen-temente da idade ou avano tec-nolgico dos equipamentos:Mquinas gargalo de produo:

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    Tempo de set upatual

    (atividades internas)

    Refinamentos

    Eliminao

    de ajustes

    Conversode Ti para Te

    Separao

    de Ti para Te

    Identificaes Lote A ExternoPotencial

    Interno

    Interno

    Interno

    Interno

    Interno

    ExternoPotencial

    Lote A

    Lote A

    Lote A

    Lote A

    Lote B

    Lote B

    Lote B

    Lote B

    Lote B

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    resultados imediatos nas vendasda Empresa.Mquinas gargalo de monta-gem: os ganhos sero na reduode perda de tempo da mo de

    obra evitando que interfiram naproduo das mquinas garga-los de produo.Linhas de usinagem: geram ga-nhos de produtividade amplo emtodos os equipamentos da linha.

    VANTAGEMTroca Rpida de Ferramental

    uma ferramenta essencial pa-

    ra a Manufatura Enxuta (LeanManufacturing) e contribui pa-ra a melhoria da produtivida-de, aumentando a capacidadeprodutiva e permitindo atendertrabalhos urgentes. Set upssomenos cansativos, aumentam autilizao dos equipamentos epermitem reduo dos lotes edo inventrio. pr-requisito

    para o just-in-time.

    DICAS PARA MELHORIANo reinvente a roda, bus-

    que ajuda com especialistas e empre-sas fornecedoras de ferramentas com-

    prometidas com a troca rpida.Tenha em mente que eliminar

    a montagem melhor que redu-zi-la, portanto dedique mquinas

    por famlia e faa sequenciamen-to das peas.Durante o set upprocure mo-

    ver as Mos mas no os Ps (co-mo no jogo de basquete) usan-do a criatividade para eliminaros desperdcios.

    Troca Rpida de Ferramen-tas tem como objetivo set up

    realizado em tempos menoresque 10 minutos; conceituaodenominada S.M.E.D. (Single

    Minutes Exchange Die).Muitas empresas tm como

    objetivo a realizao do set upem um toque, conceituao de-nominada O.T.E.D. (OneTouch Exchange Die).

    A Troca Rpida de Ferra-mentas visa uma significativareduo dos tempos de set up emtorno de 70 a 95 % , aumentan-do a disponibilidade das mqui-nas de 20 a 30%.

    OBSERVAESO sistema Troca Rpida de

    Ferramentas um processo repe-titivo, cuja meta a montagem damquina em um toque, por isso de-vemos ter em mente que a ltimaInovao ou Melhoria ser semprea primeira de uma nova srie.

    Eliminando-se os tabus da

    impossibilidade e do conservado-rismo, permite-se uma grandemudana de mentalidade, pro-porcionando capacitao a pro-gramas mais arrojados.

    Porque a reduo do Set up?Simplesmente porque o Equi-

    pamento e o Operador esto ocu-pados mas no h produo.

    Faa somente aquelas ati-

    vidades que criam ou agregamvalor e que o cliente est dispos-to a pagar. Todas as demais soDESPERDCIO.

    Laercio BatelochiEngenheiro Consultor da EATON,

    Valinhos/So Paulo

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