artigo_rede de movimentos sociais de itajaí

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UNIVERSIDADE DO VALE – UNIVALI Centro de Ciências Jurídicas, Políticas e Sociais – CEJURPS Centro de ciências sociais aplicadas – CECIESA Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura Programa UNICIDADE Linha Terceiro Setor CADERNO DE PESQUISA Limites e Possibilidades para a Construção da Rede de Movimentos Sociais em Itajaí

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Page 1: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

UNIVERSIDADE DO VALE – UNIVALI

Centro de Ciências Jurídicas, Políticas e Sociais – CEJURPS

Centro de ciências sociais aplicadas – CECIESA

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura

Programa UNICIDADE

Linha Terceiro Setor

CADERNO DE PESQUISA

Limites e Possibilidades para a Construção da Rede de

Movimentos Sociais em Itajaí

Itajaí, novembro de 2005.

Page 2: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

UNIVERSIDADE DO VALE – UNIVALI

Centro de Ciências Jurídicas, Políticas e Sociais – CEJURPS

Centro de ciências sociais aplicadas – CECIESA

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura

Programa UNICIDADE

Linha Terceiro Setor

CADERNO DE PESQUISA

Limites e Possibilidades para a Construção da Rede de

Movimentos Sociais em Itajaí

ORIENTADORES

Prof° Eliane Aparecida Ávila

Profª Fernanda de Salles Cavedon

Prof° José Everton da Silva

COORDENADOR

Roberto Wöhlke

PESQUISADORES

Felipe Dagostini

Fernanda Soraia

Paulo César Lima da Silva

Rodrigo Maestrelli

Tatiana Caroline de Mesquita

Tiago Alves dos Santos

Vanessa C. Portela Ehlke

Itajaí, novembro de 2005

Page 3: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

Sumário

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................5

2 MOVIMENTOS SOCIAIS EM ITAJAÍ...............................................................................6

3 NOÇÃO DE ESPAÇO PÚBLICO NÃO ESTATAL...........................................................8

4 REDE DE MOVIMENTOS SOCIAIS.................................................................................9

5 CONTRUÇÃO DE REDES DE MOVIMENTOS SOCIAIS..............................................10

6 METODOLOGIA DE ANÁLISE DAS REDES DE MOVIMENTOS SOCIAIS.................13

7 REDE DE MOVIMENTOS SOCIAIS EM ITAJAÍ: UMA PROPOSTA A CONSTRUIR...15

7.1 ASSOCIAÇÃO VOLUNTÁRIOS PELA VERDADE AMBIENTAL..............................................15

7.2 CENTRO DE DIREITOS HUMANOS DE ITAJAÍ..................................................................17

7.3 ASSOCIAÇÃO DE SURF PRAIAS DE ITAJAÍ – ASPI.........................................................18

7.4 ASSOCIAÇÃO DOS DEFICIENTES FÍSICOS DA FOZ DO ITAJAÍ – ADEFI............................18

7.5 FAROL – NÚCLEO DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS QUE VIVEM COM HIV OU AIDS.............19

7.6 INSTITUTO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE – IEPS.....22

7.7 AVISA – ASSOCIAÇÃO DAS VOLUNTÁRIAS PELA INFÂNCIA SAUDÁVEL...........................23

8 ANÁLISE DOS RESULTADOS......................................................................................25

8.1 CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO......................................................................26

8.2 DEMOCRACIA E PARTICIPAÇÃO....................................................................................27

8.3 INFORMAÇÃO E TECNOLÓGICA DE INFORMAÇÃO...........................................................28

8.3.1 FORMAL..................................................................................................................29

8.3.2 INFORMAL...............................................................................................................29

8.3.3 INTERNET................................................................................................................30

8.4 CAPITAL SOCIAL E DESENVOLVIMENTO........................................................................30

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................31

10 referências bibliograficas...........................................................................................32

Page 4: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

LIMITES E POSSIBILIDADES PARA A CONSTRUÇÃO DA REDE DE MOVIMENTOS SOCIAIS EM ITAJAÍ

RESUMO: Através das atividades desenvolvidas pelo Grupo de Estudos Interdisciplinares do Terceiro Setor (GEITS) elaborou-se uma pesquisa com o objetivo de analisar e demonstrar quais sãos os limites e as possibilidades para a construção da rede de movimentos sociais em Itajaí. Para tanto a pesquisa teve como objetivo conhecer o perfil das entidades que compõem os movimentos sociais de Itajaí; analisar as relações de parceria existentes nestas entidades tanto nas áreas especifica de atuação, quanto em pró do desenvolvimento social da cidade. Como metodologia de pesquisa utiliza-se no presente trabalho duas técnicas. A primeira refere-se a pesquisa bibliográfica que consiste na elaboração de um referencial teórico sobre as redes sociais, sua morfologia, criação e conceituações. A segunda técnica consiste na análise das redes sociais, através da construção do sociograma e dos critérios para avaliar as relações existentes entre as organizações pesquisadas. Nas considerações finais destacam-se quatro critérios de avaliar o sociograma construído. Primeiro através das relações de concentração e desconcentração; depois através dos meios de comunicação utilizados pelas entidades para a divulgação de suas atividades, internas e externas. Em terceiro, os aspectos relacionados a participação e a cultura democrática das entidades. Por último utilizam-se os aspectos relacionados ao desenvolvimento e a geração de capital social da rede.

PALAVRAS-CHAVES: Redes Sociais; Movimentos Sociais; Terceiro Setor

Page 5: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

1 INTRODUÇÃO

Durante o ano de 2005 um grupo de estudantes da Universidade do Vale do

Itajaí; bolsistas do programa de extensão denominado UNICIDADE; trocaram e

adquiriram conhecimento acerca do Terceiro Setor brasileiro. Matriculados nos mais

diversos cursos, mesclando as áreas sociais, exatas e humanas, os alunos se reuniam

semanalmente no chamado Grupo de Estudos Interdisciplinares do Terceiro Setor

(GEITS).

As atividades do GEITS forma previstas na elaboração e posterior aprovação

do programa de extensão UNICIDADE, o qual atua sobre quatro frentes de trabalho

(Assistência Social, Desenvolvimento Rural, Fortalecimento do Terceiro Setor e Sócio-

ambiental) com a proposta de integração entre Universidade e Cidade. Os bolsistas do

projeto, atuantes no frente do Terceiro Setor compuseram o GEITS e elaboraram o

presente artigo.

A fim de criar uma base sólida de argumentação acerca do assunto abordado

e, assim, fundamentar o artigo os componentes do GEITS leram, ficharam e analisaram

(individual e coletivamente) textos elaborados por renomados estudiosos do Terceiro

Setor, como: Regina Maria Marteleto, Elizabete Ferrarezi, Ilse Scherer-Waren, Francisco

Whitaker, entre outros. Além da fundamentação do artigo; a análise realizada propiciou, a

cada bolsista envolvido, o conhecimento necessário à atuação prática na busca de

fomentar, na cidade de Itajaí – Santa Catarina, a estruturação de uma rede de

organizações com a finalidade de dinamizar e fortalecer o Terceiro Setor da cidade.

A análise reflexiva auxiliou a prática diária dos estudantes, pois as atividades

cotidianas envolviam a atuação direta dos mesmos nas organizações, possibilitando o

convívio com a realidade do Terceiro Setor e a união entre a teoria e prática.

Durante o segundo semestre do ano de 2005, os estudantes acompanharam

as atividades de entidades consideradas como grandes candidatas a se tornarem um

forte elo da rede e fomentaram em cada uma delas a idéia da constituição da mesma.

Paralelamente, compuseram um banco de dados através de diversos mecanismos, entre

eles: a análise de estatutos registrados no cartório da cidade, Ofício Heusi; preenchimento

de um compacto cadastro que prevê as informações necessárias a uma posterior análise

da rede a ser fortalecida; a formulação e preenchimento de um questionário e um perfil.

Toda a atividade realizada pelo GEITS teve como objetivo principal conhecer a

realidade do Terceiro Setor de Itajaí e, assim, conseguir auxiliar as organizações atuantes

na cidade de Itajaí na constituição da rede. Discutiremos neste ensaio, utilizando todo o

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Page 6: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

conhecimento adquirido, as possibilidades e os limites para a construção de uma rede de

movimentos sociais de Itajaí.

Para tanto a pesquisa teve como objetivo conhecer o perfil das entidades que

compõem os movimentos sociais de Itajaí; analisar as relações de parceria existentes

nestas entidades tanto nas organizações de atuação na sua área de Itajaí, quanto as

entidades que trabalham em pró do desenvolvimento social da cidade.

Como metodologia de pesquisa utiliza-se no presente trabalho duas técnicas. A

primeira refere-se a pesquisa bibliográfica que consiste na elaboração de um referencial

teórico sobre as redes sociais, sua morfologia, criação e conceituações. A segunda

técnica consiste na análise das redes sociais, através da construção do sociograma e dos

critérios para avaliar as relações existentes entre as organizações pesquisadas.

O critério de seleção das organizações se estabeleceu através da participação

dos eventos e atividades promovidas pelo programa UNICIDADE.

Antes de iniciar propriamente a análise da rede de movimentos sociais de

Itajaí; se faz necessário uma breve contextualização do surgimento dos movimentos

sociais em Itajaí como passa-se a ver no próximo ponto

2 MOVIMENTOS SOCIAIS EM ITAJAÍ

No decorrer da década de 1980, começam a surgir no cenário brasileiro vários

movimentos populares pela redemocratização do país. Acontecendo neste período uma

série de fatores que abrem espaço para as discussões sociais, depois de intensos anos

de repressão. Ligados a estes fatores estão à revogação do AI-5, a lei da anistia e a volta

de vários intelectuais que prestam acessória e iniciam seus trabalhos com vários

movimentos populares. Outra característica deste período é a presença ativa da igreja

católica progressista junto às bases dos movimentos sociais.

É neste contexto que está inserida a origem dos movimentos sociais em Itajaí.

Como afirma Antônio Oraci Ribeiro Mello [2002, p.11]:

Em Itajaí um dos espaços utilizados para organização social, que teve uma grande contribuição para o surgimento dos movimentos (populares e sociais) foi o espaço das CEBs – Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica, onde se destacam os grupos de reflexão, reunião de pessoas que aconteciam nas casas dos moradores uma vez por semana, onde a partir da reflexão dos textos bíblicos, eram discutidos os problemas enfrentados por estas pessoas no seu dia a dia, e se buscavam formas de soluciona-los a luz da fé e da organização comunitária, onde os mesmos passavam a atuar nas várias formas de organização social (...)

Como se percebe estes espaços criados pela igreja, na verdade serviram como

ponto de encontro entre as pessoas que queriam de alguma forma tentar mudar a

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Page 7: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

realidade social, mas não podiam se expressar lá fora. Segundo o mesmo autor, outro

importante movimento em Itajaí foi a pastoral da juventude, que mobilizou muitos jovens

através da educação popular, criando neles uma consciência crítica da realidade.

Assim é importante perceber que estas entidades sociais ligadas à Igreja

católica mobilizaram e permaneceram nos bairros mais populosos do município. Segundo

dados do IBGE (2001) o bairro Cordeiros e São Vicente apresentam respectivamente

(19,5%) e (17,1%) do total da população do município de Itajaí, com destaque maior para

o bairro Cordeiros, por estar situado à margem do Rio Itajaí, sendo então, umas das mais

antigas regiões da cidade. Foi logo habitada, por ter a pesca e as atividades do porto

como principal fator de empregabilidade do Bairro.

Com o surgimento tão acentuado de associações de moradores no bairro

Cordeiros e a politização da comunidade através das às atividades das CEBs

(Comunidades Eclesiástica de Base) tornaram possível o surgimento das associações,

bem como o dos movimentos sociais urbanos em Itajaí.

O fator decisivo e que consolidou por definitivo a participação e o engajamento

dos cidadãos na construção destes movimentos em Itajaí, foram as grandes enchentes

de 1983 e 84 na qual a maioria dos bairros foram totalmente cobertos pelas águas do rio

Itajaí-Açu devido a um período longo de chuvas. Este fato fez com que os serviços de uso

coletivo (água, luz, iluminação pública, sistema de esgoto, transporte etc.)

desaparecessem, sendo substituídos lentamente pela Prefeitura. Nesta época faltou

também por parte da mesma maior assistência das famílias desabrigadas, fazendo com

que a própria comunidade solidariamente fornecesse tal atendimento. Desta forma a

comunidade foi criando vínculos e compartilhando problemas, surgindo posteriormente,

a idéia de formarem associações para reivindicar direitos perante o poder público.

(WÖHLKE, 2003. p. 33)

Com o surgimento destas associações apareceram logo algumas lideranças

políticas e sociais que articulando e mobilizando pessoas, conseguiram se eleger e

assumiram mandatos de vereadores, deputados, sempre defendendo o direito destes

movimentos. Assim como expõe Antônio Oraci Ribeiro Mello [2002, 15]:

Todos os lideres foram eleitos pelo partido dos trabalhadores, onde continuaram defendendo os ideais e princípios destes movimentos e propondo alternativas novas de participação da comunidade na elaboração e execução das políticas públicas.

Desta maneira, o que determinou o perfil das associações de moradores, foi

esta forma de articulação, pois foi percebido que todas as associações ligadas à formação

destes lideres são hoje as que melhor se articulam com a comunidade.

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Page 8: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

Estas primeiras impressões podem nos indicar algumas limitações ou

possibilidades para a construção da rede de movimentos sociais em Itajaí. Pois, na atual

gestão administrativa municipal (2004-2008) os representantes que na década de 1980

mobilizaram o surgimento dos movimentos sociais em Itajaí, ocupam cargos e posições

na prefeitura municipal, influenciam direta ou indiretamente as ações dos movimentos

sociais em Itajaí.

3 NOÇÃO DE ESPAÇO PÚBLICO NÃO ESTATAL

A construção dos espaços públicos no Brasil está intimamente ligada à idéia do

resgate da cidadania e a consolidação das instituições democráticas no país.

Descreve Dagnino (2002) que no contexto histórico do regime militar a

sociedade civil vivenciou uma repressão violenta pela qual anos mais tarde possibilitou o

surgimento de uma forte oposição ao Estado. Deste modo a autora destaca que:

Considerada o único núcleo possível de resistência a um Estado autoritário, a sociedade civil se organizou de maneira substancialmente unificada no combate a esse Estado, desempenhando papel fundamental no longo processo de transição democrática. (pág.09)

É de significativa importância, tal reconstrução, pois a partir deste fato, voltam

em cena as instituições democráticas. A consolidação destas instituições faz surgir uma

nova cidadania, ligada às questões sociais mais amplas e diversas, reconhecendo

inúmeros direitos.

Como conseqüência concreta desta nova cidadania, temos as experiências da

construção de espaços públicos com o objetivo de promover o amplo debate sobre temas

de interesses até então excluídos da agenda pública, bem como espaços de ampliação e

democratização da gestão estatal (DAGNINO, 2002).

Neste sentido, o processo de democratização nos pais apresenta avanços

significativos mais ao mesmo tempo sofreu alguns retrocessos. Pois nos anos 80 e 90

entram em cena os aspectos da política neoliberal, dificultando o avanço da sociedade

civil, especialmente dos setores mais populares. Por conseqüência, a capacidade de

mobilização da sociedade civil ficou menor, tendo que se adaptar, procurando novos

espaços, destacando, deste modo, no cenário, o papel das ONG´s.

Através da constante mobilização das organizações da sociedade civil, dos

movimentos sociais comprometidos com o resgate de sua efetiva participação será

possível ampliar as experiências democráticas, no sentido de estabelecer constantes

diálogos.

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Page 9: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

Desta forma, Dagnino (2002) destaca:

No caso dos espaços públicos (...) seu objetivo central é o debate entre interesses diferenciados que possa conduzir a construção de consensos e à formulação de agendas que venham a se tornar públicas e objeto de consideração por parte do Estado (p. 11)

Dentre esta perspectivas estão inseridas as experiências concretas de

construção destes espaços, o destaque entre elas são as experiências do Orçamento

Participativo e dos conselhos de políticas públicas.

Em Itajaí percebe-se a efetiva idéia em construir estes espaços, principalmente

pela tentativa por parte de algumas organizações da sociedade civil organizada em

mobilizar a comunidade a participar de Espaços públicos Não Estatais destacando entre

eles: o Fórum Popular, o Orçamento Participativo e o Fórum da Agenda 21. Tais

iniciativas constituem espaços de discussão e diálogos para a promoção do

desenvolvimento sociais de Itajaí.

Neste sentido se faz necessário rever, segundo a literatura, alguns

apontamentos sobre o conceito de redes sociais e suas especificidades. Pois, é fato que

estes espaços de mobilização coletiva só se constituem e se legitimam através da

articulação em rede.

4 REDE DE MOVIMENTOS SOCIAIS

A proposta da Rede é a ligação dos integrantes de forma horizontal,

democrática e com ausência de hierarquia, diretamente ou por meio dos que os cercam.

Com isso, há uma interação das entidades objetivando o desenvolvimento social.

Conforme conceitua Rede, Francisco Whitaker (2002) afirma:

“Uma rede pode interligar tanto com pessoas como entidades. Esta interligação se estabelece a partir da identificação de objetivos comuns, sendo que tais objetivos se fazem pela circulação de informações, base comum do funcionamento de qualquer tipo de rede, pela criação de laços de solidariedade entre os integrantes e a realização das ações”.

Para se iniciar uma organização em rede tem que haver participação e

consciência de todos se não a rede não se consolida.

Ainda, Rede Social para Marteleto (2002) é:

“Um conjunto de participantes autônomos, unindo idéias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados. Os indivíduos organizam suas ações em função de mobilizações suscitadas pelo próprio desenvolvimento das redes”.

Com tudo, ainda reforçando o conceito de redes Olivieri (2003, p.1) destaca:

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Page 10: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

Redes são sistemas organizacionais capazes de reunir indivíduos e instituições, de forma democrática e participativa, em toro de causas afins. Estruturas flexíveis e estabelecidas horizontalmente, as dinâmicas de trabalho das redes supõem atuações colaborativas e se sustentam pela vontade e afinidade de seus integrantes, caracterizando-se como um significativo recurso organizacional para a estruturação social.

Sobre a análise das redes sociais, Granovetter apud Marteleto (2002) destaca

como elemento fundamental as redes interpessoais. Estas redes interpessoais se

classificam como fortes e fracas. As fortes são os indivíduos que desenvolvem elos de

amizade e os fracos são os elos mantidos com pessoas conhecidas. Mas nas relações

fortes pode haver uma superposição em suas relações e a rede pode se tornar limitada.

Neste sentido, a rede é composta por pontos e linhas. Os pontos representam

as entidades pesquisadas e as linhas representam as ligações por onde estas entidades

se articulam para haver conexão. Não há um centro. A rede não comporta centro. Pois

cada ponto se conecta ao outro tornando-se uma espécie de teia, onde qualquer destas

linhas dependendo do ponto de vista do sociograma, poderá vir a ser o centro. Para

distribuir atividades, a rede se estrutura não na posição de um ponto e sim na relação que

se consolidou, que é o princípio da organização. (MARTINHO, 2003)

As redes têm tendência a ser associada pela forma horizontal, ou seja, sem

hierarquia. Durante quase todo o tempo elas se originam de forma tácita. Na nossa vida

social cada um de nós possui um círculo de relacionamento que foi gerado de forma

tácita, não conseguimos identificá-lo tão quanto sabemos quantos são. Mas quando há

uma necessidade de convocação acionamos nossas relações, ou seja, acionamos a rede.

É nela que veremos as comunidades que o indivíduo faz parte e assim concretizar nosso

desejo de realizar a ação. (MARTINHO, 2001)

Portanto, a idéia de rede nada mais é que uma articulação entre diversas

entidades, que por meio de ligações, se fortalecem reciprocamente trocando informações

entre si permitindo multiplicar novas entidades e construir novas redes. Fato este que será

abordado no próximo item.

5 CONTRUÇÃO DE REDES DE MOVIMENTOS SOCIAIS

Para a construção de uma rede social é necessário conhecer alguns princípios

básicos para a sua formação. Alguns critérios devem ser seguidos e analisados e como

um todo, a característica morfológica da rede é um elemento importante.

Para que de forma sistêmica, tenha-se o universo das informações, necessário

se faz, cruzar dados para obter uma avaliação de quais as possibilidades e os limites para

a construção de uma rede de movimentos sociais de Itajaí.

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Page 11: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

Neste sentido muitas interrogações surgem ao longo da pesquisa; qual seria a

principal característica de nossa rede? Qual seria o seu maior desafio? Que estrutura

morfológica apresenta? Como se comportariam as entidades e associações tidas como

elos e nós?

Neste sentido, destaca-se neste ponto, seguindo o mesmo entendimento de

Cássio Martinho, (2003) os princípio e as estratégias para a construção de redes sociais.

Sabe-se a principio que trata-se somente que alguns elementos, mas que a

observância deles constitui o núcleo essencial para o trabalho em rede.

Neste sentido Castell apud Martinho (2003) esclarece:

uma estrutura social com base em redes é um sistema aberto altamente dinâmico suscetível de inovação sem ameaças no seu equilíbrio. Redes são instrumentos apropriados para a economia capitalista baseada na inovação, globalização e concentração descentralizada; para o trabalho, trabalhadores e empresas voltadas para a flexibilidade e a adaptabilidade; para uma cultura de descontruçao e reconstrução contínuas; para uma política destinada ao processamento instantâneo de novos valores e humores públicos; e para uma organização social que vise à suplantação do espaço e a invalidação de tempo”.

Como diz Castells, trata-se de uma articulação entre diversas unidades que,

através de certas ligações, trocam elementos entre si, fortalecendo-se reciprocamente, e

que possa se multiplicar em novas unidades, as quais, por sua vez, fortalecem todo o

conjunto na medida em que são fortalecidas por ele, permitindo-lhe expandir-se em novas

unidades ou manter-se em equilíbrio sustentável.

Cada nódulo da rede representa uma unidade e cada fio um canal por onde

essas unidades se articulam através de diversos fluxos. Castells possui uma definição

bem cientifica para o que realmente significa redes, mas para que se possa suplantar esta

idéia os atores de uma rede social que deseja-se construir, devem dispor de exemplos

mais claros, básicos para que com o passar do tempo e a sociabilização dos atores

dentro de nova estrutura, permita a troca de informação e a desconcentração de poder.

Com tudo, precisa-se, para que a rede se consolide de alguns princípios e

estratégias destacados por Martinho, (2003)

Os dois primeiros princípios é o da desconcentração do poder e a

autonomia nas tomadas de decisões. Os outros princípios destacados são que as redes

funcionam de forma aberta, democrática, auto-administrável e coordenada, as

informações fluem de forma horizontal sem hierarquia a autodisciplina e o grau de

comprometimento que os integrantes possuem entre si fazem desta organização um

sucesso. A diversidade e a realimentação que vai tornar a rede capaz ou não de ser

fecunda. Porque toda idéia nascida na rede deve se buscar ações do grupo para que haja

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Page 12: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

sempre novas ações a serem desenvolvida pela rede, serão estas ações que fortalecerão

o desenvolvimento da rede.

No que se refere às estratégias tem-se em mente o caráter morfológico, ao

qual a rede possui algumas estruturas de relacionamentos. Segundo o que a literatura

aponta, Manuel Castells (2000), Karina Fernandes (2001), Cassio Martinho (2001, 2003)

as redes no aspecto morfológico se auto reproduzem com as células do corpo. Muitas

vezes as redes sofrem alteração na sua estrutura, mas não deixa de perde seu caráter

principal de formação e desenvolvimento. Essas trocas de informações e as articulações

que os nós possuem entre si é que tornam as redes estruturalmente e morfologicamente

saudáveis. São esses dinamismos na troca de informações que tornam a rede fortalecida.

Necessário se faz classificar as entidades que formaram a rede, para poder

saber qual serão seus elos. Saber qual será sua área de atuação para a troca de

informações. De posse destes dados fica mais fácil a interligação em rede da entidades

com os seus mais variados interesses. Uma relação não pode ser esquecida. O aspecto

interdisciplinar, a capacidade de descentralização do poder e tomadas de decisões

democráticas é o ponto fundamental para crescimento da rede. Estes são alguns termos

técnicos essenciais para a constituição dela, porem pode-se argumentar de forma mais

objetiva simples e clara, os passos necessários para a construção da proposta.

a) Inicia-se a construção da rede unindo os principais atores que aceitem o

convite para compartilharam o bem comum.

b) Depois de reunirmos um grupo com alguma afinidade entre si dá-se a esse

grupo o nome de núcleo, a partir do núcleo poderemos começar a formar o desenho

organizacional da rede. O pacto desta rede deverá ser resultado de vontade coletiva

c) Depois deste passo dado, começa-se a definir os objetivos da rede, os

propósitos e projetos devem ser bem elaborados, pois será a partir deles que o núcleo, ou

seja, a rede se orientará nas tomadas de decisões e as metas a serem alcançadas.

Alguns princípios devem ser respeitados para o crescimento da rede como:

1 - respeito mútuo,

2 - ausências de hierarquia,

3 - isonomia,

4 - democracia,

5 - cooperação,

6 - autonomia e respeito à diferença.

d) Na formação de uma rede não existe documento que regularize – a apenas

uma carta com termo de adesão, no entanto serão os facilitadores da formação desta

12

Page 13: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

rede, juntamente com o núcleo formador definirão o tipo de material formal a ser usado.

Essa rede começa a surgir com o crescimento da necessidade de organização da

sociedade civil. Com isso o Programa Unicidade e especialmente a linha Terceiro Setor

tem um papel fundamental pois será o facilitador deste trabalho. Mas para tanto é

necessário conhecermos os critérios e o método para análise da rede de movimentos

sociais.

6 METODOLOGIA DE ANÁLISE DAS REDES DE MOVIMENTOS SOCIAIS

O estudo e a análise das redes sociais é uma tarefa bastante difícil, pois tentar

compreender as dinâmicas das interações estabelecidas em um determinado universo

empírico é sempre muito complicado e laborioso.

A análise de uma rede de movimentos sociais tem por exclusiva finalidade,

diagnosticar os agentes que influenciam de forma positiva ou negativa nas inter-relações

estabelecidas dentro das distintas esferas que constituem as sociedades

contemporâneas, mantendo sempre a acuidade de investigar de forma contrabalançada

tanto os fenômenos no aspecto micro (indivíduo) quanto macro (sociedade).

(MARTELETO, 2001)

Com a descoberta de novos métodos de análises, alterou-se os paradigmas

vigentes. Estes também contribuíram significativamente para o desenvolvimento do

conhecimento em diversas correntes nas ciências sociais, campo do saber que sempre

esteve direcionado para o objetivo de compreender mais profundamente as complexas

dinâmicas que regem os diversos tipos de sociedades suscitadas ao longo da história.

Essas análises por sua vez, possuem como propósito demonstrar os fatores

que influenciam nas relações estabelecidas dentro de um determinado grupo, permitindo

identificar suas principais figuras, eventuais subgrupos e possíveis deficiências.

Nesse sentido a presente pesquisa foi desenvolvida e orientada pela

perspectiva de identificar quais os principais elementos que influenciam nas relações

estabelecidas entre os diferentes atores que compõe o espesso cenário dos movimentos

sociais de Itajaí. Visando também delinear um quadro mais fiel à realidade dessas

entidades, e pontuar os inúmeros empecilhos deparados pelas mesmas.

Segundo Marteleto (2001, p.72):

A análise de redes estabelece um novo paradigma na pesquisa sobre a estrutura social. Para estudar como os comportamentos ou as opiniões dos indivíduos dependem das estruturas das quais eles se inserem, a unidade de análise não são os atributos individuais (classe, sexo, idade, gênero), mas o conjunto de relações que os indivíduos estabelecem através de

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Page 14: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

suas interações uns com os outros. A estrutura é apreendida concretamente como uma rede de relações e de limitações que pesa sobre as escolhas as orientações, os comportamentos, as opiniões dos indivíduos.

Nesta pesquisa foi utilizado o método da sociometria. Esta é uma ferramenta

bastante eficaz na análise dos inúmeros fatores que perpassam e conseqüentemente

caracterizam as redes de movimentos sociais, nos proporcionando uma maior clareza dos

principais elementos que constituem essa inusitada forma de organização. (MARCONI,

2002, p.161)

Assim sendo, a respectiva pesquisa baseou-se nos mesmos métodos adotados

por Marteleto (2001) em sua análise da rede de movimentos sociais na região da

Leopoldina (RJ), que intentava identificar os atores e as relações estabelecidas na

estrutura em que estes estavam inseridos. A adoção deste método, na presente pesquisa,

estabeleceu-se em uma duas etapas: uma para a coleta e outra para a análise dos dados

obtidos.

A primeira etapa se deu com o estabelecimento do contato e o agendamento

de uma visita àquelas entidades que foram identificadas como sendo de grande

relevância no espesso cenário dos movimentos sociais do município de Itajaí. Foi

realizada uma entrevista que consistia basicamente na aplicação de um questionário com

a finalidade de coletar os dados para a posterior análise. Dentre as questões contidas

neste documento havia algumas que nos proporcionaram os elementos preponderantes

para realização da análise, como por exemplo, a identificação de suas parceiras na suas

áreas de atuação social. O vínculo estabelecido entre estas entidades está representado

no sociograma pelas setas contínuas que partindo das entidades entrevistadas fazem a

ligação com suas respectivas parceiras.

No mesmo questionário também haviam perguntas sobre quais possíveis

parceiras essas entidades poderiam contar para a criação de uma rede voltada para o

desenvolvimento social de Itajaí. As entidades indicadas aparecem com as ligações

pontilhadas. Por último, existem ainda as entidades que estão conectadas pelas setas

ponto traço. Estes são os vínculos mantidos indiretamente e que foram identificados e

analisados pelos pesquisadores.

No segundo momento, os dados coletados foram analisados tendo como

pressupostos alguns conceitos utilizados para análise de redes de movimentos sociais,

tencionando a realização de um prognóstico mais preciso do atual panorama das

organizações sem fins-lucrativos situadas na comarca de Itajaí – principal objetivo

proposto pelo desenvolvimento desta pesquisa.

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Page 15: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

7 REDE DE MOVIMENTOS SOCIAIS EM ITAJAÍ: UMA PROPOSTA A CONSTRUIR

Com o objetivo de analisar a Rede de Movimentos Sociais de Itajaí foram

elaborados e aplicados três mecanismos de análise. Na primeira etapa, os bolsistas, em

reuniões com as entidades escolhidas, coletaram as informações necessárias à

elaboração de um perfil de apresentação da entidade em questão. A segunda etapa

consistiu na elaboração e aplicação de um questionário e um cadastramento da entidade,

com o objetivo de coletar dados que possibilitassem uma posterior análise da emergente

Rede de Movimentos Sociais de Itajaí e seus critérios de constituição. A pesquisa

aplicada mostrou, então, admitir os limites e possibilidades da construção da Rede de

Movimentos Sociais de Itajaí.

Com isso o próximo ponto, apresenta uma pequena síntese do perfil das

organizações pesquisadas.

7.1 Associação Voluntários pela Verdade Ambiental

A ONG ambientalista, denominada V. Ambiental, foi fundada em 17 de junho

de 1997, por um grupo de estudantes universitários, professores e pessoas da

comunidade que se motivaram a posicionar-se frente às agressões constantes feitas ao

meio ambiente na região de Itajaí, especialmente Praia Brava – Canto do Morcego. O seu

modo de atuação é marcado pela ação voluntária, desenvolvida por cidadãos conscientes

da relação homem-natureza, interessados em promover a melhoria da qualidade sócio-

ambiental.

A fim de reverter o quadro que determinou o nascimento da entidade, a mesma

busca soluções para os principais problemas ambientais, através da cooperação e

engajamento da comunidade, ou seja, busca despertar, motivar e incentivar os cidadãos

para a afetiva prática da cidadania e organização comunitária para a solução de

problemas ambientais comuns, por entender que é somente através da discussão

democrática e da consciência do Cidadão Fiscal que se poderá chegar a gestão

sustentável dos bens ambientais.

É finalidade da V. Ambiental buscar a proteção, a conservação e o manejo do

Meio Ambiente integrando, sob todas as formas e manifestações, a sociedade/natureza

representada pela flora, fauna, ecossistemas, paisagens notáveis e sítios de relevância

cultural, histórica, ecológica, paisagística, geológica, arqueológica e paleontológica.

A atuação da V. Ambiental acontece através de desenvolvimento de projetos;

entre eles: Programa de Proteção dos Sistemas de Praias e Dunas do Canto do Morcego,

15

Page 16: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

o qual se encontra em sua segunda etapa; Projeto de percepção ambiental como subsídio

para a Educação Ambiental e participação comunitária na Praia Brava; Programa Piloto

de restauração de dunas de Navegantes, desenvolvido como patrocínio da Petrobrás

(2005); e Programa piloto de Monitoramento de Conflitos Ambientais incidentes sobre

ambientes costeiros e de Cidadania Ambiental, com recursos da Justiça Federal. O

cotidiano da entidade resume-se à disposição de 30 horas semanais por uma estagiária, a

qual se responsabiliza pela notificação dos demais sobre as atividades da entidade e

reuniões semanais entre os membros.

A fim de complementar e manter os resultados obtidos através dos projetos a

entidade desenvolve, paralelamente, uma série de outras atividades, como: Fóruns de

Discussão; Educação Ambiental nas escolas; Cursos, ministrados pela própria entidade

ou em parceira com o SINE/UNIVALI; Atividades jurídicas de Proteção Ambiental;

Eventos, Diagnóstico Sócio-Ambiental da comunidade da Praia Brava e participação no

Conselho Municipal do Meio Ambiente de Itajaí (CONDEMA), do qual é membro desde

1998 e desempenha as funções de secretariado desde 1999.

A entidade tem como sede institucional um apartamento no centro do município

de Itajaí, em frente à antiga prefeitura e a 50 metros da Universidade do Vale do Itajaí, o

qual abrange um espaço com três salas, uma cozinha, dois banheiros e uma área

externa. Possui um computador com acesso a internet e impressora colorida, linha

telefônica, duas mesas, dois armários, câmera digital e data show. Além dos recursos

físicos disponíveis, a V. Ambiental conta com 10 sócio-ambientalistas entre membros das

diretorias e membros colaboradores. Os mesmos caracterizam uma equipe técnica

qualificada e diversificada nas áreas de Educação Ambiental formal e comunitária,

Etnoconhecimento, Direito e Direito Ambiental, Ecodesenvolvimento, Políticas Públicas e

Gestão Participativa.

A V. Ambiental caracteriza-se por estabelecer parcerias, principalmente com

órgãos públicos e privados. Isso ocorre devido ao pequeno número de entidades que

atuam na mesma área da entidade, da qual só há conhecimento da entidade denominada

Unibrava, com a qual é estabelecido forte vínculo. Algumas destas parcerias,

estabelecidas através de convênios, são um reflexo dos projetos desenvolvidos, como é o

caso da Petrobrás, da Justiça Federal e da Univali. Outras são estruturadas em um

esquema de colaboração, como as estabelecidas o CONDEMA, a FNAMA e a FAMAI

(através da Agenda 21) e a Economia Solidária.

Como reflexo da grande qualificação de seu corpo técnico, as ações

desenvolvidas pela entidade possuem enorme reconhecimento externo. No entanto, um

16

Page 17: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

dos problemas enfrentados diz respeito ao reconhecimento da comunidade à entidade em

si devido à escassa divulgação de informações sobre a mesma à comunidade. Assim, a

entidade enfrenta dificuldades na promoção do voluntariado e, conseqüentemente, a

eficiência das ações desenvolvidas se compromete. Outro problema a ser lembrado, que

pode ser gerador dos demais problemas enfrentados pela V. Ambiental, é a dificuldade de

reunir todos os seus membros e de estabelecer metas a serem alcançadas. Portanto, a

falta de voluntários e planejamento acaba diminuindo o grau de atuação da entidade e a

obtenção de resultados concretos.

7.2 Centro de Direitos Humanos de Itajaí

O Centro de Direitos Humanos de Itajaí – CDHI é uma ONG fundada em 1984,

tendo como fato de maior relevância para sua criação a enchente ocorrida neste mesmo

ano que afetou significativamente o conjunto habitacional Pró Morar II. Profissionais

liberais, padres e professores foram os fundadores do Centro. Pessoas como o Padre

Jacomeli e Volnei José Morastoni tiveram papel fundamental para a criação da ONG.

O CDHI tem como objetivo principal promover os direitos da pessoa humana

e a preservação da vida. Trabalha em diversas causas sociais, tanto na área da saúde, da

educação, quanto o da economia, ficando envolvida também na organização das

comunidades.

No ano de 2005, o Centro voltou aproximadamente 80% de suas atenções

para a questão da prevenção de DST, promovendo eventos tanto para a conscientização

do uso de preservativos quanto para o debate de novas alternativas para a diminuição

dos casos das enfermidades. Gerou vários trabalhos com as escolas em educação para o

trânsito, educação em saúde, debates sobre cidadania, Estatuto da cidade e Agenda 21,

entre outros.

Se domiciliando em uma sede compartilhada com a Fio Nobre,

empreendimento de Economia Solidária, possui cerca de trinta associados, realizando

uma reunião mensalmente. Gerou vários trabalhos com as escolas em educação para o

trânsito, educação em saúde, debates sobre cidadania, Estatuto da cidade e Agenda 21,

entre outros.

Possuindo inúmeras parcerias, como a Prefeitura, Agenda 21, Comissão de

Ética da Universidade (UNIVALI) - CEP, União das Associações dos Moradores de Itajaí -

UNAMI, desempenha função essencial na região. É filiada ao movimento nacional e

estadual de Direitos Humanos desde de seu início, discutindo, articulando e propondo

políticas para defesa dos direitos humanos no Brasil, além de acompanhar o debate

17

Page 18: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

internacional. Participa junto ao movimento de Economia Solidária, do Conselho Municipal

de Saúde - COMUSA e do Conselho Alimentar na construção e discussão de alternativas,

na busca de soluções para esta dificuldade.

O Centro de Direitos Humanos de Itajaí, todos os anos, faz um planejamento

com todas as atividades que serão desenvolvidas durante o decorrer do ano, e para a

ONG, o ponto negativo que mais pesa é o fato de ter que deixar atividades fora deste

cronograma por indisponibilidade tanto por sua agenda sobrecarregada, quanto pela falta

de recursos. Já os pontos positivos são todas aquelas atividades que foram colocadas no

planejamento anual e foram concluídas com êxito.

7.3 Associação de Surf Praias de Itajaí – ASPI

A Associação de Surf Praias de Itajaí – ASPI foi fundada no ano de 1997 com o

objetivo de organizar a comunidade de Surfistas de Itajaí e Região. Sua característica

principal é o incentivo dado à prática do surf, e todas as atividades correlatas.

Os projetos desenvolvidos pela associação incluem elaboração e execução de

competições de surf, trabalhos de educação e conscientização ambiental.

A associação congrega a participação de muitos surfistas da região de Itajaí e

como entidade representativa também participa das atividades promovidas pela

Federação Estadual de Surf.

Possui uma infra-estrutura adequada para a realização das competições e

campeonatos, realiza suas reuniões com a periodicidade semanal.

Ainda a entidade conta com a parceira da Fundação Municipal de Esportes, da

Associação Amigos da Atalaia além do apóio, através de patrocínios, de empresas

privadas nas competições organizadas por ela.

Um dos aspectos destacados pela associação é o crescimento técnico do surf

e conseqüentemente sua profissionalização. Além destas atividades a associação procura

desenvolver a prática do surf juvenil.

7.4 Associação dos Deficientes físicos da Foz do Itajaí – ADEFI

Fundada em 13 de outubro de 1985, a ADEFI foi idealizada por pessoas que

percebiam o deficiente físico de maneira positiva e pró-ativa. Estes, almejavam fazer da

entidade a porta de entrada para um novo mundo, ou seja, transformar indivíduos com

algumas limitações físicas em pessoas capazes de quebrar barreiras como determinação

e coragem em busca da inclusão social.

18

Page 19: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

Sua área de atuação esta voltada para o desenvolvimento social, mais

especificamente, a reinclusão social. Este trabalho é desenvolvido através de atividades

desportivas, físicas e manuais que respeitam as limitações de cada associado mediante o

auxílio de um psicólogo, que contribui fazendo o acompanhamento crítico do crescimento

de cada deficiente.

O atual objetivo dos idealizadores do projeto é construir uma sede própria para

reduzir os custos com profissionais especializados (enfermeiros, psicólogos, médicos e

fisioterapeutas), que dispõem de horários escassos, entretanto contribuem sobremaneira

com esta e demais associações, como a ADEVIR e AFAERT.

Conseqüentemente, a próxima meta é criar um centro de referência para outras

associações de deficientes (visuais e auditivos), fazendo da deficiência de seus

associados uma eficiência organizacional; uma verdadeira rede de desenvolvimento

social.

A infra-estrutura da ADEFI conta com um presidente e seu vice, dois

secretários, um tesoureiro, dois conselheiros fiscais e dois suplentes que organizam

aproximadamente quatro reuniões anuais, sendo uma delas voltada para a eleição de

novos administradores. Já os gastos com a associação são cobertos através de

mensalidades de seus associados e pela parceria com a Secretaria de Desenvolvimento

Social da Prefeitura de Blumenau por meio do Projeto de Inclusão Social junto à empresa

de Correios e Telégrafos de Itajaí, para que o portador de deficiência tenha acesso ao

mercado de trabalho, somado o patrocínio de atletas para as Olimpíadas Estaduais.

Contudo, ressalta-se que a ADEFI não participa de conselhos de políticas

públicas, tendo suas atividades concentradas ao atendimento dos associados,

organização de projetos e prestação de auxílio dentro de sua área de atuação. Assim,

todas as atividades desenvolvidas pela entidade são frutos da parceria com empresas

privadas e órgãos públicos que buscam encaminhar seus associados ao mercado de

trabalho.

7.5 FAROL – Núcleo de Atenção às Pessoas que Vivem com HIV ou AIDS.

A entidade FAROL – Núcleo de Atenção às Pessoas que Vivem com HIV ou

AIDS – foi fundada na data 13/11/2001 (treze de novembro de dois mil e um) em Itajaí –

Santa Catarina – após a realização de um senso nessa mesma cidade, o qual foi

constado que esta, se encontrava em primeiro lugar no ranking de cidades com maior

índice de pessoas com HIV/AIDS do país.

19

Page 20: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

Esses dados alarmantes chamaram a atenção de um grupo de pessoas, que

sensibilizadas não apenas pelos números das estatísticas, mas pela real situação de

extrema angustia vivenciada por um grande número de indivíduos – vítimas não somente

das enfermidades que foram acometidas, como também, de uma série de injustiças

sociais – fossem levadas a fundarem a entidade FAROL, que tinha como objetivo ajudar

aquelas pessoas que se encontravam em situação de risco (tanto de saúde como também

social). Impelidos por um profundo senso de complacência e solidariedade, essas

pessoas – as quais vale destacar entre elas Almir Leite Meireles, sócio que participou da

fundação da entidade e que continua participando ativamente – tomaram a iniciativa de

afrontar os preconceitos arraigados na atual sociedade, organizando um grupo com a

intenção de prestar um serviço social de apoio à saúde na perspectiva de contribuir de

alguma forma para alteração desse abjeto quadro.

Outras finalidades da entidade consistia também “em promover o

desenvolvimento psico-social das pessoas que vivem e convivem com HIV ou AIDS,

integrando-as à sociedade, bem como sensibilizar a comunidade do vale do Itajaí sobre

as doenças sexualmente transmissíveis e sobre a infecção pelo vírus HIV, buscando

ampliar estratégias de prevenção e garantias de uma vida mais digna.”

Mas não demorou muito para a entidade se deparar com uma das maiores

dificuldades que assombra – se não dizer todas pelo menos a grande maioria – das

entidades que compõem o espesso cenário de movimentos sociais da região: a obtenção

de recursos para manter e gerir a realização de suas atividades.

Inicialmente a entidade recebia recursos federais para realização do projeto

Porto da Prevenção, que é um projeto voltado para os profissionais do sexo (homens,

mulheres e travestis) e que tem por finalidades, ensinar como as pessoas podem

prevenir-se de doenças sexualmente transmissíveis. Com o termino deste projeto em

junho deste mesmo ano (2005) os recursos até então disponibilizados foram cancelados e

atualmente a entidade não conta com nenhuma verba de natureza estatal.

Hoje a entidade funciona com grande dificuldade, pois não dispõe de fontes

certas tanto de capital financeiro quanto de capital humano. Sua situação se agravou

após o termino do projeto Porto da Prevenção e com o automático cancelamento do

repasse de recursos da prefeitura municipal de Itajaí destinados à realização deste; outro

fator que prejudicou diretamente a entidade foi a simples mudança de gestão, na qual

resultou em um repentino (e injustificado) cancelamento de doações por parte de algumas

empresas situadas em suas proximidades. Mesmo assim, o Farol ainda consegue

surpreendentemente, prestar um bom atendimento àquelas pessoas que só lhe restam o

20

Page 21: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

frio das ruas e a discriminação de uma sociedade que não hesita em expurgar qualquer

indivíduo que não atenda os padrões determinados pela lógica burguesa e individualista

que rege as relações estabelecidas em seu seio.

Mesmo ressaltando a forma de trabalho adotada pela entidade, na qual o

respeito e a compreensão são condições impreteríveis e reconhecidas por todos, vale

ressaltar que ela possui algumas regras que possibilitam manter a harmonia em seu

interior. Estas regras foram instituídas mais especificamente para se evitar possíveis

abusos por parte de algum morador da casa – local onde são abrigadas as pessoas que a

entidade ajuda. Tais regras são observadas com bastante rigor, e tem por finalidade

possibilitar um relativo equilíbrio de opiniões e interesses entre seus habitantes,

permitindo assim, mantê-la bem organizada e tornar mais agradável o convívio entre os

mesmos. Outras regras são instituídas tomadas com o propósito de instigar seus

moradores a tomarem a iniciativa de buscar maneiras de se auto-sustentar, um bom

exemplo é o fato de serem estipulados prazos para de residirem no local (regra que na

maioria das vezes acaba sendo quebrada, pois estas pessoas encontram grande

dificuldade de ingressarem no mercado de trabalho extremamente competitivo, que

renega friamente àqueles que não estão de acordo com seus critérios, e onde as

desigualdades são justificadas como sendo naturais e inerentes à dinâmica desse sórdido

modelo econômico, professando ser apenas através da constante emulação – e da

conseqüente disparidade provocada pela ideologia predominante que declara

abertamente ser através dessa desvairada competição – a única maneira possível de se

obter um “lugar ao sol”, fazendo com que os indivíduos acreditem que sendo bem

sucedidos financeiramente para gozarem das veleidades burguesas, conseguiram

preencher todas as lacunas de suas vidas).

O FAROL não se limita em ajudar unicamente os portadores de HIV/AIDS,

como também, todos àqueles que se encontram em situação de risco. Estes indivíduos

são geralmente acolhidos pela entidade, o que acaba de certa forma, fazendo com que

ela se desvie um pouco de seus principais objetivos; mas apesar dessa exceção a

entidade não acolhe por longo prazo pessoas que são dependentes químicas, devido ao

fato destas, necessitarem de um tipo de tratamento especifico e mais delicado – algo que

atualmente a entidade não tem condições de oferecer – então a mesma, realiza o trabalho

de encaminhamento dessas pessoas para locais apropriados, ou seja, outras entidades

que são voltadas exclusivamente para este público-alvo.

Outro dado importante é quanto os pontos negativos apontados pela entidade,

que se queixa da grande dificuldade de captar recursos, da dificuldade em estabelecer

21

Page 22: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

relações de parcerias com outras entidades voltadas para a mesma problemática, e da

mal intervenção do poder estatal que muitas das vezes, acaba gerando dissensões com o

lançamento de editais e com a disputa entre as mesmas para obtenção do subsídio.

A entidade sonha hoje em conquistar outro espaço físico, maior e mais

adequado para a realização de atividades educativas e cursos profissionalizantes que

capacitem verdadeiramente os indivíduos, fugindo um pouco da concepção meramente

caritativa que perpassa as ações das entidades sem fins lucrativos que compõe o atual

cenário de movimentos sociais de Itajaí e região. Sendo possível assim, disseminar uma

consciência mais humana e solidária não somente entre as organizações sociais como

também por toda a sociedade na perspectiva de construir um novo sentido de convivência

social.

7.6 Instituto de Estudos e Pesquisas sobre Violência e Criminalidade – IEPS

O Instituto de Estudos e Pesquisas sobre Violência e Criminalidade também

designada pela sigla IEPES começou com seminários que envolvia a comunidade de

Itajaí até ser transformada em Instituto quando foi fundada em 07/07/2004 e hoje o IEPES

é uma ONG.

As principais fundadoras foram a juíza de Direito hoje desembargadora, Marli

Moisimann Vargas e a Promotora de Justiça Cristina Balceiro da Motta.

O que levou sua criação foi a situação de violência e criminalidade em Itajaí.

O objetivo geral é contribuir para prevenção da violência por meio do incentivo ao

protagonismo juvenil e à capacitação de jovens para o desenvolvimento de projetos que

atuem diretamente sobre os fatores de violência nos bairros onde residem. Bem, como, o

protagonismo juvenil propiciar a articulação e o envolvimento de toda a comunidade local,

desenvolvendo e aplicando medidas efetivas de prevenção e combate das ocorrências de

violência.

O IEPES atua nas áreas de cultura e recreação, educação e pesquisa que é uma

das finalidades, saúde, assistência e promoção social, desenvolvimento social e moradia

e serviços legais e defesa de direitos civis.

O Instituto tem projetos na construção de cidadania e protagonismo social onde o

objetivo é trabalhar com jovens e adultos em atividades que visem a mudança social e

pessoal, tornando-os cidadãos mais conscientes e inseridos na vida social.

22

Page 23: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

Promover a cultura de paz e não à violência. No cotidiano da entidade

semanalmente são feitas reuniões e oficinas de capacitação para adolescentes e jovens

na própria sede do IEPES.

As atividades são desenvolvidas para a formação e capacitação continuada de

jovens de 12 a 18 anos incompletos, nestas oficinas envolve ações sócio-educativas,

esportivas e culturais e sempre com a intenção no combate a violência e criminalidade,

visando a melhoria na qualidade de vida da população. Nestas oficinas há apresentações

de vídeos, treinamentos e oficinas. Semanalmente há um programa na Rádio Conceição

que tem a finalidade de sensibilizar, informar e orientar a população dos aspectos sobre a

violência e os trabalhos que estão sendo realizados no combate a prevenção.

O numero de associados é ilimitado, mas efetivamente são 27 membros, dentre

estes estão; delegados de polícia, empresários de Itajaí, assistentes sociais, psicólogos,

policiais militares, Promotores de Justiça, estudantes de Direito e Juízes de Direito, sendo

que todos trabalham voluntariamente e contribuem mutuamente para a manutenção do

IEPES.

A única parceria que o Instituto tem é com a Univali, mas há também uma certa

contribuição por parte de 2 empresários e 1 representante do Lios para a composição do

Conselho Fiscal.

Os pontos negativos observados numa avaliação em sentido amplo é que há muito

trabalho para pouca gente ajudar. Mas em compensação há um crescimento em pessoas

que se disponibilizam a ajudar e a participar do Instituto.

O IEPES é um Instituto que recentemente se transformou em ONG e tem como

finalidade exclusiva a prevenção e combate a violência e criminalidade.

7.7 AVISA – Associação das Voluntárias pela Infância Saudável

A AVISA (Associação de voluntárias pela Infância Saudável) foi fundada em 19

de setembro de 2002 por um grupo de mulheres que tinham o intuito de ajudar crianças

internadas do Pequeno Anjo. A AVISA nasceu da necessidade de melhor assistir as

crianças do hospital Pequeno Anjo com um princípio de promover o bem estar e a saúde

infantil.

Os principais projetos da entidade estão voltados a arrecadar recursos para

melhorar o aparelhamento do hospital Pequeno Anjo e também melhorar a infra-estrutura

23

Page 24: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

hospitalar, estimular e apoiar pesquisas de produção e divulgação de informação e

conhecimento técnico científico.

A AVISA dispõe de projetos na área de ação e programas familiares, eventos

solidários e vários programas de desenvolvimento social familiar. O cotidiano da AVISA é

atuar de forma voluntária dentro do hospital Pequeno Anjo melhorando a saúde Infantil e

atendendo dos pacientes e cuida dores nos aspectos emocionais.

A infra-estrutura da entidade é composta pela Presidente, Tesoureira,

Secretária, Presidente do Conselho Fiscal, Membros do Conselho Fiscal e Suplente,

possuindo um número aproximado de 60 (sessenta) associados. As reuniões são

semanalmente junto com a Diretoria e mensalmente com os voluntariados.

As principais parceiras para o desenvolvimento e o crescimento da AVISA são

Univali, Celesc, Receita Federal, Telecom entre tantos outros que dependem da

necessidade momentânea. Os principais aspectos positivos são as causas defendidas em

prol da criança, e a parceria que a Univali proporciona com seu material técnico humano.

Quantos aos aspectos negativos está o tempo escasso de cada voluntário. As

metas da entidade são elaboradas anualmente e são repetidas aquelas que obtiveram

sucesso.

7.8 UMANI – União das Associações de Moradores de Itajaí

A União das Associações de Moradores de Itajaí – UMANI foi fundada em 5 de

junho de 1997. Sua finalidade é representar as associações de moradores filiadas,

perante dos órgãos públicos, representantes da iniciativa privada e demais organizações

da sociedade civil.

A estrutura administrativa é composta pela Assembléia Geral, reunião de todos

os representantes das associações, pela Diretoria e pelo Conselho Fiscal.

Os principais objetivos estão em congregar as associações de moradores de

bairro, comunitárias e outras ONG´s do Município de Itajaí; estimular e ajudar na

formação, legalização e assessoria das entidades de bairro.

A UMANI tem como princípio o respeito à autonomia das filiadas, e a ampla

divulgação de informações a seus membros. São diversas as áreas de atuação,

destacando entre elas a saúde, cultura, educação, assistência social, lazer, integração

social, meio ambiente.

As reuniões são realizadas quinzenalmente, além disto, a entidade também

promove mensalmente seminários, círculos de estudos, conferências, debates e cursos

de capacitação comunitária.

24

Page 25: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

Os projetos desenvolvidos pela UMANI são; Marketing Ppopular – objetiva a

divulgação da entidade; Bonde da Cidadania – consiste em adaptar em um veiculo um

escritório móvel com objetivo de prestar assessoria à sociedade civil e conta com a

participação dos empresários; Café da fofoca – consiste num café de confraterminação

realizado pela entidade para agregar suas filiadas.

A UMANI também presta assessoria jurídica, contábil no intuído de contribuir e

estimular a organização do movimento comunitário, além de prestar apoio a elaboração

de projetos sociais.

Entre as principais parcerias da entidade são com a fundação Cultural, a ONG

Fala Guri e o Centro de Direitos Humanos de Itajaí.

8 ANÁLISE DOS RESULTADOS

O Sociograma abaixo foi construído através da análise dos resultados da

pesquisa realizada. As entidades entrevistadas, destacadas na figura com triângulo

(verde), indicaram suas entidades parceiras. As entidades parceiras foram sinalizadas

através de dois critérios: a) de acordo com a área de atuação da entidade presente na

figura por um círculo e b) as entidades indicadas como parceiras para o desenvolvimento

social de Itajaí, presentes em retângulos; sendo possível, ainda, uma entidade estar

presente nas duas categorias por preencher os dois critérios. Por último devemos lembrar

que as entidades que se encontram externas à linha pontilhada são aquelas não sediadas

no município de Itajaí logo indicam uma ampla abertura e a possibilidade de novos

contatos.

As relações de parceira estabelecidas entre as entidades do sociograma são

representadas através de uma seta sendo que: 1) as setas contínuas representam as

relações estabelecidas de acordo com a área de atuação da entidade; 2) as setas

pontilhadas as relações estabelecidas em pró do desenvolvimento social de Itajaí 3) as

setas compostas por ponto e reta representam as relações que, segundo a análise do

grupo, existem nas entidades. Lembrando, também, que existe a possibilidade de uma

entidade manter parceira com outras entidades entrevistadas de acordo com os dois

critérios analisados e, assim, relacionar-se de todas as maneiras descritas anteriormente.

As relações estabelecidas através da análise do grupo representam

informações obtidas nos contatos estabelecidos com as entidades chave, mas que não

foram lembrados por seus representantes nas respostas do questionário. A parceria entre

o Instituto de Estudos e Pesquisa sobre Violência e Criminalidade – IEPES – e o Poder

Público de Itajaí foi estabelecida pela participação do Poder Judiciário do município em

25

Page 26: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

sua constituição e, pois, atualmente, a entidade cede espaço ao COMADE (Conselho

Municipal Anti-Droga). Já a relação estabelecida entre o Poder Público de Itajaí e a

Associação dos Deficientes Físicos da Foz do Itajaí – ADEFI – ocorre, pois o município de

Itajaí cede o espaço necessário às atividades da entidade. A relação entre a Associação

dos Profissionais do Sexo de Itajaí – APROSVI - , Centro de Direitos Humanos de Itajaí –

CDHI - , União das Associação de Moradores de Itajaí – UNAMI - e o Núcleo de Atenção

às Pessoas que Vivem com HIV ou Aids – FAROL – está subtendida pois todas estão

voltadas à mesma problemática, o combate à DSTs/ Aids. O vínculo estabelecido entre a

Associação de Surf Praias de Itajaí – ASPI – e a Voluntários pela Verdade Ambiental – V.

Ambiental – pois os membros da primeira atuam diretamente, como voluntários, em ações

organizadas pela segunda. Por último, a ligação entre o CDHI e a Economia Solidária

está evidente, devido ao fato de os membros do primeiro serem os organizadores do

segundo.

8.1 Concentração e Desconcentração

A concentração de informações gera um grande contra-tempo nas redes de

movimentos sociais por impedir o fluxo de passagem de qualquer meio que possa

26

Page 27: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

colaborar com o grupo, já que todos os conhecimentos ficam ali concentrados. Quanto

maior a concentração de informações maior será a dificuldade de alcançar um dos

principais objetivos de uma rede que é, sem dúvida, maximizar o fluxo dos dados entre

todos os componentes do agrupamento. Na rede criada para análise, o poder público de

Itajaí é o maior concentrador, pois apresentou um número elevado de ligações, onde

todas elas conduziam para ele mesmo, não disseminando, assim, os elementos

informacionais, para os outros atores.

A desconcentração das informações nas redes é sinônimo de barreiras

rompidas, ou seja, há plena comunicação entre os integrantes dos movimentos sociais. O

Centro de Direitos Humanos de Itajaí - CDHI demonstrou que detém um grande poder de

propagação das informações por apresentar o maior número de ligações, sendo que a

maioria destas conexões dispersava as informações, e não agrupavam como acontece

com o poder público. Constata-se, portanto, um ponto positivo nas redes de movimentos

sociais de Itajaí.

8.2 Democracia e Participação

Em uma democracia, a boa argumentação é a mais forte arma para todas as

tomadas de decisões. Denis Rosenfield em seu livro “O que é democracia?” afirma que:

A sociedade civil não é apenas uma associação de indivíduos, mas de cidadãos que se organizam segundo as suas próprias experiências, segundo suas profissões e trabalhos e de acordo com os princípios democráticos: a liberdade de expressão, de circulação, de imprensa e de associação.

Nos movimentos sociais de Itajaí, na maioria das organizações entrevistadas

pelos pesquisadores do Grupo de Estudos Interdisciplinares do Terceiro Setor - GEITS

predomina a democracia, onde as decisões são tomadas pela assembléia geral. Uma

única entidade apresentou certo caráter hierárquico, pois na entrevista realizada o

representante salientou que o presidente tem autonomia para decidir qualquer que seja a

questão, não havendo, portanto, nenhuma tomada de decisão coletiva.

A participação efetiva de todos os componentes da entidade é fator crucial para

se obter êxito nas atividades que a mesma desenvolve dia após dia. Analisando a tabela

abaixo, pode-se observar que os movimentos sociais de Itajaí apresentam-se com um

grande número de associados, mas, infelizmente, os que efetivamente participam

comparados ao número de associados é um indicador muito inferior. O Centro de Direitos

humanos de Itajaí - CDHI, entidade que apresentou um número de associados efetivos

baixo, juntamente com Farol e Voluntários pela Verdade Ambiental, relatou que a maior

27

Page 28: Artigo_Rede de Movimentos Sociais de Itajaí

dificuldade encontrada é o fato de todos os seus sócios trabalharem, acarretando, assim,

a indisponibilidade de horários. As entidades que se mostraram mais fortes, no que diz

respeito à participação efetiva de seus sócios foram a Associação dos Deficientes Físicos

de Itajaí – ADEFI, e a Associação Voluntárias pela Infância Saudável – AVISA, onde

todos os seus sócios participam de forma ativa. Assim conforme demonstra a tabela

abaixo.

8.3 Informação e Tecnológica de informação

O estudo da transferência de informações em uma rede local, tanto no terceiro

setor não pode deixar de ser visto como assunto estratégico para as associações, mas

para que possamos nos informar temos indubitavelmente que nos comunicar, a

comunicação pode ser vista como simples transferência de informação em uma visão

mecanicista, e mais objetivamente comunicação é comportamento que é intencionalmente

induzido para compartilhar uma determinada finalidade (Ferreira et all 1998) a análise da

transferência de informação das redes foi baseado na experiência desenvolvida por

Marteleto (2001) na região da Leopoldina – RJ, na qual tinha como objetivo perceber

como os fluxos de informações eram estabelecidos entre as organizações.

Durante a pesquisa, foi feito o questionamento quanto os meios de

comunicação que destaca-se aqui, os três principais canais de comunicação interno e

externo, mais utilizados pelas organizações, a análise dessa resposta nos levou a

categorizá-los em três diferentes conceitos.

Devemos dar a atenção que 4,78% e 4,55% interna e externamente

responderam que não se comunicam nesses dois níveis.

Tabela da divulgação

Interna Farol IEPESV

Ambiental CDHI ASPI AVISA ADEFI UNAMI TOTAL   %Não Tem 1 0 0 0 0 0 0   1   4,76Email 0 1 1 1 1 1 1 1 7   33,33Telefone 0 1 1 1 0 0 1 1 5   23,81Carta 0 1 0 0 1 0 1 0 3   14,29Boca-boca 0 0 0 1 1 0 0 0 2   9,52

Tabela do número de associados por entidadeEntidade CDHI V Ambiental ASPI FAROL AVISA ADEFI UNAMI IEPESNº de associados 22 20 500 20 60 165  ND* ND*Nº de associados efetivos 10 10

ND* 4 60 165  20** 27

                 * Não Definido** N° de entidades associadas.

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Reuniao 0 0 0 0 0 1 0 1 2   9,52Informativo 0 0 0 0 0 1 0 0 1   4,76                TOTAL 21   100,00

                       

Externa Farol IEPESV Ambiental CDHI ASPI AVISA ADEFI UNAMI TOTAL   %

Não Tem 1 0 0 0 0 0 0   1   4,55Email 0 0 1 1 0 0 1 1 4   18,18Boca-boca 0 1 0 0 1 0 0 0 2   9,09Carro de son 0 1 0 0 0 0 1 0 2   9,09Imprensa 0 1 1 1 1 1 0 0 5   22,73Panfleto 0 0 1 1 0 0 1 1 4   18,18Sites 0 0 0 0 1 0 0 1 2   9,09Eventos* 0 0 0 0 0 1 0 1 2   9,09                TOTAL 22   100,00

8.3.1 Formal

Por comunicação formal entendemos os meios de comunicação oficiais que os

atores usam dentro e fora da organização (DUBRIAM, 2003). Como muitas organizações

não têm meios oficiais, para fins metodológicos classificamos em comunicação formal

toda a comunicação que pode ficar com algum tipo de registro.

Internamente meios de comunicação que as entidades usam para disseminar

informação foi 28,57 de comunicação formal (em azul na tabela), sendo que o meio

escrito via correspondência foi o mais utilizado com 14,29%.

Ainda pode-se analisar a comunicação externa formal, classificamos como os

meios que as entidades divulgam suas informações para pessoas de fora da mesma

obteve-se 50% em comunicação externa formal, dando destaque para imprensa (radio, tv,

jornal) identificado pelas instituições com 22,73% das ocorrências.

8.3.2 Informal

Os canais informais são os meios não oficiais de comunicação que

suplementam os canais formais. Dubrin (2003) ainda o autor destaca que a comunicação

informal surge para suplementar e por necessidade da comunicação formal.

As organizações pesquisadas usam 33,33% da comunicação interna é informal

(em cinza na tabela), dando destaque ao telefone em 23,81% das ocorrências, já para

comunicação externa a ocorrência de comunicação informal de 18,18% dos casos

levantados, podemos destacar o equilíbrio de 9,09 % dos casos com a comunicação

através do carro de som e do “boca-boca”.

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8.3.3 Internet

Devido a grande discussão na bibliografia sobre se a comunicação via internet

como um todo, mas principalmente via e-mail se é formal ou informal, e devida ao grande

numero de respostas dada pelos entrevistados, deixamos um ponto apenas para este

item.

A comunicação via internet aqui classificada como tal, é dada tanto pelo envio

de e-mail, publicações em sites, e/ou bate-papos.

Na comunicação interna a comunicação via internet destaca-se como 33,33%

das ocorrências dando uma ênfase da disponibilidade de acesso a internet por parte das

entidades entrevistas. Já na comunicação externa o uso de e-mail está em 18,17% os

casos em um universo de 27,27%.

8.4 Capital Social e Desenvolvimento

Para o desenvolvimento de uma rede de movimentos sociais é necessário que

os membros que à constituem desenvolvam técnicas e habilidades de uma cultura

democrática e associativa. Segundo Marteleto (2004, p.45):

Capital social é a forma de capital, e, embora sua definição seja alvo de discussão na ciência econômica, algumas características parecem se destacar em alguns estudos, como a não ocorrência de retornos decrescentes; que o capital social se aprecia com o uso (não se deprecia, portanto); é produzido coletivamente a partir das relações sociais existentes nas comunidades, mas seus benefícios não podem ser antecipadamente mensurados. Embora possua características de bem público, observa-se nele um aspecto único. O capital social gera externalidades, mas sua análise deve transcender esse ponto, isto é, o capital social entendido como um conjunto de redes e normas, permitindo a redução dos riscos decorrentes das relações entre desconhecidos e, conseqüentementes, dos custos de transação.

Neste sentido caminha o conceito de capital social. Embora exista uma

discussão a respeito de sua mensuração e as possibilidades de sua avaliação.

Segundo, Araujo (2003, p.9) Capital social é o conceito dado “ao conjunto de

normas sociais e redes de cooperação e de confiança, bem como instituições e práticas

culturais, que dão qualidade e intensidade às relações interpessoais em sociedade”. Com

isso as relações estabelecidas e os primeiros elos interpessoais criados através das

indicações feitas pelas entidades entrevistas, demonstra o surgimento da formação do

Capital Social, pois as entidades com a prática cotidiana desenvolve uma série de normas

e regras para estabelecem laços de solidariedade e confiança entre as entidades “ditas”

parceiras na construção da rede. Estas entidades possuem uma dinâmica própria que

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lhes assegura o desenvolvimento destas atividades. Um exemplo claro desta relação é a

forte parceria entre o CDHI e a ONG Farol.

O desenvolvimento de estas entidades decorrer de um aprimoramento do

desenho institucional, compreendendo tanto os aspectos relacionados a sua organização

interna (registro das atividades, confecção de atas, organização contábil financeira,

utilização dos meios de comunicação, etc.) como também dos aspectos externos

incluindo neste ponto sua participação nos Espaços Públicos Não Estatais. Neste sentido

existe um destaque para três organizações, V-Ambiental, CDHI e UNAMI, pois pelos

dados coletados apresentam tais estruturas. Destaca-se, ainda a ADEFI, pela sua

organização interna, embora tenha esclarecido, que não participa de conselhos de

políticas públicos diminuindo desta forma o grau de seu desenvolvimento.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Alguns limites para a criação da rede de movimentos sociais de Itajaí foram

constatados na análise realizada pelos pesquisadores do GEITS. A Universidade do Vale

do Itajaí - UNIVALI, para algumas entidades, representa uma forte aversão, criada devido

a certos contra-tempos que os programas de extensão desta instituição obtiveram no

relacionamento com os movimentos sociais. Os representantes das mesmas deixaram

bem claro no questionário elaborado pelos pesquisadores, que se a UNIVALI for

responsável pela organização desta rede, as mesmas não farão parceria alguma. Outra

barreira foi levantada por um agente representativo de uma associação, o qual alegava

que a rede de movimentos sociais do município acarretaria um oportunismo de certas

entidades em se promover, não havendo, assim, a solidariedade entre os possíveis

parceiros.

A concentração de informações impede a distribuição do conhecimento,

evitando a atuação dos demais integrantes da rede. O poder público de Itajaí também é

um ator que gera um ponto negativo na rede de movimentos sociais. As pessoas que

constituem, atualmente, o poder público municipal desta cidade, foram às pessoas que

mobilizaram o surgimento dos movimentos sociais de Itajaí, tal fato, explica a alta

concentração de ligações sobre o mesmo.

Por outro lado, um aspecto detectado através da análise realizada, foi a

influencia dos partidos de esquerda na maximização do atual cenário de movimentos

sociais em Itajaí por meio de uma significativa abertura política e a conseqüente

otimização do espaço público.

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A posse de um partido de esquerda, representado pelo PT (Partidos dos

Trabalhadores), deixa clara a distinção da importância atribuída pelos poderes executivo e

legislativo aos movimentos sociais de Itajaí. Fazendo um comparativo entre a atual e as

antigas gestões administrativas existe uma significativa percepção e reconhecimento

destas entidades. Inaugurando uma nova prática governamental, na qual possibilita a

criação de novos canais de comunicação entre o poder público e as organizações sem

fins lucrativos, que até então, estavam marginalizadas dos processos de tomada de

decisão referentes à aplicação das políticas sociais.

Isso ressalta um das características que acompanham eminentemente partidos

de esquerda, revelando a predisposição destes em contribuir diretamente na

potencialização dos movimentos sociais e a disponibilidade de fomentar espaços mais

democráticos e com maiores possibilidades de uma real participação dos inúmeros atores

que constituem a teia social.

Neste sentido, a possibilidade da construção da rede de movimentos sociais

em Itajaí, passa pelo fortalecimento dos movimentos sociais através de um amplo dialogo

com os vários setores da cidade. Cabe destacar que o incentivo e a participação destas

entidades na construção desta proposta deve ser constante, devendo haver coletivamente

a construção de objetivos comuns, bem como a co-responsabilidade dos atores, havendo

uma distribuição eqüitativa de funções através da infra-estrutura apresentada pelas

organizações, incluindo desde a disponibilidade de tempo, até os recursos investidos na

proposta.

Quanto ao interesse das entidades pesquisadas em participar da Rede de

Movimentos Sociais em Itajaí, a maioria acredita que participando da Rede possa haver

uma interação e um fortalecimento das entidades. Possibilitando interligá-las em torno de

vários objetivos comuns. Com isso, a consolidação destas entidades na construção de

uma cidadania ligada às questões sociais e que promova a participação das organizações

nos Espaços Públicos Não-Estatais é um dos caminhos para ampliar e aprofundar a

democracia local e consequentemente a rede de movimentos sociais.

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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ARAUJO, Maria Celina Soares D’. Capital Social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

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DUBRIN, Andrew J. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira, 2003

MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa. 5ed. São Paulo: Atlas, 2002

MARTELETO, Regina Maria. Análise de redes sociais - aplicação nos estudos de transferência da informação. Ci. Inf., jan./abr. 2001, vol.30, no.1, p.71-81. ISSN 0100-1965.

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MARTINHO, Cássio. Redes: uma introdução às dinâmicas da conectividade e da auto-organização. Brasília: wwf-Brasil, 2003.

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WÖHLKE, Roberto. Perfil sócio-político das associações de moradores de Itajaí. Universidade do Vale do Itajaí, Relatório Final do Projeto de Pesquisa: Itajaí, 2003.

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