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POLICIAMENTO MONTADO NO ESTADO DE SO PAULO: A HISTRIA, A MISSO E A ESPECIALIZAO DO POLICIAL MILITAR

Marcelo Vieira Salles 1 RESUMO O presente artigo, apresentado no Curso de Aperfeioamento de Oficiais do Centro de Altos Estudos de Segurana (CAES) da PMESP, tem como objetivo divulgar o passado e o papel dos homens e dos cavalos, dessa unidade, que ajudaram a escrever a histria do Estado e do Brasil; tentar responder perguntas que, por vezes ensejam respostas e concluses diversas, e por conseqncia incidir no questionamento e na valorao real desse to exclusivo recurso de segurana pblica. A atuao do policiamento ostensivo montado destaca-se pelo aspecto preventivo, onde o policial a cavalo, em posio elevada, consegue ter viso privilegiada, acrescida de que facilmente visto, oferecendo assim segurana rea a ser policiada contribuindo de forma expressiva na reduo dos ndices criminais, principalmente em reas onde exista a necessidade da presena marcante da Polcia Militar, a qual ser representada da forma mais expressiva: homens a cavalo. Buscou-se abordar o processo de especializao em tropa montada desde a reunio pedaggica, pela apresentao do policial militar na Unidade e pelo perodo de adaptao, pelas atividades no curso, pela apresentao do cavalo e seu peculiar manejo, pelos cuidados e pelos equipamentos da tropa montada.

1 Capito da Polcia Militar do Estado de So Paulo, atualmente serve no Regimento de Polcia Montada 9 de Julho, onde conta com mais de quinze anos de servios prestados em diversas funes administrativas e operacionais, dentre elas as de Comandante de Peloto, Comandante de Esquadres Operacionais, Comandante do Esquadro Escola - 4 Esqd, Coordenador de Cursos de Formao de Soldados e de Especializao de Oficiais e Praas em Tropa Montada; Instrutor na Academia de Polcia Militar do Barro Branco. Exerceu tambm as funes de Coordenador Operacional e Sub Comandante Interino do Regimento de Polcia Montada 9 de Julho. Graduao: Formado pela Academia de Polcia Militar do Barro Branco-Turma de 1989, Instrutor de Equitao formado pela Escola de Equitao do Exrcito em 1993, Bacharel em Cincias Jurdicas pela UNICSUL, Capito Aperfeioado pelo Centro de Altos Estudos de Segurana da PMESP em 2009 e Membro titular da Associao dos Diplomados da Escola Superior de Guerra - SP (ADESG-SP). Possui 15 condecoraes dentre as quais se destacam a Lurea do Mrito Pessoal em 1 grau, a Medalha do Regimento de Polcia Montada da PMERJ, a Medalha do Mrito da Casa Militar do Governador e a Medalha Valor Militar em Grau Prata. E-mail: [email protected]

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Apresentamos tambm o papel do instrutor e do monitor como os condutores do processo de ensino, descrevendo atributos necessrios, caractersticas especficas, dentre as quais se destacam a comunicao de conhecimentos, o estmulo ao desenvolvimento das aptides e, ainda, a modificao de atitudes. Na especializao do policial militar em tropa montada, baseada em procedimentos tcnicos e metodolgicos, o maestro dessa etapa deve sempre perseverar, ou seja, manter-se firme e constante no propsito de bem formar o cavalariano da Polcia Militar, sempre estribado no valioso legado deixado pelos cavalarianos e instrutores antigos, tanto do Centenrio Regimento 9 de Julho, como da querida Escola de Equitao do Exrcito Brasileiro. Palavras-chave: Polcia Militar, Polcia Montada e Especializao.

Introduo

A Polcia Militar, atravs do Regimento de Polcia Montada 9 de Julho, sediado na capital, e dos 14 (Quatorze) Destacamentos Montados distribudos no Estado de So Paulo, executa o policiamento ostensivo montado, o qual caracterizase pela atuao de policiais militares especializados e qualificados para o exerccio dessa misso utilizando-se como principal ferramenta o cavalo. Muitas perguntas emergem na cabea das pessoas, por exemplo, quando se deparam com as patrulhas montadas no centro da cidade de So Paulo, tais como: Qual a histria da Cavalaria? Onde esses policiais, no sculo XXI e na maior metrpole da Amrica do Sul aprendem a montar? Tais indagaes nos levaram a produzir o presente artigo com os objetivos de: divulgar o passado e o papel dos homens e dos cavalos, dessa unidade, que ajudaram a escrever a histria do Estado e do Brasil; tentar responder perguntas que, por vezes ensejam respostas e concluses diversas, e por conseqncia

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podem incidir no questionamento e na valorao real desse to exclusivo recurso de segurana pblica. A atuao do policiamento ostensivo montado destaca-se pelo aspecto preventivo, onde o policial a cavalo, em posio elevada, consegue ter viso privilegiada, acrescida de que facilmente visto, oferecendo assim segurana rea a ser policiada contribuindo de forma expressiva na reduo dos ndices criminais, principalmente em reas onde exista a necessidade da presena marcante da Polcia Militar, a qual ser representada da forma mais expressiva: homens a cavalo. O contraste que a patrulha a cavalo exerce em relao s reas urbanas to grande que hoje a maioria das polcias do mundo se utiliza de tal modalidade de patrulhamento nos grandes centros, por exemplo: a Gendarmerie Francesa na Champs Elise, a Real Polcia Montada do Canad em Montreal e o Departamento de Polcia de Nova Iorque na 5 Avenida. A patrulha montada bsica na Polcia Militar do Estado de So Paulo constitui-se na menor frao de tropa para o Patrulhamento Ostensivo Montado e conta com, no mnimo, trs policiais militares, sendo um Cabo ou Soldado comandante da patrulha montada e mais dois Soldados PM integrantes. O surgimento da cavalaria paulista remonta s origens da prpria militia paulista, pois quando da criao da PMESP, em 15 de dezembro de 1831, poca denominada Guarda Municipal Permanente, pelo Presidente da Provncia, Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, esse corpo de voluntrios era composto por 100 (cem) homens de Infantaria e 30 (trinta) homens de cavalaria, estes ltimos designados para a composio de uma Seco de Cavallaria, clula mater do atual RPMon 9 de Julho . O RPMon 9 de Julho, como Unidade, foi criado em 11 de outubro de 1892, sendo uma das mais tradicionais da PMESP onde, sombra de um passado de honra e de trabalho, milita edificando o presente. Em 1906, O Regimento passa a receber os ensinamentos da 1 Misso Militar Francesa (MMF) que introduziu e dinamizou no Brasil uma filosofia sistematizada de trabalho com cavalos, ocasio em que foram renovados os

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regulamentos, padronizados os uniformes, implantada a equitao sob a doutrina da chamada escola francesa e, principalmente, os exerccios de treinamento eqestre para a tropa paulista. Desde seu embrio na Seco de Cavallaria em 1831 at nossos dias, o RPMon 9 de Julho participou dos principais eventos que marcaram a histria nacional, contribuindo para que o pas sedimentasse suas instituies, onde lembramos o movimento tenentista de 1922 e as revolues de 1924, 1926, 1930, 1932 e 1964, projetando-se, sempre, como tropa de elite, leal e arrojada, escrevendo pginas de herosmo de nossa histria, nas quais homens e cavalos, conjuntamente, deram mostras de valor e de determinao no cumprimento do dever. A denominao 9 de Julho para o Regimento de Cavalaria, instituda pelo Decreto n 25.089 de 07 de novembro de 1955, foi uma iniciativa da Assemblia Legislativa do Estado de So Paulo (ALESP), como homenagem do povo paulista herica participao do Regimento na Revoluo Constitucionalista de 1932 e por ser o depositrio das mais belas tradies paulistas. Atualmente, o RPMon 9 de Julho, subordina-se ao Comando de Policiamento de Choque (CPChq), atuando na preservao da ordem pblica em todo territrio estadual; em operaes especiais rurais e urbanas; em controle de tumultos, e nas mais variadas solicitaes operacionais como o patrulhamento montado na periferia, nos parques pblicos, nos estdios, nos grandes eventos culturais e esportivos. O Regimento tambm desenvolve atividades de cunho social ao realizar o atendimento em Eqoterapia a pessoas portadoras de necessidades especiais. Os 14 (quatorze) Destacamentos Montados esto sediados nas cidades de Avar, Bauru, Campinas, Campos do Jordo, Guaruj, Itapetininga, Marlia, Sorocaba, Rio Claro, Ribeiro Preto, Presidente Prudente, So Bernardo do Campo, Mau e So Paulo (Barro Branco).

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1 Caractersticas de Emprego da Tropa Montada

O cavalo, inicialmente empregado como simples meio de transporte na atividade policial, foi se caracterizando ao longo dos tempos como um elemento de comprovada eficincia no desempenho das misses afetas Segurana Pblica. Corroborando com essa assertiva o fato de tropas montadas atuarem e serem mantidas nas maiores e mais desenvolvidas metrpoles do mundo, a despeito de todos os benefcios advindos do avano tecnolgico e cientfico disponveis ao homem moderno. Destarte, no se pode ignorar que o cavalo impe, pela simples presena, ostensividade e campo de viso, efeito psicolgico e poder repressivo, bem como possibilita a seu cavaleiro grande visibilidade, mobilidade e flexibilidade, propiciando, consequentemente, uma significativa economia de efetivo.

1.1 Ostensividade e Campo de Viso

A misso da Polcia Militar a execuo do policiamento preventivo ostensivo fardado, ou seja, deve, por meio de sua atuao, evitar a ocorrncia do crime atravs de uma presena ostensiva nas ruas, inibindo a ao dos delinquentes. Portanto, quanto mais visvel for a polcia populao, tanto menor ser a probabilidade de acontecerem os ilcitos penais e, consequentemente, maior a sensao de segurana.

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Efeito Psicolgico

O cavalo, por seu grande porte fsico, infunde respeito s pessoas, fator que muito contribui nas aes da tropa montada, pois, mesmo estando sob completo

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domnio do cavaleiro, resultado do adestramento que recebe, o animal deixa, aos baderneiros e delinquentes, a dvida quanto ao perfeito controle do policial militar em relao s reaes, afastando assim o enfrentamento.

1.3 Poder Repressivo

Por inspirar noo de poder e fora, em face do porte avantajado do cavalo, a ao da tropa montada, no policiamento ou nas aes de controle de tumultos, evita o confronto direto, vez que ante a simples aproximao da tropa montada, a turba se evade e canalizada para pontos de fuga estrategicamente planejados. Por vezes, a simples presena da tropa montada desencoraja

desinteligncias e tumultos, levando as partes rapidamente negociao.

1.4

Flexibilidade

O cavalo, por no depender de vias-padro para se deslocar, pode ser utilizado em qualquer terreno, principalmente onde o deslocamento de viaturas e mesmo do homem a p seja limitado. Alm disso, pode ser conduzido a qualquer ponto, no ficando retido em congestionamentos ou em meio a grandes multides.

1.5 Economia de Efetivo

A combinao da ostensividade, do efeito psicolgico, do poder repressivo, da mobilidade e da flexibilidade, confere ao patrulhamento montado a caracterstica toda especial de ampliar sua rea de responsabilidade e segurana, com um nmero mais reduzido de policiais militares. Analogamente, tal caracterstica

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tambm reconhecida nas aes de controle de distrbios civis (CDC) e em operaes especiais. O policial militar a cavalo, por seu extenso campo de viso e consequente poder de fiscalizao, bem como pela possibilidade de ser visto por muitas pessoas ao mesmo tempo, pode cumprir a misso de conteno de massa sem empregar um grande nmero de policiais como ocorre, por exemplo, na modalidade de policiamento a p.

2 O Processo de Especializao em Tropa Montada

O processo de especializao em tropa montada se inicia na reunio pedaggica com instrutores e monitores, passando pelo momento da apresentao do policial militar na Unidade e perodo de adaptao, pelas atividades prprias no Curso de Especializao em Tropa Montada (CEP-TM), at a formatura do policial militar, agora com condies tcnicas para o desempenho de suas funes. O aluno, ao chegar ao quartel para freqentar o CEP-TM, apresenta elevada apreenso e ansiedade, pois traz consigo o temor pelo novo, pelo desconhecido: esse ser chamado cavalo.

2.1 A Reunio Pedaggica

A reunio pedaggica do CEP-TM, realizada antes de seu incio, com a participao da coordenao, instrutores, monitores e o pessoal de apoio ao ensino, uma oportunidade fundamental, um frum, um espao para reflexes pedaggicas e tambm administrativas, em que todos os envolvidos no processo tomaro cincia formal dos objetivos a serem alcanados, dos contedos programticos, do enfoque, da infra-estrutura de apoio disponvel e dos horrios, podendo-se discutir, sugerir e propor ajustes para o melhor desenvolvimento da especializao.

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2.2 A Chegada ao RPMon 9 de julho

Com a ampliao da capacidade de formao de Soldados do Centro de Formao de Soldados Cel PM Eduardo Assumpo, em Pirituba, So Paulo (SP), aproximadamente 2.000 (dois mil) alunos por ano e, consequentemente, uma significativa diminuio do nmero de Alunos-Soldados para serem formados em outras tradicionais Unidades, dentre as quais o RPMon 9 de Julho, a usual porta de entrada do policial militar na Cavalaria se viu reduzida e, desde 2007, a unidade vem especializando e completando seus claros, na maioria, com policiais militares oriundos de outras Unidades da Corporao, cuja maioria das vezes no possua convvio algum com o Regimento. A situao descrita no pargrafo anterior incidiu diretamente no processo de aquisio de confiana, pois pelas prprias peculiares caractersticas administrativas e operacionais da Unidade e principalmente pelo cavalo, o policial militar recmapresentado encontra-se, por vezes, espantado e aflito, haja vista a gama de novas informaes recebidas logo no incio do processo de especializao, por no possuir a adaptao plena daqueles que, formados que foram no Regimento, j mantinham convvio estreito com o quartel e com a maioria dos instrutores e monitores. O fenmeno descrito acima impe ao RPMon 9 de Julho o necessrio processo de recepo e adaptao dos novos alunos que, apesar de alguns possurem relativa experincia profissional, tero seu comportamento influenciado no incio da especializao em tropa montada.

2.3 A Apresentao da Unidade

Por ser a nica Unidade montada no Estado de So Paulo, com toda sua peculiar caracterstica, deve ser feita a necessria apresentao do quartel aos alunos, principalmente para que conheam o Regimento sob o aspecto fsico.

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Aspecto fundamental nessa fase inicial do processo proporcionar ao aluno a plena ambientao Unidade, mostrando as instalaes de uso comum, locais de acesso restrito, funcionamento dos Esquadres e suas peculiaridades, cujo resultado almejado ser sempre a aquisio de confiana.

2.4 Apresentao e Contato com Cavalo

A apresentao e o primeiro contato do aluno com o cavalo devem ser proporcionados pelo instrutor de forma extremamente tranquila, tcnica, calma, bem humorada, sem pressa e, principalmente, apresentando-o como o novo companheiro de trabalho, como um ser dotado de extrema fora e de grande docilidade, como aquele que ir depender totalmente de ateno, carinho, proteo, buscando atingir aspectos ligados diretamente afetividade humana e vocacional daquele que ora inicia uma nova jornada profissional e de vida. O Ex-cuyer Chefe do Quadro Negro de Saumur, Commandant Licart, em sua obra A Arte da Equitao: Como Aprender e Ensinar a Montar explica que [...] o cavalo sendo, juntamente com o co, o mais nobre e mais evoludo de todos os animais, ter-se- que o tratar com considerao.2 Esse grande mestre da equitao, logo em suas consideraes iniciais, nos alerta sobre o apreo e a ateno que se deve ter em todos os assuntos relacionados ao cavalo, esclarecendo em seguida que esse ser maravilhoso, por natureza, muito bom, que ama o homem e se pe a lhe obedecer com uma aplicao e boa vontade surpreendentes. s baias. fundamental, nessa fase, que o instrutor procure despertar no aluno, explorando na aula, o vnculo afetivo que deve haver entre cavaleiro e cavalo, sobre Sugere ainda o Comandante Licart que essas consideraes devam ser expostas aos novos alunos em repouso e prximo

2 Licart, Commandant, A Arte da Equitao - Como Aprender e Ensinar a Montar. Traduo do Cel PMESP Roberto Mondino.Campinas. 1 Edio. Editora Papirus, 1988, p.17.

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o que representa para aquele ser vivo que tanto nos ajuda o valor de uma limpeza, de uma massagem no dorso aps o trabalho; que o cavalo, aps um contato frequente, comea a nos conhecer e que s assim poder contar com seu companheiro de trabalho em qualquer hora e misso.

2.5 Cuidados com o cavalo

O papel de convencimento e conscientizao do aluno em relao ateno que deve ser dado ao cavalo fundamental ao curso, pois a repetio e a ateno proporcionada nesse incio de curso refletiro diretamente no cuidado futuro com a cavalhada. Em relao vulnerabilidade do animal, podemos colocar como exemplo o p do cavalo que uma das regies mais sensveis, cabendo ao instrutor explicar tal condio e como o policial militar poder, por meio de cuidados especficos de limpeza e curetagem, manter a higidez fsica e a sade do animal.

2.6 O Instrutor de Tropa Montada

O instrutor de Tropa Montada o condutor do processo de ensinoapredizagem, possui atributos e caractersticas especficas, dentre as quais se destacam a comunicao dos conhecimentos, o estmulo ao desenvolvimento das aptides e, principalmente, a modificao de atitudes.

2.6.1 O Condutor do Processo Ensino-Aprendizagem

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Segundo o General francs Brallion, [...] na carreira militar somos permanentemente instrutor e instruendo ao mesmo tempo.3 Dentro desse diapaso, a primeira atitude do instrutor colocar-se no lugar do instruendo, de onde poder fazer suas reflexes sobre os mtodos de instruo a serem aplicados, de acordo com as suas condies, sejam fsicas, motoras, intelectuais ou de interesse pelos assuntos. De acordo com o mesmo mestre gauls, a definio do verbo instruir a de introduzir algum em ramo de atividade que ignora ou no conhece bem; ajud-lo a a adquirir possibilidades que ele no tinha e torn-lo apto a desenvolv-las por seu prprio esforo.4 A presente definio vem ao encontro dos objetivos defendidos nesse trabalho, o qual visa capacitao tcnica do policial militar para atuar no policiamento ostensivo montado, pois o advento de novas tecnologias e do acesso do homem aos meios de transportes movidos a motores o distanciou do cavalo como ferramenta de locomoo, sendo que a maioria que se apresenta para servir na tropa montada, nenhum ou pouco contado tiveram com a equitao. De acordo com a doutrina equestre, defendida nas escolas de equitao espalhadas pelo mundo, em especial na Escola de Equitao do Exrcito Brasileiro, as habilidades que se procura proporcionar pela instruo so divididas em duas categorias, a intelectual e a motora. A intelectual caracterizada pela transmisso dos conceitos, memria e pela amplitude da compreenso dos processos, por meio de palestras expositivas e exerccios intelectuais. A motora adquirida pela criao de reflexos musculares e mentais, pelo desenvolvimento da iniciativa, pela observao e, principalmente, pela aquisio de confiana, conquista esta somente proporcionada por exerccios progressivos, regulados e dirigidos de maneira a proporcionar a progresso judiciosa das exigncias.

6 BRALLION, General. Essai sur linstruction militaire. 1 ed. Paris, Charles Lavauzelle, 1931. p.15. Traduo dos Capites do Exrcito Brasileiro MIRANDA, Salm de e GARCIA, J. Horcio. Rio de Janeiro. 1934. 4 Idem. p. 17.

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nesse contexto que o instrutor de tropa montada idealizado, vislumbrado como sendo aquele que alia o conhecimento terico indispensvel prtica, estabelecendo uma progresso lgica e segura, proporcionando uma sucesso regular de exigncias nas etapas definidas no processo de ensino-aprendizagem, visando a devolver Instituio, aps a concluso do curso, o policial militar capacitado para o desenvolvimento das atividades caractersticas do policiamento ostensivo montado.

2.6.2 Atributos do Instrutor de Tropa Montada

O instrutor a alma do ensino para a tropa montada, devendo possuir pleno conhecimento do que vai ensinar; possuir compromisso com o resultado; ser metdico; no expor a integridade fsica de seus alunos, e manter a ateno dos instruendos por meio das tcnicas de ensino j consagradas que vo desde a incentivao aprendeu. Do condutor do processo, do maestro, exige-se a total crena e o conhecimento pleno do que ensina, buscando sempre estabelecer um liame sobre o que est sendo ministrado e do que ser exigido na prtica, na vida profissional. inicial, passando pela recapitulao da sesso anterior, desenvolvimento do novo assunto previsto e, ao final, verificar o que efetivamente se

2.6.3 Homem do Cavalo

O instrutor da tropa montada necessariamente deve ser um conhecedor da arte equestre e, ainda, uma pessoa ligada ao cavalo, em que a formao, a especializao e a experincia profissional, bem como o conhecimento tcnico legitimaro o seu papel de condutor do processo, pois no sero raras as oportunidades de que necessitar efetuar demonstraes daquilo que se est

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exigindo do aluno e, por vezes, com montadas no to adestradas ou solcitas a colaborar. Ao encontro dessa tese o especialista em educao, Gabriel Chalita defende que [...] o Professor deve ter a convico em seus ensinamentos e o preparo para ir ao rumo certo5, ao qual acrescentamos que tais atributos funcionam como indutor do crdito no instrutor, redundando no envolvimento dos instruendos. O General Francs Alxis-Francis LHotte, conhecido mestre da arte equestre e discpulo de Franois Baucher e Conde DAure, em seu livro Questes Eqestres, afirma categoricamente que [...] em equitao preciso saber muito para ensinar bem, mesmo o elementar6, quando h mais de 115 anos j reforava uma assertiva conhecida nos meios de ensino: que s se ensina o que se sabe.

2.6.4 Compromisso com o Resultado

O instrutor deve ter um envolvimento tal que sempre o impulsione ao bom resultado de seu trabalho, perseverando com aqueles alunos que tenham maior dificuldade, em que sabiamente o Manual Tcnico de Equitao e Adestramento (T21-245) em seu artigo n 6, quando se refere ao instrutor: O instrutor deve ser benvolo, para irradiar confiana, enrgico a fim de exigir a execuo necessria, prudente para evitar acidentes, paciente para suportar a lentido do progresso e pertinaz para atingir seus objetivos.7 A busca do melhor resultado, atravs de um ensino metdico e progressivo o veculo para a especializao do policial militar na forma que a Instituio espera e vislumbra em seus mais variados segmentos de ensino e adestramento, para atuao plena nas atividades da PMESP.

CHALITA, Gabriel. Educao - A soluo est no afeto. 1 Edio, So Paulo, Editora Gente, 2001. p 12. LHOTTE, Alexis Francis. Qustions questres. 1 dition, Lavauzelle, Paris, Frana, 1906. p.6. Traduo do Capito do Exrcito Brasileiro MAGALHES, Mrio Oswaldo da Silveira. Rio de Janeiro. EsEquEx. 1949. 7 RIO DE JANEIRO. Manual Tcnico de Equitao e Adestramento (T-21-245). Ministrio da Guerra. 1 Edio. Estabelecimento General Gustavo Cordeiro de Farias, 1963. p 6.6

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O instrutor na especializao em tropa montada dever sempre ter como norte, como direo, vislumbrar na figura daquele seu aluno, ainda pouco afeito s lides cavalarianas, desconfiado com a montada e inseguro pelo noviciado, o futuro policial militar especializado, presente, confiante, seguro no policiamento montado, levando ao cidado o bom atendimento e a segurana to esperada pela comunidade.

2.6.5 Condutor Metdico

Aquele que ensina e instrui deve ter sempre como base um planejamento, um mtodo, um programa, para atingir seus objetivos de ensino, pois conforme as circunstncias de tempo e disponibilidade de meios, o instrutor segue seu trabalho dentro de uma progresso lgica, assegurando a sucesso normal de etapas a serem vencidas. As explicaes durante as aulas montadas devem ser reduzidas ao estritamente necessrio, devendo ser formuladas com preciso e de maneira que todos os alunos ouam, sendo fundamental que no sejam transmitidas durante o desenvolvimento de andaduras vivas (trote e galope), mas sim ao passo, com a ateno de que o aluno necessita e requer. O grande mestre francs de equitao das Academias Militares de Paris, Saumur e Lunville, Franois Baucher, em sua obra clssica Mthode dEquitation, explica que [...] se o autor o pensamento que concebe, a cincia que formula, o hbil professor ser a palavra que transmite, o olhar que observa, a mo que faz agir.8 Franois Baucher, equitador e professor que ficou para a histria da equitao clssica como Leonardo Da Vinci ficou para a histria das artes, tambm afirma nesse mesmo compndio que relativamente compreenso da posio correta do cavaleiro a cavalo bastam duas frases ao progresso do aluno [...] o

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BAUCHER, Franois. Mtodo de Equitao. 1 Edio, Frana, Traduo da Escola de Equitao do Exrcito, 1995. p 6.

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instrutor deve ser breve, claro, persuasivo e evitar atordoar o aluno com desenvolvimentos tericos muito prolongados.9 Outro aspecto fundamental o senso de observao do instrutor e, sob nenhuma hiptese, poder deixar de apontar qualquer conduta inadequada ou no condizente com os mtodos consagrados, pois somente as crticas incessantes lograro xito na correo dos erros. Necessrio se faz consignar que no podemos confundir a correo dos erros com falta de bom humor, com ausncia da alegria necessria s aulas, com ausncia da persuaso ou at mesmo com destempero no trato com os instruendos. O Regulamento de Equitao (R.Eq), em sua Separata de Cavalaria, traz em seu artigo 10 que [...] o instrutor deve decompor cada dificuldade em tantas partes quantas forem necessrias para venc-las, conduzindo metodicamente o seu trabalho e seriando as exigncias e que incumbe tambm ao instrutor incutir nos discpulos que o progresso no vem com a quantidade do trabalho, mas sim com a qualidade.10 A assertiva anterior, em consonncia com o que ensinaram os grandes mestres da equitao, infunde-nos a concluir que o sucesso nas instrues muito depende do mtodo e da gradao empregada pelo consciente instrutor. O instrutor tem o dever de observar o comportamento dos alunos, sempre com o objetivo de identificar as causas prejudiciais aprendizagem e, assim, poder intervir com eficincia. fundamental que o conhecimento do instrutor esteja alm do que vai ensinar e, ainda, diagnosticar as reais condies fsicas, morais e intelectuais do grupo.

2.6.6 O Instrutor Frente

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Idem, p.11. RIO DE JANEIRO. Regulamento de Equitao - Separata de Cavalaria. Estado Maior do Exrcito Nacional.1 Ed., 1934. p 5.

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O exemplo jamais ser substitudo pelo ensino verbal, pois a instruo prtica mais rpida, mais fcil aprendida e menos estressante, porm no podemos esquecer que, ao incio da seo, o instrutor deve trazer a ateno dos alunos para os objetivos fundamentais da aula e finalidades, procurando mostrarlhes o caminho a ser observado naquela etapa. Existe uma mxima no jargo militar que afirma o seguinte: A palavra convence, mas o exemplo arrasta. Trata-se de uma assertiva plenamente aplicvel na especializao do policial militar em tropa montada, pois a confiana no instrutor, em especial em seus atos e exemplos, revelam valor e conhecimento profissional, alicerce fundamental quele que pretende conduzir o grupo to almejada condio de cavalariano. O instrutor deve afastar-se do ato de corrigir o erro sem a apresentao da respectiva prova ou forma correta de execuo, pois mostrar a razo da admoestao princpio fundamental na aquisio de confiana para conduzir o aluno no caminho a ser seguido.

2.6.7 A Segurana na Instruo

A segurana durante o desenvolvimento de qualquer instruo equestre motivo de toda ateno, pois alm de ser indutor de confiana ao aluno, seu principal papel a diminuio do risco, previsto, existente e real.11

Deprende-se de tal afirmao, calcada no conhecimento sobre o assunto, na tcnica e na experincia em formao e especializao de policiais militares, que a segurana na instruo deva ser perseguida a todo instante;

11 Assertiva apontada em 1 de Julho de 2009, durante a Pr-Qualificao da pesquisa do autor, pela banca examinadora: Ata de Pr-Qualificao, CAES, So Paulo.

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Alm de prioritariamente resguardar a integridade fsica do instruendo, proporciona no aluno a sensao de ateno e proteo e, principalmente, influi diretamente no processo cognitivo como indutor da fundamental confiana. O risco na tropa montada integra a definio de que o processo de ensino diferenciado (grifo do autor), exigindo ateno, cuidado, mtodo, conhecimento e recursos tambm diferenciados. A diminuio do risco est calcada na utilizao de bons equipamentos de proteo individual (EPI) adequado; instrutores e monitores qualificados; locais adequados para instruo e a fundamental seleo dos cavalos.

2.6.8 O Aluno Novo

Partindo do princpio antropolgico, aceito na sociedade, que diz que nenhum indivduo igual a outro, abordaremos tal assertiva sob o enfoque das condies motoras e emocionais de cada um no ensino da equitao, j que devemos observar, ao iniciar uma nova turma na equitao, essas diferenas e atributos trazidos pelos novatos. Em entrevista junto ao Cel PM Walter Gomes Mota, da PMESP, cavalariano experiente responsvel pela especializao em Tropa Montada de centenas de policiais militares, oficiais e praas, sendo tambm instrutor de equitao formado pela Escola de Equitao do Exrcito no ano de 1991, cunhou, de plano, uma frase emblemtica:Montar a cavalo est intimamente ligado s condies motoras e emocionais do aluno e que o sucesso do instrutor na conduo do grupo estabelecer uma mdia, um patamar, devendo ser paciente em relao queles com maiores dificuldades, no sendo enfadonho aos mais hbeis.12

(informao verbal)

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Entrevista realizada com o Cel PM Walter Gomes Mota em 05 de julho de 2009, no municpio de Jarin/SP.

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Sobre a assertiva do Cel PM Walter, conclui-se que cabe ao instrutor a adequao do cavalo e o progresso nas instrues s caractersticas motoras e at emocionais do aluno, pois de nada adiantar confiarmos um animal rdego para um aluno ainda sem confiana e sem domnio judicioso de suas foras e potencialidades a cavalo. A segunda concluso a de que, a exemplo de outras atividades fsicas que envolvam capacidade motora e treinamento, como nos esportes e em outras atividades, em equitao cada aluno possui seu tempo, cabendo ao instrutor, respeitando as diferenas individuais de cada um, levar o grupo habilitao necessria para o desenvolvimento do policiamento montado, com todas suas atribuies, nuances e peculiaridades. O instrutor no poder jamais esquecer que existe um planejamento no que tange ao ensino, progressivo e dentro de uma faixa de normalidade e de tolerncia, porm os alunos que, esgotadas as formas conhecidas de ensino da equitao, no conseguirem acompanhar o progresso da turma, devem ser afastados do processo, em respeito inclusive integridade fsica desses policiais militares, pois com o avanar das aulas, novos desafios iro aparecer, sendo necessria toda uma base sedimentada para enfrent-los. Ao aluno cabe saber (ou ser informado) que as aulas sero extenuantes, que o instrutor ser exigente e s vezes enrgico, porm a persistncia para atingir o objetivo de aprender um dos maiores atributos do instruendo.

2.7 A Ao de Montar

2.7.1 O Arreamento

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Ao cavalariano exige-se que conhea o arreamento, pea por pea, e suas respectivas funes, a fim de que explore na totalidade sua serventia, bem como identifique as consequncias do seu mau uso. Classifica-se como arreamento todo material utilizado para a montaria. composto pela sela e seus acessrios, pela cabeada completa, com freio, brido e rdeas, manta, pelego e peitoral. A sela o equipamento feito em couro, cuja armao e estrutura so compostas por partes de ferro, madeira e, por vezes, fibra, destinada proteo do dorso do cavalo e melhor conforto e segurana para o cavaleiro quando montado. A sela dividida e nomeada por partes sendo que fundamental, sob o aspecto tcnico, que o policial militar de tropa montada saiba identificar e nomear todas as partes da sela.

2.7.2 A Escola do Cavaleiro a Cavalo

Segundo a definio de Policastro, [...] a escola do cavaleiro a cavalo a instruo a cavalo que rene os ensinamentos que permitem, ao seu final, ter-se um cavaleiro com pleno domnio de sua montada e sabendo utilizar-se, de forma tcnica, das armas tpicas de cavalaria, com toda desenvoltura desejvel.13 A equitao definida de maneira objetiva como a arte de montar cavalos, observando-se princpios, mtodos e regras, adotados para o entendimento entre cavaleiro e cavalo. O objetivo da equitao elementar, ou seja, bsica, tornar o cavaleiro confiante, fornecendo-lhe os meios para a obteno do equilbrio a cavalo, conduzilo independncia das ajudas e por fim dar-lhe a devida posio a cavalo.

13 POLICASTRO, Alberto Nubie. Manual de Tropa Montada. So Paulo. Monografia (Curso de Aperfeioamento de Oficiais CAO-I-95) Centro de Aperfeioamento e Estudos Superiores, Polcia Militar do Estado de So Paulo, 1995. P. 42.

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O primeiro documento de que se tem notcia sobre a equitao e seu desenvolvimento o livro do General grego Xenofonte (escrito em 400 a.C.), no qual discorre com explicaes muito precisas e com ampla viso sobre a sensibilidade do cavalo. Segundo Alois Podadhajsky14, o treinamento de Xenofonte era baseado na intuio e no bom trato, expressando essa corrente com a seguinte frase: Qualquer coisa forada e no compreendida jamais ser bela.

2.7.2.1 A Confiana do Aluno em Montar

Essa primeira etapa do processo definida pelos grandes mestres da equitao como a mais importante, pois dela advir todo o sentimento de segurana, confiana e entendimento, baseado sempre na gradao; no mtodo; na pacincia, e na adoo da lgica progresso para o combate contrao caracterstica no iniciante, por meio de do gosto em montar e dos flexionamentos bem humorados. A principal caracterstica do cavaleiro iniciante a contrao muscular a cavalo, resultado de uma verdadeira readequao instintiva de seu sistema nervoso e muscular. As possveis causas da falta de confiana so: a mudana do ponto de equilbrio; o medo de cair; a vergonha em cair frente aos companheiros e instrutor; a mudana da perspectiva visual no deslocamento (no mais na horizontal, mas agora de cima para baixo); a tenso muscular em decorrncia da utilizao de msculos at ento no muito exigidos (por exemplo, os do interior da coxa e das costas); as reaes verticais e horizontais decorrentes dos movimentos do cavalo e principalmente a responsabilidade e o risco de conduzir um ser animado, irracional, mais forte, mais rpido, desconhecido, com vontade e necessidades prprias.

Coronel do Exrcito Austraco, nascido em Mostar, Bsnia e Herzegovina, foi Diretor da tradicional Escola de Equitao de Viena, ustria, de 1939 a 1965, sendo reconhecido mundialmente como grande equitador e por ter salvado a raa de cavalos Lippizanos durante a 2 Grande Guerra.

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Em contrapartida as causas, apresentamos algumas formas de aquisio de confiana como despertar nos alunos o gosto e a satisfao em montar; utilizar nas primeiras aulas os estribos; distra-los com agradveis passeios ao passo; trabalhar em escola, onde o instrutor dever evitar quedas, e estimular os alunos com palavras de incentivo, encorajadoras e animadoras.

Concluso

Desde seu embrio na Seco de Cavallaria em 1831 at nossos dias, o RPMon 9 de Julho escreve pginas de nossa histria, nas quais homens e cavalos, conjuntamente, dando mostras de valor e de determinao no cumprimento do dever, em que busca, atravs se sua atuao, o bem comum. Hoje, mais do que nunca, as instituies policiais militares tm que aperfeioar os mtodos de formao e especializao de seus quadros. Essa concepo deriva de uma tendncia mundial em melhorar a qualidade da qualificao dos operadores diretos dos processos de atendimento das demandas, principalmente relacionadas s corporaes responsveis pela segurana dos cidados. Para sedimentar a doutrina na especializao do homem, necessrio se faz que o processo se apresente de forma estruturada, planejada e principalmente executada com a ateno e dedicao que o assunto merece, j que ao RPMon 9 de Julho cabe a responsabilidade de resgatar o vnculo homem-cavalo de outrora, pois com o advento dos meios de transportes movidos a motor, as pessoas naturalmente se distanciaram do cavalo como ferramenta de locomoo e transporte. O instrutor e o monitor foram apresentados como os verdadeiros condutores do processo de ensino, onde foram descritos atributos necessrios, caractersticas especficas dentre as quais se sobressaram o conhecimento do assunto, o estmulo ao desenvolvimento das aptides e, ainda, a modificao de atitudes.

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A atuao do RPMon 9 de Julho na histria do Estado e do Brasil tambm foi consignada com o escopo de exaltar os feitos de nossos antepassados e de dar o devido crdito queles que, a custa de muito trabalho, trouxeram a Cavalaria paulista ao patamar de hoje, pois se podemos discutir e at mesmo ousar em propor a atualizao do processo de especializao em tropa montada foi porque no passado esses mesmos cavalarianos antigos, do Exrcito Brasileiro e das Polcias Militares, incumbiram-se em deixar to valioso legado.

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