artigo sobre proteÇÃo radiolÓgica

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  • 8/9/2019 ARTIGO SOBRE PROTEO RADIOLGICA

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    UNESC FACULDADE SO GABRIEL

    CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    CARLOS ANTONIO DA SILVA

    RADIOPROTEO NOS SERVIOS RADIOLGICOS DA REDE DE SADE

    PBLICA MUNICIPAL DE TERESINA-PI

    TERESINA

    2009

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    CARLOS ANTONIO DA SILVA

    RADIOPROTEO NOS SERVIOS RADIOLGICOS DA REDE DE SADE

    PBLICA MUNICIPAL DE TERESINA-PI

    Artigo cientfico apresentado a UNESC-Faculdade So Gabriel como requisito

    parcial obteno do ttulo de Tecnlogoem Radiologia,

    Orientadora: Prof.. Esp. Dayane ArraisLima.

    TERESINA

    2009

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    CARLOS ANTONIO DA SILVA

    RADIOPROTEO NOS SERVIOS RADIOLGICOS DA REDE DE SADE

    PBLICA MUNICIPAL DE TERESINA-PI

    Artigo cientfico apresentado a UNESC-Faculdade So Gabriel como requisito

    parcial obteno do ttulo de Tecnlogoem Radiologia,

    Orientadora: Prof. Esp. Dayane ArraisLima.

    Apresentado em 05 de janeiro de 2010

    BANCA EXAMINADORA

    _____________________________________________________________Orientadora Prof. Esp. Dayane Arrais Lima

    _____________________________________________________________Prof. Esp. Ronald Gerard Silva

    _____________________________________________________________Prof. Esp. Maria Lima de Santana

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    RADIOPROTEO NOS SERVIOS RADIOLGICOS DA REDE DE SADEPBLICA MUNICIPAL DE TERESINA-PI

    Carlos Antonio da Silva *

    RESUMO

    Tendo em vista os conhecidos efeitos deletrios das radiaes ionizantes nos organismos, aproteo radiolgica torna-se indispensvel em todos os servios radiolgicos, tanto na readiagnstica como na teraputica. Para verificar a atuao dos profissionais que trabalham comradiao na Rede Pblica Municipal de Sade, em Teresina, aplicou-se questionrio semi-estruturado aos Tcnicos e Tecnlogos. Foi pesquisado como estes agem na sua rotina

    profissional no tocante sua radioproteo e dos pacientes por eles atendidos. Os resultadosobtidos, apresentados ao longo deste artigo, apontam o quanto o tema radioproteo negligenciado e, por vezes, ignorado por estes profissionais. Embora evidenciem algum

    conhecimento a respeito, eles demonstram pouco interesse em aplic-los na sua prtica diria.Os dados obtidos foram analisados de forma comparativa com as recomendaes tcnicas, asnormas e as leis ora em voga no pas. Desta forma pde-se concluir que a atuao dos

    profissionais entrevistados dissonante do que ditam as referidas normas.

    Palavras-chave: Radioproteo. Proteo radiolgica. Radiao ionizante.

    ABSTRACT

    Considering the well-known deleterious effects of ionizing radiation in organisms, it becomesabsolutely necessary the use of radiological protection in any service, either in therapeutic ordiagnostic area. With that goal it was applied a semi-structured questionnaire to sometechnicians and technologists in municipal public health network of Teresina-PI. That wasused as a research to verify how these workers usually do in daily routine about theirradioprotection and also their patients. By the results presented throughout this article itcould show us how the theme radioprotection is neglected and also ignored by these

    professionals. In spite of showing some knowledge about radiation protection, they have littleinterest in applying that in their daily practice. The collected data allowed making acomparison with the technical recommendations, rules and the up to date laws in country. The

    results let us conclude that the interviewed professionals dont work according to thesestandards.

    Keywords: Radioprotection. Radiological Protection. Ionizing Radiation.

    ___________________* Discente do curso superior de Tecnologia em Radiologia da UNESC Faculdade So Gabriel.

    E-mail: [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]
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    1 INTRODUO

    Apesar dos indiscutveis benefcios obtidos com o uso das radiaes ionizantes, sabe-

    se que, devido sua interao com a matria biolgica, h tambm efeitos nocivos provenientesdeste uso que podem ser ou no reversveis e, portanto, o cuidado com a proteo dos

    indivduos atuantes em ambientes expostos essas radiaes deve ser trabalhado em todos os

    aspectos com o intuito de proteger tanto os profissionais quanto o pblico envolvido.

    Segundo Dimenstein e Hornos (2001), a radiobiologia estuda os efeitos das radiaes

    ionizantes, considerando que as informaes genticas so encontradas no ncleo das clulas

    e a radiao pode induzir a quebra da molcula de DNA (cido desoxirribonucleico) o que

    pode provocar um dano gentico ou somtico. Da a necessidade do emprego das normas de

    radioproteo durante a utilizao das radiaes ionizantes, principalmente no setor de sade.

    Para Azevedo A. C. P. (2001), no setor de sade onde h um emprego maior das

    radiaes ionizantes e, por consequncia, uma maior exposio da populao que a utilizam

    seja para fins diagnsticos ou teraputicos.

    Por essa razo tambm no setor de sade que so realizadas inmeras pesquisas com

    o objetivo de diagnosticar problemas e procurar solues para que se possa evitar ou, pelo

    menos, minimizar seus efeitos deletrios.

    Como a maioria das pessoas que utilizam o servio de sade na cidade de Teresina-Pi

    procuram a assistncia pblica e, mais especificamente, a rede pblica municipal, devido sua

    capilaridade, direcionou-se este estudo a este setor procurando identificar, na atuao dos

    Tcnicos e Tecnlogos, os mecanismos de radioproteo por eles utilizados.

    De acordo com o cdigo de tica dos profissionais das tcnicas radiolgicas (Art. 17

    e 18. Cap. VII):

    Art. 17 O Tecnlogo, Tcnico e Auxiliar em Radiologia, deve observar, rigorosa e

    permanentemente, as normas legais de proteo contra as radiaes ionizantes nodesempenho de suas atividades profissionais, para resguardar sua sade, a do cliente,de seus auxiliares e de seus descendentes.

    Art. 18 Ser de responsabilidade do Tecnlogo ou Tcnico em Radiologia, queestiver operando o equipamento emissor de Radiao a isolao do local, a proteodas pessoas nas reas irradiadas e a utilizao dos equipamentos de segurana, emconformidade com as normas de proteo Radiolgica vigentes no Pas.

    Realizou-se a pesquisa em centros e unidades de sade municipais que constam no

    stio da Fundao Municipal de Sade na internet no perodo de 14 a 17 de abril de 2009.

    Foram entrevistados 1 (um) Tcnico/Tecnlogo em cada local atravs de questionrio semi-

    estruturado com perguntas objetivas e subjetivas a respeito de seus conhecimentos sobre

    radioproteo e como a utilizam no seu dia-dia profissional.

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    Este trabalho est dividido em duas partes: a primeira procura, atravs de pesquisa

    bibliogrfica, dar noes do que vem a ser radiaes ionizantes, suas caratersticas e forma de

    interao com a matria biolgica bem como a maneira de quantific-la e dela se proteger. A

    segunda, procura demonstrar o comportamento dos profissionais Tcnicos e Tecnlogos

    quanto a radioproteo na sua atuao cotidiana atravs dos dados obtidos com a pesquisa de

    campo e fazendo uma anlise comparativa com as normas vigentes no pas (CNEN/NE-3.01,

    1988 e Portaria n 453 MS/SV, 1998).

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    2 RADIAES IONIZANTES

    De acordo com Biral (2002), por radiaes entende-se qualquer propagao de energia

    atravs do espao, em partculas ou ondas eletromagnticas. As radiaes podem ou noionizar a matria com a qual interagem. Aquelas que, ao atingir as clulas transferem-lhes

    energia, provocando alteraes nos tomos e molculas que as constituem so as chamadas

    radiaes ionizantes.

    Segundo Biral A.R. (2002, P. 19):

    No sentido estrito do termo, radiaes ionizantes se refere a ondaseletromagnticas de alta energia (raios X e raios gama). A interao dessas ondas,com a matria desencadear uma srie de ionizaes. Nessas interaes, os ftons,

    associados s ondas, transferiro parte de sua energia para os eltrons fruto dessasionizaes, que sero postos em movimento.

    As radiaes ionizantes podem ser naturais, como por exemplo os radioistopos

    CO60, Cs137, Ir 192 e as artificiais como os raios X, sendo que tanto as naturais quanto as

    artificiais podem interagir com o organismo biolgico.

    Grande parte do conhecimento adquirido sobre a relao das radiaes ionizantes

    com os organismos biolgicos veio dos estudos teraputicos dos sobreviventes de ataques

    nucleares durante a segunda guerra mundial (Japo - 1945) e de acidentes como o deChernobyl (Ucrnia - 1986) e Three Mile Island (EUA - 1979). Estes estudos permitiram

    avaliar o grau de comprometimento de tecidos e rgos expostos a diferentes nveis e tipos de

    radiao.

    Uma das maiores aplicaes das radiaes ionizantes no setor da sade. O

    radiodiagnstico responsvel pela maior parte das exposies radiaes ionizantes da

    populao mundial. (OLIVEIRA; AZEVEDO; CARVALHO, 2001)

    Segundo Navarro, M. V. T.; Leite, H. J.D.; Alexandrino, J. C.; Costa, E. A.:

    O radiodiagnstico de fundamental importncia para a sade pblica, quer sejapelo seu papel de suporte diagnstico/acompanhamento nas mais diversas reas damedicina ou por representar a principal fonte de exposio s radiaes artificiais.

    Azevedo A.C.P (2001) afirma que, embora rgos governamentais como a CNEN

    (Comisso Nacional de Energia Nuclear) procurem difundir conhecimento a respeito de

    radioproteo e de como utiliz-la com eficincia, alguns poucos indivduos, mesmo os

    profissionais da rea, conhecem, de fato, os efeitos malficos das radiaes ionizantes,

    situao esta que bastante preocupante haja visto dados do IRD (Instituto de Radioproteo

    e Dosimetria) de que 80% dos trabalhadores que lidam diretamente com fontes emissoras de

    radiao ionizante pertencem ao setor sade.

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    3 EFEITOS BIOLGICOS DAS RADIAES IONIZANTES

    De acordo com Biral (2002), logo aps as primeiras dcadas que se seguiram

    descobertas dos raios X e da radioatividade natural, houve muitos abusos e acidentes devido a

    seu uso indiscriminado. Baseado nesses acidentes e abusos, estudos foram realizados no

    intuito de determinar os efeitos deletrios dessas energias.

    No estudo dos efeitos das radiaes ionizantes sobre os organismos biolgicos,

    destacam-se os cientistas franceses Jean Bergoni e Louis Tribondeau que em 1905

    descreveram as primeiras observaes sobre esses efeitos. Eles descobriram que quanto maior

    a taxa mittica das clulas mais radiossensveis estas seriam; tambm que quanto menos

    diferenciada a clula maior sua radiossensibilidade; clulas com alta taxa de proliferao

    tambm so mais radiossensveis.

    Segundo OKUNO, E.; CALDAS, I. L.; CHOW C. (1986, P. 71):

    Os estudos dos mecanismos bsicos da radiobiologia permitem anlises microscpicasdo que ocorre com a passagem da radiao e liberao de sua energia em volumesmuito pequenos como clulas ou parte das clulas. A energia liberada pode produzirionizao e excitao dos tomos e quebra de molculas e, como consequncia,formao de ons e radicais livres altamente reativos.

    Essa interao com a matria pode ocorrer de duas formas distintas, conhecidas como

    ao direta e ao indireta.

    Na ao direta, a radiao atua diretamente sobre as molculas biolgicas causando-

    lhes danos que, dependendo da severidade, podem ser reversveis, quando os mecanismos de

    reparo funcionam bem, ou irreversveis quando o dano no pode ser reparado.

    Segundo Heneine I. F. (2005, P. 366):

    A radiao choca-se e age diretamente sobre molculas biolgicas, como DNA,protenas, lpides e outras. O choque resulta em inativao de enzimas, quebra de

    ligaes, formao de radicais complexos, etc., que impedem o funcionamentonatural dessas molculas. Resulta em danos para o sistema biolgico. cerca de20% do efeito total.

    Na ao indireta, a radiao atua sobre a molcula de gua num processo chamado de

    radilise1 gerando radicais que iro atuar sobre as outras molculas.

    Segundo Heneine (2005), a radiao absorvida pela gua, que forma radicais muito

    reativos. Esses radicais que agem sobre as biomolculas lesando-as. cerca de 80% do

    efeito total.

    Os efeitos biolgicos das radiaes ionizantes possuem algumas caractersticas gerais

    como especificidade, tempo de latncia, reversibilidade, transmissibilidade, dose limiar e

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    radiossensibilidade, que devem ser levados em conta devido ao fato de as radiaes no

    provocarem uma doena nova e sim desencadearem processos que levam a vrias doenas j

    conhecidas.

    Segundo Dimenstein R. e Hornos YMM (2001, P. 59):

    Os efeitos das radiaes so descritos pelos estudos da radiobiologia, em que soestabelecidas relaes de doses versus efeito. Considerando-se que as funesmetablicas ocorrem no citoplasma e as informaes genticas so encontradas noncleo das clulas, as radiaes podem induzir a quebra da molcula de DNA, oucausar um dano em uma seo dessa molcula do qual resultar um dano gentico ousomtico.

    Os efeitos biolgicos das radiaes ionizantes podem ser classificados em estocsticose determinsticos.

    3.1 Efeitos Determinsticos (no estocsticos)

    Segundo Dimenstein e Hornos (2001), os efeitos determinsticos (no estocsticos) so

    caracterizados por um limiar de dose, abaixo do qual no ocorre efeito (TABELA 1).

    Tabela 1: Efeitos Determinsticos

    Fonte: Renato Dimenstein & Yvone M. Mascarenhas Hornos, Manual de Proteo Radiolgica Aplicada aoRadiodiagnstico, 2001.

    Segundo Biral AR (2002, P. 121):

    A imediata relao causa e efeito, entre a exposio de um organismo a uma altadose de radiao ionizante e os sintomas atribudos perda das funes de umtecido

    biolgico, caracterizam o que se chama de efeitos determinsticos.

    Embora a maioria dos tecidos e rgos estejam em constante morte e substituio

    celular para que se mantenha o equilbrio do organismo, altas doses de radiao podem

    EFEITOS DETERMINISTICOS

    R G O / TEC ID O D OSE (Gy) EFE IT O B IOL GIC O

    Cristalino 0,5 e 2,0 O pacificao detectvel

    Pele 5,0 Eritrema

    G nadas 0,15 Esterilidade temporria

    G nadas 5,0 Esterilidade permanente

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    ocasionar a perda de funo celular tornando-as incapazes de se reproduzir e at mesmo

    levando-as morte.

    Esterilidade (permanente ou temporria), catarata, eritema, nuseas, diarreia, fadiga e

    sangramento das gengivas so alguns exemplos de efeitos determinsticos decorrentes da

    exposio s radiaes ionizantes.

    3.2 Efeitos Estocsticos

    Os efeitos estocsticos das radiaes ionizantes no apresentam limiar de dose

    podendo ocorrer com exposio a baixas doses como por exemplo uma nica chapa de raios

    X, e tem um perodo de latncia que pode durar dias, meses ou at mesmo anos.

    Segundo Biral AR (2002, P. 123):

    Apesar da inquestionvel correlao entre o aumento da exposio por radiaes e oaumento de casos de cncer, as dependncias entre causa e efeito so inmeras. Otempo de latncia para o surgimento de um cncer de origem radiognica pode sermuito grande (da ordem de anos) s vezes to grande quanto o tempo estimado devida do organismo em questo. Alm do mais, os riscos associados a esses cnceres

    podem se encontrar mascarados por diversos outros fatores.

    Como os efeitos estocsticos esto associados a mutaes genticas nas clulas, casoestas ocorram em clulas germinativas, essas mudanas, por serem hereditrias, podem levar

    vrias geraes para se manifestar.

    1Quebra da molcula de gua (H2O) por a ao de radiao ionizante.

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    4 UNIDADES E GRANDEZAS ENVOLVIDAS EM RADIOPROTEO

    Sempre que se fala em radioproteo faz-se necessrio o conhecimento de grandezas

    fsicas e suas unidades. As mais importantes gradezas consideradas so Exposio (X), DoseAbsorvida (D) e dose equivalente (H).

    Segundo Dimenstein e Hornos (2001), a partir dessas grandezas fsicas possvel

    relacionar os valores de doses de radiao com os efeitos deletrios decorrentes das radiaes

    ionizantes para os trabalhadores e pacientes.

    4.1 Exposio (X)

    Segundo Dimenstein e Hornos (2001), a grandeza exposio (X) conceito definido

    para incidncia de radiao (raios X ou Gama) que, interagindo com o meio, produz pares de

    ons.

    De acordo com Garcia, E. A. C. (2002, P. 346):

    A unidade de exposio est relacionada com a absoro de radiao pelo ar seco.Assim, ela pode ser representada pelo quociente da quantidade total de cargas demesmo sinal (dQ) produzidas pelo fluxo de radiao numa determinada massa de arseco (dm).

    4.2 Dose Absorvida (D)

    De acordo com Dimenstein e Hornos (2001), a dose absorvida (D) corresponde

    deposio de energia da radiao na matria, e sua unidade de medida o gray (Gy).

    4.3 Dose Equivalente (H)

    De acordo com Dimenstein e Hornos (2001), a dose equivalente (H) calculada como

    a somatria da dose em cada tipo de tecido ponderado e para cada tipo de radiao.

    Quando essas doses comearam a ser consideradas, lhes foram atribudas unidades evalores de referncia. Hoje as unidades foram reformuladas (TABELA 2).

    Tabela 2: Relao entre unidades de radioproteo

    Fonte: Renato Dimenstein & Yvone M. Mascarenhas Hornos, Manual de Proteo Radiolgica Aplicada aoRadiodiagnstico, 2001.

    RELAO ENTRE UNIDADES DE RADIOPROTEO

    GRANDEZA UNIDADE ANTIGA UNIDADE ATUAL RELAO

    Exposio (X) R (Roentgen) C / Kg

    Dose (D) gray

    Dose Equivalente (H) sievert

    1R=2,58 x 10 -4

    Rad (Radiation AbsorbeDose) 1 rad = 10

    -2

    Rem (RadiationEquivalent for Men)1 rem = 10 -2

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    5 PRINCPIOS E FATORES BSICOS DE RADIOPROTEO

    Segundo a CNEN-NN-3.01 (1988), a Proteo Radiolgica tem por objetivo a

    proteo do homem e de seu meio ambiente contra os possveis efeitos deletrios causados

    pelas radiaes ionizantes provenientes de fontes produzidas pelo homem, e de fontes naturais

    modificadas tecnologicamente.

    Devido aos efeitos deletrios das radiaes ionizantes nos organismos biolgicos e em

    especial no ser humano, vrias instituies nacionais (ANVISA Agncia Nacional de

    Vigilncia Sanitria e a CNEN- Comisso Nacional de Energia Nuclear) e internacionais

    (ICRP - International Commission on Radiological Protection e o ICRU - International

    Commission on Radiation Units & Measurements) tm-se dedicado a elaborar normas que

    minimizem esses efeitos e promovam uma melhor aplicao das radiaes ionizantes tanto na

    rea diagnstica quanto na teraputica.

    De acordo com Garcia, E. A. C. (2002, P. 355)

    O objetivo da proteo radiolgica prevenir os riscos decorrentes dos efeitos no-estocsticos, obedecendo-se as doses limites de segurana. Alm disso a radioproteoengloba estudos que visam definir como expor com critrio os indivduos que, porqualquer razo, necessitam submeter-se s radiaes ionizantes.

    A CNEN-NN-3.01 (1988), estabelece diretrizes bsicas de radioproteo que

    determinam o comportamento de todos os estabelecimentos e profissionais que trabalham

    com radiao ionizante no Brasil. Esses princpios so a Justificativa, a Otimizao e a

    Limitao da Dose.

    5.1 Princpio da justificao

    Sempre que for necessrio o uso de radiaes ionizantes para fins diagnsticos ou

    teraputicos, este deve ser justificado levando em conta os riscos-benefcios oriundos de sua

    aplicao. Caso haja alguma forma de se obter os mesmos resultados, sejam estes

    diagnsticos ou teraputicos, com mecanismos que no utilizem radiao ionizante, este deve

    ser priorizado.

    Segundo a CNEN-NN-3.01 (1988, Art. 5.4.1.2):

    As exposies mdicas de pacientes devem ser justificadas, ponderando-se osbenefcios diagnsticos ou teraputicos que elas venham a produzir em relao aodetrimento correspondente, levando-se em conta os riscos e benefcios de tcnicasalternativas disponveis, que no envolvam exposio.

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    5.2 Princpio da limitao da dose

    Deve-se procurar, ao mximo, minimizar as exposies s radiaes ionizantes no

    intuito de preservar a sade tanto dos indivduos ocupacionalmente expostos quanto dos

    pacientes e do pblico em geral (TABELA 3).

    Tabela 3: Limites de doses para Trabalhadores e Populao em geral

    Fonte: CNEN-NE 3,01 de dezembro de 1988

    H ainda outros valores de limite de dose que devemos considerar. De acordo com a

    portaria MS/SVS (Ministrio da Sade / Servio de Vigilncia Sanitria) n 453 (1998, 2.13,

    itens a, i, ii, b, i,):

    a) As exposies ocupacionais normais de cada indivduo, decorrentes de todas asprticas, devem ser controladas de modo que os valores dos limites estabelecidos naResoluo-CNEN n 12/88 no sejam excedidos. Nas prticas abrangidas por esteRegulamento, o controle deve ser realizado da seguinte forma:(i) a dose efetiva mdia anual no deve exceder 20 mSv em qualquer perodo de 5anos consecutivos, no podendo exceder 50 mSv em nenhum ano.(ii) a dose equivalente anual no deve exceder 500 mSv para extremidades e 150mSv para o cristalino.

    b) Para mulheres grvidas devem ser observados os seguintes requisitos adicionais,de modo a proteger o embrio ou feto:(i) a gravidez deve ser notificada ao titular do servio to logo seja constatada;

    De acordo com a CNEN-NN-3.01 (1988), para mulheres com capacidade reprodutiva,

    a dose no abdome no deve exceder a 10 mSv em qualquer perodo de 3 meses consecutivos.

    5.3 Princpio da Otimizao

    A otimizao diz que as exposies devem manter-se no nvel mais baixo possvel

    para qualquer exposio, ou seja, devem ser to baixas quanto razoavelmente exequvel

    (ALARA - As Low As Reasonably Achievable), levando-se em considerao fatores sociais e

    econmicos.

    Dimenstein e Hornos (2001) afirmam que a proteo radiolgica otimizada quando

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    as exposies empregam a menor dose possvel de radiao, sem que isso implique a perda da

    qualidade da imagem.

    Segundo a portaria MS/SV n 453 (1998, 2.8 e 2.9):

    2.8 - No emprego das radiaes em medicina e odontologia, deve-se dar nfase otimizao da proteo nos procedimentos de trabalho, por possuir umainfluncia direta na qualidade e segurana da assistncia aos pacientes.

    2.9 As exposies mdicas de pacientes devem ser otimizadas ao valor mnimonecessrio para obteno do objetivo radiolgico (diagnstico e teraputico),compatvel com os padres aceitveis de qualidade de imagem.

    5.4 Fatores de radioproteo

    A proteo radiolgica a melhor forma de proteger os indivduos ocupacionalmenteexpostos a exposies desnecessrias de radiaes ionizantes, em especial no

    radiodiagnstico. Para isto existem algumas formas simples de proteo que devem ser

    levadas em considerao tais como a distncia da fonte, a blindagem e o tempo de exposio.

    5.4.1 Distncia da fonte

    A intensidade dos raios X (ou qualquer outro tipo de radiao ionizante) diminui

    medida em que se aumenta a distncia entre a fonte emissora e o objeto (ou pessoa) a

    proteger. o que diz a lei do inverso do quadrado da distncia: D1 / D2 = (d1/ d2)2, onde D1

    e D2 so as Taxas de Dose nas distncia d1 e d2 da fonte, respectivamente. Quando a

    distncia de um indivduo fonte dobra, a Dose reduzida a um quarto do seu valor inicial.

    Segundo Dimenstein e Hornos (2001), quanto mais distante da fonte de radiao,

    menor a intensidade do feixe. A intensidade da radiao proporcional ao inverso do

    quadrado da distncia entre o ponto e a fonte.

    5.4.2 Blindagem

    O fator blindagem de extrema importncia quando se fala em radioproteo. As

    salas de raios X devem ser executadas com materiais que impeam a fuga da radiao ali

    utilizada para fins de limitao de Dose. A determinao da espessura e material adequado

    para confeco desses dispositivos depende do tipo (raios X, raios gama, partculas alfa ou

    beta, nutrons) e da intensidade da radiao ( por exemplo, Atividade do material radioativo

    ou potncia do equipamento emissor de raios-X), bem como do valor de Dose aceitvel, aps

    a atenuao pela blindagem.

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    5.4.3 Tempo de exposio

    O tempo durante exposies radiaes ionizantes, seja para diagnstico, seja para

    terapia, fator importante para diminuio da dose. Quanto menor o tempo de exposio

    menor a dose absorvida, logo menor a chance de efeito deletrio.

    Segundo Heneine, IF (2005, P. 370):

    A exposio deve ser mnima, e para seu controle usam-se monitores de exposio(filmes, dosmetros, indicadores de ionizao, etc.), que mostram a radioatividadeatual existente no local (monitores), ou ainda indicam a dose acumulada deexposio (filme dosimtrico).

    O fator tempo uma das mais simples e prticas de proteo radiolgica desde que ,

    seja trabalhado de forma a no trazer prejuzo para o exame ou tratamento.

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    6 RESULTADOS E DISCUSSO

    Segundo o exposto nos itens supra citados, a radioproteo de importncia

    indiscutvel em qualquer setor que atue com radiaes ionizantes seja para diagnstico, seja

    para terapia.

    De acordo com as respostas obtidas durante a pesquisa pde-se observar alguns dados

    que nos levam a entender, pelo menos sob a tica da radioproteo, como andam as unidades

    e centros de sade da rede municipal de Teresina.

    Os locais escolhidos para a pesquisa foram as unidades e centros de sade municipais

    relacionados no site oficial da Fundao Municipal de Sade da Prefeitura Municipal de

    Teresina (http://www.teresina.pi.gov.br/portalpmt/orgao/redeatend.php) e mais o Hospital de

    Urgncia de Teresina Dr. Zenon Rocha alm do Centro Integrado de Sade Lineu Arajo.

    Realizou-se a pesquisa no perodo de 17 a 24 de abril de 2009 e, em cada local, foi

    entrevistado um Tcnico/Tecnlogo que, de livre e espontnea vontade, aceitou responder as

    perguntas formuladas mediante um termo de consentimento livre e esclarecido por ele

    assinado (APNDICE A). Apenas em um local, o Pronto-Socorro do Dirceu II, nenhum

    Tcnico ou Tecnlogo procurado se disps a participar da entrevista.

    As perguntas, ora objetivas, ora subjetivas, procuraram entender como essesprofissionais agem com a finalidade de proteger a si e aos pacientes por eles atendidos no seu

    local de trabalho. Buscou-se tambm verificar se estavam disponibilizados os equipamentos

    de proteo individual como aventais plumbferos, luvas plumbferas, culos plumbferos,

    protetor de tireoide, protetor de gnadas e etc., necessrios a realizao dos exames

    radiolgicos.

    Observou-se que 80% dos entrevistados tm mais de 10 (dez) anos de atuao na rea

    de radiodiagnstico e que 50% destes tm mais de 30 anos de atuao (GRFICO 1).

    20%

    60%

    20%

    MENOS DE 10ANOS

    ENTRE 10 E30 ANOS

    MAIS DE 30ANOS

    Grfico-1: Tempo de atuao na rea de radiologia

    http://www.teresina.pi.gov.br/portalpmt/orgao/redeatend.phphttp://www.teresina.pi.gov.br/portalpmt/orgao/redeatend.php
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    Verificou-se que 60% destes profissionais comearam a trabalhar sem nenhuma habilitao

    em radiologia e, somente aps alguns anos, fizeram um curso tcnico. No entanto, 1 (um) dos

    entrevistados disse nunca ter feito nenhum curso, utilizando apenas os conhecimentos

    adquiridos na prtica da profisso (GRFICO 2).

    Tambm ficou constatado que apenas 60% dos entrevistados possuem registro no

    CONTER (Conselho Nacional de Tcnicos e Tecnlogos em Radiologia). 40% destes

    profissionais trabalham na ilegalidade, j que a Portaria 453 da ANVISA diz que obrigatrio

    esse registro (GRFICO 3).

    60%

    40%

    POSSUEM NO

    POSSUEM

    Grfico-3: Registro no conselho (CONTER)

    Grfico-2: Qualificao para trabalhar com radiologia

    40%

    50%

    10%

    FIZERAM CURSOANTES DE ATUAR

    FIZERERAM CURSODEPOIS QUE ATUAVAM

    ATUAM SEM NUNCATER FEITO NENHUMCURSO

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    Verificou-se ainda que 80% so profissionais de nvel mdio e 10% de nvel superior e

    10% no possuem formao tcnica na rea (GRFICO 4).

    Quanto a curso especfico de radioproteo 50% afirmaram ter realizado algum tipo

    de qualificao nesta rea.

    Quando perguntados sobre o que entendiam por radioproteo 100% dos

    entrevistados responderam que a maneira pela qual se protegem e protegem os pacientesenvolvidos no uso das radiaes ionizantes.

    Sobre a questo de atentar para a proteo radiolgica durante a realizao de

    exames, 90% dos entrevistados disseram que era importante para evitar problemas tanto para

    eles quanto para os pacientes. J 10% no consideravam to importante devido ao fato de

    serem exames espordicos e no uma atividade rotineira para o paciente (GRFICO 5).

    Grfico-4: Formao acadmica

    Grfico-5: Proteo ao paciente

    90%

    10%

    IMPORTANTE POUCOIMPORTANTE

    10%

    80%

    10%

    NENHUMA NVEL MDIO NVELSUPERIOR

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    Todos os entrevistados afirmaram utilizar equipamentos de proteo individual

    sempre que disponibilizados no local de trabalho como avental plumbfero, mscara e luvas.

    Quando perguntados sobre como procuravam evitar que o paciente sofresse

    exposio alm da necessria para a realizao do exame 80% afirmaram que a colimao

    seria a melhor forma de evitar tais exposies, mantendo sob ao dos raios x apenas a rea

    de interesse. 10% disseram que um exame realizado com rapidez seria a melhor forma e,

    outros 10% disseram que a unidade de sade no dispunha de equipamentos de proteo

    individual, logo no tinham como evitar (GRFICO 6).

    A respeito do uso ou no de equipamentos de proteo individual quando estes esto

    disponveis, 20% disseram que no utilizam por no acharem necessrio (GRFICO 7).

    Quando perguntados sobre se consideravam importante o uso de equipamentos de

    proteo individual no seu dia-dia profissional todos responderam que era muito importante

    para se evitar os problemas decorrentes da exposio a radiaes, o que demonstra claramente

    uma incoerncia entre as respostas.

    10%

    80%

    10%

    DIMINUINDOTEMPO DEEXPOSIO

    COLIMAO BEMFEITA

    AFIRMAM NOTER COMOEVITAR

    Grfico-6: Como evitar exposies desnecessrias

    Grfico-7: Necessidade do uso de EPI

    80%

    20%

    NECESSRIO DESNECESSRIO

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    Em relao ao fornecimento dos equipamentos de proteo individual por parte dos

    centros de sade e postos, 50% afirmaram que estes no so fornecidos em quantidade

    suficiente havendo constante falta de tais materiais. J os outros 50% dizem que sim, os

    equipamentos so fornecidos em quantidade suficiente.

    Ao questionamento sobre se realizariam um determinado exame caso faltasse o

    equipamento de proteo necessrio ao mesmo, 40% afirmaram que no realizariam para

    evitar possveis problemas por falta de segurana para eles e para o paciente. Em

    contrapartida, 60% responderam que sim, fariam o exame se considerassem que o benefcio

    seria maior que os riscos envolvidos (GRFICO 8).

    Os Tcnicos e Tecnlogos tambm foram questionados sobre como eles

    classificariam as salas de raios x nas quais trabalham quanto a barreiras plumbferas e

    equipamentos de proteo, 60% classificaram como BOM, 10% classificaram como TIMO

    e 30% como REGULAR (GRFICO 9).

    40%60%

    FARIAM NO

    FARIAM

    Grfico-8: Realizao de exames sem segurana

    30%

    60%

    10%

    TIMO BOM REGULAR

    Grfico-9: Salas de raios x quanto a radioproteo fsica

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    7 CONSIDERAES FINAIS

    A radioproteo tm por finalidade bsica fornecer subsdios aos profissionais que

    atuam com radiaes ionizantes seja no mbito diagnstico ou teraputico para que possam

    diminuir e at mesmo evitar os efeitos deletrios que estas podem ocasionar.

    Esta pesquisa, embora no tenha contemplado todos os profissionais das tcnicas

    radiolgicas das unidades e centros de sade avaliados, serve como amostra de como esses

    profissionais atuam no seu cotidiano.

    Pde-se observar, em alguns casos, o completo desconhecimentos das normas

    vigentes sobre radioproteo e, at mesmo, uma certa ignorncia quanto ao perigo do uso

    incompetente das radiaes ionizantes.

    Dimenstein e Hornos (2001), enfatizam que por ser o diagnstico por imagem

    amplamente difundido e por envolver radiaes ionizantes, faz-se necessrio, cada vez mais,

    que os profissionais envolvidos sejam capacitados, tanto na teoria quanto na prtica,

    primando pela segurana, controle de qualidade, proteo, tempo de exposio e etc, onde o

    conhecimento tcnico terico-prtico imprescindvel e absolutamente indispensvel.

    Durante as visitas s unidades e postos de sade citados na pesquisa, observou-se que

    em apenas 10% destes os Tcnicos e Tecnlogos utilizavam o dosmetro como manda aportaria MS/SV n 453 de 1998.

    H que se enfatizar, baseando-se nos dados coletados, a necessidade de uma maior

    atuao dos rgos responsveis pela fiscalizao de instalaes que atuam com radiaes

    ionizantes como a ANVISA e a CNEN com o intuito de verificar, principalmente, a

    capacidade operacional destes profissionais assim como as condies de trabalho oferecidas

    pelos estabelecimentos de sade que se utilizam de radiaes ionizantes para diagnostico.

    inconcebvel que ainda se permita a atuao de profissionais sem o conhecimentotcnico necessrio a um bom desempenho de suas funes, principalmente quando essa

    atuao pe em risco a sade de grande parte da populao. Quando um profissional das

    tcnicas radiolgicas diz que no se preocupa com a proteo do paciente por que ... um

    exame s, uma vez ou outra, por isso no faz mal... mostra o grau de conhecimento e

    comprometimento deste profissional quanto radioproteo.

    O pargrafo terceiro do captulo VII do cdigo de tica dos profissionais das tcnicas

    radiolgicas afirma que o Tcnico/Tecnlogo deve assumir civil e penalmente

    responsabilidades por atos profissionais danosos ao cliente/paciente a que tenha dado causa

    por impercia, imprudncia, negligencia ou omisso.

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    Embora no se possa generalizar, por amostragem, verificou-se a deficincia tcnico-

    profissional estabelecida nos locais pesquisados e a falta de atuao dos rgos competentes

    tanto da fiscalizao (ANVISA / CNEN) quanto da Prefeitura Municipal de Teresina que

    permitem a perpetuao desta situao.

    A pesquisa mostrou que h falhas quanto radioproteo, do ponto de vista tico e

    legal, nas unidades e postos de sade investigados, o que leva a crer que tambm os h nos

    outros estabelecimentos no contemplados nesta pesquisa. Cabe ao gestor pblico

    responsvel, Prefeitura Municipal de Teresina, uma atuao mais efetiva com o objetivo de

    corrigi-las, qualificando e capacitando seus funcionrios para que possam prestar um melhor

    servio a populao resguardando-a dos malefcios oriundos do uso incompetente e/ou

    negligente das radiaes ionizantes.

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    Referncias Bibliogrficas

    Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria ANVISA (1998), Diretrizes bsicas de proteoradiolgicas em radiodiagnstico mdico e odontolgico. MS/SV n 453, Brasil.

    AZEVEDO, Ana Ceclia Pedrosa, Proteo Radiologica e Controle de Qualidade emRadiodiagnstico. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001.

    BIRAL, Antnio Renato, Radiaes ionizantes para mdicos fsicos e leigos. Florianpolis:Insular, 2002.

    Cdigo de tica dos profissionais das tcnicas radiolgicas. Disponvel em:http://www.conter.gov.br/. Acesso em: 02 de novembro de 2009.

    Comisso Nacional de Energia Nuclear CNEN (1988), Diretrizes bsicas deradioproteo. CNEN/NE-3.01, Brasil.

    DIMENSTEIN, Renato; HORNOS, Yvone M. Mascarenhas, Manual de proteoradiolgica aplicada ao radiodiagnstico. So Paulo: Senac, 2001.

    HENEINE, Ibrahim Felippe, Biofsica Bsica. So Paulo: Atheneu, 2005.

    NAVARRO, Marcus Vincius Teixeira; LEITE, Handerso Jorge Dourado; ALEXANDRINO,Josemir da Cruz; COSTA, Edn Alves, Controle de riscos sade em radiodiagnstico:uma perspectiva histrica. Bahia: CEFET/NTS, 2008.

    OKUNO, Emico; CALDAS, Iber L.; CHOW, Cecil, Fsica para cincias biolgicas ebiomdicas. So Paulo: HARBRA, 1986.

    OLIVEIRA, Srgio Ricardo de; AZEVEDO, Ana Ceclia Pedrosa de; CARVALHO, AntonioCarlos Pires, Elaborao de um programa de monitorao ocupacional em radiologiapara o Hospital Universitrio Clementino Fraga Filho. Disponvel em:http://www.scielo.br. Acesso em: 12 de novembro de 2009.

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    ANEXOS

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    ANEXO A

    UNIDADE / CENTRO ENDEREO

    UNIDADES E CENTROS DE SADEPESQUISADOS

    UNIDADE DE SADEPROMORAR

    AV ULISSES GUIMARES S/NZONA SUL

    UNIDADE DE SADEMONTE CASTELO

    RUA ANTONIO CAVOUR DEMIRANDA, 357ZONA SUL

    UNIDADE DE SADEPARQUE PIAU

    RUA MAL. RONDON, 6262ZONA SUL

    UNIDADE DE SADEBUENOS AIRES

    RUA CASTELO DO PIAU, S/NZONA NORTE

    UNIDADE DE SADE

    MATADOURO

    RUA RUI BARBOSA S/N

    ZONA NORTE

    UNIDADE DE SADEPRIMAVERA

    AV. DUQUE DE CAXIAS S/NZONA NORTE

    UNIDADE DE SADESATLITE

    RUA COUNTRY CLUB, S/NZONA LESTE

    UNIDADE DE SADE WALLFERRAZ

    PRAA DOS CORREIOS, S/NZONA SUDESTE

    PRONTO SOCORRO DIRCEUII

    QUADRA 250, CASA 50ZONA SUDESTE

    HOSPITAL DE URGNCIA DETERESINA Dr. ZENON

    ROCHA (H.U.T.)

    BAIRRO REDENO ZONASUL DE TERESINA

    CENTRO INTEGRADO DESADE LINEU ARAJO

    RUA MAGALHES FILHO,152 CENTRO

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    APNDICES

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    APNDICE A

    Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Adultos

    Declarao do participante

    Eu, ___________________________________, com 18 anos de idade ou mais, em

    pleno gozo de minhas faculdades, concordo em participar como voluntrio no estudo

    denominado Radioproteo nos servios radiolgicos da rede de sade pblica

    municipal de Teresina. As implicaes da minha participao voluntria, incluindo anatureza, durao e objetivo do estudo, os mtodos e meios atravs dos quais ele ser

    conduzido, assim como as inconvenincias foram explicados a mim. Tive a oportunidade de

    esclarecer todas as dvidas que eu tinha a respeito do estudo. Entendo que em qualquer

    momento posso desistir de participar do estudo sem sofrer nenhuma punio ou perda dos

    meus direitos. Eu recebi uma cpia deste termo de consentimento.

    __________________________________ ____________________________________

    Nome do voluntrio Assinatura ou impresso digital do voluntrio

    ________/_________/__________ s _________horas

    Data Hora

    Declarao da testemunha

    Eu presenciei a explicao acima descrita, posso confirmar a oportunidade

    concedida ao voluntrio de fazer perguntas e a assinatura do mesmo.

    _________________________________ _____________________________________

    Nome da testemunha Assinatura ou impresso digital da testemunha

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    Termo de consentimento Livre e Esclarecido para Adultos

    Ao assinar este documento voc estar concordando em participar de uma pesquisa chamada

    Radioproteo nos servios radiolgicos da rede de sade pblica municipal de

    Teresina.

    Objetivo: O objetivo do estudo verificar a atuao do tcnico em radiologia no quediz respeito radioproteo na execuo de exames e comparar as aes do tcnico emradiologia quanto radioproteo com as normas estabelecidas.

    Explicao do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

    1. Ttulo do estudo: Radioproteo nos servios radiolgicos da rede de sade pblica

    municipal de Teresina.

    Investigadores principais: Carlos Antonio da Silva, Estudante de Tecnologia em Radiologiada Unesc Faculdade So Gabriel, Dayane Arrais Lima., Tnl. Radiologia, Psicloga,orientadora do Projeto de Pesquisa.

    Informao sobre a participao: O Sr. ( A Sra.) foi convidado a participar de uma pesquisa

    cientifica para fornecer dados a respeito da aplicabilidade das normas de segurana e proteo

    radiolgica durante a realizao de exames de raios x. importante entender que: (1) Esta

    participao totalmente voluntria. (2) A participao poder ser interrompida a qualquer

    momento. A recusa em participar no implicar em nenhum problema administrativo-

    profissional. (3) O Sr (A Sra) pode fazer qualquer pergunta que desejar para entender melhor

    o estudo.

    Procedimentos a serem seguidos. Caso o Sr (a Sra) concorde em participar deste estudo, lheser aplicado um questionrio o qual ser respondido pelo Sr (a Sra) e preenchido pelo

    pesquisador. Aps o trmino o Sr (a Sra) far uma leitura do mesmo confirmando, comassinatura, que os dados ali contidos esto de acordo com as respostas dadas. Esteformulrio, juntamente como outros respondidos pelos demais participantes da pesquisa,ser analisado para um posterior relatrio sobre o tema da pesquisa.

    Benefcios. A pessoa que participar deste estudo no ter prejuzo, mas tambm no terbeneficio pessoal. Ningum receber auxlio financeiro pela participao neste estudo,mas tambm no ter gastos decorrentes da participao.

    Compromisso de Confidencialidade da Identidade do Voluntrio. Os registros destaparticipao sero mantidos confidenciais. Entretanto, estes registros podero ser

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    analisados por representantes da Unesc Faculdade So Gabriel. Isto faz parte daresponsabilidade deste rgo em acompanhar a pesquisa. Seu nome nunca ser divulgadoem nenhum relatrio deste estudo.

    Novos achados significativos. Qualquer informao importante que surgir durante suaparticipao no estudo e que possa afetar a sua sade ser levada ao seu conhecimento,atravs dos pesquisadores responsveis (Carlos Antonio e Dra. Daniela Moura). Elesentraro em contato com o Sr. (a Sra) atravs de carta, telegrama ou telefone, no endereoindicado por voc.

    Pessoas e Locais para Respostas, Perguntas e Informaes Relacionadas ao Estudo. Porfavor, entre em contato com uma dessas pessoas abaixo caso voc tenha perguntasrelacionadas com esta pesquisa:

    Carlos Antonio da Silva, pelo telefone (86) 3218-5292 / 9417-3352

    Prof.. Esp. Dayane Arrais Lima, pelo telefone (86) 9922 - 2666

    SE O SR (A SRA) NO ENTENDEU ALGUMA PARTE DESTE DOCUMENTO,PERGUNTE AO INVESTIGADOR ANTES DE ASSINAR. UMA CPIA DESTETERMO DE CONSENTIMENTO LHE SSER ENTREGUE EM SEGUIDA.

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    APNDICE B

    FORMULRIO

    1 H quanto tempo trabalha como tcnico em radiologia?

    ___________________________________________________________________________

    2 Fez algum curso para trabalhar com radiologia?

    Sim No

    Se afirmativo, quando foi realizado?______________________________________________

    3 Tem registro no CRTR?

    Sim No

    4 Fez algum curso, especializao, treinamento sobre proteo radiolgica?

    Sim No

    Se afirmativo, quando foi realizado?______________________________________________

    5 O que voc entende por proteo radiolgica?

    ___________________________________________________________________________

    6 Voc considera importante atentar para a proteo radiolgica na realizao de

    exames radiolgicos?

    Sim No

    Por qu?____________________________________________________________________

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    7 Quais EPI voc utiliza para se proteger durante a realizao dos exames?

    luva mscara culos plumbfero

    protetor de tireoide avental plumbfero protetor de gnadas

    8 Como voc protege o paciente de possveis exposies desnecessrias durante o

    exame?

    ________________________________________________________________________________________________________________

    9 Na sua atividade diria voc utiliza Equipamentos de Proteo Individual (EPI)?

    Sim No

    10 Para voc qual a importncia do uso de equipamentos de proteo individual (EPI)

    no seu dia-a-dia profissional?

    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    11 Os equipamentos de proteo individual (EPI) so fornecidos pelo hospital em

    quantidade suficiente?

    Sim No

    Se afirmativo, os mesmos so adequados ao trabalho radiolgico? Sim No

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    12 Caso no haja o EPI necessrio a um determinado exame, voc o realiza?

    Sim No

    Porqu?

    ___________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________

    13 Como voc classifica o nvel de proteo radiolgica da sala de raios-x na qualtrabalha com relao a EPI e barreiras plumbferas?

    Insuficiente Regular Bom timo