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DESENVOLVIMENTO DE Caesalpinia echinata Lam. (PAU-BRASIL): INFLUÊNCIA DE RECIPIENTES COM DIFERENTES VOLUMES NA FORMAÇÃO DA MUDA F. F. A. AGUIAR; A. R. TAVARES; S. KANASHIRO; G. S. CASTAN ; J. DE AGUIAR Seção de Ornamentais, Instituto de Botânica, São Paulo, SP, CP 3005, CEP 01061 970. Aceito para publicação em: 12/03/2010. RESUMO O presente trabalho teve como objetivo estudar a influência do volume do recipiente no crescimento de mudas de Caesalpinia echinata Lam. (pau-brasil). Plântulas com 3 meses de idade foram transferidas para recipientes de PVC com 1.570; 1.962,5; 2.355; 2.747,5 e 3.140 cm 3 de volume (alturas variando de 20, 25, 30, 35 e 40 cm e diâmetro fixo de 10 cm), contendo como substrato a mistura de Plantmax- café (substrato comercial), areia e solo argiloso (1:1:1). Avaliaram-se aos 3, 6, 12, 18 e 24 meses de idade a altura da planta (H), diâmetro do colo (DC) e número de folhas e aos 24 meses as massas de matéria seca da parte aérea (MMSPA), raízes (MMSR) e total (MMST) das plantas. O experimento foi conduzido em estufa coberta por plástico de PVC, no período de janeiro de 2003 a janeiro de 2005 (24 meses), na Seção de Ornamentais do Instituto de Botânica, SP. Não houve diferenças significativas entre os tratamentos aos 24 meses, para todas as variáveis analisadas. O tratamento 2 (recipiente com volume de 1.962,5 cm³) é recomendado pela menor utilização de substrato e maior número de plantas por m 2 de unidade de cultivo. Palavras-chave: produção de muda, crescimento, Leguminosae, Caesalpinia. ABSTRACT Caesalpinia echinata LAM. (BRAZILWOOD) DEVELOPMENT: INFLUENCE OF CONTAINERS WITH DIFFERENT VOLUMES ON SEEDLING'S PRODUCTION The present study aims to study how the container volume can influence Caesalpinia echinata Lam. (brazilwood) seedlings growth. Seedlings with 3 months old were transferred to 1570, 1962.5, 2355, 2747.5 and 3140 cm 3 PVC containers, with fixed diameter of 10 cm and heights varying respectively from 20, 25, 30, 35 to 40 cm. They held as substrate a mixture of Plantmax-café (commercial substrate), sand and loamy soil (1:1:1). The following variables were evaluated after 3, 6, 12 and 18 and 24 months: plant height (H), stem diameter (DC) and number of leaves (NF). The dry matter weight of shoot system (MMSPA), roots (MMSR) and total (MMST) of plants were also evaluated after 24 months. The experiment was carried out in greenhouse covered with PVC plastic, from January 2003 to January 2005 (24 months), at the Seção de Ornamentais of Instituto de Botânica, SP. We did not observe significant differences among the several treatments after 24 months, for all analyzed variables. The treatment 2 (1962.5 cm³ container) is recommended due to the higher rate of number of plants to subtract volume and per m 2 of cultivated area. Key Words: seedling production, growth, Leguminosae, Caesalpinia INTRODUÇÃO A família Leguminosae compreende uma das maiores dentre as dicotiledôneas, sendo distribuída pelo mundo inteiro, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais (Joly, 2002). Caesalpinia echinata Lam. (pau-brasil) pertencente à família Leguminosae, subfamília Caesalpinioidae, sendo o primeiro produto economicamente

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Page 1: Artigo pau brasil Revista Ecossistema

DESENVOLVIMENTO DE Caesalpinia echinata Lam. (PAU-BRASIL): INFLUÊNCIA DE RECIPIENTES COM

DIFERENTES VOLUMES NA FORMAÇÃO DA MUDA

F. F. A. AGUIAR; A. R. TAVARES; S. KANASHIRO; G. S. CASTAN ; J. DE AGUIAR

Seção de Ornamentais, Instituto de Botânica, São Paulo, SP, CP 3005, CEP 01061 970. Aceito para publicação em: 12/03/2010.

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo estudar a

influência do volume do recipiente no crescimento

de mudas de Caesalpinia echinata Lam. (pau-brasil).

Plântulas com 3 meses de idade foram transferidas

para recipientes de PVC com 1.570; 1.962,5; 2.355;

2.747,5 e 3.140 cm3 de volume (alturas variando de

20, 25, 30, 35 e 40 cm e diâmetro fixo de 10 cm),

contendo como substrato a mistura de Plantmax-

café (substrato comercial), areia e solo argiloso

(1:1:1). Avaliaram-se aos 3, 6, 12, 18 e 24 meses de

idade a altura da planta (H), diâmetro do colo (DC) e

número de folhas e aos 24 meses as massas de

matéria seca da parte aérea (MMSPA), raízes

(MMSR) e total (MMST) das plantas. O experimento

foi conduzido em estufa coberta por plástico de

PVC, no período de janeiro de 2003 a janeiro de

2005 (24 meses), na Seção de Ornamentais do

Instituto de Botânica, SP. Não houve diferenças

significativas entre os tratamentos aos 24 meses,

para todas as variáveis analisadas. O tratamento 2

(recipiente com volume de 1.962,5 cm³) é

recomendado pela menor utilização de substrato e

maior número de plantas por m2 de unidade de

cultivo.

Palavras-chave: produção de muda, crescimento,

Leguminosae, Caesalpinia.

ABSTRACT

Caesalpinia echinata LAM. (BRAZILWOOD)

DEVELOPMENT: INFLUENCE OF CONTAINERS

WITH DIFFERENT VOLUMES ON SEEDLING'S

PRODUCTION

The present study aims to study how the container

volume can influence Caesalpinia echinata Lam.

(brazilwood) seedlings growth. Seedlings with 3

months old were transferred to 1570, 1962.5, 2355,

2747.5 and 3140 cm3 PVC containers, with fixed

diameter of 10 cm and heights varying respectively

from 20, 25, 30, 35 to 40 cm. They held as substrate

a mixture of Plantmax-café (commercial substrate),

sand and loamy soil (1:1:1). The following variables

were evaluated after 3, 6, 12 and 18 and 24 months:

plant height (H), stem diameter (DC) and number of

leaves (NF). The dry matter weight of shoot system

(MMSPA), roots (MMSR) and total (MMST) of plants

were also evaluated after 24 months. The

experiment was carried out in greenhouse covered

with PVC plastic, from January 2003 to January

2005 (24 months), at the Seção de Ornamentais of

Instituto de Botânica, SP. We did not observe

significant differences among the several treatments

after 24 months, for all analyzed variables. The

treatment 2 (1962.5 cm³ container) is recommended

due to the higher rate of number of plants to subtract

volume and per m2 of cultivated area.

Key Words: seedling production, growth,

Leguminosae, Caesalpinia

INTRODUÇÃO

A família Leguminosae compreende uma

das maiores dentre as dicotiledôneas, sendo

distribuída pelo mundo inteiro, principalmente nas

regiões tropicais e subtropicais (Joly, 2002).

Caesalpinia echinata Lam. (pau-brasil) pertencente à

família Leguminosae, subfamília Caesalpinioidae,

sendo o primeiro produto economicamente

Page 2: Artigo pau brasil Revista Ecossistema

explorado no Brasil devido ao interesse pela

“brasilina” substância extraída do cerne da madeira,

que era empregada para tingir tecidos e no fabrico

de tintas de escrever. Embora em pequena escala,

ainda ocorre exportação de C. echinata para a

Europa, Estados Unidos e Japão, onde é utilizado

para confecção de arcos de violinos e outros

instrumentos musicais (Aguiar & Barbosa, 1985;

Aguiar & Gurgel Filho, 1985; Aguiar & Pinho, 1996;

Aguiar, 2001).

Apesar de suas qualidades ornamentais,

seu emprego em paisagismo tem sido muito restrito,

pois pouco se conhece sobre sua biologia, além de

serem grandes as dificuldades de obtenção de

sementes ou mudas (Aguiar & Barbosa, 1985). A

espécie C. echinata apesar de atingir até 30 m de

altura em condições naturais, seu crescimento é

lento e irregular e raramente ultrapassa 10 m em

áreas plantadas (Barbosa & Baitello, 1978; Aguiar,

1984). O crescimento de C. echinata foi avaliado em

diferentes regiões, em condições de campo,

verificando-se alturas de 3,5 m aos dois anos, em

Recife-PE (Marinho, 1985), 2,3 m aos dois anos e

meio em Moji-Guaçu-SP (Aguiar, 1984), 1,55 m aos

três anos em Curitiba-PR (Silva, 1978), 4,53 m aos 7

anos, em Moji-Guaçu-SP (Aguiar, 1992), 7,59 m aos

10 anos em Moji-Guaçu-SP (Aguiar et al., 1996), 9,0

m aos 22 anos em Cosmópolis- SP (Nogueira, 1977)

e 12,86 m aos 23 anos após plantio (Aguiar et al.,

2004).

O tipo de recipiente e suas dimensões

exercem influência sobre a qualidade e custos de

produção de mudas de espécie florestais (Carneiro,

1987). O estudo das dimensões adequadas reveste-

se de grande importância, pois recipientes com

volume superior ao indicado provocam gastos

desnecessários, elevam a área do viveiro,

aumentam os custos de transporte, manutenção e

distribuição das mudas no campo (Carneiro, 1995).

A reduzida altura dos recipientes na produção de

mudas dificulta a drenagem, eleva a capacidade de

retenção de água, podendo provocar

encharcamento do substrato (Milks et al., 1989),

com saturação dos poros com água e conseqüente

déficit de oxigênio prejudicando o desenvolvimento

do sistema radicular (Gislerod, 1983).

O volume do recipiente teve grande

influência no desenvolvimento de mudas de

mamoeiro ‘sunrise solo’, sendo o saco de polietileno

(recipiente de maior volume, 750 ml), responsável

pelo maior desenvolvimento das mudas, seguido

pela bandeja de isopor (70 ml célula-1) e tubete (50

ml) que foram iguais (Mendonça et al., 2003).

Gomes et al. (2003) avaliaram o crescimento de

mudas de Eucalyptus grandis em diferentes

tamanhos de tubetes, sendo eles com 50, 110, 200

e 280 cm³ de volume, e concluíram que o volume do

tubete é importante e deve ser considerado, porém,

apesar de os melhores crescimentos terem sido

obtidos nos tubetes maiores, estes não são

recomendáveis, devido às mudas estarem com

altura acima das tecnicamente ótimas para o plantio

(o que ocasiona menor sobrevivência após plantio),

além do maior custo de produção. Daniel et al.

(1994) avaliaram o efeito do tamanho de

embalagens na produção de mudas de Goupia

glabra (Cupiúba) concluindo que não houve efeito

dos tratamentos sobre o crescimento em altura das

mudas, porém, o comprimento do sistema radicular

tendeu a se estabilizar a partir de 1.000 cm³, sendo

este limite capaz de levar a produção de mudas com

sistema radicular com menor enovelamento

possível.

O estudo teve como finalidade avaliar o

desenvolvimento da espécie C. echinata cultivada

em diferentes volumes de recipientes, visando à

obtenção de mudas de alta qualidade.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido na Seção de

Ornamentais do Instituto de Botânica, São Paulo-

SP, no período de janeiro de 2003 a janeiro de 2005,

totalizando 24 meses de experimentação.

Page 3: Artigo pau brasil Revista Ecossistema

As sementes de C. echinata foram coletadas

de 10 indivíduos em janeiro de 2003 no Instituto de

Botânica e colocadas para germinarem em bandejas

de poliestireno tipo plantágil. Após 90 dias, as

plantas obtidas foram utilizadas na montagem do

experimento.

As plantas foram transplantadas para

recipientes com 1.570; 1.962,5; 2.355; 2.747,5 e

3.140 cm3 de volume (recipientes cilíndricos de

alturas variáveis de 20, 25, 30, 35 e 40 cm e

diâmetro fixo de 10 cm). O substrato utilizado foi a

mistura de Plantimax-café (substrato comercial),

areia e solo argiloso (1:1:1). As adubações foram

realizadas em cobertura, sendo composta por 52,5 g

de osmocote (15:10:10) em 7 parcelas trimestrais de

7,5 g por planta.

As variáveis avaliadas foram: altura da parte

aérea (H), diâmetro do colo (DC), número de folhas

(NF), massa de matéria seca da parte aérea

(MMSPA), raízes (MMSR) e total (MMST). As

avaliações da H, DC e NF foram realizadas nos

períodos de 3, 6, 12, 18 e 24 meses após o início do

experimento e as variáveis MMSPA, MMSR e MMST

foram determinadas aos 24 meses (final do período

de experimentação).

O delineamento experimental utilizado foi o

inteiramente casualizado, com 5 tratamentos e 5

repetições e parcelas com 2 mudas. As diferenças

entre médias foram comparadas pelo Teste Tukey a

5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise estatística dos resultados

obtidos, aos 24 meses (Quadro 1), mostra que não

houve diferenças significativas entre os tratamentos

investigados, todavia, os tratamentos 2 (1.962,5

cm3) e 5 (3.140,0 cm

3), apresentam a tendência de

maior desenvolvimento das plantas para quase

todas as variáveis analisadas. Resultados

semelhantes foram obtidos em cultivares de zínia,

mudas de Goupia glabra (cupiúba) e mudas de

cafeeiro, onde também não houve efeito dos

tratamentos sobre o crescimento em altura das

mudas (Daniel et al.,1994; Pinto et al., 2003; Melo,

1999). Por outro lado, Gomes et al. (2003),

Mendonça et al. (2003), Paulino et al. (2003) e

Queiroz et al. (2001) afirmaram que os recipientes

de maior volume influenciaram no crescimento em

altura das plantas. Quando são considerados os

aspectos técnico-econômicos, as embalagens de

menores dimensões normalmente são as mais

indicadas para algumas espécies florestais (Gomes

et al., 2003). Barros et al. (1978) consideram que o

pequeno volume da embalagem restringe o

crescimento do sistema radicular, acarretando

mudas de Eucalyptus grandis com menor altura;

entretanto, no campo esse efeito tendeu a

desaparecer com o tempo. Para Gomes et al.

(1990), o diâmetro e altura dos recipientes utilizados

na produção de mudas devem variar com as

características de cada espécie e o respectivo

tempo de permanência no viveiro.

Tabela 1. Altura (H), diâmetro do colo (DC), número de folhas (NF), massa de matéria seca parte aérea (MMSPA), raízes (MMSR) e total (MMST) de mudas de C. echinata cultivadas em recipientes com diferentes volumes de capacidade. Tratamentos H

(cm)

DC

(cm)

NF MMSPA (g) MMSR

(g)

MMST

(g)

1 50,20 a A 0,81 a A 8,40 a A 22,59 a A 15,24 a A 37,82 a A

2 75,60 a A 1,05 a A 11,40 a A 35,75 a A 23,91 a A 59,66 a A

3 65,10 a A 0,86 a A 10,00 a A 25,74 a A 19,84 a A 47,38 a A

4 59,60 a A 0,84 a A 8,20 a A 23,51 a A 13,49 a A 37,00 a A

5 88,20 a A 1,09 a A 13,80 a A 56,87 a A 31,79 a A 88,66 a A

C.V. 52,92% 31,60% 48,93% 79,92% 68,27% 73,73%

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo Teste Tukey.

Page 4: Artigo pau brasil Revista Ecossistema

O alto coeficiente de variação observado,

provavelmente deve-se ao fato de C. echinata ser

uma espécie nativa, não domesticada, com grande

variabilidade genética, ocasionando assim, num

mesmo tratamento, mudas com bom

desenvolvimento e outras que se estabilizaram logo

após a primeira leitura. Cardoso et al. (1998)

estudando a variabilidade genética de C. echinata

encontradas em fragmentos florestais ao longo da

Mata Atlântica, observaram uma alta variabilidade

genética entre grupos geográficos, populações

dentro dos grupos e indivíduos dentro das

populações. Os mesmos autores observaram que

para a conservação de C. echinata, populações de

diferentes regiões devem ser mantidas, e que

plantas de origens diferentes não deveriam ser

utilizadas, em conjunto, em processos de

recuperação da espécie, acarretando perda ou

diluição da informação genética.

Podemos observar que embora a análise

estatística (tabela 1) não tenha apresentado

diferenças significativas entre os tratamentos, o

tratamento 2 mostrou-se economicamente mais

adequado, por acarretar menor utilização de

substrato e área para a produção da espécie C.

echinata. Pinto et al. (2003) afirmaram que a

utilização de recipientes com menor capacidade

reduz o volume de substrato usado do

preenchimento dos vasos, contribuindo para diminuir

o custo de produção e de transporte e, permitindo

maior produção de vasos por m2 de estrutura de

cultivo.

Os resultados das variáveis não destrutivas

H (figura 1), DC (figura 2) e NF (figura 3) foram

avaliados segundo análise de regressão em função

dos períodos de 3, 6, 12, 18 e 24 meses, após o

início do experimento.

0102030405060708090

100

0 6 12 18

Altura (cm)

T1 - y = -0,004x3 + 0,1885x2 - 0,3963x + 6,2493, R2 = 0,9959

T2 - y = -0,0005x3 + 0,1252x2 + 0,1076x + 6,7753, R2 = 0,995 T3 - y = -0,0027x3 + 0,1779x2 - 0,2869x + 7,052, R2 = 0,9944

T4 - y = 0,0017x3 + 0,0354x2 + 0,2997x + 7,5561, R2 = 0,9962

T5 - y = 0,0065x3 - 0,0588x2 + 0,9966x + 7,6386, R2 = 0,9924

Figura 1. Médias observadas e funções ajustadas para a variável altura de planta (H) em função de diferentes volumes de recipientes T1 (1.570 cm³), T2 (1.962,5 cm³), T3 (2.355 cm³), T4 (2.747,5 cm³) e T5 (3.140 cm³) ao longo do tempo (3, 6, 12, 18 e 24 meses).

As variáveis H e DC (Figuras 1 e 2)

apresentaram tendências de crescimento

semelhantes em todos os tratamentos até os 12

meses e a partir deste período os tratamentos

começaram a se diferenciar. Estes resultados

indicam que a utilização do menor recipiente

(Tratamento 1) até os 12 meses, poderia ser o mais

adequado, devido aos aspectos econômicos da

produção de mudas e, após este período, o

transplante para recipientes de maior volume

poderiam levar a um maior desenvolvimento das

mudas.

Page 5: Artigo pau brasil Revista Ecossistema

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

0 6 12 18Diametro do colo (cm

)

T1 - y = -0,0005x2 + 0,0431x + 0,0781, R2 = 0,9972

T2 - y = -8E-06x3 + 0,0006x2 + 0,0266x + 0,1516, R2 = 0,9998

T3 - y = -5E-05x3 + 0,0019x2 + 0,0115x + 0,1738, R2 = 0,9993

T4 - y = 6E-05x3 - 0,0018x2 + 0,0408x + 0,1294, R2 = 0,9995

T5 - y = 0,0001x3 - 0,0034x2 + 0,0612x + 0,0635, R2 = 0,9996

Figura 2. Médias observadas e funções ajustadas para a variável altura de diâmetro do colo (DC) em função de diferentes volumes de recipientes T1 (1.570 cm³), T2 (1.962,5 cm³), T3 (2.355 cm³), T4 (2.747,5 cm³) e T5 (3.140 cm³) ao longo do tempo (3, 6, 12, 18 e 24 meses).

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0 6 12 18

Número de folhas

T1 - y = 0,0057x3 - 0,2628x2 + 3,5508x - 4,5785, R2 = 0,93

T2 - y = 0,0059x3 - 0,2653x2 + 3,6423x - 4,3202, R2 = 0,9221

T3 - y = 0,0051x3 - 0,2342x2 + 3,2849x - 3,8095, R2 = 0,9068

T4 - y = 0,003x3 - 0,145x2 + 2,1523x - 1,1272, R2 = 0,8782

T5 - y = 0,0071x3 - 0,3054x2 + 4,0414x - 5,505, R2 = 0,9519

Figura 3. Médias observadas e funções ajustadas para a variável número de folhas (NF) em função de diferentes volumes de recipientes T1 (1.570 cm³), T2 (1.962,5 cm³), T3 (2.355 cm³), T4 (2.747,5 cm³) e T5 (3.140 cm³) ao longo do tempo (3, 6, 12, 18 e 24 meses).

A Figura 3 apresenta, para a variável

número de folhas, incremento nos primeiros meses,

e a partir dos 15 meses a tendência de diminuição,

que provavelmente possa ter sido devido ao período

de inverno, época em que normalmente ocorre

queda parcial de folhas. Observou-se ainda que

para esta variável, o tratamento 5 apontou maior

número de folhas, entretanto, quando comparado

através da análise estatística (Tabela 1), não difere

significativamente do tratamento 2.

Embora os resultados experimentais não

tenham apresentado diferenças significativas,

plantas do tratamento 2 e 5 (recipientes com

1.962,5 e 3.140,0 cm3 de volume) apresentaram

uma tendência de maior desenvolvimento que

plantas nos demais tratamentos em relação à quase

todas as variáveis analisadas. O tratamento 2 deve

ser recomendado na produção de mudas de C.

echinata, devido à menor utilização de insumos e

otimização da área de produção.

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