artigo original adesÃo das mulheres ao exame …

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Oliveira AEC de, Deininger LSC, Lima IMB de et al. Adesão das mulheres ao exame citológico do colo... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 10(11):4003-14, nov., 2016 4003 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.9881-87554-1-EDSM1011201623 ADESÃO DAS MULHERES AO EXAME CITOLÓGICO DO COLO UTERINO NA ATENÇÃO BÁSICA ADHERENCE OF WOMEN TO CYTOLOGICAL EXAMINATION OF CERVICAL CANCER IN PRIMARY CARE ADHESIÓN DE LAS MUJERES AL EXAMEN CITOLÓGICO CERVICAL EN LA ATENCIÓN BÁSICA Ana Eloísa Cruz de Oliveira 1 , Layza de Souza Chaves Deininger 2 , Isis Milane Batista de Lima 3 , Daniel Cândido de Lima 4 , João Agnaldo do Nascimento 5 , Josemberg Moura de Andrade 6 RESUMO Objetivo: avaliar o perfil sociodemográfico e a adesão das mulheres ao exame citológico do colo uterino na Atenção Básica. Método: estudo exploratório-descritivo, de abordagem quantitativa, desenvolvido em 20 Unidades de Saúde da Família de João Pessoa (PB), Brasil, com 384 mulheres, que procuraram atendimento nesses serviços de saúde. Utilizou-se um questionário para a coleta de dados, analisados pela de estatística descritiva, apresentados em figuras e uma tabela. Resultados: 96,4% das entrevistadas referiram ter realizado o exame citológico ao menos uma vez e possuía periodicidade anual. Vergonha, ansiedade, prazo para recebimento do resultado do exame, foram os principais fatores que dificultam a realização do citológico. Conclusão: é necessário focar no comportamento e sentimentos das mulheres frente ao procedimento, desenvolvendo ações de educação e promovendo espaços de diálogo para que as mulheres entenda a importância da prevenção. Descritores: Saúde da Mulher, Prevenção de Câncer de Colo Uterino, Enfermagem. ABSTRACT Objective: to evaluate the sociodemographic profile and the adherence of women to the cervical cytology exam in Primary Care. Method: exploratory-descriptive study of quantitative approach developed in 20 Family Health Units of João Pessoa (PB), Brazil, with 384 women who sought care in those health services. A questionnaire was used to collect data, analyzed by descriptive statistics, presented in figures and a table. Results: 96.4% of the interviewees reported having had the cytology examination at least once and had an annual periodicity. Shame, anxiety, deadline for receipt of the test result were the main factors that made cytology difficult to perform. Conclusion: it is necessary to focus on the behavior and feelings of women regarding the procedure, developing education actions and promoting spaces for dialogue so that women understand the importance of prevention. Descriptors: Women's Health; Prevention of Cervical Cancer; Nursing. RESUMEN Objetivo: evaluar el perfil socio-demográfico y la adhesión de las mujeres al examen citológico cervical en la Atención Básica. Métodos: un estudio exploratorio descriptivo de enfoque cuantitativo desarrollado en 20 Unidades de Salud de la Familia en João Pessoa (PB), Brasil, con 384 mujeres que buscaron atención en los servicios de salud. Se utilizó un cuestionario para la recolección de los datos analizados mediante estadística descriptiva en figuras y una tabla. Resultados: 96,4% de las entrevistadas informó que llevaron a cabo el examen citológico por lo menos una vez y tenía periodicidad anual. Vergüenza, ansiedad, tiempo límite para la recepción de los resultados de la prueba fueron los principales factores que dificultaron la realización del citológico. Conclusión: es necesario centrarse en el comportamiento y los sentimientos de las mujeres hacia el procedimiento, desarrollo de la educación y promover espacios de diálogo para que las mujeres entiendan la importancia de la prevención. Descriptores: Salud de la Mujer; La Prevención del Cáncer de Cuello Uterino; Enfermería. 1,2 Enfermeiras, Doutorandas, Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde da Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mails: [email protected] ; [email protected] ; 3 Estatística, Doutoranda, Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde, Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: [email protected] ; 4 Enfermeiro, Bacharel em Direito, Professor, Curso de Direito, Especialista em Direito Civil, Direito Processual Civil e Direito do Consumidor, Faculdade de Ensino Superior da Paraíba. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: [email protected] ; 5 Engenheiro Mecânico, Professor Doutor em Estatística, Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: [email protected] ; 6 Psicólogo, Professor Doutor em Psicologia Social e do Trabalho, Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: [email protected] ARTIGO ORIGINAL

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Oliveira AEC de, Deininger LSC, Lima IMB de et al. Adesão das mulheres ao exame citológico do colo...

Português/Inglês

Rev enferm UFPE on line., Recife, 10(11):4003-14, nov., 2016 4003

ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.9881-87554-1-EDSM1011201623

ADESÃO DAS MULHERES AO EXAME CITOLÓGICO DO COLO UTERINO NA ATENÇÃO BÁSICA

ADHERENCE OF WOMEN TO CYTOLOGICAL EXAMINATION OF CERVICAL CANCER IN PRIMARY CARE

ADHESIÓN DE LAS MUJERES AL EXAMEN CITOLÓGICO CERVICAL EN LA ATENCIÓN BÁSICA

Ana Eloísa Cruz de Oliveira1, Layza de Souza Chaves Deininger2, Isis Milane Batista de Lima3, Daniel Cândido

de Lima4, João Agnaldo do Nascimento5, Josemberg Moura de Andrade6

RESUMO

Objetivo: avaliar o perfil sociodemográfico e a adesão das mulheres ao exame citológico do colo uterino na Atenção Básica. Método: estudo exploratório-descritivo, de abordagem quantitativa, desenvolvido em 20 Unidades de Saúde da Família de João Pessoa (PB), Brasil, com 384 mulheres, que procuraram atendimento nesses serviços de saúde. Utilizou-se um questionário para a coleta de dados, analisados pela de estatística descritiva, apresentados em figuras e uma tabela. Resultados: 96,4% das entrevistadas referiram ter realizado o exame citológico ao menos uma vez e possuía periodicidade anual. Vergonha, ansiedade, prazo para recebimento do resultado do exame, foram os principais fatores que dificultam a realização do citológico. Conclusão: é necessário focar no comportamento e sentimentos das mulheres frente ao procedimento, desenvolvendo ações de educação e promovendo espaços de diálogo para que as mulheres entenda a importância da prevenção. Descritores: Saúde da Mulher, Prevenção de Câncer de Colo Uterino,

Enfermagem.

ABSTRACT

Objective: to evaluate the sociodemographic profile and the adherence of women to the cervical cytology exam in Primary Care. Method: exploratory-descriptive study of quantitative approach developed in 20 Family Health Units of João Pessoa (PB), Brazil, with 384 women who sought care in those health services. A questionnaire was used to collect data, analyzed by descriptive statistics, presented in figures and a table. Results: 96.4% of the interviewees reported having had the cytology examination at least once and had an annual periodicity. Shame, anxiety, deadline for receipt of the test result were the main factors that made cytology difficult to perform. Conclusion: it is necessary to focus on the behavior and feelings of women regarding the procedure, developing education actions and promoting spaces for dialogue so that women understand the importance of prevention. Descriptors: Women's Health; Prevention of Cervical Cancer;

Nursing.

RESUMEN

Objetivo: evaluar el perfil socio-demográfico y la adhesión de las mujeres al examen citológico cervical en la Atención Básica. Métodos: un estudio exploratorio descriptivo de enfoque cuantitativo desarrollado en 20 Unidades de Salud de la Familia en João Pessoa (PB), Brasil, con 384 mujeres que buscaron atención en los servicios de salud. Se utilizó un cuestionario para la recolección de los datos analizados mediante estadística descriptiva en figuras y una tabla. Resultados: 96,4% de las entrevistadas informó que llevaron a cabo el examen citológico por lo menos una vez y tenía periodicidad anual. Vergüenza, ansiedad, tiempo límite para la recepción de los resultados de la prueba fueron los principales factores que dificultaron la realización del citológico. Conclusión: es necesario centrarse en el comportamiento y los sentimientos de las mujeres hacia el procedimiento, desarrollo de la educación y promover espacios de diálogo para que las mujeres entiendan la importancia de la prevención. Descriptores: Salud de la Mujer; La Prevención del Cáncer de Cuello

Uterino; Enfermería. 1,2Enfermeiras, Doutorandas, Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde da Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mails: [email protected]; [email protected]; 3Estatística, Doutoranda, Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde, Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: [email protected]; 4Enfermeiro, Bacharel em Direito, Professor, Curso de Direito, Especialista em Direito Civil, Direito Processual Civil e Direito do Consumidor, Faculdade de Ensino Superior da Paraíba. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: [email protected]; 5Engenheiro Mecânico, Professor Doutor em Estatística, Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: [email protected]; 6Psicólogo, Professor Doutor em Psicologia Social e do Trabalho, Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: [email protected]

ARTIGO ORIGINAL

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ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.9881-87554-1-EDSM1011201623

Qualquer parte do corpo pode ser

acometida pelo câncer, mas um dos mais

comuns é o câncer de colo uterino, que é

caracterizado pela replicação desordenada do

epitélio de revestimento do órgão,

comprometendo o tecido subjacente

(estroma) e podendo invadir estruturas e

órgãos contíguos ou à distância.1 Apesar de se

tratar de uma doença evitável e tratável,

ainda é um importante problema de saúde

pública, sendo o terceiro câncer mais

frequente entre as mulheres no mundo,

ocorrendo 80% dos casos em países em

desenvolvimento.2

No mundo, com aproximadamente 530 mil

casos novos e 265 mil óbitos por ano, o câncer

do colo do útero é o quarto tipo de câncer

mais comum entre as mulheres, excetuando-

se os casos de pele não melanoma, sendo a

quarta causa mais frequente de morte por

câncer em mulheres. Já no Brasil, este tipo de

câncer é o terceiro mais comum, sendo

esperados 16.340 novos casos no país, apenas

para o ano de 2016.3 Por possuir essa

significativa importância, além da

possibilidade de controle mediante ações

organizadas para prevenção e detecção

precoce, o câncer do colo do útero é uma

prioridade da Política Nacional de Atenção

Oncológica no Brasil.1

Considerando a alta incidência e a

mortalidade relacionadas ao câncer de colo

uterino, é responsabilidade dos gestores e dos

profissionais de saúde realizar ações que

visem seu controle e que possibilitem a

integralidade do cuidado, objetivando

principalmente os aspectos de prevenção e

promoção da saúde. Tais ações de promoção,

como as abordagens educativas, ocorrem

sobremaneira na atenção básica.4

A organização dos serviços de saúde da

Atenção Básica, por meio da Estratégia Saúde

da Família (ESF), prioriza ações de promoção,

proteção e recuperação de saúde, de forma

integral e continuada.5 Além de gerar

melhores indicadores de saúde e promover o

aumento da eficiência no fluxo dos usuários

dentro do sistema e do cuidado, a utilização

de práticas preventivas, a satisfação dos

usuários e diminuição das iniquidades sobre o

acesso aos serviços e o estado geral de saúde.

A Atenção Básica ainda exerce papel

fundamental em relação à detecção precoce

do câncer de colo uterino. A mesma vem

contribuir tanto através de ações de

rastreamento, que consistem em realizar

sistematicamente testes ou exames em

mulheres sadias, quanto às ações de

diagnóstico precoce, que consistem em captar

precocemente alguém que já tem sintomas ou

alterações detectadas previamente.6

O exame citológico é tido como

instrumento mais adequado, prático e menos

oneroso para o rastreamento do câncer de

colo de útero, também denominado de

Papanicolaou e mais popularmente referido,

como exame preventivo. Apesar de ter sido

comprovado como uma técnica efetiva e

eficiente em diminuir as taxas de

morbimortalidade, a sua cobertura ainda é

insuficiente, devido a fatores

socioeconômicos, culturais, sexuais e

reprodutivos, além dos fatores relativos à

assistência em saúde. Além disso, ressalta-se

também que os sentimentos e atitudes em

relação ao câncer de colo uterino e ao exame

citológico também influenciam como fatores

na adesão da mulher ao exame.7

Esse conjunto de fatores torna relevante

considerar as percepções e vivências

femininas e os significados atribuídos a este

exame o que, consequentemente, influencia

também nas suas decisões de saúde e

determinam o sucesso ou insucesso de

programas preventivos dirigidos às mulheres.

É preciso que o profissional da saúde passe a

atuar sensível às necessidades de cada

mulher, cuidando, educando e tornando a

população feminina cada vez menos alienada

em relação a fatores do cuidado de saúde.8

A Enfermagem vem se destacando na tarefa

do cuidado preventivo, buscando desenvolver

estratégias que motivem e mobilizem os

profissionais envolvidos para a realização do

cuidado, principalmente na Atenção Básica.

Uma dessas formas é orientar quanto à

importância da realização de exames

preventivos, por meio de informações e

orientações, procurando fazer com que este

processo seja realizado, mas que também

ocorra de forma interativa, promovendo o

autoconhecimento, desenvolvendo a confiança

entre os participantes deste processo e o

respeito, para um trabalho eficiente.9

Destaca-se que para ser um método

realmente eficiente é necessário não apenas

incentivar as mulheres a buscar o exame, mas

deve-se também, por parte dos profissionais

de saúde responsáveis pela realização do

exame, começar a visualizar a mulher de

forma integral e individualizada, valorizando

não apenas suas atitudes diante do exame,

mas também os seus sentimentos envolvidos

nesse momento e a forma como vivenciam a

realização desse procedimento. Outro fator

relevante diante de tal processo é a tomada

de decisão desenvolvida pelos profissionais

diante dos aspectos que facilitam ou

INTRODUÇÃO

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dificultam a adesão ao procedimento,

principalmente o Enfermeiro, que é o

profissional que realiza o exame citológico, na

maioria das vezes.

Os resultados do presente estudo buscam

servir de apoio à tomada de decisão nessa

área, fortalecendo as discussões sobre a

premente necessidade de maiores

investimentos em saúde e pesquisas na área.

Dessa maneira, espera-se contribuir na

reorganização e aprimoramento do cuidado

em saúde às mulheres, aumentando a

qualidade da assistência, principalmente no

âmbito da Atenção Básica. Assim, objetiva-se

avaliar o perfil sociodemográfico e a adesão

das mulheres ao exame citológico do colo

uterino na Atenção Básica.

Estudo exploratório, descritivo com

abordagem quantitativa. Primeiramente foi

realizado um levantamento dos aspectos que

influenciam, facilitam ou dificultam a adesão

ao exame citológico, por meio de uma revisão

da literatura com estudos que abordassem o

tema; posteriormente, foi elaborado um

questionário para avaliar a adesão das

mulheres ao exame citológico do colo uterino

entre as mulheres do município de João

Pessoa-PB, com o intuito de auxiliar a

assistência de enfermagem prestada às

mulheres atendidas em Unidades de Saúde da

Família, com relação à prevenção do câncer

de colo uterino.

O ambiente da pesquisa foi composto por

20 Unidades de Saúde da Família, escolhidas

de forma aleatória, por meio de um programa

do software R, localizadas nos cinco (05)

Distritos Sanitários de João Pessoa-PB,

garantindo o acaso na seleção dos

componentes. Com base na quantidade de

Unidades por Distrito, foi possível distribuir o

quantitativo de serviços para compor a

amostra de forma proporcional, sendo: cinco

do Distrito Sanitário I, quatro do Distrito

Sanitário II, cinco do Distrito Sanitário III, três

do Distrito Sanitário IV e três do Distrito

Sanitário V, totalizando 20 serviços de saúde.

Determinou-se uma amostra aleatória com

estrato proporcional ao tamanho de cada

Distrito Sanitário, com um nível de confiança

de 95% e um erro de 5%. Dessa forma, a

amostra foi composta por 384 mulheres

distribuídas de forma proporcional entre as

Unidades de Saúde da Família participantes do

estudo. Sendo assim, foram entrevistadas: 94

mulheres no território do Distrito Sanitário I,

80 mulheres no Distrito Sanitário II, 99

mulheres no Distrito Sanitário III, 61 mulheres

no Distrito sanitário IV e 50 mulheres no

Distrito V. Ressalta-se que até mesmo pelo

fato de ser um grande universo, tornando-se

inviável considerá-lo em sua totalidade.

A amostra de mulheres em cada Unidade de

Saúde foi composta por aquelas que buscaram

qualquer tipo de atendimento na referida

unidade básica de saúde, que quisessem fazer

parte do estudo e ainda assinassem o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

A coleta de dados ocorreu por meio de

questionários previamente elaborados e para

a realização da técnica de entrevista

semiestruturada, constituído por questões

norteadoras para investigação do objeto de

estudo. Foram entrevistadas usuárias dos

serviços de saúde escolhidos, sendo

contempladas questões capazes de subsidiar a

formação de um perfil sociodemográfico das

participantes e ainda a construção de um

questionário baseado nos fatores que as

influenciam com relação à realização ou não

do exame citológico de colo uterino.

Para melhor entendimento do público-alvo

escolhido, foi adotada a natureza dicotômica

dos itens, garantindo assim, a facilidade de

comunicação no momento da entrevista, bem

como a obtenção de um menor tempo de

duração em cada uma, independente do nível

de escolaridade da mulher entrevistada.

Os questionários foram aplicados no

período de 3 meses, compreendendo os meses

de maio, junho e julho de 2015, durante o

horário de atendimento das Unidades de

Saúde selecionadas, que compreendem de

segunda a sexta, das 7:00h às 11:00h e das

13:00 às 17:00h.

Os dados foram digitados e organizados no

Microsoft Office Excel, versão 2010. Para a

realização da análise dos resultados obtidos

no estudo, foi utilizado o programa SPSS

Statistics versão 20, onde foram realizadas as

estatísticas descritivas.

A pesquisa foi realizada levando-se em

consideração os aspectos éticos envolvendo

seres humanos, preconizados pela Resolução

nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, dos

aspectos éticos, que trata do envolvimento

com seres humanos em pesquisa.

Com relação aos dados de identificação da

amostra, foram exploradas as varáveis: faixa

etária, cor/raça, estado civil, religião,

escolaridade e renda familiar. Os resultados

são apresentados na tabela 1.

MÉTODO

RESULTADOS

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Tabela 1. Distribuição de frequência para os dados sociodemográficos das mulheres do estudo (n=384). João Pessoa-PB, 2015.

Dados Sociodemográficos n %

Faixa etária 16 à 19 20 à 29 30 à 39 40 à 49

24 86 94 92

6,3 22,4 24,5 24,0

50 à 59 73 19,0 60 ou mais 15 3,9

Cor/ Raça Branca 103 26,1 Preta 129 33,6 Parda 152 39,6 Estado civil Casada 153 39,8 União Consensual 174 45,3 Solteira 48 12,5 Viúva 3 0,8 Divorciada 6 1,6 Religião Católica 214 55,7 Evangélica 152 39,6 Espírita 2 0,5 Sem instituição religiosa 16 4,2 Escolaridade Analfabeta 3 0,8

1ª fase do Ensino Fundamental Incompleto 63 16,4 1ª fase do Ensino Fundamental Completo 83 21,6 2ª fase do Ensino Fundamental Incompleto 88 22,9 2ª fase do Ensino Fundamental Completo 66 17,2

Ensino Médio incompleto 42 10,9 Ensino Médio completo 24 6,3

Ensino Superior incompleto Ensino Superior completo

10 05

2,6 1,3

Renda Familiar Menos de 1 salário mínimo 103 103 26,8 De 1 à 2 salários mínimo 191 49,7 De 2 à 4 salários mínimo De 4 à 6 salários mínimo Acima de 6 salários mínimo

83 5 2

21,6 1,3 0,5

A amostra foi composta por mulheres que

variaram a idade entre 16 e 65 anos (Média =

38,8; Desvio Padrão =12,6). Analisando-se os

dados da tabela 1, observa-se que a faixa

etária das mulheres entrevistadas, tem a sua

maior frequência compreendida

principalmente entre 30 e 39 anos, bem como

entre 40 e 49 anos, juntas correspondendo a

48,5% da amostra total.

Quando as mulheres entrevistadas foram

questionadas se já realizaram, alguma vez

durante toda a vida, o exame citológico, 370

(96,4%) mulheres responderam que sim, e

apenas 14 (3,6%), responderam que nunca

realizaram o exame.

Figura1. Distribuição de frequência, para a periodicidade de realização do exame citológico pelas

mulheres do estudo (n=370). João Pessoa-PB, 2015.

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Em relação à periodicidade da realização

do exame citológico, das 370 mulheres que

informaram realizar, 311 relataram possuir

alguma periodicidade na realização do exame

citológico de colo do útero, predominando a

realização anual, que correspondeu a 137

(37%) mulheres participantes do estudo.

Contudo, o que chama atenção é que 59

(15,9%) mulheres responderam que, apesar de

já terem realizado o exame citológico alguma

vez ao longo da sua vida, não possuem uma

periodicidade definida, ou seja, o exame

como algo presente na sua rotina de cuidado

com a saúde.

Figura 2. Distribuição de frequência, para aspectos que facilitam a realização do exame citológico das

mulheres do estudo (n=384). João Pessoa-PB, 2015.

Quando questionadas sobre aspectos que

influenciavam a adesão ao exame citológico,

facilitando a sua realização, 382 mulheres

entrevistadas nesse estudo, consideraram o

recebimento de informações sobre o exame

antes de sua realização como o fator mais

influente (99,4%), seguido pelos trabalhos

educativos realizados pelos profissionais de

saúde em espaços de diálogo dentro e fora das

unidades de saúde, referido por 375(97,6%)

entrevistadas, e a prevenção do câncer de

colo uterino como o terceiro fator mais

significativo para 374 mulheres da amostra

(97,3%), sento também apontado por 356

delas, que o bom atendimento do profissional

de saúde (92,7 %), é de extrema importância

para adesão das mulheres à realização da

prevenção do câncer uterino.

Figura 3. Distribuição de frequência, para os aspectos que dificultam a realização do exame citológico das

mulheres do estudo (n=384). João Pessoa-PB, 2015.

Em relação aos aspectos que dificultam a

realização do exame citológico, 58 mulheres

entrevistadas citaram a vergonha como o fator

com maior expressividade (15,1%), seguido de

ansiedade, onde 38 fizeram referência (9,8%),

e ainda 35 mulheres destacaram o prazo para

receber o resultado do exame como sendo o

terceiro fator que mais dificulta a adesão

(9,1%), por considera-lo demorado. O que

chama atenção é que fatores como a ausência

de problemas vaginais foi considerada por 27

delas (7%), a ausência de um companheiro, ou

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seja, não possuir um parceiro sexual também

foi considerado um fator que dificulta a

adesão ao exame por 20 entrevistadas (5,2%),

estes fatores apresentam a influência da

procura ao serviço com sintomatologia e

dificultam a prevenção do câncer do colo do

útero.

A incidência de câncer do colo do útero

torna-se evidente na faixa etária de 20 a 29

anos, e o risco aumenta rapidamente até

atingir a faixa etária de 45 a 49 anos, período

que corresponde ao pico de incidência das

lesões precursoras e antecede o pico de

mortalidade pelo câncer.1 Entretanto,

verifica-se que os adolescentes constituem

uma população de alta vulnerabilidade,

considerando que a medida em que o início da

vida sexual torna-se cada vez mais precoce,

mais próximos eles ficarão de problemas de

saúde, da esfera reprodutiva e sexual.10

Os dados relacionados à cor e raça das

mulheres entrevistadas revelam que 152

mulheres, são pardas, o que corresponde a

39,6% do total da amostra. Constatou-se

também que 174 (45,3%) mulheres conviviam

com seus parceiros em união consensual e 153

(39,8%) eram casadas, mostrando que a

maioria das mulheres que participaram da

pesquisa possuía algum companheiro, sendo

equivalente a um total de 85,1% da amostra

trabalhada.

Estudos constatam a predominância de

dados semelhantes, respectivamente, 42,3% e

70% das entrevistadas eram casadas ou viviam

com um companheiro.11, 12

Quanto à religião das entrevistadas, a

maioria declarou ser católica, correspondendo

a 214 (55,7%) mulheres. Próximo ao

encontrado em outro estudo sobre o

conhecimento e prática do exame citológico,

que obteve uma amostra de 267 mulheres, e

identificou que 80,1% de sua amostra era

católica.13 O presente estudo, assim como os

demais, ao apresentarem uma maioria de

mulheres católicas, reflete a realidade

brasileira, onde, a religião católica ainda é

predominante.

No que se refere à escolaridade, o estudo

mostrou que 88 (22,9%) mulheres, cursaram

até segunda fase do ensino fundamental

incompleto. Estudos retratam esse quadro,

nos quais a maior parte de suas amostras

referiu ter cursado o ensino fundamental

incompleto, correspondendo, respectivamente

a 49,8% e 49,4%.12, 13

Quanto à renda familiar das entrevistadas,

constata-se que 191 (49,7%) mulheres

possuem uma renda entre 1 e 2 salários

mínimos, sendo também expressivo o número

de mulheres que possuíam renda inferior a um

salário mínimo, que equivale a 103 (26,8%)

mulheres. Diante de tal perfil econômico das

famílias, a baixa escolaridade pode também

estar associada a esse baixo poder aquisitivo

das participantes do estudo. Estudos

semelhantes constataram este fato.14, 15

A falta de adesão, seja mínima como no

presente trabalho, ou significativa, como

pode-se encontrar em meio a literatura,

encontra-se relacionada as questões

socioeconômicas como a idade, escolaridade e

renda, além de uma face subjetiva

relacionada aos sentimentos e

particularidades que cada mulher possui

frente a realização do exame citológico.

Muitas mulheres ainda não realizam o

exame de prevenção pelo precário nível de

informação sobre a gravidade da patologia e

importância do exame citológico, o que em

grande parte das vezes está diretamente

relacionado ao grau de escolaridade dessas

mulheres. A baixa escolaridade pode também

estar associada ao baixo poder aquisitivo das

participantes do estudo, como foi constatado,

no qual das 14 mulheres que nunca realizaram

o citológico, oito (08) delas só estudaram até

a primeira fase do ensino fundamental, das

quais apenas metade conseguiram concluir tal

fase.

Quanto a renda familiar, aquelas que nunca

realizaram o exame, referiram ter uma renda

compreendida entre valores menores que 1

salário mínimo ou entre um e dois salários

mínimos.

Estudos presentes na literatura destacam a

relação entre conhecimento e renda familiar.

Ao avaliar o conhecimento, atitude e prática

na prevenção do câncer de colo uterino,

constatou que as mulheres com um maior

nível de renda possuíam também um nível

mais elevado de conhecimento em saúde.14

Outros dados que chamaram a atenção na

caracterização das mulheres que não realizam

o exame é o fato de apresentar em sua

maioria mulheres jovens, entre 16 e 19 anos,

além das questões de cor/raça, aonde de um

total de 14 mulheres, que constituem essa

parcela da amostra, 10 são pretas ou pardas.

Esse panorama social demonstra que a

prevenção não depende somente de aspectos

técnicos, mas também da educação em saúde,

que deve permear todo o âmbito das ações de

prevenção e detecção precoce do câncer de

colo uterino.

Quanto ao aspecto subjetivo, os valores, a

cultura, crenças, experiências vividas, a forma

de ser e sentir faz parte da construção da

percepção de mundo que cada indivíduo

DISCUSSÃO

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possui, e acaba refletindo nos seus

comportamentos observáveis ante as diversas

situações cotidianas, entre elas as que

envolvem o processo saúde-doença e até

mesmo a adesão ao exame preventivo. Com

isso se faz necessário a reflexão de que a

busca pelo exame citológico pode depender

do seu significado para as usuárias e da forma

como o profissional conduz a relação de

cuidador para com elas.16

Um procedimento, a princípio simples aos

olhos do profissional, pode ser percebido pela

mulher da mesma forma, ou até como uma

experiência agressiva, tanto física quanto

psicologicamente, pois a mulher que busca o

serviço traz consigo suas bagagens social,

cultural, familiar e religiosa. Além disso, em

nossa sociedade, a educação da mulher

sempre foi permeada de palavras cheias de

proibições e inibições, compondo um quadro

de total anulação dos órgãos genitais.17

Quanto à periodicidade da realização do

exame, embora os estudos tenham constatado

a realização do exame citológico, em grande

parte, no intervalo de um ano, a

periodicidade recomendada no Brasil, é a

repetição do exame citológico a cada três

anos, após dois exames normais consecutivos

realizados com um intervalo de um ano. O

intervalo de um ano busca promover a

redução da possibilidade de um resultado

falso-negativo.3 Já a periodicidade de 3 anos,

é uma recomendação da Organização Mundial

da Saúde (OMS) e as diretrizes da maioria dos

países com programa de rastreamento

organizado, as quais são justificadas por não

haver evidência de que o rastreamento anual

é significativamente mais efetivo do que

realizado no intervalo de três anos, uma vez

que o câncer de colo uterino tem um lento

desenvolvimento.1

É perceptível a variação que ocorre entre

as periodicidades da realização do exame

pelas mulheres entrevistadas devido ao uso do

exame citológico tanto para a prevenção do

câncer de colo uterino, como para o

diagnóstico de vulvovaginites. Com isso, faz-se

necessário que haja orientações adequadas

sobre o intervalo de tempo entre os exames

por parte do enfermeiro, esclarecendo as

dúvidas que as mulheres apresentam diante

de cada situação, e assim fazer com que ela

procure realizar o exame da forma mais

adequada.

Quando questionadas sobre a busca do

resultado do exame, 365 (95,1%) mulheres

revelaram que procuram buscar sempre o

resultado do exame de acordo com a

orientação recebida de 30 dias, enquanto

apenas 5 (1,3%) assumiram que a busca pelo

resultado do procedimento nem sempre

acontece, algumas vezes resultantes da

demora que o resultado possui para ficar

pronto e estar disponível na unidade de saúde

e em outras situações a busca não é efetuada

por falta de tempo da mulher, ou mesmo por

falta de interesse da mesma.

Pôde-se constatar no estudo, que embora

ainda haja mulheres que não buscam os

resultados dos seus exames, essa quantidade é

pequena, sendo mais expressivo o número de

mulheres que buscam o resultado e retornam

ao serviço para que o profissional possa

avaliá-lo. A mesma situação pode ser

observada em outros estudos.11, 18

A importância dada à busca do resultado do

exame ocorre como uma medida de

continuidade do cuidado prestado,

principalmente quando o motivo que

desencadeia a realização do exame é a

presença de queixas ginecológicas.11 Outro

fator que motiva essa busca pelo resultado do

exame é a sensibilização da importância não

apenas do procedimento, mas também do

resultado em relação ao câncer de colo

uterino, sendo uma consequência de práticas

educativas desenvolvidas com as mulheres,

uma vez que orientadas de forma adequada,

desenvolvem práticas corretas em relação ao

citológico.9

Já com relação aos motivos que levam as

mulheres a não buscarem o resultado do seu

exame citológico, os estudos que abordam a

temática, revelam diversos motivos que

desencadeiam tal comportamento. Os motivos

relacionados à mulher e ao serviço de saúde,

como é o caso da coincidência entre o horário

de trabalho com o horário de funcionamento

da unidade de saúde, demora do resultado,

falta de informação que conscientize a mulher

quanto à importância da busca pelo resultado

do seu exame, e ainda, a relação da mulher

com o profissional de saúde durante o exame,

uma vez que a maneira como é tratada na

consulta pode gerar insatisfação e não adesão

ao tratamento e conduta após a realização do

exame, desencorajando o seu retorno ao

serviço de saúde.5

Outros fatores que atuam como barreira

para a busca do resultado, como o medo

sentido pelas mulheres de um resultado

positivo para o câncer de colo uterino,

esquecimento e a falta de interesse e de

tempo diante das suas rotinas exaustivas,

relacionadas ao trabalho e as atividades

domésticas, motivos esses que foram citados

pelas mulheres da amostra que nem sempre

retornam ao serviço para a busca dos

resultados dos seus exames.18, 19

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Para que fosse possível identificar fatores

que influenciam na adesão das mulheres ao

exame citológico na Atenção Básica de João

Pessoa, primeiramente foi realizada uma

revisão bibliográfica, para que fosse possível

listar fatores já identificados em estudos

sobre a temática, realizados em diversos

locais do Brasil e do mundo. Após consolidar

os fatores mais relevantes, todos foram

enumerados no instrumento de coleta de

dados para que as mulheres entrevistadas

pudessem identificar se tais fatores

influenciavam sua adesão ao exame citológico

e uma vez influenciando, relatando de que

forma ocorria essa influência, se era positiva,

incentivando a realização do exame, ou se era

de forma negativa, criando barreiras diante da

realização do citológico.

As orientações sobre o exame citológico foi

o aspecto facilitador mais relatado em meio

as mulheres entrevistadas no estudo, 99,4%.

Tais informações são propagadas pelo

profissional de saúde, na maioria das vezes, o

enfermeiro, e é de significativa importância

para que as mulheres se sintam seguras e se

tornem conscientes sobre o papel do exame

em sua saúde. Isso pode possibilitar o

aumento da adesão ao exame, com mulheres

motivadas pela prevenção e não apenas pela

busca impulsionada pelo medo de ter o câncer

de colo uterino.

No presente estudo, 97,6% das mulheres

relataram o papel importante desempenhado

pelos trabalhos educativos desenvolvidos pelos

profissionais de saúde, principalmente da

enfermagem, dentro e fora dos serviços de

saúde, seja em ações na sala de espera ou em

espaços de diálogo e educação em diferentes

espaços em meio a comunidade, como em

associações e escolas, citando ainda esse

como um aspecto facilitador na realização do

exame. Isso confirma o grande valor que há na

existência de ações voltadas para a educação

em saúde.

No presente estudo 97,3% das mulheres

citaram a prevenção do câncer como um fator

que facilita a sua busca pelo exame de forma

mais espontânea, assim como foi observado

em outro estudo, no qual 35,1% das mulheres

da amostra referiram buscar de forma

preventiva o exame.11 Em uma pesquisa sobre

o olhar das mulheres com relação à realização

do citológico, realizado também em João

Pessoa, observamos um número ainda maior,

onde 61,5% das entrevistadas referiram que a

prevenção do câncer facilitava a sua busca

pela realização do exame preventivo, sabendo

da necessidade e significativo papel no

cuidado com a saúde.5 Número esse que

confirma a aquisição de mais conhecimentos

por parte das mulheres ao longo dos anos,

sendo possível ter uma maior autonomia e

responsabilidade com a sua própria saúde.

O atendimento do profissional de saúde que

realiza o exame pode ser um aspecto positivo

ou negativo. No estudo, esse foi um dos

aspectos facilitadores citados por 92,7% das

participantes. A referência usada por grande

parte das entrevistadas foi o atendimento

realizado pela enfermeira da unidade que

costuma frequentar, apontando para um alto

grau de satisfação em relação ao atendimento

da profissional em questão, bem como da

equipe de saúde em geral.

Outro aspecto muito citado foi o

acolhimento no serviço de saúde com 91,6%.

Tal acolhimento é um conceito ainda recente

na prática de saúde. Trata-se de uma diretriz

da Política Nacional de Humanização (PNH),

que pode ser desenvolvido por qualquer

profissional do serviço de saúde, sem hora e

local certo para acontecer. O acolhimento não

é necessariamente uma atividade em si, mas

uma atitude que permeia toda atividade

assistencial. Consiste na busca constante de

reconhecimento das necessidades de saúde

dos usuários e das formas possíveis de

satisfazê-las, o que resulta em

encaminhamentos, deslocamentos e trânsitos

pela rede assistencial, sempre em uma

postura ética que implica na escuta das

queixas e necessidades apresentadas pelos

usuários.20,21

A presença de problemas vaginais foi

contemplada por 89,5% mulheres, que

afirmaram ser um dos grandes motivos para a

procura do exame. Isso aponta novamente

para a questão da busca do serviço de saúde

para atender às queixas ginecológicas das

mulheres, com um foco biológico, aspecto já

discutido anteriormente.

A rotina da unidade de saúde, ou seja, o

horário disponibilizado para a realização do

exame citológico pode ser considerado tanto

como um fator positivo, quanto negativo no

momento da adesão ao exame, sendo

considerado facilitador por apenas 8,8% das

mulheres. Outro aspecto facilitador, que foi

citado por 6,7% das mulheres diz respeito à

recomendação médica. Estudos também

retratam esse quadro, no qual 25,8% das

mulheres citaram a realização do exame

citológico por recomendação médica e 46,9%

contemplaram a rotina da unidade de saúde.22

Outro, também aborda a realização por

recomendação médica, representando 24,9%

das mulheres participantes de seu estudo.11

Essa influência positiva relacionada à

recomendação médica pode ser interpretada

como um fator associado com a necessidade

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de cuidar, uma vez que as queixas

ginecológicas levam a mulher à consulta, e na

ocasião, o médico recomenda o exame

citológico não apenas como preventivo para o

câncer de colo uterino, mas como método

para auxiliar no tratamento adequado da

queixa ginecológica apresentada pela

mulher.21

Diante dessa realidade retratada através

dos dados coletados nesse estudo, observa-se

que há um grande número de mulheres que

apesar da pouca escolaridade e da baixa

renda, possuem conhecimento e valorizam a

prática do exame citológico, realizando-o de

forma espontânea e com finalidade

preventiva. É possível também constatar, por

meio desses valores, o quanto é essencial a

existência de simples práticas, como o

atendimento integral e humanizado do

profissional de saúde e um bom acolhimento

de toda equipe na unidade de saúde, para que

a mulher se sinta motivada a procurar o

exame citológico.

As atividades educativas existentes se

mostraram significativas para a realização do

exame citológico, tornando essencial a

manutenção dessa prática, para que as

mulheres possam entender cada vez mais que

o exame tem aspecto preventivo e não

curativo. A partir desse entendimento,

aquelas que realizam o exame, apenas diante

de queixas ginecológicas, poderão ampliar seu

olhar sobre esse fato e ainda serão

incentivadas quanto à busca de conhecimento

sobre o procedimento, facilitando a procura

pelo exame pela primeira vez, ou até com

uma maior frequência.

Sentimentos como a vergonha, ansiedade,

medo e insegurança são comuns entre as

mulheres quando indagadas a respeito de

aspectos que dificultam na realização do

exame citológico. Esses sentimentos são

observados não apenas no presente estudo.

Estudos avaliam o conhecimento e prática

de mulheres em relação ao exame citológico

do câncer do colo uterino, revelou que 39,3 %

das mulheres que fizeram parte da sua

amostra afirmaram que a vergonha é o

principal sentimento desafiador para a

realização do exame, seguido do medo com

21,4%, ansiedade com 10,7 e insegurança com

7,1% das mulheres.6 Dados semelhantes são

encontrados em outros estudos, ao apresentar

que a vergonha foi considerada, em

aproximadamente 28% das suas amostras (em

média).11, 22 Outro estudo relata que, entre os

motivos para nunca terem realizado o teste,

foram descritos sentimentos de medo, de

vergonha ou de insegurança, com 23,1%.5

Tal destaque da vergonha diante da

resistência na realização do exame citológico

ocorre devido à exposição do corpo e pelo

fato de a sexualidade ainda ser uma temática

pouco discutida, constituindo-se como uma

forma de bloqueio e conflito, principalmente

para a mulher. Então, se faz necessário que o

profissional que atua no exame citológico,

seja ele, enfermeiro ou médico, trabalhe e

amplie o olhar dessas mulheres sobre a

sexualidade, uma vez que isso está

diretamente relacionada com aspectos de sua

liberdade e diversas práticas da saúde.19

A vergonha é um sentimento que está

relacionado não só com a exposição corporal,

a questão da sexualidade e dos tabus

relacionados a este tema, mas também com a

impessoalidade da realização do exame, e

com o fato de a mulher perceber que seu

corpo será visto e compreendido como objeto,

o que faz com que parte das mulheres refiram

dificuldades em realizar o exame como

profissionais do sexo masculino, ter vergonha

das modificações do seu corpo com a idade,

bem como o fato da multiparidade por via

vaginal ser considerada como um obstáculo no

momento de decidir realizar ou não o exame

preventivo.16

O medo é frequentemente relacionado

pelas mulheres não apenas diante do

procedimento, assim como diante da

expectativa do resultado, e a forma pela qual

elas percebem a saúde e quando esse

resultado é considerado demorado quanto ao

prazo para seu recebimento, o mesmo acaba

sendo incluído como um fator que dificulta o

exame. O efeito devastador gerado pelo

diagnóstico do câncer traz a ideia de

aproximação da morte, mutilações e dor,

proveniente dos tratamentos às mulheres,

fazendo com que o medo floresça.

Embora a vergonha tenha sido o fator que

mais dificulta o acesso das mulheres ao

exame, há mulheres na amostra que referiram

não ter vergonha de realizá-lo, algo que

também foi constatado em outro estudo no

qual algumas mulheres relataram conseguir

relaxar e ficar tranquilas com a realização do

exame, superando inclusive, o medo.5

A rotina de atendimento da unidade de

saúde foi contemplada também como uma

influência negativa na realização do

citológico, considerando principalmente a

coincidência entre os horários de atendimento

da unidade e o horário do seu trabalho.

A questão da posição para realizar o

exame, o desconforto que a mesma

proporciona no momento da coleta do exame,

assim como no presente estudo, foi citada em

outra pesquisa, na qual 32,1% das mulheres

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entrevistadas afirmaram que o desconforto

físico é uma importante barreira para a

realização deste procedimento.6

Tal posição não só foi associada ao

desconforto, mas também ao sentimento de

vergonha, a sensação de impotência,

desproteção e perda do domínio sobre o

próprio corpo que a posição ginecológica

proporciona.15 Outro fator que está ligado ao

desconforto é a dor. Embora o exame seja um

procedimento, na maioria das vezes, indolor,

4,9% das mulheres relataram a ocorrência de

dor em alguma das realizações do exame. Tal

ocorrência não é frequente e embora

dificulte, não gera um impedimento.

A ausência de problemas ginecológicos

também foi um dos fatores citados dentre

aqueles que não contribuem para a realização

do exame. Esse mesmo fator foi relatado por

30,4% das mulheres, em estudo semelhante,

como um dos maiores motivos para a não

realização do exame citológico.5

A falta de conhecimento da condição

assintomática da doença é algo frequente

entre as mulheres, chegando até a fazer com

que elas não procurem o exame, como foi

constatado pelo presente estudo e também

em estudo parecido, no qual esse foi o

principal motivo referido por aquelas que

nunca fizeram o exame, com 45,3% dos

relatos.11

Por esta razão, é importante que os

profissionais, principalmente, os enfermeiros,

realizem ações educativas em saúde junto às

mulheres, fazendo sempre que possível,

parcerias entre os serviços de saúde e

universidades e/ou escolas que lidem com

essa temática e que possam promover uma

maior atenção para a prevenção do câncer de

colo uterino.19

Tais intervenções são importantes também

para minimizar as insatisfações com relação

ao atendimento do profissional de saúde e ao

acolhimento realizado pelo serviço, que

embora tenham sido relatados pela maioria

das mulheres do estudo como fatores que

facilitavam a procura ao exame, algumas

entrevistadas levantaram que dentro da sua

realidade vivenciada, tais fatores dificultam o

acesso, demonstrando-se insatisfeitas.

As participantes responderam também que

a ausência de um companheiro dificulta e até

impede a realização do exame citológico. A

cobertura do citológico é maior entre as

mulheres que possuem algum companheiro do

que aquelas que não convivem

maritalmente.23 Isso ocorre porque elas

reconhecem em seus companheiros risco em

potencial para o adoecimento, não apenas

relacionado ao câncer, mas a outras doenças

sexualmente transmissíveis que podem ser

detectadas através do exame citológico.19

Embora as questões familiares não tenham

um valor significativo no presente estudo, é

um aspecto comum ao se tratar de fatores que

dificultam na realização do exame citológico.

Um estudo realizado sobre os fatores que

influenciam a não-realização do exame

citológico, também encontrou as questões

familiares como um aspecto que dificulta,

associados principalmente ao papel da mulher

no cuidado com a casa e os filhos, ou até

mesmo de pessoas idosas que encontram-se

sobre seus cuidados, sendo na maioria das

vezes os seus próprios pais.15

Na maioria das unidades de saúde onde foi

desenvolvido o estudo, o exame é realizado

pela enfermeira e, sendo assim, é importante

a formação de vínculo entre a mesma e as

usuárias do serviço, tanto para promover

práticas educativas eficazes, como para

promover uma melhor interação no momento

da realização do procedimento.

Um dos fatores que contribuem para

executar o trabalho dessa forma é o fato dos

profissionais da ESF atuarem mais próximos

dos contextos familiares e coletivos, não só

das mulheres, como da sua família e

comunidade onde vivem. Isso facilita a criação

de um vínculo cada vez mais forte e confiável,

construindo meios não apenas para prevenir o

câncer de colo uterino, mas garantir uma

melhor qualidade de vida à mulher em toda a

sua totalidade.

O câncer do colo uterino ainda é um

problema de saúde pública em países em

desenvolvimento, e embora o Brasil tenha sido

um dos primeiros países do mundo a implantar

a realização do exame citológico, para a

detecção precoce do câncer de colo uterino,

sua realidade não foge da regra.

Por meio dos resultados obtidos, observou-

se que grande parte da amostra considerada

possui uma frequência definida quanto à

periodicidade do exame, demonstrando um

elevado grau de autocuidado. Aquelas que não

possuíam uma periodicidade definida

apresentaram maiores barreiras com relação

ao exame citológico, influenciando de forma

negativa no autocuidado praticado por essas

entrevistadas.

Os dados do estudo apontaram para uma

atitude positiva das mulheres com relação à

busca pela prevenção do câncer de colo

uterino e ao autocuidado. Fatores essenciais

contribuíram para que isso ocorresse, entre

eles, um cuidado de enfermagem, respeitando

as necessidades e particularidades das

CONLUSÃO

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usuárias na unidade de saúde. Outro fator

considerado significativo foi à realização de

ações educativas promovidas pelos

profissionais de saúde, principalmente pelos

enfermeiros, que buscam a disseminação do

conhecimento sobre prática do exame e sua

importância para a saúde da mulher,

minimizando as barreiras de acesso ao exame.

A descentralização do citológico realizado

em unidade básica de saúde facilitou o acesso

da população feminina para a realização do

mesmo, mas ainda há muitas mulheres que

apresentam resistência à coletacitológica.

Com isso, é preciso considerar que a

prevenção depende diretamente, dentre

outros fatores, da educação em saúde. A

Estratégia Saúde da Família conta com o

profissional enfermeiro atuando não somente

na coleta citológica, mas especialmente na

promoção de saúde, com um aspecto

favorável, a proximidade da realidade que a

mulher vivencia.

Nesse campo da atuação, é indispensável

que o enfermeiro procure prestar assistência

às mulheres, dando suporte, facilitando e

capacitando não apenas individualmente,

como em grupos, para que mantenham ou

restabeleçam seu bem-estar de forma

satisfatória de acordo com suas crenças e

cultura, sempre considerando as mulheres

como ativas e responsáveis pelo cuidado com

sua saúde, promovendo a construção de uma

consciência crítica a respeito da relevância

dessas ações, é o caminho preferível como

modelo de práticas e de atuação.

Diante do exposto, não basta o cuidado de

enfermagem na prevenção de câncer de colo

uterino estar voltado apenas para os aspectos

técnicos do procedimento, mas, sobretudo,

encontrar-se focado no comportamento e

sentimentos das mulheres frente ao exame,

na promoção de educação em saúde e espaços

de diálogo, possibilitando um cuidado integral

e consequentemente, facilitando a adesão

delas ao exame e as práticas de prevenção do

câncer de colo uterino.

Mostraram também lacunas existentes no

campo assistencial, no que se refere aos

aspectos dificultadores evidenciados, e a

necessidade de realização de outros estudos

que auxiliem na ampliação do conhecimento e

das práticas de enfermagem, na saúde da

mulher, com o enfoque voltado para a

prevenção e promoção de saúde.

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Submissão: 22/04/2016 Aceito: 10/09/2016 Publicado: 01/11/2016

Correspondência

Layza de Souza Chaves Deininger Bel. Irenaldo de Albuquerque Chaves, 201 Bairro Aeroclube-

CEP 58036-460 ― João Pessoa (PB), Brasil