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Artigo sobre arte telemática, ainda incompleto

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1. A INTERAO PREVISVEL E LIMITADAGeralmente as crianas pequenas so estimuladas a interagir com outras crianas pequenas quando se deparam em algum lugar. Os pais no se importam se a outra criana tem gostos diferentes, porque elas, supostamente ainda no tem definidos seus interesses. A proximidade motivo suficiente para que se inicie uma relao, uma cumplicidade, uma troca, mesmo que momentnea. J a partir de certa idade a criana resiste a aproximao de um estranho e recusa-o. Prefere lidar com algum com quem tenha alguma afinidade. A proximidade no importa, dois estranhos prximos seguem sendo dois estranhos. Os interesses individuais que formam os grupos. Se torna prefervel relacionar-se com um semelhante distante a conhecer algum que cruza seu caminho. A alguns anos atrs, mais precisamente nos anos 90, a Internet superou o agenciamento do telefone e do correio no papel de estabelecer comunicao entre pessoas distantes que compartilham um interesse. Ela facilitou o encontro entre pessoas que tem as mesmas afinidades e a formao de grupos baseados nestas afinidades. Navegando na rede no preciso procurar muito o que se quer, pois chegamos rapidamente as respostas, que frequentemente so aquelas que j temos, aquelas que queramos ouvir. Se somos contrariados, a informao facilmente abandonada e a busca reiniciada em outra parte. A surpresa, o acidente e principalmente o adverso indesejado e evitado. No h tempo para experimentar, para deixar-se levar pela diferena, pela novidade, a no ser aquela para a qual a abertura j existia previamente. Somos cada vez mais objetivos. Temos cada vez mais certezas e por isso recusamos novas possibilidades e novos caminhos.Certamente a Internet nos auxilia nos nossos objetivos. Por Internet entende-se um grupo enorme de pessoas. Pois aqueles contedos, to almejados, so (ou foram) disponibilizados por pessoas. Estas tm, ou tiveram em algum momento, interesse por aquilo que agora queremos. O tempo e o espao dissolvidos na rede representam as pessoas com quem nos unimos por um objetivo. Enquanto para ns o objetivo sagrado, aquelas pessoas s so bem vindas em nossas casas (leia-se tela de nossos computadores) enquanto respondam sinteticamente aquilo que queremos saber e se calem em seguida. No que no possamos sentir afeio por essas pessoas. Imagin-las em outras situaes, ou como lidam com outros temas; como so alm do que j sabemos. Mas na Internet, em um primeiro caso, a informao desvinculada da pessoa que informou. Porm nas redes sociais os agenciadores desta informao, principalmente os amigos que compartilham ou curtem a informao, neste caso a pessoa recupera sua integridade e deixa de ser tratada como um servidor, tal qual, infelizmente sucede nas cidades, como por exemplo o balconista, o frentista, o cobrador do nibus, so ignorados como pessoas completas, pois so tratados como mecanismos de um processo. No desenvolvimento em que passamos da web 1.0, da produo hierarquizada de contedo, para a web 2.0, para a produo e recepo horizontal do contedo. Surgiram as salas de chat, fruns, blogs e redes sociais, entre outras novas formas de interao e relevncia do usurio. Em salas de chat, as pessoas renem-se e dividem-se em grupos temticos, o que inclui um certo teor de imprevisibilidade, pois entre os membros presentes pode haver de nenhuma moderao, mas prevalece a seleo de contatos que compactuem com certos desejos previamente esclarecidos. CHAT COM VDEO E COMUNICAO NO VERBAL Mesmo em aplicativos como chatroulette[footnoteRef:1], em que os participantes de um chat com vdeo so escolhidos ao acaso, a reunio se inicia devido a um interesse em comum: o de encontrar-se com um estranho. A Internet um ambiente certamente previsvel e o usurio transita sem grandes surpresas, fora os vrus, invases e pop-us. [1: Chatroulette um aplicativo criado pelo russo Andrey Ternovsky onde dois participantes escolhidos ao acaso dialogam via webcam e microfone. Ao clicar em um boto aquele parceiro descartado e outro surgir tambm de forma aleatria. ]

Se a Internet acelerou o processo de globalizao, facilitando as transaes entre diversas partes do mundo, o movimento no mbito cultural fortemente de dominao de culturas hegemnica sobre outras perifricas, pouca hibridizao e marcada tendncia a homogeneidade. Em estudos sobre Redes Lingusticas Globais[footnoteRef:2], uma teoria sobre a influncias cultural exercidas entre povos baseadas na possibilidade de traduo de seus contedos escritos e falados, Cesar Hidalgo[footnoteRef:3] afirma que alguns idiomas raramente so traduzidos diretamente para outros, havendo necessidade de mediao via idiomas mais influentes antes da elaborao de uma verso local daquele pas de lngua falada por uma populao menor. Assim as influncias entre culturas so medidas atravs do estudo da linguagem. [2: Global Language Network, disponvel no link http://www.pnas.org/content/111/52/E5616.full e http://serious-science.org/videos/428 - acessado por ltima vez em 21 de maro de 2015. ] [3: Cesar Hidalgo professor assistente em Mdia Artes e Cincias no MIT Media Lab e apresenta ]

A Arte Telemtica exemplificada em obras de Kit Galloway e Sherrie Rabinowitz, antes mesmo do surgimento de tal nomenclatura, utiliza o potencial das redes de computadores para no apenas possibilitar a comunicao almejada entre pessoas, mas abrir vias para que as pessoas se encontrem ao acaso, catalisando processos de hibridizaes culturais. Suas pesquisas no campo foram iniciadas em 1975 geram uma srie de trabalhos, dos quais so mais relevantes para a presente pesquisa as obras A Hole in Space, 1980 e Electronic Cafe International, 1984.

Uma nova verso de A Hole in Space que ganha o subttulo Oakland Reduz e foi realizada em . comunicao proxmica. Sherrie diz que a pessoa se sente protegida.