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Da responsabilidade fiscal à responsabilidade política Editorias / Opinião José Eliton O Brasil implantou uma nova cultura gerencial por meio da Lei Complementar nº 101 de 2000, conhecida por Lei de Responsabilidade Fiscal. A medida estabelece regras com o fim de garantir responsabilidade na gestão fiscal, mediante instrumentos que possibilitem a prevenção e correção de desvios que afetem o equilíbrio das contas públicas, o que dá ênfase ao planejamento, à transparência e, principalmente, à responsabilização, possibilitando aos cidadãos maior participação no acompanhamento das aplicações de recursos públicos bem como o melhor aproveitamento de seus resultados. Uma gestão que destaca os valores da cidadania deve apresentar com transparência o planejamento, o controle e a responsabilidade das premissas básicas da administração pública. Quanto mais vinculados e menos discricionários forem os atos da administração pública, mais os contribuintes estarão seguros de que são governados com qualidade. A avaliação, dez anos após o advento da Lei, é que a medida trouxe elementos importantes à política e ao gerenciamento público. A disponibilização das contas com a possibilidade de apreciação da população interessada, por exemplo, e a realização de audiências públicas para aprovação e prestação de contas pelo Legislativo aumentaram o nível de participação e de exercício da cidadania, fazendo com que o contribuinte possa exercer legitimamente seu direito e participar das decisões públicas. A seguridade da elaboração e execução do orçamento são os pontos de destaque da Lei, que trouxe maior importância no que trata da sua elaboração e execução, influenciando todo o processo de gestão dos recursos públicos. Nesse diapasão, é possível concluir que o equilíbrio financeiro já previsto constitucionalmente ganhou força de norma positivada, o que tornou a política brasileira mais madura e eficiente. O ganho social ao longo dos anos de vigência da LRF é referenciado como um avanço à cidadania e à construção do Estado moderno, preparado para o futuro. A sociedade brasileira, ao visitar os livros de história, indiscutivelmente, enxergará na Lei de Responsabilidade Fiscal um importante legado ao País, deixado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, pois, a partir de então, a administração pública tem de observar parâmetros de controle de gastos públicos e planejamento de ações. Com o avanço da sociedade brasileira, hodiernamente, temos que não basta aos cidadãos terem responsabilidade civil. Não basta às empresas terem responsabilidade social. Não basta aos governos terem responsabilidade fiscal, pois é uma obrigação moral e legal do administrador; necessário que todos tenham Responsabilidade Política que abranja todos os valores essenciais da vida moderna.

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Artigo de José Eliton sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal. Publicado no Diário da Manhã de 29 de julho de 2010

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Page 1: Artigo - José Eliton (Diário da Manhã)

Da responsabilidade fiscal à responsabilidade política

Editorias / Opinião

José Eliton

O Brasil implantou uma nova cultura gerencial por meio da Lei Complementar nº 101 de 2000, conhecida por

Lei de Responsabilidade Fiscal. A medida estabelece regras com o fim de garantir responsabilidade na

gestão fiscal, mediante instrumentos que possibilitem a prevenção e correção de desvios que afetem o

equilíbrio das contas públicas, o que dá ênfase ao planejamento, à transparência e, principalmente, à

responsabilização, possibilitando aos cidadãos maior participação no acompanhamento das aplicações de

recursos públicos bem como o melhor aproveitamento de seus resultados.

Uma gestão que destaca os valores da cidadania deve apresentar com transparência o planejamento, o

controle e a responsabilidade das premissas básicas da administração pública. Quanto mais vinculados e

menos discricionários forem os atos da administração pública, mais os contribuintes estarão seguros de que

são governados com qualidade.

A avaliação, dez anos após o advento da Lei, é que a medida trouxe elementos importantes à política e ao

gerenciamento público. A disponibilização das contas com a possibilidade de apreciação da população

interessada, por exemplo, e a realização de audiências públicas para aprovação e prestação de contas pelo

Legislativo aumentaram o nível de participação e de exercício da cidadania, fazendo com que o contribuinte

possa exercer legitimamente seu direito e participar das decisões públicas.

A seguridade da elaboração e execução do orçamento são os pontos de destaque da Lei, que trouxe maior

importância no que trata da sua elaboração e execução, influenciando todo o processo de gestão dos

recursos públicos.

Nesse diapasão, é possível concluir que o equilíbrio financeiro já previsto constitucionalmente ganhou força

de norma positivada, o que tornou a política brasileira mais madura e eficiente.

O ganho social ao longo dos anos de vigência da LRF é referenciado como um avanço à cidadania e à

construção do Estado moderno, preparado para o futuro.

A sociedade brasileira, ao visitar os livros de história, indiscutivelmente, enxergará na Lei de

Responsabilidade Fiscal um importante legado ao País, deixado pelo governo Fernando Henrique Cardoso,

pois, a partir de então, a administração pública tem de observar parâmetros de controle de gastos públicos e

planejamento de ações.

Com o avanço da sociedade brasileira, hodiernamente, temos que não basta aos cidadãos terem

responsabilidade civil. Não basta às empresas terem responsabilidade social. Não basta aos governos terem

responsabilidade fiscal, pois é uma obrigação moral e legal do administrador; necessário que todos tenham

Responsabilidade Política que abranja todos os valores essenciais da vida moderna.

Page 2: Artigo - José Eliton (Diário da Manhã)

O país que queremos e esperamos é comprometido com valores inerentes à qualidade e transparência das

ações públicas e de incentivo ao exercício da cidadania plena, enfim, comprometido com a

Responsabilidade Política.

José Éliton é candidato a vice governador pela coligação Goiás Quer Mais