artigo de maria do nascimento
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Profa. Maria das Graças Josefa do Nascimento Pós-Graduação: Ensino de História -UFRPE E-mail: [email protected] Orientadora:Profa. Dra. Maria das Graças
Ataíde
NEGRO E A IGREJA
UM ESTUDO A IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS DE RECIFE
1 - A ESCRAVIDÃO E A RELIGIÃO
A descaracterização do negro pela igreja foi desumana, é importante enfatizar que a
igreja em nenhum momento, oficialmente, fez alguma coisa para amenizar a violência
sofrida pelos escravos. Até porque a escravidão gozava de plena liberação religiosa, antes
mesmo da divulgação no breve “DUM DIVERSITAS” de 16/06/1452, quando o papa
Nicolau escrevia ao rei de Portugal: “...nos lhes outorgamos pelo presente documento com
a nossa autoridade apostólica, plena e livre permissão para invadir, capturar e subjugar a
todos considerados pagãos e inimigos de Cisto e reduzir a escravidão perpétua”1 Neste
período Portugal já realizava venda pública de escravos. Diante da carência de mão-de-
obra, o regime escravista transformou-se em uma necessidade natural para o
desenvolvimento estatal das colônias portuguesas.
Para Florestan Fernandes, “apesar da escravidão entrar em conflito com a religião e
com os costumes criados pela concepção católica do mundo, esse conflito moral não
proporcionou ao escravo melhor condição, nem tratamento mais humano(...) Provocou
apenas uma tendência para disfarçar as coisas separando o permissível do real”2
Por este motivo, talvez, é que a igreja não ensinava aos escravos a fraternidade, a
luta pela justiça e pela a liberdade, ensinando apenas obediência, a humildade, a sujeição a
vontade do proprietário(...) e os sofrimentos e injustiça eram vontade de Deus(Rezende,
1982 ,p.73) Nesta perspectiva, o negro, apesar de batizado, continuava a ser maltratado pelo
1 “Disponível em <http://www.religiosidadepopular.uaivip.com.br/datas.htm> acesso em 19/092003 2 Florestan, Fernandes, O Negro no Mundo dos Brancos,S.P. Difel,1972,p.63
Sr. até considerado animal reprodutor, a priori, estimulando à promiscuidade, já que a
lavoura necessitava de muitos trabalhadores.
“Considerando que os contemporâneos do escravismo tiveram a clara noção de que
a
propriedade de escravos constituía fator decisivo para domínio da produção na economia
existente”3 logo a presença do negro foi fundamental para o desenvolvimento do Brasil,
sendo a economia colonial impulsionada pelo regime escravista.
Paralelo ao sofrimento dos escravos os portugueses acreditavam estar salvando os
povos, uma cruzada religiosa com a proteção das ordens papais. O Rei de Portugal,
conforme Hoornaert, emerge como uma figura religiosa e delegada da Santa Sé para a
evangelização das novas terras. Isso ficou oficializado a partir da bula papal de Júlio III,
quando afirma que tudo deve ser feito com a deliberação do rei, que é perpétuo
administrador no espiritual e temporal da milícia de Jesus Cristo de Cister, Delegado da
Santa Sé e Grão Mestre, enfim, o verdadeiro chefe da igreja, durante todo tempo da sua
existência.
Não sendo permitido a ninguém, na colônia, ter outra religião ou deixar de praticar a
religião católica, sendo o rei o chefe da igreja, logo, não ser católico significava, estar indo
de encontro a Deus e à autoridade do rei. Assim era a situação do Brasil nos séculos XVI e
século XVIII.
2 - AS IRMANDADES
O estudo das Irmandades talvez esteja no profundo significado histórico que elas
apresentam. Foram e são instituições que espelham e retratam os diversos momentos e
contextos históricos nos quais se inserem(...) não duvida de que guardam características
bem peculiares em sua formação”4
As Irmandades existiam em Portugal desde do século XIII. Na visão de Julita
Scarano, estas organizações eram constituídas por leigos, e tinham os seus objetivos de
preservar a devoção do santo ao qual eram dedicadas, além de prestar auxílio aos seus
3 Gorender, Jacob, O Escravismo Colonial.Ática, S.P. p.213, 1978 4 Bosch, Caio César. Os Leigos e o Poder.Minas Gerais, Ática, 1986. p.152
membros, como cuidar dos funerais ou exercendo outro tipo de assistência. Para
funcionarem, precisava ter seu estatuto aprovado pelas autoridades eclesiásticas, ter uma
igreja própria ou altar lateral em alguma outra igreja. Através das Irmandades é que o negro
se sentiu talvez um pouco mais humano(Scarano, 1976).
Quando para o negro a única opção era aceitar a fé católica, para a igreja era uma
forma de trazer o negro para o catolicismo, entretanto a rigidez e a organização social
manteve-se inalterada com as Irmandades. A escravidão e o catolicismo não se anulavam
diante do outro. Quanto à relação do negro com a igreja, a sociedade em nenhum momento
foi igualitária e “a adesão ao catolicismo era uma das maneiras encontradas pelos negros de
aproximarem mais do ideal estético do senhor. O que lhes conferia maior prestígio. Foi
assim que foram permitidas e criadas diversas Irmandades religiosas de negros.”5
As Irmandades deram ao negro uma condição política dentro da sociedade branca e,
também, pode ser considerada uma referência para os movimentos de consciência negra,
por que preservou uma tradição religiosa incorporada à fé católica. Apesar de que no início
era dirigida pelo Sr. Branco, e foi apenas uma maneira de incluir o negro, paulatinamente,
na vida social religiosa.
Mesmo assim, “as Irmandades não deixaram de ser um meio de mitigar a
escravidão, se é que houve possibilidade de diminuir seus malefícios”6 Mas o desejo de
encontrar a liberdade não deixa de fazer parte dos ideais da confraria, mesmo que esteja
oculto subjacente, disfarçado.”7 Poderia, também, ser uma forma da capacidade do sistema
para dividir a massa de oprimidos e desencorajar a luta contra os dominadores(Freitas,
1982, p.52)
Na verdade, a relação de poder entre o senhor e o negro era imensa, não havia
espaço
para o negro no sistema econômico escravista. Mesmo assim, as Irmandades
possuíam muitos escravos, por intermédio, abriram um canal político para que o negro
não apenas tentasse aproximar-se, mas comportar-se como o Sr., através dos escravos
alugados para o trabalho produtivo ou explorados no ganho. As Irmandades não
5 Valente, Na Lúcia E. F., Ser Negro no Brasil Hoje. S.P. Moderna, 1987. p.15 6 Scarano, Julita. Devoção e Escravidão. S.P.: Brasiliana, 1976. p.149 7 Idem 7. p.85
objetivavam o fim do regime escravista, tanto que não sofreram repressão, não significando
ameaça nem para a igreja, nem para o Sr. Branco.
Verificamos que o Sr. proprietário desfrutava de certa vantagem quando o escravo
passava para confraria, livrando-o de responsabilidades perante a igreja, como o enterro ou
mesmo doença ou assistência religiosa, já que a finalidade das Irmandades consistia em
promover a assistência religiosa, tais como: batizados, missas, confissões, enterros. É óbvio
que, tendo muitos escravos, a assistência religiosa representava um custo muito alto.
Sem dúvida que o negro, como membro da Irmandade, passando a ter participação
na sociedade religiosa, aprendeu a maquiar sua religiosidade e a preservar sua cultura.
Principalmente nas festas da padroeira, organizadas e dirigidas pelas Irmandades.
Financiadas por negros e negras forros, que investiam parte dos rendimentos nestas
cerimônias religiosas, logo após a missa, dedicavam-se aos ritos profanos: danças,
comidas, ao som dos instrumentos de percussão. Mas tudo tolerado pelo Sr., como também
a eleição dos Reis do Congo que tinham um lugar de destaque na igreja.
Os reis do Congo gozavam de previlégios que seria apenas um elo entre o Sr. e a
Irmandade. “Tratava-se, em geral de homens idosos, e mesmo senis, inclinados à
conciliação, benquistos pelos senhores devido a sua subserviência, a quem se permitia, sem
prejuízo em verdade com lucro – uma realeza de papel(Carneiro, 1965, p.38). Além da
função conciliadora entre negros e brancos, eram os animadores das festas. A
documentação Histórica que cita a coroação de reis e rainhas negros data de 1674 e está na
igreja do Rosário dos Pretos em Recife.
3 - A IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS PRETOS
DE RECIFE
A secular Irmandade a Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Recife
tem origem no século XVII. Nessa pesquisa, procuraremos relatar todo o aspecto quanto à
devoção e à dominação, que gerou, naturalmente, financiamentos para construção e
reformas orçamentárias da igreja, como também compra das alfaias, pagamentos aos padres
para celebrações e promoção das festas de Nossa senhora do Rosário.
Constatamos, porém, que apesar de ser uma das mais antiga confraria de negros de
Recife, sua história não poderá ser relatada por completo pelo fato que “o desenvolvimento
das atividades arquitetônicas dos irmãos somente pode ser conjecturado através dos
documentos existentes. E estes mesmos documentos em muitos casos se encontram
mutilados, desfigurados por longas épocas de descuido e incursões de cupim”8
Por este motivo, todos os documentos apresentados nos anexos são das fontes
teóricas consultadas pertencentes ao acervo da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos
Homens Pretos de Recife.
A igreja autorizava a criação das Irmandades , mas as mantinham sob controle da
Fé, que promovia obediência dos escravos, então concordo com Virginia Almoêdo
segundo a qual a tomada de conta é uma forma explicita de controle, uma de extrair lucros
das Irmandades, tanto para os agentes da coroa como para os bispados, pela cobrança
exorbitante de suas custas e emolumentos. Outra forma de manter o controle sobre a vida
das Irmandades, estão os auxílios régios para construção de templos, e que se junta à
necessidade de obtenção de licença especial para construção desses templos ou
reedificações dos mesmos (Almoêdo,
1988, p.154)
O primeiro templo de Nossa Senhora do Rosário dos homens Pretos da Vila de
Recife, assim denominado nos documentos antigos, fundou-se no breve reinado de Dom
Afonso VI, que ocupou o trono português entre 1662 e a1667 (...) durou menos de um
século. Desapareceu sem deixar representação da sua arquitetura”9 Mas a reconstrução foi
iniciada em 1750 e concluída em 1777, no estilo barroco brasileiro, certamente associado à
religião católica dominante no período colonial, destacando nas edificações as
características da regiões enriquecidas pelo comércio de Açúcar, como foi Pernambuco, e
pelo ouro como foi Minas Gerais.
Destacamos que os santos brancos da Igreja são Nossa Senhora do Rosário, Nossa
Senhora da Boa Hora e São Domingos, enquanto todas as outras imagens presentes nos
altares representam santos negros: São Benedito, São Baltazar, Santa Ifigênia, São Moisés e
Santo Elesbão.
8 Silva, Leonardo Dantas. Alguns Documentos Para a História da Escravidão. Recife. Massangana, 1988. p.93 9 IDEM 9, p. 94
A Irmandade dos Homens Pretos de Recife, indiferente à condição humilde
construiu a igreja de Nossa Senhora do Rosário situada na rua Largo do Rosário, com o
mesmo amor que refletiam nas festas quando tinham liberdade para cantar e dançar,
camuflando sua fé, festejando os santos católicos, mas louvando os orixás africanos e seus
costumes.
È importante enfatizar a presença de mulheres na Irmandade dos Homens Pretos de
Recife, que tinham como atribuição organizar as festas e arrecadar esmolas, ocupando
cargos semelhantes aos homens; procuradoras rainhas, juízas dos Angolas e dos crioulos.
O que podemos destacar relacionado à parte documental da Irmandade dos Homens
Pretos de Recife, está nos anexos, alguns termos e orçamentos que enumera detalhadamente
os gastos na construção e restauração, enfeites para igreja e os gastos nas festas de Nossa
Senhora do Rosário.(Dantas, 1988)
BIBLIOGRAFIA
Amado, Wolmir; Bertazzo(org.), José; Aldighieri; Lopes, Sueli F. A Religião e o Negro
no Brasil. S.P. Loyola. 1989,
Assis, Virgínia Maria Almoêdo de. Pretos E Brancos – A Serviço de uma Ideologia de
Dominação (Caso das Irmandades do Recife). 1988.100 p. Dissertação ( Mestrado em
História).Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1988.
Berutti,Flávio Costa. Faria, Ricardo Moura. Marques, Adhemar Martins, Construindo a
História: Capitalismo e Socialismo, 4º volume
Boschi, Caio César. Os Leigos e o Poder.(Irmandades Leigas e Políticas Colonizadora
em Minas Gerais) Minas Gerais, Ática, 1986.
Disponível em <http://www.religiosidadepopular.uaivip.com.br/datas.htm> acesso em
19/09/2003
Edilson Carneiro, Dinâmica do Folclore, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1965
Florestan, Fernandes. O Negro no Mundo dos Brancos. SP. Difel, 1972.
Franco, Afonso Arinos de Melo, Conceito de Civilização Brasileira - Cit. por Batiste,
Roger. As Religiões Africanas no Brasil, p96, nota 36
Freitas, Décio. O Escravismo Brasileiro. 2ª.Porto Alegre, Mercado Aberto, 1982.
Gorender, Jacob. O Escravismo Colonial. Ática, SP. 1978.
Hoornaert, Eduardo; Azzi, Riolando; Grijp, Klaus Van Der; Brod, Brod, Benno. História
da Igreja no Brasil. RJ. Vozes. 1977.
Rezende, M.V. Não Se Pode Servir a Dois Senhores: Historia da Igreja no Brasil-
Período Colonial. SP. Irmãos. 1982.
Sacarano, Julita. Devoção e Escravidão.SP: Brasiliana,1976.
Silva, Leonardo Dantas. Alguns Documentos Para a História da Escravidão. Recife.
Massangana, 1988.
Valente,Ana Lúcia E.F., Ser Negro no Brasil Hoje, São Paulo, Moderna, 1987.
ANEXO 1
Termo que se fez pa a hobra da sepultura que se ha de fazer nesta Igreja de
Nossa Srª do Rozario desta Villa do Recife.
Aos dezesseis dias do mês de Novembro de mil e setecentos e vinte e hu ano
(sic) nesta Igreja de nossa Senhora do Rozario dos Pretos em prezenssa do muito reverendo Senhor Dºs e Rdº Pe Coadjutor francº Alvares Barboza, Capellam Diogo de Oliveira Franco e a mayor parte de irmandade assim homens como mulheres se assentou que se fizesse a hobra das sepulturas da dª Igreja de Madras fortes e assoalhado de pau amarello pª mayor e limpeza da caza de ds e como assim convierão uniformee assinarão todos com o Rdº Pe Coadjutor e a nosso Capellam eu Damião Procurador da Irmde em auscª do escrivão escrevy assiney dia e hera assima (Livro de termos da Irmandade de N.S.do Rozario dos Homens Pretos do Recife,1721-1755, fl.4 verso)
ANEXO 2
Termo de que não se venda hum moleque q. deo a Nossa Srª do Rº.
Aos onze do mez de Janrº de 1739, estando o Luiz, scrivão e mais Irs. Da meza do anno e alguns Irs q. forão da meza congregados nesta Igreja de Nossa Srª do Rdº, se propoz em como se tinha dado hum molequinho a Nossa Srª e que se visse o que se haver a fazer delle, e tomados os votos assentarão q. se não vendesse e só o deixassem tomar carne, e forças pª depois se vender por mayor presso q. se prometia ao prezente: a q. a Irmde lhe corresse o risco, e lhe desse os alimentos como seu q. era, e como forão chamados os Irs. E Escrivaens velhos, e não vierão, se assignarão os q. votarão, e por assim ser assentado pedirão ao Pe Capellão q. este fizesse... dia e era et supre. Domingos da costa Palma. Ir. Miguel de Souza por esmolla disse q. hia levar o moleque pª lhe dar os elementos...(Livros de Termos, fl. 54).
ANEXO 3
Termo sobre esmolla q. se ha de tirar os Irs. da Meza para o Frontespicio da Igreja de Nossa Sra do Re.
Aos trinta dias do mes de Novembro de 1738, estando congregados o Juiz escrivão, e mais Irs. da Meza neste consistorio da Igreja de Nossa Sra do Rº, assestarão q. querião dar principio ao frontespicio da dª Igreja, dando cada hum sua esmolla conforme suas posses, e pª isso tambem se comvocarâ Meza geral de todos os Irs. e Irmans pª concorrerem com suas esmollas pª a dita obra, e serâ o arrecadador (ilegivel) pª despender em tudo que for a bem da dita obra, e por todos os mezes se verão contas dadas em meza da dtª Irme, e por estarmos conformes nos pareceres, e vontade, e assim mandarão fazer este
termo em q. se assignarão Villa do Re em meza dia e era ut supra, e eu Rº capellão do Rº Diogo de Olivª Franco o escrevy. (Livro de Termos, fl. Verso). ANEXO 4
Anno 1711
Por soceder mandar-me o IIImo. Sr. Bispo q. Ds. Gde o Sr. D. Maneol Als. Da Costa, corresse com os gastos da Igreja de N. Senhora do Rozario, no tempo em que se fez o compromisso pedido este pelos Irs. Da mesma Sra. Ao dito IIImo. Sr. Ipois athe então o não tinhaó p. por elle se governarem, e estar a Irmandade Sem dinheiro algum no cofre, antes com mts. Dividas, meobriguei Como Capellaó a fazer os gastos e cobrar os rendimentos, athe Se acabar o anno, e entrar procurador novo que podesse cobrar com zello; tudo q. mts. Irmãos e Irmans não podendo pagar logo as mordomages, e Juizados no próprio anno, pagavaó mts. Depois de terem passados dous a trez, q. era necessário tornar a ver as eleiçóes passadas p. os abonar, e assim ficaó mts. Somas das eleiçóes depois erradas pelas Cresenças, o q. se pode por extenso tudo da Cobrança, da festa assim mordomages e Juizados, e anais pêra server (se ver) direito q. Soma a quantia do dinheiro recebido, e o gasto da festa aatraz, e os recibos, e despesas annuais Se podem por no caderno que p. isso há, tudo por sua hordem.
ANEXO 5 Anno: 1712.
Custos e gastos q. se fizeráo na festa de N. Sr. do Rozario do Anno de 1712, por mão do procurador Antonio Fr.
Pella missa vespora e procisáo ao Rdo Vig .......................... 6$000 Por dr. aos dois acólitos ........................................................ 5$120 Por dr. ao pregador o Prior de N.Sra. do Carmo
Frei João do monte Carmello ....................................... 9$920 Por dr. p. o officio dos Irmãos defunctos.............................. 10$920 Por 6 caps. De aspeges.......................................................... 2$880 Por dr. ao Mestre da capella.................................................. 18$000 Por dr. aoscharameleiros....................................................... 5$120 Por dr. p. 24 Is. de Cera a 600 rs. E 580 rs. 1 como consta certidões q. aponta ............................................................. 14$120 Pella Missa da coroação ao Rd. Vig. .................................... 2$000 Por dr. ao sachristáo da Caza conforme o compromisso....... 6$000 Por dr. ao zelador conforme o compromiss. Aconta da porção de 8000 ................................................................... 0$640 Por dr. q. mandoa dar a meza a Irman q. varre a Igreja......... 1$000 Por q. se deo a hum Irmão na Cadeya .................................. $640 Por dr. q. deo ao Juiz Miguel Fr.o que lhe pdeio de q. dava
Conta ao dt. ................................................................. 5$120 por dr. q. deo 17 Is. De cera mais por prego de 440 rs. L. como consta da Certiaó q. ajunta............................... 7$400
Pella porção do Rdo. Capelláo annual.................................. 46$000 Pella esmolla de 36 Irmãos deunctos e missa da Coroação
do Rdo. Capelláo como manda o Compromisso 4 missas cada Irmão................................................... 29$120
Pello resto do q. se lhe daria q. ficor nos gastos de 1711 em aberto. Como tudo consta do recibo delle cem fronte atraz fl-117 ....................................................... 20$440
___________ Soma todo o gasto.................... 190$920
ANEXO 6
Anno de 1674: e acabou em 1675.
Eleisão dos reizes e juizes e mais officiaz que ham de servir a nossa Senora do Rozario dos pretos este Anno de 1674 e caba em 1675.
Rey dos Angolas Antonio Carvalho escravo de Agostinho Carvalho pagou....................................................... 4$040
Rey dos Crioullos, Antonio Ramiry por sua devosão pagou 4$000 Juiz dos Angolas pascoal de abreu escravo do sargento mor
thomas de abreu..................................................... 5$000 Juiz dos Crioulos Domingos Correa escravo do Capp
Manoel Goncçalves Correa.................................. . $000 Rainha dos Angolas Agela Ribeira escrava de Antonio
Ribeiro Barreiros.................................................. 4$000 Rainha das Crioulas Luzia dias escrava de Francisco
Barros não asertou................................................ $000 Juiza das Crioulas por sua devosão Joana Leytoa............... 4$000 Juiza das Angolas Brivida Roiz escrava de João Esteves
da Costa................................................................ 6$000 _______
27$040 Mordomos Luiz Marquez........................................................ $960 Antonio Gomes Gordura...................................... pagou $200 Coelho Mosorong................................................. pagou $200 Manoel Roiz.......................................................... pagou $320
______ 1$680
Mordomas Esperanza diaz monteyra..................................... pagou $740 Grimoneza perreira.............................................. pagou 1$000 Vitória Antunez................................................... pagou $960 Luzia de torrez..................................................... pagou $640 Dominguas Roiz.................................................. pagou $400
______ 3$740