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ART IGO D E ATUA L I ZAÇÃO
E X PE R I E N C I A D E I M P LANTAÇAO DA T E RAP I A DE R E I D RATAÇAO O RA L NA SEC R ETAR I A D E ESTADO
DA SAO D E DE S E RG I P E
Alz ira Mar ia O ' Avi l a Nery G u i marães!
GUIMARÃE S, A . M . D . N . Experiência de implantação da terapia de reidratação oral na Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe. Rev. Bras. Enf., Brasília , 37 (3/4) : 237-246 , jul ./dez . 1 984 .
R ESUMO. O Programa Nac iona l de Contro le das Doenças com sais re id ratantes , precon i zados pe la OMS - O rganização Mund ia l da Saúde - foi integrado à Coordenadoria de Serv iços Bás icos de Saúde de Sergipe, para imp lantação e controle de execução. A part i r d ar, a T R O ( terap ia d e' re id ratação oral ) fo i imp lantada paulat inamente, em un idades de saúde . Re latam-se as estratégias uti l izadas para capacitação de pessoal , abrangência , a evolução do programa, a operac ional ização e d i f icu ldades ident if icadas no decorrer da implantação e execução .
ABST RACT. The nat ional control program of d i a rrheal d i seases as suggested by WHO -World Hea lth O rgan izat ion - was inc luded to imp lant execut ion and control by "Coordenadoria de Serviços B ásicos de Saúde de Sergipe". Sequenc ia"y an Oral Rehyd rat ion Program was estab l ished at san itat ion un i ts. Used strategies to personne l improvement, the content, the ev'o l ut ion of the program, its operat iona l izat ion and ident if ied d i ff icu l t ies dur ing the pro'cess are re lated .
I NT RODUÇÃO
No Estado de Sergipe , a terapia de reidratação oral (TRO) foi introduzida após seminário realizado em fevereiro de 1983 , promovido pela Secretaria de Estado da Saúde e ministrado por técnicos do Ministério da Saúde , com treinamento de ordem teórica e prática, sendo esta última, para um número limitado de profissionais, devido a prob lemas de operacionalizaç!Io .
Após esse seminário , a TRO foi il1 tegra�a à
. Coordenadoria de Serviços Básicos de Saúde ,
para implantação e controle de execução em unidades de saúde , pertencentes ou não à Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe (SESS).
Sergipe conta com 74 municípios , que estão agrupados em sete Regionais de Saúde , implan-I tadas ou a implantar . As atividades do setor saúde são exectUadas através de açOes da SESS, FSESP, Prefeituras Municipais , IPES (Instituto de Previdência do Estado de Sergipe), LBA , EMATER-SE, Sindicatos, InstituiçOes Filantrópicas etc . , todos ttlldo a mesma preocupação que' é servir à populaç!Io carente do Estado .
1 . Enfermeira , Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe, Supervisara de Serviços Básicos de Saúde.
Rev. Bras. Ellf, Brasília, 37 (3/4) , jul./dez. 1 984 - 237
J
As normas para implantaçãO da TRO, elaboradas pelo Ministério da Saúde , foram adequadas à realidade local , em virtude da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe dispor, principalmente em sua Rede de Serviços Básicos, de unidades simplificadas e da precariedade no sistema de referência e contra-referêrrcia .
Inicialmente a TRO foi implantada na Capital e concomitantemente nas Unidades de Saúde do interior do Estado , cujos técnicos participaram do ' treinamento no I Seminário acima re ferido . Posteriormente foi dada continuidade à implantação e atualmente a TRO encontra-se praticamente difundida em todo o Estado, através de órgãos oficiais , como também de instituições de caráter filantróp ico que atuam no setor saúde .
DESENVO L V IM ENTO
o Programa de Controle das Doenças Diarréicas integrado à Coordenadoria de Serviços B:ísicos de Saúde , iniciou a implantação e o controle de execução e , a priori, esta ação envolveu toda a equipe da Coordenadoria de Serviços Básicos de Saúde , como também profissionais de saúde de outros órgãos ou instituições capacitados para tal' mister, no I Seminário sobre a Terapia de Reidratação Oral .
Estratégia utilizada para desenvolvimento do Programa.
Capacitação de Pessoal
Os treinamentos para uso dos sais reidratantes orais foram realizados através de :
- Seminários : I Seminário promovido pela SESS . em fevereiro de 1 983 . e ministrado por técnicos do Ministério da Saúde . 11 Seminário promovido pelo INAMPS, em junho de 1 983 , e ministrado pela equipe da SESS.
- Palestras educativas realizadas em centros de saúde e creches .
Treinamento em serviço . - Entrevistas individ�ais e coletivas. - Reciclagens. A equipe da Coordenadoria de Serviços Bási
cos se deslocava tanto para as unidades de saúde da capital, como para as do Interior do Estado, a fim de realizar a citada implantação , após treinamento em serviço e desenvolvendo paralelamente outras ações · educativas, principalmente o incentivo ao aleitamento materno, como medida
· profilática
238 - Rev. Bras. Enf., Brasília, 37 (3/4), jul./dez. 1 984.
das doenças diarréicas. Concomitante e de modo inverso , o pessoal de níveis superior e auxil iar . também se deslocava à sede da Coordenadoria a fim de receber treinamento teórico e , posteriormente , ser encaminhado para o treinamento prático no Centro de Reidratação da Prefeitura Municipal , que foi considerada nossa Unidade de Referência.
A TRO foi implantada paulatinamente , sempre após treinamento individual ou coletivo . em unidades de saúde pertencentes ou não à SESS.
Foi elaborado um manual de Normas de Aplicação da Terapia de Reidratação Oral , para atendentes polivalentes (Anexo 1 ) , para facilidade de aplicação do soro , contendo cálculos efetuados sobre o volume do mesmo a ser ministrado a cada criança de acordo com o grau de desidrataçITo , com uma tabela anexa (Anexo 2), condensando estes cálculos, para serem fixados em lugar visível e próximo ao local de preparaçITo do soro. Ainda para facilitar a diluiçITO dos sais reidratantes, foram fornecidos vasos plásticos com graduação de Um litro , mamadei ras e em algumas unidades foram fornecidos também copos e colherinhas plásticas.
As atendentes polivalentes foram treinadas para fazer uso do soro , principalmente na prevenção da desidrataçITo , prestando assistência à criança, tITo logo se inicie o episódio diarréico. Os casos de crianças que já apresentassem a desidratação instalada, seriam .. avaliados a depender do estado da criança e o grau de desidratação , e a atendente iniciaria o uso do soro, ao tempo em que a encaminharia para uma unidade de maior complexidade , a fim de receber o soro com acompanhamento médico .
Divu lgação
A divulgação da Terapia de Reidratação Oral no Estado foi realizada através de :
Palestras educativas . - Seminários . - Distribuição de material- educativo origina-
do do INAN , OMS, UNICEF e de apostila de normas para atendentes elaborada pela Coordenadoria de Serviços Básicos de Saúde .
- Cartazes sobre diarréia e desidratação . - Correspondência enviada aos pediatras do
Estado , informando-os sobre � nova abordagem terapêutica .
- Mensagens na TV, jornal e rádio . Foram fornecidas frases alusivas à diarréia , desidrataçãO e aleitamento materno , para divulgação em progra-
mas radiofônicos, em linguagem simples e conceitos adapt áveis à assimilação da população rura l .
- Trabalho de pesquisa sobre a avaliação de oitenta casos de des,idrataç[o , hidratados com os sais reidratantes de autoria de . dois profissionais de um centro de saúde da Capital .
.
- Inserção do tema na maioria dos eventos, que objetivam capacitação de pessoal, tais como :
a) Treinamento para atendentes polivantes ; b ) Oficina d e trabalho para capacitação de
supervisores ; c) Curso de atualização em Saúde Pública; d) Reunião com parteiras curiosas ; e) Curso de capacitação de pessoal das creches
do NUTRAC ; f) Encontros com monitores e agentes alfabe
tizadores do MOBRAL ; g) Encontros com extensionistas rurais da
EMATE R-SE : li) Palestras na Universidade Federal de Ser
gipe e na Escola de Auxiliar de Enfermagem.
I mplantação e abrangência do programa
Foram identificadas todas as unidades de saúde e instituições que atuam no se tor Saúde no Estado para que se processasse a implantação do programa, excetuando as instituições privadas de fins lucrativos . A partir desta identificação , a Secretaria de Estado da Saúde , articulou-se com estas insti tuições , motivando-as para aceitação da implantação , que foi feita pela equipe da Coordenadoria de Serviços Básicos - médicos, supervisores e enfermeiras da Secretaria da Saúde , ou pela própria equipe da instituiçãO devidamente capacitada. respeitando-se , entretanto , as raras nãoaceitações da mesma.
, Atualmente estão envolvidos . os seguintes órgãos na execução do programa : SESS, FSESP, INAMPS, LBA, Projeto RONDON , Prefeituras Municipais , IPES ( Instituto de Previdência do Estado de Sergipe) , MOBRAL, EMATER-SE, Sindicatos Rurais , InstituiçOes Filantrópicas, NUTRAC (Núcleo de Trabalho Comunitário) , SESI e Universidade Federal de Sergipe . Houve entrosamento com as parteiras curiosas já cadastradas e controladas pela SESS, e com l íderes comunitários que foram devidamente instruídos sobre o uso dos sais reidratantes .
Foi preocupação constante da Coordenadoria de Serviços Básicos de Saúde usar os sais reidratantes como medida profilática da desidratação .
Era também de interesse da Coordenadoria, rea l izar um trabalho com distribu ição dos sais reidratantes casa a casa , a nível de zona rural aonde não existisse unidade de saúde quer da SESS ou outra instituiçãO mas, no entanto, ainda não foi possível a realização deste trabalho por questões de ordem operacional .
No momento, encontra-se implantada a TRO no Estado de Sergipe nas seguintes unidades de saúde : 42 cen tros de saúde , 1 09 postos de saúde , três unidades mistas, 28 hospitais, 23 unidades de Saúde das Prefeituras Municipais, quinze sindicatos rurais , quinze creches, três postos de atendimento médico e vinte, ambulatórios. Faltando ser implantada a TRO em somente três sindicatos rurais e dois postos médicos , que pre tendemos implantar ainda neste semestre e, posteriormente , partir para uma superviSITo continuada e avaliaçITo das unidades já implantadas anteriormente (Anexo 3) .
Desde a implantação, em fevereiro de 1 983 , até o momento foram distribuídos 1 7 1 .303 envelopes de sais, perfazendo um total de 28.895 crianças reidratadas, correspondendo três a cinco envelopes para cada criança desidratada e um a dois envelopes para a profilaxia da desidratação .
Operacional ização
Os sais reidratantes orais são recebidos pela representante da CEME em Sergipe .e são estocados no almoxarifado central , em local com baixa temperatura, ficando a distribuição do mesmo a critério da Coordenadoria de Serviços Básicos de Saúde , que ,fornece os sais de acordo com a demanda da unidade ou instituiçoes a fim de evitar alterações com o armazenamento prolongado sob a al ta temperatura habitual . A reposiçãO é feita através do movimento de estoque (Anexo 4) , por meio do qual a equipe da Coordenadoria avalia e analisa mensalmente o gasto ou utilização, observando o número de crianças hidratadas, o estoque atual da unidade e se esta está necessitando receber nova remessa de sais. Este movimento de estoque é remetido através das diretorias regionais ou dire tamente através dos profissionais das unidades de saúde .
Apoio
Apoio da equipe do Programa Nacional de Controle das Doenças Diarréicas (PNCDD) ao desenvolvimento do Programa em Sergipe - o
Rev. Bras. Etll. Brasília, 3 7 (3/4), ju1./dez. 1 984 - 239
PNCDD, inserido às atividades do lNAN tem colaborado bastante através de apoio técnico, material e incentivo .
Apoio técnico
À nível de coordenação . - Participação de técnico da SESS, sobre
atualização científica das . Doenças Diarréicas -BraSl1ia, DF.
- Participação de técnico. no 19 Encontro Nacional para avaliação da TRO - Brasília, DF.
- À nível local . - Envio de técnicos para a realização do 1 9
Seminário sobre TRO e m Sergipe .
Apoio material
- Fornecimento de 30 1 .350 envelopes de sais reidratantes orais .
- Fornecimento do material educativo : folhetos ; fotolito para cartazes ; apostilas de conteúdo cientíl1co ; normas para aplicação da TRO em estabelecimentos de saúde .
I n centivo
o apoio recebido do INAM tem sido decisivo para que a equipe da Coordenadoria de Serviços Básicos continue vencendo os obstáculos que foram · apresentados à implantação e que continuam se apresentando no decorrer do desenvolvimento das atividades do Programa de Controle das Doenças Diarréicas em Sergipe .
Dificuldades identificadas à implantação do programa em Sergipe
- Obst:ículos à implantação na maioria dos · hospitais da capi tal .
- Precariedade no 'sis tema de referência e
contra-referência da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe .
- F alla de conscientização de alguns profissionais de Saúde , comodidade no não-envolvimento ou interesses outros interferentes .
- Dificuldades apresentadas no recebimento . de relatórios solicitados e na tentativa de obtenção dos' dados mais detalhados solicitados pela Gerência Nacional do Programa .
- Dificuldade relativa à superviSãO continuada, quer no que se refere à disponibilidade de pessoal , quer de transporte , principalmente quando · eventos interferem, ficando os mesmos à disposiçãO de outras atividades.
240 - Rev. Bras. Enf. Brasília, 3 7 (3/4), jul./dez. 1 984.
CONCLUSOES
A TRO é um grande avanço terapêutico 1 1 0 tratamento das doenças diarréicas e, quando aplicada segundo as recomendações estabelecidas, torna-se uma poderosa arma através da qual pode-se repor, rapidamente , a perda de l íquidos e eletrólitos nos casos de diarréia e desidratação . Baseada na experiência da implantação da TRO nas unidades de saúde do Estado de Sergipe , da aceitação desta por parte de muitos profissionais de saúde , da demanda assistida e pelos resultados obtidos, concluímos que :
- É uma via . importante para estabelecer outras ações de saúde e educação, destacando-se entre elas o incentivo· ao Aleitamento Materno, envolvendo a participação de membros e l íderes comunitários,
- É um meio eficaz na prevenção da desnutrição por diarréia e desidratação , pois repõe rapidamente as perdas l íquidas evitando que a criança permaneça em jejum prolongado .
_ . Pode ser usada em crianças desidratadas por diarréia, na cura da desidratação, como também pode ser aplicada l ogo no início do episódio diarréico como medida preventiva.
- Constitui-se em método de baixo custo e fácil operacionalização .e condiz satisfatGriamente com a nossa realidade atual de saúde, podendo ser inserido na prática dos cuidados primários de saúde .
- A TRO é caracterizada pela flexibilidade na sua execução, podendo ser utilizada tanto pelos hospitais de grande porte como pelas unidades simplificadas, existentes em zonas rurais , onde a presença do médico é esporádica ou inexistente , e pelo uso e m domic{Jjo .
... Em relação à s insta lações , a T R O não requer local especial para sua execução , não necessitando , portanto, sala especial para preparo e administração do soro .
- No Estado de Sergipe , apesar dos obstáculos apresentados, a implantação da TRO foi realizada tendo como meta a difusão através de todas as unidades de saúde existentes, exceto as de caráter particular com fins lucrativos e estendendo-se às instituições filant�ópicas de amparo à criança.
GUIMARÃES, A . M. D . N. Improvement experience in oral rehydration therapy at "Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe". Rev. Bras. Enf.. Brasília, 37 (3/4) : 237-246 , Jul./Dec. 1 9 84.
R E F E R � N C I AS B I B L l O G R À F ICAS
ORGANIZACION MUNDIAL DE LA SALUD/UNICEF. El tratamiellto de la diarréia y uso de la terapia de . rehidrataci611 oral. Genebra, 1 983 .
BRASIL . Ministério da Saúde. Normas para aplicação da terapia de reidratação oral (TRO) em estabelecimelltos de saúde: docllmell to preliminar. Bras((ja, 1 9 82 .
BRASIL. Ministério da Saúde . A bordagem terapêutica das doellças diarréicas baseada lia reidratação oral. Brasília , 1 983 .
A TE�APIA de reidratação oral (IR O) para diarréia infantil . Baltimore, 'nlC Jolm Hopkins University, 1 9 81 . (Population reports, série L, n9 2).
ANEXO 1
Normas de apl icação da terapia de reidratação ora l , para atendentes pol ivalentes.
1. ROTE I'RO BÁsico
Ao chegar a crianç�:
a. Exame f ís ico. Pesar sem roupa. b. Aprove itar o momento do exame para expl icar à mãe os s ina is de desidratação. c. Ava l iar o grau de desidratação (%) , uti l izando o segu inte quadro :
AVALIAÇÃO DO G RAU D E D ES I D R ATAÇÃO
D ADOS CLrN I COS
Perda de peso
Aspecto da criança
E last ic idade da pele
Estado das mucosas
O lhos
Fontane l a l
Pu l so rad ia l2
D iu rese3
LEVE (I grau)
Menos de 5%
A lerta
Sinal de prega d iscreto
Mucosas normais ou l igei ramente secas
Normais ou pouco fundos
Normal ou pouco funda
Presente , a inda forte
Normal ou l i ge i ramente d im inurda
MODE RADA (11 grau)
de 5% a 1 0%
I rr itada, com sede
Sina l de prega presente
Mucosas secas ou pouco úmidas, com sa l iva espessa
F undos
Funda
Presente, porém mais fraco : taqu icard i a
D i m inurda
G R AVE (111 grau)
Mais de 1 0% .
Depr imida, comatosa, déb i l e incapaz de mamar. Pe le fr ia .
S ina l de prega presente e mu ito acentuada.
Mucosas mu ito secas.
Mu ito fundos. Choro sem lágrimas.
M uito funda
Déb i l ou ausent' !
Escassa ou ausente
1 . Tambtlm denominada moleira. Este sinal deve ser observado e m crianças menores d e u m ano.
2. .; o pulso que se observa no antebraço, próximo à articu lação 'Com a mão.
3. N ú mero de m icç(les e quantidade de urina e l iminada.
Rev. Bras. Enf., Brasília, 37 (3/4), jul./dez. 1 984 - 241
ur ina; a ur ina tem cor amarelo escura
a) Preparação do soro
Perda súbita de peso
Os sina i s de desidratação.
2. TE RAP I A DE R EPOSi ÇÃO
Di ssolver o conteúdo de um enve lope do soro em um l itro de água. � i mportante que se mantenha rigorosamente esta d i l u ição, pois caso contrár io rompe-se o equ i l fbrio entre o sód io e a g l i cose . A água em que se d issolverem os sais deve estar à temperatura ambiente (20-30°C) . N ão se deve m in istrar água ou soro gelado, po is o tempo de esvaz i amento gástrico é maior e pode causar vômitos. O soro depois de preparado deve f icar à temperatura ambiente até 24 horas. Após este per íodo, não deverá ser ut i l izado. Caso sej a necessár io, preparar nova solução.
b) Modo de usar
O soro pode ser dado com mamadei ra, copo ou colher de chá, de acordo com o costume da criança; inc lusive, no caso da cr iança não aceitar a mamadei ra da un idade de saúde, é conveniente u sar a sua própria mamadei ra . Se a criança está mamando no peito deve-se usar copo ou colher de chá.
c) O tempo mín imo entre cada tomada será de aprox imadamente vinte minutos, que é o tempo estimado de esvaz iamento gástr ico, porém não ·se deve ser rigoroso, nem nas quantidades, nem nos intervalos, que f icarão a cr itér io da sede da cr iança. Não se deve dar grandes quantidades de uma só vez, para não provocar vôm itos nem d istensão abdomina l (aumento do volume do abdome ) .
Se o paciente vomitar, esperar qu inze m inutos e vol tar a oferecer outra vez o soro re idratante ora l , descontando do cálcu lo in i cia l o vo lume vomitado.
d) Quantidade de soro reidratante oral a ministrar nas primeiras quatro a oito horas
Para fac i l itar a uti l ização do soro estamos fornecendo as tabe las com a quantidade a ser min i strada até quatro a o ito horas, de acordo com os cálculos constantes nas "Normas para apl icação da T RO".
242 - Rev. Bras. E/t!. Brasília • . n (3/4) , jul./dez. 1 984.
3. ENCAM I N HAM ENTO
1 ) Criança com desidratação leve deverá receber as or ien tações do posto de saúde l ocal e ut i l izar o soro reidratante oral.
2) Criança com desidratação moderada deverá receber as o r ientações no posto de saúde - loca l , ut i l i z a r o soro reid ratante o ra l e se r encam inhadà ao centro de saúde ma i s próx imo.
3) Cr iança com desidratação grave deverá rer.eber as or ientações no posto de saúde l ocal , receber u m a dose in ic ia l do soro reid ratante oral e ser encaminhada imediatamente à un idade de saúde ma i s próxima ( centro de saúde , u n idade m i sta ou hospita l ) , para atend i mento méd ico de u rgência .
4. DOSAG EM DO R E I D RATANTE A SE R USADO COMO MANUTEN ÇÃO E P R EVEN ÇÃO DA DESI D RATAÇÃO
I d ade
Quantidade de soro re id ratante ora l m i n istrado ( fornecido) à cr iança após evacuação ou vôm ito.
o a 6 meses
50 m l
R ea l imentação
7 a 1 1 meses 1 a 2 anos + de 2 anos
1 00 ml 1 50 m l 200 ml
A rea l imentação deverá ser i n i c iada, s e poss (ve l , na un idade de saúde, com o l e ite materno ou a rt if ic ia l .
Apfazamento
Sempre que poss (ve l , a criança d'�verá comparecer à un idaoe de saúde até 24 horas após o início d a reid ra
tação. Quando i sso não ocorrer, o atendente deverá fazer a v is ita domic i l iár ia para verificar as condições
de saúde da criança. � bastante conven iente informar às mães que o soro serve para evitar ou curar a desidratação, mas que a d iarréia poderá persist i r por a lguns d i as, até a cura.
Rev. Bras. Enl, Brasília, 3 7 (3/4) , jul./dcz. 1 984 - 243
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ANEXO 3
GO V E R NO D E SE RG I PE SECR ETA R I A D E ESTADO D A SAÚ D E
DGS - CSBS
MOV I M E NTO D O ESTOQU E DE E N V E LOPES DOS SAIS R E I D RATANT ES O RA I S UTI L I ZADOS NA T R O E CONT R O LE D E
PAC I E NTES R E I D R ATADOS
I n st itu ição : _________________________________ _
Mun ic (pio : _________________________________ _
Mês : _____________________ Ano : ______________ _
Estabelec imento ( sl de saúde : ___________________________ _
Quantidade recebida no mês : ___________________________ _
Saldo do mês anterior : _____________________________ _
Quantidade gasta no mês: ____________________________ _
Quantidade em estoque para o mês segu i nte: _____________________ _
NC? de pac ientes que ut i l izaram os sa i s reidratantes ora i s dura nte o mês
Sem desidratação : ___________________ _
D esidratados: _____________________ _
----__________ _________ de __________ de 1 9 __ _
ASS I NATU R A
Rev. Bras. Enf., Brasília, 3 7 (3/4) , jul./dez. 1984 - 245
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