artigo cores na cidade

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU FAUeD- DESIGN- SEMIÓTICA- DOCENTE: LUIS EDUARDO DISCENTES: ANA BEATRIZ- ANA FLAVIA- FIAMA KAUARI- LETICIA VASCONCELOS- NATHYELLE XAVIER- TAUANE PEREIRA

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Page 1: Artigo Cores na Cidade

A

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU

FAUeD- DESIGN- SEMIÓTICA- DOCENTE: LUIS EDUARDO

DISCENTES: ANA BEATRIZ- ANA FLAVIA- FIAMA KAUARI- LETICIA VASCONCELOS- NATHYELLE XAVIER- TAUANE PEREIRA

Page 2: Artigo Cores na Cidade

INFLÊNCIA DA COR NA CIDADE

Discentes: Ana Beatriz Vilela;

Ana Flávia Gonçalves;

Fiama Kauari;

Letícia Vasconcelos;

Nathyelle Xavier;

Tauane Pereira.

Page 3: Artigo Cores na Cidade

Resumo: Em análise geral, na arquitetura em si a predominância é de

cores próximas a tons neutros tanto no bairro residencial (bairro morada da

colina 87%) quanto no comercial (centro 69%), como o Branco Gelo; e tons

pastéis como, Palha, Areia, cores que se repete em ambos.

No centro a comunicação visual utilizada nos anúncios publicitários, se

destaca diante aos edificios causado pelo contraste de suas cores havendo uma

variação, sendo 31% as cores mais saturadas que se encontra em pontos

comerciais, cores que em geral chama o olhar e atrai; atiça os sentidos

provocando estimulos para reações e ações desejadas, utilizadas pelos

comerciantes como ferramenta de comunicação.

O bairro fica em uma cor quase uniforme, se observada de longe, o

branco predomina, mas logo a variação de tons pode ser notada, cores sempre

pouco saturadas, assim atuam condizendo com o lar, sobre o conforto e

bonança, isso por sua comunicação com o olhar sem trazer grande impacto e

agressão aos sentidos obtendo mais aceitação.

Palavras-chaves: Análise Cromática, Branco, Comunicação Visual, Cores,

Monocromático, Tonalidades.

INTRODUÇÃO

Perante as questões relacionadas ao simbolismo e da constituição da

linguagem especifica das cores, é possível apreender o uso das cores nas

informações que recebemos constantemente nas ruas de nossa cidade. Embora

os códigos de procedimento das cores sejam iguais, o efeito pode não ser

semelhante, sendo assim colocamo-nos, diante das questões a respeito da

arbitrariedade da linguagem, onde é admitido o aparecimento de diferenças nas

aplicações com certa distância no espaço e no espaço temporal, para

compreender esta divergência decomposição para a apropriada aplicação e

Page 4: Artigo Cores na Cidade

percepção dos recursos de cor na representação de informações, sendo assim

coloca-se nossa análise.

As cores provocam estímulos e reações em quem às percebe e podem

ser associadas a lembranças, sentimentos e ideias, elas provocam estímulos

físicos, exercendo diretamente na sensibilidade humana, atingindo a parte

motivacional e levando o indivíduo a reagir.

“A cor deve ser vista, com toda sua potencialidade, como uma

informação” (FERRAZ, Aline, 2008 p.40) Desta forma pode-se tomar partido

desta capacidade da cor, para coordenar coisas e situações, a cor deve faciltar

orientação no espaço.

APLICAÇÃO DE CORES NO CENTRO DE UBERLÂNDIA

De acordo com a avaliação realizada no bairro centro de Uberlândia,

com uma amostragem mais restrita, que se situa na Avenida Afonso Pena,

Avenida Floriano Peixoto e Avenida João Pinheiro, notou-se que a paleta de cor

predominante fica em torno de tons neutros com 69%, estes aprentam

tonalidades terrias, identificam-se algumas cores como o Branco Gelo, Palha,

Areia e Camurça, referente aos tons saturados, estes apresentam apenas 31%

da paleta. É importante ressaltar que esta paleta refere-se à arquitetura em si,

pois no setor centro nota-se a distinção entre a arquitetura e a comunicação

visual utilizada nos anúncios publicitários, estes apresentam grande saturação.

“A utilização de cores como elementos visuais para estimular a

precepção e traduzir significados tem sido frequentemente utilizada em anúncios

publicitários por sua capacidade de influenciar diretamente as emoções e as

atitudes do consumidor” (SAMARA, MORSCH, 2005 p.125). As cores saturadas,

presentes na comunicação visual, são utilizadas propositalmente para atrair as

pessoas que circulam pelas ruas. Pois a maneira com que a cor é empregada

influencia no estímulo e impulso de compra, atrai a atenção e induz as pessoas

a parar para entrar no estabelecimento e analisar o produto.

Page 5: Artigo Cores na Cidade

A cor, quando ocupa o espaço destacado e adequado, adquire uma

simbologia e pode ser utilizada a favor da informação e da comunicação.

(Guimarães, 2004 p.137)

Desta maneira, conforme Guimarães, 2004 a possibilidade de admitir

muitas interpretações, é uma característica fundamental da cor. Entretanto, é

possível obter-se uma significação precisa para determinada cor em

determinado contexto cultural, sendo assim veremos a seguir cada caso.

Imagem 1 - Triângulo da Sorte

Neste caso temos a aplicação de cores na publicidade e na arquitetura,

analisando primeiramente o cartaz percebe-se que há uma coerência no uso do

vermelho, laranja e amarelo, devido a associação afetiva que cada uma da cores

traz. O uso do laranja, assim como o amarelo que representa o ouro e o poder,

representa a bonança e a riqueza, aludindo aos benefícios proporcionado pelo

produto comercializado, além de promover uma sensação de alegria e

pensamentos agradáveis induzindo a pessoa a pensar como seria sua vida

depois de premiada, neste sentido, o vermelho é introduzido para sugerir

motivação (neste caso, na compra) ao mesmo tempo provocando uma excitação

e disposição a agir. Em continuação do uso da cor, desta vez empregada na

A v e n id a J o ã o P in h e iro , C e n tro . U b e rlâ n d ia

Page 6: Artigo Cores na Cidade

arquitetura, mais especificamente no portal de entrada, a utilização do amarelo

funciona e remete a um “portal da felicidade”, a passagem do lado de fora para

dentro acarreta uma associação afetiva de gozo, esperança e idealismo impondo

todas as sensações que o cliente sentirá ao adentrar naquele local.

Imagem 2 – Real Café

A utilização do marrom neste caso condiz com o produto comercializado,

já que o marrom esta associado a cor da terra, o outro objetivo é reforçar o

caráter de enraizamento e a criação de fundações firmes para o futuro,

remetendo o intuito do estabelecimento, que é de instalar-se por muito tempo no

local.

A v e n id a A fo n s o P e n a , C e n tro . U b e rlâ n d ia

Page 7: Artigo Cores na Cidade

Imagem 3 - Hosana Baby

Avenida Floriano Peixoto / Rua Quintino Bocaiúva Centro. Uberlândia

Analisando a loja Hosana Baby, percebe a associação correta da cor

rosa aplicada na arquitetura em relação ao produto comercializado. O rosa

avaliado apresenta uma tonalidade suave, cor indicada para espaços que

vendem produtos direcionados para mulheres, público alvo da loja em questão,

as mães, o rosa esta associado à ternura a sensibilidade à feminilidade, assim

como o anúncio publicitário que utiliza as cores azul e rosa, sem saturação,

cores indicadas para produtos de bebe e que estão associadas à maternidade.

Page 8: Artigo Cores na Cidade

Imagem 4 - Bretas

Avenida Afonso Pena, Centro. Uberlândia

Neste caso, algumas das cores utilizadas na publicidade foram também

empregadas no edifício. Estas cores são o laranja e o verde. Quando analisado

os produtos oferecidos por este comércio, neste caso um supermercado, pode

se perceber a utilização correta destas cores, sendo o laranja considerado

estimulante e causador de apetite, e o verde caracterizador de azeites, verduras,

frutas e similares.

Page 9: Artigo Cores na Cidade

APLICAÇÃO DE CORES NO BAIRRO RESIDENCIAL MORADA DA COLINA

Imagem 5 - Vista panorâmica do bairro Morada da Colina

O bairro Morada da Colina situa-se no setor sul de Uberlândia, sendo

caracterizado pela predominância de residências de cores neutras como o

Branco Gelo e Sombra Branca; e tons pastéis que abrangem as tintas de cor

Areia, Palha, Cromo Suave e Primavera; que contam com 87% da paleta de

cores geral do bairro. As cores saturadas responsáveis por 13% da amostragem

da paleta aparecem com maior imponência em edificações pontuais de caráter

comercial, tendo como função atrair o olhar do transeunte e marcar visualmente

o bairro, servindo como referência de orientação para os moradores da cidade.

Page 10: Artigo Cores na Cidade

Imagem 6 - Paleta de cores referente ao bairro Morada da Colina

35% Branco Gelo

20% Areia 625 (Coral)

10%Sombra Branca

8%Palha 544 (Coral)

7% Cromo Suave 503 1% Pepineiros do Sudeste 90 GY 08/187 (Coral)

2% Cerâmica 827 (Coral)

2% Azul Profundo 156 (Coral)

4% Flamingo 354 (Coral)

4% Tangerina 83YR 44/540 (Coral)

7% Primavera 90YY 69/419 (Coral)

LEGENDA:

87% cores neutras13% cores

saturadas

Analisando a simbologia das cores vemos que a cor branca transmite

paz, conforto, pureza e limpeza. É chamada de "cor da luz" porque reflete todas

as cores do espectro proporcionando uma clareza total. Um ambiente branco

transmite frescura, calma e dá ideia de amplitude do espaço, proporcionando a

sensação de liberdade. Em excesso, pode dar a impressão de frieza, vazio e

impessoalidade. O branco oferece uma combinação perfeita com qualquer outra

cor.

As fachadas brancas conquistam o olhar ao longe. A tonalidade ilumina,

amplia os espaços, exalta o projeto e realça sua localização em relação ao

entorno. Independentemente do estilo arquitetônico, o branco torna o desenho

elegante, nada simplório.

A presença majoritária da cor branca nas edificações residenciais pode

ser justificada por diferentes percepções vinculadas ao comportamento da

população uberlandense, dentre elas a necessidade de seguir as tendências

Page 11: Artigo Cores na Cidade

impostas pelo modismo, que atualmente declara o branco como a cor que

transmite elegância e status, agregando à edificação um caráter minimalista

onde o “menos é mais”.

Os aspectos econômicos também são fatores determinantes na

aquisição de tintas em tons de branco, visto que seu custo benefício proporciona

vantagens ao consumidor, pois seu preço de mercado é menor comparado as

demais colorações que necessitam de maior quantidade de pigmentação para

adquirir a cor e saturação desejada e a sua durabilidade é maior comparada as

mais saturadas que desbotam com maior facilidade devido a incidência solar e a

exposição a intempéries, exigindo maior manutenção.

O uso de tons brancos também pode ser justificado por aspectos de

conforto ambiental, onde destacamos sua habilidade de ampliar os espaços e de

refletir toda a luz, minimizando a absorção de calor pela edificação.

Devido a grande disseminação de conceitos de sustentabilidade

ambiental que preza pela preservação e renovação da flora no ambiente urbano,

o paisagismo tem conquistado espaço na composição das fachadas, criando

uma proximidade maior do morador com a natureza e melhorando as condições

do ar. Pensando nisso outra hipótese que ressalta o uso do branco e também de

tons pastéis na pintura das edificações é a sua propriedade de servir como pauta

harmonizadora para o paisagismo promovendo o seu destaque.

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Imagem 7 – Residências em tons de branco

Imagem 8 – Residência em tom pastel

Page 13: Artigo Cores na Cidade

Durante as análises cromáticas dos bairros selecionados tendo como alvo de

pesquisa o uso da cor em estabelecimentos comerciais e residências foi feita

uma entrevista com o gerente da loja de tintas, Auto Tintas União, o Senhor

Juvenal, onde lhe foi questionado qual é a cor mais solicitada pelos clientes para

pintar as edificações e se a escolha da determinada cor teria um motivo.

De acordo com ele “As tendências das cores são muito variadas, na maioria das

vezes os clientes buscam na moda uma referência para se atualizarem, ou seja,

obras de destaque são o que norteia a escolha deles de um modo geral. O

“branco gatinho”, por exemplo, esta sendo muito requisitado no momento, outras

cores que vendem bastante são os tons pastéis, como areia e camurça,

seguidos de palha e bianco sereno. Em condomínios horizontais, utiliza-se

muitas cores claras, até mesmo brancos, quanto as obras comerciais, estas

também utilizam com frequência esta cor. Acredito que especificadores indicam

estas cores por refletir mais os raios solares e também para não mostrar muitos

sinais de desbotamento e calcinação. Hoje com tecnologias avançadas o

mercado dispõe de produtos de alta qualidade, tanto em cores e durabilidade,

que na minha opinião poderiam ser mais explorados pelos especificadores.”

SILVA, Juvenal Entrevista concedida pelo

Gerente da Auto Tintas União. Uberlândia.

Minas Gerais. Entrevistador: Fiama Kauari

Conclusão

As hipoteses sobre a preferencia das cores na cidade entram em

divergencia por não seguir a mesma intenção, mas e possivel notar que cada

uma delas contribui para a preferencias de tons que se repete, tanto em uma

região comercial como residencial. Os tons neutros no espaço urbano comercial

aparentemente tem a função de destacar a publicidade e o comercio que possui

tons agressivos; e no residencial tem a função de trazer tranquilidade,

aconchego e o requinte.

Porém o que e mais considerado na escolha desses tons; primeiro seria

pelos aspectos econômicos que também são fatores decisivos na obtenção de

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tintas em tons de claros, pois tem um custo menor comparado as demais tintas,

sua durabilidade é maior comparada as mais saturadas que desbotam mais,

devido a incidência solar e a exposição à intempéries, exigindo maior

manutenção. E depois pelo fato de que a pintura de cores claras nas superfícies

externas de uma edificação aumenta a sua reflexão á radiação solar, evitando o

aquecimento do edifício, lembrando que a região de analise e de clima quente.

Mas isso quando a escolha não e feita de forma intuitiva.

Referências

FERRAZ, Aline Martins Faria. O uso das cores em publicidade: um estudo do caso Itaú. Monografia (Graduação em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Comunicação, 2008.

GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação: a construção biofísica, linguística e cultural da simbologia das cores. 3ª Ed. São Paulo: Annablume, 2004.

GOLDMAN, Simão. Psicodinâmica das Cores. 5ª ed. São Paulo: La Salle, 1976. 1v.

GOOGLE MAPS em https://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl acessado em agosto de 2013.

SAMARA, Beatriz Santos; MORSCH, Marco Aurélio. Comportamento do Consumidor: Conceitos e Casos. São Paulo: Prentice Hall, 2005.