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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSÁRIO DE VOLTA REDONDA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO DANIELE CRISTINA DE SOUZA PEREIRA GERALDO LUIZ MARINHO JUNIOR LUCAS TEIXEIRA DO VALLE ROSILANE DOS SANTOS FERNANDES ROBERTO DONADIO JUNIOR A RELAÇÃO ENTRE O FATOR COMPORTAMENTAL E AS CAUSAS DE ACIDENTES DO TRABALHO VOLTA REDONDA 2013

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSÁRIO DE VOLTA REDONDA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA D O

TRABALHO

DANIELE CRISTINA DE SOUZA PEREIRA

GERALDO LUIZ MARINHO JUNIOR

LUCAS TEIXEIRA DO VALLE

ROSILANE DOS SANTOS FERNANDES

ROBERTO DONADIO JUNIOR

A RELAÇÃO ENTRE O FATOR COMPORTAMENTAL E AS CAUSAS

DE ACIDENTES DO TRABALHO

VOLTA REDONDA

2013

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSÁRIO DE VOLTA REDONDA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA D O

TRABALHO

A RELAÇÃO ENTRE O FATOR COMPORTAMENTAL E AS CAUSAS DE

ACIDENTES DO TRABALHO

Artigo apresentado ao Curso de Pós -

graduação de Segurança do trabalho do

UniFOA como requisito à conclusão do

curso.

Alunos:

Daniele Cristina de Souza Pereira

Geraldo Luiz Marinho Junior

Lucas Teixeira do Valle

Rosilane dos Santos Fernandes

Roberto Donadio Junior

Orientador:

Prof. Luiz Kelly

VOLTA REDONDA

2013

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RESUMO

O mercado automobilístico sempre teve grande importância no cenário

econômico brasileiro, e nos últimos anos tem obtido ainda mais destaque devido ao

expressivo crescimento das vendas. Com essa realidade, os acidentes em

empresas do setor automobilístico também vêm aumentando a cada dia. O presente

trabalho é uma análise dos fatores humanos como causas contribuintes para

acidentes e incidentes no setor automobilístico, objetivando realizar um

levantamento desses fatores, além de estudá-los e identificá-los, a partir do ponto de

vista técnico. O tema foi desenvolvido a partir de uma revisão bibliográfica a respeito

do assunto, passando por uma abordagem sobre todo o sistema de gestão da

segurança de uma empresa automobilística, mostrando as ferramentas e os meios

de controle adotados por essa empresa. O escopo deste trabalho é analisar e

entender os principais fatores que contribuíram para o crescimento de acidentes no

setor automobilístico e propor ações de melhoria que visam o bem estar da empresa

e a integridade física do trabalhador.

Palavras-chave: comportamento; conscientização; segurança.

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ABSTRACT

The automotive market has always been important in the Brazilian economy, and in

recent years has gained even more prominence due to the significant sales growth.

With this reality, accidents companies in the automotive sector are also increasing

every day. This study is an analysis of human factors as contributing causes to

accidents and incidents in the automotive sector, aiming to survey these factors, in

addition to study them and identify them, from a technical standpoint. The theme was

developed from a literature review on the subject, going through a whole system

approach to safety management of a company car, showing the tools and means to

control adopted by the company. The scope of this paper is to analyze and

understand the key factors that contributed to the growth of automobile accidents in

the sector and propose actions aimed at improving the welfare of the company and

the worker's physical integrity.

Key words: behavior; awareness; security

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SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO 01

2.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 02

2.1 História da Indústria Automobilística do Brasil 02

3.0 ACIDENTES DE TRABALHO 05

3.1 Estatística 05

3.2 Dados Estatísticos de Segurança do Trabalho 10

3.3 Acidentes de trabalho no setor automobilístico 11

4.0 CAUSAS HUMANAS, FATORES PSICOLÓGICOS E

PSICOSSOCIAIS

12

4.1 O fator comportamental como influência de resultado 14

4.2 Modelos de Competências e Medição de Desempenho 14

5.0 CONTEXTO INDUSTRIAL 19

6.0 METODOLOGIA 28

7.0 ANÁLISE E DISCUSSÃO 34

8.0 CONCLUSÃO 52

9.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 54

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LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1 - Acidentes do Trabalho 2010 34

Gráfico 2 - Atos inseguros e condições inseguras de 2010 35

Gráfico 3 - Acidentes de Trabalho 2011 35

Gráfico 4 - Atos inseguros e condições inseguras de 2011 36

Gráfico 5 - Acidentes acumulados – Janeiro a Outubro de 2012 36

Gráfico 6 - Atos inseguros e condições inseguras de 2012 37

Gráfico 7 - Taxa de Frequência com Afastamento - 2010, 2011 e 2012 38

Gráfico 8 - Taxa de Frequência sem Afastamento - 2010, 2011 e 2012 38

Gráfico 9 - Acidentes X Unidades 39

Gráfico 10 - Tipos de acidentes 40

Gráfico 11 - Parte do corpo Atingida 41

Gráfico 12 - Acidentes por Equipe 41

Gráfico 13 - Acidentes por Horário 42

Gráfico 14 - Acidentes por Tempo de Função 42

Gráfico 15 - Acidentes por Dia da Semana 43

Gráfico 16 - Acidentes por Sexo 43

Gráfico 17 - Análise de Acidentes – Comportamentos Inseguros

Identificados

44

Gráfico 18 - Desvios encontrados Audit Stop de 2012 46

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Dados Estatísticos – Auditorias Stop Previstas X Realizadas 26

Figura 2 - Dados Estatísticos 2012 28

Figura 3 - Pirâmide de Bird Germain 29

Figura 4 - Pirâmide de Bird atualizada 30

Figura 5 - Causas de Acidente 31

Figura 6 - Pilares Sistema de Gestão 47

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 - Check list NR1 59

Anexo 2 - Check list NR4 60

Anexo 3 - Check list NR5 61

Anexo 4 - Check list NR6 63

Anexo 5 - Check list NR7 64

Anexo 6 - Check list NR9 66

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1. INTRODUÇÃO

O comportamento humano tem sido um dos temas mais frequentes nas

agendas de discussão das grandes empresas do Brasil e do mundo. Cada dia fica

mais evidente que a gestão do comportamento humano relacionado à segurança

não pode ser realizada com base apenas em indicadores reativos como taxas de

freqüência, taxas de gravidade, número de acidentes ou mesmo número de horas

sem acidentes. Gerenciar as não ocorrências levando em conta somente estes

fatores é quase que acreditar na sorte. Indicadores proativos devem ser identificados

e utilizados como ferramentas na prevenção de acidentes.

Dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) comprovam que essa

condição desagradável nos coloca, entre os países que mais registram acidentes de

trabalho no mundo, posição que poderia ser ainda pior se todos os acidentes

ocorridos fossem notificados.

Estudos internacionais demonstram que em mais de 96% dos acidentes, o

comportamento inseguro é a causa principal destas ocorrências. (DUPONT do

BRASIL, 2005, apud BALLARDIN, 2007).

Uma das grandes dificuldades que se apresentam aos gestores modernos é

definir com clareza o que deve ser feito após a identificação de desvios

comportamentais.

O objetivo deste trabalho é apresentar em linhas gerais, como o

comportamento humano pode influenciar as atitudes dos colaboradores com relação

à segurança do trabalho numa empresa do setor automobilístico e identificar os

desvios comportamentais e apresentar propostas para assessorar a empresa e as

unidades operacionais onde os índices de acidentes foram elevados, com a

finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de

trabalho, de acordo com a Norma Regulamentadora n° 4 do Ministério do Trabalho e

Emprego.

O procedimento utilizado para sua elaboração foi uma pesquisa descritiva,

que se apoiam em revisão, análises documentais e bibliográficas, buscando

sistematizar o assunto desenvolvido por outros autores de forma a atingir os

objetivos propostos.

Portanto torna-se necessário priorizar ações e adotar políticas mais

contundentes para a prevenção dos fatores de riscos nos locais de trabalho e

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promover a mudança de comportamentos de risco dos colaboradores, através da

identificação das causas dos acidentes e correção destas.

Diante dessa realidade que observamos atualmente tanto no Brasil quanto no

cenário mundial, as empresas devem unir seus objetivos de qualidade e

competitividade com bons programas preventivos de Segurança e Saúde no

Trabalho, a fim de evitar perda de produtividade e custos desnecessários

decorrentes dos acidentes de trabalho.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 História da Indústria Automobilística do Brasil

Na segunda metade da década de 50, em meio ao processo de

internacionalização das indústrias mundiais de veículos, a política do governo

brasileiro, voltada à atração de capital estrangeiro, trouxe a indústria automobilística

para o Brasil, também impulsionada pelo baixo custo da mão-de-obra brasileira, que

proporcionava certa vantagem comparativa em relação às demais indústrias

situadas nos países desenvolvidos, conforme GUIMARÃES (1982). A cidade de

Santa Bárbara d'Oeste, estado de São Paulo marcou o início da fabricação da Romi-

Isetta em 1956.

Ainda em 1956 a Vemag colocou no mercado uma camioneta derivada da

família F91, produzida pela DKW, montada no Brasil.

Em 1959, no município de São Bernardo do Campo, foi instalada a fábrica da

Volkswagen, cujo primeiro modelo produzido foi a Kombi, até hoje produzida lá e

que precedeu ao famoso Volkswagen Sedan (mais conhecido no Brasil como

Fusca). Entretanto, em Rio Bonito (Estado do Rio de Janeiro), havia um pequeno

empreendedor chamado Sebastião William Cardoso que montou um pequeno jipe

que chamou de "Tupi", movido a partir de um motor de um gerador elétrico.

A Chevrolet e a Ford, que eram apenas montadoras de peças importadas,

deram os seus primeiros passos com a fabricação de caminhões para, mais tarde,

iniciarem a produção de automóveis em 1968.

A seguir veio a Fiat - (Fábrica Italiana de Automóveis - Turim) instalou-se em

1976 em Betim.

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Somadas, estas quatro empresas ganharam o apelido de As Quatro Grandes,

que dominaram o mercado brasileiro, até o final da década de 1990, pois até então

as importações eram proibidas.

Segundo MELLO (1991), essa foi uma nova fase, onde as características da

expansão passaram a delinear um processo de industrialização pesada. Este tipo de

desenvolvimento implicou em um crescimento acelerado da capacidade produtiva do

setor de bens de produção e do setor de bens duráveis de consumo antes de

qualquer expansão previsível de seus mercados.

Vieram outras montadoras e fabricantes as seguiram, como a Renault,

Peugeot, Citroën, que montaram fábricas no Brasil, enquanto outras marcas iam

sendo incorporadas, como a Dodge pela Chrysler do Brasil.

A Mercedes-Benz, que já fabricava caminhões, estabeleceu em São Bernardo

uma fábrica, a Daimler Benz do Brasil, inicialmente fabricante de carroçarias de

caminhão e ônibus, inaugurando a sua unidade montadora veicular em 1998, em

Juiz de Fora, Minas Gerais.

Diversos foram os fabricantes de automóveis genuinamente brasileiros como

Puma, Gurgel, Miura, entre outros. Muitos não sobreviveram a reabertura das

importações no inicio dos anos 90 e à competição com modelos importados.

Nos últimos anos, a indústria automobilística no Brasil têm crescido bastante,

atraindo grandes investimentos das principais empresas, se tornando um dos

maiores produtores mundiais de automóveis.

Histórico da Indústria Automotiva no Estado do Rio de Janeiro

1940 - Início da construção da Fábrica Nacional de Motores (FNM), em Xerém,

Duque de Caxias.

1968 - A fábrica é vendida para a italiana Alfa Romeo, que lança os caminhões FNM

180 e 210, em 1972.

1976 - A Fiat assume o controle da FNM e em 1979 lança o caminhão Fiat 190.

Administrada pelo Iveco (do grupo Fiat) encerra as atividades em 1985.

1990 - A Ciferal compra a planta de Xerém para fabricação de ônibus. Em, 2001 a

Marcopolo assume o controle da fábrica.

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1996 – Em 1º de novembro é inaugurada em Resende, no Sul Fluminense, a fábrica

Volkswagen Caminhões e Ônibus, ao custo de US$250 milhões. Eram 120

funcionários e um veículo produzido por dia.

2001 - Inaugurado Centro de Produção do PSA Peugeot Citroën, com menos de 2

mil funcionários. Em 9 de outubro de 2012, comemorou a montagem de 1 milhão de

automóveis no Brasil.

2008 - A MAN comprou a unidade de caminhões e ônibus do grupo Volkswagen,

que passou a se chamar MAN Latin America no ano seguinte. Hoje, são 7 mil

funcionários, incluindo empresas parceiras do Consórcio Modular: Maxion (chassis),

ArvinMeritor (eixos e suspensão), Remon (rodas e pneus), Powertrain (motor e

transmissão), Continental (interior da cabine), Aethra (armação da cabine) e Carese

(pintura); e produção diária de 220 veículos.

2012

Em fevereiro, a empresa gaúcha Neobus anuncia, em solenidade no Palácio

Guanabara, a instalação de uma fábrica de ônibus em Três Rios, no Centro-Sul do

estado, com investimento de R$ 90 milhões e geração de 1.200 novos empregos.

Passados 16 anos da primeira fábrica de caminhões inaugurada em Resende,

a indústria automotiva no Sul Fluminense torna-se uma realidade em volume de

recursos e em geração de postos de trabalho. Além da MAN Volkswagen

(caminhões e ônibus), a região possui a francesa PSA Peugeot Citroën (Porto Real),

aguarda a instalação da franco-japonesa Renault Nissan (também em Resende),

além da ampliação da fábrica de pneus Michelin e da instalação da sul-coreana

Hyundai Heavy Industries, de máquinas para construção pesada (ambas em

Itatiaia). Há previsão de investimentos de R$6,1 bilhões e abertura de cinco mil

empregos.

Para 2014 está previsto a inauguração da nova fábrica da Nissan, em Resende.

Anunciada em 2011, a montadora japonesa informou que investirá R$ 2,6 bilhões e

produzirá 200 mil carros por ano. O empreendimento vai gerar 2 mil empregos

diretos e indiretos.

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3. ACIDENTES DE TRABALHO

Definições

Segundo a Previdência Social (Lei nº 8.213, de 24 de JULHO de 1991), a

definição legal de acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do

trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional

que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da

capacidade para o trabalho.

Segundo a NBR 14280.2001, com uma visão prevencionista define o acidente de

trabalho como uma ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não,

relacionada com o exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão

pessoal.

Causas dos Acidentes

Segundo a NBR 14280.2001, as causas dos acidentes de trabalho são

classificadas, conforme abaixo:

• Fator pessoal de insegurança (fator pessoal): Causa relativa ao

comportamento humano, que pode levar à ocorrência do acidente ou à prática

do ato inseguro.

• Ato inseguro: Ação ou omissão que, contrariando preceito de segurança,

pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente.

• Condição ambiente de insegurança (condição ambiente): Condição do meio

que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência.

• No dia-a-dia, encontramos pessoas praticando atos que podem levá-las a um acidente com lesões físicas e/ou com danos materiais.

3.1 Estatística

Estatística é a ciência que se utiliza das teorias probabilísticas para explicar a

frequência da ocorrência de eventos, tanto em estudos observacionais quanto em

experimento modelar a aleatoriedade e a incerteza de forma a estimar ou possibilitar

a previsão de fenômenos futuros, conforme o caso.

• A história da Estatística

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Alguns autores dizem que é comum encontrar como marco inicial da estatística a

publicação do "Observations on the Bills of Mortality" (Observações sobre os Sensos

de Mortalidade, JOHN GRAUNT,(1662). As primeiras aplicações do pensamento

estatístico estavam voltadas para as necessidades de Estado, na formulação de

políticas públicas, fornecendo dados demográficos e econômicos. A abrangência da

estatística aumentou no começo do século XIX para incluir a acumulação e análise

de dados de maneira geral. Hoje, a estatística é largamente aplicada nas ciências

naturais, e sociais, inclusive na administração pública e privada.

O uso de computadores modernos tem permitido a computação de dados

estatísticos em larga escala e também tornaram possível novos métodos antes

impraticáveis.

• A aplicação da estatística na segurança

A Estatística também chamada de Indicador Estatístico de Performance, que

segundo a European Environment Agency (EEA) define os indicadores como

sendo uma medida, geralmente quantitativa, que pode ser usada para ilustrar e

comunicar um conjunto de fenômenos complexos de uma forma simples, incluindo

tendências e progressos ao longo do tempo.

Algumas práticas estatísticas incluem, por exemplo, o planejamento, a

sumarização e a interpretação de observações. Dado que o objetivo da estatística é

a produção da melhor informação possível a partir dos dados disponíveis. São

métodos de recolha, organização, resumo, apresentação e interpretação dos dados,

assim como tirar conclusões sobre as características das fontes donde estes foram

retirados, para melhor compreender as situações.

Na área de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) facilita a avaliação das

medidas de segurança aplicadas e dá parâmetros para se definir tipos de variáveis,

níveis de mensuração, organização de dados, gráficos e histogramas com

metodologias de ação específicas para os setores com ocorrências significativas de

comportamentos inseguros e de acidentes.

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Por meio de indicadores é possível verificar pontos fortes e oportunidades de

melhoria da gestão (INSTITUTO ETHOS, 2009).

• Indicadores estatísticos de Segurança

A busca por indicadores de desempenho em SST é intensa, pois os mesmos se

inserem em modelos de gestão sendo apresentados como comparação entre

períodos. Os indicadores são objetivos e mensuráveis permitindo que toda empresa,

e principalmente a alta direção, visualizem o desempenho da SST como um todo,

possibilitando a realização de uma autoavaliação e o estabelecimento de planos

para eventuais correções de rumos.

Exemplo de Indicadores Estatísticos de Performance Reativos na área de

Segurança do Trabalho, conforme definição da NBR 14280:

- Número de Acidentes: número total dos acidentes ocorridos em determinado

período;

- Horas-Homem de Exposição ao Risco: somatório das horas durante as quais os

empregados ficam à disposição do empregador, em determinado período;

- Dias Perdidos: dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de lesão

pessoal, excetuados o dia do acidente e o dia da volta ao trabalho;

- Dias Debitados : dias que se debitam, por incapacidade permanente ou morte,

para o cálculo do tempo computado;

- Dias Transportados: são dias perdidos por acidente que são transferidos para o

mês subsequente ao da ocorrência, ao final do mês;

- Taxa de Frequência de Acidentes: é o número de acidentes por milhão de horas-

homem de exposição ao risco, em determinado período. Essa taxa deve ser

expressa com aproximação de centésimos;

Calcula-se a taxa de frequência, utilizando-se da seguinte fórmula:

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Fa = Nº x 1.000.000

H

Sendo:

Fa – Resultado da divisão

Nº - Número de Acidentes

H - Horas Homem de exposição ao risco

- Taxa de Gravidade : Tempo computado por milhão de horas-homem de exposição

ao risco, em determinado período. Essa taxa deve ser expressa com aproximação

de centésimos;

Calcula-se a taxa de gravidade, utilizando-se da seguinte fórmula:

G = T x 1.000.000

H

Sendo:

G - Taxa de Gravidade

T – Tempo contado em dias perdidos, pelos acidentados, com incapacidade

temporária total mais os dias debitados pelos acidentados vítimas de morte ou

incapacidade permanente, total ou parcial. Nos casos de morte ou incapacidade

permanente não devem ser considerados os dias perdidos, mas apenas os

debitados, a não ser no caso do acidentado perder número de dias superior ao a

debitar pela lesão permanente sofrida

H – Horas-Homem de Exposição ao Risco

• Indicadores Estatísticos de Performance Proativos:

- Reunião da CIPA : Monitoramento de resoluções dos itens mencionados na

reunião da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA;

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- Check-List : Monitoramento do número de check list realizado e a resolução dos

mesmos;

- HHTS: é um indicador indireto que soma as horas em que todos os empregados do

estabelecimento receberam treinamentos específicos de Segurança por H;

Calcula-se a HHTS, utilizando-se da seguinte fórmula:

HHTS = TS

H

Sendo:

HHTS – Horas-Homes de Treinamento de Segurança

TS – Treinamento de Segurança

H - Horas Homem de exposição ao risco

- APR: é um indicador indireto que monitora o índice de cumprimento das medidas

indicadas na Análise Preliminar de Risco;

- Absenteísmo : é o número de Ausência do trabalho por horas propostas de

trabalho.

Calcula-se a taxa de absenteísmo, utilizando-se da seguinte fórmula:

Índice de Absenteísmo = Ausência do trabalho x 10 0

Total de func. Ativo x total de dias trabalhados

- FAP: Fator Acidentário Previdenciário é determinante da posição da Empresa em

relação às outras pertencentes ao mesmo grupo de atividade econômica em relação

à Saúde e Segurança do Trabalho;

Os Indicadores servem como plano de melhoria contínua em cuidados diários

visando comportamento seguro ou modelo de comportamento de sucesso para um

sistema de gestão de riscos ocupacionais. A sinergia entre os elementos críticos e

estratégicos de desenvolvimento contínuo geram uma matriz estruturada de

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resultados e desempenho que permeia o sucesso de ações efetivas em Segurança

do Trabalho.

3.2 Dados Estatísticos de Segurança do Trabalho

Segundo a ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT), cerca de

1,3 milhões de pessoas morrem anualmente em todo o mundo decorrente de

acidentes de trabalho e acometido por doenças de origem ocupacional. Esse índice

é bem maior que a média de mortes no trânsito (999 mil), as provocadas por

violência (536 mil) e em guerras (70 mil na guerra do Vietnã, 50 mil na guerra da

Bósnia).

Quanto ao setor de serviços, o segmento do comércio e reparação de veículos

automotores registrou o maior número de acidentes de trabalho, com 95.496

ocorrências em 2010, seguido pelo de Saúde e serviços sociais, com 58.252

acidentes de trabalho, e pelo de Transporte, armazenagem e correios, com 51.934

acidentes computados, conforme ANUÁRIO ESTATÍSTICO BRASILEIRO – INSS

(2010).

Durante o ano de 2011, foram registrados no INSS cerca de 711,2 mil acidentes

do trabalho. Comparado com 2010, o número de acidentes de trabalho teve

acréscimo de 0,2%. O total de acidentes registrados com Comunicação de acidente

de Trabalho (CAT) aumentou em 1,6% de 2010 para 2011. Do total de acidentes

registrados com CAT, os acidentes típicos representaram 78,6%; os de trajeto

18,6% e as doenças do trabalho 2,8%. As pessoas do sexo masculino participaram

com 75,3% e as pessoas do sexo feminino 24,7% nos acidentes típicos; 63,9% e

36,1% nos de trajeto; e 61,0% e 39,0% nas doenças do trabalho. ANUÁRIO

ESTATÍSTICO BRASILEIRO – INSS (2011).

3.3 Acidentes de trabalho no setor automobilístico

O Brasil vem a passos pequenos, tentando a cada ano reescrever sua história

neste aspecto. O que se tem visto é uma redução gradual das estatísticas anuais

dos números de acidentes divulgados pelo Ministério da Previdência e Assistência

Social - MPAS. Porém estes números, ao mesmo tempo em que animam alguns,

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preocupam outros profissionais da área, visto muitos acidentes não serem

notificados conforme deveriam a Previdência Social. Isto porque, por mais esforços

que sejam feitos para melhor se registrar os acidentes ocorridos, eles compreendem

apenas os acidentes que envolvem trabalhadores com situação trabalhista legal, que

tenham ocorrido nos grandes centros urbanos e que tenham sido devidamente

registrados no MPAS. Ficam excluídos destas estatísticas, por exemplo, os

acidentes ocorridos fora dos centros urbanos. Outro fator que tem agravado a

subnotificação é a terceirização de serviços, presente cada vez mais nas grandes

cidades. Sendo assim, apesar de oficial, a única fonte de informações sobre os

acidentes de trabalho no Brasil, chega a excluir cerca de 63% da massa dos

trabalhadores do país. ANUÁRIO BRASILEIRO DE PROTEÇÃO ( 2010).

Há uma pressão constante para não haver falhas no processo com intuito de

não gerar retrabalho, pois, isso trava o processo de logística que estabelece prazos

apertados de entrega do produto final. Além do mais, quando isso ocorre os

trabalhadores são procurados para fazer o retrabalho fora do expediente normal de

serviço. Sendo que tal procedimento gera perdas maiores na qualidade de vida do

trabalhador, de vez que, momentos que teriam com a família, para o descanso e

para o lazer, passam trabalhando.

Nesse contexto, ressaltamos que todos os esforços são para tornar a

indústria mais lucrativa, pois, não medem forças em desenvolver mecanismos que

tenha um diferencial para a produtividade, ao passo que, essa forma de produzir

consegue transpor para o trabalhador essa responsabilidade, pois além de montar o

veículo, precisa verificar o funcionamento das máquinas utilizadas e se o produto

está saindo com a qualidade, não havendo perda na produção por motivos técnicos

ou por falhas na qualidade.

Toda essa realidade construída ao longo dessas mudanças nas formas de se

operar dentro das indústrias resulta em aumento dos problemas de doenças ou

acidentes de trabalho, ao passo que, todo o ano se registra um número significativo

de acidentes de trabalho junto ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social)

oriundos das montadoras automobilísticas. (DATAPREV, CAT, SUB.)

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Nesse sentido, verificamos a necessidade de se estudar e propor um sistema

baseado na gestão do comportamento com a perspectiva de identificar, e reduzir os

acidentes ocasionados por desvios comportamentais.

4. CAUSAS HUMANAS, FATORES PSICOLÓGICOS E PSICOSSOC IAIS

De acordo com GELLER (1994), um acidente nunca tem origem em apenas

uma causa, mas sim em diversas.

Podem-se dividir as causas dos acidentes, em causas materiais, fortuitas e

humanas.

As causas materiais fundamentam-se em assuntos técnicos e físicos

perigosos, projetado pelo meio ambiente quer natural, quer construído e ainda por

equipamentos defeituosos.

Causas fortuitas são as mais raras, mas que por vezes constituem a causa

única dos acidentes, nada tendo a ver com causas humanas e técnicas.

As causas humanas assentam em ações perigosas criadas pelo próprio

homem, cuja origem pode residir em diversos fatores tais como, incapacidade física

ou mental, experiência, falta de conhecimento, motivação, stress, não cumprimento

de normas, dificuldade em lidar com a figura de autoridade, dentre outras.

O fator humano é condicionado pelo meio ambiente interno, influindo e

afetando o comportamento dos indivíduos considerados isoladamente e em grupo.

De acordo com LÉPLAT (2000), diversos estudos confirmam que muitos acidentes

são atribuíveis a estes condicionamentos, separadamente, ou na maior parte das

vezes, cumulados.

PSICOLOGIA DO TRABALHO

Segundo MELIÁ (1998), a psicologia da segurança é definida como parte da

Psicologia que se ocupa do componente de segurança da conduta humana.

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Inicialmente pode ser vista como o resultado da impossibilidade de se criar

ambientes plenamente seguros.

É utilizada em diferentes contextos como, no cuidado com crianças, no

trânsito, na prevenção de diferentes tipos de perdas e males, entre eles os

relacionados às situações de trabalho. Nesse contexto, torna-se uma Psicologia da

Segurança no Trabalho.

O comportamento humano, o acidente de trabalho é um fenômeno

multideterminado. A multideterminação diz respeito à tendência de conceber os

fenômenos e seus aspectos como sendo causados por múltiplas relações entre

variáveis de diferentes tipos ou naturezas, resultando no exame não de uma causa,

mas de variáveis que determinam a probabilidade de ocorrência de características

de um evento. Esta é uma noção de causalidade circular, componente das

propostas paradigmáticas daquilo que se tem chamado de nova ciência, em

contrapartida à relação linear de causa-efeito própria de uma concepção aristotélica.

De acordo com GELLER por MELIÁ (1999), Um dos papéis da Psicologia da

Segurança é o de estar implicada em aumentar a possibilidade de envolvimento

pessoal, de cada membro da organização, com a segurança e com o

desenvolvimento de uma cultura global de segurança.

Esse papel pode ser desempenhado, com grande chance de sucesso, por

meio de táticas que objetivam a capacitação do trabalhador. Os eventos

relacionados com segurança, como palestras, minicursos, treinamentos e reuniões,

são soluções utilizadas por organizações para instruir os funcionários sobre as

formas de realizar suas atividades considerando os riscos existentes.

A utilização das táticas educativas é desencadeada por uma necessidade,

identificada pela organização, em desenvolver seus processos de trabalho de forma

a contribuir com a prevenção de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.

4.1 O fator comportamental como influência de resul tado

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A etimologia da palavra comportamento vem de com – PORT – a – mento,

que quer dizer levar e conduzir (PORT), MINICUCCI (1994). O comportamento

humano se manifesta como resultado da interação de elementos internos e

externos, a saber: personalidade, expectativas, experiências, inserção sociocultural.

De acordo com CHIAVENATO (1999), o Comportamento Organizacional é

como o estudo da dinâmica das Organizações e como os grupos e pessoas se

comportam dentro delas. É uma ciência interdisciplinar.

A prática empresarial na atualidade busca atingir a capacitação e qualificação

dos colaboradores em suas funções na construção de um plano de sólido

crescimento. A função principal do comportamento organizacional é pesquisar o

impacto de indivíduos e grupos no perfil da empresa com o objetivo de aperfeiçoar

talentos e seu emprego nas organizações.

4.2 Modelos de Competências e Medição de Desempenh o

As Organizações utilizam a reformulação no seu sistema de gestão para

conquista da excelência no desempenho de pessoal. Um dos fatores responsáveis

por esse suporte organizacional são as ferramentas de Competência e Medição de

desempenho.

Ao empregá-las é necessário criar consciência da importância das pessoas e

da necessidade de gerenciar de maneira constante os processos de mudança

através de um novo comportamento organizacional. Aplicadas corretamente em

fases, momentos e níveis traçam o perfil da Empresa.

São consideradas modelos de Competência e Medição de Desempenho:

• Dominância, Influência, estabilidade e Cautela (DIS C)

Com origem na antiguidade quando o filósofo Empódocles (490-430 a.C.),

constatou que a natureza era composta fundamentalmente por quatro elementos: ar,

água, terra e fogo. Séculos depois ficou conhecido em todo o mundo por utilizar

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quatro modelos comportamentais distintos que apontam características natas de

cada um dos perfis.

No ambiente corporativo a avaliação comportamental DISC permite

compreender rapidamente preferências de comportamento no trabalho, como cita

Marques, fica evidente em recrutamentos, seleções, onde a ferramenta é utilizada

para mapear comportamentos e emoções dos candidatos, realocação de

colaboradores, de acordo com as necessidades da empresa e as competências

exigidas para determinados cargos.

O termo DISC refere-se a quatro fatores: dominância, influência, estabilidade e

cautela.

• Dominância – Está relacionada ao modo como cada pessoa lida com as

dificuldades e os desafios. Comportamento orientado ‘a cão, rápida solução de

problemas, tomada de decisões e assumir riscos. Profissionais com este perfil são

mais competitivos, objetivos e orientados para os resultados.

• Influência – Diz respeito à capacidade de se relacionar e influenciar os outros.

Comportamento orientado para pessoas, relações interpessoais, com tendência de

utilizar táticas de persuasão. Pessoas com este perfil são mais comunicativas,

otimistas, populares e tem mais facilidade para trabalhar em grupo.

• Estabilidade – Refere-se a como cada pessoa lida com mudanças. Comportamento

orientado à colaboração, manter o equilíbrio e a harmonia em um ambiente seguro.

Entre as qualidades comportamentais deste perfil destacamos: constância, paciência

e capacidade nata para ouvir e ser amistoso.

• Cautela – Esta característica define como cada pessoa lida com as regras

estabelecidas, e as respeita. Comportamento orientado à investigação de dados e

informação, à precisão e à qualidade do desempenho próprio e alheio. Entre os

comportamentos que melhor definem profissionais deste perfil, destacamos como:

perfeccionistas, analíticas e detalhistas.

• Coaching Assessment (Avaliação de treinamento)

Criado pelo Instituto Brasileiro de Coaching – IBC é um importante método de

mapear as competências comportamentais dos profissionais.

O Coaching Assessment baseado na metodologia DISC, fornece dezenas de

informações num questionário prático e objetivo. É um Sistema de Identificação de

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Perfil Profissional/Comportamental destinado a seleção de pessoas/candidatos,

remanejamento individual ou de grupos, construção de equipes, gestão

motivacional, de pessoas, autoconhecimento, direcionamento de carreira ou de vida,

mapeamento comportamental para prever possibilidades nas mais diversas

circunstâncias profissionais ou pessoais. Instrumento validado e certificado pela

Universidade de Minas Gerais- UFMG e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia foi

desenvolvido de acordo com as características do povo brasileiro, e por isso tem um

poder ainda maior de acerto.

Benefícios da utilização do Coaching Assessment, segundo o IBC:

• Motivação

• Redução do Turnover (Rotatividade de pessoal)

• Recrutamento Interno

• Mapeamento de Equipes e seu desenvolvimento

• Potencialização do Coaching (Treinador)

• Gestão de Conflitos Internos

• Realocação de Colaboradores

• Desenvolvimento de Lideranças

• Assertividade no Recrutamento e Seleção

• Treinamento e Desenvolvimento Direcional

• Mapeamento e Desenvolvimento de Competências Comportamentais

• Alinhamento de valores pessoais dos colaboradores com os da empresa

• Feedback (resposta) Realista.

• Avaliação 360 Graus

Também conhecido como Feedback 360 Graus, Avaliação Multivisão e

Feedback com Múltiplas Fontes – É um método de análise indicado para processos

de desenvolvimento das práticas de gestão. Nesse processo, uma pessoa (Avaliado)

se autoavalia em relação a um conjunto de competências e é simultaneamente

avaliada segundo as mesmas competências por seus colaboradores diretos,

colegas/pares e superiores (Avaliadores). Tem como objetivo a progressão individual

confirmando competências visíveis aos superiores, colaboradores e colegas e

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elaborar um Plano de Ação de Desenvolvimento Personalizado. O 360° não é uma

ferramenta de avaliação conclusiva, uma vez que reflete a realidade subjetiva do

comportamento a partir de um conjunto de percepções variadas.

O 360° possibilita ao indivíduo:

• Compreender com clareza como ele é percebido pelos outros;

• Compreender as expectativas da equipe;

• Aprimorar o autoconhecimento;

• Avaliar o impacto do seu comportamento no ambiente de trabalho e nas pessoas,

bem como as conseqüências de suas ações;

• Visualizar precisamente o seu desempenho profissional;

• Desenvolver suas competências e gerenciar a evolução de sua carreira.

O 360° possibilita à equipe:

• Facilitar a comunicação entre seus membros;

• Identificar as causas de possíveis conflitos;

• Desenvolver um ambiente de trabalho mais produtivo.

• O 360° possibilita à organização:

• Identificar e desenvolver o potencial de seus recursos humanos;

• Obter a comunicação objetiva e aberta dentro da empresa;

• Implementar uma linguagem comum entre os colaboradores;

• Avaliar com precisão a diversidade e estilos de gestão;

• Definir áreas de desenvolvimento coletivo;

• Visualizar áreas de investimento para a formação, treinamento e desenvolvimento

de carreira em todos os níveis;

• Reforçar os valores e a cultura da organização, ao provocar uma reflexão da

liderança sobre decisões operacionais e estratégicas.

Utilização da Avaliação 360°

• Esclarecimento das Expectativas Comportamentais

• Mudança de Comportamento

• Avaliação de Desempenho / Gerenciamento

• Coaching Individual

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• Identificação de Necessidades de Treinamento

• Revisão de Carreira

• Plano de Sucessão

• Mudança de Estilo Gerencial

• Team Building

• Mudança de Cultura

• Balanced Scorecard (Indicador balanceado de desempe nho)

O modelo de medição de desempenho que mais se difundiu no mundo é o

Balanced Scorecard (BSC), Tezza(2010). Kaplan e Norton são referências

dominantes quando se trata do assunto medição de desempenho MARR (2003).

Mais que um simples conjunto de indicadores, o BSC constitui um sistema gerencial

capaz de congregar conhecimentos, habilidades e energias dos indivíduos das mais

diversas áreas da organização, com o intuito de realizar as metas estratégicas

MULLER (2003). O modelo permite quatro importantes perspectivas: perspectiva

financeira, perspectivas do processos internos, perspectivas do cliente e perspectiva

de crescimento e aprendizagem, KAPLAN E NORTON (1992)

5. CONTEXTO INDUSTRIAL

A empresa

O presente estudo de caso foi realizado analisando os dados estatísticos de

acidentes do trabalho e gestão da empresa Peugeot Citröen do Brasil, empresa do

ramo automobilístico, localizada na Estrada Renato Monteiro, 6901, sala 10, na

cidade de Porto Real, Rio de Janeiro, CEP – 27.570-000.

Seu CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas – está classificado

sob o número 34.10-0, que correspondente à atividade de Fabricação de

automóveis, camionetas e utilitários.

História

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Para desenvolver as atividades do Grupo na América Latina e possibilitar uma

dinâmica propícia ao desenvolvimento comercial das marcas Peugeot e Citröen, foi

criada, em setembro de 1997, a filial do Grupo PSA Peugeot Citroën no país,

denominada Peugeot Citroën do Brasil.

Em 2001, inaugurou-se o Centro de Produção de Porto Real, no estado do

Rio de Janeiro. O Grupo iniciava assim sua participação industrial no Brasil. No ano

seguinte, a empresa começou a fabricar motores no Centro de Produção.

Com sede para o Brasil e a América Latina situada na cidade do Rio de

Janeiro, a PSA Peugeot Citroën tem como objetivo tornar-se um dos principais

atores no mercado brasileiro. Por isso, desde sua instalação no país, o Grupo PSA

Peugeot Citroën vem desenvolvendo e ampliando sua estrutura e equipes no Brasil.

Como exemplos mais recentes dessas iniciativas, a PSA Peugeot Citroën

inaugurou, em julho de 2009, uma Unidade de Usinagem de Motores no Centro de

Produção de Porto Real. A fim de atender a crescente demanda do mercado

automotivo no Brasil e na América Latina, o Grupo PSA decidiu implantar o terceiro

turno na linha de produção de veículos e motores. Para isso, contratou 700 novos

funcionários em janeiro de 2010. No mês seguinte, o terceiro turno já estava em

atividade.

Com esse aumento da equipe de produção, o Grupo PSA passou a contar

com cerca de cinco mil colaboradores no Brasil.

Em outubro de 2011, a empresa anunciou um investimento de R$ 3,7 bilhões

no país de 2010 à 2015 para desenvolvimento de novos veículos e motores e

também para a ampliação da capacidade de produção em sua fábrica de Porto Real.

O novo investimento se juntou às recentes ações que visam reforçar a presença do

Grupo no Brasil e na América Latina e acelerar sua participação no mercado.

Graças ao Centro de Produção de Porto Real, as marcas Peugeot e Citroën

conseguiram se impor no mercado como marcas plenamente brasileiras. Desde sua

inauguração, em fevereiro de 2001, as linhas de produção da fábrica de Porto Real

já produziram mais de 800 mil veículos e 800 mil motores destinados tanto ao

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mercado interno quanto à exportação. Atualmente, a fábrica produz os veículos

Peugeot 207, 207 Passion e Hoggar e os Citroën C3, C3 Aircross e C3 Picasso,

além dos motores 1,4 litro e 1,6 litro flexfuel. Para exportação, a fábrica produz ainda

a versão a gasolina desses dois motores.

Em 2011, a PSA Peugeot Citroën vendeu 176.000 carros de passeio e

veículos comerciais leves no Brasil e obteve assim uma participação de mercado de

5,1%.

No mês de setembro de 2012, a PSA Peugeot Citroën atinge a marca de 1

milhão de veículos produzidos no Brasil, no seu Centro de Produção de Porto Real,

no Estado do Rio de Janeiro. O milionésimo automóvel brasileiro é um Novo Citroën

C3 1.6 Exclusive, que sai da linha de produção 11 anos depois de o Grupo PSA ter

inaugurado a sua unidade industrial brasileira e no momento em que a capacidade

instalada da fábrica está sendo ampliada.

A empresa é constituída pelas seguintes unidades operacionais: Chaparia,

Pintura, Montagem, Logística, Qualidade, Utilidades e Fabrica de Montagem e

Usinagem de Motores, bem como áreas de apoio como Engenharia/Projetos,

Compras, Financeiro, RH e Informática.

Além do número de empregados próprios, a empresa possui também cerca

de 2.000 empregados de empresas contratadas diariamente em suas instalações.

Classificação de Risco

A classificação de risco da empresa se enquadra na categoria de risco

número 3, segundo a Norma Regulamentadora n° 4, da Portaria 3214/78 do

Ministério do Trabalho e Emprego, classificação esta referente ao seu código de

atividades econômicas.

Composição do SESMT - Serviços Especializados Em En genharia De

Segurança e em Medicina Do Trabalho

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A composição do SESMT é feita de acordo com a Norma Regulamentadora

n° 4 – Quadro II – Dimensionamento do SESMT, da Portaria 3214/78 do Ministério

do Trabalho e Emprego.

Como a empresa está enquadrada no grau de risco 3 e possui efetivo médio

de 4.600 colaboradores, o dimensionamento do SESMT está estruturado da

seguinte forma:

• 02 Engenheiros de Segurança;

• 08 Técnicos de Segurança do Trabalho;

• 01 Auxiliar Enfermagem do Trabalho;

• 01 Enfermeiro do Trabalho;

• 02 Médicos do Trabalho.

Classificação dos Acidentes do Trabalho

Para melhor tratativa e controle interno, o setor de Segurança e Medicina do

Trabalho, classifica os acidentes na empresa da seguinte forma:

• Acidentes com Afastamento: Após a ocorrência do acidente, o colaborador

acidentado necessita de um período de recuperação maior que 24 horas, não

retornando ao trabalho no turno posterior.

• Acidentes sem Afastamento Declarado: Após a ocorrência do acidente, o

primeiro atendimento do colaborador é feito no ambulatório médico da

fábrica.

• Após avaliação do Médico do Trabalho, o acidentado é encaminhamento para

um hospital externo a fábrica.

• Acidentes sem Afastamento Primeiros Socorros: Após a ocorrência do

acidente, o colaborador recebe atendimento no ambulatório médico da

fábrica, após avaliação médica é liberado para retorno ao trabalho no mesmo

dia.

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• Acidentes de Trajeto: Aquele que ocorre durante o percurso/deslocamento

casa x trabalho e trabalho x casa.

Ações Corretivas

Visando a redução do número de acidentes, a empresa adotou uma série de

ferramentas e programas cujo foco é a observação e identificação dos

comportamentos inseguros no ambiente de trabalho, que serão apresentados a

seguir.

Ferramentas de Observação Comportamental

Um dos fatores que devem ser considerados como importantes para a

diminuição dos números de acidentes nesta empresa, foi a adoção de ferramentas

de observação de comportamento, cujo foco é a observação do colaborador no seu

posto de trabalho, verificando se suas atividades estão sendo executadas dentro dos

padrões estabelecidos, tanto pela produção quanto pela segurança do trabalho.

Houve uma evolução no modo de se realizar estas observações entre os anos

de 2011 e 2012, pois a ferramenta utilizada anteriormente denominada “Programa

Observação de Tarefas” foi substituído pelo “Programa STOP” da empresa

benchmark (referência) em segurança do trabalho, Dupont.

Outro item importante também que deve ser mencionado foi a adoção do controle

denominado VRS – Verificação de Respeito ao Standard (padrão), que falaremos

abaixo.

• Programa Observação de Tarefas

O programa Observação de Tarefas foi implantando na fábrica no ano de

2005, com objetivo de identificar, relatar e corrigir de forma sistemática atos

inseguros, visando manter o compromisso interno referente à prevenção de

acidentes.

A estrutura deste programa estava pautada nos seguintes itens:

• Planejamento / Formação

• Observação da Tarefa

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• Ação Corretiva Imediata

• Ação para prevenir a Reincidência

• Abrangência

• Reuniões Setoriais / Plano de Ação

• Análise da Gerência

Na auditoria era utilizada uma ficha de observação, onde os desvios

identificáveis foram separados em cinco categorias: Riscos Envolvidos,

Equipamentos de Proteção Individual, Ferramentas e Equipamentos, Procedimentos

e Organizações, Reações das Pessoas ao Serem Observadas.

No decorrer do tempo, após a sua implantação, o programa de Observação

de tarefas, acabou perdendo força nas unidades operacionais, visto não haver sido

implantando de forma sistêmica em todas as unidades. Algumas áreas o adotaram,

outras não e acabaram criando suas próprias ferramentas ou adaptando esta a suas

necessidades. Isto acabou gerando uma banalização do seu uso e o principal que

era a tratativa dos desvios identificados, não estava mais ocorrendo.

Além do mais, como o sistema de controle e aplicação era falho, muitas

unidades apenas para cumprirem tabela e mostrarem que estavam tomando alguma

ação com relação ao comportamento inseguro, começaram a solicitar que todos os

colaboradores, inclusive os que não foram treinados nesta ferramenta, passassem a

fazer também a observação, o que gerou observações falhas, sem critérios e sem

foco.

Em 2011, a matriz francesa desta empresa, comprou o Programa STOP da

empresa DuPont para todas as unidades, se tornando este o programa oficial de

observação de comportamento para segurança.

• Programa STOP

O premiado programa DuPont Programa de Treinamento de Segurança por

Observação (STOP) fornece um caminho para a excelência da segurança no local

de trabalho ao tornar o comportamento seguro e as condições de trabalho seguras

parte da cultura – prevenindo, assim, incidentes e lesões. Por mais de 30 anos,

centenas de empresas e organizações governamentais ao redor do mundo

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perceberam os benefícios deste programa, não apenas em termos de benefícios

humanos, mas também em termos financeiros.

O STOP foi desenvolvido por cinco fábricas da DuPont e tem sido utilizado ao

redor do mundo não apenas pela DuPont, mas por muitas outras organizações. O

objetivo do programa é impedir lesões melhorando as habilidades de observação de

segurança e ajudando as pessoas a falarem sobre segurança entre elas. Ele ensina

os funcionários a reconhecer condições seguras e inseguras, bem como ações

seguras e inseguras.

O STOP é baseado em princípios testados e comprovados que ajudam a

reduzir incidentes e lesões:

• Todas as lesões podem ser evitadas.

• O envolvimento do funcionário é essencial.

• A gerência é responsável por prevenir lesões.

• Todas as partes expostas do equipamento em operação podem ser

protegidas.

• Treinar os funcionários para que trabalhem de forma segura é essencial.

• Trabalhar de forma segura é uma condição do trabalho.

• Auditorias realizadas pela gerência são imprescindíveis.

• Todas as deficiências devem ser corrigidas de imediato.

• A segurança fora do trabalho será promovida.

O Programa STOP foi adotado a partir do ano de 2012, com o intuito de

identificar desvios comportamentais (atos inseguros) e desvios não comportamentais

(condições inseguras) na fábrica, de forma sistêmica.

Todos os colaboradores que foram treinados pela empresa DuPont, tem a

obrigação de realizar por mês duas auditorias com foco no comportamento dos

colaboradores observados e identificação de condições de risco.

Na auditoria é utilizado um cartão de verificação, onde os desvios

identificáveis são separados em seis categorias: Reações das pessoas, EPI’s,

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Posição das Pessoas, Ferramentas e Equipamentos, Procedimentos e Padrões de

Organização.

Após a auditoria, os cartões são entregues ao setor de planejamento de cada

unidade, onde as informações serão consolidadas.

Auditoria STOP

Até o mês de outubro, haviam sido realizadas na fábrica, 4.669 auditorias

STOP na fábrica, conforme gráfico abaixo:

Figura 01 – Dados Estatísticos 2012 – Auditorias Stop Previstas X Realizadas

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2012

Auditoria STOP: Tratamento dos Desvios e Riscos Ide ntificados

Os desvios e riscos identificados são tratados em uma reunião denominada

“Reunião de Equipe de Progresso”, onde são determinados responsáveis e prazo

para as ações em aberto.

Esta reunião ocorre semanalmente e mensalmente no Comitê de Segurança de

cada unidade ocorre o fechamento das ações que ficaram em aberto durante o mês.

• Verificação de Respeito ao Standard - VRS

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Outra ferramenta que a fábrica vem utilizando é a denominada VRS –

Verificação de Respeito ao Standard - onde diariamente é escolhido um posto de

trabalho e através de um check-list é verificado se o colaborador está executando a

atividade conforme determina o padrão estabelecido.

Neste check-list, também são identificados desvios comportamentais e há um campo

específico – campo número 8 - onde riscos referentes à segurança do trabalho são

identificados.

A periodicidade para esta verificação foi definida conforme as funções de

liderança existentes nas áreas:

• Monitores - verificação diária;

• Supervisores – verificação diária;

• Coordenadores - duas vezes por semana;

• Gerentes – uma vez por semana;

• Gerentes Gerais - uma vez por semana.

Tratamento dos Desvios e Riscos Identificados

Os desvios e riscos identificados são tratados imediatamente. O que precisam

demandam outras ações, como por exemplo, uma atualização de procedimento são

tratados na “Reunião de Equipe de Progresso”, onde são determinados

responsáveis e prazo para as ações em aberto.

Esta reunião ocorre semanalmente e o fechamento das ações do mês são tratadas

no Comitê de Segurança de cada unidade.

• Ferramentas de Identificação de Riscos

Com a utilização da ferramenta de observação de comportamento – Audit

Stop, a sua adoção foi implantada na fábrica de forma sistêmica.

Porém, as condições de risco ainda presentes no ambiente no trabalho, também

precisavam ser identificadas e principalmente tratadas.

Para isso, foi adotado para toda a fábrica, o formulário de Identificação de Riscos,

que tem como objetivo a identificação e tratativa dos riscos presentes no ambiente

de trabalho.

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Caso seja identificado algum risco não comportamental relacionado ao

ambiente de trabalho, este é registrado através do formulário de Identificação de

Risco e as ações também são tratadas na equipe de progresso da área que foi

auditada.

Até o mês de outubro, foram realizados na fábrica 2805 auditorias STOP na

fábrica, conforme gráfico abaixo:

Figura 02 – Dados Estatísticos 2012 – Acompanhamento Mensal Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2012

6. METODOLOGIA

Para a classificação da pesquisa, toma-se como base a taxionomia

apresentada por VERGARA (1997), que utiliza dois critérios básicos: quanto aos fins

e quanto aos meios.

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1 - Quanto aos fins utilizaremos o critério de pesquisa descritiva, que se

apoiam em revisão, análises documentais e bibliográficas, buscando sistematizar o

assunto desenvolvido por outros autores de forma a atingir os objetivos propostos,

tendo como foco o comportamento humano à luz da Psicologia do Trabalho.

2 - Quanto aos meios de investigação optou-se pela pesquisa bibliográfica,

onde conforme afirma CERVO, BERVIAN e DA SILVA (2007) “esse tipo de pesquisa

visa analisar ou explicar um determinado problema a luz do referencial teórico

existente”.

3 - Para melhor caracterização da pesquisa, foi utilizado um Histórico

Industrial de uma empresa automobilística da região e através de avaliação de

adequação das Normas Regulamentadoras, realizando-se uma verificação de

atendimento ou não a legislação referente à Segurança do Trabalho, de acordo com

as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego.

1º Autor

Frank Bird e Germain em 1969 avaliaram mais de 1,7 milhão de acidentes

citados por 297 companhias as quais possuíam mais de 1,7 milhão de empregados.

Como resultado, surgiu a pirâmide representada pela figura 3 (Bird e Germain, 1987

apud RAVADELLI, 2006).

Figura 03 – Pirâmide de Bird Germain

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Fonte: Bird e Germain (1987)

As condições e comportamentos inseguros, representados pelos desvios,

estão na base da pirâmide. O estudo feito por Bird e Germain demostra que, para

cada 600 desvios podem ocorrer 30 acidentes com danos a propriedade, 10

acidentes com pequenos danos e um grande acidente (RAVADELLI, 2006).

A Pirâmide de Frank Bird e sua atualização

Numa sociedade em que exige resultados cada vez mais rápidos, acaba por

expor o trabalhador a situações de risco e, sobretudo, criando alterações em seu

comportamento mental, com o aparecimento de estresse e entre outros.

Portanto a previsão de acidentes nos modelos clássicos já não é mais

suficiente. Os acidentes são precedidos por situações que, se não controladas de

forma adequada, preparam o terreno para sua manifestação. São os incidentes (ou

“quase acidentes” – ocorrências em que, por algum motivo, não houve perdas

materiais ou lesões a pessoas). Desta forma, Frank Bird apresentou este modelo

piramidal para representar a evolução dos incidentes para os acidentes com graves

danos humanos. Uma quantidade menor gera acidentes com consequências

humanas leves e um número ainda menor leva a acidentes com danos de maior

gravidade em pessoas. Em média, 600 incidentes geram 30 acidentes com perdas

materiais e 10 com lesões humanas das quais uma será grave.

Estudos modernos acrescentam, à base da pirâmide de BIRD, outro nível de

ocorrência, anterior e, muitas vezes, causas potenciais dos quase acidentes.

Ações e procedimentos de pessoas, de tal relevância, que poderiam causar

os quase acidentes e iniciar um processo de futuros acidentes. Estas ações foram

denominadas “comportamentos críticos” ou “desvios comportamentais”.

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Figura 04 – Pirâmide de Bird Atualizada

2º Autor

Já a Teoria de Heinrich diz-nos que o acidente e consequentemente a

ocorrência de lesão são causados por alguma coisa anterior ao acidente em si.

A Teoria Baseia-se no fato de que não se conseguindo eliminar os traços

negativos da personalidade, teremos, em consequências, falhas no comportamento

do homem que podem causar Atos e/ou Condições Inseguras com potencial de

gerar um evento de um acidente com sérios ferimentos.

Assim, avalia que a eliminação dos acidentes somente ocorrerá se o trabalho

prelecionista for feito visando à eliminação das condições inseguras e os atos

inseguros.

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Figura 05 – Causas de Acidente

Fonte: Teoria Henrich (1932)

De acordo com a teoria de Heinrich, os acidentes e suas consequentes lesões

são impulsionados a acontecerem por motivos, forças ou alguma coisa do ambiente

do homem, e nenhum acidente acontece, mas é sempre causado. Isto significa que

as condições inseguras e os atos inseguros são vetores do acidente, isto é, são as

causas principais da ocorrência dos acidentes. Como podemos visualizar na figura

05 acima.

Primeiro Fator: Hereditariedade

O primeiro fator está relacionado com a origem do homem no seu

nascimento. É o que ele traz no seu eu, proveniente da transmissão de caracteres

físicos e psíquicos dos seus ascendentes, através de células germinativas, no

momento da fecundação.

Segundo Fator: Atitudes Impróprias

O acidente não é feito da livre vontade do homem, e sim produto das suas

funções patológicas orgânicas e psíquicas às quais se devem juntar as condições do

ambiente social.

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O meio ambiente interfere a educação do homem e pode contribuir para que

se desenvolvam nele características indesejáveis que levam às falhas, atitudes

impróprias ou inseguras.

Terceiro Fator: Condição insegura e/ou ato inseguro

Quarto Fator: Ocorrência do acidente

O exato momento da ocorrência do evento inesperado e incontrolável que

possa ou poderia resultar em dano material ou pessoal, decorrente de condições ou

atos inseguros.

Quinto Fator: Dano

É a conseqüência do acidente, pois este, quando ocorre, provoca direta ou

indiretamente danos de qualquer ordem. Dano é qualquer prejuízo físico psicológico

ou material. O dano é considerado, de modo geral, quando pode ser mensurado. No

entanto os psicológicos, que não podem ser mantidos, quase sempre causam

traumas que trazem como conseqüência a necessidade de uma readaptação do

homem em outra função.

Portanto podemos observar que a teoria de Heinrich baseia em cincos

fatores. A teoria tem como ponto de partida a hereditariedade, fechando o ciclo o

fator dano. Cada fator tem suas peculiaridades que, deve ser analisadas por parte

dos prevencionistas, quais dos fatores merecem maior atenção.

Comparativo entre os dois autores

Para melhor análise das causas dos acidentes através do estudo destes dois

autores, foi realizado um comparativo entre as duas teorias/autores a fim de

identificar os pontos em comum e os pontos divergentes entre elas.

FRANK BIRD HEINRICH

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Seus estudos se basearam na ocorrência de acidentes ocorridos em 297 companhias onde fundamentou sua teoria de “Controle de Danos”, a partir da análise destes acidentes;

Apresenta uma pirâmide que tem como base as ocorrências de incidentes ou quase-acidentes que foram gerados por condições de risco e comportamentos inseguros; A análise de Bird leva em conta os acontecimentos já ocorridos, ou seja, tudo começa com os incidentes (desvios), sem analisar uma causa anterior a estes fatos;

Da evolução destes desvios (incidentes) ocorrem os danos materiais, danos físicos leve, sério ou fatal.

Seus estudos se basearam na análise de 5.000 casos de empresas seguradas com uma companhia privada nos Estados Unidos;

Apresenta um modelo baseado em dominós que representam traços negativos da personalidade do homem, falhas no comportamento que podem causar atos e/ condições inseguras que geram os acidentes; A análise de Heinrich leva em conta a existência de causas anteriores aos incidentes e acidentes em si, que são impulsionados a acontecerem por motivos, forças ou alguma coisa do ambiente do homem.

A ocorrência de uma lesão é o resultado de uma série de eventos que ocorreram em uma sequencia lógica e fixa, sendo o acidente apenas um fator na sequencia e a lesão a consequência final.

7. ANALISE E DISCUSSÃO

Dados Estatísticos 2010

A fim de termos dados consistentes e confiáveis para desenvolvimento deste

estudo de caso, foi realizado levantamento dos dados estatísticos de acidentes de

trabalho dos anos de 2010, 2011 e 2012, e feita analise para definição de propostas

de ações de melhoria. Os dados de 2012 foram analisados levando-se em conta os

meses de janeiro a outubro.

Em 2010, a empresa teve como resultado final um total de 84 acidentes de

trabalho, que foram classificados da seguinte forma:

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Acidentes do Trabalho - 2010

4

42 38

84

0

20

40

60

80

100

Ac.C/Afastamento

Declarados PrimeirosSocorros

N° de Acidentes

Classificação dos Acidentes

de A

cid

ente

s

Gráfico 01 - Acidentes do Trabalho 2010

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2010

Com relação às causas dos acidentes de acordo com a NBR 14280, os

acidentes foram classificados conforme abaixo:

Acidentes do Trabalho - 2010

61%

39%

Atos Inseguros Condições Inseguras

Gráfico 02 – Atos inseguros e condições inseguras de 2010

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2010

Como base para nosso estudo, verificamos com os dados acima que a

maioria dos acidentes ocorridos tiveram como causa raiz, comportamentos

inseguros.

Dados Estatísticos 2011

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Em 2011, a empresa teve como resultado final um total de 75 acidentes de

trabalho, que foram classificados da seguinte forma:

Acidentes do Trabalho - 2011

3

43

29

75

0

20

40

60

80

100

Ac. C/Afastamento Declarados Primeiros Socorros N° de Acidentes

Classificação dos Acidentes

de A

cide

ntes

Gráfico 03 – Acidentes de Trabalho 2011

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2011

Com relação às causas dos acidentes de acordo com a NBR 14280, os

acidentes foram classificados conforme abaixo:

Gráfico 04 – Atos inseguros e condições inseguras de 2011

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2011

Como base para nosso estudo, verificamos que em 2011 assim como em

2010, os acidentes ocorridos tiveram como causa raiz, comportamentos inseguros.

Dados Estatísticos 2012

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Em 2012, a empresa tem como resultado parcial, acumulado de janeiro a

outubro, 51 acidentes de trabalho, distribuídos da seguinte forma:

Acidentes do Trabalho - Acumulado Janeiro a Outurbr o /

2012

6

25 20

51

0

20

40

60

80

100

Ac. C/Afastamento Declarados Primeiros Socorros N° de Acidentes

Classificação dos Acidentes

de A

cide

ntes

Gráfico 05 – Acidentes acumulados – Janeiro a Outubro de 2012

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2012

Com relação às causas dos acidentes de acordo com a NBR 14280, os

acidentes foram classificados conforme abaixo:

Gráfico 06 – Atos inseguros e condições inseguras de 2012

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2012

Como base para nosso estudo, verificamos que assim como os anos

anteriores, também em 2012, os acidentes ocorridos tiveram como causa raiz,

comportamentos inseguros.

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Taxa de Frequência

Como parâmetro de comparação e análise dos dados estatísticos dos anos

de 2010, 2011 e 2012 (acumulados de Janeiro a Outubro), com relação aos

acidentes com afastamento e sem afastamento, foram levantados os resultados da

taxa de frequência (com e sem afastamento), conforme abaixo:

Gráfico 07 – Taxa de Frequência com Afastamento - 2010,2011 e 2012

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2012

No gráfico acima referente à taxa de frequência para acidentes com

afastamento, verifica-se em 2012 um aumento no número dos acidentes em que os

colaboradores estiveram afastamentos de suas atividades após a ocorrência destes

eventos indesejáveis, sendo que em 100% dos casos, a causa principal destes

também foi o comportamento inseguro.

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Gráfico 08 – Taxa de Frequência sem Afastamento - 2010,2011 e 2012

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2012

Com relação aos acidentes sem afastamento, foi evidenciado a redução no

número total de acidentes, o que se verifica na taxa de frequência dos três últimos

anos.

Porém, a análise destes dados demonstrou que embora o número total dos

acidentes venha caindo ano a ano, houve um aumento considerável do número de

acidentes com afastamento em 2012, o que evidencia a elevação da taxa de

frequência neste ano, o que impactou diretamente nos indicadores de segurança e

nas metas das unidades operacionais.

E através da análise realizada nestes dados estatísticos, foi comprovado que

a incidência de acidentes provocados por atos inseguros, vem aumentando ano

após ano, o que evidencia a urgência em identificar estes desvios e a adoção de

medidas de controle que os neutralizem ou eliminem.

A fim de apresentarmos um panorama de como se encontra a empresa no

que se refere aos números de acidentes e suas características e propormos ações

de melhoria para estabelecimento de um sistema de gestão comportamental, foram

levantados e analisados os indicadores reativos dos acidentes de trabalho dos

últimos três anos.

O primeiro passo foi analisar os acidentes e levantar em quais unidades de

produção, estes ocorreram.

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Acidentes X Unidades

27

2

19 20

51 3 1

7

85

168

2214

3 3 4 4 1

75

16

611 8

4 40 1 1

51

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Chapa

ria

Pintu

ra

Mon

tage

m

Logí

stica

Qua

lidad

e

Utilida

des

Moto

res/U

sinag

em

Engen

haria

Áreas

de A

poio

Total

de A

cide

ntes

2010 2011 2012

Gráfico 09 – Acidentes X Unidades

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2010, 2011 e 2012

Como pode ser observado no gráfico acima, a maior parte dos acidentes

ocorreram nas unidades Chaparia, Montagem e Logística.

Estas áreas têm como características comuns: um grande efetivo de pessoas

pois cerca de 60 % da produção estão nessas unidades, uma sequência de

produção contínua, que não para, além de um número relevante de riscos de

acidentes em suas operações.

O próximo passo foi identificar quais os tipos mais frequentes de acidentes e

qual parte do corpo são mais afetadas por estes acidentes.

A maioria dos acidentes em todas as unidades foram ocasionadas por

impactos, aprisionamentos e cortes e a parte mais atingida são as mãos, seguida

pelos membros superiores e inferiores. Porém observamos um aumento significativo

nos acidentes envolvendo olhos, nos últimos anos, com destaque negativo para o

ano de 2011.

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Tipos de Acidentes

1923

1318

4 2 3 1 2 0 0

85

14 15 1216

2 27

0 1 2 4

75

8 113 0 2 0 2 0 2

51

149

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Aprisi

onam

ento

Impa

cto p

or

Impa

cto c

ontra

Corte

Proje

ção

de S

olda

Ataqu

e de

ser

vivo

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Cor

po

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to c/

sub

st.A

lta T

empe

ratu

ra

Que

da

Corpo

Est

ranh

o

Conta

to c/

Pro

d. Quí

mico

Total

de A

cide

ntes

2010 2011 2012

Gráfico 10 – Tipos de acidentes

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2010, 2011 e 2012

Parte do Corpo Atingida

31

13 13

7 5 4 5 61

85

29

6

16

3 3

14

40 0

75

4 4 48

2 0 1

51

22

6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Mãos MembrosSuperiores

MembrosInferiores

Cabeça Tórax Olhos Face Boca Pescoço Total

de A

cide

ntes

2010 2011 2012

Gráfico 11 – Parte do corpo Atingida

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2010, 2011 e 2012

Em seguida, levantamos em qual equipe a incidência de acidentes é maior.

Em todos os anos, a equipe amarela é a que apresenta o maior número de

acidentes. Porém observamos um aumento significativo nos acidentes envolvendo a

equipe das Manutenções, que vem crescendo nos últimos três anos.

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Acidentes por Equipe

31

25

1216

1

85

28

19

12 106

75

5 3

10

51

1518

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Amarela Verde Azul Administrativo Manutenção Total

de A

cide

ntes

2010 2011 2012

Gráfico 12– Acidentes por Equipe

‘Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2010, 2011 e 2012

Quanto ao horário de ocorrência dos acidentes, estes acontecem no final dos

expedientes e troca de turnos e próximos ao horário de almoço e jantar.

Acidentes por Horário

9

34

20 22

85

12

2522

16

75

14 14

51

3

20

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

00:01 as 06:00 06:01 as 12:00 12:01 as 18:00 18:01 as 00:00 Total

de A

cide

ntes

2010 2011 2012

Gráfico 13 – Acidentes por Horário

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2010, 2011 e 2012

Um dado interessante que foi identificado nesta pesquisa, é que os

colaboradores que mais sofrem acidentes são os mais novos nas funções, na faixa

de um mês a dois anos de empresa. Este dado foi confirmado em todos os anos,

porém ressaltamos que em 2011 e 2012, os acidentes envolvendo os colaboradores

mais experientes, também foram significativos.

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Acidentes por Tempo na Função

45

28

3 26

1

85

49

13

38

2 0

75

5 5 40

51

9

28

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 a 2 anos 2 a 4 anos 4 a 6 anos 6 a 8 anos 8 a 10 anos > 10 anos Total

de A

cide

ntes

2010 2011 2012

Gráfico 14 – Acidentes por Tempo de Função

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2010, 2011 e 2012

Há certo equilíbrio, conforme analisamos, nos dias da semana que mais ocorrem

acidentes, com destaque para segunda, terça e sexta-feira.

Acidentes por Dia da Semana

16 1714 16 17

50

85

1613 12 13 15

6

0

75

7 610

3 1

51

915

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira Sábado Domingo Total

de A

cide

ntes

2010 2011 2012

Gráfico 15 – Acidentes por Dia da Semana

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2010, 2011 e 2012

Neste levantamento, foi evidenciado que os homens sofreram mais acidentes

que as mulheres, pelo motivo de ser a maioria no efetivo da empresa.

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Acidentes por Sexo

78

7

85

67

8

75

51

4

47

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Masculino Feminino Total

de A

cide

ntes

2010 2011 2012

Gráfico 16 – Acidentes por Sexo

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2010, 2011 e 2012

Como podemos observar, nos resultados apresentado pelos gráficos, a

empresa vem apresentando nos últimos anos uma redução no número total de

acidentes, porém o número de atos inseguros ou desvios comportamentais como

causa dos acidentes de trabalho vem crescendo ano a ano.

No gráfico abaixo, foi realizado um levantamento dos principais

comportamentos identificados nas análises dos acidentes.

Comportamentos Inseguros

Análise de Acidentes

12%

7%

2%

16%

1%12%

17%

33%

Descump.de Padrão/Normas de Segurança Inexistência de Padrão

Padrão não é claro Formação Inadequada

Inexistência de Formação Não Identificação / Desconhecimento do Risco

Fatores Emocionais Colaborador novo no posto

Gráfico 17 – Análise de Acidentes – Comportamentos Inseguros Identificados

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2010, 2011 e 2012

Entre os comportamentos inseguros analisados nas causas dos acidentes nos

últimos três anos, a maior parte dos desvios identificados foram provenientes de

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descumprimento de padrões operacionais, nos quais os colaboradores executam as

atividades sem cumprir ou seguir o procedimento padrão já determinado pela

empresa.

Em outros casos, os acidentes ocorreram, pois não havia um procedimento

padrão para execução da atividade, ou seja, não houve uma análise que abrangesse

tanto os riscos da atividade como a forma de executá-la.

Houve casos em que o padrão existia, porém este não era claro ou não

conduzia ao um bom resultado, deixando margem a dúvidas e interpretação pessoal

do colaborador, o que gerou acidentes de trabalho durante a execução da atividade.

Com relação aos treinamentos, os acidentes ocorreram ou porque as

formações tanto teóricas, quanto práticas não foram eficientes, deixando margem a

dúvidas e interpretação pessoal do colaborador, o que gerou acidentes de trabalho

durante a execução da atividade ou não existiram com relação a determinadas

atividades. Outro item importante observado é que a empresa disponibiliza vagas

para as formações legais de segurança, porém as áreas não liberam o colaborador

para participar destas.

Muitos acidentes tiveram como causa, a não identificação ou percepção dos

riscos no ambiente de trabalho por parte dos colaboradores, das hierarquias e

também da segurança do trabalho.

Outro ponto importante observado foram os acidentes com colaboradores

novos nos postos de trabalho. Neste caso, somam-se as formações deficientes e a

não identificação de riscos.

Auditoria STOP - Principais Desvios Encontrados

Com relação à auditoria implantada de forma sistêmica pela empresa, para

atendimento ao programa STOP, os resultados são consolidados pela equipe da

Segurança do Trabalho no final de cada mês, gerando assim um gráfico que ilustra a

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situação real da empresa com relação aos desvios encontrados durante as

auditorias.

Abaixo, o resultado acumulado da empresa de Janeiro a Outubro de 2012,

onde se verificam os principais desvios encontrados e quais devem ser priorizados e

neutralizados.

Gráfico 18 – Desvios encontrados Audit Stop de 2012

Fonte: Dados estatísticos Peugeot Citröen do Brasil – 2012

Os principais desvios comportamentais encontrados estão relacionados às

reações e posicionamento de risco das pessoas e não utilização dos equipamentos

de proteção individual.

Com a associação das ferramentas de observação comportamental e de

identificação de risco, que possuem caráter preventivo, verificamos que está sendo

possível mapear na fábrica, os principais desvios comportamentais existentes por

áreas e por equipes e os riscos com possibilidades reais de se tornarem acidentes, o

que vem contribuindo para a redução dos acidentes de trabalho, porém é necessário

um trabalho maior de conscientização junto aos colaboradores e adoção de outras

medidas de controle.

Ainda existem muitas ações em aberto, porém é notório que as áreas estão

buscando identificar seus riscos e informá-los aos colaboradores.

Recomendações para implantação do Sistema de Gestão

Comportamental

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Após o levantamento e análise de todos os dados estatísticos apresentados

anteriormente, fica evidente que ações precisam ser tomadas, afim de que estes

fatores comportamentais tanto dos colaboradores, quanto das lideranças e áreas de

apoio, sejam identificados, eliminados e/ou neutralizados, o que impactará

diretamente na redução dos acidentes de trabalho nesta empresa.

A empresa possui atualmente algumas ações interessantes voltadas para a

este tema, porém estas encontram-se isoladas e sem o peso de estarem

consolidadas num sistema de Gestão de Comportamento.

A implantação desse sistema voltado para o Comportamento Humano e suas

consequências para a Segurança do Trabalho deverá ser apresentado e comprado

pela alta hierarquia da empresa, a fim de que seja um programa estruturado e

corporativo em todos os níveis da organização.

O sistema de gestão proposto deverá estar estruturado em três

suportes/pilares que são: a Liderança, a Estrutura e o Processo.

Figura 06 – Pilares Sistema de Gestão

Fonte: Dupont do Brasil

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As ações abaixo são indicadas para fortalecimento da cultura de prevenção

de acidentes, através de um sistema de gestão comportamental e envolvimento da

alta hierarquia como também do comprometimento dos colaboradores com a prática

do comportamento seguro:

Liderança:

• COMPROMISSO VISÍVEL: Todos os níveis de liderança devem demonstrar

que Segurança do Trabalho é um VALOR através de suas atitudes, decisões

e palavras.

• Tratamento de forma sistêmica da Política de Segurança como é feito com as

políticas de produção, qualidade e meio ambiente;

• Desdobramento da política de segurança da fábrica até o nível operacional,

através de formações e informativos específicos;

• Definição e divulgação para todos os níveis dos objetivos e metas de

segurança estabelecidos;

• Definição dos comportamentos inaceitáveis para a segurança do trabalho;

• Criação de indicadores de desempenho com inclusão do tema segurança;

• Criação de procedimento administrativo com as regras cardinais de

segurança;

• Formação da liderança com foco na observação e identificação de risco e

comportamentos inseguros e tratativa de desvios;

Estrutura:

• Definição clara das responsabilidades da linha organizacional no que se

refere à segurança - Todos os níveis de liderança são responsáveis pelas

questões de Segurança em sua área de atuação;

• Sistematizar o programa de Reconhecimento de Segurança do Trabalho para

as equipes sem ocorrências de acidentes;

• Sistematizar o programa de identificação de riscos nas unidades e

disponibilizar aos colaboradores acesso fácil as ferramentas de identificação

de riscos;

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• Realização de campanhas de segurança do trabalho, com foco na prevenção

de acidentes e comportamento seguro;

• Realizar palestras sobre responsabilidade civil e criminal em caso de

acidentes, para a liderança e colaboradores;

• Apoio psicossocial aos colaboradores através de programas sociais;

Processo:

• Identificar e divulgar os principais desvios comportamentais através dos

dados estatísticos e auditorias de segurança;

• Investigação de todos os acidentes e Incidentes;

• Formação dos colaboradores com foco na observação e identificação de risco

e comportamentos inseguros;

• Mapeamento e sinalização através de alertas visuais os postos com mais

incidência de desvios comportamentais;

• Levantamento das necessidades de formação dos colaboradores x funções

através da definição de uma matriz de habilidades e treinamentos específicos

de segurança do trabalho;

• Criação de sistema de acolhimento (recepção) de novos colaboradores

através de integração de segurança específica em cada unidade operacional;

• Criação de padrão de formação de colaboradores novos através de

treinamentos teóricos e sistema de acompanhamento (apadrinhamento) nos

postos de trabalho;

• Revisão das formações de segurança existentes incluindo pontos chaves de

identificação de riscos comportamentais, baseados no programa STOP e de

identificação de riscos nos postos de trabalho;

• Revisão dos padrões operacionais incluindo itens referentes à prevenção e

segurança das atividades, através de informações mais visuais;

• Reforçar a participação dos colaboradores na utilização da ferramenta

Kaizen, voltada para a segurança do trabalho e identificação de riscos;

Adequação às Normas Regulamentadoras (NR’s) em Segu rança do Trabalho

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No Brasil, as Normas Regulamentadoras , também conhecidas como NR’s ,

regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios

relacionados à segurança e medicina do trabalho.

Essas normas são citadas no Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis

do Trabalho (CLT). Foram aprovadas pela Portaria N.° 3.214, 08 de junho de 1978,

são de observância obrigatória por todas as empresas brasileiras regidas pela CLT e

são periodicamente revisadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Durante a elaboração deste estudo de caso, foram levantadas as NR’s que se

relacionam diretamente com o tema e feito um check-list para verificação se a

empresa está cumprindo o que determina a legislação.

Após análise das NR’s e verificação do check list (em anexo) de adequação

as normas de segurança e saúde do trabalho, foi verificado que a empresa cumpre o

que a legislação trabalhista estabelece com relação a Segurança do Trabalho.

Porém, ainda assim, é necessário que em alguns processos internos da

empresa, sejam tomadas ações para o fortalecimento da cultura da prevenção e do

comportamento seguro a fim de as ações citadas em alguns itens das norrmas

regulamentadoras sejam evidentemente efetivas e se reflitam nos resultados

positivos da segurança do trabalho.

Adequação NR1 - Disposições Gerais

• Formação dos colaboradores com foco na observação e identificação de risco e

comportamentos inseguros;

• Sinalização e mapeamento dos locais onde existem riscos ou que ocorreram

acidentes a fim de informar e alertar os colaboradores e visitantes;

• Criar procedimento com as regras e advertências para as áreas que não

liberamos colaboradores para participarem das formações de segurança do

trabalho;

• Realizar de forma periódica Campanhas de Segurança, baseadas nos dados

estatísticos dos acidentes da empresa;

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Os demais comentários com relação à adequação a esta norma encontram-se

inseridas no anexo 01.

Adequação NR6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI

• Criação de procedimento geral de inspeção, troca e higienização de EPI’s para

todas as unidades da fabrica;

• Criação de procedimento de circulação interna da fábrica, definindo quais os

EPI’s para colaboradores, visitantes e prestadores de serviços;

• Criação de procedimento de controle de EPI’s no almoxarifado central;

• Formação dos colaboradores no uso dos EPI’s.

Os demais comentários com relação à adequação a esta norma encontram-se

inseridas no anexo 04.

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8. CONCLUSÃO

Com o levantamento dos dados estatísticos dos acidentes dos últimos três

anos, a realização de uma análise teórica das revisões bibliográficas e verificação do

cumprimento às normas regulamentadoras, identificamos a necessidade de

promoção do comportamento seguro consolidado em um sistema de gestão

comportamental voltado para a segurança do trabalho, com o intuito de minimizar de

forma sustentável os índices de acidentes nesta empresa.

Enquanto para muitos, acidentes do trabalho são comuns em atividades que

envolvam risco, nos foi possível identificar a importância de um sistema de

segurança voltado para a conscientização da força de trabalho, onde cada um é

responsável pelos seus atos e que aos poucos reduz os seus desvios

comportamentais, reduzindo a probabilidade de ocorrência dos acidentes.

Através do Contexto Industrial, foi analisado o ambiente da empresa e as

mudanças feitas no processo de comportamento seguro, utilizando-se a ferramenta

de observação de segurança STOP e verificado a redução do número de acidentes

como uma consequência, embora os comportamentos inseguros ainda sejam a

maior causa dos acidentes.

Os indicadores estatísticos de segurança evidenciam os desvios

comportamentais que revelam elevada responsabilidade no alto índice de acidentes

com afastamento, em destaque para o ano de 2012.

É possível perceber através desta ferramenta de observação, a ligação

existente entre a base da pirâmide de Bird e os desvios encontrados, com o seu

pico, os acidentes graves.

É claro que um sistema de gestão de segurança não pode se basear apenas

em uma ferramenta, e sim em várias medidas de controle, mas os resultados obtidos

neste trabalho mostram a importância da prevenção ser instaurada na cultura do dia

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a dia dos colaboradores, na forma de abordagem induzindo ao próprio empregado

identificar seus desvios, o compromisso assumido junto a sua liderança e perante si

mesmo e a forma como devem aprender a identificar a segurança como um valor, é

essencial para o alcance de resultados cada vez melhores em relação à segurança

do trabalho.

Este sistema deve possuir metas que visam atingir um patamar de excelência

no desempenho de segurança e saúde ao longo do tempo, iniciando-se pela

segurança física voltada para as pessoas e para o processo (equipamentos), através

de adoção de medidas de proteção individuais e coletivas, onde a motivação para a

segurança é voltada ainda para o cumprimento obrigatório de regras definidas.

Com o passar do tempo, o próximo passo será a definição e implantação de

medidas administrativas como definição e divulgação da política de segurança,

matriz de capacitação, identificação e conhecimento dos riscos e criação de

procedimentos operacionais e de segurança, com treinamento de todos os

envolvidos nas atividades nestes padrões.

A partir daí, a motivação para a segurança será feita através da

conscientização e do comprometimento de cada um e do grupo, levando a mudança

de cultura e de atitudes através da disciplina operacional que é o cumprimento dos

procedimentos e consciência de que a segurança é algo importante e tem seu Valor.

Desta forma, será perceptível ao longo do tempo, a redução do número de

acidentes do trabalho e o aumento do desempenho de segurança, sendo a mudança

de comportamento, o ponto chave que levará ao próximo nível da melhoria continua

em segurança do trabalho.

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ANEXO 1

Check List NR1

NR 1 - Dispos ições Gerais

Conf. N.

Conf. N. A. 1 – Cabe ao empregador: a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais sobre segurança e medicina do trabalho:

- Há Políticas e Diretrizes estabelecendo e informando sobre a obrigação legal da Administração referente a cumprimento das Normas Regulamentadoras:

x

2. Existem Ordens de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho, dando ciência aos empregados, com os seguintes objetivos:

- Prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho ? x - Divulgar as obrigações e proibições que os empregados devem conhecer e cumprir e ações em casos de acidentes do trabalho ?

x

- Dar conhecimento aos empregados que serão passíveis de punição, pelo descumprimento das Ordens de Serviço expedidas ?

x

- Determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidentes do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho ? x

2. Os trabalhadores são informados quanto: - Os riscos profissionais nos locais de trabalho ? x - Os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa ?

x

- Os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico ?

x

- Os resultados das avaliações ambientais ? x Comentários:

� Existe a Política de Segurança, porém ela não está bem difundida na organização e no dia a dia da fábrica.

� A empresa não definiu de forma clara, as regras de segurança a serem seguidas e quais são as respectivas punições para os desvios identificados.

� Há informações sobre os riscos, mas não uma sistemática para informá-los aos colaboradores.

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ANEXO 2

Check List NR4

NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

Conf. N.

Conf. N. A. 1. SESMT está dimensionando, de acordo com o item 4.2 ? x 2. Todos os profissionais exigidos são funcionários da Cia. e não contratados ? x

3. Todos dispõem de certificados dos cursos e registros exigidos ? x 4. Os técnicos de segurança e auxiliares de enfermagem trabalham pelo menos 8 (oito) horas diárias ?

x

5. Engenheiro de Segurança , Médico do Trabalho e o Enfermeiro do Trabalho trabalham, no mínimo 3 (três) horas (tempo parcial ) ou 6 (seis) horas (tempo integral ) por dia no SESMT ?

x

6. Os profissionais do SESMT : - Não têm outras atividades na empresa fora de suas atribuições ? x - Trabalham no sentido de minimizar os riscos a que os trabalhadores estão expostos em seus ambientes de trabalho ? x

- Determinam que E.P.I.’s são necessários em cada atividade ? x - Participam de novos projetos em implantação ? x - Dão apoio às atividades da CIPA ? x - Promovem palestras , treinamentos e campanhas de Segurança ? - Analisam e registram todos os casos de acidentes e doenças ocupacionais ocorridos ?

x

- Registram mensalmente os documentos exigidos legalmente (Quadros III, IV, V e VI) sobre acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade ?

x

- Encaminham à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho até o dia 31 de Janeiro, através do órgão regional do MTb, um mapa contendo avaliação anual dos dados sobre acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade ?

x

- Os mapas anuais são arquivados por, no mínimo, 5 (cinco) anos à disposição das autoridades ? x

Comentários: Todos os itens estão enquadrados na norma.

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ANEXO 3

Check List NR5

NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Conf. N.

Conf. N. A. 1. A empresa possui CIPA ? x 2. A composição da CIPA obedece ao Quadro I desta NR ? x 3. O calendário de reuniões ordinárias mensais da CIPA está sendo cumprido?

x

4. As reuniões da CIPA são realizadas durante o expediente normal de trabalho e possuem atas assinadas pelos presentes ? x

5. A CIPA participa da análise das causas das doenças e acidentes de trabalhado, propondo medidas de solução dos problemas identificados?

x

6. Há reuniões extraordinárias para avaliar acidentes do trabalho graves ou fatal? x

7. O processo eleitoral cumpre com às seguintes exigências: - É convocada eleições para escolha dos representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 dias antes do término do mandato em curso ?

x

- É constituída, no prazo mínimo de 55 dias antes do término do mandato em curso, a Comissão Eleitoral – CE, que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo ?

x

- O sindicato é informado do início do processo eleitoral ? x - Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no prazo mínimo de 45 dias antes do término do mandato em curso ?

x

- Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de 15 dias ? x

- Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante ?

x

- Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição ? x - Realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do mandato da CIPA ?

x

- Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados ?

x

- Voto secreto ? x - Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de representante do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela comissão eleitoral ?

x

- Guarda de todos os documentos relativos à eleição, por um período mínimo de cinco anos ? x

- Participação mínima de 50% dos empregados na votação ? x - Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados ?

x

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- Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento ?

x

- Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes ?

x

8. Os membros da CIPA (titulares e suplentes) receberam treinamento específico de 20 horas, antes da posse ? x

9. O treinamento da CIPA contempla, no mínimo, os seguintes requisitos:

- Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo ? x

- Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho ?

x

- Noções sobre AIDS, e medidas de prevenção ? x - Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho ?

x

- Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos ? x

- Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão ? x

10. Há mapas de riscos ambientais p/ todas as áreas e estão afixados em locais visíveis, com informação aos trabalhadores ? x

Comentários: Existência de procedimento interno de investigação de acidentes, onde consta a presença obrigatória da Cipa nas investigações de acidentes.

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ANEXO 4

Check List NR6

NR 6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI

Conf. N.

Conf. N. A. 1. O SESMT avaliou todas as áreas operacionais para determinar quais os EPI´s que são necessários para cada função?

x

2. A empresa fornece gratuitamente, quando a atividade exigir, os Equipamentos de Proteção Individual?

x

3. Todos os EPI´s de fabricação nacional ou importado têm Certificado de Aprovação (CA)?

x

5. Cópias dos Certificados de Aprovação (CA) estão arquivados e facilmente acessíveis? x

6. Os funcionários são instruídos quanto ao uso e manutenção higiênica dos EPI’s? x

7. Há rotina para substituir EPI’s gastos ou danificados? x 8. Tem ocorrido faltas de EPI’s em estoque? x 9. Os EPI´s são periodicamente inspecionados e higienizados? x 10. As chefias imediatas cobram dos seus funcionários uso dos EPI´s recomendados pelo SESMT?

x

11. Os EPIs distribuídos atendem as condições de segurança e conforto para os usuários? x

Comentários: � Não há um procedimento de troca e substituição de EPI’s geral para toda a

fábrica, pois cada unidade tem o seu controle. � Há verificação do uso dos EPI’s, porém não é sistêmica.

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ANEXO 5

Check List NR7

NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

Conf. N.

Conf. N. A. 1. A empresa possui PCMSO ? x 2. A empresa possui um médico responsável pela coordenação do PCMSO ?

x

3. O cronograma do PCMSO está sendo cumprido ? x 4. É elaborado relatório anual usando modelo proposto no quadro III desta NR contendo, por setores da empresa, as seguintes informações ?

- Quantidade e natureza dos exames médicos realizados, incluindo avaliações clínicas e exames complementares ? x

- Estatísticas de resultados considerados anormais ? x - Planejamento para o próximo ano ? x 5. O relatório anual é apresentado e discutido na CIPA, sendo sua cópia anexada ao livro de atas desta Comissão ?

x

6.O PCMSO inclui a realização dos exames médicos admissionais, periódicos, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissionais?

x

7. Os exames compreendem Anamnese Ocupacional e Exame de aptidão física e mental? x

8. A freqüência de realização dos exames atende aos seguintes requerimentos: Semestralmente para atividades insalubres e Anualmente para as demais atividades?

x

9. Os resultados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames complementares, as conclusões e as medidas aplicadas são registradas em prontuário clínico individual?

x

10. Os registros são mantidos arquivados por 20 anos? x 11. São emitidos atestados de saúde ocupacional (ASO) ? x 12. Os atestados de saúde ocupacional são arquivados no prontuário clínico do trabalhador?

x

13. Os atestados de saúde ocupacional contêm, no mínimo, as seguintes informações: Nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e sua função; Riscos ocupacionais específicos existentes; Indicação dos procedimentos médicos aos quais foi submetido o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados; Nome e CRM do médico coordenador; Definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu; Nome do médico encarregado do exame e forma de contato; Data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu CRM.

x

14. Havendo diagnóstico ou suspeita de agravamento doença ocupacional, as seguintes medidas são tomadas - Emissão do Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) e Afastamento;

x

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quando necessário, do trabalhador à exposição ao risco ou do trabalho e Encaminhamento do funcionário ao INSS? 15. Existem equipamentos de primeiros socorros adequados, levando-se em conta as atividades desenvolvidas na operação e estão guardados em locais adequados ?

x

16. Há pessoas disponíveis, treinadas e designadas em todos os horários de trabalho, para utilizar adequadamente esses equipamentos ?

x

17. São realizados exames médicos demissionais em funcionários que trabalharam nas funções previstas na NR-15, quando o último exame tiver sido feito há mais de 90 dias ?

x

18. As audiometrias são incluídas nos exames admissional, periódico e demissional, quando o nível de ruído das áreas de trabalho excede os limites previstos nos anexos 1 e 2 da NR-15?

x

19. Os resultados dos exames audiométricos são registrados em fichas contendo as seguintes informações: Nome, idade e número de registro de identidade do trabalhador; Nome da empresa e a função do trabalhador, Tempo de repouso auditivo cumprido para a realização do exame audiométrico e Nome, número de registro no conselho regional e assinatura do profissional responsável pelo exame audiométrico.

x

20. O PCMSO está alinhado com os riscos observados no PPRA? x Comentár ios: Todos os itens estão enquadrados na norma.

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ANEXO 6

Check List NR9

NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

Conf. N.

Conf. N. A. 1. A empresa possui PPRA ? x 2. O PPRA contém a seguinte estrutura : - Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma?

x

- Estratégia e metodologia de ação? x - Forma de registro, manutenção e divulgação? x - Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA? x

3. O PPRA é revisado, pelo menos, anualmente ? x 4. O cronograma de PPRA está sendo cumprido ? x 5. O documento-base do PPRA bem como suas alterações e complementações foram apresentados e discutidos na CIPA, sendo sua cópia anexada ao livro de atas desta Comissão ?

x

6. O PPRA inclui as seguintes etapas: - Antecipação e reconhecimento dos riscos ? x - Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle ? x - Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores ? x - Implementação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia ?

x

- Monitoramento da exposição aos riscos ? x - Registro e divulgação dos dados ? x 7. Os empregados foram informados sobre os riscos existentes nos seus pontos de trabalho bem como dos meios disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e para proteger-se dos mesmos ?

x

8. Os dados são mantidos por um período mínimo de 20 anos ? x 9. Os dados estão disponíveis aos trabalhadores interessados ou seus representantes e para as autoridades competentes ? x

Comentários: Todos os itens estão enquadrados na norma.