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1 Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.” Tradução indígena do artigo primeiro: “Os povos indígenas, com base nas tradições e nos costumes dos antepassados, como o respeito à igualdade e à dignidade da vida, sempre nasceram livres e iguais, como os pássaros dos céus, como os animais do campo e como os peixes das águas, e dotados de consciência do espírito fraterno e do bem comum uns com os outros.”

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Page 1: Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos CD/ATs/cnotinfor... · desenvolveram inicialmente durante a gestão do Secretário Estadual Raul de Bonis de Almeida Simões,

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Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos

Humanos:

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade

e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em

relação uns aos outros com espírito de fraternidade.”

Tradução indígena do artigo primeiro:

“Os povos indígenas, com base nas tradições e nos costumes

dos antepassados, como o respeito à igualdade e à dignidade

da vida, sempre nasceram livres e iguais, como os pássaros dos

céus, como os animais do campo e como os peixes das águas,

e dotados de consciência do espírito fraterno e do bem comum

uns com os outros.”

Page 2: Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos CD/ATs/cnotinfor... · desenvolveram inicialmente durante a gestão do Secretário Estadual Raul de Bonis de Almeida Simões,

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Apresentação

Este Relatório tem por objetivo apresentar as conclusões, sugestões e recomendações

originadas a partir das discussões realizadas nas reuniões da Comissão de Acessibilidade

aos Transportes no Estado do Rio de Janeiro, formada após a realização do I Encontro de

Pessoas Portadoras de Deficiência`e Mobilidade Reduzida realizado em Nova Iguaçu em

16 de abril de 1999, bem como em seus Grupos de Trabalho. As atividades se

desenvolveram inicialmente durante a gestão do Secretário Estadual Raul de Bonis de

Almeida Simões, cuja primeira fase concluíu-se com a elaboração deste Relatório, na

gestão do Secretário Henrique Alberto Santos Ribeiro à frente da Secretaria de Estado de

Transportes, no mandato do Exmo. Sr. Governador Anthony William Garotinho Matheus

de Oliveira no Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Inicialmente são apresentadas as principais Conclusões e Recomendações. Em seguida,

na Introdução, são desenvolvidos alguns Conceitos e expostos os principais aspéctos que

envolvem a questão. No ítem 2 são apresentados os resultados e as contribuições fruto

da dinâmica do Grupo de Trabalho que se dedicou ao estudo do estado da arte nos

diversos modais que compõem o sistema de transportes de passageiros no Estado do Rio

de Janeiro, denominado Adequação de Veículos e de Terminais. Nos ítens 3, 4, 5 e 6

são apresentados, respectivamente, os resultados dos trabalhos desenvolvidos pelos

Grupos de Trabalho de Treinamento para a Conscientização dos Trabalhadores

do Setor de Transporte, de Classificação de Doenças Crônicas e das

Deficiências, de Legislação Existente e Alterações Legais Propostas e da

Campanha de Conscientização da Sociedade. Por fim são apresentados os aspéctos

complementares, que denominou-se Ações Paralelas.

Cabe ressaltar a participação intensa dos diversos representantes de um grande número

de instituições do Estado do Rio de Janeiro, de caráter regional ou nacional, que se

envolveram de maneira substantiva nas discussões dos Grupos de Trabalho e da

Comissão de Acessibilidade. Estas instituições incluem Empresas Operadoras do Sistema,

Universidades e Centros de Pesquisa, Órgãos Governamentais e Não-Governamentais e

de Defesa dos Diversos segmentos de Pessoas Portadoras de Deficiências e Mobilidade

Reduzida, nomeadas ao fim deste documento.

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Índice

Apresentação .................................................................................................................................. 2

Índice .............................................................................................................................................. 3

Síntese das Conclusões e Recomendações ..................................................................................... 5

1 Introdução ............................................................................................................................... 6

1.1 O Conceito de Acessibilidade............................................................................................................ 7 Uma conceituação adequada de acessibilidade pode contribuir para o estabelecimento de novos paradigmas, bem como para a reflexão e abordagem de uma temática que tem estado tão presente em discussões onde se buscam respostas para os inúmeros problemas de transporte hoje encontrados. .... 7

1.2 O Conceito de Desenho Universal..................................................................................................... 9 1.3 Alguns Princípios do Desenho Universal .......................................................................................... 9 1.4 Considerações Complementares...................................................................................................... 10 1.5 Exemplos de Transportes Acessíveis no Brasil e no Mundo.......................................................... 12

2 Questões Técnicas.................................................................................................................. 14

2.1 Transporte Público Coletivo............................................................................................................ 14 2.1.1 Transporte Rodoviário por Ônibus ......................................................................................... 15

2.1.1.1 Veículos.............................................................................................................................. 15 Assim, metas podem ser traçadas visando objetivos a curto, médio e longo prazos, a saber .............. 17 2.1.1.2 Terminais ............................................................................................................................ 19 2.1.1.3 Metas de Curto, Médio e Longo Prazos .............................................................................. 20 curto, médio e longo prazo................................................................................................................ 20

2.1.2 Transporte Metroviário............................................................................................................ 20 A partir da realização da concessão de serviço, desde abril de 1998 a responsabilidade sobre o modal metroviário, na cidade do Rio de Janeiro, ficou dividida entre as duas empresas a seguir: ............... 20 2.1.2.1 Veículos.............................................................................................................................. 21 2.1.2.2 Terminais ............................................................................................................................ 21 curto prazo ......................................................................................................................................... 24 longo prazo ......................................................................................................................................... 25

2.1.3 Transporte Ferroviário............................................................................................................ 25 2.1.3.1 Supervia.............................................................................................................................. 25

2.1.3.1.1 Veículos........................................................................................................................ 26 2.1.3.1.2 Terminais...................................................................................................................... 27 Saracuruna ....................................................................................................................................... 29 2.1.3.1.3 Metas de Curto, Médio e Longo Prazos ....................................................................... 29

2.1.3.2 Flumitrens........................................................................................................................... 30 2.1.3.2.1 Veículos......................................................................................................................... 30 2.1.3.2.2 Estações e Paradas ......................................................................................................... 31 2.1.3.2.3 Metas de Curto, Médio e Longo Prazos ........................................................................ 32 curto, médio e longo prazos .......................................................................................................... 32

2.1.4 Transporte por Bondes............................................................................................................ 33 2.1.4.1 Veículos.............................................................................................................................. 34 2.1.4.2 Terminais ............................................................................................................................ 34 2.1.4.3 Metas de Curto, Médio e Longo Prazos .............................................................................. 34 curto, médio e longo prazos .............................................................................................................. 34

2.1.5 Transporte Aquaviário............................................................................................................ 34 2.1.5.1 Veículos.............................................................................................................................. 35 2.1.5.2 Terminais ............................................................................................................................ 35 2.1.5.3 Metas de Curto, Médio e Longo Prazos .............................................................................. 36 curto, médio e longo prazos .............................................................................................................. 36

2.1.6 Transporte Aeroviário............................................................................................................. 37 2.1.6.1 Veículos.............................................................................................................................. 38 2.1.6.2 Terminais ............................................................................................................................ 38 2.1.6.3 Metas de Curto, Médio e Longo Prazos ............................................................................. 38

3 Aspectos da Legislação .......................................................................................................... 40

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3.1 Análise e Interpretação .................................................................................................................... 40 3.2 Recomendação................................................................................................................................. 40

4 Treinamento........................................................................................................................... 41

4.1 Preliminares..................................................................................................................................... 41 4.2 Objetivos ......................................................................................................................................... 42

4.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................................... 42 4.2.2 Objetivos Específicos .............................................................................................................. 42

4.3 Público Alvo.................................................................................................................................... 42 4.4 Desenvolvimento............................................................................................................................. 42

4.4.1 Conteúdo Programático ........................................................................................................... 42 4.4.2 Metodologia............................................................................................................................. 43 4.4.3 Recursos Humanos .................................................................................................................. 43

4.5 Metas ............................................................................................................................................... 44 4.6 Recomendações ............................................................................................................................... 44

5 Classificação de Doenças Crônicas e das Deficiências ........................................................... 46

5.1 Objetivo .............................................................................................Erro! Marcador não definido. 6 Campanha de Conscientização da Sociedade Através da Mídia, Visando à Valorização Do

Cidadão ......................................................................................................................................... 49

6.1 Justificativa...................................................................................................................................... 49 6.2 Público-Alvo ................................................................................................................................... 49 6.3 Objetivo Específico ......................................................................................................................... 49 6.4 Temas Propostos.............................................................................................................................. 49 6.5 Formas de Veiculação ..................................................................................................................... 50 6.6 Identificação das Mídias E Produtos Veiculados ............................................................................ 51 6.7 Lançamento da Campanha Publicitária ........................................................................................... 51 6.8 Implantação e Acompanhamento da Campanha Publicitária .......................................................... 51 6.9 Avaliação, Manutenção e Reforço da Campanha Publicitária......................................................... 52

7 Ações paralelas ...................................................................................................................... 53

7.1 O Papel das Universidades .............................................................................................................. 53 7.2 Inserção no Mercado de Trabalho ................................................................................................... 54 7.3 Efeitos Multiplicadores.................................................................................................................... 55 7.4 Segurança e Liberdade de Escolha .................................................................................................. 55 7.5 Orientação ao Usuário ..................................................................................................................... 56

8 Conclusões ............................................................................................................................. 58

9 Recomendações ..................................................................................................................... 59

Bibliografia .................................................................................................................................... 60

Equipe Responsável ...................................................................................................................... 63

Comissão de Acessibilidade ........................................................................................................................ 63 Grupo de Trabalho de Adequação de Veículos e Terminais ....................................................................... 63 Grupo de Trabalho de Treinamento das pessoas que trabalham diretamente com estes segmentos............ 64 Grupo de Trabalho de Classificação das doenças crônicas e das deficiêcias, possibilidade de inclusão de outras doenças e deficiência, prazo de validade do passe especial e normatização do laudo médico ......... 65 Grupo de Trabalho de Interpretação da Legislação Existente, Análise das Alterações Propostas pelos outros Grupos de Trabalho e Mecanismos para o seu Cumprimento. ......................................................... 66 Grupo de Trabalho de Campanha de Conscientização da Sociedade através da Mídia, Visando a Valorização do Cidadão .............................................................................................................................. 66

Instituições Envolvidas ................................................................................................................. 67

Anexos........................................................................................................................................... 71

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Síntese das Conclusões e Recomendações

Embora diversos conceitos, propostas e aspectos tenham sido discutidos e adotados ao

longo destes meses de discussão na Comissão de Acessibilidade e nos Grupos de

Trabalho, algumas conclusões podem ser sintetizadas:

A mais importante de todos é a mudança de foco de um transporte adaptado para o

atendimento de Pessoas Portadoras de Deficiências para um sistema adequado à

utilização de todos, considerando os diferentes graus de mobilidade. Assim foram

incluídas na análise outros segmentos da sociedade, tais como idosos, obesos, crianças,

pessoas com mobilidade reduzida temporariamente, portadores de pequenos volumes de

cargas, carrinhos de bebê, entre outros. Trata-se, em suma, de segmentos dos quais

todos nós participamos em algum momento de nossas vidas. Neste contexto, adotou-se o

conceito do Desenho Universal e da acessibilidade atendido por ele, como os mais

adequados e capazes de nortear as discussões que travamos.

Outra conclusão importante é a necessidade do envolvimento de toda a sociedade na

busca de um ambiente cultural, que possa dar o suporte necessário às ações que virão a

ser tomadas no sentido de se promover a oferta de um transporte acessível a todos. Esta

articulação será fundamental também para a busca de mecanismos que financiem esta

adequação, apontando fortemente para a formação de parcerias e associações que

possam desenvolver e buscar este suporte. A articulação entre os modais no sentido da

oferta de um sistema de transportes integrado é um primeiro passo neste sentido.

Outro aspecto a ser ressaltado refere-se à necessidade do estabelecimento de ações

complementares, de contexto jurídico e institucional, para que este sistema e seus

benefícios possam vir a ser efetivamente operacionalizados. Assim, o desenvolvimento de

leis que garantam e regulamentem a implementação de algumas ações deve ser

realizado, junto com o estabelecimento de mecanismos jurídicos que dêem suporte à

viabilidade destas ações.

Além disso devem ser adotadas ações que capacitem o pessoal envolvido no transporte

para o atendimento das PPDs e com mobilidade reduzida através de programas de

treinamento. No mesmo sentido algumas ações devem ser adotadas com o objetivo de

disseminar esta discussão por toda a sociedade, através de campanhas publicitárias.

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1 Introdução

Os Direitos Humanos se aplicam a todos os indivíduos, independentemente de sexo, raça,

língua, religião ou deficiências, e estão acima de qualquer diferença e condição social.

Incluem os direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e de desenvolvimento,

sendo definidos em muitos documentos internacionais. Dois princípios fundamentais os

sustentam: a Universalidade e a Indivisibilidade dos Direitos Humanos. O segundo

princípio menos difundido do que o primeiro, é no entanto simples e básico: não se pode

abrir mão desse direito em relação a um indivíduo ou grupo social, sem prejudicar todos

os demais componentes sociais.

Os Direitos Humanos são chamas vivas que cada indivíduo carrega dentro de si, são

direitos que transcendem qualquer normatização ou imposição legal, estão acima de

qualquer “poder” que o homem, por si ou por representações institucionais, possa vir a

ter. Citá-los não nos acrescentará ou diminuirá esses direitos, em nós já intrínsecos, mas

certamente, servirá de clarão para iluminarmos o futuro e quem sabe, provocarmos a

conquista de pequenas mudanças.

As barreiras nas áreas de transporte, acesso a locais públicos, serviços públicos e

trabalho, têm gerado elevados custos econômicos à sociedade brasileira e enfraquecem

os esforços feitos para educar, reabilitar e empregar pessoas portadoras de deficiência. O

objetivo deste documento é levar às autoridades governamentais e privadas que atuam

na área dos transportes, informações e sugestões que facilitem demudar estas barreiras,

permitindo que toda sociedade se beneficie das habilidades, talentos e conhecimentos dos

portadores de deficiência, trazendo a todos a oportunidade de adquirir um maior poder

aquisitivo e capacidade para utilizá-lo, consequentemente, elevando a qualidade de vida

de nossos concidadãos.

É primazia, também, a garantia de igualdade de oportunidades aos portadores de

deficiência, através do acesso a locais públicos, empregos, transportes e serviços públicos

e privados, estaduais e municipais.

A justa, rápida e eficaz implementação das orientações, recomendações e sugestões

contidas neste documento, no que se refere à acessibilidade aos meios de transportes

públicos, será de crucial importância para o cumprimento dos Direitos Humanos e Civis, e

devem ser consideradas como uma das prioridades do Governo Estadual.

Diante disto, e considerando o embasamento técnico para a obtenção de um efetivo

transporte integrado e universal no Estado do Rio de Janeiro, deve-se considerar os

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estudos para a implantação dos corredores identificados pelo Plano Diretor Metropolitano

de Transporte de Passageiros, atualmente em desenvolvimento na SECTRAN, com uma

partição modal, que assim se apresentava à época do PTM:

ônibus 77,0% viagens

automóveis/táxis 14,5% viagens

trem 4,0% viagens

metrô 3,0% viagens

barcas 1,0% viagens

Fonte: PTM - 1994

1.1 O Conceito de Acessibilidade

A questão da acessibilidade ao sistema de transportes deve ser tratada como um valor

intrínseco aos espaços de uma cidade e de forma global, holística, dinâmica e evolutiva,

como valor indispensável para uma real integração de Pessoas Portadoras de Deficiência

(PPDs) e Mobilidade Reduzida. Vista desta maneira, a normalização destas pessoas perde

seu sentido, dando lugar a termos como independência e autonomia.

Uma conceituação adequada de acessibilidade pode contribuir para o estabelecimento de

novos paradigmas, bem como para a reflexão e abordagem de uma temática que tem

estado tão presente em discussões onde se buscam respostas para os inúmeros

problemas de transporte hoje encontrados.

A história de formação das cidades tem revelado como a questão da acessibilidade

evoluiu no tempo. Um exame atento poderia apontar a ausência da acessibilidade - como

entendida hoje - na concepção das cidades ao longo da história. Embora a acessibilidade

não seja uma questão recente, só há pouco tempo ela vem sendo pensada, discutida ou

contemplada em algumas intervenções urbanas.

Uma série de acontecimentos socio-culturais fizeram com que o velho planejamento do

sistema de transportes perdesse seu sentido em benefício de novas estruturas de

proximidade e de diferenças. Os transportes de inúmeras cidades do mundo já denotam

esta mudança.

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Hoje, muitos já procuram superar os equívocos do passado, quando se tentou construir

um mundo adequado às condições da maioria, marginalizando da sociedade aqueles que,

embora portadores de algumas diferenças, tinham idêntico e consagrado direito de ir e

vir. O direito de ir e vir está intimamente relacionado à questão da acessibilidade aos

transportes e às atividades de uma cidade.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, a Acessibilidade pode ser

definida como a “possibilidade e condição de alcance para a utilização, com segurança e

autonomia, de edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos” (NBR 9050/1994,

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Segurança e autonomia são condições importantes no planejamento do acesso fácil aos

sistemas de transporte. Mas, o transporte não é o único condicionante para a

concretização de uma acessibilidade holística. Pessoas Portadoras de Deficiência ou com

Mobilidade Reduzida também devem ter acesso ao trabalho, educação, saúde, lazer e,

principalmente, aos espaços urbanos.

Assim, a acessibilidade também está contextualizada na necessidade de um esforço

multidisciplinar no desenho para atingir as necessidades de todas as pessoas - incluindo

os idosos, obesos, mulheres grávidas, pessoas com carrinho de bebê ou de feira.

Soluções encontradas para atender à especificidade de certas pessoas podem beneficiar a

todos e a acessibilidade não fica caracterizada por medidas de atendimento exclusivo ou

segregativas.

Transportes acessíveis podem ser um dos meios de se equiparar as oportunidades e

permitir o exercício da cidadania de todos. Segundo o Programa de Ação Mundial para as

Pessoas com Deficiência (PAMPD), a Equiparação de oportunidades é o “o processo

mediante o qual o sistema geral da sociedade - tal como o meio físico e cultural, moradia

e transporte, serviços sociais e de saúde, oportunidades de educação e de trabalho, vida

cultural e social, inclusive instalações desportivas e de lazer - se faz acessível a todos”

(PAMPD - Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência, Organização das

Nações Unidas - ONU, 1983).

Já existem vários estudos acerca deste assunto, o que leva a ampliar o debate e

questionar os modelos de transporte excludentes ainda encontrados em algumas cidades

brasileiras. No planejamento da acessibilidade ao meio físico de uma cidade, o acesso ao

sistema de transportes é fundamental. A falta de transporte adequado não permite a

socialização de pessoas com mobilidade reduzida.

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Neste contexto, a acessibilidade deve ser considerada em toda a sua amplitude. Questões

de acessibilidade aos espaços urbanos e aos meios de transporte das cidades devem estar

relacionadas com o acesso independente às edificações e a utilização de seus espaços

interiores.

1.2 O Conceito de Desenho Universal

Pode-se acrescentar ao conceito de acessibilidade um aspecto cada vez mais utilizado no

mundo e que se refere a um desenho universal de espaços urbanos, edificações e

transportes que atendam a todos. Segundo a ABNT, o Desenho Universal é “o desenho de

produtos e ambientes a serem utilizados por todas as pessoas, na maior extensão

possível, sem a necessidade de adaptação ou desenho especializado”, é “aquele que visa

a atender à maior gama de variações possíveis das características antropométricas e

sensoriais da população” (ABNT, NBR 9050, 1994).

Desta forma, o desenho universal tem por base a idéia de produtos e espaços que

atendam toda uma gama de capacidades e habilidades. Esta pode ser uma visão muito

positiva da acessibilidade que se traduz em produtos, ambientes e transportes

universalmente acessíveis. Os americanos utilizam a expressão “Desenho Universal”

(“Universal Design”), os ingleses “Acesso Universal” (“Universal Access”) e ainda

encontra-se “Projeto Integral ou Universal”. Também são utilizadas expressões como

“Desenho Ambiental”, “Arquitetura Diferencial” ou “Desenho Livre de Barreiras” (“Barrier-

Free Design”).

A acessibilidade por não ser considerada como algo que interesse somente às PPDs, e a

longo prazo deve alcançar a todos, o conceito de um desenho livre de barreiras acabou

evoluindo para a concepção de desenho universal. Universal por se destinar a qualquer

pessoa e por ser fundamental para os objetivos da vida cotidiana.

1.3 Alguns Princípios do Desenho Universal

São princípios do desenho universal:

a. acomodar uma grande gama antropométrica, o que significa considerar

pessoas de diferentes dimensões - altos, baixos, em pé, sentados etc.;

Pensar em todos os parâmetros antropométricos pode significar a compreensão de alguns

limites de ação e alcance manual ou visual impostos a pessoas que se locomovem em

cadeira de rodas, por exemplo. O fato de estar sentado, além de outras limitações físicas,

pode, segundo a NBR 9050/94 impedir a execução de determinadas tarefas.

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b. reduzir a quantidade de energia necessária para utilizar os produtos e o

meio ambiente;

Limitações ou dificuldades no alcance e na locomoção podem também levar a um esforço

adicional ou a um cansaço físico se o ambiente não estiver adequado à determinadas

necessidades especiais. Quando um idoso busca realizar determinadas atividades

cotidianas urbanas, o espaço por ele percorrido pode revelar constantemente a incidência

do fator distância na sua estruturação e utilização do ambiente assim como nos sentidos

existentes entre ele e os espaços que deseja alcançar.

c. tornar o ambiente e os produtos mais compreensíveis

Tornar o ambiente mais compreensível pode significar uma sinalização que indique

possíveis obstáculos existentes e os locais e produtos fáceis de serem acessados. Com

relação à sinalização, algumas normas recomendam que os locais acessíveis sejam

assinalados de forma clara.

1.4 Considerações Complementares

A concepção de um desenho universal tem crescido em importância no mundo todo. As

razões para este crescimento podem ser várias. Nos Estados Unidos, o número de

pessoas portadoras de deficiência aumentou em 50%, havendo também o aumento da

expectativa de vida. Estima-se que até o ano de 2030, 20% da população terá mais de 65

anos de idade. O desenho universal implica em um planejamento que não exclua

ninguém. É um assunto que parece não exibir grande complexidade em termos de

soluções, mas pode requerer uma compreensão do conjunto de necessidades espaciais

das PPDs e envolve o cuidado com cada detalhe.

Um único obstáculo pode, talvez, invalidar qualquer planejamento em que haja a

preocupação de resolver a questão da acessibilidade. As definições e conceitos não se

esgotam mas a filosofia parece ser sempre a mesma, e o meio físico urbano ou

arquitetônico juntamente com o transporte são considerados elementos essenciais,

propiciadores da acessibilidade e mobilidade. Se estas referem-se à idéia da possibilidade

de uso de todo o ambiente físico por todo tipo de pessoas, convêm destacar que em

alguns casos existem soluções universais e em outros as PPDs precisam contar com

ajudas particulares.

Este é um ponto importante que tem sido objeto de crítica de alguns autores. A idéia de

que existem situações em que não se pode fugir das particularidades já não configura o

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desenho universal. Assim, o excepcional não pode ser universal, comum a todos, pois

deixaria de ser universal.

Chegar a uma linguagem comum, que atenda a toda a população pode ser bastante difícil

em uma cidade com diferenças sócio-culturais marcantes e população diversificada. O que

não se pode esquecer, segundo Lanchotti (1998), “é que dentro deste pensamento de

Desenho Universal há a necessidade de uma certa flexibilidade de raciocínio no momento

projetual. A busca de um desenho capaz de atender a todas as pessoas não pode ignorar

as diferenças reais entre usuários e que nem sempre possibilita um elemento único....

Estabelecer o desenho universal não significa adotar e repetir incansavelmente os padrões

técnicos da norma”.

Além das diversidades existentes entre as pessoas, também os territórios são

heterogêneos. Esta heterogeneidade, combinada aos diferentes aspectos geográficos,

culturais, sociais e econômicos, influi na formação de diversas configurações espaciais.

Por todas estas razões apontadas, a implantação de um desenho universal, como meio de

adequar os transportes às mais diversas necessidades em acessibilidade, deverá, antes de

tudo, procurar adaptar-se às características locais. Cabe acrescentar à esta concepção

universal de planejamento e de acessibilidade de todos ao meio físico o custo de um

projeto integral, universal ou livre de barreiras. A planificação de meios de transporte

acessíveis com a finalidade de conseguir um bem comum se constitui no sistema

adequado para alcançar uma acessibilidade global barata. O custo pode ser nulo se o

planejamento for pensado a priori.

Percebe-se, através das definições e de exemplos, que elementos já existem para se

poder planejar sob esta ótica. Os benefícios parecem se dar através das experiências bem

sucedidas e do desenvolvimento de um sentimento real para o movimento das pessoas.

Se a acessibilidade, em termos físicos, significa poder chegar a um lugar, ter acesso pode

ser também, compreender e apreciar o que se passa neste mesmo lugar. Essa

compreensão do lugar envolve uma apreensão e percepção das coisas que acontecem no

espaço como foi previsto para que elas sejam apreendidas e percebidas.

A compreensão da acessibilidade de PPDs a sistemas de transportes universais pode nos

lembrar que a mobilidade é uma realidade diferente para todos e que a relação destas

pessoas com a cidade poderá ser diferente daquela dos considerados “normais”.

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1.5 Exemplos de Transportes Acessíveis no Brasil e no Mundo

Existem inúmeros exemplos de produtos do mundo inteiro com a concepção de um

desenho universal. O transporte público nos Estados Unidos, por exemplo, permite às

pessoas que se locomovem em cadeira de rodas a sua utilização de forma independente.

Na Europa foram criadas comissões e instituições para estudar e avançar no assunto. Nos

países escandinavos, na Holanda e na Alemanha foram aprovados alguns dispositivos

para a eliminação de barreiras e criados organismos para assessorar os órgãos públicos

que desconhecem a matéria.

Entretanto, na América Latina ainda encontram-se outros problemas de ordem econômica

e social, o que parece dificultar a implementação de políticas de acessibilidade mais

eficazes e de um desenho universal.

Certas cidades brasileiras, por exemplo, já oferecem alguns transportes adaptados às

PPDs que se locomovem em cadeira de rodas. “O Estado do Paraná no sul do país é

desde 1986 um exemplo desta tendência” (Cohen e Duarte, 1995). Curitiba apresenta

verdadeiras inovações no setor de transporte coletivo.

Uma das soluções oferecidas em Curitiba é o acesso às plataformas das estações de

ônibus à linha direta (ligeirinhos) por intermédio de elevadores elétrico-hidráulicos

instalados em cada parada. Estes ônibus não possuem escadas de acesso já que todos os

passageiros entram diretamente através da plataforma elevada. No interior destes

veículos, existem locais reservados para as cadeiras de rodas.

Transporte coletivo adaptado é uma realidade só percebida em alguns poucos casos.

Além do exemplo de Curitiba e das adaptações realizadas no Metrô de São Paulo, a

Empresa de Transportes Urbanos de Ribeirão Preto (TRANSERP) elaborou um projeto

piloto para pessoas com deficiência, contando com veículos especiais de transporte para

usuários de cadeira de rodas.

No Rio de Janeiro também já se percebe o início deste processo. O Metrô está adaptando

as estações existentes e projetando as novas com o conceito de desenho universal. A

SUPERVIA está dando continuidade ao processo, iniciado pela FLUMITRENS, promovendo

a reconstrução das estações dentro dos princípios de universalidade. Os terminais

rodoviários da CODERTE, projetados e construídos nos últimos 5 anos, já estão providos

de acessibilidade e de banheiros adaptados às necessidades de PPDs. O sistema de

transportes coletivos do Município do Rio de Janeiro tem em circulação, desde 18 de

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13

agosto de 1995, 14 ônibus com elevadores hidráulicos para facilitar o acesso de pessoas

com dificuldade de locomoção.

Pode-se citar também os ônibus dotados de elevadores na cidade de Santos. Através da

Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE),

que em 1994 criou um “Programa de Eliminação de Barreiras Arquitetônicas e Ambientais

- Projeto Cidade Para Todos”, o sistema de transporte desta cidade foi adaptado.

A maioria dos aeroportos administrados pela INFRAERO estão, em elevado grau,

adaptados para atender às PPDs. As empresas aéreas, de um modo geral, também estão

adequadas às exigências da IAC 2508-0796, desde 1997. Existem, entretanto, algumas

poucas em fase de adequação.

Outras iniciativas são tomadas isoladamente em alguns pontos do Brasil, notícias de

jornais comunicam avanços em algumas cidades e leis são criadas mostrando uma nova

realidade.

Surgem leis de uma cidade para todos, surgem iniciativas para tornar o sistema de

transportes do Estado do Rio de Janeiro universal e surgem atos e realizações.

“Surgem os direitos urbanos das PPDs à cidade que vêm completar seus anseios de

integração social e espacial em uma cidade que é de todos e todos têm direito a

ela. Esta “ideologia da integração”, que consiste em dizer que todos os cidadãos são

iguais perante a lei como prescrito na Constituição da República Federativa do Brasil

passa do virtual para a realidade em alguns lugares” (Cohen, 1999).

Os direitos urbanos e o direito à cidade da PPD abrem caminho para esta realidade. Se

mal reconhecidos por políticos, por administradores, por arquitetos, por planejadores

urbanos e pela sociedade podem tornar o discurso vazio. Entretanto, poderiam mudar a

realidade se tivermos compreendido seu significado.

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2 Questões Técnicas

O problema de se oferecer um transporte mais acessível nas cidades do Estado do Rio de

Janeiro e, quanto mais não seja, em todas as cidades brasileiras, esbarra hoje em

inúmeros obstáculos que precisam ser vencidos e/ou removidos. Alguns destes obstáculos

referem-se a paradigmas culturais que serão alterados com o tempo, com um maior nível

de discussão e conscientização e com a prática e os resultados obtidos a partir da

vivência do transporte acessível a todos.

Entretanto, por outro lado, algumas questões, de caráter mais técnico, podem e devem

ser enfrentados de maneira mais imediata, mesmo nos casos onde a solução possui um

horizonte mais alongado para a sua efetiva implementação, até como um impulsionador

das demais mudanças que se farão necessárias. Algumas destas questões técnicas,

aplicadas ao Sistema de Transporte Público Coletivo do Estado do Rio de Janeiro, são

apresentadas e discutidas a seguir.

2.1 Transporte Público Coletivo

O transporte dentro das áreas urbanas e nas ligações entre as cidades se reveste de um

caráter estratégico. É o responsável por oferecer mobilidade aos cidadãos e aos bens que

necessitam circular a partir de uma origem para um determinado destino, e acessibilidade

aos diversos locais e atividades. Assim, o transporte viabiliza oportunidades, molda e

desenvolve o tecido urbano e contempla a necessidade de viagens de todos nós.

Em todas as cidades de um modo geral, pode-se dizer que o funcionamento adequado do

sistema de transporte é condição essencial para viabilizar o crescimento econômico,

através da democratização das possibilidades de acesso às oportunidades, com reflexos

positivos na qualidade de vida de toda a sociedade.

Entretanto, dado o atual patamar tecnológico que nos encontramos, o transporte também

produz uma série de externalidades negativas. Neste sentido pode-se dizer que o

transporte acaba por ocupar as áreas públicas com congestionamentos, emite gases e

particulados na atmosfera, produz ruídos e vibrações, invade a paisagem urbana e

segrega áreas das cidades, além de provocar situações de risco e a ocorrência de

acidentes.

Neste contexto, o transporte público coletivo surge como o sistema capaz de oferecer a

uma maior quantidade de usuários as possibilidades de mobilidade e acessibilidade,

provocando uma menor quantidade de externalidades negativas.

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Seria desejável assim que as cidades brasileiras e, em particular, do Estado do Rio de

Janeiro, possuíssem sistemas de transporte que fossem capazes de atender às

necessidades do maior número possível de potenciais usuários, atraindo para seus

veículos um número cada vez maior de passageiros, retirando com isto uma parte

significativa de veículos particulares das ruas e descongestionando os ambientes viários.

Os sistemas de transporte público coletivo são compostos por vários modais, com

diferentes participações. O principal é o rodoviário que está presente na grande maioria

das cidades, seguido pelo ferroviário e metroviário além do aquaviário, onde tal operação

é possível, e, resistente mas com possibilidades de expansão, o transporte por bondes

(Veículo Leve sobre Trilhos).

A oferta de veículos e terminais adequados à utilização por todos, dentro do conceito de

desenho universal, é a grande meta a ser alcançada.

2.1.1 Transporte Rodoviário por Ônibus

O transporte rodoviário por ônibus é o que atende hoje a maior parte da população do

Estado do Rio de Janeiro, em suas necessidades de deslocamento, já que opera em quase

todas as cidades. Mesmo no caso das cidades que compõem a Região Metropolitana do

Rio de Janeiro, que tem acesso a outros modais, esta participação ainda é expressiva,

embora o sistema venha perdendo passageiros, em função de diversos fatores

econômicos e culturais, presentes em nossa sociedade.

Assim, este sistema é o que apresenta uma necessidade mais premente de adequação de

seu regime, para o atendimento de todas as pessoas, com seus diferentes graus de

mobilidade. Entretanto, contraditoriamente, é o que possui a maior dificuldade para esta

adequação dado o grande número de veículos e à forte interface com os equipamentos

viários, necessários à sua operação.

2.1.1.1 Veículos

Embora ele esteja operando quase sempre em tráfego misto e sem prioridade de

circulação, já se antevê a necessidade de mudanças neste funcionamento, com a

implantação de corredores de ônibus, operados por ligações troncais, alimentados por

linhas secundárias e circulares. Da mesma maneira, por suas características tecnológicas,

mais adequadas ao transporte alimentador, pode-se antever uma integração dos ônibus

aos outros modos, presentes na Região Metropolitana, mais adequados ao transporte de

grande capacidade.

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Para reduzir ou derrubar as barreiras que obstruem os deslocamentos daqueles que, por

circunstâncias independentes de sua vontade, têm mobilidade reduzida, é fundamental

que exista uma completa integração entre os diversos modais de transporte de pessoas e

que a infra-estrutura urbana esteja compatível com as ferramentas que estejam em uso

e/ou venham a ser aplicadas no sentido de tornar o transporte rodoviário por ônibus mais

acessível. Nenhuma proposta de solução é viável se não houver tal interdependência.

Desta forma, a operação de veículos de pisos baixos, mais acessíveis e

internacionalmente aceitos como adequados ao conceito de desenho universal, esbarra na

necessidade de pavimentação viária e pontos de acesso aos veículos igualmente

adequados. Além disso, em virtude do ambiente empresarial no qual este sistema opera,

como aliás outros sistemas que atendem à população deste Estado, os investimentos

dependem de análises cuidadosas e expectativas de resultados.

Exemplo de Degrau de Acesso

A observação acurada, e com isenção, de

experiências já comprovadas, dentro da

realidade econômico-financeira do Brasil é,

neste sentido, fator para o êxito. Assim, o

transporte por ônibus em cidades como Curitiba,

Ribeirão Preto, Goiânia e outras, podem servir

de inspiração, no que diz respeito aos sucessos

obtidos, e de exemplo, no que se refere a

problemas que não foram solucionados, apesar

das expectativas em contrário.

Exemplo de Rampa de Acesso

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SITUAÇÃO ATUAL: Exemplo de outras cidades

Cidades

Ônibus Adaptados

Outros

veículos adaptados

Serviço porta a porta

Taxi adaptado

São Paulo 400 101 SIM -

Curitiba 45 18 SIM SIM

Salvador 62 - - -

Florianópolis 10 - - -

Belo Horizonte 10 - - -

No Estado do Rio de Janeiro

Cidades

Ônibus adaptados

Outros veículos adaptados

Serviço porta a porta

Ônibus des. univ.

Rio de Janeiro 14 - - 13

Niterói - 10 SIM -

Resende - 1 SIM -

Assim, metas podem ser traçadas visando objetivos a curto, médio e longo prazos, a saber curto prazo

Instalação nos coletivos de dispositivos audiovisuais que facilitem a comunicação dos

portadores dessas deficiências com o condutor, com a implantação de sinal luminoso

e cigarra conjugados com o botão de parada do veículo;

Implantação em caráter complementar de transporte porta a porta, com veículos leves

especiais, programado para atendimento aos portadores de deficiência;

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médio prazo

Identificação de assentos preferenciais para os portadores de deficiência;

Levantamento e mapeamento do universo de portadores de deficiência que permita o

planejamento de transporte sem barreiras e das rotas que mereçam tratamento mais

prioritário nesta adequação.

longo prazo

Adequação dos coletivos proporcionalmente à evolução da infra-estrutura urbana,

para possibilidade dos deslocamentos neste modal;

Os ônibus enquadrados nos modelos de desenho universal, com capacidade de 33-36

passageiros sentados e local para fixação de cadeira de rodas, têm como referencial o

piso de acesso baixo, com 0,37m acima da pista de rolamento, com um sistema de

“ajoelhamento” de ± 0,10m, o que corresponde à altura mínima de (+) 27 cm acima

da pista.

Assim para viabilizar o emprego desse equipamento na frota de ônibus é imprescindível

que o mobiliário urbano, para atender às condições de deslocamento (pista de rolamento

regular), devendo os pontos de parada contar com meio fio compatível com a altura do

degrau de acesso.

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Paulatinamente e conjugadamente com os avanços dos outros modais, deverão ser

implantados corredores preferenciais que atendam ao objetivo colimado.

2.1.1.2 Terminais

Conforme discutido previamente, os Terminais que servem o Sistema de Transporte

Rodoviário por Ônibus possuem importância substancial na oferta de acessibilidade aos

veículos. Pontos de parada em áreas rurais ou em ruas sem pavimentação podem ser

construídos com rampas para PPDs. Estes terminais devem estar adequados às condições

técnicas e podem ajudar as pessoas com mobilidade reduzida a alcançar o primeiro

degrau de um ônibus além de orientar as pessoas com visão sub-normal. Estas paradas

devem estar bem sinalizadas e mostrar informações sobre o sistema. Cabe ressaltar que

estes aspectos determinam a melhoria de acesso para todos os usuários.

A CODERTE (Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Estado do Rio de

Janeiro) está construindo quatro terminais projetados considerando a acessibilidade para

pessoas portadoras de deficiência, incluindo sanitários adequados para seu uso. São os

terminais de Iguaba Grande, Laje do Muriaé, Duque de Caxias e Trajano de Morais.

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Três terminais rodoviários da CODERTE, administrados por ela e que possuem facilidades

de acesso, além de sanitários adequados para pessoas portadoras de deficiência (PPDs).

São os terminais de Itaboraí, Mendes e Itatiaia. Além destes, outros seis terminais

rodoviários da mesma empresa são administrados pelas Prefeituras locais: os terminais de

Andrade Pinto, Paraíba do Sul, Macuco, Paty do Alferes, Conceição de Macabu e

Itaperuna, também possuem serviços especiais voltados para as PPDs.

Em contrapartida, outros seis terminais rodoviarios da CODERTE, administrados por ela,

não dispõem de serviços para atendimento específico de PPDs. São os terminais Américo

Fontenelle, Campo Grande e Mariano Procópio, no Município do Rio de Janeiro, Nilópolis,

Nova Iguaçu e Vassouras. Outros nove terminais da empresa, administrados pelas

Prefeituras locais, não dispõem de serviços específicos voltados para este atendimento.

São os terminais de Santo Antônio de Pádua, Porciúncula, Cabo Frio, Bom Jardim,

Casimiro de Abreu, Cachoerias de Macacu, Macaé, Três Rios e Rio Claro. A Estação

Rodoviária Novo Rio e o Terminal Roberto da Silveira, em Niterói, também não possuem

facilidades de acesso e locomoção nem sanitários adequados à utilização por pessoas

portadoras de deficiência.

2.1.1.3 Metas de Curto, Médio e Longo Prazos

curto, médio e longo prazo

Os terminais rodoviários da CODERTE, tanto os administrados por ela quanto os

administrados pelas Prefeituras, que ainda não estão adequados à utilização de pessoas

de todos os diferentes graus de mobilidade, deverão ter estudos visando esta adequação,

considerando os conceitos do desenho universal.

Nos terminais rodoviários administrados pela iniciativa privada, deverão ser estudados e

implantados serviços e equipamentos voltados para o atendimento de PPDs e demais

usuários de diferentes graus de mobilidade, utilizando-se o conceito de desenho universal.

2.1.2 Transporte Metroviário

A partir da realização da concessão de serviço, desde abril de 1998 a responsabilidade

sobre o modal metroviário, na cidade do Rio de Janeiro, ficou dividida entre as duas

empresas a seguir:

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Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro - METRÔ – RJ - proprietária do

sistema, que o implantou e operou por 19 anos, única responsável pela rede e pelo

planejamento, expansões, investimentos, projetos, contratos e execução. A partir de abril

de 1998, o Estado concedeu a responsabilidade da operação e manutenção das Linhas 1

e 2 à Concessionária Opportrans, sob a supervisão da Agência Reguladora de Serviços

Públicos Concedidos no Estado do Rio de Janeiro – ASEP, que conta com o apoio técnico

do METRÔ-RJ para fiscalização do sistema metroviário visando garantir: a segurança do

usuário, a qualidade do serviço oferecido à população e a preservação do patrimônio

público.

Em função de suas atribuições originais, desenvolveu programa de acessibilidade para a

adaptação das estações existentes, que vem sendo implantado em fases, de acordo com

o cronograma de investimentos estabelecido, com os resultados e expectativas

apresentados a seguir;

Opportrans Concessão Metroviária S/A - concessionária por 20 anos (abril 1998 a

abril 2018), com o encargo de operar e manter as Linhas 1 e 2 concedidas,

compreendendo as estações de Saens Peña a Cardeal Arcoverde (Linha 1) e de Estácio a

Pavuna (Linha 2), os prédios do Centro de Operações e de Manutenção, via permanente e

sistemas. É também detentora dos direitos de operação de expansões das Linhas 1 e 2.

2.1.2.1 Veículos

Os novos trens já vêm de fábrica com local específico para cadeira de rodas, inclusive

apoios;

Todos os trens, novos e antigos, possuem assentos em cor diferente, com sinalização de

preferenciais para idosos, gestantes e pessoas portadoras de deficiência temporária.

Solução, em fase de estudos pela Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro, de

equipamento para facilitar a entrada da cadeira de rodas no primeiro e último carros, em

estações curvas, onde o vão trem/plataforma é maior; havendo também a alternativa do

equipamento ficar nos extremos da plataforma, sendo manejado pelo piloto ou por um

agente de operação;

2.1.2.2 Terminais

O Programa de Acessibilidade da Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro priorizou,

em função da verba disponibilizada, para uma primeira etapa, nove estações: Cardeal

Arcoverde, Carioca, Central, e Saens Peña, (linha 1); Tomás Coelho, Irajá, Colégio e

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Pavuna, (linha 2); e Estácio (ligação entre as linhas 1 e 2), que já foram adaptadas. Elas

dispõem de elevadores de cadeira de rodas para escada, com intercomunicadores e

câmaras de vídeo, para controle a partir da Sala do Responsável pela estação. Nas

plataformas, há marcação de piso nos locais de embarque/desembarque, com adesivo do

símbolo internacional de acesso nas extremidades.

Em termos operacionais, nas estações terminais, que permitem o embarque diferenciado,

as pessoas portadoras de deficiência e com mobilidade reduzida são encaminhadas para

embarque antecipado ao trem;

Na Linha 1, totalmente enterrada, somente um acesso por estação foi adaptado.

LINHA 1

LINHA 2

PAVUNA

ENG.R

UBENS

PAIV

A

ACAR

I / FA

ZENDA

BOTA

FOGO

COEL

HO NET

O

COLÉ

GIO

IRAJ

Á

VICEN

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ARVAL

HO

TOMÁS

COELHO

ENGEN

HO RAIN

HA

INHAÚMA

DEL C

ASTI

LHO

MARIA G

RAÇA

TRIA

GEM

MARACA

SÃO

CRIS

TÓVÃO

ESTÁ

CIO

SAEN

S PE

ÑA

AFONSO

PENA

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PRAÇA

ONZE

CENTR

AL

PRES

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VARG

AS

URUGUAIA

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CARIOCA

CINEL

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A

GLÓRIA

CATET

E

FLAM

ENGO

BOTAFO

GO

CARDE

AL

ARCOVE

RDE

LARG

O

MAC

HADO

I ns t ru çõ es de us o

I ns t ru çõ es de us o

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23

Na Linha 2, de São Cristóvão em diante, cujas estações são elevadas, foram adotadas

soluções conforme o esquema seguinte:

a. Os balcões Braille das estações da primeira etapa já foram instalados, faltando os

gráficos, a serem executados pela Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro. A

localização desses balcões, após as linhas de bloqueio, na área controlada, ainda está

sendo avaliada tanto pelo Metrô-RJ quanto pela Opportrans, face a necessidade de

conciliar o objetivo desse equipamento e a complementação dos pisos de orientação,

ainda não implantados;

b. Está sendo estudada a eliminação de barreiras nas 22 estações em operação das

linhas 1 e 2, integrantes da segunda etapa, seguindo a mesma solução utilizada

nas da primeira etapa;

MEZZANINOPASSARELA

rampaacessível

piso diferenciado

Ins tru çõ es de us o

Intercomunicadore lente grande angular

I ns tru çõ es de us o

Intercomunicadore lente grande angular

balcão Braille

elevador de cadeira de rodaspara escada fixa

SUPERFÍCIE

portinhola (linha torniquetes)

elevador de cadeira de rodaspara escada fixa

piso diferenciado

equipamento adequado

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2.1.2.3 Metas de Curto, Média e Longo Prazos

curto prazo

Incluir sinalização visual luminosa (LED) interna aos trens, destinada às pessoas com

deficiência de audição – avisos de próxima estação, lado de desembarque e

fechamento de portas;

Os pisos diferenciadores e os gráficos do balcão Braille, referentes às estações da

primeira etapa;

No projeto das estações da segunda etapa, consultar as entidades representantes das

pessoas portadoras de deficiência e a Concessionária, sobre a localização dos balcões

Braille e o caminhamento do piso diferenciado, projetados pelo Metrô-RJ;

Obtenção de recursos, pela Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro, para a

licitação da segunda etapa do Programa de Acessibilidade;

Execução, pela Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro, da segunda etapa do

Programa de Acessibilidade;

Implantar todos os recursos de comunicação aos portadores de deficiência informando

que, para sua segurança, deverão ser utilizados os recursos de acessibilidade.

médio prazo

Modificar os trens mais antigos, adaptando local e apoios para cadeira de rodas e

solucionar as interferências do sistema de sonorização;

Nas futuras estações, o projeto de arquitetura deverá considerar, ainda na fase de

anteprojeto, a solução dos grandes desníveis com elevadores verticais, e na definição

dos revestimentos, os pisos diferenciadores e o balcão Braille, contemplando ainda a

acessibilidade nas bilheterias, sanitários, refeitório e outras dependências, levando em

conta a inserção de portadores de deficiência como funcionários;

As salas de pronto-socorro deverão também permitir o acesso de cadeira de rodas;

Nas novas estações, prever:

Nos projetos de sistemas e equipamentos auxiliares, as instalações de elevadores

verticais para vencer os grandes desníveis;

No projeto de energia, pontos de força, com os respectivos cabos e eletrodutos,

para os elevadores, equipamento de vídeo, intercomunicação e sinalização; e

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No projeto de sistemas, botoeiras para acionamento dos elevadores, pontos para

câmaras de vídeo, intercomunicadores, sinalização visual e sonora, com os

respectivos cabos e eletrodutos necessários para a instalação.

longo prazo

Para as demais linhas novas a licitar, a especificação do material rodante deverá

obedecer à NBR 14021 (ABNT 1997 e revisões), prevendo os equipamentos e

modificações necessárias para facilitar o acesso de PPDs visuais e em cadeira de

rodas, aos trens, incluindo sinalização visual interna e externa, destinadas aos

portadores de deficiência auditiva;

Incluir, nas diretrizes de coordenação do Metrô – RJ (DC’s), o conceito de desenho

universal de acordo com a NBR 9050 (ABNT, 1994 e suas revisões);

Todo equipamento, que não seja elevador de cadeira de rodas para escada e/ou

elevador vertical, a ser utilizado nas estações, necessita primeiro da avaliação de um

protótipo.

2.1.3 Transporte Ferroviário

A Flumitrens foi concessionária de todo o sistema de transporte ferroviário de passageiros

do Rio de Janeiro até novembro de 1998, tendo transferido a concessão de operação e

manutenção dos ramais de Deodoro, Japeri, Santa Cruz, Belford Roxo e Gramacho, nesta

data, para a SuperVia.

A SuperVia Concessionária de Transporte Ferroviário S.A. tomou posse, em primeiro de

novembro de 1998, da concessão na forma estabelecida pelo Contrato de Concessão da

Exploração dos Serviços Públicos de Transporte Ferroviário de Passageiros do Rio de

Janeiro, assumindo suas obrigações quanto a prestação dos serviços através dos bens

móveis e imóveis transferidos por força do instrumento contratual.

2.1.3.1 Supervia

Em face das condições gerais e do estado de manutenção das edificações, instalações, via

permanente, equipamentos e sistemas diversos, foram priorizadas intervenções de caráter

emergencial para assegurar um desempenho com a qualidade requerida a partir da

eliminação de pontos críticos que comprometiam a operação e criação de uma base

confiável para permitir o início do processo de recuperação da ferrovia, complementando

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os Programas de Investimentos da SuperVia e do Estado previstos no Contrato de

Concessão.

Este é o contexto em que a SuperVia criou o Grupo de Trabalho com representantes das

áreas envolvidas na questão do transporte de pessoas portadoras de deficiência e

mobilidade reduzida, para discutir, definir e acompanhar o desenvolvimento de todas as

ações de curto, médio e longo prazos, assegurando a continuidade da implementação das

mesmas, bem como garantir que sejam compatíveis com as demais intervenções

contempladas nos Programas de Investimento.

2.1.3.1.1 Veículos

Estão em andamento diversos Programas de Intervenções no Material Rodante da

SuperVia, que somam-se a outros em fase de implementação.

Estes Programas tem por objetivo básico recuperar a frota da SuperVia, aumentando o

número de trens confiáveis disponíveis para o tráfego, capacitando a empresa a cumprir

suas metas e objetivos, ofertando lugares em quantidade e com a qualidade requerida

pela sua característica de modal de transporte de massa, destinado ao atendimento de

corredores com elevada demanda.

Além da sonorização interna das composições, em implantação, outras facilidades serão

introduzidas nos trens reformados, incluindo nova programação visual, com informações e

indicações relevantes aos clientes, e bancos com pintura diferenciada para atender a

pessoas idosas, gestantes e Pessoas Portadoras de Deficiência (PPDs). Está também em

fase de estudo a adaptação de um espaço para cadeirantes nas composições, dentre

outras providências.

comunicação Visual – Interior dos Trens

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Os principais fatores restritivos aos portadores de deficiência e mobilidade reduzida são o

afastamento e desnível das portas das composições em relação às plataformas de

embarque e desembarque, ausência de informação adequada aos portadores de

deficiência visual e, em menor grau, deficiência auditiva, e baixíssima mobilidade nos

períodos de pico.

Interior do trem

2.1.3.1.2 Terminais

O transporte ferroviário, devido à sua origem histórica com ênfase no transporte de

cargas, apresenta hoje em dia , no universo de 89 estações, uma grande dificuldade

quanto à acessibilidade, o que requer soluções diferenciadas. Poderíamos classificar as

estações em 4 grupos principais, a saber:

Desnível da porta do trem

Com acesso através de passarela sobre a via férrea;

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Com acesso através de passagem subterrânea;

Com acesso através de viaduto;

Com acesso direto da rua (estações terminais).

Os problemas de acessibilidade/mobilidade começaram a ser equacionados a partir dos

projetos de reforma de estações iniciados pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos –

CBTU, com financiamento do Banco Mundial.

Estas adequações também estão sendo previstas nas intervenções em estações do

Programa Estadual de Transportes - PET.

As estações modernizadas serão acessadas através de rampas com inclinação máxima de

8% e o acesso às plataformas se dará através de rampas ou elevadores hidráulicos.

Assim, a SuperVia poderá, na medida em que as primeiras estações forem entregues,

oferecer um acesso adequado às plataformas.

Rampa de acesso plataforma Elevador - Estação de Cascadura

Para um atendimento apropriado, está em desenvolvimento um programa de treinamento

específico para o assunto, capacitando o pessoal operacional, além da veiculação de

informações diferenciadas através dos sistemas de sonorização e de comunicação visual.

Estação de Padre Miguel

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Algumas intervenções, como adaptação de sanitários, já estão sendo implementadas,

sendo que o acesso das plataformas para o trem deverá ser solucionado gradativamente,

a partir de estações selecionadas, através de rampa móvel provisória para vencer o vão

existente em frente à porta até que outras soluções possam ser adotadas em função das

particularidades de cada estação.

A seguir listamos as estações que estão sendo modernizadas e serão acessíveis, assim

como o meio de acesso às plataformas:

Ramal Deodoro:

D. Pedro II

Piedade

Quintino

Cascadura

Madureira

Deodoro

Ramal Santa Cruz:

Padre Miguel

Santa Cruz

Ramal Japeri:

Olinda

Mesquita

Japeri

Ricardo de Albuquerque

Ramal Belford Roxo:

Pavuna

Belford Roxo

Ramal Gramacho

Barão de Mauá

Parada de Lucas

Gramacho

Ramal Vila Inhomirim:

Manguinhos

Saracuruna

2.1.3.1.3 Metas de Curto, Médio e Longo Prazos

curto prazo

Projeto piloto: Estação D. Pedro II - Deodoro;

Avaliação dos procedimentos e normas após implementação de projeto piloto;

Elaboração de um Guia de Normas e Procedimentos para o atendimento aos PPDs.

médio prazo

Finalização dos programas de investimentos, previstos no Contrato de Concessão;

Início das adaptações para acomodar os PPDs no interior dos trens;

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Implantação dos procedimentos de atendimento aos PPDs nas estações

modernizadas;

Conclusão das intervenções para acessibilidade nas demais estações modernizadas do

ramal de Deodoro.

longo prazo

Implantar programa de acessibilidade a ser desenvolvido para as estações não

contempladas nos programas de investimento;

Complementar as adaptações no Material Rodante;

Implementação de novas tecnologias e procedimentos de modo a oferecer aos PPDs

maior conforto e segurança.

2.1.3.2 Flumitrens

A Flumitrens continua operando os ramais de Niterói/Visconde de Itaboraí e

Saracuruna/Magé/Guapimirim.

Desde 1984 o corpo técnico da empresa vem desenvolvendo projetos acessíveis de

estação. Este projeto é bastante objetivo. A premissa da Empresa é que sempre as

estações teriam as áreas operacionais, dos 5 ramais concedidos, em mezanino para evitar

passagens de nível. Com isto, o acesso à estação está sempre a 6,50 m da via do trem.

Usam-se os seguintes conceitos de projeto:

Acesso ao mezanino - rampa de 8,33% conjugada com escada sempre que possível.

Na impossibilidade de atender estas duas premissas, a opção seria a rampa;

Acesso à plataforma - escadas fixas e elevadores para portadores de deficiência física

permanente ou temporária, idosos, grávidas e outros que o necessitarem;

Sanitários - Adaptados, feminino e masculino inseridos na área operacional, com uso

previsto tanto para funcionários quanto para usuário.

Algumas obras de estações já foram executadas com estes princípios e outros projetos

que fizeram parte do contrato de concessão já encontram-se com a SuperVia para

execução.

Esta filosofia de projeto foi herdada pela concessionária.

2.1.3.2.1 Veículos

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Foi fornecido para a SuperVia projeto de arranjo físico interno. Este arranjo físico

contempla lugares preferenciais (em vagão de 64 lugares, 8 são preferenciais), mas não

incluiu local para cadeiras de roda, painéis em braile e sinalização visual para surdos.

Hoje, estas modificações de projeto deverão ser implementadas pela SuperVia. No caso

do material rodante da Flumitrens, existe um estudo para substituição do atual. As

especificações para o novo material rodante já incluiriam como premissas locais

preferenciais, locais para cadeiras de roda e sinalização visual para pessoas surdas e

sonora para cegas.

Lay out interior dos trens

2.1.3.2.2 Estações e Paradas

Hoje, a Flumitrens vem elaborando projetos para os dois ramais que se encontram sob

sua responsabilidade.

O projeto é simples e objetivo, pois em sua grande maioria, a Flumitrens opera paradas.

Estas paradas (em um total de 27), teriam em um primeiro momento apenas 20 m de

plataforma que seriam acessadas por rampas de 8,33%.

Muitos acessos já são através de rampas, mas em geral, com inclinação acima do

estabelecido pela NBR 9050. Sem nenhum tratamento para os deficientes visuais e

auditivos.

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32

Temos, também, 5 estações (Niterói, Visconde de Itaboraí, Suruí, Magé e Guapimirim)

que ainda não foram estudadas, mas o projeto conceitual já contempla a questão da

acessibilidade.

Planta de situação da Parada Tipo

2.1.3.2.3 Metas de Curto, Médio e Longo Prazos

curto, médio e longo prazos

Podemos refazer todos os acessos e iniciar estudos para os projetos que incluam os

deficientes visuais e auditivos.

Já estão sendo feitos projetos com desenho universal em que precisam ser incorporados

elementos para atender deficientes visuais e auditivos.

Custo para cada parada de 20 m com mão-de-obra da Flumitrens : R$ 11.000,00 (agosto

de 1999)

Prazo de execução: 7 semanas cada parada.

As soluções de projeto não são ambiciosas e o programa mínimo não é dispendioso, mas

como são muitas as paradas e as estações o valor final é grande, ainda mais se levarmos

em conta que as estações propriamente têm recuperação bem mais abrangente.

As metas para paradas, estações e material rodante variariam de curto a médio prazo,

dependendo da disponibilização de recursos.

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33

No transcorrer do desenvolvimento do projeto conceitual para o ramal de Niterói, a

Flumitrens avaliou que existe a possibilidade de parcerias tanto com as prefeituras locais,

quanto com a iniciativa privada.

Perspectiva da Estação Tipo

2.1.4 Transporte por Bondes

O transporte de passageiros em áreas de concentração de atividades apresenta alguns

problemas bastante peculiares. Normalmente estas áreas se localizam em centros

urbanos o que envolve locais de interesse histórico e/ou atendidos por malha viária

congestionada ou não totalmente adequada à circulação intensiva de veículos rodoviários.

Em muitas cidades do mundo, este mercado de viagens urbanas é atendido com a

utilização de tecnologias do tipo VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), conhecido no Brasil

como Bonde.

Além de atender de maneira bastante conveniente esta demanda, a utilização deste tipo

de tecnologia traz a vantagem adicional de melhorar a qualidade ambiental nas áreas

atendidas e marcar positivamente a imagem de uma cidade.

O bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, é atendida pelas únicas linhas

remanescentes do sistema de bonde (Carioca - Dois Irmãos e Carioca – Paula Mattos,

além de algumas secções). Trata-se de um sistema antigo, de difícil adequação para um

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transporte mais acessível, entretanto, é utilizada por boa parte da população do bairro

além de estar integrada à sua paisagem urbana e ser explorada turisticamente. Deve-se

ressaltar que este sistema de bondes foi tombado pelo INEPAC – Instituto Estadual de

Patrimônio Artístico e Cultural na sua configuração atual.

A cidade do Rio de Janeiro, além de outras cidades do Estado, podem e devem considerar

a implantação de sistemas de bondes para o transporte de passageiros, com todas as

vantagens acima citadas, levando em consideração para os futuros projetos a adoção dos

conceitos do desenho universal.

2.1.4.1 Veículos

Os veículos de vários sistemas de bondes em utilização em cidades européias, estão

adequados ao atendimento da demanda formada por pessoas com diferentes graus de

mobilidade. Por trafegarem normalmente em vias segregadas, a adequação é facilitada, e

os veículos apresentam características como pisos baixos e portas de acesso com largura

suficiente, além de espaços no seu interior destinado ao uso de PPDs.

2.1.4.2 Terminais

Da mesma forma que os veículos, os terminais de acesso aos sistemas de bondes em

cidades européias estão adequados à utilização de PPDs e mobilidade reduzida, com

áreas especificamente destinadas, acesso por rampa e pisos elevados para facilitar o

acesso aos veículos.

2.1.4.3 Metas de Curto, Médio e Longo Prazos

curto, médio e longo prazos

Embora as iniciativas para implantação de sistemas de bondes nas cidades do Estado do

Rio de Janeiro estejam ainda embrionárias, recomenda-se que, na medida que forem

sendo concretizadas, considerem, em sua concepção os conceitos do desenho universal

para que possam atender adequadamente toda a demanda formada por pessoas com

diferentes graus de mobilidade.

2.1.5 Transporte Aquaviário

A Empresa Barcas S.A. é a concessionária de serviço público de transporte aquaviário de

passageiros, cargas e veículos no Estado do Rio de Janeiro, mediante concessão. Neste

contexto ela opera as seguintes linhas:

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Praça XV de Novembro (Centro do Rio de Janeiro) – Praça Araribóia (Centro de

Niterói)

Praça XV de Novembro (Centro) – Ribeira (Ilha do Governador)

Praça XV de Novembro (Centro) – Ilha de Paquetá

Angra dos Reis – Praia do Abraão (Ilha Grande)

Mangaratiba – Praia do Abraão (Ilha Grande)

2.1.5.1 Veículos

A frota operada pela Barcas S.A. é composta por embarcações com capacidade para:

2.000 passageiros;

1.000 passageiros;

500 passageiros;

370 passageiros.

Os espaços destinados à pessoas portadoras de deficiência (PPDs), ficam localizados à

meia-nau (centro, no interior das embarcações, no convés principal do 1o andar). Estes

espaços incluem cadeiras pintadas com cores diferentes das demais, para ao atendimento

de pessoas com dificuldade de locomoção.

Por ser considerado o local mais seguro das embarcações, o embarque de PPDs, nos

terminais da Praça XV (Rio) e Praça Araribóia (Niterói) dá-se pela proa (parte dianteira)

das embarcações, sendo esta operação acompanhada visualmente pelo mestre. Nos casos

dos demais terminais, o embarque dá-se pela meia-nau, pelo lado da embarcação sendo

utilizada uma rampa de madeira para auxílio. As partidas das embarcações são marcadas

por apitos.

2.1.5.2 Terminais

Os terminais utilizados na operaças da Barcas S.A. são os seguintes:

Terminal da Praça XV, na área do Centro da cidade do Rio de Janeiro;

Terminal da Praça Araribóia, na área do Centro da cidade de Niterói;

Terminal da Ilha de Paquetá, na Praça Pintor Pedro Bruno, Município do Rio de

Janeiro;

Terminal da Ribeira, na Ilha do Governador, Município do Rio de Janeiro;

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36

Ponto de Atracação da Ilha Grande, na Vila do Abraão, Município de Angra dos Reis;

Ponto de Atracação de Angra dos Reis;

Ponto de Atracação de Mangaratiba.

As estações são planas, sem degraus ou irregularidades acentuadas. O acesso pelos

portões de saída destes terminais, os quais têm largura superior a 2,00 metros, não

possuem degraus ou barreiras. Os Chefes de Estação, Auxiliares, Seguranças e

Amarradores são orientados a ajudar todas as pessoas com dificuldade de locomoção em

seu acesso, locomoção e embarque.

Além disso o sistema de alto-falantes é utilizado para anunciar a parada das roletas e o

fechamento dos portões bem como a identificação da lancha que está partindo e a ponte

na qual encontra-se amarrada para embarque.

2.1.5.3 Metas de Curto, Médio e Longo Prazos

curto, médio e longo prazos

Reforma do Terminal da Praça XV, com a utilização dos conceitos de acessibilidade

e desenho universal;

Construção dos Novos Terminais da Praça Araribóia e de Charitas, ambos em

Niterói, com a utilização dos conceitos de acessibilidade e desenho universal;

Instalação de sistemas de sinalização visual para atender melhor os deficientes

auditivos;

Utilização de ganchos equipados com molas, próprios para a fixação de cadeiras

de rodas;

Utilização do sistema de som para melhor orientação às PPDs ou com dificuldade

de compreensão;

Criar procedimentos para priorizar o embarque de deficientes;

Criar procedimentos específicos de segurança voltados para as PPDs em caso de

acidente;

Instalação de pisos diferenciados para orientação aos deficientes visuais;

Instalação de sanitários especificamente projetados para a utilização de PPDs;

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37

2.1.6 Transporte Aeroviário

O DAC – Departamento de Aviação Civil, visando adequar o transporte aéreo para bem

atender toda a gama de passageiros, dentro do conceito de desenho universal,

determinou o estudo da matéria no âmbito da aviação civil e da infra estrutura

aeroportuária. Este estudo levou em consideração também, os aspectos de segurança no

transporte por via aérea de pessoas portadoras de deficiência (objeto de câmara técnica

realizada em 1994) e a análise de projetos semelhantes adotados com sucesso em outros

países.

Desse estudo, surgiu uma minuta de documento que foi submetida à apreciação dos

setores interessados para que sobre ele se manifestassem e fosse o documento final fruto

de um consenso. Entre os setores envolvidos nesse trabalho, é importante citar a

participação de entidades envolvendo pessoas portadoras de deficiência, empresas

aéreas, Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (INFRAERO, que administra

os principais aeroportos brasileiros), empresas de serviços auxiliares de transporte aéreo,

especialistas em medicina aeroespacial e técnicos em segurança de vôo das empresas

aéreas e do DAC. O documento final, que incorporou as principais colaborações de todos

os setores citados, consolidou-se em forma de uma Instrução de Aviação Civil (IAC)

categoria Norma de Serviço (NOSER), que tem caráter mandatório mas que interpreta de

maneira cabal os interesses e o comprometimento das partes envolvidas na sua

elaboração.

Denominado de “Acesso ao Transporte Aéreo de Passageiros que Necessitam de

Assistência Especial”, a IAC-2508 foi expedida em novembro de 1995 aos setores

envolvidos para que adotassem as medidas necessárias ao seu cumprimento que passaria

a ser exigido em julho de 1996. Este documento estabeleceu como premissas:

a. o direito constitucional de ir e vir em condições adequadas, por via aérea;

b. o acesso às instalações aeroportuárias e às aeronaves;

c. a igualdade de tratamento a todos os usuários do transporte aéreo, sem

paternalismo no trato das PPDs.

O DAC estabeleceu através da IAC supracitada uma série de procedimentos a serem

observados pelas administrações aeroportuárias, empresas aéreas e de serviços

auxiliares, entre os quais são de especial relevância:

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38

2.1.6.1 Veículos

a. adaptação interna das aeronaves a partir das de porte médio (30 assentos),

incluindo lavatório (nas de grande porte, mais de 200 assentos), iluminação e letreiros

adequados;

b. apoio à PPD durante todas as fases de uma viagem, além do embarque e

desembarque, por parte das empresas aéreas;

c. treinamento do pessoal que lida com PPD (das empresas aéreas);

d. transporte gratuito e, sempre que possível, no interior das aeronaves, dos

equipamentos utilizados por PPD (cadeiras de rodas, muletas, etc);

e. transporte de cães guias de deficientes visuais ou auditivos, na cabine ao lado de

seu dono (a seus pés), sob seu controle (coleira), porém sem mordaça.

2.1.6.2 Terminais

a. a adaptação das instalações aeroportuárias para atender PPD e outros com

mobilidade reduzida;

b. a disponibilidade de sistemas de informações de vôo que contemplem todos os

tipos de deficiência;

c. apoio à PPD na chegada ao aeroporto, no embarque e desembarque por parte do

serviço auxiliar e do aeroporto;

d. acessibilidade às aeronaves através da disponibilidade de equipamentos especiais

para efetuar o embarque e o desembarque de PPD;

e. treinamento do pessoal que lida com PPD (de serviço auxiliar e do aeroporto).

A IAC estabeleceu ainda que as PPDs poderão decidir se necessitam ou não de um

acompanhante, são isentas da apresentação de certidão médica e as empresas aéreas só

poderão exigí-la quando ficar evidente que suas condições físicas possam ameaçar sua

própria segurança e bem estar dos outros passageiros.

Quando a empresa aérea exigir acompanhante deverá cobrar dele apenas 20% da tarifa

básica da classe utilizada pela PPD, devendo o acompanhante viajar na mesma classe e

em assento adjacente à PPD, quando possível.

2.1.6.3 Metas de Curto, Médio e Longo Prazos

As soluções podem ser alcançadas através do cumprimento das seguintes metas:

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curto prazo

Observância por parte das empresas aéreas dos prazos estabelecidos na IAC 2508-

0796, para a adequação às exigências estabelecidas na referida IAC (janeiro 1997).

Os aeroportos administrados pela INFRAERO já estão adaptados para prover

acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência (PPD).

médio prazo

Adaptação dos terminais aeroportuários administrados pelo Estado do Rio de Janeiro e

alguns de seus Municípios, com vistas a proporcionar acessibilidade às PPDs;

Estabelecimento de linhas de ônibus com veículos adaptados, ligando os aeroportos

do Município do Rio de Janeiro a pontos da cidade com maior demanda de

passageiros ou a pontos estratégicos onde possam esses passageiros ser acolhidos e

redirecionados aos seus destinos por qualquer meio de transporte adaptado e vice-

versa;

Os aeroportos devem prover informações sobre as linhas de ônibus que possuem

veículos adaptados, os seus itinerários e/ou "centros estratégicos" (terminais, praças,

etc.) onde as PPDs possam fazer "baldeação" para outros meios de transporte

adaptados (ônibus, metrô, trem ou barca) que os levem aos seus destinos.

longo prazo

Acompanhamento das adaptações aeroportuárias no Estado e Municípios, e operações

das linhas de ônibus no Município do Rio de Janeiro que fazem as ligações como

descrito em 2.1 realizando as correções que se tornarem necessárias.

Permanentemente:

Divulgação do Projeto e publicidade do mesmo junto aos usuários.

Desde sua expedição, o DAC vem dando publicidade à referida IAC e conscientizando

empresas e usuários através de palestras, simpósios e matérias na mídia. A IAC 2508 está

também na Internet, no site www.dasc.gov.br.

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3 Aspectos da Legislação

Este Grupo de Trabalho de Legislação, tem por objetivo o levantamento e a interpretação

da legislação existente sobre a questão da acessibilidade para os PPDs aos transportes

públicos, bem como analisar as alterações propostas pelos demais grupos de trabalho e

oferecer mecanismos para o cumprimento destas recomendações.

3.1 Análise e Interpretação

Analisando a legislação em vigor, o grupo concluiu que a Lei Complementar n.º 74, de

10.09.91, regulamentadora do art. 14 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, além

de possuir vício de forma, incluiu, em seu art. 2º, a expressão " necessitando para sua

terapia ", que não é utilizada no texto constitucional, restringindo a aplicação da norma

constitucional, ao mesmo tempo em que o legislador infraconstitucional estaria

extrapolando sua competência legislativa.

Com isso, constatamos que, desde a promulgação da Constituição do Estado do Rio de

Janeiro, em 05.10.89, o único dispositivo constitucional regulamentado foi o art. 14, que

trata da concessão de isenção de tarifas nos transportes mediante a apresentação do

passe especial para os casos que especifica, razão pela qual encontramos o vício descrito

no parágrafo anterior. Os demais dispositivos relativos à adaptação dos meios de

transportes e terminais, até o momento, não foram regulamentados.

3.2 Recomendação

Entende o grupo ser necessária a adoção de duas providências: a argüição de

inconstitucionalidade da Lei Complementar n.º 74/91 e, simultaneamente, o

encaminhamento de mensagem sugerindo projeto de lei regulamentadora.

Considerando que os demais grupos ainda não concluíram seus trabalhos, e que tais

informações a serem apresentadas são imprescindíveis para subsidiar o desenvolvimento

da segunda etapa do trabalho do grupo de legislação, ficaremos aguardando a

apresentação do relatório final dos mencionados trabalhos, para, após examiná-los,

sugerirmos mecanismos eficazes, que contemplem toda a matéria proposta na Comissão

de Acessibilidade, possibilitando, assim, seu fiel cumprimento.

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4 Treinamento

Este Grupo de Trabalho de Treinamento tem por objetivo propor um programa de

treinamento para aqueles que, de uma forma ou outra, têm relação direta com os PPDs e

o seu acesso aos transportes públicos.

4.1 Preliminares

Quando se pensa a questão da mobilidade das pessoas portadores de deficiência,

restringe-se as soluções a umas poucas situações de vida onde tais pessoas estariam

inseridas, e geralmente direcionadas à condição de doença em que se acredita viverem

estas pessoas. Por conta disso, tenta-se planejar percursos prevendo somente a

passagem por hospitais, centros de reabilitação, postos de saúde, etc.

Em tal abordagem, é evidente a maneira com que a sociedade em geral representa a

“deficiência”, baseada em desinformação e distorções provenientes de idéias pré-

concebidas, que estão impregnadas no imaginário social. Dificilmente se concebe

socialmente a pessoa portadora de deficiência com uma mobilidade (mesmo com o apoio

de equipamentos de auxílio) que a conduza para inúmeras situações de vida, e com uma

participação ativa dentro do âmbito do trabalho, lazer, esporte e vida afetiva. Esta é a

imagem de uma pessoa que apesar das limitações físicas, sensoriais ou mentais, cumpre

um papel social que só é mais restrito em função de barreiras físicas ou humanas, muito

mais impeditivas que a própria situação de deficiência.

Além do mais devemos, pensar num sistema de transporte não apenas adaptado às

condições específicas das pessoas portadores de deficiência, mas que atenda à concepção

de uma sociedade plural, onde as pessoas não podem e não devem ser pensadas dentro

de um padrão médio imaginário e ideal, mas sim dentro de uma idéia de diversidade,

onde as diferenças dos vários segmentos sociais possam ser contempladas. Para que isso

se concretize, devem ser implementadas políticas públicas nos diferentes setores

governamentais; entre eles, o de transportes. A garantia de que a utilização dos

transportes seja fácil, acessível e de qualidade para todos, não diz respeito apenas à

formulação de legislação específica. Faz-se necessário um programa de qualificação que

resgate a dignidade e qualidade no atendimento de uma parcela de usuários dos

diferentes sistemas de transportes oferecidos.

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4.2 Objetivos

4.2.1 Objetivo Geral

Aprimorar uma equipe básica de formadores, que possa gerar um efeito multiplicador do

curso proposto para o atendimento aos usuários dos meios de transportes, contemplando

as diferenças existentes dentro deste universo, seja por condições físicas, sensoriais ou

mentais específicas, que impeçam ou reduzam a mobilidade das pessoas, em caráter

permanente ou transitório, seja por diferenças observadas dentro de nosso ciclo evolutivo

(criança-velho) ou biotipo (magro-gordo, alto-baixo).

4.2.2 Objetivos Específicos

Sensibilizar profissionais que irão multiplicar o curso de aprimoramento no

atendimento aos usuários portadores de deficiência e mobilidade reduzida, levando

em conta a especificidade do meio de transporte de sua empresa.

Propiciar condições para que os multiplicadores, e posteriormente, os empregados das

empresas transportadoras, percebam as especificidades de cada segmento,

aprendendo a identificar e atender a todos, valorizando suas necessidades específicas

durante o acesso e permanência no transporte.

Criar mecanismos que permitam a avaliação das atividades desenvolvidas e o

acompanhamento da qualidade do atendimento prestado, que deverão permear a

evolução da metodologia, ampliação do público-alvo e a abrangência do programa.

4.3 Público Alvo

Serão considerados como público-alvo aqueles a quem se dirige este programa de

aprimoramento, ou seja, os empregados das diferentes empresas transportadoras e de

terminais que atuam na operação dos sistemas de transportes.

4.4 Desenvolvimento

4.4.1 Conteúdo Programático

Noções gerais de legislação específica para as pessoas portadoras de deficiência.

Legislação existente para atendimento às pessoas com mobilidade reduzida.

Principais conceitos de cidadania: movimentos reivindicatórios e de vida

independente.

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Identificação das pessoas com dificuldades de locomoção:

Especificidade de cada sub-grupo (portadores de deficiência, obesos, gestantes e

doentes crônicos)

Aspectos psicossociais

Acesso a cada sistema de transporte

Técnicas, procedimentos e cuidados na condução das pessoas portadoras de

deficiência e mobilidade reduzida.

4.4.2 Metodologia

O curso constará de 02 (duas) etapas:

1ª etapa: Aula teórica, com 04 (quatro) horas de duração.

2ª etapa: Vivência, através de simulação, com 04 (quatro) horas de duração, a ser

realizada em cada transportadora e/ou operadora de terminais de transporte,

respeitando-se o meio de transporte específico de cada uma.

4.4.3 Recursos Humanos

Da Instrutoria

Recomenda-se que as pessoas convidadas a serem os instrutores dos multiplicadores,

portadores de deficiência ou não, dominem os conteúdos teóricos envolvidos, revelando

experiência didática na transmissão dos mesmos.

Dos Educandos

Os educandos das turmas iniciais serão até 02 (dois) representantes por empresa,

preferencialmente um psicólogo, da área de recursos humanos, e um representante da

área de operação (OPPORTRANS, Barcas S. A. e SUPERVIA) e auxiliares de transportes do

modal rodoviário coletivo de passageiros por ônibus, que tenham passado previamente

por algum treinamento em instrutoria.

Recursos Didáticos

Deverão fazer parte das aulas a utilização de textos, apostilas, cartilhas de leitura rápida e

fácil compreensão e exibição de vídeos.

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4.5 Metas

Empresas do Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por ônibus

número aproximado de empresas: 240

8 (oito) turmas de primeira instância (formadores) x 30 alunos = 240

240 multiplicadores - universo de rodoviários do sistema - 77 800

OPPORTRANS

Área de transporte divide-se em 3 (três) segmentos de operação:

movimento

estação

segurança

Para atingir o universo de empregados destes 3 (três) segmentos, que lidam diretamente

com os usuários, aproximadamente 600 pessoas, serão necessários:

6 (seis) multiplicadores, sendo 2 (dois) de cada segmento.

BARCAS

Em razão da filosofia da empresa todos os empregados participarão do treinamento.

Portanto o universo de empregados, 370 (trezentos e setenta), serão atendidos por 03

(três) multiplicadores

SUPERVIA

Numa primeira abordagem a empresa pretende atingir 2.100 empregados, através de 06

(seis) multiplicadores, a saber:

02 (dois) instrutores da gerência de Estações,

02 (dois) instrutores da Operação,

01 (hum) instrutor para Oficinas,

01 (hum) instrutor para Segurança.

4.6 Recomendações

As turmas de segunda instância, ou seja, os empregados das diferentes empresas

transportadoras que atuam no nível operacional, deverão ser formadas, no máximo, por

30 (trinta) alunos.

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Dever-se-á fazer avaliação e acompanhamento, após o treinamento, para monitorar a

qualidade do atendimento ao usuário. Para isso será importante recorrer às entidades,

associações e demais meios de informação para atualização e aprimoramento do

programa.

A parte específica referente a cada modal, deverá ser desenvolvida pelos mesmos.

Em cada curso a ser ministrado, haverá a participação de um representante de cada sub-

grupo (portadores de deficiência, obesos, gestantes e doentes crônicos).

De um modo geral, recomenda-se ainda que para a habilitação de motoristas,

principalmente na categoria profissional, sejam incluídos aspectos relativos ao

relacionamento com Pessoas Portadoras de Deficiência e Mobilidade Reduzida, no trânsito

e nos sistemas de transportes.

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5 Classificação de Doenças Crônicas e das Deficiências

Este grupo de trabalho discutiu propostas nas áreas de classificação das doenças crônicas

e das deficiências e de normatização do laudo médico, tendo como objetivo a concessão

do Passe Especial para acesso aos transportes públicos, conforme o artigo 14 da

Constituição Estadual e a Lei Complementar nº 74 de 10 de setembro de 1991.

O grupo realizou nove reuniões e embora considerasse necessário continuar com seus

trabalhos, face a solicitação para o encerramento dos trabalhos desta fase apresenta as

seguintes sugestões, conclusões e questionamentos.

O grupo sugere:

Propor a continuação das discussões sobre a classificação das doenças crônicas e das

deficiências e sobre a inclusão ou a possível discriminação de outras doenças crônicas

e deficiências;

O grupo discutiu a viabilidade, e a pertinência legal de se somar os critérios de

deficiência e de doenças crônicas com uma avaliação sócio-econômico;

O grupo considerou que deva continuar a ser aceitos os atestados médicos de

serviços de saúde oficiais públicos, de entidades privadas ou de médicos particulares,

por acreditar que esta é uma questão de bom senso;

O grupo conclui:

Que a decisão de passar à FETRANSPOR a responsabilidade pela expedição do passe

especial foi tomada pela Secretaria de Estado de Transportes no ano de 1992. Logo, a

manutenção ou não desta delegação é uma decisão político-institucional-

administrativa que deverá ser tomada pela SECTRAN.

O grupo conclui e sugere:

Que, por ter sido o ponto em que o grupo mais avançou, deva ser desenvolvida uma

Ficha de Cadastro e que se normatize o Laudo/Atestado Médico. Ambos, Ficha de

Cadastro e Laudo/Atestado Médico, ficaram bem estabelecidos na proposta. No

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atestado deverá haver uma atenção especial para para a descrição das condições do

paciente (descrição detalhada: do grau de dificuldade de locomoção trazida pela

deficiência, quadro clínico do paciente; das complicações da doença, a repercussão na

atividade do paciente, etc...).

Quanto à Ficha de Cadastro o grupo sugere:

Mudança do título: onde lê-se “Cadastro de Passaporte Especial para Deficiente

Físico e/ou Doente Crônico”, leia-se “Cadastro de Passaporte Especial para

Pessoas Portadoras de Deficiência e/ou doente crônico”;

Que seja de fácil preenchimento;

Que deva ser enviada ao local de concessão do Passaporte totalmente preenchida;

Que deverá ser colocada à disposição de todos os usuários, nas entidades que

tenham atendimento médico, especilamente no serviço de Assistencia Social;

Que seja ampliado os locais de distribuição das mesmas;

Que haja uma ampla divulgação dos locais onde a Ficha de Cadastro estará

disponível;

Quanto a Normatização do Laudo/Atestado Médico o grupo sugere:

Que deva ser adotado o Atestado Médico, por ser mais simples. Porém o Laudo

Médico poderá (ou deverá) ser aceito, também. Em ambos deverá constar:

• Nome do médico legível e o número do CRM;

• Carimbo legível;

• Data e local.

Que o Laudo/Atestado deverá ser redigido por médico de órgão público ou

particular;

Que não há necessidade de colocar o CID na lista de doenças e deficiências;

Que deva ser detalhada a doença ou a deficiência. Deve-se observar que é

importante a inclusão, neste ítem, da descrição da condição clínica geral do

paciente com repercussão na sua mobilidade (força muscular e equilíbrio);

Que deva ser redigido com clareza;

Que se use letra de imprensa, legível;

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Que o Laudo/Atestado Médico deverá ser redigido em local apropriado na Ficha de

Cadastro. O médico poderá fazer observações adicionais ou prestar

esclarecimentos em outra folha. OBS. Caso o médico opte pela utilização da CID,

deverá indicar claramente a revisão que está utilizando (CID 09 ou CID10).

O grupo questionou:

Se, na continuação dos trabalhos, seria mais produtivo compôr um grupo misto com

técnicos da área de saúde e representantes de entidades DE e PARA portadores de

deficências e doenças crônicas, ou criarem-se dois grupos distintos.

Por fim, cabe ressaltar que o grupo analisou a proposta (Ver anexos) feita em 1995 pelo

segmento dos portadores de deficiência, trazida a discussão pela coordenadora de então,

Snrª Maria Lúcia Loureiro. Esta proposta prevê uma nova resolução do Secretário de

Estado de Transportes e uma classificação a ser anexada ao Artigo 14 da Constituição

Estadual. O grupo, então, levantou os seguintes pontos:

Há amparo legal para as modificações?;

Se aceita a proposta, haveria definições e critérios diferenciados? Todos os segmentos

estariam contemplados?

Estariam incluídos, também, deficiência auditiva, deficiência mental e doença mental?;

Qual a posição atual das organizações da sociedade civil em relação à proposta?;

Pela proposta, a FETRANSPOR continuaria credenciada.

O grupo oferece à consulta, ainda, os documentos em anexo:

Proposta do segmento dos portadores de deficiência, carta nº (?????????????VER NO

MATERIAL DA MARIA LÜCIA)

Cópia da Proposta feita pela Associação de Amigos, Familiares e Doentes Mentais do

Brasil, datada de ??/??/????, e assinada pelo seu presidente Sr. Zedyr Macedo;

Ofício nº 990/99, da FETRANSPOR, dirigida ao Chefe de Gabinete da SECTRAN, de

15/07/1999.

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6 Campanha de Conscientização da Sociedade Através da

Mídia, Visando à Valorização Do Cidadão

6.1 Justificativa

Partindo da premissa que a cidade do Rio de Janeiro foi apontada como uma metrópole

que não oferece as condições mínimas para que um portador de deficiência ou de

mobilidade reduzida possa exercer com dignidade sua cidadania, conforme pesquisas do

Jornal “O Globo” na Internet durante o mês de setembro, a presente campanha

publicitária, inserida no Programa Estadual de Atendimento às Pessoas Portadoras de

Deficiência e Mobilidade Reduzida, terá o papel estratégico de conscientizar a sociedade

para uma nova relação social que contemple a promoção da qualidade e a garantia da

acessibilidade aos meios de transporte à qualquer cidadão, estabelecendo como “modus

vivendi” a ética e a possibilidade de usufruir os direitos garantidos por lei como condições

básicas de metas ainda maiores a serem conquistadas, projetando desde já uma

sociedade mais justa e igualitária para novo milênio

6.2 Público-Alvo

A população do Estado do Rio de Janeiro numa visão mais ampla, contemplando todos os

extratos sócio-econômicos da sociedade, portadoras ou não de deficiência ou de

mobilidade reduzida, como idosos, gestantes e obesos.

6.3 Objetivo Específico

Despertar o sentimento de solidariedade visando a modificação de mentalidade e de

atitude da sociedade, a médio e longo prazo, em ralação às pessoas portadoras de

deficiência e mobilidade reduzida.

6.4 Temas Propostos

Enfocar a instituição da igualdade entre o portador de deficiência e/ou mobilidade

reduzida e o não portador de deficiência.

Enfocar a noção de independência do portador de deficiência e/ou mobilidade

reduzida em relação a uma cidade aparelhada e adaptada às suas condições.

Não apresentar conotação negativa ou vinculação conjuntural entre o portador de

deficiência e/ou mobilidade reduzida e o seu dia a dia, e sim sugerir a idéia de

otimismo.

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Mostrar de forma realista que a pessoa portadora de deficiência e/ou mobilidade

reduzida não deve sentir constrangimento em exercer os seus direitos de cidadão.

Distinguir benefícios de privilégios.

Divulgar amplamente a legislação existente.

Utilizar uma linguagem acessível a todos os extratos sócio-econômicos, não

diferenciando o portador de deficiência e/ou mobilidade reduzida do não portador de

deficiência.

Desvincular gratuidade de pobreza, pois normalmente existe uma vinculação entre os

dois conceitos.

A campanha deverá possuir uma vertente para a conscientização dos profissionais que

atuem ligados às pessoas portadoras de deficiência e/ou mobilidade reduzida.

Produzir filme publicitário nos moldes das produções do CVI (Centro de Vida

Independente), mostrando a pessoa portadora de deficiência como cidadão produtivo,

em seu trabalho, lazer e nos deslocamentos diários.

Destaque através de filmes, fotos, etc... da adaptação de máquinas, equipamentos e

instalações voltadas para as pessoas portadoras de deficiência.

Estimular que as empresas de transportes, divulguem suas soluções adotadas

referente a acessibilidade.

6.5 Formas de Veiculação

A campanha publicitária deverá ser veiculada pelas seguintes formas:

FRASE/SLOGAN

MARCA/LOGOTIPO

VÍDEO

MATÉRIAS

JINGLES/ANÚNCIOS

LIVROS DE ESTÓRIAS (PEQUENOS TEXTOS)

PALESTRAS EM ESCOLAS/FACULDADE/INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS, CULTURAIS E

DE LAZER

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6.6 Identificação das Mídias E Produtos Veiculados

JORNAIS – Matérias/anúncios

REVISTAS – Matérias/anúncios

RÁDIO – Jingles/Sports/Crônicas

TELEVISÃO – Matérias/anúncios/vídeos

BUS-DOOR – Cartazes

PALESTRAS – Material informativo

INTERNET – Textos/fotos/Marcas/Logotipos

MEIOS GRÁFICOS DE COMUNICAÇÃO VISUAL - Slogans

6.7 Lançamento da Campanha Publicitária

O lançamento da campanha publicitária deverá estar associado a uma evento, o qual

servirá de alavanca da mesma. O evento poderá ser um seminário. Congresso, vinculado

ao portador de deficiência, devidamente prestigiado pela presença de autoridades e com

cobertura total da mídia. O evento também deverá possuir apelo popular, a fim de

sugeririr uma identificação entre o produto divulgado e a população que absorverá a

mensagem, criando um processo de "feed-back" que garantirá o êxito da campanha. É

recomendável ainda a utilização da mídia espontânea e a preparação de um “Kit-

imprensa” para ser distribuído aos jornalistas, conduzindo-os a uma interpretação certa

sobre as intenções da campanha publicitária.

6.8 Implantação e Acompanhamento da Campanha Publicitária

É recomendável a criação de uma central de atendimento ao público, operando durante o

horário comercial, que divulgue os serviços, direitos e deveres do cidadão, em relação a

utilização dos terminais de transportes e de seus respectivos modais.

RECURSOS HUMANOS – Os recursos humanos deverão ser treinados visando interface

com a sociedade, além de possuir conhecimentos na elaboração do clipping gráfico e

eletrônico (serviço de escuta).Eles terão que estar atualizados e em contato

permanente com a equipe técnica, que fiscalizará o funcionamento dos serviços

oferecidos.

A repercussão do atendimento ao grande público servirá também para uma avaliação

técnica da campanha publicitária, ou seja, se a campanha está atendendo aos objetivos

de interação com o cidadão.

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6.9 Avaliação, Manutenção e Reforço da Campanha Publicitária

A campanha publicitária deverá ser monitorada e avaliada periodicamente para fins de

correção de rumo e reforço, a cargo da Agência Publicitária. A avaliação dos resultados

atingidos pela campanha será também um indicador da “Correção de rumo” já

mencionada anteriormente, estabelecendo parâmetros para uma possível intervenção e

conseqüente reforço da campanha.

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7 Ações paralelas

Além das questões previamente apresentadas, a melhoria da acessibilidade aos

transportes no Estado do Rio de Janeiro envolve também a implementação de algumas

questões paralelas.

7.1 O Papel das Universidades

Uma concepção de Transporte no Estado do Rio de Janeiro, segundo os princípios de

desenho universal (como anteriormente abordado), requer também a reformulação de

sistemáticas de análise. Novos paradigmas deverão ser incorporados no planejamento

integrado de espaços e produtos adequados à uma ampla gama de variedades físicas da

população.

As Universidades são tradicionalmente consideradas como um dos veículos para a

construção destes paradigmas. Pesquisas nas várias áreas relativas a acessibilidade, no

seu sentido mais amplo e holístico, têm sido desenvolvidas em diversas unidades de

ensino de todo o mundo.

Desenvolve-se um novo pensamento que tem como foco o uso do espaço e dos serviços

urbanos por parte de um contingente significativo da população do Estado, constituído de

pessoas com mobilidade reduzida. Os efeitos e as possibilidades de transformação,

gerados pela Universidade, nas atividades econômicas e sociais deverão acompanhar esta

tendência. Neste processo de transformação em que vivemos, surgiram grandes avanços

na maneira de tratar este assunto e que, de forma direta ou indireta, foram o resultado

da criatividade dos centros de pesquisa universitários, que tem sido um dos pilares da

difusão do conhecimento e da informação nascidas dessa inovação.

Com este objetivo devem ser incluídos nos Curriculos dos cursos de graduação e pós-

graduação de Arquitetura, Urbanismo e Engenharia, para dizer o mínimo, disciplinas sobre

projeto de espaços, equipamentos e instalações que venham a ser desenvolvidos no

sentido de facilitar o acesso com segurança às atividades e aos transportes bem como a

todos os ambientes, de PPDs e com mobilidade reduzida, proporcionando sua plena

integração à sociedade.

Tendo em vista a universidade não deve se limitar apenas à formação de profissionais

mas além disso se dedicar à pesquisa científica e tecnológica, caberá a ela também

realizar esforços para o desenvolvimento de base conceitual, ferramentas, procedimentos

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de análise e até mesmo projetos urbanísticos, arquitetônicos e de novos produtos,

adequados ao contexto do desenho universal.

Além disto, o ensino e a pesquisa sobre as alternativas para um transporte universal

precisarão estar em equilíbrio com as propostas de uma sociedade heterogênea que todos

almejamos. Com um sistema integrado e concebido desta maneira, haverá o respeito pela

diferenciação da população de nosso Estado e pela identidade de um grupo constituído de

pessoas com mobilidade reduzida.

Com estas considerações pode-se dizer que as Universidades estão diante de um imenso

desafio. Sua relevância nunca foi maior do que é hoje. Na área de transportes,

principalmente, é fundamental que ela redimensione as chamadas formação, pesquisa e

extensão universitárias. Esta pode ser, sem sombra de dúvida, uma das saídas para

vencer as desigualdades no atendimento da acessibilidade.

“A excelência da Universidade precisa ser mantida, porém agora acrescida de

conectividade com os problemas e barreiras cotidianas vividas pelas pessoas portadoras

de deficiência” (Cohen, 1999a).

7.2 Inserção no Mercado de Trabalho

O uso que as pessoas fazem dos seus espaços de trabalho pode intensificar sua

experiência e diminuir sua segregação. Todos os ambientes quando podem ser bem

utilizados adquirem estas características. O processo de globalização em que vivemos tem

generalizado certas diferenças que se diluem em um meio físico não adaptado e tem

como uma de suas conseqüências a exclusão do mercado de trabalho gerada pela falta de

acessibilidade a seus espaços e ao sistema de transportes.

Na medida em que a formulação do Sistema de Transportes no Estado do Rio de Janeiro

incorpora o conceito do desenho universal, ela aumenta significativamente a

acessibilidade aos veículos e terminais, e a mobilidade de todos, através das áreas das

cidades. O transporte universal, desta forma, torna-se cada vez mais um elemento

fundamental condutor das mudanças a serem empreendidas para a inserção no mercado

de trabalho. Locomovendo-se com facilidade cada pessoa com mobilidade reduzida

poderá assumir diante deste contexto, as relações sociais e econômicas nas quais vive,

pois além do cumprimento de seus deveres com o pagamento de impostos, estará

também consumindo e gerando riquezas. Uma história de vida produtiva em que a

acessibilidade ao sistema de transportes será apenas um dos fatores para a sua

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integração. Estas pessoas, em resumo, estarão, assim, aptas a usufruir na totalidade seus

direitos de cidadão.

Assim sendo, um sistema de transportes integrado e universal pode oferecer a um grande

contingente de mão de obra, a chance de acesso a postos de trabalho, de forma diversa

do que acontece hoje.

7.3 Efeitos Multiplicadores

A produção da arquitetura e do espaço urbano no Brasil raramente leva em consideração

a existência de um grande número de pessoas com problemas de mobilidade: portadoras

de deficiência, obesas, idosas, conduzindo carrinhos de bebê, de compras ou pequenas

cargas urbanas.

A possibilidade de melhor acesso aos transportes no Estado do Rio de Janeiro por parte

da população como um todo, especialmente daqueles que possuem mobilidade pessoal

reduzida, deverá produzir efeitos multiplicadores nos espaços como um todo. O fato dos

transportes passarem a contemplar de maneira mais acessível esta população de PPDs,

implicará no aumento da mobilidade e, consequentemente, na circulação pelos espaços

das cidades e sua integração na sociedade. Posturas como estas geram uma boa imagem

para o Estado, e registram sua preocupação com a qualidade de vida de todos os

cidadãos.

Como conseqüencia, prédios e espaços urbanos sofrerão também pressões para

tornarem-se adequados à esta nova realidade, fomentando, por sua vez, a adequação dos

espaços interiores das edificações. Um aspecto de fundamental importância neste

contexto refere-se aos efeitos desta nova realidade na cultura da população que ao ver

pessoas com mobilidade reduzida utilizando os mesmos sistemas de transporte em

igualdade de condições, estarão com elas convivendo.

O exemplo dado pelo Estado do Rio de Janeiro será o grande efeito multiplicador das

medidas a serem divulgadas e seguidas, gerando outras iniciativas em outros Estados da

Federação.

7.4 Segurança e Liberdade de Escolha

Um aspecto bastante sensível nesta discussão refere-se às formas como os transportes e

o espaço urbano, concebidos a partir do conceito do desenho universal, serão utilizados

por pessoas com mobilidade reduzida.

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É assumido por todos, que pessoas que possuem níveis significativos de mobilidade

exercem seu direito de escolha com relação aos meios utilizados para atingir os espaços

em seus diferentes níveis, segundo seus gostos e suas percepções, desde que sejam

obedecidos os índices de segurança pessoal e coletiva. Assim, é possível encontrarem-se

usuários que, para atingir patamares diferenciados, não se sentem confortáveis no uso de

escadas rolantes, ou que sentem os efeitos de claustrofobia ao utilizarem elevadores,

fazendo sua escolha pela utilização de escada convencional.

No caso de pessoas com mobilidade reduzida, a preocupação com sua segurança pode

requerer, algumas vezes, reduções nestas possibilidades de escolha.Tal situação,

entretanto, não deveria resultar numa limitação permanente do direito destas pessoas em

realizar o exercício de sua escolha já que elas também têm, como as outras, seus gostos

e percepções, mas sim ser considerado um desafio aos técnicos e interessados no sentido

do desenvolvimento de soluções tecnológicas que possam atender aos gostos e

percepções de todos os usuários, com seus diferentes graus de mobilidade.

7.5 Orientação ao Usuário

Conforme discutido anteriormente, um dos princípios do desenho universal considera a

importância da informação e que tornar o ambiente mais compreensível pode significar

uma sinalização que indique possíveis obstáculos existentes, bem como os locais e

produtos fáceis de serem acessados. Assim, torna-se necessário o desenvolvimento de

um sistema de informações, também universal, que sinalize de forma clara e objetiva as

possibilidades e eventuais restrições a todos os usuários. Este sistema deverá incluir

equipamentos, mobiliários e linguagem que venham a ser consagrados e absorvidos por

todos com o tempo.

Com relação à sinalização, algumas normas recomendam que os locais acessíveis sejam

assinalados de forma clara. Neste sentido, em 1968 o então Comitê Internacional de

Ajudas Técnicas, Habitação e Transportes realizou um concurso para a escolha de um

símbolo que informasse às pessoas portadoras de deficiência os locais acessíveis. O

desenho do símbolo deveria atender às recomendações técnicas da Rehabilitation

International (RI) e seguir as proporções recomendadas. “As cores usadas devem ter

contraste nítido, sendo o fundo na cor azul escuro e o pictograma branco” (ABNT, NBR

9050/1994).

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Outros símbolos, bem como mobiliários e equipamentos podem ser criados e

desenvolvidos no sentido de melhorar ainda mais o acesso às informações, incluindo a

existência de eventuais barreiras e as direções mais adequadas para um acesso mais

ampliado.

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8 Conclusões

O segundo Encontro da Secretaria de Estado de Transportes do Estado do Rio de Janeiro

com as Pessoas Portadoras de Deficiência e Mobilidade Reduzida, ora em andamento,

bem como a elaboração e divulgação do presente Relatório vem responder as propostas

do I Encontro, realizado em 16 de abril de 1999 nas dependências do SESC de Nova

Iguaçu.

A partir deste Encontro foi constituída a Comissão de Acessibilidade bem como seus cinco

Grupos de Trabalho: de Adequação de Veículos e Terminais; de Classificação de Doenças

Crônicas; de Treinamento e de Interpretação da Legislação Existente, Análise das

Alterações Propostas pelos outros Grupos de Trabalho e Mecanismos para seu

Cumprimento. O esforço foi direcionado para estudar a acessibilidade aos meios de

transporte no Estado do Rio de Janeiro das Pessoas Portadoras de Deficiências e

Mobilidade Reduzida (idosos, gestantes, obesos, crianças, pessoas com mobilidade

reduzida temporariamente, portadores de pequenas cargas, carrinhos de bebê, etc).

Ao longo das discussões realizadas as conclusões foram mudando do foco em um

transporte adaptado às PPDs para um transporte adequado à utilização plena de todos,

com seus diferentes graus de mobilidade, de acordo com os conceitos do desenho

universal. Tal esforço, conjugado com o desenvolvimento de um espaço urbano e de uma

arquitetura igualmente adequados e acessíveis a todos, inicia-se desde as fases de

concepção e projeto, evitando-se assim as adaptações posteriores, de custos mais

elevados e resultados nem sempre satisfatórios.

Segundo técnicos envolvidos nesta discussão nos Estados Unidos, que cada dólar

investido no desenvolvimento de um transporte acessível a todos, promove retorno social

da ordem de sete dólares, devido à geração de riquezas agregadas ao PNB por parte das

PPDs, além de despensar a necessidade de dedicação integral de acompanhantes. A livre

movimentação do maior número de pessoas vem ao encontro da dinâmica do

desenvolvimento pela sua compatibilidade tanto com as necessidades de trabalho e

engajamento em atividades econômicas quanto as de educação, formação cultural e

lazer.

Este trabalho busca traçar diretrizes que contribuam para o processo de adequação do

ambiente coletivo, os transportes aí incluídos, às necessidades, expectativas, desejos e

exigências da população e sobretudo de um segmento da sociedade que vem sendo

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excluído ou tendo sua participação dificultada em função de apresentar graus de

mobilidade reduzida de mobilidade, através da elaboração de políticas públicas.

Algumas etapas foram vencidas neste processo que ora se conclui. Todavia, diversos

novos desafios se apresentam, relativos à operacionalização das propostas aqui

apresentadas, e ao conhecimento e análise de novas demandas da sociedade. Assim

sendo, pode-se considerar que os esforços e engajamentos estão apenas começando. A

luta pela construção de uma sociedade mais justa e equânime, onde as oportunidades

são igualmente acessíveis a todos inclui necessariamente a construção de um ambiente e

a oferta de um sistema de transporte público adequado à esta realidade.

9 Recomendações

A Comissão de Acessibilidade recomenda que seja criada uma comissão permanente de

trabalho, no âmbito da SECTRAN, para a divulgação, acompanhamento e monitoração da

implantação das recomendações contidas no presente relatório. Sugere-se ainda que a

comissão proposta tenha uma composição semelhante a atual, ou seja representantes do

governo do Estado, Municípios, iniciativa privada, universidades e representantes da

sociedade civil organizada.

Entende o grupo ser necessária a adoção de duas providências: a argüição de

inconstitucionalidade da Lei Complementar n.º 74/91 e, simultaneamente, o

encaminhamento de mensagem sugerindo projeto de lei regulamentadora.

A comissão recomenda que os assuntos tratados no sub grupo de trabalho Classificação

de Doenças, por suas características específicas, sejam remetidos para a estrutura formal

da SECTRAN, na área que cuida do fornecimento de passes para gratuidade nos

transportes públicos.

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Page 63: Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos CD/ATs/cnotinfor... · desenvolveram inicialmente durante a gestão do Secretário Estadual Raul de Bonis de Almeida Simões,

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Equipe Responsável

Comissão de Acessibilidade

Anderson Lopes Santos

ANDEF - Associação Niteroiense dos Deficientes

Físicos

FADERJ -– Federação das Associações de

Deficientes Físicos do Estado do Rio de Janeiro

Antônio José Pedral Sampaio Lins

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Cláudia R. Oliveira

FENEIS - Federação Nacional de Educação do

Surdo

Climério da S. Rangel Júnior

União dos Cegos do Brasil

Flávio Nakan

ASSIDEF Associação Iguaçuana de Deficientes

Físicos

Geraldo Nogueira

CVI – Centro de Vida Independente do Rio de

Janeiro

Lúcio Coelho David

CEPDE – Conselho Estadual para a Política de

Integração da Pessoa Portadora de Deficiência

Luiz Cláudio Alves Pereira

Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da PPD

- RJ

Luiz Cláudio Pontes da Silva

Conselho dos Direito das PPDs – Niterói

Márcio Arnaldo da Silva Gomes

FUNLAR – Fundação Municipal Escola Lar

Francisco de Paula

Maria Lúcia Loureiro

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Ricardo Esteves

Programa de Engenharia de Transportes,

COPPE/UFRJ

Rubens Vasconcellos Bocayuva

FENASP - Federação Nacional das Sociedades

Pestalozzi

Sonia Maria de Oliveira Santos Taboaço

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Sônia Roscoe

Escola de Políticas Públicas e Governo, UFRJ

Grupo de Trabalho de Adequação de Veículos e Terminais

Alexandre Fainzilber

CODERTE – Companhia de Desenvolvimento

Rodoviário e Terminais do Estado do Rio de

Janeiro

Alexandre Magnavita Gaschi

CVI - Centro de Vida Independente do Rio de

Janeiro

Ângela Costa Werneck de Carvalho

METRÔ/R.J.

Armando Hinds

FETRANSPOR – Federação das Empresas de

Transporte Rodoviário de Passageiros do Rio de

Janeiro

Beatriz Gaspary

BARCAS S.A.

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Celso Fishben

OPPORTRANS- Concessão Metroviária S.A.

Climério Rosa Júnior

União dos Cegos do Brasil

Erly Proença

Instituto Benjamin Constant

Francisco José Velloso

OPPORTRANS- Concessão Metroviária S.A.

Gilberto Maraes

UERJ- Universiddade do Estado do Rio de Raneiro

Gilvana Silva Amorim

APADA – Associação de Pais e Amigos dos

Deficientes Auditivos

Jacqueline Nunes

SUPERVIA,- Concessionária de Transporte

Ferroviário S.A.

José Alberto Toscano Dantas

DAC – Departamento de Aviação Civil

José CarlosFreire

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Júlio Cesar Uhlmann de Abreu

IPP – Instituto Municipal de Planejamento

Engenheiro Pereira Passos

Luiz Cláudio Alves Pereira

CEPDE – Conselho Estadual para Políticas para

Integração de Pessoas Portadoras de Deficiência

do Município do Rio de Janeiro

Maria Lúcia Loureiro

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Pedro Vicente Mancino

CODERTE – Companhia de Desenvolvimento

Rodoviário e Terminais do Estado do Rio de

Janeiro

Rachel Ades Jardim de Morais

FLUMITRENS

Regina Cohen

Núcleo de Pesquisa, Ensino e Projetos em

Acessibilidade e Desenho Universal, PROARQ -

FAU/UFRJ

Ricardo Esteves

Programa em Engenharia de Transportes,

COPPE/UFRJ

Sonia Maria de Oliveira Santos Taboaço

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Sônia Roscoe

Escola de Políticas Públicas e Governo, UFRJ

Verônica Camisão

CVI – Centro de Vida Independente do Rio de

Janeiro

Grupo de Trabalho de Treinamento das pessoas que trabalham

diretamente com estes segmentos

Alexandre Lisboa

SUPERVIA- Concessionária de Transporte

Ferroviário S.A.

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Celeste Azulay Kelman

CEPDE - Conselho Estadual para Políticas para

Integração de Pessoas Portadoras de Deficiência

do Município do Rio de Janeiro / UERJ-

Universidade do Rio de Janeiro

Erly Proença

Instituto Benjamin Constant

Glória Maria Ferraz

FETRANSPOR – Federação das Empresas de

Transporte Rodoviário de Passageiros do Rio de

Janeiro

Hercília Machado Soares

OPPORTRANS- Concessão Metroviária S.A.

Karla Salomão C de Oliveira Santos

FUNLAR – Fundação Municipal Escola Lar

Francisco de Paula

Lilia Pinto Martins

CVI – Centro de Vida Independente do Rio de

Janeiro

Lúcia

BARCAS S.A.

Marco Aurélio M. de Oliveira

IBDD – Instituto Brasileiro de Direitos da PPD

Marcos Faial

APADA - Associação de Pais e Amigos dos

Deficientes Auditivos de Niterói

Maria Lúcia Loureiro

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Mirian Elias Calil

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Grupo de Trabalho de Classificação das doenças crônicas e das

deficiêcias, possibilidade de inclusão de outras doenças e deficiência,

prazo de validade do passe especial e normatização do laudo médico

Amadeu Antunes dea Cunha Guimarães

Secretaria Estadual de Saúde

Cândida Carvalheira

CEPDE - Conselho Estadual para Políticas para

Integração de Pessoas Portadoras de Deficiência

do Município do Rio de Janeiro

Carmem Lúcia de Castro

Serviço de Medicina Física e Reabilitação do

Hospital Universitário da Universidade Federal do

Rio de Janeiro

Fernando Duarte L. Moreira

FETRANSPOR - Federação das Empresas de

Transporte Rodoviário de Passageiros do Rio de

Janeiro

Karla Salomão C. de Oliveira Santos

FUNLAR – Fundação Municipal La Escola r

Francisco de Paula -

Maria Lúcia Loureiro

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Page 66: Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos CD/ATs/cnotinfor... · desenvolveram inicialmente durante a gestão do Secretário Estadual Raul de Bonis de Almeida Simões,

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Grupo de Trabalho de Interpretação da Legislação Existente, Análise das

Alterações Propostas pelos outros Grupos de Trabalho e Mecanismos

para o seu Cumprimento.

Alexandre Magnavita Gaschi

CVI – Centro de Vida Independente do Rio de

Janeiro

Camilo Jorge Neto

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Maria da Conceição Nogueira

Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

Maria Lúcia Loureiro

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Valmery Jardim Guimarães

Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro

Vivien Campos de Albuquerque

OAB – Ordem dos Advogados do Brasil

Grupo de Trabalho de Campanha de Conscientização da Sociedade

através da Mídia, Visando a Valorização do Cidadão

Benedita Carvalho

Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio

de Janeiro

Fernando do Nascimento Gonçalves

UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Fernando Salles

FUMITRENS

Luciana Salles

SUPERVIA- Concessionária de Transporte

Ferroviário S.A.

Luíz Cláudio Pontes

Secretaria de Ação Social, Esporte e Lazer do

Estado do Rio de Janeiro

Luíz Mário Miranda

OPPORTRANS- Concessão Metroviária S.A.

Maria Laudenice de Queiroz

CEPDE – Conselho Estadual para Políticas para

Integração de Pessoas Portadoras de Deficiência

do Município do Rio de Janeiro

Maria Lúcia Loureiro

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Maristela Maris

Sub – Secretaria de Publicidade

Paulo Cesar Palmeira

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

do Rio de Janeiro

Verônica Abdalla

FETRANSPOR – Federação das Empresas de

Transporte Rodoviário de Passageiros do Rio de

Janeiro

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Instituições Envolvidas

AFDM – Associação de Amigos, Familiares e Doentes Mentais do Brasil

ANDEF – Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos

APADA – Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos de Niterói

ASSIDEF – Associação Iguaçuana de Deficientes Físicos

CEPDE – Conselho Estadual para a Política de Integração da Pessoa Portadora de Deficiência

CODERTE – Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Estado do Rio de Janeiro

Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da PPD

Conselho Municipal dos Direitos dos PPDs e Doentes Mentais de São Gonçalo

CRM -- Conselho Regional de Medicina

CVI – Rio – Centro de Vida Independente do Rio de Janeiro

Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro

EPPG / UFRJ – Escola de Políticas Publicas e Governo

FADERJ – Federação das Associações de Deficientes Físicos do Estado do Rio de Janeiro

FENASP – Federação Nacional das Sociedades Pestalozzi

FENEIS – Federação Nacional de Educação do Surdo

FETRANSPOR – Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Leste Meridional do

Brasil

FLUMITRENS – Companhia Fluminense de Trens Urbanos

FUNLAR – Fundação Lar Francisco de Paulo

IBDD – Instituto Brasileiro de Direitos da PPD

Instituto Benjamin Constant

IPP – Prefeitura RJ – Instituto Pereira Passos

METRÔ-R.J. – Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro

Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

OAB – Ordem dos Advogados do Brasil

OPPORTRANS Concessionária Metroviária S.A.

PET – COPPE / UFRJ – Programa de Engenharia de Transportes

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PROARQ – FAU / UFRJ – Programa de Pos Graduação em Arquitetura

SECTRAN – Secretaria de Estado de Transportes

SES – Secretaria de Estado de Saúde

SUPERVIA Concessionária de Transporte Ferroviário S.A.

UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro

União dos Cegos do Brasil

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

CODERTE Escola de Políticas Públicas e Governo

UFRJ

BARCAS S/A

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FENASP

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Anexos

1. Normas Técnicas

2. Proposta da Associação de Amigos, Familiares e Doentes Mentais do Brasil

3. Ofício 990/99 da FETRANSPOR