artes populares

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Page 1: Artes Populares

IV SEMANA POLÍTICO PEDAGÓGICA –SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO/BARRA DO GARÇAS

OFICINA: ARTE POPULARDocentes: Marcelo Ruiz e Benone Jardim

ARTES POPULARES

Manifestação espontânea da arte Brasileira. É o que o próprio nome indica: arte feita pelo povo. Mas toda arte não é feita pelo povo? Todo artista não é também gente, também povo? Então arte popular é feita por artistas que permanecem sempre ligados a seus ambientes de origem, e que é basicamente consumida por sua comunidade, em seu meio social. Trata-se, por exemplo, de: objetos de cerâmica ou de tecelagem, manifestações feitas na rua, ditos populares ou ainda histórias contadas e inventadas em rodas de conversa e passadas pelas pessoas através dos tempos.

A percepção de que a arte popular abrange os grandes temas da vida social – religião, costumes, aspectos do imaginário, da vida psíquica e festiva – tem permitido, inclusive, sua afirmação como uma arte representativa do pensamento e da filosofia de vida de uma parcela significativa do povo brasileiro.

Na condição de arte viva, que continua a ser feita contemporaneamente, a arte popular aborda temas que podem estimular discussões acerca das principais questões da atualidade: a relação do homem com o trabalho e o emprego; as soluções econômicas alternativas, encontradas pelos membros das camadas menos favorecidas da população; as relações de gênero, o papel social da mulher na sociedade tradicional e nas comunidades urbanas; a questão populacional; a ocupação do espaço urbano; a ética na vida social; as relações com o sagrado, a lei e a justiça. Analisar essas obras permite, portanto, apreender o ponto de vista e a prática dos grupos historicamente marginalizados, abrindo espaço para novas e revigorantes leituras da realidade atual do Brasil.

Considerando o tema deste laboratório, iremos trabalhar com uma das manifestações artísticas mais importantes da nossa cultura: A CIRANDA. História, dança, relação homem/cultura de uma arte popular que está sendo esquecida diante o mundo altamente tecnológico e pronto em que vivemos.

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CIRANDA

A ciranda é uma dança típica das praias, mais precisamente daquelas situadas ao norte de Pernambuco em particular, as de Olinda, Itamaracá e Igarassu. Porém, sua origem não se restringe ao litoral. Verificou-se que seu surgimento ocorreu, simultaneamente, tanto na zona litorânea quanto em certas áreas, mais interioranas, da Zona da Mata Norte. Nos primórdios, o ambiente de apresentação restringia-se aos locais populares como as beiras de praia, os terreiros de bodega, pontas de rua, etc. Seus participantes eram basicamente trabalhadores rurais, pescadores, operários de construção, biscateiros, entre outros. É uma manifestação bastante comunitária, não tendo nenhum preconceito quanto ao sexo, cor, idade, condição social ou econômica dos participantes.

Etimologicamente, a palavra "ciranda" foi alvo de muitas interpretações. Para o padre Jaime Diniz, pioneiro no estudo do tema, ela é proveniente do vocábulo espanhol Zaranda, que é um instrumento de peneirar farinha daquele país e que teria evoluído da palavra árabe Çarand, como afirma Caldas Aulete no seu Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa.

O ganzá, o bombo e o caixa formam o instrumental básico de uma ciranda tradicional. Às vezes, encontram-se ainda a cuíca, o pandeiro, a sanfona, ou algum instrumento de sopro. As músicas cantadas pelo mestre podem ser aquelas já decoradas (dele ou de outros mestres), improvisações, ou até mesmo canções comerciais de domínio público transformadas em ritmo de ciranda. Os passos da dança variam com a própria dinâmica da manifestação, não sendo, portanto definitivos. Pode-se, porém, destacar os três mais conhecidos dos cirandeiros: a onda, o sacudidinho e o machucadinho. Não existe limite numérico para esta brincadeira. Geralmente começa com uma pequena roda de poucas pessoas, que vai aumentando à medida que outros chegam para dançar.

Os cirandeiros e cirandeiras dançam numa grande roda girando em sentido anti-horário, tendo o mestre cirandeiro, ao meio, como figura principal, juntamente com os músicos, na maioria com instrumentos de percussão. De mãos dadas, os participantes mesclam passos simples com o movimento das mãos, como que imitando as ondulações do mar. A grande roda vai absorvendo sem qualquer impedimento de idade, raça, cor, religião, sexo ou classe social, as pessoas que se prontificarem a participar e quando atinge um tamanho superior ao espaço, abre-se uma nova roda no

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interior. Sair ou entrar na roda fica a critério de cada um, não havendo limite em número de pessoas.O mestre cirandeiro é quem puxa o ritmo, tirando cantigas, as cirandas, improvisando versos, tocando o ganzá e “organizando a brincadeira”, para tanto ele faz uso de um apito. O contra-mestre, geralmente com o bombo ou a caixa, é o substituto natural do mestre quando se faz preciso.

A mais ilustre cirandeira é Lia de Itamaracá, da praia de Jaguaribe, sendo também muito conhecida a cirandeira Dona Duda, Vitalina Albertina de Souza, da praia do Janga.. Durante as décadas de 60 e 70, Dona Duda tornou-se febre para todos os residentes do grande Recife que desejavam cirandar a beira-mar do Jânga, litoral norte, confundindo-se com a própria história do bairro de veraneio.

(Fonte: www.recifeguide.com - Ciranda – História e Arquivos)

LABORATÓRIO MUSICAL

1 – DISCOTECA DE PRACINHAMe convidaramPra cantar nessa festinhaNo meio dessas mocinhasBonitinhas e bacanasElas dançam rock, Cocotá,Discoteque e SambaAgora vão dar um brequePara poder dançar ciranda

2 – JANAÍNAMinha ciranda não é minha sóEla é de todos nósA melodia principal quemGuia é a primeira voz

Pra se dançar cirandaJuntamos mão com mãoFormando uma rodaCantando uma canção

3 – SOMOS IRMÃOSCiranda saiu na avenidaChamando todos pra dançarA roda formou-se tão lindaMil versos a desabrochar

Ciranda, cirandinhaVamos todos cirandarCiranda cirandinha Não paro pra descansarCiranda cirandinha Vamos todos dar as mãosCiranda nos recorde que somos todos irmãosque somos todos irmãos

4 – JANAÍNAEu estava na beira da praiaVendo o balanço do mar

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Eu estava na beira da praiaVendo o balanço do marQuando vi uma linda sereiaE eu comecei a cantarQuando vi uma linda sereiaE eu comecei a cantarÔ Janaína vem verÔ Janaína vem cáReceber as floresQue eu vou te ofertar

5 – PRAIA DO JÂNGA / MAMÃE OXUM / TAMBOR E PEMBA

Eu fui na Praia do JângaPra ver a cirandaDo céu cirandarO mar estava tão beloE um peixe amarelo Eu vi navegar

Não era peixe, não eraEra Yemanjá, RainhaDançando a ciranda, CirandaNa beira do mar

-/-/-/-/-/-/-/-Eu vi Mamãe oxum na CachoeiraSentada na beira do rio

Colhendo Lírio, lírio-ê!Colhendo Lírio, lírio-á!Colhendo Lírio pra enfeitarO seu Conga

-/-/-/-/-/-/-/-Eu vi choverEu vi relampearMas mesmo assim O céu estava azul

Tambor e PêmbaFolha de JuremaOxossi rema de Norte a Sul

6 – VITALÍNO

Boto a CangáiaNo meu burro de barroSou cirandeiroCangaceiro, seu SenhorNum caçoarTrago a Casa de FarinhaColoquei MariazinhaPra que eu não me sinta só

Sou Vitalíno, SeverinoSou menino do SertãoSou Vitalíno, VirgulinoO Sertão nas minhas mãos

7 – CIRANDINHA

Ciranda, CirandinhaVamos todos cirandarVamos dar a meia voltaVolta e meia vamos dar

O anel que tu me destesEra vivo e se quebrouO amor que tu me tinhasEra pouco e se acabouPor isso essa (e) menina (o)Entre dentro desta rodaDiga um verso bem bonitoDiga adeus e vá se embora.